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LEGISLAÇÃO

PENAL ESPECIAL
Lei n. 7.716/1989 – Crimes Resultantes de
Preconceitos de Raça ou de Cor

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Lei n. 7.716/1989 – Crimes Resultantes de Preconceitos de Raça ou de Cor
Fábio Roque e Flávia Araújo

Sumário
Apresentação......................................................................................................................................................................3
Lei n. 7.716/1989 – Crimes Resultantes de Preconceitos de Raça ou de Cor. ...............................4
1. Aspectos Gerais sobre a Lei n. 7.716/1989. ...................................................................................................4
1.1. Incitação ao Ódio Público contra Denominações Religiosas...........................................................5
1.2. Aplicação da Lei n. 7.716/1989 às Condutas Homofóbicas e Transfóbicas............................7
1.3. Distinção entre o Crime de Racismo e o Crime de Injúria Qualificada. .......................................9
2. Crimes em Espécie....................................................................................................................................................12
2.1. Art. 3º da Lei n. 7.716/1989...............................................................................................................................13
2.2. Art. 4º, Caput e § 1º da Lei n. 7.716/1989. .................................................................................................13
2.3. Art. 4º, § 2º da Lei n. 7.716/1989...................................................................................................................15
2.4. Art. 5º da Lei n. 7.716/1989..............................................................................................................................16
2.5. Art. 6º da Lei n. 7.716/1989..............................................................................................................................17
2.6. Art. 7º da Lei n. 7.716/1989..............................................................................................................................18
2.7. Art. 8º da Lei n. 7.716/1989..............................................................................................................................19
2.8. Art. 9º da Lei n. 7.716/1989.............................................................................................................................20
2.9. Art. 10 da Lei n. 7.716/1989............................................................................................................................. 22
2.10. Art. 11 da Lei n. 7.716/1989. . ..........................................................................................................................23
2.11. Art. 12 da Lei n. 7.716/1989............................................................................................................................ 24
2.12. Art. 13 da Lei n. 7.716/1989...........................................................................................................................25
2.13. Art. 14 da Lei n. 7.716/1989...........................................................................................................................26
2.14. Art. 20, Caput, da Lei n. 7.716/1989......................................................................................................... 28
2.15. Art. 20, § 1º, da Lei n. 7.716/1989. ...............................................................................................................31
3. Efeitos da Condenação (Art. 16 e 18 da Lei n. 7.716/1989). ...............................................................32
Resumo................................................................................................................................................................................33
Mapa Mental.....................................................................................................................................................................34
Questões de Concurso................................................................................................................................................35
Gabarito...............................................................................................................................................................................50
Gabarito Comentado.....................................................................................................................................................51
Referências........................................................................................................................................................................86
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Fábio Roque e Flávia Araújo

Apresentação
Olá, futuro(a) concursado(a)!
Nós e toda a equipe do GRAN estamos aqui para te dar o máximo de dicas, teorias, exercí-
cios, respondendo questões de concurso e criando questões inéditas para que você consiga
fixar todo o conteúdo estudado!
As referências bibliográficas estarão presentes ao final da aula. Assim, você terá um supor-
te caso queira um aprofundamento sobre os temas.
Traremos, também, jurisprudência atualizada, pois, sabemos que não basta saber a legis-
lação ou as considerações doutrinárias sobre Legislação Penal Especial, sendo imprescindível
o estudo das compreensões dos tribunais.
Aqui, nesta aula iremos estudar sobre a Lei n. 7.716/1989, que “Define os crimes resultan-
tes de preconceito de raça ou de cor”. Iremos tratar sobre suas disposições normativas e os
principais posicionamentos doutrinários e jurisprudenciais sobre o tema.
Esperamos que você goste do que vamos estudar e do material a seguir. Por favor: ma-
terial obrigatório! Então, fica ligado no curso GRAN. Estamos esperando as dúvidas no Fó-
rum do aluno!
Vamos começar?

Flávia Araújo
Advogada, professora,
Mestra em Políticas Sociais e Cidadania (Ucsal).

Fábio Roque Araújo (@professorfabioroque)


Juiz Federal, professor e autor de obras jurídicas;
Doutor e Mestre em Direito Público pela UFBA.
Canal no Youtube: Fábio Roque Araújo

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LEI N. 7.716/1989 – CRIMES RESULTANTES DE


PRECONCEITOS DE RAÇA OU DE COR
Nesta aula, vamos estudar sobre a Lei n. 7.716/1989, que ficou muito conhecida como a
Lei de combate ao racismo, mas que, na verdade, criminaliza condutas resultantes de discrimi-
nação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.
A criminalização de condutas deve estar prevista, prévia e expressamente, em lei infra-
constitucional. Embora a Constituição Federal não criminalize condutas, poderá estabelecer
mandados de criminalização. Nestes mandados, o constituinte orienta o legislador ordinário
para que este, posteriormente, proteja determinados bens jurídicos por meio da ingerência do
direito penal.
O art. 5º, XLII da Constituição Federal traz um mandado de criminalização para o racismo,
ao estabelecer que: “a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à
pena de reclusão, nos termos da lei.”
Não custa anotarmos que a Constituição Federal só prevê duas hipóteses de imprescriti-
bilidade penal: a primeira, se refere ao crime de racismo (art. 5º, XLII) e a segunda diz respeito
à ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Demo-
crático (art. 5º, XLIV).
A Carta Magna também só admite três hipóteses de crimes inafiançáveis: a) o racismo
(art. 5º, XLII); b) ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o
Estado Democrático (art. 5º, XLIV); c) os crimes hediondos e a eles equiparados (tráfico ilícito
de entorpecentes e drogas afins, a tortura e o terrorismo).
A Lei n. 7.716/1989 veio, então, regulamentar o mandado de criminalização previsto no art.
5º, XLII da CF/88, e é sobre esta norma que iremos estudar, nesta aula.
Como sempre costumamos dizer, não esqueça que a leitura da lei é imprescindível para o
nosso estudo!

1. Aspectos Gerais sobre a Lei n. 7.716/1989


A Lei n. 7.716/1989 passou por significativas alterações desde quando foi promulgada.
Inicialmente, suas disposições se restringiam a crimes resultantes de preconceitos de raça
ou de cor. Porém, sua incidência foi ampliada pela Lei 9.459/97, que alterou o art. 1º da Lei n.
7.716/1989, para punir crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia,
religião ou procedência nacional.

 Obs.: A Lei n. 7.716/1989 criminaliza a chamada “discriminação negativa”, ou seja, aquela


que provoca a exclusão, distinção ou restrição de direitos, em razão da raça, cor, etnia,
religião ou procedência nacional. A “discriminação positiva”, a exemplo das ações

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afirmativas como cotas, não configura crime, tampouco violação ao princípio da isono-
mia, que deve ser compreendido em sua feição material (tratar os desiguais à medida
de suas desigualdades).

Abrangência da Lei n. 7.716/1989: pune crimes resultantes de discriminação ou preconceito


decorrentes de:
a) Raça
b) Cor
c) Etnia
d) Religião
e) Procedência Nacional

1.1. Incitação ao Ódio Público contra Denominações Religiosas


Como acabamos de ver, a Lei n. 7.716/1989 tipifica, e aplica sanções penais, às condutas
preconceituosas ou discriminatórias cometidas contra etnia ou qualquer religião. Sobre este
tema, é importante destacarmos algumas decisões importantes do STF.
Em 2003, um editor, chamado Siegfried Ellwanger, foi condenado por publicar livros com
conteúdo antissemita. No HC 82424, julgado pelo STF, a defesa argumentou que a conduta do
impetrante estaria acobertada pelo direito fundamental à liberdade de expressão. A Corte, no
entanto, julgou o pedido improcedente, entendendo que o editor praticou crime de racismo, de
caráter imprescritível e inafiançável, sujeito à pena de reclusão, conforme estabelece o art. 5º,
XLII da CF/88.
Neste julgado, o STF pontuou que o ordenamento jurídico brasileiro não possui direitos
absolutos e que, portanto, a liberdade de expressão possui limites morais e jurídicos, não po-
dendo ser utilizada para o cometimento de ilícitos penais. Este julgado ficou amplamente co-
nhecido como “caso Ellwanger”: Vamos ler alguns trechos...

JURISPRUDÊNCIA
1.Escrever, editar, divulgar e comerciar livros “fazendo apologia de ideias preconceituo-
sas e discriminatórias” contra a comunidade judaica (Lei 7716/89, artigo 20, na redação
dada pela Lei 8081/90) constitui crime de racismo sujeito às cláusulas de inafiançabili-
dade e imprescritibilidade (CF, artigo 5º, XLII).
(...)
10. A edição e publicação de obras escritas veiculando ideias anti-semitas, que buscam
resgatar e dar credibilidade à concepção racial definida pelo regime nazista, negadores
e subversoras de fatos históricos incontroversos como o holocausto, consubstanciadas
na pretensa inferioridade e desqualificação do povo judeu, equivalem à incitação ao dis-
crímen com acentuado conteúdo racista, reforçadas pelas consequências históricas dos
atos em que se baseiam.

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(...)
13. Liberdade de expressão. Garantia constitucional que não se tem como absoluta. Limi-
tes morais e jurídicos. O direito à livre expressão não pode abrigar, em sua abrangência,
manifestações de conteúdo imoral que implicam ilicitude penal.
14. As liberdades públicas não são incondicionais, por isso devem ser exercidas de
maneira harmônica, observados os limites definidos na própria Constituição Federal (CF,
artigo 5º, § 2º, primeira parte). O preceito fundamental de liberdade de expressão não
consagra o “direito à incitação ao racismo”, dado que um direito individual não pode cons-
tituir-se em salvaguarda de condutas ilícitas, como sucede com os delitos contra a honra.
Prevalência dos princípios da dignidade da pessoa humana e da igualdade jurídica. (STF.
HC 82424, Relator p/ Acórdão Min. Maurício Corrêa. Plenário. Julgado em 17/09/2003.)

Em 2018, um pastor foi condenado, em primeira instância, pela prática de crime previsto no
art. 20, § 2º, da Lei n. 7.716/89, por fazer publicações ofensivas à adeptos de outras religiões.
Nos conteúdos publicados, o pastor afirmava, entre outras coisas, que o islamismo era uma
religião assassina, que pessoas de determinadas crenças “sofrem, padecem, são estupradas,
violentadas, vivem em medo, em angústia, em aflição” etc.
A defesa argumentou que a conduta praticada era atípica, já que estava acobertada pelo
direito à liberdade de expressão. A linha defensiva afirmou, ainda, que “o exercício regular do
direito de religião compreende o direito de criticar religiões, não sendo lícito obstaculizar o con-
fronto aberto de visões religiosas (...)”.
O STF, porém, entendeu que o pastor praticou crime previsto no art. 20, § 2º da Lei n.
7.716/1989, ao praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de religião, por inter-
médio dos meios de comunicação social ou publicação.

JURISPRUDÊNCIA
(...) 2. O direito à liberdade religiosa é, em grande medida, o direito à existência de uma
multiplicidade de crenças/descrenças religiosas, que se vinculam e se harmonizam –
para a sobrevivência de toda a multiplicidade de fés protegida constitucionalmente – na
chamada tolerância religiosa.
3. Há que se distinguir entre o discurso religioso (que é centrado na própria crença e nas
razões da crença) e o discurso sobre a crença alheia, especialmente quando se faça com
intuito de atingi-la, rebaixá-la ou desmerecê-la (ou a seus seguidores). Um é tipicamente
a representação do direito à liberdade de crença religiosa; outro, em sentido diametral-
mente oposto, é o ataque ao mesmo direito.
4. Como apontado pelo Superior Tribunal de Justiça no julgado recorrido, a conduta do
paciente não consiste apenas na “defesa da própria religião, culto, crença ou ideologia,
mas, sim, de um ataque ao culto alheio, que põe em risco a liberdade religiosa daque-
les que professam fé diferente [d]a do paciente. (STF – RHC 146303/RJ, Rel. Min Edson
Fachin, red. p/ o ac. Min Dias Toffoli. 2ª Turma. Julgado em 6/3/2018).

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1.2. Aplicação da Lei n. 7.716/1989 às Condutas Homofóbicas e


Transfóbicas
Com base no art. 1º da Lei n. 7.716/1989, o âmbito de abrangência dos crimes previstos
em seus dispositivos se restringe à discriminação ou preconceito decorrente de raça, cor, etnia,
religião ou procedência nacional.
Portanto, com base no princípio da proibição da analogia in malam partem, as condutas
preconceituosas ou discriminatórias relacionada à gênero, idade, condição de pessoa portado-
ra de deficiência, não se submetem aos regramentos da Lei n. 7.716/1989. Há, contudo, legis-
lações penais específicas que tratam da matéria, a exemplo da Lei Maria da Penha, o Estatuto
do Idoso, Lei de discriminação ao portador de deficiência etc.
A grande questão, contudo, se refere ao preconceito ou discriminação com base na orien-
tação sexual do indivíduo. Perceba que o art. 1º da Lei n. 7.716/1989 não trata do tema. E, por
outro lado, não há legislação penal específica que criminalize estas condutas. Ou seja, atual-
mente, a homofobia e a transfobia não são penalmente tipificadas no ordenamento jurídico
brasileiro.
Em razão desta ausência de proteção normativa, a Associação Brasileira de Gays, Lésbicas
e Transgêneros (ABGLT) impetrou, em 2012, o mandado de injunção 4.733/DF, argumentando
que a falta de norma regulamentadora, que criminalize condutas homofóbicas e transfóbicas,
torna inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e as prerrogativas inerentes
à cidadania.
A associação defendeu, ainda, a inconstitucionalidade na morosidade do Congresso Na-
cional, já que o art. 5º, XLI da Constituição, determina que “a lei punirá qualquer discriminação
atentatória dos direitos e liberdades fundamentais”. Com base nestes argumentos, requereu
que a Lei n. 7.716/1989 fosse aplicada para condutas resultantes de discriminação ou pre-
conceito por orientação sexual ou identidade de gênero, até que o Congresso Nacional legisle
a respeito.
Em 2013, foi ajuizada a Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 26, pelo Partido Popular So-
cialista (PPS). Assim como no Mandado de Injunção, a ADO 26/DF também argumentou pela
inconstitucionalidade na omissão do Congresso Nacional, diante da existência de mandados
de criminalização não cumpridos, a exemplo do art. 5º, XLI e XLII da CF/88.
A morosidade do Congresso Nacional é ponto pacífico em doutrina e jurisprudência. O que
se discutia, na realidade, era se a aplicação da Lei n. 7.716/1989, às condutas homofóbicas e
transfóbicas, consistiria em analogia in malam partem, proibida no ordenamento jurídico brasi-
leiro. O STF entendeu que não.
No julgamento da ADO 26/DF o Supremo entendeu que as condutas homofóbicas e trans-
fóbicas traduzem expressões de racismo, entendido em sua dimensão social. Assim, não ha-
veria analogia in malam partem na aplicação da Lei n. 7.716/1989 a estes casos, e sim, inter-
pretação conforme a Constituição.

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A partir deste posicionamento, o STF fixou a tese de que, até que a omissão legislativa seja
sanada, as condutas que envolvam preconceito ou discriminação em razão da orientação se-
xual ou à identidade de gênero, se adequam aos preceitos primários de incriminação previstos
na Lei n. 7.716/1989. Neste julgado foram fixadas as seguintes teses:

JURISPRUDÊNCIA
1. Até que sobrevenha lei emanada do Congresso Nacional destinada a implementar os
mandados de criminalização definidos nos incisos XLI e XLII do art. 5º da Constituição
da República, as condutas homofóbicas e transfóbicas, reais ou supostas, que envolvem
aversão odiosa à orientação sexual ou à identidade de gênero de alguém, por traduzi-
rem expressões de racismo, compreendido este em sua dimensão social, ajustam-se, por
identidade de razão e mediante adequação típica, aos preceitos primários de incrimina-
ção definidos na Lei n. 7.716, de 08.01.1989, constituindo, também, na hipótese de homi-
cídio doloso, circunstância que o qualifica, por configurar motivo torpe (Código Penal, art.
121, § 2º, I, “in fine”);
2. A repressão penal à prática da homotransfobia não alcança nem restringe ou limita o
exercício da liberdade religiosa, qualquer que seja a denominação confessional profes-
sada, a cujos fiéis e ministros (sacerdotes, pastores, rabinos, mulás ou clérigos muçul-
manos e líderes ou celebrantes das religiões afro-brasileiras, entre outros) é assegurado
o direito de pregar e de divulgar, livremente, pela palavra, pela imagem ou por qualquer
outro meio, o seu pensamento e de externar suas convicções de acordo com o que se
contiver em seus livros e códigos sagrados, bem assim o de ensinar segundo sua orien-
tação doutrinária e/ou teológica, podendo buscar e conquistar prosélitos e praticar os
atos de culto e respectiva liturgia, independentemente do espaço, público ou privado, de
sua atuação individual ou coletiva, desde que tais manifestações não configurem dis-
curso de ódio, assim entendidas aquelas exteriorizações que incitem a discriminação, a
hostilidade ou a violência contra pessoas em razão de sua orientação sexual ou de sua
identidade de gênero;
3. O conceito de racismo, compreendido em sua dimensão social, projeta-se para além
de aspectos estritamente biológicos ou fenotípicos, pois resulta, enquanto manifestação
de poder, de uma construção de índole histórico-cultural motivada pelo objetivo de justi-
ficar a desigualdade e destinada ao controle ideológico, à dominação política, à subjuga-
ção social e à negação da alteridade, da dignidade e da humanidade daqueles que, por
integrarem grupo vulnerável (LGBTI+) e por não pertencerem ao estamento que detém
posição de hegemonia em uma dada estrutura social, são considerados estranhos e dife-
rentes, degradados à condição de marginais do ordenamento jurídico, expostos, em con-
sequência de odiosa inferiorização e de perversa estigmatização, a uma injusta e lesiva
situação de exclusão do sistema geral de proteção do direito (STF – ADO 26/DF. Rel. Min.
Celso de Mello; MI 4733/DF, Rel. Min. Edson Fachin. Plenário. Julgados em 13/6/2019 -
Informativo 944).

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1.3. Distinção entre o Crime de Racismo e o Crime de Injúria Qualificada


O art. 140 do Código Penal prevê a injúria como espécie de crime contra a honra, cuja
conduta consiste em “Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro”, punível com a
detenção, de um a seis meses, ou multa.
O § 3º do mesmo artigo traz uma qualificadora para este crime, prevendo a pena de reclu-
são, de um a três anos e multa, “Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a
raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência”.
O crime de injúria qualificada é comumente chamado de injúria preconceituosa ou injúria
racial, e não pode ser confundido com os crimes previstos na Lei n. 7.716/1989.
Na injúria racial o agente pratica a conduta contra pessoa (ou grupo de pessoas) determi-
nada. Neste caso, “a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora
de deficiência”, são utilizadas para ofender a honra subjetiva da vítima.
Já nos crimes previstos na Lei n. 7.716/1989, o agente impede o exercício de algum direito
da vítima, em razão de preconceito ou discriminação decorrente de raça, cor, etnia, religião ou
procedência nacional. Podemos citar, como exemplo, o crime previsto no art. 4º da norma,
consistente na conduta de “Negar ou obstar emprego em empresa privada”.
Perceba que, na injúria qualificada, o agente tem a intenção de ofender a honra (dignidade
ou decoro) de determinada pessoa, por meio de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião,
origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência.
Já no crime de racismo ou preconceito, a conduta praticada visa segregar a vítima, impe-
dindo, por exemplo, o seu o acesso a determinados locais cargos ou empregos; recusando
atendimento em estabelecimentos etc.
Em resumo, o bem jurídico tutelado na injúria qualificada é a honra subjetiva. Por outro
lado, o bem jurídico tutelado na Lei n. 7.716/1989 é a igualdade.
Exemplo: O sujeito que chama uma pessoa de “negrinha burra”, comete crime de injúria
qualificada, previsto no art. 140, § 3º do CP. Por outro lado, se este sujeito recusar a hospeda-
gem de pessoa negra em seu hotel, incorrerá no crime de racismo, previsto no art. 7º da Lei n.
7.716/1989.
É importante, ainda, não confundirmos o crime de injúria qualificada com o crime previsto
no art. 20 da Lei n. 7.716/1989, que possui a seguinte redação:

Art. 20. Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou
procedência nacional.
Pena – reclusão de um a três anos e multa.

Perceba que as condutas, descritas neste artigo, não são voltadas a impedir, recusar ou
obstar o acesso de direitos, como ocorre nos demais artigos da Lei n. 7.716/1989. Porém, este
tipo penal também não se confunde com o crime de injúria preconceituosa, previsto no art.
140, § 3º do Código Penal.

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No crime previsto no art. 20 da Lei n. 7.716/1989 as condutas não se dirigem à pessoas


determinadas, com o intuito de ofender a sua honra, e sim a um número indeterminado de su-
jeitos pertencentes à mesma coletividade, ou seja, que possuem a mesma raça, cor, religião ou
procedência nacional.

EXEMPLO
O sujeito que chama uma pessoa de “nordestina ignorante”, comete crime de injúria qualifica-
da, pois utilizou a origem da vítima a fim de ofender a sua honra. Por outro lado, o agente que
faz publicações, em suas redes sociais, afirmando que nordestinos são ignorantes, comete
crime de preconceito, previsto no art. 20, § 2º da Lei n. 7.716/1989.

Sobre o tema, é interessante trazermos um julgado do STJ, no qual um comissário de bordo


americano, na intenção de ofender um passageiro brasileiro afirmou que: “amanhã vou acordar
jovem, bonito, orgulhoso, rico e sendo um poderoso americano, e você vai acordar como safado,
depravado, repulsivo, canalha e miserável brasileiro”
Na época questionou-se se o comissário havia cometido crime de injúria racial ou de pre-
conceito. Lembre-se que, na injúria racial, o agente ofende a dignidade e o decoro de “alguém”,
ou seja, o crime é dirigido contra uma pessoa específica.
No caso narrado, o STJ entendeu que o agente pretendeu se colocar em posição de su-
perioridade, enquanto americano, inferiorizando a vítima, por ser brasileira. Deste modo, ao
usar o termo “miserável brasileiro”, o comissário atribuiu, a todos os brasileiros, a condição de
miserável. Assim, não há de se falar em injúria racial, já que a conduta se dirigiu a um número
indeterminado de pessoas pertencentes à mesma coletividade (brasileiros), e não apenas ao
passageiro.
Com base neste entendimento, o STJ entendeu que o comissário cometeu crime previsto
no art. 20 da Lei n. 7.716/1989.

JURISPRUDÊNCIA
PROCESSUAL PENAL. RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. Art. 20, DA LEI N.
7.716/89. ALEGAÇÃO DE QUE A CONDUTA SE ENQUADRARIA NO Art. 140, § 3º, DO CP.
IMPROCEDÊNCIA. TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL. FALTA DE JUSTA CAUSA. INOCOR-
RÊNCIA. I - O crime do art. 20, da Lei n. 7.716/89, na modalidade de praticar ou incitar
a discriminação ou preconceito de procedência nacional, não se confunde com o crime
de injúria preconceituosa (art. 140, § 3º, do CP). Esta tutela a honra subjetiva da pessoa.
Aquele, por sua vez, é um sentimento em relação a toda uma coletividade em razão de
sua origem (nacionalidade). II - No caso em tela, a intenção dos réus, em princípio, não era
precisamente depreciar o passageiro (a vítima), mas salientar sua humilhante condição
em virtude de ser brasileiro, i.e., a ideia foi exaltar a superioridade do povo americano em
contraposição à posição inferior do povo brasileiro, atentando-se, dessa maneira, contra

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Lei n. 7.716/1989 – Crimes Resultantes de Preconceitos de Raça ou de Cor
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a coletividade brasileira. Assim, suas condutas, em tese, subsumem-se ao tipo legal do


art. 20, da Lei n. 7.716/86. (...). (STJ – RHC 19.166. Rel. Min. Felix Fisher. Quinta Turma.
Julgado em 24/10/2006. Dje 20/11/2006)

Outra distinção importante, entre os dois crimes, diz respeito à ação penal. Na injúria qua-
lificada a ação penal será pública condicionada à representação da vítima, conforme prevê o
parágrafo único do art. 145 do Código Penal. Já os crimes previstos na Lei n. 7.716/1989, são
de ação penal pública incondicionada.

1.3.1. Imprescritibilidade do Crime de Injúria Qualificada

Antes de mais nada, é importante lembrarmos que o racismo constitui crime imprescritível
(art. 5º, XLII da CF/88). A jurisprudência é pacífica ao entender que o conceito de racismo deve
ser entendido como discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência
nacional, como aponta o art. 1º da Lei n. 7.716/1989.1
Portanto, os crimes previstos no art. 7.716/89 são imprescritíveis. E o crime de injúria ra-
cial, previsto no art. 140, § 3º do Código Penal? Vamos ao caso concreto...
Uma senhora de 80 anos de idade chamou a frentista de um posto de gasolina de “negrinha
nojenta, ignorante e atrevida”. Perceba que, neste caso, a senhora utilizou elementos referentes
à raça e cor para ofender a honra da vítima (pessoa determinada), praticando, assim, o crime
de injúria racial. Houve condenação em primeira instância.
O art. 115 do Código Penal estabelece que os prazos prescricionais são reduzidos à me-
tade se o criminoso era, na data da sentença, maior de 70 (setenta) anos. Com base neste
artigo, a defesa requereu a extinção da punibilidade da agente (que tinha 80 anos), em razão
do transcurso de metade do prazo prescricional. Porém, o STJ negou o recurso, entendendo
que o crime de injúria racial é imprescritível. O caso chegou ao STF, que seguiu a mesmo posi-
cionamento.
No HC 154248/DF o Supremo entendeu que a injúria racial busca coibir a prática de racismo,
consistindo, assim, em crime imprescritível e inafiançável, nos termos do art. 5º, XLII da CF/88.

