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PENAL ESPECIAL
Lei n. 7.716/1989 – Crimes Resultantes de
Preconceitos de Raça ou de Cor
SISTEMA DE ENSINO
Livro Eletrônico
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Lei n. 7.716/1989 – Crimes Resultantes de Preconceitos de Raça ou de Cor
Fábio Roque e Flávia Araújo
Sumário
Apresentação......................................................................................................................................................................3
Lei n. 7.716/1989 – Crimes Resultantes de Preconceitos de Raça ou de Cor. ...............................4
1. Aspectos Gerais sobre a Lei n. 7.716/1989. ...................................................................................................4
1.1. Incitação ao Ódio Público contra Denominações Religiosas...........................................................5
1.2. Aplicação da Lei n. 7.716/1989 às Condutas Homofóbicas e Transfóbicas............................7
1.3. Distinção entre o Crime de Racismo e o Crime de Injúria Qualificada. .......................................9
2. Crimes em Espécie....................................................................................................................................................12
2.1. Art. 3º da Lei n. 7.716/1989...............................................................................................................................13
2.2. Art. 4º, Caput e § 1º da Lei n. 7.716/1989. .................................................................................................13
2.3. Art. 4º, § 2º da Lei n. 7.716/1989...................................................................................................................15
2.4. Art. 5º da Lei n. 7.716/1989..............................................................................................................................16
2.5. Art. 6º da Lei n. 7.716/1989..............................................................................................................................17
2.6. Art. 7º da Lei n. 7.716/1989..............................................................................................................................18
2.7. Art. 8º da Lei n. 7.716/1989..............................................................................................................................19
2.8. Art. 9º da Lei n. 7.716/1989.............................................................................................................................20
2.9. Art. 10 da Lei n. 7.716/1989............................................................................................................................. 22
2.10. Art. 11 da Lei n. 7.716/1989. . ..........................................................................................................................23
2.11. Art. 12 da Lei n. 7.716/1989............................................................................................................................ 24
2.12. Art. 13 da Lei n. 7.716/1989...........................................................................................................................25
2.13. Art. 14 da Lei n. 7.716/1989...........................................................................................................................26
2.14. Art. 20, Caput, da Lei n. 7.716/1989......................................................................................................... 28
2.15. Art. 20, § 1º, da Lei n. 7.716/1989. ...............................................................................................................31
3. Efeitos da Condenação (Art. 16 e 18 da Lei n. 7.716/1989). ...............................................................32
Resumo................................................................................................................................................................................33
Mapa Mental.....................................................................................................................................................................34
Questões de Concurso................................................................................................................................................35
Gabarito...............................................................................................................................................................................50
Gabarito Comentado.....................................................................................................................................................51
Referências........................................................................................................................................................................86
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Apresentação
Olá, futuro(a) concursado(a)!
Nós e toda a equipe do GRAN estamos aqui para te dar o máximo de dicas, teorias, exercí-
cios, respondendo questões de concurso e criando questões inéditas para que você consiga
fixar todo o conteúdo estudado!
As referências bibliográficas estarão presentes ao final da aula. Assim, você terá um supor-
te caso queira um aprofundamento sobre os temas.
Traremos, também, jurisprudência atualizada, pois, sabemos que não basta saber a legis-
lação ou as considerações doutrinárias sobre Legislação Penal Especial, sendo imprescindível
o estudo das compreensões dos tribunais.
Aqui, nesta aula iremos estudar sobre a Lei n. 7.716/1989, que “Define os crimes resultan-
tes de preconceito de raça ou de cor”. Iremos tratar sobre suas disposições normativas e os
principais posicionamentos doutrinários e jurisprudenciais sobre o tema.
Esperamos que você goste do que vamos estudar e do material a seguir. Por favor: ma-
terial obrigatório! Então, fica ligado no curso GRAN. Estamos esperando as dúvidas no Fó-
rum do aluno!
Vamos começar?
Flávia Araújo
Advogada, professora,
Mestra em Políticas Sociais e Cidadania (Ucsal).
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afirmativas como cotas, não configura crime, tampouco violação ao princípio da isono-
mia, que deve ser compreendido em sua feição material (tratar os desiguais à medida
de suas desigualdades).
JURISPRUDÊNCIA
1.Escrever, editar, divulgar e comerciar livros “fazendo apologia de ideias preconceituo-
sas e discriminatórias” contra a comunidade judaica (Lei 7716/89, artigo 20, na redação
dada pela Lei 8081/90) constitui crime de racismo sujeito às cláusulas de inafiançabili-
dade e imprescritibilidade (CF, artigo 5º, XLII).
(...)
10. A edição e publicação de obras escritas veiculando ideias anti-semitas, que buscam
resgatar e dar credibilidade à concepção racial definida pelo regime nazista, negadores
e subversoras de fatos históricos incontroversos como o holocausto, consubstanciadas
na pretensa inferioridade e desqualificação do povo judeu, equivalem à incitação ao dis-
crímen com acentuado conteúdo racista, reforçadas pelas consequências históricas dos
atos em que se baseiam.
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(...)
13. Liberdade de expressão. Garantia constitucional que não se tem como absoluta. Limi-
tes morais e jurídicos. O direito à livre expressão não pode abrigar, em sua abrangência,
manifestações de conteúdo imoral que implicam ilicitude penal.
14. As liberdades públicas não são incondicionais, por isso devem ser exercidas de
maneira harmônica, observados os limites definidos na própria Constituição Federal (CF,
artigo 5º, § 2º, primeira parte). O preceito fundamental de liberdade de expressão não
consagra o “direito à incitação ao racismo”, dado que um direito individual não pode cons-
tituir-se em salvaguarda de condutas ilícitas, como sucede com os delitos contra a honra.
Prevalência dos princípios da dignidade da pessoa humana e da igualdade jurídica. (STF.
HC 82424, Relator p/ Acórdão Min. Maurício Corrêa. Plenário. Julgado em 17/09/2003.)
Em 2018, um pastor foi condenado, em primeira instância, pela prática de crime previsto no
art. 20, § 2º, da Lei n. 7.716/89, por fazer publicações ofensivas à adeptos de outras religiões.
Nos conteúdos publicados, o pastor afirmava, entre outras coisas, que o islamismo era uma
religião assassina, que pessoas de determinadas crenças “sofrem, padecem, são estupradas,
violentadas, vivem em medo, em angústia, em aflição” etc.
A defesa argumentou que a conduta praticada era atípica, já que estava acobertada pelo
direito à liberdade de expressão. A linha defensiva afirmou, ainda, que “o exercício regular do
direito de religião compreende o direito de criticar religiões, não sendo lícito obstaculizar o con-
fronto aberto de visões religiosas (...)”.
O STF, porém, entendeu que o pastor praticou crime previsto no art. 20, § 2º da Lei n.
7.716/1989, ao praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de religião, por inter-
médio dos meios de comunicação social ou publicação.
JURISPRUDÊNCIA
(...) 2. O direito à liberdade religiosa é, em grande medida, o direito à existência de uma
multiplicidade de crenças/descrenças religiosas, que se vinculam e se harmonizam –
para a sobrevivência de toda a multiplicidade de fés protegida constitucionalmente – na
chamada tolerância religiosa.
3. Há que se distinguir entre o discurso religioso (que é centrado na própria crença e nas
razões da crença) e o discurso sobre a crença alheia, especialmente quando se faça com
intuito de atingi-la, rebaixá-la ou desmerecê-la (ou a seus seguidores). Um é tipicamente
a representação do direito à liberdade de crença religiosa; outro, em sentido diametral-
mente oposto, é o ataque ao mesmo direito.
4. Como apontado pelo Superior Tribunal de Justiça no julgado recorrido, a conduta do
paciente não consiste apenas na “defesa da própria religião, culto, crença ou ideologia,
mas, sim, de um ataque ao culto alheio, que põe em risco a liberdade religiosa daque-
les que professam fé diferente [d]a do paciente. (STF – RHC 146303/RJ, Rel. Min Edson
Fachin, red. p/ o ac. Min Dias Toffoli. 2ª Turma. Julgado em 6/3/2018).
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A partir deste posicionamento, o STF fixou a tese de que, até que a omissão legislativa seja
sanada, as condutas que envolvam preconceito ou discriminação em razão da orientação se-
xual ou à identidade de gênero, se adequam aos preceitos primários de incriminação previstos
na Lei n. 7.716/1989. Neste julgado foram fixadas as seguintes teses:
JURISPRUDÊNCIA
1. Até que sobrevenha lei emanada do Congresso Nacional destinada a implementar os
mandados de criminalização definidos nos incisos XLI e XLII do art. 5º da Constituição
da República, as condutas homofóbicas e transfóbicas, reais ou supostas, que envolvem
aversão odiosa à orientação sexual ou à identidade de gênero de alguém, por traduzi-
rem expressões de racismo, compreendido este em sua dimensão social, ajustam-se, por
identidade de razão e mediante adequação típica, aos preceitos primários de incrimina-
ção definidos na Lei n. 7.716, de 08.01.1989, constituindo, também, na hipótese de homi-
cídio doloso, circunstância que o qualifica, por configurar motivo torpe (Código Penal, art.
121, § 2º, I, “in fine”);
2. A repressão penal à prática da homotransfobia não alcança nem restringe ou limita o
exercício da liberdade religiosa, qualquer que seja a denominação confessional profes-
sada, a cujos fiéis e ministros (sacerdotes, pastores, rabinos, mulás ou clérigos muçul-
manos e líderes ou celebrantes das religiões afro-brasileiras, entre outros) é assegurado
o direito de pregar e de divulgar, livremente, pela palavra, pela imagem ou por qualquer
outro meio, o seu pensamento e de externar suas convicções de acordo com o que se
contiver em seus livros e códigos sagrados, bem assim o de ensinar segundo sua orien-
tação doutrinária e/ou teológica, podendo buscar e conquistar prosélitos e praticar os
atos de culto e respectiva liturgia, independentemente do espaço, público ou privado, de
sua atuação individual ou coletiva, desde que tais manifestações não configurem dis-
curso de ódio, assim entendidas aquelas exteriorizações que incitem a discriminação, a
hostilidade ou a violência contra pessoas em razão de sua orientação sexual ou de sua
identidade de gênero;
3. O conceito de racismo, compreendido em sua dimensão social, projeta-se para além
de aspectos estritamente biológicos ou fenotípicos, pois resulta, enquanto manifestação
de poder, de uma construção de índole histórico-cultural motivada pelo objetivo de justi-
ficar a desigualdade e destinada ao controle ideológico, à dominação política, à subjuga-
ção social e à negação da alteridade, da dignidade e da humanidade daqueles que, por
integrarem grupo vulnerável (LGBTI+) e por não pertencerem ao estamento que detém
posição de hegemonia em uma dada estrutura social, são considerados estranhos e dife-
rentes, degradados à condição de marginais do ordenamento jurídico, expostos, em con-
sequência de odiosa inferiorização e de perversa estigmatização, a uma injusta e lesiva
situação de exclusão do sistema geral de proteção do direito (STF – ADO 26/DF. Rel. Min.
Celso de Mello; MI 4733/DF, Rel. Min. Edson Fachin. Plenário. Julgados em 13/6/2019 -
Informativo 944).
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Art. 20. Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou
procedência nacional.
Pena – reclusão de um a três anos e multa.
Perceba que as condutas, descritas neste artigo, não são voltadas a impedir, recusar ou
obstar o acesso de direitos, como ocorre nos demais artigos da Lei n. 7.716/1989. Porém, este
tipo penal também não se confunde com o crime de injúria preconceituosa, previsto no art.
140, § 3º do Código Penal.
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EXEMPLO
O sujeito que chama uma pessoa de “nordestina ignorante”, comete crime de injúria qualifica-
da, pois utilizou a origem da vítima a fim de ofender a sua honra. Por outro lado, o agente que
faz publicações, em suas redes sociais, afirmando que nordestinos são ignorantes, comete
crime de preconceito, previsto no art. 20, § 2º da Lei n. 7.716/1989.
JURISPRUDÊNCIA
PROCESSUAL PENAL. RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. Art. 20, DA LEI N.
7.716/89. ALEGAÇÃO DE QUE A CONDUTA SE ENQUADRARIA NO Art. 140, § 3º, DO CP.
