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LEGISLAÇÃO

PENAL ESPECIAL
Execução Penal

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Execução Penal
Fábio Roque e Flávia Araújo

Sumário
Apresentação......................................................................................................................................................................4
Execução Penal.. ................................................................................................................................................................5
1. Do Objeto e da Aplicação da Lei de Execução Penal (Arts. 1º a 4º).................................................5
1.1. Objetivos da Lei de Execução Penal (Art. 1º). ............................................................................................5
1.2. Âmbito de Aplicação da Lei n. 7.210/1984 (Art. 2º). .............................................................................6
1.3. Direitos Assegurados ao Condenado e ao Internado (Art. 3º).......................................................8
1.4. Cooperação da Comunidade...............................................................................................................................9
2. Classificação da Pessoa Sujeita à Execução Penal (Arts. 5º a 9º-A)............................................9
2.1. Exame Criminológico........................................................................................................................................... 10
2.2. Banco de Dados Genético (Art. 9º-A)..........................................................................................................11
3. Assistência (Arts. 10 a 27)....................................................................................................................................11
4. Do Trabalho (Arts. 28 a 37).................................................................................................................................14
4.1. Do Trabalho INTERNO (Arts. 31 a 35)........................................................................................................17
4.2. Trabalho Externo (Arts. 36 e 37). . ................................................................................................................18
5. Dos Deveres e dos Direitos (Arts. 38 a 43)...............................................................................................20
5.1. Dos Deveres (Arts. 38 e 39)............................................................................................................................20
5.2. Dos Direitos (Arts. 40 a 46). . ...........................................................................................................................21
6. Da Disciplina (Arts. 44 a 60).............................................................................................................................. 24
6.1. Disposições Gerais (Arts. 44 e 45). .............................................................................................................25
6.2. Das Faltas Disciplinares (Arts. 49 a 51). ..................................................................................................26
6.3. Das Sanções Disciplinares (Arts. 53 a 60).............................................................................................27
7. Do Regime Disciplinar Diferenciado (Art. 52)...........................................................................................31
7.1. Hipóteses de Aplicação do RDD (Art. 52, Caput e §1º)....................................................................32
7.2. Quem Poderá ser Submetido ao RDD. .......................................................................................................32
7.3. Características do RDD.....................................................................................................................................33
7.4. Prorrogação do RDD (Art. 52, §4º).............................................................................................................33
8. Órgãos da Execução Penal (Arts. 61 a 81-B). .............................................................................................34

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9. Dos Estabelecimentos Penais (Arts. 82 a 104).......................................................................................34


9.1. Funções e Atividades Delegáveis e Indelegáveis nos Estabelecimentos Penais
(Arts. 83-A e 83-B)........................................................................................................................................................35
9.2. Critérios de Individualização da Pena Previstos no Art. 84 da LEP.......................................36
9.3. Lotação dos Estabelecimentos Penais: Estado de Coisas Inconstitucional e
Responsabilidade Civil do Estado.......................................................................................................................37
9.4. Espécies de Estabelecimentos Penais....................................................................................................38
10. Da Execução das Penas em Espécie (Arts. 105 a 170). .....................................................................43
10.1. Execução da Pena Privativa de Liberdade (Arts. 105 a 146-D).................................................43
10.2. Execução da Pena Restritiva de Direitos (Arts. 147 a 170).......................................................60
10.3. Execução da Pena de Multa (Arts. 164 a 170). ...................................................................................62
11. Execução da Medida de Segurança (Arts. 171 a 179)..........................................................................63
12. Dos Incidentes de Execução (Arts. 180 a 183).......................................................................................64
12.1. Das Conversões (Arts. 180 a 184)..............................................................................................................64
12.2. Do Excesso de Desvio (Arts. 185 e 186). ................................................................................................66
12.3. Da Anistia e do Indulto (Arts. 187 a 193)...............................................................................................66
Mapas Mentais. . ..............................................................................................................................................................68
Questões de Concurso................................................................................................................................................ 73
Gabarito............................................................................................................................................................................... 87
Gabarito Comentado.................................................................................................................................................... 88
Referências......................................................................................................................................................................127

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Apresentação
Olá, futuro(a) concursado(a)!
Nós e toda a equipe do GRAN estamos aqui para te dar o máximo de dicas, teorias, exercí-
cios, respondendo questões de concurso e criando questões inéditas para que você consiga
fixar todo o conteúdo estudado!
As referências bibliográficas estarão presentes ao final da aula. Assim, você terá um supor-
te caso queira um aprofundamento sobre os temas.
Traremos, também, jurisprudência atualizada, pois, sabemos que não basta saber a legis-
lação ou as considerações doutrinárias sobre Legislação Penal Especial, sendo imprescindível
o estudo das compreensões dos tribunais.
Aqui, nesta aula iremos estudar sobre a Execução Penal, com previsão na Lei 7.2010/1984.
Estudaremos as principais inovações, trazidas pelo Pacote Anticrime (Lei 13.964/2019), e os
posicionamentos doutrinários e jurisprudenciais sobre o tema.
Esperamos que você goste do que vamos estudar e do material a seguir. Por favor: ma-
terial obrigatório! Então, fica ligado no curso GRAN. Estamos esperando as dúvidas no Fó-
rum do aluno!
Vamos começar?

Flávia Araújo
Advogada, professora,
Mestra em Políticas Sociais e Cidadania (Ucsal).

Fábio Roque Araújo (@professorfabioroque)


Juiz Federal, professor e autor de obras jurídicas;
Doutor e Mestre em Direito Público pela UFBA.
Canal no Youtube: Fábio Roque Araújo

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EXECUÇÃO PENAL
Na aula de hoje vamos estudar sobre a Lei n. 7.210/1984, comumente chamada de Lei de
Execução Penal, bem como as alterações promovidas pelo Pacote Anticrime (Lei 13.964/19).
Lembre-se de que a leitura da “letra da lei” é muito importante para o nosso estudo! Muitas
questões de concurso cobram a “lei seca”, então, não podemos deixar de lê-la, ok?

1. Do Objeto e da Aplicação da Lei de Execução Penal (Arts. 1º a 4º)


Os arts. 1º ao 4º da Lei n. 7.210/1984 tratam sobre o objeto e a aplicação da Lei de Exe-
cução Penal: O art. 1º estabelece os objetivos desta norma. O art. 2º trata sobre o seu âmbito
de aplicação. O art. 3º discorre sobre os direitos assegurados ao condenado e ao internado.
Já o art. 4º trata sobre a cooperação da comunidade nas atividades de execução da pena e da
medida de segurança.

1.1. Objetivos da Lei de Execução Penal (Art. 1º)


O art. 1º da Lei n. 7.210/1984 estabelece que:

A execução penal tem por objetivo efetivar as disposições de sentença ou decisão criminal e propor-
cionar condições para a harmônica integração social do condenado e do internado.

A partir da leitura do art. 1º percebemos que a Lei de Execução Penal possui dois objetivos
primordiais:
1. Objetivo jurídico: efetivar as disposições proferidas em sentença (pena ou medida de
segurança) ou em decisão criminal (como é o caso da prisão provisória).
2. Objetivo social: proporcionar condições para a harmônica integração social do conde-
nado (submetido à pena) e do internado (submetido à medida de segurança): Este objetivo é
bastante criticado pela doutrina em razão de sua inefetividade.
Em relação ao objetivo jurídico, é importante sabermos que, em regra, a execução penal
ocorre em processo autônomo no juízo da execução penal.
De acordo com o art. 195 da LEP:

O procedimento judicial iniciar-se-á de ofício, a requerimento do Ministério Público, do interessado,


de quem o represente, de seu cônjuge, parente ou descendente, mediante proposta do Conselho
Penitenciário, ou, ainda, da autoridade administrativa.

A execução penal terá natureza jurisdicional e administrativa, por isso, a doutrina afirma
que esta execução possui caráter misto. O caráter jurisdicional diz respeito à natureza proces-
sual da execução, que será presidida por um juiz competente para proferir decisões fundamentadas,
voltadas à efetivação da sentença, ou decisão criminal, realizadas no processo de conhecimento. O

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caráter administrativo destina-se a garantir a realização prática da execução penal, a exemplo


da existência de estabelecimentos adequados ao cumprimento da pena, garantia da seguran-
ça do apenado, do cumprimento de sanções disciplinares etc.

A Execução penal possui caráter misto: jurisdicional e administrativo.

001. (CETAP/SEAP – PA/AGENTE PENITENCIÁRIO/2021/ADAPTADA) A execução penal


tem por objetivo efetivar as disposições de sentença ou decisão judicial e proporcionar condi-
ções para a plena ressocialização familiar do condenado e do internado.

Como vimos, o art. 1º da LEP estabelece que:

A execução penal tem por objetivo efetivar as disposições de sentença ou decisão criminal e propor-
cionar condições para a harmônica integração social do condenado e do internado.
Portanto, pela literalidade da lei, a execução penal busca a ressocialização social, não mencio-
nando sobre ressocialização familiar.
Errado.

1.2. Âmbito de Aplicação da Lei n. 7.210/1984 (Art. 2º)


O art. 2º da LEP estabelece que:

Art. 2º A jurisdição penal dos Juízes ou Tribunais da Justiça ordinária, em todo o Território Nacional,
será exercida, no processo de execução, na conformidade desta Lei e do Código de Processo Penal.

A partir da leitura do art. 2º, caput, podemos afirmar que a Lei de Execução Penal é aplica-
da, em regra, na “jurisdição penal dos Juízes ou Tribunais da Justiça ordinária”. Não esqueça
que a Justiça Ordinária constitui gênero que tem, como espécies, a Justiça Estadual e Federal.
Portanto, a Lei n. 7.210/1984 regulará os processos de execução penal que tramitam na
Justiça Estadual e Federal. Mas e quanto a Justiça Especializada?
Em relação à aplicação da LEP no âmbito da Justiça Especializada (eleitoral e militar) o art.
2º, parágrafo único assim estabelece:

Art. 2º, Parágrafo único. Esta Lei aplicar-se-á igualmente ao preso provisório e ao condenado pela
Justiça Eleitoral ou Militar, quando recolhido a estabelecimento sujeito à jurisdição ordinária.

Como podemos perceber, a Lei n. 7.210/1984 será aplicada quando a Justiça Especializa-
da (eleitoral ou militar) decretar a condenação, ou a prisão provisória, de determinada pessoa,
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e esta tenha que cumprir a decisão em estabelecimento sujeito à jurisdição ordinária (estadual
ou federal).
Isso ocorre, por exemplo, quando não há presídios militares ou quando um civil é condena-
do pelo cometimento de crime militar. Nestes dois exemplos, o cumprimento da pena ocorrerá
em estabelecimento sujeito à administração da justiça ordinária, seguindo as regras previs-
tas na LEP.
Resumo! O art. 2º trata sobre o âmbito de incidência da LEP. Vimos que, em regra, esta
norma será aplicada no âmbito da Justiça Estadual e Federal, só sendo aplicada na Justiça
especializada (eleitoral e militar) quando o condenado, ou acusado, for recolhido em estabele-
cimento submetido à jurisdição ordinária.
Já Súmula 192 do STJ discorre sobre a competência para o julgamento do processo de
execução penal quando o sentenciado for recolhido a estabelecimento sujeito à administração
da jurisdição estadual.
Súmula 192 do STJ: Compete ao juízo das execuções penais do estado a execução das
penas impostas a sentenciados pela justiça federal, militar ou eleitoral, quando recolhidos a
estabelecimentos sujeitos à administração estadual.
Pense, por exemplo, na hipótese em que a pessoa é condenada pela Justiça Federal, Elei-
toral ou Militar, mas a localidade não possui estabelecimento especializado para a efetivação
da decisão, fazendo com que o condenado cumpra a pena em estabelecimento submetido à
jurisdição estadual. Neste caso, o processo de execução seguirá as regras previstas na Lei n.
7.210/1984 (conforme prevê seu art. 2º, parágrafo único) e será de competência do juízo de
execução penal estadual, conforme estabelece a Súmula 192 do STJ.

1.2.1. Destinatários da Execução Penal

A Lei de Execução Penal é aplicada aos casos de sentença condenatória transitada em


julgado (que imponha a pena privativa de liberdade, restritiva de direitos ou multa), sentença
absolutória imprópria (que fixa a medida de segurança aos inimputáveis) ou decisão criminal
que submeta o acusado à prisão provisória.
Em síntese, podemos afirmar que a execução penal terá os seguintes destinatários:
a) Condenado definitivo;
b) Pessoa submetida à medida de segurança;
c) Presos Provisórios

 Obs.: É muito comum as provas de concurso perguntarem se os presos provisórios poderão


ser submetidos ao Regime Disciplinar Diferenciado. A resposta é sim! O art. 52 da Lei
de Execução Penal deixa claro que tanto o preso provisório quanto o condenado pode-
rão ser submetidos a este regime, caso pratiquem fato definido como crime doloso
que ocasione subversão da ordem ou disciplina internas.

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002. (CESPE/POLÍCIA FEDERAL/DELEGADO/2018) Preso provisório não pode ser submeti-


do ao regime disciplinar diferenciado.

Não esqueça que a Lei de Execução Penal é aplicada em caso de prisão provisória!
De acordo com o caput do art. 52 da LEP (Lei de Execução Penal)

A prática de fato previsto como crime doloso constitui falta grave e, quando ocasionar subversão
da ordem ou disciplina internas, sujeitará o preso provisório, ou condenado, nacional ou estrangeiro,
sem prejuízo da sanção penal, ao regime disciplinar diferenciado, com as seguintes características
(...).
Em resumo, os presos provisórios poderão ser submetidos ao Regime Disciplinar Diferenciado
nas hipóteses previstas no art. 52 da Lei n. 7.210/1984.
Errado.

1.3. Direitos Assegurados ao Condenado e ao Internado (Art. 3º)


O art. 3º da LEP estabelece que:

Art. 3º Ao condenado e ao internado serão assegurados todos os direitos não atingidos pela sen-
tença ou pela lei.
Parágrafo único. Não haverá qualquer distinção de natureza racial, social, religiosa ou política.

Os direitos dos cidadãos só poderão sofrer limitações em casos excepcionais. Com base
neste entendimento, o art. 3º estabelece que a pessoa submetida à execução da pena, ou
de medida de segurança só terão seus direitos restringidos nos casos previstos em lei, ou
na sentença.
O parágrafo único do art. 3º traz o princípio da isonomia e da dignidade da pessoa hu-
mana, ao prever que “Não haverá qualquer distinção de natureza racial, social, religiosa ou
política”. Como podemos perceber, este parágrafo proíbe qualquer tipo de discriminação na
execução penal.
Como garantia à efetividade deste parágrafo, a Resolução 348 do CNJ passou a prever, em
seu art. 7º, o direito das pessoas, autodeclaradas parte da população LGBTI, optarem sobre
qual estabelecimento prisional preferem cumprir a pena privativa de liberdade. Esta manifes-
tação poderá ocorrer em qualquer momento do processo de conhecimento ou de execução da
pena, sendo, inclusive, garantido o direito de alteração do local.

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1.4. Cooperação da Comunidade


O art. 4º da LEP estabelece que:

O Estado deverá recorrer à cooperação da comunidade nas atividades de execução da pena e da


medida de segurança.

De acordo com este dispositivo, as atividades de execução da pena, ou da medida de se-


gurança, contarão com o apoio da comunidade. Esta cooperação poderá ocorrer, por exemplo,
por meio de Conselhos, organizações não governamentais, associações de bairro etc.
A exposição de motivos da LEP, deixa claro que esta cooperação da comunidade não se
restringe aos casos de penas privativas de liberdade ou medida de internação, como também
nas penas de multa e restritivas de direitos.

2. Classificação da Pessoa Sujeita à Execução Penal (Arts. 5º a 9º-A)


A classificação do condenado terá a finalidade de orientar a individualização da pena. De
acordo com o art. 5º da LEP, os condenado serão classificados segundo os seus (1) antece-
dentes, (2) personalidade.

Art. 5º. Os condenados serão classificados, segundo os seus antecedentes e personalidade, para
orientar a individualização da execução penal.

Esta classificação será realizada pela “Comissão Técnica de Classificação”, que, respon-
sável por elaborar o programa individualizador da pena privativa de liberdade adequada ao
condenado ou preso provisório (art. 6º).
Ao analisar a personalidade do agente, a comissão poderá tomar as seguintes providên-
cias (previstas em rol exemplificativo no art. 9º da LEP): a) entrevistar pessoas; b) requisitar,
de repartições ou estabelecimentos privados, dados e informações a respeito do condenado;
c) realizar outras diligências e exames necessários.
A Comissão técnica de Classificação emitirá um parecer, que não vinculará o juiz da execu-
ção penal, mas irá orientá-lo na individualização da pena.
A formação da Comissão Técnica de Classificação está regulamentada no art. 7º da LEP,
que assim dispõe:

Art. 7º A Comissão Técnica de Classificação, existente em cada estabelecimento, será presidida


pelo diretor e composta, no mínimo, por 2 (dois) chefes de serviço, 1 (um) psiquiatra, 1 (um) psicólo-
go e 1 (um) assistente social, quando se tratar de condenado à pena privativa de liberdade.
Parágrafo único. Nos demais casos a Comissão atuará junto ao Juízo da Execução e será integrada
por fiscais do serviço social.

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2.1. Exame Criminológico


O art. 8º da LEP estabelece que:

Art. 8º O condenado ao cumprimento de pena privativa de liberdade, em regime fechado, será sub-
metido a exame criminológico para a obtenção dos elementos necessários a uma adequada classi-
ficação e com vistas à individualização da execução.
Parágrafo único. Ao exame de que trata este artigo poderá ser submetido o condenado ao cumpri-
mento da pena privativa de liberdade em regime semiaberto.

O exame criminológico é uma perícia realizada por psicólogos e psiquiatras, a fim de anali-
sar fatores como: características do preso, existência de impulsividade, agressividade, pericu-
losidade, propensão a cometer novos delitos, arrependimento, adaptação ao regime prisional,
aptidão para a progressão de regime e reinserção social etc.
O exame criminológico terá natureza pericial e sua realização, juntamente com o parecer
emitido pela Comissão Técnica de Classificação, irá servir como suporte para a individualiza-
ção da pena, podendo, por exemplo, orientar o juiz sobre a concessão, ou não, da progressão
de regime, do livramento condicional etc.
O exame criminológico não é obrigatório!! Cabe ao juiz da execução penal decidir sobre sua
realização, de acordo com o caso concreto, mediante decisão fundamentada. A Súmula 439
do STJ nos informa que:

JURISPRUDÊNCIA
Súmula 439 do STJ: Admite-se o exame criminológico pelas peculiaridades do caso,
desde que em decisão motivada.

Portanto, o exame criminológico não é imprescindível para a progressão de regime ou para


a concessão de outros benefícios previstos na LEP!
A realização de exame criminológico também não é obrigatória para a progressão de regi-
me nos casos de crimes hediondos, como podemos notar a partir da leitura da Súmula Vincu-
lante n. 26 do STF:

JURISPRUDÊNCIA
Súmula vinculante n. 26: Para efeito de progressão de regime no cumprimento de pena
por crime hediondo, ou equiparado, o juízo da execução observará a inconstitucionalidade
do art. 2º da Lei n. 8.072, de 25 de julho de 1990, sem prejuízo de avaliar se o condenado
preenche, ou não, os requisitos objetivos e subjetivos do benefício, podendo determinar,
para tal fim, de modo fundamentado, a realização de exame criminológico

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2.2. Banco de Dados Genético (Art. 9º-A)


A identificação do perfil genético será obrigatória para os seguintes condenados:
a) Por crime doloso praticado com violência grave contra a pessoa,
b) Por crime contra a vida,
c) Por crime contra a liberdade sexual ou
d) por crime sexual contra vulnerável,
Aquele que se recusar a submeter-se ao procedimento de identificação do perfil genético,
cometerá falta grave.
A coleta da amostra biológica e a elaboração do respectivo laudo serão realizadas por pe-
rito oficial.
A identificação do perfil genético será armazenada em banco de dados sigiloso, porém, “a
autoridade policial (federal ou estadual) poderá requerer ao juiz competente, no caso de inquéri-
to instaurado, o acesso ao banco de dados de identificação de perfil genético”.
A LEP garante que os condenados, submetidos à identificação do perfil genético, tenham
acesso aos seus dados, bem como a todos os documentos da cadeia de custódia que gerou
esse dado, de maneira que possa ser contraditado pela defesa.

3. Assistência (Arts. 10 a 27)


O capítulo II da Lei n. 7.210/1984 trata sobre assistência. De início é muito importante que
você saiba que a assistência é um dever do Estado, e tem, como objetivo, prevenir o crime e
orientar o retorno à sociedade.
De acordo com o art. 10 da LEP, os destinatários da assistência, prestada pelo Estado, são
os presos, os internados e, de forma extensiva, os egressos. Os egressos, por sua vez, são
aqueles que saíram do sistema prisional, seja o liberado definitivo pelo prazo de 01 (um) ano;
ou o liberado condicional, durante o período de prova (art. 26).
Assim, o art. 10 da Lei n. 7.210/1984 prevê que:

Art. 10. A assistência ao preso e ao internado é dever do Estado, objetivando prevenir o crime e
orientar o retorno à convivência em sociedade.
Parágrafo único. A assistência estende-se ao egresso.

003. (CETAP/SEAP – PA/AGENTE PENITENCIÁRIO/2021/ADAPTADA) A assistência ao


preso e ao internado é dever do Estado e da comunidade, objetivando prevenir o crime e orien-
tar o retorno à convivência em sociedade.

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O art. 10, caput, da LEP estabelece que:

A assistência ao preso e ao internado é dever do Estado, objetivando prevenir o crime e orientar o


retorno à convivência em sociedade.
O erro da alternativa está em afirmar que a assistência também é dever da comunidade.
Errado.

Ao prever que a assistência terá o objetivo de “prevenir o crime e orientar o retorno à coni-
vência em sociedade”, a Lei de Execução Penal nos traz, neste ponto, a finalidade preventiva
especial positiva da pena! Vamos resumir esta ideia para que possamos entender um pouco
melhor este conceito?
De uma forma bastante resumida, podemos citar duas principais correntes que estudam a
finalidade da pena: a) teoria retributiva (ou absoluta); b) teoria preventiva.
a) As teorias retributivas entendem que a pena possui um fim em si mesmo. De acor-
do com esta linha de pensamento, a sanção penal busca, apenas, retribuir o dano causado à
sociedade.
b) Já adeptos das teorias relativas, sustentam que a pena deverá ter a finalidade de preve-
nir novos delitos. Esta prevenção poderá ser: b.1) geral (destinando-se àqueles que não come-
teram delitos, para que não venham a cometer) ou b.2) especial (destinada ao infrator).
b.1) Prevenção geral: É destinada àqueles que não cometeram delitos. Esta prevenção geral
poderá ser negativa (que acredita que a pena cumprirá uma função intimidatória na sociedade,
fazendo com que outras pessoas não venham a delinquir) ou positiva (que defende a ideia de
que a sanção penal previne novos delitos ao gerar os efeitos da “aprendizagem”, “confiança no
ordenamento jurídico” e “pacificação social”).
b.2) A prevenção especial é dirigida àquele que cometeu a infração penal, e busca prevenir
a prática de novos delitos evitando, assim, a reincidência. Esta prevenção especial também
poderá ser positiva ou negativa.
b.2.1) A prevenção especial positiva busca evitar a reincidência por meio da ressocializa-
ção do infrator.
b.2.2) Já a prevenção especial negativa busca prevenir a reincidência por meio da aplica-
ção de medida punitiva, a exemplo do encarceramento.
Feito este breve resumo, podemos entender que o art. 10, ao prever que o Estado tem o
dever de prestar assistência aos presos, internados e egressos, garante que a pena tenha uma
função relativa (ou preventiva) especial (já que a Lei está tratando daquele que cometeu o ilíci-
to penal) negativa (ao buscar a ressocialização do infrator).
O art. 11 nos traz o rol de assistências que devem ser prestadas pelo Estado aos presos e
internados. São elas:

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1. Assistência material (art. 12 e 13): Consiste no fornecimento de alimentação, vestuário


e instalações higiênicas. A LEP permite a venda de produtos permitidos que não se enquadrem
neste rol de assistência material básica, devida pelo Estado.
2. Assistência à saúde (art. 14): Tem caráter preventivo e curativo. Consiste em atendi-
mento médico, farmacêutico e odontológico. Se o estabelecimento penal não puder prover a
assistência médica necessária, esta será prestada em outro local, mediante autorização da
direção do estabelecimento. É assegurado atendimento médico à mulher, principalmente no
pré-natal e no pós-parto, extensivo ao recém-nascido.
3. Assistência Jurídica (art. 15 e 16): Destinada aos presos e aos internados sem recursos
financeiros para constituir advogado. Esta assistência jurídica será prestada pela Defensoria
Pública, de forma integral e gratuita. Em todos os estabelecimentos penais, deverá haver um
local apropriado destinado ao atendimento pelo Defensor Público.
4. Assistência educacional (Art. 17 a 21-A): A assistência educacional compreenderá a
instrução escolar e a formação profissional do preso e do internado. O ensino de 1º grau será
obrigatório. O ensino ministrado aos presos e presas será mantido, administrativa e financeira-
mente, com o apoio da União, não só com os recursos destinados à educação, mas pelo siste-
ma estadual de justiça ou administração penitenciária. As atividades educacionais podem ser
objeto de convênio com entidades públicas ou particulares, que instalem escolas ou ofereçam
cursos especializados. Veremos, em breve, que a frequência escolar poderá ser contabilizada
para fins de remição de pena aos condenados em regime fechado ou semiaberto.
5. Assistência Social (Art. 22 e 23): Tem a finalidade de amparar o preso e o internado e
prepará-los para o retorno à liberdade. Suas atribuições estão previstas no art. 23.
6. Assistência Religiosa (art. 24): No estabelecimento haverá local apropriado para os
cultos religiosos. Por outro lado, como o Estado é laico, a LEP prevê que nenhum preso ou in-
ternado poderá ser obrigado a participar de atividade religiosa.
A assistência aos egressos está prevista no art. 25 e 27 da LEP. Primeiramente, é impor-
tante relembrarmos que os egressos são aqueles que saíram do estabelecimento prisional,
podendo ser: a) O liberado definitivo, pelo prazo de até 1 (um) ano, a contar da saída do esta-
belecimento. b) O liberado condicional, durante o período de prova.
De acordo com o parágrafo único do art. 10, os egressos terão direito extensivo à assistên-
cia estatal. Esta assistência, por sua vez, consistirá em:
1. Orientação e apoio para reintegrá-lo à vida em liberdade;
2. Concessão, se necessário, de alojamento e alimentação, em estabelecimento adequado,
pelo prazo de 2 (dois) meses: prorrogável uma única vez, quando comprovado, por declaração
do assistente social, o empenho na obtenção de emprego.
3. Colaborar com o egresso para a obtenção de trabalho (esta colaboração será realizada
pelo serviço de assistência social).
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004. (CESPE/DEPEN/2015) Francisco e Júlio foram condenados pela prática de crime. Du-
rante o cumprimento de sua pena, Francisco obteve livramento condicional e está atualmente
em período de prova. Júlio foi liberado definitivamente e saiu do estabelecimento prisional há
dezoito meses.
Júlio é considerado egresso e pode contar com o serviço de assistência social, que lhe deve
prestar ajuda na obtenção de trabalho.

De acordo com o art. 27 da LEP:

O serviço de assistência social colaborará com o egresso para a obtenção de trabalho.

Porém, no caso em questão, Júlio não é mais considerado egresso, já que saiu do estabeleci-
mento penal há 18 meses (ou seja, há mais de 01 ano). Em razão disso, ele não terá direito à
assistência prevista no art. 25 e 27 da LEP.
Errado.

4. Do Trabalho (Arts. 28 a 37)


Os art. 28 a 37 da LEP tratam sobre o trabalho a ser realizado pelos presos dentro ou fora
dos estabelecimentos prisionais.
O trabalho é um dever (previsto no art. 39, V) e um direito (previsto no art. 41, II) do preso.
De acordo com o art. 28 da LEP o trabalho do condenado constitui um dever social e uma
condição de dignidade humana, devendo ter finalidade educativa e produtiva! Portanto, os pre-
sos não trabalham com objetivos lucrativos!
O trabalho realizado pelos presos não se submete à CLT (Consolidação das Leis do Tra-
balho)!! Assim, as regras relativas ao trabalho do preso (como direitos, valor da remuneração,
destinação da remuneração, jornada etc.) estão previstas na própria LEP. Desta maneira, o art.
28 da LEP prevê que:

Art. 28. O trabalho do condenado, como dever social e condição de dignidade humana, terá finalida-
de educativa e produtiva.
§ 1º Aplicam-se à organização e aos métodos de trabalho as precauções relativas à segurança e à
higiene.
§ 2º O trabalho do preso não está sujeito ao regime da Consolidação das Leis do Trabalho.

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O preso será remunerado, pelos trabalhos prestados, mediante prévia tabela. De acordo
com o art. 29 da Lei n. 7.210/1984, esta remuneração não poderá ser inferior a ¾ (três quartos)
do salário-mínimo.
Como a Lei n. 7.210/1984 é anterior à Constituição Federal, a ADPF 336/DF, questionou
a recepção do seu art. 29 ao nosso ordenamento jurídico. Foi discutido, à época, se a remu-
neração do preso, inferior ao salário-mínimo, constituiria violação ao art. 7º, IV da CF/88 e do
princípio da isonomia e da dignidade da pessoa humana. O STF entendeu pela inexistência de
violação, ao dispor que:

JURISPRUDÊNCIA
O patamar mínimo diferenciado de remuneração aos presos previsto no artigo 29, caput,
da Lei de Execução Penal não representa violação aos princípios da dignidade humana
(artigo 1º, III, da CRFB) e da isonomia (artigo 5º, caput, da CRFB), sendo inaplicável à hipó-
tese a garantia de salário-mínimo prevista no artigo 7º, IV, da Constituição. (STF – ADPF
336/DF, Rel. Min, Luiz Fux. Plenário. Julgado em 27/02/2021 – Informativo 1007).

Portanto, o preso poderá receber remuneração inferior ao salário-mínimo nacionalmente


unificado.
A prestação de serviços à comunidade constitui pena restritiva de direitos, prevista nos art.
43, IV e 46 do Código Penal. O Estado não poderá remunerar a pessoa por ter, ela, cumprido
sua pena. Em razão disso, o art. 30 da LEP prevê que “As tarefas executadas como prestação
de serviço à comunidade não serão remuneradas”.
Os §§1º e 2º do art. 29 estabelecem a destinação da remuneração do preso. As destina-
ções previstas neste artigo deverão ser seguidas em ordem preferencial. Desta forma, o produ-
to da remuneração deverá atender:
1. à indenização dos danos causados pelo crime, desde que determinados judicialmente e
não reparados por outros meios;
2. à assistência à família;
3. a pequenas despesas pessoais;
4. ao ressarcimento ao Estado das despesas realizadas com a manutenção do condenado,
em proporção a ser fixada e sem prejuízo da destinação prevista nas letras anteriores.
5. Caso não haja outras aplicações legais, a parte restante da remuneração será deposita-
da em Caderneta de Poupança, que será entregue ao condenado quando posto em liberdade.
Os condenados à pena privativa de liberdade serão obrigados a trabalhar durante o regime
de cumprimento de pena (este trabalho, por sua vez, deverá ser adequar às aptidões e capaci-
dades de cada indivíduo). Esta obrigatoriedade não existe em relação aos presos provisórios!
Desta forma, o art. 30 da LEP prevê que:

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Art. 31. O condenado à pena privativa de liberdade está obrigado ao trabalho na medida de suas
aptidões e capacidade.
Parágrafo único. Para o preso provisório, o trabalho não é obrigatório e só poderá ser executado no
interior do estabelecimento.

Portanto, os presos provisórios não são obrigados a trabalhar, mas caso o façam, a realiza-
ção do seu labor só poderá ocorrer no interior do estabelecimento. O art. 200 da LEP também
dispensam os presos políticos da realização de trabalhos!
A obrigatoriedade do trabalho aos condenados à pena privativa de liberdade não configura
pena de trabalho forçado, não havendo violação ao art. 5º, XLVII da CF/88! Trabalhos forçados
são aqueles realizados sem contraprestação ou que violam a dignidade, a capacidade física e
intelectual do recluso.
O art. 6º, 3, “a” do Pacto de San José da Costa Rica prevê que os trabalhos exigidos de pes-
soas reclusas não se enquadram como “forçados”:

Art. 6º, 3. Não constituem trabalhos forçados ou obrigatórios para os efeitos deste artigo:
a) os trabalhos ou serviços normalmente exigidos de pessoa reclusa em cumprimento de senten-
ça ou resolução formal expedida pela autoridade judiciária competente. Tais trabalhos ou serviços
devem ser executados sob a vigilância e controle das autoridades públicas, e os indivíduos que os
executarem não devem ser postos à disposição de particulares, companhias ou pessoas jurídicas
de caráter privado;

Como vimos, o trabalho constitui um direito e um dever do condenado. O descumprimento


deste dever (previsto no art. 39, VI da LEP) constitui falta grave, (prevista no art. 50, VI) objeto
de sanção disciplinar. Assim, o STJ entende que:

JURISPRUDÊNCIA
Consoante previsão dos art. 50, VI, e art. 39, V, da LEP, configura falta grave a recusa
pelo condenado à execução de trabalho interno regularmente determinado pelo agente
público competente, não havendo que se confundir o dever de trabalho, referendado pela
Convenção Americana de Direitos Humanos (art. 6º), com a pena de trabalho forçado,
vedada pela Constituição Federal - art. 5º, XLVIII, c (STJ - Jurisprudência em Teses n. 146.
Enunciado 16).

005. (CESPE/DEPEN/2015) O preso provisório ou condenado a pena privativa de liberdade é


obrigado a trabalhar e, pelo trabalho realizado, deve ser remunerado com valor que não pode
ser inferior a um salário-mínimo.

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A questão possui dois erros. Primeiramente, o art. 31, parágrafo único da LEP estabelece que
o trabalho não é obrigatório para os presos provisórios.
Em segundo lugar, a remuneração do trabalho realizado pelos condenados não poderá ser
inferior a ¾ do salário-mínimo. Como vimos, o STF entendeu que esta previsão, contida no art.
29, foi recepcionada pela CF/88, não havendo de se falar em violação ao princípio da isonomia
e dignidade.
Errado.

4.1. Do Trabalho INTERNO (Arts. 31 a 35)


O art. 32 da LEP estabelece que:

Art. 32. Na atribuição do trabalho deverão ser levadas em conta a habilitação, a condição pessoal e
as necessidades futuras do preso, bem como as oportunidades oferecidas pelo mercado.
§ 1º Deverá ser limitado, tanto quanto possível, o artesanato sem expressão econômica, salvo nas
regiões de turismo.
§ 2º Os maiores de 60 (sessenta) anos poderão solicitar ocupação adequada à sua idade.
§ 3º Os doentes ou deficientes físicos somente exercerão atividades apropriadas ao seu estado.