JURISPRUDÊNCIA
A prática de injuria racial, prevista no art. 140, § 3º, do Código Penal (CP), traz em seu bojo
o emprego de elementos associados aos que se definem como raça, cor, etnia, religião ou
origem para se ofender ou insultar alguém.
Consistindo o racismo em processo sistemático de discriminação que elege a raça como
critério distintivo para estabelecer desvantagens valorativas e materiais, a injúria racial
consuma os objetivos concretos da circulação de estereótipos e estigmas raciais.
1
O STF passou a entender que a prática de condutas homofóbicas ou transfóbicas também se amoldam ao
conceito de racismo (ADO 26/DF).

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Nesse sentido, é insubsistente a alegação de que há distinção ontológica entre as con-


dutas previstas na Lei 7.716/1989 e aquela constante do art. 140, § 3º, do CP. Em ambos
os casos, há o emprego de elementos discriminatórios baseados naquilo que sociopo-
liticamente constitui raça, para a violação, o ataque, a supressão de direitos fundamen-
tais do ofendido. Sendo assim, excluir o crime de injúria racial do âmbito do mandado
constitucional de criminalização por meras considerações formalistas desprovidas de
substância, por uma leitura geográfica apartada da busca da compreensão do sentido e
do alcance do mandado constitucional de criminalização, é restringir-lhe indevidamente a
aplicabilidade, negando-lhe vigência. (STF – HC 154248/DF. Rel. Min. Edson Fachin. Ple-
nário. Julgado em 28/10/2021. Informativo 1036)

De acordo com o STF, o crime de injúria racial é espécie do gênero racismo, sendo, assim, im-
prescritível, nos termos do art. 5º, XLII da CF/88.

2. Crimes em Espécie
Antes de entramos nas condutas criminosas previstas na Lei n. 7.716/1989, é importante
que você saiba, desde já, as seguintes informações:
1) Os crimes previstos na Lei n. 7.716/1989 só podem ser cometidos de forma dolosa, (de-
vendo estar presentes o binômio consciência e vontade).
2) Exige-se a presença do dolo específico (também chamado de especial finalidade no
agir). Assim, para que sejam consideradas fatos típicos, é necessário que as condutas, descri-
tas na Lei n. 7.716/1989, sejam praticadas com a finalidade de discriminar a vítima, em razão
de sua raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.
3) A ação penal será pública incondicionada.
4) A igualdade será o objeto jurídico tutelado em todos os crimes previstos na Lei n.
7.716/1989.
5) Os crimes previstos na Lei n. 7.716/1989 são imprescritíveis e inafiançáveis.
6) O único crime que não será apenado com a reclusão será o de “exigir, em anúncios
ou qualquer outra forma de recrutamento de trabalhadores, aspectos de aparência próprios de
raça ou etnia para emprego cujas atividades não justifiquem essas exigências”, previsto no art.
4º, § 2º da Lei n. 7.716/1989. Neste caso, a pena será de multa ou prestação de serviços à
comunidade.

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2.1. Art. 3º da Lei n. 7.716/1989


“Impedir ou obstar o acesso de alguém, devidamente habilitado, a qualquer cargo da Ad-
ministração Direta ou Indireta, bem como das concessionárias de serviços públicos” e “Obs-
tar a promoção funcional”.
Quanto ao sujeito ativo: Estamos diante de um crime próprio, que exige uma qualidade es-
pecial do sujeito ativo. Assim, só poderá ser agente deste delito aquele que tenha que possua
aptidão para impedir ou obstar o acesso de alguém habilitado, a qualquer cargo na administra-
ção pública ou concessionárias de serviços públicos.
Quanto ao sujeito passivo: Poderá ser vítima deste delito qualquer pessoa devidamente
habilitada, ou seja, que preencha os requisitos exigidos para a assunção do cargo.
Objeto Jurídico (bem jurídico tutelado pelo tipo penal): Como vimos, todos os crimes pre-
vistos no art. 7.716/89 buscam tutelar a igualdade.
Objeto Material (pessoa ou coisa sob a qual recai a conduta delituosa): Será a vítima da
discriminação.
Elemento Subjetivo: Como vimos, todos os crimes previstos no art. 7.716/89 possuem
o dolo como elemento subjetivo, exigindo-se, ainda, a presença do dolo específico. Assim, o
agente pratica a conduta com a finalidade de discriminar a vítima, em razão de sua raça, cor,
etnia, religião, procedência nacional, orientação sexual ou identidade de gênero, conforme en-
tendimento do STF.
Pena – Reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos. A penalidade abstratamente cominada pela
norma, nos leva às seguintes conclusões:
a) Como a pena máxima supera dois anos, não estamos diante de uma infração penal de
menor potencial ofensivo. Portanto, não será possível a obtenção da transação penal, prevista
no art. 76 da Lei n. 9.099/1995.
b) Como a pena máxima é superior a um ano, também não será cabível a suspensão con-
dicional do processo, prevista no art. 89 da Lei n. 9.099/1995.
c) Será possível a substituição da pena privativa de liberdade por pena restritiva de direitos,
desde que a pena imposta pelo juiz, no caso concreto, não ultrapasse quatro anos e sejam
observados os demais requisitos previstos no art. 44 do CP.
Figura Equiparada: O parágrafo único do art. 3º estabelece que “Incorre na mesma pena
quem, por motivo de discriminação de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional, obstar
a promoção funcional.”

2.2. Art. 4º, Caput e § 1º da Lei n. 7.716/1989


“Negar ou obstar emprego em empresa privada” e figuras equiparadas.
O art. 3º criminaliza a conduta de impedir ou obstar o acesso à cargo público. Já o art. 4º
trata criminaliza a conduta de negar ou obstar emprego em empresas privadas.

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Para que o fato seja típico, é necessário que a negativa ou o obstáculo ocorram em razão
de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.
Quanto ao sujeito ativo: Estamos diante de um crime próprio, que exige uma qualidade
especial do sujeito ativo. Assim, só poderá ser agente deste delito a pessoa responsável pela
contratação em empresa privada (podendo ser funcionário, sócio, proprietário etc.)
Quanto ao sujeito passivo: A pessoa que tenha o emprego negado ou obstado em razão
de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião, procedência nacional, orientação
sexual ou identidade de gênero.
Objeto Jurídico (bem jurídico tutelado pelo tipo penal): Como vimos, todos os crimes pre-
vistos no art. 7.716/89 buscam tutelar a igualdade.
Objeto Material (pessoa ou coisa sob a qual recai a conduta delituosa): Será a vítima da
discriminação.
Elemento Subjetivo: Como vimos, todos os crimes previstos no art. 7.716/89 possuem
o dolo como elemento subjetivo, exigindo-se, ainda, a presença do dolo específico. Assim, o
agente pratica a conduta com a finalidade de discriminar a vítima, em razão de sua raça, cor,
etnia, religião, procedência nacional, e orientação sexual ou identidade de gênero, conforme
entendimento do STF.
Pena – Reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos. A penalidade abstratamente cominada pela
norma, nos leva às seguintes conclusões:
a) Como a pena máxima supera dois anos, não estamos diante de uma infração penal de
menor potencial ofensivo. Portanto, não será possível a obtenção da transação penal, prevista
no art. 76 da Lei n. 9.099/1995.
b) Como a pena máxima é superior a um ano, também não será cabível a suspensão con-
dicional do processo, prevista no art. 89 da Lei n. 9.099/1995.
c) Será possível a substituição da pena privativa de liberdade por pena restritiva de direitos,
desde que a pena imposta pelo juiz, no caso concreto, não ultrapasse quatro anos e sejam
observados os demais requisitos previstos no art. 44 do CP.
Ação Penal: Como vimos, os crimes previstos na Lei n. 7.716/1989 são de Ação Penal Pú-
blica Incondicionada.
Figuras Equiparadas: O § 1º do art. 4º prevê três figuras equiparas ao tipo penal descrito
no caput. Assim, incorrerá na mesma pena (Reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos) quem, por
motivo de discriminação de raça ou de cor ou práticas resultantes do preconceito de descen-
dência ou origem nacional ou étnica:
a) Deixar de conceder os equipamentos necessários ao empregado em igualdade de con-
dições com os demais trabalhadores
b) Impedir a ascensão funcional do empregado ou obstar outra forma de benefício
profissional.
c) Proporcionar ao empregado tratamento diferenciado no ambiente de trabalho, especial-
mente quanto ao salário.

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2.3. Art. 4º, § 2º da Lei n. 7.716/1989


Exigir, em anúncios ou qualquer outra forma de recrutamento de trabalhadores, aspectos de apa-
rência próprios de raça ou etnia para emprego cujas atividades não justifiquem essas exigências.

Este é o único delito previsto na Lei n. 7.716/1989 que não é punível com a reclusão! Por
isso, sua incidência costuma ser muito frequente nas provas de concurso.
Neste tipo penal, o sujeito ativo exige aspectos de aparência próprios de raça ou etnia, para
recrutamento de trabalhadores. Exemplo: o anúncio de emprego como secretário(a) de deter-
minado escritório de advocacia, exige que os candidatos, ou candidatas, sejam naturalmente
loiros. Neste caso, pessoas negras, indígenas, asiáticas etc. estarão excluídas desta possibili-
dade de contratação, sem que a atividade a ser executada justifique essa exigência.
Não haverá crime quando a exigência, de aspectos de aparência próprios de raça ou etnia,
ocorra em razão da atividade a ser executada. É o caso, por exemplo, de um recrutamento de
atores que tenha o objetivo de selecionar pessoas para contracenarem como soldados ale-
mães na Segunda Guerra Mundial. Perceba que, neste caso, a exigência de aparência própria
de raça ou etnia se justifica em razão da função que será desempenhada.
Quanto ao sujeito ativo: Estamos diante de um crime próprio, que exige uma qualidade
especial do sujeito ativo. Assim, só poderá ser agente deste delito a pessoa responsável pelo
anúncio ou outra forma de recrutamento de trabalhadores.
Quanto ao sujeito passivo: A pessoa discriminada.
Objeto Jurídico (bem jurídico tutelado pelo tipo penal): Como vimos, todos os crimes pre-
vistos no art. 7.716/89 buscam tutelar a igualdade.
Objeto Material (pessoa ou coisa sob a qual recai a conduta delituosa): Será a vítima da
discriminação.
Elemento Subjetivo: Como vimos, todos os crimes previstos no art. 7.716/89 possuem
o dolo como elemento subjetivo, exigindo-se, ainda, a presença do dolo específico. Assim, o
agente pratica a conduta com a finalidade de discriminar a vítima, em razão de sua raça, cor,
etnia, religião ou procedência nacional, orientação sexual ou identidade de gênero, conforme
entendimento do STF.
Pena – Multa e prestação de serviços à comunidade, incluindo atividades de promoção da
igualdade racial. Note que, neste crime, a lei não prevê a pena privativa de liberdade, o que nos
leva às seguintes conclusões:
a) Como a lei não prevê a prisão pena, também não será admitida a prisão cautelar (pre-
ventiva ou temporária) e nem a prisão em flagrante, sob pena de violação ao princípio da pro-
porcionalidade. Assim, em caso de flagrante delito, o agente será encaminhado à Delegacia de
Polícia para prestar esclarecimentos, devendo ser liberado após a lavratura do termo circuns-
tanciado da ocorrência.

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b) Não será cabível o Habeas Corpus: O Habeas Corpus só será admitido diante da vio-
lação, ou ameaça de violação, à liberdade ambulatorial. Como não é possível a privação de
liberdade em decorrência do cometimento deste delito, não será cabível, por consequência, a
impetração do HC.
c) Trata-se de infração penal de menor potencial ofensivo, portanto, será possível a obten-
ção da transação penal.
d) Será cabível a suspensão condicional do processo, nos termos do art. 89 da Lei n.
9.099/1995.
Ação Penal: Como vimos, os crimes previstos na Lei n. 7.716/1989 são de Ação Penal Pú-
blica Incondicionada.

2.4. Art. 5º da Lei n. 7.716/1989


Recusar ou impedir acesso a estabelecimento comercial, negando-se a servir, atender ou receber
cliente ou comprador.

O crime previsto no art. 5º poderá ser consumado mediante a prática de qualquer das
condutas previstas em seu dispositivo (“recusar”, “impedir”, “negar-se a servir”, “negar-se a
atender”, “negar-se a receber”).
Estamos diante de um tipo penal misto ou alternativo. Assim, a realização de mais de uma
conduta, dentro de um mesmo contexto fático, em relação à mesma pessoa, configurará ape-
nas um crime.
Quanto ao sujeito ativo: Estamos diante de um crime próprio, que exige uma qualidade
especial do sujeito ativo. Assim, só poderá ser agente deste delito a pessoa responsável por
recusar ou impedir o acesso ao estabelecimento, podendo ser, por exemplo, o proprietário,
gerente, atendente etc.
Quanto ao sujeito passivo: Qualquer pessoa que tenha tido seu acesso, no estabelecimen-
to, recusado ou impedido em razão de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião
ou procedência nacional (e, atualmente, orientação sexual ou identidade de gênero, conforme
entendimento do STF). Esta pessoa não precisa ser, necessariamente, cliente do local.
Objeto Jurídico (bem jurídico tutelado pelo tipo penal): Como vimos, todos os crimes pre-
vistos no art. 7.716/89 buscam tutelar a igualdade.
Objeto Material (pessoa ou coisa sob a qual recai a conduta delituosa): Será a vítima da
discriminação.
Elemento Subjetivo: Como vimos, todos os crimes previstos no art. 7.716/89 possuem
o dolo como elemento subjetivo, exigindo-se, ainda, a presença do dolo específico. Assim, o
agente pratica a conduta com a finalidade de discriminar a vítima, em razão de sua raça, cor,
etnia, religião, procedência nacional, orientação sexual ou identidade de gênero, conforme en-
tendimento do STF.

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Pena – Reclusão de 1 (um) a 3 (três) anos. A penalidade abstratamente cominada pela


norma, nos leva às seguintes conclusões:
a) Como a pena máxima supera dois anos, não estamos diante de uma infração penal de
menor potencial ofensivo. Portanto, não será possível a obtenção da transação penal, prevista
no art. 76 da Lei n. 9.099/1995.
b) Como a pena máxima não ultrapassa um ano, será cabível a suspensão condicional do
processo, prevista no art. 89 da Lei n. 9.099/1995.
c) Se observados os requisitos previstos no art. 44 do CP, será possível a substituição da
pena privativa de liberdade por pena restritiva de direitos, já que a pena imposta pelo juiz, no
caso concreto, não ultrapassará quatro anos (exceto de houver concurso de crimes).
Ação Penal: Como vimos, os crimes previstos na Lei n. 7.716/1989 são de Ação Penal Pú-
blica Incondicionada.

2.5. Art. 6º da Lei n. 7.716/1989


Recusar, negar ou impedir a inscrição ou ingresso de aluno em estabelecimento de ensino público
ou privado de qualquer grau.

Quanto ao sujeito ativo: Estamos diante de um crime próprio, que exige uma qualidade
especial do sujeito ativo. Assim, só poderá ser agente deste delito a pessoa responsável por
receber a inscrição ou permitir o ingresso dos alunos no estabelecimento escolar.
Quanto ao sujeito passivo: A pessoa discriminada. Não se exige uma qualidade especial
da vítima.
Objeto Jurídico (bem jurídico tutelado pelo tipo penal): Como vimos, todos os crimes pre-
vistos no art. 7.716/89 buscam tutelar a igualdade.
Objeto Material (pessoa ou coisa sob a qual recai a conduta delituosa): Será a vítima da
discriminação.
Elemento Subjetivo: Como vimos, todos os crimes previstos no art. 7.716/89 possuem
o dolo como elemento subjetivo, exigindo-se, ainda, a presença do dolo específico. Assim, o
agente pratica a conduta com a finalidade de discriminar a vítima, em razão de sua raça, cor,
etnia, religião, procedência nacional, orientação sexual ou identidade de gênero, conforme en-
tendimento do STF.
Pena – Reclusão de 3 (três) a 5 (cinco) anos. A penalidade abstratamente cominada pela
norma, nos leva às seguintes conclusões:
a) Como a pena máxima supera dois anos, não estamos diante de uma infração penal de
menor potencial ofensivo. Portanto, não será possível a obtenção da transação penal, prevista
no art. 76 da Lei n. 9.099/1995.
b) Como a pena máxima ultrapassa um ano, não será cabível a suspensão condicional do
processo, prevista no art. 89 da Lei n. 9.099/1995.

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c) Se observados os demais requisitos previstos no art. 44 do CP, será possível a substitui-


ção da pena privativa de liberdade por pena restritiva de direitos, caso a pena imposta, no caso
concreto, não ultrapasse quatro anos.
Ação Penal: Como vimos, os crimes previstos na Lei n. 7.716/1989 são de Ação Penal Pú-
blica Incondicionada.
Causa de aumento de pena se o crime for praticado contra menor de 18 anos: O parágrafo
único do art. 6º estabelece que “Se o crime for praticado contra menor de dezoito anos a pena
é agravada de 1/3 (um terço)”. Embora a lei utilize a expressão “agravada”, estamos diante de
uma causa de aumento de pena, que será valorada na terceira fase da dosimetria.

2.6. Art. 7º da Lei n. 7.716/1989


Impedir o acesso ou recusar hospedagem em hotel, pensão, estalagem, ou qualquer estabeleci-
mento similar.

O crime previsto no art. 7º poderá ser consumado mediante a prática de qualquer das con-
dutas previstas em seu dispositivo (“impedir o acesso”, ou “recusar a hospedagem”).
Estamos diante de um tipo penal misto ou alternativo. Assim, a realização de mais de uma
conduta pelo mesmo agente, dentro de um mesmo contexto fático, e em relação à mesma
pessoa, configurará apenas um crime.
Imagine, por exemplo, uma pessoa que tenha seu acesso ao hotel impedido pelo respon-
sável, em razão de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência
nacional, e, após conseguir entrar, tenha tido a hospedagem recusada pelo mesmo agente.
Neste caso como estamos diante de um tipo penal misto alternativo, este agente responderá
por um único crime.
Quanto ao sujeito ativo: Estamos diante de um crime próprio, que exige uma qualidade
especial do sujeito ativo. Assim, só poderá ser agente deste delito a pessoa responsável por
permitir o acesso e aceitar a hospedagem em hotel, estalagem ou estabelecimento similar
(seja sócio, proprietário ou atendente).
Quanto ao sujeito passivo: Qualquer pessoa que tenha tido seu acesso impedido ou sua
hospedagem recusada, em razão de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião
ou procedência nacional (e, atualmente, orientação sexual ou identidade de gênero, conforme
entendimento do STF).
Objeto Jurídico (bem jurídico tutelado pelo tipo penal): Como vimos, todos os crimes pre-
vistos no art. 7.716/89 buscam tutelar a igualdade.
Objeto Material (pessoa ou coisa sob a qual recai a conduta delituosa): Será a vítima da
discriminação.
Elemento Subjetivo: Como vimos, todos os crimes previstos no art. 7.716/89 possuem
o dolo como elemento subjetivo, exigindo-se, ainda, a presença do dolo específico. Assim, o

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agente pratica a conduta com a finalidade de discriminar a vítima, em razão de sua raça, cor,
etnia, religião, procedência nacional, orientação sexual ou identidade de gênero, conforme en-
tendimento do STF.
Pena – Reclusão de 3 (três) a 5 (cinco) anos. A penalidade abstratamente cominada pela
norma, nos leva às seguintes conclusões:
a) Como a pena máxima supera dois anos, não estamos diante de uma infração penal de
menor potencial ofensivo. Portanto, não será possível a obtenção da transação penal, prevista
no art. 76 da Lei n. 9.099/1995.
b) Como a pena máxima ultrapassa um ano, não será cabível a suspensão condicional do
processo, prevista no art. 89 da Lei n. 9.099/1995.
c) Se observados os demais requisitos previstos no art. 44 do CP, será possível a substitui-
ção da pena privativa de liberdade por pena restritiva de direitos, desde que a pena imposta, no
caso concreto, não ultrapasse quatro anos.
Ação Penal: Como vimos, os crimes previstos na Lei n. 7.716/1989 são de Ação Penal Pú-
blica Incondicionada.

2.7. Art. 8º da Lei n. 7.716/1989


Impedir o acesso ou recusar atendimento em restaurantes, bares, confeitarias, ou locais seme-
lhantes abertos ao público.

O crime previsto no art. 8º poderá ser consumado mediante a prática de qualquer das con-
dutas previstas em seu dispositivo (“impedir o acesso”, ou “recusar atendimento”).
Estamos diante de um tipo penal misto ou alternativo. Assim, a realização de mais de uma
conduta, pelo mesmo agente, dentro de um mesmo contexto fático, e em relação à mesma
pessoa, configurará apenas um crime.
Imagine, por exemplo, uma pessoa que tenha seu acesso ao restaurante impedido pelo
responsável, em razão de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou proce-
dência nacional, e, após conseguir entrar, não tenha tido o seu atendimento recusado. Neste
caso como estamos diante de um tipo penal misto alternativo, este agente responderá por um
único crime.
Quanto ao sujeito ativo: Estamos diante de um crime próprio, que exige uma qualidade
especial do sujeito ativo. Assim, só poderá ser agente deste delito a pessoa responsável pelo
restaurante, bar, confeitaria ou outro estabelecimento semelhante aberto ao público (seja ele
sócio, gerente, atendente etc.).
Perceba que só haverá crime caso o restaurantes, bares, confeitarias, ou locais semelhan-
tes sejam abertos ao público.
Quanto ao sujeito passivo: Qualquer pessoa que tenha tido seu acesso impedido ou seu
atendimento recusado, em razão de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião

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a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

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ou procedência nacional (e, atualmente, orientação sexual ou identidade de gênero, conforme


entendimento do STF). Não se exigindo, assim, uma qualidade especial da vítima.
Objeto Jurídico (bem jurídico tutelado pelo tipo penal): Como vimos, todos os crimes pre-
vistos no art. 7.716/89 buscam tutelar a igualdade.
Objeto Material (pessoa ou coisa sob a qual recai a conduta delituosa): Será a vítima da
discriminação.
Elemento Subjetivo: Como vimos, todos os crimes previstos no art. 7.716/89 possuem
o dolo como elemento subjetivo, exigindo-se, ainda, a presença do dolo específico. Assim, o
agente pratica a conduta com a finalidade de discriminar a vítima, em razão de sua raça, cor,
etnia, religião, procedência nacional, orientação sexual ou identidade de gênero.
Pena – Reclusão de 1 (um) a 3 (três) anos. A penalidade abstratamente cominada pela
norma, nos leva às seguintes conclusões:
a) Como a pena máxima supera dois anos, não estamos diante de uma infração penal de
menor potencial ofensivo. Portanto, não será possível a obtenção da transação penal, prevista
no art. 76 da Lei n. 9.099/1995.
b) Como a pena máxima não ultrapassa um ano, será cabível a suspensão condicional do
processo, prevista no art. 89 da Lei n. 9.099/1995.
c) Se observados os requisitos previstos no art. 44 do CP, será possível a substituição da
pena privativa de liberdade por pena restritiva de direitos, já que a pena imposta pelo juiz, no
caso concreto, não ultrapassará quatro anos (exceto de houver concurso de crimes).
Ação Penal: Como vimos, os crimes previstos na Lei n. 7.716/1989 são de Ação Penal Pú-
blica Incondicionada.

2.8. Art. 9º da Lei n. 7.716/1989


Impedir o acesso ou recusar atendimento em estabelecimentos esportivos, casas de diversões, ou
clubes sociais abertos ao público.

O crime previsto no art. 9º poderá ser consumado mediante a prática de qualquer das con-
dutas previstas em seu dispositivo (“impedir o acesso”, ou “recusar atendimento”).
Estamos diante de um tipo penal misto ou alternativo. Assim, a realização de mais de uma
conduta, pelo mesmo agente, dentro de um mesmo contexto fático, e em relação à mesma
pessoa, configurará apenas um crime.
Imagine, por exemplo, uma pessoa que tenha seu acesso, a estabelecimento esportivo
impedido, (em razão de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedên-
cia nacional), e, após conseguir entrar, tenha tido o seu atendimento recusado pelo mesmo
agente. Neste caso como estamos diante de um tipo penal misto alternativo, este agente res-
ponderá por um único crime.

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Perceba que só haverá crime caso o estabelecimentos esportivos, casas de diversões, ou


clubes sociais sejam aberto ao público. Contudo, de acordo com o STJ, o fato de a diretoria
ter a faculdade de recusar propostas de admissão, sem declinar motivos, não torna, o clube
social, “fechado ao público”. Portanto, haverá incidência da Lei n. 7.716/1989 caso a recusa
de admissão ocorra em razão de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou
procedência nacional.

