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PODER JUDICIÁRIO

JUSTIÇA DO TRABALHO
PROCESSO JUDICIAL ELETRÔNICO
27ª Vara do Trabalho de São Paulo
ATSum 1000975-73.2022.5.02.0027
RECLAMANTE: MICHELY DAYJANNE GUEDES DA SILVA VIEIRA
RECLAMADO: KO RESTAURANTE LTDA

ATA DE AUDIÊNCIA

Em 17 de outubro de 2022, na sala de sessões da MM. 27ª Vara do


Trabalho de São Paulo, sob a direção do(a) Exmo(a). Sr(a). Juiz(a) do Trabalho MARCO
ANTONIO DOS SANTOS, realizou-se audiência relativa à Ação Trabalhista - Rito
Sumaríssimo número 1000975-73.2022.5.02.0027, supramencionada.

Às 10:32, aberta a audiência, foram apregoadas as partes.

Presente a parte autora MICHELY DAYJANNE GUEDES DA SILVA VIEIRA,


pessoalmente, acompanhado(a) de seu(a) advogado(a), Dr(a). PAULA BANZATO
PANTALEAO KOURY, OAB 317375/SP.

Presente a parte ré KO RESTAURANTE LTDA, representado(a) pelo(a)


preposto(a) Sr.(a) ROFILEU NOLASCO DA SILVA, acompanhado(a) de seu(a) advogado
(a), Dr(a). CAROLINE JACOBS, OAB 124226/RS.

É de responsabilidade das partes a regular e atualizada representação


processual em até 5 dias da presente audiência, inclusive sob pena de revelia
/confissão.

A reclamada não oferece qualquer proposta de acordo.

INCONCILIADOS

Neste ato foi disponibilizado às partes a visualização da íntegra do


PJE, especialmente quanto à(s) defesa(s) e documentos.

Visualizada a defesa pela(o) patrono(a) do(a) reclamante, reportou-se


aos termos da petição inicial.

DEPOIMENTO DO(A) RECLAMANTE: Que exercia a função de analista


responsável pelo departamento pessoal incluindo folha de pagamento, que foi

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demitida por justa causa sob a alegação de roubo e falsa assinatura, que o roubo diz
respeito a alegação de que dois funcionários que teriam recebido pagamentos por
fora não teriam recebido, mas os recibos estavam assinados pelos mesmos, que os
funcionários eram Francisco Rodolfo e outro não se recorda sequer o prenome, que
a a legação de falsa assinatura é no recibo salarial; que a depoente também era
responsável pelo pagamento  de benefícios e fiscalização dos cartões de ponto, que
os pagamentos de salários de empregados registrados eram em depósito bancário e
os sem registros erma em dinheiro, que havia ainda o pagamento em dinheiro de
parte do salário dos empregados registrados , exemplo: o salário era de R$ 4.000,00
depositava-se R$ 3.000,00 e pagava-se R$ 1.000,00, que realmente houve o
pagamento em duplicidade dos salários de Francisco e José, que isso ocorreu em 02
meses, que tal situação ocorreu porque os mesmo trabalhavam sem registro há 08
meses e depois foram registrados, mas como não se retirou da lista de não
registrados receberam 02 vezes, que era a depoente que tinha a incumbência de
retirar da lista de não registrados, que a reclamada propôs à depoente o valor de R$
350,00 inicial a título de vale combustível; que a própria depoente fez a mudança
para reclamada R$ 100,00 nos últimos 02 meses; que fez isso para economizar o
caixa da reclamada, pois estavam um valor acumulado no cartão de R$ 527,00; que
foi demitida em 21/07/2022, que fazia contato direto com a operadora de benefício
de vale combustível, que reconhece a mensagem por whatsapp sendo sua e datada
de 22/07/2022, ou seja, 01 dia após a demissão por justa causa (ID.e933ddb). Nada
mais.

