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LEGISLAÇÃO

PENAL ESPECIAL
Lei n. 8.078/1990 e Lei n. 1.521/1951

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Lei n. 8.078/1990 e Lei n. 1.521/1951
Sérgio Ronaldo Sace Bautzer dos Santos Filho

Dos Crimes contra as Relações de Consumo (Lei n. 8.137/1990) – Código de Defesa


do Consumidor (Lei n. 8.078/1990) – Dos Crimes contra a Economia Popular (Lei n.
1.521/1951)......................................................................................................................5
Apresentação..................................................................................................................5
Introdução.......................................................................................................................6
Sujeitos do Crime............................................................................................................ 7
Elemento Subjetivo.........................................................................................................9
Pena e Competência dos Juizados Especiais Criminais.....................................................9
Ação Penal......................................................................................................................9
Dos Crimes Previstos no Artigo 7º da Lei n. 8137/1990 – Crimes contra as Relações
de Consumo – Lei n. 8.137 de 27 de dezembro de 1990. . ............................................... 10
Análise do Inciso I do Artigo 7º....................................................................................... 11
Análise do Inciso II do Artigo 7º - Mercadoria com Especificações Incorretas. . .............. 16
Análise do Inciso III do Artigo 7º – Mistura de Mercadorias Diferentes.. ......................... 21
Análise do Inciso IV Do ARTIGO 7º – Fraude de Preços ao Consumidor..........................23
Análise do Inciso V do Artigo 7º – Cobrança Indevida de Taxas ou Juros........................25
Análise do Inciso VI do Artigo 7º – Recusa de Venda para Fins de Especulação............. 27
Análise do Inciso VII do Artigo 7º – Indução de Consumidor a Erro................................29
Análise do Inciso VIII do Artigo 7º – Provocação de Alta Fraudulenta de Preços............ 31
Análise do Inciso IX do Artigo 7º – Mercadoria Imprópria para Consumo.......................33
Dos Crimes Previstos no Código de Defesa do Consumidor – Lei n. 8.078/1990 de 11
de Setembro de 1990.................................................................................................... 37
Introdução..................................................................................................................... 37
Dos Crimes em Espécie Previstos no CDC. . ....................................................................42

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Análise do Artigo 63 do CDC.........................................................................................42


Análise do Caput do Artigo 64 do CDC.. .........................................................................43
Análise do Parágrafo Único do Artigo 64 do CDC..........................................................44
Análise do Artigo 65 do CDC.........................................................................................45
Análise do Artigo 66 do CDC.........................................................................................46
Análise do Artigo 67 do CDC.......................................................................................... 47
Análise do Artigo 68 do CDC........................................................................................ 48
Análise DO Artigo 69 do CDC. ........................................................................................49
Análise do Artigo 70 do CDC.........................................................................................49
Análise do Artigo 71 do CDC......................................................................................... 50
Análise do Artigo 72 do CDC.......................................................................................... 51
Análise do Artigo 73 do CDC. .........................................................................................52
Análise do Artigo 74 do CDC..........................................................................................53
Análise do Artigo 75 do CDC..........................................................................................53
Análise do Artigo 76 do CDC..........................................................................................54
Análise do Artigo 77 do CDC. .........................................................................................54
Análise do Artigo 79 do CDC..........................................................................................55
Dos Crimes contra a Economia Popular – Lei n. 1.521 de 26 de Dezembro de 1951........56
Análise do Artigo 1º....................................................................................................... 57
Análise do Artigo 2º......................................................................................................59
Análise do Artigo 3º......................................................................................................62
Análise do Artigo 4º......................................................................................................64
Análise do Artigo 5º......................................................................................................65
Análise do Artigo 6º..................................................................................................... 66
Análise do Artigo 7º..................................................................................................... 66
Análise do Artigo 8º......................................................................................................67
Análise do Artigo 10......................................................................................................67

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Da Revogação dos Artigos 12 a 30............................................................................... 69


Mapas Mentais.............................................................................................................. 73
Questões de Concurso................................................................................................... 74
Gabarito........................................................................................................................95
Gabarito Comentado. .................................................................................................... 96
Referências Bibliográficas............................................................................................137

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DOS CRIMES CONTRA AS RELAÇÕES DE CONSUMO (LEI


N. 8.137/1990) – CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR
(LEI N. 8.078/1990) – DOS CRIMES CONTRA A
ECONOMIA POPULAR (LEI N. 1.521/1951)
Apresentação

Olá, meu(minha) caro(a) aluno(a), eu sou Sérgio Bautzer e leciono há 15 anos as leis penais
e processuais penais especiais. Hoje, eu e você estudaremos os crimes contra as relações
de consumo, crimes previstos no CDC e a Lei dos Crimes contra a Economia Popular. Mas,
cuidado desde já, os delitos contra as relações de consumo estão previstas no art. 7º da Lei
n. 8.137/1990. Interessante que o Cespe perguntou na prova da AGU, em 2012, um julgado
do STJ específico sobre assunto, que tratava da necessidade ou não de perícia em produtos
agrotóxicos com prazo de validade vencido. Aqui já dou a primeira dica de estudos: leia o art.
7º da lei dos crimes contra a ordem tributária ao lado do CDC, bem como da Lei n. 1.521/1951,
para que você compare os tipos penais. Sobre os crimes previstos no CDC, você vai verificar
que as formas simples dos delitos são infrações penais de menor potencial ofensivo. Os exa-
minadores já fizeram perguntas sobre as circunstâncias que agravam a pena dos crimes pre-
vistos na Lei n. 8.078/1990, sobre as penas restritivas de direitos e sobre a fixação da fiança,
quando cabível. Minha segunda dica: repare que o CDC pune o crime de não entregar termo de
garantia ao consumidor, enquanto no art. 1º, inc. v, da Lei n. 8.137/1990, há punição da pessoa
que não entrega nota fiscal na operação. Não deixe de estudar a Lei n. 1.521/1951, uma vez
que os crimes de corrente (ou pirâmide) e a agiotagem estão previstos em tal norma. Aliás,
um dos prazos diferenciados de conclusão do inquérito policial está previsto nesta lei, que é
da década de 50, no século passado, que foi tão usada na transição do governo dos militares
para a democracia, quando houve a questão do tabelamento de preços, época em que popula-
res se tornaram “os fiscais do sarney”, em alusão ao presidente da época. Bom, depois desta
breve apresentação, gostaria de dizer que estou à sua disposição no fórum de dúvidas do Gran

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Online, que é o maior, melhor e mais completo curso virtual para concursos públicos do país.
Bons estudos!!!!!!

Indicações Bibliográficas
• Legislação Criminal Especial Comentada. Editora JusPodivm. Autor: Renato Brasileiro
de Lima
• Leis Penais Especiais. Editora JusPodivm. Autores: Rogério Sanches, Ronaldo Batista
Pinto e Renee de Ó Souza;

Introdução

Conforme as lições do professor Renato Brasileiro1, a Constituição Federal prevê expressa-


mente que o Estado deve promover, na forma da lei, a defesa do consumidor (CF, art. 5º, XXXII).
Também dispõe que a ordem econômica está sujeita à observância de diversos princípios,
dentre eles a defesa do consumidor (CF, art. 170, V). É nesse contexto que surge o Código de
Defesa do Consumidor (Lei n. 8.078/1990) como um microssistema jurídico dotado de normas
de Direito Civil, Direito Administrativo, Direito Penal e Processual, com o especial objetivo de
regulamentar as relações de consumo.
Essa relação de consumo, como toda e qualquer relação jurídica, também demanda a
presença de dois sujeitos específicos: de um lado, o consumidor; do outro, o fornecedor. É
equivocado acreditar que os polos dessa relação de consumo sejam ocupados por partes em
situação de homogeneidade, pelo contrário. Diante do poderio econômico dos fornecedores, o
consumidor é invariavelmente deixado em posição hipossuficiente na aludida relação jurídica.
Daí a importância do Código de Defesa do Consumidor.2
Firmada a premissa de que o consumidor encontra-se, invariavelmente, em situação de
vulnerabilidade, faz-se necessária a existência de um microssistema capaz de equilibrar as
relações de consumo, possibilitando ao consumidor o exercício de determinados direitos. Nele

1
LIMA, Renato Brasileiro de. Legislação criminal especial comentada. 8 ed. rev. ampl. e atual. Salvador: Editora JusPodivm,
2020.

2
LIMA, Renato Brasileiro de. Legislação criminal especial comentada. Op. Cit.

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a proteção ao consumidor é projetada em pelo menos três esferas distintas e interligadas:


administrativa, civil e penal.3
Como observa a doutrina, citado por Brasileiro4, “a tutela penal das relações de consumo
é imprescindível, seja pela complexidade das ações cíveis; em virtude do poderio econômico
dos fornecedores; em razão da maciça propaganda veiculada para seduzir o consumidor a não
só adquirir determinado reduto ou serviço, mas também a alterar seu hábito de vida; e, por fim,
devido ao direito do consumidor constituir novidade no cenário legislativo brasileiro”.
Sendo assim, os crimes contra as relações de consumo encontram-se tipificadas em duas
leis penais especiais, a saber: O CDC, Lei n. 8.078/1990, e Lei n. 8.137/1990.

Sujeitos do Crime

Sujeito Ativo: o fornecedor do produto ou do serviço.

CDC, Art. 75. Quem, de qualquer forma, concorrer para os crimes referidos neste código, incide as
penas a esses cominadas na medida de sua culpabilidade, bem como o diretor, administrador ou
gerente da pessoa jurídica que promover, permitir ou por qualquer modo aprovar o fornecimento,
oferta, 6 exposição à venda ou manutenção em depósito de produtos ou a oferta e prestação de
serviços nas condições por ele proibidas.5

A primeira parte do artigo ora comentado constitui uma repetição do disposto no art. 29
do Código Penal (que trata do concurso de pessoas), razão pela qual se torna desnecessária.
Responsabilidade penal do diretor, administrador ou gerente da pessoa jurídica - Para que
se evite a imposição de uma responsabilidade penal objetiva, tem de haver prova de que essas
pessoas agiram com dolo. Tem de haver vínculo entre sua conduta e o resultado.
Não se admite a denúncia genérica.
Sujeito Passivo: pessoa física, pessoa jurídica ou a coletividade dos consumidores (ainda
que indetermináveis).

3
LIMA, Renato Brasileiro de. Legislação criminal especial comentada. Op. Cit.
4
LIMA, Renato Brasileiro de. Legislação criminal especial comentada. Op. Cit.
5
BRASIL. Código de Defesa do Consumidor. Instituído pela Lei n. 8.078 de 11 de setembro de 1990. Brasília, 11
de setembro de 1990; 169º da Independência e 102º da República. Presidente Fernando Collor. Disponível em:
< http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8078.htm>.

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Na doutrina do professor Renato Brasileiro6 temos que, pelo menos em regra, o sujeito
ativo dos crimes contra as relações de consumo previstos no art. 7º da Lei n. 8.137/1990 é o
fornecedor de produtos ou serviços.
Consoante disposto no art. 3º, caput, do CDC, fornecedor é toda pessoa física ou jurídica,
pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desen-
volvem atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação,
exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços.7
Cuida-se, portanto, de crime próprio, porquanto a legislação demanda a presença de certa
qualidade ou condição do agente para a configuração do tipo penal incriminador. Como se
trata, a qualidade de fornecedor, de verdadeira elementar desses crimes, é perfeitamente pos-
sível o concurso de agentes, ainda que o extraneus não ostente esse atributo. Isso porque as
condições e circunstâncias de caráter pessoal não se comunicam, salvo quando elementares
do crime (CP, art. 30).8
Logo, se o extraneus tiver consciência da elementar fornecedor de produtos e serviços,
poderá responder normalmente pela prática dos crimes contra as relações de consumo. Caso
contrário, ou seja, se desconhecer a qualidade de fornecedor do concorrente, não será possí-
vel lhe imputar a prática de um dos crimes previstos no art. 7º da Lei n. 8.137/1990, o que, no
entanto, não afasta sua responsabilização criminal por eventual soldado de reserva previsto no
Código Penal ou em outra lei especial.9
Noutro giro, o sujeito passivo dos crimes contra as relações de consumo é a coletividade
de consumidores, ou seja, o conjunto de pessoas que participa das relações de consumo, en-
globando não apenas pessoas físicas e jurídicas determinadas, mas também a coletividade
de pessoas, ainda que indetermináveis, que tenham intervindo nas relações de consumo (CDC,
art. 2º, parágrafo único). A luz do art. 29 do CDC, a coletividade de consumidores também
abrange todas as pessoas determináveis ou não, expostas às práticas comerciais criminaliza-
das no art. 7º da Lei n. 8.137/1990 ³.

6
LIMA, Renato Brasileiro de. Legislação criminal especial comentada. Op. Cit.
7
LIMA, Renato Brasileiro de. Legislação criminal especial comentada. Op. Cit.
8
LIMA, Renato Brasileiro de. Legislação criminal especial comentada. Op. Cit.
9
LIMA, Renato Brasileiro de. Legislação criminal especial comentada. Op. Cit.

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Elemento Subjetivo

Regra geral: crimes dolosos.


Exceção: crimes culposos previsto nos arts. 63, § 2º, e 66, § 2º, do CDC:

Art. 63. Omitir dizeres ou sinais ostensivos sobre a nocividade ou periculosidade de produtos, nas
embalagens, nos invólucros, recipientes ou publicidade:
(...)
§ 2º Se o crime é culposo:
Pena – Detenção de um a seis meses ou multa.10
Art. 66. Fazer afirmação falsa ou enganosa, ou omitir informação relevante sobre a natureza, carac-
terística, qualidade, quantidade, segurança, desempenho, durabilidade, preço ou garantia de produ-
tos ou serviços:
(...)
§ 2º Se o crime é culposo;
Pena – Detenção de um a seis meses ou multa.11

Pena e Competência dos Juizados Especiais Criminais

Todos os crimes do CDC são crimes de menor potencial ofensivo, possuindo pena máxima
cominada de até 2 anos, sendo todos da competência dos Juizados Especiais Criminais e sen-
do possível a aplicação dos institutos despenalizadores próprios da Lei dos Juizados (compo-
sição dos danos civis, transação penal e suspensão condicional do processo).

Ação Penal

A ação pena será pública incondicionada para todos os crimes contra as relações de con-
sumo.
Assistentes do Parquet

Esse tema é bastante cobrado, tendo em vista o regramento ser diferente do CPP. Aqui se
permite um assistente da acusação além do ofendido. O PROCON, por exemplo, pode entrar
como assistente.

10
BRASIL. Código de Defesa do Consumidor. Op. Cit.
11
BRASIL. Código de Defesa do Consumidor. Op. Cit.

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Ademais, o legislador permitiu às pessoas, a que faz menção nos artigos do CDC a seguir,
a propositura da ação penal privada subsidiária da pública:

Art. 80. No processo penal atinente aos crimes previstos neste código, bem como a outros crimes e
contravenções que envolvam relações de consumo, poderão intervir, como assistentes do Ministé-
rio Público, os legitimados indicados no art. 82, inciso III e IV, aos quais também é facultado propor
ação penal subsidiária, se a denúncia não for oferecida no prazo legal.12
Art. 82. Para os fins do art. 81, parágrafo único, são legitimados concorrentemente
I – o Ministério Público,
II – a União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal;
III – as entidades e órgãos da Administração Pública, direta ou indireta, ainda que sem personalidade
jurídica, especificamente destinados à defesa dos interesses e direitos protegidos por este código;
IV – as associações legalmente constituídas há pelo menos um ano e que incluam entre seus fins
institucionais a defesa dos interesses e direitos protegidos por este código, dispensada a autoriza-
ção assemblear.
§ 1º O requisito da pré-constituição pode ser dispensado pelo juiz, nas ações previstas nos arts. 91
e seguintes, quando haja manifesto interesse social evidenciado pela dimensão ou característica do
dano, ou pela relevância do bem jurídico a ser protegido.13

Dos Crimes Previstos no Artigo 7º da Lei n. 8137/1990 – Crimes con-


tra as Relações de Consumo – Lei n. 8.137 de 27 de dezembro de 1990

Art. 7º Constitui CRIME CONTRA AS RELAÇÕES DE CONSUMO:


I – favorecer ou preferir, sem justa causa, comprador ou freguês, ressalvados os sistemas de entre-
ga ao consumo por intermédio de distribuidores ou revendedores;
II – vender ou expor à venda mercadoria cuja embalagem, tipo, especificação, peso ou composição
esteja em desacordo com as prescrições legais, ou que não corresponda à respectiva classificação
oficial;
III – misturar gêneros e mercadorias de espécies diferentes, para vendê-los ou expô-los à venda
como puros; misturar gêneros e mercadorias de qualidades desiguais para vendê-los ou expô-los à
venda por preço estabelecido para os demais mais alto custo;
IV – fraudar preços por meio de:
a) alteração, sem modificação essencial ou de qualidade, de elementos tais como denominação,
sinal externo, marca, embalagem, especificação técnica, descrição, volume, peso, pintura ou acaba-
mento de bem ou serviço;
b) divisão em partes de bem ou serviço, habitualmente oferecido à venda em conjunto;
c) junção de bens ou serviços, comumente oferecidos à venda em separado;
d) aviso de inclusão de insumo não empregado na produção do bem ou na prestação dos serviços;

12
BRASIL. Código de Defesa do Consumidor. Op. Cit.
13
BRASIL. Código de Defesa do Consumidor. Op. Cit.

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V – elevar o valor cobrado nas vendas a prazo de bens ou serviços, mediante a exigência de comis-
são ou de taxa de juros ilegais;
VI – sonegar insumos ou bens, recusando-se a vendê-los a quem pretenda comprá-los nas condi-
ções publicamente ofertadas, ou retê-los para o fim de especulação;
VII – induzir o consumidor ou usuário a erro, por via de indicação ou afirmação falsa ou enganosa
sobre a natureza, qualidade do bem ou serviço, utilizando-se de qualquer meio, inclusive a veicula-
ção ou divulgação publicitária;
VIII – destruir, inutilizar ou danificar matéria-prima ou mercadoria, com o fim de provocar alta de
preço, em proveito próprio ou de terceiros;
IX – vender, ter em depósito para vender ou expor à venda ou, de qualquer forma, entregar matéria-
-prima ou mercadoria, em condições impróprias ao consumo;
Pena – detenção, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, ou multa.
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II, III e IX pune-se a modalidade culposa, reduzindo-se a
pena e a detenção de 1/3 ou a de multa de 1/5.5

Análise do Inciso I do Artigo 7º


Art. 7º Constitui CRIME CONTRA AS RELAÇÕES DE CONSUMO:
I – favorecer ou preferir, sem justa causa, comprador ou freguês, ressalvados os sistemas de entre-
ga ao consumo por intermédio de distribuidores ou revendedores;14

O primeiro crime contra os interesses econômicos dos consumidores definido pelo art.
7º da Lei n. 8.137/1990 consiste em favorecer ou preferir, sem justa causa, comprador ou
freguês, ressalvados os sistemas de entrega ao consumo por intermédio de distribuidores ou
revendedores. O legislador visa coibir eventual tratamento discriminatório em detrimento de
certos consumidores.
Vejamos decisão do STJ:

RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. CRIME CONTRA AS RELAÇÕES DE CON-


SUMO. TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL. INÉPCIA DA DENÚNCIA. AUSÊNCIA DE JUSTA
CAUSA. ELEMENTOS INDICIÁRIOS SUFICIENTES. RECURSO IMPROVIDO.
1. O trancamento da ação penal na via estreita do habeas corpus somente é possível, em
caráter excepcional, quando se comprovar, de plano, a inépcia da denúncia, a atipicidade
da conduta, a incidência de causa de extinção da punibilidade ou a ausência de indícios
de autoria ou de prova da materialidade do delito.

14
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2. Os argumentos defensivos em favor do trancamento da ação penal não podem ser


acolhidos sem prévio e aprofundado exame do conjunto probatório carreado aos autos, o
que não é possível na via eleita, cujo estreito limite cognitivo desautoriza o exame vertica-
lizado dos fatos e das provas. Presentes elementos suficientes de indicação da autoria
e prova da materialidade, não há que se falar em trancamento da ação penal por falta de
justa causa nem em inépcia da inicial acusatória que descreve adequadamente os fatos
e suas circunstâncias.
3. Recurso ordinário improvido.15

Bem Jurídico Tutelado

Conforme Rogério Sanches Cunha, são os interesses patrimoniais e sociais do consumi-


dor, em geral, visto desde uma perspectiva coletiva, de titularidade difusa, ainda que, em um ou
outro caso, como se verá, tutelem, também, bens de natureza patrimonial individual do consu-
midor. Indiretamente, podem os crimes proteger a vida, a saúde, o patrimônio ou o mercado.

Sujeitos do Delito

O sujeito ativo é o fornecedor. Trata-se, pois, de delito especial, uma vez que exige para a
sua caracterização essa determinada qualidade, ainda que não seja compreendida desde uma
perspectiva formal, mas sim funcional, no sentido de que é fornecedor aquele que efetivamen-
te realiza tal atividade, nos termos do art. 3º, caput, do CDC.
O sujeito passivo do crime é o consumidor, compreendido desde uma perspectiva coletiva
ou difusa, ainda que, em determinadas hipóteses possa, também, ser um consumidor indivi-
dual.16

Tipo Objetivo

15
BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. RHC 121.239/SP, Rel. Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA, QUINTA
TURMA, julgado em 18/02/2020, DJe 28/02/2020. Disponível em: < https://scon.stj.jus.br/SCON/jurispruden-
cia/doc.jsp>.
16
CUNHA, Rogério Sanches. Leis penais especiais: comentadas. Op. Cit.

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O art. 2º, inciso II, da Lei n. 1.521/1951, possui a seguinte redação:

Art. 2º. São crimes desta natureza:


(...)
II – favorecer ou preferir comprador ou freguês em detrimento de outro, ressalvados os sistemas de
entrega ao consumo por intermédio de distribuidores ou revendedores;17

Comparando-se a redação desse dispositivo legal com o tipo penal do inciso I do art. 7º
da Lei n. 8.137/1990, é de rigor a conclusão no sentido de que este último tem conteúdo mais
amplo, abrangendo aquela conduta.
Logo, por se tratar de norma posterior que regulamentou integralmente a matéria, conclui-
-se que o art. 7º, inciso I, da Lei n. 8.137/1990, causou a revogação tácita do art. 2º, II, da Lei
n. 1.521/1951, nos exatos termos do art. 2º, § 1 °, da Lei de Introdução às Normas do Direito
Brasileiro.
O tipo penal sob comento faz uso de dois verbos:
• favorecer: significa conceder benefícios, regalias a alguém;
• preferir: consiste em designar, escolher, nomear, privilegiar alguém. Os dois verbos nu-
cleares - favorecer/preferir - demonstram que o agente privilegia um comprador ou fre-
guês em detrimento de outro sem justa causa.

A justa causa a que se refere o preceito primário funciona como elemento normativo espe-
cial do tipo e deve ser compreendida como aqueles casos em que o tratamento diferenciado
conferido ao consumidor revela-se adequado às práticas comerciais.
De um lado, parte da doutrina sugere que a expressão justa causa abrange situações como
o fato de se tratar de um consumidor idoso, gestante, portador de deficiência, entre outros
critérios. Com base nesse raciocínio, na eventualidade de o fornecedor conferir um tratamento
diferenciado a um determinado consumidor pelo fato de se tratar, por exemplo, de um idoso,
a conduta seria atípica, porque, in casu, haveria justa causa legitimando esse tratamento dife-
renciado.

17
BRASIL. Lei dos Crimes Contra a Economia Popular. Instituída pela Lei n. 1.521 de 26 de dezembro de 1951.
Rio de Janeiro, 26 de dezembro de 1951; 130º da Independência e 63º da República. Presidente Getúlio Vargas.
Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l1521.htm>.

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Lei n. 8.078/1990 e Lei n. 1.521/1951
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Com a devida vênia, prefiro concluir que a justificante de eventuais privilégios ou favoreci-
mentos deve ficar restrita àqueles casos em que a conduta do fornecedor tenha idoneidade
para atingir os interesses econômicos dos outros consumidores.
Por mais repulsivo que seja o tratamento discriminatório conferido ao idoso ou a outras
pessoas em situação de vulnerabilidade, não se pode perder de vista que o delito do art.7º,
inciso I, da Lei n. 8.137/1990, é espécie de crime contra a ordem econômico-financeira.
Logo, é intuitivo que sua aplicação há de ficar restrita àqueles casos em que houver algum
tipo de tratamento privilegiado a certos consumidores, com idoneidade para afetar os interes-
ses econômicos de outros consumidores no mercado varejista. Esse favorecimento indevido
deve ser dado a um comprador ou freguês.
Por comprador se compreende o adquirente de produto ou serviço, em razão de contrato
de compra e venda tácito ou expresso.
Freguês, por sua vez, é a pessoa que adquire mercadorias em um estabelecimento comer-
cial com certa habitualidade. Se as duas expressões eram adequadas por ocasião da entrada
em vigor da Lei que define os crimes contra a economia popular - Lei n. 1.521/1951 -, parece-
-nos tecnicamente indevida a sua utilização no cenário atual, daí por que se revela recomendá-
vel que o comprador e o freguês sejam enquadrados no conceito de consumidor.
Conquanto o legislador não estabeleça expressamente as hipóteses que autorizam even-
tual tratamento diferenciado entre os consumidores, ou seja, a justa causa que teria o condão
de afastar a tipicidade formal do delito, ressalva, em sua parte final, situação que não está
abrangida pela descrição típica, qual seja, o sistema de entrega a consumo por intermédio de
distribuidores ou revendedores.
De acordo com a doutrina, o texto legal refere-se à tradicional prática comercial de diferen-
ciação das operações realizadas no atacado e no varejo. Varejo diz respeito ao comércio de
produtos e serviços em pequenas quantidades, diretamente ao consumidor final. Atacado, por
sua vez, consiste na comercialização feita em grandes quantidades, geralmente com preços
mais baratos, para intermediários que atuam no varejo.
A distinção da natureza das operações realizadas no atacado e no varejo acaba justifi-
cando o tratamento diferenciado, sem que se possa objetar eventual violação aos interesses

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econômicos do consumidor. Deveras, se o fornecedor de determinado produto ou serviço atua


somente no atacado, limitando suas operações comerciais a intermediários e revendedores,
fornecendo-lhes produtos e serviços com um preço menor, porém em quantidade maior, não
se pode lhes imputar o crime do inciso I do art. 7º se acaso se negarem a atender o consumi-
dor final.
Por isso, o ideal é concluir que o crime sob comento visa à preservação dos interesses
econômicos dos consumidores através da igualdade de tratamento entre consumidores no
mercado varejista.

Tipo Subjetivo

A conduta é punida exclusivamente a título doloso. Eventual erro quanto à presença da


justa causa deve ser tratado como erro de tipo. Deveras, por mais que a expressão justa causa
geralmente esteja relacionada à ilicitude, funciona, especificamente no caso do art. 7º, inciso
I, da Lei n. 8.137/1990, como uma elementar do tipo.
Por consequência, a presença de justa causa para a concessão de privilégios a determina-
do consumidor exclui a tipicidade, e não a ilicitude.
Não se admite a punição da modalidade culposa. Por isso, eventual erro de tipo, ainda que
vencível, acarreta a atipicidade da conduta, nos termos do art. 20, caput, do Código Penal.

Consumação e Tentativa

A consumação do delito não demanda a produção de nenhum resultado lesivo, nem tam-
pouco a demonstração de perigo concreto. Trata-se, pois, de crime de perigo abstrato. Por
consequência, pelo menos para fins de consumação do delito, basta que seja demonstrado
que o fornecedor favoreceu ou preferiu certo consumidor em detrimento de outros, indepen-
dentemente de eventual prejuízo econômico decorrente da conduta discriminatória.
O verbo preferir traz consigo a ideia de crime unissubsistente, já que tal conduta não pode
ser fracionada. Ora, se o agente ainda não praticou nenhum ato concreto demonstrando tal
preferência, ainda se encontra na fase da cogitação, daí por que sua conduta deve ser conside-
rada como um comportamento impunível.