JURISPRUDÊNCIA
RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. DIREITO PROCESSUAL PENAL. INÉPCIA
DA DENÚNCIA. CRIME DE PRECONCEITO DE RAÇA OU DE COR. AUSÊNCIA DE JUSTA
CAUSA. INOCORRÊNCIA. 1. A denúncia que se mostra ajustada ao artigo 41 do Código de
Processo Penal, ensejando o pleno exercício da garantia constitucional da ampla defesa,
não deve, nem pode, ser tida e havida como inepta. 2. A recusa de admissão no quadro
associativo de clube social, em razão de preconceito de raça ou de cor, caracteriza o tipo
inserto no artigo 9º da Lei n. 7.716/89, enquanto modo da conduta impedir, que lhe inte-
gra o núcleo. 3. A faculdade, estatutariamente atribuída à diretoria, de recusar propostas
de admissão em clubes sociais, sem declinação dos motivos, não lhe atribui a natureza
especial de fechado, de maneira a subtraí-lo da incidência da lei. 4. A pretensão de exame
de prova é estranha, em regra, ao âmbito angusto do habeas corpus. 5. Recurso impro-
vido. (STJ – RHC 12809/MG Rel. Min. Hamilton Carvalhido, Sexta Turma, Data de Julga-
mento: 22/03/2005).

Quanto ao sujeito ativo: Estamos diante de um crime próprio, que exige uma qualidade es-
pecial do sujeito ativo. Assim, só poderá ser agente deste delito a pessoa responsável por per-
mitir, ou impedir o acesso, bem como aquela com aptidão para recusar, ou aceitar o atendimen-
to em estabelecimentos esportivos, casas de diversões, ou clubes sociais abertos ao público.
Quanto ao sujeito passivo: Qualquer pessoa que tenha tido seu acesso impedido ou seu
atendimento recusado, em razão de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião
ou procedência nacional (e, atualmente, orientação sexual ou identidade de gênero, conforme
entendimento do STF). Não se exigindo, assim, uma qualidade especial da vítima.
Objeto Jurídico (bem jurídico tutelado pelo tipo penal): Como vimos, todos os crimes pre-
vistos no art. 7.716/89 buscam tutelar a igualdade.
Objeto Material (pessoa ou coisa sob a qual recai a conduta delituosa): Será a vítima da
discriminação.
Elemento Subjetivo: Como vimos, todos os crimes previstos no art. 7.716/89 possuem
o dolo como elemento subjetivo, exigindo-se, ainda, a presença do dolo específico. Assim, o
agente pratica a conduta com a finalidade de discriminar a vítima, em razão de sua raça, cor,
etnia, religião, procedência nacional, orientação sexual ou identidade de gênero, conforme en-
tendimento do STF.

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Pena – Reclusão de 1 (um) a 3 (três) anos. A penalidade abstratamente cominada pela


norma, nos leva às seguintes conclusões:
a) Como a pena máxima supera dois anos, não estamos diante de uma infração penal de
menor potencial ofensivo. Portanto, não será possível a obtenção da transação penal, prevista
no art. 76 da Lei n. 9.099/1995.
b) Como a pena máxima não ultrapassa um ano, será cabível a suspensão condicional do
processo, prevista no art. 89 da Lei n. 9.099/1995.
c) Se observados os requisitos previstos no art. 44 do CP, será possível a substituição da
pena privativa de liberdade por pena restritiva de direitos, já que a pena imposta pelo juiz, no
caso concreto, não ultrapassará quatro anos (exceto de houver concurso de crimes).
Ação Penal: Como vimos, os crimes previstos na Lei n. 7.716/1989 são de Ação Penal Pú-
blica Incondicionada.

2.9. Art. 10 da Lei n. 7.716/1989


Impedir o acesso ou recusar atendimento em salões de cabeleireiros, barbearias, termas ou casas
de massagem ou estabelecimento com as mesmas finalidades.

O crime previsto no art. 10 poderá ser consumado mediante a prática de qualquer das con-
dutas previstas em seu dispositivo (“impedir o acesso”, ou “recusar atendimento”).
Estamos diante de um tipo penal misto ou alternativo. Assim, a realização de mais de uma
conduta, pelo mesmo agente, dentro de um mesmo contexto fático, e em relação à mesma
pessoa, configurará apenas um crime.
Quanto ao sujeito ativo: Estamos diante de um crime próprio, que exige uma qualidade
especial do sujeito ativo. Assim, só poderá ser agente deste delito a pessoa responsável pelo
salão de cabeleireiro, barbearia, termas, casa de massagem ou outro estabelecimento com as
mesmas finalidades, (podendo ser proprietário, gerente ou atendente).
Quanto ao sujeito passivo: Qualquer pessoa que tenha tido seu acesso impedido ou seu
atendimento recusado, em razão de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião
ou procedência nacional (e, atualmente, orientação sexual ou identidade de gênero, conforme
entendimento do STF). Não se exigindo, assim, uma qualidade especial da vítima.
Objeto Jurídico (bem jurídico tutelado pelo tipo penal): Como vimos, todos os crimes pre-
vistos no art. 7.716/89 buscam tutelar a igualdade.
Objeto Material (pessoa ou coisa sob a qual recai a conduta delituosa): Será a vítima da
discriminação.
Elemento Subjetivo: Como vimos, todos os crimes previstos no art. 7.716/89 possuem
o dolo como elemento subjetivo, exigindo-se, ainda, a presença do dolo específico. Assim, o
agente pratica a conduta com a finalidade de discriminar a vítima, em razão de sua raça, cor,

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etnia, religião, procedência nacional, orientação sexual ou identidade de gênero, conforme en-
tendimento do STF.
Pena – Reclusão de 1 (um) a 3 (três) anos. A penalidade abstratamente cominada pela
norma, nos leva às seguintes conclusões:
a) Como a pena máxima supera dois anos, não estamos diante de uma infração penal de
menor potencial ofensivo. Portanto, não será possível a obtenção da transação penal, prevista
no art. 76 da Lei n. 9.099/1995.
b) Como a pena máxima não ultrapassa um ano, será cabível a suspensão condicional do
processo, prevista no art. 89 da Lei n. 9.099/1995.
c) Se observados os requisitos previstos no art. 44 do CP, será possível a substituição da
pena privativa de liberdade por pena restritiva de direitos, já que a pena imposta pelo juiz, no
caso concreto, não ultrapassará quatro anos (exceto de houver concurso de crimes).
Ação Penal: Como vimos, os crimes previstos na Lei n. 7.716/1989 são de Ação Penal Pú-
blica Incondicionada.

2.10. Art. 11 da Lei n. 7.716/1989


Impedir o acesso às entradas sociais em edifícios públicos ou residenciais e elevadores ou escada
de acesso aos mesmos.

Neste crime há apenas um verbo nuclear, consistente na conduta de “impedir”. O sujeito


ativo impede que a vítima acesse às entradas, elevadores ou escadas sociais, de edifícios pú-
blicos ou de residências.
Quanto ao sujeito ativo: Estamos diante de um crime próprio, que exige uma qualidade
especial do sujeito ativo. Assim, só poderá ser agente deste delito a pessoa que poderá im-
pedir o acesso às entradas sociais (podendo ser, por exemplo, o síndico de edifício, porteiro,
segurança, condômino etc.).
Quanto ao sujeito passivo: Qualquer pessoa que tenha tido seu acesso impedido em razão
de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional (e, atu-
almente, orientação sexual ou identidade de gênero, conforme entendimento do STF). Não se
exigindo, assim, uma qualidade especial da vítima.
Objeto Jurídico (bem jurídico tutelado pelo tipo penal): Como vimos, todos os crimes pre-
vistos no art. 7.716/89 buscam tutelar a igualdade.
Objeto Material (pessoa ou coisa sob a qual recai a conduta delituosa): Será a pessoa
vítima da discriminação.
Elemento Subjetivo: Como vimos, todos os crimes previstos no art. 7.716/89 possuem o
dolo como elemento subjetivo, exigindo-se, ainda, a presença do dolo específico (especial fina-
lidade no agir). Assim, o agente pratica a conduta com a finalidade de discriminar a vítima, em

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razão de sua raça, cor, etnia, religião, procedência nacional, orientação sexual ou identidade de
gênero, conforme entendimento do STF.
Pena – Reclusão de 1 (um) a 3 (três) anos. A penalidade abstratamente cominada pela
norma, nos leva às seguintes conclusões:
a) Como a pena máxima supera dois anos, não estamos diante de uma infração penal de
menor potencial ofensivo. Portanto, não será possível a obtenção da transação penal, prevista
no art. 76 da Lei n. 9.099/1995.
b) Como a pena máxima não ultrapassa um ano, será cabível a suspensão condicional do
processo, prevista no art. 89 da Lei n. 9.099/1995.
c) Se observados os requisitos previstos no art. 44 do CP, será possível a substituição da
pena privativa de liberdade por pena restritiva de direitos, já que a pena imposta pelo juiz, no
caso concreto, não ultrapassará quatro anos (exceto de houver concurso de crimes).
Ação Penal: Como vimos, os crimes previstos na Lei n. 7.716/1989 são de Ação Penal Pú-
blica Incondicionada.

2.11. Art. 12 da Lei n. 7.716/1989


Impedir o acesso ou uso de transportes públicos, como aviões, navios barcas, barcos, ônibus,
trens, metrô ou qualquer outro meio de transporte concedido.

Este crime tem apenas um verbo nuclear, consistente na conduta de “impedir o acesso ou
uso de transporte público”.
Desta forma, o sujeito ativo pratica o fato criminoso ao impedir que a vítima acesse ou use
qualquer transporte público.
O art. 12 elenca um rol exemplificativo de transportes públicos, citando aviões, navios, bar-
cos, ônibus, trens metrôs, e abrindo a possibilidade de ampliação deste rol, ao utilizar a expres-
são “ou qualquer outro meio de transporte concedido”. Assim, a depender do caso concreto,
será possível a interpretação analógica para incluir outros transportes, desde que prestados
pelo Poder Público (de forma direta, ou mediante concessão a empresas privadas).
Para a incidência do crime, não importa se o transporte público é gratuitamente ou median-
te contraprestação pecuniária.
Quanto ao sujeito ativo: Estamos diante de um crime próprio, que exige uma qualidade
especial do sujeito ativo. Assim, só poderá ser agente deste delito a pessoa responsável por
permitir, ou impedir, o acesso ao transporte público (podendo ser, por exemplo, o gestor públi-
co, o sócio da empresa concessionária, o emprego da empresa etc.).
Quanto ao sujeito passivo: Qualquer pessoa que tenha tido seu acesso ao transporte públi-
co impedido, em razão de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião, procedên-
cia nacional (e, atualmente, orientação sexual ou identidade de gênero, conforme entendimen-
to do STF). Não se exigindo, assim, uma qualidade especial da vítima.

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Objeto Jurídico (bem jurídico tutelado pelo tipo penal): Como vimos, todos os crimes pre-
vistos no art. 7.716/89 buscam tutelar a igualdade.
Objeto Material (pessoa ou coisa sob a qual recai a conduta delituosa): Será a pessoa
vítima da discriminação.
Elemento Subjetivo: Como vimos, todos os crimes previstos no art. 7.716/89 possuem o
dolo como elemento subjetivo, exigindo-se, ainda, a presença do dolo específico (especial fina-
lidade no agir). Assim, o agente pratica a conduta com a finalidade de discriminar a vítima, em
razão de sua raça, cor, etnia, religião, procedência nacional, orientação sexual ou identidade de
gênero, conforme entendimento do STF.
Pena – Reclusão de 1 (um) a 3 (três) anos. A penalidade abstratamente cominada pela
norma, nos leva às seguintes conclusões:
a) Como a pena máxima supera dois anos, não estamos diante de uma infração penal de
menor potencial ofensivo. Portanto, não será possível a obtenção da transação penal, prevista
no art. 76 da Lei n. 9.099/1995.
b) Como a pena máxima não ultrapassa um ano, será cabível a suspensão condicional do
processo, prevista no art. 89 da Lei n. 9.099/1995.
c) Se observados os requisitos previstos no art. 44 do CP, será possível a substituição da
pena privativa de liberdade por pena restritiva de direitos, já que a pena imposta pelo juiz, no
caso concreto, não ultrapassará quatro anos (exceto de houver concurso de crimes).
Ação Penal: Como vimos, os crimes previstos na Lei n. 7.716/1989 são de Ação Penal Pú-
blica Incondicionada.

2.12. Art. 13 da Lei n. 7.716/1989


Impedir ou obstar o acesso de alguém ao serviço em qualquer ramo das Forças Armadas.

Neste crime, o agente impede, ou obsta, o acesso ao serviço em qualquer ramo das Forças
Armadas. Ocorre, por exemplo, quando a vítima é impedida de ingressar na carreira militar das
Forças Armadas, em razão de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou pro-
cedência nacional.
O crime previsto no art. 13 possui dois verbos nucleares, consistentes em “impedir ou
acesso” ou “obstar o acesso”. Obstar, por sua vez, significa criar obstáculos, dificuldades,
empecilhos.
Quanto ao sujeito ativo: Estamos diante de um crime próprio, que exige uma qualidade
especial do sujeito ativo. Assim, só poderá ser agente deste delito a pessoa que possa impedir
ou obstar o acesso ao serviço das Forças Armadas (a exemplo de um militar responsável pela
seleção, ou de um comandante de alta patente, que dê ordens discriminatórias para impedir ou
obstar o acesso)

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Quanto ao sujeito passivo: Qualquer pessoa que tenha tido seu acesso ao impedido ou
obstado, em razão de discriminação ou preconceito. Não se exigindo, assim, uma qualidade
especial da vítima.
Objeto Jurídico (bem jurídico tutelado pelo tipo penal): Como vimos, todos os crimes pre-
vistos no art. 7.716/89 buscam tutelar a igualdade.
Objeto Material (pessoa ou coisa sob a qual recai a conduta delituosa): Será a pessoa
vítima da discriminação.
Elemento Subjetivo: Como vimos, todos os crimes previstos no art. 7.716/89 possuem o
dolo como elemento subjetivo, exigindo-se, ainda, a presença do dolo específico (especial fina-
lidade no agir). Assim, o agente pratica a conduta com a finalidade de discriminar a vítima, em
razão de sua raça, cor, etnia, religião, procedência nacional, orientação sexual ou identidade de
gênero, conforme entendimento do STF.
Pena – Reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos. A penalidade abstratamente cominada pela
norma, nos leva às seguintes conclusões:
a) Como a pena máxima supera dois anos, não estamos diante de uma infração penal de
menor potencial ofensivo. Portanto, não será possível a obtenção da transação penal, prevista
no art. 76 da Lei n. 9.099/1995.
b) Como a pena máxima ultrapassa um ano, não será cabível a suspensão condicional do
processo, prevista no art. 89 da Lei n. 9.099/1995.
c) Se observados os requisitos previstos no art. 44 do CP, será possível a substituição da
pena privativa de liberdade por pena restritiva de direitos, desde que a pena imposta, no caso
concreto, não ultrapasse quatro anos.
Ação Penal: Como vimos, os crimes previstos na Lei n. 7.716/1989 são de Ação Penal Pú-
blica Incondicionada.

2.13. Art. 14 da Lei n. 7.716/1989


Impedir ou obstar, por qualquer meio ou forma, o casamento ou convivência familiar e social.

No crime previsto no art. 14, o agente impede ou obsta o casamento ou a convivência famí-
lia e social com a vítima. Ao tratar de “convivência familiar ou social”, o tipo penal em questão
também abarca a união estável.
Importante destacarmos, ainda, que este casamento ou união estável poderão ser hetero-
afetivos ou homoafetivos. Neste caso, podemos trazer dois diferentes exemplos:

EXEMPLOS
1) Uma mãe não aceita que seu filho, homossexual, seja casado com um homem negro, impe-
dindo a convivência familiar deste. Perceba que, neste caso, não estou falando em homofobia,
mas em discriminação decorrente de raça ou cor, objeto da Lei n. 7.716/1989.

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2) Uma mãe não aceita que seu filho seja homossexual, impedindo ou obstando a sua convi-
vência com os demais membros da família. Neste exemplo, a discriminação é causada por
razões homofóbicas que, de acordo com o STF, também será objeto de incidência da Lei n.
7.716/1989.

Importante pontuarmos, ainda, que, além dos casos de união afetiva, o crime previsto no
art. 14 se consuma com o impedimento, ou a criação de obstáculos, de convivência em qual-
quer ambiente familiar ou social (entre amigos, colegas de trabalho, familiares etc.).
Quanto ao sujeito ativo: Estamos diante de um crime comum, que não exige uma quali-
dade especial do sujeito ativo. Assim qualquer pessoa poderá cometer as condutas ilícitas
descritas no art. 14.
Quanto ao sujeito passivo: Qualquer pessoa que teve o casamento, união estável, convi-
vência familiar ou social, impedidos ou obstados, em razão de discriminação ou preconceito
de raça, cor, etnia, religião, procedência nacional (e, atualmente, orientação sexual ou identida-
de de gênero, conforme entendimento do STF). Não se exigindo, assim, uma qualidade espe-
cial da vítima.
Objeto Jurídico (bem jurídico tutelado pelo tipo penal): Como vimos, todos os crimes pre-
vistos no art. 7.716/89 buscam tutelar a igualdade.
Objeto Material (pessoa ou coisa sob a qual recai a conduta delituosa): Será a pessoa
vítima da discriminação.
Elemento Subjetivo: Como vimos, todos os crimes previstos no art. 7.716/89 possuem o
dolo como elemento subjetivo, exigindo-se, ainda, a presença do dolo específico (especial fina-
lidade no agir). Assim, o agente pratica a conduta com a finalidade de discriminar a vítima, em
razão de sua raça, cor, etnia, religião, procedência nacional, orientação sexual ou identidade de
gênero, conforme entendimento do STF.
Pena – Reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos. A penalidade abstratamente cominada pela
norma, nos leva às seguintes conclusões:
a) Como a pena máxima supera dois anos, não estamos diante de uma infração penal de
menor potencial ofensivo. Portanto, não será possível a obtenção da transação penal, prevista
no art. 76 da Lei n. 9.099/1995.
b) Como a pena máxima ultrapassa um ano, não será cabível a suspensão condicional do
processo, prevista no art. 89 da Lei n. 9.099/1995.
c) Se observados os requisitos previstos no art. 44 do CP, será possível a substituição da
pena privativa de liberdade por pena restritiva de direitos, desde que a pena imposta, no caso
concreto, não ultrapasse quatro anos.
Ação Penal: Como vimos, os crimes previstos na Lei n. 7.716/1989 são de Ação Penal Pú-
blica Incondicionada.

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2.14. Art. 20, Caput, da Lei n. 7.716/1989


Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou
procedência nacional
O tipo penal do art. 20, não estava previsto na redação original da Lei n. 7.716/1989, tendo
sido acrescido pela Lei 8.081/90, e posteriormente alterado pela Lei 9.459/97.
Podemos notar que, ao contrário do que ocorre com os artigos anteriores, o crime descrito
no art. 20 não se consuma por meio do cerceamento de algum direito da vítima (como o direi-
to de acessar cargo público, emprego em empresa privada, ingressar em estabelecimento de
ensino, ser atendido em bares ou restaurantes etc.).
O caput do art. 20 prevê, como crime, qualquer manifestação preconceituosa ou discrimi-
natória contra raça, cor, etnia, religião, procedência nacional (e, após a decisão do STF, orienta-
ção sexual ou identidade de gênero).
Neste caso, a ofensa é dirigida a um grupo de pessoas indeterminadas, pertencentes ao
grupo discriminado. Por isso, não podemos confundir este tipo penal com o crime de injúria
qualificada, previsto no art. 140, § 3º do Código Penal.
Como vimos, na injúria qualificada, o agente tem a intenção de ofender a honra de de-
terminada pessoa (ou grupo de pessoas determinado), utilizando-se, para tanto, elementos
referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de
deficiência.
No crime previsto no art. 20 da Lei n. 7.716/1989 as condutas não se dirigem a pessoas
determinadas, com o intuito de ofender a sua honra, e sim a um número indeterminado de su-
jeitos pertencentes à mesma coletividade, ou seja, que possuem a mesma raça, cor, religião,
procedência nacional, orientação sexual ou identidade de gênero.
Quanto ao sujeito ativo: Estamos diante de um crime comum, que não exige uma quali-
dade especial do sujeito ativo. Assim qualquer pessoa poderá cometer as condutas ilícitas
descritas no caput do art. 20.
Quanto ao sujeito passivo: A coletividade de pessoas vítimas da manifestação preconcei-
tuosa do agente.
Objeto Jurídico (bem jurídico tutelado pelo tipo penal): Como vimos, todos os crimes pre-
vistos no art. 7.716/89 buscam tutelar a igualdade.
Objeto Material (pessoa ou coisa sob a qual recai a conduta delituosa): Pessoas vítimas
da discriminação.
Elemento Subjetivo: Como vimos, todos os crimes previstos no art. 7.716/89 possuem o
dolo como elemento subjetivo, exigindo-se, ainda, a presença do dolo específico (especial fina-
lidade no agir). Assim, o agente pratica a conduta com a finalidade de discriminar a vítima, em
razão de sua raça, cor, etnia, religião, procedência nacional, orientação sexual ou identidade de
gênero, conforme entendimento do STF.

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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Lei n. 7.716/1989 – Crimes Resultantes de Preconceitos de Raça ou de Cor
Fábio Roque e Flávia Araújo

Pena – Reclusão de 1 (um) a 3 (três) anos e multa. A penalidade abstratamente cominada


pela norma, nos leva às seguintes conclusões:
a) Como a pena máxima supera dois anos, não estamos diante de uma infração penal de
menor potencial ofensivo. Portanto, não será possível a obtenção da transação penal, prevista
no art. 76 da Lei n. 9.099/1995.
b) Como a pena máxima não ultrapassa um ano, será cabível a suspensão condicional do
processo, prevista no art. 89 da Lei n. 9.099/1995.
c) Se observados os requisitos previstos no art. 44 do CP, será possível a substituição da
pena privativa de liberdade por pena restritiva de direitos, já que a pena imposta, no caso con-
creto, não poderá ser superior a 4 anos (exceto na hipótese de concurso de crimes).
Ação Penal: Como vimos, os crimes previstos na Lei n. 7.716/1989 são de Ação Penal Pú-
blica Incondicionada.
Qualificadora do crime previsto no art. 20, caput: O § 2º do art. 20 estabelece que, se o
crime, previsto no caput, for cometido por intermédio dos meios de comunicação social ou
publicação de qualquer natureza, a pena será de reclusão de dois a cinco anos e multa.
Portanto, o crime de “Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor,
etnia, religião ou procedência nacional” será qualificado quando o agente realizar, qualquer das
condutas, por meio de comunicação social ou publicação de qualquer natureza. Nesta hipóte-
se, a pena que era de reclusão, de um a três anos e multa, passará a ser de 2 (dois) a 5 (cinco)
anos e multa.
Esta qualificadora ocorre quando, por exemplo, o sujeito ativo faz publicações racistas em
redes sociais, blogs, jornais, revistas, livros etc.

EXEMPLO
No início de nossa aula, citamos o caso em que um pastor que foi condenado, em primeira ins-
tância, por fazer publicações ofensivas, em seu blog, contra outras religiões e seus adeptos.
De acordo com o STF, este pastor cometeu o crime previsto no art. 20 da Lei n. 7.716/1989,
em sua forma qualificada, ao “praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de
religião”, por intermédio dos meios de comunicação social ou publicação. Neste exemplo, o
agente estará sujeito à pena de reclusão de dois a cinco anos e multa, nos termos do art. 20,
§ 2º da norma.

Caso a conduta descrita no caput seja praticada por “intermédio dos meios de comuni-
cação social ou publicação de qualquer natureza”, a sanção cominada será de reclusão, de 2
(dois) a 5 (cinco) anos e multa. Assim, como a pena mínima ultrapassa um ano, não será cabí-
vel a suspensão condicional do processo, prevista no art. 89 da Lei n. 9.099/1995.
Nesta hipótese agravante, prevista no art. 20, § 2º, estamos diante de um crime perma-
nente, cuja conduta se protrai no tempo. Ou seja, enquanto as publicações ilícitas estiverem

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em circulação, ou “no ar”, o crime estará se realizando, sendo, possível a prisão em flagrante,
enquanto não cessar a ação criminosa.

Qual será a justiça competente para julgar crimes relativos a manifestações racistas co-
metidas por intermédio da internet?

Em relação ao tema, o STJ e o STF entendem que o fato de a conduta ter sido praticada
por meio da internet, não constitui fator suficiente para se entender que o resultado delituoso
ultrapassou as esferas do território nacional.
Portanto, os crimes previstos no art. 20, § 2º, cometidos por intermédio da Rede Mundial
de Computadores, serão, em regra, processados e julgados perante a Justiça Estadual. A com-
petência da Justiça Federal só ocorrerá se ficar cabalmente demonstrado que o resultado do
delito ultrapassou as fronteiras do país.

JURISPRUDÊNCIA
Ementa: habeas corpus. Alegação de vício procedimental. Competência para processar e
julgar crime de incitação à discriminação cometido por meio da internet. Ofensas dirigi-
das a pessoas determinadas. (...). 2. É da Justiça estadual a competência para processar
e julgar o crime de incitação à discriminação racial por meio da internet cometido contra
pessoas determinadas e cujo resultado não ultrapassou as fronteiras territoriais brasilei-
ras. 3. Ordem denegada. (STF - HC 121283, Rel. Min. Roberto Barroso, Primeira Turma,
julgado em 29/04/2014, DJe-091, publicado em 14-05-2014) – grifo nosso.

