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José Oscar Borges Fabiana Cavalcante Wyatt Laís Cristiane Pereira Rosemeire Borges

Judite Nahas Fabianne C. L. Monteiro Leticia R. de França Simone Nunes da Silva


Mauricio Nahas Borges Fernanda Moreno N.Rezende Liliane A.L.P. Ponzio Sônia Regina Preite Cury
Andréa Nahas Borges Fernanda O da Silva Borba Mariana R. de Mesquita Taina Acedo Romão
Alex S. Menezes dos Santos Francine Bossolani Pontes Miquele Melo Luce Tathiana de Abreu L.
Conte
Ana Carolina M. dos Santos Irene Schmitt Paula S. Vergaças Squerdo Valéria Di Fazio Galvão
Anselmo P. Gavazzi Jr. Janete de Deus Priccila Lopes Longo
Cristiana Maria Barbosa Keli Antunes Pereira Rafael Calemi Guimarães

P. 36.958
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA 50ª VARA DO
TRABALHO DE SÃO PAULO

Processo nº 00017265220155020050

ALESSANDRO DOS SANTOS FLORES, reclamante,


devidamente qualificado nos autos da Reclamação Trabalhista
em
epígrafe, que promove em face de CONDOMINIO DO
CONJUNTO COMERCIAL MARKET PLACE, reclamada,
por um de seus advogados que ao final subscrevem, vem,
respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar
suas Razões Finais

De saída, o reclamante reitera os protestos apresentados em


audiência no que concerne ao indeferimento das perguntas realizada em audiência,
evitando a preclusão da matéria nos termos do art. 795 da CLT, bem como para deixar
prequestionada a matéria para ocorrência de possível cerceamento do direito de defesa nos
termos dos artigos 5º, LV e LIV da CF/88.

Rua Quirino dos Santos, n.º 72 - Barra Funda - São Paulo/SP - CEP: 01.141-020
www.advocaciaborges.adv.br - advocacia@borges.adv.br
PABX: (0 xx 11) 3393-3030
ADVOCACIABORGES
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Cediço, que mesmo que não seja reconhecida a nulidade dos
controles, o que não se admite, o reclamante se desincumbiu do seu encargo probatório, ônus
que lhe incumbia nos termos do art. 818 da CLT e 373 do CPC, apresentando em conjunto
com a manifestação a defesa e documentos, as diferenças atinentes ao pagamento das horas
extras excedente a 8ª hora diária e 44ª hora semanal, bem como as diferenças pela
ausência de integração do adicional noturno, procedendo os pedidos constantes dos itens
“a” e “b” do rol de pedidos.

As diferenças no pagamento dos reflexos das horas extras,


foram efetivamente comprovadas, conforme se observa do item 04.2 da proemial não
impugnado pela reclamada, ensejando a aplicação do art. 341 do CPC. Como se não
bastasse, após o cotejo do caderno processual, o autor ainda apresentou diferenças,
conforme se infere do demonstrativo encartado conjuntamente a manifestação a defesa e
documentos, se desincumbindo satisfatoriamente do seu encargo processual, portanto,
procedem os pedidos pleiteados no item “c” do rol de pedidos.

No que pertine ao pedido de diferenças no pagamento do


adicional noturno pela não observância da redução ficta da jornada noturna, e as
diferenças no pagamento do adicional noturno pela inobservância da prorrogação da
jornada noturna integral em diurna nos termos da Súmula 60 do TST com o intuito de
demonstrar a existência de diferenças, o autor colacionou junto com a manifestação a defesa
e documentos, demonstrativo de cálculo, se desincumbindo satisfatoriamente do seu
encargo processual, não impugnado pela reclamada, ensejando a aplicação do art. 341 do
CPC, portanto, procede o pedido pleiteado no itens “d” e “e” do rol de pedidos da inicial.

As diferenças no pagamento dos reflexos do adicional


noturno nos DSR´s, foram efetivamente comprovadas, conforme se observa do item 05.2
da proemial não impugnado pela reclamada, ensejando a aplicação do art. 341 do CPC.
Como se não bastasse, após o cotejo do caderno processual, o autor ainda apresentou
diferenças, conforme se infere do demonstrativo encartado conjuntamente a manifestação a
defesa e documentos, se desincumbindo satisfatoriamente do seu encargo processual,
portanto, procedem os pedidos pleiteados no item “f” do rol de pedidos.

A supressão do intervalo intrajornada também foi


comprovada através da prova oral, havendo o autor se desincumbido de modo satisfatório,
veja-se:
Primeira testemunha do reclamante: ERNANDO
OLIVEIRA (...) que o intervalo não era registrado em
cartão de ponto; que a reclamada concedia de 20 a 30
minutos de intervalo para refeição; que o depoente
trabalhou com o reclamante de novembro de 2005 a 2012;
que o reclamante também trabalhou das 6h às 14h20, do
início do período imprescrito até 2012; que o reclamante
usufruía de 20 a 30 minutos de intervalo para
refeição; que o gozo do intervalo costumava ser
interrompido pelo rádio; que o reclamante adentrava à
cabine e central de água gelada (...)