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Nesse caso, revela-se inadmissível a caracterização da tentativa. Especificamente quanto


ao verbo favorecer, seria, em tese, possível, a tentativa, já que se trata de conduta que pode
ser fracionada em vários atos. Ocorre que o agente que tenta favorecer já manifestou, ante-
riormente, preferência por determinado consumidor, o que, por si só, nos leva à modalidade
consumada do delito, porém com base no verbo preferir.

Classificação Doutrinária

O delito do inciso Ido art. 7º da Lei n. 8.137/1990 pode ser classificado da seguinte forma:
• crime próprio: o sujeito ativo deve ser fornecedor de produtos e serviços;
• crime de mera conduta: consuma-se com a realização do comportamento descrito no
tipo penal, sem que haja necessidade de se constatar a ocorrência de resultado de dano
ou de perigo concreto;
• crime de perigo abstrato: há uma presunção relativa de que a prática de favorecer ou
preferir, sem justa causa, comprador ou freguês, representa um risco ao bem jurídico
tutelado, sendo desnecessária, portanto, a comprovação no caso concreto de que a con-
duta do agente tenha efetivamente produzido a situação de perigo que o tipo penal visa
evitar;
• crime instantâneo: configura-se com a exteriorização da preferência ou do privilégio
concedido, sem justa causa, a consumidor no mercado varejista;
• crime unissubjetivo: pode ser praticado por um único indivíduo, sem prejuízo de eventu-
al concurso de agentes.

Análise do Inciso II do Artigo 7º - Mercadoria com Especificações


Incorretas
Art. 7º Constitui crime contra as relações de consumo:
(...)
II – vender ou expor à venda mercadoria cuja embalagem, tipo, especificação, peso ou composição
esteja em desacordo com as prescrições legais, ou que não corresponda à respectiva classificação
oficial;18

18
BRASIL. Lei n. 8.137 de 27 de dezembro de 1990. Op. Cit.

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O tipo penal do art. 7º, inciso II, da Lei n. 8.137/1990, visa coibir práticas que possam levar
o consumidor a erro, seja em virtude da venda ou exposição à venda de mercadoria em desa-
cordo com as prescrições legais, seja pelo fato de não corresponder à respectiva classificação
oficial.

Bem Jurídico Tutelado

Conforme Rogério Sanches Cunha, são os interesses patrimoniais e sociais do consumi-


dor, em geral, visto desde uma perspectiva coletiva, de titularidade difusa, ainda que, em um ou
outro caso, como se verá, tutelem, também, bens de natureza patrimonial individual do consu-
midor. Indiretamente, podem os crimes proteger a vida, a saúde, o patrimônio ou o mercado.

Sujeitos do Delito

O sujeito ativo é o fornecedor. Trata-se, pois, de delito especial, uma vez que exige para a
sua caracterização essa determinada qualidade, ainda que não seja compreendida desde uma
perspectiva formal, mas sim funcional, no sentido de que é fornecedor aquele que efetivamen-
te realiza tal atividade, nos termos do art. 3º, caput, do CDC.
O sujeito passivo do crime é o consumidor, compreendido desde uma perspectiva coletiva
ou difusa, ainda que, em determinadas hipóteses possa, também, ser um consumidor indivi-
dual.19

Tipo Objetivo

O inciso II do art. 7º contempla os seguintes verbos nucleares:


• vender: consiste em fornecer, comercializar, negociar, alienar onerosamente;
• expor à venda: significa pôr à vista, mostrar, apresentar, oferecer, exibir para a venda.

Objeto Material

19
CUNHA, Rogério Sanches. Leis penais especiais: comentadas. Op. Cit.

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O objeto material dessa venda ou exposição à venda é a mercadoria, a ser compreendida


como o produto que se compra ou que se vende, ou que se produz para troca, e não para uso
ou consumo do produtor.
As demais elementares desse dispositivo podem ser conceituadas no seguinte sentido:
• embalagem: constitui o invólucro, recipiente ou qualquer forma de acondicionamento,
removível ou não, destinada a cobrir,
• empacotar, envasar, proteger ou manter, especificamente ou não, as mercadorias;
• tipo: significa a espécie, ou o exemplar de qualquer coisa que, estabelecido ou insti-
tuído dentro de uma regular padronização, serve de modelo para classificar as coisas
da mesma natureza, enfim, o tipo estabelece a qualidade, o formato, bem como outras
condições para classificar determinada mercadoria;
• especificação: é a individualização das coisas de acordo com as suas espécies;
• peso: é uma grandeza utilizada para medir, no âmbito das relações de consumo, a quan-
tidade das coisas, através de unidades como grama, quilograma, tonelada etc.;
• composição: consiste nas substâncias ou elementos que integram uma mercadoria.

Norma Penal em Branco

O crime do inciso II do art. 7º da Lei n. 8.137/1990 funciona como espécie de norma penal
em branco, já que o tipo penal incriminador demanda dupla complementação.
De fato, a venda ou exposição à venda de mercadoria deve ocorrer em desacordo com as
prescrições legais ou não correspondendo à respectiva classificação oficial.
Diversas mercadorias só podem ser colocadas no mercado de consumo se observada a
regulamentação de órgãos oficiais de controle, como, por exemplo, a Associação Brasileira de
Normas Técnicas -ABNT -, ou outras entidades credenciadas pelo Conselho Nacional de Metro-
logia, Normalização e Qualidade Industrial - CONMETRO. As normas editadas por esses órgãos
devem ser utilizadas como complemento do tipo penal para fins de caracterização do crime.
Com a entrada em vigor do art. 7º, inciso II, da Lei n. 8.137/1990, operou-se a revogação
tácita do crime contra a economia popular previsto no inciso III do art. 2º da Lei n. 1.521/1951
(“Expor à venda ou vender mercadoria ou produto alimentício, cujo fabrico haja desatendido

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a determinações oficiais, quanto ao peso e composição”). Afinal, norma posterior cuidou inte-
gralmente da matéria regulamentada por dispositivo legal anterior (Decreto-Lei n. 4.657/1942,
art. 2º, § 1º, in fine).

Conflito Aparente de Normas

Há um conflito aparente de normas entre o art. 7º, inciso II, da Lei n. 8.137/1990, e o art.
276 do Código Penal, que tipifica o delito de produto ou substância nas condições dos dois
artigos anteriores nos seguintes termos:

Art. 276 Vender, expor à venda, ter em depósito para vender ou, de qualquer forma, entregar a con-
sumo produto nas condições dos arts. 274 e 275.
Pena – reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa. (Redação dada pela Lei n. 9.677, de 2.7.1998)20

O conflito está presente em relação à venda ou exposição à venda de produto nas condi-
ções do art. 275 do CP (“Inculcar, em invólucro ou recipiente de produtos alimentícios, terapêu-
ticos ou medicinais, a existência de substância que não se encontra em seu conteúdo ou que
nele existe em quantidade menor que a mencionada”).
Deveras, a conduta de vender ou expor à venda produtos alimentícios, terapêuti-
cos ou medicinais - arts. 276 e 275 do CP - pode ser compreendida como espécie do gê-
nero mercadoria - art. 7º,inciso II, da Lei n. 8.137/1990 -, ao passo que inculcar, em invólu-
cro ou recipiente de produtos, a existência de substância que não se encontra em seu
conteúdo ou que nele existe em quantidade menor que a mencionada - art. 276 do CP
- encontra-se abrangida na expressão embalagem, especificação, peso ou composição em
desacordo com as prescrições legais a que se refere o inciso II do art. 7º da Lei n. 8.137/1990.
Nesse caso, o conflito aparente deve ser solucionado com base no princípio da especiali-
dade, levando-se em consideração que o art. 276 funciona como norma especial em relação
ao art. 7º, II, da Lei n. 8.137/1990, porquanto especifica a natureza dos produtos - alimentícios,
terapêuticos e medicinais -assim como a modalidade concreta de infração das prescrições
legais para a proteção da saúde pública.
20
BRASIL. Código Penal. Instituído pelo Decreto-Lei n. 2.848 de 07 de dezembro de 1940. Rio de Janeiro, 7 de
dezembro de 1940; 119º da Independência e 52º da República. Presidente Getúlio Vargas. Disponível em: <
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del2848compilado.htm>.

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Por conseguinte, por mais que o crime contra a ordem econômica descreva condutas mais
abrangentes, a especificidade da proteção ao bem jurídico “saúde pública” constante do art.
276 do Código Penal deve tornar sua aplicação prioritária em relação àquele dispositivo legal.

Tipo Subjetivo

Para que o agente seja punido pela conduta delituosa na modalidade dolosa, é indispen-
sável a demonstração de que tinha consciência de que fazia a venda ou exposição à venda de
mercadoria em desacordo com as prescrições legais, ou não correspondendo à classificação
oficial.
Eventual erro quanto às prescrições legais ou quanto à classificação oficial, se invencível,
afasta o dolo e a culpa; se vencível, o agente poderá ser punido pela modalidade culposa, tal
qual previsto no art. 7º, parágrafo único, da Lei n. 8.137/1990, reduzindo-se a pena de detenção
de 1/3 (um terço) ou a de multa à quinta parte.

Consumação e Tentativa

O delito consuma-se com a venda ou com a exposição à venda, que logicamente se consu-
ma em momento anterior àquele da venda. O verbo vender pode ser fracionado - crime pluris-
subsistente -, do que se conclui que admite a tentativa.
No entanto, só se pode cogitar em venda tentada se não tiver havido anterior exposição
à venda, hipótese em que o delito já estaria consumado com base na conduta expor à venda.
Por fim, expor à venda é espécie de crime unissubsistente. Portanto, não admite o conatus.

Classificação Doutrinária

O crime do art. 7º, inciso II, da Lei n. 8.137/1990, pode ser classificado da seguinte forma:
• crime próprio;
• crime de mera conduta;
• crime de perigo abstrato;

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• crime unissubjetivo;
• crime plurissubsistente, em relação ao verbo vender, e unissubsistente, quanto à moda-
lidade expor à venda.

Análise do Inciso III do Artigo 7º – Mistura de Mercadorias Diferentes


Art. 7º Constitui crime contra as relações de consumo:
(...)
III – misturar gêneros e mercadorias de espécies diferentes, para vendê-los ou expô-los à venda
como puros; misturar gêneros e mercadorias de qualidades desiguais para vendê-los ou expô-los à
venda por preço estabelecido para os demais mais alto custo;21

Bem Jurídico Tutelado

À semelhança dos incisos anteriores, o presente tipo penal também visa tutelar os interes-
ses econômicos dos consumidores, tentando coibir a prática relativamente comum de fraudar
a composição de produtos por meio da mistura de mercadorias diferentes.

Sujeitos do Delito

O sujeito ativo é o fornecedor. Trata-se, pois, de delito especial, uma vez que exige para a
sua caracterização essa determinada qualidade, ainda que não seja compreendida desde uma
perspectiva formal, mas sim funcional, no sentido de que é fornecedor aquele que efetivamen-
te realiza tal atividade, nos termos do art. 3º, caput, do CDC.
O sujeito passivo do crime é o consumidor, compreendido desde uma perspectiva coletiva
ou difusa, ainda que, em determinadas hipóteses possa, também, ser um consumidor indivi-
dual.22

Tipo Objetivo

Por se tratar de norma posterior que regulamentou integralmente a matéria tratada por lei
anterior, é de rigor a conclusão no sentido de que o art. 7º, inciso III, da Lei n. 8.137/1990, re-

21
BRASIL. Lei n. 8.137 de 27 de dezembro de 1990. Op. Cit.
22
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vogou tacitamente o crime contra a economia popular do art. 2º, inciso V, da Lei n. 1.521/1951
(“Misturar gêneros e mercadorias de espécies diferentes, expô-los à venda ou vendê-los como
puros; misturar gêneros e mercadorias de qualidades desiguais para expô-los à venda ou ven-
dê-lo por preço marcado para os de maior custo”).
O comportamento incriminado é descrito pelo verbo misturar, que significa mesclar, emba-
ralhar, confundir, juntar com coisas diferentes. A conduta deve recair sobre gêneros e mercado-
rias de espécies diferentes ou sobre gêneros e mercadorias de qualidades desiguais.

Tipo subjetivo

Para além do dolo genérico de misturar gêneros e mercadorias, sabendo que são de es-
pécies diferentes ou de qualidades desiguais, a configuração do crime também depende da
presença de um especial fim de agir, consubstanciado nas expressões “para vendê-los ou ex-
pô-los à venda como puros” e “para vendê-los ou expô-los à venda por preço estabelecido para
os de maior custo”.
Aliás, é exatamente desse dolo específico que sobressai o desvalor do injusto, porquanto
revela o intuito do fornecedor de ludibriar o consumidor, que tem seus interesses econômicos
lesados pelo fato de adquirir uma mercadoria como se fosse pura, quando, na verdade, resulta
da mistura de espécies diferentes ou de qualidades desiguais.
O parágrafo único do art. 7º da Lei n. 8.137/1990 deixa claro que o crime do inciso III do
art. 7º da Lei n. 8.137/1990 também pode ser punido na modalidade culposa. Sem embargo
de haver previsão legal de punição da modalidade culposa, parece-nos inviável o seu reconhe-
cimento. Explica-se: é no mínimo contraditório - para não dizer absurdo - o fato de o legislador
autorizar a punição de determinada conduta na modalidade culposa se tal crime exige a pre-
sença de um dolo específico (especial fim de agir).
Em outras palavras, como se pode admitir o reconhecimento de uma conduta culposa,
resultantes da inobservância do dever objetivo de cuidado - imprudência, negligência ou impe-
rícia -, se a própria lei exige que o agente tenha agido de maneira intencional? Por conseguinte,
o ideal é não admitir a punição do delito na modalidade culposa.

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Consumação e Tentativa

Consuma-se o delito com a mistura fraudulenta, pouco importando se houve efetivo preju-
ízo a consumidores determinados. Logicamente, é necessário aferir a idoneidade da conduta
do agente para atentar contra o bem jurídico tutelado - interesses econômicos dos consu-
midores -, assim como o especial fim de agir de obtenção de vantagem ilícita decorrente da
cobrança de preço mais elevado para mercadoria que resulta da mistura de espécies diversas.
Como se trata de crime plurissubsistente, é perfeitamente possível a configuração da ten-
tativa.

Classificação Doutrinária

O crime do inciso III do art. 7º da Lei n. 8.137/1990 pode ser classificado da seguinte forma:
• crime próprio;
• crime de mera conduta;
• crime de perigo abstrato;
• crime unissubjetivo;
• crime plurissubsistente: o verbo misturar pode ser fracionado em atos diversos.

Análise do Inciso IV Do ARTIGO 7º – Fraude de Preços ao Consumidor


Art. 7º Constitui crime contra as relações de consumo:
(...)
IV – fraudar preços por meio de:
a) alteração, sem modificação essencial ou de qualidade, de elementos tais como denominação,
sinal externo, marca, embalagem, especificação técnica, descrição, volume, peso, pintura ou acaba-
mento de bem ou serviço;
b) divisão em partes de bem ou serviço, habitualmente oferecido à venda em conjunto;
c) junção de bens ou serviços, comumente oferecidos à venda em separado;
d) aviso de inclusão de insumo não empregado na produção do bem ou na prestação dos serviços;

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A norma incriminadora do art. 7º, inciso IV, da Lei n. 8.137/1990, também visa tutelar os
interesses econômicos dos consumidores, coibindo a defraudação de preços de produtos e
serviços.

Sujeitos do Delito

O sujeito ativo é o fornecedor. Trata-se, pois, de delito especial, uma vez que exige para a
sua caracterização essa determinada qualidade, ainda que não seja compreendida desde uma
perspectiva formal, mas sim funcional, no sentido de que é fornecedor aquele que efetivamen-
te realiza tal atividade, nos termos do art. 3º, caput, do CDC.
O sujeito passivo do crime é o consumidor, compreendido desde uma perspectiva coletiva
ou difusa, ainda que, em determinadas hipóteses possa, também, ser um consumidor indivi-
dual.23

Tipo Objetivo

O verbo núcleo do inciso IV é fraudar, que consiste em enganar, lesar, utilizar algum artifício
para enganar o consumidor. Esta fraude deve recair sobre o preço, que consiste no valor pecu-
niário atribuído ao produto ou serviço.
Enfim, o delito resta caracterizado quando o fornecedor, por meio de uma das condutas
listadas nas alíneas do inciso IV, logra êxito em empregar algum tipo de fraude capaz de reper-
cutir sobre os preços do produto ou do serviço, causando prejuízo aos interesses econômicos
dos consumidores.

Tipo Subjetivo

O delito é punido exclusivamente a título de dolo. Não se admite a punição da modalidade


culposa.

Consumação e Tentativa

23
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O delito estará consumado quando os produtos ou serviços forem ofertados no mercado


de consumo com o preço fraudado, por meio de uma das condutas taxativamente descritas
nas alíneas do inciso IV do art. 7º, sem que haja necessidade de se constatar a obtenção de
qualquer vantagem econômica pelo fornecedor, nem tampouco a ocorrência de prejuízo con-
creto para determinado consumidor. Afinal, cuida-se de crime de perigo abstrato.
Pelo menos em tese, admite-se a tentativa.

Classificação Doutrinária

Trata-se de crime próprio, de mera conduta e de perigo abstrato.

Análise do Inciso V do Artigo 7º – Cobrança Indevida de Taxas ou


Juros
Art. 7º Constitui crime contra as relações de consumo:
(...)
V – elevar o valor cobrado nas vendas a prazo de bens ou serviços, mediante a exigência de comis-
são ou de taxa de juros ilegais;24

Bem Jurídico Tutelado

O tipo penal do inciso V do art. 7º da Lei n. 8.137/1990 também visa à proteção dos inte-
resses econômicos dos consumidores, com especial ênfase no combate à elevação do valor
cobrado nas vendas a prazo de bens ou serviços, por meio da exigência de comissão ou de
taxa de juros ilegais.

Sujeitos do Crime

O sujeito ativo é o fornecedor. Trata-se, pois, de delito especial, uma vez que exige para a
sua caracterização essa determinada qualidade, ainda que não seja compreendida desde uma
perspectiva formal, mas sim funcional, no sentido de que é fornecedor aquele que efetivamen-
te realiza tal atividade, nos termos do art. 3º, caput, do CDC.

24
BRASIL. Lei n. 8.137 de 27 de dezembro de 1990. Op. Cit.

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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Lei n. 8.078/1990 e Lei n. 1.521/1951
Sérgio Ronaldo Sace Bautzer dos Santos Filho

O sujeito passivo do crime é o consumidor, compreendido desde uma perspectiva coletiva


ou difusa, ainda que, em determinadas hipóteses possa, também, ser um consumidor indivi-
dual.25

Tipo Objetivo

Elevar consiste em aumentar, incrementar, fazer subir. A conduta incriminada consiste em


elevar o valor cobrado nas vendas a prazo de bens ou serviços, mediante a exigência de comis-
são ou de taxa de juros ilegais.
Venda a prazo pode ser compreendida como a alienação de um bem ou a contratação de
prestação de serviços por dinheiro, cujo valor, porém, não é integralmente recebido de imedia-
to, no ato da alienação do bem ou na prestação do serviço.
Cuida-se, pois, da comercialização de um produto ou serviço mediante o pagamento den-
tro de um determinado lapso temporal, devidamente convencionado pelas partes.

Tipo Subjetivo

O delito é punido exclusivamente a título doloso. Eventual erro quanto à legalidade na co-
brança de comissões e juros caracteriza erro de tipo. Seja ele vencível, seja ele invencível, a
conduta será atípica, porquanto não se admite a punição dessa conduta na modalidade culpo-
sa.

Consumação e Tentativa

O crime consuma-se no exato momento em que ocorre a elevação do valor cobrado nas
vendas a prazo de bens ou serviços.
Como se trata de crime plurissubsistente, não se pode descartar a possibilidade de con-
figuração da tentativa, que pode ocorrer, por exemplo, nas hipóteses em que a exigência de
comissão ou taxa de juros ilegais nas vendas a prazo é feita por escrito, com a interrupção da
conduta do agente antes que o anúncio chegue ao conhecimento de algum consumidor.

Classificação Doutrinária
25
CUNHA, Rogério Sanches. Leis penais especiais: comentadas. Op. Cit.

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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Lei n. 8.078/1990 e Lei n. 1.521/1951
Sérgio Ronaldo Sace Bautzer dos Santos Filho

Trata-se de crime próprio, de mera conduta e de perigo abstrato.

Análise do Inciso VI do Artigo 7º – Recusa de Venda para Fins de


Especulação
Art. 7º Constitui crime contra as relações de consumo:
(...)
VI – sonegar insumos ou bens, recusando-se a vendê-los a quem pretenda comprá-los nas condi-
ções publicamente ofertadas, ou retê-los para o fim de especulação;26

Bem Jurídico Tutelado

A conduta delituosa do inciso VI, do art. 7º atenta contra os interesses econômicos dos
consumidores e visa coibir a adoção de práticas ilegais destinadas a produzir o aumento dos
preços de insumos ou bens.

Sujeitos do Crime

O sujeito ativo é o fornecedor. Trata-se, pois, de delito especial, uma vez que exige para a
sua caracterização essa determinada qualidade, ainda que não seja compreendida desde uma
perspectiva formal, mas sim funcional, no sentido de que é fornecedor aquele que efetivamen-
te realiza tal atividade, nos termos do art. 3º, caput, do CDC.
O sujeito passivo do crime é o consumidor, compreendido desde uma perspectiva coletiva
ou difusa, ainda que, em determinadas hipóteses possa, também, ser um consumidor indivi-
dual.27

Tipo Objetivo

São 2 (dois) os verbos utilizados no inciso VI:


sonegar: tem o sentido de ocultar, encobrir, esconder;
reter: consiste em segurar, ter firme, preservar o poder ou a posse de algo. O objeto ma-
terial sobre o qual recai a conduta são os insumos, ou seja, a matéria-prima, os componentes
26
BRASIL. Lei n. 8.137 de 27 de dezembro de 1990. Op. Cit.
27
CUNHA, Rogério Sanches. Leis penais especiais: comentadas. Op. Cit.

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ou qualquer tipo de elemento utilizado na produção, ou preparação de produto ou serviço, ou


bens, termo este que pode ser compreendido como sinônimo de produto, conceituado pelo
CDC como qualquer bem móvel ou imóvel, material ou imaterial (art. 3º, § 1º).

Tipo Subjetivo

Para além do dolo genérico, caracterizado pela consciência e vontade de sonegar insumos
ou bens, recusando-se a vendê-los a quem pretenda comprá-los nas condições publicamente
ofertadas, ou retê-los, também se faz necessária a presença de um especial fim de agir, con-
substanciado na finalidade de especulação, que deve estar presente em ambas as modalida-
des delituosas (sonegação e retenção).

Consumação e Tentativa

Consuma-se o delito com a mera sonegação de insumos ou bens, exatamente no momen-


to em que o agente se recusa a vendê-los aos consumidores que se dispõem a comprá-los
nas condições publicamente ofertadas, ou com a simples retenção, sem que seja necessário
demonstrar a ocorrência de qualquer resultado naturalístico, já que se trata de crime de perigo
abstrato.
Pelo menos em tese, como se trata de conduta plurissubsistente, não se pode descartar a
possibilidade de configuração da tentativa, por mais que, na prática, revele-se extremamente
complicado, sob o ponto de vista probatório, comprovar que o agente teria dado início à exe-
cução do crime.

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Classificação Doutrinária

Trata-se de crime próprio, de mera conduta, de perigo abstrato, unissubjetivo e instantâ-


neo, configurando-se com a mera sonegação ou retenção de insumos ou bens.

Análise do Inciso VII do Artigo 7º – Indução de Consumidor a Erro


Art. 7º Constitui crime contra as relações de consumo:
(...)
VII – induzir o consumidor ou usuário a erro, por via de indicação ou afirmação falsa ou enganosa
sobre a natureza, qualidade do bem ou serviço, utilizando-se de qualquer meio, inclusive a veicula-
ção ou divulgação publicitária;28

Bem Jurídico Tutelado

O tipo penal do inciso VII do art. 7º da Lei n. 8.137/1990 atenta não apenas contra os inte-
resses econômicos dos consumidores, mas também contra o direito à informação, à saúde e
à segurança dos consumidores.

Sujeitos do Crime

O sujeito ativo é o fornecedor. Trata-se, pois, de delito especial, uma vez que exige para a
sua caracterização essa determinada qualidade, ainda que não seja compreendida desde uma
perspectiva formal, mas sim funcional, no sentido de que é fornecedor aquele que efetivamen-
te realiza tal atividade, nos termos do art. 3º, caput, do CDC.
O sujeito passivo do crime é o consumidor, compreendido desde uma perspectiva coletiva
ou difusa, ainda que, em determinadas hipóteses possa, também, ser um consumidor indivi-
dual.29

Tipo Objetivo

Induzir a erro tem o sentido de causar engano, ludibriar, iludir, dar falsa aparência de realida-
de. Para fins de tipificação desse crime, essa fraude deve ser praticada por via de indicação ou
28
BRASIL. Lei n. 8.137 de 27 de dezembro de 1990. Op. Cit.
29
CUNHA, Rogério Sanches. Leis penais especiais: comentadas. Op. Cit.

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afirmação falsa (mentirosa) ou enganosa (ilusória, propositadamente dúbia) sobre a natureza


(espécie, essência) ou a qualidade (atributo, característica) de bem ou serviço.
Esta afirmação falsa ou enganosa pode ser praticada por qualquer meio, até mesmo atra-
vés da veiculação ou divulgação publicitária.

Tipo Subjetivo

A presente norma incriminadora é punida exclusivamente a título de dolo. Não se admite a


punição da modalidade culposa.

Consumação e Tentativa

Como exposto anteriormente, o crime do inciso VII do art. 7º é espécie de crime material.
Consuma-se, pois, quando o consumidor for efetivamente enganado pelas indicações ou afir-
mações falsas do fornecedor, o que pode ser comprovado, a depender do caso concreto, quan-
do efetivada a contratação de determinado serviço ou a aquisição de um produto.
Como é crime plurissubsistente, cabível a tentativa.

Classificação Doutrinária

O crime do inciso VII do art. 7º pode ser classificado da seguinte forma:


• crime próprio;
• crime material: a consumação do delito depende da produção do resultado naturalístico
consubstanciado na indução do consumidor ou usuário a erro;
• crime de dano: o consumidor tem seus interesses econômicos lesados em virtude de
ter sido induzido a erro;
• crime unissubjetivo;
• crime plurissubsistente.

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Análise do Inciso VIII do Artigo 7º – Provocação de Alta Fraudulenta


de Preços

Art. 7º Constitui crime contra as relações de consumo:


(...)
VIII – destruir, inutilizar ou danificar matéria-prima ou mercadoria, com o fim de provocar alta de
preço, em proveito próprio ou de terceiros;30

Bem Jurídico Tutelado

O crime do inciso VIII do art. 7º tutela os interesses econômicos dos consumidores, coibin-
do a prática abusiva de destruir, inutilizar ou danificar matérias-primas ou mercadorias, com o
fim de provocar alta de preço.

Sujeitos do Delito

O sujeito ativo é o fornecedor. Trata-se, pois, de delito especial, uma vez que exige para a
sua caracterização essa determinada qualidade, ainda que não seja compreendida desde uma
perspectiva formal, mas sim funcional, no sentido de que é fornecedor aquele que efetivamen-
te realiza tal atividade, nos termos do art. 3º, caput, do CDC.
O sujeito passivo do crime é o consumidor, compreendido desde uma perspectiva coletiva
ou difusa, ainda que, em determinadas hipóteses possa, também, ser um consumidor indivi-
dual.31

Tipo Objetivo

O art. 7º, inciso VIII, da Lei n. 8.137/1990, regulamentou integralmente a matéria prevista
no art. 3º, inciso I, da Lei n. 1.521/1951:

Art. 3º. São também crimes desta natureza:

30
BRASIL. Lei n. 8.137 de 27 de dezembro de 1990. Op. Cit.
31
CUNHA, Rogério Sanches. Leis penais especiais: comentadas. Op. Cit.