DEPOIMENTO DA   RECLAMADA: Que a reclamante foi demitida por


solicitar valores de vale combustível diferentes daqueles combinados com a
reclamada, bem como contratou 02 funcionários em fevereiro, mas foi registado em
abril e maio de 2022, que os mesmos disseram que não receberam valores e não
assinaram os recibos de pagamentos; que o valor combinado de vale combustível
era de R$100,00 e a reclamante pediu para alterar para R$300,00; que desconhece
que o funcionários José Afonso Machado era quem e levava os recibos e pagamentos
aos demais empregados, que os salários eram pagos através de depósito bancário,
que não havia salário por fora;   que a reclamada não trabalhada com funcionários
sem registros; que a reclamante foi admitida em novembro de 2021. Nada mais.

Indeferida(s) a(s) seguinte(s) pergunta(s): "como foi constato a


divergência de pagamento desses funcionários?; se a reclamada tem um extrato dos
depósitos de vale combustível pagos a reclamante?; o local de trabalho dos dois
funcionários que deram problemas no pagamento? ". Indeferidas porque
irrelevantes para o deslinde da causa uma vez que   defesa já esclareceu que
descobriu através de auditoria contratada e a reclamante  CONFESSOU (CONFISSÃO
REAL - RAINHA DAS PROVAS) que era responsável pelos pagamentos salariais.
Protestos.

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(A) patrono(a) do(a) reclamante requer seja a reclamada considerada
confessa quanto aos fatos que em depoimento afirmou desconhecer. O
requerimento será apreciado quando da prolação da sentença.

A reclamante requer prova oral para comprovar: pagamento por fora,


e como se dava e quem entregava os valores, intervalo intrajornada, quando foi feita
a auditoria, o que constatou; quem faz os registros dos funcionários?"

A reclamada requer prova para: " como eram feitas as auditorias, o


que elas constataram e dos pagamentos em duplicidade" 

REINQUIRIÇÃO DO(A) RECLAMANTE: Que trabalhava das 08h00 as


18h00, de segunda a sexta com 20/30 minutos de intervalo, que tinha cartão-ponto,
que possui controle escrito de Jornada sendo que era a depoente responsável pelas
anotações de cartão-pontos e fiscalização dos demais cartões de ponto, que não
colocava 20 minutos de intervalo no cartão-ponto por um pedido do Carlos Augusto
Carvalho, que  a marcação de Jornada era biométrica, que não foi a depoente quem
assinou os recibos salariais de Francisco e José, que não sofria fiscalização de
Jornada. Nada mais.

Tendo em vista que o contrato de trabalho é norteado pelo Princípio


da Continuidade no qual se presume a ruptura contratual pela forma menos onerosa
ao trabalhados (demissão imotivada) ao alegar a justa causa a reclamada atraiu para
si o ônus da prova, daí porque a inversão na oitiva de testemunhas.

1ª TESTEMUNHA DO(A) RECLAMADA: Alessandra Gomes Gasparotti,


residente e domiciliado(a) na Avenida Escola Politécnica, 2395, apto 26, Rio Pequeno,
Cep: 05350-000, nascido(a) aos 31/05/1973, R.G nº 24.252.361-4-SSP/SP, CPF
nº146653758-28. 

Advertido(a) e compromissado(a) na forma da lei, inclusive quanto à


multa do artigo 793-D da CLT.