Em respeito ao princípio da ressocialização e da individualização da pena, os seguintes


fatores devem ser levados em conta, na atribuição do trabalho do preso: a) Sua habilitação; b)
Condição Pessoal; c) Necessidades futuras; d) Oportunidades oferecidas pelo mercado. Estes
fatores devem ser analisados, no início da execução penal, no exame de classificação.
Com vistas à ressocialização, a LEP informa que o trabalho realizado pelo preso deve estar
de acordo com as oportunidades oferecidas pelo mercado. Por este motivo, o §1º do art. 32
prevê que, salvo nas regiões de turismo, o artesanato que não tenha expressão econômica
deve ser limitado, tanto quanto possível.
O §2º e 3º do art. 32 prevê um tratamento isonômico aos maiores de 60 (sessenta) anos e
aos doentes ou deficientes físicos, ao estabelecer que o trabalho será compatível com a idade
e o estado do indivíduo.
Em relação à jornada de trabalho, o art. 33 da LEP prevê que esta não será inferior a 6 (seis)
nem superior a 8 (oito) horas, com descanso nos domingos e feriados, podendo ser atribuído
horário especial de trabalho aos presos designados para os serviços de conservação e manu-
tenção do estabelecimento penal.
Como veremos em breve, o período de trabalho ou estudo poderá ser utilizado para fins
de remição do tempo de execução da pena, aos condenados a regime fechado ou semiaber-
to. O art. 126, §1º, II prevê que esta remição será de 1 (um) dia de pena a cada 3 (três) dias
de trabalho.
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Como acabamos de ver, a jornada de trabalho do preso será de 6 a 8 horas. Portanto, para
fins de remição, 1 dia de trabalho equivale a, no mínimo, 6 horas diárias.
Ou seja, terá direito à remição, de 1 (um) dia de pena, o condenado que tiver trabalhado, no
mínimo, 6 horas diárias durante 3 (três) dias.
O art. 34 nos informa que o trabalho realizado pelo preso poderá ser gerenciado por funda-
ção ou empresa pública que tenha autonomia administrativa. Esta entidade será responsável
pela remuneração do preso e terá o papel de promover e supervisionar o trabalho, comerciali-
zando os produtos decorrentes dele.
Assim, os produtos decorrentes do trabalho prisional serão comercializados pela entidade
responsável pela sua gestão (fundação ou empresa pública), que receberão as importâncias
arrecadadas com as vendas. Na ausência de uma pessoa jurídica responsável pela gestão do
trabalho, a importância obtida com a comercialização dos produtos será revestida para o pró-
prio estabelecimento.
Caso não seja possível ou recomendável a realização da venda destes produtos a particu-
lares, os órgãos da administração direta ou indireta irão adquiri-los, com dispensa de concor-
rência pública.

4.2. Trabalho Externo (Arts. 36 e 37)


Os art. 36 e 37 da LEP trazem as regras sobre o trabalho realizado fora do estabelecimento
prisional, estabelecendo que:

Art. 36. O trabalho externo será admissível para os presos em regime fechado somente em serviço
ou obras públicas realizadas por órgãos da Administração Direta ou Indireta, ou entidades privadas,
desde que tomadas as cautelas contra a fuga e em favor da disciplina.
§ 1º O limite máximo do número de presos será de 10% (dez por cento) do total de empregados na
obra.
§ 2º Caberá ao órgão da administração, à entidade ou à empresa empreiteira a remuneração desse
trabalho.
§ 3º A prestação de trabalho à entidade privada depende do consentimento expresso do preso.
Art. 37. A prestação de trabalho externo, a ser autorizada pela direção do estabelecimento, depen-
derá de aptidão, disciplina e responsabilidade, além do cumprimento mínimo de 1/6 (um sexto) da
pena.
Parágrafo único. Revogar-se-á a autorização de trabalho externo ao preso que vier a praticar fato
definido como crime, for punido por falta grave, ou tiver comportamento contrário aos requisitos
estabelecidos neste artigo.

Antes de mais nada, é importante que você perceba que a autorização de trabalho externo
não cabe ao juiz da execução penal e sim à direção do estabelecimento prisional (art. 37)!
O STJ entende que A falta grave disciplinar deve ser sopesada pelo órgão jurisdicional na
análise do requisito subjetivo para fins de concessão de trabalho externo, nos termos do art.
37 da LEP. (Jurisprudência em Teses 146. Enunciado 15)
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Lembre-se de que o preso provisório não é obrigado a trabalhar, mas caso o faça, a execu-
ção da atividade laboral ocorrerá dentro do estabelecimento. Portanto, o preso provisório não
poderá exercer trabalho externo.
Perceba que os condenados a regime inicial semiaberto e aberto não precisarão cumprir
no mínimo 1/6 da pena para terem direito a realizar trabalho externo! Em outras palavras, a
exigência prevista no art. 37 da LEP só é aplicada àqueles que cumprem a pena em regime
fechado! Neste sentido o Informativo 752 do STF estabelece que:

JURISPRUDÊNCIA
Ementa: EXECUÇÃO PENAL. REGIME INICIAL SEMIABERTO. TRABALHO EXTERNO. 1. A
exigência objetiva de prévio cumprimento do mínimo de um sexto da pena, segundo a
reiterada jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, não se aplica aos presos que se
encontrem em regime inicial semiaberto. (...). (STF - Plenário. EP 2 TrabExt-AgR/DF, Rel.
Min. Roberto Barroso, julgado em 25/6/2014 – Informativo 752).

O STJ admite que o trabalho externo seja realizado em empresa da família do apenado.

JURISPRUDÊNCIA
O fato de o irmão do apenado ser um dos sócios da empresa empregadora não consti-
tui óbice à concessão do benefício do trabalho externo, ainda que se argumente sobre o
risco de ineficácia da realização do trabalho externo devido à fragilidade na fiscalização.
Com efeito, a execução criminal visa ao retorno do condenado ao convívio em sociedade,
com o escopo de reeducá-lo e ressocializá-lo, sendo que o trabalho é essencial para esse
processo. Nesse contexto, é importante considerar que os riscos de ineficácia da realiza-
ção de trabalho externo em empresa familiar, sob o argumento de fragilidade na fiscali-
zação, não podem ser óbice à concessão do referido benefício. (STJ, HC 310.515-RS, Rel.
Min. Felix Fischer, 5ª Turma, julgado em 17/9/2015, DJe 25/9/2015.– Informativo 569)

Competirá ao diretor do estabelecimento realizar a revogação do trabalho externo, nos ca-


sos taxativamente previstos no art. 37, parágrafo único da LEP, que assim estabelece:

Revogar-se-á a autorização de trabalho externo ao preso que vier a praticar fato definido como cri-
me, for punido por falta grave, ou tiver comportamento contrário aos requisitos estabelecidos neste
artigo.

Em síntese, a revogação do trabalho externo ocorrerá se o preso:


1. Praticar fato definido como crime
2. Praticar falta grave

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3. Tiver comportamento contrário aos requisitos estabelecidos no art. 37: aptidão, discipli-
na e responsabilidade.
Embora não esteja expressamente previsto na lei, a doutrina aponta que a revogação do
trabalho externo só será realizada após procedimento administrativo (com direito ao contradi-
tório e ampla defesa), que comprove a prática de crime, de falta grave ou de comportamento
contrário aos requisitos previstos no art. 37 (aptidão, disciplina e responsabilidade).

5. Dos Deveres e dos Direitos (Arts. 38 a 43)


Os artigos 38 a 43 da Lei n. 7.210/1984 tratam sobre os deveres e direitos das pessoas
sujeitas à execução penal.

5.1. Dos Deveres (Arts. 38 e 39)


De acordo com o art. 38:

Cumpre ao condenado, além das obrigações legais inerentes ao seu estado, submeter-se às normas
de execução da pena.

Estas normas de execução da pena poderão ter natureza administrativa ou jurisdicional.


Dito isto, o art. 39 elenca os deveres que devem ser cumpridos pelo condenado. A doutrina
entende que o rol descrito neste artigo possui natureza taxativa!
Perceba que o art. 39 discorre sobre deveres dos condenados! O parágrafo único deste ar-
tigo estabelece que o preso provisório será submetido a estas obrigações, naquilo que lhe for
cabível. Vamos exemplificar?

EXEMPLO
O art. 39, IX trata do dever de “higiene pessoal e asseio da cela ou alojamento”. Esta previsão
deve ser cumprida tanto pelo condenado quanto pelo preso provisório. O mesmo ocorre com
o dever “de obediência ao servidor e respeito a qualquer pessoa com quem deva relacionar-se”
(art. 39, II).
Por outro lado, o art. 39, VII trata do dever de “indenização à vítima ou aos seus sucessores”.
Nesta hipótese, o cumprimento da obrigação só será devido após a condenação, não se apli-
cando aos presos provisórios. Da mesma forma, o dever de “executar trabalho” (previsto na
primeira parte do art. 39, V) também só será aplicável aos condenados, já que, como vimos, os
presos provisórios não são obrigados a trabalhar (art. 31, parágrafo único).

Vamos, agora, analisar quais são os deveres dos condenados e, quando cabível, dos pre-
sos provisórios:

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1. Comportamento disciplinado e cumprimento fiel da sentença;


2. Obediência ao servidor e respeito a qualquer pessoa com quem deva relacionar-se;
3. Urbanidade e respeito no trato com os demais condenados;
4. Conduta oposta aos movimentos individuais ou coletivos de fuga ou de subversão à
ordem ou à disciplina;
5. Execução do trabalho, das tarefas e das ordens recebidas;
6. Submissão à sanção disciplinar imposta;
7. Indenização à vítima ou aos seus sucessores;
8. Indenização ao Estado, quando possível, das despesas realizadas com a sua manuten-
ção, mediante desconto proporcional da remuneração do trabalho;
9. Higiene pessoal e asseio da cela ou alojamento;
10. Conservação dos objetos de uso pessoal.
De acordo com o art. 50, VI e 51, III da LEP, comete falta grave o condenado à pena privativa
de liberdade ou à restritiva de direitos que descumprir os seguintes deveres (previstos no art.
39, II e V):
a) Obediência ao servidor e respeito a qualquer pessoa com quem deva relacionar-se
(art. 39, II) e
b) Execução do trabalho, das tarefas e das ordens recebidas (art. 39, V).
No que for cabível, as hipóteses de faltas graves, previstas no art. 50, também serão apli-
cadas aos presos provisórios. Assim, podemos concluir que, também cometerá falta grave, o
preso provisório que descumprir os deveres previstos no art. 39, II e V (com exceção do dever
de “execução do trabalho”, que, como vimos, só é obrigatório ao condenado definitivo).

5.2. Dos Direitos (Arts. 40 a 46)


Os art. 40 a 46 da LEP disciplinam sobre os direitos das pessoas submetidas à execução
penal. Quanto aos destinatários destes direitos, o art. 42 estabelece que:

Art. 42. Aplica-se ao preso provisório e ao submetido à medida de segurança, no que couber, o dis-
posto nesta Seção.

Assim, os direitos previstos nos arts. 40 a 46 da LEP são assegurados aos condenados,
aos presos provisórios e, no que couber, aos submetidos à medida de segurança.
Para a doutrina e jurisprudência, o rol de direitos previstos na Lei n. 7.210/1984 é meramen-
te exemplificativo, que busca garantir a dignidade da pessoa humana.
Feitas estas breves explanações, vamos analisar os direitos elencados na LEP?

Art. 40 Impõe-se a todas as autoridades o respeito à integridade física e moral dos condenados e
dos presos provisórios.

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O art. 40 trata sobre o direito à integridade física e moral dos condenados e presos provi-
sórios (como acabamos de ver, este direito também é garantido àqueles submetidos à medida
de segurança).
A violação à integridade física e moral de pessoas submetidas à custódia estatal poderá
ensejar crime de tortura, previsto no art. 1º, §1º da Lei 9.455/97, que assim dispõe:

Art. 1º Constitui crime de tortura:


II – submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou grave
ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida
de caráter preventivo.
Pena – reclusão, de dois a oito anos.
§1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa presa ou sujeita a medida de segurança a so-
frimento físico ou mental, por intermédio da prática de ato não previsto em lei ou não resultante de
medida legal.

Não custa lembrarmos que o art. 5º, XLIII da CF prevê que o crime de tortura é inafiançável
e insuscetíveis de graça ou anistia. A condenação por este crime acarretará a perda automáti-
ca do cargo, função ou emprego público e a interdição para seu exercício pelo dobro do prazo
da pena aplicada.
Em síntese, os art. 40 a 46 da LEP prevêem os seguintes direitos aos presos (e, aos subme-
tidos à medida de segurança, quando couber):
1. Integridade física e moral
2. Alimentação suficiente e vestuário;
3. Atribuição de trabalho e sua remuneração;
4. Previdência Social;
5. Constituição de pecúlio;
6. Proporcionalidade na distribuição do tempo para o trabalho, o descanso e a recreação;
7. Exercício das atividades profissionais, intelectuais, artísticas e desportivas anteriores,
desde que compatíveis com a execução da pena;
8. Assistência material, à saúde, jurídica, educacional, social e religiosa;
9. Proteção contra qualquer forma de sensacionalismo;
10. Entrevista pessoal e reservada com o advogado;
11. Visita do cônjuge, da companheira, de parentes e amigos em dias determinados;
12. Chamamento nominal;
13. Igualdade de tratamento salvo quanto às exigências da individualização da pena;
14. Audiência especial com o diretor do estabelecimento;
15. Representação e petição a qualquer autoridade, em defesa de direito;
16. Contato com o mundo exterior por meio de correspondência escrita, da leitura e de ou-
tros meios de informação que não comprometam a moral e os bons costumes.

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17. Atestado de pena a cumprir, emitido anualmente, sob pena da responsabilidade da au-
toridade judiciária competente.
18. Liberdade de contratar médico de confiança pessoal do internado ou do submetido a
tratamento ambulatorial, por seus familiares ou dependentes, a fim de orientar e acompanhar
o tratamento (art.43).
Em relação ao direito previsto no art. 41, XV (“Contato com o mundo exterior por meio de
correspondência escrita, da leitura e de outros meios de informação”), é importante lembrar-
mos que a Constituição Federal prevê a inviolabilidade do sigilo das correspondências como
um direito fundamental (art. 5º, XII). Entretanto, não há direitos absolutos no nosso ordena-
mento jurídico. Com base nisso, o STF entende ser possível a interceptação da correspondên-
cia de presos, em casos excepcionais devidamente justificados.

JURISPRUDÊNCIA
A administração penitenciaria, com fundamento em razoes de segurança pública, de dis-
ciplina prisional ou de preservação da ordem jurídica, pode, sempre excepcionalmente, e
desde que respeitada a norma inscrita no art. 41, parágrafo único, da Lei n. 7.210/84, pro-
ceder a interceptação da correspondência remetida pelos sentenciados, eis que a cláu-
sula tutelar da inviolabilidade do sigilo epistolar não pode constituir instrumento de sal-
vaguarda de práticas ilícitas. (STF - HC 70814, Relator(a): Min. CELSO DE MELLO, Primeira
Turma, julgado em 01/03/1994, DJ 24-06-1994)

O parágrafo único do art. 41, prevê que destes direitos poderão ser suspensos ou restringi-
dos mediante ato motivado do diretor do estabelecimento. São eles:
a) Proporcionalidade na distribuição do tempo para o trabalho, o descanso e a recreação
(art. 41, V)
b) Visita do cônjuge, da companheira, de parentes e amigos em dias determinados (art. 41, X)
c) Contato com o mundo exterior por meio de correspondência escrita, da leitura e de ou-
tros meios de informação que não comprometam a moral e os bons costumes. (art. 41, XV)
Preste bem atenção! Os direitos previstos no art. 41, V, X e XV poderão ser suspensos ou
restringidos (nunca suprimidos) por ato motivado do diretor do estabelecimento, não depen-
dendo de autorização judicial!
A suspensão ou restrição destes direitos constitui modalidade de sanção disciplinar, pre-
vista no art. 53, III da LEP. Esta sanção será aplicada em caso de falta grave (conforme estabe-
lece o art. 57, parágrafo único) e não poderá exceder a 30 (trinta dias), salvo no caso de RDD
(art. 58). A CF/88 proíbe penas de caráter perpétuo, portanto, o diretor do estabelecimento
não poderá suprimir (definitivamente) direitos previstos em lei. Vamos ver uma decisão do STJ
sobre este tema:

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Execução Penal
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JURISPRUDÊNCIA
DIREITO DE VISITA DO PRESO. ART. 41, X, DA LEI DE EXECUÇÕES PENAIS. RESTRIÇÃO DE
INGRESSO EM PRESÍDIO. SANÇÃO DE CARÁTER PERPÉTUO. IMPOSSIBILIDADE. É ilegal
a sanção administrativa que impede definitivamente o direito do preso de receber visitas.
O ordenamento jurídico garante a toda pessoa privada da liberdade o direito a um trata-
mento humano e à assistência familiar e não prevê nenhuma hipótese de perda definitiva
do direito de visita. Assim, a negativa da revisão do cancelamento do registro de visitante
está em descompasso com a proibição constitucional de penalidades de caráter perpé-
tuo. Na hipótese é ilegal a sanção administrativa que impede definitivamente o preso de
estabelecer contato com seu genitor por suprimir o direito previsto no art. 41, X, da LEP,
porquanto tem-se por caracterizado o excesso de prazo da medida, que deve subsistir por
prazo razoável à implementação de sua finalidade. Até mesmo nos casos de homologa-
ção de faltas graves (fuga, subversão da disciplina etc.) ou de condenações definitivas
existe, nos regimentos penitenciários ou no art. 94 do CP, a possibilidade de reabilita-
ção. Toda pena deve atender ao caráter de temporariedade. (STJ - RMS 48.818-SP, Rel.
Min. Rogerio Schietti Cruz, Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 26/11/2019, DJe
29/11/2019. - Informativo 661)

Por ter natureza sancionatória, o diretor do estabelecimento só poderá aplicar a suspensão


ou restrição dos direitos previstos no art. 41, V, X e XV, após a realização do direito de defesa
do preso. O art. 59 da LEP prevê que este direito de defesa será exercido mediante procedi-
mento administrativo disciplinar (PAD). Porém, o STF entende que este procedimento poderá
ser dispensado caso o condenado seja ouvido, pelo juízo de execução penal, em audiência de
justificação realizada na presença do defensor e do Ministério Público (STF – Informativo 985).
Em breve, analisaremos este entendimento com mais profundidade...

6. Da Disciplina (Arts. 44 a 60)


Os art. 44 a 60 da LEP tratam sobre a “disciplina” no cumprimento da sentença ou deci-
são criminal.
O condenado e o preso provisório têm o dever de agir com disciplina, obedecendo às de-
terminações das autoridades, e de seus agentes, e colaborando com a ordem do sistema pri-
sional. O descumprimento das normas disciplinares gera o que a lei chama de “faltas discipli-
nares” que, por sua vez, podem ser leves, médias ou graves. e devem estar previstas em lei ou
nas normas regulamentares, em respeito ao princípio da taxatividade e da anterioridade.
As faltas graves estão previstas na LEP. Já as faltas leves e médias serão especificadas
em legislação local. A ocorrência destas faltas será apurada por meio de procedimento ad-
ministrativo (ou audiência de justificação), com respeito ao contraditório e à ampla defesa.

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Após esta apuração, o condenado ou preso provisório estará sujeito às sanções disciplinares,
previstas no art. 53 da LEP
Assim, a partir de agora vamos estudar sobre a disciplina no sistema de execução penal.

6.1. Disposições Gerais (Arts. 44 e 45)


Os artigos 44 e 45 trazem as disposições gerais sobre a “disciplina” na ordem prisional.
Antes de destrincharmos estes artigos, eu preciso que você os leia atentamente...
Leu? Ótimo! Vamos analisá-los com calma....
a) Conceito de disciplina: Primeiramente, o caput do art. 44 traz um conceito para disci-
plina, ligando-a às ideias de “ordem, obediência e desempenho do trabalho”. Assim, de acordo
com este artigo “A disciplina consiste na colaboração com a ordem, na obediência às determi-
nações das autoridades e seus agentes e no desempenho do trabalho”.
O condenado ou denunciado será cientificado sobre as normas disciplinares no início da
execução da pena ou da prisão (art.46).
b) Destinatários do dever de disciplina: Os condenados (à pena privativa de liberdade ou
restritiva de direitos) e os presos provisórios deverão cumprir o dever de disciplina (art. 44,
parágrafo único).
c) Falta disciplinar: O art. 45 da LEP traz o princípio da taxatividade e da anterioridade ao
dispor que não haverá falta disciplinar sem anterior previsão legal ou regulamentar.
d) Sanção disciplinar: Também estão submetidas ao princípio da taxatividade e das ante-
rioridades, devendo estar previstas taxativamente em lei ou regulamento antes da ocorrência
do fato. Os §§1º ao 3º do art. 45 preveem algumas limitações às sanções disciplinares:
d.1) não poderão colocar em perigo a integridade física e moral do condenado.
d.2) É vedado o emprego de cela escura.
d.3) São vedadas as sanções coletivas.
e) Exercício do Poder Disciplinar:
e.1) na execução da pena privativa de liberdade: O poder disciplinar será exercido pela
autoridade administrativa, conforme as disposições regulamentares aplicáveis ao estabeleci-
mento penal (art. 47)
e.2) na execução da pena restritiva de direitos cumpridas fora do estabelecimento pri-
sional: O poder disciplinar será exercido pela autoridade administrativa a que estiver sujeito o
condenado. Neste caso, se o condenado cometer falta grave, a autoridade irá enviar represen-
tação ao juiz da execução penal que, após o exercício do contraditório e ampla defesa, tomará
as providências devidas (como a regressão da pena, revogação do benefício da saída tempo-
rária, revogação de até 1/3 do tempo remido ou conversão da pena de prestação de serviços à
comunidade em pena privativa de liberdade). (Art. 48).

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6.2. Das Faltas Disciplinares (Arts. 49 a 51)


Neste ponto da aula vamos estudar sobre faltas disciplinares, previstas na LEP. Ainda não
vamos tratar sobre o regime disciplinar diferenciado (art. 52), deixaremos este para um tópico
específico.
Como acabamos de ver, as faltas disciplinares estão submetidas ao princípio da taxativida-
de e das anterioridades, devendo estar previstas taxativamente, em lei ou regulamento, antes
da ocorrência do fato.
O art. 49 estabelece que estas faltas disciplinares poderão ser leves, médias ou graves. As
faltas graves estão taxativamente previstas na LEP. Já as faltas leves e médias serão especi-
ficadas em legislação local.
O parágrafo único do art. 49 prevê que:

Pune-se a tentativa com a sanção correspondente à falta consumada.

O art. 50 da LEP traz as hipóteses de faltas graves cometidas pelos condenados à pena pri-
vativa de liberdade, sendo também aplicável aos presos provisórios, no que couber. Já o art. 51
elenca as faltas graves cometidas por condenados a pena restritiva de direitos. Vamos a elas?

6.2.1. Art. 50: Faltas graves praticadas pelo condenado à pena privativa de liber-
dade (e pelo preso provisório, no que couber)

1. Incitar ou participar de movimento para subverter a ordem ou a disciplina;


2. Fugir – De acordo com o STJ, a fuga configura falta grave de natureza permanente, e o
marco inicial da prescrição, para apuração desta falta grave, será o dia da captura do foragido.
(STJ – Jurisprudência em Teses 146. Enunciados 7 e 8).
3. Possuir, indevidamente, instrumento capaz de ofender a integridade física de outrem;
4. Provocar acidente de trabalho;
5. Descumprir, no regime aberto, as condições impostas;
6. Inobservar os deveres de “obediência ao servidor e respeito a qualquer pessoa com
quem deva relacionar-se” (art. 39, II) e de “execução do trabalho, das tarefas e das ordens re-
cebidas” (art. 39, V).
7. Tiver em sua posse, utilizar ou fornecer aparelho telefônico, de rádio ou similar, que
permita a comunicação com outros presos ou com o ambiente externo – O STJ entende não
ser necessária a perícia do aparelho celular apreendido (STJ – Jurisprudência em Teses 144.
Enunciado 7). A corte também afirma que “A posse de chip de telefone celular pelo preso, den-
tro de estabelecimento prisional, configura falta disciplinar de natureza grave, ainda que ele
não esteja portando o aparelho” (STJ. 5ª Turma. HC 260122-RS, Rel. Min. Marco Aurélio Belliz-

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ze, julgado em 21/3/2013). Da mesma forma, a pose de fones de ouvido no interior do presídio
também é considerada falta grave pelo STJ (Jurisprudência em Teses 144, Enunciado 6).
8. Recusar submeter-se ao procedimento de identificação do perfil genético – este proce-
dimento passou a ser obrigatório aos condenados por crime doloso praticado com violência
de natureza grave contra pessoa, ou por qualquer dos crimes previstos na Lei dos Crimes
Hediondos.
9. O art. 52: praticar fato previsto como crime doloso quando ocasionar subversão da or-
dem ou disciplina internas – Neste caso, a falta grave sujeitará o preso provisório, ou condena-
do, nacional ou estrangeiro, sem prejuízo da sanção penal, ao regime disciplinar diferenciado.
De acordo com o STJ “A posse de drogas, no curso da execução penal, ainda que para
uso próprio, constitui falta grave”. Neste caso, a Corte afirma ser “imprescindível a confecção
do laudo toxicológico para comprovar a materialidade da infração disciplinar e a natureza da
substância encontrada com o apenado no interior de estabelecimento prisional”. (STJ – Juris-
prudência em Teses n. 144. Enunciados 9 e 10).
O cometimento de fato definido como crime doloso, no curso da execução penal, é con-
siderado falta grave, sendo cabível, inclusive, a aplicação do Regime Disciplinar Diferenciado,
quando o crime ocasionar subversão da ordem ou disciplina internas. Neste caso, o STJ enten-
de que a sanção disciplinar será aplicada por meio de procedimento específico, independente
do trânsito em julgado da sentença penal condenatória que trate sobre o crime praticado.

Súmula 526 do STJ: O reconhecimento de falta grave decorrente do cometimento de fato


definido como crime doloso no cumprimento da pena prescinde do trânsito em julgado
de sentença penal condenatória no processo penal instaurado para apuração do fato.

6.2.2. Art. 51: Faltas graves praticadas pelo condenado à pena restritiva de di-
reitos

1. Descumprir, injustificadamente, a restrição imposta;


2. Retardar, injustificadamente, o cumprimento da obrigação imposta;
3. Inobservar os deveres de “obediência ao servidor e respeito a qualquer pessoa com
quem deva relacionar-se” (art. 39, II) e de “execução do trabalho, das tarefas e das ordens re-
cebidas” (art. 39, V).

6.3. Das Sanções Disciplinares (Arts. 53 a 60)


As sanções disciplinares estão previstas taxativamente no art. 53 da LEP. São elas:
1. Advertência verbal;
2. Repreensão;

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3. Suspensão ou restrição dos seguintes direitos (determinados pelo artigo 41, pará-
grafo único):
− 3.1. proporcionalidade na distribuição do tempo para o trabalho, o descanso e a re-
creação (art. 41, V)
− 3.2. visita do cônjuge, da companheira, de parentes e amigos em dias determinados
(art. 41, X)

3.3. contato com o mundo exterior por meio de correspondência escrita, da leitura e de
outros meios de informação que não comprometam a moral e os bons costumes (art. 41, XV).
4. Isolamento na própria cela, ou em local adequado, nos estabelecimentos que possuam
alojamento coletivo – Lembre-se de que o art. 45, §2º veda o emprego de cela escura, em res-
peito à dignidade e à integridade física e moral do preso.
5. Inclusão no regime disciplinar diferenciado (regulado no art. 52 da LEP) – Esta sanção é
a única que dependerá de decisão judicial, após requerimento elaborado pelo diretor do esta-
belecimento ou por qualquer autoridade administrativa.
Em respeito ao princípio da individualização da pena, o art. 57 da LEP estabelece que:

Na aplicação das sanções disciplinares, levar-se-ão em conta a natureza, os motivos, as circunstân-


cias e as consequências do fato, bem como a pessoa do faltoso e seu tempo de prisão.

As sanções de “isolamento” e “suspensão ou restrição de direitos” não poderão exceder a


30 (trinta) dias. O Regime Disciplinar Diferenciado terá o prazo máximo de 2 (dois) anos, admi-
tindo-se prorrogações sucessivas, por períodos de 1 (um) ano, quando o indivíduo “continua
apresentando alto risco para a ordem e a segurança do estabelecimento penal de origem ou
da sociedade” ou quando “mantém os vínculos com organização criminosa, associação crimi-
nosa ou milícia privadas” (art. 52, §4º).
O isolamento poderá ser decretado, como medida cautelar, pela autoridade administrativa!
Neste caso, não estamos falando em sanção, e o prazo do isolamento deverá ser de até 10
(dez) dias.

6.3.1. Competência para Aplicação das Sanções Disciplinares

De acordo com o art. 54 da LEP, as sanções disciplinares previstas nos incisos I a IV do art.
53 serão aplicadas pelo diretor do estabelecimento, em ato motivado. Já a sanção prevista no
inciso V, dependerá de prévio e fundamentado despacho do juiz.
Podemos dizer, então, que a única sanção disciplinar que depende de decisão judicial é a
inclusão em regime disciplinar diferenciado.
Desta forma, o diretor do estabelecimento poderá aplicar as seguintes sanções disciplina-
res: a) Advertência; b) Repreensão; c) Suspensão ou Restrição dos direitos previstos no art. 41,
V, X e XV; d) Isolamento.
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Embora a aplicação do isolamento seja realizada pelo diretor do estabelecimento, o parágra-


fo único do art. 58 estabelece que este ato sempre deverá ser comunicado ao juiz da execução!
Já a inclusão no RDD, ocorrerá por meio de “despacho prévio e fundamentado do juiz”. Na
realidade, embora o art. 54 utilize a expressão “despacho”, a inclusão do condenado, ou preso
provisório, em Regime Disciplinar Diferenciado ocorrerá por meio de decisão judicial.
Perceba, porém, que o juiz não poderá aplicar esta sanção de ofício! A autorização para
imposição do RDD ocorrerá por meio de decisão judicial após requerimento circunstanciado
realizado pelo diretor do estabelecimento ou por outra autoridade administrativa (art. 54, §1º).
Após a apresentação deste requerimento circunstanciado, o juiz abrirá prazo para mani-
festação do Ministério Público e da defesa e, só então, proferirá a decisão, no prazo máximo
de 15 dias.

6.3.2. Procedimento para a Aplicação das Sanções Disciplinares

A aplicação de qualquer sanção depende de procedimento (administrativo ou judicial) an-


terior, em que sejam assegurados os direitos ao contraditório e ampla defesa.
Esta defesa, assegurada no procedimento de aplicação da sanção disciplinar, deverá ser
técnica (realizada por advogado ou defensor público) sob pena de nulidade, conforme enten-
dimento do STJ:

JURISPRUDÊNCIA
No processo administrativo disciplinar instaurado para apuração de falta grave suposta-
mente praticada no curso da execução penal, a inexistência de defesa técnica por advo-
gado na oitiva de testemunhas viola os princípios do contraditório e da ampla defesa e
configura causa de nulidade do PAD (STJ – Jurisprudência em Teses n. 145. Enunciado
5).

Acabamos de ver que a aplicação do Redime Disciplinar Diferenciado ocorrerá por meio de
decisão judicial, proferida após manifestação do Ministério Público e da defesa.
As demais sanções disciplinares serão aplicadas pelo diretor do estabelecimento, por meio
de decisão motivada, proferida após instauração de procedimento, sendo assegurado o direito
a defesa técnica. Assim, o art. 59 da LEP prevê que:

Art. 59. Praticada a falta disciplinar, deverá ser instaurado o procedimento para sua apuração, con-
forme regulamento, assegurado o direito de defesa.
Parágrafo único. A decisão será motivada.

Com base neste artigo, o STJ possuía entendimento sumulado (Súmula 533) afirmando
que a instauração do Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD) era imprescindível para o
reconhecimento da prática de falta disciplinar no âmbito da execução penal.

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Acontece que a prática de falta grave poderá acarretar a regressão de regime, e esta re-
gressão só será possível por meio de decisão judicial, após a realização de audiência de jus-
tificação, com oitiva do Ministério Público e da defesa técnica do condenado (art. 118, I, §2º
da LEP). Com base nesta premissa, o STF entende que esta audiência de justificação, realiza-
da em procedimento judicial, oferece mais garantias do que o procedimento administrativo
disciplinar.
Em síntese, o Supremo passou a entender que a instauração de procedimento administra-
tivo disciplinar não é imprescindível se a falta grave tiver sido apurada em audiência de justifi-
cação realizada com a presença do MP e da defesa técnica. Vamos analisar a decisão:
A oitiva do condenado pelo Juízo da Execução Penal, em audiência de justificação realiza-
da na presença do defensor e do Ministério Público, afasta a necessidade de prévio Procedi-
mento Administrativo Disciplinar (PAD), assim como supre eventual ausência ou insuficiência
de defesa técnica no PAD instaurado para apurar a prática de falta grave durante o cumprimen-
to da pena (STF – RE 972598. Rel. Min Roberto Barroso. Plenário. Julgado em 04/05/2020 –
Informativo 985).
Após este julgamento, o STJ alterou sua posição anterior, passando a afirmar que, em caso
de falta grave, a audiência de justificação, realizada com a garantia do direito de defesa, supre
a exigência de procedimento administrativo disciplinar. Desta forma, a Súmula 533 do STJ
está superada!

JURISPRUDÊNCIA
AGRAVO REGIMENTAL NO HABEAS CORPUS. EXECUÇÃO PENAL. FALTA GRAVE. PRO-
CEDIMENTO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR. NECESSIDADE. NOVO ENTENDIMENTO DO
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. REPERCUSSÃO GERAL. SUPERAÇÃO DA SÚMULA 533.
AGRAVO IMPROVIDO. (...). Comprovado que se assegurou ao paciente o regular exercí-
cio do direito de defesa, na sede da audiência de justificação realizada no caso concreto,
inexiste qualquer nulidade a ser sanada, nem constrangimento ilegal a ser reparado. (...)
(STJ. 6ª Turma. AgRg no HC 581.854/PR, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 04/08/2020).

Veja bem!!! O procedimento administrativo disciplinar poderá ser dispensado apenas no


caso de cometimento de falta grave apurada em audiência de justificação, com participação
do MP e da defesa! Caso a falta seja de natureza leve, média ou, ainda que grave, não tenha
havido audiência de justificação, a instauração do PAD, com garantia do direito de defesa, será
imprescindível!
A decisão sobre a aplicação da sanção disciplinar, proferida pelo diretor do estabeleci-
mento ou outra autoridade administrativa, configura ato administrativo sujeito a controle de
legalidade pelo poder judiciário! Perceba que estamos falando de um ato administrativo discri-
cionário, logo, o judiciário só poderá analisar a legalidade, e não o mérito, da decisão!

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JURISPRUDÊNCIA
A decisão proferida pela autoridade administrativa prisional em processo administrativo
disciplinar - PAD que apura o cometimento de falta grave disciplinar no âmbito da exe-
cução penal é ato administrativo, portanto, passível de controle de legalidade pelo Poder
Judiciário (STJ – Jurisprudência em Teses 145. Enunciado 1)

6.3.3. Sanções Disciplinares Aplicadas em Caso de Falta Grave (Art. 57, Pará-
grafo Único)

O parágrafo único do art. 57 informa que “Nas faltas graves, aplicam-se as sanções pre-
vistas nos incisos III a V do art. 53 desta Lei”. Portanto, o condenado ou preso provisório que
tenha cometido falta de natureza grave, estará submetido às seguintes sanções:
a) Suspensão ou Restrição dos direitos previstos no art. 41, V, X e XV.
b) Isolamento na própria cela, ou em local adequado
c) Inclusão no Regime Disciplinar Diferenciado – Neste caso, a falta grave cometida deverá
configurar crime doloso que ocasione subversão da ordem ou disciplina internas, como prevê
o art. 52 da LEP.