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I – destruir ou inutilizar, intencionalmente e sem autorização legal, com o fim de determinar alta de
preços, em proveito próprio ou de terceiro, matérias-primas ou produtos necessários ao consumo
do povo;
(...).32

Logo, é de se concluir que acarretou sua revogação tácita, ex vi do art. 2º, § 1º, da Lei de
Introdução às Normas do Direito Brasileiro (Decreto-Lei n. 4.657/1942):

Art. 2º Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revo-
gue.
§ 1º A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela incom-
patível ou quando regule inteiramente à matéria de que tratava a lei anterior.
(...)33

Classificação Doutrinária

O delito do art. 7º, inciso VIII, pode ser classificado da seguinte forma:
• crime próprio;
• crime de perigo abstrato: conquanto o tipo penal do inciso VIII do art. 7º descreva a
produção de um resultado naturalístico – destruição inutilização ou danificação de ma-
téria-prima ou de mercadoria -, este resultado, isoladamente considerado, não produz
nenhum tipo de lesão ao bem jurídico tutelado, representando, na verdade, um compor-
tamento potencialmente ofensivo aos interesses econômicos dos consumidores, daí
por que o delito sob comento deve ser classificado como crime de perigo abstrato, e não
de dano;
• crime unissubjetivo;
• crime plurissubsistente.

32
BRASIL. Lei de Economia Popular. Op. Cit.
33
BRASIL. Lei de Introdução às Normas de Direito Brasileiro. Instituída pelo Decreto-Lei n. 4.657 de 04 de setem-
bro de 1942 (Alterado pela Lei n. 12.376/2010). Rio de Janeiro, 4 de setembro de 1942, 121º da Independência e
54º da República. Presidente Getúlio Vargas. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/
del4657compilado.htm>.

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Análise do Inciso IX do Artigo 7º – Mercadoria Imprópria para


Consumo
Art. 7º Constitui crime contra as relações de consumo:
(...)
IX – vender, ter em depósito para vender ou expor à venda ou, de qualquer forma, entregar matéria-
-prima ou mercadoria, em condições impróprias ao consumo;34

Originariamente, esta figura delituosa estava prevista no art. 62 do Código de Defesa do


Consumidor, nos seguintes termos:

Art. 62. Colocar no mercado, fornecer ou expor para fornecimento produtos ou serviços impróprios.
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
§ 1º Se o crime é culposo:
Pena – Detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa.
§ 2º As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes à lesão corporal e à
morte.35

Ocorre que este tipo penal acabou sendo vetado pelo então Presidente da República, sob
o argumento de que a norma não era precisa, nem tampouco determinada, violando, assim, o
princípio da legalidade.

Bem Jurídico Tutelado

À semelhança dos crimes anteriores do art. 7º da Lei n. 8.137/1990, o inciso IX visa prote-
ger as relações de consumo, em especial a segurança e a saúde dos consumidores, objetivan-
do evitar que produtos em condições impróprias ao consumo sejam introduzidos no mercado
consumerista.
A imprestabilidade de determinado produto também pode causar prejuízos aos interesses
econômicos dos consumidores, a exemplo do que ocorre quando se dá a compra de um pro-
duto falsificado, corrompido, adulterado etc.

34
BRASIL. Lei n. 8.137 de 27 de dezembro de 1990. Op. Cit.
35
BRASIL. Código de Defesa do Consumidor. Op. Cit.

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Sujeitos do Crime

O sujeito ativo é o fornecedor. Trata-se, pois, de delito especial, uma vez que exige para a
sua caracterização essa determinada qualidade, ainda que não seja compreendida desde uma
perspectiva formal, mas sim funcional, no sentido de que é fornecedor aquele que efetivamen-
te realiza tal atividade, nos termos do art. 3º, caput, do CDC.
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ou difusa, ainda que, em determinadas hipóteses possa, também, ser um consumidor indivi-
dual.36

Tipo Objetivo

A conduta típica é descrita por meio das seguintes condutas:


• vender: significa alienar mediante contraprestação. Essa contraprestação não necessa-
riamente precisa ser dinheiro, podendo restar caracterizada pela entrega de outro objeto
de valor econômico.

A consumação dessa conduta independe da tradição da matéria-prima ou da mercadoria.


Basta, na verdade, o acordo de vontades;
• ter em depósito: consiste em manter em reservatório ou armazém, conservando a coisa.

Caracteriza-se pela mobilidade e transitoriedade, no sentido de ser possível um rápido des-


locamento da matéria-prima ou da mercadoria de um lugar para outro;
• expor à venda: deve ser compreendido como exibir, mostrar ou apresentar algo com a
finalidade de comercializá-lo;
• entregar: significa dar, trasladar, passar de uma pessoa para outra.

Tipo Subjetivo

O crime do art. 7º, inciso IX, da Lei n. 8.137/1990, é punido não apenas a título de dolo,
mas também na modalidade culposa. Logo, quando o agente deixar de observar seu de-
ver objetivo de cuidado, vendendo, mantendo em depósito, expondo a venda, ou entregan-

36
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do matérias-primas e mercadorias em condições impróprias para o consumo, deverá res-


ponder pelo referido delito a título culposo, nos termos do parágrafo único do art. 7º da Lei
n. 8.137/1990.

Consumação e Tentativa

Trata-se de crime de perigo abstrato. Logo, a consumação do crime do inciso IX do art.


7º ocorre com a mera realização dos comportamentos descritos no tipo penal, sem que haja
necessidade de efetivo prejuízo para consumidores determinados, ou qualquer outro tipo de
resultado lesivo ou perigo concreto. Concretizada a venda, a exposição à venda, a manutenção
em depósito ou a efetiva entrega da matéria-prima ou da mercadoria imprópria para o consu-
mo, impõe-se o reconhecimento da modalidade consumada do delito.
De todo modo, quanto aos verbos vender e entregar, é de todo importante aferir se não hou-
ve prévia exposição à venda. Em caso afirmativo, o crime já terá se consumado na modalidade
exposição à venda.
Os verbos vender, ter em depósito e entregar denotam a existência de um crime plurissub-
sistente, do que se conclui que a tentativa seria possível. A exposição à venda, porém, é crime
unissubsistente, não admitindo, pois, o conatus.

Classificação Doutrinária

O delito do inciso IX do art. 7º da Lei n. 8.137/1990, pode ser classificado da seguinte for-
ma:
• crime próprio;
• crime de mera conduta;
• crime de perigo abstrato;
• crime unissubjetivo;
• crime plurissubsistente, quanto aos verbos vender, em depósito e entregar, e unissub-
sistente, quanto ao verbo expor à venda.

Competência

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Conforme o STJ, a competência para julgar os delitos do inciso IX do artigo 7º será definida
pelo local onde se consuma a infração, vejamos:

Em conflito de competência entre juízos de vara criminal de comarcas situados em esta-


dos federados diversos, a questão consiste em definir a competência para processar e
julgar possível crime contra as relações de consumo (art. 7º, IX, da Lei n. 8.137/1990)
supostamente perpetrado por sociedade empresária responsável pela venda de pneus
impróprios para o consumo, visto que laudo técnico apontou a existência de defeito de
fabricação. Anotou o parecer do MPF que a norma citada descreve uma conduta voltada
não para a sociedade empresária responsável pela sua fabricação, mas para aquela res-
ponsável pela sua exposição à venda e comercialização. Para a Min. Relatora, a questão
suscitada consiste em definir a competência para processar e julgar o crime contra rela-
ção de consumo previsto no art. 7º, IX, da Lei n. 8.137/1990. Assim, verifica-se que o
núcleo da ação inicia-se e se encerra com a exposição do produto à venda; nesse caso,
deve incidir o art. 70 do CPP, segundo o qual a competência será, de regra, determinada
pelo lugar em que se consumar a infração ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que
for praticado o último ato de execução, conforme também sufragado em precedente.
Com esse entendimento, a Seção declarou competente o juízo da vara criminal do local
onde foi exposto o produto à venda, o suscitado. Precedente citado: CC 27.315-SP, DJ
18/2/2002.37

Necessidade de Perícia

Este delito deixa vestígios, sendo imprescindível a realização da perícia para a sua configu-
ração, conforme o STJ, em seu Informativo n. 0560, vejamos:

Para caracterizar o delito previsto no art. 7º, IX, da Lei 8.137/1990 (crime contra relação
de consumo), é imprescindível a realização de perícia a fim de atestar se as mercadorias
apreendidas estão em condições impróprias para o consumo, não sendo suficiente, para
a comprovação da materialidade delitiva, auto de infração informando a inexistência de
37
BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. CC 107.764-BA, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em
26/5/2010. Informativo n. 0436 de 24 a 28 de maio de 2010. Disponível em: <https://ww2.stj.jus.br/jurispruden-
cia/externo/informativo>.

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registro do Serviço de Inspeção Estadual (SIE) nas mercadorias expostas à venda (art.
18, § 6º, II, do CDC, c/c decreto estadual que conceitua os requisitos da propriedade
ao consumo de alimentos e bebidas para fins de comercialização). O art. 7º, IX, da Lei
8.137/1990 tipifica como crime contra as relações de consumo a conduta de “vender, ter
em depósito para vender ou expor à venda ou, de qualquer forma, entregar matéria-prima
ou mercadoria, em condições impróprias ao consumo”. Da leitura do dispositivo legal em
comento, percebe-se que se trata de delito que deixa vestígios materiais, sendo indispen-
sável, portanto, a realização de perícia para a sua comprovação, nos termos do art. 158
do CPP (“Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de
delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado”).38

Dos Crimes Previstos no Código de Defesa do Consumidor – Lei n.


8.078/1990 de 11 de Setembro de 1990

Introdução

Fornecedor

No art. 3º do CDC está o conceito legal de fornecedor:

Art. 3º Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem
como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação,
construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos
ou prestação de serviços.39

Essas atividades, assim indicadas no Código, são:


• produção (atividade que conduz ao produto qualquer bem imóvel, material ou imaterial);
• montagem (a combinação de peças que, no conjunto, vão formar o produto);
• criação (desenvolvimento da atividade espiritual ou física do homem que constitui no-
vidade);
38
BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. RHC 49.752-SC, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 14/4/2015, DJe
22/4/2015. Informativo n. 0560 de 17 de abril a 3 de maio de 2015. Disponível em: < https://ww2.stj.jus.br/
jurisprudencia/externo/informativo>.
39
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• construção (com ou sem criatividade);


• transformação (mudança ou alteração de estrutura ou forma de produto já existente em
outro);
• importação e exportação (aquisição de produtos do exterior e venda de produtos para
o exterior);
• distribuição (ato de concretizar a traditio da res);
• comercialização (prática habitual de atos de comercial);
• prestação de serviços (aquele que presta serviços a outras entidades).

Fornecedor é quem habitualmente pratica uma das condutas mencionadas.


Todos que participam da cadeia produtiva, excluindo o destinatário final, são fornecedores.
Segundo João Andrades Carvalho40:

(...)não importa a tarefa assumida pelo fornecedor nesse universo. É totalmente irrelevante o papel
que ele desempenha, quando se trata da afirmação dos direitos do consumidor. Tanto poderá ser
criador, como o simples distribuidor do bem, ou do serviço. Tanto poderá ser o comerciante no va-
rejo como no atacado. Tanto poderá ser o Estado como indivíduo. Tanto poderá ser pessoa física
ou jurídica.

Consumidor

Conforme o artigo 2º do CDC:

Art. 2º Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como
destinatário final.
Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis,
que haja intervindo nas relações de consumo.41

Destinatário Final

É quem adquire o produto ou utiliza o serviço para satisfazer uma necessidade ou utilidade
pessoal. Importante ressaltar que não há ânimo de renegociar. Sobre o tema o STJ entende:

40
CARVALHO, João Andrades. Código de Defesa do Consumidor: comentários, doutrina e jurisprudência. Rio de
Janeiro: Aide, 2000.
41
BRASIL. Código de Defesa do Consumidor. Op.Cit.

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Recurso Especial. Código de Defesa do Consumidor. Prestação de serviços. Destinatário


final. Juízo competente. Foro de eleição. Domicílio do autor.
– Insere-se no conceito de “destinatário final” a empresa que se utiliza dos serviços
prestados por outra, na hipótese em que se utilizou de tais serviços em benefício pró-
prio, não os transformando para prosseguir na sua cadeia produtiva. – Estando a relação
jurídica sujeita ao CDC, deve ser afastada a cláusula que prevê o foro de eleição diverso
do domicílio do consumidor. – Recurso especial conhecido e provido.42

Há duas correntes para defini-lo:


Teoria Finalista: é todo aquele que retira produto ou serviço do mercado de consumo para
uso próprio ou de sua família. Consumidor será o destinatário final econômico do produto ou
serviço, sem visar lucro. É a corrente que o STJ se filia de maneira flexibilizada.
Será consumidor aquele que comprar o bem sem ter a intenção de extrair proveito econô-
mico.
Teoria Maximalista: é todo aquele que retira produto ou serviço do mercado de consumo.
Pouco importa o destino final do produto. Para os adeptos de tal corrente, basta que o produto
não tenha sido adquirido para revenda.
O art. 2º, caput, do CDC diz que: “Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire
ou utiliza produto ou serviço como destinatário final”.
O Código de Defesa do Consumidor não adota em sua pureza nenhuma das duas, pois
ambas podem causar injustiças.
A pessoa jurídica, em várias circunstâncias, é destinatária final econômica.

Consumidor por Equiparação

Equiparam-se ao consumidor todas as vítimas do evento lesivo. O CDC estende as regras


da responsabilidade civil a todas as vítimas do acidente de consumo.
Coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas relações de consumo. Há necessidade da partici-
pação na relação de consumo. Aqui há a legitimidade para tutela coletiva dos consumidores.
42
BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. REsp. n. 488.274, Rel. Nancy Andrigui, 3ª T. 22/5/2003, p. DJ 23/6/2003. Disponível
em: <https://ww2.stj.jus.br/jurisprudencia >.

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Felipe Peixoto Braga Neto43 professa:

(...)assim, quem quer que intervenha, ainda que de modo indeterminado, nas relações de consumo,
é equiparado a consumidor, recebendo a proteção a este dispensada. Se um sujeito compra pasta
de dentes que é usada por vários estudantes, moradores de uma mesma república, e tal pasta causa
séria inflamação nas gengivas dos usuários, todos os que a usaram são consumidores, ainda que
não haja contrato de consumo.

• Todas as vítimas do evento danoso, ou seja, as pessoas expostas às práticas comer-


ciais ou contratuais, ainda que indetermináveis. Não há necessidade de relação especí-
fica, bastando a mera exposição.

Outra não é a redação do art. 17 do CDC:

Art. 17. Para os efeitos desta Seção, equiparam-se aos consumidores todas as vítimas do evento.44

• Equiparam-se aos consumidores todas as pessoas determináveis ou não, expostas às


práticas comerciais ou contratuais.

De acordo com o entendimento de Felipe Peixoto Braga Neto45 assim, quem quer que seja
exposto à publicidade abusiva, mesmo sem adquirir o produto ou usado o serviço, pode, am-
parado no art. 29 do CDC, reivindicar a proteção peculiar do consumidor.
Cumpre ressaltar que o próprio Estado pode ser considerado consumidor. Assim, a coleti-
vidade é vítima de tal crime.
Para fins de reparação do dano, não se usa as regras do direito privado. Acerca do tema o
STJ decidiu:

CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. ACIDENTE AÉREO. TRANSPORTE DE MALOTES.


RELAÇÃO DE CONSUMO. CARACTERIZAÇÃO. RESPONSABILIDADE PELO FATO DO SER-
VIÇO. VÍTIMA DO EVENTO. EQUIPARAÇÃO A CONSUMIDOR. ART. 17 DO CDC.
I – Resta caracterizada relação de consumo se a aeronave que caiu sobre a casa das
vítimas realizava serviço de transporte de malotes para um destinatário final, ainda que

43
BRAGA NETO, Felipe Peixoto: Manual de direito do consumidor: à luz da jurisprudência do STJ, Salvador:
Edição Juspodivm, 2009.
44
BRASIL. Código de Defesa do Consumidor. Op. Cit.
45
BRAGA NETO, Felipe Peixoto: Manual de direito do consumidor: à luz da jurisprudência do STJ. Op. Cit.

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pessoa jurídica, uma vez que o art. 2º do Código de Defesa do Consumidor não faz tal
distinção, definindo como consumidor, para os fins protetivos da lei, “... toda pessoa
física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final”.
Abrandamento do rigor técnico do critério finalista.
II – Em decorrência, pela aplicação conjugada com o art. 17 do mesmo diploma legal,
cabível, por equiparação, o enquadramento do autor, atingido em terra, no conceito de
consumidor. Logo, em tese, admissível a inversão do ônus da prova em seu favor. Recurso
especial provido.46
PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. EXPLOSÃO DE LOJA DE FOGOS DE ARTIFÍCIO.
INTERESSES INDIVIDUAIS HOMOGÊNEOS. LEGITIMIDADE ATIVA DA PROCURADORIA DE
ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA. RESPONSABILIDADE PELO FATO DO PRODUTO. VÍTIMAS DO
EVENTO. EQUIPARAÇÃO A CONSUMIDORES.
I – Procuradoria de assistência judiciária tem legitimidade ativa para propor ação civil
pública objetivando indenização por danos materiais e morais decorrentes de explosão
de estabelecimento que explorava o comércio de fogos de artifício e congêneres, por-
quanto, no que se refere à defesa dos interesses do consumidor por meio de ações coleti-
vas, a intenção do legislador pátrio foi ampliar o campo da legitimação ativa, conforme se
depreende do art. 82 e incisos do CDC, bem assim do art. 5º, inciso XXXII, da Constituição
Federal, ao dispor expressamente que incumbe ao “Estado promover, na forma da lei, a
defesa do consumidor”.
II – Em consonância com o art. 17 do Código de Defesa do Consumidor, equiparam-se
aos consumidores todas as pessoas que, embora não tendo participado diretamente da
relação de consumo, vêm a sofrer as consequências do evento danoso, dada a potencial
gravidade que pode atingir o fato do produto o do serviço, na modalidade vício de quali-
dade por insegurança. Recurso especial não conhecido.47

Dos Crimes em Espécie Previstos no CDC

Análise do Artigo 63 do CDC


46
BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. STJ, Resp. n. 540.235/TO, Relator Ministro Castro Filho, 3ª Turma, DJ
6/3/2006. Disponível em: <https://ww2.stj.jus.br/jurisprudencia >.
47
BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. REsp. n. 181.580, Relator Ministro Castro Filho, 3ª T., j. 9/12/2003, DJ
22/3/2004 Disponivel em: <https://ww2.stj.jus.br/jurisprudencia>.

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Art. 63. Omitir dizeres ou sinais ostensivos sobre a nocividade ou periculosidade de produtos, nas
embalagens, nos invólucros, recipientes ou publicidade:
Pena – Detenção de seis meses a dois anos e multa.
§ 1º Incorrerá nas mesmas penas quem deixar de alertar, mediante recomendações escritas osten-
sivas, sobre a periculosidade do serviço a ser prestado.
§ 2º Se o crime é culposo:
Pena – Detenção de um a seis meses ou multa.48

Verbo-núcleo

Omitir no tipo em apreço significa não dizer algo.

Elementos Normativos do Tipo

Periculosidade significa possibilidade de algo vir a ser perigoso. Já nocividade significa


possibilidade de vir a causar o dano.

Sujeito Ativo e Passivo

O sujeito ativo do crime é o fornecedor. Trata-se de crime próprio, uma vez que exige uma
especial qualidade do sujeito passivo, que é ser fornecedor.
O sujeito passivo é o consumidor – pessoa física ou jurídica ou o Estado – que adquire ou
utiliza um produto ou um serviço, como destinatário final, consumidor por equiparação (coleti-
vidade de pessoas, todas as pessoas atingidas por determinada prática comercial ou contratu-
al) ou consumidor em potencial.

Elemento Subjetivo

É o Dolo. No § 2º do artigo em tela está prevista a forma culposa.

Consumação e Tentativa

O crime se consuma quando o fornecedor deixa conscientemente de alertar, mediante re-


comendações escritas ostensivas, sobre a periculosidade do serviço a ser prestado.

48
BRASIL. Código de Defesa do Consumidor. Op. Cit.

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Por ser um crime omissivo não é admissível a tentativa. O mesmo vale para a modalidade
culposa.

Análise do Caput do Artigo 64 do CDC


Art. 64. Deixar de comunicar à autoridade competente e aos consumidores a nocividade ou pericu-
losidade de produtos cujo conhecimento seja posterior à sua colocação no mercado:
Pena – Detenção de seis meses a dois anos e multa.49

Verbo-núcleo

“Deixar”, que significa não fazer algo.

Elemento Normativo

“Periculosidade” significa possibilidade de algo vir a ser perigoso. Já “nocividade” significa


possibilidade de vir a causar dano.

Sujeito Ativo e Passivo

O sujeito ativo do crime é o fornecedor. Trata-se de crime próprio.


O sujeito passivo é o consumidor. Secundariamente a coletividade.

Elemento Subjetivo

É o Dolo.

Consumação e Tentativa

O crime se consuma quando o fornecedor deixa de comunicar à autoridade competente e


aos consumidores sobre a nocividade ou a periculosidade do produto em circulação. Sustenta-
mos que o fornecedor deve comunicar tanto à autoridade competente quanto ao consumidor,
não bastando apenas a comunicação ao primeiro.
Por ser um crime omissivo não é admissível a tentativa.

49
BRASIL. Código de Defesa do Consumidor. Op. Cit.

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Análise do Parágrafo Único do Artigo 64 do CDC


(...)
Parágrafo único. Incorrerá nas mesmas penas quem deixar de retirar do mercado, imediatamente
quando determinado pela autoridade competente, os produtos nocivos ou perigosos, na forma des-
te artigo.50

Verbo-núcleo

Deixar significa não fazer algo.

Elemento Normativo

Perigoso é aquilo que é arriscado. Já nocivo é aquilo que prejudica.

Sujeito Ativo e Passivo

O sujeito ativo do crime é o fornecedor. Trata-se de crime próprio.


Já a vítima é o consumidor. Secundariamente a coletividade.

Elemento Subjetivo

É o Dolo.

Consumação e Tentativa

O crime se consuma quando o fornecedor, ciente da nocividade ou periculosidade do pro-


duto, não o tira do mercado.
Por ser um crime omissivo não é admissível a tentativa.

Análise do Artigo 65 do CDC


Art. 65. Executar serviço de alto grau de periculosidade, contrariando determinação de autoridade
competente:
Pena – Detenção de seis meses a dois anos e multa.
§ 1º As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes à lesão corporal e à
morte. (Redação dada pela Lei n. 13.425, de 2017)
50
BRASIL. Código de Defesa do Consumidor. Op. Cit.

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§ 2º A prática do disposto no inciso XIV do art. 39 desta Lei também caracteriza o crime previsto no
caput deste artigo.51

Verbo-núcleo

Executar significa não realizar.

Sujeito Ativo e Passivo

O sujeito ativo do crime é o fornecedor. Trata-se de crime próprio.


O consumidor é a vítima do crime em estudo. Secundariamente a coletividade.

Elemento Normativo

Periculosidade significa possibilidade de algo vir a ser perigoso.

Elemento Subjetivo

É o Dolo.

Consumação e Tentativa

O crime se consuma quando se executa serviço de alto grau de periculosidade, contrarian-


do determinação de autoridade competente. Trata-se de crime de mera conduta.
Como é possível fracionar o iter criminis, é admissível a tentativa.

 Obs.: Único: caso ocorra lesão corporal ou morte da vítima, o autor responderá por tais con-
dutas em concurso com o delito ora em estudo.

Análise do Artigo 66 do CDC


Art. 66. Fazer afirmação falsa ou enganosa, ou omitir informação relevante sobre a natureza, carac-
terística, qualidade, quantidade, segurança, desempenho, durabilidade, preço ou garantia de produ-
tos ou serviços:
Pena – Detenção de três meses a um ano e multa.
51
BRASIL. Código de Defesa do Consumidor. Op. Cit.

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§ 1º Incorrerá nas mesmas penas quem patrocinar a oferta.


§ 2º Se o crime é culposo;
Pena – Detenção de um a seis meses ou multa.52

Oferta no CDC

A oferta é qualquer informação ou publicidade suficientemente precisa a respeito de pre-


ços e condições de produtos ou de serviços, veiculadas de qualquer forma. Ela precisa ser
veiculada, divulgada. Também tem de ser precisa, ou seja, comparada com base em dados
objetivos.
A oferta vincula o fornecedor, que está obrigado a cumprir aquilo que ofertou, e não poderá
alegar erro, equívoco, pois sua responsabilidade é objetiva.

Verbos-núcleo

Fazer significa dizer, já omitir é deixar de fazer algo.

Sujeito Ativo e Passivo

O sujeito ativo do crime é o fornecedor. Trata-se de crime próprio.


O sujeito passivo é o consumidor. Secundariamente a coletividade.

Elemento Subjetivo

É o Dolo. No § 2º o crime é culposo.

Consumação e Tentativa

Na modalidade comissiva (ação), o crime se consuma quando o fornecedor faz afirmação


falsa ou enganosa.
Já na modalidade omissiva, quando o fornecedor omite informação relevante sobre a na-
tureza, característica, qualidade, quantidade, segurança, desempenho, durabilidade, preço ou
garantia de produtos ou serviços.
52
BRASIL. Código de Defesa do Consumidor. Op. Cit.

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Na modalidade comissiva cabe tentativa já na omissiva não é cabível. Por fim, na modali-
dade culposa também é inadmissível a tentativa.

Análise do Artigo 67 do CDC


Art. 67. Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria saber ser enganosa ou abusiva:
Pena – Detenção de três meses a um ano e multa.53

Verbos-núcleo

Fazer significa realizar e promover significa fazer o desenvolvimento de algo.

Elemento Normativo

É a publicidade, a qual se caracteriza como sendo o conhecimento dos bens de consumo


e serviços, no intuito de convencer o público das vantagens de adquiri-los.

Sujeito Ativo e Passivo

O sujeito ativo do crime é o fornecedor. Trata-se de crime próprio.


Já o sujeito passivo é o consumidor. Secundariamente a coletividade.

Elemento Subjetivo

É o Dolo, que pode ser direto (sabe) como eventual (deveria saber).

Consumação e Tentativa

O crime se consuma com a veiculação do comercial, sabendo ou devendo saber que a pro-
paganda é enganosa ou abusiva.
Como é possível fracionar o iter criminis, é admissível a tentativa.

Análise do Artigo 68 do CDC

53
BRASIL. Código de Defesa do Consumidor. Op. Cit.

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Art. 68. Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria saber ser capaz de induzir o consumidor
a se comportar de forma prejudicial ou perigosa a sua saúde ou segurança:
Pena – Detenção de seis meses a dois anos e multa:54

Verbos-núcleo

Fazer significa realizar e promover significa fazer o desenvolvimento de algo. Induzir signi-
fica dar a ideia.

Elemento Normativo

É a publicidade, a qual se caracteriza como sendo o conhecimento dos bens de consumo


e serviços, no intuito de convencer o público das vantagens de adquiri-los.

Sujeito Ativo e Passivo

O sujeito ativo do crime é o fornecedor. Trata-se de crime próprio.


O sujeito passivo é o consumidor. Secundariamente a coletividade.

Elemento Subjetivo

É o Dolo, que pode ser direto (saber) ou indireto (deveria saber).

Consumação e Tentativa

O crime se consuma com a veiculação da publicidade. Não há necessidade de que o con-


sumidor se comporte de forma prejudicial ou perigosa à saúde.
É admissível a tentativa.

