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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO

DA ____VARA DA COMARCA DE UBERLÂNDIA-MG

Processo n°______

ANTÔNIO AUGUSTO, já devidamente qualificados nos autos do processo em


epígrafe, em um confronto que é movido em face de MAX TV S.A e Loja de
Eletrodomésticos S.A, também devidamente qualificados, por intermédio de sua advogada
e bastante procurador signatário, vem respeitosamente perante Vossa Excelência
apresentar, nos termos do art.1.009 e seguintes do Código de Processo Civil, o seu

RECURSO DE APELAÇÃO

visando a modificação da respeitável sentença proferida nestes autos, que acatou


preliminar de ilegitimidade passiva, bem como a decadência do direito do autor em favor do
reqeurente. Assim, requer que seja reformada a decisão proferida, nos termos do artigo
1010, IV, CPC. Por fim, requer à Vossa Excelência seja o recurso devidamente recebido
em seu duplo efeito (se for o caso) e devidamente processado, eis que tempestivo e
devidamente preparado, conforme comprovante em anexo, encaminhando-se ao Egrégio
Tribunal de Justiça deste Estado.

Termos em que,

Pede Deferimento.

Uberlândia-MG, 24 de março de 2021

Maíra Golva – OAB 00.000/MG


EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS GERAIS

A sentença promulgado pelo Juízo nos autos da ação em epígrafe merece um


remodelamento, já que a conjuntura dos fatos e provas produzidas não foram esmiuçadas
de maneira satisfatória.
Há de se ponderar que pontos determinantes da demanda do autor, os quais serão
revelados oportunamente, que retrata que a reforma da decisão é essencial.
Cabe mencionar que foram atingidos todos os pressupostos para a admissibilidade do ato
recursal, em virtude que, a presente peça, é fundamentada no caput do art. 1009 do CPC,
a parte é legítima para o ato estando integrada à relação processual e possui interesse,
uma vez que essa ficou como parte prejudicada diante da decisão formulada.

I. DOS NOMES E QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

RECORRENTE: Antônio Augusto, brasileiro, casado, microempresário, inscrito no CPF nº


000.000.000-00 portador do RG M 0.000.000 SSP/MG, residente e domiciliada na cidade
de Uberlândia-MG, endereço eletrônico: antonioaugusto@email.com,

RECORRIDO: MaxTV S.A., pessoa jurídica de direito privado, inscrito no C.N.P.J. nº.
00.000.000-0001-00, com sede na Avenida Governador Valadares, nº. 1001, Bairro
Paraíso, Valência-MG, CEP 38360-321 e Lojas de Eletrodomésticos Ltda., pessoa jurídica
de direito privado, inscrito no C.N.P.J. nº. 00.000.000-0001-01, com endereço para citação
na cidade de Uberlândia, a Rua São Paulo, nº. 10, Bairro Centro, Cep 00000-001

II. EXPOSIÇÃO DOS FATOS

Antônio Augusto, ao se mudar para seu novo apartamento, aquiriu em 20/10/2015


diversos eletrodomésticos de última geração, dentre os quais, uma TV de LED com
sessenta polegadas, acesso à internet e outras facilidade pelo preço de R$5.000,00 (cinco
mil reais). Depois de funcionar perfeitamente por trinta dias, a TV apresentou
superaquecimento que levou à explosão da fonte de energia do equipamento, provando
danos irreparáveis a todos os aparelhos eletrônicos que estavam conectados ao televisor.
Não obstante a reclamação que lhes foi apresentada em 25/11/2015, tanto o fabricante
(MaxTV S.A.) quanto o comerciante de quem o produto fora adquirido (Lojas de
Eletrodomésticos Ltda.) permaneceram inertes, deixando de oferecer qualquer solução.
Diante disso, em 10/03/2016, Antônio Augusto propôs ação perante Vara Cível em
face tanto da fábrica do aparelho quanto da loja em que o adquiriu, requerendo, no mérito,
uma indenização por danos materiais sofridos no valor de R$35.000,00 (trinta e cinco mil
reais), substituição do aparelho de TV e indenização pelos danos morais sofridos.
O respeitável Juízo, porém, acolheu a preliminar de ilegitimidade passiva arguida,
em contestação, pela loja que havia alienado a televisão ao autor, excluindo-a do polo
passivo, com fundamento nos artigos 12 e 13 do Código de Defesa do Consumidor. Além
disso, como prejudicial ao mérito, reconheceu a decadência do direito do autor, alegada em
contestação pela fabricante do produto, com fundamento no Art. 26, inciso II, do CDC,
considerando que decorreram mais de noventa dias entre a datado surgimento do defeito
e a do ajuizamento da ação.
Dessarte, após a apresentação dos fatos e dos direitos aqui exibidos, passa a
defender que se tenha uma reforma na decisão.

