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AO JUIZO DE DIREITO DE UMA DAS VARAS CIVEIS E DE RELAÇÕES DE

CONSUMO DA COMARCA DE CIDADE ..., ESTADO... (ART. 53, INCISO III,D


E IV DO CPC) 
 
 
 
 
 
 
 
 JESSICA, nacionalidade..., profissão..., estado civil..., portadora do rg...,
inscrita no cpf..., endereço eletrônico..., endereço completo..., telefone...,
FLEDOBERTO, nacionalidade..., profissão..., estado civil..., portador do rg..., inscrito
no cpf..., endereço eletrônico..., endereço completo..., telefone...,vem, por intermédio de
seu advogado, constituído mediante instrumento de mandato anexo, com endereço
profissional constante no rodapé, perante V. Exa., propor
 
AÇÃO INDENIZATÓRIA POR DANOS MATERIAIS E MORAIS, com base nos
Art. 5º, inciso V e X da CFRB/88, Art. 186, 187, 927, 929, 944 do CC e artigo 4°, I,
III, IV e Art. 6° do CDC
 
Em face de FARMACIA VIDA SAUDE, nome fantasia..., inscrita no CNPJ
n..., situado no endereço completo..., endereço eletrônico..., telefone..., pelos motivos de
fato e de direito a seguir expostos.
 
DO BENEFÍCIO DA JUSTIÇA GRATUITA 

 A parte autora não tem condições financeiras suficientes para arcar com o
pagamento das custas processuais e honorários advocatícios sem que isso ocasione
prejuízo do próprio sustento.
O referido pedido decorre dos prejuízos financeiros suportados pela compra do
remédio, e possui amparo no art. 98 e seguintes do código de processo civil.
Em razão do exposto, requer a concessão da gratuidade de justiça. Anexa- se a
declaração de hipossuficiência econômica.

 DA COMPETÊNCIA
O Art. 53, inciso IV, estabelece que o foro competente para ajuizar ação de
reparação de dano é o do lugar do ato ou fato.
Em sendo assim, a presente demanda está sendo ajuizada no Local do fato, razão
pela qual requer o regular o processamento do feito.

DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO

A parte Requerente manifesta-se favorável à audiência de conciliação, o


que faz com fulcro nos artigos 319, VII, combinado com artigo 334, do Código
de Processo Civil, requerendo desde já a designação de data para o ato
conciliatório.

DOS FATOS 

No dia 02 de setembro de 2019, Jessica e Fledoberto dirigiram-se à


Farmácia Vida Saúde, e adquiriram o medicamento Colikids de 5ml. Esse
medicamento, com base em probióticos, serve para diminuir o desconforto do
bebê com as cólicas dos primeiros meses de vida, melhorando o funcionamento
do sistema digestivo e atuando de forma direta no equilíbrio da flora intestinal.

A compra foi realizada pelos requerentes junto à funcionaria da empresa


requerida, Luana Silva, pagando o valor de R$112,51 (cento de doze reais e
cinquenta e um centavos), conforme nota fiscal nº 95.997, em anexo.

O medicamento foi utilizado pelo filho de Jessica e Fledoberto, Miguel


Almeida, lactente de 1 mês e 21 dias, que sofria com problemas de desarranjo
intestinal, por um período de 25 dias.

Contudo, o medicamento não produzia os efeitos propostos, necessitando


uma nova consulta de um médico, afim de informações do porquê o remédio não
estar surtindo os seus efeitos. O médico então, informou ser uma anormalidade o
resultado, vez que o medicamento é aceito e produz o efeito esperado na
integralidade das crianças, mas, de qualquer sorte, prescreveu um outro remédio
no intuito de alcançar o resultado almejado.

Preocupada com a afirmação do especialista, os requerentes após analisar


o frasco do medicamento Colikids descobriram que este foi vendido pela
empresa requerida após um mês de vencido.