DEPOIMENTO: que trabalhou para a reclamada de 2008 a 2017 e


atualmente é prestadora de serviços comparecendo esporadicamente na reclamada;
que em média comparece na reclamada a cada 06 meses para fazer auditoria; que
fez auditoria no início de julho de 2022, que constatou que tinha alguns processo que
não estava de acordo, com por exemplo, pagamento salarial e duplicidade,
funcionários trabalhando sem registro, somente, que isso ocorreu com os
funcionários José Augusto e Francisco Rodolfo, que a reclamada não fazia
pagamentos por fora, que não localizou nenhum outro empregado sem registro

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além dos dois já mencionados; que com relação ao vale combustível foi verificado
que no primeiro mês a reclamante recebeu R$100,00 depois R$350,00 e nos último
mês R$100,00; que melhor esclarecendo no primeiro mês há uma solicitação da
reclamante para que fosse creditado em seu cartão o valor de R$100,00, que não há
solicitação para R$350,00 pois a reclamante fazia compra no site diretamente e tal
valor caia no cartão individual da reclamante; que o valor contratado inicialmente
para vale combustível foi de R$100,00; que a depoente não teve contato com a
reclamante; que não tem conhecimento se o motorista José Afonso era quem levava
o pagamento em dinheiro e recibo para ser assinado; que a modalidade pagamento
da reclamada é transferência bancária. Nada mais.

2ª TESTEMUNHA DO(A) RECLAMADA: Francisco Rodolfo Silva Pereira,


residente e domiciliado(a) na Rua Apiaçu, 90, Jardim Leônidas, Campo Limpo, Cep:
05792-040, nascido(a) aos 24/04/1992, R.G nº 49.484.667-7-SSP/SP, CPF nº 425502108-
24. 

Contradita sob o fundamento de interesse na causa para favorecer a


reclamada. Inquirido(a) nega estar torcendo pelo êxito da reclamada. Contradita
rejeitada.

Advertido(a) e compromissado(a) na forma da lei, inclusive quanto à


multa do artigo 793-D da CLT.

DEPOIMENTO: que trabalha para a reclamada desde janeiro de 2022,


que exerce a função de comim e passou a ser garçom; que não foi registrado desde
o início de seu contrato, que foi registrado a partir de 01/04/2022, que cobrou o
gerente Kaká pela falta de registro em razão disso não recebia o vale transporte, que
o gerente disse que conversou com a reclamante e a mesma teria dito que o
depoente só receberia o vale transporte após o registro, que quando estava sem
registro recebeu em dinheiro do gerente Kaká e do maitrê Deoclécio, que nesse
período além do depoente quem trabalhava sem registro era o Augusto, que  ficou
03 meses sem registro, que no período sem registro não assinou nenhum recibo de
pagamento; que após o registro recebia os pagamentos por depósito em bancário,
que depois não recebeu nenhum valor em dinheiro, que foi chamado na reclamada
pelo Ricardo não sabendo informar o cargo e o maitrê .Ed.  que nesta oportunidade
foi questionado pelos mesmo se recebia algum  valor além do salário depositado e
se a assinatura nos recibos eram do depoente, o depoente negou ambos os fatos,
que foi contratado pelo Kaká, que o Kaká nada mencionou sobre ficar 03 meses sem
registro, que entregou a CTPS somente em março de 2022, que não foi exigido tal
documento na contratação em janeiro de 2022, que não sabe informar se algum
funcionário registrado recebe valores por fora. Nada mais.

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1ª   TESTEMUNHA DO(A) RECLAMANTE: Bianca dos Santos Albefaro,
residente e domiciliado(a) na Estrada da Baronesa, 45, Jardim Ângela, Cep: 04941-
175, nascido(a) aos 30/09/2003, R.G nº 50.923.300-4-SSP/SP, CPF nº 493270178-03. 

Contradita sob o fundamento de amizade e que ambas foram


responsáveis pelos processo de duplicidade no pagamento. Com relação a amizade
(colega de trabalho) indefiro de plano uma vez que a lei exige amizade íntima (dura
lex sed lex  = dura é a lei, mas é a lei). No que pertine "responsável pelo processo"
também resta indeferido uma vez que a defesa sequer menciona tal fato.

Advertido(a) e compromissado(a) na forma da lei, inclusive quanto à


multa do artigo 793-D da CLT.

