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PENAL ESPECIAL
Execução Penal
SISTEMA DE ENSINO
Livro Eletrônico
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Execução Penal
Fábio Roque e Flávia Araújo
Sumário
Apresentação......................................................................................................................................................................4
Execução Penal.. ................................................................................................................................................................5
1. Do Objeto e da Aplicação da Lei de Execução Penal (Arts. 1º a 4º).................................................5
1.1. Objetivos da Lei de Execução Penal (Art. 1º). ............................................................................................5
1.2. Âmbito de Aplicação da Lei n. 7.210/1984 (Art. 2º). .............................................................................6
1.3. Direitos Assegurados ao Condenado e ao Internado (Art. 3º).......................................................8
1.4. Cooperação da Comunidade...............................................................................................................................9
2. Classificação da Pessoa Sujeita à Execução Penal (Arts. 5º a 9º-A)............................................9
2.1. Exame Criminológico........................................................................................................................................... 10
2.2. Banco de Dados Genético (Art. 9º-A)..........................................................................................................11
3. Assistência (Arts. 10 a 27)....................................................................................................................................11
4. Do Trabalho (Arts. 28 a 37).................................................................................................................................14
4.1. Do Trabalho INTERNO (Arts. 31 a 35)........................................................................................................17
4.2. Trabalho Externo (Arts. 36 e 37). . ................................................................................................................18
5. Dos Deveres e dos Direitos (Arts. 38 a 43)...............................................................................................20
5.1. Dos Deveres (Arts. 38 e 39)............................................................................................................................20
5.2. Dos Direitos (Arts. 40 a 46). . ...........................................................................................................................21
6. Da Disciplina (Arts. 44 a 60).............................................................................................................................. 24
6.1. Disposições Gerais (Arts. 44 e 45). .............................................................................................................25
6.2. Das Faltas Disciplinares (Arts. 49 a 51). ..................................................................................................26
6.3. Das Sanções Disciplinares (Arts. 53 a 60).............................................................................................27
7. Do Regime Disciplinar Diferenciado (Art. 52)...........................................................................................31
7.1. Hipóteses de Aplicação do RDD (Art. 52, Caput e §1º)....................................................................32
7.2. Quem Poderá ser Submetido ao RDD. .......................................................................................................32
7.3. Características do RDD.....................................................................................................................................33
7.4. Prorrogação do RDD (Art. 52, §4º).............................................................................................................33
8. Órgãos da Execução Penal (Arts. 61 a 81-B). .............................................................................................34
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Apresentação
Olá, futuro(a) concursado(a)!
Nós e toda a equipe do GRAN estamos aqui para te dar o máximo de dicas, teorias, exercí-
cios, respondendo questões de concurso e criando questões inéditas para que você consiga
fixar todo o conteúdo estudado!
As referências bibliográficas estarão presentes ao final da aula. Assim, você terá um supor-
te caso queira um aprofundamento sobre os temas.
Traremos, também, jurisprudência atualizada, pois, sabemos que não basta saber a legis-
lação ou as considerações doutrinárias sobre Legislação Penal Especial, sendo imprescindível
o estudo das compreensões dos tribunais.
Aqui, nesta aula iremos estudar sobre a Execução Penal, com previsão na Lei 7.2010/1984.
Estudaremos as principais inovações, trazidas pelo Pacote Anticrime (Lei 13.964/2019), e os
posicionamentos doutrinários e jurisprudenciais sobre o tema.
Esperamos que você goste do que vamos estudar e do material a seguir. Por favor: ma-
terial obrigatório! Então, fica ligado no curso GRAN. Estamos esperando as dúvidas no Fó-
rum do aluno!
Vamos começar?
Flávia Araújo
Advogada, professora,
Mestra em Políticas Sociais e Cidadania (Ucsal).
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Execução Penal
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EXECUÇÃO PENAL
Na aula de hoje vamos estudar sobre a Lei n. 7.210/1984, comumente chamada de Lei de
Execução Penal, bem como as alterações promovidas pelo Pacote Anticrime (Lei 13.964/19).
Lembre-se de que a leitura da “letra da lei” é muito importante para o nosso estudo! Muitas
questões de concurso cobram a “lei seca”, então, não podemos deixar de lê-la, ok?
A execução penal tem por objetivo efetivar as disposições de sentença ou decisão criminal e propor-
cionar condições para a harmônica integração social do condenado e do internado.
A partir da leitura do art. 1º percebemos que a Lei de Execução Penal possui dois objetivos
primordiais:
1. Objetivo jurídico: efetivar as disposições proferidas em sentença (pena ou medida de
segurança) ou em decisão criminal (como é o caso da prisão provisória).
2. Objetivo social: proporcionar condições para a harmônica integração social do conde-
nado (submetido à pena) e do internado (submetido à medida de segurança): Este objetivo é
bastante criticado pela doutrina em razão de sua inefetividade.
Em relação ao objetivo jurídico, é importante sabermos que, em regra, a execução penal
ocorre em processo autônomo no juízo da execução penal.
De acordo com o art. 195 da LEP:
A execução penal terá natureza jurisdicional e administrativa, por isso, a doutrina afirma
que esta execução possui caráter misto. O caráter jurisdicional diz respeito à natureza proces-
sual da execução, que será presidida por um juiz competente para proferir decisões fundamentadas,
voltadas à efetivação da sentença, ou decisão criminal, realizadas no processo de conhecimento. O
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A execução penal tem por objetivo efetivar as disposições de sentença ou decisão criminal e propor-
cionar condições para a harmônica integração social do condenado e do internado.
Portanto, pela literalidade da lei, a execução penal busca a ressocialização social, não mencio-
nando sobre ressocialização familiar.
Errado.
Art. 2º A jurisdição penal dos Juízes ou Tribunais da Justiça ordinária, em todo o Território Nacional,
será exercida, no processo de execução, na conformidade desta Lei e do Código de Processo Penal.
A partir da leitura do art. 2º, caput, podemos afirmar que a Lei de Execução Penal é aplica-
da, em regra, na “jurisdição penal dos Juízes ou Tribunais da Justiça ordinária”. Não esqueça
que a Justiça Ordinária constitui gênero que tem, como espécies, a Justiça Estadual e Federal.
Portanto, a Lei n. 7.210/1984 regulará os processos de execução penal que tramitam na
Justiça Estadual e Federal. Mas e quanto a Justiça Especializada?
Em relação à aplicação da LEP no âmbito da Justiça Especializada (eleitoral e militar) o art.
2º, parágrafo único assim estabelece:
Art. 2º, Parágrafo único. Esta Lei aplicar-se-á igualmente ao preso provisório e ao condenado pela
Justiça Eleitoral ou Militar, quando recolhido a estabelecimento sujeito à jurisdição ordinária.
Como podemos perceber, a Lei n. 7.210/1984 será aplicada quando a Justiça Especializa-
da (eleitoral ou militar) decretar a condenação, ou a prisão provisória, de determinada pessoa,
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e esta tenha que cumprir a decisão em estabelecimento sujeito à jurisdição ordinária (estadual
ou federal).
Isso ocorre, por exemplo, quando não há presídios militares ou quando um civil é condena-
do pelo cometimento de crime militar. Nestes dois exemplos, o cumprimento da pena ocorrerá
em estabelecimento sujeito à administração da justiça ordinária, seguindo as regras previs-
tas na LEP.
Resumo! O art. 2º trata sobre o âmbito de incidência da LEP. Vimos que, em regra, esta
norma será aplicada no âmbito da Justiça Estadual e Federal, só sendo aplicada na Justiça
especializada (eleitoral e militar) quando o condenado, ou acusado, for recolhido em estabele-
cimento submetido à jurisdição ordinária.
Já Súmula 192 do STJ discorre sobre a competência para o julgamento do processo de
execução penal quando o sentenciado for recolhido a estabelecimento sujeito à administração
da jurisdição estadual.
Súmula 192 do STJ: Compete ao juízo das execuções penais do estado a execução das
penas impostas a sentenciados pela justiça federal, militar ou eleitoral, quando recolhidos a
estabelecimentos sujeitos à administração estadual.
Pense, por exemplo, na hipótese em que a pessoa é condenada pela Justiça Federal, Elei-
toral ou Militar, mas a localidade não possui estabelecimento especializado para a efetivação
da decisão, fazendo com que o condenado cumpra a pena em estabelecimento submetido à
jurisdição estadual. Neste caso, o processo de execução seguirá as regras previstas na Lei n.
7.210/1984 (conforme prevê seu art. 2º, parágrafo único) e será de competência do juízo de
execução penal estadual, conforme estabelece a Súmula 192 do STJ.
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Não esqueça que a Lei de Execução Penal é aplicada em caso de prisão provisória!
De acordo com o caput do art. 52 da LEP (Lei de Execução Penal)
A prática de fato previsto como crime doloso constitui falta grave e, quando ocasionar subversão
da ordem ou disciplina internas, sujeitará o preso provisório, ou condenado, nacional ou estrangeiro,
sem prejuízo da sanção penal, ao regime disciplinar diferenciado, com as seguintes características
(...).
Em resumo, os presos provisórios poderão ser submetidos ao Regime Disciplinar Diferenciado
nas hipóteses previstas no art. 52 da Lei n. 7.210/1984.
Errado.
Art. 3º Ao condenado e ao internado serão assegurados todos os direitos não atingidos pela sen-
tença ou pela lei.
Parágrafo único. Não haverá qualquer distinção de natureza racial, social, religiosa ou política.
Os direitos dos cidadãos só poderão sofrer limitações em casos excepcionais. Com base
neste entendimento, o art. 3º estabelece que a pessoa submetida à execução da pena, ou
de medida de segurança só terão seus direitos restringidos nos casos previstos em lei, ou
na sentença.
O parágrafo único do art. 3º traz o princípio da isonomia e da dignidade da pessoa hu-
mana, ao prever que “Não haverá qualquer distinção de natureza racial, social, religiosa ou
política”. Como podemos perceber, este parágrafo proíbe qualquer tipo de discriminação na
execução penal.
Como garantia à efetividade deste parágrafo, a Resolução 348 do CNJ passou a prever, em
seu art. 7º, o direito das pessoas, autodeclaradas parte da população LGBTI, optarem sobre
qual estabelecimento prisional preferem cumprir a pena privativa de liberdade. Esta manifes-
tação poderá ocorrer em qualquer momento do processo de conhecimento ou de execução da
pena, sendo, inclusive, garantido o direito de alteração do local.
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Art. 5º. Os condenados serão classificados, segundo os seus antecedentes e personalidade, para
orientar a individualização da execução penal.
Esta classificação será realizada pela “Comissão Técnica de Classificação”, que, respon-
sável por elaborar o programa individualizador da pena privativa de liberdade adequada ao
condenado ou preso provisório (art. 6º).
Ao analisar a personalidade do agente, a comissão poderá tomar as seguintes providên-
cias (previstas em rol exemplificativo no art. 9º da LEP): a) entrevistar pessoas; b) requisitar,
de repartições ou estabelecimentos privados, dados e informações a respeito do condenado;
c) realizar outras diligências e exames necessários.
A Comissão técnica de Classificação emitirá um parecer, que não vinculará o juiz da execu-
ção penal, mas irá orientá-lo na individualização da pena.
A formação da Comissão Técnica de Classificação está regulamentada no art. 7º da LEP,
que assim dispõe:
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Art. 8º O condenado ao cumprimento de pena privativa de liberdade, em regime fechado, será sub-
metido a exame criminológico para a obtenção dos elementos necessários a uma adequada classi-
ficação e com vistas à individualização da execução.
Parágrafo único. Ao exame de que trata este artigo poderá ser submetido o condenado ao cumpri-
mento da pena privativa de liberdade em regime semiaberto.
O exame criminológico é uma perícia realizada por psicólogos e psiquiatras, a fim de anali-
sar fatores como: características do preso, existência de impulsividade, agressividade, pericu-
losidade, propensão a cometer novos delitos, arrependimento, adaptação ao regime prisional,
aptidão para a progressão de regime e reinserção social etc.
O exame criminológico terá natureza pericial e sua realização, juntamente com o parecer
emitido pela Comissão Técnica de Classificação, irá servir como suporte para a individualiza-
ção da pena, podendo, por exemplo, orientar o juiz sobre a concessão, ou não, da progressão
de regime, do livramento condicional etc.
O exame criminológico não é obrigatório!! Cabe ao juiz da execução penal decidir sobre sua
realização, de acordo com o caso concreto, mediante decisão fundamentada. A Súmula 439
do STJ nos informa que:
JURISPRUDÊNCIA
Súmula 439 do STJ: Admite-se o exame criminológico pelas peculiaridades do caso,
desde que em decisão motivada.
JURISPRUDÊNCIA
Súmula vinculante n. 26: Para efeito de progressão de regime no cumprimento de pena
por crime hediondo, ou equiparado, o juízo da execução observará a inconstitucionalidade
do art. 2º da Lei n. 8.072, de 25 de julho de 1990, sem prejuízo de avaliar se o condenado
preenche, ou não, os requisitos objetivos e subjetivos do benefício, podendo determinar,
para tal fim, de modo fundamentado, a realização de exame criminológico
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Art. 10. A assistência ao preso e ao internado é dever do Estado, objetivando prevenir o crime e
orientar o retorno à convivência em sociedade.
Parágrafo único. A assistência estende-se ao egresso.
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Ao prever que a assistência terá o objetivo de “prevenir o crime e orientar o retorno à coni-
vência em sociedade”, a Lei de Execução Penal nos traz, neste ponto, a finalidade preventiva
especial positiva da pena! Vamos resumir esta ideia para que possamos entender um pouco
melhor este conceito?
De uma forma bastante resumida, podemos citar duas principais correntes que estudam a
finalidade da pena: a) teoria retributiva (ou absoluta); b) teoria preventiva.
a) As teorias retributivas entendem que a pena possui um fim em si mesmo. De acor-
do com esta linha de pensamento, a sanção penal busca, apenas, retribuir o dano causado à
sociedade.
b) Já adeptos das teorias relativas, sustentam que a pena deverá ter a finalidade de preve-
nir novos delitos. Esta prevenção poderá ser: b.1) geral (destinando-se àqueles que não come-
teram delitos, para que não venham a cometer) ou b.2) especial (destinada ao infrator).
b.1) Prevenção geral: É destinada àqueles que não cometeram delitos. Esta prevenção geral
poderá ser negativa (que acredita que a pena cumprirá uma função intimidatória na sociedade,
fazendo com que outras pessoas não venham a delinquir) ou positiva (que defende a ideia de
que a sanção penal previne novos delitos ao gerar os efeitos da “aprendizagem”, “confiança no
ordenamento jurídico” e “pacificação social”).
b.2) A prevenção especial é dirigida àquele que cometeu a infração penal, e busca prevenir
a prática de novos delitos evitando, assim, a reincidência. Esta prevenção especial também
poderá ser positiva ou negativa.
b.2.1) A prevenção especial positiva busca evitar a reincidência por meio da ressocializa-
ção do infrator.
b.2.2) Já a prevenção especial negativa busca prevenir a reincidência por meio da aplica-
ção de medida punitiva, a exemplo do encarceramento.
Feito este breve resumo, podemos entender que o art. 10, ao prever que o Estado tem o
dever de prestar assistência aos presos, internados e egressos, garante que a pena tenha uma
função relativa (ou preventiva) especial (já que a Lei está tratando daquele que cometeu o ilíci-
to penal) negativa (ao buscar a ressocialização do infrator).
O art. 11 nos traz o rol de assistências que devem ser prestadas pelo Estado aos presos e
internados. São elas:
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004. (CESPE/DEPEN/2015) Francisco e Júlio foram condenados pela prática de crime. Du-
rante o cumprimento de sua pena, Francisco obteve livramento condicional e está atualmente
em período de prova. Júlio foi liberado definitivamente e saiu do estabelecimento prisional há
dezoito meses.
Júlio é considerado egresso e pode contar com o serviço de assistência social, que lhe deve
prestar ajuda na obtenção de trabalho.
Porém, no caso em questão, Júlio não é mais considerado egresso, já que saiu do estabeleci-
mento penal há 18 meses (ou seja, há mais de 01 ano). Em razão disso, ele não terá direito à
assistência prevista no art. 25 e 27 da LEP.
Errado.
Art. 28. O trabalho do condenado, como dever social e condição de dignidade humana, terá finalida-
de educativa e produtiva.
§ 1º Aplicam-se à organização e aos métodos de trabalho as precauções relativas à segurança e à
higiene.
§ 2º O trabalho do preso não está sujeito ao regime da Consolidação das Leis do Trabalho.
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O preso será remunerado, pelos trabalhos prestados, mediante prévia tabela. De acordo
com o art. 29 da Lei n. 7.210/1984, esta remuneração não poderá ser inferior a ¾ (três quartos)
do salário-mínimo.
Como a Lei n. 7.210/1984 é anterior à Constituição Federal, a ADPF 336/DF, questionou
a recepção do seu art. 29 ao nosso ordenamento jurídico. Foi discutido, à época, se a remu-
neração do preso, inferior ao salário-mínimo, constituiria violação ao art. 7º, IV da CF/88 e do
princípio da isonomia e da dignidade da pessoa humana. O STF entendeu pela inexistência de
violação, ao dispor que:
JURISPRUDÊNCIA
O patamar mínimo diferenciado de remuneração aos presos previsto no artigo 29, caput,
da Lei de Execução Penal não representa violação aos princípios da dignidade humana
(artigo 1º, III, da CRFB) e da isonomia (artigo 5º, caput, da CRFB), sendo inaplicável à hipó-
tese a garantia de salário-mínimo prevista no artigo 7º, IV, da Constituição. (STF – ADPF
336/DF, Rel. Min, Luiz Fux. Plenário. Julgado em 27/02/2021 – Informativo 1007).
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Art. 31. O condenado à pena privativa de liberdade está obrigado ao trabalho na medida de suas
aptidões e capacidade.
Parágrafo único. Para o preso provisório, o trabalho não é obrigatório e só poderá ser executado no
interior do estabelecimento.
