Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
C) DA OBRIGAÇÃO DE FAZER
Apesar de o autor ter entrado em contato inú meras vezes com a empresa ré para que se
realizasse o que havia sido pactuado, a fim de tentar resolver a questã o amigavelmente, o
mesmo nã o o fez. Porém, tendo transcorrido o prazo de 30 (trinta) dias sem a resoluçã o do
defeito pelo fornecedor, o autor requereu a substituiçã o do produto.
De acordo com o art. 18, § 1º, do Có digo de Defesa do Consumidor:
Art. 18. Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não duráveis
respondem solidariamente pelos vícios de qualidade ou quantidade que os tornem
impróprios ou inadequados ao consumo a que se destinam ou lhes diminuam o
valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade, com as indicações
constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou mensagem publicitária,
respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, podendo o consumidor exigir
a substituição das partes viciadas.
§ 1º Não sendo o vício sanado no prazo máximo de trinta dias, pode o consumidor
exigir, alternativamente e à sua escolha:
I - a substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas condições de
uso;
II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo
de eventuais perdas e danos;
III - o abatimento proporcional do preço.
Dessa forma, se faz imperioso a tutela do estado para que obrigue que a Requerida seja
responsabilizada pelos vícios do produto por ela colocados no mercado.
D) DO DANO MORAL
O Autor cumpriu com a sua obrigaçã o, qual seja, efetuar o pagamento pelo produto no valor
de R$1.500,00 e até o presente momento, o produto nã o foi consertado pela ré, contudo,
está sem poder utilizar o produto adquirido.
A demora excessiva na manutençã o do produto impossibilitou o autor de utilizar um bem
que é seu, sendo certo que tal fato nã o pode ser enquadrado no que a doutrina classifica
como mero aborrecimento, uma vez que ocasionou danos ao Autor que devem ser
reparados.
Sucessivas tentativas de entrar em contato com a parte requerida, o ainda problema
persistiu, somado a tudo isso a frustraçã o de nã o convencer o requerido a substituir o
produto defeituoso por um novo, configura certamente em dano moral.
Lamentavelmente o autor da açã o sofreu grande desgosto, sentiu-se desamparado, e foi
extremamente prejudicado conforme já demonstrado. Nesse sentido, é merecedor de
indenizaçã o por danos morais.
Maria Helena Diniz explica que dano moral “é a dor, angústia, o desgosto, a aflição
espiritual, a humilhação, o complexo que sofre a vítima de evento danoso, pois estes
estados de espírito constituem o conteúdo, ou melhor, a conseqüência do dano”. Mais
adiante: “o direito nã o repara qualquer padecimento, dor ou afliçã o, mas aqueles que forem
decorrentes da privaçã o de um bem jurídico sobre o qual a vítima teria interesse
reconhecido juridicamente”. (Curso de Direito Civil – Reponsabilidade Civil, Ed. Saraiva, 18ª
ed., 7ºv., c.3.1, p.92).
A Magna Carta em seu art. 5º consagra a tutela do direito à indenizaçã o por dano material
ou moral decorrente da violaçã o de direitos fundamentais, tais como a intimidade, a vida
privada e a honra das pessoas:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
seguintes:
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização
por dano material, moral ou à imagem;
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas,
assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua
violação;
Também, o Có digo de Defesa do Consumidor, no seu art. 6º, protege a integridade moral
dos consumidores:
Art. 6º - São direitos básicos do consumidor:
VI – a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais,
coletivos e difusos.
Assim, é inegá vel a responsabilidade do fornecedor, pois os danos morais sã o também
aplicados como forma coercitiva, ou melhor, de modo a reprimir a conduta praticada pela
parte ré, que de fato prejudicou o autor da açã o.
IV - DOS PEDIDOS
Diante do exposto acima requer
a) Deferimento do pedido de tutela antecipada nos termos do art. 84 § 3º;
b) Reconhecimento da relaçã o de consumo e inversã o do ô nus da prova, nos termos do art.
6º, VIII, do CDC;
c) Substituiçã o do produto conforme o art. 18, § 1º do Có digo de defesa do Consumidor;
d) Condenaçã o da parte ré a pagar os danos morais no montante justo de R$ xxxx,xx
(xxxx,xx reais);
e) Citaçã o da parte ré para que, querendo, apresente contestaçã o no prazo legal, bem como
provas que achar pertinente para presente caso, sob pena de revelia.
Nestes termos, dá -se à causa o valor de R$ x (x reais).
Termos em que, Pede deferimento.
Rio de Janeiro, XX de XXXX de 20xx.
Advogado XXXXXXXXXXX
OAB nº xxx