Análise DO Artigo 69 do CDC


Art. 69. Deixar de organizar dados fáticos, técnicos e científicos que dão base à publicidade:
Pena – Detenção de um a seis meses ou multa.55

Verbo-núcleo

54
BRASIL. Código de Defesa do Consumidor. Op. Cit.
55
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Deixar significa não fazer algo. Já organizar significa colocar em ordem.

Elemento Normativo

É a publicidade, a qual se caracteriza como sendo o conhecimento dos bens de consumo


e serviços, no intuito de convencer o público das vantagens de adquiri-los.

Sujeito Ativo e Passivo

O sujeito ativo do crime é o fornecedor. Trata-se de crime próprio.


O sujeito passivo é o consumidor. Secundariamente a coletividade.

Elemento Subjetivo

É o Dolo.

Consumação e Tentativa

O crime se consuma quando o fornecedor deixa conscientemente de organizar dados fáti-


cos, técnicos e científicos que dão base à publicidade.
Por ser um crime omissivo, não é admissível a tentativa.

Análise do Artigo 70 do CDC


Art. 70. Empregar na reparação de produtos, peça ou componentes de reposição usados, sem au-
torização do consumidor:
Pena – Detenção de três meses a um ano e multa.56

Verbo-núcleo

Empregar significa utilizar.

Sujeito Ativo e Passivo

O sujeito ativo do crime é o fornecedor. Trata-se de crime próprio.


56
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A vítima é o consumidor. Secundariamente a coletividade.

Elemento Subjetivo

É o Dolo.
Se houver a conivência do consumidor no emprego de produtos, peça ou componentes de
reposição usados, não haverá o crime.

Objeto Material

A conduta do criminoso recai sobre produtos, peça ou componentes de reposição.

Consumação e Tentativa

Se consuma quando pratica um dos verbos núcleo do tipo.


Como é possível fracionar o iter criminis, é admissível a tentativa.

Análise do Artigo 71 do CDC


Art. 71. Utilizar, na cobrança de dívidas, de ameaça, coação, constrangimento físico ou moral, afir-
mações falsas incorretas ou enganosas ou de qualquer outro procedimento que exponha o consu-
midor, injustificadamente, a ridículo ou interfira com seu trabalho, descanso ou lazer:
Pena – Detenção de três meses a um ano e multa.57

Verbo-núcleo

“Utilizar”, no contexto significa servir-se de algo.

Sujeito Ativo e Passivo

O sujeito ativo do crime é o fornecedor. Trata-se de crime próprio.


A vítima do crime em estudo é o consumidor. Secundariamente a coletividade.

Elemento Subjetivo

57
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É o Dolo.

Consumação e Tentativa

O crime se consuma com a cobrança da dívida com ameaça, coação, constrangimento fí-
sico ou moral, afirmações falsas incorretas ou enganosas ou de qualquer outro procedimento
que exponha o consumidor a ridículo ou interfira o seu trabalho, descanso ou lazer.
Como é possível o fracionamento do iter criminis, é admissível a tentativa.

Análise do Artigo 72 do CDC


Art. 72. Impedir ou dificultar o acesso do consumidor às informações que sobre ele constem em
cadastros, banco de dados, fichas e registros:
Pena – Detenção de seis meses a um ano ou multa.58

Verbos-núcleo

Impedir significa não permitir e dificultar significa tornar difícil.

Sujeito Ativo e Passivo

O sujeito ativo do crime é a pessoa que tem o controle sobre informações constantes em
cadastro, banco de dados, fichas ou registros. Trata-se de crime próprio.
Já o sujeito passivo é o consumidor. Secundariamente a coletividade.

Elemento Subjetivo

É o Dolo.

Consumação e Tentativa

O crime se consuma com o simples impedimento ou dificuldade imposta ao consumidor


pela pessoa que tem o controle sobre informações constantes em cadastro, banco de dados,
fichas e registros.
58
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Não cabe tentativa.

Análise do Artigo 73 do CDC


Art. 73. Deixar de corrigir imediatamente informação sobre consumidor constante de cadastro, ban-
co de dados, fichas ou registros que sabe ou deveria saber ser inexata:
Pena – Detenção de um a seis meses ou multa.59

Verbo-núcleo

“Deixar”, que significa não fazer algo.

Sujeito Ativo e Passivo

O sujeito ativo do crime é a pessoa responsável pela manutenção do cadastro, banco de


dados, fichas ou registros. Trata-se de crime próprio.
Já o sujeito passivo é o consumidor. Secundariamente a coletividade.

Elemento Subjetivo

É o Dolo, que pode ser direto (sabe) ou eventual (deveria saber).

Consumação e Tentativa

O crime se consuma quando a pessoa deixa de fazer as devidas correções nos dados.
Por ser um crime omissivo não é admissível a tentativa.

Análise do Artigo 74 do CDC


Art. 74. Deixar de entregar ao consumidor o termo de garantia adequadamente preenchido e com
especificação clara de seu conteúdo;
Pena – Detenção de um a seis meses ou multa.60

59
BRASIL. Código de Defesa do Consumidor. Op. Cit.
60
BRASIL. Código de Defesa do Consumidor. Op. Cit.

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Verbo-núcleo

Deixar significa não fazer algo.

Sujeito Ativo e Passivo

O sujeito ativo do crime é o fornecedor. Trata-se de crime próprio.


Já o sujeito passivo é o consumidor. Secundariamente a coletividade.

Elemento Subjetivo

É o Dolo.

Consumação e Tentativa

Consuma-se quando o fornecedor dolosamente não entrega o termo de garantia adequa-


damente preenchido ao consumidor. Por ser um crime omissivo não admite tentativa.

Análise do Artigo 75 do CDC


Art. 75. Quem, de qualquer forma, concorrer para os crimes referidos neste código, incide as penas
a esses cominadas na medida de sua culpabilidade, bem como o diretor, administrador ou gerente
da pessoa jurídica que promover, permitir ou por qualquer modo aprovar o fornecimento, oferta, ex-
posição à venda ou manutenção em depósito de produtos ou a oferta e prestação de serviços nas
condições por ele proibidas.61

Totalmente desnecessária a inclusão de tal dispositivo no CDC, uma vez que o Código Pe-
nal traz tal regra esculpida no art. 29, que é aplicada às leis penais especiais de acordo com o
disposto no art. 12 do mesmo diploma.

Análise do Artigo 76 do CDC


Art. 76. São circunstâncias agravantes dos crimes tipificados neste código:
I – serem cometidos em época de grave crise econômica ou por ocasião de calamidade;
II – ocasionarem grave dano individual ou coletivo;

61
BRASIL. Código de Defesa do Consumidor. Op. Cit.

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III – dissimular-se a natureza ilícita do procedimento;


IV – quando cometidos:
a) por servidor público, ou por pessoa cuja condição econômico-social seja manifestamente supe-
rior à da vítima;
b) em detrimento de operário ou rurícola; de menor de dezoito ou maior de sessenta anos ou de
pessoas portadoras de deficiência mental interditadas ou não;
V – serem praticados em operações que envolvam alimentos, medicamentos ou quaisquer outros
produtos ou serviços essenciais.62

Para Ricardo Antônio Andreucci63 a aplicação dessas circunstâncias agravantes específi-


cas dos crimes contra as relações de consumo não impede a das circunstâncias agravantes
genéricas dos arts. 65 e 66 do Código Penal.

Análise do Artigo 77 do CDC


Art. 77. A pena pecuniária prevista nesta Seção será fixada em dias-multa, correspondente ao míni-
mo e ao máximo de dias de duração da pena privativa da liberdade cominada ao crime. Na individu-
alização desta multa, o juiz observará o disposto no art. 60, § 1º do Código Penal.64

Caso não haja o pagamento da multa, segue-se a regra do art. 51 do Código Penal, tornan-
do-se dívida ativa a ser executada pela Procuradoria da Fazenda.

Análise do Artigo 78 do CDC

Art. 78. Além das penas privativas de liberdade e de multa, podem ser impostas, cumulativa ou al-
ternadamente, observado o disposto nos arts. 44 a 47, do Código Penal:
I – a interdição temporária de direitos;
II – a publicação em órgãos de comunicação de grande circulação ou audiência, às expensas do
condenado, de notícia sobre os fatos e a condenação;
III – a prestação de serviços à comunidade.65

Com a maestria de sempre professa Andreucci (2009, p. 534) que não se aplicam aos cri-
mes do Código de Defesa do Consumidor as penas restritivas de direito de prestação pecuniá-
ria, perda de bens e valores e limitação de valores.

62
BRASIL. Código de Defesa do Consumidor. Op. Cit.
63
ANDREUCCI, Ricardo Antônio. Legislação Penal Especial. 6 edição. São Paulo: Saraiva 2009.
64
BRASIL. Código de Defesa do Consumidor. Op. Cit.
65
BRASIL. Código de Defesa do Consumidor. Op. Cit.

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Análise do Artigo 79 do CDC


Art. 79. O valor da fiança, nas infrações de que trata este código, será fixado pelo juiz, ou pela autori-
dade que presidir o inquérito, entre cem e duzentas mil vezes o valor do Bônus do Tesouro Nacional
(BTN), ou índice equivalente que venha a substituí-lo.
Parágrafo único. Se assim recomendar a situação econômica do indiciado ou réu, a fiança poderá
ser:
a) reduzida até a metade do seu valor mínimo;
b) aumentada pelo juiz até vinte vezes.66

Fiança

É a garantia prestada pelo indiciado ou réu preso para que responda ao inquérito ou ao
processo-crime em liberdade.

Finalidades da Fiança

Pode-se falar que a fiança tem duas finalidades, a de substituir a prisão, isto é, o preso ob-
tém sua liberdade mediante o recolhimento de determinada garantia, que pode ser em bens ou
dinheiro; e, no caso de o acusado ser condenado, a fiança proporcionar a reparação do dano, a
satisfação da multa e as custas processuais.

Assistentes de Acusação

No processo penal atinente aos crimes previstos neste código, bem como a outros crimes
e contravenções que envolvam relações de consumo, poderão intervir, como assistentes do
Ministério Público, os legitimados indicados no art. 82, inciso III e IV, aos quais também é fa-
cultado propor ação penal subsidiária, se a denúncia não for oferecida no prazo legal.
Podem funcionar como assistentes de acusação:
• as entidades e órgãos da Administração Pública, direta ou indireta, ainda que sem per-
sonalidade jurídica, especificamente destinados à defesa dos interesses e direitos pre-
vistos no CDC;

66
BRASIL. Código de Defesa do Consumidor. Op. Cit.

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• as associações legalmente constituídas há pelo menos um ano e que incluam entre


seus fins institucionais a defesa dos interesses e direitos protegidos pelo CDC, dispen-
sada a autorização assemblar.

Ação penal

Caso o Órgão do Ministério Público não ofereça a denúncia no prazo legal, além da vítima,
as entidades, órgãos e associações podem ajuizar a queixa-crime para promover a ação penal
privada subsidiária da pública.

Dos Crimes contra a Economia Popular – Lei n. 1.521 de 26 de Dezem-


bro de 1951

A tutela da economia popular teve início, por meio de legislação específica, a partir do De-
creto 19.604/31, visando punir fraudadores de gêneros alimentícios. A Constituição Federal
de 1937 incentivou o surgimento de leis nesse sentido, razão pela qual surgiu o Decreto-lei
869/38, que passou a prever os crimes contra a economia popular. Pouco mais de uma déca-
da, em 26.12.1951, em plena ditadura de Getúlio Vargas, foi promulgada a Lei 1.521/1951 de-
finindo os crimes contra a economia popular, acompanhada de outro Diploma, a Lei 1522/51,
que permitia a intervenção da União no domínio econômico, a fim de que fosse assegurados a
livre distribuição de produtos necessários ao consumo do povo. Segundo definição doutrinária
dada por Nelson Hungria, um dos mentores da lei, o crime contra a economia popular é “todo o
fato que represente um dano efetivo ou potencial ao patrimônio de um número indeterminado
de pessoas”. (in, Comentários ao CP, Ed. Forense, 1958). A economia popular é a resultante de
um complexo de interesses econômicos, familiares e individuais, constituído em um patrimô-
nio de um número indeterminado de indivíduos (...).67

Análise do Artigo 1º

67
PRIETO, André Luiz. Comentários sobre os Crimes Contra a Economia Popular. Artigo publicado no dia 24 de setembro de
2009. Fonte: ANADEP/DF. Disponível em: <https://www.anadep.org.br/wtk/pagina/materia?id=7189>.

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Art. 1º. Serão punidos, na forma desta Lei, os crimes e as contravenções contra a economia popular,
Esta Lei regulará o seu julgamento.68

Conceito de Crimes contra a Economia Popular

São os crimes cometidos em proveito próprio ou de outrem, resultando lesão ou diminui-


ção de direitos ou de patrimônios de outra pessoa.

Sujeito Ativo

Em regra é o proprietário, diretor ou gerente de estabelecimento industrial ou comercial.


Ressalte-se que é excluído desse rol, em princípio, o empregado, que, em razão de não possuir
poder decisório, não pode ser responsabilizado pelas condutas tipificadas como crime. Caso
o empregado tenha poder decisório ou participe ativamente do crime, poderá ser responsabi-
lizado, inclusive como coautor ou partícipe. Em algumas figuras típicas o sujeitos ativo pode
ser qualquer pessoa.69

Sujeito Passivo

A coletividade, em seus direitos difusos coletivos e, eventualmente, o indivíduo atingido.

Objetividade Jurídica

As relações de consumo, ou seja, o regular relacionamento entre os agentes da produção,


comercialização e distribuição de bens e serviços com os adquirentes e consumidores.70

Objeto Material

O patrimônio do povo em geral, que abrange um número indefinido de pessoas, posto que
a economia popular é um bem coletivo, sujeito a dano efetivo ou potencial causado pelos ga-

68
BRASIL. Lei dos Crimes Contra a Economia Popular. Op. Cit.
69
ANDREUCCI, Ricardo Antônio. Legislação penal especial. Op. Cit.
70
ANDREUCCI, Ricardo Antônio. Legislação penal especial. Op. Cit.

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nanciosos nas relações econômicas, os quais procuram auferir lucros exorbitantes e despro-
porcionais à custa da coletividade.71

Elemento Subjetivo

É o dolo.

Consumação

Há condutas que necessitam da efetiva lesão ao bem jurídico tutelado, com resultado natu-
ralístico (infrações materiais); há as que não necessitam do resultado naturalístico para a sua
consumação (infrações formais) e há aquelas que não têm resultado naturalístico (infrações
de mera conduta), que são, na sua maioria, infrações de perigo abstrato, presumido.72

Tentativa

É cabível em algumas modalidades: quando a infração for material, formal ou de mera


conduta.

Competência

Conforme a Súmula n. 498 do STF:

Compete à Justiça dos Estados, em ambas as instâncias, o processo e o julgamento dos


crimes contra a economia popular.

As infrações previstas nos artigos 2º e 4º desta lei são de menor potencial ofensivo, cuja
competência para o processo e julgamento é do Juizado Especial Criminal, seguindo o rito da
Lei n. 9.099/1995.
Os crimes previstos no artigo 3º desta lei são de competência da justiça estadual comum.

71
ANDREUCCI, Ricardo Antônio. Legislação penal especial. Op. Cit.
72
ANDREUCCI, Ricardo Antônio. Legislação penal especial. Op. Cit.

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Multa

Deve ser fixada e calculada em dias-multa, de acordo com as regras do art. 49 do Código
Penal.73

Análise do Artigo 2º
Art. 2º. São crimes desta natureza:
I – recusar individualmente em estabelecimento comercial a prestação de serviços essenciais à
subsistência; sonegar mercadoria ou recusar vendê-la a quem esteja em condições de comprar a
pronto pagamento;
II – favorecer ou preferir comprador ou freguês em detrimento de outro, ressalvados os sistemas de
entrega ao consumo por intermédio de distribuidores ou revendedores;
III – expor à venda ou vender mercadoria ou produto alimentício, cujo fabrico haja desatendido a
determinações oficiais, quanto ao peso e composição;
IV – negar ou deixar o fornecedor de serviços essenciais de entregar ao freguês a nota relativa à
prestação de serviço, desde que a importância exceda de quinze cruzeiros, e com a indicação do
preço, do nome e endereço do estabelecimento, do nome da firma ou responsável, da data e local
da transação e do nome e residência do freguês;
V – misturar gêneros e mercadorias de espécies diferentes, expô-los à venda ou vendê-los, como
puros; misturar gêneros e mercadorias de qualidades desiguais para expô-los à venda ou vendê-los
por preço marcado para os de mais alto custo;
VI – transgredir tabelas oficiais de gêneros e mercadorias, ou de serviços essenciais, bem como
expor à venda ou oferecer ao público ou vender tais gêneros, mercadorias ou serviços, por preço
superior ao tabelado, assim como não manter afixadas, em lugar visível e de fácil leitura, as tabelas
de preços aprovadas pelos órgãos competentes;
VII – negar ou deixar o vendedor de fornecer nota ou caderno de venda de gêneros de primeira ne-
cessidade, seja à vista ou a prazo, e cuja importância exceda de dez cruzeiros, ou de especificar na
nota ou caderno - que serão isentos de selo - o preço da mercadoria vendida, o nome e o endereço
do estabelecimento, a firma ou o responsável, a data e local da transação e o nome e residência do
freguês;
VIII – celebrar ajuste para impor determinado preço de revenda ou exigir do comprador que não
compre de outro vendedor;
IX – obter ou tentar obter ganhos ilícitos em detrimento do povo ou de número indeterminado de
pessoas mediante especulações ou processos fraudulentos (“bola de neve”, “cadeias”, “pichardis-
mo” e quaisquer outros equivalentes);
X – violar contrato de venda a prestações, fraudando sorteios ou deixando de entregar a coisa vendi-
da, sem devolução das prestações pagas, ou descontar destas, nas vendas com reserva de domínio,
quando o contrato for rescindido por culpa do comprador, quantia maior do que a correspondente à
depreciação do objeto.

73
ANDREUCCI, Ricardo Antônio. Legislação penal especial. Op. Cit.

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XI – fraudar pesos ou medidas padronizados em lei ou regulamentos; possuí-los ou detê-los, para


efeitos de comércio, sabendo estarem fraudados.
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa, de dois mil a cinquenta mil cruzeiros.
Parágrafo único. Na configuração dos crimes previstos nesta Lei, bem como na de qualquer outro
de defesa da economia popular, sua guarda e seu emprego considerar-se-ão como de primeira ne-
cessidade ou necessários ao consumo do povo, os gêneros, artigos, mercadorias e qualquer outra
espécie de coisas ou bens indispensáveis à subsistência do indivíduo em condições higiênicas e ao
exercício normal de suas atividades. Estão compreendidos nesta definição os artigos destinados à
alimentação, ao vestuário e à iluminação, os terapêuticos ou sanitários, o combustível, a habitação
e os materiais de construção.74

Os incisos I a VII deste artigo foram revogados pela Lei n. 8.137/1990. Portanto, a análise
deste material recai sobre os incisos VIII a XI.
No inciso I temos dois tipos penais. Na primeira parte trata de recusa de prestação de um
serviço individual, que se pode entender, de acordo com o § Único do mesmo artigo, como
sendo gêneros, artigos e mercadorias de primeira necessidade e indispensáveis à subsistência
do indivíduo. (Exs: alimentação, vestuário, iluminação, combustível, sanitários, habitação, ma-
teriais de construção. A recusa deve ocorrer dentro do interior do estabelecimento comercial e
de forma direta, consumando-se no instante da recusa. Não se admite tentativa, pois trata-se
de crime de perigo. O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, capaz, responsável pelo estabele-
cimento comercial, desde que tenha autonomia para a decisão. Na segunda parte, trata da mo-
dalidade denominada de “sonegação de estoques”, porém foi revogada pelo artigo 7º, VI, da Lei
n. 8.137/1990, com redação ampliada eis que não trata mais apenas dos serviços essenciais.
O inciso VIII trata de dois tipos penais. A primeira refere-se a imposição de preço, que
ocorre, em regra, quando há conluio de empresas que trabalhem no mesmo ramo, possibi-
litando a implantação de quartel que busque suprimir a livre concorrência e estabeleça mo-
nopólio de mercado. A segunda parte, trata da cláusula de exclusividade, visando o monopólio
do produto. Na primeira modalidade, a consumação ocorre com a celebração do ajuste, não
havendo necessidade da execução do acordo, mas na segunda, a simples exigência consuma
o delito.75

74
BRASIL. Lei dos Crimes Contra a Economia Popular. Op. Cit.
75
PRIETO, André Luiz. Comentários sobre os Crimes Contra a Economia Popular. Op. Cit

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O inciso IX trata de exploração fraudulenta de credulidade pública. Diferencia-se do este-


lionato apenas quando praticado contra um número indeterminado de pessoas. A boa-fé, a
ingenuidade e a ignorância auxiliam na concretização do golpe.76
A mera tentativa já configura o ilícito. Uma das mais conhecidas refere-se ao “cambista”
que vende ingressos por valores acima do preço real. “Bola de Neve” consiste em compra um
objeto de maior valor pagando apenas uma parcela menor, conseguindo parceiros para solver
as demais e, estes, por sua vez procederão da mesma forma. “Cadeias” ou “correntes da fe-
licidade” ou ainda “pirâmide” são modalidades de uma organização engenhosa, beneficiando
apenas os primeiros organizadores, pois num determinado momento ela se rompe, trazendo
prejuízos aos participantes.77
“Pichardismo” é um nome que deriva do autor do famoso “golpe”, o italiano Manuel Severo
Pichardo, que consiste na promessa fraudulenta, ao comprador, do fornecimento de determi-
nada mercadoria e, após algum tempo, restituir-lhe os valores pagos, em sistema de “corrente”.
O tipo penal apenas exemplificou como já assinalamos hipóteses de processos fraudulentos,
não consistindo numerus clausus, pois outras modalidades de fraude poderão ser praticadas
acarretando prejuízo a um número indeterminado de pessoas.
O inciso X pretende evitar a fraude no pagamento de prestações ou carnês, com promessa
de posterior entrega da mercadoria que não pode concretizar, quer pela fraude no sorteio, quer
pela não entrega do bem. Se a vítima fosse individualizada teríamos o estelionato ou apro-
priação indébita, mas na hipótese, havendo grande número de vítimas, ofende-se a economia
popular.78
No inciso XI temos duas formas de cometimento do delito. A primeira trata da fraude no
peso ou medida visando enganar o consumidor, e a segunda, caracteriza-se pela posse ou
detenção de material fraudado. A forma mais comum de praticar tais delitos é a alteração dos
equipamentos de aferição visando propiciar a diferença desejada, como imãs em balanças,
dispositivo oculto adaptado ao taxímetro. Não se aplica tal delito a serviços, mas sim a coisas,
pois em relação aquele já existe previsão no inciso VI, do mesmo artigo 2º.º

76
PRIETO, André Luiz. Comentários sobre os Crimes Contra a Economia Popular. Op. Cit.
77
PRIETO, André Luiz. Comentários sobre os Crimes Contra a Economia Popular. Op. Cit.
78
PRIETO, André Luiz. Comentários sobre os Crimes Contra a Economia Popular. Op. Cit.

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Pena – O dispositivo traz uma pena privativa de liberdade de detenção, de 6 (seis) meses
a 2 (dois) anos, e multa.
O parágrafo único trata-se de uma norma penal explicativa, que é aquela que visa esclare-
cer ou explicitar conceitos, a exemplo daquelas previstas nos arts. 327 e 150, § 4º, do Código
Penal.

Análise do Artigo 3º
Art. 3º. São também crimes desta natureza:
I – destruir ou inutilizar, intencionalmente e sem autorização legal, com o fim de determinar alta de
preços, em proveito próprio ou de terceiro, matérias-primas ou produtos necessários ao consumo
do povo;
II – abandonar ou fazer abandonar lavoura ou plantações, suspender ou fazer suspender a atividade
de fábricas, usinas ou quaisquer estabelecimentos de produção, ou meios de transporte, mediante
indenização paga pela desistência da competição;
III – promover ou participar de consórcio, convênio, ajuste, aliança ou fusão de capitais, com o fim
de impedir ou dificultar, para o efeito de aumento arbitrário de lucros, a concorrência em matéria de
produção, transportes ou comércio;
IV – reter ou açambarcar matérias-primas, meios de produção ou produtos necessários ao consumo
do povo, com o fim de dominar o mercado em qualquer ponto do País e provocar a alta dos preços;
V – vender mercadorias abaixo do preço de custo com o fim de impedir a concorrência.
VI – provocar a alta ou baixa de preços de mercadorias, títulos públicos, valores ou salários por meio
de notícias falsas, operações fictícias ou qualquer outro artifício;
VII – dar indicações ou fazer afirmações falsas em prospectos ou anúncios, para fim de substitui-
ção, compra ou venda de títulos, ações ou quotas;
VIII – exercer funções de direção, administração ou gerência de mais de uma empresa ou sociedade
do mesmo ramo de indústria ou comércio com o fim de impedir ou dificultar a concorrência;
IX – gerir fraudulenta ou temerariamente bancos ou estabelecimentos bancários, ou de capitaliza-
ção; sociedades de seguros, pecúlios ou pensões vitalícias; sociedades para empréstimos ou finan-
ciamento de construções e de vendas e imóveis a prestações, com ou sem sorteio ou preferência
por meio de pontos ou quotas; caixas econômicas; caixas Raiffeisen; caixas mútuas, de beneficên-
cia, socorros ou empréstimos; caixas de pecúlios, pensão e aposentadoria; caixas construtoras;
cooperativas; sociedades de economia coletiva, levando-as à falência ou à insolvência, ou não cum-
prindo qualquer das cláusulas contratuais com prejuízo dos interessados;
X – fraudar de qualquer modo escriturações, lançamentos, registros, relatórios, pareceres e outras
informações devidas a sócios de sociedades civis ou comerciais, em que o capital seja fracionado
em ações ou quotas de valor nominativo igual ou inferior a um mil cruzeiros com o fim de sonegar
lucros, dividendos, percentagens, rateios ou bonificações, ou de desfalcar ou de desviar fundos de
reserva ou reservas técnicas.

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Pena – detenção, de 2 (dois) anos a 10 (dez) anos, e multa, de vinte mil a cem mil cruzeiros.79

Inciso I: temos delito conduta alternativa: destruir (fazer desaparecer) ou inutilizar (impos-
sibilidade de fazer uso para o fim que se destina) visando a alta de preços (dolo específico).
Inciso II: a conduta consiste e um pagar para que o que outro desista da competição. Am-
bos auferem vantagens com a situação, em detrimento de terceiros concorrentes.80
Incisos III, IV e V: os dispositivos em comento foram revogados pelo artigo 4º da Lei n.
8.137/1990, que atualmente tem a seguinte redação:

Art. 4º Constitui crime contra a ordem econômica:


I – abusar do poder econômico, dominando o mercado ou eliminando, total ou parcialmente, a con-
corrência mediante qualquer forma de ajuste ou acordo de empresas; (Redação dada pela Lei n.
12.529, de 2011).
II – formar acordo, convênio, ajuste ou aliança entre ofertantes, visando: (Redação dada pela Lei n.
12.529, de 2011).
a) à fixação artificial de preços ou quantidades vendidas ou produzidas; (Redação dada pela Lei n.
12.529, de 2011).
b) ao controle regionalizado do mercado por empresa ou grupo de empresas; (Redação dada pela
Lei n. 12.529, de 2011).
c) ao controle, em detrimento da concorrência, de rede de distribuição ou de fornecedores. (Redação
dada pela Lei n. 12.529, de 2011).
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos e multa.81

Inciso VI: são atos que provocam abalos profundos na coexistência coletiva. Sendo assim,
fica afetada a economia popular. Para que haja a consumação, não é necessário que ocorra a
alteração dos preços, bastando a utilização dos artifícios para atingir tal fim.
Inciso VII: o inciso em análise foi revogado pelo artigo 67 da Lei n. 8.078/1990 (Código de
Defesa do Consumidor).
Inciso VIII: se busca obstar o monopólio danoso à indústria e ao comércio. O sujeito ativo
somente pode ser pessoa qualificada para exercer mais de uma função de direção, adminis-
tração ou gerência. A caracterização do delito se dá com o exercício de unidade de chefia em
mais de uma empresa do mesmo ramo e exige o dolo específico de impedir a concorrência.82
79
BRASIL. Lei dos Crimes Contra a Economia Popular. Op. Cit.
80
PRIETO, André Luiz. Comentários sobre os Crimes Contra a Economia Popular. Op. Cit.
81
BRASIL. Lei n. 8.137 de 27 de dezembro de 1990. Op. Cit.
82
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Lei n. 8.078/1990 e Lei n. 1.521/1951
Sérgio Ronaldo Sace Bautzer dos Santos Filho

Inciso IX: revogado parcialmente pelo artigo 4º da Lei n. 7.492/1986 que passou a prever
o crime de gestão fraudulenta de instituições financeiras. Tratando-se de empresas não finan-
ceiras, persiste o artigo de lei. O legislador procurou coibir o mau administrador do dinheiro
alheio. Há uma duas formas de má gestão: a fraudulenta e a temerária. Questão controvertida
refere-se à administração de consórcios, quanto a sua natureza. O Ministério Público de São
Paulo considera que a Lei n. 7.492/1986 equiparou o consórcio a instituição financeira.83
Inciso X: representa esse artigo uma espécie de falsidade ideológica contra o patrimônio
de várias pessoas que integram o quadro societário por cotas ou ações. O objetivo é lesar com
a finalidade de ganhos ilícitos.84

Pena – O dispositivo traz uma pena de detenção, de 2 (dois) anos a 10 (dez) anos, e multa.