Portanto, os presos provisórios não são obrigados a trabalhar, mas caso o façam, a realiza-
ção do seu labor só poderá ocorrer no interior do estabelecimento. O art. 200 da LEP também
dispensam os presos políticos da realização de trabalhos!
A obrigatoriedade do trabalho aos condenados à pena privativa de liberdade não configura
pena de trabalho forçado, não havendo violação ao art. 5º, XLVII da CF/88! Trabalhos forçados
são aqueles realizados sem contraprestação ou que violam a dignidade, a capacidade física e
intelectual do recluso.
O art. 6º, 3, “a” do Pacto de San José da Costa Rica prevê que os trabalhos exigidos de pes-
soas reclusas não se enquadram como “forçados”:
Art. 6º, 3. Não constituem trabalhos forçados ou obrigatórios para os efeitos deste artigo:
a) os trabalhos ou serviços normalmente exigidos de pessoa reclusa em cumprimento de senten-
ça ou resolução formal expedida pela autoridade judiciária competente. Tais trabalhos ou serviços
devem ser executados sob a vigilância e controle das autoridades públicas, e os indivíduos que os
executarem não devem ser postos à disposição de particulares, companhias ou pessoas jurídicas
de caráter privado;
JURISPRUDÊNCIA
Consoante previsão dos art. 50, VI, e art. 39, V, da LEP, configura falta grave a recusa
pelo condenado à execução de trabalho interno regularmente determinado pelo agente
público competente, não havendo que se confundir o dever de trabalho, referendado pela
Convenção Americana de Direitos Humanos (art. 6º), com a pena de trabalho forçado,
vedada pela Constituição Federal - art. 5º, XLVIII, c (STJ - Jurisprudência em Teses n. 146.
Enunciado 16).
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A questão possui dois erros. Primeiramente, o art. 31, parágrafo único da LEP estabelece que
o trabalho não é obrigatório para os presos provisórios.
Em segundo lugar, a remuneração do trabalho realizado pelos condenados não poderá ser
inferior a ¾ do salário-mínimo. Como vimos, o STF entendeu que esta previsão, contida no art.
29, foi recepcionada pela CF/88, não havendo de se falar em violação ao princípio da isonomia
e dignidade.
Errado.
Art. 32. Na atribuição do trabalho deverão ser levadas em conta a habilitação, a condição pessoal e
as necessidades futuras do preso, bem como as oportunidades oferecidas pelo mercado.
§ 1º Deverá ser limitado, tanto quanto possível, o artesanato sem expressão econômica, salvo nas
regiões de turismo.
§ 2º Os maiores de 60 (sessenta) anos poderão solicitar ocupação adequada à sua idade.
§ 3º Os doentes ou deficientes físicos somente exercerão atividades apropriadas ao seu estado.
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Como acabamos de ver, a jornada de trabalho do preso será de 6 a 8 horas. Portanto, para
fins de remição, 1 dia de trabalho equivale a, no mínimo, 6 horas diárias.
Ou seja, terá direito à remição, de 1 (um) dia de pena, o condenado que tiver trabalhado, no
mínimo, 6 horas diárias durante 3 (três) dias.
O art. 34 nos informa que o trabalho realizado pelo preso poderá ser gerenciado por funda-
ção ou empresa pública que tenha autonomia administrativa. Esta entidade será responsável
pela remuneração do preso e terá o papel de promover e supervisionar o trabalho, comerciali-
zando os produtos decorrentes dele.
Assim, os produtos decorrentes do trabalho prisional serão comercializados pela entidade
responsável pela sua gestão (fundação ou empresa pública), que receberão as importâncias
arrecadadas com as vendas. Na ausência de uma pessoa jurídica responsável pela gestão do
trabalho, a importância obtida com a comercialização dos produtos será revestida para o pró-
prio estabelecimento.
Caso não seja possível ou recomendável a realização da venda destes produtos a particu-
lares, os órgãos da administração direta ou indireta irão adquiri-los, com dispensa de concor-
rência pública.
Art. 36. O trabalho externo será admissível para os presos em regime fechado somente em serviço
ou obras públicas realizadas por órgãos da Administração Direta ou Indireta, ou entidades privadas,
desde que tomadas as cautelas contra a fuga e em favor da disciplina.
§ 1º O limite máximo do número de presos será de 10% (dez por cento) do total de empregados na
obra.
§ 2º Caberá ao órgão da administração, à entidade ou à empresa empreiteira a remuneração desse
trabalho.
§ 3º A prestação de trabalho à entidade privada depende do consentimento expresso do preso.
Art. 37. A prestação de trabalho externo, a ser autorizada pela direção do estabelecimento, depen-
derá de aptidão, disciplina e responsabilidade, além do cumprimento mínimo de 1/6 (um sexto) da
pena.
Parágrafo único. Revogar-se-á a autorização de trabalho externo ao preso que vier a praticar fato
definido como crime, for punido por falta grave, ou tiver comportamento contrário aos requisitos
estabelecidos neste artigo.
Antes de mais nada, é importante que você perceba que a autorização de trabalho externo
não cabe ao juiz da execução penal e sim à direção do estabelecimento prisional (art. 37)!
O STJ entende que A falta grave disciplinar deve ser sopesada pelo órgão jurisdicional na
análise do requisito subjetivo para fins de concessão de trabalho externo, nos termos do art.
37 da LEP. (Jurisprudência em Teses 146. Enunciado 15)
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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Execução Penal
Fábio Roque e Flávia Araújo
Lembre-se de que o preso provisório não é obrigado a trabalhar, mas caso o faça, a execu-
ção da atividade laboral ocorrerá dentro do estabelecimento. Portanto, o preso provisório não
poderá exercer trabalho externo.
Perceba que os condenados a regime inicial semiaberto e aberto não precisarão cumprir
no mínimo 1/6 da pena para terem direito a realizar trabalho externo! Em outras palavras, a
exigência prevista no art. 37 da LEP só é aplicada àqueles que cumprem a pena em regime
fechado! Neste sentido o Informativo 752 do STF estabelece que:
JURISPRUDÊNCIA
Ementa: EXECUÇÃO PENAL. REGIME INICIAL SEMIABERTO. TRABALHO EXTERNO. 1. A
exigência objetiva de prévio cumprimento do mínimo de um sexto da pena, segundo a
reiterada jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, não se aplica aos presos que se
encontrem em regime inicial semiaberto. (...). (STF - Plenário. EP 2 TrabExt-AgR/DF, Rel.
Min. Roberto Barroso, julgado em 25/6/2014 – Informativo 752).
O STJ admite que o trabalho externo seja realizado em empresa da família do apenado.
JURISPRUDÊNCIA
O fato de o irmão do apenado ser um dos sócios da empresa empregadora não consti-
tui óbice à concessão do benefício do trabalho externo, ainda que se argumente sobre o
risco de ineficácia da realização do trabalho externo devido à fragilidade na fiscalização.
Com efeito, a execução criminal visa ao retorno do condenado ao convívio em sociedade,
com o escopo de reeducá-lo e ressocializá-lo, sendo que o trabalho é essencial para esse
processo. Nesse contexto, é importante considerar que os riscos de ineficácia da realiza-
ção de trabalho externo em empresa familiar, sob o argumento de fragilidade na fiscali-
zação, não podem ser óbice à concessão do referido benefício. (STJ, HC 310.515-RS, Rel.
Min. Felix Fischer, 5ª Turma, julgado em 17/9/2015, DJe 25/9/2015.– Informativo 569)
Revogar-se-á a autorização de trabalho externo ao preso que vier a praticar fato definido como cri-
me, for punido por falta grave, ou tiver comportamento contrário aos requisitos estabelecidos neste
artigo.
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3. Tiver comportamento contrário aos requisitos estabelecidos no art. 37: aptidão, discipli-
na e responsabilidade.
Embora não esteja expressamente previsto na lei, a doutrina aponta que a revogação do
trabalho externo só será realizada após procedimento administrativo (com direito ao contradi-
tório e ampla defesa), que comprove a prática de crime, de falta grave ou de comportamento
contrário aos requisitos previstos no art. 37 (aptidão, disciplina e responsabilidade).
Cumpre ao condenado, além das obrigações legais inerentes ao seu estado, submeter-se às normas
de execução da pena.
EXEMPLO
O art. 39, IX trata do dever de “higiene pessoal e asseio da cela ou alojamento”. Esta previsão
deve ser cumprida tanto pelo condenado quanto pelo preso provisório. O mesmo ocorre com
o dever “de obediência ao servidor e respeito a qualquer pessoa com quem deva relacionar-se”
(art. 39, II).
Por outro lado, o art. 39, VII trata do dever de “indenização à vítima ou aos seus sucessores”.
Nesta hipótese, o cumprimento da obrigação só será devido após a condenação, não se apli-
cando aos presos provisórios. Da mesma forma, o dever de “executar trabalho” (previsto na
primeira parte do art. 39, V) também só será aplicável aos condenados, já que, como vimos, os
presos provisórios não são obrigados a trabalhar (art. 31, parágrafo único).
Vamos, agora, analisar quais são os deveres dos condenados e, quando cabível, dos pre-
sos provisórios:
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Art. 42. Aplica-se ao preso provisório e ao submetido à medida de segurança, no que couber, o dis-
posto nesta Seção.
Assim, os direitos previstos nos arts. 40 a 46 da LEP são assegurados aos condenados,
aos presos provisórios e, no que couber, aos submetidos à medida de segurança.
Para a doutrina e jurisprudência, o rol de direitos previstos na Lei n. 7.210/1984 é meramen-
te exemplificativo, que busca garantir a dignidade da pessoa humana.
Feitas estas breves explanações, vamos analisar os direitos elencados na LEP?
Art. 40 Impõe-se a todas as autoridades o respeito à integridade física e moral dos condenados e
dos presos provisórios.
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O art. 40 trata sobre o direito à integridade física e moral dos condenados e presos provi-
sórios (como acabamos de ver, este direito também é garantido àqueles submetidos à medida
de segurança).
A violação à integridade física e moral de pessoas submetidas à custódia estatal poderá
ensejar crime de tortura, previsto no art. 1º, §1º da Lei 9.455/97, que assim dispõe:
Não custa lembrarmos que o art. 5º, XLIII da CF prevê que o crime de tortura é inafiançável
e insuscetíveis de graça ou anistia. A condenação por este crime acarretará a perda automáti-
ca do cargo, função ou emprego público e a interdição para seu exercício pelo dobro do prazo
da pena aplicada.
Em síntese, os art. 40 a 46 da LEP prevêem os seguintes direitos aos presos (e, aos subme-
tidos à medida de segurança, quando couber):
1. Integridade física e moral
2. Alimentação suficiente e vestuário;
3. Atribuição de trabalho e sua remuneração;
4. Previdência Social;
5. Constituição de pecúlio;
6. Proporcionalidade na distribuição do tempo para o trabalho, o descanso e a recreação;
7. Exercício das atividades profissionais, intelectuais, artísticas e desportivas anteriores,
desde que compatíveis com a execução da pena;
8. Assistência material, à saúde, jurídica, educacional, social e religiosa;
9. Proteção contra qualquer forma de sensacionalismo;
10. Entrevista pessoal e reservada com o advogado;
11. Visita do cônjuge, da companheira, de parentes e amigos em dias determinados;
12. Chamamento nominal;
13. Igualdade de tratamento salvo quanto às exigências da individualização da pena;
14. Audiência especial com o diretor do estabelecimento;
15. Representação e petição a qualquer autoridade, em defesa de direito;
16. Contato com o mundo exterior por meio de correspondência escrita, da leitura e de ou-
tros meios de informação que não comprometam a moral e os bons costumes.
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17. Atestado de pena a cumprir, emitido anualmente, sob pena da responsabilidade da au-
toridade judiciária competente.
18. Liberdade de contratar médico de confiança pessoal do internado ou do submetido a
tratamento ambulatorial, por seus familiares ou dependentes, a fim de orientar e acompanhar
o tratamento (art.43).
Em relação ao direito previsto no art. 41, XV (“Contato com o mundo exterior por meio de
correspondência escrita, da leitura e de outros meios de informação”), é importante lembrar-
mos que a Constituição Federal prevê a inviolabilidade do sigilo das correspondências como
um direito fundamental (art. 5º, XII). Entretanto, não há direitos absolutos no nosso ordena-
mento jurídico. Com base nisso, o STF entende ser possível a interceptação da correspondên-
cia de presos, em casos excepcionais devidamente justificados.
JURISPRUDÊNCIA
A administração penitenciaria, com fundamento em razoes de segurança pública, de dis-
ciplina prisional ou de preservação da ordem jurídica, pode, sempre excepcionalmente, e
desde que respeitada a norma inscrita no art. 41, parágrafo único, da Lei n. 7.210/84, pro-
ceder a interceptação da correspondência remetida pelos sentenciados, eis que a cláu-
sula tutelar da inviolabilidade do sigilo epistolar não pode constituir instrumento de sal-
vaguarda de práticas ilícitas. (STF - HC 70814, Relator(a): Min. CELSO DE MELLO, Primeira
Turma, julgado em 01/03/1994, DJ 24-06-1994)
O parágrafo único do art. 41, prevê que destes direitos poderão ser suspensos ou restringi-
dos mediante ato motivado do diretor do estabelecimento. São eles:
a) Proporcionalidade na distribuição do tempo para o trabalho, o descanso e a recreação
(art. 41, V)
b) Visita do cônjuge, da companheira, de parentes e amigos em dias determinados (art. 41, X)
c) Contato com o mundo exterior por meio de correspondência escrita, da leitura e de ou-
tros meios de informação que não comprometam a moral e os bons costumes. (art. 41, XV)
Preste bem atenção! Os direitos previstos no art. 41, V, X e XV poderão ser suspensos ou
restringidos (nunca suprimidos) por ato motivado do diretor do estabelecimento, não depen-
dendo de autorização judicial!
A suspensão ou restrição destes direitos constitui modalidade de sanção disciplinar, pre-
vista no art. 53, III da LEP. Esta sanção será aplicada em caso de falta grave (conforme estabe-
lece o art. 57, parágrafo único) e não poderá exceder a 30 (trinta dias), salvo no caso de RDD
(art. 58). A CF/88 proíbe penas de caráter perpétuo, portanto, o diretor do estabelecimento
não poderá suprimir (definitivamente) direitos previstos em lei. Vamos ver uma decisão do STJ
sobre este tema:
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JURISPRUDÊNCIA
DIREITO DE VISITA DO PRESO. ART. 41, X, DA LEI DE EXECUÇÕES PENAIS. RESTRIÇÃO DE
INGRESSO EM PRESÍDIO. SANÇÃO DE CARÁTER PERPÉTUO. IMPOSSIBILIDADE. É ilegal
a sanção administrativa que impede definitivamente o direito do preso de receber visitas.
O ordenamento jurídico garante a toda pessoa privada da liberdade o direito a um trata-
mento humano e à assistência familiar e não prevê nenhuma hipótese de perda definitiva
do direito de visita. Assim, a negativa da revisão do cancelamento do registro de visitante
está em descompasso com a proibição constitucional de penalidades de caráter perpé-
tuo. Na hipótese é ilegal a sanção administrativa que impede definitivamente o preso de
estabelecer contato com seu genitor por suprimir o direito previsto no art. 41, X, da LEP,
porquanto tem-se por caracterizado o excesso de prazo da medida, que deve subsistir por
prazo razoável à implementação de sua finalidade. Até mesmo nos casos de homologa-
ção de faltas graves (fuga, subversão da disciplina etc.) ou de condenações definitivas
existe, nos regimentos penitenciários ou no art. 94 do CP, a possibilidade de reabilita-
ção. Toda pena deve atender ao caráter de temporariedade. (STJ - RMS 48.818-SP, Rel.
Min. Rogerio Schietti Cruz, Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 26/11/2019, DJe
29/11/2019. - Informativo 661)
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Após esta apuração, o condenado ou preso provisório estará sujeito às sanções disciplinares,
previstas no art. 53 da LEP
Assim, a partir de agora vamos estudar sobre a disciplina no sistema de execução penal.
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O art. 50 da LEP traz as hipóteses de faltas graves cometidas pelos condenados à pena pri-
vativa de liberdade, sendo também aplicável aos presos provisórios, no que couber. Já o art. 51
elenca as faltas graves cometidas por condenados a pena restritiva de direitos. Vamos a elas?
6.2.1. Art. 50: Faltas graves praticadas pelo condenado à pena privativa de liber-
dade (e pelo preso provisório, no que couber)
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ze, julgado em 21/3/2013). Da mesma forma, a pose de fones de ouvido no interior do presídio
também é considerada falta grave pelo STJ (Jurisprudência em Teses 144, Enunciado 6).
8. Recusar submeter-se ao procedimento de identificação do perfil genético – este proce-
dimento passou a ser obrigatório aos condenados por crime doloso praticado com violência
de natureza grave contra pessoa, ou por qualquer dos crimes previstos na Lei dos Crimes
Hediondos.
9. O art. 52: praticar fato previsto como crime doloso quando ocasionar subversão da or-
dem ou disciplina internas – Neste caso, a falta grave sujeitará o preso provisório, ou condena-
do, nacional ou estrangeiro, sem prejuízo da sanção penal, ao regime disciplinar diferenciado.
De acordo com o STJ “A posse de drogas, no curso da execução penal, ainda que para
uso próprio, constitui falta grave”. Neste caso, a Corte afirma ser “imprescindível a confecção
do laudo toxicológico para comprovar a materialidade da infração disciplinar e a natureza da
substância encontrada com o apenado no interior de estabelecimento prisional”. (STJ – Juris-
prudência em Teses n. 144. Enunciados 9 e 10).
O cometimento de fato definido como crime doloso, no curso da execução penal, é con-
siderado falta grave, sendo cabível, inclusive, a aplicação do Regime Disciplinar Diferenciado,
quando o crime ocasionar subversão da ordem ou disciplina internas. Neste caso, o STJ enten-
de que a sanção disciplinar será aplicada por meio de procedimento específico, independente
do trânsito em julgado da sentença penal condenatória que trate sobre o crime praticado.