7. Do Regime Disciplinar Diferenciado (Art. 52)


Vimos que os condenados, e presos provisórios, devem se submeter à disciplina durante
o cumprimento da execução penal. O Regime Disciplinar Diferenciado constitui uma disciplina
carcerária mais rigorosa, que submete o preso a um maior grau isolamento e vigilância. Du-
rante o cumprimento deste regime o indivíduo terá suas visitas gravadas, suas entrevistas mo-
nitoradas (exceto com seu defensor), o conteúdo de suas correspondências será fiscalizado,
sua cela será individual etc.
O RDD poderá ter duas naturezas: a) Sanção Disciplinar (na hipótese prevista no caput do
art. 52) ou b) Medida Cautelar (nas hipóteses do art. 52, §1º).
Enquanto Sanção Disciplinar, o RDD será aplicado quando o condenado, ou preso provisó-
rio, praticar falta grave, por meio de fato definido como crime doloso, que ocasione subversão
da ordem ou disciplina internas (art. 52, caput).
Já enquanto Medida Cautelar, o RDD será aplicado quando o condenado ou preso provisó-
rio “apresentar alto risco para a ordem e a segurança do estabelecimento penal ou da socie-
dade” (art. 52, §1º, I) ou haja “fundadas suspeitas de envolvimento ou participação em organi-
zação criminosa, associação criminosa ou milícia privada, independentemente da prática de
falta grave”. (art. 52, §1º, II).
Seja como sanção disciplinar ou medida cautelar, a inclusão do preso em Regime Discipli-
nar Diferenciado dependerá de decisão judicial fundamentada, com respeito ao contraditório e
à ampla defesa. Desta forma, o art. 60 da LEP prevê que

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Art. 60 A autoridade administrativa poderá decretar o isolamento preventivo do faltoso pelo prazo
de até dez dias. A inclusão do preso no regime disciplinar diferenciado, no interesse da disciplina e
da averiguação do fato, dependerá de despacho do juiz competente. (grifo nosso).
Parágrafo único. O tempo de isolamento ou inclusão preventiva no regime disciplinar diferenciado
será computado no período de cumprimento da sanção disciplinar.

7.1. Hipóteses de Aplicação do RDD (Art. 52, Caput e §1º)


O Regime Disciplinar Diferenciado será aplicado ao condenado, ou preso provisório, nacio-
nal ou estrangeiro:
1. Que praticar fato previsto como crime doloso, quando ocasionar subversão da ordem ou
disciplina internas – Sanção Disciplinar.
2. Que apresentar alto risco para a ordem e a segurança do estabelecimento penal ou da
sociedade – Medida Cautelar;
3. Sob os quais recaiam fundadas suspeitas de envolvimento ou participação, a qualquer
título, em organização criminosa, associação criminosa ou milícia privada, independentemen-
te da prática de falta grave – Medida Cautelar.
Perceba que basta a existência de “fundadas suspeitas” de participação, em organização
criminosa, associação criminosa ou milicia privada, para que o condenado, ou preso provisório,
seja submetido ao RDD. Não é necessária a comprovação da participação. Também não se
exige que este indivíduo ocupe posição de liderança na estrutura criminosa.
Porém, caso haja indícios de que este preso exerce função de liderança na organização
criminosa, associação criminosa ou milícia privada, o RDD deverá ser cumprido em estabeleci-
mento prisional federal, como prevê o art. 52, §3º da LEP.

Art. 52, §3º Existindo indícios de que o preso exerce liderança em organização criminosa, associa-
ção criminosa ou milícia privada, ou que tenha atuação criminosa em 2 (dois) ou mais Estados da
Federação, o regime disciplinar diferenciado será obrigatoriamente cumprido em estabelecimento
prisional federal

Neste caso, o estabelecimento federal deverá contar com alta segurança interna e externa,
a fim de evitar o contato do preso com membros de sua organização criminosa, associação
criminosa ou milícia privada, ou de grupos rivais (art. 52, §5º).

7.2. Quem Poderá ser Submetido ao RDD


De acordo com o art. 52, poderá ser submetido ao RDD o condenado ou o preso provisório,
nacional ou estrangeiro.

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7.3. Características do RDD


O Pacote Anticrime (Lei 13.964/2019) recrudesceu ainda mais as características do Regi-
me Disciplinar Diferenciado. O prazo de duração, por exemplo, que antes era de 360 dias, pas-
sou a ser de 2 (dois) anos. As visitas, que antes eram semanais, passaram a ser quinzenais e
restritas a familiares do preso, salvo em caso de autorização judicial. O banho de sol só poderá
ser tomado em grupos de até 4 (quatro) pessoas. O conteúdo das correspondências passou a
ser fiscalizados. As audiências judiciais serão realizadas por videoconferência etc.
Vamos, então, analisar as atuais características do Regime Disciplinar Diferenciado, altera-
das pelo Pacote Anticrime (Lei 13.964/2019):
1. Duração máxima de até 2 (dois) anos, sem prejuízo de repetição da sanção por nova
falta grave de mesma espécie;
2. Recolhimento em cela individual;
3. Visitas quinzenais de duas pessoas, com duração de 2 horas. Estas pessoas deverão
ser familiares do preso. A visita de terceiro, não familiar, precisará de autorização judicial. Não
será possível o contato físico e a passagem de objetos durante a visita. – Caso o preso não
receba visitas após os primeiros 06 (seis) meses de cumprimento do RDD, poderá, após prévio
agendamento, ter contato telefônico com uma pessoa da família. Este contato será gravado e
ocorrerá duas vezes por mês, com duração de dez minutos.
4. Direito à saída da cela por 2 (duas) horas diárias para banho de sol, em grupos de até 4
(quatro) presos, desde que não haja contato com presos do mesmo grupo criminoso;
5. Entrevistas sempre monitoradas, exceto aquelas com seu defensor, em instalações equi-
padas para impedir o contato físico e a passagem de objetos, salvo expressa autorização judi-
cial em contrário;
6. Fiscalização do conteúdo da correspondência – O STF já admitia esta possibilidade em
casos excepcionais. O pacote anticrime tornou a exceção regra. Desta forma, a pessoa subme-
tida a RDD terá seu sigilo de correspondência mitigado, enquanto durar a medida.
7. Participação em audiências judiciais preferencialmente por videoconferência, garantin-
do-se a participação do defensor no mesmo ambiente do preso.

 Obs.: As visitas (presenciais ou telefônicas) serão gravadas. Mas sua fiscalização, por
agente penitenciário, dependerá de autorização judicial. (art. 52, §6º).

7.4. Prorrogação do RDD (Art. 52, §4º)


Vimos que o RDD terá duração máxima de 2 (dois) anos. Porém, o Pacote Anticrime (Lei
13.964/2019) passou a prever a possibilidade de este prazo ser prorrogado sucessivamente,
por períodos de 1 (um) ano, nas hipóteses em que o preso:
1. Continua apresentando alto risco para a ordem e a segurança do estabelecimento penal
de origem ou da sociedade;
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2. Mantém os vínculos com organização criminosa, associação criminosa ou milícia pri-


vada, considerados também o perfil criminal e a função desempenhada por ele no grupo cri-
minoso, a operação duradoura do grupo, a superveniência de novos processos criminais e os
resultados do tratamento penitenciário.
Apesar de não haver previsão legal, entende-se que cada prorrogação dependerá de deci-
são judicial fundamentada, com respeito ao contraditório e à ampla defesa do preso.

8. Órgãos da Execução Penal (Arts. 61 a 81-B)


A LEP prevê diversos órgãos envolvidos na execução penal, cujas atribuições poderão ser
de natureza administrativa, jurisdicional ou de correição. É importante que você leia as dispo-
sições dos art. 61 a 81-B da Lei n. 7.210/1984.
São órgãos da execução penal:
1. O Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária;
2. O Juízo da Execução;
3. O Ministério Público;
4. O Conselho Penitenciário;
5. Os Departamentos Penitenciários;
6. O Patronato;
7. O Conselho da Comunidade.
8. A Defensoria Pública.

9. Dos Estabelecimentos Penais (Arts. 82 a 104)


O caput do art. 82 estabelece que:

Os estabelecimentos penais destinam-se ao condenado, ao submetido à medida de segurança, ao


preso provisório e ao egresso.

Em respeito ao princípio da dignidade humana e da isonomia material, o art. 82, §1º esta-
belece que:

A mulher e o maior de sessenta anos, separadamente, serão recolhidos a estabelecimento próprio e


adequado à sua condição pessoal.

A LEP prevê que os estabelecimentos penais destinados às mulheres deverão ser dotados
de berçário, onde as condenadas possam cuidar de seus filhos, inclusive amamentá-los, no
mínimo, até 6 (seis) meses de idade (art. 82, §2º). Estes estabelecimentos só poderão ter pes-
soas agentes femininos na segurança de suas dependências internas.
Observe que nada impede que os estabelecimentos destinados às mulheres tenham agen-
tes segurança do sexo masculino, desde que estes atuem apenas nas dependências externas!

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De acordo com o art. 83:

O estabelecimento penal, conforme a sua natureza, deverá contar em suas dependências com áreas
e serviços destinados a dar assistência, educação, trabalho, recreação e prática esportiva.

Lembre-se de que a educação constitui um dos deveres de assistência a serem prestados


pelo Estado (o ensino de 1º grau é, inclusive, obrigatório). Desta forma, o art. 83, §4º prevê que,
nos estabelecimentos prisionais, “serão instaladas salas de aulas destinadas a cursos do ensi-
no básico e profissionalizante”. Já o §1º do mesmo artigo, estabelece que “Haverá instalação
destinada a estágio de estudantes universitários”.
A prestação de assistência jurídica configura outro dever assistencial do Estado. Esta as-
sistência será prestada pela defensoria pública, e se destina aos presos e aos internados sem
recursos financeiros para constituir advogado. Como concretização deste direito, o art. 82,
§5º estabelece que, nos estabelecimentos prisionais “Haverá instalação destinada à Defenso-
ria Pública”.

9.1. Funçõese Atividades Delegáveis e Indelegáveis nos


Estabelecimentos Penais (Arts. 83-A e 83-B)
A Lei 13.190/2015 acrescentou o art. 83-A à LEP, passando a permitir a terceirização de
alguns serviços no sistema prisional. Esta terceirização é chamada, pela lei, de “execução indi-
reta”, e só será admitida para as atividades que não possuam natureza essencialmente pública
(como a limpeza, lavanderia, portaria, informática, telecomunicações, conservação, serviços
relacionados à execução do trabalho pelo preso etc.).

Art. 83-A. Poderão ser objeto de execução indireta as atividades materiais acessórias, instrumentais
ou complementares desenvolvidas em estabelecimentos penais, e notadamente
I – serviços de conservação, limpeza, informática, copeiragem, portaria, recepção, reprografia, tele-
comunicações, lavanderia e manutenção de prédios, instalações e equipamentos internos e exter-
nos;
II – serviços relacionados à execução de trabalho pelo preso.
§ 1º execução indireta será realizada sob supervisão e fiscalização do poder público.
§ 2º Os serviços relacionados neste artigo poderão compreender o fornecimento de materiais, equi-
pamentos, máquinas e profissionais.

O art. 83-A traz um rol exemplificativo dos serviços passíveis de delegação (execução in-
direta) no âmbito dos estabelecimentos penais. O que gerou inúmeras críticas doutrinárias
sobre o tema.
De qualquer forma, esta “execução indireta” (terceirização ou delegação), de serviços não
essencialmente públicos, nos estabelecimentos penais, será realizada sob supervisão e fisca-
lização do poder público (art. 83-A, §1º).

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A Lei 13.190/15 também acrescentou o art. 83-B à LEP, passando a prever as funções e
atividades que não poderão ser objeto de delegação no âmbito do sistema prisional:

Art. 83-B. São indelegáveis as funções de direção, chefia e coordenação no âmbito do sistema pe-
nal, bem como todas as atividades que exijam o exercício do poder de polícia, e notadamente:
I – Classificação de condenados;
II – Aplicação de sanções disciplinares;
III – Controle de rebeliões;
IV – Transporte de presos para órgãos do Poder Judiciário, hospitais e outros locais externos aos
estabelecimentos penais.

9.2. Critérios de Individualização da Pena Previstos no Art. 84 da


LEP
O art. 84 da LEP traz algumas regras básicas sobre a individualização. Vamos destrinchar
este artigo?
• Primeiramente, os condenados devem ser separados dos presos provisórios.
• Os presos provisórios, por sua vez, serão separados, entre si, com base nos seguintes
critérios:

1. acusados pela prática de crimes hediondos ou equiparados;


2. acusados pela prática de crimes cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa;
3. acusados pela prática de outros crimes ou contravenções diversos dos anteriormente
apontados.
• Já os presos definitivos (condenados), também serão separados entre si, com base nos
seguintes critérios:

1. condenados pela prática de crimes hediondos ou equiparados;


2. reincidentes condenados pela prática de crimes cometidos com violência ou grave ame-
aça à pessoa;
3. primários condenados pela prática de crimes cometidos com violência ou grave amea-
ça à pessoa;
4. demais condenados pela prática de outros crimes ou contravenções
• O artigo 84 prevê, ainda, outros critérios de separação de presos:

1. O preso que, ao tempo do fato, era funcionário da Administração da Justiça Criminal


ficará em dependência separada.
2. O preso que tiver sua integridade física, moral ou psicológica ameaçada pela convivên-
cia com os demais presos ficará segregado em local próprio.

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006. (CESPE/MPE – SC/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2016) Determina a Lei n. 7.210/84 que o


preso provisório ficará separado do condenado por sentença transitada em julgado. Os presos
condenados, da mesma forma, serão entre si separados de acordo com critérios como a rein-
cidência e a gravidade do crime a que foram condenados. A legislação, contudo, não previu
critérios de separação entre presos provisórios.

O art. 84, §1º da LEP prevê a separação entre presos provisórios com base nos seguintes
critérios:

Art. 84, § 1º Os presos provisórios ficarão separados de acordo com os seguintes critérios:
I – acusados pela prática de crimes hediondos ou equiparados;
II – acusados pela prática de crimes cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa;
III – acusados pela prática de outros crimes ou contravenções diversos dos apontados nos incisos
I e II.
Errado.

9.3. Lotaçãodos Estabelecimentos Penais: Estado de Coisas


Inconstitucional e Responsabilidade Civil do Estado
O art. 85 da LEP prevê que o estabelecimento penal deverá ter lotação compatível com
a sua estrutura e finalidade. O limite máximo de capacidade destes estabelecimentos será
definido pelo Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, órgão da execução penal
subordinado ao Ministério da Justiça, e cujas atribuições estão previstas no art. 64 da LEP.
Esta não é, nem de longe, a realidade dos estabelecimentos penais brasileiros. De acordo
com o STF, o sistema prisional brasileiro se mantém em um “Estado de coisas inconstitucio-
nal”, caracterizado pela “violação generalizada de direitos fundamentais dos presos no tocante
à dignidade, higidez física e integridade psíquica. As penas privativas de liberdade aplicadas
nos presídios converter-se-iam em penas cruéis e desumanas” (STF – ADPF 347 MC/DF, Rel.
Min. Marco Aurélio, Plenário. Julgado em 9/9/2015 - Informativo 798).
Diante da violação sistemática aos direitos fundamentais, o STF entendeu que o Estado
tem o dever de indenizar pessoas presas em estabelecimentos penais que estejam em condi-
ções degradantes.

JURISPRUDÊNCIA
Considerando que é dever do Estado, imposto pelo sistema normativo, manter em seus
presídios os padrões mínimos de humanidade previstos no ordenamento jurídico, é de

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sua responsabilidade, nos termos do art. 37, § 6º, da Constituição, a obrigação de ressar-
cir os danos, inclusive morais, comprovadamente causados aos detentos em decorrência
da falta ou insuficiência das condições legais de encarceramento (STF – RE 580252/MS,
Rel. Orig. Min. Teori Zavascki, red. p/ o ac. Min. Gilmar Mendes, julgado em 16/02/2017
– Informativo 854)

9.4. Espécies de Estabelecimentos Penais


Como vimos, o caput do art. 82 estabelece que:

Os estabelecimentos penais destinam-se ao condenado, ao submetido à medida de segurança, ao


preso provisório e ao egresso.

O estabelecimento penal do condenado à pena privativa de liberdade irá depender do seu


regime de cumprimento de pena (fechado, semiaberto ou aberto). Desta forma, o condenado
à pena de reclusão, em regime inicial fechado, cumprirá a pena em penitenciária. A Colônia
Agrícola, Industrial ou Similar destina-se ao cumprimento da pena em regime semiaberto. Já o
condenado a regime aberto, cumprirá sua pena na Casa do Albergado.
O estabelecimento penal dos presos provisórios será a cadeia pública.
Os inimputáveis e semi-imputáveis, submetidos à medidas de segurança, serão encami-
nhados para o Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico.
E se não houver estabelecimento

a) Das Penitenciárias (art. 87 a 90)

Como acabamos de ver, as penitenciárias são estabelecimentos penais destinados aos


condenados à pena de reclusão, em regime fechado. Porém, o parágrafo único do art. 87 esta-
belece que a União, os Estados, o Distrito Federal e os Territórios poderão construir Penitenciá-
rias destinadas, exclusivamente, aos presos provisórios e aos condenados sujeitos ao regime
disciplinar diferenciado.
De acordo com o art. 88 da LEP, O condenado será alojado em cela individual que conte-
rá dormitório, aparelho sanitário e lavatório. Cada unidade celular deverá ter, como requisi-
tos básicos:
a) salubridade (com aeração, insolação e condicionamento térmico adequado) e
b) Area mínima de 6 m² (seis metros quadrados).
O art. 90 estabelece que “A penitenciária de homens será construída, em local afastado
do centro urbano, à distância que não restrinja a visitação”. O condenado tem direito e receber
visitas (conforme prevê o art. 41, X da LEP). Por isso, embora as penitenciárias devam ser
construídas em locais afastados dos centros urbanos, é necessário que estes locais sejam

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acessíveis. Desta maneira, não é permitido que a penitenciária esteja localizada, por exemplo,
em local que não haja transporte público.

b) Da Colônia Agrícola, Industrial ou Similar (art. 91 e 92)

A Colônia Agrícola, Industrial ou Similar destina-se ao condenado submetido ao regime


semiaberto de cumprimento de pena.
Ao contrário do que ocorre com as penitenciárias, a LEP permite que os presos em colônia
agrícola, industrial ou similar sejam alojados em dependências coletivas, desde que sejam
respeitados os seguintes requisitos:
Requisitos que devem estar presentes nas dependências coletivas da Colônia Agrícola,
Industrial ou Similar:
a) Salubridade do ambiente (com a presença dos fatores de aeração, insolação e condicio-
namento térmico adequado à existência humana;)
b) Seleção adequada dos presos
c) Limite de capacidade máxima que atenda os objetivos de individualização da pena.

c) Da Casa do Albergado (art. 93 a 95)

A casa do albergado é destinada aos condenados à pena privativa de liberdade em regime


aberto e à pena restritiva de direitos de limitação de fim de semana, prevista no art. 43 do CP.
Ao contrário do que ocorre com as penitenciárias, a casa do albergado deverá situar-se em
centro urbano, para facilitar que o condenado se locomova para o seu local de trabalho, curso
ou outra atividade autorizada. Além disso, esta casa deve caracterizar-se pela ausência de
obstáculos físicos contra a fuga.
De acordo com o art. 95:

Em cada região haverá, pelo menos, uma Casa do Albergado, a qual deverá conter, além dos aposen-
tos para acomodar os presos, local adequado para cursos e palestras.

d) Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico (art. 99 a 101)

Os inimputáveis ou semi-imputáveis que pratiquem fato típico, serão submetidos à medida


de segurança (internação ou o tratamento ambulatorial), que a se realizada em Hospital de
Custódia e Tratamento Psiquiátrico (ou em outro local com dependência médica adequada, no
caso da internação).
O exame psiquiátrico e os demais exames necessários ao tratamento são obrigatórios
para todos os internados.
O parágrafo único do art. 99 estabelece que “Aplica-se a este hospital, no que couber, o dis-
posto no parágrafo único, do artigo 88, desta Lei”. Portanto, os Hospitais de Custódia e Tratamento

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Psiquiátrico também deverão preencher os requisitos de salubridade do ambiente e área míni-


ma de 6 m² (seis metros quadrados).

e) Cadeia Pública (art. 102 a 104 e 201)

As cadeias Públicas são destinadas aos presos provisórios. Além destes, o art. 201 da LEP
aponta que:

Na falta de estabelecimento adequado, o cumprimento da prisão civil e da prisão administrativa se


efetivará em seção especial da Cadeia Pública.

Como vimos no art. 84, os presos provisórios deverão ser separados dos condenados de-
finitivos. Portanto, as penitenciárias não se confundem com as cadeias públicas e nem com
celas de delegacia!
As penitenciárias abrigam pessoas definitivamente condenadas à pena de reclusão, em
regime fechado. As cadeias Públicas são ocupadas por presos provisórios. As celas de dele-
gacia, por sua vez, não são destinadas à acomodação duradoura de nenhum preso, na verdade,
elas só deverão ser utilizadas em situações de manutenção do preso em flagrante enquanto o
procedimento de lavratura do respectivo auto é realizado.
O art. 103 estabelece que:

Cada comarca terá, pelo menos 1 (uma) cadeia pública a fim de resguardar o interesse da Adminis-
tração da Justiça Criminal e a permanência do preso em local próximo ao seu meio social e familiar.

Ao contrário do que ocorre com as penitenciárias de homens (art. 90), as cadeias públicas
devem ser instaladas em locais próximos aos centros urbanos. Sua estrutura deverá obedecer
às disposições previstas no art. 88. Logo, o preso provisório será alojado em cela individual,
que conterá dormitório, aparelho sanitário e lavatório, devendo atender aos requisitos de salu-
bridade e de área mínima equivalente a 6m² (seis metros quadrados).

f) Centro de Observação (Art. 96 a 98)

O centro de observação será instalado em unidade autônoma ou em anexo ao estabele-


cimento penal. Nestes locais realizados os exames gerais e o criminológico, cujos resultados
serão encaminhados para a Comissão Técnica de Classificação.
Na falta de um centro de observação, a própria Comissão Técnica de Classificação poderá
realizar os exames
Além dos exames gerais e criminológico, o Centro de Observação também poderá realizar
pesquisas criminológicas.

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 Obs.: O art. 33, §1º do CP prevê que os condenados à regime semiaberto cumprirão pena em
Colônias agrícolas, industriais ou estabelecimento similar. Já os Condenados a regime
aberto, cumprirão a pena em Casa de Albergado ou estabelecimento adequado. Mas o
que ocorre se não houver estes estabelecimentos na localidade em que o condenado
deva cumprir a pena? O STF enfrentou esta questão estabelecendo algumas premis-
sas importantes...

Primeiramente, é importante sabermos que o sistema penal brasileiro possui caráter pro-
gressivo. Assim, a pena privativa de liberdade é cumprida progressivamente, evoluindo-se do
regime mais gravoso para o menos gravoso, à medida em que o condenado cumpre os requi-
sitos legais. O condenado a pena de reclusão, por exemplo, irá iniciar seu cumprimento em
regime fechado, podendo evoluir para o semiaberto e, posteriormente, para o aberto.
Acontece que, no Brasil, muitos estados não possuem Colônias agrícolas, industriais ou
estabelecimento similar (para cumprimento do regime semiaberto) ou casa de albergado (para
cumprimento do regime aberto). O que fazer, nestes casos? A Súmula Vinculante 56 do STF
estabelece que:

JURISPRUDÊNCIA
Súmula Vinculante n. 56: A falta de estabelecimento penal adequado não autoriza a
manutenção do condenado em regime prisional mais gravoso, devendo-se observar,
nessa hipótese, os parâmetros fixados no RE 641.320/RS.

De acordo com esta Súmula, o condenado que progride de pena não pode ser mantido em
regime prisional mais gravoso em razão da falta de estabelecimento penal na localidade, sob
pena de haver “excesso de execução”.
Assim, o condenado que, por exemplo, tenha progredido do regime fechado para o semia-
berto, terá direito a ser deslocado da penitenciária para uma colônia agrícola, industrial ou es-
tabelecimento similar. Do mesmo modo, aquele que progrediu para o regime aberto terá direito
a ir para uma Casa de Albergado ou outro estabelecimento adequado.
Assim, a ausência de colônia agrícola ou industrial poderá ser suprida por outro “estabe-
lecimento similar”. Do mesmo modo, a ausência de casa de albergado poderá ser suprida por
“estabelecimento adequado”, como aponta o art. 33, §1º do CP. O juiz da execução penal irá
analisar se estes locais preenchem os requisitos necessários para o cumprimento da pena. No
entanto, é importante lembrarmos que os presos em regime semiaberto e aberto não poderão
ser colocados no mesmo alojamento dos presos em regime fechado. Desta forma, o STF es-
tabelece que:

JURISPRUDÊNCIA
Os juízes da execução penal podem avaliar os estabelecimentos destinados aos regimes
semiaberto e aberto, para qualificação como adequados a tais regimes. São aceitá-
veis estabelecimentos que não se qualifiquem como “colônia agrícola, industrial” (regime

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semiaberto) ou “casa de albergado ou estabelecimento adequado” (regime aberto) (art.


33, §1º, “b” e “c”, do CP). No entanto, não deverá haver alojamento conjunto de presos dos
regimes semiaberto e aberto com presos do regime fechado. (STF. Plenário. RE 641320/
RS, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 11/5/2016 - Informativo 825)

E se o estado também não contar com número suficiente de “estabelecimento similar ou


adequado” para o cumprimento da pena em regime semiaberto ou aberto? O STJ costumava
entender que a ausência de colônia agrícola, industrial ou similar, bem como a falta de casa
de albergado ou estabelecimento adequado, gerava o cumprimento de prisão domiciliar pelo
condenado que acabou de progredir de regime. O STF, entretanto, mudou este entendimento,
fixando outros parâmetros de solução.
Desta maneira, de acordo com o STF, caso um condenado progrida de regime e não haja
vagas nos estabelecimentos destinados ao regime semiaberto ou aberto, o juiz da execução
penal deverá analisar a possibilidade de antecipar a saída de uma pessoa que já estejam cum-
prindo a pena, para que aquele que acabou de progredir possa ocupar o seu lugar.
Caso a progressão ocorra para o regime aberto, também será possível que o juiz conceda
a pena restritiva de direitos, ou o estudo, para a pessoa que já esteja cumprindo a pena, para
que aquele que acabou de progredir ocupe a vaga na casa de albergado ou estabelecimento
adequado. Vamos ao julgado do informativo 825:

JURISPRUDÊNCIA
Ante o exposto, resolvo a controvérsia com repercussão geral fixando o entendimento de
que: a) a falta de estabelecimento penal adequado não autoriza a manutenção do con-
denado em regime prisional mais gravoso; b) os juízes da execução penal poderão ava-
liar os estabelecimentos destinados aos regimes semiaberto e aberto, para qualificação
como adequados tais regimes. São aceitáveis estabelecimentos que não se qualifiquem
como ‘colônia agrícola, industrial’ (regime semiaberto) ou ‘casa de albergado ou estabe-
lecimento adequado’ (regime aberto) (art. 33, § 1º, alíneas “b” e “c”); c) havendo déficit de
vagas, deverá determinar-se: ( i) a saída antecipada de sentenciado no regime com falta
de vagas; (ii) a liberdade eletronicamente monitorada ao sentenciado que sai antecipada-
mente ou é posto em prisão domiciliar por falta de vagas; (iii) o cumprimento de penas
restritivas de direito e/ou estudo ao sentenciado que progride ao regime semiaberto. Até
que sejam estruturadas as medidas alternativas propostas, poderá ser deferida a prisão
domiciliar ao sentenciado. (STF. Plenário. RE 641320/RS, Rel. Min. Gilmar Mendes, jul-
gado em 11/5/2016 – Info 825)

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10. Da Execução das Penas em Espécie (Arts. 105 a 170)


O art. 32 do Código Penal prevê as seguintes penas: privativa de liberdade, restritiva de
direitos e multa (art. 32 do CP).
As espécies de penas restritivas de direitos estão previstas no art. 43 do Código Penal. A
pena de multa, por sua vez, está elencada no art. 42 a 52 do mesmo diploma.
O Título V da LEP trata sobre a execução destas penas. Perceba que, neste caso, estamos
falando em condenação penal transitada em julgado (e não em prisão provisória, de natureza
cautelar).
É importante sabermos que o STF, nas ADCs 43, 44 e 54, mudou o entendimento proferido
no ano de 2016. Atualmente a Corte entende pela inconstitucionalidade da execução provisó-
ria da pena.
De acordo com este entendimento, o cumprimento da pena só poderá ocorrer após o trân-
sito em julgado da sentença, ou seja, após o esgotamento de todos os recursos (inclusive o
Recurso Extraordinário e o Especial, embora estes não tenham efeito suspensivo).

JURISPRUDÊNCIA
PENA – EXECUÇÃO PROVISÓRIA – IMPOSSIBILIDADE – PRINCÍPIO DA NÃO CULPABILI-
DADE. Surge constitucional o artigo 283 do Código de Processo Penal, a condicionar o
início do cumprimento da pena ao trânsito em julgado da sentença penal condenatória,
considerado o alcance da garantia versada no artigo 5º, inciso LVII, da Constituição Fede-
ral, no que direciona a apurar para, selada a culpa em virtude de título precluso na via
da recorribilidade, prender, em execução da sanção, a qual não admite forma provisória.
(STF – ADC 43. Rel. Min. Marco Aurélio. Julgado em 17/10/2019)

10.1. Execução da Pena Privativa de Liberdade (Arts. 105 a 146-D)


Os art. 105 a 146-D da LEP tratam sobre a execução da pena privativa de liberdade, dispon-
do sobre os regimes de cumprimento de pena, as autorizações de saída (permissão de saída
ou saída temporária), remição, livramento condicional e monitoração eletrônica.
Como vimos, o condenado a regime fechado iniciará o cumprimento de pena em peniten-
ciárias (art.88). No regime semiaberto a pena será cumprida em colônia agrícola, industrial ou
estabelecimento similar. E no regime aberto, a pena ocorrerá em casa de albergado ou estabe-
lecimento adequado.

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10.1.1. Expedição da Guia de Recolhimento

O art. 105 da LEP prevê que “Transitando em julgado a sentença que aplicar pena privativa
de liberdade, se o réu estiver ou vier a ser preso, o Juiz ordenará a expedição de guia de reco-
lhimento para a execução”.
Após o trânsito em julgado da sentença penal condenatória, o processo de conhecimento
estará finalizado. Caso esta sentença condene o réu à privação de liberdade, o Juiz do proces-
so de conhecimento deverá ordenar a expedição da guia de recolhimento, que será extraída
pelo escrivão.
Assim, o juiz que proferiu a sentença condenatória ordenará a expedição da guia de re-
colhimento, que será extraída pelo escrivão, que a rubricará em todas as folhas, e a assinará,
juntamente com o magistrado. Depois disso, esta guia deverá ser remetida para a autoridade
administrativa incumbida da execução. Esta autoridade passará recibo da guia de recolhimen-
to para juntá-la aos autos do processo, dando ciência dos seus termos ao condenado.
Lembre-se de que a execução penal ocorre mediante processo judicial autônomo, de com-
petência do Juízo da execução (art. 194). Este processo só poderá ser iniciado se houver a guia
de recolhimento, contendo informações importantes para a individualização da pena (como o
nome do condenado, o número de seu RG, grau de instrução, informações sobre antecedentes,
o teor da denúncia e da sentença, certidão de trânsito em julgado etc.) Deste modo, o art. 106
estabelece que:

Art. 106. A guia de recolhimento, extraída pelo escrivão, que a rubricará em todas as folhas e a
assinará com o Juiz, será remetida à autoridade administrativa incumbida da execução e conterá:
I – o nome do condenado;
II – a sua qualificação civil e o número do registro geral no órgão oficial de identificação;
III – o inteiro teor da denúncia e da sentença condenatória, bem como certidão do trânsito em jul-
gado;
IV – a informação sobre os antecedentes e o grau de instrução;
V – a data da terminação da pena;
VI – outras peças do processo reputadas indispensáveis ao adequado tratamento penitenciário.
§ 1º Ao Ministério Público se dará ciência da guia de recolhimento.
§ 2º A guia de recolhimento será retificada sempre que sobrevier modificação quanto ao início da
execução ou ao tempo de duração da pena.
§ 3º Se o condenado, ao tempo do fato, era funcionário da Administração da Justiça Criminal, far-
-se-á, na guia, menção dessa circunstância, para fins do disposto no § 2º, do artigo 84, desta Lei.

O art. 107 prevê que:

Ninguém será recolhido, para cumprimento de pena privativa de liberdade, sem a guia expedida pela
autoridade judiciária.

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De acordo com o art. 108:

O condenado a quem sobrevier doença mental será internado em Hospital de Custódia e Tratamento
Psiquiátrico.

O art. 183 da LEP prevê a possibilidade de o juiz da execução substituir a pena privativa de
liberdade por medida de segurança, quando, no curso da execução, sobrevier doença mental
ou perturbação da saúde mental.
Cumprida ou extinta a pena, o condenado será posto em liberdade, mediante alvará do Juiz,
se por outro motivo não estiver preso (art. 109).

10.1.2. Regime de Cumprimento da Pena Privativa de Liberdade (Art. 110 a 118)

Caberá ao juiz da sentença (proferida em processo de conhecimento) estabelecer o regime


no qual o condenado iniciará o cumprimento da pena privativa de liberdade, observado o dis-
posto no artigo 33 e seus parágrafos do Código Penal.
O art. 33 do CP no informa que as penas privativas de liberdade poderão ser de reclusão,
detenção ou prisão simples (prevista na Lei de Contravenções Penais). A pena de reclusão é
cumprida em regime fechado, semiaberto ou aberto. Já a detenção será cumprida em regime
semiaberto ou aberto, salvo necessidade de transferência a regime fechado.
O regime a ser aplicado seguirá os critérios previstos no art. 34 do CP, que assim dispõe:

Art. 33, § 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma progressiva, se-
gundo o mérito do condenado, observados os seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses de
transferência a regime mais rigoroso:
a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá começar a cumpri-la em regime fechado;
b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e não exceda a 8 (oito),
poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime semiaberto;
c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos, poderá, desde o
início, cumpri-la em regime aberto

O art. 42 do CP e 387, §2º do CPP nos informam que, ao estabelecer o regime inicial de
cumprimento de pena, caberá ao juízo sentenciante computar o tempo que o réu passou em
prisão provisória, prisão administrativa ou internação, seja no Brasil ou no estrangeiro. O abati-
mento destes períodos, na sentença condenatória, recebe o nome de detração.
Por outro lado, “Quando houver condenação por mais de um crime, no mesmo processo ou
em processos distintos, a determinação do regime de cumprimento será feita pelo resultado
da soma ou unificação das penas, observada, quando for o caso, a detração ou remição”. (art.
111 da LEP)
“Sobrevindo condenação no curso da execução, somar-se-á a pena ao restante da que está
sendo cumprida, para determinação do regime”. (art. 111, parágrafo único). Neste caso, é pos-
sível que o condenado tenha sua pena regredida, como prevê o art. 118, II:

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Art. 118. A execução da pena privativa de liberdade ficará sujeita à forma regressiva, com a transfe-
rência para qualquer dos regimes mais rigorosos, quando o condenado: II - sofrer condenação, por
crime anterior, cuja pena, somada ao restante da pena em execução, torne incabível o regime (artigo
111).