Medidas cautelares aplicadas em caso de crime qualificado: O art. 20, § 3º prevê as me-
didas cautelares reais, que poderão ser aplicadas, pelo juiz, caso o crime de “Praticar, induzir
ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional”
seja cometido de forma qualificada, ou seja, por intermédio dos meios de comunicação social
ou publicação de qualquer natureza.
Antes de mais nada, perceba que as medidas cautelares, previstas no art. 20, § 3º, só po-
derão ser determinadas por meio de decisão judicial, ouvido o Ministério Público, ou a pedido
deste. O descumprimento injustificado desta determinação configurará crime de desobediên-
cia, tipificado no art. 330 do CP.
O parágrafo em questão prevê que o magistrado poderá determinar as medidas cautelares
ainda antes do inquérito policial.
Vamos, então, analisar quais medidas cautelares poderão ser aplicadas ao crime de “Pra-
ticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito” realizado por intermédio dos meios de
comunicação social ou publicação de qualquer natureza:
1) o recolhimento imediato ou a busca e apreensão dos exemplares do material respectivo.
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2) a cessação das respectivas transmissões radiofônicas, televisivas, eletrônicas ou da


publicação por qualquer meio.
3) a interdição das respectivas mensagens ou páginas de informação na rede mundial de
computadores.
Após o trânsito em julgado da decisão, o material apreendido será destruído. Esta destrui-
ção constitui efeito da condenação, aplicável aos crimes previstos no art. 20, § 2º da Lei n.
7.716/1989.

2.15. Art. 20, § 1º, da Lei n. 7.716/1989


Fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, emblemas, ornamentos, distintivos ou pro-
paganda que utilizem a cruz suástica ou gamada, para fins de divulgação do nazismo.

O art. 20, § 1º da Lei n. 7.716/1989 tipifica condutas dirigidas à divulgação da ideologia


nazista. Esta criminalização não se deve ao caráter autoritário deste regime político (note, por
exemplo, que a divulgação de ideologias fascistas não configura crime). Assim, a criminaliza-
ção de condutas voltadas à divulgação do nazismo se deve ao fato de este regime defender, e
propagar, o ódio racial, religioso, étnico etc.
Lembre-se, por outro lado, que o Direito Penal só criminaliza condutas que provoquem le-
são (ou ameaça de lesão) a bens jurídicos. Assim, meros estados existenciais não podem ser
objeto da ingerência penal. Com isso, eu quero dizer que o fato de uma pessoa ser nazista, por
si só, não configura crime.
Portanto, a criminalização prevista no art. 20, § 1º não ocorre em razão de um mero esta-
do existencial, e sim em razão da realização de condutas com o objetivo (dolo específico) de
divulgar o nazismo.
Quanto ao sujeito ativo: Estamos diante de um crime comum, que não exige uma quali-
dade especial do sujeito ativo. Assim qualquer pessoa poderá cometer as condutas ilícitas
descritas no caput do art. 20, § 1º.
Quanto ao sujeito passivo: A coletividade de pessoas vítimas da divulgação.
Objeto Jurídico (bem jurídico tutelado pelo tipo penal): Como vimos, todos os crimes pre-
vistos no art. 7.716/89 buscam tutelar a igualdade.
Objeto Material (pessoa ou coisa sob a qual recai a conduta delituosa): serão os símbolos,
emblemas, ornamentos, distintivos ou propaganda que utilizem a cruz suástica ou gamada.
Elemento Subjetivo: Como vimos, todos os crimes previstos no art. 7.716/89 possuem o
dolo como elemento subjetivo, exigindo-se, ainda, a presença do dolo específico (especial fi-
nalidade no agir). Assim, o agente pratica as condutas com a finalidade de divulgar o nazismo.
Pena – Reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos e multa. A penalidade abstratamente comina-
da pela norma, nos leva às seguintes conclusões:

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a) Como a pena máxima supera dois anos, não estamos diante de uma infração penal de
menor potencial ofensivo. Portanto, não será possível a obtenção da transação penal, prevista
no art. 76 da Lei n. 9.099/1995.
b) Como a pena máxima ultrapassa um ano, não será cabível a suspensão condicional do
processo, prevista no art. 89 da Lei n. 9.099/1995.
c) Se observados os requisitos previstos no art. 44 do CP, será possível a substituição da
pena privativa de liberdade por pena restritiva de direitos, desde que a pena imposta, no caso
concreto, não seja superior a 4 anos.
Ação Penal: Como vimos, os crimes previstos na Lei n. 7.716/1989 são de Ação Penal Pú-
blica Incondicionada.

3. Efeitos da Condenação (Art. 16 e 18 da Lei n. 7.716/1989)


O art. 16 e 18 da Lei 7.816/89 discorre sobre os efeitos extrapenais da condenação.

Art. 16. Constitui efeito da condenação a perda do cargo ou função pública, para o servidor público,
e a suspensão do funcionamento do estabelecimento particular por prazo não superior a três me-
ses.

Assim, pela leitura do art. 16, podemos concluir que a condenação pelos crimes previstos
na Lei n. 7.716/1989 poderá produzir os seguintes efeitos:
a) Perda do cargo ou função pública – aplicável para o servidor público.
b) suspensão do funcionamento do estabelecimento particular por prazo não superior a
três meses
O art. 18 estabelece que estes efeitos, previstos no art. 16, não são automáticos, devendo,
ser expressamente declarados na sentença.
Finalizamos aqui, a nossa aula sobre a Lei n. 7.716/1989!
Não esqueça de ler, e reler a lei, quantas vezes achar necessário. A maior parte das ques-
tões objetivas são retiradas da “letra fria” da lei.
Ótimos estudos!

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RESUMO
Antes de fazermos as questões sobre a Lei n. 7.716/1989, vamos fazer uma breve revisão
dos temas abordados em nossa aula!
1) Os crimes previstos na Lei n. 7.716/1989 só podem ser cometidos de forma dolosa, (de-
vendo estar presentes o binômio consciência e vontade).
2) Exige-se a presença do dolo específico (também chamado de especial finalidade no
agir). Assim, para que sejam consideradas fatos típicos, é necessário que as condutas, descri-
tas na Lei n. 7.716/1989, sejam praticadas com a finalidade de discriminar a vítima, em razão
de sua raça, cor, etnia, religião, procedência nacional (art. 1º), e “orientação sexual ou identida-
de de gênero”, conforme entendimento do STF.
3) O STF entendeu que condutas homotransfóbicas configuram expressões de racismo,
entendido em sua dimensão social.
4) O STF fixou a tese de que, até que a omissão legislativa do Congresso Nacional seja sa-
nada, serão aplicadas as disposições da Lei n. 7.716/1989 no caso de condutas que envolvam
aversão odiosa à orientação sexual ou à identidade de gênero.
5) Os crimes previstos na Lei n. 7.716/1989 são imprescritíveis e inafiançáveis, com base
no art. 5º, XLII da CF/88.
6) O STF entendeu que a injúria racial é espécie do gênero racismo, sendo, pois, im-
prescritível.
7) A ação penal será pública incondicionada, nos crimes previstos na Lei n. 7.716/1989.
8) O objeto jurídico tutelado em todos os crimes previstos na Lei n. 7.716/1989 será a
igualdade.
9) O único crime que não será apenado com a reclusão será o de “exigir, em anúncios ou
qualquer outra forma de recrutamento de trabalhadores, aspectos de aparência próprios de
raça ou etnia para emprego cujas atividades não justifiquem essas exigências”, previsto no
art. 4º, § 2º da Lei n. 7.716/1989. Neste caso, a pena será de multa e prestação de serviços à
comunidade.
10) São efeitos da condenação: a) a perda do cargo ou função pública, para o servidor pú-
blico; b) suspensão do funcionamento do estabelecimento particular por prazo não superior a
três meses.
11) Os efeitos da condenação não são automáticos, devendo ser motivadamente declara-
dos na sentença.
12) A destruição do material apreendido constitui um efeito da condenação aplicável ao
crime previsto no art. 20, § 2º (Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de
raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional por intermédio dos meios de comunicação
social ou publicação de qualquer natureza).

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QUESTÕES DE CONCURSO
001. (FGV/TJ – SC/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS/2021) Valter exer-
cia suas funções em serventia extrajudicial, quando iniciou atendimento a Nathalia, que insistia
na obtenção de uma informação que não poderia ser concedida naquele momento. Revoltada,
Nathalia passou a afirmar que Valter seria “um negro safado, idiota e incapaz de pensar”, ato
que teria sido presenciado por duas pessoas, que acionaram a Polícia Militar.
Com base na situação apresentada, Nathalia praticou, em tese, o crime de:
a) racismo previsto na Lei n. 7.716/1989, que é imprescritível, mas não há vedação constitucio-
nal à concessão de anistia, graça e indulto;
b) racismo previsto na Lei n. 7.716/1989, que é imprescritível e insuscetível de anistia, graça
e indulto;
c) racismo previsto na Lei n. 7.716/1989, que não admite anistia, graça e indulto, mas é
prescritível;
d) injúria racial ou preconceituosa, não havendo vedação constitucional à concessão de anis-
tia, graça e indulto;

002. (PM – MT/SARGENTO DA POLÍCIA MILITAR/202) Constitui efeito da condenação por


crime tipificado na Lei n. 7.716/1989, que define os crimes resultantes de preconceito de raça
ou de cor, no caso de servidor público:
a) A suspensão dos direitos políticos por até três anos.
b) A perda do cargo ou função pública.
c) A declaração de inidoneidade.
d) O impedimento para contratar com o Poder Público.
e) A suspensão do cargo ou função pública, sem remuneração, por até dois anos.

003. (NC – UFPR/PC – PR/DELEGADO DE POLÍCIA/2021) Sobre a possibilidade de incidên-


cia da Lei n. 7.716/1989 às condutas homofóbicas ou transfóbicas, de acordo com o entendi-
mento atual do STF, firmado no julgamento da Ação Direta de inconstitucionalidade por Omis-
são (ADO) n. 26, considere as seguintes afirmativas:
1) Até que o Congresso Nacional edite lei específica, as condutas homofóbicas e transfóbi-
cas, reais ou supostas, se enquadram nos crimes previstos na Lei n. 7.716/1989.
2) exercício da liberdade religiosa pode caracterizar a prática de homotransfobia caso ve-
nha a configurar discurso de ódio.
3) O conceito de racismo ultrapassa aspectos estritamente biológicos ou fenotípicos e al-
cança comportamentos de negação da dignidade e da humanidade daqueles que inte-
gram os grupos vulneráveis vítimas da homotransfobia.
4) É típica a conduta de quem, por homofobia ou transfobia, recusa ou impede acesso a es-
tabelecimento comercial, negando-se a servir, atender ou receber cliente ou comprador.
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Assinale a alternativa correta.


a) Somente a afirmativa 1 é verdadeira.
b) Somente as afirmativas 2 e 3 são verdadeiras.
c) Somente as afirmativas 2 e 4 são verdadeiras.
d) Somente as afirmativas 1, 3 e 4 são verdadeiras.
e) As afirmativas 1, 2, 3 e 4 são verdadeiras.

004. (IBADE/IAPEN – AC/AUXILIAR ADMINISTRATIVO/2021) Conforme a Lei n. 7.716, de


05/01/1989, que define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor, assinale a al-
ternativa que conste um crime punido na forma desta Lei.
a) Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime
b) Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, ou depois de lhe haver reduzido,
por qualquer outro meio, a capacidade de resistência, a não fazer o que a lei permite, ou a fazer
o que ela não manda
c) Expor alguém, por meio de relações sexuais ou qualquer ato libidinoso, a contágio de molés-
tia venérea, de que sabe ou deve saber que está contaminado
d) Abandonar pessoa que está sob seu cuidado, guarda, vigilância ou autoridade, e, por qual-
quer motivo, incapaz de defender-se dos riscos resultantes do abandono
e) Impedir ou obstar o acesso de alguém, devidamente habilitado, a qualquer cargo da Admi-
nistração Direta ou Indireta, bem como das concessionárias de serviços públicos

005. (IBADE/IAPEN – AC/ADVOGADO/2021) Conforme a Lei n. 7.716, de 05/01/1989, que


define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor, assinale a alternativa CORRETA.
Será punido, na forma da Lei supramencionada, os crimes resultantes de discriminação ou
preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. Considera-se crime na forma
desta Lei:
a) cometer injúria racial.
b) incitar ódio na rede mundial de computadores.
c) negar ou obstar emprego em empresa privada.
d) praticar crime de tortura.
e) incentivar a inscrição ou ingresso de aluno em estabelecimento de ensino público ou priva-
do de qualquer grau.

006. (IDECAN/PC – CE/ESCRIVÃO/2021) Aparecida é dona de um restaurante e dispôs como


regra em seu estabelecimento comercial a recusa no atendimento de clientes de raça negra ou
cor preta. Nessa hipótese, Aparecida pratica
a) crime de injúria preconceituosa.
b) um indiferente penal, mas terá responsabilidade civil e caberá indenização.
c) crime de racismo.

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d) crime contra as relações de consumo.


e) crime de calúnia preconceituosa.

007. (MPE – SC/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2014) Responde pela prática do crime de injúria


racial, disposto no § 3º do artigo 140 do Código Penal Brasileiro e não pelo artigo 20 da Lei n.
7.716/89 (Discriminação Racial) pessoa que ofende uma só pessoa, chamando-lhe de macaco
e negro sujo.

008. (INSTITUTO AOCP/PC – PA/INSPETOR/2021) Adolfo, objetivando a divulgação do na-


zismo, distribuiu pelas ruas de seu município distintivos e ornamentos que utilizavam a cruz
suástica. Diante do caso hipotético exposto, bem como considerando as disposições da Lei n.
7.716/1989, Adolfo, se condenado, estará sujeito à pena de
a) detenção de seis meses a dois anos e multa.
b) detenção de dois a quatro anos e multa.
c) reclusão de um a três anos e multa.
d) reclusão de dois a cinco anos e multa.
e) reclusão de três a oito anos e multa.

009. (INSTITUTO AOCP/PREFEITURA DE NOVA HAMBURGO – RS/AUDITOR-FISCAL/2021)


Referente à prática do racismo no Brasil, analise as assertivas e assinale a alternativa que
aponta as corretas.
I – É crime imprescritível, ou seja, não sofre prescrição.
II – É crime inafiançável que não admite o pagamento de fiança para que o preso seja solto.
III – O racismo é punível com a pena de detenção, nos termos da lei.
IV – Constitui crime de racismo comerciar livros fazendo apologia de ideias preconceituo-
sas e discriminatórias contra a comunidade judaica.

a) Apenas I, II e III.
b) Apenas I, II e IV.
c) Apenas II, III e IV.
d) Apenas II e III.
e) I, II, III e IV.

010. (FCC/SEFAZ – BA/AUDITOR-FISCAL/2019) Considere:


I – Jadson, empregado de determinada empresa privada, por motivo de discriminação de
raça, teve impedida sua ascensão funcional por seu chefe Flávio.
II – Alisson exigiu, em anúncio de recrutamento de trabalhadores, aspectos de aparência
próprios de raça ou etnia para emprego cujas atividades não justifiquem essas exigên-
cias.

De acordo com a Lei Federal n. 7.716/1989, que define os crimes resultantes de preconceito
de raça ou de cor, Flávio

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a) ficará sujeito às penas de multa e de prestação de serviços à comunidade, incluindo ativi-


dades de promoção da igualdade racial, enquanto que Alisson incorrerá na pena de reclusão.
b) incorrerá na pena de reclusão, enquanto que Alisson ficará sujeito às penas de multa e de
prestação de serviços à comunidade, incluindo atividades de promoção da igualdade racial.
c) incorrerá na pena de detenção, enquanto que Alisson ficará sujeito às penas de multa ou de
prestação de serviços à comunidade, incluindo atividades de promoção da igualdade racial.
d) incorrerá na pena de reclusão, enquanto que Alisson ficará sujeito à pena de detenção, não
se sujeitando à prestação de serviços à comunidade.
e) e Alisson incorrerão na pena de reclusão, ficando, ainda, sujeitos às penas de multa ou de
prestação de serviços à comunidade, incluindo atividades de promoção da igualdade racial.

011. (UEG/PC – GO/DELEGADO/2018) Dispõe a Lei n. 7.716/1989, que define os crimes re-
sultantes de preconceito de raça ou de cor, que ficará sujeito às penas de multa e de prestação
de serviços à comunidade, incluindo atividades de promoção da igualdade racial, quem:
a) exigir aspectos de aparência próprios de raça ou etnia para emprego cujas atividades não
justifiquem essas exigências, em anúncios ou qualquer outra forma de recrutamento de tra-
balhadores.
b) recusar ou impedir acesso a estabelecimento comercial, negando-se a servir, atender ou
receber cliente ou comprador.
c) recusar, negar ou impedir a inscrição ou ingresso de aluno em estabelecimento de ensino
público ou privado de qualquer grau.
d) impedir o acesso ou recusar atendimento em restaurantes, bares, confeitarias, ou locais
semelhantes abertos ao público.
e) impedir a ascensão funcional do empregado ou obstar outra forma de benefício profissional,
por motivo de discriminação de raça ou de cor ou práticas resultantes do preconceito de des-
cendência ou origem nacional ou étnica.

012. (VUNESP/PC – BA/DELEGADO/2018) A respeito da Lei no 7.716/89, com as alterações


da Lei no 9.459/97 (tipificação dos crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor), assi-
nale a alternativa correta.
a) Os crimes nela previstos, sem exceção, são praticados mediante dolo.
b) Não tipifica crimes resultantes de discriminação ou preconceito de religião, sendo específi-
ca a crimes de preconceito de raça, cor, etnia e procedência nacional.
c) O crime de negar ou impedir a inscrição ou ingresso de aluno em estabelecimento de ensino,
previsto no art. 6º, é específico a instituições públicas.
d) Prevê como efeito automático da condenação a perda do cargo ou função pública, para o
agente servidor público.
e) Prevê como causa de aumento de pena, geral a todos os crimes, a prática em detrimento de
menor de 18 (dezoito) anos.

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Lei n. 7.716/1989 – Crimes Resultantes de Preconceitos de Raça ou de Cor
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013. (MPE – MS/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2018/ADAPTADA) Configura crime de precon-


ceito de raça ou cor (Lei n. 7.716/1989) distribuir emblemas com símbolos que utilizem a cruz
suástica ou gamada, para fins de divulgação do nazismo.

014. (FCC/TJ – SC/JUIZ DE DIREITO/2017) Configura crime de preconceito de raça ou cor


I – obstar promoção funcional em razão de procedência nacional.
II – veicular símbolos que utilizem a cruz suástica para fins de divulgação do nazismo.
III – negar o holocausto para fins de divulgação do nazismo.
IV – incitar a discriminação por procedência nacional.
V – impedir a convivência familiar.

Está correto o que se afirma APENAS em


a) I, II e III.
b) I, II, IV e V.
c) II, III e IV.
d) III, IV e V.
e) I, III e V.

015. João, servidor público estadual, no exercício da função e em razão de preconceito de cor,
raça e religião, impediu o ingresso de um aluno no estabelecimento de ensino público onde era
lotado. Lúcio, dono de um estabelecimento comercial, se negou, por motivos semelhantes ao
de João, a atender determinado cliente. Com base na lei sobre crimes resultantes de precon-
ceito de cor, raça e religião, João estará sujeito à perda do cargo, e o funcionamento do estabe-
lecimento de Lúcio poderá ser suspenso por prazo não superior a três meses.
Nessas situações hipotéticas, os efeitos de eventuais condenações
a) não serão automáticos para João, devendo ser motivadamente declarados na sentença,
mas serão automáticos para Lúcio.
b) serão automáticos tanto para João quanto para Lúcio, não havendo necessidade de serem
motivadamente declarados nas sentenças.
c) não serão automáticos nem para João nem para Lúcio, devendo ser motivadamente decla-
rados nas sentenças.
d) serão automáticos tanto para João quanto para Lúcio, devendo ser motivadamente declara-
dos nas sentenças.

016. (CESPE/PC – GO/DELEGADO/2021) Uma jovem de vinte e um anos de idade, moradora


da região Sudeste, inconformada com o resultado das eleições presidenciais de 2014, profe-
riu, em redes sociais na Internet, diversas ofensas contra nordestinos. Alertada de que estava
cometendo um crime, a jovem apagou as mensagens e desculpou-se, tendo afirmado estar
arrependida. Suas mensagens, porém, têm sido veiculadas por um sítio eletrônico que

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promove discurso de ódio contra nordestinos. No que se refere à situação hipotética preceden-
te, assinale a opção correta, com base no disposto na Lei n.º 7.716/1989, que define os crimes
resultantes de preconceito de raça e cor.
a) Independentemente de autorização judicial, a autoridade policial poderá determinar a inter-
dição das mensagens ou do sítio eletrônico que as veicula.
b) Configura-se o concurso de pessoas nessa situação, visto que o material produzido pela
jovem foi utilizado por outra pessoa no sítio eletrônico mencionado.
c) O crime praticado pela jovem não se confunde com o de injúria racial.
d) Como se arrependeu e apagou as mensagens, a jovem não responderá por nenhum crime.
e) A conduta da jovem não configura crime tipificado na Lei n.º 7.716/1989.

017. (MPE – PR/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2016/ADAPTADA) A perda do cargo ou da função


pública constitui efeito automático da condenação de servidor público, pela prática de qualquer
um dos crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor, previstos na Lei n. 7.716/1989.

018. (MPE – PR/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2016/ADAPTADA) É constitucional a previsão de


inafiançabilidade e imprescritibilidade do crime de racismo, previsto na Lei n. 7.716/1989.

019. (FCC/TJ – SC/JUIZ DE DIREITO/2015) Considere a seguinte conduta descrita: Publicar


ilustração de recém-nascidos afrodescendentes em fuga de sala do parto, associado aos di-
zeres de um personagem (supostamente médico) de cor branca “Segurança! É uma fuga em
massa!”. Tal conduta amolda-se à seguinte tipificação legal:
a) Não se amolda a tipificação legal por se tratar de ofensa social e não de conteúdo racial.
b) Injúria, prevista no art. 140 do Código Penal.
c) Crime de racismo, previsto na Lei no 7.716/89.
d) Difamação, prevista no art. 139 do Código Penal.
e) Não se amolda a tipificação legal por se tratar de liberdade de expressão − direito de charge.

020. (FCC/DPE – MT/DEFENSOR PÚBLICO/2009) A respeito da Lei n. 7.716, de 05/01/1989


e alterações posteriores, que define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor,
considere:
I – A perda do cargo constitui efeito automático da condenação por crime resultante de
preconceito de raça ou de cor praticado por servidor público.
II – Constitui crime punido com reclusão de dois a cinco anos e multa, fabricar, comerciali-
zar, distribuir ou veicular símbolos, emblemas, ornamentos, distintivos ou propaganda
que utilizem a cruz suástica ou gamada, para fins de divulgação do nazismo.
III – A suspensão do funcionamento do estabelecimento particular pelo prazo de três me-
ses constitui efeito automático da condenação por crime resultante de preconceito de
raça ou de cor praticado por seu responsável.

Está correto o que se afirma SOMENTE em

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a) III.
b) I e II.
c) I e III.
d) II e III.
e) II.

021. (VUNESP/DPE – MS/DEFENSOR PÚBLICO/2008) É crime de preconceito, definido na


Lei n.º 7.716/89,
a) impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso.
b) ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico, de causar-
-lhe mal injusto e grave.
c) reduzir alguém à condição análoga à de escravo, submetendo-lhe a trabalhos forçados.
d) impedir o acesso às entradas sociais em edifícios públicos ou residenciais e elevadores ou
escada de acesso aos mesmos.

022. (VUNESP/PC – BA/ESCRIVÃO/2018) A Lei n. 7.716/1989, que define os crimes resultan-


tes do preconceito de raça e cor, alterada pela Lei no 9.459/1997 prevê
a) como crime a conduta de negar ou obstar emprego em empresa privada, em razão de discri-
minação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.
b) como causa de aumento de pena se quaisquer dos crimes nela definidos forem praticados
por intermédio de meios de comunicação social.
c) que os crimes nela definidos podem ser praticados na modalidade culposa.
d) como efeito automático da condenação a suspensão do funcionamento do estabelecimen-
to particular, onde se praticaram quaisquer dos crimes nela definidos, pelo prazo máximo de 3
(três) meses.
e) a todos os crimes nela definidos a pena de prestação de serviços à comunidade consistente
em promover atividades de promoção da igualdade racial.

023. (CS-UFG/PREFEITURA DE JATAÍ – GO/GUARDA CIVIL/2018) Segundo a Lei n.


7.716/1989, é crime resultante de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou
procedência nacional, impedir
a) a ascensão funcional de servidores públicos estatutários, excluindo-se os prestadores de
serviço em regime celetista.
b) a ascensão funcional do empregado ou obstar outra forma de benefício profissional, exclu-
ídos os cargos da administração pública indireta.
c) o acesso de pessoa habilitada, a qualquer cargo da administração pública, bem como das
concessionárias de serviços públicos.
d) o acesso de pessoa devidamente habilitada a cargo da administração direta, o que não se
aplica aos entes privados em regime de concessão de serviços públicos.

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024. (COPS – UEL/PC – PR/ESCRIVÃO DE POLÍCIA/2018) Assinale a alternativa que apre-


senta, corretamente, a pena para quem, por motivo de práticas resultantes do preconceito de
origem nacional, impede a ascensão funcional de empregado.
a) Reclusão de 1 a 2 anos.
b) Reclusão de 2 a 5 anos.
c) Detenção de 1 a 2 anos.
d) Detenção de 2 a 4 anos.
e) Detenção de 1 a 5 anos.