6.2.2. Art. 51: Faltas graves praticadas pelo condenado à pena restritiva de di-
reitos
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3. Suspensão ou restrição dos seguintes direitos (determinados pelo artigo 41, pará-
grafo único):
− 3.1. proporcionalidade na distribuição do tempo para o trabalho, o descanso e a re-
creação (art. 41, V)
− 3.2. visita do cônjuge, da companheira, de parentes e amigos em dias determinados
(art. 41, X)
3.3. contato com o mundo exterior por meio de correspondência escrita, da leitura e de
outros meios de informação que não comprometam a moral e os bons costumes (art. 41, XV).
4. Isolamento na própria cela, ou em local adequado, nos estabelecimentos que possuam
alojamento coletivo – Lembre-se de que o art. 45, §2º veda o emprego de cela escura, em res-
peito à dignidade e à integridade física e moral do preso.
5. Inclusão no regime disciplinar diferenciado (regulado no art. 52 da LEP) – Esta sanção é
a única que dependerá de decisão judicial, após requerimento elaborado pelo diretor do esta-
belecimento ou por qualquer autoridade administrativa.
Em respeito ao princípio da individualização da pena, o art. 57 da LEP estabelece que:
De acordo com o art. 54 da LEP, as sanções disciplinares previstas nos incisos I a IV do art.
53 serão aplicadas pelo diretor do estabelecimento, em ato motivado. Já a sanção prevista no
inciso V, dependerá de prévio e fundamentado despacho do juiz.
Podemos dizer, então, que a única sanção disciplinar que depende de decisão judicial é a
inclusão em regime disciplinar diferenciado.
Desta forma, o diretor do estabelecimento poderá aplicar as seguintes sanções disciplina-
res: a) Advertência; b) Repreensão; c) Suspensão ou Restrição dos direitos previstos no art. 41,
V, X e XV; d) Isolamento.
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JURISPRUDÊNCIA
No processo administrativo disciplinar instaurado para apuração de falta grave suposta-
mente praticada no curso da execução penal, a inexistência de defesa técnica por advo-
gado na oitiva de testemunhas viola os princípios do contraditório e da ampla defesa e
configura causa de nulidade do PAD (STJ – Jurisprudência em Teses n. 145. Enunciado
5).
Acabamos de ver que a aplicação do Redime Disciplinar Diferenciado ocorrerá por meio de
decisão judicial, proferida após manifestação do Ministério Público e da defesa.
As demais sanções disciplinares serão aplicadas pelo diretor do estabelecimento, por meio
de decisão motivada, proferida após instauração de procedimento, sendo assegurado o direito
a defesa técnica. Assim, o art. 59 da LEP prevê que:
Art. 59. Praticada a falta disciplinar, deverá ser instaurado o procedimento para sua apuração, con-
forme regulamento, assegurado o direito de defesa.
Parágrafo único. A decisão será motivada.
Com base neste artigo, o STJ possuía entendimento sumulado (Súmula 533) afirmando
que a instauração do Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD) era imprescindível para o
reconhecimento da prática de falta disciplinar no âmbito da execução penal.
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Acontece que a prática de falta grave poderá acarretar a regressão de regime, e esta re-
gressão só será possível por meio de decisão judicial, após a realização de audiência de jus-
tificação, com oitiva do Ministério Público e da defesa técnica do condenado (art. 118, I, §2º
da LEP). Com base nesta premissa, o STF entende que esta audiência de justificação, realiza-
da em procedimento judicial, oferece mais garantias do que o procedimento administrativo
disciplinar.
Em síntese, o Supremo passou a entender que a instauração de procedimento administra-
tivo disciplinar não é imprescindível se a falta grave tiver sido apurada em audiência de justifi-
cação realizada com a presença do MP e da defesa técnica. Vamos analisar a decisão:
A oitiva do condenado pelo Juízo da Execução Penal, em audiência de justificação realiza-
da na presença do defensor e do Ministério Público, afasta a necessidade de prévio Procedi-
mento Administrativo Disciplinar (PAD), assim como supre eventual ausência ou insuficiência
de defesa técnica no PAD instaurado para apurar a prática de falta grave durante o cumprimen-
to da pena (STF – RE 972598. Rel. Min Roberto Barroso. Plenário. Julgado em 04/05/2020 –
Informativo 985).
Após este julgamento, o STJ alterou sua posição anterior, passando a afirmar que, em caso
de falta grave, a audiência de justificação, realizada com a garantia do direito de defesa, supre
a exigência de procedimento administrativo disciplinar. Desta forma, a Súmula 533 do STJ
está superada!
JURISPRUDÊNCIA
AGRAVO REGIMENTAL NO HABEAS CORPUS. EXECUÇÃO PENAL. FALTA GRAVE. PRO-
CEDIMENTO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR. NECESSIDADE. NOVO ENTENDIMENTO DO
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. REPERCUSSÃO GERAL. SUPERAÇÃO DA SÚMULA 533.
AGRAVO IMPROVIDO. (...). Comprovado que se assegurou ao paciente o regular exercí-
cio do direito de defesa, na sede da audiência de justificação realizada no caso concreto,
inexiste qualquer nulidade a ser sanada, nem constrangimento ilegal a ser reparado. (...)
(STJ. 6ª Turma. AgRg no HC 581.854/PR, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 04/08/2020).
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JURISPRUDÊNCIA
A decisão proferida pela autoridade administrativa prisional em processo administrativo
disciplinar - PAD que apura o cometimento de falta grave disciplinar no âmbito da exe-
cução penal é ato administrativo, portanto, passível de controle de legalidade pelo Poder
Judiciário (STJ – Jurisprudência em Teses 145. Enunciado 1)
6.3.3. Sanções Disciplinares Aplicadas em Caso de Falta Grave (Art. 57, Pará-
grafo Único)
O parágrafo único do art. 57 informa que “Nas faltas graves, aplicam-se as sanções pre-
vistas nos incisos III a V do art. 53 desta Lei”. Portanto, o condenado ou preso provisório que
tenha cometido falta de natureza grave, estará submetido às seguintes sanções:
a) Suspensão ou Restrição dos direitos previstos no art. 41, V, X e XV.
b) Isolamento na própria cela, ou em local adequado
c) Inclusão no Regime Disciplinar Diferenciado – Neste caso, a falta grave cometida deverá
configurar crime doloso que ocasione subversão da ordem ou disciplina internas, como prevê
o art. 52 da LEP.
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Art. 60 A autoridade administrativa poderá decretar o isolamento preventivo do faltoso pelo prazo
de até dez dias. A inclusão do preso no regime disciplinar diferenciado, no interesse da disciplina e
da averiguação do fato, dependerá de despacho do juiz competente. (grifo nosso).
Parágrafo único. O tempo de isolamento ou inclusão preventiva no regime disciplinar diferenciado
será computado no período de cumprimento da sanção disciplinar.
Art. 52, §3º Existindo indícios de que o preso exerce liderança em organização criminosa, associa-
ção criminosa ou milícia privada, ou que tenha atuação criminosa em 2 (dois) ou mais Estados da
Federação, o regime disciplinar diferenciado será obrigatoriamente cumprido em estabelecimento
prisional federal
Neste caso, o estabelecimento federal deverá contar com alta segurança interna e externa,
a fim de evitar o contato do preso com membros de sua organização criminosa, associação
criminosa ou milícia privada, ou de grupos rivais (art. 52, §5º).
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Obs.: As visitas (presenciais ou telefônicas) serão gravadas. Mas sua fiscalização, por
agente penitenciário, dependerá de autorização judicial. (art. 52, §6º).
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Em respeito ao princípio da dignidade humana e da isonomia material, o art. 82, §1º esta-
belece que:
A LEP prevê que os estabelecimentos penais destinados às mulheres deverão ser dotados
de berçário, onde as condenadas possam cuidar de seus filhos, inclusive amamentá-los, no
mínimo, até 6 (seis) meses de idade (art. 82, §2º). Estes estabelecimentos só poderão ter pes-
soas agentes femininos na segurança de suas dependências internas.
Observe que nada impede que os estabelecimentos destinados às mulheres tenham agen-
tes segurança do sexo masculino, desde que estes atuem apenas nas dependências externas!
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O estabelecimento penal, conforme a sua natureza, deverá contar em suas dependências com áreas
e serviços destinados a dar assistência, educação, trabalho, recreação e prática esportiva.
Art. 83-A. Poderão ser objeto de execução indireta as atividades materiais acessórias, instrumentais
ou complementares desenvolvidas em estabelecimentos penais, e notadamente
I – serviços de conservação, limpeza, informática, copeiragem, portaria, recepção, reprografia, tele-
comunicações, lavanderia e manutenção de prédios, instalações e equipamentos internos e exter-
nos;
II – serviços relacionados à execução de trabalho pelo preso.
§ 1º execução indireta será realizada sob supervisão e fiscalização do poder público.
§ 2º Os serviços relacionados neste artigo poderão compreender o fornecimento de materiais, equi-
pamentos, máquinas e profissionais.
O art. 83-A traz um rol exemplificativo dos serviços passíveis de delegação (execução in-
direta) no âmbito dos estabelecimentos penais. O que gerou inúmeras críticas doutrinárias
sobre o tema.
De qualquer forma, esta “execução indireta” (terceirização ou delegação), de serviços não
essencialmente públicos, nos estabelecimentos penais, será realizada sob supervisão e fisca-
lização do poder público (art. 83-A, §1º).
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A Lei 13.190/15 também acrescentou o art. 83-B à LEP, passando a prever as funções e
atividades que não poderão ser objeto de delegação no âmbito do sistema prisional:
Art. 83-B. São indelegáveis as funções de direção, chefia e coordenação no âmbito do sistema pe-
nal, bem como todas as atividades que exijam o exercício do poder de polícia, e notadamente:
I – Classificação de condenados;
II – Aplicação de sanções disciplinares;
III – Controle de rebeliões;
IV – Transporte de presos para órgãos do Poder Judiciário, hospitais e outros locais externos aos
estabelecimentos penais.
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O art. 84, §1º da LEP prevê a separação entre presos provisórios com base nos seguintes
critérios:
Art. 84, § 1º Os presos provisórios ficarão separados de acordo com os seguintes critérios:
I – acusados pela prática de crimes hediondos ou equiparados;
II – acusados pela prática de crimes cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa;
III – acusados pela prática de outros crimes ou contravenções diversos dos apontados nos incisos
I e II.
Errado.
JURISPRUDÊNCIA
Considerando que é dever do Estado, imposto pelo sistema normativo, manter em seus
presídios os padrões mínimos de humanidade previstos no ordenamento jurídico, é de
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sua responsabilidade, nos termos do art. 37, § 6º, da Constituição, a obrigação de ressar-
cir os danos, inclusive morais, comprovadamente causados aos detentos em decorrência
da falta ou insuficiência das condições legais de encarceramento (STF – RE 580252/MS,
Rel. Orig. Min. Teori Zavascki, red. p/ o ac. Min. Gilmar Mendes, julgado em 16/02/2017
– Informativo 854)
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acessíveis. Desta maneira, não é permitido que a penitenciária esteja localizada, por exemplo,
em local que não haja transporte público.
Em cada região haverá, pelo menos, uma Casa do Albergado, a qual deverá conter, além dos aposen-
tos para acomodar os presos, local adequado para cursos e palestras.
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As cadeias Públicas são destinadas aos presos provisórios. Além destes, o art. 201 da LEP
aponta que:
Como vimos no art. 84, os presos provisórios deverão ser separados dos condenados de-
finitivos. Portanto, as penitenciárias não se confundem com as cadeias públicas e nem com
celas de delegacia!
As penitenciárias abrigam pessoas definitivamente condenadas à pena de reclusão, em
regime fechado. As cadeias Públicas são ocupadas por presos provisórios. As celas de dele-
gacia, por sua vez, não são destinadas à acomodação duradoura de nenhum preso, na verdade,
elas só deverão ser utilizadas em situações de manutenção do preso em flagrante enquanto o
procedimento de lavratura do respectivo auto é realizado.
O art. 103 estabelece que:
Cada comarca terá, pelo menos 1 (uma) cadeia pública a fim de resguardar o interesse da Adminis-
tração da Justiça Criminal e a permanência do preso em local próximo ao seu meio social e familiar.
Ao contrário do que ocorre com as penitenciárias de homens (art. 90), as cadeias públicas
devem ser instaladas em locais próximos aos centros urbanos. Sua estrutura deverá obedecer
às disposições previstas no art. 88. Logo, o preso provisório será alojado em cela individual,
que conterá dormitório, aparelho sanitário e lavatório, devendo atender aos requisitos de salu-
bridade e de área mínima equivalente a 6m² (seis metros quadrados).
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Obs.: O art. 33, §1º do CP prevê que os condenados à regime semiaberto cumprirão pena em
Colônias agrícolas, industriais ou estabelecimento similar. Já os Condenados a regime
aberto, cumprirão a pena em Casa de Albergado ou estabelecimento adequado. Mas o
que ocorre se não houver estes estabelecimentos na localidade em que o condenado
deva cumprir a pena? O STF enfrentou esta questão estabelecendo algumas premis-
sas importantes...
Primeiramente, é importante sabermos que o sistema penal brasileiro possui caráter pro-
gressivo. Assim, a pena privativa de liberdade é cumprida progressivamente, evoluindo-se do
regime mais gravoso para o menos gravoso, à medida em que o condenado cumpre os requi-
sitos legais. O condenado a pena de reclusão, por exemplo, irá iniciar seu cumprimento em
regime fechado, podendo evoluir para o semiaberto e, posteriormente, para o aberto.
Acontece que, no Brasil, muitos estados não possuem Colônias agrícolas, industriais ou
estabelecimento similar (para cumprimento do regime semiaberto) ou casa de albergado (para
cumprimento do regime aberto). O que fazer, nestes casos? A Súmula Vinculante 56 do STF
estabelece que:
JURISPRUDÊNCIA
Súmula Vinculante n. 56: A falta de estabelecimento penal adequado não autoriza a
manutenção do condenado em regime prisional mais gravoso, devendo-se observar,
nessa hipótese, os parâmetros fixados no RE 641.320/RS.
De acordo com esta Súmula, o condenado que progride de pena não pode ser mantido em
regime prisional mais gravoso em razão da falta de estabelecimento penal na localidade, sob
pena de haver “excesso de execução”.
Assim, o condenado que, por exemplo, tenha progredido do regime fechado para o semia-
berto, terá direito a ser deslocado da penitenciária para uma colônia agrícola, industrial ou es-
tabelecimento similar. Do mesmo modo, aquele que progrediu para o regime aberto terá direito
a ir para uma Casa de Albergado ou outro estabelecimento adequado.
Assim, a ausência de colônia agrícola ou industrial poderá ser suprida por outro “estabe-
lecimento similar”. Do mesmo modo, a ausência de casa de albergado poderá ser suprida por
“estabelecimento adequado”, como aponta o art. 33, §1º do CP. O juiz da execução penal irá
analisar se estes locais preenchem os requisitos necessários para o cumprimento da pena. No
entanto, é importante lembrarmos que os presos em regime semiaberto e aberto não poderão
ser colocados no mesmo alojamento dos presos em regime fechado. Desta forma, o STF es-
tabelece que:
JURISPRUDÊNCIA
Os juízes da execução penal podem avaliar os estabelecimentos destinados aos regimes
semiaberto e aberto, para qualificação como adequados a tais regimes. São aceitá-
veis estabelecimentos que não se qualifiquem como “colônia agrícola, industrial” (regime
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JURISPRUDÊNCIA
Ante o exposto, resolvo a controvérsia com repercussão geral fixando o entendimento de
que: a) a falta de estabelecimento penal adequado não autoriza a manutenção do con-
denado em regime prisional mais gravoso; b) os juízes da execução penal poderão ava-
liar os estabelecimentos destinados aos regimes semiaberto e aberto, para qualificação
como adequados tais regimes. São aceitáveis estabelecimentos que não se qualifiquem
como ‘colônia agrícola, industrial’ (regime semiaberto) ou ‘casa de albergado ou estabe-
lecimento adequado’ (regime aberto) (art. 33, § 1º, alíneas “b” e “c”); c) havendo déficit de
vagas, deverá determinar-se: ( i) a saída antecipada de sentenciado no regime com falta
de vagas; (ii) a liberdade eletronicamente monitorada ao sentenciado que sai antecipada-
mente ou é posto em prisão domiciliar por falta de vagas; (iii) o cumprimento de penas
restritivas de direito e/ou estudo ao sentenciado que progride ao regime semiaberto. Até
que sejam estruturadas as medidas alternativas propostas, poderá ser deferida a prisão
domiciliar ao sentenciado. (STF. Plenário. RE 641320/RS, Rel. Min. Gilmar Mendes, jul-
gado em 11/5/2016 – Info 825)
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JURISPRUDÊNCIA
PENA – EXECUÇÃO PROVISÓRIA – IMPOSSIBILIDADE – PRINCÍPIO DA NÃO CULPABILI-
DADE. Surge constitucional o artigo 283 do Código de Processo Penal, a condicionar o
início do cumprimento da pena ao trânsito em julgado da sentença penal condenatória,
considerado o alcance da garantia versada no artigo 5º, inciso LVII, da Constituição Fede-
ral, no que direciona a apurar para, selada a culpa em virtude de título precluso na via
da recorribilidade, prender, em execução da sanção, a qual não admite forma provisória.
(STF – ADC 43. Rel. Min. Marco Aurélio. Julgado em 17/10/2019)
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O art. 105 da LEP prevê que “Transitando em julgado a sentença que aplicar pena privativa
de liberdade, se o réu estiver ou vier a ser preso, o Juiz ordenará a expedição de guia de reco-
lhimento para a execução”.
Após o trânsito em julgado da sentença penal condenatória, o processo de conhecimento
estará finalizado. Caso esta sentença condene o réu à privação de liberdade, o Juiz do proces-
so de conhecimento deverá ordenar a expedição da guia de recolhimento, que será extraída
pelo escrivão.