Análise do Artigo 4º
Art. 4º. Constitui crime da mesma natureza a usura pecuniária ou real, assim se considerando:
a) cobrar juros, comissões ou descontos percentuais, sobre dívidas em dinheiro superiores à taxa
permitida por lei; cobrar ágio superior à taxa oficial de câmbio, sobre quantia permutada por moeda
estrangeira; ou, ainda, emprestar sob penhor que seja privativo de instituição oficial de crédito; (Vide
Lei n. 1.807, de 1953)
b) obter, ou estipular, em qualquer contrato, abusando da premente necessidade, inexperiência ou
leviandade de outra parte, lucro patrimonial que exceda o quinto do valor corrente ou justo da pres-
tação feita ou prometida.
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa, de cinco mil a vinte mil cruzeiros.
§ 1º. Nas mesmas penas incorrerão os procuradores, mandatários ou mediadores que intervierem
na operação usuária, bem como os cessionários de crédito usurário que, cientes de sua natureza
ilícita, o fizerem valer em sucessiva transmissão ou execução judicial.
§ 2º. São circunstâncias agravantes do crime de usura:
I – ser cometido em época de grave crise econômica;
II – ocasionar grave dano individual;
III – dissimular-se a natureza usurária do contrato;
IV – quando cometido:
a) por militar, funcionário público, ministro de culto religioso; por pessoa cuja condição econômico-
-social seja manifestamente superior à da vítima;
b) em detrimento de operário ou de agricultor; de menor de 18 (dezoito) anos ou de deficiente men-
tal, interditado ou não.

83
PRIETO, André Luiz. Comentários sobre os Crimes Contra a Economia Popular. Op. Cit.
84
PRIETO, André Luiz. Comentários sobre os Crimes Contra a Economia Popular. Op. Cit.

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Aborda a aliena “a” especificamente a usura pecuniária, que segundo Manoel Pedro Pimen-
tel é conceituada como “a obtenção de lucros exagerados, através de juros cobrados por em-
préstimos em dinheiro, ou por meio de contratos que tenham por objetivo negócios em valores
traduzíveis em pecúnia.” (in, Legislação Penal Especial, ed. RT, 1972, p. 42). O tipo penal prevê
três formas de praticar o crime, duas na forma de cobrar e uma na de emprestar. A primeira
tipifica-se por cobrar juros sobre dívidas em dinheiro superiores a taxa permitida por lei. A se-
gunda modalidade compreende a cobrança de ágio superior a taxa de câmbio, sobre quantia
permutada por moeda estrangeira (frisa-se que para realizar tais operações há necessidade de
autorização do Banco Central). E a terceira, refere-se do empréstimo mediante penhor, que é
privativo da CEF.
Aborda a alínea “b” a usura real, que é traduzida por uma vantagem em bens patrimoniais
de qualquer natureza, inclusive imóveis, inserida em contratos como de compra e venda, ces-
são de créditos, arrendamento, mandato e serviços. Na usura real há uma violenta despropor-
ção entre o preço justo e o lucro a ser auferido. São contratos leoninos, fruto do desespero de
uma das partes. O abuso se dá em face a necessidade incomum, quase sem saída da vítima,
ou ainda da sua falta de vivência nos negócios ou mesmo a precipitação, irreflexão.

Análise do Artigo 5º
Art. 5º Nos crimes definidos nesta lei, haverá suspensão da pena e livramento condicional em todos
os casos permitidos pela legislação comum. Será a fiança concedida nos termos da legislação em
vigor, devendo ser arbitrada dentro dos limites de Cr$ 5.000,00 (cinco mil cruzeiros) a Cr$ 50.000,00
(cinquenta mil cruzeiros), nas hipóteses do artigo 2º, e dentro dos limites de Cr$ 10.000,00 (dez mil
cruzeiros) a Cr$100.000,00 (cem mil cruzeiros) nos demais casos, reduzida à metade dentro desses
limites, quando o infrator for empregado do estabelecimento comercial ou industrial, ou não ocupe
cargo ou posto de direção dos negócios. (Redação dada pela Lei n. 3.290, de 1957)85

Andreucci nos ensina86:


Suspensão condicional da pena: vem prevista nos arts 77 e s. do CP, seguindo as mesmas
diretrizes já estabelecidas.

85
BRASIL. Lei dos Crimes Contra a Economia Popular. Op. Cit.
86
ANDREUCCI, Ricardo Antônio. Legislação penal especial. Op. Cit.

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Livramento condicional: vem previsto nos arts. 83 e s. do CP, seguindo também as mes-
mas diretrizes já estabelecidas.
Fiança: segue a mesma sistemática do Código de Processo Penal.

Análise do Artigo 6º
Art. 6º. Verificado qualquer crime contra a economia popular ou contra a saúde pública (Capítulo III
do Título VIII do Código Penal) e atendendo à gravidade do fato, sua repercussão e efeitos, o juiz, na
sentença, declarará a interdição de direito, determinada no art. 69, IV, do Código Penal, de 6 (seis)
meses a 1 (um) ano, assim como, mediante representação da autoridade policial, poderá decretar,
dentro de 48 (quarenta e oito) horas, a suspensão provisória, pelo prazo de 15 (quinze) dias, do exer-
cício da profissão ou atividade do infrator.87

O juiz, na sentença condenatória, deverá observar o que está disposto nos artigos 44 e
seguintes do Código Penal, que tratam das penas restritivas de direito e da conversão da pena
privativa de liberdade. O artigo 69 do Código Penal atualmente trata do concurso material de
infrações. Deve ser lembrado que a Parte Geral do Estatuto Penal foi alterada em 1984.

Análise do Artigo 7º
Art. 7º Os juízes recorrerão de ofício sempre que absolverem os acusados em processo por crime
contra a economia popular ou contra a saúde pública, ou quando determinarem o arquivamento dos
autos do respectivo inquérito policial.88

O mestre Ricardo Andreucci, com a maestria de sempre, professa89:


Recurso de ofício: o recurso de ofício, também chamado de recurso anômalo ou duplo
grau obrigatório, vem previsto em algumas situações no processo penal, em que está o juiz
obrigado a recorrer de suas próprias decisões, submetendo a questão a reanálise pelo Tribu-
nal, ainda que nenhum dos legitimados tenha interesse em recorrer.
Crimes contra a economia popular: nos crimes contra a economia popular, o Ministério
Público é o órgão legitimado a recorrer da sentença absolutória, já que a ação é pública incon-
dicionada. Poderá o assistente de acusação, eventualmente, também recorrer da sentença

87
BRASIL. Lei dos Crimes Contra a Economia Popular. Op. Cit.
88
BRASIL. Lei dos Crimes Contra a Economia Popular. Op. Cit.
89
ANDREUCCI, Ricardo Antônio. Legislação penal especial. Op. Cit.

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absolutória. Entretanto, se nenhum dos legitimados tem interesse em recorrer, por que deter-
minou o legislador o recurso de ofício? Argumentam alguns estudiosos da matéria que interes-
ses maiores, da coletividade, estariam em jogo nos crimes contra a economia popular, fazendo
com que a questão fosse reanalisada pelo Tribunal, em caso de absolvição ou de arquivamen-
to do inquérito policial, inobstante o conformismo do Ministério Público.
Cremos, entretanto, que não mais se justifica tal recurso em face dos modernos postu-
lados constitucionais, onde o juiz natural decide apoiado em seu soberano convencimento,
aceitando os legitimados a decisão, que se torna, então, imutável. De todo modo, persiste a
determinação legal, figurando as duas situações elencadas (absolvição e arquivamento do in-
quérito policial) como hipóteses de cabimento do recurso de ofício no processo penal.

Análise do Artigo 8º
Art. 8º. Nos crimes contra a saúde pública, os exames periciais serão realizados, no Distrito Federal,
pelas repartições da Secretaria-Geral da Saúde e Assistência e da Secretaria da Agricultura, Indús-
tria e Comércio da Prefeitura ou pelo Gabinete de Exames Periciais do Departamento de Segurança
Pública e nos Estados e Territórios pelos serviços congêneres, valendo qualquer dos laudos como
corpo de delito.90

Prova pericial: nos crimes contra a economia popular que violem a saúde pública, a perícia
seguirá o regramento geral dos arts. 158 e s. do Código de Processo Penal, com as instituídas
pela Lei n. 11.690/2008.91

Análise do Artigo 10
Art. 10. Terá forma sumária, nos termos do Capítulo V, Título II, Livro II, do Código de Processo Penal,
o processo das contravenções e dos crimes contra a economia popular, não submetidos ao julga-
mento pelo júri. (Vide Decreto-lei n. 2.848, de 1940)
§ 1º. Os atos policiais (inquérito ou processo iniciado por portaria) deverão terminar no prazo de 10
(dez) dias.
§ 2º. O prazo para oferecimento da denúncia será de 2 (dois) dias, esteja ou não o réu preso.
§ 3º. A sentença do juiz será proferida dentro do prazo de 30 (trinta) dias contados do recebimento
dos autos da autoridade policial (art. 536 do Código de Processo Penal).

90
BRASIL. Lei dos Crimes Contra a Economia Popular. Op. Cit.
91
ANDREUCCI, Ricardo Antônio. Legislação penal especial. Op. Cit.

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§ 4º. A retardação injustificada, pura e simples, dos prazos indicados nos parágrafos anteriores,
importa em crime de prevaricação (art. 319 do Código Penal).92
Art. 11. No Distrito Federal, o processo das infrações penais relativas à economia popular caberá,
indistintamente, a todas as varas criminais com exceção das 1ª e 20ª, observadas as disposições
quanto aos crimes da competência do júri de que trata o art. 12.93

Os crimes previstos nos artigos 2º e 4º da Lei de Economia Popular, que ainda não se
encontram revogados, são infrações de menor potencial ofensivo. O rito procedimental de jul-
gamento a ser observado é o previsto na Lei n. 9.099/1995, que trata dos Juizados Especiais
Cíveis e Criminais.
Segundo Ricardo Andreucci94:
Procedimento comum ordinário: os crimes previstos no art. 3º da Lei seguirão o rito co-
mum ordinário, estabelecido pelo art. 394 e s. do Código de Processo Penal, de acordo com a
nova redação dada pela Lei n. 11.719/2008.
Vale mencionar ainda os ensinamentos de André Luiz Prieto95:

(...)para os crimes previstos no artigo 2º e 4º, a lei comina pena de detenção de 6 (seis) meses a 2
(dois) anos, e multa, o que os torna de menor potencial ofensivo, sujeitando o agentes as medidas
despenalizadoras previstas na Lei 9099/95. E, para os previstos no artigo 3º, prevê a detenção de 2
(dois) anos a 10 (dez) anos, e multa, o que poderá ser aplicado somente os benefícios da suspensão
condicional da pena, o “sursis”, caso a pena em concreto não supere ao mínimo legal ou mesmo
uma eventual substituição da pena corporal por restritiva de direitos, caso esta não supere a quatro
anos, nos moldes previstos no artigo 44 e SS., do Estatuto Repressivo vigente.

O prazo para conclusão do inquérito policial estando o indiciado preso ou solto será de 10
(dez) dias.
Cumpre ressaltar que desde 1988, foi extirpado do Direito pátrio o procedimento judiciali-
forme, que ocorria quando a ação penal era iniciada a partir da portaria do Delegado de Polícia.
O Ministério Público é único titular da ação penal pública, conforme rege o artigo 129, inciso I,
da Constituição Federal

92
BRASIL. Lei dos Crimes Contra a Economia Popular. Op. Cit.
93
BRASIL. Lei dos Crimes Contra a Economia Popular. Op. Cit.
94
ANDREUCCI, Ricardo Antônio. Legislação penal especial. Op. Cit.
95
PRIETO, André Luiz. Comentários sobre os Crimes Contra a Economia Popular. Op. Cit.

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O prazo que o Órgão Ministerial tem para oferecer a denúncia, estando o indiciado preso
ou solto, é de dois dias.
Segundo o mestre Andreucci96:
Prevaricação: determina o § 4º que o retardamento injustificado dos prazos indicados nos
§ § 1º, 2º e 3º, pura e simplesmente, importará em crime de prevaricação, previsto no artigo
319 do CP. Esse dispositivo contraria a própria essência do crime de prevaricação, em que o
funcionário público retarda ofício para satisfazer interesse ou sentimento pessoal, o que ine-
xiste no caso em tela. De todo modo, a indolência do funcionário público (delegado de polícia,
promotor de justiça ou juiz de direito etc.), por si só, irá caracterizar o delito de prevaricação,
por expressa determinação legal.

Da Revogação dos Artigos 12 a 30

Art. 12. São da competência do Júri os crimes previstos no art. 2º desta Lei. (Vide Emenda
Constitucional n. 1, de 1969)97
Art. 13. O Júri compõe de um juiz, que é o seu presidente, e de vinte jurados sorteados den-
tre os eleitores de cada zona eleitoral, de uma lista de cento e cinquenta a duzentos eleitores,
cinco dos quais constituirão o conselho de sentença em cada sessão de julgamento. (Vide
Emenda Constitucional n. 1, de 1969)98
Art. 14. A lista a que se refere o artigo anterior será semestralmente organizada pelo presi-
dente do Júri, sob sua responsabilidade, entre pessoas de notória idoneidade, incluídos de pre-
ferência os chefes de família e as donas de casa. (Vide Emenda Constitucional n. 1, de 1969)99
Art. 15. Até o dia quinze de cada mês, far-se-á o sorteio dos jurados que devam constituir
o tribunal do mês seguinte. (Vide Emenda Constitucional n. 1, de 1969)100
Art. 16. o Júri funcionará quando estiverem presentes, pelo menos quinze jurados. (Vide
Emenda Constitucional n. 1, de 1969)101
96
ANDREUCCI, Ricardo Antônio. Legislação penal especial. Op. Cit.
97
BRASIL. Lei dos Crimes Contra a Economia Popular. Op. Cit.
98
BRASIL. Lei dos Crimes Contra a Economia Popular. Op. Cit.
99
BRASIL. Lei dos Crimes Contra a Economia Popular. Op. Cit.
100
BRASIL. Lei dos Crimes Contra a Economia Popular. Op. Cit.
101
BRASIL. Lei dos Crimes Contra a Economia Popular. Op. Cit.

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Art. 17. O presidente do Júri fará as convocações para o julgamento com quarenta e oito
horas de antecedência pelo menos, observada a ordem de recebimento dos processos. (Vide
Emenda Constitucional n. 1, de 1969)102
Art. 18. Além dos casos de suspeição e impedimento previstos em Lei, não poderá servir
jurado da mesma atividade profissional do acusado. (Vide Emenda Constitucional n. 1, de
1969)103
Art. 19. Poderá ser constituído um Júri em cada zona eleitoral. (Vide Emenda Constitucio-
nal n. 1, de 1969)104
Art. 20. A presidência do Júri caberá ao Juiz do processo, salvo quando a Lei de organiza-
ção judiciária atribuir a presidência a outro. (Vide Emenda Constitucional n. 1, de 1969)105
Art. 21. No Distrito Federal, poderá o juiz presidente do Júri representar ao Tribunal de Jus-
tiça para que seja substituído na presidência do Júri por Juiz substituto ou Juízes substitutos,
nos termos do art. 20 da Lei n. 1.301, de w28 de dezembro de 1950. Servirá no Júri o Promotor
Público que for designado. (Vide Emenda Constitucional n. 1, de 1969)106
Art. 22. O Júri poderá funcionar com pessoal, material e instalações destinados aos servi-
ços eleitorais. (Vide Emenda Constitucional n. 1, de 1969)107
Art. 23. Nos processos da competência do Júri far-se-á a instrução contraditória, observa-
do o disposto no Código de Processo Penal, relativamente ao processo comum (livro II, título I,
capítulo I) com às seguintes modificações: (Vide Emenda Constitucional n. 1, de 1969)
I – o número de testemunhas, tanto para a acusação como para a defesa, será de seis no
máximo.
II – Serão ouvidas as testemunhas de acusação e de defesa, dentro do prazo de quinze dias
se o réu estiver prêso, e de vinte quando sôlto.

102
BRASIL. Lei dos Crimes Contra a Economia Popular. Op. Cit.
103
BRASIL. Lei dos Crimes Contra a Economia Popular. Op. Cit.
104
BRASIL. Lei dos Crimes Contra a Economia Popular. Op. Cit.
105
BRASIL. Lei dos Crimes Contra a Economia Popular. Op. Cit.
106
BRASIL. Lei dos Crimes Contra a Economia Popular. Op. Cit.
107
BRASIL. Lei dos Crimes Contra a Economia Popular. Op. Cit.

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III – Havendo acordo entre o Ministério Público e o réu, por seu defensor, mediante termo
lavrado nos autos, será dispensada a inquirição das testemunhas arroladas pelas partes e
cujos depoimentos constem do inquérito policial.
IV – Ouvidas as testemunhas e realizada qualquer diligência porventura requeda, o Juiz, de-
pois de sanadas as nulidades e irregularidades e determinar ou realizar qualquer outra diligên-
cia, que entender conveniente, ouvirá, nos autos, sucessivamente, por quarenta e oito horas, o
órgão do Ministério Público e o defensor.
V – Em seguida, o Juiz poderá absolver, desde logo, o acusado, quando estiver provado que
êle não praticou o crime, fundamentando a sentença e recorrendo ex-officio.
VI – Se o Juiz assim não proceder, sem manifestar, entretanto, sua opinião, determinará a
remessa do processo ao presidente do Júri ou que se faça a inclusão do processo na pauta do
julgamento se lhe couber a presidência.
VII – São dispensadas a pronúncia e a formação de libelo.108
Art. 24. O órgão do Ministério Público, o réu e o seu defensor, serão intimados do dia desig-
nado para o julgamento. Será julgado à revelia o réu solto que deixar de comparecer sem justa
causa. (Vide Emenda Constitucional n. 1, de 1969)109
Art. 25. Poderão ser ouvidas em plenário as testemunhas da instrução que, previamente,
e com quarenta e oito horas de antecedência, forem indicadas pelo Ministério Público ou pelo
acusado.110
Art. 26. Em plenário, constituído o conselho de sentença, o Juiz tomará aos jurados o ju-
ramento de bem e sinceramente decidirem a causa, proferindo o voto a bem da verdade e da
justiça. (Vide Emenda Constitucional n. 1, de 1969)111
Art. 27. Qualificado a réu e sendo-lhe permitida qualquer declaração a bem da defesa, ob-
servada as formalidades processuais, aplicáveis e constantes da seção IV do cap. II do livro Il,
tit. I do Código de Processo Penal, o juiz abrirá os debates, dando a palavra ao órgão do Minis-

108
BRASIL. Lei dos Crimes Contra a Economia Popular. Op. Cit.
109
BRASIL. Lei dos Crimes Contra a Economia Popular. Op. Cit.
110
BRASIL. Lei dos Crimes Contra a Economia Popular. Op. Cit.
111
BRASIL. Lei dos Crimes Contra a Economia Popular. Op. Cit.

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tério Público e ao assistente, se houver, para dedução da acusação e ao defensor para produzir
a defesa. (Vide Emenda Constitucional n. 1, de 1969)112
Art. 28. O tempo, destinado à acusação e à defesa será de uma hora para cada uma. Ha-
vendo mais de um réu, o tempo será elevado ao dobro, desde que assim seja requerido. Não
haverá réplica nem tréplica. (Vide Emenda Constitucional n. 1, de 1969)113
Art. 29. No julgamento que se realizará em sala secreta com a presença do Juiz, do escri-
vão e de um oficial de Justiça, bem como dos acusadores e dos defensores que se conserva-
rão em seus lugares sem intervir na votação, os jurados depositarão na urna a resposta - sim
ou não - ao quesito único indagando se o réu praticou o crime que lhe foi imputado. (Vide
Emenda Constitucional n. 1, de 1969)
Parágrafo único. Em seguida, o Juiz, no caso de condenação, lavrará sentença tendo em
vista as circunstâncias atenuantes ou agravantes existentes nos autos e levando em conta na
aplicação da pena o disposto nos arts. 42 e 43 do Código Penal.114
Art. 30. Das decisões do Júri, e nos termos da legislação em vigor, cabe apelação, sem
efeito suspensivo, em qualquer caso. (Vide Emenda Constitucional n. 1, de 1969)115
Segundo o mestre Ricardo Andreucci116:
Dispositivos revogados: o Tribunal do Júri instituído para processar e julgar os crimes con-
tra a economia popular (arts. 12 a 30 da lei) foi extinto pela Emenda Constitucional n. 1, de
1969, quando em seu art. 153, § 18, manteve a instituição do júri, com competência para julga-
mento dos crimes dolosos contra a vida, excluindo, portanto, o julgamento dos crimes contra
a economia popular”

112
BRASIL. Lei dos Crimes Contra a Economia Popular. Op. Cit.
113
BRASIL. Lei dos Crimes Contra a Economia Popular. Op. Cit.
114
BRASIL. Lei dos Crimes Contra a Economia Popular. Op. Cit.
115
BRASIL. Lei dos Crimes Contra a Economia Popular. Op. Cit.
116
ANDREUCCI, Ricardo Antônio. Legislação penal especial. Op. Cit.

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MAPAS MENTAIS

A COMPETÊNCIA É
DETERMINADA PELO LOCAL
ONDE OCORRE A INFRAÇÃO
TODOS OS CRIMES DO CDC
SÃO DE MENOR POTENCIAL
SÃO CRIMES DE AÇÃO PENAL
OFENSIVO E
PÚBLICA INCONDICIONADA

CRIMES CONTRA AS SÃO TODOS DE COMETÊNCIA


RELAÇÕES DE CONSUMO DO JECRIM

O SUJEITO ATIVO É SEMPRE O


AGENTE PÚBLICO

CABENDO A ELES
APLICAÇÕES DOS INSTITUTOS

É POSSÍVEL A PRESENÇA DE DESPENALIZADORES DA LEI

ASSISTENTE DA ACUSAÇÃO N. 9.099/1995

O CONCEITO DE CONSUMIDOR
ESTÁ NO ARTIGO 2º DO CDC

DESTINATÁRIOS É QUEM
ADQUIRE O PRODUTO OU
O CONCEITO DE FORNECEDOR
ESTÁ NO ARTIGO 3º DO CDC

CRIMES CONTRA AS UTILIZA O SERVIÇO PARA


RELAÇÕES DE CONSUMO SATISFAZER NECESSIDADE
OU UTILIDADE PESSOAL
CONSUMIDOR POR
QUIPARAÇÃO SÃO TODAS AS
VÍTIMA DO EVENTO DANOSO

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QUESTÕES DE CONCURSO
Questão 1 (FUNDEP/MPE-MG/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2011) Considerando os crimes
contra as relações de consumo, previstos na Lei n. 8.137/1990, bem como no Código de Defe-
sa do Consumidor (Lei n. 8.078/1990), analise as seguintes proposições e assinale com V as
verdadeiras e com F as falsas. Constitui crime
( ) vender ou expor à venda mercadoria cuja embalagem esteja em desacordo com as pres-
crições legais, punindo-se apenas a modalidade dolosa.
( ) misturar gêneros e mercadorias de espécies diferentes, para vendê-las como puros, pu-
nindo-se inclusive a modalidade culposa.
( ) ter em depósito, para vender, mercadoria em condições impróprias ao consumo, punin-
do-se inclusive a modalidade culposa.
( ) deixar de entregar ao consumidor o termo de garantia adequadamente preenchido e com
especificação clara de seu conteúdo, punindo-se inclusive a modalidade culposa. Assi-
nale a alternativa que apresenta a sequência de letras CORRETA.
a) (V) (V) (V) (F).
b) (V) (F) (F) (V).
c) (F) (V) (V) (F).
d) (F) (V) (V) (V).

Questão 2 (VUNESP/TJ-SC/JUIZ LEIGO/2018) Uma empresa de show pirotécnico promo-


ve um evento na cidade de Joinville, mesmo contrariando decisão do órgão público responsá-
vel pela autorização. No dia e hora do evento, há uma explosão que fere três pessoas e mata
uma criança que teve o corpo inteiramente queimado. Do que se depreende da leitura do Códi-
go de Defesa do Consumidor acerca dos fatos, é correto afirmar que
a) não há previsão legal de crime no Código de Defesa do Consumidor acerca desse fato, sen-
do tal ato criminoso tutelado apenas pelas regras do direito penal.
b) a execução do serviço de alto grau de periculosidade, contrariando determinação da auto-
ridade competente, é considerada crime apenado com detenção de seis meses a dois anos e

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multa, e, pelo texto constante no Código de Defesa do Consumidor, exclui expressamente as


penas aplicáveis a lesão corporal e morte previstas em outras legislações.
c) manuseio de fogos de artificio não é prática considerada pela lei de alta periculosidade, e,
assim, não há que se falar em ilícito penal, apenas em responsabilidade civil.
d) a execução do serviço de alto grau de periculosidade, contrariando determinação da auto-
ridade competente, é considerada crime apenado com detenção de seis meses a dois anos e
multa, sem prejuízo das penas aplicáveis à lesão corporal e morte.
e) a situação descrita, por contrariar determinação da autoridade competente, é considerada
crime apenado com reclusão de seis meses a dois anos e multa, devendo ter a pena aumenta-
da em razão da morte de um menor.

Questão 3 (VUNESP/PC-BA/ESCRIVÃO DE POLÍCIA/2018) Considere o seguinte caso hi-


potético: o fornecedor de um determinado produto faz afirmação falsa ou omite informação
relevante sobre a sua natureza, característica e qualidade. É correto afirmar que
a) independentemente de ser dolosa ou culposa a conduta, a infração penal é de menor poten-
cial ofensivo.
b) sendo culposa a conduta do fornecedor, o fato será atípico.
c) somente será considerado crime contra a relação de consumo se a conduta for dolosa e
houver representação do consumidor.
d) o fornecedor cometeu um crime doloso contra a relação de consumo, apenado com reclu-
são.
e) a pena aplicável à conduta é de multa e a ação penal dependerá de representação do con-
sumidor.