025. (CESPE/TER – BA/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2017) Caso um escritor publique um livro que


contenha afirmações discriminatórias contra determinada comunidade étnica,
a) o escritor não poderá ser condenado por racismo, em razão do princípio da liberdade de
expressão, conforme expresso pela lei pertinente aos crimes de racismo.
b) os exemplares desse livro que estejam em circulação poderão ser imediatamente recolhi-
dos, por ordem judicial.
c) os exemplares existentes do livro não poderão ser destruídos por ordem judicial, mesmo
após sentença transitada em julgado, por terem constituído prova da materialidade do delito.
d) somente membros da comunidade étnica discriminada terão legitimidade para ingressar
com ação judicial contra o escritor do livro.
e) todos os indivíduos que adquirirem o referido livro serão, em consequência dessa compra,
sujeitos ativos de crime resultante de preconceito de raça.

026. (CESPE/TER – BA/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2017) O dono de um restaurante recusou o


atendimento a um cidadão em seu estabelecimento, em virtude de sua raça. De acordo com a
Lei n. 7.716/1989, a pena prevista é de
a) interdição do estabelecimento comercial.
b) multa.
c) prestação de serviços à comunidade.
d) reclusão
e) recolhimento domiciliar.

027. (FCC/TRT/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2017) Um comerciante publicou anúncio para recru-


tamento de trabalhadores, onde exigia aspectos de aparência próprios de raça, sendo que
as atividades do referido emprego não justificam essas exigências. De acordo com a Lei n.
7.716/1989, esse comerciante está sujeito às penas de
a) reclusão de dois a cinco anos e prestação de serviços à comunidade.
b) multa e prestação de serviços à comunidade, incluindo atividades de promoção da igual-
dade racial.
c) reclusão de um a três anos e realização de atividades de promoção da igualdade racial.

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d) multa e reclusão de um a cinco anos.


e) multa e embargo do estabelecimento.

028. (CONSULPLAN TRF 2ª REGIÃO/ANALISTA JUDICIÁRIO/2017) Nos crimes previstos


na Lei n. 7.716, de 5 de janeiro de 1989 – que define os crimes resultantes de preconceito de
raça ou de cor –, constitui efeito da condenação a perda do cargo ou função pública, para o
servidor público, e a suspensão do funcionamento do estabelecimento particular envolvido por
prazo não superior a:
a) 1 mês.
b) 1 ano.
c) 6 meses.
d) 3 meses.

029. (FCC/AL – MS/AGENTE DE POLÍCIA LEGISLATIVO/2016) Nos termos preconizados


pela Lei no 7.716/1989, que define os crimes de preconceito de raça ou de cor, constitui efeito
da condenação, por um dos crimes definidos nesta lei, devendo ser motivadamente declarado
na sentença, a
a) suspensão do exercício do cargo ou função pública, para o servidor público, pelo prazo de 6
meses, e a suspensão do funcionamento do estabelecimento particular por prazo não superior
a três anos.
b) perda do cargo ou função pública, para o servidor público, e o fechamento do estabeleci-
mento particular.
c) suspensão do exercício do cargo ou função pública, para o servidor público, pelo prazo de
três meses, e a suspensão do funcionamento do estabelecimento particular no mesmo prazo.
d) perda do cargo ou função pública, para o servidor público, e a suspensão do funcionamento
do estabelecimento particular por prazo não superior a seis meses.
e) perda do cargo ou função pública, para o servidor público, e a suspensão do funcionamento
do estabelecimento particular por prazo não superior a três meses.

030. (FUNCAB/PC – PA/INVESTIGADOR/2016) Qual, dentre as condutas a seguir enumera-


das, ocorre a incidência de crime diverso daqueles tipificados como crime de discriminação
ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional, conforme previsto na Lei n.
7.716, de 1989?
a) Recusar, negar ou impedir a inscrição ou ingresso de aluno em estabelecimento de ensino
público ou privado de qualquer grau, por motivo de preconceito de raça, cor, etnia, religião ou
procedência racional.
b) Injuriar alguém, utilizando elementos referentes à raça, cor, etnia, religião, origem ou a condi-
ção de pessoa idosa ou portadora de deficiência, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro.

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c) Impedir o acesso ou recusar hospedagem em hotel, pensão, estalagem, ou qualquer estabe-


lecimento sim ilar, por motivo de preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência racional.
d) Impedir ou obstar o acesso de alguém, devidamente habilitado, a qualquer cargo da Admi-
nistração Direta ou Indireta, bem como das concessionárias de serviços públicos, por motivo
de preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência racional.
e) Recusar ou impedir acesso a estabelecimento comercial, negando-se a servir, atender ou
receber cliente ou comprador, por motivo de preconceito de raça, cor, etnia, religião ou proce-
dência racional.

031. (CESPE/PC – PE/DELEGADO DE POLÍCIA/2016 – ADAPTADA) A condenação por cri-


me de racismo cometido por proprietário de estabelecimento comercial sujeita o condenado à
suspensão do funcionamento de seu estabelecimento, pelo prazo de até três meses, devendo
esse efeito ser motivadamente declarado na sentença penal condenatória.

032. (CONSULPLAN/TJ – MG/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS/2016)


De acordo com a Lei n. 7.716/1989, constitui crime
a) fabricar ornamentos que utilizem a cruz suástica.
b) distribuir distintivos que utilizem a cruz suástica.
c) comercializar emblemas que utilizem a cruz gamada, para fins de divulgação do nazismo.
d) fabricar símbolos que utilizem a cruz gamada, para fins de divulgação do cristianismo.

033. (CESPE/TJ – AM/JUIZ DE DIREITO/2016/ADAPTADA) Distribuir símbolos ou propagan-


da que utilizem a cruz suástica ou gamada para fins de divulgação do nazismo é uma conduta
típica prevista em lei.

034. (UEG/PC – GO/DELEGADO/2013) Múcio, gerente de Recursos Humanos de uma empre-


sa privada, durante seleção para preenchimento de vaga para secretária executiva, diz na pre-
sença de várias pessoas, que candidatas de origem nordestina não seriam aceitas por não se
encaixarem no perfil da empresa. Valéria, uma candidata nordestina, sentindo-se humilhada,
retira-se da seleção. Na hipótese, Múcio praticou contra Valéria o crime de
a) injúria, no caso qualificada, havendo ofendido-lhe a dignidade.
b) tortura, pois submeteu a candidata a intenso sofrimento mental.
c) preconceito, por negar ou obstar emprego em empresa privada.
d) constrangimento ilegal, ao impedir a candidata de participar da seleção.

035. (VUNESP/TJ – SP/ADVOGADO/2013) Nos termos da Lei n.º 7.716/1989, a qual versa
sobre delitos de preconceito ou discriminação racial, pratica crime aquele que, em virtude de
preconceito de raça, impede ou obsta.
a) o acesso de alguém a restaurantes, bares, confeitarias ou locais semelhantes, ainda que não
abertos ao público.

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b) o acesso de alguém aos veículos de transportes públicos e privados, como aviões, navios,
barcos, ônibus, trens, metrô ou qualquer outro meio de transporte.
c) o acesso ou recusa atendimento de alguém em estabelecimentos esportivos, casas de di-
versões ou clubes sociais, ainda que não abertos ao público.
d) o casamento de alguém, por qualquer meio ou forma, excluindo-se outros modos de convi-
vência familiar e social.
e) o acesso de alguém às entradas sociais de edifícios públicos ou residenciais, bem como aos
elevadores ou às escadas desses locais.

036. (FCC/PGE – BA/ASSISTENTE DE PROCURADORIA/2013) A conduta de impedir o aces-


so às entradas sociais de edifícios públicos e elevadores ou escada de acesso, em razão de
preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional, é considerada
a) contravenção penal, apenada com multa.
b) contravenção penal, apenada com prisão simples.
c) infração disciplinar, apenada com demissão.
d) crime, apenado com detenção.
e) crime, apenado com reclusão.

037. (FCC/PGE – BA/ANALISTA DE PROCURADORIA/2013) Em relação ao agente que é


preso em flagrante delito pela prática de crime de racismo, é correto afirmar:
a) A prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão,
nos termos da lei.
b) A lei considera crime inafiançável e insuscetível de graça ou anistia a prática do racismo, por
ele respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-lo, se omitirem.
c) A lei considera crime inafiançável e insuscetível de graça ou anistia a prática do racismo, por
ele respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-lo, se omitirem; deven-
do cumprir a pena integralmente em regime fechado.
d) A prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão
que deverá ser cumprida integralmente em regime fechado.
e) A autoridade policial poderá conceder a fiança quando a pena privativa de liberdade, pre-
vista na lei, for igual ou inferior a quatro anos; cabendo ao Juiz a concessão da fiança nos
demais casos.

038. (CESPE/PRF/POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL/2013) Constitui crime o fato de determi-


nado clube social recusar a admissão de um cidadão em razão de preconceito de raça, salvo
se o respectivo estatuto atribuir à diretoria a faculdade de recusar propostas de admissão, sem
declinação de motivos.

039. (CESPE/PC – BA/INVESTIGADOR/2013) Considera-se atípica na esfera penal a conduta


do agente público que, por motivo de discriminação de procedência nacional, obste o acesso
de alguém a cargo em órgão público.

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040. (COPS-UEL/PC – PR/DELEGADO/2013) Quantos aos crimes de racismo definidos na Lei


n. 7.716/1989, assinale a alternativa correta.
a) A incitação pública ao racismo constitui delito de incitação ao crime definido no Art. 286 do
Código Penal, não havendo na referida Lei disposição sobre tal conduta.
b) No caso de incitação ou induzimento ao preconceito racial praticado através da rede mun-
dial de computadores, poderá o juiz determinar a interdição da mensagem ou página de
informação.
c) São crimes de ação penal pública condicionada, dependendo de representação da vítima
para propositura da ação penal.
d) A injúria qualificada pelo preconceito racial é crime definido na referida Lei, não se aplicando
o crime de injúria definido no Art. 140 do Código Penal.
e) Não constitui crime definido na referida Lei o empregador que, motivado pelo preconceito
racial, não conceder os equipamentos necessários ao empregado em igualdade de condições
com os demais trabalhadores.

041. (CESPE/PC – BA/DELEGADO/2013) Pratica crime o empregador que, por motivo de dis-
criminação de raça ou cor, deixar de conceder equipamentos necessários ao empregado, em
igualdade de condições com os demais trabalhadores.

042. (FUNCAB/PC – ES/DELEGADO/2013) No interior de uma aeronave de uma companhia


americana, quando esta sobrevoava o estado da Bahia, Patrícia, que embarcara no aeroporto
de Vitória – ES, viajando para os Estados Unidos da América, teve um desentendimento com
uma comissária de bordo do avião, por causa do assento em que estava posicionada. Em ra-
zão do tratamento dispensado pela comissária de bordo, Patrícia solicitou seu nome, ocasião
em que a funcionária da companhia aérea disse que não daria, inclusive afirmou: “Amanhã vou
acordar jovem, bonita, orgulhosa, rica e sendo uma poderosa americana, e você vai acordar
como safada, depravada, repulsiva, canalha e miserável brasileira.” Assim, essa aeromoça:
a) não praticou crime perante a lei brasileira, em face do princípio do pavilhão.
b) praticou o crime de injúria racial, com fulcro no artigo 140, § 3º do CP.
c) praticou o crime de tortura (Lei n. 9.455/1997), pois constrangeu a vítima, causando-lhe so-
frimento mental, em razão de discriminação racial.
d) praticou o crime de racismo, preceituado na Lei n. 7.716/1989.
e) praticou o crime de difamação, com fulcro no artigo 139 do CP.

043. (CESPE/TER – RJ/ANALISTA JUDICIÁRIO/2012) Aquele que imputar a outrem termos


pejorativos referentes à sua raça, com o nítido intuito de lesão à sua honra, deverá responder
pelo crime de racismo.

044. (MPE – MG/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2010/ADAPTADA) Quem nega atendimento, em


estabelecimento comercial aberto ao público, a um grupo de turistas pernambucanos, ao

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argumento de que os nordestinos formam uma sub-raça, responde por crime contra a honra,
não se submetendo à lei que define crimes resultantes de preconceito de raça e de cor (Lei n.
7.716/89).

045. (FGV/PC – RJ/INSPETOR/2008) Segundo a Lei n. 7.716/1989, as condutas relaciona-


das a seguir constituem crime de racismo, à exceção de uma. Assinale-a.
a) impedir o acesso ou recusar atendimento em restaurantes, bares, confeitarias, ou locais
semelhantes abertos ao público
b) impedir o acesso ou recusar hospedagem em hotel, pensão, estalagem, ou qualquer esta-
belecimento similar
c) constranger alguém com emprego de violência ou ameaça, causando-lhe sofrimento físico
em razão de discriminação racial ou religiosa
d) impedir o acesso às entradas sociais em edifícios públicos ou residenciais e elevadores ou
escada de acesso a eles
e) negar ou obstar emprego em empresa privada

046. (CESPE/PF/ESCRIVÃO/2004) Um determinado hotel negou-se a hospedar uma família


de índios, alegando que não havia nenhum quarto vago. Posteriormente, restou demonstrado
que existiam vagas e que a recusa derivou do fato de que o gerente do hotel tinha proibido
a hospedagem de índios no estabelecimento. Nessa situação, o referido gerente comete in-
fração penal.

047. (ESAF/PGFN/PROCURADOR DA FAZENDA NACIONAL/2003) No tocante aos crimes


resultantes de preconceitos, de raça ou de cor, pode-se afirmar que (Lei n. 7.716/89):
a) não constitui efeito da condenação a perda de cargo ou função pública para o servidor pú-
blico que for sujeito ativo do crime.
b) a suspensão do funcionamento do estabelecimento particular por prazo não superior a três
meses constitui um efeito da condenação automático, pois não deve ser motivadamente de-
clarado por sentença.
c) não se considera crime fabricar distintivo que utilize a cruz suástica para fins de divulgação
do nazismo.
d) no caso de prática de discriminação ou preconceito de raça por intermédio de publicação
de qualquer natureza, constitui efeito da condenação, após o trânsito em julgado a decisão, a
destruição do material apreendido.
e) no crime de negar ingresso de aluno em estabelecimento público ou privado de qualquer
grau, não há agravamento de pena quando praticado contra menor de 18 anos.

048. (INSTITUTO AOCP/PC – ES/ESCRIVÃO 2019) O sujeito que dispõe em seu estabele-
cimento comercial regra, recusando ou impedindo acesso ao estabelecimento, negando-se

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a servir, atender ou receber clientes ou compradores em razão de raça, cor, etnia, religião ou
procedência nacional cometerá o delito
a) de calúnia.
b) contra a relação de consumo.
c) de racismo.
d) de injúria preconceituosa.
e) de homofobia.

049. (AOCP/UEFS/ANALISTA UNIVERSITÁRIO/2018) Constituem crimes resultantes de dis-


criminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional, EXCETO
a) impedir ou obstar o acesso de alguém, devidamente habilitado, a qualquer cargo da Admi-
nistração Direta ou Indireta, bem como das concessionárias de serviços públicos.
b) negar ou obstar emprego em empresa privada.
c) recusar ou impedir acesso a estabelecimento comercial, negando-se a servir, atender ou
receber cliente ou comprador.
d) impedir o acesso ou recusar hospedagem em hotel, pensão, estalagem, ou qualquer esta-
belecimento similar.
e) injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro, utilizando-se de elementos referen-
tes à raça, cor, etnia, religião e origem.

050. (FCC/TST/TÉCNICO JUDICIÁRIO) Considere a situação hipotética descrita.


Veridiana, de religião x, ao tentar matricular seu filho Nelson, também de religião x, no 6º ano
do ensino fundamental, em tradicional Colégio particular com ênfase na religião y, tem a ma-
trícula recusada pela Diretora daquele estabelecimento que demonstra claro menosprezo à
religião professada por Veridiana e Nelson e alega que Nelson não se enquadraria no perfil de
alunos daquele colégio, pois, pelo regulamento interno da escola, é vedada a matrícula de alu-
nos não praticantes da religião y.
Neste caso,
a) será necessário analisar administrativamente a validade do regulamento interno da institui-
ção de ensino particular para fins de aplicação de sanção, pelo MEC, de descredenciamento
definitivo.
b) será necessário, analisar a validade do regulamento interno da instituição de ensino parti-
cular para fins de aplicação de sanção, pelo MEC, de suspensão das atividades por até 1 ano.
c) é punível a recusa da inscrição do aluno no 6º ano do Ensino Fundamental, baseado no pre-
conceito à religião x, sob a alegação de que o perfil de alunos da escola é somente de religião
y, independentemente de se tratar de estabelecimento público ou privado de ensino.
d) trata-se apenas de afronta ao princípio da isonomia, não se assemelhando em nada ao cri-
me de preconceito ou discriminação.

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e) é punível a recusa da inscrição do aluno no 6º ano do Ensino Fundamental, baseado no pre-


conceito à religião x, sob a alegação de que o perfil de alunos da escola é somente de religião
y, somente se for em estabelecimento público de ensino.

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GABARITO
1. d 37. a
2. b 38. E
3. e 39. E
4. e 40. b
5. c 41. C
6. c 42. d
7. C 43. E
8. d 44. E
9. b 45. c
10. b 46. C
11. a 47. d
12. a 48. c
13. C 49. e
14. b 50. c
15. c
16. c
17. E
18. C
19. c
20. e
21. d
22. a
23. c
24. b
25. b
26. d
27. b
28. d
29. e
30. b
31. C
32. c
33. C
34. c
35. e
36. e

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GABARITO COMENTADO
001. (FGV/TJ – SC/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS/2021) Valter exer-
cia suas funções em serventia extrajudicial, quando iniciou atendimento a Nathalia, que insistia
na obtenção de uma informação que não poderia ser concedida naquele momento. Revoltada,
Nathalia passou a afirmar que Valter seria “um negro safado, idiota e incapaz de pensar”, ato
que teria sido presenciado por duas pessoas, que acionaram a Polícia Militar.
Com base na situação apresentada, Nathalia praticou, em tese, o crime de:
a) racismo previsto na Lei n. 7.716/1989, que é imprescritível, mas não há vedação constitucio-
nal à concessão de anistia, graça e indulto;
b) racismo previsto na Lei n. 7.716/1989, que é imprescritível e insuscetível de anistia, graça
e indulto;
c) racismo previsto na Lei n. 7.716/1989, que não admite anistia, graça e indulto, mas é
prescritível;
d) injúria racial ou preconceituosa, não havendo vedação constitucional à concessão de anis-
tia, graça e indulto;

a) Errada. Nathália utilizou elementos referentes a raça da vítima, para ofender a sua honra
subjetiva, praticando, assim, crime de injúria racial, previsto no art. 140, § 3º do CP.
b) Errada. Nathália praticou crime de injúria racial, previsto no art. 140, § 3º do CP. Além disso,
é importante lembrarmos que não há vedação constitucional à concessão de anistia, graça e
indulto aos crimes de racismo.
c) Errada. Nathália praticou crime de injúria racial, previsto no art. 140, § 3º do CP. Além disso,
os crimes de racismo, previstos na Lei n. 7.716/1989, são imprescritíveis e não há vedação
constitucional à concessão de anistia, graça e indulto.
d) Certa. Nathália utilizou elementos referentes a raça da vítima, para ofender a sua honra
subjetiva, praticando, assim, crime de injúria racial, previsto no art. 140, § 3º do CP. Importante
lembrarmos, ainda, que a CF/88 não veda a concessão de anistia, graça e indulto ao crime de
injúria qualificada (também chamado de injúria racial ou preconceituosa) e nem ao crime de
racismo (cujas condutas estão previstas na Lei n. 7.716/1989).
Letra d.

002. (PM – MT/SARGENTO DA POLÍCIA MILITAR/202) Constitui efeito da condenação por


crime tipificado na Lei n. 7.716/1989, que define os crimes resultantes de preconceito de raça
ou de cor, no caso de servidor público:
a) A suspensão dos direitos políticos por até três anos.
b) A perda do cargo ou função pública.
c) A declaração de inidoneidade.
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d) O impedimento para contratar com o Poder Público.


e) A suspensão do cargo ou função pública, sem remuneração, por até dois anos.

O art. 16 da Lei n. 7.716/1989 estabelece que:

Constitui efeito da condenação a perda do cargo ou função pública, para o servidor público, e a
suspensão do funcionamento do estabelecimento particular por prazo não superior a três meses.
(grifo nosso).
Portanto, sendo o condenado servidor público, a sentença poderá declarar, como efeito da
condenação, a perda do cargo ou função.
Lembrando que estes efeitos não são automáticos, devendo estar declarados, na sentença, de
forma motivada.
Letra b.

003. (NC – UFPR/PC – PR/DELEGADO DE POLÍCIA/2021) Sobre a possibilidade de incidên-


cia da Lei n. 7.716/1989 às condutas homofóbicas ou transfóbicas, de acordo com o entendi-
mento atual do STF, firmado no julgamento da Ação Direta de inconstitucionalidade por Omis-
são (ADO) n. 26, considere as seguintes afirmativas:
1) Até que o Congresso Nacional edite lei específica, as condutas homofóbicas e transfóbi-
cas, reais ou supostas, se enquadram nos crimes previstos na Lei n. 7.716/1989.
2) O exercício da liberdade religiosa pode caracterizar a prática de homotransfobia caso
venha a configurar discurso de ódio.
3) O conceito de racismo ultrapassa aspectos estritamente biológicos ou fenotípicos e al-
cança comportamentos de negação da dignidade e da humanidade daqueles que inte-
gram os grupos vulneráveis vítimas da homotransfobia.
4) É típica a conduta de quem, por homofobia ou transfobia, recusa ou impede acesso a es-
tabelecimento comercial, negando-se a servir, atender ou receber cliente ou comprador.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente a afirmativa 1 é verdadeira.
b) Somente as afirmativas 2 e 3 são verdadeiras.
c) Somente as afirmativas 2 e 4 são verdadeiras.
d) Somente as afirmativas 1, 3 e 4 são verdadeiras.
e) As afirmativas 1, 2, 3 e 4 são verdadeiras.

Afirmativa 1 – Correta. O STF, Na ADO 26/DF, entendeu que há omissão do Congresso Nacional
em implementar os mandados de criminalização previstos no art. 5º, XLI e XLII da CF/88. De
acordo com a Corte, as condutas homofóbicas e transfóbicas traduzem expressões de racis-
mo, entendido em sua dimensão social. A partir destes posicionamentos, o STF fixou a tese
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de que, até que a omissão legislativa seja sanada, as condutas que envolvam aversão odiosa
à orientação sexual ou à identidade de gênero de alguém se adequam aos preceitos primários
de incriminação previstos na Lei n. 7.716/1989.

JURISPRUDÊNCIA
Até que sobrevenha lei emanada do Congresso Nacional destinada a implementar os
mandados de criminalização definidos nos incisos XLI e XLII do art. 5º da Constituição
da República, as condutas homofóbicas e transfóbicas, reais ou supostas, que envolvem
aversão odiosa à orientação sexual ou à identidade de gênero de alguém, por traduzi-
rem expressões de racismo, compreendido este em sua dimensão social, ajustam-se, por
identidade de razão e mediante adequação típica, aos preceitos primários de incrimina-
ção definidos na Lei n. 7.716, de 08/01/1989, constituindo, também, na hipótese de homi-
cídio doloso, circunstância que o qualifica, por configurar motivo torpe (Código Penal, art.
121, § 2º, I, “in fine”). (STF – ADO 26/DF. Rel. Min. Celso de Mello. Plenário. MI 4733/DF,
Rel; Min Edson Fachin. Julgados em 13/06/2019. Informativo 944).

Afirmativa 2 – Correta. O ordenamento jurídico brasileiro não traz direitos absolutos. Assim,
o STF entende que o direito fundamental à liberdade religiosa não poderá ser utilizado como
instrumento para a propagação do discurso de ódio contra pessoas, em razão de sua orienta-
ção sexual ou identidade de gênero. Assim, a segunda Tese fixada pela Corte, na ADO 26/DF,
estabelece que:

JURISPRUDÊNCIA
A repressão penal à prática da homotransfobia não alcança nem restringe ou limita o exer-
cício da liberdade religiosa, qualquer que seja a denominação confessional professada,
a cujos fiéis e ministros (sacerdotes, pastores, rabinos, mulás ou clérigos muçulmanos e
líderes ou celebrantes das religiões afro-brasileiras, entre outros) é assegurado o direito
de pregar e de divulgar, livremente, pela palavra, pela imagem ou por qualquer outro meio,
o seu pensamento e de externar suas convicções de acordo com o que se contiver em
seus livros e códigos sagrados, bem assim o de ensinar segundo sua orientação doutri-
nária e/ou teológica, podendo buscar e conquistar prosélitos e praticar os atos de culto
e respectiva liturgia, independentemente do espaço, público ou privado, de sua atuação
individual ou coletiva, desde que tais manifestações não configurem discurso de ódio,
assim entendidas aquelas exteriorizações que incitem a discriminação, a hostilidade ou
a violência contra pessoas em razão de sua orientação sexual ou de sua identidade de
gênero (grifo nosso). (STF – ADO 26/DF. Rel. Min. Celso de Mello. Plenário. MI 4733/DF,
Rel; Min Edson Fachin. Julgados em 13/06/2019. Informativo 944).