Em razão dos fatos narrados, necessário se faz o ajuizamento da presente


ação de indenização por danos morais e materiais em face da requerida, por não
ter sido possível a composição extrajudicial, passando a partir de então a
apresentar de forma individualizada o fundamento legal.

DO DIREITO/MÉRITO
DO DANO MATERIAL:

No item anterior, foi dito que a parte requerente procedeu ao pagamento


de R$112,51 referente ao medicamento Colikids para o filho de um mês e vinte
um dias, o qual estava vencido.

Em decorrência disso tornou-se necessário a realização de nova consulta


medica no valor de R$... e também comprou novo medicamento no valor de
R$...

O surgimento das despesas acima contadas decorrem da negligencia,


imperícia e má prestação de serviço da parte requerida, razão pela qual torna-se
imperiosa a condenação da requerida dos danos materiais causados a parte
requerente, com base nos Art. 929, 944 do CC, abaixo transcrito:

Art. 929. Se a pessoa lesada, ou o dono da coisa,


no caso do inciso II do art. 188, não forem
culpados do perigo, assistir-lhes-á direito à
indenização do prejuízo que sofreram.

Art. 944. A indenização mede-se pela extensão


do dano.

DO DANO MORAL:

Conforme demonstrado pelos fatos narrados e provas que junta no


presente processo, a empresa ré ao falhar na sua prestação de serviços, ao vender
o medicamento COLIKIDS vencido, o qual deixou de produzir os efeitos
desejados. Cumpre destacar que o medicamento deveria ser usado pelo filho dos
requerentes, uma criança com um mês e vinte e um dias de vida.

Os pais, ora requerentes ficaram muito angustiados ao constatarem que o


medicamento não produziu efeito desejado porque absurdamente foi vendido
pela empresa requerida com o vencimento ultrapassado, ou seja, depois de um
mês vencido.

Em razão do medicamento estar fora da validade a criança de um mês e


vinte um dias suportou infinitas cólicas sendo necessária a realização de nova
consulta e utilização de novo medicamento

A negligencia e má prestação de serviço da reclamada causou enorme e


irreparável dano psicológico aos requerentes, visto que se quer cumpriu com sua
obrigação primária de zelo e cuidado com os clientes.

O caso em tela não se trata de mero aborrecimento, mas sim serio abalo
emocional aos requerentes, razão pela qual, requer a condenação da parte
requerida aos danos morais, em valor a ser fixado por esse juízo em valor
compatível ao dano suportado, visando impedir e compelir a continuidade da
pratica delituosa.
DA VIOLAÇÃO AO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR

Fica nítida a relação de consumo no caso em tela, haja vista que a parte Autora
comprou o remédio no estabelecimento comercial da empresa Requerida, portanto, está
amparada no artigo 2° e 3°, parágrafo 2° do CDC.

Há comprovação de violação aos princípios que regem as relações de consumo,


constantes no artigo 4°, I, III, IV do CDC, quais sejam a boa-fé, equidade e o equilíbrio
contratual da informação.

O artigo 6° do mesmo diploma legal estabelece como direitos básicos do


consumidor:

Art. 6º São direitos básicos do


consumidor:

I - a proteção da vida, saúde e segurança


contra os riscos provocados por práticas
no fornecimento de produtos e serviços
considerados perigosos ou nocivos

VI - a efetiva prevenção e reparação de


danos patrimoniais e morais, individuais,
coletivos e difusos;

VIII - a facilitação da defesa de seus


direitos, inclusive com a inversão do ônus
da prova, a seu favor, no processo civil,
quando, a critério do juiz, for verossímil
a alegação ou quando for ele
hipossuficiente, segundo as regras
ordinárias de experiências;

IX - (Vetado); X - a adequada e eficaz


prestação dos serviços públicos em geral.
Parágrafo único. A informação de que
trata o inciso III do caput deste artigo
deve ser acessível à pessoa com
deficiência, observado o disposto em
regulamento. (Incluído pela Lei nº
13.146, de 2015) (Vigência)

Destaque-se a verossimilhança das alegações da parte Autora está


consubstanciada na mais do que suficiente prova documental acostada a inicial.