III. DAS RAZÕES DO RECURSO

A) ILEGITIMIDADE PASSIVA

Em contrariedade do que foi determinado na sentença, há uma solidariedade entre


o fabricante e o varejista. A responsabilidade solidária entre as duas recorridas encontra-se
fundamentada nos artigos 7°, parágrafo único, no artigo 25, §1° e no artigo 18, todos do
Código de Defesa do Consumidor, conforme abaixo transcrito sobre esse último artigo aqui
citado:
Art. 18 Os fornecedores de produtos de consumo duráveis
ou não duráveis respondem solidariamente pelos vícios de qualidade
ou quantidade que os tornem impróprios ou inadequados ao consumo
a que se destinam ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles
decorrentes da disparidade, com as indicações constantes do
recipiente, da embalagem,rotulagem ou mensagem publicitária,
respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, podendo o
consumidor exigira substituição das partes viciadas.
Sendo assim, é notável que existe sim a solidariedade geral entre os fornecedores
da cadeia de produção e distribuição, já que o CDC também adota uma visão ampla no
conceito de fornecedor, conforme exposto no caput do artigo 3° desse mesmo Código.
É notório, então, que a loja que vendeu o produto não poderia se isentar de sua
responsabilidade com relação ao pedido de substituição do televisor. Portanto, requer
reforma da decisão diante da exclusão da Loja de Eletrodomésticos LTDA., incluindo-a na
relação processual e a condenando à substituição da TV, conforme artigos apresentados
acima.
B) DA DECADÊNCIA
Pretende-se pedir então, o afastamento à decadência que consta na decisão do juízo
a quo, já que houve uma reclamação administrativa apresentada no dia 25 de novembro de
2015, ou seja, com apenas um mês de utilização do produto.
A norma é clara ao retratar que a reclamação deve ser solicitada antes de 90 dias
previstos pelo CDC, sendo assim, cabe ressaltar que a reclamação do consumidor foi
oportuna, na forma que está previsto no art. 26, inciso I, §2° do Código de Defesa do
Consumidor.

C) DA INDENIZAÇÃO PELOS DANOS SOFRIDOS


No tocante sobre os demais pedidos, trata-se de responsabilidade civil por fato do
produto, haja vista os danos sofridos por Antônio Augusto, em conformidade com o prazo
prescricional de 5 anos, de acordo com o artigos 12 e 27 do Código de Defesa do
Consumidor, sendo que assevera esse último:
Art. 27. Prescreve em cinco anos a pretensão à reparação
pelos danos causados por fato do produto ou do serviço prevista na
Seção II deste Capítulo, iniciando-se a contagem do prazo a partir do
conhecimento do dano e de sua autoria.
Portanto, em resultância do vício do produto, o Recorrente obteve diversos danos.
Tendo em vista os demais aparelhos eletrônicos comprometidos, que configura os danos
materiais, e também sobre os danos morais, diante da vergonhosa situação vivenciada pelo
Recorrente e por sua família. Sendo assim, nada mais justo que seja devido as reparações
pelos danos materiais e morais.

IV. DOS PEDIDOS

Diante dos fatos e dos direitos expostos, requer que Vossa Excelência:

a) incluir o nome do comerciante no polo passivo, após o reconhecimento de sua


legitimidade passiva;
b) afastamento do acolhimento de decadência, por se tratar de responsabilidade pleo
fato do produto;
c) reforma da decisão para julgar procedentes os pedidos deduzidos na petição
inicial, condenando o apelado a pagar os danos patrimoniais e morais;
d) intimar os apelados para apresentar contrarrazões.

Termos que,

Pede deferimento

Uberlândia-MG, 24 de março de 2021

Maíra Golva – OAB 00.000/MG

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