Afirmativa 3 – Correta. Na 3ª Tese fixada na ADO 26/DF, o STF entendeu que:

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Lei n. 7.716/1989 – Crimes Resultantes de Preconceitos de Raça ou de Cor
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JURISPRUDÊNCIA
O conceito de racismo, compreendido em sua dimensão social, projeta-se para além de
aspectos estritamente biológicos ou fenotípicos, pois resulta, enquanto manifestação de
poder, de uma construção de índole histórico-cultural motivada pelo objetivo de justifi-
car a desigualdade e destinada ao controle ideológico, à dominação política, à subjuga-
ção social e à negação da alteridade, da dignidade e da humanidade daqueles que, por
integrarem grupo vulnerável (LGBTI+) e por não pertencerem ao estamento que detém
posição de hegemonia em uma dada estrutura social, são considerados estranhos e dife-
rentes, degradados à condição de marginais do ordenamento jurídico, expostos, em con-
sequência de odiosa inferiorização e de perversa estigmatização, a uma injusta e lesiva
situação de exclusão do sistema geral de proteção do direito. (STF – ADO 26/DF. Rel. Min.
Celso de Mello. Plenário. MI 4733/DF, Rel; Min Edson Fachin. Julgados em 13/06/2019.
Informativo 944)

Afirmativa 4 – Correta. A conduta de “Recusar ou impedir acesso a estabelecimento comercial,


negando-se a servir, atender ou receber cliente ou comprador”, está prevista no art. 5º da Lei
n. 7.716/1989. Como vimos, o STF fixou entendimento (na ADO 26/DF) de que esta Lei deverá
ser aplicada em caso de homofobia e transfobia.
Letra e.

004. (IBADE/IAPEN – AC/AUXILIAR ADMINISTRATIVO/2021) Conforme a Lei n. 7.716, de


05/01/1989, que define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor, assinale a al-
ternativa que conste um crime punido na forma desta Lei.
a) Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime
b) Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, ou depois de lhe haver reduzido,
por qualquer outro meio, a capacidade de resistência, a não fazer o que a lei permite, ou a fazer
o que ela não manda
c) Expor alguém, por meio de relações sexuais ou qualquer ato libidinoso, a contágio de molés-
tia venérea, de que sabe ou deve saber que está contaminado
d) Abandonar pessoa que está sob seu cuidado, guarda, vigilância ou autoridade, e, por qual-
quer motivo, incapaz de defender-se dos riscos resultantes do abandono
e) Impedir ou obstar o acesso de alguém, devidamente habilitado, a qualquer cargo da Admi-
nistração Direta ou Indireta, bem como das concessionárias de serviços públicos

a) Errada. A alternativa traz o crime de calúnia, previsto no art. 138 do CP.


b) Errada. A alternativa traz o crime de Constrangimento Ilegal, previsto no art. 146 do CP.
c) Errada. A alternativa traz o crime de “Perigo de Contágio Venéreo”, previsto no art. 130 do CP.
d) Errada. A alternativa traz o crime de “Abandono de Incapaz”, previsto no art. 133 do CP.

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e) Correta. A conduta de “Impedir ou obstar o acesso de alguém, devidamente habilitado, a


qualquer cargo da Administração Direta ou Indireta, bem como das concessionárias de servi-
ços públicos” está tipificada no art. 3º da Lei n. 7.716/1989.
Letra e.

005. (IBADE/IAPEN – AC/ADVOGADO/2021) Conforme a Lei n. 7.716, de 05/01/1989, que


define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor, assinale a alternativa CORRETA.
Será punido, na forma da Lei supramencionada, os crimes resultantes de discriminação ou
preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. Considera-se crime na forma
desta Lei:
a) cometer injúria racial.
b) incitar ódio na rede mundial de computadores.
c) negar ou obstar emprego em empresa privada.
d) praticar crime de tortura.
e) incentivar a inscrição ou ingresso de aluno em estabelecimento de ensino público ou priva-
do de qualquer grau.

a) Errada. A injúria racional não está prevista na Lei n. 7.716/1989 e sim no art. 146, § 3º do CP.
b) Errada. O crime de “incitar ódio na rede mundial de computadores” não está previsto expres-
samente na Lei n. 7.716/1989.
c) Correta. A conduta de “Negar ou obstar emprego em empresa privada”, quando resultante
de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional, constitui
crime previsto no art. 4º da Lei n. 7.716/1989.
d) Errada. Os crimes de tortura estão previstos na Lei 9.455/97.
e) Errada. O crime não está em “incentivar” a inscrição, e sim em “Recusar, negar ou impedir a
inscrição ou ingresso de aluno em estabelecimento de ensino público ou privado de qualquer
grau”, conforme estabelece o art. 6º da Lei n. 7.716/1989
Letra c.

006. (IDECAN/PC – CE/ESCRIVÃO/2021) Aparecida é dona de um restaurante e dispôs como


regra em seu estabelecimento comercial a recusa no atendimento de clientes de raça negra ou
cor preta. Nessa hipótese, Aparecida pratica
a) crime de injúria preconceituosa.
b) um indiferente penal, mas terá responsabilidade civil e caberá indenização.
c) crime de racismo.
d) crime contra as relações de consumo.
e) crime de calúnia preconceituosa.
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a) Errada. O crime de injúria racial é praticado contra uma pessoa específica, consistindo na
conduta de “Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro” utilizando-se, para tanto,
de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou
portadora de deficiência, como prevê o art. 140, § 3º do CP. No caso narrado, Aparecida, ao
prever a regra em seu estabelecimento, não pratica ato de injúria contra pessoa.
b) Errada. Na hipótese trazida, Aparecida pratica crime resultante de preconceito de raça ou de
cor, tipificado na Lei n. 7.716/1989. Logo, não se trata de um indiferente penal.
c) Correta. Aparecida pratica crime de racismo, previsto no art. 5º da Lei n. 7.716/1989, que
possui a seguinte redação:

Recusar ou impedir acesso a estabelecimento comercial, negando-se a servir, atender ou receber


cliente ou comprador.
d) Errada. Os crimes contra as relações de consumo estão previstos no art. 7º da Lei 8.137/90.
A conduta praticada por Aparecida não está prevista nesta norma.
e) Errada. No caso narrado, Aparecida não imputou, a ninguém, fato definido como crime. Logo,
não podemos falar em calúnia, previsto no art. 138 do CP.
Letra c.

007. (MPE – SC/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2014) Responde pela prática do crime de injúria


racial, disposto no § 3º do artigo 140 do Código Penal Brasileiro e não pelo artigo 20 da Lei n.
7.716/89 (Discriminação Racial) pessoa que ofende uma só pessoa, chamando-lhe de macaco
e negro sujo.

Na hipótese descrita na questão, o agente utiliza elementos referentes a raça para ofender a
honra subjetiva de uma pessoa determinada, praticando, assim, crime de injúria racial, previsto
no art. 140, § 3º do CP.
Certo.

008. (INSTITUTO AOCP/PC – PA/INSPETOR/2021) Adolfo, objetivando a divulgação do na-


zismo, distribuiu pelas ruas de seu município distintivos e ornamentos que utilizavam a cruz
suástica. Diante do caso hipotético exposto, bem como considerando as disposições da Lei n.
7.716/1989, Adolfo, se condenado, estará sujeito à pena de
a) detenção de seis meses a dois anos e multa.
b) detenção de dois a quatro anos e multa.
c) reclusão de um a três anos e multa.
d) reclusão de dois a cinco anos e multa.
e) reclusão de três a oito anos e multa.

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No caso narrado, Adolfo praticou a conduta de “distribuir” distintivos e ornamentos que utiliza-
vam a suástica, praticando conduta típica, prevista no art. 20, § 1º da Lei n. 7.716/1989, sujeita
à pena de reclusão de dois a cinco anos e multa.

Art. 20, § 1º. Fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, emblemas, ornamentos, distin-
tivos ou propaganda que utilizem a cruz suástica ou gamada, para fins de divulgação do nazismo.
Pena – reclusão de dois a cinco anos e multa.
Letra d.

009. (INSTITUTO AOCP/PREFEITURA DE NOVA HAMBURGO – RS/AUDITOR-FISCAL/2021)


Referente à prática do racismo no Brasil, analise as assertivas e assinale a alternativa que
aponta as corretas.
I – É crime imprescritível, ou seja, não sofre prescrição.
II – É crime inafiançável que não admite o pagamento de fiança para que o preso seja solto.
III – O racismo é punível com a pena de detenção, nos termos da lei.
IV – Constitui crime de racismo comerciar livros fazendo apologia de ideias preconceituo-
sas e discriminatórias contra a comunidade judaica.

a) Apenas I, II e III.
b) Apenas I, II e IV.
c) Apenas II, III e IV.
d) Apenas II e III.
e) I, II, III e IV.

Afirmativa I – Correta. O art. 5º, XLII da CF estabelece que “a prática do racismo constitui crime
inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei.”
Afirmativa II – Correta. Como acabamos de ver, a prática de racismo constitui crime inafiançá-
vel, nos termos do art. 5º, XLII da CF/88.
Afirmativa III – Errada. Os crimes de racismo estão sujeitos à pena de reclusão, como prevê o
art. 5º, XLII da CF/88 e a Lei n. 7.716/1989.
Afirmativa IV – Correta. Os crimes previstos na Lei n. 7.716/1989 abrangem condutas resul-
tantes de discriminação ou preconceito em razão de religião ou procedência nacional (art. 1º).
Com base nesta premissa, o STF entendeu que a comercialização de livros contendo apologia
de ideias discriminatórias e preconceituosas contra a comunidade judaica, constitui crime de
racismo. Vamos analisar um trecho do julgado...

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JURISPRUDÊNCIA
Escrever, editar, divulgar e comerciar livros “fazendo apologia de idéias preconceituosas
e discriminatórias” contra a comunidade judaica (Lei 7716/89, artigo 20, na redação dada
pela Lei 8081/90) constitui crime de racismo sujeito às cláusulas de inafiançabilidade e
imprescritibilidade (CF, artigo 5º, XLII).
(...)
As liberdades públicas não são incondicionais, por isso devem ser exercidas de maneira
harmônica, observados os limites definidos na própria Constituição Federal (CF, artigo
5º, § 2º, primeira parte). O preceito fundamental de liberdade de expressão não consagra
o “direito à incitação ao racismo”, dado que um direito individual não pode constituir-se
em salvaguarda de condutas ilícitas, como sucede com os delitos contra a honra. Preva-
lência dos princípios da dignidade da pessoa humana e da igualdade jurídica. (STF. HC
82424, Relator Min. Maurício Corrêa. Plenário. Julgado em 17/09/2003.)

As afirmativas I, II e IV estão corretas.


Letra b.

010. (FCC/SEFAZ – BA/AUDITOR-FISCAL/2019) Considere:


I – Jadson, empregado de determinada empresa privada, por motivo de discriminação de
raça, teve impedida sua ascensão funcional por seu chefe Flávio.
II – Alisson exigiu, em anúncio de recrutamento de trabalhadores, aspectos de aparência
próprios de raça ou etnia para emprego cujas atividades não justifiquem essas exigên-
cias.

De acordo com a Lei Federal n. 7.716/1989, que define os crimes resultantes de preconceito
de raça ou de cor, Flávio
a) ficará sujeito às penas de multa e de prestação de serviços à comunidade, incluindo ativi-
dades de promoção da igualdade racial, enquanto que Alisson incorrerá na pena de reclusão.
b) incorrerá na pena de reclusão, enquanto que Alisson ficará sujeito às penas de multa e de
prestação de serviços à comunidade, incluindo atividades de promoção da igualdade racial.
c) incorrerá na pena de detenção, enquanto que Alisson ficará sujeito às penas de multa ou de
prestação de serviços à comunidade, incluindo atividades de promoção da igualdade racial.
d) incorrerá na pena de reclusão, enquanto que Alisson ficará sujeito à pena de detenção, não
se sujeitando à prestação de serviços à comunidade.
e) e Alisson incorrerão na pena de reclusão, ficando, ainda, sujeitos às penas de multa ou de
prestação de serviços à comunidade, incluindo atividades de promoção da igualdade racial.

Conduta praticada por Flávio: Flávio praticou crime de racismo previsto no art. 4º, § 1º, II da Lei
n. 7.716/1989 que prevê as seguintes condutas: “impedir a ascensão funcional do empregado

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Lei n. 7.716/1989 – Crimes Resultantes de Preconceitos de Raça ou de Cor
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ou obstar outra forma de benefício profissional”. Neste caso, o agente estará sujeito à pena de
reclusão de dois a cinco anos.
Conduta praticada por Alisson: O art. 4º, § 2º da Lei n. 7.716/1989 estabelece que:

Ficará sujeito às penas de multa e de prestação de serviços à comunidade, incluindo atividades


de promoção da igualdade racial, quem, em anúncios ou qualquer outra forma de recrutamento de
trabalhadores, exigir aspectos de aparência próprios de raça ou etnia para emprego cujas atividades
não justifiquem essas exigências.
Portanto, pela literalidade da norma, Alisson estará sujeito às penas de multa e de prestação
de serviços à comunidade.
Letra b.

011. (UEG/PC – GO/DELEGADO/2018) Dispõe a Lei n. 7.716/1989, que define os crimes re-
sultantes de preconceito de raça ou de cor, que ficará sujeito às penas de multa e de prestação
de serviços à comunidade, incluindo atividades de promoção da igualdade racial, quem:
a) exigir aspectos de aparência próprios de raça ou etnia para emprego cujas atividades não
justifiquem essas exigências, em anúncios ou qualquer outra forma de recrutamento de tra-
balhadores.
b) recusar ou impedir acesso a estabelecimento comercial, negando-se a servir, atender ou
receber cliente ou comprador.
c) recusar, negar ou impedir a inscrição ou ingresso de aluno em estabelecimento de ensino
público ou privado de qualquer grau.
d) impedir o acesso ou recusar atendimento em restaurantes, bares, confeitarias, ou locais
semelhantes abertos ao público.
e) impedir a ascensão funcional do empregado ou obstar outra forma de benefício profissional,
por motivo de discriminação de raça ou de cor ou práticas resultantes do preconceito de des-
cendência ou origem nacional ou étnica.

O art. 4º, § 2º da Lei n. 7.716/1989 estabelece que:

Ficará sujeito às penas de multa e de prestação de serviços à comunidade, incluindo atividades


de promoção da igualdade racial, quem, em anúncios ou qualquer outra forma de recrutamento de
trabalhadores, exigir aspectos de aparência próprios de raça ou etnia para emprego cujas atividades
não justifiquem essas exigências.

a) Correta. Trata-se da previsão do art. 4º, § 2º da Lei n. 7.716/1989.


b) Errada. As condutas de “Recusar ou impedir acesso a estabelecimento comercial, negan-
do-se a servir, atender ou receber cliente ou comprador”, estão tipificadas no art. 5º da Lei n.
7.716/1989, sendo puníveis com a reclusão, de um a três anos.

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c) Errada. As condutas de “Recusar, negar ou impedir a inscrição ou ingresso de aluno em esta-


belecimento de ensino público ou privado de qualquer grau” estão tipificadas no art. 6º da Lei
n. 7.716/1989, sendo submetidas à pena de reclusão, de três a cinco anos.
d) Errada. As condutas de “Impedir o acesso ou recusar atendimento em restaurantes, bares,
confeitarias, ou locais semelhantes abertos ao público” estão tipificadas no art. 8º da Lei n.
7.716/1989, sendo submetidas à pena de reclusão, de um a três anos.
e) Errada. A conduta de “impedir a ascensão funcional do empregado ou obstar outra forma de
benefício profissional” está tipificada no art. 4º, § 1º, II da Lei n. 7.716/1989, sendo submetidas
à pena de reclusão, de dois a cinco anos.
Letra a.

012. (VUNESP/PC – BA/DELEGADO/2018) A respeito da Lei no 7.716/89, com as alterações


da Lei no 9.459/97 (tipificação dos crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor), assi-
nale a alternativa correta.
a) Os crimes nela previstos, sem exceção, são praticados mediante dolo.
b) Não tipifica crimes resultantes de discriminação ou preconceito de religião, sendo específi-
ca a crimes de preconceito de raça, cor, etnia e procedência nacional.
c) O crime de negar ou impedir a inscrição ou ingresso de aluno em estabelecimento de ensino,
previsto no art. 6º, é específico a instituições públicas.
d) Prevê como efeito automático da condenação a perda do cargo ou função pública, para o
agente servidor público.
e) Prevê como causa de aumento de pena, geral a todos os crimes, a prática em detrimento de
menor de 18 (dezoito) anos.

a) Correta. Os crimes previstos na Lei n. 7.716/1989 exigem o dolo como elemento subjetivo.
b) Errada. A Lei n. 7.716/1989 também tipifica crimes resultantes de discriminação ou pre-
conceito de religião, conforme podemos notar a partir da leitura de seu art. 1º, que assim
estabelece:

Serão punidos, na forma desta Lei, os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça,
cor, etnia, religião ou procedência nacional (grifo nosso).
c) Errada. O art. 6º da Lei n. 7.716/1989 se dirige às instituições públicas ou privadas, ao prever
o crime consistente em:

Recusar, negar ou impedir a inscrição ou ingresso de aluno em estabelecimento de ensino público


ou privado de qualquer grau. (grifo nosso).
d) Errada. A perda do cargo ou função pública, para o agente servidor público, consiste em um
efeito não-automático, decorrente da condenação, devendo ser motivadamente declarados na
sentença, como prevê o art. 18 da Lei n. 7.716/1989.
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e) Errada. A conduta praticada contra menor de dezoito anos só configurará causa de aumento
de pena no crime previsto no art. 6º:

Recusar, negar ou impedir a inscrição ou ingresso de aluno em estabelecimento de ensino público


ou privado de qualquer grau.
Letra a.

013. (MPE – MS/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2018/ADAPTADA) Configura crime de precon-


ceito de raça ou cor (Lei n. 7.716/1989) distribuir emblemas com símbolos que utilizem a cruz
suástica ou gamada, para fins de divulgação do nazismo.

O art. 20, § 1º da Lei n. 7.716/1989 tipifica as condutas de:

Fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, emblemas, ornamentos, distintivos ou propa-


ganda que utilizem a cruz suástica ou gamada, para fins de divulgação do nazismo. (grifo nosso).
Certo.

014. (FCC/TJ – SC/JUIZ DE DIREITO/2017) Configura crime de preconceito de raça ou cor


I – obstar promoção funcional em razão de procedência nacional.
II – veicular símbolos que utilizem a cruz suástica para fins de divulgação do nazismo.
III – negar o holocausto para fins de divulgação do nazismo.
IV – incitar a discriminação por procedência nacional.
V – impedir a convivência familiar.

Está correto o que se afirma APENAS em


a) I, II e III.
b) I, II, IV e V.
c) II, III e IV.
d) III, IV e V.
e) I, III e V.

Afirmativa I – Correta. Trata-se de conduta tipificada no art. 4º, § 1º, II da Lei n. 7.716/1989.
Afirmativa II – Correta. Trata-se de conduta tipificada no art. 20, § 1º da Lei n. 7.716/1989.
Afirmativa III – Errada. A conduta de “negar o holocausto para fins de divulgação do nazismo”
não tem previsão na Lei n. 7.716/1989.
Afirmativa IV – Correta. Trata-se de conduta tipificada no 20, caput, da Lei n. 7.716/1989.
Afirmativa V – Correta. Trata-se de conduta tipificada no art. 14 da Lei n. 7.716/1989.
As afirmativas I, II, IV e V estão corretas.
Letra b.

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015. João, servidor público estadual, no exercício da função e em razão de preconceito de cor,
raça e religião, impediu o ingresso de um aluno no estabelecimento de ensino público onde era
lotado. Lúcio, dono de um estabelecimento comercial, se negou, por motivos semelhantes ao
de João, a atender determinado cliente. Com base na lei sobre crimes resultantes de precon-
ceito de cor, raça e religião, João estará sujeito à perda do cargo, e o funcionamento do estabe-
lecimento de Lúcio poderá ser suspenso por prazo não superior a três meses.
Nessas situações hipotéticas, os efeitos de eventuais condenações
a) não serão automáticos para João, devendo ser motivadamente declarados na sentença,
mas serão automáticos para Lúcio.
b) serão automáticos tanto para João quanto para Lúcio, não havendo necessidade de serem
motivadamente declarados nas sentenças.
c) não serão automáticos nem para João nem para Lúcio, devendo ser motivadamente decla-
rados nas sentenças.
d) serão automáticos tanto para João quanto para Lúcio, devendo ser motivadamente declara-
dos nas sentenças.

O art. 16 da Lei n. 7.716/1989 prevê que:

Constitui efeito da condenação a perda do cargo ou função pública, para o servidor público, e a
suspensão do funcionamento do estabelecimento particular por prazo não superior a três meses.
Já o art. 18, da mesma norma, estabelece que estes efeitos da condenação não são automáti-
cos, devendo ser motivadamente declarados na sentença.
Portanto, os efeitos da perda do cargo e da suspensão do funcionamento do estabelecimento
particular, não serão automáticos nem para João, nem para Lúcio, devendo estar motivada-
mente declarados na sentença condenatória.
Letra c.

016. (CESPE/PC – GO/DELEGADO/2021) Uma jovem de vinte e um anos de idade, moradora


da região Sudeste, inconformada com o resultado das eleições presidenciais de 2014, profe-
riu, em redes sociais na Internet, diversas ofensas contra nordestinos. Alertada de que estava
cometendo um crime, a jovem apagou as mensagens e desculpou-se, tendo afirmado estar
arrependida. Suas mensagens, porém, têm sido veiculadas por um sítio eletrônico que pro-
move discurso de ódio contra nordestinos. No que se refere à situação hipotética precedente,
assinale a opção correta, com base no disposto na Lei n.º 7.716/1989, que define os crimes
resultantes de preconceito de raça e cor.
a) Independentemente de autorização judicial, a autoridade policial poderá determinar a inter-
dição das mensagens ou do sítio eletrônico que as veicula.
b) Configura-se o concurso de pessoas nessa situação, visto que o material produzido pela
jovem foi utilizado por outra pessoa no sítio eletrônico mencionado.

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c) O crime praticado pela jovem não se confunde com o de injúria racial.


d) Como se arrependeu e apagou as mensagens, a jovem não responderá por nenhum crime.
e) A conduta da jovem não configura crime tipificado na Lei n.º 7.716/1989.

a) Errada. A interdição das mensagens ou páginas de informação na rede mundial de computa-


dores só poderá ser determinada após decisão judicial, ouvido o Ministério Público. Desta for-
ma, 20, § 3º, III da Lei n. 7.716/1989 nos informa que, se o crime de “Praticar, induzir ou incitar
a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional” for come-
tido por intermédio dos meios de comunicação social ou publicação de qualquer natureza, o
juiz poderá determinar, ouvido o Ministério Público ou a pedido deste, ainda antes do inquérito
policial, sob pena de desobediência: a interdição das respectivas mensagens ou páginas de
informação na rede mundial de computadores.
b) Errada. Neste caso, não podemos falar em concurso de pessoas por não haver liame subje-
tivo (como o acordo de vontade) entre os agentes.
c) Errada. Na injúria racial o agente ofende a dignidade ou o decoro de uma pessoa específica,
utilizando-se de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pes-
soa idosa ou portadora de deficiência (art.140, § 3º). No caso narrado, a jovem não ofendeu
uma pessoa específica, logo, não cometeu crime de injúria e sim de racismo, tipificado no art.
20 da Lei n. 7.716/1989.
d) Errada. As condutas descritas no art. 20 da Lei n. 7.716/1989 constituem crime instantâneo,
logo, a consumação ocorreu no momento em que a jovem proferiu ofensas contra nordestinos
em redes sociais na Internet. Por isso, o fato de ter apagado as mensagens não a exime da
responsabilidade penal pelo ato praticado.
e) Errada. A conduta da jovem configura crime tipificado no art. 20 da Lei n. 7.716/1989. Como
o ato foi cometido por intermédio dos meios de comunicação social, a pena será de reclusão
de dois a cinco anos e multa (art. 20, § 2º).
Letra c.

017. (MPE – PR/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2016/ADAPTADA) A perda do cargo ou da função


pública constitui efeito automático da condenação de servidor público, pela prática de qualquer
um dos crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor, previstos na Lei n. 7.716/1989.

A perda do cargo ou da função pública não é um efeito automático da condenação, devendo


ser motivadamente declarado na sentença, como prevê o art. 18 da Lei n. 7.716/1989.
Errado.

018. (MPE – PR/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2016/ADAPTADA) É constitucional a previsão de


inafiançabilidade e imprescritibilidade do crime de racismo, previsto na Lei n. 7.716/1989.

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O art. 5º, XLII da CF/88 estabelece que:

a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos
termos da lei.
Certo.

019. (FCC/TJ – SC/JUIZ DE DIREITO/2015) Considere a seguinte conduta descrita: Publicar


ilustração de recém-nascidos afrodescendentes em fuga de sala do parto, associado aos di-
zeres de um personagem (supostamente médico) de cor branca “Segurança! É uma fuga em
massa!”. Tal conduta amolda-se à seguinte tipificação legal:
a) Não se amolda a tipificação legal por se tratar de ofensa social e não de conteúdo racial.
b) Injúria, prevista no art. 140 do Código Penal.
c) Crime de racismo, previsto na Lei no 7.716/89.
d) Difamação, prevista no art. 139 do Código Penal.
e) Não se amolda a tipificação legal por se tratar de liberdade de expressão − direito de charge.