O sistema penal brasileiro possui caráter progressivo. Assim, a pena privativa de liberdade
é cumprida progressivamente, evoluindo-se do regime mais gravoso para o menos gravoso,
à medida em que o condenado cumpre os requisitos legais. O condenado a pena superior a
8 anos, por exemplo, irá iniciar seu cumprimento em regime fechado, podendo evoluir para o
semiaberto e, posteriormente, para o aberto, quando cumprir as exigências previstas na LEP.
O STJ não admite que esta progressão ocorra per saltum! Assim, não é possível, por exem-
plo, que o condenado a regime fechado progrida para o aberto sem ter passado, antes, pelo
regime semiaberto. Neste sentido, a Súmula 491 prevê que
Súmula 491-STJ: É inadmissível a chamada progressão per saltum de regime prisional.
A progressão de regime de cumprimento de pena ocorrerá por meio de decisão judicial fun-
damentada, proferida pelo juízo da execução penal após a manifestação do Ministério Público
e do defensor. (art. 112, §2º da LEP)
O art. 112 da Lei n. 7.210/1984 estabelece os requisitos necessários para que o condenado
à pena privativa de liberdade faça jus à progressão de regime. Este artigo sofreu profundas
alterações, promovidas pelo Pacote Anticrime (Lei 13.964/19), que recrudesceu os critérios
necessários para esta progressão. Por ser uma norma penal mais gravosa (novatio legis in
mellius), a aplicação desta norma só ocorrerá para fatos ocorridos após a sua vigência.
A doutrina costuma dividir os requisitos para a concessão da progressão de regime em
objetivos e subjetivos. Os requisitos objetivos dizem respeito ao tempo de cumprimento de
pena e estão previstos no art. 112, I a VII da LEP. Já os requisitos subjetivos, dizem respeito à
conduta do apenado, e está disposto no §1º do art. 112.

10.1.2.1. Requisitos Objetivos para a Progressão do Regime de Cumprimento de


Pena (Art. 112, I a VII).

O art. 112, I a VII possui a seguinte redação:

Art. 112. A pena privativa de liberdade será executada em forma progressiva com a transferência
para regime menos rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando o preso tiver cumprido ao menos:
I – 16% (dezesseis por cento) da pena, se o apenado for primário e o crime tiver sido cometido sem
violência à pessoa ou grave ameaça;
II – 20% (vinte por cento) da pena, se o apenado for reincidente em crime cometido sem violência à
pessoa ou grave ameaça;
III – 25% (vinte e cinco por cento) da pena, se o apenado for primário e o crime tiver sido cometido
com violência à pessoa ou grave ameaça;

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IV – 30% (trinta por cento) da pena, se o apenado for reincidente em crime cometido com violência
à pessoa ou grave ameaça;
V – 40% (quarenta por cento) da pena, se o apenado for condenado pela prática de crime hediondo
ou equiparado, se for primário;
VI – 50% (cinquenta por cento) da pena, se o apenado for:
a) condenado pela prática de crime hediondo ou equiparado, com resultado morte, se for primário,
vedado o livramento condicional;
b) condenado por exercer o comando, individual ou coletivo, de organização criminosa estruturada
para a prática de crime hediondo ou equiparado; ou
c) condenado pela prática do crime de constituição de milícia privada
VII – 60% (sessenta por cento) da pena, se o apenado for reincidente na prática de crime hediondo
ou equiparado;
VIII – 70% (setenta por cento) da pena, se o apenado for reincidente em crime hediondo ou equipa-
rado com resultado morte, vedado o livramento condicional.

Em síntese, os requisitos objetivos para a progressão de regime são definidos de acordo


com o tempo de cumprimento de pena. Vamos a eles?
1. Crime sem violência ou grave ameaça:
• Cometido por primário – 16% da pena
• Cometido por reincidente – 20% da pena

2. Crime com violência ou grave ameaça;


• Cometido por primário – 25% da pena
• Cometido por reincidente – 30% da pena

3. Crime hediondo ou equiparado;


• Cometido por primário – 40% da pena
• Cometido por primário com resultado morte – 50% da pena
• Cometido por reincidente – 60% da pena
• Cometido por reincidente com resultado morte – 70% da pena

4. Comando, individual ou coletivo, de organização criminosa estruturada para a prática de


crime hediondo ou equiparado – 50% da pena
5. Constituição de milícia privada – 50% da pena
As hipóteses de reincidência previstas no art. 112, devem ser específicas, ou seja, relacio-
nadas ao mesmo crime. Perceba, então, que a LEP (alterada pelo Pacote Anticrime) não prevê
a quantidade de pena a ser cumprida pelo condenado por crime hediondo ou equiparado que
seja reincidente genérico!
Diante deste silêncio, o STF e STJ têm entendido que, caso o condenado por crime hedion-
do ou equiparado seja reincidente genérico, deverá ser aplicado o patamar estipulado para os
primários. Assim, caso o crime não tenha resultado morte, será aplicado o patamar de 40%,
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(previsto no art. 112, V da LEP). Se houver resultado morte, o condenado deverá cumprir 50%
da pena, como estabelece o art. 112, VI “a”.

JURISPRUDÊNCIA
Tendo em vista a legalidade e a taxatividade da norma penal (art. 5º, XXXIX, CF), a alte-
ração promovida pela Lei 13.964/2019 no art. 112 da LEP não autoriza a incidência do
percentual de 60% (inc. VII) aos condenados reincidentes não específicos para o fim
de progressão de regime. Diante da omissão legislativa, impõe-se a analogia in bonam
partem, para aplicação, inclusive retroativa, do inciso V do artigo 112 da LEP (lapso tem-
poral de 40%) ao condenado por crime hediondo ou equiparado sem resultado morte
reincidente não específico (STF, Plenário, ARE 1327963/SP, Rel. Min. Gilmar Mendes, j. em
17/09/2021 - Repercussão Geral – Tema 1169 - Info 1032).
A progressão de regime do reincidente não específico em crime hediondo ou equiparado
com resultado morte deve observar o que previsto no inciso VI, a, do artigo 112 da Lei
de Execução Penal (STJ, 6ª Turma, HC 581.315-PR, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, j. em
06/10/2020 - Info 681).

 Obs.: O crime de tráfico de drogas privilegiado, previsto no art. 33, §4º da Lei 11.343/06, não
é considerado crime hediondo! Considera-se tráfico privilegiado a causa de diminuição
de pena (de um sexto a dois terços) aplicada ao agente primário, de bons anteceden-
tes, que não se dedica às atividades criminosas nem integra organização criminosa.
 É vedado o livramento condicional ao preso por crime hediondo ou equiparado com
resultado morte, seja ele primário ou reincidente.

De acordo a Súmula 716 do STF “Admite-se a progressão de regime de cumprimento de


pena ou a aplicação imediata de regime menos severo nela determinada, antes do trânsito em
julgado da sentença condenatória”.
A prática de falta grave, durante a execução da pena, interrompe o prazo para a obtenção
da progressão de regime, como observa o art. 112, §6º da LEP, ao dispor que:

Art. 112, §6º O cometimento de falta grave durante a execução da pena privativa de liberdade inter-
rompe o prazo para a obtenção da progressão no regime de cumprimento da pena, caso em que o
reinício da contagem do requisito objetivo terá como base a pena remanescente.

10.1.2.2. Requisitos Subjetivos para a Progressão do Regime de Cumprimento


de Pena (Art. 112, §1º).

Ainda que o apenado cumpra o tempo de pena necessário à progressão do regime, esta só
será deferida se este preencher o requisito subjetivo da boa conduta carcerária, a ser compro-
vada pelo diretor do estabelecimento, como nos informa o art. 112, §1º da LEP:

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De acordo com o STJ, a prática de falta disciplinar grave descaracteriza o requisito subje-
tivo da “boa conduta carcerária”, previsto no art. 112, §1º como necessário à progressão do
regime. Desta maneira, a corte entende que:

JURISPRUDÊNCIA
A prática de falta grave no curso da execução penal constitui fundamento idôneo para
negar a progressão de regime, ante a ausência de preenchimento do requisito subjetivo.
(STJ – Jurisprudência em Teses n. 146. Enunciado 10).

O art. 112, §7º estabelece que:

O bom comportamento é readquirido após 1 (um) ano da ocorrência do fato, ou antes, após o cum-
primento do requisito temporal exigível para a obtenção do direito.

Para o STJ:

JURISPRUDÊNCIA
Faltas graves cometidas em período longínquo e já reabilitadas não configuram funda-
mento idôneo para indeferir o pedido de progressão de regime, para que os princípios da
razoabilidade e da ressocialização da pena e o direito ao esquecimento sejam respeita-
dos (STJ – Jurisprudência em Teses n. 144. Enunciado 1).

10.1.2.3. Requisitos para a Progressão de Regime para Mulher Gestante ou que


For Mãe ou Responsável por Crianças ou Pessoas com Deficiência (art. 112, §3º)

O art. 112, §3º da LEP estabelece que:

Art. 112, § 3º No caso de mulher gestante ou que for mãe ou responsável por crianças ou pessoas
com deficiência, os requisitos para progressão de regime são, cumulativamente:
I – não ter cometido crime com violência ou grave ameaça a pessoa
II – não ter cometido o crime contra seu filho ou dependente
III – ter cumprido ao menos 1/8 (um oitavo) da pena no regime anterior
IV – ser primária e ter bom comportamento carcerário, comprovado pelo diretor do estabelecimento;
V – não ter integrado organização criminosa.

Portanto a mulher que seja gestante, mãe de crianças ou responsável por pessoa com
deficiência, poderá progredir de regime se tiver cumprido 1/8 (um oitavo) da pena, desde que
seja primária, tenha bom comportamento carcerário, não tenha integrado organização crimi-
nosa, não tenha cometido crime com violência ou grave ameaça à pessoa ou contra seu filho
ou dependente.
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O art. 112, §4º estabelece que “O cometimento de novo crime doloso ou falta grave impli-
cará a revogação do benefício”

10.1.2.4. Regressão de Regime (art. 118)

Vimos, até aqui, os requisitos necessários para que a progressão de regime de cumprimen-
to da pena privativa de liberdade (de mais para menos gravosa). O art. 118 traz hipóteses em
que a pena privativa de liberdade poderá regredir, (de menos rigorosa para a mais rigorosa).
A regressão dependerá de decisão judicial fundamentada, proferida após a manifestação
da defesa técnica do condenado.
Vimos que o nosso ordenamento jurídico não admite a progressão de regime per saltum.
Contudo, é possível que o condenado regrida do regime aberto para o fechado sem passar pelo
semiaberto. Neste sentido, o STJ entende que:

JURISPRUDÊNCIA
A prática de falta grave durante a execução permite a regressão de regime de pena per
saltum (art. 118, I, da LEP), sendo desnecessária a observância da forma progressiva
estabelecida no art. 112 da mesma lei (STJ – Jurisprudência em Teses n. 146. Enunciado
18).

Não custa lembrar, ainda, que o art. 33 do Código Penal estabelece que a detenção será
cumprida em regime inicial semiaberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a re-
gime fechado! Portanto, na hipótese de regressão de regime, é possível que o condenado a
detenção seja transferido para o regime fechado.
A pena poderá regredir quando o condenado:
1. praticar fato definido como crime doloso ou falta grave - Neste caso, o STJ entende que
a sanção disciplinar será aplicada por meio de procedimento específico, independente do trân-
sito em julgado da sentença penal condenatória que trate sobre o crime praticado.

JURISPRUDÊNCIA
Súmula 526 do STJ: O reconhecimento de falta grave decorrente do cometimento de fato
definido como crime doloso no cumprimento da pena prescinde do trânsito em julgado
de sentença penal condenatória no processo penal instaurado para apuração do fato.

2. Sofrer condenação, por crime anterior, cuja pena, somada ao restante da pena em execu-
ção, torne incabível o regime (artigo 111).
3. O condenado será transferido do regime aberto se, além das hipóteses referidas nos
incisos anteriores, frustrar os fins da execução ou não pagar, podendo, a multa cumulativamen-
te imposta.
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10.1.2.4. Regime Aberto (art. 113 a 117)

O art. 36 do Código Penal trata sobre o regime aberto, dispondo que:

Art. 36. O regime aberto baseia-se na autodisciplina e senso de responsabilidade do condenado.


§ 1º O condenado deverá, fora do estabelecimento e sem vigilância, trabalhar, frequentar curso ou
exercer outra atividade autorizada, permanecendo recolhido durante o período noturno e nos dias
de folga.

O ingresso do condenado em regime aberto supõe a aceitação de seu programa e das con-
dições impostas pelo Juiz (art. 113 da LEP).
De acordo com o art. 114, só poderá ingressar em regime aberto o condenado que:
a) Estiver trabalhando ou comprovar a possibilidade de fazê-lo imediatamente.
b) Apresentar, pelos seus antecedentes ou pelo resultado dos exames a que foi submetido,
fundados indícios de que irá ajustar-se, com autodisciplina e senso de responsabilidade, ao
novo regime.
A LEP prevê condições gerais que devem ser obrigatoriamente cumpridas pelo condenado
que ingressa em regime aberto. São elas:
1) permanecer no local que for designado, durante o repouso e nos dias de folga – Vimos
que, em regra o regime aberto deverá ser cumprido em Casa de Albergado ou estabelecimen-
to adequado.
2) Sair para o trabalho e retornar, nos horários fixados;
3) Não se ausentar da cidade onde reside, sem autorização judicial;
4) Comparecer a Juízo, para informar e justificar as suas atividades, quando for determinado.
Além destas condições gerais (previstas no art. 115 da LEP), o juiz poderá estabelecer
condições específicas, de acordo com o caso concreto. Porém, o STJ afirma que não será ad-
missível a fixação de pena substitutiva como condição especial para o ingresso do condenado
a regime aberto.

JURISPRUDÊNCIA
Súmula 493, STJ: É inadmissível a fixação de pena substitutiva (art. 44 do CP) como con-
dição especial ao regime aberto.

Logo, o juiz não poderá, por exemplo, fixar a pena de prestação de serviços á comunidade
como condição especial para que o condenado ingresso no regime aberto.
O magistrado poderá modificar as condições estabelecidas, de ofício, a requerimento do
Ministério Público, da autoridade administrativa ou do condenado, desde que as circunstân-
cias assim o recomendem.

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Estão dispensadas do dever de trabalhar e poderão cumprir o regime aberto em residência


particular, as seguintes pessoas:
1. Condenado maior de 70 (setenta) anos;
2. Condenado acometido de doença grave;
3. Condenada com filho menor ou deficiente físico ou mental;
4. Condenada gestante.

10.1.3. Autorização de Saída (art. 120 a 125)

A autorização de saída constitui gênero, que se dividem em duas espécies: a) Permissão


de Saída; b) Saída Temporária.
A permissão de saída está prevista nos art. 120 e 121 da LEP. Já a Saída Temporária está
regulada nos arts. 122 a 125 da norma. Vamos a elas?

a) Permissão de Saída (art. 120 e 121).

A permissão de saída poderá ser concedida aos condenados que cumprem pena em regi-
me fechado ou semiaberto e os presos provisórios. Esta concessão será realizada pelo diretor
do estabelecimento onde se encontra o preso.
A permissão de saída ocorrerá mediante escolta, nos seguintes casos:
1. Falecimento ou doença grave do cônjuge, companheira, ascendente, descenden-
te ou irmão;
2. Necessidade de tratamento médico (parágrafo único do artigo 14).
O art. 121 da LEP prevê que “A permanência do preso fora do estabelecimento terá a dura-
ção necessária à finalidade da saída”.

b) Saída Temporária (art. 122 a 125)

A saída temporária só poderá ser concedida aos condenados que cumprem pena em re-
gime semiaberto. Sua concessão dependerá de decisão judicial fundamentada, devendo ser
ouvidos o Ministério Público e a administração penitenciária.
O STJ não admite que o juiz da execução penal delegue a competência de autorização da
saída temporária para o diretor do estabelecimento.

JURISPRUDÊNCIA
Súmula 520 do STJ - O benefício de saída temporária no âmbito da execução penal é ato
jurisdicional insuscetível de delegação à autoridade administrativa do estabelecimento
prisional.

A saída temporária ocorrerá sem vigilância direta do condenado. Porém, o juiz da execução
penal poderá determinar a utilização de equipamento de monitoração eletrônica. Por outro

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lado, o STJ entende que o monitoramento eletrônico, em qualquer hipótese, só poderá ser de-
terminado se a decisão judicial justificar, de forma fundamentada, a necessidade do controle.

JURISPRUDÊNCIA
Assim como tem a jurisprudência exigido motivação concreta para a incidência de cau-
telares durante o processo criminal, a fixação de medidas de controle em fase de exe-
cução da pena igual motivação exigem, de modo que a incidência genérica - sempre e
sem exame da necessidade da medida gravosa - de tornozeleiras eletrônicas não pode
ser admitida. (STJ - HC 351.273/CE, Rel. Ministro Nefi Cordeiro, Sexta Turma, julgado em
02/02/2017, DJe 09/02/2017).

O ideal é que o benefício da saída temporária seja analisado individualmente pelo juiz da
execução penal. Porém, a quantidade de condenados com direito ao benefício tem dificultado
a apreciação judicial individualizada e prejudicado o direito subjetivo do apenado. Por conta
disso, o STJ tem admitido que, em ato judicial único, seja fixado um calendário anual de saídas
temporárias. A doutrina tem chamado esta possibilidade de “saída temporária automatizada”.

JURISPRUDÊNCIA
POSSIBILIDADE DE FIXAÇÃO DE CALENDÁRIO ANUAL DE SAÍDAS TEMPORÁRIAS POR
ATO JUDICIAL ÚNICO. RECURSO REPETITIVO. É recomendável que cada autorização de
saída temporária do preso seja precedida de decisão judicial motivada. Entretanto, se a
apreciação individual do pedido estiver, por deficiência exclusiva do aparato estatal, a
interferir no direito subjetivo do apenado e no escopo ressocializador da pena, deve ser
reconhecida, excepcionalmente, a possibilidade de fixação de calendário anual de saídas
temporárias por ato judicial único, observadas as hipóteses de revogação automática do
art. 125 da LEP (STJ - STJ, REsp 1.544.036-RJ, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, Terceira
Seção, julgado em 14/9/2016, DJe 19/9/2016. Recurso repetitivo - Informativo 590).

É importante destacarmos, porém, que a fixação deste calendário anual é de competência


exclusiva do juiz da execução penal, não havendo possibilidade de delegação deste dever ao
diretor do estabelecimento, em razão do teor da Súmula 520 do STJ.
Motivos para a concessão da saída temporária:
a) Visita à família;
b) Frequência a curso supletivo profissionalizante, bem como de instrução do 2º grau ou
superior, na Comarca do Juízo da Execução;
c) Participação em atividades que concorram para o retorno ao convívio social.

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Requisitos para a concessão da saída temporária:


a) comportamento adequado;
b) cumprimento mínimo de 1/6 (um sexto) da pena, se o condenado for primário, e 1/4 (um
quarto), se reincidente;
c) compatibilidade do benefício com os objetivos da pena.

 Obs.: Não terá direito à saída temporária o condenado que cumpre pena por praticar crime
hediondo com resultado morte. Em síntese, o condenado por crime hediondo com
resultado morte, quando primário, só poderá regredir de regime após o cumprimento
de 50% da pena. Se for reincidente específico, a progressão dependerá do cumprimen-
to de 70% da pena. Além disso, estes condenados não terão direito à saída temporária
e nem ao livramento condicional.

Condições para a concessão da saída temporária:


a) Fornecimento do endereço onde reside a família a ser visitada ou onde poderá ser en-
contrado durante o gozo do benefício
b) Recolhimento à residência visitada, no período noturno
c) Proibição de frequentar bares, casas noturnas e estabelecimentos congêneres.
Prazo do benefício da saída temporária:
• Contagem em dias: A autorização será concedida por prazo não superior a 7 (sete) dias,
podendo ser renovada por mais 4 (quatro) vezes durante o ano.
• Quanto ao tempo de saída, durante os 7 dias, o art. 124, §2º prevê que: Quando se tratar
de frequência a curso profissionalizante, de instrução de ensino médio ou superior, o
tempo de saída será o necessário para o cumprimento das atividades discentes (art.
124, §2º).

Perceba que o prazo de Saída Temporária é concedido em dias, não podendo, assim, ser
superior a 7 dias. Este benefício poderá ser renovado, por decisão judicial, por mais 4 vezes
durante o ano. Quanto ao período de horas de cada dia de saída, o art. 124, §2º estabelece
que, em se tratando de curso de ensino médio, superior ou profissionalizante, a saída tempo-
rária (concedida por até 7 dias) terá o tempo necessário para o cumprimento das atividades
discentes.

JURISPRUDÊNCIA
HABEAS CORPUS: SAÍDA TEMPORÁRIA DE PRESO E CONTAGEM DE PRAZO. A contagem
do prazo do benefício de saída temporária de preso é feita em dias e não em horas. Com
base nessa orientação, a Segunda Turma denegou a ordem de habeas corpus em que se
pretendia a contagem de tal benesse a partir da 00h do primeiro dia. No caso, o paciente
aduzia que sua liberação apenas às doze horas do primeiro dia do benefício prejudicaria a

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fruição do prazo legalmente previsto de sete dias (LEP, art. 124), porque usufruiria apenas
seis dias e meio de tal direito. Assim, considerava que a saída temporária não deveria se
sujeitar à estrita forma de contagem do prazo prevista no art. 10 do Código Penal (“Art.
10. O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os
anos pelo calendário comum”). A Turma destacou ser indevida, na ordem penal, a con-
tagem do prazo em horas e, por isso, manteve o cômputo em forma de dias. Ademais, a
se entender de forma diversa, estar-se-ia colocando em risco a segurança do estabele-
cimento penal, bem como a organização do sistema prisional. (STF, HC 130883/SC, Rel.
Min. Dias Toffoli, 2ª Turma, Julgado em 31.5.2016 - Informativo 828)

 Obs.: Após preenchimento do período concedido para a saída temporária, o condenado a


regime semiaberto só terá direito a usufruir novamente o benefício após o prazo mínimo
de 45 (quarenta e cinco) dias de intervalo entre uma saída e outra (art. 124, §3º).

De acordo com o STJ “O cometimento de falta grave é motivo idôneo para o indeferimento
do benefício da saída temporária, por ausência de preenchimento do requisito subjetivo”. (STJ
– Jurisprudência em Teses n. 146. Enunciado 14). De acordo com este entendimento, aquele
que comete falta disciplinar de natureza grave não possui “comportamento adequado”, requi-
sito necessário para a concessão do benefício da saída temporária (art. 123, I).
Hipóteses de revogação do benefício da saída temporária ocorrem quando o condenado:
1. praticar fato definido como crime dolos
2. for punido por falta grave,
3. desatender as condições impostas na autorização
4. revelar baixo grau de aproveitamento do curso

 Obs.: Apesar de o art. 125 falar em “revogação automática”, a doutrina e jurisprudência enten-
dem que esta revogação possui natureza sancionatória, logo, depende de decisão judi-
cial fundamentada, em que sejam assegurados o contraditório e a ampla defesa do
condenado.

A recuperação do direito à saída temporária revogada dependerá de:


1. Absolvição no processo penal – no caso de cometimento de crime doloso
2. cancelamento da punição disciplinar – no caso de cometimento de falta grave
3. Demonstração do merecimento do condenado – no caso de descumprimento das con-
dições impostas ou de baixo grau de aproveitamento no curso

10.1.5. Da Remição (Art. 126 a 130)

O condenado terá direito ao abatimento de parte do tempo de execução da pena em razão


do exercício de trabalho ou de frequência escolar. Este direito é chamado de remição.

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O abatimento (remição), de parte do tempo da pena, será feito de acordo com os seguintes
critérios:
a) 1 dia de pena a cada 12 horas de frequência escolar. Estas 12 horas serão divididas em
no mínimo 3 dias
b) 1 dia de pena a cada 3 dias de trabalho.

 Obs.: Além das hipóteses previstas LEP (art. 126, §1º, I e II) a Portaria Conjunta n. 276/2012,
do Departamento Penitenciário Nacional prevê a “leitura de obras literárias” como
outra possibilidade de remição do tempo de cumprimento de pena, a ser aplicável nas
Penitenciárias Federais!! O art. 4º desta Portaria estabelece que:

Segundo o critério objetivo, o preso terá o prazo de 21 (vinte e um) a 30 (trinta) dias para leitura de
uma obra literária, apresentando ao final deste período uma resenha a respeito do assunto, possibi-
litando, segundo critério legal de avaliação, a remição de 04 (quatro) dias de sua pena e ao final de
até 12 (doze) obras lidas e avaliadas, terá a possibilidade de remir 48 (quarenta e oito) dias, no prazo
de 12 (doze) meses, de acordo com a capacidade gerencial da Unidade.

Diante desta previsão, o STJ entende que “A atividade de leitura pode ser considerada para
fins de remição de parte do tempo de execução da pena.” (STJ - HC 312.486-SP, Rel. Min. Se-
bastião Reis Júnior, 6ª Turma, julgado em 9/6/2015 - Informativo 564).
É possível a remição quando o preso não executar trabalho ou estudo em razão da falta de
oferta da unidade prisional? O STF entendeu que não. De acordo com a Corte, a remição ficta
não é possível. Ou seja, o abatimento do tempo de execução da pena exige o efetivo trabalho
ou frequência escolar.

JURISPRUDÊNCIA
Não se admite a remição ficta da pena. Embora o Estado tenha o dever de prover traba-
lho aos internos que desejem laborar, reconhecer a remição ficta da pena, nesse caso,
faria com que todas as pessoas do sistema prisional obtivessem o benefício, fato que
causaria substancial mudança na política pública do sistema carcerário, além de invadir
a esfera do Poder Executivo. O instituto da remição exige, necessariamente, a prática de
atividade laboral ou educacional. Trata-se de reconhecimento pelo Estado do direito à
diminuição da pena em virtude de trabalho efetuado pelo detento. Não sendo realizado
trabalho, estudo ou leitura, não há que se falar em direito à remição. (STF – Informativo
904)

A frequência escolar poderá ser em ensino fundamental, médio, superior, profissionalizan-


te ou de requalificação profissional. Estas atividades poderão ser desenvolvidas de forma pre-
sencial ou por metodologia de ensino a distância, desde que sejam certificadas pelas autorida-
des educacionais competentes dos cursos frequentados.

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O STJ entende que o condenado tem direito à remição por estudo ainda que as aulas ocor-
ram durante os finais de semana ou em dias não úteis!

JURISPRUDÊNCIA
A remição da pena pelo estudo deve ocorrer independentemente de a atividade estu-
dantil ser desenvolvida em dia não útil. O art. 126 da Lei 7.210/1984 dispõe que a conta-
gem de tempo para remição da pena pelo estudo deve ocorrer à razão de 1 dia de pena
para cada 12 horas de frequência escolar, não havendo qualquer ressalva sobre a con-
sideração apenas dos dias úteis para realização da referida contagem, sendo, inclusive,
expressamente mencionada a possibilidade de ensino a distância. (STJ - AgRg no REsp
1.487.218-DF, Rel. Min. Ericson Maranho, Desembargador convocado do TJ/SP, julgado
em 5/2/2015, DJe 24/2/2015. – Informativo 556)

Caso haja conclusão do ensino fundamental, médio ou superior durante o cumprimento da


pena (com certificação do órgão competente do sistema de educação), o tempo de pena a ser
abatido será acrescido de 1/3 (um terço)!
O condenado autorizado a estudar fora do estabelecimento penal deverá comprovar men-
salmente, por meio de declaração da respectiva unidade de ensino, a frequência e o aproveita-
mento escolar (art. 129, §1º).
O trabalho, por sua vez, poderá ser interno ou externo, como estabelece a Súmula 562 do STJ:
Súmula 562 - É possível a remição de parte do tempo de execução da pena quando o
condenado, em regime fechado ou semiaberto, desempenha atividade laborativa, ainda que
extramuros
Lembre-se de que o art. 33 da LEP, ao tratar de trabalho interno, prevê que “A jornada nor-
mal de trabalho não será inferior a 6 (seis) nem superior a 8 (oito) horas, com descanso nos
domingos e feriados”. Portanto, a remição ocorrerá da seguinte forma: a cada 3 dias de traba-
lho (com jornada mínima de 6, e máxima de 8 horas), o condenado terá direito ao abatimento
de 1 dia de pena.
Porém, o STF entente que será possível a remição caso a direção do presídio oriente ou
estipule jornada de trabalho inferior ao mínimo legal previsto na LEP (6 horas).

JURISPRUDÊNCIA
Segundo o art. 30 da LEP, a jornada diária de trabalho do apenado deve ser de, no mínimo,
6 horas e, no máximo, 8 horas. Apesar disso, se um condenado, por determinação da dire-
ção do presídio, trabalha 4 horas diárias (menos do que prevê a Lei), este período deverá
ser computado para fins de remição de pena. Como esse trabalho do preso foi feito por
orientação ou estipulação da direção do presídio, isso gerou uma legítima expectativa de
que ele fosse aproveitado, não sendo possível que seja desprezado, sob pena de ofensa

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aos princípios da segurança jurídica e da proteção da confiança. Vale ressaltar, mais uma
vez, o trabalho era cumprido com essa jornada por conta da determinação do presídio e
não por um ato de insubmissão ou de indisciplina do preso. (STF. RHC 136509/MG, Rel.
Min. Dias Toffoli, 2ª Turma, julgado em 4/4/2017 - Informativo 860)

O condenado poderá cumular as horas de trabalho e de estudo para fins de remição. Ha-
vendo esta possibilidade, as horas diárias destas atividades serão definidas de forma a se
compatibilizarem (art. 126, §3º).
O preso impossibilitado, por acidente, de prosseguir no trabalho ou nos estudos continuará
a beneficiar-se com a remição (art. 126, §4º)
O caput do art. 126 confere o direito à remição, de parte do período de execução da pena,
ao condenado a regime fechado ou semiaberto. Este direito também poderá ser concedido ao
preso cautelar. Neste caso, o exercício do trabalho, ou a frequência escolar, serão abatidos da
pena, no momento de sua fixação na sentença condenatória.
O art. 126, §6º possui a seguinte redação:

Art. 126, §6º O condenado que cumpre pena em regime aberto ou semiaberto e o que usufrui liber-
dade condicional poderão remir, pela frequência a curso de ensino regular ou de educação profissio-
nal, parte do tempo de execução da pena ou do período de prova, observado o disposto no inciso I
do § 1º deste artigo.

A partir da leitura deste dispositivo o STF entende que o condenado a regime aberto não
terá direito à remição em razão do exercício de trabalho. Em outras palavras, o direito à remi-
ção, ao condenado a regime aberto, só se aplica em caso de frequência escolar. Nesta hipóte-
se, poderá ocorrer o abatimento do tempo de execução da pena ou do período de prova.

007. (CESPE/DPU/DEFENSORIA PÚBLICA/2017) Segundo o STF, o trabalho em regime


aberto que for realizado fora da casa de albergado não será considerado para fins de remi-
ção da pena.

Com base no art. 126, §6º do STF entende que o condenado a regime aberto só terá direito à
remição em caso de estudo (frequência escolar).
Errado.

O art. 127 da LEP prevê que, “Em caso de falta grave, o juiz poderá revogar até 1/3 (um
terço) do tempo remido, recomeçando a contagem a partir da data da infração disciplinar”. De
acordo com o STJ, não é necessária a existência de declaração judicial da remição, neste caso.
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JURISPRUDÊNCIA
O reconhecimento de falta grave no curso da execução penal justifica a perda de até 1/3
do total de dias trabalhados pelo apenado até a data do ato de indisciplina carcerária,
ainda que não haja declaração judicial da remição, consoante a interpretação sistemática
e teleológica do art. 127 da LEP (STJ - Jurisprudência em Teses n. 145. Enunciado 9).

O tempo remido será computado como pena cumprida, para todos os efeitos.
Declarar ou atestar, falsamente, prestação de serviço para fim de instruir pedido de remi-
ção, configura crime de falsidade ideológica, previsto no art. 299 do CP.

10.1.6. Do livramento Condicional (art. 131 a 146)

O livramento condicional é um benefício que pode ser concedido ao condenado a pena


privativa de liberdade igual ou superior a 2 (dois) anos, desde que cumpridos os requisitos
previstos no art. 83 do Código Penal.
Este benefício será concedido pelo juiz da execução penal, ouvidos o Ministério Público,
Conselho Penitenciário e do defensor (como prevê o art. 131 c/c art.112, §2º da LEP).
Deferido o pedido de livramento condicional, o Juiz da execução especificará as obriga-
ções do liberado. As obrigações previstas no art. 132, §1º são obrigatórias. Já §2º do mesmo
artigo, prevê um rol exemplificativo de obrigações que poderão, ou não, ser impostas.
1) Serão sempre impostas ao liberado condicional as seguintes obrigações:
a) obter ocupação lícita, dentro de prazo razoável, se for apto para o trabalho;
b) comunicar periodicamente ao Juiz sua ocupação;
c) não mudar do território da comarca do Juízo da execução, sem prévia autorização deste.
2) Poderão ainda ser impostas ao liberado condicional, entre outras obrigações, as
seguintes:
a) Não mudar de residência sem comunicação ao Juiz e à autoridade incumbida da obser-
vação cautelar e de proteção;
b) Recolher-se à habitação em hora fixada;
c) Não frequentar determinados lugares.
A concessão do livramento condicional é vedada nas seguintes hipóteses (acrescentadas
pela Lei n.13.964/2019):
• Prática de crime hediondo ou equiparado, com resultado morte (art. 112, VI, “a”, e VII da
LEP);
• Se o agente for condenado por integrar organização criminosa ou por crime praticado
por meio de organização criminosa, se presentes elementos probatórios que indiquem a
manutenção do vínculo associativo (art. 2º, § 9º, Lei n. 12.850/2013).

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A Súmula 441 do STJ estabelece que “A falta grave não interrompe o prazo para obtenção
de livramento condicional”.

10.1.7. Monitoramento Eletrônico (art. 146-B a 146-D)

O juiz poderá definir a fiscalização por meio da monitoração eletrônica, quando autorizar
a saída temporária no regime semiaberto ou determinar a prisão domiciliar. O STJ entende
que esta forma de fiscalização só se justifica se houver fundamentos concretos, sob pena de
configurar constrangimento ilegal ao apenado (STJ, HC 351.273-CE,Rel. Min. Nefi Cordeiro, 6ª
Turma, julgado em 2/2/2017, DJe 9/2/2017 -. Informativo 597)
Na decisão que concede a saída temporária, ou a prisão domiciliar, e define a fiscalização
por meio de monitoração eletrônica, deverá estabelecer a “área de inclusão” (espaço territorial
em que a pessoa monitorada pode circular) ou a “área de exclusão” (espaço em que o monito-
rado não poderá transitar).
O condenado submetido à fiscalização eletrônica terá que cumprir os deveres previstos no
art. 146-C: a) receber visitas, responder contatos e cumprir as orientações do servidor respon-
sável pela monitoração eletrônica; b) abster-se de remover, de violar, de modificar, de danificar
de qualquer forma o dispositivo de monitoração eletrônica ou de permitir que outrem o faça.
A violação comprovada destes deveres poderá acarretar, a critério do juiz da execução,
ouvidos o Ministério Público e a defesa: a) a regressão de regime; b) revogação da autorização
de saída temporária; c) revogação da prisão domiciliar; d) advertência por escrito
A monitoração eletrônica poderá ser revogada: I - quando se tornar desnecessária ou ina-
dequada; II - se o acusado ou condenado violar os deveres a que estiver sujeito durante a sua
vigência ou cometer falta grave.