IMPROCEDÊNCIA. TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL. FALTA DE JUSTA CAUSA. INOCOR-
RÊNCIA. I - O crime do art. 20, da Lei n. 7.716/89, na modalidade de praticar ou incitar
a discriminação ou preconceito de procedência nacional, não se confunde com o crime
de injúria preconceituosa (art. 140, § 3º, do CP). Esta tutela a honra subjetiva da pessoa.
Aquele, por sua vez, é um sentimento em relação a toda uma coletividade em razão de
sua origem (nacionalidade). II - No caso em tela, a intenção dos réus, em princípio, não era
precisamente depreciar o passageiro (a vítima), mas salientar sua humilhante condição
em virtude de ser brasileiro, i.e., a ideia foi exaltar a superioridade do povo americano em
contraposição à posição inferior do povo brasileiro, atentando-se, dessa maneira, contra
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Outra distinção importante, entre os dois crimes, diz respeito à ação penal. Na injúria qua-
lificada a ação penal será pública condicionada à representação da vítima, conforme prevê o
parágrafo único do art. 145 do Código Penal. Já os crimes previstos na Lei n. 7.716/1989, são
de ação penal pública incondicionada.
Antes de mais nada, é importante lembrarmos que o racismo constitui crime imprescritível
(art. 5º, XLII da CF/88). A jurisprudência é pacífica ao entender que o conceito de racismo deve
ser entendido como discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência
nacional, como aponta o art. 1º da Lei n. 7.716/1989.1
Portanto, os crimes previstos no art. 7.716/89 são imprescritíveis. E o crime de injúria ra-
cial, previsto no art. 140, § 3º do Código Penal? Vamos ao caso concreto...
Uma senhora de 80 anos de idade chamou a frentista de um posto de gasolina de “negrinha
nojenta, ignorante e atrevida”. Perceba que, neste caso, a senhora utilizou elementos referentes
à raça e cor para ofender a honra da vítima (pessoa determinada), praticando, assim, o crime
de injúria racial. Houve condenação em primeira instância.
O art. 115 do Código Penal estabelece que os prazos prescricionais são reduzidos à me-
tade se o criminoso era, na data da sentença, maior de 70 (setenta) anos. Com base neste
artigo, a defesa requereu a extinção da punibilidade da agente (que tinha 80 anos), em razão
do transcurso de metade do prazo prescricional. Porém, o STJ negou o recurso, entendendo
que o crime de injúria racial é imprescritível. O caso chegou ao STF, que seguiu a mesmo posi-
cionamento.
No HC 154248/DF o Supremo entendeu que a injúria racial busca coibir a prática de racismo,
consistindo, assim, em crime imprescritível e inafiançável, nos termos do art. 5º, XLII da CF/88.
JURISPRUDÊNCIA
A prática de injuria racial, prevista no art. 140, § 3º, do Código Penal (CP), traz em seu bojo
o emprego de elementos associados aos que se definem como raça, cor, etnia, religião ou
origem para se ofender ou insultar alguém.
Consistindo o racismo em processo sistemático de discriminação que elege a raça como
critério distintivo para estabelecer desvantagens valorativas e materiais, a injúria racial
consuma os objetivos concretos da circulação de estereótipos e estigmas raciais.
1
O STF passou a entender que a prática de condutas homofóbicas ou transfóbicas também se amoldam ao
conceito de racismo (ADO 26/DF).
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De acordo com o STF, o crime de injúria racial é espécie do gênero racismo, sendo, assim, im-
prescritível, nos termos do art. 5º, XLII da CF/88.
2. Crimes em Espécie
Antes de entramos nas condutas criminosas previstas na Lei n. 7.716/1989, é importante
que você saiba, desde já, as seguintes informações:
1) Os crimes previstos na Lei n. 7.716/1989 só podem ser cometidos de forma dolosa, (de-
vendo estar presentes o binômio consciência e vontade).
2) Exige-se a presença do dolo específico (também chamado de especial finalidade no
agir). Assim, para que sejam consideradas fatos típicos, é necessário que as condutas, descri-
tas na Lei n. 7.716/1989, sejam praticadas com a finalidade de discriminar a vítima, em razão
de sua raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.
3) A ação penal será pública incondicionada.
4) A igualdade será o objeto jurídico tutelado em todos os crimes previstos na Lei n.
7.716/1989.
5) Os crimes previstos na Lei n. 7.716/1989 são imprescritíveis e inafiançáveis.
6) O único crime que não será apenado com a reclusão será o de “exigir, em anúncios
ou qualquer outra forma de recrutamento de trabalhadores, aspectos de aparência próprios de
raça ou etnia para emprego cujas atividades não justifiquem essas exigências”, previsto no art.
4º, § 2º da Lei n. 7.716/1989. Neste caso, a pena será de multa ou prestação de serviços à
comunidade.
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Para que o fato seja típico, é necessário que a negativa ou o obstáculo ocorram em razão
de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.
Quanto ao sujeito ativo: Estamos diante de um crime próprio, que exige uma qualidade
especial do sujeito ativo. Assim, só poderá ser agente deste delito a pessoa responsável pela
contratação em empresa privada (podendo ser funcionário, sócio, proprietário etc.)
Quanto ao sujeito passivo: A pessoa que tenha o emprego negado ou obstado em razão
de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião, procedência nacional, orientação
sexual ou identidade de gênero.
Objeto Jurídico (bem jurídico tutelado pelo tipo penal): Como vimos, todos os crimes pre-
vistos no art. 7.716/89 buscam tutelar a igualdade.
Objeto Material (pessoa ou coisa sob a qual recai a conduta delituosa): Será a vítima da
discriminação.
Elemento Subjetivo: Como vimos, todos os crimes previstos no art. 7.716/89 possuem
o dolo como elemento subjetivo, exigindo-se, ainda, a presença do dolo específico. Assim, o
agente pratica a conduta com a finalidade de discriminar a vítima, em razão de sua raça, cor,
etnia, religião, procedência nacional, e orientação sexual ou identidade de gênero, conforme
entendimento do STF.
Pena – Reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos. A penalidade abstratamente cominada pela
norma, nos leva às seguintes conclusões:
a) Como a pena máxima supera dois anos, não estamos diante de uma infração penal de
menor potencial ofensivo. Portanto, não será possível a obtenção da transação penal, prevista
no art. 76 da Lei n. 9.099/1995.
b) Como a pena máxima é superior a um ano, também não será cabível a suspensão con-
dicional do processo, prevista no art. 89 da Lei n. 9.099/1995.
c) Será possível a substituição da pena privativa de liberdade por pena restritiva de direitos,
desde que a pena imposta pelo juiz, no caso concreto, não ultrapasse quatro anos e sejam
observados os demais requisitos previstos no art. 44 do CP.
Ação Penal: Como vimos, os crimes previstos na Lei n. 7.716/1989 são de Ação Penal Pú-
blica Incondicionada.
Figuras Equiparadas: O § 1º do art. 4º prevê três figuras equiparas ao tipo penal descrito
no caput. Assim, incorrerá na mesma pena (Reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos) quem, por
motivo de discriminação de raça ou de cor ou práticas resultantes do preconceito de descen-
dência ou origem nacional ou étnica:
a) Deixar de conceder os equipamentos necessários ao empregado em igualdade de con-
dições com os demais trabalhadores
b) Impedir a ascensão funcional do empregado ou obstar outra forma de benefício
profissional.
c) Proporcionar ao empregado tratamento diferenciado no ambiente de trabalho, especial-
mente quanto ao salário.
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Este é o único delito previsto na Lei n. 7.716/1989 que não é punível com a reclusão! Por
isso, sua incidência costuma ser muito frequente nas provas de concurso.
Neste tipo penal, o sujeito ativo exige aspectos de aparência próprios de raça ou etnia, para
recrutamento de trabalhadores. Exemplo: o anúncio de emprego como secretário(a) de deter-
minado escritório de advocacia, exige que os candidatos, ou candidatas, sejam naturalmente
loiros. Neste caso, pessoas negras, indígenas, asiáticas etc. estarão excluídas desta possibili-
dade de contratação, sem que a atividade a ser executada justifique essa exigência.
Não haverá crime quando a exigência, de aspectos de aparência próprios de raça ou etnia,
ocorra em razão da atividade a ser executada. É o caso, por exemplo, de um recrutamento de
atores que tenha o objetivo de selecionar pessoas para contracenarem como soldados ale-
mães na Segunda Guerra Mundial. Perceba que, neste caso, a exigência de aparência própria
de raça ou etnia se justifica em razão da função que será desempenhada.
Quanto ao sujeito ativo: Estamos diante de um crime próprio, que exige uma qualidade
especial do sujeito ativo. Assim, só poderá ser agente deste delito a pessoa responsável pelo
anúncio ou outra forma de recrutamento de trabalhadores.
Quanto ao sujeito passivo: A pessoa discriminada.
Objeto Jurídico (bem jurídico tutelado pelo tipo penal): Como vimos, todos os crimes pre-
vistos no art. 7.716/89 buscam tutelar a igualdade.
Objeto Material (pessoa ou coisa sob a qual recai a conduta delituosa): Será a vítima da
discriminação.
Elemento Subjetivo: Como vimos, todos os crimes previstos no art. 7.716/89 possuem
o dolo como elemento subjetivo, exigindo-se, ainda, a presença do dolo específico. Assim, o
agente pratica a conduta com a finalidade de discriminar a vítima, em razão de sua raça, cor,
etnia, religião ou procedência nacional, orientação sexual ou identidade de gênero, conforme
entendimento do STF.
Pena – Multa e prestação de serviços à comunidade, incluindo atividades de promoção da
igualdade racial. Note que, neste crime, a lei não prevê a pena privativa de liberdade, o que nos
leva às seguintes conclusões:
a) Como a lei não prevê a prisão pena, também não será admitida a prisão cautelar (pre-
ventiva ou temporária) e nem a prisão em flagrante, sob pena de violação ao princípio da pro-
porcionalidade. Assim, em caso de flagrante delito, o agente será encaminhado à Delegacia de
Polícia para prestar esclarecimentos, devendo ser liberado após a lavratura do termo circuns-
tanciado da ocorrência.
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b) Não será cabível o Habeas Corpus: O Habeas Corpus só será admitido diante da vio-
lação, ou ameaça de violação, à liberdade ambulatorial. Como não é possível a privação de
liberdade em decorrência do cometimento deste delito, não será cabível, por consequência, a
impetração do HC.
c) Trata-se de infração penal de menor potencial ofensivo, portanto, será possível a obten-
ção da transação penal.
d) Será cabível a suspensão condicional do processo, nos termos do art. 89 da Lei n.
9.099/1995.
Ação Penal: Como vimos, os crimes previstos na Lei n. 7.716/1989 são de Ação Penal Pú-
blica Incondicionada.
O crime previsto no art. 5º poderá ser consumado mediante a prática de qualquer das
condutas previstas em seu dispositivo (“recusar”, “impedir”, “negar-se a servir”, “negar-se a
atender”, “negar-se a receber”).
Estamos diante de um tipo penal misto ou alternativo. Assim, a realização de mais de uma
conduta, dentro de um mesmo contexto fático, em relação à mesma pessoa, configurará ape-
nas um crime.
Quanto ao sujeito ativo: Estamos diante de um crime próprio, que exige uma qualidade
especial do sujeito ativo. Assim, só poderá ser agente deste delito a pessoa responsável por
recusar ou impedir o acesso ao estabelecimento, podendo ser, por exemplo, o proprietário,
gerente, atendente etc.
Quanto ao sujeito passivo: Qualquer pessoa que tenha tido seu acesso, no estabelecimen-
to, recusado ou impedido em razão de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião
ou procedência nacional (e, atualmente, orientação sexual ou identidade de gênero, conforme
entendimento do STF). Esta pessoa não precisa ser, necessariamente, cliente do local.
Objeto Jurídico (bem jurídico tutelado pelo tipo penal): Como vimos, todos os crimes pre-
vistos no art. 7.716/89 buscam tutelar a igualdade.
Objeto Material (pessoa ou coisa sob a qual recai a conduta delituosa): Será a vítima da
discriminação.
Elemento Subjetivo: Como vimos, todos os crimes previstos no art. 7.716/89 possuem
o dolo como elemento subjetivo, exigindo-se, ainda, a presença do dolo específico. Assim, o
agente pratica a conduta com a finalidade de discriminar a vítima, em razão de sua raça, cor,
etnia, religião, procedência nacional, orientação sexual ou identidade de gênero, conforme en-
tendimento do STF.