O caso narrado na questão foi objeto de julgamento perante o STF, que assim decidiu:

JURISPRUDÊNCIA
Ilustração de recém-nascidos afrodescendentes em fuga de sala da parto, associado aos
dizeres de um personagem (supostamente médico) de cor branca: “Segurança!!! É uma
fuga em massa!!!”, configura a prática do crime de racismo. (STF - ARE: 988601 SC -
SANTA CATARINA, Relator: Min. DIAS TOFFOLI, Data de Julgamento: 16/09/2016, DJe-
211 04/10/2016).

Portanto, o caso descrito configura crime de racismo, previsto no art. 20 da Lei 7.716/19, que
tipifica as seguintes condutas:

Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência
nacional.
Letra c.

020. (FCC/DPE – MT/DEFENSOR PÚBLICO/2009) A respeito da Lei n. 7.716, de 05/01/1989


e alterações posteriores, que define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor,
considere:
I. A perda do cargo constitui efeito automático da condenação por crime resultante de precon-
ceito de raça ou de cor praticado por servidor público.

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II. Constitui crime punido com reclusão de dois a cinco anos e multa, fabricar, comercializar,
distribuir ou veicular símbolos, emblemas, ornamentos, distintivos ou propaganda que utilizem
a cruz suástica ou gamada, para fins de divulgação do nazismo.
III. A suspensão do funcionamento do estabelecimento particular pelo prazo de três meses
constitui efeito automático da condenação por crime resultante de preconceito de raça ou de
cor praticado por seu responsável.
Está correto o que se afirma SOMENTE em
a) III.
b) I e II.
c) I e III.
d) II e III.
e) II.

Afirmativa I – Errada. A perda do cargo não constitui efeito automático da condenação, deven-
do ser motivadamente declarada na sentença, como prevê o art. 18 da Lei n. 7.716/1989.
Afirmativa II – Correta. As condutas descritas configuram crime previsto no art. 20, § 1º da Lei
n. 7.716/1989, sujeito à pena de reclusão de dois a cinco anos e multa.
Afirmativa III – Errada. A suspensão do funcionamento do estabelecimento particular pelo pra-
zo de três meses não constitui efeito automático da condenação, devendo ser motivadamente
declarada na sentença, como prevê o art. 18 da Lei n. 7.716/1989.
Apenas a afirmativa II está correta.
Letra e.

021. (VUNESP/DPE – MS/DEFENSOR PÚBLICO/2008) É crime de preconceito, definido na


Lei n.º 7.716/89,
a) impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso.
b) ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico, de causar-
-lhe mal injusto e grave.
c) reduzir alguém à condição análoga à de escravo, submetendo-lhe a trabalhos forçados.
d) impedir o acesso às entradas sociais em edifícios públicos ou residenciais e elevadores ou
escada de acesso aos mesmos.

a) Errada. As condutas de “impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso” consti-


tuem crime de “Ultraje a culto e impedimento ou perturbação de ato a ele relativo”, previsto no
art. 208 do CP.
b) Errada. A alternativa traz o crime de ameaça, previsto no art. 147 do CP, consistente na
conduta de:

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Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico, de causar-lhe mal
injusto e grave.
c) Errada. A alternativa traz o crime de “Redução a condição análoga à de escravo”, previsto no
art. 149 do CP.
d) Correta. A conduta de “Impedir o acesso às entradas sociais em edifícios públicos ou re-
sidenciais e elevadores ou escada de acesso aos mesmos”, constitui crime de preconceito,
previsto no art. 11 da Lei n. 7.716/1989.
Letra d.

022. (VUNESP/PC – BA/ESCRIVÃO/2018) A Lei n. 7.716/1989, que define os crimes resultan-


tes do preconceito de raça e cor, alterada pela Lei no 9.459/1997 prevê
a) como crime a conduta de negar ou obstar emprego em empresa privada, em razão de discri-
minação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.
b) como causa de aumento de pena se quaisquer dos crimes nela definidos forem praticados
por intermédio de meios de comunicação social.
c) que os crimes nela definidos podem ser praticados na modalidade culposa.
d) como efeito automático da condenação a suspensão do funcionamento do estabelecimen-
to particular, onde se praticaram quaisquer dos crimes nela definidos, pelo prazo máximo de 3
(três) meses.
e) a todos os crimes nela definidos a pena de prestação de serviços à comunidade consistente
em promover atividades de promoção da igualdade racial.

a) Correta. A conduta descrita na alternativa, configura crime previsto no art. 4º da Lei n.


7.716/1989.
b) Errada. A causa de aumento de pena quando o crime é praticado “por intermédio de meios
de comunicação social” está prevista no art. 20, § 2º da Lei n. 7.716/1989, só sendo aplicável
para as condutas descritas no caput:

Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência
nacional.
c) Errada. O art. 18, parágrafo único do CP, afirma que “Salvo os casos expressos em lei, nin-
guém pode ser punido por fato previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente”.
Portanto, o elemento subjetivo “culpa” exige previsão expressa no tipo penal incriminador.
Como a Lei n. 7.716/1989 não prevê a culpa em nenhum dos seus dispositivos, os crimes nela
previstos só poderão ser praticados de forma dolosa.
d) Errada. A suspensão do funcionamento do estabelecimento particular, pelo prazo de 03
meses, não é um efeito automático da condenação, portanto, sua ocorrência deve ser motiva-
damente declarada na sentença, como estabelece o art. 18 da Lei 7.176/89.

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e) Errada. A pena de prestação de serviços à comunidade só é aplicável no crime previsto no


art. 4º, § 2º da Lei 7.176/89, consistente na conduta de “exigir aspectos de aparência próprios
de raça ou etnia para emprego em anúncios ou qualquer outra forma de recrutamento de tra-
balhadores, cujas atividades não justifiquem essas exigências”. Neste caso, a aplicação de
“atividades de promoção da igualdade racial”, poderá ser uma das formas de prestação de
serviços à comunidade, e não a única.
Letra a.

023. (CS-UFG/PREFEITURA DE JATAÍ – GO/GUARDA CIVIL/2018) Segundo a Lei n.


7.716/1989, é crime resultante de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou
procedência nacional, impedir
a) a ascensão funcional de servidores públicos estatutários, excluindo-se os prestadores de
serviço em regime celetista.
b) a ascensão funcional do empregado ou obstar outra forma de benefício profissional, exclu-
ídos os cargos da administração pública indireta.
c) o acesso de pessoa habilitada, a qualquer cargo da administração pública, bem como das
concessionárias de serviços públicos.
d) o acesso de pessoa devidamente habilitada a cargo da administração direta, o que não se
aplica aos entes privados em regime de concessão de serviços públicos.

a) Errada. O art. 3º, parágrafo único da Lei n. 7.716/1989 criminaliza a conduta de obstar a
promoção funcional, de servidor público. Já o art. 4º, § 1º, II criminaliza a conduta de “impedir
a ascensão funcional do empregado ou obstar outra forma de benefício profissional”, incluindo
os prestadores de serviço em regime celetista.
b) Errada. O art. 3º da Lei n. 7.716/1989 criminaliza a conduta de:

Impedir ou obstar o acesso de alguém, devidamente habilitado, a qualquer cargo da Administração


Direta ou Indireta, bem como das concessionárias de serviços públicos. (grifo nosso).
c) Correta. A alternativa traz o crime previsto no art. 3º da Lei n. 7.716/1989.
d) Errada. O art. 3º da Lei n. 7.716/1989 criminaliza a conduta de:

Impedir ou obstar o acesso de alguém, devidamente habilitado, a qualquer cargo da Administração


Direta ou Indireta, bem como das concessionárias de serviços públicos. (grifo nosso).
Letra c.

024. (COPS – UEL/PC – PR/ESCRIVÃO DE POLÍCIA/2018) Assinale a alternativa que apre-


senta, corretamente, a pena para quem, por motivo de práticas resultantes do preconceito de
origem nacional, impede a ascensão funcional de empregado.
a) Reclusão de 1 a 2 anos.

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b) Reclusão de 2 a 5 anos.
c) Detenção de 1 a 2 anos.
d) Detenção de 2 a 4 anos.
e) Detenção de 1 a 5 anos.

O art. 4º, § 1º, II da Lei n. 7.716/1989 prevê que incorre na mesma pena do caput, quem:

impedir a ascensão funcional do empregado ou obstar outra forma de benefício profissional.


Portanto, nesta hipótese, o agente estará sujeito à pena de reclusão de dois a cinco anos.
Letra b.

025. (CESPE/TER – BA/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2017) Caso um escritor publique um livro que


contenha afirmações discriminatórias contra determinada comunidade étnica,
a) o escritor não poderá ser condenado por racismo, em razão do princípio da liberdade de
expressão, conforme expresso pela lei pertinente aos crimes de racismo.
b) os exemplares desse livro que estejam em circulação poderão ser imediatamente recolhi-
dos, por ordem judicial.
c) os exemplares existentes do livro não poderão ser destruídos por ordem judicial, mesmo
após sentença transitada em julgado, por terem constituído prova da materialidade do delito.
d) somente membros da comunidade étnica discriminada terão legitimidade para ingressar
com ação judicial contra o escritor do livro.
e) todos os indivíduos que adquirirem o referido livro serão, em consequência dessa compra,
sujeitos ativos de crime resultante de preconceito de raça.

O editor Siegfried Ellwanger foi condenado por publicar livros com conteúdo antissemita. No HC
82424, julgado pelo STF, a defesa argumentou pelo direito fundamental à liberdade de expres-
são. A Corte, então, proferiu o seguinte julgado, que ficou conhecido como “caso Ellwanger”:

JURISPRUDÊNCIA
1. Escrever, editar, divulgar e comerciar livros “fazendo apologia de ideias preconceituo-
sas e discriminatórias” contra a comunidade judaica (Lei 7716/89, artigo 20, na redação
dada pela Lei 8081/90) constitui crime de racismo sujeito às cláusulas de inafiançabili-
dade e imprescritibilidade (CF, artigo 5º, XLII).
(...)
6. Adesão do Brasil a tratados e acordos multilaterais, que energicamente repudiam
quaisquer discriminações raciais, aí compreendidas as distinções entre os homens por
restrições ou preferências oriundas de raça, cor, credo, descendência ou origem nacio-
nal ou étnica, inspiradas na pretensa superioridade de um povo sobre outro, de que são
exemplos a xenofobia, “negrofobia”, “islamafobia” e o anti-semitismo.
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Lei n. 7.716/1989 – Crimes Resultantes de Preconceitos de Raça ou de Cor
Fábio Roque e Flávia Araújo

(...)
10. A edição e publicação de obras escritas veiculando ideias anti-semitas, que buscam
resgatar e dar credibilidade à concepção racial definida pelo regime nazista, negadores
e subversoras de fatos históricos incontroversos como o holocausto, consubstanciadas
na pretensa inferioridade e desqualificação do povo judeu, equivalem à incitação ao dis-
crímen com acentuado conteúdo racista, reforçadas pelas consequências históricas dos
atos em que se baseiam.
(...)
13. Liberdade de expressão. Garantia constitucional que não se tem como absoluta. Limi-
tes morais e jurídicos. O direito à livre expressão não pode abrigar, em sua abrangência,
manifestações de conteúdo imoral que implicam ilicitude penal.
14. As liberdades públicas não são incondicionais, por isso devem ser exercidas de
maneira harmônica, observados os limites definidos na própria Constituição Federal (CF,
artigo 5º, § 2º, primeira parte). O preceito fundamental de liberdade de expressão não
consagra o “direito à incitação ao racismo”, dado que um direito individual não pode cons-
tituir-se em salvaguarda de condutas ilícitas, como sucede com os delitos contra a honra.
Prevalência dos princípios da dignidade da pessoa humana e da igualdade jurídica.

a) Errada. De acordo com o STF, o escritor cometeu crime de racismo, já que:

O direito à livre expressão não pode abrigar, em sua abrangência, manifestações de conteúdo imoral
que implicam ilicitude penal.
b) Correta. Os exemplares desse livro, que estejam em circulação, poderão ser imediatamente
recolhidos, por ordem judicial, conforme disposição do art. 20, § 3º, I da Lei n. 7.716/1989.
c) Errada. Perceba que, no caso narrado, o crime foi cometido “por intermédio dos meios de
comunicação social ou publicação de qualquer natureza”, sendo punível com reclusão de dois
a cinco anos e multa, conforme previsto no art. 20, § 2º da Lei n. 7.716/1989. De acordo com
o § 4º deste mesmo artigo, a destruição do material apreendido consistirá em efeito da conde-
nação, realizado após o trânsito em julgado da sentença penal.
d) Errada. Os crimes de racismo, previsto no art. 7.716/89 são de ação penal pública in-
condicionada.
e) Errada. As condutas previstas no art. 20 da Lei n. 7.716/1989 consistem em “Praticar”, “in-
duzir” ou “incitar” a discriminação ou preconceito. O artigo não tipifica a conduta de adquirir ou
ler a manifestação discriminatória.
Letra b.

026. (CESPE/TER – BA/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2017) O dono de um restaurante recusou o


atendimento a um cidadão em seu estabelecimento, em virtude de sua raça. De acordo com a
Lei n. 7.716/1989, a pena prevista é de

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Lei n. 7.716/1989 – Crimes Resultantes de Preconceitos de Raça ou de Cor
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a) interdição do estabelecimento comercial.


b) multa.
c) prestação de serviços à comunidade.
d) reclusão
e) recolhimento domiciliar.

O caso descrito na questão amolda-se ao crime previsto no art. 8º da Lei n. 7.716/1989, que
possui a seguinte redação:

Impedir o acesso ou recusar atendimento em restaurantes, bares, confeitarias, ou locais semelhan-


tes abertos ao público.
Os que praticam esta conduta, estará sujeito à pena de reclusão de um a três anos.
Letra d.

027. (FCC/TRT/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2017) Um comerciante publicou anúncio para recru-


tamento de trabalhadores, onde exigia aspectos de aparência próprios de raça, sendo que
as atividades do referido emprego não justificam essas exigências. De acordo com a Lei n.
7.716/1989, esse comerciante está sujeito às penas de
a) reclusão de dois a cinco anos e prestação de serviços à comunidade.
b) multa e prestação de serviços à comunidade, incluindo atividades de promoção da igual-
dade racial.
c) reclusão de um a três anos e realização de atividades de promoção da igualdade racial.
d) multa e reclusão de um a cinco anos.
e) multa e embargo do estabelecimento.

A conduta do comerciante se enquadra no art. 4º, § 2º da Lei n. 7.716/1989, cuja pena é de multa
e prestação de serviços à comunidade, incluindo atividades de promoção da igualdade racial.

Art. 4º, § 2º Ficará sujeito às penas de multa e de prestação de serviços à comunidade, incluindo
atividades de promoção da igualdade racial, quem, em anúncios ou qualquer outra forma de recruta-
mento de trabalhadores, exigir aspectos de aparência próprios de raça ou etnia para emprego cujas
atividades não justifiquem essas exigências.
Letra b.

028. (CONSULPLAN TRF 2ª REGIÃO/ANALISTA JUDICIÁRIO/2017) Nos crimes previstos


na Lei n. 7.716, de 5 de janeiro de 1989 – que define os crimes resultantes de preconceito de
raça ou de cor –, constitui efeito da condenação a perda do cargo ou função pública, para o
servidor público, e a suspensão do funcionamento do estabelecimento particular envolvido por
prazo não superior a:

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Lei n. 7.716/1989 – Crimes Resultantes de Preconceitos de Raça ou de Cor
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a) 1 mês.
b) 1 ano.
c) 6 meses.
d) 3 meses.

Os efeitos da condenação estão previstos no art. 16 da Lei n. 7.716/1989, que assim estabelece:

Constitui efeito da condenação a perda do cargo ou função pública, para o servidor público, e a
suspensão do funcionamento do estabelecimento particular por prazo não superior a três meses.
(grifo nosso)
Letra d.

029. (FCC/AL – MS/AGENTE DE POLÍCIA LEGISLATIVO/2016) Nos termos preconizados


pela Lei no 7.716/1989, que define os crimes de preconceito de raça ou de cor, constitui efeito
da condenação, por um dos crimes definidos nesta lei, devendo ser motivadamente declarado
na sentença, a
a) suspensão do exercício do cargo ou função pública, para o servidor público, pelo prazo de 6
meses, e a suspensão do funcionamento do estabelecimento particular por prazo não superior
a três anos.
b) perda do cargo ou função pública, para o servidor público, e o fechamento do estabeleci-
mento particular.
c) suspensão do exercício do cargo ou função pública, para o servidor público, pelo prazo de
três meses, e a suspensão do funcionamento do estabelecimento particular no mesmo prazo.
d) perda do cargo ou função pública, para o servidor público, e a suspensão do funcionamento
do estabelecimento particular por prazo não superior a seis meses.
e) perda do cargo ou função pública, para o servidor público, e a suspensão do funcionamento
do estabelecimento particular por prazo não superior a três meses.

O art. 16 da Lei 7.716 traz dois efeitos da condenação, aplicáveis para os crimes de preconcei-
to de raça ou de cor:
1) a perda do cargo ou função pública – aplicável ao servidor público
2) a suspensão do funcionamento do estabelecimento particular por prazo não superior a
três meses.
Lembrando que estes efeitos não são automáticos, devendo ser motivadamente declarados
na sentença (art. 18).
a) Errada. O art. 16 da Lei n. 7.716/1989 prevê a perda (e não a suspensão) do cargo ou função
pública. Um outro efeito da condenação será a suspensão do funcionamento do estabeleci-
mento particular, que se dará pelo prazo máximo de três meses (e não de três anos).
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b) Errada. Não haverá fechamento estabelecimento particular, e sim a suspensão do seu fun-
cionamento por prazo não superior a três meses.
c) Errada. O art. 16 da Lei n. 7.716/1989 prevê a perda (e não a suspensão) do cargo ou fun-
ção pública.
d) Errada. a suspensão do funcionamento do estabelecimento particular, que se dará por prazo
não superior a três meses (e não seis meses).
e) Correta. A alternativa traz a literalidade do art. 16 da Lei n. 7.716/1989, que assim dispõe:

Constitui efeito da condenação a perda do cargo ou função pública, para o servidor público, e a
suspensão do funcionamento do estabelecimento particular por prazo não superior a três meses.
Letra e.

030. (FUNCAB/PC – PA/INVESTIGADOR/2016) Qual, dentre as condutas a seguir enumera-


das, ocorre a incidência de crime diverso daqueles tipificados como crime de discriminação
ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional, conforme previsto na Lei n.
7.716, de 1989?
a) Recusar, negar ou impedir a inscrição ou ingresso de aluno em estabelecimento de ensino
público ou privado de qualquer grau, por motivo de preconceito de raça, cor, etnia, religião ou
procedência racional.
b) Injuriar alguém, utilizando elementos referentes à raça, cor, etnia, religião, origem ou a condi-
ção de pessoa idosa ou portadora de deficiência, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro.
c) Impedir o acesso ou recusar hospedagem em hotel, pensão, estalagem, ou qualquer estabe-
lecimento sim ilar, por motivo de preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência racional.
d) Impedir ou obstar o acesso de alguém, devidamente habilitado, a qualquer cargo da Admi-
nistração Direta ou Indireta, bem como das concessionárias de serviços públicos, por motivo
de preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência racional.
e) Recusar ou impedir acesso a estabelecimento comercial, negando-se a servir, atender ou
receber cliente ou comprador, por motivo de preconceito de raça, cor, etnia, religião ou proce-
dência racional.

a) Errada. A conduta descrita constitui crime tipificado no art. 6º da Lei n. 7.716/1989.


b) Correta. A conduta descrita constitui crime de injúria racial, previsto no art. 140, § 3º do Có-
digo Penal, e não na Lei n. 7.716/1989.
c) Errada. A conduta descrita constitui crime tipificado no art. 7º da Lei n. 7.716/1989.
d) Errada. A conduta descrita constitui crime tipificado no art. 3º da Lei n. 7.716/1989.
e) Errada. A conduta descrita constitui crime tipificado no art. 5º da Lei n. 7.716/1989.
Letra b.

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031. (CESPE/PC – PE/DELEGADO DE POLÍCIA/2016 – ADAPTADA) A condenação por cri-


me de racismo cometido por proprietário de estabelecimento comercial sujeita o condenado à
suspensão do funcionamento de seu estabelecimento, pelo prazo de até três meses, devendo
esse efeito ser motivadamente declarado na sentença penal condenatória.

O art. 16 da Lei n. 7.716/1989 prevê que:

Constitui efeito da condenação a perda do cargo ou função pública, para o servidor público, e a
suspensão do funcionamento do estabelecimento particular por prazo não superior a três meses.
(grifo nosso).
Já o art. 18 estabelece que os efeitos da condenação, previstos no art. 16 não são automáti-
cos, devendo ser motivadamente declarados na sentença.
Certo.

032. (CONSULPLAN/TJ – MG/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS/2016)


De acordo com a Lei n. 7.716/1989, constitui crime
a) fabricar ornamentos que utilizem a cruz suástica.
b) distribuir distintivos que utilizem a cruz suástica.
c) comercializar emblemas que utilizem a cruz gamada, para fins de divulgação do nazismo.
d) fabricar símbolos que utilizem a cruz gamada, para fins de divulgação do cristianismo.

O art. 20, § 1º da Lei n. 7.716/1989 criminaliza as condutas de:

Fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, emblemas, ornamentos, distintivos ou propa-


ganda que utilizem a cruz suástica ou gamada, para fins de divulgação do nazismo.
Pena – reclusão de dois a cinco anos e multa
Perceba que este tipo penal exige que o agente pratique a conduta movido por um dolo espe-
cífico (uma especial finalidade no agir), qual seja: a divulgação do nazismo. A ausência deste
elemento subjetivo específico torna o crime atípico. É este conhecimento que a questão busca.
a) Errada. A conduta de “fabricar ornamentos que utilizem a cruz suástica” só configurará cri-
me se o agente a pratica com a finalidade de fazer divulgação do nazismo.
b) Errada. Da mesma forma, a conduta de “distribuir distintivos que utilizem a cruz suástica” só
configurará crime se o agente tiver a finalidade de fazer divulgação do nazismo.
c) Correta. Esta alternativa trouxe o elemento subjetivo específico (dolo específico) do agente,
previsto no art. 20, § 1º da Lei n. 7.716/1989: a finalidade de divulgar o nazismo.
d) Errada. O erro da alternativa está no objetivo almejado pelo agente. Como vimos, o dolo es-
pecífico previsto no art. 20, § 1º é o de divulgar o nazismo, e não o cristianismo.
Letra c.

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033. (CESPE/TJ – AM/JUIZ DE DIREITO/2016/ADAPTADA) Distribuir símbolos ou propagan-


da que utilizem a cruz suástica ou gamada para fins de divulgação do nazismo é uma conduta
típica prevista em lei.

O art. 20, § 1º da Lei n. 7.716/1989 criminaliza as condutas de:

Fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, emblemas, ornamentos, distintivos ou propa-


ganda que utilizem a cruz suástica ou gamada, para fins de divulgação do nazismo.
Pena – reclusão de dois a cinco anos e multa
Certo.

034. (UEG/PC – GO/DELEGADO/2013) Múcio, gerente de Recursos Humanos de uma empre-


sa privada, durante seleção para preenchimento de vaga para secretária executiva, diz na pre-
sença de várias pessoas, que candidatas de origem nordestina não seriam aceitas por não se
encaixarem no perfil da empresa. Valéria, uma candidata nordestina, sentindo-se humilhada,
retira-se da seleção. Na hipótese, Múcio praticou contra Valéria o crime de
a) injúria, no caso qualificada, havendo ofendido-lhe a dignidade.
b) tortura, pois submeteu a candidata a intenso sofrimento mental.
c) preconceito, por negar ou obstar emprego em empresa privada.
d) constrangimento ilegal, ao impedir a candidata de participar da seleção.

Primeiramente, é importante lembrarmos que a Lei n. 7.716/1989 prevê crimes resultantes de


discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional, (art. 1º).
No caso narrado, Múcio praticou crime previsto no art. 4º da Lei n. 7.716/1989, ao “negar ou
obstar emprego em empresa privada”.
Letra c.

035. (VUNESP/TJ – SP/ADVOGADO/2013) Nos termos da Lei n.º 7.716/1989, a qual versa
sobre delitos de preconceito ou discriminação racial, pratica crime aquele que, em virtude de
preconceito de raça, impede ou obsta.
a) o acesso de alguém a restaurantes, bares, confeitarias ou locais semelhantes, ainda que não
abertos ao público.
b) o acesso de alguém aos veículos de transportes públicos e privados, como aviões, navios,
barcos, ônibus, trens, metrô ou qualquer outro meio de transporte.
c) o acesso ou recusa atendimento de alguém em estabelecimentos esportivos, casas de di-
versões ou clubes sociais, ainda que não abertos ao público.
d) o casamento de alguém, por qualquer meio ou forma, excluindo-se outros modos de convi-
vência familiar e social.
e) o acesso de alguém às entradas sociais de edifícios públicos ou residenciais, bem como aos
elevadores ou às escadas desses locais.
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a) Errada. O art. 8º da Lei n. 7.716/1989 prevê, como crime, a conduta de:

Impedir o acesso ou recusar atendimento em restaurantes, bares, confeitarias, ou locais semelhan-


tes abertos ao público. (grifo nosso).
b) Errada. O art. 12 da Lei n. 7.716/1989 não faz menção a “transporte privado”. Desta forma,
constitui crime a conduta de:

Impedir o acesso ou uso de transportes públicos, como aviões, navios barcas, barcos, ônibus, trens,
metrô ou qualquer outro meio de transporte concedido. (grifo nosso).
c) Errada. O art. 9º da Lei n. 7.716/1989 prevê, como crime, a conduta de:

Impedir o acesso ou recusar atendimento em estabelecimentos esportivos, casas de diversões, ou


clubes sociais abertos ao público. (grifo nosso).
d) Errada. Também constitui crime a conduta de impedir ou obstar a convivência família ou
social de alguém, em razão de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou pro-
cedência nacional. O art. 14 da Lei n. 7.716/1989 tipifica o ato de:

Impedir ou obstar, por qualquer meio ou forma, o casamento ou convivência familiar e social. (grifo
nosso).
e) Correta. A alternativa traz a literalidade do art. 11 da Lei n. 7.716/1989.
Letra e.