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A reclamada não logrou controverter a prova autoral, logo,
procede o pedido nos termos do item “g” do rol de pedidos.

O labor em feridos e folgas é incontroversos nos autos, assim,


impende ao autor salientar que do cotejo dos controles de frequência juntado nos autos, em
confronto com os holerites, ainda assim, foram encontradas diferenças no pagamento das
horas extras decorrente do labor em feriados e folgas, conforme se infere do
demonstrativo encartado conjuntamente a manifestação a defesa e documentos, se
desincumbindo satisfatoriamente do seu encargo processual, procedendo o pedido postulado
nos itens “h” e “i” do rol de pedidos.

Tendo em vista a ausência de discussão acerca da


aplicabilidade da norma coletiva de trabalho encartada com a petição inicial, de rigor a
aplicação do adicional normativo, tal como postulado no item 09 da prefacial.

Constatada a existência de pagamento incorreto das horas


extras e labor noturno, restará caracterizada a infração da cláusula normativa descrita no
item 09.1 da causa de pedir, portanto, procede o pedido postulado no item “j” do rol de
pedidos.

De acordo com o laudo elaborado pelo expert o reclamante tem


direito ao adicional de periculosidade no período de 01.10.2012 a 10.03.2014, rechaçando o
período de 09.2010 a 03.2014, sustentando que neste período o autor se ativava com baixa
tensão.

Cioso que ficou constatado nos autos que o reclamante


realizava rearme na cabine primária, com o devido emprego de equipamento de proteção
coletivo, sendo ainda inquestionável que em atividades diárias, efetuava visita na subestação
primária, ficando exposto a risco de periculosidade por efetuar reparos elétricos com sistema
energizado sujeito a energização acidental.

Afigura-se claro, à luz do Decreto 93.412/86, e bem assim da


NBR-5460 da ABNT, que o legislador não limitou a aplicabilidade de suas disposições às
empresas geradoras ou fornecedoras de energia, e ainda, que o sistema elétrico de potência
não compreende somente as atividades de geração, transmissão e distribuição de energia
elétrica, mas também as de operação e manutenção no âmbito do consumo.

A prova oral produzida nos autos é incontestável nesse


sentido, veja-se:

Primeira testemunha do reclamante: ERNANDO


OLIVEIRA CORDEIRO, identidade nº 30249978,
casado(a), nascido em 07/02/1978, operador de central
de água gelada, residente e domiciliado(a) na Rua
Itajubaquara, 220-M, Paraisópolis. Advertida e
compromissada. Depoimento: "que o depoente trabalhou

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na reclamada de 19.9.2005 a 1º.4.2015, na função de
operador de central de ar condicionado; que o
reclamante trabalhava das 6h ás 14h20; que os
empregados não trabalham sem registrar a jornada em
cartão de ponto; que o início e término da jornada do
depoente estão corretamente anotados em cartão de
ponto; que o intervalo não era registrado em cartão de
ponto; que a reclamada concedia de 20 a 30 minutos de
intervalo para refeição; que o depoente trabalhou com o
reclamante de novembro de 2005 a 2012; que o
reclamante também trabalhou das 6h às 14h20, do início
do período imprescrito até 2012; que o reclamante
usufruía de 20 a 30 minutos de intervalo para refeição;
que o gozo do intervalo costumava ser interrompido pelo
rádio; que o reclamante adentrava à cabine e central de
água gelada; que o reclamante e o depoente
acompanhavam os eletricistas e fazia manutenção em
painéis elétricos, cabine primária, central de água
gelada, troca de fusíveis; que adentravam à cabine
diariamente e lá permanecendo de duas a três horas;
que o reclamante foi operador de central de ar
condicionado e analista de manutenção; que o
reclamante acessava cabine primária, na função de
operador de central de ar condicionado; que havia 2
operadores de operador de central de ar
condicionado; que a reclamada fornecia apenas botas,
protetor auricular, óculos. Nada mais (destacamos)

Embora o trabalho em condições de periculosidade possa ser


exercido de forma intermitente, o risco, quase sempre letal, pode ocorrer em fração de
segundo, não se podendo falar em maior ou menor intensidade do perigo. Ademais, a Lei
7.369/85 não estabeleceu qualquer proporcionalidade em relação ao pagamento.

Portanto, devido o recebimento do postulado adicional, estando


certo que o direito independe de cargo do empregado, ou ramo de atividade da empresa,
conforme art. 2º do Decreto 93412/86.