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Quanto ao sujeito ativo: Estamos diante de um crime próprio, que exige uma qualidade
especial do sujeito ativo. Assim, só poderá ser agente deste delito a pessoa responsável por
receber a inscrição ou permitir o ingresso dos alunos no estabelecimento escolar.
Quanto ao sujeito passivo: A pessoa discriminada. Não se exige uma qualidade especial
da vítima.
Objeto Jurídico (bem jurídico tutelado pelo tipo penal): Como vimos, todos os crimes pre-
vistos no art. 7.716/89 buscam tutelar a igualdade.
Objeto Material (pessoa ou coisa sob a qual recai a conduta delituosa): Será a vítima da
discriminação.
Elemento Subjetivo: Como vimos, todos os crimes previstos no art. 7.716/89 possuem
o dolo como elemento subjetivo, exigindo-se, ainda, a presença do dolo específico. Assim, o
agente pratica a conduta com a finalidade de discriminar a vítima, em razão de sua raça, cor,
etnia, religião, procedência nacional, orientação sexual ou identidade de gênero, conforme en-
tendimento do STF.
Pena – Reclusão de 3 (três) a 5 (cinco) anos. A penalidade abstratamente cominada pela
norma, nos leva às seguintes conclusões:
a) Como a pena máxima supera dois anos, não estamos diante de uma infração penal de
menor potencial ofensivo. Portanto, não será possível a obtenção da transação penal, prevista
no art. 76 da Lei n. 9.099/1995.
b) Como a pena máxima ultrapassa um ano, não será cabível a suspensão condicional do
processo, prevista no art. 89 da Lei n. 9.099/1995.
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O crime previsto no art. 7º poderá ser consumado mediante a prática de qualquer das con-
dutas previstas em seu dispositivo (“impedir o acesso”, ou “recusar a hospedagem”).
Estamos diante de um tipo penal misto ou alternativo. Assim, a realização de mais de uma
conduta pelo mesmo agente, dentro de um mesmo contexto fático, e em relação à mesma
pessoa, configurará apenas um crime.
Imagine, por exemplo, uma pessoa que tenha seu acesso ao hotel impedido pelo respon-
sável, em razão de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência
nacional, e, após conseguir entrar, tenha tido a hospedagem recusada pelo mesmo agente.
Neste caso como estamos diante de um tipo penal misto alternativo, este agente responderá
por um único crime.
Quanto ao sujeito ativo: Estamos diante de um crime próprio, que exige uma qualidade
especial do sujeito ativo. Assim, só poderá ser agente deste delito a pessoa responsável por
permitir o acesso e aceitar a hospedagem em hotel, estalagem ou estabelecimento similar
(seja sócio, proprietário ou atendente).
Quanto ao sujeito passivo: Qualquer pessoa que tenha tido seu acesso impedido ou sua
hospedagem recusada, em razão de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião
ou procedência nacional (e, atualmente, orientação sexual ou identidade de gênero, conforme
entendimento do STF).
Objeto Jurídico (bem jurídico tutelado pelo tipo penal): Como vimos, todos os crimes pre-
vistos no art. 7.716/89 buscam tutelar a igualdade.
Objeto Material (pessoa ou coisa sob a qual recai a conduta delituosa): Será a vítima da
discriminação.
Elemento Subjetivo: Como vimos, todos os crimes previstos no art. 7.716/89 possuem
o dolo como elemento subjetivo, exigindo-se, ainda, a presença do dolo específico. Assim, o
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agente pratica a conduta com a finalidade de discriminar a vítima, em razão de sua raça, cor,
etnia, religião, procedência nacional, orientação sexual ou identidade de gênero, conforme en-
tendimento do STF.
Pena – Reclusão de 3 (três) a 5 (cinco) anos. A penalidade abstratamente cominada pela
norma, nos leva às seguintes conclusões:
a) Como a pena máxima supera dois anos, não estamos diante de uma infração penal de
menor potencial ofensivo. Portanto, não será possível a obtenção da transação penal, prevista
no art. 76 da Lei n. 9.099/1995.
b) Como a pena máxima ultrapassa um ano, não será cabível a suspensão condicional do
processo, prevista no art. 89 da Lei n. 9.099/1995.
c) Se observados os demais requisitos previstos no art. 44 do CP, será possível a substitui-
ção da pena privativa de liberdade por pena restritiva de direitos, desde que a pena imposta, no
caso concreto, não ultrapasse quatro anos.
Ação Penal: Como vimos, os crimes previstos na Lei n. 7.716/1989 são de Ação Penal Pú-
blica Incondicionada.
O crime previsto no art. 8º poderá ser consumado mediante a prática de qualquer das con-
dutas previstas em seu dispositivo (“impedir o acesso”, ou “recusar atendimento”).
Estamos diante de um tipo penal misto ou alternativo. Assim, a realização de mais de uma
conduta, pelo mesmo agente, dentro de um mesmo contexto fático, e em relação à mesma
pessoa, configurará apenas um crime.
Imagine, por exemplo, uma pessoa que tenha seu acesso ao restaurante impedido pelo
responsável, em razão de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou proce-
dência nacional, e, após conseguir entrar, não tenha tido o seu atendimento recusado. Neste
caso como estamos diante de um tipo penal misto alternativo, este agente responderá por um
único crime.
Quanto ao sujeito ativo: Estamos diante de um crime próprio, que exige uma qualidade
especial do sujeito ativo. Assim, só poderá ser agente deste delito a pessoa responsável pelo
restaurante, bar, confeitaria ou outro estabelecimento semelhante aberto ao público (seja ele
sócio, gerente, atendente etc.).
Perceba que só haverá crime caso o restaurantes, bares, confeitarias, ou locais semelhan-
tes sejam abertos ao público.
Quanto ao sujeito passivo: Qualquer pessoa que tenha tido seu acesso impedido ou seu
atendimento recusado, em razão de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião
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O crime previsto no art. 9º poderá ser consumado mediante a prática de qualquer das con-
dutas previstas em seu dispositivo (“impedir o acesso”, ou “recusar atendimento”).
Estamos diante de um tipo penal misto ou alternativo. Assim, a realização de mais de uma
conduta, pelo mesmo agente, dentro de um mesmo contexto fático, e em relação à mesma
pessoa, configurará apenas um crime.
Imagine, por exemplo, uma pessoa que tenha seu acesso, a estabelecimento esportivo
impedido, (em razão de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedên-
cia nacional), e, após conseguir entrar, tenha tido o seu atendimento recusado pelo mesmo
agente. Neste caso como estamos diante de um tipo penal misto alternativo, este agente res-
ponderá por um único crime.
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JURISPRUDÊNCIA
RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. DIREITO PROCESSUAL PENAL. INÉPCIA
DA DENÚNCIA. CRIME DE PRECONCEITO DE RAÇA OU DE COR. AUSÊNCIA DE JUSTA
CAUSA. INOCORRÊNCIA. 1. A denúncia que se mostra ajustada ao artigo 41 do Código de
Processo Penal, ensejando o pleno exercício da garantia constitucional da ampla defesa,
não deve, nem pode, ser tida e havida como inepta. 2. A recusa de admissão no quadro
associativo de clube social, em razão de preconceito de raça ou de cor, caracteriza o tipo
inserto no artigo 9º da Lei n. 7.716/89, enquanto modo da conduta impedir, que lhe inte-
gra o núcleo. 3. A faculdade, estatutariamente atribuída à diretoria, de recusar propostas
de admissão em clubes sociais, sem declinação dos motivos, não lhe atribui a natureza
especial de fechado, de maneira a subtraí-lo da incidência da lei. 4. A pretensão de exame
de prova é estranha, em regra, ao âmbito angusto do habeas corpus. 5. Recurso impro-
vido. (STJ – RHC 12809/MG Rel. Min. Hamilton Carvalhido, Sexta Turma, Data de Julga-
mento: 22/03/2005).
Quanto ao sujeito ativo: Estamos diante de um crime próprio, que exige uma qualidade es-
pecial do sujeito ativo. Assim, só poderá ser agente deste delito a pessoa responsável por per-
mitir, ou impedir o acesso, bem como aquela com aptidão para recusar, ou aceitar o atendimen-
to em estabelecimentos esportivos, casas de diversões, ou clubes sociais abertos ao público.
Quanto ao sujeito passivo: Qualquer pessoa que tenha tido seu acesso impedido ou seu
atendimento recusado, em razão de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião
ou procedência nacional (e, atualmente, orientação sexual ou identidade de gênero, conforme
entendimento do STF). Não se exigindo, assim, uma qualidade especial da vítima.
Objeto Jurídico (bem jurídico tutelado pelo tipo penal): Como vimos, todos os crimes pre-
vistos no art. 7.716/89 buscam tutelar a igualdade.
Objeto Material (pessoa ou coisa sob a qual recai a conduta delituosa): Será a vítima da
discriminação.
Elemento Subjetivo: Como vimos, todos os crimes previstos no art. 7.716/89 possuem
o dolo como elemento subjetivo, exigindo-se, ainda, a presença do dolo específico. Assim, o
agente pratica a conduta com a finalidade de discriminar a vítima, em razão de sua raça, cor,
etnia, religião, procedência nacional, orientação sexual ou identidade de gênero, conforme en-
tendimento do STF.
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O crime previsto no art. 10 poderá ser consumado mediante a prática de qualquer das con-
dutas previstas em seu dispositivo (“impedir o acesso”, ou “recusar atendimento”).
Estamos diante de um tipo penal misto ou alternativo. Assim, a realização de mais de uma
conduta, pelo mesmo agente, dentro de um mesmo contexto fático, e em relação à mesma
pessoa, configurará apenas um crime.
Quanto ao sujeito ativo: Estamos diante de um crime próprio, que exige uma qualidade
especial do sujeito ativo. Assim, só poderá ser agente deste delito a pessoa responsável pelo
salão de cabeleireiro, barbearia, termas, casa de massagem ou outro estabelecimento com as
mesmas finalidades, (podendo ser proprietário, gerente ou atendente).
Quanto ao sujeito passivo: Qualquer pessoa que tenha tido seu acesso impedido ou seu
atendimento recusado, em razão de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião
ou procedência nacional (e, atualmente, orientação sexual ou identidade de gênero, conforme
entendimento do STF). Não se exigindo, assim, uma qualidade especial da vítima.
Objeto Jurídico (bem jurídico tutelado pelo tipo penal): Como vimos, todos os crimes pre-
vistos no art. 7.716/89 buscam tutelar a igualdade.
Objeto Material (pessoa ou coisa sob a qual recai a conduta delituosa): Será a vítima da
discriminação.
Elemento Subjetivo: Como vimos, todos os crimes previstos no art. 7.716/89 possuem
o dolo como elemento subjetivo, exigindo-se, ainda, a presença do dolo específico. Assim, o
agente pratica a conduta com a finalidade de discriminar a vítima, em razão de sua raça, cor,
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etnia, religião, procedência nacional, orientação sexual ou identidade de gênero, conforme en-
tendimento do STF.
Pena – Reclusão de 1 (um) a 3 (três) anos. A penalidade abstratamente cominada pela
norma, nos leva às seguintes conclusões:
a) Como a pena máxima supera dois anos, não estamos diante de uma infração penal de
menor potencial ofensivo. Portanto, não será possível a obtenção da transação penal, prevista
no art. 76 da Lei n. 9.099/1995.
b) Como a pena máxima não ultrapassa um ano, será cabível a suspensão condicional do
processo, prevista no art. 89 da Lei n. 9.099/1995.
c) Se observados os requisitos previstos no art. 44 do CP, será possível a substituição da
pena privativa de liberdade por pena restritiva de direitos, já que a pena imposta pelo juiz, no
caso concreto, não ultrapassará quatro anos (exceto de houver concurso de crimes).
Ação Penal: Como vimos, os crimes previstos na Lei n. 7.716/1989 são de Ação Penal Pú-
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razão de sua raça, cor, etnia, religião, procedência nacional, orientação sexual ou identidade de
gênero, conforme entendimento do STF.