Assim, o juiz que proferiu a sentença condenatória ordenará a expedição da guia de re-
colhimento, que será extraída pelo escrivão, que a rubricará em todas as folhas, e a assinará,
juntamente com o magistrado. Depois disso, esta guia deverá ser remetida para a autoridade
administrativa incumbida da execução. Esta autoridade passará recibo da guia de recolhimen-
to para juntá-la aos autos do processo, dando ciência dos seus termos ao condenado.
Lembre-se de que a execução penal ocorre mediante processo judicial autônomo, de com-
petência do Juízo da execução (art. 194). Este processo só poderá ser iniciado se houver a guia
de recolhimento, contendo informações importantes para a individualização da pena (como o
nome do condenado, o número de seu RG, grau de instrução, informações sobre antecedentes,
o teor da denúncia e da sentença, certidão de trânsito em julgado etc.) Deste modo, o art. 106
estabelece que:
Art. 106. A guia de recolhimento, extraída pelo escrivão, que a rubricará em todas as folhas e a
assinará com o Juiz, será remetida à autoridade administrativa incumbida da execução e conterá:
I – o nome do condenado;
II – a sua qualificação civil e o número do registro geral no órgão oficial de identificação;
III – o inteiro teor da denúncia e da sentença condenatória, bem como certidão do trânsito em jul-
gado;
IV – a informação sobre os antecedentes e o grau de instrução;
V – a data da terminação da pena;
VI – outras peças do processo reputadas indispensáveis ao adequado tratamento penitenciário.
§ 1º Ao Ministério Público se dará ciência da guia de recolhimento.
§ 2º A guia de recolhimento será retificada sempre que sobrevier modificação quanto ao início da
execução ou ao tempo de duração da pena.
§ 3º Se o condenado, ao tempo do fato, era funcionário da Administração da Justiça Criminal, far-
-se-á, na guia, menção dessa circunstância, para fins do disposto no § 2º, do artigo 84, desta Lei.
Ninguém será recolhido, para cumprimento de pena privativa de liberdade, sem a guia expedida pela
autoridade judiciária.
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O condenado a quem sobrevier doença mental será internado em Hospital de Custódia e Tratamento
Psiquiátrico.
O art. 183 da LEP prevê a possibilidade de o juiz da execução substituir a pena privativa de
liberdade por medida de segurança, quando, no curso da execução, sobrevier doença mental
ou perturbação da saúde mental.
Cumprida ou extinta a pena, o condenado será posto em liberdade, mediante alvará do Juiz,
se por outro motivo não estiver preso (art. 109).
Art. 33, § 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma progressiva, se-
gundo o mérito do condenado, observados os seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses de
transferência a regime mais rigoroso:
a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá começar a cumpri-la em regime fechado;
b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e não exceda a 8 (oito),
poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime semiaberto;
c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos, poderá, desde o
início, cumpri-la em regime aberto
O art. 42 do CP e 387, §2º do CPP nos informam que, ao estabelecer o regime inicial de
cumprimento de pena, caberá ao juízo sentenciante computar o tempo que o réu passou em
prisão provisória, prisão administrativa ou internação, seja no Brasil ou no estrangeiro. O abati-
mento destes períodos, na sentença condenatória, recebe o nome de detração.
Por outro lado, “Quando houver condenação por mais de um crime, no mesmo processo ou
em processos distintos, a determinação do regime de cumprimento será feita pelo resultado
da soma ou unificação das penas, observada, quando for o caso, a detração ou remição”. (art.
111 da LEP)
“Sobrevindo condenação no curso da execução, somar-se-á a pena ao restante da que está
sendo cumprida, para determinação do regime”. (art. 111, parágrafo único). Neste caso, é pos-
sível que o condenado tenha sua pena regredida, como prevê o art. 118, II:
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Art. 118. A execução da pena privativa de liberdade ficará sujeita à forma regressiva, com a transfe-
rência para qualquer dos regimes mais rigorosos, quando o condenado: II - sofrer condenação, por
crime anterior, cuja pena, somada ao restante da pena em execução, torne incabível o regime (artigo
111).
O sistema penal brasileiro possui caráter progressivo. Assim, a pena privativa de liberdade
é cumprida progressivamente, evoluindo-se do regime mais gravoso para o menos gravoso,
à medida em que o condenado cumpre os requisitos legais. O condenado a pena superior a
8 anos, por exemplo, irá iniciar seu cumprimento em regime fechado, podendo evoluir para o
semiaberto e, posteriormente, para o aberto, quando cumprir as exigências previstas na LEP.
O STJ não admite que esta progressão ocorra per saltum! Assim, não é possível, por exem-
plo, que o condenado a regime fechado progrida para o aberto sem ter passado, antes, pelo
regime semiaberto. Neste sentido, a Súmula 491 prevê que
Súmula 491-STJ: É inadmissível a chamada progressão per saltum de regime prisional.
A progressão de regime de cumprimento de pena ocorrerá por meio de decisão judicial fun-
damentada, proferida pelo juízo da execução penal após a manifestação do Ministério Público
e do defensor. (art. 112, §2º da LEP)
O art. 112 da Lei n. 7.210/1984 estabelece os requisitos necessários para que o condenado
à pena privativa de liberdade faça jus à progressão de regime. Este artigo sofreu profundas
alterações, promovidas pelo Pacote Anticrime (Lei 13.964/19), que recrudesceu os critérios
necessários para esta progressão. Por ser uma norma penal mais gravosa (novatio legis in
mellius), a aplicação desta norma só ocorrerá para fatos ocorridos após a sua vigência.
A doutrina costuma dividir os requisitos para a concessão da progressão de regime em
objetivos e subjetivos. Os requisitos objetivos dizem respeito ao tempo de cumprimento de
pena e estão previstos no art. 112, I a VII da LEP. Já os requisitos subjetivos, dizem respeito à
conduta do apenado, e está disposto no §1º do art. 112.
Art. 112. A pena privativa de liberdade será executada em forma progressiva com a transferência
para regime menos rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando o preso tiver cumprido ao menos:
I – 16% (dezesseis por cento) da pena, se o apenado for primário e o crime tiver sido cometido sem
violência à pessoa ou grave ameaça;
II – 20% (vinte por cento) da pena, se o apenado for reincidente em crime cometido sem violência à
pessoa ou grave ameaça;
III – 25% (vinte e cinco por cento) da pena, se o apenado for primário e o crime tiver sido cometido
com violência à pessoa ou grave ameaça;
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IV – 30% (trinta por cento) da pena, se o apenado for reincidente em crime cometido com violência
à pessoa ou grave ameaça;
V – 40% (quarenta por cento) da pena, se o apenado for condenado pela prática de crime hediondo
ou equiparado, se for primário;
VI – 50% (cinquenta por cento) da pena, se o apenado for:
a) condenado pela prática de crime hediondo ou equiparado, com resultado morte, se for primário,
vedado o livramento condicional;
b) condenado por exercer o comando, individual ou coletivo, de organização criminosa estruturada
para a prática de crime hediondo ou equiparado; ou
c) condenado pela prática do crime de constituição de milícia privada
VII – 60% (sessenta por cento) da pena, se o apenado for reincidente na prática de crime hediondo
ou equiparado;
VIII – 70% (setenta por cento) da pena, se o apenado for reincidente em crime hediondo ou equipa-
rado com resultado morte, vedado o livramento condicional.
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(previsto no art. 112, V da LEP). Se houver resultado morte, o condenado deverá cumprir 50%
da pena, como estabelece o art. 112, VI “a”.
JURISPRUDÊNCIA
Tendo em vista a legalidade e a taxatividade da norma penal (art. 5º, XXXIX, CF), a alte-
ração promovida pela Lei 13.964/2019 no art. 112 da LEP não autoriza a incidência do
percentual de 60% (inc. VII) aos condenados reincidentes não específicos para o fim
de progressão de regime. Diante da omissão legislativa, impõe-se a analogia in bonam
partem, para aplicação, inclusive retroativa, do inciso V do artigo 112 da LEP (lapso tem-
poral de 40%) ao condenado por crime hediondo ou equiparado sem resultado morte
reincidente não específico (STF, Plenário, ARE 1327963/SP, Rel. Min. Gilmar Mendes, j. em
17/09/2021 - Repercussão Geral – Tema 1169 - Info 1032).
A progressão de regime do reincidente não específico em crime hediondo ou equiparado
com resultado morte deve observar o que previsto no inciso VI, a, do artigo 112 da Lei
de Execução Penal (STJ, 6ª Turma, HC 581.315-PR, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, j. em
06/10/2020 - Info 681).
Obs.: O crime de tráfico de drogas privilegiado, previsto no art. 33, §4º da Lei 11.343/06, não
é considerado crime hediondo! Considera-se tráfico privilegiado a causa de diminuição
de pena (de um sexto a dois terços) aplicada ao agente primário, de bons anteceden-
tes, que não se dedica às atividades criminosas nem integra organização criminosa.
É vedado o livramento condicional ao preso por crime hediondo ou equiparado com
resultado morte, seja ele primário ou reincidente.
Art. 112, §6º O cometimento de falta grave durante a execução da pena privativa de liberdade inter-
rompe o prazo para a obtenção da progressão no regime de cumprimento da pena, caso em que o
reinício da contagem do requisito objetivo terá como base a pena remanescente.
Ainda que o apenado cumpra o tempo de pena necessário à progressão do regime, esta só
será deferida se este preencher o requisito subjetivo da boa conduta carcerária, a ser compro-
vada pelo diretor do estabelecimento, como nos informa o art. 112, §1º da LEP:
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De acordo com o STJ, a prática de falta disciplinar grave descaracteriza o requisito subje-
tivo da “boa conduta carcerária”, previsto no art. 112, §1º como necessário à progressão do
regime. Desta maneira, a corte entende que:
JURISPRUDÊNCIA
A prática de falta grave no curso da execução penal constitui fundamento idôneo para
negar a progressão de regime, ante a ausência de preenchimento do requisito subjetivo.
(STJ – Jurisprudência em Teses n. 146. Enunciado 10).
O bom comportamento é readquirido após 1 (um) ano da ocorrência do fato, ou antes, após o cum-
primento do requisito temporal exigível para a obtenção do direito.
Para o STJ:
JURISPRUDÊNCIA
Faltas graves cometidas em período longínquo e já reabilitadas não configuram funda-
mento idôneo para indeferir o pedido de progressão de regime, para que os princípios da
razoabilidade e da ressocialização da pena e o direito ao esquecimento sejam respeita-
dos (STJ – Jurisprudência em Teses n. 144. Enunciado 1).
Art. 112, § 3º No caso de mulher gestante ou que for mãe ou responsável por crianças ou pessoas
com deficiência, os requisitos para progressão de regime são, cumulativamente:
I – não ter cometido crime com violência ou grave ameaça a pessoa
II – não ter cometido o crime contra seu filho ou dependente
III – ter cumprido ao menos 1/8 (um oitavo) da pena no regime anterior
IV – ser primária e ter bom comportamento carcerário, comprovado pelo diretor do estabelecimento;
V – não ter integrado organização criminosa.
Portanto a mulher que seja gestante, mãe de crianças ou responsável por pessoa com
deficiência, poderá progredir de regime se tiver cumprido 1/8 (um oitavo) da pena, desde que
seja primária, tenha bom comportamento carcerário, não tenha integrado organização crimi-
nosa, não tenha cometido crime com violência ou grave ameaça à pessoa ou contra seu filho
ou dependente.
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O art. 112, §4º estabelece que “O cometimento de novo crime doloso ou falta grave impli-
cará a revogação do benefício”
Vimos, até aqui, os requisitos necessários para que a progressão de regime de cumprimen-
to da pena privativa de liberdade (de mais para menos gravosa). O art. 118 traz hipóteses em
que a pena privativa de liberdade poderá regredir, (de menos rigorosa para a mais rigorosa).
A regressão dependerá de decisão judicial fundamentada, proferida após a manifestação
da defesa técnica do condenado.
Vimos que o nosso ordenamento jurídico não admite a progressão de regime per saltum.
Contudo, é possível que o condenado regrida do regime aberto para o fechado sem passar pelo
semiaberto. Neste sentido, o STJ entende que:
JURISPRUDÊNCIA
A prática de falta grave durante a execução permite a regressão de regime de pena per
saltum (art. 118, I, da LEP), sendo desnecessária a observância da forma progressiva
estabelecida no art. 112 da mesma lei (STJ – Jurisprudência em Teses n. 146. Enunciado
18).
Não custa lembrar, ainda, que o art. 33 do Código Penal estabelece que a detenção será
cumprida em regime inicial semiaberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a re-
gime fechado! Portanto, na hipótese de regressão de regime, é possível que o condenado a
detenção seja transferido para o regime fechado.
A pena poderá regredir quando o condenado:
1. praticar fato definido como crime doloso ou falta grave - Neste caso, o STJ entende que
a sanção disciplinar será aplicada por meio de procedimento específico, independente do trân-
sito em julgado da sentença penal condenatória que trate sobre o crime praticado.
JURISPRUDÊNCIA
Súmula 526 do STJ: O reconhecimento de falta grave decorrente do cometimento de fato
definido como crime doloso no cumprimento da pena prescinde do trânsito em julgado
de sentença penal condenatória no processo penal instaurado para apuração do fato.
2. Sofrer condenação, por crime anterior, cuja pena, somada ao restante da pena em execu-
ção, torne incabível o regime (artigo 111).
3. O condenado será transferido do regime aberto se, além das hipóteses referidas nos
incisos anteriores, frustrar os fins da execução ou não pagar, podendo, a multa cumulativamen-
te imposta.
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O ingresso do condenado em regime aberto supõe a aceitação de seu programa e das con-
dições impostas pelo Juiz (art. 113 da LEP).
De acordo com o art. 114, só poderá ingressar em regime aberto o condenado que:
a) Estiver trabalhando ou comprovar a possibilidade de fazê-lo imediatamente.
b) Apresentar, pelos seus antecedentes ou pelo resultado dos exames a que foi submetido,
fundados indícios de que irá ajustar-se, com autodisciplina e senso de responsabilidade, ao
novo regime.
A LEP prevê condições gerais que devem ser obrigatoriamente cumpridas pelo condenado
que ingressa em regime aberto. São elas:
1) permanecer no local que for designado, durante o repouso e nos dias de folga – Vimos
que, em regra o regime aberto deverá ser cumprido em Casa de Albergado ou estabelecimen-
to adequado.
2) Sair para o trabalho e retornar, nos horários fixados;
3) Não se ausentar da cidade onde reside, sem autorização judicial;
4) Comparecer a Juízo, para informar e justificar as suas atividades, quando for determinado.
Além destas condições gerais (previstas no art. 115 da LEP), o juiz poderá estabelecer
condições específicas, de acordo com o caso concreto. Porém, o STJ afirma que não será ad-
missível a fixação de pena substitutiva como condição especial para o ingresso do condenado
a regime aberto.
JURISPRUDÊNCIA
Súmula 493, STJ: É inadmissível a fixação de pena substitutiva (art. 44 do CP) como con-
dição especial ao regime aberto.
Logo, o juiz não poderá, por exemplo, fixar a pena de prestação de serviços á comunidade
como condição especial para que o condenado ingresso no regime aberto.
O magistrado poderá modificar as condições estabelecidas, de ofício, a requerimento do
Ministério Público, da autoridade administrativa ou do condenado, desde que as circunstân-
cias assim o recomendem.
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A permissão de saída poderá ser concedida aos condenados que cumprem pena em regi-
me fechado ou semiaberto e os presos provisórios. Esta concessão será realizada pelo diretor
do estabelecimento onde se encontra o preso.
A permissão de saída ocorrerá mediante escolta, nos seguintes casos:
1. Falecimento ou doença grave do cônjuge, companheira, ascendente, descenden-
te ou irmão;
2. Necessidade de tratamento médico (parágrafo único do artigo 14).
O art. 121 da LEP prevê que “A permanência do preso fora do estabelecimento terá a dura-
ção necessária à finalidade da saída”.
A saída temporária só poderá ser concedida aos condenados que cumprem pena em re-
gime semiaberto. Sua concessão dependerá de decisão judicial fundamentada, devendo ser
ouvidos o Ministério Público e a administração penitenciária.
O STJ não admite que o juiz da execução penal delegue a competência de autorização da
saída temporária para o diretor do estabelecimento.
JURISPRUDÊNCIA
Súmula 520 do STJ - O benefício de saída temporária no âmbito da execução penal é ato
jurisdicional insuscetível de delegação à autoridade administrativa do estabelecimento
prisional.
A saída temporária ocorrerá sem vigilância direta do condenado. Porém, o juiz da execução
penal poderá determinar a utilização de equipamento de monitoração eletrônica. Por outro
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lado, o STJ entende que o monitoramento eletrônico, em qualquer hipótese, só poderá ser de-
terminado se a decisão judicial justificar, de forma fundamentada, a necessidade do controle.
JURISPRUDÊNCIA
Assim como tem a jurisprudência exigido motivação concreta para a incidência de cau-
telares durante o processo criminal, a fixação de medidas de controle em fase de exe-
cução da pena igual motivação exigem, de modo que a incidência genérica - sempre e
sem exame da necessidade da medida gravosa - de tornozeleiras eletrônicas não pode
ser admitida. (STJ - HC 351.273/CE, Rel. Ministro Nefi Cordeiro, Sexta Turma, julgado em
02/02/2017, DJe 09/02/2017).
O ideal é que o benefício da saída temporária seja analisado individualmente pelo juiz da
execução penal. Porém, a quantidade de condenados com direito ao benefício tem dificultado
a apreciação judicial individualizada e prejudicado o direito subjetivo do apenado. Por conta
disso, o STJ tem admitido que, em ato judicial único, seja fixado um calendário anual de saídas
temporárias. A doutrina tem chamado esta possibilidade de “saída temporária automatizada”.