PERICULOSIDADE. ENERGIA ELÉTRICA.


ADICIONAL DEVIDO. Atividades desempenhadas na
função de agente de segurança operacional, com
permanência em áreas de risco, no caso subestações
de energia elétrica ao longo da via férrea e, em
situação de exposição intermitente a energia elétrica
assegura o direito ao adicional de periculosidade. Lei
7.369 de 20.09.1985, regulamentada pelo Decreto
nº 93.412, de 14.10.1986. A atividade perigosa

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envolve todo trabalho em circuitos elétricos,
energizados ou passíveis de energização acidental, e
não só em cabines primárias ou secundárias. Recurso
a que se nega provimento. (RO - REL: RICARDO
ARTUR COSTA E TRIGUEIROS -
ACÓRDÃO: 20090462364 - TURMA: 4ª -
PROC: 00117200804302006 - PUBL: 19/06/2009)

Nessa mesma linha, o perito judicial olvidou-se em


apresentar respostas técnicas aos quesitos e quesitos complementares, reportando-se
apenas ao laudo pericial, ou inserindo respostas prontas, as quais foram utilizadas para
resposta de quesitos, sem qualquer fundamentação técnica.

Cediço que o autor tem direito à ampla defesa, nos termos do


art. 5º, inciso LV, da Constituição Federal, e aí se inclui o direito de ver respondido, de
forma clara e minuciosa, os quesitos que apresentou ao perito judicial, o que não
ocorreu no caso em tela.

No que tange ao reconhecimento do cerceamento de defesa,


quando o perito judicial NÃO RESPONDE OS QUESITOS FORMULADOS, outro não
poderia ser o entendimento do regional paulista, veja-se:

CERCEAMENTO DE DEFESA. AUSÊNCIA DE


APRECIAÇÃO DE IMPUGNAÇÃO AO LAUDO PERICIAL
E RESPOSTA AOS QUESITOS SUPLEMENTARES.
Constitui direito constitucionalmente assegurado aos
litigantes o contraditório, razão pela qual nula a decisão
proferida sem observância da impugnação do laudo
pericial ofertada pela parte e dos quesitos
suplementares formulados à Sra. Perita, impossibilitando
o esclarecimento dos pontos atacados. (RO - REL:
MERCIA TOMAZINHO - ACÓRDÃO: 20111387145 -
TURMA: 3ª PROC: 00689009420105020263 -
PUBL: 26/10/2011)

Assim, forçoso reconhecer que o reclamante apresentou seus


quesitos dentro do prazo que lhe foi assinalado, portanto, a ausência de resposta aos quesitos
cerceou o seu direito de defesa, visto que não apreciados pelo expert, impossibilitando o
esclarecimento dos pontos atacados.

Diante do acima alinhavado, é fato inegável que o trabalho


pericial não se presta como prova plena, razão pela qual o autor requer a conversão do
julgamento em diligência, determinando o desentranhamento do laudo pericial,
nomeando perito para que realize a diligência junto as dependências da reclamada.

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Caso não seja acolhida a pretensão obreira, protesta quanto a
manutenção do laudo pericial e encerramento da prova pericial.
Por derradeiro, não havendo a substituição do perito
judicial, o reclamante requer a procedência do pedido consoante pleiteado nos itens “n” e
“w” do rol de pedidos, consubstanciado na redação do art. 479 do CPC, de aplicação
subsidiária nesta Justiça Especializada o juiz não está adstrito ao laudo pericial, podendo
formar a sua convicção com outros elementos ou fatos provados nos autos.

Deste modo, de rigor a procedência da rogativa, constante do


item “k” do rol de pedidos. Deferido o pedido principal, o acessório também deverá seguir a
mesma trilha, consoante item “p” do rol de pedidos.

Por derradeiro, o autor ratifica os termos da inicial, requerendo


a procedência dos pedidos quanto a multa fundiária sobre o FGTS das verbas postuladas
(item “l” do rol de pedidos), indenização das despesas com advogados (perdas e danos)
(item “m” do rol de pedidos), benefícios da Justiça Gratuita (item “q” do rol de pedidos),
correção monetária e época própria (item “r” do rol de pedidos), descontos fiscais e
previdenciários.

Diante do exposto, requer o reclamante que esse D. Juízo


decrete, por sentença a TOTAL PROCEDÊNCIA da presente
Reclamação Trabalhista e, assim procedendo, alcançar a tão
almejada JUSTIÇA!!
Termos em que
pede deferimento.
São Paulo, 20 de Junho de 2016.

José Oscar Borges Maurício Nahas Borges


OAB/SP 54.473 OAB/SP 139.486

Judite Nahas Neide Andréa Nahas Borges


OAB/SP 20.885 OAB/SP 130.942

Alex Sandro Menezes dos Santos


OAB/SP 240.322

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