10.2. Execução da Pena Restritiva de Direitos (Arts. 147 a 170)


Os art. 147 a 170 da LEP tratam sobre a execução das penas restritivas de direitos elenca-
das no art. 43, IV, V e VI do CP.
A execução da pena restritiva de direitos será promovida pelo juízo da execução, que pode-
rá atuar de ofício ou a requerimento do Ministério Público. Esta execução dependerá do trânsi-
to em julgado da condenação, como nos informa a Súmula 643 do STJ

JURISPRUDÊNCIA
Súmula ​643 do STJ: A execução da pena restritiva de direitos depende do trânsito em
julgado da condenação

O art. 148 prevê que:

Em qualquer fase da execução, poderá o Juiz, motivadamente, alterar, a forma de cumprimento


das penas de prestação de serviços à comunidade e de limitação de fim de semana, ajustando-as

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às condições pessoais do condenado e às características do estabelecimento, da entidade ou do
programa comunitário ou estatal.

a) Prestação de Serviços à Comunidade (art. 149 e 150):

O trabalho terá a duração de 8 (oito) horas semanais e será realizado aos sábados, do-
mingos e feriados, ou em dias úteis, de modo a não prejudicar a jornada normal de trabalho. A
execução terá início a partir da data do primeiro comparecimento.
A entidade beneficiada com a prestação de serviços encaminhará mensalmente, ao Juiz
da execução, relatório circunstanciado das atividades do condenado, bem como, a qualquer
tempo, comunicação sobre ausência ou falta disciplinar.

b) Limitação de Fim de Semana (art. 141 a 153)

A limitação de fim de semana consiste na obrigação de permanecer, aos sábados e do-


mingos, por 5 (cinco) horas diárias, em casa de albergado ou outro estabelecimento adequado
(art. 48 do CP).
O juiz da execução irá intimar o condenado, cientificando-o do local, dias e horário em que
deverá cumprir a pena. A execução terá início a partir da data do primeiro comparecimento.
Nos casos de violência doméstica contra a mulher, o juiz poderá determinar o compareci-
mento obrigatório do agressor a programas de recuperação e reeducação.
O estabelecimento designado encaminhará, mensalmente, ao Juiz da execução, relatório, e
comunicará, a qualquer tempo, a ausência ou falta disciplinar do condenado.

c) Da Interdição Temporária de Direitos (art. 154 e 155)

O art. 47 do Código Penal prevê as seguintes modalidades de interdição temporária


de direitos.

I – Proibição do exercício de cargo, função ou atividade pública, bem como de mandato eletivo;
II – Proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que dependam de habilitação especial,
de licença ou autorização do poder público;
III – Suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir veículo.
IV – Proibição de frequentar determinados lugares.
V – Proibição de inscrever-se em concurso, avaliação ou exame públicos.

Na hipótese de pena de interdição do artigo 47, inciso I, do Código Penal, a autoridade de-
verá, em 24 (vinte e quatro) horas, contadas do recebimento do ofício, baixar ato, a partir do
qual a execução terá seu início.
Nas hipóteses do artigo 47, incisos II e III, do Código Penal, o Juízo da execução determina-
rá a apreensão dos documentos, que autorizam o exercício do direito interditado.

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10.3. Execução da Pena de Multa (Arts. 164 a 170)


Como vimos, o Título V da LEP discorre sobre a execução das penas em espécie, proferidas
em sentença penal condenatória transitada em julgado. Estas penas poderão ser “privativas de
liberdade”, “restritiva de direitos” e “multa” (art. 32 do CP). A partir de agora, vamos estudar as
disposições da Lei n. 7.210/1984 sobre a execução da pena de multa.
O art. 51 do Código Penal prevê que “Transitada em julgado a sentença condenatória, a
multa será executada perante o juiz da execução penal e será considerada dívida de valor,
aplicáveis as normas relativas à dívida ativa da Fazenda Pública, inclusive no que concerne às
causas interruptivas e suspensivas da prescrição”.
O STJ tinha entendimento consolidado, na Súmula 521, de que, por ser dívida de valor, a
legitimidade para a execução da pena de multa caberia à Procuradoria da Fazenda Pública.
O STF, porém, mudou este entendimento na ADI 3150. De acordo com a Corte, embora seja
dívida de valor, a multa possui natureza de sanção penal, devendo, assim, ser executada pelo
Ministério Público, perante o juízo de execução penal. Porém, caso o MP não proponha a a exe-
cução da multa no prazo de 90 dias, o juiz da execução criminal dará ciência do feito ao órgão
competente da Fazenda Pública (federal ou estadual) para a respectiva cobrança na vara de
execução fiscal, com a observância do rito da Lei 6.830/80.

Fixação das seguintes teses: (i) O Ministério Público é o órgão legitimado para promover
a execução da pena de multa, perante a Vara de Execução Criminal, observado o procedi-
mento descrito pelos artigos 164 e seguintes da Lei de Execução Penal; (ii) Caso o titular
da ação penal, devidamente intimado, não proponha a execução da multa no prazo de 90
(noventa) dias, o Juiz da execução criminal dará ciência do feito ao órgão competente da
Fazenda Pública (Federal ou Estadual, conforme o caso) para a respectiva cobrança na
própria Vara de Execução Fiscal, com a observância do rito da Lei 6.830/1980. (STF - ADI
3150, Relator(a): Min. Marco Aurélio, Relator(a) p/ Acórdão: Min. Roberto Barroso, Tribu-
nal Pleno, julgado em 13/12/2018, DJe-170 06-08-2019 – Informativo 927)

Importante!!A legitimidade para a cobrança da pena de multa será do MP, e a competência


para julgamento do feito será do juízo de execução criminal. Caso o MP, mesmo intimado, não
requeira a execução no prazo de 90 (noventa) dias, o juiz da execução penal dará ciência ao
órfão da Fazenda Pública, que fará a cobrança na Vara de Execução Fiscal. A Súmula 521 do
STJ está superada!

 Obs.: Lembre-se de que a pena de multa aplicada isoladamente, no âmbito dos juizados
especiais criminais, deverá ser executada perante o próprio juizado, como prevê a
Lei 9.099/95.

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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Execução Penal
Fábio Roque e Flávia Araújo

A certidão da sentença condenatória transitada em julgado, que fixa a pena de multa, vale-
rá como título executivo judicial. Após a extração desta certidão, o MP irá requerer, perante o
juiz da execução penal, a citação do condenado para, no prazo de 10 (dez) dias, pagar o valor
da multa ou nomear bens à penhora.
Decorrido os 10 (dez) dias sem o pagamento da multa ou o depósito da respectiva impor-
tância, proceder-se-á à penhora de tantos bens quantos bastem para garantir a execução. Nes-
ta hipótese a nomeação de bens à penhora, e a posterior execução, seguirão as disposições da
lei processual civil (art. 164, §2º da LEP).
A execução da pena de multa será suspensa quando sobrevier ao condenado doença men-
tal (art.167 da LEP).
O art. 50, §1º do CP permite que a pena de multa seja descontada no vencimento ou salário
do condenado, desde que não incida sobre recursos indispensáveis ao seu sustento e à sua
família. Este desconto poderá ocorrer quando: a) for aplicada isoladamente; b) aplicada cumu-
lativamente com pena restritiva de direitos; c) concedida a suspensão condicional da pena.
Quando for cabível, o desconto da pena de multa no vencimento, ou no salário, do condena-
do será determinado pelo juiz da execução e realizado mensalmente. O limite máximo do des-
conto mensal será o da quarta parte da remuneração, e o mínimo, o de um décimo (art. 168).
Quando a lei estabelecer, em abstrato, a cumulação da pena privativa de liberdade com a
pena pecuniária, o juiz não poderá, no caso concreto, substituir a prisão por multa. Desta for-
ma, a Súmula 171 do STJ estabelece que:

JURISPRUDÊNCIA
Súmula 171 do STJ: Cominadas Cumulativamente, Em Lei Especial, Penas Privativa De
Liberdade E Pecuniária, E Defeso A Substituição Da Prisão Por Multa.

11. Execução da Medida de Segurança (Arts. 171 a 179)


A medida de segurança é aplicável em casos de inimputabilidade (previsto no art. 26 do
CP) podendo ser de duas espécies: internamento ou tratamento ambulatorial. A aplicação des-
ta medida dependerá do trânsito em julgado da sentença penal e da expedição de guia de
internamento ou de tratamento ambulatorial.
A medida de segurança terá o prazo mínimo de 1 (um) a 3 (três) anos (art. 96, §1º do CP).
Ao final deste período mínimo, a cessação da periculosidade será averiguada pelo exame das
condições pessoais do agente (art. 175 da LEP).
O juiz poderá determinar a realização deste exame a qualquer tempo, até mesmo antes do
prazo mínimo, desde que haja requerimento fundamentado do Ministério Público, do interessa-
do, seu procurador ou defensor.
O CP não prevê um tempo máximo de aplicação da medida de segurança. Porém, a Súmula
527 do STJ prevê que:

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JURISPRUDÊNCIA
O tempo de duração da medida de segurança não deve ultrapassar o limite máximo da
pena abstratamente cominada ao delito praticado.

12. Dos Incidentes de Execução (Arts. 180 a 183)


O Título VII da LEP trata sobre os incidentes que podem ocorrem no curso da execução pe-
nal, subdividindo-se em três capítulos: 1) das conversão; 2) do excesso de desvio; 3) da anistia
e indulto. Vamos a eles?

12.1. Das Conversões (Arts. 180 a 184)


A LEP prevê quatro hipóteses de conversão, que podem ocorrer no curso da execução penal:
a) A pena privativa de liberdade, não superior a 2 (dois) anos, poderá ser convertida em
restritiva de direitos
b) A pena restritiva de direitos será convertida em privativa de liberdade
c) A pena privativa de liberdade será substituída por medida de segurança
d) O tratamento ambulatorial poderá ser convertido em internação.

a) Conversão da pena privativa de liberdade, não superior a 02 (dois) anos, em


restritiva de direitos (art. 180):

Não podemos confundir a conversão com substituição da pena!


O art. 44 do Código Penal prevê que as hipóteses em que a pena privativa de liberdade
pode ser substituída pela pena restritiva de direitos. Esta substituição será realizada pelo juiz
que proferiu a condenação, no processo de conhecimento, quando preenchidos os requisi-
tos legais.
Já o art. 180 da LEP prevê as condições para que a pena privativa de liberdade seja con-
vertida em restritiva de direitos. Neste caso, a conversão ocorre durante a execução da pena, e
não no momento da sentença condenatória.
A conversão da pena privativa de liberdade em restritiva de direitos exige os seguintes
requisitos:
1. Pena não superior a 2 (dois) anos.
2. O condenado esteja cumprindo a pena em regime aberto
3. tenha sido cumprido pelo menos 1/4 (um quarto) da pena;
4. os antecedentes e a personalidade do condenado indiquem ser a conversão re-
comendável.

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b) Conversão da pena restritiva de direitos em pena privativa de liberdade (art.


181).

O art. 181 da LEP prevê os casos em que as penas restritivas de direitos (de prestação de
serviço à comunidade, limitação de fim de semana e de interdição temporária de direitos) são
convertidas em penas privativas de liberdades. Esta conversão ocorre quando o condenado
descumpre injustificadamente as restrições impostas.

Art. 181. A pena restritiva de direitos será convertida em privativa de liberdade nas hipóteses e na
forma do artigo 45 e seus incisos do Código Penal.
§ 1º A pena de prestação de serviços à comunidade será convertida quando o condenado:
a) não for encontrado por estar em lugar incerto e não sabido, ou desatender a intimação por edital;
b) não comparecer, injustificadamente, à entidade ou programa em que deva prestar serviço;
c) recusar-se, injustificadamente, a prestar o serviço que lhe foi imposto;
d) praticar falta grave;
e) sofrer condenação por outro crime à pena privativa de liberdade, cuja execução não tenha sido
suspensa.
§ 2º A pena de limitação de fim de semana será convertida quando o condenado não comparecer
ao estabelecimento designado para o cumprimento da pena, recusar-se a exercer a atividade deter-
minada pelo Juiz ou se ocorrer qualquer das hipóteses das letras “a”, “d” e “e” do parágrafo anterior.
§ 3º A pena de interdição temporária de direitos será convertida quando o condenado exercer, injus-
tificadamente, o direito interditado ou se ocorrer qualquer das hipóteses das letras “a” e “e”, do § 1º,
deste artigo.

c) Substituição da pena privativa de liberdade em Medida de Segurança (art.


183).

O art. 183 da LEP prevê a possibilidade de o juiz converter a pena privativa de liberdade em
medida de segurança, quando, no curso da execução, sobrevier doença mental ou perturbação
da saúde mental do condenado. Esta substituição poderá ocorrer de ofício ou a requerimento,
do Ministério Público, da Defensoria Pública ou da autoridade administrativa
Nesta hipótese, o STJ entende que o tempo da medida de segurança deverá se limitar ao
tempo de cumprimento da pena privativa de liberdade fixada na sentença condenatória em
respeito à coisa julgada.

JURISPRUDÊNCIA
HABEAS CORPUS. EXECUÇÃO. SUPERVENIÊNCIA DE DOENÇA MENTAL. MEDIDA DE
SEGURANÇA SUBSTITUTIVA DE PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE. RÉU QUE PERMANECE
INTERNADO. TEMPO DE CUMPRIMENTO DE PENA CORPORAL EXCEDIDO. FLAGRANTE
CONSTRANGIMENTO ILEGAL. ORDEM CONCEDIDA. (...). 3. A medida de segurança,
prevista na Lei de Execuções Penais, hipótese dos autos, é aplicada quando, no curso

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Execução Penal
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na execução da pena privativa de liberdade, sobrevier doença mental ou perturbação da


saúde mental, sendo adstrita ao tempo de cumprimento da pena privativa de liberdade
fixada na sentença condenatória, sob pena de ofensa à coisa julgada. (STJ - HC n. 88.849/
SP, rel. Min conv. Jane Silva, 5ª Turma. Julgado em 28.11.07. Dje 17/12/2007)

d) Conversão do Tratamento ambulatorial em internação (art. 184)

O art. 184 prevê a possibilidade de o tratamento ambulatorial ser convertido em internação


se agente revelar incompatibilidade com a medida. Nesta hipótese, o prazo mínimo de interna-
ção será de um ano.

12.2. Do Excesso de Desvio (Arts. 185 e 186)


De acordo com o art. 185 da LEP “Haverá excesso ou desvio de execução sempre que algum
ato for praticado além dos limites fixados na sentença, em normas legais ou regulamentares”.
São os legitimados para suscitar o incidente de desvio de execução (art. 186):
1. o Ministério Público;
2. o Conselho Penitenciário;
3. o sentenciado;
4. qualquer dos demais órgãos da execução penal, previstos no art. 61 da LEP.

12.3. Da Anistia e do Indulto (Arts. 187 a 193)


A anistia e o indulto geram a extinção da punibilidade (art. 107, II do CP).
A anistia é concedida por meio de lei federal ordinária, elaborada pelo Congresso Nacional.
Esta lei extinguirá, com efeito “ex tunc” a punibilidade de determinado fato, não se dirigindo a
pessoas específicas.
Já o indulto é concedido por meio de decreto presidencial (podendo haver delegação)
e extingue a punibilidade de pessoas determinadas, que preencham os requisitos previstos
no decreto.
O indulto poderá ser total ou parcial. Se total, haverá a extinção da punibilidade, se parcial,
haverá a comutação da pena, gerando a sua diminuição.
A Lei que concede a anistia extingue os efeitos penais do crime (principais e secundários),
mas não extingue os efeitos extrapenais (como a obrigação de reparar o dano e a perda de
bens, instrumentos e produtos do crime).
Já o indulto, atinge apenas os efeitos penais principais da condenação (aplicação da san-
ção penal), não extinguindo os efeitos penais secundários (como a reincidência, inclusão do
nome do réu no rol dos culpados) e nem os extrapenais.

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Execução Penal
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JURISPRUDÊNCIA
Súmula 631 do STJ - O indulto extingue os efeitos primários da condenação (pretensão
executória), mas não atinge os efeitos secundários, penais ou extrapenais

Portanto, a pessoa beneficiada pela lei que concedeu anistia, não será considerada reinci-
dente caso venha a cometer novos delitos. O indulto, por outro lado, gera reincidência.
A anistia poderá ser aplicada de ofício pelo juiz. O art. 187 da LEP estabelece que:

Concedida a anistia, o Juiz, de ofício, a requerimento do interessado ou do Ministério Público, por


proposta da autoridade administrativa ou do Conselho Penitenciário, declarará extinta a punibilida-
de.

Finalizamos aqui, a nossa aula sobre a Lei de Execução Penal!


Não é uma lei fácil. Por isso, é muito importante que você a leia e releia quantas vezes
achar necessário.
Muitas questões de concurso são com base na “letra fria” da lei. Vamos fazer algumas delas?

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MAPAS MENTAIS

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Execução Penal
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QUESTÕES DE CONCURSO
001. (FAPEC/PC – MS/DELEGADO DE POLÍCIA/2021) A Lei n. 13.964/19 (Pacote Anticrime)
promoveu significativa alteração na execução penal, sobretudo no requisito objetivo para a pro-
gressão do regime de cumprimento de pena. De acordo com a atual redação da Lei n. 7.210/84
(LEP), é INCORRETO afirmar:
a) caso o preso seja reincidente em crime cometido sem violência à pessoa ou grave ameaça,
terá que cumprir ao menos 20% (vinte por cento) da pena para progredir de regime.
b) sendo reincidente em crime cometido com violência à pessoa ou grave ameaça, poderá
progredir se cumprir ao menos 30% (trinta por cento) da pena.
c) se o apenado for reincidente em crime hediondo ou equiparado com resultado morte, deve
cumprir aos menos 70% (setenta por cento) da pena para progredir. Nesse caso, veda-se o
livramento condicional.
d) se ele for condenado pela prática de crime hediondo ou equiparado, com resultado morte,
sendo primário, progredirá se cumprir ao menos 60% da pena, vedado o livramento condicional.
e) o pacote anticrime não previu, todavia, o quantum de pena necessário a ser cumprido pelo
condenado por crime hediondo ou equiparado que seja reincidente genérico, tendo o Superior
Tribunal de Justiça decidido recentemente que a esse indivíduo deve ser aplicado o patamar
de 40%, previsto na LEP para os condenados por crimes hediondos ou equiparados, quando
primários.

002. (MPE – PR/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2021) Segundo o disposto na Lei de Execuções


Penais, bem como o entendimento sumulado dos Tribunais Superiores, assinale a alternati-
va correta:
a) No regime disciplinar diferenciado o recolhimento do preso se dará em cela individual e terá
direito à saída da cela por 2 (duas) horas diárias para banho de sol, em grupos de até 4 (quatro)
presos, desde que não haja contato com presos do mesmo grupo criminoso.
b) O regime disciplinar diferenciado pode ser aplicado pelo prazo máximo de 2 anos, sem pre-
juízo da manutenção da sanção, por no máximo de até 1 (um) ano, quando da prática de nova
falta grave de mesma espécie.
c) Não cabe a aplicação do regime disciplinar diferenciado ao preso provisório.
d) Após os primeiros 3 (três) meses de regime disciplinar diferenciado, o preso que não re-
ceber visitas de familiares ou de pessoas autorizadas, poderá, após prévio agendamento, ter
contato telefônico, que será gravado, com uma pessoa da família, 2 (duas) vezes por mês e por
10 (dez) minutos.
e) Não cabe a aplicação do regime disciplinar diferenciado ao preso estrangeiro.

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003. (MPE – PR/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2021) Segundo o disposto na Lei de Execuções


Penais, bem como o entendimento sumulado dos Tribunais Superiores, assinale a alternativa
incorreta:
a) O indulto individual poderá ser provocado por petição do condenado.
b) Concedido o indulto e anexada aos autos cópia do decreto, o Juiz declarará extinta a pena
ou ajustará a execução aos termos do decreto, no caso de comutação.
c) O indulto extingue os efeitos primários da condenação (pretensão executória), mas não atin-
ge os efeitos secundários, penais ou extrapenais.
d) A ausência de suspensão ou revogação do livramento condicional antes do término do perí-
odo de prova enseja a extinção da punibilidade pelo integral cumprimento da pena.
e) O Decreto Legislativo, que concede a anistia e o indulto, exclui a tipicidade do fato que foi
anteriormente objeto de tipificação e, por consequência, também os antecedentes criminais,
deixando de gerar a reincidência.

004. (MPE – PR/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2021) Segundo o disposto na Lei de Execuções


Penais, bem como o entendimento sumulado dos Tribunais Superiores, assinale a alternati-
va correta:
a) Comprovado que o apenado cometeu falta grave durante o cumprimento da pena, a con-
tagem do prazo da pena remanescente para a progressão de regime e concessão de outros
benefícios deve ser suspensa, sendo considerado como marco inicial da suspensão a data da
decisão que reconheceu o cometimento da última falta grave, inclusive nos casos de livramen-
to condicional.
b) A prática de falta grave não interrompe o prazo para fim de comutação de pena ou indulto.
c) Quando do cometimento de faltas graves, podem ser aplicadas, dentre outras as sanções,
o isolamento, a suspensão e a restrição de direitos, sanções estas que sempre respeitarão o
prazo máximo de 30 dias.
d) O cometimento de falta grave, durante a execução da pena privativa de liberdade, suspende
o prazo para a obtenção da progressão no regime de cumprimento da pena, caso em que o
reinício da contagem do requisito objetivo terá como base a pena remanescente.
e) Em caso de falta grave, o juiz poderá revogar até 1/6 (um sexto) do tempo remido, recome-
çando a contagem a partir da data da decisão que reconhece a falta disciplinar.

005. (FCC/DPE – SC/DEFENSOR PÚBLICO/2021) A remição pelo estudo tem regulamenta-


ção restritiva e prejudicial ao condenado, pois só é permitido o ensino presencial.

006. (FCC/DPE – SC/DEFENSOR PÚBLICO/2021/ADAPTADA) A execução da medida de se-


gurança em conjunto com a pena privativa de liberdade é permitida na hipótese de tratamento
ambulatorial, se o réu for condenado em regime aberto.

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007. (FCC/DPE – RR/DEFENSOR PÚBLICO/2021) O regime disciplinar diferenciado


a) foi inspirado na política de supermax estadunidense e comprovou ter sido eficaz no des-
mantelamento do crime organizado.
b) tem duração máxima de 2 anos, sem prejuízo de renovações justificadas pelo mesmo fato.
c) é incabível para presos provisórios, pois é sanção típica de cumprimento de pena.
d) constitui típica medida de direito penal de emergência.
e) é sanção cabível apenas para condenados por crime hediondo ou equiparado.

008. (FCC/DPE – RR/DEFENSOR PÚBLICO/2021) São direitos do preso expressamente pre-


vistos na Lei de Execução Penal
a) Previdência Social e visita íntima homoafetiva.
b) banho de sol de pelo menos 6 horas e constituição de pecúlio.
c) chamamento numérico e igualdade de tratamento.
d) obediência ao servidor e respeito a qualquer pessoa com quem deva se relacionar.
e) proteção contra qualquer forma de sensacionalismo e alimentação suficiente.

009. (FCC/DPE – RR/DEFENSOR PÚBLICO/2021/ADAPTADA) Sobre o regime de cumpri-


mento de pena, é correto afirmar que é possível a fixação de regime aberto a réus reincidentes
nos casos que caracterizem insignificância.

010. (CESPE/DPU/DEFENSORIA PÚBLICA/2017) Segundo o STF, o trabalho em regime


aberto que for realizado fora da casa de albergado não será considerado para fins de remi-
ção da pena.

011. (CESPE/MPE – SC/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2021) Com relação aos institutos do in-


dulto, da graça e da anistia, julgue o item seguinte.
Se, antes do trânsito em julgado de sentença condenatória, o fato que ensejou a condenação
tiver se tornado impunível ou insuscetível de medida de segurança por força de lei ordinária
decorrente de clemência política, a lei ordinária produzirá efeitos ex tunc, alcançando, inclusive,
os efeitos extrapenais da sentença condenatória.

012. (CESPE/MPE – SC/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2021) No curso da execução da pena de


reclusão, sobreveio a incapacidade mental do apenado, o que resultou na conversão da pena
em medida de segurança e na internação do preso em hospital de custódia e tratamento psi-
quiátrico. Nessa situação hipotética, sendo improvável a recuperação do interno, a medida de
segurança, em regra, não poderá perdurar por mais tempo do que o correspondente à pena
substituída.

013. (CESPE/MPE – SC/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2021) Determinado cidadão, réu primário,


foi condenado a seis anos de reclusão. O juízo sentenciante, considerando a gravidade em
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abstrato do delito que ensejou a condenação, impôs ao sentenciado o início do cumprimento


da pena em regime fechado. Nessa situação hipotética, é facultada ao magistrado a imposição
de regime inicial mais gravoso que aquele indicado pela quantidade da pena.

014. (FCC/TJ – GO/JUIZ SUBSTITUTO/2021) No tocante às faltas graves na execução penal,


a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça considera:
a) O reconhecimento da falta grave no curso da execução penal justifica a perda de até 1/3 do
total de dias trabalhados pelo apenado até a data do ato de indisciplina carcerária, desde que
haja declaração judicial da remição.
b) A falta disciplinar de natureza grave praticada no período estabelecido pelos decretos pre-
sidenciais que tratam de benefícios executórios impede a concessão de indulto ou de comu-
tação da pena, desde que a penalidade tenha sido homologada antes da data de publicação
das normas.
c) A imposição da falta grave ao executado em razão de conduta praticada por terceiro, não
viola, em qualquer hipótese, o princípio constitucional da intranscendência.
d) A data da fuga é o marco inicial da prescrição para apuração da falta grave correspondente.
e) O cometimento de falta disciplinar de natureza grave no curso da execução penal justifica a
exigência de exame criminológico para fins de progressão de regime.

015. (FCC/DPE – GO/DEFENSOR PÚBLICO/2021) O princípio da individualização da pena


a) permite, por meio do exercício de direitos subjetivos na execução penal, que duas pessoas
iniciem no mesmo dia uma pena idêntica, mas um tenha a pena extinta antes do outro.
b) confere um caráter misto ao direito de execução penal, composto por normas penitenciárias
e administrativas, como as que regulam o agravo em execução.
c) fundamentou o posicionamento do Superior Tribunal de Justiça que vedou a regressão de
regime de cumprimento de pena por salto.
d) garante legitimidade ao exame criminológico diante de sua capacidade de previsão de
comportamento criminoso futuro e com isso impedir o funcionamento indevido do sistema
progressivo.
e) é incompatível com um sistema progressivo de cumprimento de pena, já que os benefícios
prisionais devem ser concedidos objetivamente para garantia do indivíduo em face do Estado.

016. (FCC/DPE – GO/DEFENSOR PÚBLICO/2021) O regime de assistência previsto na Lei de


Execução Penal
a) garante assistência médica no âmbito do Sistema Único de Saúde, incluindo tratamento
odontológico, excepcionando apenas o serviço farmacêutico.
b) permite o serviço humanitário de organizações não governamentais, desde que instituídas
por mais de um ano e admitidas pela direção da unidade prisional.

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c) impõe ao Estado o dever de acompanhamento psicológico para gestão de serviço de saúde


mental em razão dos efeitos danosos do aprisionamento.
d) autoriza a liberdade de culto com previsão de local apropriado para sua realização dentro da
unidade prisional.
e) permite que familiares complementem a assistência material com fornecimento de produ-
tos de higiene, alimentação e vestiário, mas proíbe o comércio interno de tais itens.

017. (FCC/DPE – GO/DEFENSOR PÚBLICO/2021) A saída temporária


a) é incabível para pessoas condenadas por tráfico de drogas por se tratar de crime equiparado
a hediondo.
b) é a materialização do indulto, concedida em data próxima ao Natal com a finalidade de apro-
ximar a pessoa presa de sua família.
c) é exercida sem vigilância direta, mas tem como condição o recolhimento à residência em
período noturno.
d) é direito amplo na execução penal, que abarca os regimes fechado e semiaberto, poden-
do ser concedido a qualquer tempo pelo juiz à pessoa presa que tenha bom comportamento
prisional.
e) pode ser concedida por prazo não superior a 5 dias, renovável mais 7 vezes no ano.

018. (FCC/DPE – BA/DEFENSOR PÚBLICO/2021) Sobre a progressão de regime de cumpri-


mento de pena:
a) Em caso de mais de uma condenação, o lapso temporal deve ser sempre único, prevalecen-
do o vigente na data do primeiro delito.
b) É possível readquirir o bom comportamento para fins de progressão de regime antes de um
ano da ocorrência da falta disciplinar.
c) A exigência de exame criminológico para a progressão de regime de condenados por crime
com violência ou ameaça contra a pessoa não retroage aos casos anteriores à Lei Anticrime.
d) O reincidente que cumpre pena por um furto e um tráfico de drogas deve cumprir o lapso
temporal de 60% para progredir de regime.
e) No caso de mulher gestante que cumpre pena por roubo, o lapso temporal para a progressão
de regime é de 1/8, se primária e com bom comportamento.

019. (FUNDEP/MPE – MG/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2021/ADAPTADA) A Lei de Execuções


Penais prevê duas espécies distintas de autorizações de saída para condenados, sendo elas a
permissão de saída, para condenados que cumprem pena em regime fechado ou semiaberto,
e a saída temporária, apenas para os que se encontram em regime semiaberto.

020. (INSTITUTO AOCP/PC – PA/DELEGADO/2021) Assinale a alternativa correta conside-


rando as disposições da Lei de Execução Penal (Lei n. 7.210/1984).

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Execução Penal
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a) O isolamento, a suspensão e a restrição de direitos não poderão exceder a trinta dias, ressal-
vada a hipótese do regime disciplinar diferenciado.
b) A autoridade administrativa poderá decretar o isolamento preventivo do faltoso pelo prazo
de até quinze dias.
c) O mandato dos membros do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária terá
duração de três anos, renovado um terço a cada ano.
d) Se, intimado pessoalmente ou por edital com prazo de trinta dias, o réu não comparecer
injustificadamente à audiência admonitória, a suspensão ficará sem efeito e será executada
imediatamente a pena.
e) Os estabelecimentos penais destinados a mulheres serão dotados de berçário, onde as
condenadas possam cuidar de seus filhos, inclusive amamentá-los, no mínimo, até dois
anos de idade.

021. (INSTITUTO AOCP/PC – PA/DELEGADO/2021) Considerando as recentes alterações


legislativas, assinale a alternativa correta sobre a Lei de Execução Penal.
a) O cometimento de falta grave durante a execução da pena privativa de liberdade interrompe
o prazo para a obtenção da progressão no regime de cumprimento da pena, caso em que o
reinício da contagem do requisito objetivo terá como base a pena remanescente.
b) O regime disciplinar diferenciado não será aplicado aos presos provisórios, mas para os
condenados, nacionais ou estrangeiros, que apresentem alto risco para a ordem e a segurança
do estabelecimento penal ou da sociedade.
c) A ausência de vigilância direta impede a utilização de equipamento de monitoração eletrôni-
ca pelo condenado, quando assim determinar o juiz da execução.
d) A autorização para saída temporária do condenado será concedida por prazo não superior a
catorze dias, podendo ser renovada por mais seis vezes durante o ano.
e) A pena privativa de liberdade será executada em forma progressiva com a transferência para
regime menos rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando o preso tiver cumprido ao menos
vinte por cento da pena, se o apenado for primário e o crime tiver sido cometido sem violência
à pessoa ou grave ameaça.

022. (FGV/DPE – RJ/DEFENSOR PÚBLICO/2021) Sobre a saída temporária de visita à famí-


lia, prevista no Art. 122, da Lei de Execução Penal, é correto afirmar que:
a) pode ser concedida por prazo não superior a sete dias, com a possibilidade de ser renovada
por mais quatro vezes ao ano;
b) pode ser autorizada a presos que cumprem pena no regime fechado e no regime semiaberto;
c) o juiz não poderá impor a fiscalização por meio de equipamento de monitoração eletrônica;
d) para a concessão, o apenado primário deverá cumprir pelo menos 1/4 da pena, e o apenado
reincidente, pelo menos 1/3 da pena;

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e) após a concessão, a prática de falta disciplinar de natureza média revoga automaticamente


o benefício.

023. (CESPE/TRF – 1ª REGIÃO/ANALISTA/2017) A prática de falta grave pelo apenado, no


curso da execução penal, acarreta a perda da totalidade dos dias remidos com trabalho, reco-
meçando-se a contagem a partir da data da infração disciplinar.

024. (CESPE/MPE – CE/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2020) Em relação ao que dispõe a LEP,


assinale a opção correta.
a) Das decisões proferidas pelo juiz da execução caberá recurso de agravo, com efeito
suspensivo.
b) O procedimento judicial pode ser iniciado de ofício, a requerimento do Ministério Público, do
interessado, de seu representante ou parente, ou da autoridade administrativa.
c) A petição do indulto individual será entregue ao Ministério Público para a elaboração de pa-
recer e posterior encaminhamento ao juiz da execução.
d) A pena privativa de liberdade poderá ser convertida em restritiva de direitos, desde que o
condenado esteja em regime aberto ou semiaberto e tenha cumprido um sexto da pena.
e) O órgão do Ministério Público deve visitar anualmente os estabelecimentos penais, regis-
trando a sua presença em livro próprio.

025. (CESPE/MPE – CE/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2020) Mário e Tiago estão em regime


semiaberto, têm bom comportamento e já cumpriram mais da metade da pena. Mário foi co-
municado do falecimento de sua irmã e deseja ir ao funeral dela. Tiago deseja visitar a famí-
lia e participar do casamento de uma prima. Ambos preenchem os demais requisitos legais
para a saída.
Nessa situação, deve-se
a) negar a ambos os condenados os pedidos, porque não cabe autorização de saída nas hipó-
teses indicadas.
b) permitir a saída temporária, sem escolta, de ambos os condenados.
c) permitir a saída, com escolta, de ambos os condenados.
d) permitir a saída, sem escolta, de Mário; e a saída temporária, com escolta, de Tiago.
e) permitir a saída, com escolta, de Mário; e a saída temporária, sem escolta, de Tiago.

026. (FCC/TJ – MS/JUIZ DE DIREITO/2020) No que toca às sanções disciplinares na fase de


execução penal, correto afirmar que
a) a advertência verbal e a repreensão serão aplicadas por ato do diretor do estabelecimento,
desnecessárias motivação e comunicação ao juiz da execução.
b) compete ao juiz da execução a aplicação da suspensão ou restrição de direitos.

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c) a autorização para inclusão de preso em regime disciplinar diferenciado dependerá de re-


querimento circunstanciado elaborado pelo diretor do estabelecimento, decidindo o juiz no
prazo máximo de quinze dias, ouvida apenas a defesa.
d) o isolamento na própria cela, ou em local adequado, nos estabelecimentos que possuam alo-
jamento coletivo, será determinado pelo diretor do presídio e comunicado ao juiz da execução.
e) cabe exclusivamente ao juiz da execução decretar o isolamento preventivo do faltoso pelo
prazo de até dez dias.

027. (CESPE/MPE – CE/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2020) Em relação ao que dispõe a LEP,


assinale a opção correta.
a) Das decisões proferidas pelo juiz da execução caberá recurso de agravo, com efeito
suspensivo.
b) O procedimento judicial pode ser iniciado de ofício, a requerimento do Ministério Público, do
interessado, de seu representante ou parente, ou da autoridade administrativa.
c) A petição do indulto individual será entregue ao Ministério Público para a elaboração de pa-
recer e posterior encaminhamento ao juiz da execução.
d) A pena privativa de liberdade poderá ser convertida em restritiva de direitos, desde que o
condenado esteja em regime aberto ou semiaberto e tenha cumprido um sexto da pena.
e) O órgão do Ministério Público deve visitar anualmente os estabelecimentos penais, regis-
trando a sua presença em livro próprio.