DEPOIMENTO: que trabalhou para a reclamada de 11/01/2021 a 21/07


/2022; que foi demitida por justa causa sob a alegação de roubo, que foi registrada
desde o início do contrato de trabalho; que a depoente trabalhou com a reclamante
durante todo o contrato de trabalho; que a depoente era responsável pela folha de
pagamento mandando ordens ao banco para pagamentos; que somente a depoente
fazia isso, que havia pagamento  por fora a título de bonificação; que tal pagamento
era feito pelo gerente Juraci, pois somente ele tinha acesso ao cofre; que a
reclamante executava as seguintes atividades: contratação, que demissão de
funcionários, responsável pela verificação dos cartões de ponto, fazer os recibos de
pagamento os quais eram entregues aos funcionários pelo motorista José Afonso
Machado, que eram somente essas as tarefas da reclamante, QUE ADVERTIDA PELO
JUÍZO QUE A PRÓPRIA RECLAMANTE EM DEPOIMENTO PESSOAL (CONFISSÃO REAL -
RAINHA DAS PROVAS) AFIRMOU QUE ERA RESPONSÁVEL PELO PAGAMENTO DOS
FUNCIOÁRIOS A DEPOETE INSISTE EM DIZER QUE A RECLAMANTE FAZIA APENAS OS
RECIBOS; que havia funcionários sem registro, mas não se recorda quantos nem os
nomes; que não tem conhecimento se foram feitos pagamento em duplicidade aos
funcionários José e Francisco, que a depoente recebia vale transporte no valor de
R$236,00, não tendo certeza do valor. Nada mais.

As partes não têm outras provas a produzir.

Encerrada a instrução processual com a expressa concordância das


partes.

Razões finais orais pela reclamante nos seguintes termos (11h43): "
Resta impugnado as alegações da reclamada tendo em vista que a mesma, ter feito
uma auditoria sem nem sequer juntar documentos que comprovem as alegadas
irregularidades tanto de duplicidade de pagamentos de dois funcionários, nem
tampouco juntam documentos que comprovem que a mesma precebia valores
indevidos de vale combustível imperioso destacar que a própria testemunha da
reclamada o Sr. Francisco Rodolfo confessou que trabalhou sem registro e que
recebia valores em dinheiro, sendo que afirmou ainda que os pagamentos foram

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feitos por pessoas da loja em que trabalhava. Ademais, a testemunha da reclamante,
a qual trabalhava conjuntamente com a reclamante comprovou como se dava o
trâmite com relação a pagamentos e assinaturas de recibos. Veja Excelência que a
reclamada aplicou justa causa, sem trazer aos autos qualquer documento que valide
a sua tese defensiva. Não se pode olvidar que ao aplicar a justa causa em um
funcionário esta deve ser cabalmente justificada e comprovada, o que não se
vislumbrou no presente caso. "

Orais pela reclamada nos seguintes termos ( 11h49): " Após a


instrução processual e oitiva de testemunhas é possível concluir que a reclamante foi
dispensada corretamente por justa causa não podendo fazer jus ao pleito de
reversão quanto aos demais pedidos reporto-me aos termos da contestação."

Rejeitada a derradeira tentativa conciliatória.

Fica designado JULGAMENTO para o dia 28/10/2022, às 17h05min, de


cujo resultado as partes estarão cientes na forma da Sumula 197 do C. TST, ficando
cientes de que caso a sentença não seja disponibilizada até o fim do dia acima
referido, serão intimadas via DEJT, sendo desnecessário peticionamento neste
sentido.

Cientes as partes. Nada mais.

Audiência encerrada às 11h51.

MARCO ANTONIO DOS SANTOS


Juiz(a) do Trabalho

Ata redigida por SIMONE FERRARI GAYA , Secretário(a) de Audiência.

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https://pje.trt2.jus.br/pjekz/validacao/22101712040500800000276003619?instancia=1
Número do processo: 1000975-73.2022.5.02.0027
Número do documento: 22101712040500800000276003619

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