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Cristiane S. de Jesus
Advogada
DOS FATOS
Em data de 28/07/2013, o Promovente comprou um televisor de LED, de marca
SAMSUNG, modelo UN55EH6030GXZ, série Y1MH3XEC8017622, no valor de R$ 2.400,00
(dois mil e quatrocentos reais) como faz certo nota fiscal inclusa.
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Salvador – Bahia - CEP: 40.221-040
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(dois mil e quatrocentos reais) tem um valor bem significativo, portanto, tal valor não
pode ser desmerecido.
Além do mais, o Requerente adquirira TV a cabo, pagando-se dois meses sem
utilizá-lo, conforme documento acostado aos autos que totaliza R$ 689,50 (seiscentos e
oitenta e nove reais, cinquenta centavos).
A situação, motiva ao Requerente em postular o recebimento da quantia paga
pelo televisor, ou pelo recebimento de um televisor novo, de igual valor, porém de
modelo diverso, vez que este modelo causou-lhe insegurança, gerando transtornos,
angústia, estresse constante e abalo de ordem moral, sendo esta a causa da presente
demanda, e, ainda, o ressarcimento do valor pago de R$ 689,50 (seiscentos e oitenta e
nove reais, cinquenta centavos), pela mensalidade da TV a cabo, sem utilizá-la por culpa
exclusiva da Promovida.
DO DIREITO
O ordenamento jurídico pátrio no art. 170, V estabelece que:
“Art. 170 - A ordem econômica, fundada na valorização do
trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a
todos existência digna, conforme os ditames da justiça social,
observados os seguintes princípios:
V - defesa do consumidor”.
Ė cediço que quando o consumidor tem seu direito violado, este possui amparo
constitucional e na Lei nº. 8.078, de 11 de setembro de 1990 que dispõe sobre a proteção
do consumidor e dá outras providências.
Aqui o direito do consumidor foi violado, vez que ligou por diversas vezes para a
assistência, sem êxito na solução do problema.
Como exposto, antes de completar dois meses o Requerente levou o televisor a
assistência que até a presente data não solucionaram o problema.
Apesar de muito buscar uma solução, não obteve êxito no saneamento do vício
apresentado pelo bem comprado.
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Tal afronta merece ser reparada de forma exemplar, pois atentou à dignidade
humana em níveis que o Promovente não esperava encontrar.
A situação acima exposta, leva qualquer pessoa à indignação. O que não foi
diferente com o Promovente, vez que se sentiu indignado, lesado, e, ainda, exposto ao
ridículo, abatendo-o e abalando-o moralmente.
Frise-se que os danos morais e materiais aqui solicitados atende ao critério de
reparação, e, de coibir tal atitude abusiva em flagrante desrespeito à lei e a dignidade da
pessoa humana. Para tanto, não atenta ao enriquecimento ilícito, mas ao de se fazer
justiça.
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ainda que ditos irreparáveis, não podem deixar de ter sua reparação." (in Dano Moral,
Christino Almeida do Valle, 1994, pág. 46).
“O próprio direito positivo legitima a possibilidade de
ressarcimento de interesses extra patrimoniais, podendo a parte
prejudicada reclamar indenização pecuniária em razão de dano
moral, embora não se peça um "preço" para a dor sentida
(presente ou pretérita), mas, tão-somente que lhe seja
outorgada "um meio de atenuar, em parte, as conseqüências da
lesão jurídica sofrida"”.
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Nesse sentido:
“São cabíveis a tutela acautelatória e a antecipatória em sede
dos Juizados Especiais Cíveis, em caráter incidental” (II Encontro
Nacional dos Coordenadores de Juizados Especiais, Cuiabá,
dezembro de 1997, Conclusão 8).
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O art. 273 afirma que “o juiz poderá, a requerimento da parte, antecipar, total ou
parcialmente, os efeitos da tutela pretendida no pedido inicial, desde que, existindo prova
inequívoca, se convença da verossimilhança da alegação”.
Sendo assim, para a concessão da tutela antecipatória em caso de fundado receio
de dano se faz necessário o preenchimento de 02 (dois) pressupostos básicos: 1) alegação
verossímil e 2) fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação.
Ocorre que a documentação acostada e a situação trazida a juízo são hábeis a
satisfazer ambos os requisitos. Senão, vejamos:
Primeiro, a prova inequívoca e verossimilhança das alegações:
O juiz deve convencer-se da certeza da pretensão do autor para conceder a tutela.
Este parece ser o sentido da expressão verossimilhança da alegação, que importa em o
juiz acreditar que a alegação da parte é verdadeira para deferir a tutela. A verossimilhança
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envolve a probabilidade de a situação narrada na petição inicial ser verdadeira. Seria uma
forma de fumaça do bom direito (fumus boni iuris).
Por prova inequívoca deve-se entender, de preferência, a prova documental (como
depreende-se do inciso I do art. 814 do CPC e do art. 902 do mesmo código) ou inconteste
dos fatos alegados na inicial, de que não paire qualquer dúvida.