JURISPRUDÊNCIA
POSSIBILIDADE DE FIXAÇÃO DE CALENDÁRIO ANUAL DE SAÍDAS TEMPORÁRIAS POR
ATO JUDICIAL ÚNICO. RECURSO REPETITIVO. É recomendável que cada autorização de
saída temporária do preso seja precedida de decisão judicial motivada. Entretanto, se a
apreciação individual do pedido estiver, por deficiência exclusiva do aparato estatal, a
interferir no direito subjetivo do apenado e no escopo ressocializador da pena, deve ser
reconhecida, excepcionalmente, a possibilidade de fixação de calendário anual de saídas
temporárias por ato judicial único, observadas as hipóteses de revogação automática do
art. 125 da LEP (STJ - STJ, REsp 1.544.036-RJ, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, Terceira
Seção, julgado em 14/9/2016, DJe 19/9/2016. Recurso repetitivo - Informativo 590).
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Obs.: Não terá direito à saída temporária o condenado que cumpre pena por praticar crime
hediondo com resultado morte. Em síntese, o condenado por crime hediondo com
resultado morte, quando primário, só poderá regredir de regime após o cumprimento
de 50% da pena. Se for reincidente específico, a progressão dependerá do cumprimen-
to de 70% da pena. Além disso, estes condenados não terão direito à saída temporária
e nem ao livramento condicional.
Perceba que o prazo de Saída Temporária é concedido em dias, não podendo, assim, ser
superior a 7 dias. Este benefício poderá ser renovado, por decisão judicial, por mais 4 vezes
durante o ano. Quanto ao período de horas de cada dia de saída, o art. 124, §2º estabelece
que, em se tratando de curso de ensino médio, superior ou profissionalizante, a saída tempo-
rária (concedida por até 7 dias) terá o tempo necessário para o cumprimento das atividades
discentes.
JURISPRUDÊNCIA
HABEAS CORPUS: SAÍDA TEMPORÁRIA DE PRESO E CONTAGEM DE PRAZO. A contagem
do prazo do benefício de saída temporária de preso é feita em dias e não em horas. Com
base nessa orientação, a Segunda Turma denegou a ordem de habeas corpus em que se
pretendia a contagem de tal benesse a partir da 00h do primeiro dia. No caso, o paciente
aduzia que sua liberação apenas às doze horas do primeiro dia do benefício prejudicaria a
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fruição do prazo legalmente previsto de sete dias (LEP, art. 124), porque usufruiria apenas
seis dias e meio de tal direito. Assim, considerava que a saída temporária não deveria se
sujeitar à estrita forma de contagem do prazo prevista no art. 10 do Código Penal (“Art.
10. O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os
anos pelo calendário comum”). A Turma destacou ser indevida, na ordem penal, a con-
tagem do prazo em horas e, por isso, manteve o cômputo em forma de dias. Ademais, a
se entender de forma diversa, estar-se-ia colocando em risco a segurança do estabele-
cimento penal, bem como a organização do sistema prisional. (STF, HC 130883/SC, Rel.
Min. Dias Toffoli, 2ª Turma, Julgado em 31.5.2016 - Informativo 828)
De acordo com o STJ “O cometimento de falta grave é motivo idôneo para o indeferimento
do benefício da saída temporária, por ausência de preenchimento do requisito subjetivo”. (STJ
– Jurisprudência em Teses n. 146. Enunciado 14). De acordo com este entendimento, aquele
que comete falta disciplinar de natureza grave não possui “comportamento adequado”, requi-
sito necessário para a concessão do benefício da saída temporária (art. 123, I).
Hipóteses de revogação do benefício da saída temporária ocorrem quando o condenado:
1. praticar fato definido como crime dolos
2. for punido por falta grave,
3. desatender as condições impostas na autorização
4. revelar baixo grau de aproveitamento do curso
Obs.: Apesar de o art. 125 falar em “revogação automática”, a doutrina e jurisprudência enten-
dem que esta revogação possui natureza sancionatória, logo, depende de decisão judi-
cial fundamentada, em que sejam assegurados o contraditório e a ampla defesa do
condenado.
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O abatimento (remição), de parte do tempo da pena, será feito de acordo com os seguintes
critérios:
a) 1 dia de pena a cada 12 horas de frequência escolar. Estas 12 horas serão divididas em
no mínimo 3 dias
b) 1 dia de pena a cada 3 dias de trabalho.
Obs.: Além das hipóteses previstas LEP (art. 126, §1º, I e II) a Portaria Conjunta n. 276/2012,
do Departamento Penitenciário Nacional prevê a “leitura de obras literárias” como
outra possibilidade de remição do tempo de cumprimento de pena, a ser aplicável nas
Penitenciárias Federais!! O art. 4º desta Portaria estabelece que:
Segundo o critério objetivo, o preso terá o prazo de 21 (vinte e um) a 30 (trinta) dias para leitura de
uma obra literária, apresentando ao final deste período uma resenha a respeito do assunto, possibi-
litando, segundo critério legal de avaliação, a remição de 04 (quatro) dias de sua pena e ao final de
até 12 (doze) obras lidas e avaliadas, terá a possibilidade de remir 48 (quarenta e oito) dias, no prazo
de 12 (doze) meses, de acordo com a capacidade gerencial da Unidade.
Diante desta previsão, o STJ entende que “A atividade de leitura pode ser considerada para
fins de remição de parte do tempo de execução da pena.” (STJ - HC 312.486-SP, Rel. Min. Se-
bastião Reis Júnior, 6ª Turma, julgado em 9/6/2015 - Informativo 564).
É possível a remição quando o preso não executar trabalho ou estudo em razão da falta de
oferta da unidade prisional? O STF entendeu que não. De acordo com a Corte, a remição ficta
não é possível. Ou seja, o abatimento do tempo de execução da pena exige o efetivo trabalho
ou frequência escolar.
JURISPRUDÊNCIA
Não se admite a remição ficta da pena. Embora o Estado tenha o dever de prover traba-
lho aos internos que desejem laborar, reconhecer a remição ficta da pena, nesse caso,
faria com que todas as pessoas do sistema prisional obtivessem o benefício, fato que
causaria substancial mudança na política pública do sistema carcerário, além de invadir
a esfera do Poder Executivo. O instituto da remição exige, necessariamente, a prática de
atividade laboral ou educacional. Trata-se de reconhecimento pelo Estado do direito à
diminuição da pena em virtude de trabalho efetuado pelo detento. Não sendo realizado
trabalho, estudo ou leitura, não há que se falar em direito à remição. (STF – Informativo
904)
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O STJ entende que o condenado tem direito à remição por estudo ainda que as aulas ocor-
ram durante os finais de semana ou em dias não úteis!
JURISPRUDÊNCIA
A remição da pena pelo estudo deve ocorrer independentemente de a atividade estu-
dantil ser desenvolvida em dia não útil. O art. 126 da Lei 7.210/1984 dispõe que a conta-
gem de tempo para remição da pena pelo estudo deve ocorrer à razão de 1 dia de pena
para cada 12 horas de frequência escolar, não havendo qualquer ressalva sobre a con-
sideração apenas dos dias úteis para realização da referida contagem, sendo, inclusive,
expressamente mencionada a possibilidade de ensino a distância. (STJ - AgRg no REsp
1.487.218-DF, Rel. Min. Ericson Maranho, Desembargador convocado do TJ/SP, julgado
em 5/2/2015, DJe 24/2/2015. – Informativo 556)
JURISPRUDÊNCIA
Segundo o art. 30 da LEP, a jornada diária de trabalho do apenado deve ser de, no mínimo,
6 horas e, no máximo, 8 horas. Apesar disso, se um condenado, por determinação da dire-
ção do presídio, trabalha 4 horas diárias (menos do que prevê a Lei), este período deverá
ser computado para fins de remição de pena. Como esse trabalho do preso foi feito por
orientação ou estipulação da direção do presídio, isso gerou uma legítima expectativa de
que ele fosse aproveitado, não sendo possível que seja desprezado, sob pena de ofensa
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aos princípios da segurança jurídica e da proteção da confiança. Vale ressaltar, mais uma
vez, o trabalho era cumprido com essa jornada por conta da determinação do presídio e
não por um ato de insubmissão ou de indisciplina do preso. (STF. RHC 136509/MG, Rel.
Min. Dias Toffoli, 2ª Turma, julgado em 4/4/2017 - Informativo 860)
O condenado poderá cumular as horas de trabalho e de estudo para fins de remição. Ha-
vendo esta possibilidade, as horas diárias destas atividades serão definidas de forma a se
compatibilizarem (art. 126, §3º).
O preso impossibilitado, por acidente, de prosseguir no trabalho ou nos estudos continuará
a beneficiar-se com a remição (art. 126, §4º)
O caput do art. 126 confere o direito à remição, de parte do período de execução da pena,
ao condenado a regime fechado ou semiaberto. Este direito também poderá ser concedido ao
preso cautelar. Neste caso, o exercício do trabalho, ou a frequência escolar, serão abatidos da
pena, no momento de sua fixação na sentença condenatória.
O art. 126, §6º possui a seguinte redação:
Art. 126, §6º O condenado que cumpre pena em regime aberto ou semiaberto e o que usufrui liber-
dade condicional poderão remir, pela frequência a curso de ensino regular ou de educação profissio-
nal, parte do tempo de execução da pena ou do período de prova, observado o disposto no inciso I
do § 1º deste artigo.
A partir da leitura deste dispositivo o STF entende que o condenado a regime aberto não
terá direito à remição em razão do exercício de trabalho. Em outras palavras, o direito à remi-
ção, ao condenado a regime aberto, só se aplica em caso de frequência escolar. Nesta hipóte-
se, poderá ocorrer o abatimento do tempo de execução da pena ou do período de prova.
Com base no art. 126, §6º do STF entende que o condenado a regime aberto só terá direito à
remição em caso de estudo (frequência escolar).
Errado.
O art. 127 da LEP prevê que, “Em caso de falta grave, o juiz poderá revogar até 1/3 (um
terço) do tempo remido, recomeçando a contagem a partir da data da infração disciplinar”. De
acordo com o STJ, não é necessária a existência de declaração judicial da remição, neste caso.
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Execução Penal
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JURISPRUDÊNCIA
O reconhecimento de falta grave no curso da execução penal justifica a perda de até 1/3
do total de dias trabalhados pelo apenado até a data do ato de indisciplina carcerária,
ainda que não haja declaração judicial da remição, consoante a interpretação sistemática
e teleológica do art. 127 da LEP (STJ - Jurisprudência em Teses n. 145. Enunciado 9).
O tempo remido será computado como pena cumprida, para todos os efeitos.
Declarar ou atestar, falsamente, prestação de serviço para fim de instruir pedido de remi-
ção, configura crime de falsidade ideológica, previsto no art. 299 do CP.
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A Súmula 441 do STJ estabelece que “A falta grave não interrompe o prazo para obtenção
de livramento condicional”.
O juiz poderá definir a fiscalização por meio da monitoração eletrônica, quando autorizar
a saída temporária no regime semiaberto ou determinar a prisão domiciliar. O STJ entende
que esta forma de fiscalização só se justifica se houver fundamentos concretos, sob pena de
configurar constrangimento ilegal ao apenado (STJ, HC 351.273-CE,Rel. Min. Nefi Cordeiro, 6ª
Turma, julgado em 2/2/2017, DJe 9/2/2017 -. Informativo 597)
Na decisão que concede a saída temporária, ou a prisão domiciliar, e define a fiscalização
por meio de monitoração eletrônica, deverá estabelecer a “área de inclusão” (espaço territorial
em que a pessoa monitorada pode circular) ou a “área de exclusão” (espaço em que o monito-
rado não poderá transitar).
O condenado submetido à fiscalização eletrônica terá que cumprir os deveres previstos no
art. 146-C: a) receber visitas, responder contatos e cumprir as orientações do servidor respon-
sável pela monitoração eletrônica; b) abster-se de remover, de violar, de modificar, de danificar
de qualquer forma o dispositivo de monitoração eletrônica ou de permitir que outrem o faça.
A violação comprovada destes deveres poderá acarretar, a critério do juiz da execução,
ouvidos o Ministério Público e a defesa: a) a regressão de regime; b) revogação da autorização
de saída temporária; c) revogação da prisão domiciliar; d) advertência por escrito
A monitoração eletrônica poderá ser revogada: I - quando se tornar desnecessária ou ina-
dequada; II - se o acusado ou condenado violar os deveres a que estiver sujeito durante a sua
vigência ou cometer falta grave.
JURISPRUDÊNCIA
Súmula 643 do STJ: A execução da pena restritiva de direitos depende do trânsito em
julgado da condenação
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às condições pessoais do condenado e às características do estabelecimento, da entidade ou do
programa comunitário ou estatal.
O trabalho terá a duração de 8 (oito) horas semanais e será realizado aos sábados, do-
mingos e feriados, ou em dias úteis, de modo a não prejudicar a jornada normal de trabalho. A
execução terá início a partir da data do primeiro comparecimento.
A entidade beneficiada com a prestação de serviços encaminhará mensalmente, ao Juiz
da execução, relatório circunstanciado das atividades do condenado, bem como, a qualquer
tempo, comunicação sobre ausência ou falta disciplinar.
I – Proibição do exercício de cargo, função ou atividade pública, bem como de mandato eletivo;
II – Proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que dependam de habilitação especial,
de licença ou autorização do poder público;
III – Suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir veículo.
IV – Proibição de frequentar determinados lugares.
V – Proibição de inscrever-se em concurso, avaliação ou exame públicos.
Na hipótese de pena de interdição do artigo 47, inciso I, do Código Penal, a autoridade de-
verá, em 24 (vinte e quatro) horas, contadas do recebimento do ofício, baixar ato, a partir do
qual a execução terá seu início.
Nas hipóteses do artigo 47, incisos II e III, do Código Penal, o Juízo da execução determina-
rá a apreensão dos documentos, que autorizam o exercício do direito interditado.
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Fixação das seguintes teses: (i) O Ministério Público é o órgão legitimado para promover
a execução da pena de multa, perante a Vara de Execução Criminal, observado o procedi-
mento descrito pelos artigos 164 e seguintes da Lei de Execução Penal; (ii) Caso o titular
da ação penal, devidamente intimado, não proponha a execução da multa no prazo de 90
(noventa) dias, o Juiz da execução criminal dará ciência do feito ao órgão competente da
Fazenda Pública (Federal ou Estadual, conforme o caso) para a respectiva cobrança na
própria Vara de Execução Fiscal, com a observância do rito da Lei 6.830/1980. (STF - ADI
3150, Relator(a): Min. Marco Aurélio, Relator(a) p/ Acórdão: Min. Roberto Barroso, Tribu-
nal Pleno, julgado em 13/12/2018, DJe-170 06-08-2019 – Informativo 927)
Obs.: Lembre-se de que a pena de multa aplicada isoladamente, no âmbito dos juizados
especiais criminais, deverá ser executada perante o próprio juizado, como prevê a
Lei 9.099/95.
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A certidão da sentença condenatória transitada em julgado, que fixa a pena de multa, vale-
rá como título executivo judicial. Após a extração desta certidão, o MP irá requerer, perante o
juiz da execução penal, a citação do condenado para, no prazo de 10 (dez) dias, pagar o valor
da multa ou nomear bens à penhora.
Decorrido os 10 (dez) dias sem o pagamento da multa ou o depósito da respectiva impor-
tância, proceder-se-á à penhora de tantos bens quantos bastem para garantir a execução. Nes-
ta hipótese a nomeação de bens à penhora, e a posterior execução, seguirão as disposições da
lei processual civil (art. 164, §2º da LEP).
A execução da pena de multa será suspensa quando sobrevier ao condenado doença men-
tal (art.167 da LEP).
O art. 50, §1º do CP permite que a pena de multa seja descontada no vencimento ou salário
do condenado, desde que não incida sobre recursos indispensáveis ao seu sustento e à sua
família. Este desconto poderá ocorrer quando: a) for aplicada isoladamente; b) aplicada cumu-
lativamente com pena restritiva de direitos; c) concedida a suspensão condicional da pena.
Quando for cabível, o desconto da pena de multa no vencimento, ou no salário, do condena-
do será determinado pelo juiz da execução e realizado mensalmente. O limite máximo do des-
conto mensal será o da quarta parte da remuneração, e o mínimo, o de um décimo (art. 168).
Quando a lei estabelecer, em abstrato, a cumulação da pena privativa de liberdade com a
pena pecuniária, o juiz não poderá, no caso concreto, substituir a prisão por multa. Desta for-
ma, a Súmula 171 do STJ estabelece que:
JURISPRUDÊNCIA
Súmula 171 do STJ: Cominadas Cumulativamente, Em Lei Especial, Penas Privativa De
Liberdade E Pecuniária, E Defeso A Substituição Da Prisão Por Multa.
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JURISPRUDÊNCIA
O tempo de duração da medida de segurança não deve ultrapassar o limite máximo da
pena abstratamente cominada ao delito praticado.
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O art. 181 da LEP prevê os casos em que as penas restritivas de direitos (de prestação de
serviço à comunidade, limitação de fim de semana e de interdição temporária de direitos) são
convertidas em penas privativas de liberdades. Esta conversão ocorre quando o condenado
descumpre injustificadamente as restrições impostas.
Art. 181. A pena restritiva de direitos será convertida em privativa de liberdade nas hipóteses e na
forma do artigo 45 e seus incisos do Código Penal.
§ 1º A pena de prestação de serviços à comunidade será convertida quando o condenado:
a) não for encontrado por estar em lugar incerto e não sabido, ou desatender a intimação por edital;
b) não comparecer, injustificadamente, à entidade ou programa em que deva prestar serviço;
c) recusar-se, injustificadamente, a prestar o serviço que lhe foi imposto;
d) praticar falta grave;
e) sofrer condenação por outro crime à pena privativa de liberdade, cuja execução não tenha sido
suspensa.
§ 2º A pena de limitação de fim de semana será convertida quando o condenado não comparecer
ao estabelecimento designado para o cumprimento da pena, recusar-se a exercer a atividade deter-
minada pelo Juiz ou se ocorrer qualquer das hipóteses das letras “a”, “d” e “e” do parágrafo anterior.
§ 3º A pena de interdição temporária de direitos será convertida quando o condenado exercer, injus-
tificadamente, o direito interditado ou se ocorrer qualquer das hipóteses das letras “a” e “e”, do § 1º,
deste artigo.