Questão 4 (CESPE/TJ-BA/CONCILIADOR/2019) Determinado produto perecível, fabricado


e comercializado pelo fornecedor X, não continha nenhuma informação sobre seus compo-
nentes e sua durabilidade, o que acarretou prejuízos a vários consumidores. Por sua conduta,
o fornecedor X cometeu infração penal punível com detenção e multa. A empresa Y havia pa-
trocinado a oferta desse produto. Com referência a essa situação hipotética e considerando o
disposto no CDC, é correto afirmar que Y

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a) não incorrerá em pena, caso comprove que sua conduta tenha sido culposa.
b) não incorrerá em pena, pois não cometeu infração penal.
c) incorrerá em pena de detenção inferior à de X.
d) incorrerá em pena de multa apenas.
e) incorrerá nas mesmas penas cabíveis a X.

Questão 5 (INSTITUTO ÂNIMA SOCIESC/PREFEITURA DE JAGUARÁ DO SUL-SC/OUVI-


DOR/2020) O artigo 66 do Código de Defesa do Consumidor prevê infração penal para quem
“Fizer afirmação falsa ou enganosa, ou omitir informação relevante sobre a natureza, carac-
terística, qualidade, quantidade, segurança, desempenho, durabilidade, preço ou garantia de
produtos ou serviços”. Assinale a alternativa correta com relação a essa infração:
a) Detenção de seis meses a dois anos e multa.
b) Detenção de um a seis meses ou multa, se o crime não for culposo.
c) Detenção de seis meses a três anos e multa, se o crime for culposo.
d) Detenção de três meses a um ano e multa, se o crime não for culposo.
e) Detenção de três anos ou multa, se o crime for culposo.

Questão 6 (FUNDEP/PREFEITURA DE UBERLÂNDIA-MG/FISCAL DE DEFESA DO CON-


SUMIDOR/2019) Sem prejuízo do disposto no Código Penal e leis especiais, o Código de De-
fesa do Consumidor tipifica algumas condutas como crimes e comina as respectivas penas.
A esse respeito, relacione a COLUNA II com a COLUNA I, associando o tipo penal à sua respec-
tiva pena, conforme previsto na lei.
COLUNA I

1) Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria saber ser enganosa ou abusiva.
2) Omitir dizeres ou sinais ostensivos sobre a nocividade ou periculosidade de produtos,
nas embalagens, nos invólucros, recipientes ou publicidade.
3) Deixar de entregar ao consumidor o termo de garantia adequadamente preenchido e
com especificação clara de seu conteúdo.
COLUNA II
( ) Pena: detenção de um a seis meses ou multa.

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( ) Pena: detenção de três meses a um ano e multa.


( ) Pena: detenção de seis meses a dois anos e multa.
Assinale a sequência correta.
a) 1 2 3
b) 3 1 2
c) 2 3 1
d) 2 1 3

Questão 7 (VUNSEP/PREFEITURA DE ITAPEVI-SP/FISCAL MUNICIPAL DE POSTU-


RAS/2019) O Código de Defesa do Consumidor, em seu art. 76, define como circunstâncias
agravantes dos crimes nele tipificados o fato de estes crimes serem cometidos, dentre outros,
a) por agente político ou partido político, ou serem cometidos em época de grave crise econô-
mica.
b) por agente político ou partido político, ou em detrimento de pessoas portadoras de defici-
ência físicas.
c) em detrimento de menor de dezoito ou maior de sessenta anos ou envolverem atividades do
sistema financeiro.
d) em detrimento de pessoas portadoras de deficiência física ou serem cometidos em época
de grave crise econômica.
e) por servidor público, ou serem praticados em operações que envolvam alimentos, medica-
mentos ou outros produtos ou serviços essenciais.

Questão 8 (CESPE/DPE-DF/DEFENSOR PÚBLICO/2019) A respeito da publicidade, das


sanções criminais e das práticas contratuais abusivas em relações de consumo, julgue o item
a seguir, tendo como referência a legislação pertinente e o entendimento dos tribunais supe-
riores.
A recusa do fornecedor em prestar informações ao consumidor enseja o crime de desobedi-
ência, além de sujeitar o fornecedor a uma das sanções administrativas previstas no Código
de Defesa do Consumidor, que veda à autoridade administrativa aplicá-las cumulativamente.

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Questão 9 (CESPE/DPE-DF/DEFENSOR PÚBLICO/2019) A respeito da publicidade, das


sanções criminais e das práticas contratuais abusivas em relações de consumo, julgue o item
a seguir, tendo como referência a legislação pertinente e o entendimento dos tribunais supe-
riores.
Fazer ou promover publicidade que se saiba ou que se devesse saber ser enganosa ou abusiva
é considerado crime, de perigo abstrato, contra as relações de consumo.

Questão 10 (VUNESP/PREFEITURA DE SÃO BERNARDO DO CAMPO-SP/ASSISTENTE JU-


RÍDICO/2018) Omitir dizeres ou sinais ostensivos sobre a nocividade ou periculosidade de
produtos, nas embalagens, nos invólucros, recipientes ou publicidade, é infração penal, descri-
ta no Código de Defesa do Consumidor, que possui como pena base de detenção, de
a) seis meses a dois anos e multa.
b) um a seis meses e multa.
c) seis meses a um ano e multa.
d) três meses a um ano e multa.
e) três meses a dois anos e multa.

Questão 11 (CESPE/MPE-PI/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/2019) A respeito das


normas de direito penal e processo penal previstas no CDC, julgue os itens a seguir.
I – Omitir sinais ostensivos sobre a nocividade de produtos em embalagens constitui con-
duta delitiva punida quando praticada com dolo ou culpa.
II – O diretor de pessoa jurídica que promover o fornecimento de produtos em condições
proibidas incide nas penas cominadas aos crimes previstos no CDC, na medida de sua
culpabilidade.
III – É circunstância agravante dos crimes tipificados no CDC o cometimento em detrimento
de menor de dezoito anos de idade, de maior de sessenta anos de idade ou de pessoas
com deficiência mental, interditadas ou não.
IV – Além das penas privativas de liberdade e de multa, pode ser imposta, cumulativa ou
alternativamente, a pena de liquidação compulsória da pessoa jurídica.

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Estão certos apenas os itens


a) I e II.
b) I e IV.
c) III e IV.
d) I, II e III.
e) II, III e IV.

Questão 12 (FCC/DPE-MA/DEFENSOR PÚBLICO/2018) Em relação aos dispositivos penais


previstos no Código de Defesa do Consumidor, é correto afirmar:
a) Os legitimados para a propositura da ação civil pública, desde que pessoas jurídicas de direi-
to público, podem ingressar como assistentes do Ministério Público nas denúncias oferecidas
por seus membros.
b) São circunstâncias que agravam a pena o fato de o crime ser cometido em período de grave
crise econômica ou por ocasião de calamidade.
c) Não há previsão de pena alternativa à privativa de liberdade, com exceção da prestação de
serviços a comunidade.
d) A fiança deve observar os limites previstos no Código de Defesa do Consumidor, não poden-
do ser aumentada ou diminuída em atenção a capacidade financeira do sujeito ativo.
e) A pena de multa será fixada entre cem e duzentas mil vezes o valor do Bônus do Tesouro
Nacional (BTN), ou índice equivalente que venha a substituí-lo.

Questão 13 (CESPE/PC-SE/DELEGADO DE POLÍCIA/2018) Acerca das infrações penais


previstas na legislação consumerista, julgue o item a seguir.
A omissão de dizeres ou sinais ostensivos que atestem a nocividade de determinado produto
em matéria publicitária configura crime previsto no Código de Defesa do Consumidor, delito
esse que também poderá ser punido na modalidade culposa e independerá de resultado dano-
so para a sua consumação.

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Questão 14 (VUNESP/PC-SP/DELEGADO DE POLÍCIA/2018) Assinale a alternativa em que


todos os crimes descritos da Lei n. 8.078/1990 (Código de Defesa do Consumidor) possuem
modalidade culposa.
a) Impedir ou dificultar o acesso do consumidor às informações que sobre ele constem em
cadastros, banco de dados, fichas e registros / Fazer afirmação falsa ou enganosa, ou omitir
informação relevante sobre a natureza, característica, qualidade, quantidade, segurança, de-
sempenho, durabilidade, preço ou garantia de produtos ou serviços.
b) Deixar de organizar dados fáticos, técnicos e científicos que dão base à publicidade / Em-
pregar na reparação de produtos, peça ou componentes de reposição usados, sem autorização
do consumidor.
c) Deixar de entregar ao consumidor o termo de garantia adequadamente preenchido e com
especificação clara de seu conteúdo / Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria sa-
ber ser enganosa ou abusiva.
d) Empregar na reparação de produtos, peça ou componentes de reposição usados, sem au-
torização do consumidor / Impedir ou dificultar o acesso do consumidor às informações que
sobre ele constem em cadastros, banco de dados, fichas e registros.
e) Omitir dizeres ou sinais ostensivos sobre a nocividade ou periculosidade de produtos, nas
embalagens, nos invólucros, recipientes ou publicidade / Fazer afirmação falsa ou enganosa,
ou omitir informação relevante sobre a natureza, característica, qualidade, quantidade, segu-
rança, desempenho, durabilidade, preço ou garantia de produtos ou serviços.

Questão 15 (CESPE/TJ-CE/JUIZ SUBSTITUTO/2018) A respeito das infrações penais tipifi-


cadas no CDC, assinale a opção correta.
a) Enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitação prévia, qualquer produto, constitui infra-
ção penal.
b) Praticar crime tipificado no CDC em detrimento de operário ou rurícola não constitui circuns-
tância agravante.
c) Permitir o ingresso em estabelecimento comercial de clientes em quantidade superior à
fixada pela autoridade administrativa como quantidade máxima constitui crime.

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d) Deixar de entregar ao consumidor o termo de garantia adequadamente preenchido e com


especificação clara de seu conteúdo caracteriza conduta atípica.
e) Empregar na reparação de produtos peça ou componente de reposição usado, ainda que se
tenha a autorização prévia e expressa do consumidor, constitui crime.

Questão 16 (VUNESP/PC-SP/INVESTIGADOR DE POLÍCIA/2018) Em relação ao Código de


Defesa do Consumidor (Lei n. 8.078/1990), assinale a alternativa correta.
a) Os crimes culposos são apenados exclusivamente com multa.
b) Existe hipótese de contravenção penal.
c) Não existem crimes culposos.
d) Não existem crimes apenados com reclusão.
e) Todos os crimes são apenados com reclusão.

Questão 17 (VUNESP/PREFEITURA DE BAURU-SP/PROCURADOR JURÍDICO/2018) Cons-


titui infração penal prevista pelo Código de Defesa do Consumidor:
a) recusar a venda de bens ou a prestação de serviços, diretamente a quem se disponha a ad-
quiri-los mediante pronto pagamento.
b) permitir o ingresso em estabelecimentos comerciais ou de serviços de um número maior de
consumidores que o fixado pela autoridade administrativa como máximo.
c) condicionar o fornecimento de produto ou serviço ao fornecimento de outro produto ou
serviço.
d) exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva.
e) colocar no mercado produtos nocivos ou perigosos, ainda que devida e ostensivamente
identificados como tal.

Questão 18 (VUNESP/PC-BA/INVESTIGADOR DE POLÍCIA/2018) No Título II do Código de


Defesa do Consumidor (Lei n. 8.078/1990), estão previstas algumas condutas que, se pratica-
das pelo fornecedor, serão consideradas crime, entre elas:
a) fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria saber ser enganosa ou abusiva.

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b) executar serviço de alto grau de periculosidade, mesmo em consonância com determinação


de autoridade competente.
c) empregar, na reparação de produtos, peça ou componentes de reposição ainda que novos,
sem autorização do consumidor.
d) comunicar à autoridade competente e aos consumidores a nocividade ou periculosidade de
produtos ainda que o conhecimento seja posterior à sua colocação no mercado.
e) empregar na reparação de produtos, peças ou componentes usados, mesmo que com a
autorização do consumidor.

Questão 19 (VUNESP/PC-BA/DELEGADO DE POLÍCIA/2018) A respeito da Lei n. 8.078/1990


(Código do Consumidor) e da Lei n. 8.137/1990 (Crimes contra a ordem tributária e as relações
de consumo), é correto afirmar que
a) os crimes contra as relações de consumo, previstos no art. 7º da Lei n. 8.137/1990, são
praticados somente mediante dolo.
b) os crimes contra o consumidor, previstos no Código de Defesa do Consumidor, são de me-
nor potencial ofensivo.
c) o Código do Consumidor, no que concerne aos crimes nele previstos, estabelece a respon-
sabilidade penal da pessoa jurídica.
d) a Lei no 8.137/1990, no que concerne aos crimes contra as relações de consumo, estabelece
a responsabilidade penal da pessoa jurídica.
e) a Lei no 8.137/1990, no que concerne aos crimes contra as relações de consumo, prevê
como circunstância agravante da pena a prática em detrimento de menor de 18 ou maior de
60 anos.

Questão 20 (CESPE/PC-MA/DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL/2018) Acerca dos crimes pre-


vistos no CDC, assinale a opção correta.
a) Em razão do princípio da especialidade, as infrações penais descritas no CDC excluem ou-
tras que digam respeito a qualquer relação de consumo.
b) A pena de interdição temporária de direitos somente poderá ser aplicada isoladamente, sen-
do vedada sua cumulação com pena privativa de liberdade ou multa.

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c) No processamento dos crimes de propaganda enganosa ou abusiva, é cabível a transação


penal.
d) Nos crimes que envolvam as relações de consumo, a ofensa a indivíduo analfabeto constitui
circunstância agravante das penas.
e) Os crimes contra a relação de consumo são, em sua maioria, de perigo concreto, sendo exi-
gida a efetiva ocorrência do dano.

Questão 21 (CESPE/DPE-PE/DEFENSOR PÚBLICO/2018) Julgue os seguintes itens, refe-


rentes aos direitos do consumidor.
I – O Sistema Nacional de Defesa do Consumidor é composto apenas por entes públicos
que tenham entre suas finalidades a defesa do consumidor.
II – Associação legalmente constituída há pelo menos um ano e que inclua entre seus
fins institucionais a defesa dos interesses e direitos do consumidor pode intervir, como
assistente do Ministério Público, em processo penal referente a crime previsto no CDC.
III – O consumidor cobrado de forma indevida pelo fornecedor fará jus à repetição em dobro,
independentemente do efetivo pagamento do valor cobrado em excesso.
IV – A desconsideração inversa da personalidade é aplicável às relações de consumo.

Estão certos apenas os itens


a) I e II.
b) I e III.
c) II e IV.
d) I, III e IV.
e) II, III e IV.

Questão 22 (CESPE/DPE-PE/DEFENSOR PÚBLICO/2018) De acordo com o CDC, o fornece-


dor de serviços que utilizar peças de reposição ou produtos usados, sem a expressa autoriza-
ção do consumidor, cometerá
a) crime cuja consumação independe de dano efetivo.
b) crime que admite modalidade culposa, conforme previsão legal.

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c) prática costumeira admitida nas relações de consumo.


d) ilícito civil, irrelevante no direito penal.
e) contravenção penal.

Questão 23 (FCC/PROCON-MA/FISCAL DE DEFESA DO CONSUMIDOR/2017) Constitui in-


fração penal prevista no Código de Defesa do Consumidor:
a) Omitir dizeres ou sinais ostensivos sobre a nocividade ou periculosidade de produtos, nas
embalagens, nos invólucros, recipientes ou publicidade.
b) Deixar de prestar, por três vezes, socorro ao consumidor que reclama por serviço técnico
autorizado.
c) Prestar serviço em residência sem identificar-se com crachá ou carta de apresentação.
d) Vender produto estragado, sem a devida indicação sobre o vencimento do produto para uso,
na respectiva embalagem.
e) Indicar serviço que possa ser prestado no prazo de vinte e quatro horas e não respeitar o
limite indicado.

Questão 24 (CESPE/DPE-AL/DEFENSOR PÚBLICO/2017) A respeito das infrações penais


previstas no CDC, assinale a opção correta.
a) O fornecedor que, na reparação de produtos, emprega peça ou componentes de reposição
usados, sem a autorização do consumidor, comete ilícito civil, e não crime contra as relações
de consumo.
b) A realização de publicidade enganosa configura crime contra as relações de consumo, com
pena de detenção de três meses a um ano e multa.
c) A exposição do consumidor, de forma injustificada, a ridículo ou a situação que prejudique
seu trabalho, em razão de cobrança de dívida, embora configure dano moral indenizável, não
configura crime contra as relações de consumo.
d) Impedir ou dificultar o acesso do consumidor a informações que sobre ele constem de ca-
dastros, banco de dados, fichas e registros configura ilícito civil, remediado mediante habeas
data e sem repercussão na seara penal.

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e) Qualquer violação do dever de informação constitui crime contra as relações de consumo,


por ofensa ao princípio da transparência.

Questão 25 (CESPE/DPE-AC/DEFENSOR PÚBLICO/2017) No ano de 2014, Antônio, comer-


ciante, cometeu crime previsto no CDC, tendo ocorrido a transação penal, prevista na Lei n.º
9.099/1995. Entretanto, em 2016, Antônio, ao vender, em seu estabelecimento comercial, um
produto para uma pessoa de cinquenta e nove anos de idade, omitiu uma informação relevante
a respeito da natureza, característica, qualidade ou segurança desse produto. Nessa situação
hipotética, de acordo com o CDC, Antônio responderá por crime
a) cuja pena poderá ser agravada se o crime houver sido cometido contra servidor público.
b) e poderá ser punido com detenção, desde que verificado que ele agiu dolosamente.
c) e poderá ser punido com detenção, multa e(ou) prestação de serviços à comunidade.
d) cuja pena poderá ser agravada em razão da idade do comprador.
e) e, caso esteja em situação econômica adversa, poderá ser dispensado de pagamento de
fiança.

Questão 26 (CETRO/TJ-RJ/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS/2017) No


que se refere aos crimes contra as relações de consumo, de acordo com o entendimento juris-
prudencial do STJ, assinale a alternativa correta.
a) O fato de o agente ser sócio-proprietário de estabelecimento onde se verificou a ocorrência
do delito é suficiente para que seja, contra ele, oferecida denúncia, dado que responde solida-
riamente.
b) Ter em depósito para venda mercadoria imprópria para consumo constitui crime formal, de
perigo abstrato, sendo suficiente, para a sua aplicação, a complementação legal do Código de
Defesa do Consumidor referente ao tipo penal.
c) A configuração de crime contra a relação de consumo, por exemplo, exposição à venda de
produto impróprio ao consumo, necessita da demonstração inequívoca da impropriedade do
produto por meio de exame de corpo de delito direto.
d) O laudo de constatação de autoridade sanitária é meio suficiente para determinação da
ocorrência do crime contra as relações de consumo.

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e) A denúncia, para os casos de crime contra as relações de consumo, pode ser oferecida em
descrição constante de auto de infração lavrado por autoridade tributária, no formato de prova
emprestada.

Questão 27 (IBADE/PC-AC/AGENTE DE POLÍCIA CIVIL/2017) São circunstâncias agravan-


tes dos crimes previstos no Código de Defesa do Consumidor:
a) quando cometidos em detrimento de maior de setenta anos.
b) ocasionarem médio ou grave dano individual ou coletivo.
c) quando cometidos em detrimento de gestantes
d) serem cometidos em época de estabilidade econômica.
e) serem praticados em operações que envolvam alimentos, medicamentos ou quaisquer ou-
tros produtos ou serviços essenciais.

Questão 28 (IBADE/PC-AC/AGENTE DE POLÍCIA CIVIL/2017) São circunstâncias agravan-


tes dos crimes previstos no Código de Defesa do Consumidor:
a) quando cometidos em detrimento de maior de setenta anos.
b) ocasionarem médio ou grave dano individual ou coletivo.
c) serem praticados em operações que envolvam alimentos, medicamentos ou quaisquer ou-
tros produtos ou serviços essenciais.
d) serem cometidos em época de estabilidade econômica.
e) quando cometidos em detrimento de gestantes.

Questão 29 (FAFIPA/PREFEITURA DE LONDRINA-PR/ANALISTA DE PROTEÇÃO DE DE-


FESA DO CONSUMIDOR – SERVIÇOS DE PROTEÇÃO E DEFESA DO CONSUMIDOR/2015)
Analise a seguinte regra sobre o Código de Defesa do Consumidor: É considerado crime o ato
de fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria saber ser enganosa ou abusiva.

Questão 30 (FCC/DPE-ES/DEFENSOR PÚBLICO/2016) As infrações penais tipificadas no


Código de Defesa do Consumidor podem acarretar
a) pena de detenção, que não pode ser substituída por pena restritiva de direitos ou de multa.

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b) pena de reclusão, interdição temporária de direitos e prestação de serviços à comunidade e


a publicação em órgãos de comunicação de grande circulação ou audiência, de notícias sobre
os fatos e a condenação, às expensas do condenado.
c) pena de detenção e a publicação, em órgãos de comunicação de grande circulação ou audi-
ência, de notícias sobre os fatos e a condenação, às expensas do condenado.
d) somente penas de interdição temporária de direitos e prestação de serviços à comunidade.
e) somente a pena de multa e as penas restritivas de direitos, como a perda de bens e valores
e de prestação de serviço à comunidade.

Questão 31 (MPE-RS/MPE-RS/ASSESSOR – DIREITO/2014) As infrações das normas de


defesa do consumidor ficam sujeitas a sanções de natureza administrativa, sem prejuízo das
de natureza civil, penal e das definidas em normas específicas. A esse respeito, considere as
sanções abaixo.

1) Multa; apreensão do produto; cassação do registro do produto junto ao órgão competen-

te.
2) Interdição, total ou parcial, de estabelecimento, de obra ou de atividade.
3) Proibição de fabricação do produto, suspensão de fornecimento de produtos ou serviço,
suspensão temporária de atividade.
4) Interdição temporária de direitos; publicação em órgãos de comunicação de grande cir-
culação ou audiência, às expensas do condenado, de notícia sobre os fatos e a conde-
nação.
Quais delas são sanções administrativas?
a) Apenas 1 e 3.
b) Apenas 2 e 4.
c) Apenas 1, 2 e 3.
d) Apenas 2, 3 e 4.
e) 1, 2, 3 e 4.

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Questão 32 (CESPE/TJ-DFT/JUIZ/2016) Sobre as condutas penalmente tipificadas no rol


dos crimes contra as relações de consumo, conforme previsão do CDC, assinale a opção cor-
reta.
a) A conduta consistente em empregar, na reparação de produtos, peças ou componentes de
reposição usados, sem autorização do consumidor, configura crime contra as relações de con-
sumo, sancionado com pena de detenção.
b) Constitui circunstância agravante, prevista no CDC, o fato de haver sido o crime praticado
por preposto ou administrador de pessoa jurídica em estado falimentar.
c) Não deve ser admitida, sob pena de se configurar bis in idem, além das penas privativas de
liberdade e de multa, a aplicação cumulativa das penas de prestação de serviços à comunida-
de e de interdição temporária de direitos.
d) Não se admite, no processo dos crimes contra as relações de consumo, a propositura de
ação penal subsidiária.
e) A conduta consistente em deixar de entregar ao consumidor o termo de garantia adequada-
mente preenchido e com especificação clara de seu conteúdo, a despeito de não se encontrar
tipificada, de modo a configurar crime autônomo, pode ser considerada como circunstância
legal agravante.

Questão 33 (CONSEP/DAE-BAURU/PROCURADOR JURÍDICO/2015) As infrações das nor-


mas de defesa do consumidor ficam sujeitas, conforme o caso, às seguintes sanções admi-
nistrativas, sem prejuízo das de natureza civil, penal e das definidas em normas específicas:
I – multa.
II – apreensão do produto.
III – inutilização do produto.
IV – cassação do registro do produto junto ao órgão competente.
V – proibição de fabricação do produto.

Os itens corretos estão contidos em


a) I, II, III, IV e V.
b) I, II, III e IV, apenas.

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c) I, II e III, apenas.
d) I e II, apenas.
e) III e V, apenas.

Questão 34 (VUNESP/TJ-MS/JUIZ SUBSTITUTO/2015) São circunstâncias agravantes dos


crimes contra as relações de consumo, previstos no Código de Defesa do Consumidor:
a) explicitar-se a natureza ilícita do procedimento.
b) ocasionarem dano individual ou coletivo.
c) quando cometidos por pessoa cuja condição econômico-social seja igual ou manifestamen-
te superior à da vítima.
d) quando cometidos em detrimento de operário ou rurícola.
e) serem cometidos em época de crise econômica.

Questão 35 (CONSULTEC/TJ-BA/JUIZ LEIGO/2010) Dos crimes contra as relações de con-


sumo previsto no Código de Defesa do Consumidor, exclui-se
a) omitir dizeres ou sinais ostensivos sobre a nocividade ou a periculosidade de produtos nas
embalagens, nos invólucros, recipientes ou publicidade.
b) deixar de comunicar à autoridade competente e aos consumidores a nocividade ou a pericu-
losidade de produtos cujo conhecimento seja anterior à sua colocação no mercado.
c) fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria saber ser capaz de induzir o consumidor
a se comportar de forma prejudicial ou perigosa à sua saúde ou à segurança.
d) empregar, na reparação de produtos, peças ou componentes de reposição usados, sem
autorização do consumidor.
e) executar serviço de alto grau de periculosidade, contrariando determinação de autoridade
competente.

Questão 36 (CESPE/DPE-PE/DEFENSOR PÚBLICO/2015) Com relação ao PROCON e ao va-


lor da fiança referente a infrações penais previstas no CDC, julgue o seguinte item.
A situação econômica do réu ou do indiciado é critério que pode ser considerado para fixação
do valor da fiança no caso de infração penal prevista no CDC.

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Questão 37 (ACAFE/PC-SC/DELEGADO DE POLÍCIA/2014) Consoante o que estabelece o


Código de Defesa do Consumidor é correto afirmar, exceto:
a) O juiz não poderá desconsiderar a personalidade jurídica da sociedade quando, em detri-
mento do consumidor, houver abuso de direito, excesso de poder, infração da lei.
b) Entre os princípios da Política Nacional das Relações de Consumo está o reconhecimento
da vulnerabilidade do consumidor no mercado de consumo.
c) Nas ações coletivas de que trata o Código de Defesa do Consumidor a sentença fará coisa
julgada erga omnes, exceto se o pedido for julgado improcedente por insuficiência de provas.
d) A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será apurada mediante a verificação
de culpa.
e) As delegacias de polícia especializadas no atendimento de consumidores vítimas de infra-
ções penais de consumo constituem instrumento para a execução da Política Nacional das
Relações de Consumo.

Questão 38 (MPE-SC/MPE-SC/PROMOTOR DE JUSTILA – VESPERTINA/2014) O CDC es-


tabelece previsão legal de agravantes judiciais para as infrações penais por ele tipificadas,
estabelecendo critérios para a individualização da pena pecuniária, bem como esclarece as
espécies de sanções penais, mas, por outro lado, não possui regramento a respeito de circuns-
tâncias atenuantes.

Questão 39 (MPE-SC/MPE-SC/PROMOTOR DE JUSTIÇA – VESPERTINA/2014) Pode se


dizer que a infração penal caracterizada em omitir dizeres ou sinais ostensivos sobre a nocivi-
dade ou periculosidade de produtos, nas embalagens, nos invólucros, recipientes ou publicida-
de cuida-se de crime de mera conduta e que a consumação do delito independe de dano e não
admite a modalidade culposa.

Questão 40 (MPE-SC/MPE-SC/PROMOTOR DE JUSTIÇA – VESPERTINA/2014) Em se tra-


tando de infrações penais previstas no CDC, a responsabilidade penal pode recair, inclusive,
sobre pessoa formalmente desvinculada da pessoa jurídica, pois, quem, de qualquer forma,

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concorrer para os crimes referidos no CDC, incide as penas a esses cominadas na medida de
sua culpabilidade.