028. (CESPE/MPE – CE/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2020) De acordo com a Lei de Execução


Penal (LEP), o órgão da execução penal destinado especificamente a prestar assistência aos
albergados e aos egressos é
a) o patronato.
b) a casa de albergado.
c) o conselho penitenciário.
d) o conselho da comunidade.
e) o departamento penitenciário.

029. (CESPE/MPE – SC/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2019) Segundo os termos da Súmula n.


534 do STJ, a prática de falta grave interrompe a contagem do prazo para a progressão de re-
gime de cumprimento de pena, o qual se reinicia a partir do cometimento dessa infração. Por
sua vez, dispõe a Súmula n. 535 do STJ que a prática de falta grave não interrompe o prazo para
fim de comutação de pena ou indulto.

030. (CESPE/MPE – SC/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2019) Dispõe a Lei n. 7.210/1984 que o


condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semiaberto poderá remir, por trabalho
ou por estudo, parte do tempo de execução da pena. A contagem de tempo referida será feita

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à razão de: 1 (um) dia de pena a cada 12 (doze) horas de frequência escolar – atividade de
ensino fundamental, médio, inclusive profissionalizante, ou superior, ou ainda de requalificação
profissional – divididas, no mínimo, em 3 (três) dias; e 1 (um) dia de pena a cada 3 (três) dias
de trabalho.

031. (CESPE/MPE – SC/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2019) Prescreve a Lei de Execução Penal


que podem suscitar o incidente de excesso ou desvio de execução, além do Ministério Público,
o Conselho Penitenciário, o sentenciado e qualquer dos demais órgãos da execução penal,
exceto os Departamentos Penitenciários e o Conselho da Comunidade.

032. (CESPE/MPE – SC/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2019) Estabelece a Lei de Execução Pe-


nal que são indelegáveis as funções de direção, chefia e coordenação no âmbito do sistema
penal, bem como todas as atividades que exijam o exercício do poder de polícia, e notadamen-
te: classificação de condenados; aplicação de sanções disciplinares; controle de rebeliões; e
transporte de presos para órgãos do Poder Judiciário, hospitais e outros locais externos aos
estabelecimentos penais.

033. (CESPE/MPE – SC/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2019) Nos termos da Lei de Execução Pe-


nal, no caso de mulher gestante ou que for mãe ou responsável por crianças, adolescentes ou
pessoas com deficiência, os requisitos para progressão de regime são, cumulativamente: não
ter cometido crime com violência ou grave ameaça a pessoa; não ter cometido o crime contra
seu filho ou dependente; ter cumprido ao menos 1/8 (um oitavo) da pena no regime anterior;
ser primária e ter bom comportamento carcerário, comprovado pelo diretor do estabelecimen-
to; e não ter integrado organização criminosa.

034. (CESPE/DPE – DF/DEFENSOR PÚBLICO/2019) O reconhecimento de falta grave decor-


rente da prática de fato definido como crime doloso independe do trânsito em julgado de sen-
tença penal condenatória.

035. (IBFC/TER – PA/ANALISTA JUDICIÁRIO/2020) A execução penal tem por objetivo efeti-
var as disposições de sentença ou decisão criminal e proporcionar condições para a harmôni-
ca integração social do condenado e do internado. Com relação ao tema, assinale a alternativa
incorreta:
a) Não fere o contraditório e o devido processo de decisão que, sem ouvida prévia da defe-
sa, determine transferência ou permanência de custodiado em estabelecimento penitenciá-
rio federal
b) O plenário do Supremo Tribunal Federal (STF), no julgamento das Ações Declaratória de
Constitucionalidade (ADC) 43, 44 e 54, pacificou o entendimento no sentido de ser admitida a
chamada “execução provisória da pena”, após prolação de Acórdão condenatório em segunda
instância, sendo que isso não ofende o princípio constitucional da presunção de inocência

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c) O cumprimento de prisão domiciliar não impede a liberdade de culto, razão pela qual, consi-
derada a possibilidade de controle do horário e de delimitação da área percorrida por meio do
monitoramento eletrônico, o comparecimento a culto religioso não representa risco ao cumpri-
mento da pena
d) O indulto extingue os efeitos primários da condenação (pretensão executória), mas não atin-
ge os efeitos secundários, penais ou extrapenais

036. (CESPE/SERIS – AL/AGENTE PENITENCIÁRIO/2021) Os estabelecimentos prisionais


destinados a mulheres terão exclusivamente agentes do sexo feminino na segurança de suas
dependências internas e externas.

037. (CONSULPLAN/TJ – MS/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS) De


acordo com as regras da Lei n. 7.210/84 (Lei de Execução Penal) sobre o trabalho do condena-
do, assinale a alternativa correta.
a) O produto da remuneração pelo trabalho deverá atender ao ressarcimento ao Estado das
despesas realizadas com a manutenção do condenado.
b) O produto da remuneração pelo trabalho terá como prioridade a indenização dos danos cau-
sados pelo condenado ao ofendido, independentemente de determinação judicial específica.
c) As tarefas executadas como prestação de serviço à comunidade pelo condenado, no curso
da execução, serão remuneradas, e o produto da remuneração revertido para o Fundo Previ-
denciário Especial destinado ao custeio do auxílio-reclusão.
d) O produto da remuneração pelo trabalho será depositado integralmente para constituição
do pecúlio, em Caderneta de Poupança, que será entregue à família do condenado, se este
possuir descendentes menores, quando posto em liberdade.

038. (CETAP/SEAP – PA/AGENTE PENITENCIÁRIO/2021) Na execução penal, para que seja


apurada a prática da falta disciplinar e aplicada a sanção disciplinar, é necessária a realização
de um processo administrativo disciplinar. Sobre a disciplina no ambiente prisional, analise os
itens a seguir e assinale a alternativa correta:
I – A autoridade administrativa poderá decretar o isolamento preventivo do faltoso pelo prazo
de até sete dias.
II – Pune-se a tentativa com a sanção correspondente à falta consumada.
III – Comete falta grave o condenado à pena privativa de liberdade que tiver em sua posse,
utilizar ou fornecer aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação com
outros presos ou com o ambiente externo.
Está(ão) correto(s):
a) apenas o item I.
b) apenas os itens I e II.
c) apenas os itens II e III.
d) os itens I, II e III.

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039. (CETAP/SEAP – PA/AGENTE PENITENCIÁRIO/2021) O Juiz estabelecerá o regime no


qual o condenado cumprirá a pena privativa de liberdade. Deve, ao fazer isso, observar que:
a) quando houver condenação por mais de um crime em processos distintos, a determinação
do regime de cumprimento e da pena será feita sem levar em conta a somatória das penas.
b) acima de 65 anos será admitido o recolhimento do beneficiário de regime aberto em resi-
dência particular.
c) a execução da pena privativa de liberdade ficará sujeita à regressão quando o condenado
praticar crime contra a vida ou falta leve.
d) o cometimento de falta grave durante a execução da pena privativa de liberdade interrompe
o prazo para a obtenção da progressão no regime de cumprimento da pena, caso em que o
reinício da contagem do requisito objetivo terá como base a pena remanescente.

040. (CETAP/SEAP – PA/AGENTE PENITENCIÁRIO/2021) A assistência ao preso e ao in-


ternado é dever do Estado. Sobre a assistência prevista na Lei de Execução Penal, marque a
alternativa correta:
a) A assistência será: material, à saúde, política, educacional, social e religiosa.
b) Será conferida assistência jurídica a todos os presos e internados, independente de sua
condição financeira.
c) Os ensinos de 1º e 2º graus serão obrigatórios, integrando-se no sistema escolar da Unidade
Federativa.
d) O estabelecimento disporá de instalações e serviços que atendam aos presos nas suas
necessidades pessoais, além de locais destinados à venda de produtos e objetos permitidos e
não fornecidos pela Administração.

041. (CETAP/SEAP – PA/AGENTE PENITENCIÁRIO/2021) O Juiz, na sentença, estabelecerá


o regime no qual a pessoa condenada iniciará o cumprimento da pena privativa de liberda-
de, observando o que dispõe a Lei de Execução Penal. Sobre o assunto, assinale a alternati-
va correta:
a) O bom comportamento é readquirido após 1 (um) ano da ocorrência do fato, ou antes, após
o cumprimento do requisito temporal exigível para a obtenção do direito.
b) O Juiz poderá estabelecer condições especiais para a concessão de regime semiaberto tais
como sair para o trabalho e retornar, nos horários fixados.
c) A Pena privativa de liberdade será executada em forma progressiva com a transferência
para regime menos rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando o preso tiver cumprido ao
menos 20% (vinte por cento) da pena, se o apenado for primário e o crime tiver sido cometido
sem violência à pessoa ou grave ameaça.
d) No caso de mulher gestante ou que for mãe ou responsável por crianças ou pessoas com
deficiência, dentre os requisitos para progressão de regime está ter cumprido ao menos 1/6
(um sexto) da pena no regime anterior.

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042. (CETAP/SEAP – PA/AGENTE PENITENCIÁRIO/2021) A Lei de Execução Penal prevê


uma série de benefícios. A pessoa presa, entretanto, deverá preencher alguns requisitos exigi-
dos por esse texto legal. Sobre os benefícios, nos termos da Lei de Execução Penal, marque a
alternativa correta:
a) O indulto coletivo será provocado por petição do condenado, por iniciativa do Ministério Pú-
blico, do Conselho Penitenciário, ou da autoridade administrativa.
b) Não terá direito à saída temporária o condenado que cumpre pena por praticar crime hedion-
do com resultado morte.
c) Os condenados que cumprem pena em regime fechado ou semiaberto e os presos provi-
sórios poderão obter permissão para sair do estabelecimento, mediante escolta, em caso de
casamento.
d) O condenado autorizado a estudar fora do estabelecimento penal deverá comprovar sema-
nalmente, por meio de declaração da respectiva unidade de ensino, a frequência e o aproveita-
mento escolar.

043. (CETAP/SEAP – PA/AGENTE PENITENCIÁRIO/2021) A Lei n. 7.210/1984 e suas altera-


ções é o marco legal brasileiro na execução penal. Sobre esta Lei de Execução Penal, marque
a alternativa correta:
a) A execução penal tem por objetivo efetivar as disposições de sentença ou decisão judicial
e proporcionar condições para a plena ressocialização familiar do condenado e do internado.
b) A assistência ao preso e ao internado é dever do Estado e da comunidade, objetivando pre-
venir o crime e orientar o retorno à convivência em sociedade.
c) A assistência ao egresso envolve a concessão, se necessário, de alojamento e alimentação,
em estabelecimento adequado, pelo prazo de 2 (dois) meses.
d) O trabalho poderá ser gerenciado por fundação, ou empresa privada, com autonomia admi-
nistrativa, e terá por objetivo a formação profissional do condenado.

044. (IDECAN/PC – CE/ESCRIVÃO/2021) A Lei de Execuções Penais – 7.210/84 – é con-


siderada um diploma moderno, que reconhece o preso como sujeito de direitos e estabele-
ce deveres e direitos aos condenados. A respeito das disposições legais contidas na Lei n.
7.210/1984, NÃO é correto afirmar que
a) o cometimento de falta grave durante a execução da pena privativa de liberdade interrompe
o prazo para a obtenção da progressão no regime de cumprimento da pena, caso em que o
reinício da contagem do requisito objetivo terá como base a pena remanescente.
b) são considerados órgãos da execução penal o Conselho da Comunidade, o Ministério Públi-
co, o Conselho Penitenciário, a Defensoria Pública, o Patronato, os Agentes Penitenciários, o
Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, o Juízo da Execução e os Departamen-
tos Penitenciários.

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c) a remição de parte do tempo de execução da pena, por trabalho ou por estudo, será contado
da seguinte forma: 1 (um) dia de pena a cada 12 (doze) horas de frequência escolar divididas,
no mínimo, em 3 (três) dias; 1 (um) dia de pena a cada 3 (três) dias de trabalho.
d) quando houver condenação por mais de um crime, no mesmo processo ou em processos
distintos, a determinação do regime de cumprimento será feita pelo resultado da soma ou uni-
ficação das penas, observada, quando for o caso, a detração ou remição.
e) a LEP se aplicará igualmente ao preso provisório e ao condenado pela Justiça Eleitoral ou
Militar, quando recolhido a estabelecimento sujeito à jurisdição ordinária.

045. (IDECAN/PC – CE/ESCRIVÃO/2021) Godofredo foi condenado pela prática de crime de


estupro de vulnerável, em decisão já transitada em julgado. Durante o cumprimento de sua
pena, em regular revista das celas determinada pela Administração Penitenciária, foi encon-
trado em sua posse aparelho telefônico que permitia a comunicação com o ambiente externo
e/ou com outros presos, o que configura falta grave. O Superior Tribunal de Justiça tem se
posicionado várias vezes sobre o tema “falta grave durante a execução penal”. A respeito da
posição do STJ, assinale a afirmativa INCORRETA.
a) A utilização de tornozeleira eletrônica sem bateria suficiente não configura falta disciplinar
de natureza grave, por ausência de previsão legal na LEP.
b) É necessária a individualização da conduta para reconhecimento de falta grave praticada
pelo apenado em autoria coletiva, não se admitindo a sanção coletiva a todos os participantes
indistintamente.
c) O cometimento de falta disciplinar de natureza grave no curso da execução penal justifica a
exigência de exame criminológico para fins de progressão de regime.
d) A desobediência aos agentes penitenciários configura falta de natureza grave, a teor da
combinação entre os art. 50, VI, e art. 39, II e V, da Lei de Execuções Penais.
e) A falta grave pode ser utilizada a fim de verificar o cumprimento do requisito subjetivo ne-
cessário para a concessão de benefícios da execução penal.

046. (CESPE/DEPEN/AGENTE FEDERAL DE EXECUÇÃO PENAL/2021) Em observância ao


princípio da legalidade, as faltas disciplinares leves, médias e graves deverão ter previsão ex-
pressa na Lei de Execução Penal.

047. (CESPE/DEPEN/AGENTE FEDERAL DE EXECUÇÃO PENAL/2021) A inclusão de preso


em regime disciplinar diferenciado não pode ser decretada de ofício pelo juiz da execução,
dependendo, em regra, de requerimento do diretor do estabelecimento prisional ou de outra
autoridade administrativa.

048. (CESPE/DEPEN/AGENTE FEDERAL DE EXECUÇÃO PENAL/2021) Se os presos de


determinado presídio federal iniciarem uma rebelião, a suspensão das visitas de todos eles,

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caso assim imponha a situação, deverá ser determinada pelo juízo da execução, por meio de
ato motivado.

049. (CESPE/DEPEN/AGENTE FEDERAL DE EXECUÇÃO PENAL/2021) Admite-se a progres-


são de regime prisional de preso provisório antes do trânsito em julgado da sentença penal
condenatória.

050. (CESPE/DEPEN/AGENTE FEDERAL DE EXECUÇÃO PENAL/2021) As faltas graves ad-


mitem sanções de repreensão, suspensão ou restrição de direitos e isolamento.

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GABARITO
1. d 37. a
2. a 38. c
3. e 39. d
4. b 40. d
5. E 41. a
6. E 42. b
7. d 43. c
8. e 44. b
9. C 45. a
10. E 46. E
11. E 47. C
12. C 48. E
13. E 49. C
14. e 50. E
15. a
16. d
17. c
18. b
19. C
20. a
21. a
22. a
23. E
24. b
25. e
26. d
27. b
28. a
29. C
30. C
31. E
32. C
33. E
34. C
35. b
36. E

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GABARITO COMENTADO
001. (FAPEC/PC – MS/DELEGADO DE POLÍCIA/2021) A Lei n. 13.964/19 (Pacote Anticrime)
promoveu significativa alteração na execução penal, sobretudo no requisito objetivo para a pro-
gressão do regime de cumprimento de pena. De acordo com a atual redação da Lei n. 7.210/84
(LEP), é INCORRETO afirmar:
a) caso o preso seja reincidente em crime cometido sem violência à pessoa ou grave ameaça,
terá que cumprir ao menos 20% (vinte por cento) da pena para progredir de regime.
b) sendo reincidente em crime cometido com violência à pessoa ou grave ameaça, poderá
progredir se cumprir ao menos 30% (trinta por cento) da pena.
c) se o apenado for reincidente em crime hediondo ou equiparado com resultado morte, deve
cumprir aos menos 70% (setenta por cento) da pena para progredir. Nesse caso, veda-se o
livramento condicional.
d) se ele for condenado pela prática de crime hediondo ou equiparado, com resultado morte,
sendo primário, progredirá se cumprir ao menos 60% da pena, vedado o livramento condicional.
e) o pacote anticrime não previu, todavia, o quantum de pena necessário a ser cumprido pelo
condenado por crime hediondo ou equiparado que seja reincidente genérico, tendo o Superior
Tribunal de Justiça decidido recentemente que a esse indivíduo deve ser aplicado o patamar
de 40%, previsto na LEP para os condenados por crimes hediondos ou equiparados, quando
primários.

a) Correta. O art. 112, II da LEP estabelece que:

A pena privativa de liberdade será executada em forma progressiva com a transferência para regi-
me menos rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando o preso tiver cumprido ao menos: (...) 20%
(vinte por cento) da pena, se o apenado for reincidente em crime cometido sem violência à pessoa
ou grave ameaça.
b) Correta. O art. 112, IV da LEP estabelece que:

A pena privativa de liberdade será executada em forma progressiva com a transferência para regi-
me menos rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando o preso tiver cumprido ao menos: (...) 30%
(trinta por cento) da pena, se o apenado for reincidente em crime cometido com violência à pessoa
ou grave ameaça;
c) Correta. O art. 112, VIII da LEP estabelece que:

A pena privativa de liberdade será executada em forma progressiva com a transferência para regi-
me menos rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando o preso tiver cumprido ao menos: (...) 70%
(setenta por cento) da pena, se o apenado for reincidente em crime hediondo ou equiparado com
resultado morte, vedado o livramento condicional.

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d) Errada. A pessoa primária, condenada por crime hediondo ou equiparado, com resultado
morte, progredirá de regime se tiver cumprido ao menos 60% da pena. Neste sentido, o art. 112,
VI, “a” da LEP estabelece que:

A pena privativa de liberdade será executada em forma progressiva com a transferência para regime
menos rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando o preso tiver cumprido ao menos: (...)
50% (cinquenta por cento) da pena, se o apenado for:
a) condenado pela prática de crime hediondo ou equiparado, com resultado morte, se for primário,
vedado o livramento condicional.
e) Correta. De acordo com o STJ:

JURISPRUDÊNCIA
A progressão de regime do reincidente não específico em crime hediondo ou equiparado
com resultado morte deve observar o que previsto no inciso VI, “a”, do art. 112 da LEP
(STJ, 6ª Turma, HC 581.315-PR, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, j. em 06/10/2020 - Info
681).

Letra d.

002. (MPE – PR/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2021) Segundo o disposto na Lei de Execuções


Penais, bem como o entendimento sumulado dos Tribunais Superiores, assinale a alternati-
va correta:
a) No regime disciplinar diferenciado o recolhimento do preso se dará em cela individual e terá
direito à saída da cela por 2 (duas) horas diárias para banho de sol, em grupos de até 4 (quatro)
presos, desde que não haja contato com presos do mesmo grupo criminoso.
b) O regime disciplinar diferenciado pode ser aplicado pelo prazo máximo de 2 anos, sem pre-
juízo da manutenção da sanção, por no máximo de até 1 (um) ano, quando da prática de nova
falta grave de mesma espécie.
c) Não cabe a aplicação do regime disciplinar diferenciado ao preso provisório.
d) Após os primeiros 3 (três) meses de regime disciplinar diferenciado, o preso que não re-
ceber visitas de familiares ou de pessoas autorizadas, poderá, após prévio agendamento, ter
contato telefônico, que será gravado, com uma pessoa da família, 2 (duas) vezes por mês e por
10 (dez) minutos.
e) Não cabe a aplicação do regime disciplinar diferenciado ao preso estrangeiro.

a) Correta. A alternativa traz as características do RDD previstas no art. 52, II e IV, que assim
estabelecem:

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Art. 52. A prática de fato previsto como crime doloso constitui falta grave e, quando ocasionar
subversão da ordem ou disciplina internas, sujeitará o preso provisório, ou condenado, nacional ou
estrangeiro, sem prejuízo da sanção penal, ao regime disciplinar diferenciado, com as seguintes
características: (...)
II – recolhimento em cela individual; (...)
IV – direito do preso à saída da cela por 2 (duas) horas diárias para banho de sol, em grupos de até
4 (quatro) presos, desde que não haja contato com presos do mesmo grupo criminoso.
b) Errada. O período máximo de duração do RDD é de 02 anos. Caso o condenado realize nova
falta grave, da mesma espécie, a sanção será repetida. Portanto, a LEP não faz menção à pror-
rogação desta sanção por mais 01 ano, como afirma a questão. Desta forma, o art. 52, I da Lei
n. 7.210/1984 estabelece que:

Art. 52. A prática de fato previsto como crime doloso constitui falta grave e, quando ocasionar
subversão da ordem ou disciplina internas, sujeitará o preso provisório, ou condenado, nacional ou
estrangeiro, sem prejuízo da sanção penal, ao regime disciplinar diferenciado, com as seguintes
características:
I – duração máxima de até 2 (dois) anos, sem prejuízo de repetição da sanção por nova falta grave
de mesma espécie. (grifo nosso).
c) Errada. É possível a aplicação do RDD ao preso provisório, como podemos constatar a partir
da leitura do art. 52, caput, da LEP:

Art. 52. A prática de fato previsto como crime doloso constitui falta grave e, quando ocasionar
subversão da ordem ou disciplina internas, sujeitará o preso provisório, ou condenado, nacional ou
estrangeiro, sem prejuízo da sanção penal, ao regime disciplinar diferenciado, com as seguintes
características (grifo nosso).
d) Errada. O contato telefônico só será permitido ao preso que não receber visitas de familiares
ou de pessoas autorizadas após 6 (seis) meses de cumprimento de RDD. Desta forma, o art.
52, §7º da LEP estabelece que:

Após os primeiros 6 (seis) meses de regime disciplinar diferenciado, o preso que não receber a visita
de que trata o inciso III do caput deste artigo poderá, após prévio agendamento, ter contato telefô-
nico, que será gravado, com uma pessoa da família, 2 (duas) vezes por mês e por 10 (dez) minutos.
(grifo nosso).
e) Errada. É possível a aplicação do RDD ao preso estrangeiro, como podemos constatar a par-
tir da leitura do art. 52, caput, da LEI:

Art. 52. A prática de fato previsto como crime doloso constitui falta grave e, quando ocasionar
subversão da ordem ou disciplina internas, sujeitará o preso provisório, ou condenado, nacional ou
estrangeiro, sem prejuízo da sanção penal, ao regime disciplinar diferenciado, com as seguintes
características (grifo nosso).
Letra a.

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003. (MPE – PR/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2021) Segundo o disposto na Lei de Execuções


Penais, bem como o entendimento sumulado dos Tribunais Superiores, assinale a alternativa
incorreta:
a) O indulto individual poderá ser provocado por petição do condenado.
b) Concedido o indulto e anexada aos autos cópia do decreto, o Juiz declarará extinta a pena
ou ajustará a execução aos termos do decreto, no caso de comutação.
c) O indulto extingue os efeitos primários da condenação (pretensão executória), mas não atin-
ge os efeitos secundários, penais ou extrapenais.
d) A ausência de suspensão ou revogação do livramento condicional antes do término do perí-
odo de prova enseja a extinção da punibilidade pelo integral cumprimento da pena.
e) O Decreto Legislativo, que concede a anistia e o indulto, exclui a tipicidade do fato que foi
anteriormente objeto de tipificação e, por consequência, também os antecedentes criminais,
deixando de gerar a reincidência.

a) Correta. O art. 188 da LEP autoriza que o condenado provoque o indulto individual, por meio
de petição, como podemos notar com a leitura de sua redação:

Art. 188. O indulto individual poderá ser provocado por petição do condenado, por iniciativa do Mi-
nistério Público, do Conselho Penitenciário, ou da autoridade administrativa.
b) Correta. A alternativa traz a literalidade do art. 192:

Concedido o indulto e anexada aos autos cópia do decreto, o Juiz declarará extinta a pena ou ajus-
tará a execução aos termos do decreto, no caso de comutação.
c) Correta. A alternativa traz o entendimento do STJ, plasmado na Súmula 631, que assim dispõe:

JURISPRUDÊNCIA
O indulto extingue os efeitos primários da condenação (pretensão executória), mas não
atinge os efeitos secundários, penais ou extrapenais. (STJ - Súmula 631, Terceira Seção,
julgado em 24/04/2019, DJe 29/04/2019)

d) Correta. A alternativa traz o entendimento do STJ, plasmado na Súmula 617, que assim dispõe:

JURISPRUDÊNCIA
A ausência de suspensão ou revogação do livramento condicional antes do término do
período de prova enseja a extinção da punibilidade pelo integral cumprimento da pena
(STJ - Súmula 617, Terceira Seção, julgado em 26/09/2018, DJe 01/10/2018).

e) Errada. A anistia é, de fato, concedida pelo Poder Legislativo, por meio de Lei. Porém, o in-
dulto é concedido pelo Poder Executivo (Presidente da República), por meio de decreto. Logo,

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o primeiro erro da questão está em afirmar que o indulto é concedido por meio de Decreto
Legislativo. Além disso, é importante lembrarmos que a anistia extingue os efeitos penais da
condenação (permanecendo, apenas, o efeitos extrapenais). Porém, o indulto extingue, ape-
nas, os efeitos primários (executórios) da condenação, permanecendo os secundários, como
é o caso da reincidência. Neste sentido, a Súmula 631 do STJ afirma que:

JURISPRUDÊNCIA
O indulto extingue os efeitos primários da condenação (pretensão executória), mas não
atinge os efeitos secundários, penais ou extrapenais.
[o] indulto, ato político, está previsto no art. 84, XII, da CF, e é privativo do Presidente da
República. Tem por escopo extinguir os efeitos primários da condenação, isto é, a pena,
de forma plena ou parcial (HC 94.425/RS, 5.ª Turma, Rel. Min. ARNALDO ESTEVES LIMA,
DJe de 16/11/2009), persistindo os efeitos secundários, tais como reincidência, inclusão
do nome do réu no rol dos culpados, obrigação de indenizar a vítima etc. (HC 368.650/
SP, j. 13/12/2016)

Letra e.

004. (MPE – PR/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2021) Segundo o disposto na Lei de Execuções


Penais, bem como o entendimento sumulado dos Tribunais Superiores, assinale a alternati-
va correta:
a) Comprovado que o apenado cometeu falta grave durante o cumprimento da pena, a con-
tagem do prazo da pena remanescente para a progressão de regime e concessão de outros
benefícios deve ser suspensa, sendo considerado como marco inicial da suspensão a data da
decisão que reconheceu o cometimento da última falta grave, inclusive nos casos de livramen-
to condicional.
b) A prática de falta grave não interrompe o prazo para fim de comutação de pena ou indulto.
c) Quando do cometimento de faltas graves, podem ser aplicadas, dentre outras as sanções,
o isolamento, a suspensão e a restrição de direitos, sanções estas que sempre respeitarão o
prazo máximo de 30 dias.
d) O cometimento de falta grave, durante a execução da pena privativa de liberdade, suspende
o prazo para a obtenção da progressão no regime de cumprimento da pena, caso em que o
reinício da contagem do requisito objetivo terá como base a pena remanescente.
e) Em caso de falta grave, o juiz poderá revogar até 1/6 (um sexto) do tempo remido, recome-
çando a contagem a partir da data da decisão que reconhece a falta disciplinar.

a) Errada. O cometimento de falta grave, durante o cumprimento da pena, gera a interrupção


do prazo para a progressão de regime, como estabelece o art. 112, §6º da LEP. Porém, a falta

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grave não gera a interrupção ou suspensão do prazo para obtenção do livramento condicional.
De acordo com a Súmula 441 do STJ:

JURISPRUDÊNCIA
A falta grave não interrompe o prazo para obtenção de livramento condiciona”. (grifo
nosso).

Neste sentido, o TJDF possui entendimento afirmando que:

JURISPRUDÊNCIA
Comprovado que o apenado cometeu falta grave durante o cumprimento da pena, deve
ser reiniciada a contagem do prazo da pena remanescente para a progressão de regime
e concessão de outros benefícios, sendo considerado o dia do cometimento da última
falta grave como marco inicial, exceto nos casos de livramento condicional, comutação
da pena e indulto e saída temporária. (grifo nosso).

b) Correta. A alternativa traz a literalidade da Súmula 535 do STJ:

A prática de falta grave não interrompe o prazo para fim de comutação de pena ou indulto.

c) Errada. O erro da alternativa está em afirmar que o isolamento, a suspensão e a restrição de


direitos sempre terão o prazo máximo de 30 dias. O art. 58 da LEP excepciona este prazo para
os casos de cumprimento de Regime Disciplinar Diferenciado, ao dispor que:

Art. 58. O isolamento, a suspensão e a restrição de direitos não poderão exceder a trinta dias, res-
salvada a hipótese do regime disciplinar diferenciado. (grifo nosso).
d) Errada. O cometimento de falta grave, durante a execução da pena privativa de liberdade, in-
terrompe (e não suspende) o prazo para a obtenção da progressão no regime de cumprimento
da pena. Neste sentido, o art. 112, §6º estabelece que:

O cometimento de falta grave durante a execução da pena privativa de liberdade interrompe o prazo
para a obtenção da progressão no regime de cumprimento da pena, caso em que o reinício da con-
tagem do requisito objetivo terá como base a pena remanescente.
No mesmo sentido, a Súmula 534 do STJ estabelece que:

JURISPRUDÊNCIA
A prática de falta grave interrompe a contagem do prazo para a progressão de regime de
cumprimento de pena, o qual se reinicia a partir do cometimento dessa infração. (grifo
nosso).

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e) Errada. O art. 127 da LEP estabelece que:

Em caso de falta grave, o juiz poderá revogar até 1/3 (um terço) do tempo remido, observado o
disposto no art. 57, recomeçando a contagem a partir da data da infração disciplinar. (grifo nosso).
Letra b.

005. (FCC/DPE – SC/DEFENSOR PÚBLICO/2021) A remição pelo estudo tem regulamenta-


ção restritiva e prejudicial ao condenado, pois só é permitido o ensino presencial.

Ao tratar de remição da pena pelo estudo, o art. 126, §2º da LEP estabelece que:

As atividades de estudo a que se refere o § 1º deste artigo poderão ser desenvolvidas de forma
presencial ou por metodologia de ensino a distância e deverão ser certificadas pelas autoridades
educacionais competentes dos cursos frequentados. (grifo nosso)
Errado.

006. (FCC/DPE – SC/DEFENSOR PÚBLICO/2021/ADAPTADA) A execução da medida de se-


gurança em conjunto com a pena privativa de liberdade é permitida na hipótese de tratamento
ambulatorial, se o réu for condenado em regime aberto.

O Sistema Vicariante impede a aplicação cumulativa de pena e de medida de segurança em


relação ao mesmo fato, sob pena de haver violação ao princípio do princípio do ne bis in idem.
Porém, o STJ entende pela possibilidade de imposição da pena privativa de liberdade, em um
processo, e de medida de segurança com tratamento ambulatorial, em processo distinto, em
relação a fatos diferentes.
O erro da questão está em afirmar que a aplicação da medida de segurança e da pena só é
possível em caso de condenação a regime aberto. O STJ não previu tal condição. Portanto, é
possível a aplicação de medida de segurança, com tratamento ambulatorial, e pena privativa
de liberdade, desde que, como vimos, os fatos e processos sejam distintos.

JURISPRUDÊNCIA
PROCESSUAL PENAL E PENAL. HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE RECURSO ESPE-
CIAL, ORDINÁRIO OU DE REVISÃO CRIMINAL. NÃO CABIMENTO. EXECUÇÃO. VIOLAÇÃO
AO SISTEMA VICARIANTE. INOCORRÊNCIA. IMPOSIÇÃO DE MEDIDA DE SEGURANÇA E
DE PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE DECORRENTES DE FATOS E AÇÕES PENAIS DIS-
TINTAS. HABEAS CORPUS NÃO CONHECIDO. (...) 2. O sistema vicariante afastou a impo-
sição cumulativa ou sucessiva de pena e medida de segurança, uma vez que a aplicação
conjunta ofenderia o princípio do ne bis in idem, já que o mesmo indivíduo suportaria
duas consequências em razão do mesmo fato.

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3. Tratando-se o reconhecimento da incapacidade de decisão incidental no processo


penal, não há obstáculo jurídico à imposição de medida de segurança em um feito e
penas privativas de liberdade em outros processos.
4. Habeas Corpus não conhecido. (HC 275.635/SP, Rel. Ministro NEFI CORDEIRO, SEXTA
TURMA, julgado em 08/03/2016, DJe 15/03/2016)

Errado.

007. (FCC/DPE – RR/DEFENSOR PÚBLICO/2021) O regime disciplinar diferenciado


a) foi inspirado na política de supermax estadunidense e comprovou ter sido eficaz no des-
mantelamento do crime organizado.
b) tem duração máxima de 2 anos, sem prejuízo de renovações justificadas pelo mesmo fato.
c) é incabível para presos provisórios, pois é sanção típica de cumprimento de pena.
d) constitui típica medida de direito penal de emergência.
e) é sanção cabível apenas para condenados por crime hediondo ou equiparado.

a) Errada. O Regime Disciplinar Diferenciado foi inspirado na política criminal estadunidense,


em especial nas penitenciárias de segurança máxima, comumente conhecidas como Super-
max (Super Maximum Security). Porém não podemos afirmar que este tipo de regime foi eficaz
para o desmantelamento do crime organizado.
b) Errada. O RDD só poderá ser renovado em caso de cometimento de nova falta grave, de
mesma espécie. Ou seja, não será possível a renovação do prazo de duração deste regime em
razão do mesmo fato. Neste sentido, o art. 52, I da LEP estabelece que:

Art. 52. A prática de fato previsto como crime doloso constitui falta grave e, quando ocasionar
subversão da ordem ou disciplina internas, sujeitará o preso provisório, ou condenado, nacional ou
estrangeiro, sem prejuízo da sanção penal, ao regime disciplinar diferenciado, com as seguintes
características:
I – duração máxima de até 2 (dois) anos, sem prejuízo de repetição da sanção por nova falta grave
de mesma espécie.
c) Errada. É cabível a aplicação do RDD para presos provisórios, como podemos constatar a
partir da leitura do art. 52, caput, da LEP:

Art. 52. A prática de fato previsto como crime doloso constitui falta grave e, quando ocasionar
subversão da ordem ou disciplina internas, sujeitará o preso provisório, ou condenado, nacional ou
estrangeiro, sem prejuízo da sanção penal, ao regime disciplinar diferenciado, com as seguintes
características (grifo nosso).
d) Correta. O RDD foi criado para atender a um clamor popular e mediático de recrudescimento
da reprimenda penal, tratando-se, assim, de uma medida de Direito Penal de Emergência.

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e) Errada. A LEP não restringe a aplicação do RDD para os casos de crimes hediondos ou
equiparados.
Letra d.