O art. 183 da LEP prevê a possibilidade de o juiz converter a pena privativa de liberdade em
medida de segurança, quando, no curso da execução, sobrevier doença mental ou perturbação
da saúde mental do condenado. Esta substituição poderá ocorrer de ofício ou a requerimento,
do Ministério Público, da Defensoria Pública ou da autoridade administrativa
Nesta hipótese, o STJ entende que o tempo da medida de segurança deverá se limitar ao
tempo de cumprimento da pena privativa de liberdade fixada na sentença condenatória em
respeito à coisa julgada.
JURISPRUDÊNCIA
HABEAS CORPUS. EXECUÇÃO. SUPERVENIÊNCIA DE DOENÇA MENTAL. MEDIDA DE
SEGURANÇA SUBSTITUTIVA DE PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE. RÉU QUE PERMANECE
INTERNADO. TEMPO DE CUMPRIMENTO DE PENA CORPORAL EXCEDIDO. FLAGRANTE
CONSTRANGIMENTO ILEGAL. ORDEM CONCEDIDA. (...). 3. A medida de segurança,
prevista na Lei de Execuções Penais, hipótese dos autos, é aplicada quando, no curso
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JURISPRUDÊNCIA
Súmula 631 do STJ - O indulto extingue os efeitos primários da condenação (pretensão
executória), mas não atinge os efeitos secundários, penais ou extrapenais
Portanto, a pessoa beneficiada pela lei que concedeu anistia, não será considerada reinci-
dente caso venha a cometer novos delitos. O indulto, por outro lado, gera reincidência.
A anistia poderá ser aplicada de ofício pelo juiz. O art. 187 da LEP estabelece que:
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MAPAS MENTAIS
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QUESTÕES DE CONCURSO
001. (FAPEC/PC – MS/DELEGADO DE POLÍCIA/2021) A Lei n. 13.964/19 (Pacote Anticrime)
promoveu significativa alteração na execução penal, sobretudo no requisito objetivo para a pro-
gressão do regime de cumprimento de pena. De acordo com a atual redação da Lei n. 7.210/84
(LEP), é INCORRETO afirmar:
a) caso o preso seja reincidente em crime cometido sem violência à pessoa ou grave ameaça,
terá que cumprir ao menos 20% (vinte por cento) da pena para progredir de regime.
b) sendo reincidente em crime cometido com violência à pessoa ou grave ameaça, poderá
progredir se cumprir ao menos 30% (trinta por cento) da pena.
c) se o apenado for reincidente em crime hediondo ou equiparado com resultado morte, deve
cumprir aos menos 70% (setenta por cento) da pena para progredir. Nesse caso, veda-se o
livramento condicional.
d) se ele for condenado pela prática de crime hediondo ou equiparado, com resultado morte,
sendo primário, progredirá se cumprir ao menos 60% da pena, vedado o livramento condicional.
e) o pacote anticrime não previu, todavia, o quantum de pena necessário a ser cumprido pelo
condenado por crime hediondo ou equiparado que seja reincidente genérico, tendo o Superior
Tribunal de Justiça decidido recentemente que a esse indivíduo deve ser aplicado o patamar
de 40%, previsto na LEP para os condenados por crimes hediondos ou equiparados, quando
primários.
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a) O isolamento, a suspensão e a restrição de direitos não poderão exceder a trinta dias, ressal-
vada a hipótese do regime disciplinar diferenciado.
b) A autoridade administrativa poderá decretar o isolamento preventivo do faltoso pelo prazo
de até quinze dias.
c) O mandato dos membros do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária terá
duração de três anos, renovado um terço a cada ano.
d) Se, intimado pessoalmente ou por edital com prazo de trinta dias, o réu não comparecer
injustificadamente à audiência admonitória, a suspensão ficará sem efeito e será executada
imediatamente a pena.
e) Os estabelecimentos penais destinados a mulheres serão dotados de berçário, onde as
condenadas possam cuidar de seus filhos, inclusive amamentá-los, no mínimo, até dois
anos de idade.
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à razão de: 1 (um) dia de pena a cada 12 (doze) horas de frequência escolar – atividade de
ensino fundamental, médio, inclusive profissionalizante, ou superior, ou ainda de requalificação
profissional – divididas, no mínimo, em 3 (três) dias; e 1 (um) dia de pena a cada 3 (três) dias
de trabalho.
035. (IBFC/TER – PA/ANALISTA JUDICIÁRIO/2020) A execução penal tem por objetivo efeti-
var as disposições de sentença ou decisão criminal e proporcionar condições para a harmôni-
ca integração social do condenado e do internado. Com relação ao tema, assinale a alternativa
incorreta:
a) Não fere o contraditório e o devido processo de decisão que, sem ouvida prévia da defe-
sa, determine transferência ou permanência de custodiado em estabelecimento penitenciá-
rio federal
b) O plenário do Supremo Tribunal Federal (STF), no julgamento das Ações Declaratória de
Constitucionalidade (ADC) 43, 44 e 54, pacificou o entendimento no sentido de ser admitida a
chamada “execução provisória da pena”, após prolação de Acórdão condenatório em segunda
instância, sendo que isso não ofende o princípio constitucional da presunção de inocência
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c) O cumprimento de prisão domiciliar não impede a liberdade de culto, razão pela qual, consi-
derada a possibilidade de controle do horário e de delimitação da área percorrida por meio do
monitoramento eletrônico, o comparecimento a culto religioso não representa risco ao cumpri-
mento da pena
d) O indulto extingue os efeitos primários da condenação (pretensão executória), mas não atin-
ge os efeitos secundários, penais ou extrapenais
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c) a remição de parte do tempo de execução da pena, por trabalho ou por estudo, será contado
da seguinte forma: 1 (um) dia de pena a cada 12 (doze) horas de frequência escolar divididas,
no mínimo, em 3 (três) dias; 1 (um) dia de pena a cada 3 (três) dias de trabalho.
d) quando houver condenação por mais de um crime, no mesmo processo ou em processos
distintos, a determinação do regime de cumprimento será feita pelo resultado da soma ou uni-
ficação das penas, observada, quando for o caso, a detração ou remição.
e) a LEP se aplicará igualmente ao preso provisório e ao condenado pela Justiça Eleitoral ou
Militar, quando recolhido a estabelecimento sujeito à jurisdição ordinária.
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caso assim imponha a situação, deverá ser determinada pelo juízo da execução, por meio de
ato motivado.
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GABARITO
1. d 37. a
2. a 38. c
3. e 39. d
4. b 40. d
5. E 41. a
6. E 42. b
7. d 43. c
8. e 44. b
9. C 45. a
10. E 46. E
11. E 47. C
12. C 48. E
13. E 49. C
14. e 50. E
15. a
16. d
17. c
18. b
19. C
20. a
21. a
22. a
23. E
24. b
25. e
26. d
27. b
28. a
29. C
30. C
31. E
32. C
33. E
34. C
35. b
36. E
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GABARITO COMENTADO
001. (FAPEC/PC – MS/DELEGADO DE POLÍCIA/2021) A Lei n. 13.964/19 (Pacote Anticrime)
promoveu significativa alteração na execução penal, sobretudo no requisito objetivo para a pro-
gressão do regime de cumprimento de pena. De acordo com a atual redação da Lei n. 7.210/84
(LEP), é INCORRETO afirmar:
a) caso o preso seja reincidente em crime cometido sem violência à pessoa ou grave ameaça,
terá que cumprir ao menos 20% (vinte por cento) da pena para progredir de regime.
b) sendo reincidente em crime cometido com violência à pessoa ou grave ameaça, poderá
progredir se cumprir ao menos 30% (trinta por cento) da pena.
c) se o apenado for reincidente em crime hediondo ou equiparado com resultado morte, deve
cumprir aos menos 70% (setenta por cento) da pena para progredir. Nesse caso, veda-se o
livramento condicional.
d) se ele for condenado pela prática de crime hediondo ou equiparado, com resultado morte,
sendo primário, progredirá se cumprir ao menos 60% da pena, vedado o livramento condicional.
e) o pacote anticrime não previu, todavia, o quantum de pena necessário a ser cumprido pelo
condenado por crime hediondo ou equiparado que seja reincidente genérico, tendo o Superior
Tribunal de Justiça decidido recentemente que a esse indivíduo deve ser aplicado o patamar
de 40%, previsto na LEP para os condenados por crimes hediondos ou equiparados, quando
primários.
A pena privativa de liberdade será executada em forma progressiva com a transferência para regi-
me menos rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando o preso tiver cumprido ao menos: (...) 20%
(vinte por cento) da pena, se o apenado for reincidente em crime cometido sem violência à pessoa
ou grave ameaça.
b) Correta. O art. 112, IV da LEP estabelece que:
A pena privativa de liberdade será executada em forma progressiva com a transferência para regi-
me menos rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando o preso tiver cumprido ao menos: (...) 30%
(trinta por cento) da pena, se o apenado for reincidente em crime cometido com violência à pessoa
ou grave ameaça;
c) Correta. O art. 112, VIII da LEP estabelece que:
A pena privativa de liberdade será executada em forma progressiva com a transferência para regi-
me menos rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando o preso tiver cumprido ao menos: (...) 70%
(setenta por cento) da pena, se o apenado for reincidente em crime hediondo ou equiparado com
resultado morte, vedado o livramento condicional.
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d) Errada. A pessoa primária, condenada por crime hediondo ou equiparado, com resultado
morte, progredirá de regime se tiver cumprido ao menos 60% da pena. Neste sentido, o art. 112,
VI, “a” da LEP estabelece que:
A pena privativa de liberdade será executada em forma progressiva com a transferência para regime
menos rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando o preso tiver cumprido ao menos: (...)
50% (cinquenta por cento) da pena, se o apenado for:
a) condenado pela prática de crime hediondo ou equiparado, com resultado morte, se for primário,
vedado o livramento condicional.
e) Correta. De acordo com o STJ:
JURISPRUDÊNCIA
A progressão de regime do reincidente não específico em crime hediondo ou equiparado
com resultado morte deve observar o que previsto no inciso VI, “a”, do art. 112 da LEP
(STJ, 6ª Turma, HC 581.315-PR, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, j. em 06/10/2020 - Info
681).
Letra d.
a) Correta. A alternativa traz as características do RDD previstas no art. 52, II e IV, que assim
estabelecem:
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Art. 52. A prática de fato previsto como crime doloso constitui falta grave e, quando ocasionar
subversão da ordem ou disciplina internas, sujeitará o preso provisório, ou condenado, nacional ou
estrangeiro, sem prejuízo da sanção penal, ao regime disciplinar diferenciado, com as seguintes
características: (...)
II – recolhimento em cela individual; (...)
IV – direito do preso à saída da cela por 2 (duas) horas diárias para banho de sol, em grupos de até
4 (quatro) presos, desde que não haja contato com presos do mesmo grupo criminoso.
b) Errada. O período máximo de duração do RDD é de 02 anos. Caso o condenado realize nova
falta grave, da mesma espécie, a sanção será repetida. Portanto, a LEP não faz menção à pror-
rogação desta sanção por mais 01 ano, como afirma a questão. Desta forma, o art. 52, I da Lei
n. 7.210/1984 estabelece que:
Art. 52. A prática de fato previsto como crime doloso constitui falta grave e, quando ocasionar
subversão da ordem ou disciplina internas, sujeitará o preso provisório, ou condenado, nacional ou
estrangeiro, sem prejuízo da sanção penal, ao regime disciplinar diferenciado, com as seguintes
características:
I – duração máxima de até 2 (dois) anos, sem prejuízo de repetição da sanção por nova falta grave
de mesma espécie. (grifo nosso).
c) Errada. É possível a aplicação do RDD ao preso provisório, como podemos constatar a partir
da leitura do art. 52, caput, da LEP:
Art. 52. A prática de fato previsto como crime doloso constitui falta grave e, quando ocasionar
subversão da ordem ou disciplina internas, sujeitará o preso provisório, ou condenado, nacional ou
estrangeiro, sem prejuízo da sanção penal, ao regime disciplinar diferenciado, com as seguintes
características (grifo nosso).
d) Errada. O contato telefônico só será permitido ao preso que não receber visitas de familiares
ou de pessoas autorizadas após 6 (seis) meses de cumprimento de RDD. Desta forma, o art.
52, §7º da LEP estabelece que:
Após os primeiros 6 (seis) meses de regime disciplinar diferenciado, o preso que não receber a visita
de que trata o inciso III do caput deste artigo poderá, após prévio agendamento, ter contato telefô-
nico, que será gravado, com uma pessoa da família, 2 (duas) vezes por mês e por 10 (dez) minutos.
(grifo nosso).
e) Errada. É possível a aplicação do RDD ao preso estrangeiro, como podemos constatar a par-
tir da leitura do art. 52, caput, da LEI:
Art. 52. A prática de fato previsto como crime doloso constitui falta grave e, quando ocasionar
subversão da ordem ou disciplina internas, sujeitará o preso provisório, ou condenado, nacional ou
estrangeiro, sem prejuízo da sanção penal, ao regime disciplinar diferenciado, com as seguintes
características (grifo nosso).
Letra a.
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a) Correta. O art. 188 da LEP autoriza que o condenado provoque o indulto individual, por meio
de petição, como podemos notar com a leitura de sua redação:
Art. 188. O indulto individual poderá ser provocado por petição do condenado, por iniciativa do Mi-
nistério Público, do Conselho Penitenciário, ou da autoridade administrativa.
b) Correta. A alternativa traz a literalidade do art. 192:
Concedido o indulto e anexada aos autos cópia do decreto, o Juiz declarará extinta a pena ou ajus-
tará a execução aos termos do decreto, no caso de comutação.
c) Correta. A alternativa traz o entendimento do STJ, plasmado na Súmula 631, que assim dispõe:
JURISPRUDÊNCIA
O indulto extingue os efeitos primários da condenação (pretensão executória), mas não
atinge os efeitos secundários, penais ou extrapenais. (STJ - Súmula 631, Terceira Seção,
julgado em 24/04/2019, DJe 29/04/2019)
d) Correta. A alternativa traz o entendimento do STJ, plasmado na Súmula 617, que assim dispõe:
JURISPRUDÊNCIA
A ausência de suspensão ou revogação do livramento condicional antes do término do
período de prova enseja a extinção da punibilidade pelo integral cumprimento da pena
(STJ - Súmula 617, Terceira Seção, julgado em 26/09/2018, DJe 01/10/2018).
e) Errada. A anistia é, de fato, concedida pelo Poder Legislativo, por meio de Lei. Porém, o in-
dulto é concedido pelo Poder Executivo (Presidente da República), por meio de decreto. Logo,
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o primeiro erro da questão está em afirmar que o indulto é concedido por meio de Decreto
Legislativo. Além disso, é importante lembrarmos que a anistia extingue os efeitos penais da
condenação (permanecendo, apenas, o efeitos extrapenais). Porém, o indulto extingue, ape-
nas, os efeitos primários (executórios) da condenação, permanecendo os secundários, como
é o caso da reincidência. Neste sentido, a Súmula 631 do STJ afirma que:
JURISPRUDÊNCIA
O indulto extingue os efeitos primários da condenação (pretensão executória), mas não
atinge os efeitos secundários, penais ou extrapenais.
[o] indulto, ato político, está previsto no art. 84, XII, da CF, e é privativo do Presidente da
República. Tem por escopo extinguir os efeitos primários da condenação, isto é, a pena,
de forma plena ou parcial (HC 94.425/RS, 5.ª Turma, Rel. Min. ARNALDO ESTEVES LIMA,
DJe de 16/11/2009), persistindo os efeitos secundários, tais como reincidência, inclusão
do nome do réu no rol dos culpados, obrigação de indenizar a vítima etc. (HC 368.650/
SP, j. 13/12/2016)
Letra e.
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grave não gera a interrupção ou suspensão do prazo para obtenção do livramento condicional.
De acordo com a Súmula 441 do STJ:
JURISPRUDÊNCIA
A falta grave não interrompe o prazo para obtenção de livramento condiciona”. (grifo
nosso).
JURISPRUDÊNCIA
Comprovado que o apenado cometeu falta grave durante o cumprimento da pena, deve
ser reiniciada a contagem do prazo da pena remanescente para a progressão de regime
e concessão de outros benefícios, sendo considerado o dia do cometimento da última
falta grave como marco inicial, exceto nos casos de livramento condicional, comutação
da pena e indulto e saída temporária. (grifo nosso).
A prática de falta grave não interrompe o prazo para fim de comutação de pena ou indulto.
Art. 58. O isolamento, a suspensão e a restrição de direitos não poderão exceder a trinta dias, res-
salvada a hipótese do regime disciplinar diferenciado. (grifo nosso).
d) Errada. O cometimento de falta grave, durante a execução da pena privativa de liberdade, in-
terrompe (e não suspende) o prazo para a obtenção da progressão no regime de cumprimento
da pena. Neste sentido, o art. 112, §6º estabelece que:
O cometimento de falta grave durante a execução da pena privativa de liberdade interrompe o prazo
para a obtenção da progressão no regime de cumprimento da pena, caso em que o reinício da con-
tagem do requisito objetivo terá como base a pena remanescente.
No mesmo sentido, a Súmula 534 do STJ estabelece que:
JURISPRUDÊNCIA
A prática de falta grave interrompe a contagem do prazo para a progressão de regime de
cumprimento de pena, o qual se reinicia a partir do cometimento dessa infração. (grifo
nosso).
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Em caso de falta grave, o juiz poderá revogar até 1/3 (um terço) do tempo remido, observado o
disposto no art. 57, recomeçando a contagem a partir da data da infração disciplinar. (grifo nosso).
Letra b.
Ao tratar de remição da pena pelo estudo, o art. 126, §2º da LEP estabelece que:
As atividades de estudo a que se refere o § 1º deste artigo poderão ser desenvolvidas de forma
presencial ou por metodologia de ensino a distância e deverão ser certificadas pelas autoridades
educacionais competentes dos cursos frequentados. (grifo nosso)
Errado.