Pena – Reclusão de 1 (um) a 3 (três) anos. A penalidade abstratamente cominada pela
norma, nos leva às seguintes conclusões:
a) Como a pena máxima supera dois anos, não estamos diante de uma infração penal de
menor potencial ofensivo. Portanto, não será possível a obtenção da transação penal, prevista
no art. 76 da Lei n. 9.099/1995.
b) Como a pena máxima não ultrapassa um ano, será cabível a suspensão condicional do
processo, prevista no art. 89 da Lei n. 9.099/1995.
c) Se observados os requisitos previstos no art. 44 do CP, será possível a substituição da
pena privativa de liberdade por pena restritiva de direitos, já que a pena imposta pelo juiz, no
caso concreto, não ultrapassará quatro anos (exceto de houver concurso de crimes).
Ação Penal: Como vimos, os crimes previstos na Lei n. 7.716/1989 são de Ação Penal Pú-
blica Incondicionada.
Este crime tem apenas um verbo nuclear, consistente na conduta de “impedir o acesso ou
uso de transporte público”.
Desta forma, o sujeito ativo pratica o fato criminoso ao impedir que a vítima acesse ou use
qualquer transporte público.
O art. 12 elenca um rol exemplificativo de transportes públicos, citando aviões, navios, bar-
cos, ônibus, trens metrôs, e abrindo a possibilidade de ampliação deste rol, ao utilizar a expres-
são “ou qualquer outro meio de transporte concedido”. Assim, a depender do caso concreto,
será possível a interpretação analógica para incluir outros transportes, desde que prestados
pelo Poder Público (de forma direta, ou mediante concessão a empresas privadas).
Para a incidência do crime, não importa se o transporte público é gratuitamente ou median-
te contraprestação pecuniária.
Quanto ao sujeito ativo: Estamos diante de um crime próprio, que exige uma qualidade
especial do sujeito ativo. Assim, só poderá ser agente deste delito a pessoa responsável por
permitir, ou impedir, o acesso ao transporte público (podendo ser, por exemplo, o gestor públi-
co, o sócio da empresa concessionária, o emprego da empresa etc.).
Quanto ao sujeito passivo: Qualquer pessoa que tenha tido seu acesso ao transporte públi-
co impedido, em razão de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião, procedên-
cia nacional (e, atualmente, orientação sexual ou identidade de gênero, conforme entendimen-
to do STF). Não se exigindo, assim, uma qualidade especial da vítima.
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Objeto Jurídico (bem jurídico tutelado pelo tipo penal): Como vimos, todos os crimes pre-
vistos no art. 7.716/89 buscam tutelar a igualdade.
Objeto Material (pessoa ou coisa sob a qual recai a conduta delituosa): Será a pessoa
vítima da discriminação.
Elemento Subjetivo: Como vimos, todos os crimes previstos no art. 7.716/89 possuem o
dolo como elemento subjetivo, exigindo-se, ainda, a presença do dolo específico (especial fina-
lidade no agir). Assim, o agente pratica a conduta com a finalidade de discriminar a vítima, em
razão de sua raça, cor, etnia, religião, procedência nacional, orientação sexual ou identidade de
gênero, conforme entendimento do STF.
Pena – Reclusão de 1 (um) a 3 (três) anos. A penalidade abstratamente cominada pela
norma, nos leva às seguintes conclusões:
a) Como a pena máxima supera dois anos, não estamos diante de uma infração penal de
menor potencial ofensivo. Portanto, não será possível a obtenção da transação penal, prevista
no art. 76 da Lei n. 9.099/1995.
b) Como a pena máxima não ultrapassa um ano, será cabível a suspensão condicional do
processo, prevista no art. 89 da Lei n. 9.099/1995.
c) Se observados os requisitos previstos no art. 44 do CP, será possível a substituição da
pena privativa de liberdade por pena restritiva de direitos, já que a pena imposta pelo juiz, no
caso concreto, não ultrapassará quatro anos (exceto de houver concurso de crimes).
Ação Penal: Como vimos, os crimes previstos na Lei n. 7.716/1989 são de Ação Penal Pú-
blica Incondicionada.
Neste crime, o agente impede, ou obsta, o acesso ao serviço em qualquer ramo das Forças
Armadas. Ocorre, por exemplo, quando a vítima é impedida de ingressar na carreira militar das
Forças Armadas, em razão de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou pro-
cedência nacional.
O crime previsto no art. 13 possui dois verbos nucleares, consistentes em “impedir ou
acesso” ou “obstar o acesso”. Obstar, por sua vez, significa criar obstáculos, dificuldades,
empecilhos.
Quanto ao sujeito ativo: Estamos diante de um crime próprio, que exige uma qualidade
especial do sujeito ativo. Assim, só poderá ser agente deste delito a pessoa que possa impedir
ou obstar o acesso ao serviço das Forças Armadas (a exemplo de um militar responsável pela
seleção, ou de um comandante de alta patente, que dê ordens discriminatórias para impedir ou
obstar o acesso)
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Quanto ao sujeito passivo: Qualquer pessoa que tenha tido seu acesso ao impedido ou
obstado, em razão de discriminação ou preconceito. Não se exigindo, assim, uma qualidade
especial da vítima.
Objeto Jurídico (bem jurídico tutelado pelo tipo penal): Como vimos, todos os crimes pre-
vistos no art. 7.716/89 buscam tutelar a igualdade.
Objeto Material (pessoa ou coisa sob a qual recai a conduta delituosa): Será a pessoa
vítima da discriminação.
Elemento Subjetivo: Como vimos, todos os crimes previstos no art. 7.716/89 possuem o
dolo como elemento subjetivo, exigindo-se, ainda, a presença do dolo específico (especial fina-
lidade no agir). Assim, o agente pratica a conduta com a finalidade de discriminar a vítima, em
razão de sua raça, cor, etnia, religião, procedência nacional, orientação sexual ou identidade de
gênero, conforme entendimento do STF.
Pena – Reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos. A penalidade abstratamente cominada pela
norma, nos leva às seguintes conclusões:
a) Como a pena máxima supera dois anos, não estamos diante de uma infração penal de
menor potencial ofensivo. Portanto, não será possível a obtenção da transação penal, prevista
no art. 76 da Lei n. 9.099/1995.
b) Como a pena máxima ultrapassa um ano, não será cabível a suspensão condicional do
processo, prevista no art. 89 da Lei n. 9.099/1995.
c) Se observados os requisitos previstos no art. 44 do CP, será possível a substituição da
pena privativa de liberdade por pena restritiva de direitos, desde que a pena imposta, no caso
concreto, não ultrapasse quatro anos.
Ação Penal: Como vimos, os crimes previstos na Lei n. 7.716/1989 são de Ação Penal Pú-
blica Incondicionada.
No crime previsto no art. 14, o agente impede ou obsta o casamento ou a convivência famí-
lia e social com a vítima. Ao tratar de “convivência familiar ou social”, o tipo penal em questão
também abarca a união estável.
Importante destacarmos, ainda, que este casamento ou união estável poderão ser hetero-
afetivos ou homoafetivos. Neste caso, podemos trazer dois diferentes exemplos:
EXEMPLOS
1) Uma mãe não aceita que seu filho, homossexual, seja casado com um homem negro, impe-
dindo a convivência familiar deste. Perceba que, neste caso, não estou falando em homofobia,
mas em discriminação decorrente de raça ou cor, objeto da Lei n. 7.716/1989.
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2) Uma mãe não aceita que seu filho seja homossexual, impedindo ou obstando a sua convi-
vência com os demais membros da família. Neste exemplo, a discriminação é causada por
razões homofóbicas que, de acordo com o STF, também será objeto de incidência da Lei n.
7.716/1989.
Importante pontuarmos, ainda, que, além dos casos de união afetiva, o crime previsto no
art. 14 se consuma com o impedimento, ou a criação de obstáculos, de convivência em qual-
quer ambiente familiar ou social (entre amigos, colegas de trabalho, familiares etc.).
Quanto ao sujeito ativo: Estamos diante de um crime comum, que não exige uma quali-
dade especial do sujeito ativo. Assim qualquer pessoa poderá cometer as condutas ilícitas
descritas no art. 14.
Quanto ao sujeito passivo: Qualquer pessoa que teve o casamento, união estável, convi-
vência familiar ou social, impedidos ou obstados, em razão de discriminação ou preconceito
de raça, cor, etnia, religião, procedência nacional (e, atualmente, orientação sexual ou identida-
de de gênero, conforme entendimento do STF). Não se exigindo, assim, uma qualidade espe-
cial da vítima.
Objeto Jurídico (bem jurídico tutelado pelo tipo penal): Como vimos, todos os crimes pre-
vistos no art. 7.716/89 buscam tutelar a igualdade.
Objeto Material (pessoa ou coisa sob a qual recai a conduta delituosa): Será a pessoa
vítima da discriminação.
Elemento Subjetivo: Como vimos, todos os crimes previstos no art. 7.716/89 possuem o
dolo como elemento subjetivo, exigindo-se, ainda, a presença do dolo específico (especial fina-
lidade no agir). Assim, o agente pratica a conduta com a finalidade de discriminar a vítima, em
razão de sua raça, cor, etnia, religião, procedência nacional, orientação sexual ou identidade de
gênero, conforme entendimento do STF.
Pena – Reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos. A penalidade abstratamente cominada pela
norma, nos leva às seguintes conclusões:
a) Como a pena máxima supera dois anos, não estamos diante de uma infração penal de
menor potencial ofensivo. Portanto, não será possível a obtenção da transação penal, prevista
no art. 76 da Lei n. 9.099/1995.
b) Como a pena máxima ultrapassa um ano, não será cabível a suspensão condicional do
processo, prevista no art. 89 da Lei n. 9.099/1995.
c) Se observados os requisitos previstos no art. 44 do CP, será possível a substituição da
pena privativa de liberdade por pena restritiva de direitos, desde que a pena imposta, no caso
concreto, não ultrapasse quatro anos.
Ação Penal: Como vimos, os crimes previstos na Lei n. 7.716/1989 são de Ação Penal Pú-
blica Incondicionada.
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Lei n. 7.716/1989 – Crimes Resultantes de Preconceitos de Raça ou de Cor
Fábio Roque e Flávia Araújo
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EXEMPLO
No início de nossa aula, citamos o caso em que um pastor que foi condenado, em primeira ins-
tância, por fazer publicações ofensivas, em seu blog, contra outras religiões e seus adeptos.
De acordo com o STF, este pastor cometeu o crime previsto no art. 20 da Lei n. 7.716/1989,
em sua forma qualificada, ao “praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de
religião”, por intermédio dos meios de comunicação social ou publicação. Neste exemplo, o
agente estará sujeito à pena de reclusão de dois a cinco anos e multa, nos termos do art. 20,
§ 2º da norma.
Caso a conduta descrita no caput seja praticada por “intermédio dos meios de comuni-
cação social ou publicação de qualquer natureza”, a sanção cominada será de reclusão, de 2
(dois) a 5 (cinco) anos e multa. Assim, como a pena mínima ultrapassa um ano, não será cabí-
vel a suspensão condicional do processo, prevista no art. 89 da Lei n. 9.099/1995.
Nesta hipótese agravante, prevista no art. 20, § 2º, estamos diante de um crime perma-
nente, cuja conduta se protrai no tempo. Ou seja, enquanto as publicações ilícitas estiverem
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em circulação, ou “no ar”, o crime estará se realizando, sendo, possível a prisão em flagrante,
enquanto não cessar a ação criminosa.
Qual será a justiça competente para julgar crimes relativos a manifestações racistas co-
metidas por intermédio da internet?
Em relação ao tema, o STJ e o STF entendem que o fato de a conduta ter sido praticada
por meio da internet, não constitui fator suficiente para se entender que o resultado delituoso
ultrapassou as esferas do território nacional.
Portanto, os crimes previstos no art. 20, § 2º, cometidos por intermédio da Rede Mundial
de Computadores, serão, em regra, processados e julgados perante a Justiça Estadual. A com-
petência da Justiça Federal só ocorrerá se ficar cabalmente demonstrado que o resultado do
delito ultrapassou as fronteiras do país.
JURISPRUDÊNCIA
Ementa: habeas corpus. Alegação de vício procedimental. Competência para processar e
julgar crime de incitação à discriminação cometido por meio da internet. Ofensas dirigi-
das a pessoas determinadas. (...). 2. É da Justiça estadual a competência para processar
e julgar o crime de incitação à discriminação racial por meio da internet cometido contra
pessoas determinadas e cujo resultado não ultrapassou as fronteiras territoriais brasilei-
ras. 3. Ordem denegada. (STF - HC 121283, Rel. Min. Roberto Barroso, Primeira Turma,
julgado em 29/04/2014, DJe-091, publicado em 14-05-2014) – grifo nosso.