008. (FCC/DPE – RR/DEFENSOR PÚBLICO/2021) São direitos do preso expressamente pre-


vistos na Lei de Execução Penal
a) Previdência Social e visita íntima homoafetiva.
b) banho de sol de pelo menos 6 horas e constituição de pecúlio.
c) chamamento numérico e igualdade de tratamento.
d) obediência ao servidor e respeito a qualquer pessoa com quem deva se relacionar.
e) proteção contra qualquer forma de sensacionalismo e alimentação suficiente.

a) Errada. O art. 41, III da LEP prevê a Previdência Social como direito do preso. Entretanto, a lei
não faz menção expressa à visita íntima homoafetiva.
b) Errada. O art. 41, IV prevê a constituição de pecúlio como direito do preso. Entretanto, a lei
não menciona, expressamente, o banho de sol como um direito. Diante do silêncio, o STF en-
tende que todos os presos têm direito à saída da cela pelo período mínimo de 02 (duas) horas
diárias para banho de sol (STF. HC 172136. Rel. Min. Celso de Mello, 2ª Turma. julgado em
10/10/2020).
c) Errada. O art. 41, XI da LEP garante o direito ao chamamento nominal (e não numérico)
dos presos.
d) Errada. A “obediência ao servidor e respeito a qualquer pessoa com quem deva se relacio-
nar” constitui dever (e não direito) do preso, previsto no art. 39, II da LEP.
e) Errada. A “proteção contra qualquer forma de sensacionalismo” constitui direito do preso
previsto no art. 41, VIII da LEP. Já o direito à alimentação suficiente, encontra-se no art. 41, I da
mesma lei.
Letra e.

009. (FCC/DPE – RR/DEFENSOR PÚBLICO/2021/ADAPTADA) Sobre o regime de cumpri-


mento de pena, é correto afirmar que é possível a fixação de regime aberto a réus reincidentes
nos casos que caracterizem insignificância.

O STF, no Informativo 938, prevê a possibilidade de abrandamento do regime inicial de cumpri-


mento de pena, ao condenado por furto, quando este for reincidente e o bem subtraído for in-
significante. (STF. 1ª Turma. HC 135164/MT, Rel. Min. Marco Aurélio, red. p/ ac. Min. Alexandre
de Moraes, julgado em 23/4/2019 - Info 938).
Certo.

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010. (CESPE/DPU/DEFENSORIA PÚBLICA/2017) Segundo o STF, o trabalho em regime


aberto que for realizado fora da casa de albergado não será considerado para fins de remi-
ção da pena.

Com base no art. 126, §6º do STF entende que o condenado a regime aberto só terá direito à
remição em caso de estudo (frequência escolar).
Errado.

011. (CESPE/MPE – SC/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2021) Com relação aos institutos do in-


dulto, da graça e da anistia, julgue o item seguinte.
Se, antes do trânsito em julgado de sentença condenatória, o fato que ensejou a condenação
tiver se tornado impunível ou insuscetível de medida de segurança por força de lei ordinária
decorrente de clemência política, a lei ordinária produzirá efeitos ex tunc, alcançando, inclusive,
os efeitos extrapenais da sentença condenatória.

“A lei ordinária decorrente de clemência política” a qual a questão se refere, é o indulto. De


acordo com a Súmula 631 do STJ:

JURISPRUDÊNCIA
O indulto extingue os efeitos primários da condenação (pretensão executória), mas não
atinge os efeitos secundários, penais ou extrapenais.

Assim, o erro da questão está em afirmar que a “lei ordinária decorrente de clemência política”
alcançará efeitos extrapenais da sentença condenatória.
Errado.

012. (CESPE/MPE – SC/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2021) No curso da execução da pena de


reclusão, sobreveio a incapacidade mental do apenado, o que resultou na conversão da pena
em medida de segurança e na internação do preso em hospital de custódia e tratamento psi-
quiátrico. Nessa situação hipotética, sendo improvável a recuperação do interno, a medida de
segurança, em regra, não poderá perdurar por mais tempo do que o correspondente à pena
substituída.

O art. 183 da LEP autoriza a conversão da pena privativa de liberdade em medida de segurança
ao dispor que:

JURISPRUDÊNCIA
Quando, no curso da execução da pena privativa de liberdade, sobrevier doença mental
ou perturbação da saúde mental, o Juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público,

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da Defensoria Pública ou da autoridade administrativa, poderá determinar a substituição


da pena por medida de segurança.

De acordo com a Súmula 527 do STJ:

JURISPRUDÊNCIA
O tempo de duração da medida de segurança não deve ultrapassar o limite máximo da
pena abstratamente cominada ao delito praticado.

Na hipótese descrita, o STJ entende que o tempo da medida de segurança deverá se limitar ao
tempo de cumprimento da pena privativa de liberdade fixada na sentença condenatória.

JURISPRUDÊNCIA
HABEAS CORPUS. EXECUÇÃO. SUPERVENIÊNCIA DE DOENÇA MENTAL. MEDIDA DE
SEGURANÇA SUBSTITUTIVA DE PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE. RÉU QUE PERMANECE
INTERNADO. TEMPO DE CUMPRIMENTO DE PENA CORPORAL EXCEDIDO. FLAGRANTE
CONSTRANGIMENTO ILEGAL. ORDEM CONCEDIDA. (...). 3. A medida de segurança, pre-
vista na Lei de Execuções Penais, hipótese dos autos, é aplicada quando, no curso na exe-
cução da pena privativa de liberdade, sobrevier doença mental ou perturbação da saúde
mental, sendo adstrita ao tempo de cumprimento da pena privativa de liberdade fixada na
sentença condenatória, sob pena de ofensa à coisa julgada. (STJ - HC n. 88.849/SP, rel.
Min conv. Jane Silva, 5ª Turma. Julgado em 28.11.07. Dje 17/12/2007)

Certo.

013. (CESPE/MPE – SC/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2021) Determinado cidadão, réu primário,


foi condenado a seis anos de reclusão. O juízo sentenciante, considerando a gravidade em
abstrato do delito que ensejou a condenação, impôs ao sentenciado o início do cumprimento
da pena em regime fechado. Nessa situação hipotética, é facultada ao magistrado a imposição
de regime inicial mais gravoso que aquele indicado pela quantidade da pena.

De acordo com a Súmula 444 do STJ:

JURISPRUDÊNCIA
Fixada a pena-base no mínimo legal, é vedado o estabelecimento de regime prisional
mais gravoso do que o cabível em razão da sanção imposta, com base apenas na gravi-
dade abstrata do delito.

Já a Súmula 718 do STF nos informa que:

JURISPRUDÊNCIA
A opinião do julgador sobre a gravidade em abstrato do crime não constitui motivação
idônea para a imposição de regime mais severo do que o permitido segundo a pena apli-
cada.
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Execução Penal
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O juiz só poderá fixar regime inicial mais gravoso se fundamentar sua decisão com base na
presença de circunstâncias judiciais que justifiquem a medida. Portanto, é vedado ao magis-
trado a imposição de regime inicial mais gravoso com base, apenas, na gravidade em abstrato,
do delito.
Na hipótese descrita na questão, o condenado deveria iniciar o cumprimento de pena em re-
gime semiaberto, por ser primário e a pena cominada ser inferior a 8 anos, Logo, o juiz não
poderia fixar o regime fechado, tomando por base, apenas, a gravidade em abstrato do delito.
Errado.

014. (FCC/TJ – GO/JUIZ SUBSTITUTO/2021) No tocante às faltas graves na execução penal,


a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça considera:
a) O reconhecimento da falta grave no curso da execução penal justifica a perda de até 1/3 do
total de dias trabalhados pelo apenado até a data do ato de indisciplina carcerária, desde que
haja declaração judicial da remição.
b) A falta disciplinar de natureza grave praticada no período estabelecido pelos decretos pre-
sidenciais que tratam de benefícios executórios impede a concessão de indulto ou de comu-
tação da pena, desde que a penalidade tenha sido homologada antes da data de publicação
das normas.
c) A imposição da falta grave ao executado em razão de conduta praticada por terceiro, não
viola, em qualquer hipótese, o princípio constitucional da intranscendência.
d) A data da fuga é o marco inicial da prescrição para apuração da falta grave correspondente.
e) O cometimento de falta disciplinar de natureza grave no curso da execução penal justifica a
exigência de exame criminológico para fins de progressão de regime.

a) Errada. De acordo com o STJ:

JURISPRUDÊNCIA
O reconhecimento de falta grave no curso da execução penal justifica a perda de até 1/3
do total de dias trabalhados pelo apenado até a data do ato de indisciplina carcerária,
ainda que não haja declaração judicial da remição, consoante a interpretação sistemática
e teleológica do art. 127 da LEP. (STJ – Jurisprudência em Teses n. 145. Enunciado 9).

b) Errada. De acordo com o STJ:

JURISPRUDÊNCIA
A falta disciplinar de natureza grave praticada no período estabelecido pelos decretos
presidenciais que tratam de benefícios executórios impede a concessão de indulto ou de
comutação da pena, ainda que a penalidade tenha sido homologada após a publicação
das normas (STJ – Jurisprudência em Teses n. 146. Enunciado 17).

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c) Errada. De acordo com o STJ:

JURISPRUDÊNCIA
A imposição da falta grave ao executado em razão de conduta praticada por terceiro,
quando não comprovada a autoria do reeducando, viola o princípio constitucional da
intranscendência (art. 5º, XLV, da Constituição Federal). (STJ – Jurisprudência em Teses
n. 146. Enunciado 2).

d) Errada. De acordo com o STJ:

JURISPRUDÊNCIA
O marco inicial da prescrição para apuração da falta grave em caso de fuga é o dia da
recaptura do foragido. (STJ – Jurisprudência em Teses n. 146. Enunciado 8).

e) Correta. Trata-se de entendimento do STJ, previsto na Jurisprudência em Teses n. 146,


enunciado 11:

JURISPRUDÊNCIA
O cometimento de falta disciplinar de natureza grave no curso da execução penal justifica
a exigência de exame criminológico para fins de progressão de regime.

Letra e.

015. (FCC/DPE – GO/DEFENSOR PÚBLICO/2021) O princípio da individualização da pena


a) permite, por meio do exercício de direitos subjetivos na execução penal, que duas pessoas
iniciem no mesmo dia uma pena idêntica, mas um tenha a pena extinta antes do outro.
b) confere um caráter misto ao direito de execução penal, composto por normas penitenciárias
e administrativas, como as que regulam o agravo em execução.
c) fundamentou o posicionamento do Superior Tribunal de Justiça que vedou a regressão de
regime de cumprimento de pena por salto.
d) garante legitimidade ao exame criminológico diante de sua capacidade de previsão de
comportamento criminoso futuro e com isso impedir o funcionamento indevido do sistema
progressivo.
e) é incompatível com um sistema progressivo de cumprimento de pena, já que os benefícios
prisionais devem ser concedidos objetivamente para garantia do indivíduo em face do Estado.

a) Correta. O exercício de direitos subjetivos como, por exemplo, o de trabalhar ou estudar na


prisão (que garante a remição da pena), permite que duas pessoas iniciem, no mesmo dia, uma
pena idêntica, mas um tenha a pena extinta antes do outro.

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b) Errada. De fato, a execução penal possui caráter misto (ou complexo), decorrente de nor-
mas com características administrativas e penitenciárias. Entretanto, o agravo em execução
possui natureza jurisdicional, não podendo ser utilizado como exemplo de norma de caráter
administrativo.
c) Errada. O STJ proíbe a progressão (não a regressão) do regime de cumprimento de pena per
saltum. Neste sentido, a Súmula 491 do STJ estabelece que:

JURISPRUDÊNCIA
É inadmissível a chamada progressão per saltum de regime presional.

d) Errada. O exame criminológico não tem a capacidade de prever comportamento criminoso


futuro, ele é utilizado “para a obtenção dos elementos necessários a uma adequada classifica-
ção e com vistas à individualização da execução”, como prevê o art. 8º da LEP.
e) Errada. O sistema progressivo é compatível com a individualização da pena, levando em
consideração o caso concreto e as circunstâncias do apenado.
Letra a.

016. (FCC/DPE – GO/DEFENSOR PÚBLICO/2021) O regime de assistência previsto na Lei de


Execução Penal
a) garante assistência médica no âmbito do Sistema Único de Saúde, incluindo tratamento
odontológico, excepcionando apenas o serviço farmacêutico.
b) permite o serviço humanitário de organizações não governamentais, desde que instituídas
por mais de um ano e admitidas pela direção da unidade prisional.
c) impõe ao Estado o dever de acompanhamento psicológico para gestão de serviço de saúde
mental em razão dos efeitos danosos do aprisionamento.
d) autoriza a liberdade de culto com previsão de local apropriado para sua realização dentro da
unidade prisional.
e) permite que familiares complementem a assistência material com fornecimento de produ-
tos de higiene, alimentação e vestiário, mas proíbe o comércio interno de tais itens.

a) Errada. O art. 14 da LEP estabelece que:

A assistência à saúde do preso e do internado de caráter preventivo e curativo, compreenderá aten-


dimento médico, farmacêutico e odontológico. (grifo nosso).

b) Errada. Não há previsão expressa na LEP sobre condições para a realização de o serviço
humanitário de organizações não governamentais.
c) Errada. O acompanhamento psicológico não está expressamente previsto na LEP.

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d) Correta. O art. 24, §1º da LEP estabelece que:

A assistência religiosa, com liberdade de culto, será prestada aos presos e aos internados, permitin-
do-se-lhes a participação nos serviços organizados no estabelecimento penal, bem como a posse
de livros de instrução religiosa.
§ 1º No estabelecimento haverá local apropriado para os cultos religiosos.
e) Errada. A LEP não proíbe o comércio interno de produtos de higiene, alimentação e vestiário.
O art. 13 estabelece que:

O estabelecimento disporá de instalações e serviços que atendam aos presos nas suas necessida-
des pessoais, além de locais destinados à venda de produtos e objetos permitidos e não fornecidos
pela Administração. (grifo nosso).
Letra d.

017. (FCC/DPE – GO/DEFENSOR PÚBLICO/2021) A saída temporária


a) é incabível para pessoas condenadas por tráfico de drogas por se tratar de crime equiparado
a hediondo.
b) é a materialização do indulto, concedida em data próxima ao Natal com a finalidade de apro-
ximar a pessoa presa de sua família.
c) é exercida sem vigilância direta, mas tem como condição o recolhimento à residência em
período noturno.
d) é direito amplo na execução penal, que abarca os regimes fechado e semiaberto, poden-
do ser concedido a qualquer tempo pelo juiz à pessoa presa que tenha bom comportamento
prisional.
e) pode ser concedida por prazo não superior a 5 dias, renovável mais 7 vezes no ano.

a) Errada. O art. 122, §2º da LEP proíbe a saída temporária aos condenados por crime hedion-
do com resultado morte. Não há previsão que proíba a saída aos condenados por crimes equi-
parados a hediondos. Em respeito à proibição da analogia in malam partem, a doutrina entende
que o condenado por crime equiparado a hediondo (a exemplo do tráfico de drogas) poderá ser
beneficiado pela saída temporária.
b) Errada. O indulto e a saída temporária são institutos diferentes. Na saída temporária, os con-
denados que cumprem pena em regime semiaberto podem sair temporariamente do estabe-
lecimento prisional, sem vigilância direta, nos casos previstos no art. 122 da LEP. Já o indulto,
consiste na extinção, diminuição ou comutação da pena (ou medida de segurança) concedida
pelo Presidente da República mediante decreto.
c) Correta. O art. 124, §1º, II da LEP estabelece que:

Ao conceder a saída temporária, o juiz imporá ao beneficiário as seguintes condições, entre outras
que entender compatíveis com as circunstâncias do caso e a situação pessoal do condenado:
II – recolhimento à residência visitada, no período noturno.

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d) Errada. A saída temporária só se aplica aos condenados que cumprem pena em regime se-
miaberto, como prevê o art. 122 da LEP.
e) Errada. De acordo com o art. 124 da LEP a autorização, para saída temporária, será conce-
dida por prazo não superior a 7 dias, podendo ser renovada por mais 4 vezes durante o ano.
(grifos nossos).
Letra c.

018. (FCC/DPE – BA/DEFENSOR PÚBLICO/2021) Sobre a progressão de regime de cumpri-


mento de pena:
a) Em caso de mais de uma condenação, o lapso temporal deve ser sempre único, prevalecen-
do o vigente na data do primeiro delito.
b) É possível readquirir o bom comportamento para fins de progressão de regime antes de um
ano da ocorrência da falta disciplinar.
c) A exigência de exame criminológico para a progressão de regime de condenados por crime
com violência ou ameaça contra a pessoa não retroage aos casos anteriores à Lei Anticrime.
d) O reincidente que cumpre pena por um furto e um tráfico de drogas deve cumprir o lapso
temporal de 60% para progredir de regime.
e) No caso de mulher gestante que cumpre pena por roubo, o lapso temporal para a progressão
de regime é de 1/8, se primária e com bom comportamento.

a) Errada. O art. 111 da LEP estabelece que:

Quando houver condenação por mais de um crime, no mesmo processo ou em processos distintos,
a determinação do regime de cumprimento será feita pelo resultado da soma ou unificação das
penas, observada, quando for o caso, a detração ou remição.
Parágrafo único. Sobrevindo condenação no curso da execução, somar-se-á a pena ao restante da
que está sendo cumprida, para determinação do regime.
b) Correta. O art. 112, §7º da LEP estabelece que:

O bom comportamento é readquirido após 1 (um) ano da ocorrência do fato, ou antes, após o cum-
primento do requisito temporal exigível para a obtenção do direito. (grifo nosso).
Portanto, é possível a reaquisição de bom comportamento, para fins de progressão de regime,
antes de um ano da ocorrência da falta disciplinar.
c) Errada. A LEP não exige a realização de exame criminológico como requisito para a progres-
são de regime de cumprimento de pena, ainda que o crime tenha sido cometido com violência
ou grave ameaça à pessoa.
d) Errada. Em caso de reincidência genérica, o condenado por crime hediondo sem resultado
morte, terá direito à progressão do regime se tiver cumprido 40% da pena. Neste sentido, o STJ
estabelece que:

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JURISPRUDÊNCIA
É reconhecida a retroatividade do patamar estabelecido no art. 112, V, da LEP, incluído pela
Lei n. 13.964/2019, àqueles apenados que, embora tenham cometido crime hediondo ou
equiparado sem resultado morte, não sejam reincidentes em delito de natureza seme-
lhante. (STJ. 3ª Seção. REsp 1.910.240-MG, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em
26/05/2021 - Informativo 699).

e) Errada. De acordo com o art. 112, §3º, I da LEP:

No caso de mulher gestante ou que for mãe ou responsável por crianças ou pessoas com deficiên-
cia, os requisitos para progressão de regime são, cumulativamente:
I – não ter cometido crime com violência ou grave ameaça a pessoa (...).

No caso descrito na alternativa, a mulher gestante não terá direito à progressão de regime
após cumprimento de 1/8 da pena, já que o crime que ela cometeu (roubo) é caracterizado pela
presença de violência ou grave ameaça.
Letra b.

019. (FUNDEP/MPE – MG/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2021/ADAPTADA) A Lei de Execuções


Penais prevê duas espécies distintas de autorizações de saída para condenados, sendo elas a
permissão de saída, para condenados que cumprem pena em regime fechado ou semiaberto,
e a saída temporária, apenas para os que se encontram em regime semiaberto.

A autorização de saída constitui gênero, que possui duas espécies: a) Permissão de Saída (pre-
vista no art. 120 e 121 da LEP) e b) Saída Temporária (prevista nos art. 122 a 125).
De acordo com o art. 120, a permissão de saída ocorre mediante escolta, aos condenados
que cumprem pena em regime fechado ou semiaberto e os presos provisórios, quando ocorrer
I - falecimento ou doença grave do cônjuge, companheira, ascendente, descendente ou irmão;
II - necessidade de tratamento médico.
Já a saída temporária ocorre sem vigilância direta, aos condenados que cumprem pena em
regime semiaberto, em casos de I – Visita à família; II - Frequência a curso supletivo profissio-
nalizante, bem como de instrução do 2º grau ou superior, na Comarca do Juízo da Execução;
III - participação em atividades que concorram para o retorno ao convívio social (art. 122).
Certo.

020. (INSTITUTO AOCP/PC – PA/DELEGADO/2021) Assinale a alternativa correta conside-


rando as disposições da Lei de Execução Penal (Lei n. 7.210/1984).
a) O isolamento, a suspensão e a restrição de direitos não poderão exceder a trinta dias, ressal-
vada a hipótese do regime disciplinar diferenciado.

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b) A autoridade administrativa poderá decretar o isolamento preventivo do faltoso pelo prazo


de até quinze dias.
c) O mandato dos membros do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária terá
duração de três anos, renovado um terço a cada ano.
d) Se, intimado pessoalmente ou por edital com prazo de trinta dias, o réu não comparecer
injustificadamente à audiência admonitória, a suspensão ficará sem efeito e será executada
imediatamente a pena.
e) Os estabelecimentos penais destinados a mulheres serão dotados de berçário, onde as
condenadas possam cuidar de seus filhos, inclusive amamentá-los, no mínimo, até dois
anos de idade.

a) Correta. A alternativa traz a literalidade do art. 58 da LEP, que assim estabelece:

O isolamento, a suspensão e a restrição de direitos não poderão exceder a trinta dias, ressalvada a
hipótese do regime disciplinar diferenciado.
b) Errada. O art. 60 da LEP estabelece que:

A autoridade administrativa poderá decretar o isolamento preventivo do faltoso pelo prazo de até
dez dias (...).
c) Errada. O art. 63, parágrafo único da LEP prevê que o mandato dos membros do Conselho
Nacional de Política Criminal e Penitenciária terá duração de 2 (dois) anos, e não de 3 anos.
d) Errada. O art. 161 da LEP estabelece que:

Se, intimado pessoalmente ou por edital com prazo de 20 (vinte) dias, o réu não comparecer injustifi-
cadamente à audiência admonitória, a suspensão ficará sem efeito e será executada imediatamente
a pena.
e) Errada. O período de amamentação dos filhos é de 06 meses, e não 2 anos. Deste modo, o
art. 83, §2º da LEP prevê que:

Os estabelecimentos penais destinados a mulheres serão dotados de berçário, onde as condenadas


possam cuidar de seus filhos, inclusive amamentá-los, no mínimo, até 6 (seis) meses de idade.
Letra a.

021. (INSTITUTO AOCP/PC – PA/DELEGADO/2021) Considerando as recentes alterações


legislativas, assinale a alternativa correta sobre a Lei de Execução Penal.
a) O cometimento de falta grave durante a execução da pena privativa de liberdade interrompe
o prazo para a obtenção da progressão no regime de cumprimento da pena, caso em que o
reinício da contagem do requisito objetivo terá como base a pena remanescente.
b) O regime disciplinar diferenciado não será aplicado aos presos provisórios, mas para os
condenados, nacionais ou estrangeiros, que apresentem alto risco para a ordem e a segurança
do estabelecimento penal ou da sociedade.

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c) A ausência de vigilância direta impede a utilização de equipamento de monitoração eletrôni-


ca pelo condenado, quando assim determinar o juiz da execução.
d) A autorização para saída temporária do condenado será concedida por prazo não superior a
catorze dias, podendo ser renovada por mais seis vezes durante o ano.
e) A pena privativa de liberdade será executada em forma progressiva com a transferência para
regime menos rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando o preso tiver cumprido ao menos
vinte por cento da pena, se o apenado for primário e o crime tiver sido cometido sem violência
à pessoa ou grave ameaça.

a) Correta. A alternativa traz a literalidade do art. 112, §6º da LEP, que assim estabelece:

O cometimento de falta grave durante a execução da pena privativa de liberdade interrompe o prazo
para a obtenção da progressão no regime de cumprimento da pena, caso em que o reinício da con-
tagem do requisito objetivo terá como base a pena remanescente.
b) Errada. O RDD pode ser aplicado aos presos provisórios, como podemos extrair com a leitu-
ra do art. 52, caput, da LEP:

A prática de fato previsto como crime doloso constitui falta grave e, quando ocasionar subversão
da ordem ou disciplina internas, sujeitará o preso provisório, ou condenado, nacional ou estrangeiro,
sem prejuízo da sanção penal, ao regime disciplinar diferenciado, com as seguintes características.
(grifo nosso).
c) Errada. O art. 122, §1º da LEP prevê que:

A ausência de vigilância direta não impede a utilização de equipamento de monitoração eletrônica


pelo condenado, quando assim determinar o juiz da execução. (grifo nosso).
d) Errada. De acordo com o art. 124 da LEP:

A autorização será concedida por prazo não superior a 7 (sete) dias, podendo ser renovada por mais
4 (quatro) vezes durante o ano.
e) Errada. Se o apenado for primário e o crime tiver sido cometido sem violência à pessoa ou
grave ameaça, a progressão do regime de regime ocorrerá com o cumprimento de 16% (dezes-
seis porcento) da pena, como estabelece o art.112, I da LEP.
Letra a.

022. (FGV/DPE – RJ/DEFENSOR PÚBLICO/2021) Sobre a saída temporária de visita à famí-


lia, prevista no Art. 122, da Lei de Execução Penal, é correto afirmar que:
a) pode ser concedida por prazo não superior a sete dias, com a possibilidade de ser renovada
por mais quatro vezes ao ano;
b) pode ser autorizada a presos que cumprem pena no regime fechado e no regime semiaberto;
c) o juiz não poderá impor a fiscalização por meio de equipamento de monitoração eletrônica;
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d) para a concessão, o apenado primário deverá cumprir pelo menos 1/4 da pena, e o apenado
reincidente, pelo menos 1/3 da pena;
e) após a concessão, a prática de falta disciplinar de natureza média revoga automaticamente
o benefício.

a) Correta. A alternativa traz previsão contida no art. 124 da LEP, que assim dispõe:

A autorização será concedida por prazo não superior a 7 (sete) dias, podendo ser renovada por mais
4 (quatro) vezes durante o ano.
b) Errada. De acordo com o art. 122 da LEP, a saída temporária só é permitida aos condenados
que cumprem pena em regime semiaberto.
c) Errada. O art. 122, §1º da LEP estabelece que:

A ausência de vigilância direta não impede a utilização de equipamento de monitoração eletrônica


pelo condenado, quando assim determinar o juiz da execução.
d) Errada. A saída temporária será concedida se houver o cumprimento mínimo de 1/6 (um
sexto) da pena, se o condenado for primário, e 1/4 (um quarto), se reincidente, conforme esta-
belece o art. 123, II da LEP.
e) Errada. De acordo com o art. 125 da LEP, o benefício da saída temporária será automatica-
mente revogado quando o condenado praticar fato definido como crime doloso, for punido por
falta grave, desatender as condições impostas na autorização ou revelar baixo grau de apro-
veitamento do curso.
Letra a.

023. (CESPE/TRF – 1ª REGIÃO/ANALISTA/2017) A prática de falta grave pelo apenado, no


curso da execução penal, acarreta a perda da totalidade dos dias remidos com trabalho, reco-
meçando-se a contagem a partir da data da infração disciplinar.

De acordo com o art. 127 da LEP:

Em caso de falta grave, o juiz poderá revogar até 1/3 (um terço) do tempo remido, observado o
disposto no art. 57, recomeçando a contagem a partir da data da infração disciplinar”. (grifo nosso)
Errado.

024. (CESPE/MPE – CE/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2020) Em relação ao que dispõe a LEP,


assinale a opção correta.
a) Das decisões proferidas pelo juiz da execução caberá recurso de agravo, com efeito
suspensivo.

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b) O procedimento judicial pode ser iniciado de ofício, a requerimento do Ministério Público, do


interessado, de seu representante ou parente, ou da autoridade administrativa.
c) A petição do indulto individual será entregue ao Ministério Público para a elaboração de pa-
recer e posterior encaminhamento ao juiz da execução.
d) A pena privativa de liberdade poderá ser convertida em restritiva de direitos, desde que o
condenado esteja em regime aberto ou semiaberto e tenha cumprido um sexto da pena.
e) O órgão do Ministério Público deve visitar anualmente os estabelecimentos penais, regis-
trando a sua presença em livro próprio.

a) Errada. O art. 197 da LEP estabelece que:

Das decisões proferidas pelo Juiz caberá recurso de agravo, sem efeito suspensivo.
b) Correta. A alternativa traz previsão contida no art. 195 da LEP, que possui a seguinte redação:

O procedimento judicial iniciar-se-á de ofício, a requerimento do Ministério Público, do interessado,


de quem o represente, de seu cônjuge, parente ou descendente, mediante proposta do Conselho
Penitenciário, ou, ainda, da autoridade administrativa.
c) Errada. O art. 189 da LEP estabelece que:

A petição do indulto, acompanhada dos documentos que a instruírem, será entregue ao Conselho
Penitenciário, para a elaboração de parecer e posterior encaminhamento ao Ministério da Justiça.
d) Errada. O art. 180 da LEP prevê que:

A pena privativa de liberdade, não superior a 2 (dois) anos, poderá ser convertida em restritiva de
direitos, desde que:
I – o condenado a esteja cumprindo em regime aberto; cumprido pelo menos 1/4 (um quarto) da
pena;
III – os antecedentes e a personalidade do condenado indiquem ser a conversão recomendável.
e) Errada. O art. 68, parágrafo único da LEP prevê que:

O órgão do Ministério Público visitará mensalmente os estabelecimentos penais, registrando a sua


presença em livro próprio.
Letra b.

025. (CESPE/MPE – CE/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2020) Mário e Tiago estão em regime


semiaberto, têm bom comportamento e já cumpriram mais da metade da pena. Mário foi co-
municado do falecimento de sua irmã e deseja ir ao funeral dela. Tiago deseja visitar a famí-
lia e participar do casamento de uma prima. Ambos preenchem os demais requisitos legais
para a saída.
Nessa situação, deve-se

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a) negar a ambos os condenados os pedidos, porque não cabe autorização de saída nas hipó-
teses indicadas.
b) permitir a saída temporária, sem escolta, de ambos os condenados.
c) permitir a saída, com escolta, de ambos os condenados.
d) permitir a saída, sem escolta, de Mário; e a saída temporária, com escolta, de Tiago.
e) permitir a saída, com escolta, de Mário; e a saída temporária, sem escolta, de Tiago.

a) Errada. O art. 120, I da LEP possibilita a autorização de saída, na modalidade permissão, a


Mário, em razão do falecimento de sua irmã. Já Tiago, poderá ser beneficiado pela autorização
de saída na modalidade “saída temporária”, para visitar a família (art. 122, I).
b) Errada. O falecimento de irmão não constitui motivo para a saída temporária e sim para a
permissão de saída, com escolta, prevista no art. 120, I da LEP.
c) Errada. Tiago terá direito à saída temporária, sem escolta, conforme previsão do art.
122, I da LEP.
d) Errada. A permissão de saída exige escolta. A Saída temporária é realizada sem escolta.
e) Correta. O art. 120, I da LEP possibilita a autorização de saída, na modalidade permissão, a
Mário, em razão do falecimento de sua irmã. Já Tiago, poderá ser beneficiado pela autorização
de saída na modalidade “saída temporária”, para visitar a família (art. 122, I).
Letra e.

026. (FCC/TJ – MS/JUIZ DE DIREITO/2020) No que toca às sanções disciplinares na fase de


execução penal, correto afirmar que
a) a advertência verbal e a repreensão serão aplicadas por ato do diretor do estabelecimento,
desnecessárias motivação e comunicação ao juiz da execução.
b) compete ao juiz da execução a aplicação da suspensão ou restrição de direitos.
c) a autorização para inclusão de preso em regime disciplinar diferenciado dependerá de re-
querimento circunstanciado elaborado pelo diretor do estabelecimento, decidindo o juiz no
prazo máximo de quinze dias, ouvida apenas a defesa.
d) o isolamento na própria cela, ou em local adequado, nos estabelecimentos que possuam alo-
jamento coletivo, será determinado pelo diretor do presídio e comunicado ao juiz da execução.
e) cabe exclusivamente ao juiz da execução decretar o isolamento preventivo do faltoso pelo
prazo de até dez dias.

a) Errada. O art. 53 da LEP prevê as seguintes sanções disciplinares a) advertência verbal, b)


repreensão, c) suspensão ou restrição de direitos, d) isolamento na própria cela, ou em local
adequado, e) inclusão no regime disciplina diferenciado. De acordo com o art. 54, a advertên-
cia verbal, a repreensão, a suspensão ou restrição de direitos e o isolamento na própria cela
serão aplicadas por ato motivado do diretor do estabelecimento.

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Execução Penal
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b) Errada. O art. 54 da LEP prevê que a suspensão ou restrição de direitos são sanções discipli-
nares aplicadas pelo diretor do estabelecimento, mediante ato motivado.
c) Errada. De acordo com o art. 54, §1º e 2º da LEP, a autorização para a inclusão de preso em
RDD dependerá de decisão judicial, após requerimento circunstanciado do diretor do estabele-
cimento, manifestação do Ministério Público e da defesa (e não apenas da defesa), decidindo
o juiz no prazo máximo de quinze dias.
d) Correta. De acordo com o art. 54 da LEP o “isolamento na própria cela, ou em local adequa-
do, nos estabelecimentos que possuam alojamento coletivo”, constitui sanção disciplinar, a ser
aplicada por ato motivado do diretor do estabelecimento.
e) Errada. De acordo com o art. 60 da LEP:

A autoridade administrativa poderá decretar o isolamento preventivo do faltoso pelo prazo de até
dez dias.
Letra d.

027. (CESPE/MPE – CE/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2020) Em relação ao que dispõe a LEP,


assinale a opção correta.
a) Das decisões proferidas pelo juiz da execução caberá recurso de agravo, com efeito
suspensivo.
b) O procedimento judicial pode ser iniciado de ofício, a requerimento do Ministério Público, do
interessado, de seu representante ou parente, ou da autoridade administrativa.
c) A petição do indulto individual será entregue ao Ministério Público para a elaboração de pa-
recer e posterior encaminhamento ao juiz da execução.
d) A pena privativa de liberdade poderá ser convertida em restritiva de direitos, desde que o
condenado esteja em regime aberto ou semiaberto e tenha cumprido um sexto da pena.
e) O órgão do Ministério Público deve visitar anualmente os estabelecimentos penais, regis-
trando a sua presença em livro próprio.

a) Errada. O art. 197 da LEP prevê que:

Das decisões proferidas pelo Juiz caberá recurso de agravo, sem efeito suspensivo.
b) Correta. A alternativa traz a disposição do art. 195 da LEP, que assim estabelece:

O procedimento judicial iniciar-se-á de ofício, a requerimento do Ministério Público, do interessado,


de quem o represente, de seu cônjuge, parente ou descendente, mediante proposta do Conselho
Penitenciário, ou, ainda, da autoridade administrativa.
c) Errada. O art. 189 da LEP estabelece que:

A petição do indulto, acompanhada dos documentos que a instruírem, será entregue ao Conselho
Penitenciário, para a elaboração de parecer e posterior encaminhamento ao Ministério da Justiça.

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d) Errada. O art. 180 da LEP prevê que:

A pena privativa de liberdade, não superior a 2 (dois) anos, poderá ser convertida em restritiva de
direitos, desde que:
I – o condenado a esteja cumprindo em regime aberto;
II – tenha sido cumprido pelo menos 1/4 (um quarto) da pena;
III – os antecedentes e a personalidade do condenado indiquem ser a conversão recomendável.
e) Errada. O parágrafo único do art. 68 estabelece que:

O órgão do Ministério Público visitará mensalmente os estabelecimentos penais, registrando a sua


presença em livro próprio.
Letra b.

028. (CESPE/MPE – CE/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2020) De acordo com a Lei de Execução


Penal (LEP), o órgão da execução penal destinado especificamente a prestar assistência aos
albergados e aos egressos é
a) o patronato.
b) a casa de albergado.
c) o conselho penitenciário.
d) o conselho da comunidade.
e) o departamento penitenciário.

a) Correta. De acordo com o art. 78 da LEP:

O Patronato público ou particular destina-se a prestar assistência aos albergados e aos egressos.
b) Errada.