JURISPRUDÊNCIA
PROCESSUAL PENAL E PENAL. HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE RECURSO ESPE-
CIAL, ORDINÁRIO OU DE REVISÃO CRIMINAL. NÃO CABIMENTO. EXECUÇÃO. VIOLAÇÃO
AO SISTEMA VICARIANTE. INOCORRÊNCIA. IMPOSIÇÃO DE MEDIDA DE SEGURANÇA E
DE PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE DECORRENTES DE FATOS E AÇÕES PENAIS DIS-
TINTAS. HABEAS CORPUS NÃO CONHECIDO. (...) 2. O sistema vicariante afastou a impo-
sição cumulativa ou sucessiva de pena e medida de segurança, uma vez que a aplicação
conjunta ofenderia o princípio do ne bis in idem, já que o mesmo indivíduo suportaria
duas consequências em razão do mesmo fato.
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Errado.
Art. 52. A prática de fato previsto como crime doloso constitui falta grave e, quando ocasionar
subversão da ordem ou disciplina internas, sujeitará o preso provisório, ou condenado, nacional ou
estrangeiro, sem prejuízo da sanção penal, ao regime disciplinar diferenciado, com as seguintes
características:
I – duração máxima de até 2 (dois) anos, sem prejuízo de repetição da sanção por nova falta grave
de mesma espécie.
c) Errada. É cabível a aplicação do RDD para presos provisórios, como podemos constatar a
partir da leitura do art. 52, caput, da LEP:
Art. 52. A prática de fato previsto como crime doloso constitui falta grave e, quando ocasionar
subversão da ordem ou disciplina internas, sujeitará o preso provisório, ou condenado, nacional ou
estrangeiro, sem prejuízo da sanção penal, ao regime disciplinar diferenciado, com as seguintes
características (grifo nosso).
d) Correta. O RDD foi criado para atender a um clamor popular e mediático de recrudescimento
da reprimenda penal, tratando-se, assim, de uma medida de Direito Penal de Emergência.
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e) Errada. A LEP não restringe a aplicação do RDD para os casos de crimes hediondos ou
equiparados.
Letra d.
a) Errada. O art. 41, III da LEP prevê a Previdência Social como direito do preso. Entretanto, a lei
não faz menção expressa à visita íntima homoafetiva.
b) Errada. O art. 41, IV prevê a constituição de pecúlio como direito do preso. Entretanto, a lei
não menciona, expressamente, o banho de sol como um direito. Diante do silêncio, o STF en-
tende que todos os presos têm direito à saída da cela pelo período mínimo de 02 (duas) horas
diárias para banho de sol (STF. HC 172136. Rel. Min. Celso de Mello, 2ª Turma. julgado em
10/10/2020).
c) Errada. O art. 41, XI da LEP garante o direito ao chamamento nominal (e não numérico)
dos presos.
d) Errada. A “obediência ao servidor e respeito a qualquer pessoa com quem deva se relacio-
nar” constitui dever (e não direito) do preso, previsto no art. 39, II da LEP.
e) Errada. A “proteção contra qualquer forma de sensacionalismo” constitui direito do preso
previsto no art. 41, VIII da LEP. Já o direito à alimentação suficiente, encontra-se no art. 41, I da
mesma lei.
Letra e.
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Com base no art. 126, §6º do STF entende que o condenado a regime aberto só terá direito à
remição em caso de estudo (frequência escolar).
Errado.
JURISPRUDÊNCIA
O indulto extingue os efeitos primários da condenação (pretensão executória), mas não
atinge os efeitos secundários, penais ou extrapenais.
Assim, o erro da questão está em afirmar que a “lei ordinária decorrente de clemência política”
alcançará efeitos extrapenais da sentença condenatória.
Errado.
O art. 183 da LEP autoriza a conversão da pena privativa de liberdade em medida de segurança
ao dispor que:
JURISPRUDÊNCIA
Quando, no curso da execução da pena privativa de liberdade, sobrevier doença mental
ou perturbação da saúde mental, o Juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público,
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JURISPRUDÊNCIA
O tempo de duração da medida de segurança não deve ultrapassar o limite máximo da
pena abstratamente cominada ao delito praticado.
Na hipótese descrita, o STJ entende que o tempo da medida de segurança deverá se limitar ao
tempo de cumprimento da pena privativa de liberdade fixada na sentença condenatória.
JURISPRUDÊNCIA
HABEAS CORPUS. EXECUÇÃO. SUPERVENIÊNCIA DE DOENÇA MENTAL. MEDIDA DE
SEGURANÇA SUBSTITUTIVA DE PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE. RÉU QUE PERMANECE
INTERNADO. TEMPO DE CUMPRIMENTO DE PENA CORPORAL EXCEDIDO. FLAGRANTE
CONSTRANGIMENTO ILEGAL. ORDEM CONCEDIDA. (...). 3. A medida de segurança, pre-
vista na Lei de Execuções Penais, hipótese dos autos, é aplicada quando, no curso na exe-
cução da pena privativa de liberdade, sobrevier doença mental ou perturbação da saúde
mental, sendo adstrita ao tempo de cumprimento da pena privativa de liberdade fixada na
sentença condenatória, sob pena de ofensa à coisa julgada. (STJ - HC n. 88.849/SP, rel.
Min conv. Jane Silva, 5ª Turma. Julgado em 28.11.07. Dje 17/12/2007)
Certo.
JURISPRUDÊNCIA
Fixada a pena-base no mínimo legal, é vedado o estabelecimento de regime prisional
mais gravoso do que o cabível em razão da sanção imposta, com base apenas na gravi-
dade abstrata do delito.
JURISPRUDÊNCIA
A opinião do julgador sobre a gravidade em abstrato do crime não constitui motivação
idônea para a imposição de regime mais severo do que o permitido segundo a pena apli-
cada.
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O juiz só poderá fixar regime inicial mais gravoso se fundamentar sua decisão com base na
presença de circunstâncias judiciais que justifiquem a medida. Portanto, é vedado ao magis-
trado a imposição de regime inicial mais gravoso com base, apenas, na gravidade em abstrato,
do delito.
Na hipótese descrita na questão, o condenado deveria iniciar o cumprimento de pena em re-
gime semiaberto, por ser primário e a pena cominada ser inferior a 8 anos, Logo, o juiz não
poderia fixar o regime fechado, tomando por base, apenas, a gravidade em abstrato do delito.
Errado.
JURISPRUDÊNCIA
O reconhecimento de falta grave no curso da execução penal justifica a perda de até 1/3
do total de dias trabalhados pelo apenado até a data do ato de indisciplina carcerária,
ainda que não haja declaração judicial da remição, consoante a interpretação sistemática
e teleológica do art. 127 da LEP. (STJ – Jurisprudência em Teses n. 145. Enunciado 9).
JURISPRUDÊNCIA
A falta disciplinar de natureza grave praticada no período estabelecido pelos decretos
presidenciais que tratam de benefícios executórios impede a concessão de indulto ou de
comutação da pena, ainda que a penalidade tenha sido homologada após a publicação
das normas (STJ – Jurisprudência em Teses n. 146. Enunciado 17).
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JURISPRUDÊNCIA
A imposição da falta grave ao executado em razão de conduta praticada por terceiro,
quando não comprovada a autoria do reeducando, viola o princípio constitucional da
intranscendência (art. 5º, XLV, da Constituição Federal). (STJ – Jurisprudência em Teses
n. 146. Enunciado 2).
JURISPRUDÊNCIA
O marco inicial da prescrição para apuração da falta grave em caso de fuga é o dia da
recaptura do foragido. (STJ – Jurisprudência em Teses n. 146. Enunciado 8).
JURISPRUDÊNCIA
O cometimento de falta disciplinar de natureza grave no curso da execução penal justifica
a exigência de exame criminológico para fins de progressão de regime.
Letra e.
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b) Errada. De fato, a execução penal possui caráter misto (ou complexo), decorrente de nor-
mas com características administrativas e penitenciárias. Entretanto, o agravo em execução
possui natureza jurisdicional, não podendo ser utilizado como exemplo de norma de caráter
administrativo.
c) Errada. O STJ proíbe a progressão (não a regressão) do regime de cumprimento de pena per
saltum. Neste sentido, a Súmula 491 do STJ estabelece que:
JURISPRUDÊNCIA
É inadmissível a chamada progressão per saltum de regime presional.
b) Errada. Não há previsão expressa na LEP sobre condições para a realização de o serviço
humanitário de organizações não governamentais.
c) Errada. O acompanhamento psicológico não está expressamente previsto na LEP.
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A assistência religiosa, com liberdade de culto, será prestada aos presos e aos internados, permitin-
do-se-lhes a participação nos serviços organizados no estabelecimento penal, bem como a posse
de livros de instrução religiosa.
§ 1º No estabelecimento haverá local apropriado para os cultos religiosos.
e) Errada. A LEP não proíbe o comércio interno de produtos de higiene, alimentação e vestiário.
O art. 13 estabelece que:
O estabelecimento disporá de instalações e serviços que atendam aos presos nas suas necessida-
des pessoais, além de locais destinados à venda de produtos e objetos permitidos e não fornecidos
pela Administração. (grifo nosso).
Letra d.
a) Errada. O art. 122, §2º da LEP proíbe a saída temporária aos condenados por crime hedion-
do com resultado morte. Não há previsão que proíba a saída aos condenados por crimes equi-
parados a hediondos. Em respeito à proibição da analogia in malam partem, a doutrina entende
que o condenado por crime equiparado a hediondo (a exemplo do tráfico de drogas) poderá ser
beneficiado pela saída temporária.
b) Errada. O indulto e a saída temporária são institutos diferentes. Na saída temporária, os con-
denados que cumprem pena em regime semiaberto podem sair temporariamente do estabe-
lecimento prisional, sem vigilância direta, nos casos previstos no art. 122 da LEP. Já o indulto,
consiste na extinção, diminuição ou comutação da pena (ou medida de segurança) concedida
pelo Presidente da República mediante decreto.
c) Correta. O art. 124, §1º, II da LEP estabelece que:
Ao conceder a saída temporária, o juiz imporá ao beneficiário as seguintes condições, entre outras
que entender compatíveis com as circunstâncias do caso e a situação pessoal do condenado:
II – recolhimento à residência visitada, no período noturno.
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d) Errada. A saída temporária só se aplica aos condenados que cumprem pena em regime se-
miaberto, como prevê o art. 122 da LEP.
e) Errada. De acordo com o art. 124 da LEP a autorização, para saída temporária, será conce-
dida por prazo não superior a 7 dias, podendo ser renovada por mais 4 vezes durante o ano.
(grifos nossos).
Letra c.
Quando houver condenação por mais de um crime, no mesmo processo ou em processos distintos,
a determinação do regime de cumprimento será feita pelo resultado da soma ou unificação das
penas, observada, quando for o caso, a detração ou remição.
Parágrafo único. Sobrevindo condenação no curso da execução, somar-se-á a pena ao restante da
que está sendo cumprida, para determinação do regime.
b) Correta. O art. 112, §7º da LEP estabelece que:
O bom comportamento é readquirido após 1 (um) ano da ocorrência do fato, ou antes, após o cum-
primento do requisito temporal exigível para a obtenção do direito. (grifo nosso).
Portanto, é possível a reaquisição de bom comportamento, para fins de progressão de regime,
antes de um ano da ocorrência da falta disciplinar.
c) Errada. A LEP não exige a realização de exame criminológico como requisito para a progres-
são de regime de cumprimento de pena, ainda que o crime tenha sido cometido com violência
ou grave ameaça à pessoa.
d) Errada. Em caso de reincidência genérica, o condenado por crime hediondo sem resultado
morte, terá direito à progressão do regime se tiver cumprido 40% da pena. Neste sentido, o STJ
estabelece que:
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JURISPRUDÊNCIA
É reconhecida a retroatividade do patamar estabelecido no art. 112, V, da LEP, incluído pela
Lei n. 13.964/2019, àqueles apenados que, embora tenham cometido crime hediondo ou
equiparado sem resultado morte, não sejam reincidentes em delito de natureza seme-
lhante. (STJ. 3ª Seção. REsp 1.910.240-MG, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em
26/05/2021 - Informativo 699).
No caso de mulher gestante ou que for mãe ou responsável por crianças ou pessoas com deficiên-
cia, os requisitos para progressão de regime são, cumulativamente:
I – não ter cometido crime com violência ou grave ameaça a pessoa (...).
No caso descrito na alternativa, a mulher gestante não terá direito à progressão de regime
após cumprimento de 1/8 da pena, já que o crime que ela cometeu (roubo) é caracterizado pela
presença de violência ou grave ameaça.
Letra b.
A autorização de saída constitui gênero, que possui duas espécies: a) Permissão de Saída (pre-
vista no art. 120 e 121 da LEP) e b) Saída Temporária (prevista nos art. 122 a 125).
De acordo com o art. 120, a permissão de saída ocorre mediante escolta, aos condenados
que cumprem pena em regime fechado ou semiaberto e os presos provisórios, quando ocorrer
I - falecimento ou doença grave do cônjuge, companheira, ascendente, descendente ou irmão;
II - necessidade de tratamento médico.
Já a saída temporária ocorre sem vigilância direta, aos condenados que cumprem pena em
regime semiaberto, em casos de I – Visita à família; II - Frequência a curso supletivo profissio-
nalizante, bem como de instrução do 2º grau ou superior, na Comarca do Juízo da Execução;
III - participação em atividades que concorram para o retorno ao convívio social (art. 122).
Certo.
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O isolamento, a suspensão e a restrição de direitos não poderão exceder a trinta dias, ressalvada a
hipótese do regime disciplinar diferenciado.
b) Errada. O art. 60 da LEP estabelece que:
A autoridade administrativa poderá decretar o isolamento preventivo do faltoso pelo prazo de até
dez dias (...).
c) Errada. O art. 63, parágrafo único da LEP prevê que o mandato dos membros do Conselho
Nacional de Política Criminal e Penitenciária terá duração de 2 (dois) anos, e não de 3 anos.
d) Errada. O art. 161 da LEP estabelece que:
Se, intimado pessoalmente ou por edital com prazo de 20 (vinte) dias, o réu não comparecer injustifi-
cadamente à audiência admonitória, a suspensão ficará sem efeito e será executada imediatamente
a pena.
e) Errada. O período de amamentação dos filhos é de 06 meses, e não 2 anos. Deste modo, o
art. 83, §2º da LEP prevê que:
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a) Correta. A alternativa traz a literalidade do art. 112, §6º da LEP, que assim estabelece:
O cometimento de falta grave durante a execução da pena privativa de liberdade interrompe o prazo
para a obtenção da progressão no regime de cumprimento da pena, caso em que o reinício da con-
tagem do requisito objetivo terá como base a pena remanescente.
b) Errada. O RDD pode ser aplicado aos presos provisórios, como podemos extrair com a leitu-
ra do art. 52, caput, da LEP:
A prática de fato previsto como crime doloso constitui falta grave e, quando ocasionar subversão
da ordem ou disciplina internas, sujeitará o preso provisório, ou condenado, nacional ou estrangeiro,
sem prejuízo da sanção penal, ao regime disciplinar diferenciado, com as seguintes características.
(grifo nosso).
c) Errada. O art. 122, §1º da LEP prevê que:
A autorização será concedida por prazo não superior a 7 (sete) dias, podendo ser renovada por mais
4 (quatro) vezes durante o ano.
e) Errada. Se o apenado for primário e o crime tiver sido cometido sem violência à pessoa ou
grave ameaça, a progressão do regime de regime ocorrerá com o cumprimento de 16% (dezes-
seis porcento) da pena, como estabelece o art.112, I da LEP.
Letra a.
d) para a concessão, o apenado primário deverá cumprir pelo menos 1/4 da pena, e o apenado
reincidente, pelo menos 1/3 da pena;
e) após a concessão, a prática de falta disciplinar de natureza média revoga automaticamente
o benefício.
a) Correta. A alternativa traz previsão contida no art. 124 da LEP, que assim dispõe:
A autorização será concedida por prazo não superior a 7 (sete) dias, podendo ser renovada por mais
4 (quatro) vezes durante o ano.
b) Errada. De acordo com o art. 122 da LEP, a saída temporária só é permitida aos condenados
que cumprem pena em regime semiaberto.
c) Errada. O art. 122, §1º da LEP estabelece que:
Em caso de falta grave, o juiz poderá revogar até 1/3 (um terço) do tempo remido, observado o
disposto no art. 57, recomeçando a contagem a partir da data da infração disciplinar”. (grifo nosso)
Errado.
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Das decisões proferidas pelo Juiz caberá recurso de agravo, sem efeito suspensivo.
b) Correta. A alternativa traz previsão contida no art. 195 da LEP, que possui a seguinte redação:
A petição do indulto, acompanhada dos documentos que a instruírem, será entregue ao Conselho
Penitenciário, para a elaboração de parecer e posterior encaminhamento ao Ministério da Justiça.
d) Errada. O art. 180 da LEP prevê que:
A pena privativa de liberdade, não superior a 2 (dois) anos, poderá ser convertida em restritiva de
direitos, desde que:
I – o condenado a esteja cumprindo em regime aberto; cumprido pelo menos 1/4 (um quarto) da
pena;
III – os antecedentes e a personalidade do condenado indiquem ser a conversão recomendável.
e) Errada. O art. 68, parágrafo único da LEP prevê que:
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a) negar a ambos os condenados os pedidos, porque não cabe autorização de saída nas hipó-
teses indicadas.
b) permitir a saída temporária, sem escolta, de ambos os condenados.
c) permitir a saída, com escolta, de ambos os condenados.
d) permitir a saída, sem escolta, de Mário; e a saída temporária, com escolta, de Tiago.
e) permitir a saída, com escolta, de Mário; e a saída temporária, sem escolta, de Tiago.