Medidas cautelares aplicadas em caso de crime qualificado: O art. 20, § 3º prevê as me-
didas cautelares reais, que poderão ser aplicadas, pelo juiz, caso o crime de “Praticar, induzir
ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional”
seja cometido de forma qualificada, ou seja, por intermédio dos meios de comunicação social
ou publicação de qualquer natureza.
Antes de mais nada, perceba que as medidas cautelares, previstas no art. 20, § 3º, só po-
derão ser determinadas por meio de decisão judicial, ouvido o Ministério Público, ou a pedido
deste. O descumprimento injustificado desta determinação configurará crime de desobediên-
cia, tipificado no art. 330 do CP.
O parágrafo em questão prevê que o magistrado poderá determinar as medidas cautelares
ainda antes do inquérito policial.
Vamos, então, analisar quais medidas cautelares poderão ser aplicadas ao crime de “Pra-
ticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito” realizado por intermédio dos meios de
comunicação social ou publicação de qualquer natureza:
1) o recolhimento imediato ou a busca e apreensão dos exemplares do material respectivo.
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a) Como a pena máxima supera dois anos, não estamos diante de uma infração penal de
menor potencial ofensivo. Portanto, não será possível a obtenção da transação penal, prevista
no art. 76 da Lei n. 9.099/1995.
b) Como a pena máxima ultrapassa um ano, não será cabível a suspensão condicional do
processo, prevista no art. 89 da Lei n. 9.099/1995.
c) Se observados os requisitos previstos no art. 44 do CP, será possível a substituição da
pena privativa de liberdade por pena restritiva de direitos, desde que a pena imposta, no caso
concreto, não seja superior a 4 anos.
Ação Penal: Como vimos, os crimes previstos na Lei n. 7.716/1989 são de Ação Penal Pú-
blica Incondicionada.
Art. 16. Constitui efeito da condenação a perda do cargo ou função pública, para o servidor público,
e a suspensão do funcionamento do estabelecimento particular por prazo não superior a três me-
ses.
Assim, pela leitura do art. 16, podemos concluir que a condenação pelos crimes previstos
na Lei n. 7.716/1989 poderá produzir os seguintes efeitos:
a) Perda do cargo ou função pública – aplicável para o servidor público.
b) suspensão do funcionamento do estabelecimento particular por prazo não superior a
três meses
O art. 18 estabelece que estes efeitos, previstos no art. 16, não são automáticos, devendo,
ser expressamente declarados na sentença.
Finalizamos aqui, a nossa aula sobre a Lei n. 7.716/1989!
Não esqueça de ler, e reler a lei, quantas vezes achar necessário. A maior parte das ques-
tões objetivas são retiradas da “letra fria” da lei.
Ótimos estudos!
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RESUMO
Antes de fazermos as questões sobre a Lei n. 7.716/1989, vamos fazer uma breve revisão
dos temas abordados em nossa aula!
1) Os crimes previstos na Lei n. 7.716/1989 só podem ser cometidos de forma dolosa, (de-
vendo estar presentes o binômio consciência e vontade).
2) Exige-se a presença do dolo específico (também chamado de especial finalidade no
agir). Assim, para que sejam consideradas fatos típicos, é necessário que as condutas, descri-
tas na Lei n. 7.716/1989, sejam praticadas com a finalidade de discriminar a vítima, em razão
de sua raça, cor, etnia, religião, procedência nacional (art. 1º), e “orientação sexual ou identida-
de de gênero”, conforme entendimento do STF.
3) O STF entendeu que condutas homotransfóbicas configuram expressões de racismo,
entendido em sua dimensão social.
4) O STF fixou a tese de que, até que a omissão legislativa do Congresso Nacional seja sa-
nada, serão aplicadas as disposições da Lei n. 7.716/1989 no caso de condutas que envolvam
aversão odiosa à orientação sexual ou à identidade de gênero.
5) Os crimes previstos na Lei n. 7.716/1989 são imprescritíveis e inafiançáveis, com base
no art. 5º, XLII da CF/88.
6) O STF entendeu que a injúria racial é espécie do gênero racismo, sendo, pois, im-
prescritível.
7) A ação penal será pública incondicionada, nos crimes previstos na Lei n. 7.716/1989.
8) O objeto jurídico tutelado em todos os crimes previstos na Lei n. 7.716/1989 será a
igualdade.
9) O único crime que não será apenado com a reclusão será o de “exigir, em anúncios ou
qualquer outra forma de recrutamento de trabalhadores, aspectos de aparência próprios de
raça ou etnia para emprego cujas atividades não justifiquem essas exigências”, previsto no
art. 4º, § 2º da Lei n. 7.716/1989. Neste caso, a pena será de multa e prestação de serviços à
comunidade.
10) São efeitos da condenação: a) a perda do cargo ou função pública, para o servidor pú-
blico; b) suspensão do funcionamento do estabelecimento particular por prazo não superior a
três meses.
11) Os efeitos da condenação não são automáticos, devendo ser motivadamente declara-
dos na sentença.
12) A destruição do material apreendido constitui um efeito da condenação aplicável ao
crime previsto no art. 20, § 2º (Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de
raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional por intermédio dos meios de comunicação
social ou publicação de qualquer natureza).
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QUESTÕES DE CONCURSO
001. (FGV/TJ – SC/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS/2021) Valter exer-
cia suas funções em serventia extrajudicial, quando iniciou atendimento a Nathalia, que insistia
na obtenção de uma informação que não poderia ser concedida naquele momento. Revoltada,
Nathalia passou a afirmar que Valter seria “um negro safado, idiota e incapaz de pensar”, ato
que teria sido presenciado por duas pessoas, que acionaram a Polícia Militar.
Com base na situação apresentada, Nathalia praticou, em tese, o crime de:
a) racismo previsto na Lei n. 7.716/1989, que é imprescritível, mas não há vedação constitucio-
nal à concessão de anistia, graça e indulto;
b) racismo previsto na Lei n. 7.716/1989, que é imprescritível e insuscetível de anistia, graça
e indulto;
c) racismo previsto na Lei n. 7.716/1989, que não admite anistia, graça e indulto, mas é
prescritível;
d) injúria racial ou preconceituosa, não havendo vedação constitucional à concessão de anis-
tia, graça e indulto;
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a) Apenas I, II e III.
b) Apenas I, II e IV.
c) Apenas II, III e IV.
d) Apenas II e III.
e) I, II, III e IV.
De acordo com a Lei Federal n. 7.716/1989, que define os crimes resultantes de preconceito
de raça ou de cor, Flávio
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011. (UEG/PC – GO/DELEGADO/2018) Dispõe a Lei n. 7.716/1989, que define os crimes re-
sultantes de preconceito de raça ou de cor, que ficará sujeito às penas de multa e de prestação
de serviços à comunidade, incluindo atividades de promoção da igualdade racial, quem:
a) exigir aspectos de aparência próprios de raça ou etnia para emprego cujas atividades não
justifiquem essas exigências, em anúncios ou qualquer outra forma de recrutamento de tra-
balhadores.
b) recusar ou impedir acesso a estabelecimento comercial, negando-se a servir, atender ou
receber cliente ou comprador.
c) recusar, negar ou impedir a inscrição ou ingresso de aluno em estabelecimento de ensino
público ou privado de qualquer grau.
d) impedir o acesso ou recusar atendimento em restaurantes, bares, confeitarias, ou locais
semelhantes abertos ao público.
e) impedir a ascensão funcional do empregado ou obstar outra forma de benefício profissional,
por motivo de discriminação de raça ou de cor ou práticas resultantes do preconceito de des-
cendência ou origem nacional ou étnica.
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015. João, servidor público estadual, no exercício da função e em razão de preconceito de cor,
raça e religião, impediu o ingresso de um aluno no estabelecimento de ensino público onde era
lotado. Lúcio, dono de um estabelecimento comercial, se negou, por motivos semelhantes ao
de João, a atender determinado cliente. Com base na lei sobre crimes resultantes de precon-
ceito de cor, raça e religião, João estará sujeito à perda do cargo, e o funcionamento do estabe-
lecimento de Lúcio poderá ser suspenso por prazo não superior a três meses.
Nessas situações hipotéticas, os efeitos de eventuais condenações
a) não serão automáticos para João, devendo ser motivadamente declarados na sentença,
mas serão automáticos para Lúcio.
b) serão automáticos tanto para João quanto para Lúcio, não havendo necessidade de serem
motivadamente declarados nas sentenças.
c) não serão automáticos nem para João nem para Lúcio, devendo ser motivadamente decla-
rados nas sentenças.
d) serão automáticos tanto para João quanto para Lúcio, devendo ser motivadamente declara-
dos nas sentenças.
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promove discurso de ódio contra nordestinos. No que se refere à situação hipotética preceden-
te, assinale a opção correta, com base no disposto na Lei n.º 7.716/1989, que define os crimes
resultantes de preconceito de raça e cor.
a) Independentemente de autorização judicial, a autoridade policial poderá determinar a inter-
dição das mensagens ou do sítio eletrônico que as veicula.
b) Configura-se o concurso de pessoas nessa situação, visto que o material produzido pela
jovem foi utilizado por outra pessoa no sítio eletrônico mencionado.
c) O crime praticado pela jovem não se confunde com o de injúria racial.
d) Como se arrependeu e apagou as mensagens, a jovem não responderá por nenhum crime.
e) A conduta da jovem não configura crime tipificado na Lei n.º 7.716/1989.
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a) III.
b) I e II.
c) I e III.
d) II e III.
e) II.
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035. (VUNESP/TJ – SP/ADVOGADO/2013) Nos termos da Lei n.º 7.716/1989, a qual versa
sobre delitos de preconceito ou discriminação racial, pratica crime aquele que, em virtude de
preconceito de raça, impede ou obsta.
a) o acesso de alguém a restaurantes, bares, confeitarias ou locais semelhantes, ainda que não
abertos ao público.
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b) o acesso de alguém aos veículos de transportes públicos e privados, como aviões, navios,
barcos, ônibus, trens, metrô ou qualquer outro meio de transporte.
c) o acesso ou recusa atendimento de alguém em estabelecimentos esportivos, casas de di-
versões ou clubes sociais, ainda que não abertos ao público.
d) o casamento de alguém, por qualquer meio ou forma, excluindo-se outros modos de convi-
vência familiar e social.
e) o acesso de alguém às entradas sociais de edifícios públicos ou residenciais, bem como aos
elevadores ou às escadas desses locais.
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041. (CESPE/PC – BA/DELEGADO/2013) Pratica crime o empregador que, por motivo de dis-
criminação de raça ou cor, deixar de conceder equipamentos necessários ao empregado, em
igualdade de condições com os demais trabalhadores.
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argumento de que os nordestinos formam uma sub-raça, responde por crime contra a honra,
não se submetendo à lei que define crimes resultantes de preconceito de raça e de cor (Lei n.
7.716/89).
048. (INSTITUTO AOCP/PC – ES/ESCRIVÃO 2019) O sujeito que dispõe em seu estabele-
cimento comercial regra, recusando ou impedindo acesso ao estabelecimento, negando-se
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a servir, atender ou receber clientes ou compradores em razão de raça, cor, etnia, religião ou
procedência nacional cometerá o delito
a) de calúnia.
b) contra a relação de consumo.
c) de racismo.
d) de injúria preconceituosa.
e) de homofobia.
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GABARITO
1. d 37. a
2. b 38. E
3. e 39. E
4. e 40. b
5. c 41. C
6. c 42. d
7. C 43. E
8. d 44. E
9. b 45. c
10. b 46. C
11. a 47. d
12. a 48. c
13. C 49. e
14. b 50. c
15. c
16. c
17. E
18. C
19. c
20. e
21. d
22. a
23. c
24. b
25. b
26. d
27. b
28. d
29. e
30. b
31. C
32. c
33. C
34. c
35. e
36. e
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GABARITO COMENTADO
001. (FGV/TJ – SC/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS/2021) Valter exer-
cia suas funções em serventia extrajudicial, quando iniciou atendimento a Nathalia, que insistia
na obtenção de uma informação que não poderia ser concedida naquele momento. Revoltada,
Nathalia passou a afirmar que Valter seria “um negro safado, idiota e incapaz de pensar”, ato
que teria sido presenciado por duas pessoas, que acionaram a Polícia Militar.