DO VALOR DA INDENIZAÇÃO PELO DANO MORAL E MATERIAL:

No que concerne ao quantum indenizatório, forma-se o entendimento


jurisprudencial, mormente em sede de dano moral, no sentido de que a indenização
pecuniária não tem apenas o cunho de reparação de prejuízo, mas também caráter
punitivo ou sancionatório, pedagógico, preventivo e repressor, a indenização não apenas
repara o dano, repondo o patrimônio abalado, mas também atua como forma educativa
ou pedagógica para o ofensor e a sociedade intimidativa para evitar perdas e danos
futuros. Impende destacar ainda, que tendo em vista serem os direitos atingidos muito
mais valiosos que os bens e interesses econômicos, pois reportam a dignidade humana,
a intimidade, a intangibilidade dos direitos à personalidade, pois abrange toda e
qualquer proteção à pessoa, seja física ou psicológica. As situações de angústia, paz de
espirito abalada, de mal-estar e amargura devem somar-se nas conclusões do juiz para
que este saiba dosar com justiça a condenação do ofensor. Assim sendo, deve-se
verificar o grau de censurabilidade da conduta, a proporção entre o dano moral e
material e a média dessa condenação, cuidando se para não se arbitrar tão pouco, para
que não se perca o caráter sancionador, ou muito, que caracterize o enriquecimento
ilícito.

Portanto, diante dos fatos trazidos, e pelo poderio econômico da empresa


Requerida, das circunstancias do evento e dos prejuízos causados a parte Autora,
mostra-se justo e razoável a condenação por danos morais no valor de R$ ... , E pelos
danos materiais o valor de R$112,51 pelo medicamento Colikids, R$ .... pela consulta
medica, R$... pelo novo medicamento.

DOS PEDIDOS:

Pelo exposto, requer:

1-Seja concedida a gratuidade de Justiça a parte Autora, com base no Art. 98 e


99, § 3º e 4º do CPC;

2-Seja determinada a citação da Requerida no endereço supracitado, na pessoa


de seu representante legal, a fim de que compareça à audiência conciliatória, Art. 334
do CPC e após apresente, caso queira, contestação no prazo de lei, 15 dias úteis, Art.335
do CPC, sob pena de decretação de revelia, Art. 344 do CPC;

4-Inversão do ônus da prova, conforme o artigo 6°, VIII, do CDC, se assim


entender necessário;

5-Seja julgada totalmente procedente a Ação, a fim de condenar a Requerida ao


pagamento de indenização pelos danos morais sofridos pela parte autora, com base nos
Art. 5º, inciso V e X da CFRB/88, Art. 186, 187, 927 do CC, artigo 4°, I, III, IV e Art.
6° do CDC, em valor R$..., acrescidos com juros e correção monetária;

6-Condenar a requerida ao pagamento dos danos materiais, Art. 927, 929, 944,
do CC, referentes ao medicamento (COLIKIDS) vencido no valor de R$ 112,51,
consulta medica realizada para reanalise R$..., novo medicamento R$..., acrescidos com
juros e correção monetária;

7-Condenar a parte requerida ao pagamento de custas processuais, Art. 82, §2º


do CPC e honorários advocatícios Art. 85, §2° do CPC, sucumbenciais no percentual de
20% sobre o valor atribuído à causa, em fase recursal;
8-Protesta provar por todos os meios de prova em direito admitidos, em especial
prova documental, testemunhal, sob pena de confesso, Art. 369 e 370 do CPC;

Atribui-se à causa o valor de R$ ..., com base no Art. 291 e 292, inciso VI, do
CC.

Termos em que, pede e espera Deferimento.

Local..., data...

Advogado(a)..., OAB...

 
 

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