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b) Errada. O art. 54 da LEP prevê que a suspensão ou restrição de direitos são sanções discipli-
nares aplicadas pelo diretor do estabelecimento, mediante ato motivado.
c) Errada. De acordo com o art. 54, §1º e 2º da LEP, a autorização para a inclusão de preso em
RDD dependerá de decisão judicial, após requerimento circunstanciado do diretor do estabele-
cimento, manifestação do Ministério Público e da defesa (e não apenas da defesa), decidindo
o juiz no prazo máximo de quinze dias.
d) Correta. De acordo com o art. 54 da LEP o “isolamento na própria cela, ou em local adequa-
do, nos estabelecimentos que possuam alojamento coletivo”, constitui sanção disciplinar, a ser
aplicada por ato motivado do diretor do estabelecimento.
e) Errada. De acordo com o art. 60 da LEP:
A autoridade administrativa poderá decretar o isolamento preventivo do faltoso pelo prazo de até
dez dias.
Letra d.
Das decisões proferidas pelo Juiz caberá recurso de agravo, sem efeito suspensivo.
b) Correta. A alternativa traz a disposição do art. 195 da LEP, que assim estabelece:
A petição do indulto, acompanhada dos documentos que a instruírem, será entregue ao Conselho
Penitenciário, para a elaboração de parecer e posterior encaminhamento ao Ministério da Justiça.
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A pena privativa de liberdade, não superior a 2 (dois) anos, poderá ser convertida em restritiva de
direitos, desde que:
I – o condenado a esteja cumprindo em regime aberto;
II – tenha sido cumprido pelo menos 1/4 (um quarto) da pena;
III – os antecedentes e a personalidade do condenado indiquem ser a conversão recomendável.
e) Errada. O parágrafo único do art. 68 estabelece que:
O Patronato público ou particular destina-se a prestar assistência aos albergados e aos egressos.
b) Errada.
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JURISPRUDÊNCIA
A prática de falta grave interrompe a contagem do prazo para a progressão de regime de
cumprimento de pena, o qual se reinicia a partir do cometimento dessa infração.
JURISPRUDÊNCIA
A prática de falta grave não interrompe o prazo para fim de comutação de pena ou indulto.
Certo.
Art. 126. O condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semiaberto poderá remir, por tra-
balho ou por estudo, parte do tempo de execução da pena
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transporte de presos para órgãos do Poder Judiciário, hospitais e outros locais externos aos
estabelecimentos penais.
A questão traz a previsão contida no art. 83-B da LEP, que possui a seguinte redação:
Art. 83-B São indelegáveis as funções de direção, chefia e coordenação no âmbito do sistema penal,
bem como todas as atividades que exijam o exercício do poder de polícia, e notadamente:
I – classificação de condenados;
II – aplicação de sanções disciplinares;
III – controle de rebeliões;
IV – transporte de presos para órgãos do Poder Judiciário, hospitais e outros locais externos aos
estabelecimentos penais.
Certo.
Os requisitos para a progressão de regime, previstos no art. 112, §3º da LEP, não se aplicam ao
caso de mulher que for mãe ou responsável por adolescente.
Deste modo, o art. 112, §3º da LEP prevê que
Art. 112. § 3º No caso de mulher gestante ou que for mãe ou responsável por crianças ou pessoas
com deficiência, os requisitos para progressão de regime são, cumulativamente (grifo nosso)
I – não ter cometido crime com violência ou grave ameaça a pessoa
II – não ter cometido o crime contra seu filho ou dependente;
III – ter cumprido ao menos 1/8 (um oitavo) da pena no regime anterior;
IV – ser primária e ter bom comportamento carcerário, comprovado pelo diretor do estabelecimento
V – não ter integrado organização criminosa.
Errado.
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JURISPRUDÊNCIA
O reconhecimento de falta grave decorrente do cometimento de fato definido como crime
doloso no cumprimento da pena prescinde do trânsito em julgado de sentença penal con-
denatória no processo penal instaurado para apuração do fato. (Súmula 526, TERCEIRA
SEÇÃO, julgado em 13/05/2015, DJe 18/05/2015)
Certo.
035. (IBFC/TER – PA/ANALISTA JUDICIÁRIO/2020) A execução penal tem por objetivo efeti-
var as disposições de sentença ou decisão criminal e proporcionar condições para a harmôni-
ca integração social do condenado e do internado. Com relação ao tema, assinale a alternativa
incorreta:
a) Não fere o contraditório e o devido processo de decisão que, sem ouvida prévia da defe-
sa, determine transferência ou permanência de custodiado em estabelecimento penitenciá-
rio federal
b) O plenário do Supremo Tribunal Federal (STF), no julgamento das Ações Declaratória de
Constitucionalidade (ADC) 43, 44 e 54, pacificou o entendimento no sentido de ser admitida a
chamada “execução provisória da pena”, após prolação de Acórdão condenatório em segunda
instância, sendo que isso não ofende o princípio constitucional da presunção de inocência
c) O cumprimento de prisão domiciliar não impede a liberdade de culto, razão pela qual, consi-
derada a possibilidade de controle do horário e de delimitação da área percorrida por meio do
monitoramento eletrônico, o comparecimento a culto religioso não representa risco ao cumpri-
mento da pena
d) O indulto extingue os efeitos primários da condenação (pretensão executória), mas não atin-
ge os efeitos secundários, penais ou extrapenais
JURISPRUDÊNCIA
Não fere o contraditório e o devido processo decisão que, sem ouvida prévia da defesa,
determine transferência ou permanência de custodiado em estabelecimento penitenciá-
rio federal.
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da pena”, ocorrida após o julgamento em segundo grau, sem que haja o trânsito em julgado
do acórdão.
c) Correta. De acordo com o STJ:
JURISPRUDÊNCIA
O cumprimento de prisão domiciliar não impede a liberdade de culto, quando compatível
com as condições impostas ao reeducando, atendendo à finalidade ressocializadora da
pena. (...) Considerada a possibilidade de controle do horário e de delimitação da área
percorrida por meio do monitoramento eletrônico, o comparecimento a culto religioso
não representa risco ao cumprimento da pena. (STJ - REsp 1788562/TO, Rel. Min. Nefi
Cordeiro, 6ª Turma, publicado no Dje de 23/09/2019).
JURISPRUDÊNCIA
O indulto extingue os efeitos primários da condenação (pretensão executória), mas não
atinge os efeitos secundários, penais ou extrapenais.
Letra b.
Ao tratar dos estabelecimentos penais destinados a mulheres, o art. 83, §3º estabelece que:
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b) O produto da remuneração pelo trabalho terá como prioridade a indenização dos danos cau-
sados pelo condenado ao ofendido, independentemente de determinação judicial específica.
c) As tarefas executadas como prestação de serviço à comunidade pelo condenado, no curso
da execução, serão remuneradas, e o produto da remuneração revertido para o Fundo Previ-
denciário Especial destinado ao custeio do auxílio-reclusão.
d) O produto da remuneração pelo trabalho será depositado integralmente para constituição
do pecúlio, em Caderneta de Poupança, que será entregue à família do condenado, se este
possuir descendentes menores, quando posto em liberdade.
a) Correta. A alternativa traz a previsão do art. 29, §1º, “d” da LEP, que assim dispõe:
Art. 29. O trabalho do preso será remunerado, mediante prévia tabela, não podendo ser inferior a 3/4
(três quartos) do salário mínimo.
§ 1º O produto da remuneração pelo trabalho deverá atender: (...)
d) ao ressarcimento ao Estado das despesas realizadas com a manutenção do condenado, em pro-
porção a ser fixada e sem prejuízo da destinação prevista nas letras anteriores.
b) Errada. O art. 29, §1º, “a” da LEP prevê que:
As tarefas executadas como prestação de serviço à comunidade não serão remuneradas (art. 30
da LEP).
d) Errada.
Ressalvadas outras aplicações legais, será depositada a parte restante para constituição do pecúlio,
em Caderneta de Poupança, que será entregue ao condenado quando posto em liberdade. (Art. 29,
§2º da LEP)
Letra a.
Está(ão) correto(s):
a) apenas o item l.
b) apenas os itens l e ll.
c) apenas os itens ll e llI.
d) os itens l, ll e III.
Art. 50. Comete falta grave o condenado à pena privativa de liberdade que:
(...) tiver em sua posse, utilizar ou fornecer aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a
comunicação com outros presos ou com o ambiente externo.
Estão corretas as afirmativas II e III.
Letra c.
Quando houver condenação por mais de um crime, no mesmo processo ou em processos distintos,
a determinação do regime de cumprimento será feita pelo resultado da soma ou unificação das
penas, observada, quando for o caso, a detração ou remição.
b) Errada. O art. 117, I da LEP prevê que:
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A execução da pena privativa de liberdade ficará sujeita à forma regressiva, com a transferência para
qualquer dos regimes mais rigorosos, quando o condenado:
I – praticar fato definido como crime doloso ou falta grave.
d) Correta. A alternativa traz a previsão contida no art. 112, §6º da LEP, que assim dispõe:
O cometimento de falta grave durante a execução da pena privativa de liberdade interrompe o prazo
para a obtenção da progressão no regime de cumprimento da pena, caso em que o reinício da con-
tagem do requisito objetivo terá como base a pena remanescente.
Letra d.
I – material;
II – à saúde;
III – jurídica;
IV – educacional;
V – social;
VI – religiosa.
Não há previsão sobre assistência política.
b) Errada. De acordo com o art. 15 da LEP:
A assistência jurídica é destinada aos presos e aos internados sem recursos financeiros para cons-
tituir advogado.
c) Errada. Apenas o ensino de 1º grau é obrigatório. Deste modo, o art. 18 da LEP estabelece que:
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O estabelecimento disporá de instalações e serviços que atendam aos presos nas suas necessida-
des pessoais, além de locais destinados à venda de produtos e objetos permitidos e não fornecidos
pela Administração.
Letra d.
a) Correta. A alternativa traz a disposição do art. 112, §7º da LEP, que assim estabelece:
O bom comportamento é readquirido após 1 (um) ano da ocorrência do fato, ou antes, após o cum-
primento do requisito temporal exigível para a obtenção do direito.
b) Errada. De acordo com o art. 115 da LEP:
O Juiz poderá estabelecer condições especiais para a concessão de regime aberto, sem prejuízo
das seguintes condições gerais e obrigatórias: (...)
II – sair para o trabalho e retornar, nos horários fixados.
c) Errada. Se o apenado for primário e o crime tiver sido cometido sem violência ou grave
ameaça, deverá cumprir 16% da pena para que tenha direito a progressão de regime. Caso este
apenado seja reincidente em crime cometido sem violência ou grave ameaça, deverá cumprir
20% da pena para que faça jus ao benefício. (art. 112, I e II da LEP).
d) Errada. No caso de mulher gestante ou que for mãe ou responsável por crianças ou pessoas
com deficiência, dentre os requisitos para progressão de regime está ter cumprido ao menos
1/8 (um oitavo) da pena no regime anterior. (art. 112, §3º, III da LEP).
Letra a.
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a) O indulto individual (não o coletivo) poderá ser provocado por petição do condenado, por
iniciativa do Ministério Público, do Conselho Penitenciário, ou da autoridade administrativa,
conforme prevê o art. 188 da LEP.
b) Correta. O art. 122, §2º da LEP proíbe a concessão da saída temporária ao condenado por
crime hediondo com resultado morte:
Não terá direito à saída temporária a que se refere o caput deste artigo o condenado que cumpre
pena por praticar crime hediondo com resultado morte.
c) Errada. O art. 120 da LEP dispõe que:
Os condenados que cumprem pena em regime fechado ou semiaberto e os presos provisórios po-
derão obter permissão para sair do estabelecimento, mediante escolta, quando ocorrer um dos se-
guintes fatos:
I – falecimento ou doença grave do cônjuge, companheira, ascendente, descendente ou irmão;
II – necessidade de tratamento médico.
d) Errada. A comprovação é mensal, não semanal. Deste modo, o art. 129, §1º da LEP esta-
belece que:
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a) A execução penal tem por objetivo efetivar as disposições de sentença ou decisão judicial
e proporcionar condições para a plena ressocialização familiar do condenado e do internado.
b) A assistência ao preso e ao internado é dever do Estado e da comunidade, objetivando pre-
venir o crime e orientar o retorno à convivência em sociedade.
c) A assistência ao egresso envolve a concessão, se necessário, de alojamento e alimentação,
em estabelecimento adequado, pelo prazo de 2 (dois) meses.
d) O trabalho poderá ser gerenciado por fundação, ou empresa privada, com autonomia admi-
nistrativa, e terá por objetivo a formação profissional do condenado.
a) Errada. A LEP não elenca a ressocialização familiar como objetivo da execução penal. Deste
modo, o art. 1º da 7.210/1984 dispõe que:
A execução penal tem por objetivo efetivar as disposições de sentença ou decisão criminal e propor-
cionar condições para a harmônica integração social do condenado e do internado.
b) Errada. A LEP não prevê a assistência ao preso como dever da sociedade. De acordo com
seu art. 10.
O trabalho poderá ser gerenciado por fundação, ou empresa pública, com autonomia administrativa,
e terá por objetivo a formação profissional do condenado.
Portanto, a legislação não faz menção à possibilidade de empresas privas gerenciarem o tra-
balho do preso.
Letra c.
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O cometimento de falta grave durante a execução da pena privativa de liberdade interrompe o prazo
para a obtenção da progressão no regime de cumprimento da pena, caso em que o reinício da con-
tagem do requisito objetivo terá como base a pena remanescente.
b) Errada. Os agentes penitenciários não estão previstos no art. 61 da LEP, como órgão de
execução penal.
c) Correta. A alternativa traz a previsão contida no art. 126, §1º, I e II da LEP. De acordo com
este dispositivo, a remição de parte do tempo de execução da pena, por trabalho ou por estudo,
será contado da seguinte forma:
I – 1 (um) dia de pena a cada 12 (doze) horas de frequência escolar - atividade de ensino fundamen-
tal, médio, inclusive profissionalizante, ou superior, ou ainda de requalificação profissional - dividi-
das, no mínimo, em 3 (três) dias;
II – (um) dia de pena a cada 3 (três) dias de trabalho.
d) Correta. A alternativa traz a previsão contida no art. 111 da LEP, que assim dispõe:
Art. 111. Quando houver condenação por mais de um crime, no mesmo processo ou em processos
distintos, a determinação do regime de cumprimento será feita pelo resultado da soma ou unifica-
ção das penas, observada, quando for o caso, a detração ou remição.
e) Correta. Trata-se de previsão contida no art. 2º, parágrafo único da LEP, que possui a seguin-
te redação:
Esta Lei aplicar-se-á igualmente ao preso provisório e ao condenado pela Justiça Eleitoral ou Militar,
quando recolhido a estabelecimento sujeito à jurisdição ordinária.
Letra b.
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JURISPRUDÊNCIA
A utilização de tornozeleira eletrônica sem bateria suficiente configura falta disciplinar de
natureza grave, nos termos dos art. 50, VI, e art. 39, V, da LEP. (STJ – Jurisprudência em
Teses n. 146, Enunciado 5).
JURISPRUDÊNCIA
É necessária a individualização da conduta para reconhecimento de falta grave praticada
pelo apenado em autoria coletiva, não se admitindo a sanção coletiva a todos os partici-
pantes indistintamente (STJ – Jurisprudência em Teses n. 146, Enunciado 1).
JURISPRUDÊNCIA
O cometimento de falta disciplinar de natureza grave no curso da execução penal justifica
a exigência de exame criminológico para fins de progressão de regime. (STJ – Jurispru-
dência em Teses n. 146, Enunciado 11).
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JURISPRUDÊNCIA
A desobediência aos agentes penitenciários configura falta de natureza grave, a teor da
combinação entre os art. 50, VI, e art. 39, II e V, da Lei de Execuções Penais. (STJ – Juris-
prudência em Teses n. 146, Enunciado 3).
JURISPRUDÊNCIA
A falta grave pode ser utilizada a fim de verificar o cumprimento do requisito subjetivo
necessário para a concessão de benefícios da execução penal. (STJ – Jurisprudência em
Teses n. 146, Enunciado 9).
Letra a.
Somente as faltas disciplinares graves estão previstas na Lei de Execução Penal. As faltas
médias e leves são previstas na legislação local.
Neste sentido, o art. 49 da LEP estabelece que:
JURISPRUDÊNCIA
A autorização para a inclusão do preso em regime disciplinar dependerá de requerimento
circunstanciado elaborado pelo diretor do estabelecimento ou outra autoridade adminis-
trativa.
Certo.
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O direito à visita (previsto no art. 41, X da LEP) poderá ser suspenso ou restringido mediante ato
motivado do diretor do estabelecimento, conforme estabelece o parágrafo único do artigo 41.
Importante que você se atente, ainda, que o art. 45, §3º da LEP proíbe as sanções coletivas.
Errado.
JURISPRUDÊNCIA
Admite-se a progressão de regime de cumprimento de pena ou a aplicação imediata de
regime menos severo nela determinada, antes do trânsito em julgado da sentença con-
denatória.
Certo.
O parágrafo único do art. 57 estabelece que “Nas faltas graves, aplicam-se as sanções previs-
tas nos incisos III a V do art. 53 desta Lei.”
Deste modo, nas faltas graves são aplicadas as seguintes sanções: a) suspensão ou restrição
de direitos; b) isolamento na própria cela, ou em local adequado, nos estabelecimentos que
possuam alojamento coletivo, observado o disposto no artigo 88 desta Lei; c) inclusão no regi-
me disciplinar diferenciado.
Errado.
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REFERÊNCIAS
ALENCAR, Rosmar Rodrigues; ARAÚJO, Fábio Roque; TÁVORA, Nestor; Legislação Penal para
Concursos. Editora JusPODIVM, 2021.
ARAÚJO, Fábio Roque; COSTA, Klaus Negri. Processo Penal Didático. 4ª ed. Salvador: Editora
JusPODIVM, 2021.
ARAÚJO, Fábio Roque; TÁVORA, Nestor. Código de Processo Penal para concursos. 10ª ed.
Salvador: Editora JusPODIVM, 2021.
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Flávia Araújo
Professora de cursos para concurso. Advogada. Professora. Mestre em Políticas Sociais e Cidadania
(UCSAL).
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