Com base na situação apresentada, Nathalia praticou, em tese, o crime de:
a) racismo previsto na Lei n. 7.716/1989, que é imprescritível, mas não há vedação constitucio-
nal à concessão de anistia, graça e indulto;
b) racismo previsto na Lei n. 7.716/1989, que é imprescritível e insuscetível de anistia, graça
e indulto;
c) racismo previsto na Lei n. 7.716/1989, que não admite anistia, graça e indulto, mas é
prescritível;
d) injúria racial ou preconceituosa, não havendo vedação constitucional à concessão de anis-
tia, graça e indulto;
a) Errada. Nathália utilizou elementos referentes a raça da vítima, para ofender a sua honra
subjetiva, praticando, assim, crime de injúria racial, previsto no art. 140, § 3º do CP.
b) Errada. Nathália praticou crime de injúria racial, previsto no art. 140, § 3º do CP. Além disso,
é importante lembrarmos que não há vedação constitucional à concessão de anistia, graça e
indulto aos crimes de racismo.
c) Errada. Nathália praticou crime de injúria racial, previsto no art. 140, § 3º do CP. Além disso,
os crimes de racismo, previstos na Lei n. 7.716/1989, são imprescritíveis e não há vedação
constitucional à concessão de anistia, graça e indulto.
d) Certa. Nathália utilizou elementos referentes a raça da vítima, para ofender a sua honra
subjetiva, praticando, assim, crime de injúria racial, previsto no art. 140, § 3º do CP. Importante
lembrarmos, ainda, que a CF/88 não veda a concessão de anistia, graça e indulto ao crime de
injúria qualificada (também chamado de injúria racial ou preconceituosa) e nem ao crime de
racismo (cujas condutas estão previstas na Lei n. 7.716/1989).
Letra d.
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Constitui efeito da condenação a perda do cargo ou função pública, para o servidor público, e a
suspensão do funcionamento do estabelecimento particular por prazo não superior a três meses.
(grifo nosso).
Portanto, sendo o condenado servidor público, a sentença poderá declarar, como efeito da
condenação, a perda do cargo ou função.
Lembrando que estes efeitos não são automáticos, devendo estar declarados, na sentença, de
forma motivada.
Letra b.
Afirmativa 1 – Correta. O STF, Na ADO 26/DF, entendeu que há omissão do Congresso Nacional
em implementar os mandados de criminalização previstos no art. 5º, XLI e XLII da CF/88. De
acordo com a Corte, as condutas homofóbicas e transfóbicas traduzem expressões de racis-
mo, entendido em sua dimensão social. A partir destes posicionamentos, o STF fixou a tese
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de que, até que a omissão legislativa seja sanada, as condutas que envolvam aversão odiosa
à orientação sexual ou à identidade de gênero de alguém se adequam aos preceitos primários
de incriminação previstos na Lei n. 7.716/1989.
JURISPRUDÊNCIA
Até que sobrevenha lei emanada do Congresso Nacional destinada a implementar os
mandados de criminalização definidos nos incisos XLI e XLII do art. 5º da Constituição
da República, as condutas homofóbicas e transfóbicas, reais ou supostas, que envolvem
aversão odiosa à orientação sexual ou à identidade de gênero de alguém, por traduzi-
rem expressões de racismo, compreendido este em sua dimensão social, ajustam-se, por
identidade de razão e mediante adequação típica, aos preceitos primários de incrimina-
ção definidos na Lei n. 7.716, de 08/01/1989, constituindo, também, na hipótese de homi-
cídio doloso, circunstância que o qualifica, por configurar motivo torpe (Código Penal, art.
121, § 2º, I, “in fine”). (STF – ADO 26/DF. Rel. Min. Celso de Mello. Plenário. MI 4733/DF,
Rel; Min Edson Fachin. Julgados em 13/06/2019. Informativo 944).
Afirmativa 2 – Correta. O ordenamento jurídico brasileiro não traz direitos absolutos. Assim,
o STF entende que o direito fundamental à liberdade religiosa não poderá ser utilizado como
instrumento para a propagação do discurso de ódio contra pessoas, em razão de sua orienta-
ção sexual ou identidade de gênero. Assim, a segunda Tese fixada pela Corte, na ADO 26/DF,
estabelece que:
JURISPRUDÊNCIA
A repressão penal à prática da homotransfobia não alcança nem restringe ou limita o exer-
cício da liberdade religiosa, qualquer que seja a denominação confessional professada,
a cujos fiéis e ministros (sacerdotes, pastores, rabinos, mulás ou clérigos muçulmanos e
líderes ou celebrantes das religiões afro-brasileiras, entre outros) é assegurado o direito
de pregar e de divulgar, livremente, pela palavra, pela imagem ou por qualquer outro meio,
o seu pensamento e de externar suas convicções de acordo com o que se contiver em
seus livros e códigos sagrados, bem assim o de ensinar segundo sua orientação doutri-
nária e/ou teológica, podendo buscar e conquistar prosélitos e praticar os atos de culto
e respectiva liturgia, independentemente do espaço, público ou privado, de sua atuação
individual ou coletiva, desde que tais manifestações não configurem discurso de ódio,
assim entendidas aquelas exteriorizações que incitem a discriminação, a hostilidade ou
a violência contra pessoas em razão de sua orientação sexual ou de sua identidade de
gênero (grifo nosso). (STF – ADO 26/DF. Rel. Min. Celso de Mello. Plenário. MI 4733/DF,
Rel; Min Edson Fachin. Julgados em 13/06/2019. Informativo 944).
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JURISPRUDÊNCIA
O conceito de racismo, compreendido em sua dimensão social, projeta-se para além de
aspectos estritamente biológicos ou fenotípicos, pois resulta, enquanto manifestação de
poder, de uma construção de índole histórico-cultural motivada pelo objetivo de justifi-
car a desigualdade e destinada ao controle ideológico, à dominação política, à subjuga-
ção social e à negação da alteridade, da dignidade e da humanidade daqueles que, por
integrarem grupo vulnerável (LGBTI+) e por não pertencerem ao estamento que detém
posição de hegemonia em uma dada estrutura social, são considerados estranhos e dife-
rentes, degradados à condição de marginais do ordenamento jurídico, expostos, em con-
sequência de odiosa inferiorização e de perversa estigmatização, a uma injusta e lesiva
situação de exclusão do sistema geral de proteção do direito. (STF – ADO 26/DF. Rel. Min.
Celso de Mello. Plenário. MI 4733/DF, Rel; Min Edson Fachin. Julgados em 13/06/2019.
Informativo 944)
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a) Errada. A injúria racional não está prevista na Lei n. 7.716/1989 e sim no art. 146, § 3º do CP.
b) Errada. O crime de “incitar ódio na rede mundial de computadores” não está previsto expres-
samente na Lei n. 7.716/1989.
c) Correta. A conduta de “Negar ou obstar emprego em empresa privada”, quando resultante
de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional, constitui
crime previsto no art. 4º da Lei n. 7.716/1989.
d) Errada. Os crimes de tortura estão previstos na Lei 9.455/97.
e) Errada. O crime não está em “incentivar” a inscrição, e sim em “Recusar, negar ou impedir a
inscrição ou ingresso de aluno em estabelecimento de ensino público ou privado de qualquer
grau”, conforme estabelece o art. 6º da Lei n. 7.716/1989
Letra c.
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a) Errada. O crime de injúria racial é praticado contra uma pessoa específica, consistindo na
conduta de “Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro” utilizando-se, para tanto,
de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou
portadora de deficiência, como prevê o art. 140, § 3º do CP. No caso narrado, Aparecida, ao
prever a regra em seu estabelecimento, não pratica ato de injúria contra pessoa.
b) Errada. Na hipótese trazida, Aparecida pratica crime resultante de preconceito de raça ou de
cor, tipificado na Lei n. 7.716/1989. Logo, não se trata de um indiferente penal.
c) Correta. Aparecida pratica crime de racismo, previsto no art. 5º da Lei n. 7.716/1989, que
possui a seguinte redação:
Na hipótese descrita na questão, o agente utiliza elementos referentes a raça para ofender a
honra subjetiva de uma pessoa determinada, praticando, assim, crime de injúria racial, previsto
no art. 140, § 3º do CP.
Certo.
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No caso narrado, Adolfo praticou a conduta de “distribuir” distintivos e ornamentos que utiliza-
vam a suástica, praticando conduta típica, prevista no art. 20, § 1º da Lei n. 7.716/1989, sujeita
à pena de reclusão de dois a cinco anos e multa.
Art. 20, § 1º. Fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, emblemas, ornamentos, distin-
tivos ou propaganda que utilizem a cruz suástica ou gamada, para fins de divulgação do nazismo.
Pena – reclusão de dois a cinco anos e multa.
Letra d.
a) Apenas I, II e III.
b) Apenas I, II e IV.
c) Apenas II, III e IV.
d) Apenas II e III.
e) I, II, III e IV.
Afirmativa I – Correta. O art. 5º, XLII da CF estabelece que “a prática do racismo constitui crime
inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei.”
Afirmativa II – Correta. Como acabamos de ver, a prática de racismo constitui crime inafiançá-
vel, nos termos do art. 5º, XLII da CF/88.
Afirmativa III – Errada. Os crimes de racismo estão sujeitos à pena de reclusão, como prevê o
art. 5º, XLII da CF/88 e a Lei n. 7.716/1989.
Afirmativa IV – Correta. Os crimes previstos na Lei n. 7.716/1989 abrangem condutas resul-
tantes de discriminação ou preconceito em razão de religião ou procedência nacional (art. 1º).
Com base nesta premissa, o STF entendeu que a comercialização de livros contendo apologia
de ideias discriminatórias e preconceituosas contra a comunidade judaica, constitui crime de
racismo. Vamos analisar um trecho do julgado...
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JURISPRUDÊNCIA
Escrever, editar, divulgar e comerciar livros “fazendo apologia de idéias preconceituosas
e discriminatórias” contra a comunidade judaica (Lei 7716/89, artigo 20, na redação dada
pela Lei 8081/90) constitui crime de racismo sujeito às cláusulas de inafiançabilidade e
imprescritibilidade (CF, artigo 5º, XLII).
(...)
As liberdades públicas não são incondicionais, por isso devem ser exercidas de maneira
harmônica, observados os limites definidos na própria Constituição Federal (CF, artigo
5º, § 2º, primeira parte). O preceito fundamental de liberdade de expressão não consagra
o “direito à incitação ao racismo”, dado que um direito individual não pode constituir-se
em salvaguarda de condutas ilícitas, como sucede com os delitos contra a honra. Preva-
lência dos princípios da dignidade da pessoa humana e da igualdade jurídica. (STF. HC
82424, Relator Min. Maurício Corrêa. Plenário. Julgado em 17/09/2003.)
De acordo com a Lei Federal n. 7.716/1989, que define os crimes resultantes de preconceito
de raça ou de cor, Flávio
a) ficará sujeito às penas de multa e de prestação de serviços à comunidade, incluindo ativi-
dades de promoção da igualdade racial, enquanto que Alisson incorrerá na pena de reclusão.
b) incorrerá na pena de reclusão, enquanto que Alisson ficará sujeito às penas de multa e de
prestação de serviços à comunidade, incluindo atividades de promoção da igualdade racial.
c) incorrerá na pena de detenção, enquanto que Alisson ficará sujeito às penas de multa ou de
prestação de serviços à comunidade, incluindo atividades de promoção da igualdade racial.
d) incorrerá na pena de reclusão, enquanto que Alisson ficará sujeito à pena de detenção, não
se sujeitando à prestação de serviços à comunidade.
e) e Alisson incorrerão na pena de reclusão, ficando, ainda, sujeitos às penas de multa ou de
prestação de serviços à comunidade, incluindo atividades de promoção da igualdade racial.
Conduta praticada por Flávio: Flávio praticou crime de racismo previsto no art. 4º, § 1º, II da Lei
n. 7.716/1989 que prevê as seguintes condutas: “impedir a ascensão funcional do empregado
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ou obstar outra forma de benefício profissional”. Neste caso, o agente estará sujeito à pena de
reclusão de dois a cinco anos.