Satisfaz o requisito da “prova inequívoca e verossimilhança das alegações”, no
presente caso, a juntada da ordem de serviço emitida pela Promovida, a Nota Fiscal da
Compra, e, pagamento da TV a cabo (docs. em anexo), aptas a demonstrar que a
Requerida não efetuou os reparos no televisor do Promovente, tão pouco efetuou a
troca , e, até o presente momento continua na assistência.
De segundo, o fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação que o
Promovente está na iminência de sofrer, pois, o televisor em tela pode levar o Requerente
a desinformação, e, insegurança, acarretando, inclusive, risco de vida, como foi o caso em
que na paralisação geral, somente 30% (trinta por cento) do efetivo civil trabalharam, e
este, sem a arma necessária, qual seja a informação, fica a deriva da própria sorte.
Ademais, um dos maiores Mestres sobre Tutela Antecipada, o ilustre LUIZ
GUILHERME MARINONI em sua obra sobre Processo Civil, assim discorreu sobre a
concessão da antecipação da tutela de mérito:
“A tutela antecipatória pode ser concedida no curso do processo
de conhecimento, constituindo verdadeira arma contra os males
que podem ser acarretados pelo tempo do processo, sendo viável
não apenas para evitar um dano irreparável ou de difícil
reparação (art. 273, I, CPC), mas também para que o tempo do
processo seja distribuído entre as partes litigantes na proporção
da evidência do direito do autor e da fragilidade da defesa do réu
(art. 273, II e §6º, CPC).
Em última análise, é correto dizer que a técnica antecipatória
visa apenas a distribuir o ônus do processo. É preciso que os
operadores do direito compreendam a importância do novo
instituto e o usem de forma adequada. Não há motivos para
timidez no seu uso, pois o remédio surgiu para eliminar um mal
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DO PEDIDO
Diante de todo o exposto, requer o Requerente que se digne Vossa Excelência de:
a) Conceder os benefícios da gratuidade judiciária com base na Lei nº 1.060/50, em
razão do Promovente tratar-se de pessoa hipossuficiente, não tendo meios de custear as
despesas processuais e de arcar com um preparo de um eventual Recurso Inominado sem
prejuízo do sustento próprio ou de sua família;
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b) Conceder, nos termos do art. 6º, inc. VIII do CDC, a inversão do ônus da prova
em favor do Promovente;
c) Determinar a citação da Promovida no endereço inicialmente indicado para,
querendo, contestar o feito, bem como comparecer às audiências designadas por esse
juízo, sob pena de revelia;
d) Conceder na conformidade do art. 18 e incisos da Lei 8.078/90, do art. 273, inc.I,
§3º c/c o art. 461 e incisos do CPC, a Tutela Antecipada de forma “initio littis” e “inaudita
altera pars”, para os fins de a Requerida ser obrigada a devolver a quantia de R$ 2.400,00
(dois mil e quatrocentos reais) paga pelo televisor em tela, devidamente corrigida, ou
o recebimento de um televisor novo, de igual valor, de modelo diverso e em perfeitas
condições de uso, nos termos do art. 18, § 1º, inc. I e II da lei 8.078/90. E, o ressarcimento
de R$ 689,50 (seiscentos e oitenta e nove reais, cinquenta centavos), pelo pagamento de
dois meses à TV a cabo, sem utilizá-la por culpa exclusiva da Requerida, sob pena de
multa diária de R$ 100 (cem reais) a ser arbitrada por este Nobre Julgador(a);
e) Ao final, julgar procedente a presente demanda e acolher os pedidos para:
e.1) Confirmar a antecipação dos efeitos da tutela pretendida, nos termos do art.
18 e incisos da Lei 8.078/90, para que a Requerida seja obrigada a devolver a quantia de
R$ 2.400,00 (dois mil e quatrocentos reais) paga pelo televisor em tela, devidamente
corrigida, ou o recebimento de um televisor novo, de igual valor, de modelo diverso e em
perfeitas condições de uso, nos termos do art. 18, § 1º, inc. I e II da lei 8.078/90. E, o
ressarcimento de R$ 689,50 (seiscentos e oitenta e nove reais, cinquenta centavos), pelo
pagamento de dois meses à TV a cabo, sem utilizá-la por culpa exclusiva da Requerida;
e.2) Condenar a Demandada, nos termos dos art. 5º, inc. V da CF/88 c/c art. 186 e
art. 927 do CC/2002 e art. 6º, inc. VI da Lei. 8.078/90 a pagar à Promovente a quantia justa
e razoável de R$ 10.000,00 (dez mil reais) a título de indenização por danos morais;
f) Condenação da Promovida ao pagamento de custas e honorários advocatícios;
g) A produção de todos os meios de prova em direitos admitidos, inclusive
documental;
h) Juntada de documentos necessários à propositura do feito.
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Dá-se a causa o valor de R$ 13.089,50 (treze mil, oitenta e nove reais, cinquenta
centavos) .
Nestes termos,
Pede deferimento.
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