Questão 41 (FCC/SEFAZ-PI/AUDITOR-FISCAL DA FAZENDA ESTADUAL – CONHECIMEN-


TOS GERAIS/2015) Constitui crime contra as relações de consumo
a) destruir, inutilizar ou danificar matéria-prima ou mercadoria, com o fim de provocar prejuízo
à concorrência, em proveito próprio ou de terceiros.
b) favorecer ou preferir comprador ou freguês, ressalvados os sistemas de entrega ao consu-
mo por intermédio de distribuidores ou revendedores.
c) misturar gêneros e mercadorias de espécies diferentes, para vendê-los ou expô-los à venda
como puros; misturar gêneros e mercadorias de qualidades desiguais para vendê-los ou expô-
-los à venda por preço estabelecido para os de mais alto custo.
d) vender ou expor à venda mercadoria cuja embalagem, tipo, especificação, peso ou com-
posição esteja em desacordo com as prescrições legais, ainda que corresponda à respectiva
classificação oficial.
e) aumentar preços por meio de aviso de inclusão de insumo utilizado na produção do bem ou
na prestação dos serviços.

Questão 42 (FCC/SEFAZ-PI/ANALISTA DO TESOURO ESTADUAL – CONHECIMENTOS


GERAIS/2015) Constitui crime contra as relações de consumo
a) abusar do poder econômico, dominando o mercado ou eliminando, total ou parcialmente, a
concorrência mediante qualquer forma de ajuste ou acordo de empresas.
b) vender ou expor à venda mercadoria cuja embalagem, tipo, especificação, peso ou com-
posição esteja em desacordo com a prática comercial, ou que não corresponda à respectiva
autorização oficial.
c) negar ou deixar de fornecer, quando obrigatório, nota fiscal, ou documento equivalente, rela-
tiva a venda de mercadoria ou prestação de serviço, efetivamente realizada, ou fornecê-la em
desacordo com a legislação.

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d) deixar de recolher, no prazo legal, valor de tributo ou de contribuição social, descontado ou


cobrado, na qualidade de sujeito passivo de obrigação e que deveria recolher aos cofres públi-
cos.
e) elevar o valor cobrado nas vendas a prazo de bens ou serviços, mediante a exigência de
comissão ou de taxa de juros ilegais.

Questão 43 (FUNCAB/PC-RJ/DELEGADO DE POLÍCIA/2012) Constitui crime contra as rela-


ções de consumo, EXCETO:
a) fraudar preços por meio de divisão em partes de bem ou serviço, habitualmente oferecido à
venda em conjunto.
b) formar acordo, convênio, ajuste ou aliança entre ofertantes, visando à fixação artificial de
preços ou quantidades vendidas ou produzidas.
c) deixar de organizar dados fáticos, técnicos e científicos que dão base à publicidade.
d) favorecer ou preferir, sem justa causa, comprador ou freguês, ressalvados os sistemas de
entrega ao consumo por intermédio de distribuidores ou revendedores.
e) fraudar preços por meio de junção de bens ou serviços, comumente oferecidos à venda em
separado.

Questão 44 (FCC/PREFEITURA DE SÃO LUÍS-MA/AUDITOR-FISCAL DE TRIBUTOS I – GE-


RAL/2018) De acordo com a Lei n. 8.137/1990, constitui crime contra as relações de consumo
a) negar ou deixar de fornecer, quando obrigatório, nota fiscal ou documento equivalente, rela-
tiva a venda de mercadoria efetivamente realizada, ou fornecê-la em desacordo com a legisla-
ção.
b) formar acordo, convênio, ajuste ou aliança entre ofertantes, visando à fixação artificial de
preços ou quantidades vendidas ou produzidas.
c) falsificar ou alterar nota fiscal, fatura, duplicata, nota de venda, ou qualquer outro documento
relativo à operação tributável.
d) abusar do poder econômico, dominando o mercado ou eliminando, total ou parcialmente, a
concorrência mediante qualquer forma de ajuste ou acordo de empresas.

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e) induzir o consumidor ou usuário a erro, por via de indicação ou afirmação falsa ou enganosa
sobre a natureza, qualidade do bem ou serviço, utilizando-se de qualquer meio, inclusive a vei-
culação ou divulgação publicitária.

Questão 45 (IESES/PREFEITURA DE SÃO JOSÉ-SC/AGENTE DE FISCALIZAÇÃO DE


CONSUMO/2019) Constitui crime contra as relações de consumo, de acordo com a Lei n.
8.137/1990, assinale a alternativa correta:
a) Elevar o valor cobrado nas vendas a prazo de bens ou serviços, mediante a exigência de
comissão ou de taxa de juros ilegais.
b) Fraudar preços por meio de alteração, com modificação essencial ou de qualidade, de ele-
mentos tais como denominação, marca, embalagem entre outras.
c) Favorecer ou preferir, com justa causa, comprador ou freguês, ressalvados os sistemas de
entrega ao consumo por intermédio de distribuidores ou revendedores.
d) Vender ou expor à venda mercadores cuja embalagem, tipo, especificação, peso ou compo-
sição esteja de acordo com as prescrições legais, ou que corresponda à respectiva classifica-
ção oficial.

Questão 46 (CESPE/AGU/ADVOGADO DA UNIÃO/2012) Julgue os itens a seguir, que ver-


sam sobre crimes relacionados às licitações e delitos contra a fé pública e as relações de
consumo.
A lei estabelece, com relação ao sistema de vendas ao consumidor em que o preço do produto
seja sugerido pelo fabricante, que, se este praticar crime contra as relações de consumo, res-
ponderá por esse ato também o distribuidor ou o revendedor.

Questão 47 (CESPE/PC-DF/AGENTE DE POLÍCIA/2013) Com base na Lei n. 8.137/1990,


que define os crimes contra a ordem tributária e econômica e contra as relações de consumo,
julgue o item que se segue.
Constitui crime contra as relações de consumo ter em depósito, mesmo que não seja para ven-
der ou para expor à venda, mercadoria em condições impróprias para o consumo.

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Questão 48 (CESPE/CÂMARA DOS DEPUTADOS/ANALISTA LEGISLATIVO – CONSULTOR


LEGISLATIVO ÁREA XXII/2014) Julgue o item, relativo aos crimes contra a ordem econômica
e às relações de consumo.
Se, em uma fila de clientes à espera de atendimento na padaria de um supermercado, em um
sábado, o cliente X, supostamente um deputado federal, for passado à frente do cliente Y, am-
bos com a mesma idade, e atendido antes deste pelo gerente geral do estabelecimento, sem
qualquer justificativa, caracterizar-se-á o cometimento de crime contra as relações de consu-
mo praticado em desfavor de Y.

Questão 49 (UEG/PC-GO/DELEGADO DE POLÍCIA/2018) Conforme a Lei n. 8.137/1990,


constitui crime contra as relações de consumo, que pode ser punido na modalidade culposa,
reduzindo-se a pena e a detenção de 1/3 (um terço) ou a de multa à quinta parte, a seguinte
conduta:
a) favorecer ou preferir, sem justa causa, comprador ou freguês, ressalvados os sistemas de
entrega ao consumo por intermédio de distribuidores ou revendedores.
b) elevar o valor cobrado nas vendas a prazo de bens ou serviços, mediante a exigência de
comissão ou de taxa de juros ilegais.
c) induzir o consumidor ou usuário a erro, por via de indicação ou afirmação falsa ou enganosa
sobre a natureza, qualidade do bem ou serviço, utilizando-se de qualquer meio, inclusive a vei-
culação ou divulgação publicitária.
d) vender, ter em depósito para vender ou expor à venda ou, de qualquer forma, entregar maté-
ria-prima ou mercadoria, em condições impróprias ao consumo.
e) destruir, inutilizar ou danificar matéria-prima ou mercadoria, com o fim de provocar alta de
preço, em proveito próprio ou de terceiros.

Questão 50 (MPE-SC/MPE-SC/PROMOTOR DE JUSTIÇA – MATUTINA/2014) Analise o


enunciado abaixo e assinale se ele é Certo ou Errado.
Vender ou expor à venda mercadoria cuja embalagem, tipo, especificação, peso ou compo-
sição esteja em desacordo com as prescrições legais, ou que não corresponda à respectiva
classificação oficial, não constitui crime contra as relações de consumo, mas, sim, infração
administrativa, punida com multa de 10 a 200 salários mínimos, aplicada pelo órgão fiscaliza-
dor competente.

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GABARITO
1. c 28. c
2. d 29. C
3. a 30. c
4. e 31. c
5. d 32. a
6. b 33. a
7. e 34. d
8. E 35. b
9. C 36. C
10. a 37. a
11. d 38. C
12. b 39. E
13. C 40. C
14. e 41. c
15. c 42. e
16. d 43. b
17. b 44. e
18. a 45. a
19. b 46. E
20. c 47. E
21. c 48. C
22. a 49. d
23. a 50. E
24. b
25. c
26. c
27. e

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GABARITO COMENTADO
Questão 1 (FUNDEP/MPE-MG/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2011) Considerando os crimes
contra as relações de consumo, previstos na Lei n. 8.137/1990, bem como no Código de Defe-
sa do Consumidor (Lei n. 8.078/1990), analise as seguintes proposições e assinale com V as
verdadeiras e com F as falsas. Constitui crime
( ) vender ou expor à venda mercadoria cuja embalagem esteja em desacordo com as pres-
crições legais, punindo-se apenas a modalidade dolosa.
( ) misturar gêneros e mercadorias de espécies diferentes, para vendê-las como puros, pu-
nindo-se inclusive a modalidade culposa.
( ) ter em depósito, para vender, mercadoria em condições impróprias ao consumo, punin-
do-se inclusive a modalidade culposa.
( ) deixar de entregar ao consumidor o termo de garantia adequadamente preenchido e com
especificação clara de seu conteúdo, punindo-se inclusive a modalidade culposa. Assi-
nale a alternativa que apresenta a sequência de letras CORRETA.
a) (V) (V) (V) (F).
b) (V) (F) (F) (V).
c) (F) (V) (V) (F).
d) (F) (V) (V) (V).

Letra c.
A questão encontra a resposta na letra da Lei n. 8.137/1990, bem como no art. 74 do CDC,
senão vejamos:

LEI N. 8.137/1990
Art. 7º Constitui crime contra as relações de consumo:
II – vender ou expor à venda mercadoria cuja embalagem, tipo, especificação, peso ou composição
esteja em desacordo com as prescrições legais, ou que não corresponda à respectiva classificação
oficial;
III – misturar gêneros e mercadorias de espécies diferentes, para vendê-los ou expô-los à venda
como puros; misturar gêneros e mercadorias de qualidades desiguais para vendê-los ou expô-los à
venda por preço estabelecido para os demais mais alto custo;

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IX – vender, ter em depósito para vender ou expor à venda ou, de qualquer forma, entregar matéria-
-prima ou mercadoria, em condições impróprias ao consumo;
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II, III e IX pune-se a modalidade culposa, reduzindo-se a
pena e a detenção de 1/3 (um terço) ou a de multa à quinta parte.
CDC, Art. 74. Deixar de entregar ao consumidor o termo de garantia adequadamente preenchido e
com especificação clara de seu conteúdo;
Pena – Detenção de um a seis meses ou multa.

Questão 2 (VUNESP/TJ-SC/JUIZ LEIGO/2018) Uma empresa de show pirotécnico promo-


ve um evento na cidade de Joinville, mesmo contrariando decisão do órgão público responsá-
vel pela autorização. No dia e hora do evento, há uma explosão que fere três pessoas e mata
uma criança que teve o corpo inteiramente queimado. Do que se depreende da leitura do Códi-
go de Defesa do Consumidor acerca dos fatos, é correto afirmar que
a) não há previsão legal de crime no Código de Defesa do Consumidor acerca desse fato, sen-
do tal ato criminoso tutelado apenas pelas regras do direito penal.
b) a execução do serviço de alto grau de periculosidade, contrariando determinação da auto-
ridade competente, é considerada crime apenado com detenção de seis meses a dois anos e
multa, e, pelo texto constante no Código de Defesa do Consumidor, exclui expressamente as
penas aplicáveis a lesão corporal e morte previstas em outras legislações.
c) manuseio de fogos de artificio não é prática considerada pela lei de alta periculosidade, e,
assim, não há que se falar em ilícito penal, apenas em responsabilidade civil.
d) a execução do serviço de alto grau de periculosidade, contrariando determinação da auto-
ridade competente, é considerada crime apenado com detenção de seis meses a dois anos e
multa, sem prejuízo das penas aplicáveis à lesão corporal e morte.
e) a situação descrita, por contrariar determinação da autoridade competente, é considerada
crime apenado com reclusão de seis meses a dois anos e multa, devendo ter a pena aumenta-
da em razão da morte de um menor.

Letra d.
O item “d” corresponde ao descrito no artigo 65 do CDC, vejamos:

Art. 65. Executar serviço de alto grau de periculosidade, contrariando determinação de autoridade
competente:

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Pena – Detenção de seis meses a dois anos e multa.


§ 1º As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes à lesão corporal e à
morte.

Questão 3 (VUNESP/PC-BA/ESCRIVÃO DE POLÍCIA/2018) Considere o seguinte caso hi-


potético: o fornecedor de um determinado produto faz afirmação falsa ou omite informação
relevante sobre a sua natureza, característica e qualidade. É correto afirmar que
a) independentemente de ser dolosa ou culposa a conduta, a infração penal é de menor poten-
cial ofensivo.
b) sendo culposa a conduta do fornecedor, o fato será atípico.
c) somente será considerado crime contra a relação de consumo se a conduta for dolosa e
houver representação do consumidor.
d) o fornecedor cometeu um crime doloso contra a relação de consumo, apenado com reclu-
são.
e) a pena aplicável à conduta é de multa e a ação penal dependerá de representação do con-
sumidor.

Letra a.
A questão cobrou o conhecimento da Lei n. 8.078/1990 (Código de Defesa do Consumidor).
Para respondê-la o candidato precisa ter conhecimento da “lei seca”, que muitos alunos erro-
neamente negligenciam, e também do conceito de crimes de menor potencial ofensivo, que
pode ser extraído da lei n. 9099/95 (Lei dos juizados especiais). O enunciado da questão é a
literalidade do caput do art. 66 do Código de Defesa do Consumidor:

Art. 66. Fazer afirmação falsa ou enganosa, ou omitir informação relevante sobre a natureza, carac-
terística, qualidade, quantidade, segurança, desempenho, durabilidade, preço ou garantia de produ-
tos ou serviços.

A pena deste crime é a de detenção de três meses a um ano e multa.


O citado artigo, em seu § 1º equipara a conduta do caput quem patrocinar a oferta.
E em seu § 2º, prever a forma culposa do delito estabelecendo que: Se o crime é culposo: Pena
Detenção de um a seis meses ou multa.
Já a Lei n. 9099/1995 (Lei dos juizados especiais), em seu art. 61 afirma que:

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Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo, para os efeitos desta Lei, as contra-
venções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a 2 (dois) anos, cumulada
ou não com multa.

Questão 4 (CESPE/TJ-BA/CONCILIADOR/2019) Determinado produto perecível, fabricado


e comercializado pelo fornecedor X, não continha nenhuma informação sobre seus compo-
nentes e sua durabilidade, o que acarretou prejuízos a vários consumidores. Por sua conduta,
o fornecedor X cometeu infração penal punível com detenção e multa. A empresa Y havia pa-
trocinado a oferta desse produto. Com referência a essa situação hipotética e considerando o
disposto no CDC, é correto afirmar que Y
a) não incorrerá em pena, caso comprove que sua conduta tenha sido culposa.
b) não incorrerá em pena, pois não cometeu infração penal.
c) incorrerá em pena de detenção inferior à de X.
d) incorrerá em pena de multa apenas.
e) incorrerá nas mesmas penas cabíveis a X.

Letra e.

Art. 66 do CDC. Fazer afirmação falsa ou enganosa, ou omitir informação relevante sobre a nature-
za, característica, qualidade, quantidade, segurança, desempenho, durabilidade, preço ou garantia
de produtos ou serviços:
Pena – Detenção de três meses a um ano e multa.
§ 1º Incorrerá nas mesmas penas quem patrocinar a oferta.

Questão 5 (INSTITUTO ÂNIMA SOCIESC/PREFEITURA DE JAGUARÁ DO SUL-SC/OUVI-


DOR/2020) O artigo 66 do Código de Defesa do Consumidor prevê infração penal para quem
“Fizer afirmação falsa ou enganosa, ou omitir informação relevante sobre a natureza, carac-
terística, qualidade, quantidade, segurança, desempenho, durabilidade, preço ou garantia de
produtos ou serviços”. Assinale a alternativa correta com relação a essa infração:
a) Detenção de seis meses a dois anos e multa.
b) Detenção de um a seis meses ou multa, se o crime não for culposo.
c) Detenção de seis meses a três anos e multa, se o crime for culposo.
d) Detenção de três meses a um ano e multa, se o crime não for culposo.

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e) Detenção de três anos ou multa, se o crime for culposo.

Letra d.

Código de Defesa do Consumidor


Art. 66. Fazer afirmação falsa ou enganosa, ou omitir informação relevante sobre a natureza, carac-
terística, qualidade, quantidade, segurança, desempenho, durabilidade, preço ou garantia de produ-
tos ou serviços:
Pena – detenção, de três meses a um ano e multa.
§ 1º Incorrerá nas mesmas penas quem patrocinar a oferta.
§ 2º Se o crime é culposo:
Pena – detenção, de um a seis meses ou multa.

Extrai-se, portanto, que, se o crime for doloso (a questão chama de “não culposo”), a pena é a
prevista no caput, qual seja, de detenção, de 3 meses a 1 ano E multa (gabarito da questão).
Por outro lado, se o crime for culposo, a pena é de detenção de 1 a 6 meses OU multa.

Questão 6 (FUNDEP/PREFEITURA DE UBERLÂNDIA-MG/FISCAL DE DEFESA DO CON-


SUMIDOR/2019) Sem prejuízo do disposto no Código Penal e leis especiais, o Código de De-
fesa do Consumidor tipifica algumas condutas como crimes e comina as respectivas penas.
A esse respeito, relacione a COLUNA II com a COLUNA I, associando o tipo penal à sua respec-
tiva pena, conforme previsto na lei.
COLUNA I

1) Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria saber ser enganosa ou abusiva.
2) Omitir dizeres ou sinais ostensivos sobre a nocividade ou periculosidade de produtos,
nas embalagens, nos invólucros, recipientes ou publicidade.
3) Deixar de entregar ao consumidor o termo de garantia adequadamente preenchido e
com especificação clara de seu conteúdo.
COLUNA II
( ) Pena: detenção de um a seis meses ou multa.
( ) Pena: detenção de três meses a um ano e multa.
( ) Pena: detenção de seis meses a dois anos e multa.
Assinale a sequência correta.

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a) 1 2 3
b) 3 1 2
c) 2 3 1
d) 2 1 3

Letra b.
Todos os crimes do CDC são crimes de menor potencial ofensivo: pena máxima cominada de
até 2 anos - competência dos Juizados Especiais Criminais
• Possível a aplicação dos institutos despenalizadores próprios da Lei dos Juizados (com-
posição dos danos civis, transação penal e suspensão condicional do processo).
• A ação penal é publica incondicionada.
• Todos são apenados com DETENÇÃO e/ou MULTA.
Padrões de pena:
• Detenção de 6 meses a 2 anos + multa;
• Detenção de 3 meses a 1 ano + multa;
• Detenção de 1 a 6 meses OU multa:
− São passíveis de suspensão condicional do processo por terem pena mínima infe-
rior a 1 ano;
− São passíveis de arbitramento de fiança pelo delegado;
− Só duas modalidades admitem CULPA (artigos 63 e 66, ambos § 2º), os demais são
TODOS DOLOSOS.

Questão 7 (VUNSEP/PREFEITURA DE ITAPEVI-SP/FISCAL MUNICIPAL DE POSTU-


RAS/2019) O Código de Defesa do Consumidor, em seu art. 76, define como circunstâncias
agravantes dos crimes nele tipificados o fato de estes crimes serem cometidos, dentre outros,
a) por agente político ou partido político, ou serem cometidos em época de grave crise econô-
mica.
b) por agente político ou partido político, ou em detrimento de pessoas portadoras de defici-
ência físicas.

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c) em detrimento de menor de dezoito ou maior de sessenta anos ou envolverem atividades do


sistema financeiro.
d) em detrimento de pessoas portadoras de deficiência física ou serem cometidos em época
de grave crise econômica.
e) por servidor público, ou serem praticados em operações que envolvam alimentos, medica-
mentos ou outros produtos ou serviços essenciais.

Letra e.

CDC
Art. 76. São circunstâncias agravantes dos crimes tipificados neste código:
I – serem cometidos em época de grave crise econômica ou por ocasião de calamidade;
II – ocasionarem grave dano individual ou coletivo;
III – dissimular-se a natureza ilícita do procedimento;
IV – quando cometidos:
a) por servidor público, ou por pessoa cuja condição econômico-social seja manifestamente supe-
rior à da vítima;
b) em detrimento de operário ou rurícola; de menor de dezoito ou maior de sessenta anos ou de
pessoas portadoras de deficiência mental interditadas ou não;
V – serem praticados em operações que envolvam alimentos, medicamentos ou quaisquer outros
produtos ou serviços essenciais.

Questão 8 (CESPE/DPE-DF/DEFENSOR PÚBLICO/2019) A respeito da publicidade, das


sanções criminais e das práticas contratuais abusivas em relações de consumo, julgue o item
a seguir, tendo como referência a legislação pertinente e o entendimento dos tribunais supe-
riores.
A recusa do fornecedor em prestar informações ao consumidor enseja o crime de desobedi-
ência, além de sujeitar o fornecedor a uma das sanções administrativas previstas no Código
de Defesa do Consumidor, que veda à autoridade administrativa aplicá-las cumulativamente.

Errado.
O trecho acerca da impossibilidade de cumulação das sanções administrativas contraria o
parágrafo único do art. 56 do CDC:

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Art. 56. As infrações das normas de defesa do consumidor ficam sujeitas, conforme o caso, às
seguintes sanções administrativas, sem prejuízo das de natureza civil, penal e das definidas em
normas específicas:
(...)
Parágrafo único. As sanções previstas neste artigo serão aplicadas pela autoridade administrativa,
no âmbito de sua atribuição, podendo ser aplicadas cumulativamente, inclusive por medida cautelar,
antecedente ou incidente de procedimento administrativo.

Questão 9 (CESPE/DPE-DF/DEFENSOR PÚBLICO/2019) A respeito da publicidade, das


sanções criminais e das práticas contratuais abusivas em relações de consumo, julgue o item
a seguir, tendo como referência a legislação pertinente e o entendimento dos tribunais supe-
riores.
Fazer ou promover publicidade que se saiba ou que se devesse saber ser enganosa ou abusiva
é considerado crime, de perigo abstrato, contra as relações de consumo.

Certo.
Trata-se da hipótese prevista no art. 67 do CDC, que consiste em crime de perigo abstrato. O
juízo de enganosidade independe da provocação de dano real ao consumidor individualizado.
Nos termos do conceito estatuído pelo CDC (art. 37) e que orienta o tipo penal do art. 67, é
enganosa a publicidade falsa ou a que seja capaz de induzir em erro o consumidor. Note-se
que o juízo é de enganosidade meramente potencial, e não concreta. Não se deve, pois, nessa
matéria, confundir avaliação de enganosidade com avaliação de enganos concretos e indivi-
dualizados.

Questão 10 (VUNESP/PREFEITURA DE SÃO BERNARDO DO CAMPO-SP/ASSISTENTE JU-


RÍDICO/2018) Omitir dizeres ou sinais ostensivos sobre a nocividade ou periculosidade de
produtos, nas embalagens, nos invólucros, recipientes ou publicidade, é infração penal, descri-
ta no Código de Defesa do Consumidor, que possui como pena base de detenção, de
a) seis meses a dois anos e multa.
b) um a seis meses e multa.
c) seis meses a um ano e multa.

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d) três meses a um ano e multa.


e) três meses a dois anos e multa.

Letra a.

CDC
Art. 63. Omitir dizeres ou sinais ostensivos sobre a nocividade ou periculosidade de produtos, nas
embalagens, nos invólucros, recipientes ou publicidade:
Pena – Detenção de seis meses a dois anos e multa.
§ 1º Incorrerá nas mesmas penas quem deixar de alertar, mediante recomendações escritas osten-
sivas, sobre a periculosidade do serviço a ser prestado.
§ 2º Se o crime é culposo:
Pena – Detenção de um a seis meses ou multa.

Questão 11 (CESPE/MPE-PI/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/2019) A respeito das


normas de direito penal e processo penal previstas no CDC, julgue os itens a seguir.
I – Omitir sinais ostensivos sobre a nocividade de produtos em embalagens constitui con-
duta delitiva punida quando praticada com dolo ou culpa.
II – O diretor de pessoa jurídica que promover o fornecimento de produtos em condições
proibidas incide nas penas cominadas aos crimes previstos no CDC, na medida de sua
culpabilidade.
III – É circunstância agravante dos crimes tipificados no CDC o cometimento em detrimento
de menor de dezoito anos de idade, de maior de sessenta anos de idade ou de pessoas
com deficiência mental, interditadas ou não.
IV – Além das penas privativas de liberdade e de multa, pode ser imposta, cumulativa ou
alternativamente, a pena de liquidação compulsória da pessoa jurídica.

Estão certos apenas os itens


a) I e II.
b) I e IV.
c) III e IV.
d) I, II e III.
e) II, III e IV.

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Letra d.

CDC
Art. 63. Omitir dizeres ou sinais ostensivos sobre a nocividade ou periculosidade de produtos, nas
embalagens, nos invólucros, recipientes ou publicidade:
Pena – Detenção de seis meses a dois anos e multa.
§ 1º Incorrerá nas mesmas penas quem deixar de alertar, mediante recomendações escritas osten-
sivas, sobre a periculosidade do serviço a ser prestado.
§ 2º Se o crime é culposo:
Pena – Detenção de um a seis meses ou multa.
II – CDC, Art. 75. Quem, de qualquer forma, concorrer para os crimes referidos neste código, incide
as penas a esses cominadas na medida de sua culpabilidade, bem como o diretor, administrador
ou gerente da pessoa jurídica que promover, permitir ou por qualquer modo aprovar o fornecimento,
oferta, exposição à venda ou manutenção em depósito de produtos ou a oferta e prestação de ser-
viços nas condições por ele proibidas.
III – CDC, Art. 76. São circunstâncias agravantes dos crimes tipificados neste código:
I – serem cometidos em época de grave crise econômica ou por ocasião de calamidade;
II – ocasionarem grave dano individual ou coletivo;
III – dissimular-se a natureza ilícita do procedimento;
IV – quando cometidos:
a) por servidor público, ou por pessoa cuja condição econômico-social seja manifestamente supe-
rior à da vítima;
b) em detrimento de operário ou rurícola; de menor de dezoito ou maior de sessenta anos ou de
pessoas portadoras de deficiência mental interditadas ou não;
V – serem praticados em operações que envolvam alimentos, medicamentos ou quaisquer outros
produtos ou serviços essenciais.
IV – CDC, Art. 78. Além das penas privativas de liberdade e de multa, podem ser impostas, cumula-
tiva ou alternadamente, observado o disposto nos arts. 44 a 47, do Código Penal:
I – a interdição temporária de direitos;
II – a publicação em órgãos de comunicação de grande circulação ou audiência, às expensas do
condenado, de notícia sobre os fatos e a condenação;
III – a prestação de serviços à comunidade.

Deve-se lembrar, ainda, que não há responsabilidade penal da pessoa jurídica na hipótese de
crime previsto no CDC. Assim, aplicar a liquidação compulsória violaria o princípio da intrans-
cendência da pena (CR/1988, art. 5º, XLV).
Destaque-se que, tratando-se de crimes ambientais, a liquidação forçada é admitida.

Lei n. 9.605/1998, Art. 24. A pessoa jurídica constituída ou utilizada, preponderantemente, com o
fim de permitir, facilitar ou ocultar a prática de crime definido nesta Lei terá decretada sua liquidação
forçada, seu patrimônio será considerado instrumento do crime e como tal perdido em favor do
Fundo Penitenciário Nacional.