Conduta praticada por Alisson: O art. 4º, § 2º da Lei n. 7.716/1989 estabelece que:
011. (UEG/PC – GO/DELEGADO/2018) Dispõe a Lei n. 7.716/1989, que define os crimes re-
sultantes de preconceito de raça ou de cor, que ficará sujeito às penas de multa e de prestação
de serviços à comunidade, incluindo atividades de promoção da igualdade racial, quem:
a) exigir aspectos de aparência próprios de raça ou etnia para emprego cujas atividades não
justifiquem essas exigências, em anúncios ou qualquer outra forma de recrutamento de tra-
balhadores.
b) recusar ou impedir acesso a estabelecimento comercial, negando-se a servir, atender ou
receber cliente ou comprador.
c) recusar, negar ou impedir a inscrição ou ingresso de aluno em estabelecimento de ensino
público ou privado de qualquer grau.
d) impedir o acesso ou recusar atendimento em restaurantes, bares, confeitarias, ou locais
semelhantes abertos ao público.
e) impedir a ascensão funcional do empregado ou obstar outra forma de benefício profissional,
por motivo de discriminação de raça ou de cor ou práticas resultantes do preconceito de des-
cendência ou origem nacional ou étnica.
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a) Correta. Os crimes previstos na Lei n. 7.716/1989 exigem o dolo como elemento subjetivo.
b) Errada. A Lei n. 7.716/1989 também tipifica crimes resultantes de discriminação ou pre-
conceito de religião, conforme podemos notar a partir da leitura de seu art. 1º, que assim
estabelece:
Serão punidos, na forma desta Lei, os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça,
cor, etnia, religião ou procedência nacional (grifo nosso).
c) Errada. O art. 6º da Lei n. 7.716/1989 se dirige às instituições públicas ou privadas, ao prever
o crime consistente em:
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e) Errada. A conduta praticada contra menor de dezoito anos só configurará causa de aumento
de pena no crime previsto no art. 6º:
Afirmativa I – Correta. Trata-se de conduta tipificada no art. 4º, § 1º, II da Lei n. 7.716/1989.
Afirmativa II – Correta. Trata-se de conduta tipificada no art. 20, § 1º da Lei n. 7.716/1989.
Afirmativa III – Errada. A conduta de “negar o holocausto para fins de divulgação do nazismo”
não tem previsão na Lei n. 7.716/1989.
Afirmativa IV – Correta. Trata-se de conduta tipificada no 20, caput, da Lei n. 7.716/1989.
Afirmativa V – Correta. Trata-se de conduta tipificada no art. 14 da Lei n. 7.716/1989.
As afirmativas I, II, IV e V estão corretas.
Letra b.
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015. João, servidor público estadual, no exercício da função e em razão de preconceito de cor,
raça e religião, impediu o ingresso de um aluno no estabelecimento de ensino público onde era
lotado. Lúcio, dono de um estabelecimento comercial, se negou, por motivos semelhantes ao
de João, a atender determinado cliente. Com base na lei sobre crimes resultantes de precon-
ceito de cor, raça e religião, João estará sujeito à perda do cargo, e o funcionamento do estabe-
lecimento de Lúcio poderá ser suspenso por prazo não superior a três meses.
Nessas situações hipotéticas, os efeitos de eventuais condenações
a) não serão automáticos para João, devendo ser motivadamente declarados na sentença,
mas serão automáticos para Lúcio.
b) serão automáticos tanto para João quanto para Lúcio, não havendo necessidade de serem
motivadamente declarados nas sentenças.
c) não serão automáticos nem para João nem para Lúcio, devendo ser motivadamente decla-
rados nas sentenças.
d) serão automáticos tanto para João quanto para Lúcio, devendo ser motivadamente declara-
dos nas sentenças.
Constitui efeito da condenação a perda do cargo ou função pública, para o servidor público, e a
suspensão do funcionamento do estabelecimento particular por prazo não superior a três meses.
Já o art. 18, da mesma norma, estabelece que estes efeitos da condenação não são automáti-
cos, devendo ser motivadamente declarados na sentença.
Portanto, os efeitos da perda do cargo e da suspensão do funcionamento do estabelecimento
particular, não serão automáticos nem para João, nem para Lúcio, devendo estar motivada-
mente declarados na sentença condenatória.
Letra c.
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a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos
termos da lei.
Certo.
O caso narrado na questão foi objeto de julgamento perante o STF, que assim decidiu:
JURISPRUDÊNCIA
Ilustração de recém-nascidos afrodescendentes em fuga de sala da parto, associado aos
dizeres de um personagem (supostamente médico) de cor branca: “Segurança!!! É uma
fuga em massa!!!”, configura a prática do crime de racismo. (STF - ARE: 988601 SC -
SANTA CATARINA, Relator: Min. DIAS TOFFOLI, Data de Julgamento: 16/09/2016, DJe-
211 04/10/2016).
Portanto, o caso descrito configura crime de racismo, previsto no art. 20 da Lei 7.716/19, que
tipifica as seguintes condutas:
Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência
nacional.
Letra c.
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II. Constitui crime punido com reclusão de dois a cinco anos e multa, fabricar, comercializar,
distribuir ou veicular símbolos, emblemas, ornamentos, distintivos ou propaganda que utilizem
a cruz suástica ou gamada, para fins de divulgação do nazismo.
III. A suspensão do funcionamento do estabelecimento particular pelo prazo de três meses
constitui efeito automático da condenação por crime resultante de preconceito de raça ou de
cor praticado por seu responsável.
Está correto o que se afirma SOMENTE em
a) III.
b) I e II.
c) I e III.
d) II e III.
e) II.
Afirmativa I – Errada. A perda do cargo não constitui efeito automático da condenação, deven-
do ser motivadamente declarada na sentença, como prevê o art. 18 da Lei n. 7.716/1989.
Afirmativa II – Correta. As condutas descritas configuram crime previsto no art. 20, § 1º da Lei
n. 7.716/1989, sujeito à pena de reclusão de dois a cinco anos e multa.
Afirmativa III – Errada. A suspensão do funcionamento do estabelecimento particular pelo pra-
zo de três meses não constitui efeito automático da condenação, devendo ser motivadamente
declarada na sentença, como prevê o art. 18 da Lei n. 7.716/1989.
Apenas a afirmativa II está correta.
Letra e.
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Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico, de causar-lhe mal
injusto e grave.
c) Errada. A alternativa traz o crime de “Redução a condição análoga à de escravo”, previsto no
art. 149 do CP.
d) Correta. A conduta de “Impedir o acesso às entradas sociais em edifícios públicos ou re-
sidenciais e elevadores ou escada de acesso aos mesmos”, constitui crime de preconceito,
previsto no art. 11 da Lei n. 7.716/1989.
Letra d.
Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência
nacional.
c) Errada. O art. 18, parágrafo único do CP, afirma que “Salvo os casos expressos em lei, nin-
guém pode ser punido por fato previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente”.
Portanto, o elemento subjetivo “culpa” exige previsão expressa no tipo penal incriminador.
Como a Lei n. 7.716/1989 não prevê a culpa em nenhum dos seus dispositivos, os crimes nela
previstos só poderão ser praticados de forma dolosa.
d) Errada. A suspensão do funcionamento do estabelecimento particular, pelo prazo de 03
meses, não é um efeito automático da condenação, portanto, sua ocorrência deve ser motiva-
damente declarada na sentença, como estabelece o art. 18 da Lei 7.176/89.
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a) Errada. O art. 3º, parágrafo único da Lei n. 7.716/1989 criminaliza a conduta de obstar a
promoção funcional, de servidor público. Já o art. 4º, § 1º, II criminaliza a conduta de “impedir
a ascensão funcional do empregado ou obstar outra forma de benefício profissional”, incluindo
os prestadores de serviço em regime celetista.
b) Errada. O art. 3º da Lei n. 7.716/1989 criminaliza a conduta de:
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b) Reclusão de 2 a 5 anos.
c) Detenção de 1 a 2 anos.
d) Detenção de 2 a 4 anos.
e) Detenção de 1 a 5 anos.
O art. 4º, § 1º, II da Lei n. 7.716/1989 prevê que incorre na mesma pena do caput, quem:
O editor Siegfried Ellwanger foi condenado por publicar livros com conteúdo antissemita. No HC
82424, julgado pelo STF, a defesa argumentou pelo direito fundamental à liberdade de expres-
são. A Corte, então, proferiu o seguinte julgado, que ficou conhecido como “caso Ellwanger”:
JURISPRUDÊNCIA
1. Escrever, editar, divulgar e comerciar livros “fazendo apologia de ideias preconceituo-
sas e discriminatórias” contra a comunidade judaica (Lei 7716/89, artigo 20, na redação
dada pela Lei 8081/90) constitui crime de racismo sujeito às cláusulas de inafiançabili-
dade e imprescritibilidade (CF, artigo 5º, XLII).
(...)
6. Adesão do Brasil a tratados e acordos multilaterais, que energicamente repudiam
quaisquer discriminações raciais, aí compreendidas as distinções entre os homens por
restrições ou preferências oriundas de raça, cor, credo, descendência ou origem nacio-
nal ou étnica, inspiradas na pretensa superioridade de um povo sobre outro, de que são
exemplos a xenofobia, “negrofobia”, “islamafobia” e o anti-semitismo.
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Lei n. 7.716/1989 – Crimes Resultantes de Preconceitos de Raça ou de Cor
Fábio Roque e Flávia Araújo
(...)
10. A edição e publicação de obras escritas veiculando ideias anti-semitas, que buscam
resgatar e dar credibilidade à concepção racial definida pelo regime nazista, negadores
e subversoras de fatos históricos incontroversos como o holocausto, consubstanciadas
na pretensa inferioridade e desqualificação do povo judeu, equivalem à incitação ao dis-
crímen com acentuado conteúdo racista, reforçadas pelas consequências históricas dos
atos em que se baseiam.
(...)
13. Liberdade de expressão. Garantia constitucional que não se tem como absoluta. Limi-
tes morais e jurídicos. O direito à livre expressão não pode abrigar, em sua abrangência,
manifestações de conteúdo imoral que implicam ilicitude penal.
14. As liberdades públicas não são incondicionais, por isso devem ser exercidas de
maneira harmônica, observados os limites definidos na própria Constituição Federal (CF,
artigo 5º, § 2º, primeira parte). O preceito fundamental de liberdade de expressão não
consagra o “direito à incitação ao racismo”, dado que um direito individual não pode cons-
tituir-se em salvaguarda de condutas ilícitas, como sucede com os delitos contra a honra.
Prevalência dos princípios da dignidade da pessoa humana e da igualdade jurídica.
O direito à livre expressão não pode abrigar, em sua abrangência, manifestações de conteúdo imoral
que implicam ilicitude penal.
b) Correta. Os exemplares desse livro, que estejam em circulação, poderão ser imediatamente
recolhidos, por ordem judicial, conforme disposição do art. 20, § 3º, I da Lei n. 7.716/1989.
c) Errada. Perceba que, no caso narrado, o crime foi cometido “por intermédio dos meios de
comunicação social ou publicação de qualquer natureza”, sendo punível com reclusão de dois
a cinco anos e multa, conforme previsto no art. 20, § 2º da Lei n. 7.716/1989. De acordo com
o § 4º deste mesmo artigo, a destruição do material apreendido consistirá em efeito da conde-
nação, realizado após o trânsito em julgado da sentença penal.
d) Errada. Os crimes de racismo, previsto no art. 7.716/89 são de ação penal pública in-
condicionada.
e) Errada. As condutas previstas no art. 20 da Lei n. 7.716/1989 consistem em “Praticar”, “in-
duzir” ou “incitar” a discriminação ou preconceito. O artigo não tipifica a conduta de adquirir ou
ler a manifestação discriminatória.
Letra b.
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O caso descrito na questão amolda-se ao crime previsto no art. 8º da Lei n. 7.716/1989, que
possui a seguinte redação:
A conduta do comerciante se enquadra no art. 4º, § 2º da Lei n. 7.716/1989, cuja pena é de multa
e prestação de serviços à comunidade, incluindo atividades de promoção da igualdade racial.
Art. 4º, § 2º Ficará sujeito às penas de multa e de prestação de serviços à comunidade, incluindo
atividades de promoção da igualdade racial, quem, em anúncios ou qualquer outra forma de recruta-
mento de trabalhadores, exigir aspectos de aparência próprios de raça ou etnia para emprego cujas
atividades não justifiquem essas exigências.
Letra b.
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a) 1 mês.
b) 1 ano.
c) 6 meses.
d) 3 meses.