036. (FCC/PGE – BA/ASSISTENTE DE PROCURADORIA/2013) A conduta de impedir o aces-


so às entradas sociais de edifícios públicos e elevadores ou escada de acesso, em razão de
preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional, é considerada
a) contravenção penal, apenada com multa.
b) contravenção penal, apenada com prisão simples.
c) infração disciplinar, apenada com demissão.
d) crime, apenado com detenção.
e) crime, apenado com reclusão.

Primeiramente, lembre-se que os crimes previstos na Lei n. 7.716/1989 são sujeitos à pena
de reclusão (a exceção do art. 4º, § 2º). Lembrando disso, já excluímos as alternativas “a”, “b”,
“c” e “d”.
O art. 11 da Lei n. 7.716/1989 estabelece que:

Art. 11. Impedir o acesso às entradas sociais em edifícios públicos ou residenciais e elevadores ou
escada de acesso aos mesmos:
Pena – reclusão de um a três anos. (grifo nosso).
Letra e.

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037. (FCC/PGE – BA/ANALISTA DE PROCURADORIA/2013) Em relação ao agente que é


preso em flagrante delito pela prática de crime de racismo, é correto afirmar:
a) A prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão,
nos termos da lei.
b) A lei considera crime inafiançável e insuscetível de graça ou anistia a prática do racismo, por
ele respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-lo, se omitirem.
c) A lei considera crime inafiançável e insuscetível de graça ou anistia a prática do racismo, por
ele respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-lo, se omitirem; deven-
do cumprir a pena integralmente em regime fechado.
d) A prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão
que deverá ser cumprida integralmente em regime fechado.
e) A autoridade policial poderá conceder a fiança quando a pena privativa de liberdade, pre-
vista na lei, for igual ou inferior a quatro anos; cabendo ao Juiz a concessão da fiança nos
demais casos.

a) Correta. Trata-se da literalidade do art. 5º, XLII da Constituição Federal.


b) Errada. O art. 5º, XLIII da CF estabelece que:

a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o


tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos,
por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem. (grifo
nosso).
c) Errada. Da mesma forma que a alternativa anterior, o art. 5º, XLIII da CF estabelece que:

a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o trá-
fico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por
eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem.
Não custa lembrar o regime de cumprimento de pena, para estes crimes, não poderá ser in-
tegralmente fechado, sob pena de ofensa ao princípio da individualização da pena. Após este
entendimento do STF, a Lei 11.464/ 07 alterou o art. 2º, § 1º da Lei de Crimes Hediondos,
(grifo nosso).
d) Errada. a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de
reclusão. Contudo, o cumprimento de pena não será em regime integralmente fechado, sob
pena de violação ao princípio da individualização, conforme entendimento do STF.
e) Errada. A prática de racismo constitui crime inafiançável, como prevê o art. 5º, XLII da CF/88.
Letra a.

038. (CESPE/PRF/POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL/2013) Constitui crime o fato de determi-


nado clube social recusar a admissão de um cidadão em razão de preconceito de raça, salvo
se o respectivo estatuto atribuir à diretoria a faculdade de recusar propostas de admissão, sem
declinação de motivos.

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Constitui crime, previsto no art. 9º da Lei n. 7.716/1989, a conduta de:

Impedir o acesso ou recusar atendimento em estabelecimentos esportivos, casas de diversões, ou


clubes sociais abertos ao público.
De acordo com o STJ, o fato de a diretoria ter a faculdade de recusar propostas de admissão,
sem declinar motivos, não torna, o clube social, “fechado ao público”. Portanto, haverá inci-
dência da Lei n. 7.716/1989 caso a recusa de admissão ocorra em razão de discriminação ou
preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.

JURISPRUDÊNCIA
RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. DIREITO PROCESSUAL PENAL. INÉPCIA
DA DENÚNCIA. CRIME DE PRECONCEITO DE RAÇA OU DE COR. AUSÊNCIA DE JUSTA
CAUSA. INOCORRÊNCIA. 1. A denúncia que se mostra ajustada ao artigo 41 do Código de
Processo Penal, ensejando o pleno exercício da garantia constitucional da ampla defesa,
não deve, nem pode, ser tida e havida como inepta. 2. A recusa de admissão no quadro
associativo de clube social, em razão de preconceito de raça ou de cor, caracteriza o tipo
inserto no artigo 9º da Lei n. 7.716/89, enquanto modo da conduta impedir, que lhe inte-
gra o núcleo. 3. A faculdade, estatutariamente atribuída à diretoria, de recusar propostas
de admissão em clubes sociais, sem declinação dos motivos, não lhe atribui a natureza
especial de fechado, de maneira a subtraí-lo da incidência da lei. 4. A pretensão de exame
de prova é estranha, em regra, ao âmbito angusto do habeas corpus. 5. Recurso impro-
vido. (STJ – RHC 12809/MG Rel. Min. Hamilton Carvalhido, Sexta Turma, Data de Julga-
mento: 22/03/2005).

Errado.

039. (CESPE/PC – BA/INVESTIGADOR/2013) Considera-se atípica na esfera penal a conduta


do agente público que, por motivo de discriminação de procedência nacional, obste o acesso
de alguém a cargo em órgão público.

O art. 3º da Lei n. 7.716/1989 tipifica a conduta de:

Impedir ou obstar o acesso de alguém, devidamente habilitado, a qualquer cargo da Administração


Direta ou Indireta, bem como das concessionárias de serviços públicos.
Pena – reclusão de dois a cinco anos.
Errado.

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Lei n. 7.716/1989 – Crimes Resultantes de Preconceitos de Raça ou de Cor
Fábio Roque e Flávia Araújo

040. (COPS-UEL/PC – PR/DELEGADO/2013) Quantos aos crimes de racismo definidos na Lei


n. 7.716/1989, assinale a alternativa correta.
a) A incitação pública ao racismo constitui delito de incitação ao crime definido no Art. 286 do
Código Penal, não havendo na referida Lei disposição sobre tal conduta.
b) No caso de incitação ou induzimento ao preconceito racial praticado através da rede mun-
dial de computadores, poderá o juiz determinar a interdição da mensagem ou página de
informação.
c) São crimes de ação penal pública condicionada, dependendo de representação da vítima
para propositura da ação penal.
d) A injúria qualificada pelo preconceito racial é crime definido na referida Lei, não se aplicando
o crime de injúria definido no Art. 140 do Código Penal.
e) Não constitui crime definido na referida Lei o empregador que, motivado pelo preconceito
racial, não conceder os equipamentos necessários ao empregado em igualdade de condições
com os demais trabalhadores.

a) Errada. A incitação pública ao racismo está tipificada no art. 20 da Lei n. 7.716/1989.


b) Correta. De acordo com o art. 20, § 3º, III da Lei n. 7.716/1989, no caso de incitação ou
induzimento ao preconceito racial praticado através da rede mundial de computadores, o juiz
poderá determinar, ouvido o Ministério Público, ou a pedido deste, a interdição das respectivas
mensagens ou páginas de informação.
c) Errada. Os crimes previstos no art. 7.716/89 são de ação penal pública incondicionada.
d) Errada. O crime de injúria qualificada pelo preconceito racial está previsto no art. 140, § 3º
do Código Penal.
e) Errada. O empregador que, motivado pelo preconceito racial, não conceder os equipamentos
necessários ao empregado em igualdade de condições com os demais trabalhadores comete
crime previsto no art. 4º, § 1º, I da Lei n. 7.716/1989.
Letra b.

041. (CESPE/PC – BA/DELEGADO/2013) Pratica crime o empregador que, por motivo de dis-
criminação de raça ou cor, deixar de conceder equipamentos necessários ao empregado, em
igualdade de condições com os demais trabalhadores.

O empregador que, motivado discriminação de raça ou cor, não conceder os equipamentos


necessários ao empregado, em igualdade de condições com os demais trabalhadores come-
te crime previsto no art. 4º, § 1º, I da Lei n. 7.716/1989, sujeito à pena de reclusão de dois a
cinco anos.
Certo.

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042. (FUNCAB/PC – ES/DELEGADO/2013) No interior de uma aeronave de uma companhia


americana, quando esta sobrevoava o estado da Bahia, Patrícia, que embarcara no aeroporto
de Vitória – ES, viajando para os Estados Unidos da América, teve um desentendimento com
uma comissária de bordo do avião, por causa do assento em que estava posicionada. Em ra-
zão do tratamento dispensado pela comissária de bordo, Patrícia solicitou seu nome, ocasião
em que a funcionária da companhia aérea disse que não daria, inclusive afirmou: “Amanhã vou
acordar jovem, bonita, orgulhosa, rica e sendo uma poderosa americana, e você vai acordar
como safada, depravada, repulsiva, canalha e miserável brasileira.” Assim, essa aeromoça:
a) não praticou crime perante a lei brasileira, em face do princípio do pavilhão.
b) praticou o crime de injúria racial, com fulcro no artigo 140, § 3º do CP.
c) praticou o crime de tortura (Lei n. 9.455/1997), pois constrangeu a vítima, causando-lhe so-
frimento mental, em razão de discriminação racial.
d) praticou o crime de racismo, preceituado na Lei n. 7.716/1989.
e) praticou o crime de difamação, com fulcro no artigo 139 do CP.

Primeiramente, é importante lembrarmos que a Lei n. 7.716/1989 prevê crimes resultantes de


discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional, (art. 1º).
A questão traz um caso concreto, que foi objeto de julgamento perante o STJ.
Na época questionou-se se a aeromoça havia cometido crime de injúria racial ou de racismo.
Lembre-se que, na injúria racial, o agente ofende a dignidade e o decoro de “alguém”, ou seja, o
crime é dirigido contra uma pessoa específica.
No caso narrado o STJ entendeu que a aeromoça, ao usar o termo “miserável brasileira”, atri-
buiu, a todos os brasileiros, a condição de miserável. Assim, não há de se falar em injúria racial,
já que a conduta da agente se dirigiu a todos os brasileiros, e não apenas à passageira.
Com base neste entendimento, a aeromoça praticou crime de racismo, previsto no art. 20 da
Lei n. 7.716/1989, que assim dispõe:

Art. 20. Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou
procedência nacional.
Pena – reclusão de um a três anos e multa.
Por outro lado, se a aeromoça utilizasse a expressão “brasileira miserável” o crime seria de
injúria racial, já que a ofensa estaria sendo dirigida a uma pessoa específica (determinada
brasileira é miserável).

JURISPRUDÊNCIA
PROCESSUAL PENAL. RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. Art. 20, DA LEI N.
7.716/89. ALEGAÇÃO DE QUE A CONDUTA SE ENQUADRARIA NO Art. 140, § 3º, DO CP.
IMPROCEDÊNCIA. TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL. FALTA DE JUSTA CAUSA. INOCORRÊNCIA.

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I - O crime do art. 20, da Lei n. 7.716/89, na modalidade de praticar ou incitar a discrimi-


nação ou preconceito de procedência nacional, não se confunde com o crime de injúria
preconceituosa (art. 140, § 3º, do CP). Este tutela a honra subjetiva da pessoa. Aquele,
por sua vez, é um sentimento em relação a toda uma coletividade em razão de sua origem
(nacionalidade). II - No caso em tela, a intenção dos réus, em princípio, não era preci-
samente depreciar o passageiro (a vítima), mas salientar sua humilhante condição em
virtude de ser brasileiro, i.e., a ideia foi exaltar a superioridade do povo americano em
contraposição à posição inferior do povo brasileiro, atentando-se, dessa maneira, contra
a coletividade brasileira. Assim, suas condutas, em tese, subsumem-se ao tipo legal do
art. 20, da Lei n. 7.716/86. (...). (STJ – RHC 19.166. Rel. Min. Felix Fisher. Quinta Turma.
Julgado em 24/10/2006. Dje 20/11/2006)

Portanto, de acordo com o STJ, no caso narrado a aeromoça praticou crime de racismo, previs-
to no art. 20 da lei 7.716/89.
Letra d.

043. (CESPE/TER – RJ/ANALISTA JUDICIÁRIO/2012) Aquele que imputar a outrem termos


pejorativos referentes à sua raça, com o nítido intuito de lesão à sua honra, deverá responder
pelo crime de racismo.

Perceba que, na questão, o agente ofende a honra subjetiva de uma pessoa determinada, pra-
ticando assim, o crime de injúria qualificada, (também chamada de racial ou injúria preconcei-
tuosa), previsto no art. 140, § 3º do CP.
Errado.

044. (MPE – MG/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2010/ADAPTADA) Quem nega atendimento, em


estabelecimento comercial aberto ao público, a um grupo de turistas pernambucanos, ao ar-
gumento de que os nordestinos formam uma sub-raça, responde por crime contra a honra,
não se submetendo à lei que define crimes resultantes de preconceito de raça e de cor (Lei n.
7.716/89).

A conduta de negar atendimento a um grupo de turistas ao argumento de que nordestinos for-


mam “sub-raça”, não gera ofensa a honra subjetiva de pessoa determinada e sim ofensa a um
grupo indeterminado de indivíduos (nordestinos).
Neste caso, o agente não comete crime contra a honra (injúria racial) e sim crime de racismo,
tipificado no art. 5º da Lei n. 7.716/1989, que possui a seguinte redação:

Art. 5º Recusar ou impedir acesso a estabelecimento comercial, negando-se a servir, atender ou


receber cliente ou comprador.
Pena – reclusão de um a três anos.
Errado.

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045. (FGV/PC – RJ/INSPETOR/2008) Segundo a Lei n. 7.716/1989, as condutas relaciona-


das a seguir constituem crime de racismo, à exceção de uma. Assinale-a.
a) impedir o acesso ou recusar atendimento em restaurantes, bares, confeitarias, ou locais
semelhantes abertos ao público
b) impedir o acesso ou recusar hospedagem em hotel, pensão, estalagem, ou qualquer esta-
belecimento similar
c) constranger alguém com emprego de violência ou ameaça, causando-lhe sofrimento físico
em razão de discriminação racial ou religiosa
d) impedir o acesso às entradas sociais em edifícios públicos ou residenciais e elevadores ou
escada de acesso a eles
e) negar ou obstar emprego em empresa privada

a) A conduta descrita na alternativa configura crime de racismo, tipificado no art. 8º da Lei n.


7.716/1989.
b) Errada. A conduta descrita na alternativa configura crime de racismo, tipificado no art. 7º da
Lei n. 7.716/1989.
c) Correta. A conduta descrita na alternativa constitui crime de tortura, previsto no art. 1º, I, “c”
da Lei 9.455/97.
d) Errada. A conduta descrita na alternativa configura crime de racismo, tipificado no art. 11 da
Lei n. 7.716/1989.
e) Errada. A conduta descrita na alternativa configura crime de racismo, tipificado no art. 4º da
Lei n. 7.716/1989.
Letra c.

046. (CESPE/PF/ESCRIVÃO/2004) Um determinado hotel negou-se a hospedar uma família


de índios, alegando que não havia nenhum quarto vago. Posteriormente, restou demonstrado
que existiam vagas e que a recusa derivou do fato de que o gerente do hotel tinha proibido
a hospedagem de índios no estabelecimento. Nessa situação, o referido gerente comete in-
fração penal.

Lembre-se, primeiramente, de que infração penal constitui gênero que tem, como espécies, o
crime ou a contravenção.
No caso narrado, o gerente do hotel cometeu crime de racismo, tipificado no art. 7º da Lei n.
7.716/1989, sujeito à pena de reclusão de três a cinco anos.
Certo.

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Fábio Roque e Flávia Araújo

047. (ESAF/PGFN/PROCURADOR DA FAZENDA NACIONAL/2003) No tocante aos crimes


resultantes de preconceitos, de raça ou de cor, pode-se afirmar que (Lei n. 7.716/89):
a) não constitui efeito da condenação a perda de cargo ou função pública para o servidor pú-
blico que for sujeito ativo do crime.
b) a suspensão do funcionamento do estabelecimento particular por prazo não superior a três
meses constitui um efeito da condenação automático, pois não deve ser motivadamente de-
clarado por sentença.
c) não se considera crime fabricar distintivo que utilize a cruz suástica para fins de divulgação
do nazismo.
d) no caso de prática de discriminação ou preconceito de raça por intermédio de publicação
de qualquer natureza, constitui efeito da condenação, após o trânsito em julgado a decisão, a
destruição do material apreendido.
e) no crime de negar ingresso de aluno em estabelecimento público ou privado de qualquer
grau, não há agravamento de pena quando praticado contra menor de 18 anos.

a) Errada. O art. 16 da Lei n. 7.716/1989 prevê, como efeito da condenação, a perda de cargo
ou função pública para o servidor público que for sujeito ativo do crime.
b) Errada. A suspensão do funcionamento do estabelecimento particular por prazo não supe-
rior a três meses constitui um efeito da não automático da condenação, devendo ser motiva-
damente declarado na sentença (art. 18 da Lei n. 7.716/1989).
c) Errada. Fabricar distintivo que utilize a cruz suástica para fins de divulgação do nazismo
configura crime previsto no art. 20, § 1º da Lei n. 7.716/1989.
d) Correta. O art. 20, § 4º prevê que a destruição do material apreendido, após o trânsito em
julgado, constitui efeito da condenação, quando o crime de “Praticar, induzir ou incitar a discri-
minação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional” é cometido por
intermédio dos meios de comunicação social ou publicação de qualquer natureza:
e) Errada. No crime de negar ingresso de aluno em estabelecimento público ou privado de
qualquer grau (art. 6º), a pena é agravada de 1/3 (um terço) quando praticado contra menor
de 18 anos.
Letra d.

048. (INSTITUTO AOCP/PC – ES/ESCRIVÃO 2019) O sujeito que dispõe em seu estabele-
cimento comercial regra, recusando ou impedindo acesso ao estabelecimento, negando-se
a servir, atender ou receber clientes ou compradores em razão de raça, cor, etnia, religião ou
procedência nacional cometerá o delito
a) de calúnia.
b) contra a relação de consumo.
c) de racismo.

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d) de injúria preconceituosa.
e) de homofobia.

Neste caso, o crime é cometido contra um grupo indeterminado de pessoas, em razão de dis-
criminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. Portanto, não
podemos falar em injúria qualificada (ou injúria preconceituosa) e sim em crime de racismo,
previsto no art. 5º da Lei n. 7.716/1989
Letra c.

049. (AOCP/UEFS/ANALISTA UNIVERSITÁRIO/2018) Constituem crimes resultantes de dis-


criminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional, EXCETO
a) impedir ou obstar o acesso de alguém, devidamente habilitado, a qualquer cargo da Admi-
nistração Direta ou Indireta, bem como das concessionárias de serviços públicos.
b) negar ou obstar emprego em empresa privada.
c) recusar ou impedir acesso a estabelecimento comercial, negando-se a servir, atender ou
receber cliente ou comprador.
d) impedir o acesso ou recusar hospedagem em hotel, pensão, estalagem, ou qualquer esta-
belecimento similar.
e) injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro, utilizando-se de elementos referen-
tes à raça, cor, etnia, religião e origem.

a) Errada. A conduta descrita na alternativa configura crime de racismo, tipificado no art. 3º da


Lei n. 7.716/1989
b) Errada. A conduta descrita na alternativa configura crime de racismo, tipificado no art. 4º da
Lei n. 7.716/1989.
c) Errada. A conduta descrita na alternativa configura crime de racismo, tipificado no art. 5º da
Lei n. 7.716/1989
d) Errada. A conduta descrita na alternativa configura crime de racismo, tipificado no art. 7º da
Lei n. 7.716/1989
e) Correta. A conduta descrita é dirigida a pessoa (ou grupo de pessoas) determinadas, cons-
tituindo crime contra a honra na espécie injúria racial (ou injúria preconceituosa), previsto no
art. 140, § 3º do CP.
Letra e.

050. (FCC/TST/TÉCNICO JUDICIÁRIO) Considere a situação hipotética descrita.


Veridiana, de religião x, ao tentar matricular seu filho Nelson, também de religião x, no 6º ano
do ensino fundamental, em tradicional Colégio particular com ênfase na religião y, tem a matrícula

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recusada pela Diretora daquele estabelecimento que demonstra claro menosprezo à religião
professada por Veridiana e Nelson e alega que Nelson não se enquadraria no perfil de alunos
daquele colégio, pois, pelo regulamento interno da escola, é vedada a matrícula de alunos não
praticantes da religião y.
Neste caso,
a) será necessário analisar administrativamente a validade do regulamento interno da institui-
ção de ensino particular para fins de aplicação de sanção, pelo MEC, de descredenciamento
definitivo.
b) será necessário, analisar a validade do regulamento interno da instituição de ensino parti-
cular para fins de aplicação de sanção, pelo MEC, de suspensão das atividades por até 1 ano.
c) é punível a recusa da inscrição do aluno no 6º ano do Ensino Fundamental, baseado no pre-
conceito à religião x, sob a alegação de que o perfil de alunos da escola é somente de religião
y, independentemente de se tratar de estabelecimento público ou privado de ensino.
d) trata-se apenas de afronta ao princípio da isonomia, não se assemelhando em nada ao cri-
me de preconceito ou discriminação.
e) é punível a recusa da inscrição do aluno no 6º ano do Ensino Fundamental, baseado no pre-
conceito à religião x, sob a alegação de que o perfil de alunos da escola é somente de religião
y, somente se for em estabelecimento público de ensino.

Como vimos, a Lei n. 7.716/1989 tipifica crimes resultantes de discriminação ou preconceito


de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. (grifo nosso).
Na hipótese narrada, a Diretora do Colégio, ao recusar o ingresso de Nelson no estabelecimen-
to de ensino em razão de preconceito por sua religião, cometeu crime previsto no art. 6º da Lei
n. 7.716/1989, que assim dispõe:

Art. 6º Recusar, negar ou impedir a inscrição ou ingresso de aluno em estabelecimento de ensino


público ou privado de qualquer grau.
Pena – reclusão de três a cinco anos.
Parágrafo único. Se o crime for praticado contra menor de dezoito anos a pena é agravada de 1/3
(um terço).

a) Errada. A diretora do colégio cometeu crime previsto na Lei n. 7.716/1989.


b) Errada. A suspensão do funcionamento do estabelecimento particular constitui efeito não
automático da condenação penal, e não poderá exceder ao prazo de 03 meses.
c) Correta. As condutas descritas no art. 6º da Lei n. 7.716/1989 poderão ser praticadas em
estabelecimento de ensino público ou privado.
d) Errada. A conduta da diretora configura crime de preconceito ou discriminação, tipificado no
art. 6º da Lei n. 7.716/1989.

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REFERÊNCIAS
ALENCAR, Rosmar Rodrigues; ARAÚJO, Fábio Roque; TÁVORA, Nestor; Legislação Penal para
Concursos. Editora JusPODIVM, 2021.

ARAÚJO, Fábio Roque; COSTA, Klaus Negri. Processo Penal Didático. 4ª ed. Salvador: Editora
JusPODIVM, 2021.

ARAÚJO, Fábio Roque; TÁVORA, Nestor. Código de Processo Penal para concursos. 10ª ed.
Salvador: Editora JusPODIVM, 2021.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Texto constitucional pro-


mulgado em 5 de outubro de 1988, com alterações adotadas pelas Emendas Constitucionais,
até a de n. 97, de 4 de outubro de 2017. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
constituicao/constituicao.htm.

BRASIL. Decreto-Lei 2.484/1940. Institui o Código Penal. Disponível em http://www.planalto.


gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del2848.htm

BRASIL. Decreto-Lei 3.689/1941. Código de Processo Penal. Disponível em http://www.planal-


to.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689.htm

BRASIL. Lei n. 7.210/1984. Institui a Lei de Execução Penal. Disponível em http://www.planal-


to.gov.br/ccivil_03/leis/l7210.htm

BRASIL. Lei n. 7.716/1989. Define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor. Dis-
ponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l7716.htm

BRASIL. Lei n. 9.459/1997.

Altera os arts. 1º e 20 da Lei n. 7.716, de 5 de janeiro de 1989, que define os crimes resultantes
de preconceito de raça ou de cor, e acrescenta parágrafo ao art. 140 do Decreto-lei n. 2.848,
de 7 de dezembro de 1940. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9459.htm

BRASIL. Lei n. 12.288/2010. Institui o Estatuto da Igualdade Racial; altera as Leis nos 7.716,
de 5 de janeiro de 1989, 9.029, de 13 de abril de 1995, 7.347, de 24 de julho de 1985, e 10.778,
de 24 de novembro de 2003. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-
2010/2010/lei/l12288.htm

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Fábio Roque
Juiz federal. Doutor e mestre em Direito Público pela UFBA. Professor. Autor.

Flávia Araújo
Professora de cursos para concurso. Advogada. Professora. Mestre em Políticas Sociais e Cidadania
(UCSAL).

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