A Casa do Albergado destina-se ao cumprimento de pena privativa de liberdade, em regime aberto,


e da pena de limitação de fim de semana. (art. 93 da LEP).
c) Errada. De acordo com o art. 70 da LEP:

Incumbe ao Conselho Penitenciário:


I – emitir parecer sobre indulto e comutação de pena, excetuada a hipótese de pedido de indulto
com base no estado de saúde do preso;
II – inspecionar os estabelecimentos e serviços penais;
III – apresentar, no 1º (primeiro) trimestre de cada ano, ao Conselho Nacional de Política Criminal e
Penitenciária, relatório dos trabalhos efetuados no exercício anterior;
IV – supervisionar os patronatos, bem como a assistência aos egressos.
d) Errada. O art. 81 da LEP estabelece que:

Incumbe ao Conselho da Comunidade:


I – visitar, pelo menos mensalmente, os estabelecimentos penais existentes na comarca;

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II – entrevistar presos;
III – apresentar relatórios mensais ao Juiz da execução e ao Conselho Penitenciário;
IV – diligenciar a obtenção de recursos materiais e humanos para melhor assistência ao preso ou
internado, em harmonia com a direção do estabelecimento.
e) Errada. As atribuições do Departamento Penitenciário Nacional estão previstas no art.
72 da LEP.
Letra a.

029. (CESPE/MPE – SC/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2019) Segundo os termos da Súmula n.


534 do STJ, a prática de falta grave interrompe a contagem do prazo para a progressão de re-
gime de cumprimento de pena, o qual se reinicia a partir do cometimento dessa infração. Por
sua vez, dispõe a Súmula n. 535 do STJ que a prática de falta grave não interrompe o prazo para
fim de comutação de pena ou indulto.

A Súmula 534 do STJ estabelece:

JURISPRUDÊNCIA
A prática de falta grave interrompe a contagem do prazo para a progressão de regime de
cumprimento de pena, o qual se reinicia a partir do cometimento dessa infração.

Já o art. 535 do STJ prevê que:

JURISPRUDÊNCIA
A prática de falta grave não interrompe o prazo para fim de comutação de pena ou indulto.

Certo.

030. (CESPE/MPE – SC/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2019) Dispõe a Lei n. 7.210/1984 que o


condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semiaberto poderá remir, por trabalho
ou por estudo, parte do tempo de execução da pena. A contagem de tempo referida será feita
à razão de: 1 (um) dia de pena a cada 12 (doze) horas de frequência escolar – atividade de
ensino fundamental, médio, inclusive profissionalizante, ou superior, ou ainda de requalificação
profissional – divididas, no mínimo, em 3 (três) dias; e 1 (um) dia de pena a cada 3 (três) dias
de trabalho.

A questão traz a literalidade do art. 126 da LEP, que assim dispõe:

Art. 126. O condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semiaberto poderá remir, por tra-
balho ou por estudo, parte do tempo de execução da pena

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Execução Penal
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§ 1º A contagem de tempo referida no caput será feita à razão de:
I – 1 (um) dia de pena a cada 12 (doze) horas de frequência escolar - atividade de ensino fundamen-
tal, médio, inclusive profissionalizante, ou superior, ou ainda de requalificação profissional - dividi-
das, no mínimo, em 3 (três) dias;
II – 1 (um) dia de pena a cada 3 (três) dias de trabalho.
§ 2º As atividades de estudo a que se refere o § 1º deste artigo poderão ser desenvolvidas de forma
presencial ou por metodologia de ensino a distância e deverão ser certificadas pelas autoridades
educacionais competentes dos cursos frequentados.
Certo.

031. (CESPE/MPE – SC/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2019) Prescreve a Lei de Execução Penal


que podem suscitar o incidente de excesso ou desvio de execução, além do Ministério Público,
o Conselho Penitenciário, o sentenciado e qualquer dos demais órgãos da execução penal,
exceto os Departamentos Penitenciários e o Conselho da Comunidade.

De acordo com o art. 186 da LEP:

Podem suscitar o incidente de excesso ou desvio de execução:


I – o Ministério Público;
II – o Conselho Penitenciário;
III – o sentenciado;
IV – qualquer dos demais órgãos da execução penal.
O art. 61, por sua vez, prevê que:

São órgão de execução penal:


I – o Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária;
II – o Juízo da Execução;
III – o Ministério Público;
IV – o Conselho Penitenciário;
V – os Departamentos Penitenciários;
VI – o Patronato;
VII – o Conselho da Comunidade.
VIII – a Defensoria Pública.
Portanto, os Departamentos Penitenciários e o Conselho da Comunidade poderão suscitar o
incidente de excesso ou desvio de execução.
Errado.

032. (CESPE/MPE – SC/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2019) Estabelece a Lei de Execução Pe-


nal que são indelegáveis as funções de direção, chefia e coordenação no âmbito do sistema
penal, bem como todas as atividades que exijam o exercício do poder de polícia, e notadamen-
te: classificação de condenados; aplicação de sanções disciplinares; controle de rebeliões; e

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transporte de presos para órgãos do Poder Judiciário, hospitais e outros locais externos aos
estabelecimentos penais.

A questão traz a previsão contida no art. 83-B da LEP, que possui a seguinte redação:

Art. 83-B São indelegáveis as funções de direção, chefia e coordenação no âmbito do sistema penal,
bem como todas as atividades que exijam o exercício do poder de polícia, e notadamente:
I – classificação de condenados;
II – aplicação de sanções disciplinares;
III – controle de rebeliões;
IV – transporte de presos para órgãos do Poder Judiciário, hospitais e outros locais externos aos
estabelecimentos penais.
Certo.

033. (CESPE/MPE – SC/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2019) Nos termos da Lei de Execução Pe-


nal, no caso de mulher gestante ou que for mãe ou responsável por crianças, adolescentes ou
pessoas com deficiência, os requisitos para progressão de regime são, cumulativamente: não
ter cometido crime com violência ou grave ameaça a pessoa; não ter cometido o crime contra
seu filho ou dependente; ter cumprido ao menos 1/8 (um oitavo) da pena no regime anterior;
ser primária e ter bom comportamento carcerário, comprovado pelo diretor do estabelecimen-
to; e não ter integrado organização criminosa.

Os requisitos para a progressão de regime, previstos no art. 112, §3º da LEP, não se aplicam ao
caso de mulher que for mãe ou responsável por adolescente.
Deste modo, o art. 112, §3º da LEP prevê que

Art. 112. § 3º No caso de mulher gestante ou que for mãe ou responsável por crianças ou pessoas
com deficiência, os requisitos para progressão de regime são, cumulativamente (grifo nosso)
I – não ter cometido crime com violência ou grave ameaça a pessoa
II – não ter cometido o crime contra seu filho ou dependente;
III – ter cumprido ao menos 1/8 (um oitavo) da pena no regime anterior;
IV – ser primária e ter bom comportamento carcerário, comprovado pelo diretor do estabelecimento
V – não ter integrado organização criminosa.

Errado.

034. (CESPE/DPE – DF/DEFENSOR PÚBLICO/2019) O reconhecimento de falta grave decor-


rente da prática de fato definido como crime doloso independe do trânsito em julgado de sen-
tença penal condenatória.

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A Súmula 526 do STJ estabelece que:

JURISPRUDÊNCIA
O reconhecimento de falta grave decorrente do cometimento de fato definido como crime
doloso no cumprimento da pena prescinde do trânsito em julgado de sentença penal con-
denatória no processo penal instaurado para apuração do fato. (Súmula 526, TERCEIRA
SEÇÃO, julgado em 13/05/2015, DJe 18/05/2015)

Certo.

035. (IBFC/TER – PA/ANALISTA JUDICIÁRIO/2020) A execução penal tem por objetivo efeti-
var as disposições de sentença ou decisão criminal e proporcionar condições para a harmôni-
ca integração social do condenado e do internado. Com relação ao tema, assinale a alternativa
incorreta:
a) Não fere o contraditório e o devido processo de decisão que, sem ouvida prévia da defe-
sa, determine transferência ou permanência de custodiado em estabelecimento penitenciá-
rio federal
b) O plenário do Supremo Tribunal Federal (STF), no julgamento das Ações Declaratória de
Constitucionalidade (ADC) 43, 44 e 54, pacificou o entendimento no sentido de ser admitida a
chamada “execução provisória da pena”, após prolação de Acórdão condenatório em segunda
instância, sendo que isso não ofende o princípio constitucional da presunção de inocência
c) O cumprimento de prisão domiciliar não impede a liberdade de culto, razão pela qual, consi-
derada a possibilidade de controle do horário e de delimitação da área percorrida por meio do
monitoramento eletrônico, o comparecimento a culto religioso não representa risco ao cumpri-
mento da pena
d) O indulto extingue os efeitos primários da condenação (pretensão executória), mas não atin-
ge os efeitos secundários, penais ou extrapenais

a) Correta. A Súmula 639 do STJ estabelece que:

JURISPRUDÊNCIA
Não fere o contraditório e o devido processo decisão que, sem ouvida prévia da defesa,
determine transferência ou permanência de custodiado em estabelecimento penitenciá-
rio federal.

b) Errada. Em respeito ao princípio constitucional da presunção de inocência, o STF, nas ADCs


43, 44 e 54, pacificou entendimento de que é inconstitucional a chamada “execução provisória

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da pena”, ocorrida após o julgamento em segundo grau, sem que haja o trânsito em julgado
do acórdão.
c) Correta. De acordo com o STJ:

JURISPRUDÊNCIA
O cumprimento de prisão domiciliar não impede a liberdade de culto, quando compatível
com as condições impostas ao reeducando, atendendo à finalidade ressocializadora da
pena. (...) Considerada a possibilidade de controle do horário e de delimitação da área
percorrida por meio do monitoramento eletrônico, o comparecimento a culto religioso
não representa risco ao cumprimento da pena. (STJ - REsp 1788562/TO, Rel. Min. Nefi
Cordeiro, 6ª Turma, publicado no Dje de 23/09/2019).

d) Correta. A Súmula 631 do STJ nos informa que:

JURISPRUDÊNCIA
O indulto extingue os efeitos primários da condenação (pretensão executória), mas não
atinge os efeitos secundários, penais ou extrapenais.

Letra b.

036. (CESPE/SERIS – AL/AGENTE PENITENCIÁRIO/2021) Os estabelecimentos prisionais


destinados a mulheres terão exclusivamente agentes do sexo feminino na segurança de suas
dependências internas e externas.

Ao tratar dos estabelecimentos penais destinados a mulheres, o art. 83, §3º estabelece que:

Os estabelecimentos de que trata o § 2º deste artigo deverão possuir, exclusivamente, agentes do


sexo feminino na segurança de suas dependências internas.

Portanto, os estabelecimentos prisionais destinados a mulheres terão exclusivamente agentes


do sexo feminino na segurança de suas dependências internas. A LEP não traz esta exigência
no caso de segurança das dependências externas dos estabelecimentos prisionais.
Errado.

037. (CONSULPLAN/TJ – MS/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS) De


acordo com as regras da Lei n. 7.210/84 (Lei de Execução Penal) sobre o trabalho do condena-
do, assinale a alternativa correta.
a) O produto da remuneração pelo trabalho deverá atender ao ressarcimento ao Estado das
despesas realizadas com a manutenção do condenado.

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Execução Penal
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b) O produto da remuneração pelo trabalho terá como prioridade a indenização dos danos cau-
sados pelo condenado ao ofendido, independentemente de determinação judicial específica.
c) As tarefas executadas como prestação de serviço à comunidade pelo condenado, no curso
da execução, serão remuneradas, e o produto da remuneração revertido para o Fundo Previ-
denciário Especial destinado ao custeio do auxílio-reclusão.
d) O produto da remuneração pelo trabalho será depositado integralmente para constituição
do pecúlio, em Caderneta de Poupança, que será entregue à família do condenado, se este
possuir descendentes menores, quando posto em liberdade.

a) Correta. A alternativa traz a previsão do art. 29, §1º, “d” da LEP, que assim dispõe:

Art. 29. O trabalho do preso será remunerado, mediante prévia tabela, não podendo ser inferior a 3/4
(três quartos) do salário mínimo.
§ 1º O produto da remuneração pelo trabalho deverá atender: (...)
d) ao ressarcimento ao Estado das despesas realizadas com a manutenção do condenado, em pro-
porção a ser fixada e sem prejuízo da destinação prevista nas letras anteriores.
b) Errada. O art. 29, §1º, “a” da LEP prevê que:

O produto da remuneração pelo trabalho deverá atender:


a) à indenização dos danos causados pelo crime, desde que determinados judicialmente e não re-
parados por outros meios (grifo nosso).
c) Errada.

As tarefas executadas como prestação de serviço à comunidade não serão remuneradas (art. 30
da LEP).
d) Errada.

Ressalvadas outras aplicações legais, será depositada a parte restante para constituição do pecúlio,
em Caderneta de Poupança, que será entregue ao condenado quando posto em liberdade. (Art. 29,
§2º da LEP)
Letra a.

038. (CETAP/SEAP – PA/AGENTE PENITENCIÁRIO/2021) Na execução penal, para que seja


apurada a prática da falta disciplinar e aplicada a sanção disciplinar, é necessária a realização
de um processo administrativo disciplinar. Sobre a disciplina no ambiente prisional, analise os
itens a seguir e assinale a alternativa correta:
I – A autoridade administrativa poderá decretar o isolamento preventivo do faltoso pelo prazo
de até sete dias.
II – Pune-se a tentativa com a sanção correspondente à falta consumada.
III – Comete falta grave o condenado à pena privativa de liberdade que tiver em sua posse,
utilizar ou fornecer aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação com
outros presos ou com o ambiente externo.
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Execução Penal
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Está(ão) correto(s):
a) apenas o item l.
b) apenas os itens l e ll.
c) apenas os itens ll e llI.
d) os itens l, ll e III.

I – Errada. A autoridade administrativa poderá decretar o isolamento preventivo do faltoso pelo


prazo de até dez dias, conforme prevê o art. 60 da LEP.
II – Correta. Ao tratar das sanções disciplinares, o art. 49, parágrafo único da LEP estabelece que:

Pune-se a tentativa com a sanção correspondente à falta consumada.


III – Correta. A afirmativa traz a literalidade do art. 50, VII da LEP, que assim dispõe:

Art. 50. Comete falta grave o condenado à pena privativa de liberdade que:
(...) tiver em sua posse, utilizar ou fornecer aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a
comunicação com outros presos ou com o ambiente externo.
Estão corretas as afirmativas II e III.
Letra c.

039. (CETAP/SEAP – PA/AGENTE PENITENCIÁRIO/2021) O Juiz estabelecerá o regime no


qual o condenado cumprirá a pena privativa de liberdade. Deve, ao fazer isso, observar que:
a) quando houver condenação por mais de um crime em processos distintos, a determinação
do regime de cumprimento e da pena será feita sem levar em conta a somatória das penas.
b) acima de 65 anos será admitido o recolhimento do beneficiário de regime aberto em resi-
dência particular.
c) a execução da pena privativa de liberdade ficará sujeita à regressão quando o condenado
praticar crime contra a vida ou falta leve.
d) o cometimento de falta grave durante a execução da pena privativa de liberdade interrompe
o prazo para a obtenção da progressão no regime de cumprimento da pena, caso em que o
reinício da contagem do requisito objetivo terá como base a pena remanescente.

a) Errada. De acordo com o art. 11 da LEP:

Quando houver condenação por mais de um crime, no mesmo processo ou em processos distintos,
a determinação do regime de cumprimento será feita pelo resultado da soma ou unificação das
penas, observada, quando for o caso, a detração ou remição.
b) Errada. O art. 117, I da LEP prevê que:

Somente se admitirá o recolhimento do beneficiário de regime aberto em residência particular quan-


do se tratar de:
I – condenado maior de 70 (setenta) anos.

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Execução Penal
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c) Errada. O art. 118, I da LEP estabelece que:

A execução da pena privativa de liberdade ficará sujeita à forma regressiva, com a transferência para
qualquer dos regimes mais rigorosos, quando o condenado:
I – praticar fato definido como crime doloso ou falta grave.
d) Correta. A alternativa traz a previsão contida no art. 112, §6º da LEP, que assim dispõe:

O cometimento de falta grave durante a execução da pena privativa de liberdade interrompe o prazo
para a obtenção da progressão no regime de cumprimento da pena, caso em que o reinício da con-
tagem do requisito objetivo terá como base a pena remanescente.
Letra d.

040. (CETAP/SEAP – PA/AGENTE PENITENCIÁRIO/2021) A assistência ao preso e ao in-


ternado é dever do Estado. Sobre a assistência prevista na Lei de Execução Penal, marque a
alternativa correta:
a) A assistência será: material, à saúde, política, educacional, social e religiosa.
b) Será conferida assistência jurídica a todos os presos e internados, independente de sua
condição financeira.
c) Os ensinos de 1º e 2º graus serão obrigatórios, integrando-se no sistema escolar da Unidade
Federativa.
d) O estabelecimento disporá de instalações e serviços que atendam aos presos nas suas
necessidades pessoais, além de locais destinados à venda de produtos e objetos permitidos e
não fornecidos pela Administração.

a) Errada. De acordo com o art. 11 da LEP, a assistência ao preso será:

I – material;
II – à saúde;
III – jurídica;
IV – educacional;
V – social;
VI – religiosa.
Não há previsão sobre assistência política.
b) Errada. De acordo com o art. 15 da LEP:

A assistência jurídica é destinada aos presos e aos internados sem recursos financeiros para cons-
tituir advogado.
c) Errada. Apenas o ensino de 1º grau é obrigatório. Deste modo, o art. 18 da LEP estabelece que:

O ensino de 1º grau será obrigatório, integrando-se no sistema escolar da Unidade Federativa.

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Execução Penal
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d) Correta. A alternativa traz a literalidade do art. da LEP, que assim dispõe:

O estabelecimento disporá de instalações e serviços que atendam aos presos nas suas necessida-
des pessoais, além de locais destinados à venda de produtos e objetos permitidos e não fornecidos
pela Administração.
Letra d.

041. (CETAP/SEAP – PA/AGENTE PENITENCIÁRIO/2021) O Juiz, na sentença, estabelecerá


o regime no qual a pessoa condenada iniciará o cumprimento da pena privativa de liberda-
de, observando o que dispõe a Lei de Execução Penal. Sobre o assunto, assinale a alternati-
va correta:
a) O bom comportamento é readquirido após 1 (um) ano da ocorrência do fato, ou antes, após
o cumprimento do requisito temporal exigível para a obtenção do direito.
b) O Juiz poderá estabelecer condições especiais para a concessão de regime semiaberto tais
como sair para o trabalho e retornar, nos horários fixados.
c) A Pena privativa de liberdade será executada em forma progressiva com a transferência
para regime menos rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando o preso tiver cumprido ao
menos 20% (vinte por cento) da pena, se o apenado for primário e o crime tiver sido cometido
sem violência à pessoa ou grave ameaça.
d) No caso de mulher gestante ou que for mãe ou responsável por crianças ou pessoas com
deficiência, dentre os requisitos para progressão de regime está ter cumprido ao menos 1/6
(um sexto) da pena no regime anterior.

a) Correta. A alternativa traz a disposição do art. 112, §7º da LEP, que assim estabelece:

O bom comportamento é readquirido após 1 (um) ano da ocorrência do fato, ou antes, após o cum-
primento do requisito temporal exigível para a obtenção do direito.
b) Errada. De acordo com o art. 115 da LEP:

O Juiz poderá estabelecer condições especiais para a concessão de regime aberto, sem prejuízo
das seguintes condições gerais e obrigatórias: (...)
II – sair para o trabalho e retornar, nos horários fixados.
c) Errada. Se o apenado for primário e o crime tiver sido cometido sem violência ou grave
ameaça, deverá cumprir 16% da pena para que tenha direito a progressão de regime. Caso este
apenado seja reincidente em crime cometido sem violência ou grave ameaça, deverá cumprir
20% da pena para que faça jus ao benefício. (art. 112, I e II da LEP).
d) Errada. No caso de mulher gestante ou que for mãe ou responsável por crianças ou pessoas
com deficiência, dentre os requisitos para progressão de regime está ter cumprido ao menos
1/8 (um oitavo) da pena no regime anterior. (art. 112, §3º, III da LEP).
Letra a.

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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Execução Penal
Fábio Roque e Flávia Araújo

042. (CETAP/SEAP – PA/AGENTE PENITENCIÁRIO/2021) A Lei de Execução Penal prevê


uma série de benefícios. A pessoa presa, entretanto, deverá preencher alguns requisitos exigi-
dos por esse texto legal. Sobre os benefícios, nos termos da Lei de Execução Penal, marque a
alternativa correta:
a) O indulto coletivo será provocado por petição do condenado, por iniciativa do Ministério Pú-
blico, do Conselho Penitenciário, ou da autoridade administrativa.
b) Não terá direito à saída temporária o condenado que cumpre pena por praticar crime hedion-
do com resultado morte.
c) Os condenados que cumprem pena em regime fechado ou semiaberto e os presos provi-
sórios poderão obter permissão para sair do estabelecimento, mediante escolta, em caso de
casamento.
d) O condenado autorizado a estudar fora do estabelecimento penal deverá comprovar sema-
nalmente, por meio de declaração da respectiva unidade de ensino, a frequência e o aproveita-
mento escolar.

a) O indulto individual (não o coletivo) poderá ser provocado por petição do condenado, por
iniciativa do Ministério Público, do Conselho Penitenciário, ou da autoridade administrativa,
conforme prevê o art. 188 da LEP.
b) Correta. O art. 122, §2º da LEP proíbe a concessão da saída temporária ao condenado por
crime hediondo com resultado morte:

Não terá direito à saída temporária a que se refere o caput deste artigo o condenado que cumpre
pena por praticar crime hediondo com resultado morte.
c) Errada. O art. 120 da LEP dispõe que:

Os condenados que cumprem pena em regime fechado ou semiaberto e os presos provisórios po-
derão obter permissão para sair do estabelecimento, mediante escolta, quando ocorrer um dos se-
guintes fatos:
I – falecimento ou doença grave do cônjuge, companheira, ascendente, descendente ou irmão;
II – necessidade de tratamento médico.
d) Errada. A comprovação é mensal, não semanal. Deste modo, o art. 129, §1º da LEP esta-
belece que:

O condenado autorizado a estudar fora do estabelecimento penal deverá comprovar mensalmente,


por meio de declaração da respectiva unidade de ensino, a frequência e o aproveitamento escolar.
Letra b.

043. (CETAP/SEAP – PA/AGENTE PENITENCIÁRIO/2021) A Lei n. 7.210/1984 e suas altera-


ções é o marco legal brasileiro na execução penal. Sobre esta Lei de Execução Penal, marque
a alternativa correta:

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Execução Penal
Fábio Roque e Flávia Araújo

a) A execução penal tem por objetivo efetivar as disposições de sentença ou decisão judicial
e proporcionar condições para a plena ressocialização familiar do condenado e do internado.
b) A assistência ao preso e ao internado é dever do Estado e da comunidade, objetivando pre-
venir o crime e orientar o retorno à convivência em sociedade.
c) A assistência ao egresso envolve a concessão, se necessário, de alojamento e alimentação,
em estabelecimento adequado, pelo prazo de 2 (dois) meses.
d) O trabalho poderá ser gerenciado por fundação, ou empresa privada, com autonomia admi-
nistrativa, e terá por objetivo a formação profissional do condenado.

a) Errada. A LEP não elenca a ressocialização familiar como objetivo da execução penal. Deste
modo, o art. 1º da 7.210/1984 dispõe que:

A execução penal tem por objetivo efetivar as disposições de sentença ou decisão criminal e propor-
cionar condições para a harmônica integração social do condenado e do internado.
b) Errada. A LEP não prevê a assistência ao preso como dever da sociedade. De acordo com
seu art. 10.

A assistência ao preso e ao internado é dever do Estado, objetivando prevenir o crime e orientar o


retorno à convivência em sociedade.
c) Correta. A alternativa traz a literalidade do art. 25, II da LEP, que assim dispõe:

Art. 25. A assistência ao egresso consiste:


II – na concessão, se necessário, de alojamento e alimentação, em estabelecimento adequado, pelo
prazo de 2 (dois) meses.
d) Errada. O art. 34 da LEP dispõe que:

O trabalho poderá ser gerenciado por fundação, ou empresa pública, com autonomia administrativa,
e terá por objetivo a formação profissional do condenado.
Portanto, a legislação não faz menção à possibilidade de empresas privas gerenciarem o tra-
balho do preso.
Letra c.

044. (IDECAN/PC – CE/ESCRIVÃO/2021) A Lei de Execuções Penais – 7.210/84 – é con-


siderada um diploma moderno, que reconhece o preso como sujeito de direitos e estabele-
ce deveres e direitos aos condenados. A respeito das disposições legais contidas na Lei n.
7.210/1984, NÃO é correto afirmar que
a) o cometimento de falta grave durante a execução da pena privativa de liberdade interrompe
o prazo para a obtenção da progressão no regime de cumprimento da pena, caso em que o
reinício da contagem do requisito objetivo terá como base a pena remanescente.

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Execução Penal
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b) são considerados órgãos da execução penal o Conselho da Comunidade, o Ministério Públi-


co, o Conselho Penitenciário, a Defensoria Pública, o Patronato, os Agentes Penitenciários, o
Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, o Juízo da Execução e os Departamen-
tos Penitenciários.
c) a remição de parte do tempo de execução da pena, por trabalho ou por estudo, será contado
da seguinte forma: 1 (um) dia de pena a cada 12 (doze) horas de frequência escolar divididas,
no mínimo, em 3 (três) dias; 1 (um) dia de pena a cada 3 (três) dias de trabalho.
d) quando houver condenação por mais de um crime, no mesmo processo ou em processos
distintos, a determinação do regime de cumprimento será feita pelo resultado da soma ou uni-
ficação das penas, observada, quando for o caso, a detração ou remição.
e) a LEP se aplicará igualmente ao preso provisório e ao condenado pela Justiça Eleitoral ou
Militar, quando recolhido a estabelecimento sujeito à jurisdição ordinária.

a) Correta. O art. 112, § 6º da LEP estabelece que:

O cometimento de falta grave durante a execução da pena privativa de liberdade interrompe o prazo
para a obtenção da progressão no regime de cumprimento da pena, caso em que o reinício da con-
tagem do requisito objetivo terá como base a pena remanescente.
b) Errada. Os agentes penitenciários não estão previstos no art. 61 da LEP, como órgão de
execução penal.
c) Correta. A alternativa traz a previsão contida no art. 126, §1º, I e II da LEP. De acordo com
este dispositivo, a remição de parte do tempo de execução da pena, por trabalho ou por estudo,
será contado da seguinte forma:

I – 1 (um) dia de pena a cada 12 (doze) horas de frequência escolar - atividade de ensino fundamen-
tal, médio, inclusive profissionalizante, ou superior, ou ainda de requalificação profissional - dividi-
das, no mínimo, em 3 (três) dias;
II – (um) dia de pena a cada 3 (três) dias de trabalho.
d) Correta. A alternativa traz a previsão contida no art. 111 da LEP, que assim dispõe:

Art. 111. Quando houver condenação por mais de um crime, no mesmo processo ou em processos
distintos, a determinação do regime de cumprimento será feita pelo resultado da soma ou unifica-
ção das penas, observada, quando for o caso, a detração ou remição.
e) Correta. Trata-se de previsão contida no art. 2º, parágrafo único da LEP, que possui a seguin-
te redação:

Esta Lei aplicar-se-á igualmente ao preso provisório e ao condenado pela Justiça Eleitoral ou Militar,
quando recolhido a estabelecimento sujeito à jurisdição ordinária.
Letra b.

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045. (IDECAN/PC – CE/ESCRIVÃO/2021) Godofredo foi condenado pela prática de crime de


estupro de vulnerável, em decisão já transitada em julgado. Durante o cumprimento de sua
pena, em regular revista das celas determinada pela Administração Penitenciária, foi encon-
trado em sua posse aparelho telefônico que permitia a comunicação com o ambiente externo
e/ou com outros presos, o que configura falta grave. O Superior Tribunal de Justiça tem se
posicionado várias vezes sobre o tema “falta grave durante a execução penal”. A respeito da
posição do STJ, assinale a afirmativa INCORRETA.
a) A utilização de tornozeleira eletrônica sem bateria suficiente não configura falta disciplinar
de natureza grave, por ausência de previsão legal na LEP.
b) É necessária a individualização da conduta para reconhecimento de falta grave praticada
pelo apenado em autoria coletiva, não se admitindo a sanção coletiva a todos os participantes
indistintamente.
c) O cometimento de falta disciplinar de natureza grave no curso da execução penal justifica a
exigência de exame criminológico para fins de progressão de regime.
d) A desobediência aos agentes penitenciários configura falta de natureza grave, a teor da
combinação entre os art. 50, VI, e art. 39, II e V, da Lei de Execuções Penais.
e) A falta grave pode ser utilizada a fim de verificar o cumprimento do requisito subjetivo ne-
cessário para a concessão de benefícios da execução penal.
COMENTÁRIO´
a) Errada. De acordo com o STJ:

JURISPRUDÊNCIA
A utilização de tornozeleira eletrônica sem bateria suficiente configura falta disciplinar de
natureza grave, nos termos dos art. 50, VI, e art. 39, V, da LEP. (STJ – Jurisprudência em
Teses n. 146, Enunciado 5).

b) Correta. De acordo com o STJ:

JURISPRUDÊNCIA
É necessária a individualização da conduta para reconhecimento de falta grave praticada
pelo apenado em autoria coletiva, não se admitindo a sanção coletiva a todos os partici-
pantes indistintamente (STJ – Jurisprudência em Teses n. 146, Enunciado 1).

c) Correta. De acordo com o STJ:

JURISPRUDÊNCIA
O cometimento de falta disciplinar de natureza grave no curso da execução penal justifica
a exigência de exame criminológico para fins de progressão de regime. (STJ – Jurispru-
dência em Teses n. 146, Enunciado 11).

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d) Correta. De acordo com o STJ:

JURISPRUDÊNCIA
A desobediência aos agentes penitenciários configura falta de natureza grave, a teor da
combinação entre os art. 50, VI, e art. 39, II e V, da Lei de Execuções Penais. (STJ – Juris-
prudência em Teses n. 146, Enunciado 3).

e) Correta. De acordo com o STJ:

JURISPRUDÊNCIA
A falta grave pode ser utilizada a fim de verificar o cumprimento do requisito subjetivo
necessário para a concessão de benefícios da execução penal. (STJ – Jurisprudência em
Teses n. 146, Enunciado 9).

Letra a.

046. (CESPE/DEPEN/AGENTE FEDERAL DE EXECUÇÃO PENAL/2021) Em observância ao


princípio da legalidade, as faltas disciplinares leves, médias e graves deverão ter previsão ex-
pressa na Lei de Execução Penal.

Somente as faltas disciplinares graves estão previstas na Lei de Execução Penal. As faltas
médias e leves são previstas na legislação local.
Neste sentido, o art. 49 da LEP estabelece que:

As faltas disciplinares classificam-se em leves, médias e graves. A legislação local especificará as


leves e médias, bem assim as respectivas sanções. (grifo nosso).
Errado.

047. (CESPE/DEPEN/AGENTE FEDERAL DE EXECUÇÃO PENAL/2021) A inclusão de preso


em regime disciplinar diferenciado não pode ser decretada de ofício pelo juiz da execução,
dependendo, em regra, de requerimento do diretor do estabelecimento prisional ou de outra
autoridade administrativa.

O art. 54, §1º da LEP estabelece que:

JURISPRUDÊNCIA
A autorização para a inclusão do preso em regime disciplinar dependerá de requerimento
circunstanciado elaborado pelo diretor do estabelecimento ou outra autoridade adminis-
trativa.

Certo.

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048. (CESPE/DEPEN/AGENTE FEDERAL DE EXECUÇÃO PENAL/2021) Se os presos de


determinado presídio federal iniciarem uma rebelião, a suspensão das visitas de todos eles,
caso assim imponha a situação, deverá ser determinada pelo juízo da execução, por meio de
ato motivado.

O direito à visita (previsto no art. 41, X da LEP) poderá ser suspenso ou restringido mediante ato
motivado do diretor do estabelecimento, conforme estabelece o parágrafo único do artigo 41.
Importante que você se atente, ainda, que o art. 45, §3º da LEP proíbe as sanções coletivas.
Errado.

049. (CESPE/DEPEN/AGENTE FEDERAL DE EXECUÇÃO PENAL/2021) Admite-se a progres-


são de regime prisional de preso provisório antes do trânsito em julgado da sentença penal
condenatória.

De acordo com a Súmula 716 do STF:

JURISPRUDÊNCIA
Admite-se a progressão de regime de cumprimento de pena ou a aplicação imediata de
regime menos severo nela determinada, antes do trânsito em julgado da sentença con-
denatória.

Certo.

050. (CESPE/DEPEN/AGENTE FEDERAL DE EXECUÇÃO PENAL/2021) As faltas graves ad-


mitem sanções de repreensão, suspensão ou restrição de direitos e isolamento.

O parágrafo único do art. 57 estabelece que “Nas faltas graves, aplicam-se as sanções previs-
tas nos incisos III a V do art. 53 desta Lei.”
Deste modo, nas faltas graves são aplicadas as seguintes sanções: a) suspensão ou restrição
de direitos; b) isolamento na própria cela, ou em local adequado, nos estabelecimentos que
possuam alojamento coletivo, observado o disposto no artigo 88 desta Lei; c) inclusão no regi-
me disciplinar diferenciado.
Errado.

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REFERÊNCIAS
ALENCAR, Rosmar Rodrigues; ARAÚJO, Fábio Roque; TÁVORA, Nestor; Legislação Penal para
Concursos. Editora JusPODIVM, 2021.

ARAÚJO, Fábio Roque; COSTA, Klaus Negri. Processo Penal Didático. 4ª ed. Salvador: Editora
JusPODIVM, 2021.

ARAÚJO, Fábio Roque; TÁVORA, Nestor. Código de Processo Penal para concursos. 10ª ed.
Salvador: Editora JusPODIVM, 2021.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Texto constitucional pro-


mulgado em 5 de outubro de 1988, com alterações adotadas pelas Emendas Constitucionais,
até a de n. 97, de 4 de outubro de 2017. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
constituicao/constituicao.htm.

BRASIL. Lei n. 7.210/1984. Institui a Lei de Execução Penal. Disponível em http://www.planal-


to.gov.br/ccivil_03/leis/l7210.htm

BRASIL. Decreto-Lei 3.689/1941. Institui o Código de Processo Penal. Disponível em http://


www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689.htm

BRASIL. Decreto-Lei 2484/1940. Institui o Código Penal. Disponível em http://www.planalto.


gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del2848.htm

BRASIL. Lei n. 11.671/2018. Dispõe sobre a transferência e inclusão de presos em estabeleci-


mentos penais federais de segurança máxima e dá outras providências. Disponível em http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/L11671.htm

BRASIL. Lei n. 13.964/2019. Aperfeiçoa a legislação penal e processual penal. Disponível em


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/lei/L13964.htm

BRASIL. Resolução n. 348 do CNJ. Estabelece diretrizes e procedimentos a serem observados


pelo Poder Judiciário, no âmbito criminal, com relação ao tratamento da população lésbica,
gay, bissexual, transexual, travesti ou intersexo que seja custodiada, acusada, ré, condenada,
privada de liberdade, em cumprimento de alternativas penais ou monitorada eletronicamente.
Disponível em https://atos.cnj.jus.br/files/original153750202101266010374e46045.pdf

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Fábio Roque
Juiz federal. Doutor e mestre em Direito Público pela UFBA. Professor. Autor.

Flávia Araújo
Professora de cursos para concurso. Advogada. Professora. Mestre em Políticas Sociais e Cidadania
(UCSAL).

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