Os efeitos da condenação estão previstos no art. 16 da Lei n. 7.716/1989, que assim estabelece:
Constitui efeito da condenação a perda do cargo ou função pública, para o servidor público, e a
suspensão do funcionamento do estabelecimento particular por prazo não superior a três meses.
(grifo nosso)
Letra d.
O art. 16 da Lei 7.716 traz dois efeitos da condenação, aplicáveis para os crimes de preconcei-
to de raça ou de cor:
1) a perda do cargo ou função pública – aplicável ao servidor público
2) a suspensão do funcionamento do estabelecimento particular por prazo não superior a
três meses.
Lembrando que estes efeitos não são automáticos, devendo ser motivadamente declarados
na sentença (art. 18).
a) Errada. O art. 16 da Lei n. 7.716/1989 prevê a perda (e não a suspensão) do cargo ou função
pública. Um outro efeito da condenação será a suspensão do funcionamento do estabeleci-
mento particular, que se dará pelo prazo máximo de três meses (e não de três anos).
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b) Errada. Não haverá fechamento estabelecimento particular, e sim a suspensão do seu fun-
cionamento por prazo não superior a três meses.
c) Errada. O art. 16 da Lei n. 7.716/1989 prevê a perda (e não a suspensão) do cargo ou fun-
ção pública.
d) Errada. a suspensão do funcionamento do estabelecimento particular, que se dará por prazo
não superior a três meses (e não seis meses).
e) Correta. A alternativa traz a literalidade do art. 16 da Lei n. 7.716/1989, que assim dispõe:
Constitui efeito da condenação a perda do cargo ou função pública, para o servidor público, e a
suspensão do funcionamento do estabelecimento particular por prazo não superior a três meses.
Letra e.
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Constitui efeito da condenação a perda do cargo ou função pública, para o servidor público, e a
suspensão do funcionamento do estabelecimento particular por prazo não superior a três meses.
(grifo nosso).
Já o art. 18 estabelece que os efeitos da condenação, previstos no art. 16 não são automáti-
cos, devendo ser motivadamente declarados na sentença.
Certo.
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035. (VUNESP/TJ – SP/ADVOGADO/2013) Nos termos da Lei n.º 7.716/1989, a qual versa
sobre delitos de preconceito ou discriminação racial, pratica crime aquele que, em virtude de
preconceito de raça, impede ou obsta.
a) o acesso de alguém a restaurantes, bares, confeitarias ou locais semelhantes, ainda que não
abertos ao público.
b) o acesso de alguém aos veículos de transportes públicos e privados, como aviões, navios,
barcos, ônibus, trens, metrô ou qualquer outro meio de transporte.
c) o acesso ou recusa atendimento de alguém em estabelecimentos esportivos, casas de di-
versões ou clubes sociais, ainda que não abertos ao público.
d) o casamento de alguém, por qualquer meio ou forma, excluindo-se outros modos de convi-
vência familiar e social.
e) o acesso de alguém às entradas sociais de edifícios públicos ou residenciais, bem como aos
elevadores ou às escadas desses locais.
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Impedir o acesso ou uso de transportes públicos, como aviões, navios barcas, barcos, ônibus, trens,
metrô ou qualquer outro meio de transporte concedido. (grifo nosso).
c) Errada. O art. 9º da Lei n. 7.716/1989 prevê, como crime, a conduta de:
Impedir ou obstar, por qualquer meio ou forma, o casamento ou convivência familiar e social. (grifo
nosso).
e) Correta. A alternativa traz a literalidade do art. 11 da Lei n. 7.716/1989.
Letra e.
Primeiramente, lembre-se que os crimes previstos na Lei n. 7.716/1989 são sujeitos à pena
de reclusão (a exceção do art. 4º, § 2º). Lembrando disso, já excluímos as alternativas “a”, “b”,
“c” e “d”.
O art. 11 da Lei n. 7.716/1989 estabelece que:
Art. 11. Impedir o acesso às entradas sociais em edifícios públicos ou residenciais e elevadores ou
escada de acesso aos mesmos:
Pena – reclusão de um a três anos. (grifo nosso).
Letra e.
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a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o trá-
fico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por
eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem.
Não custa lembrar o regime de cumprimento de pena, para estes crimes, não poderá ser in-
tegralmente fechado, sob pena de ofensa ao princípio da individualização da pena. Após este
entendimento do STF, a Lei 11.464/ 07 alterou o art. 2º, § 1º da Lei de Crimes Hediondos,
(grifo nosso).
d) Errada. a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de
reclusão. Contudo, o cumprimento de pena não será em regime integralmente fechado, sob
pena de violação ao princípio da individualização, conforme entendimento do STF.
e) Errada. A prática de racismo constitui crime inafiançável, como prevê o art. 5º, XLII da CF/88.
Letra a.
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JURISPRUDÊNCIA
RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. DIREITO PROCESSUAL PENAL. INÉPCIA
DA DENÚNCIA. CRIME DE PRECONCEITO DE RAÇA OU DE COR. AUSÊNCIA DE JUSTA
CAUSA. INOCORRÊNCIA. 1. A denúncia que se mostra ajustada ao artigo 41 do Código de
Processo Penal, ensejando o pleno exercício da garantia constitucional da ampla defesa,
não deve, nem pode, ser tida e havida como inepta. 2. A recusa de admissão no quadro
associativo de clube social, em razão de preconceito de raça ou de cor, caracteriza o tipo
inserto no artigo 9º da Lei n. 7.716/89, enquanto modo da conduta impedir, que lhe inte-
gra o núcleo. 3. A faculdade, estatutariamente atribuída à diretoria, de recusar propostas
de admissão em clubes sociais, sem declinação dos motivos, não lhe atribui a natureza
especial de fechado, de maneira a subtraí-lo da incidência da lei. 4. A pretensão de exame
de prova é estranha, em regra, ao âmbito angusto do habeas corpus. 5. Recurso impro-
vido. (STJ – RHC 12809/MG Rel. Min. Hamilton Carvalhido, Sexta Turma, Data de Julga-
mento: 22/03/2005).
Errado.
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041. (CESPE/PC – BA/DELEGADO/2013) Pratica crime o empregador que, por motivo de dis-
criminação de raça ou cor, deixar de conceder equipamentos necessários ao empregado, em
igualdade de condições com os demais trabalhadores.
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Art. 20. Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou
procedência nacional.
Pena – reclusão de um a três anos e multa.
Por outro lado, se a aeromoça utilizasse a expressão “brasileira miserável” o crime seria de
injúria racial, já que a ofensa estaria sendo dirigida a uma pessoa específica (determinada
brasileira é miserável).
JURISPRUDÊNCIA
PROCESSUAL PENAL. RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. Art. 20, DA LEI N.
7.716/89. ALEGAÇÃO DE QUE A CONDUTA SE ENQUADRARIA NO Art. 140, § 3º, DO CP.
IMPROCEDÊNCIA. TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL. FALTA DE JUSTA CAUSA. INOCORRÊNCIA.
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Portanto, de acordo com o STJ, no caso narrado a aeromoça praticou crime de racismo, previs-
to no art. 20 da lei 7.716/89.
Letra d.
Perceba que, na questão, o agente ofende a honra subjetiva de uma pessoa determinada, pra-
ticando assim, o crime de injúria qualificada, (também chamada de racial ou injúria preconcei-
tuosa), previsto no art. 140, § 3º do CP.
Errado.
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Lembre-se, primeiramente, de que infração penal constitui gênero que tem, como espécies, o
crime ou a contravenção.
No caso narrado, o gerente do hotel cometeu crime de racismo, tipificado no art. 7º da Lei n.
7.716/1989, sujeito à pena de reclusão de três a cinco anos.
Certo.
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a) Errada. O art. 16 da Lei n. 7.716/1989 prevê, como efeito da condenação, a perda de cargo
ou função pública para o servidor público que for sujeito ativo do crime.
b) Errada. A suspensão do funcionamento do estabelecimento particular por prazo não supe-
rior a três meses constitui um efeito da não automático da condenação, devendo ser motiva-
damente declarado na sentença (art. 18 da Lei n. 7.716/1989).
c) Errada. Fabricar distintivo que utilize a cruz suástica para fins de divulgação do nazismo
configura crime previsto no art. 20, § 1º da Lei n. 7.716/1989.
d) Correta. O art. 20, § 4º prevê que a destruição do material apreendido, após o trânsito em
julgado, constitui efeito da condenação, quando o crime de “Praticar, induzir ou incitar a discri-
minação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional” é cometido por
intermédio dos meios de comunicação social ou publicação de qualquer natureza:
e) Errada. No crime de negar ingresso de aluno em estabelecimento público ou privado de
qualquer grau (art. 6º), a pena é agravada de 1/3 (um terço) quando praticado contra menor
de 18 anos.
Letra d.
048. (INSTITUTO AOCP/PC – ES/ESCRIVÃO 2019) O sujeito que dispõe em seu estabele-
cimento comercial regra, recusando ou impedindo acesso ao estabelecimento, negando-se
a servir, atender ou receber clientes ou compradores em razão de raça, cor, etnia, religião ou
procedência nacional cometerá o delito
a) de calúnia.
b) contra a relação de consumo.
c) de racismo.
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d) de injúria preconceituosa.
e) de homofobia.
Neste caso, o crime é cometido contra um grupo indeterminado de pessoas, em razão de dis-
criminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. Portanto, não
podemos falar em injúria qualificada (ou injúria preconceituosa) e sim em crime de racismo,
previsto no art. 5º da Lei n. 7.716/1989
Letra c.
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recusada pela Diretora daquele estabelecimento que demonstra claro menosprezo à religião
professada por Veridiana e Nelson e alega que Nelson não se enquadraria no perfil de alunos
daquele colégio, pois, pelo regulamento interno da escola, é vedada a matrícula de alunos não
praticantes da religião y.
Neste caso,
a) será necessário analisar administrativamente a validade do regulamento interno da institui-
ção de ensino particular para fins de aplicação de sanção, pelo MEC, de descredenciamento
definitivo.
b) será necessário, analisar a validade do regulamento interno da instituição de ensino parti-
cular para fins de aplicação de sanção, pelo MEC, de suspensão das atividades por até 1 ano.
c) é punível a recusa da inscrição do aluno no 6º ano do Ensino Fundamental, baseado no pre-
conceito à religião x, sob a alegação de que o perfil de alunos da escola é somente de religião
y, independentemente de se tratar de estabelecimento público ou privado de ensino.
d) trata-se apenas de afronta ao princípio da isonomia, não se assemelhando em nada ao cri-
me de preconceito ou discriminação.
e) é punível a recusa da inscrição do aluno no 6º ano do Ensino Fundamental, baseado no pre-
conceito à religião x, sob a alegação de que o perfil de alunos da escola é somente de religião
y, somente se for em estabelecimento público de ensino.
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REFERÊNCIAS
ALENCAR, Rosmar Rodrigues; ARAÚJO, Fábio Roque; TÁVORA, Nestor; Legislação Penal para
Concursos. Editora JusPODIVM, 2021.
ARAÚJO, Fábio Roque; COSTA, Klaus Negri. Processo Penal Didático. 4ª ed. Salvador: Editora
JusPODIVM, 2021.
ARAÚJO, Fábio Roque; TÁVORA, Nestor. Código de Processo Penal para concursos. 10ª ed.
Salvador: Editora JusPODIVM, 2021.
BRASIL. Lei n. 7.716/1989. Define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor. Dis-
ponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l7716.htm
Altera os arts. 1º e 20 da Lei n. 7.716, de 5 de janeiro de 1989, que define os crimes resultantes
de preconceito de raça ou de cor, e acrescenta parágrafo ao art. 140 do Decreto-lei n. 2.848,
de 7 de dezembro de 1940. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9459.htm
BRASIL. Lei n. 12.288/2010. Institui o Estatuto da Igualdade Racial; altera as Leis nos 7.716,
de 5 de janeiro de 1989, 9.029, de 13 de abril de 1995, 7.347, de 24 de julho de 1985, e 10.778,
de 24 de novembro de 2003. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-
2010/2010/lei/l12288.htm
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Juiz federal. Doutor e mestre em Direito Público pela UFBA. Professor. Autor.
Flávia Araújo
Professora de cursos para concurso. Advogada. Professora. Mestre em Políticas Sociais e Cidadania
(UCSAL).
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