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Questão 12 (FCC/DPE-MA/DEFENSOR PÚBLICO/2018) Em relação aos dispositivos penais


previstos no Código de Defesa do Consumidor, é correto afirmar:
a) Os legitimados para a propositura da ação civil pública, desde que pessoas jurídicas de direi-
to público, podem ingressar como assistentes do Ministério Público nas denúncias oferecidas
por seus membros.
b) São circunstâncias que agravam a pena o fato de o crime ser cometido em período de grave
crise econômica ou por ocasião de calamidade.
c) Não há previsão de pena alternativa à privativa de liberdade, com exceção da prestação de
serviços a comunidade.
d) A fiança deve observar os limites previstos no Código de Defesa do Consumidor, não poden-
do ser aumentada ou diminuída em atenção a capacidade financeira do sujeito ativo.
e) A pena de multa será fixada entre cem e duzentas mil vezes o valor do Bônus do Tesouro
Nacional (BTN), ou índice equivalente que venha a substituí-lo.

Letra b.
São circunstâncias que agravam a pena o fato de o crime ser cometido em período de grave
crise econômica ou por ocasião de calamidade CORRETA.

Art. 76. São circunstâncias agravantes dos crimes tipificados neste código:
I – serem cometidos em época de grave crise econômica ou por ocasião de calamidade;
II – ocasionarem grave dano individual ou coletivo;
III – dissimular-se a natureza ilícita do procedimento;
IV – quando cometidos:
a) por servidor público, ou por pessoa cuja condição econômico-social seja manifestamente supe-
rior à da vítima;
b) em detrimento de operário ou rurícola; de menor de dezoito ou maior de sessenta anos ou de
pessoas portadoras de deficiência mental interditadas ou não;

Disposto no art. 60, § 1º, do CPV - serem praticados em operações que envolvam alimentos,
medicamentos ou quaisquer outros produtos ou serviços essenciais.

Questão 13 (CESPE/PC-SE/DELEGADO DE POLÍCIA/2018) Acerca das infrações penais


previstas na legislação consumerista, julgue o item a seguir.

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A omissão de dizeres ou sinais ostensivos que atestem a nocividade de determinado produto


em matéria publicitária configura crime previsto no Código de Defesa do Consumidor, delito
esse que também poderá ser punido na modalidade culposa e independerá de resultado dano-
so para a sua consumação.

Certo.
Apenas dois crimes previstos no CDC admitem a modalidade culposa:

Art. 63. Omitir dizeres ou sinais ostensivos sobre a nocividade ou periculosidade de produtos, nas
embalagens, nos invólucros, recipientes ou publicidade:
Pena – Detenção de seis meses a dois anos e multa.
§ 1º Incorrerá nas mesmas penas quem deixar de alertar, mediante recomendações escritas osten-
sivas, sobre a periculosidade do serviço a ser prestado.
§ 2º Se o crime é culposo: Pena Detenção de um a seis meses ou multa.
CDC, Art. 66. Fazer afirmação falsa ou enganosa, ou omitir informação relevante sobre a natureza,
característica, qualidade, quantidade, segurança, desempenho, durabilidade, preço ou garantia de
produtos ou serviços:
Pena – Detenção de três meses a um ano e multa.
§ 2º Se o crime é culposo;
Pena – Detenção de um a seis meses ou multa.

Questão 14 (VUNESP/PC-SP/DELEGADO DE POLÍCIA/2018) Assinale a alternativa em que


todos os crimes descritos da Lei n. 8.078/1990 (Código de Defesa do Consumidor) possuem
modalidade culposa.
a) Impedir ou dificultar o acesso do consumidor às informações que sobre ele constem em
cadastros, banco de dados, fichas e registros / Fazer afirmação falsa ou enganosa, ou omitir
informação relevante sobre a natureza, característica, qualidade, quantidade, segurança, de-
sempenho, durabilidade, preço ou garantia de produtos ou serviços.
b) Deixar de organizar dados fáticos, técnicos e científicos que dão base à publicidade / Em-
pregar na reparação de produtos, peça ou componentes de reposição usados, sem autorização
do consumidor.
c) Deixar de entregar ao consumidor o termo de garantia adequadamente preenchido e com
especificação clara de seu conteúdo / Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria sa-
ber ser enganosa ou abusiva.

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d) Empregar na reparação de produtos, peça ou componentes de reposição usados, sem au-


torização do consumidor / Impedir ou dificultar o acesso do consumidor às informações que
sobre ele constem em cadastros, banco de dados, fichas e registros.
e) Omitir dizeres ou sinais ostensivos sobre a nocividade ou periculosidade de produtos, nas
embalagens, nos invólucros, recipientes ou publicidade / Fazer afirmação falsa ou enganosa,
ou omitir informação relevante sobre a natureza, característica, qualidade, quantidade, segu-
rança, desempenho, durabilidade, preço ou garantia de produtos ou serviços.

Letra e.
O Código de Defesa do Consumidor (Lei n. 8.078/1990) contempla em seus artigos 63 a 74
doze condutas classificadas como infrações penais contra o consumidor.
Entre as condutas catalogadas, admite-se a forma culposa nos seguintes delitos:

Art. 63, CDC: Omitir dizeres ou sinais ostensivos sobre a nocividade ou periculosidade de produtos,
nas embalagens, nos invólucros, recipientes ou publicidade. O crime admite os elementos subjeti-
vos dolo ou culpa tanto em relação ao previsto em seu caput, quanto a conduta do seu § 1º
Art. 66, CDC: Fazer afirmação falsa ou enganosa, ou omitir informação relevante sobre a natureza,
característica, qualidade, quantidade, segurança, desempenho, durabilidade, preço ou garantia de
produtos ou serviços.

Posto isto, as assertivas “a”, “b”, “c” e “d” são falsas.


Quanto ao item “c”, é válido ressaltar existir divergência doutrinária sobre o ilícito do art. 67,
CDC (“Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria saber ser enganosa ou abusiva”)
contemplar ou não a modalidade culposa em razão da expressão “deveria saber”. Não obstan-
te as vozes contrárias, vem se compreendendo tratar de crime cujo único elemento subjetivo
é o dolo, seja na modalidade direta aferido a partir da locução “sabe”, ou eventual da dicção
“deveria saber” ser a publicidade enganosa ou abusiva. Nesse sentido é a lição de Damásio E.
de Jesus.

Questão 15 (CESPE/TJ-CE/JUIZ SUBSTITUTO/2018) A respeito das infrações penais tipifi-


cadas no CDC, assinale a opção correta.

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a) Enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitação prévia, qualquer produto, constitui infra-
ção penal.
b) Praticar crime tipificado no CDC em detrimento de operário ou rurícola não constitui circuns-
tância agravante.
c) Permitir o ingresso em estabelecimento comercial de clientes em quantidade superior à
fixada pela autoridade administrativa como quantidade máxima constitui crime.
d) Deixar de entregar ao consumidor o termo de garantia adequadamente preenchido e com
especificação clara de seu conteúdo caracteriza conduta atípica.
e) Empregar na reparação de produtos peça ou componente de reposição usado, ainda que se
tenha a autorização prévia e expressa do consumidor, constitui crime.

Letra c.

CDC, Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas abusivas:
XIV – permitir o ingresso em estabelecimentos comerciais ou de serviços de um número maior de
consumidores que o fixado pela autoridade administrativa como máximo.
CDC, Art. 65. Executar serviço de alto grau de periculosidade, contrariando determinação de autori-
dade competente:
§ 2º A prática do disposto no inciso XIV do art. 39 desta Lei também caracteriza o crime previsto no
caput deste artigo. (Incluído pela Lei n. 13.425, de 2017)

Antes da tragédia na boate Kiss, a permissão de ingresso em estabelecimentos comerciais aci-


ma do máximo permitido era prevista apenas como prática abusiva. Após o episódio, passou
a ser crime.

Questão 16 (VUNESP/PC-SP/INVESTIGADOR DE POLÍCIA/2018) Em relação ao Código de


Defesa do Consumidor (Lei n. 8.078/1990), assinale a alternativa correta.
a) Os crimes culposos são apenados exclusivamente com multa.
b) Existe hipótese de contravenção penal.
c) Não existem crimes culposos.
d) Não existem crimes apenados com reclusão.
e) Todos os crimes são apenados com reclusão.

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Letra d.

Art. 66. Fazer afirmação falsa ou enganosa, ou omitir informação relevante sobre a natureza, carac-
terística, qualidade, quantidade, segurança, desempenho, durabilidade, preço ou garantia de produ-
tos ou serviços:
Pena – Detenção de três meses a um ano e multa.
§ 1º Incorrerá nas mesmas penas quem patrocinar a oferta.
§ 2º Se o crime é culposo;
Pena – Detenção de um a seis meses ou multa.

 Obs.: A questão fala sobre RECLUSÃO, não detenção.

Questão 17 (VUNESP/PREFEITURA DE BAURU-SP/PROCURADOR JURÍDICO/2018) Cons-


titui infração penal prevista pelo Código de Defesa do Consumidor:
a) recusar a venda de bens ou a prestação de serviços, diretamente a quem se disponha a ad-
quiri-los mediante pronto pagamento.
b) permitir o ingresso em estabelecimentos comerciais ou de serviços de um número maior de
consumidores que o fixado pela autoridade administrativa como máximo.
c) condicionar o fornecimento de produto ou serviço ao fornecimento de outro produto ou
serviço.
d) exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva.
e) colocar no mercado produtos nocivos ou perigosos, ainda que devida e ostensivamente
identificados como tal.

Letra b.
Antes da tragédia na Boate Kiss, a permissão de ingresso em estabelecimentos comerciais
acima do máximo permitido era prevista apenas como prática abusiva. Após o caso, passou a
ser crime.

CDC, Art. 39, XIV - permitir o ingresso em estabelecimentos comerciais ou de serviços de um núme-
ro maior de consumidores que o fixado pela autoridade administrativa como máximo.

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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Lei n. 8.078/1990 e Lei n. 1.521/1951
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Questão 18 (VUNESP/PC-BA/INVESTIGADOR DE POLÍCIA/2018) No Título II do Código de


Defesa do Consumidor (Lei n. 8.078/1990), estão previstas algumas condutas que, se pratica-
das pelo fornecedor, serão consideradas crime, entre elas:
a) fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria saber ser enganosa ou abusiva.
b) executar serviço de alto grau de periculosidade, mesmo em consonância com determinação
de autoridade competente.
c) empregar, na reparação de produtos, peça ou componentes de reposição ainda que novos,
sem autorização do consumidor.
d) comunicar à autoridade competente e aos consumidores a nocividade ou periculosidade de
produtos ainda que o conhecimento seja posterior à sua colocação no mercado.
e) empregar na reparação de produtos, peças ou componentes usados, mesmo que com a
autorização do consumidor.

Letra a.

Art. 67. Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria saber ser enganosa ou abusiva:
Pena – Detenção de três meses a um ano e multa.

Questão 19 (VUNESP/PC-BA/DELEGADO DE POLÍCIA/2018) A respeito da Lei n. 8.078/1990


(Código do Consumidor) e da Lei n. 8.137/1990 (Crimes contra a ordem tributária e as relações
de consumo), é correto afirmar que
a) os crimes contra as relações de consumo, previstos no art. 7º da Lei n. 8.137/1990, são
praticados somente mediante dolo.
b) os crimes contra o consumidor, previstos no Código de Defesa do Consumidor, são de me-
nor potencial ofensivo.
c) o Código do Consumidor, no que concerne aos crimes nele previstos, estabelece a respon-
sabilidade penal da pessoa jurídica.
d) a Lei n. 8.137/1990, no que concerne aos crimes contra as relações de consumo, estabelece
a responsabilidade penal da pessoa jurídica.

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Lei n. 8.078/1990 e Lei n. 1.521/1951
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e) a Lei n. 8.137/1990, no que concerne aos crimes contra as relações de consumo, prevê
como circunstância agravante da pena a prática em detrimento de menor de 18 ou maior de
60 anos.

Letra b.
Todos os crimes previstos no Código do Consumidor admitem os institutos despenalizadores
da Lei n. 9.099, tais como:
• Transação Penal;
• Suspenção Condicional da Pena;
• Suspensão Condicional do Processo
• Composição Civil – desde que a vítima seja determinada.
Ademais, todos os crimes do CDC são de ação penal pública incondicionada, afiançáveis pelo
delegado de polícia e os que admitem a modalidade culposa estão previstos apenas nos arti-
gos 63 e 66.

Questão 20 (CESPE/PC-MA/DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL/2018) Acerca dos crimes pre-


vistos no CDC, assinale a opção correta.
a) Em razão do princípio da especialidade, as infrações penais descritas no CDC excluem ou-
tras que digam respeito a qualquer relação de consumo.
b) A pena de interdição temporária de direitos somente poderá ser aplicada isoladamente, sen-
do vedada sua cumulação com pena privativa de liberdade ou multa.
c) No processamento dos crimes de propaganda enganosa ou abusiva, é cabível a transação
penal.
d) Nos crimes que envolvam as relações de consumo, a ofensa a indivíduo analfabeto constitui
circunstância agravante das penas.
e) Os crimes contra a relação de consumo são, em sua maioria, de perigo concreto, sendo exi-
gida a efetiva ocorrência do dano.

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Letra c.
O crime de propaganda enganosa/ abusiva é previsto no art. 66 do CDC.

Art. 66. Fazer afirmação falsa ou enganosa, ou omitir informação relevante sobre a natureza, carac-
terística, qualidade, quantidade, segurança, desempenho, durabilidade, preço ou garantia de produ-
tos ou serviços:
Pena – Detenção de três meses a um ano e multa.

A transação penal, instituto trazido pela Lei dos Juizados Especial (Lei n. 9.099/1995), é aplicá-
vel, segundo o art. 61 da Lei do Juizado, a todos os crimes com penas máximas de até 2 anos.

Questão 21 (CESPE/DPE-PE/DEFENSOR PÚBLICO/2018) Julgue os seguintes itens, refe-


rentes aos direitos do consumidor.
I – O Sistema Nacional de Defesa do Consumidor é composto apenas por entes públicos
que tenham entre suas finalidades a defesa do consumidor.
II – Associação legalmente constituída há pelo menos um ano e que inclua entre seus
fins institucionais a defesa dos interesses e direitos do consumidor pode intervir, como
assistente do Ministério Público, em processo penal referente a crime previsto no CDC.
III – O consumidor cobrado de forma indevida pelo fornecedor fará jus à repetição em do-
bro, independentemente do efetivo pagamento do valor cobrado em excesso.
IV – A desconsideração inversa da personalidade é aplicável às relações de consumo.

Estão certos apenas os itens


a) I e II.
b) I e III.
c) II e IV.
d) I, III e IV.
e) II, III e IV.

Letra c.

I – Art. 105, CDC. Integram o Sistema Nacional de Defesa do Consumidor (SNDC), os órgãos fede-
rais, estaduais, do Distrito Federal e municipais e as entidades privadas de defesa do consumidor.
(ERRADO)

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II – Art. 80, CDC. No processo penal atinente aos crimes previstos neste código, bem como a outros
crimes e contravenções que envolvam relações de consumo, poderão intervir, como assistentes do
Ministério Público, os legitimados indicados no art. 82, inciso III e IV, aos quais também é facultado
propor ação penal subsidiária, se a denúncia não for oferecida no prazo legal.
Art. 82. Para os fins do art. 81, parágrafo único, são legitimados concorrentemente:

III – As entidades e órgãos da Administração Pública, direta ou indireta, ainda que sem perso-
nalidade jurídica, especificamente destinados à defesa dos interesses e direitos protegidos por
este código;
IV – As associações legalmente constituídas há pelo menos um ano e que incluam entre seus
fins institucionais a defesa dos interesses e direitos protegidos por este código, dispensada
a autorização assemblear. (CERTO)

Questão 22 (CESPE/DPE-PE/DEFENSOR PÚBLICO/2018)De acordo com o CDC, o fornecedor


de serviços que utilizar peças de reposição ou produtos usados, sem a expressa autorização
do consumidor, cometerá
a) crime cuja consumação independe de dano efetivo.
b) crime que admite modalidade culposa, conforme previsão legal.
c) prática costumeira admitida nas relações de consumo.
d) ilícito civil, irrelevante no direito penal.
e) contravenção penal.

Letra a.

Art. 70. Empregar na reparação de produtos, peça ou componentes de reposição usados, sem au-
torização do consumidor:
Pena – Detenção de três meses a um ano e multa

O crime é formal. Não há necessidade, para sua consumação, de dano efetivo para o consu-
midor.

Questão 23 (FCC/PROCON-MA/FISCAL DE DEFESA DO CONSUMIDOR/2017) Constitui in-


fração penal prevista no Código de Defesa do Consumidor:

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a) Omitir dizeres ou sinais ostensivos sobre a nocividade ou periculosidade de produtos, nas


embalagens, nos invólucros, recipientes ou publicidade.
b) Deixar de prestar, por três vezes, socorro ao consumidor que reclama por serviço técnico
autorizado.
c) Prestar serviço em residência sem identificar-se com crachá ou carta de apresentação.
d) Vender produto estragado, sem a devida indicação sobre o vencimento do produto para uso,
na respectiva embalagem.
e) Indicar serviço que possa ser prestado no prazo de vinte e quatro horas e não respeitar o
limite indicado.

Letra a.

Art. 63. Omitir dizeres ou sinais ostensivos sobre a nocividade ou periculosidade de produtos, nas
embalagens, nos invólucros, recipientes ou publicidade:
Pena – Detenção de seis meses a dois anos e multa.

Todos os crimes previstos no Código do Consumidor admitem os institutos despenalizadores


da Lei n. 9.099, tais como:
• Transação Penal;
• Suspenção Condicional da Pena;
• Suspensão Condicional do Processo
• Composição Civil – desde que a vítima seja determinada.
Além do mais, os crimes são todos de ação pública incondicionada, afiançáveis pelo delegado
de polícia e os que admitem a modalidade culposa estão previstos apenas nos artigos 63 e 66.

Questão 24 (CESPE/DPE-AL/DEFENSOR PÚBLICO/2017) A respeito das infrações penais


previstas no CDC, assinale a opção correta.
a) O fornecedor que, na reparação de produtos, emprega peça ou componentes de reposição
usados, sem a autorização do consumidor, comete ilícito civil, e não crime contra as relações
de consumo.

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b) A realização de publicidade enganosa configura crime contra as relações de consumo, com


pena de detenção de três meses a um ano e multa.
c) A exposição do consumidor, de forma injustificada, a ridículo ou a situação que prejudique
seu trabalho, em razão de cobrança de dívida, embora configure dano moral indenizável, não
configura crime contra as relações de consumo.
d) Impedir ou dificultar o acesso do consumidor a informações que sobre ele constem de ca-
dastros, banco de dados, fichas e registros configura ilícito civil, remediado mediante habeas
data e sem repercussão na seara penal.
e) Qualquer violação do dever de informação constitui crime contra as relações de consumo,
por ofensa ao princípio da transparência.

Letra b.
a) Errada. É infração penal empregar peças usadas sem autorização:

Art. 70 do CDC. Empregar, na reparação de produtos, peças ou componentes de reposição usados,


sem autorização do consumidor.
Pena – Detenção de 03 meses a 01 ano e multa.

b) Certa. A realização de publicidade enganosa configura crime contra as relações de consu-


mo, com pena de detenção de três meses a um ano e multa.

Código de Defesa do Consumidor


Art. 67. Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria saber ser enganosa ou abusiva: Pena
Detenção de três meses a um ano e multa.

c) Errada. Também configura infração penal a exposição do consumidor a ridículo ou situação


vexatória na cobrança de dívida, de acordo com o art. 71 do CDC.
d) Errada. Tem previsão no art.72 do CDC como infração penal a conduta de impedir ou dificul-
tar o acesso do consumidor às informações sobre ele que constem nos cadastros.
e) Errada. Acredito que está errada por ser muito abrangente. O art. 63 do CDC fala que é con-
siderada infração penal a conduta de omitir dizeres ou sinais ostensivos sobre a nocividade ou
periculosidade de produtos.

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Questão 25 (CESPE/DPE-AC/DEFENSOR PÚBLICO/2017) No ano de 2014, Antônio, comer-


ciante, cometeu crime previsto no CDC, tendo ocorrido a transação penal, prevista na Lei n.º
9.099/1995. Entretanto, em 2016, Antônio, ao vender, em seu estabelecimento comercial, um
produto para uma pessoa de cinquenta e nove anos de idade, omitiu uma informação relevante
a respeito da natureza, característica, qualidade ou segurança desse produto. Nessa situação
hipotética, de acordo com o CDC, Antônio responderá por crime
a) cuja pena poderá ser agravada se o crime houver sido cometido contra servidor público.
b) e poderá ser punido com detenção, desde que verificado que ele agiu dolosamente.
c) e poderá ser punido com detenção, multa e(ou) prestação de serviços à comunidade.
d) cuja pena poderá ser agravada em razão da idade do comprador.
e) e, caso esteja em situação econômica adversa, poderá ser dispensado de pagamento de
fiança.

Letra c.
a) Errada. Cuja pena poderá ser agravada se o crime houver sido cometido contra servidor
público.
Poderá ser agravada se cometido por servidor público (artigo 76, IV, ‘a’, do CDC).
b) Errada. E poderá ser punido com detenção, desde que verificado que ele agiu dolosamente.
A aplicação da pena de detenção não se restringe à conduta dolosa da infração, mas sim tam-
bém à conduta culposa, conforme artigo 66, § 2º, do CDC.
d) Errada. Cuja pena poderá ser agravada em razão da idade do comprador.
De fato, há previsão de agravante para os crimes cometidos em razão da idade do comprador
(menor de 18, maior de 60), conforme artigo 76, IV, ‘b’, do CDC. Todavia, na situação hipotética
da questão a pessoa compradora tinha 59 anos. Portanto, inaplicável a agravante.

Questão 26 (CETRO/TJ-RJ/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS/2017) No


que se refere aos crimes contra as relações de consumo, de acordo com o entendimento juris-
prudencial do STJ, assinale a alternativa correta.

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a) O fato de o agente ser sócio-proprietário de estabelecimento onde se verificou a ocorrência


do delito é suficiente para que seja, contra ele, oferecida denúncia, dado que responde solida-
riamente.
b) Ter em depósito para venda mercadoria imprópria para consumo constitui crime formal, de
perigo abstrato, sendo suficiente, para a sua aplicação, a complementação legal do Código de
Defesa do Consumidor referente ao tipo penal.
c) A configuração de crime contra a relação de consumo, por exemplo, exposição à venda de
produto impróprio ao consumo, necessita da demonstração inequívoca da impropriedade do
produto por meio de exame de corpo de delito direto.
d) O laudo de constatação de autoridade sanitária é meio suficiente para determinação da
ocorrência do crime contra as relações de consumo.
e) A denúncia, para os casos de crime contra as relações de consumo, pode ser oferecida em
descrição constante de auto de infração lavrado por autoridade tributária, no formato de prova
emprestada.

Letra c.
a) Errada.

Conquanto se admita que nos delitos praticados por vários agentes o órgão ministerial
não descreva minuciosamente a atuação de cada acusado, não há dúvidas de que a sim-
ples condição de sócio de determinada pessoa jurídica não é suficiente para justificar a
deflagração de uma ação penal contra determinado indivíduo, pois o Direito Penal pátrio
repele a chamada responsabilidade penal objetiva, demandando que o titular da ação
penal demonstre uma mínima relação de causa e efeito entre a conduta do réu e os fatos
narrados na denúncia, permitindo-lhe o exercício da ampla defesa e do contraditório.

(HC 179.014/RJ, QUINTA TURMA, julgado em 21/02/2013, DJe 01/03/2013)


b) Errada.

Inobstante parte da doutrina e da jurisprudência entendam que o delito previsto no art.


7º, IX, da Lei n. 8.137/1990, crime formal, de perigo abstrato, é norma penal em branco,

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cujo elemento normativo do tipo “impróprio para consumo” deve ser complementado
pelo disposto no art. 16, § 8º, do Código de Defesa do Consumidor, a jurisprudência do
Superior Tribunal de Justiça entende que há necessidade de realização de exame peri-
cial nos produtos pretensamente impróprios, a fim de que seja comprovada a sua real
nocividade para consumo, sob pena de inaceitável responsabilidade penal objetiva. (RHC
60.937/RJ, SEXTA TURMA, DJe 01/03/2016)

c) Certa.

1. Da leitura do artigo 7º, inciso IX, da Lei 8.137/1990, percebe-se que se trata de delito
não transeunte, que deixa vestígios materiais, sendo indispensável, portanto, a realiza-
ção de perícia para a sua comprovação, nos termos do artigo 158 do Código de Processo
Penal. Doutrina. Precedentes do STJ e do STF. (RHC 64.461/SC, QUINTA TURMA, DJe
24/02/2016)

d) Errada.

A jurisprudência desta Corte é no sentido de que a venda de produtos impróprios ao uso


e consumo constitui delito que deixa vestígios, sendo indispensável, nos termos do artigo
158 do Código de Processo Penal, a realização de exame pericial que ateste que a mer-
cadoria efetivamente é imprópria para o consumo, não bastando, para tanto, mero laudo
de constatação (AgRg no REsp 1582152/PR, Rel. Ministro REYNALDO SOARES DA FON-
SECA, QUINTA TURMA, julgado em 20/04/2017, DJe 28/04/2017)

e) Errada.

2. No caso dos autos, agentes do GAECO do Ministério Público do Estado de Santa


Catarina, auditores da Receita Federal e agentes da CIDASC, ao darem cumprimento a
mandado de busca e apreensão exarado nos autos de ação penal diversa, comparece-
ram ao estabelecimento do qual o recorrente é sócio-gerente, lá localizando os produtos
supostamente impróprios para consumo, que foram descritos no termo de apreensão e
no auto de infração, e que foram inutilizados sem que antes fossem submetidos à perí-
cia técnica, consoante exigido na legislação processual penal, o que revela a ausência de

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justa causa para o processo criminal em tela, já que inexistente a prova da materialidade
delitiva. (RHC 64.461/SC)

Questão 27 (IBADE/PC-AC/AGENTE DE POLÍCIA CIVIL/2017) São circunstâncias agravan-


tes dos crimes previstos no Código de Defesa do Consumidor:
a) quando cometidos em detrimento de maior de setenta anos.
b) ocasionarem médio ou grave dano individual ou coletivo.
c) quando cometidos em detrimento de gestantes
d) serem cometidos em época de estabilidade econômica.
e) serem praticados em operações que envolvam alimentos, medicamentos ou quaisquer ou-
tros produtos ou serviços essenciais.

Letra e.

Art. 76. São circunstâncias agravantes dos crimes tipificados neste código:
I – serem cometidos em época de grave crise econômica ou por ocasião de calamidade;
II – ocasionarem grave dano individual ou coletivo;
III – dissimular-se a natureza ilícita do procedimento;
IV – quando cometidos:
a) por servidor público, ou por pessoa cuja condição econômico-social seja manifestamente supe-
rior à da vítima;
b) em detrimento de operário ou rurícola; de menor de dezoito ou maior de sessenta anos ou de
pessoas portadoras de deficiência mental interditadas ou não;
V – serem praticados em operações que envolvam alimentos, medicamentos ou quaisquer outros
produtos ou serviços essenciais.

Questão 28 (IBADE/PC-AC/AGENTE DE POLÍCIA CIVIL/2017) São circunstâncias agravan-


tes dos crimes previstos no Código de Defesa do Consumidor:
a) quando cometidos em detrimento de maior de setenta anos.
b) ocasionarem médio ou grave dano individual ou coletivo.
c) serem praticados em operações que envolvam alimentos, medicamentos ou quaisquer ou-
tros produtos ou serviços essenciais.
d) serem cometidos em época de estabilidade econômica.

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e) quando cometidos em detrimento de gestantes.

Letra c.

Art. 76. São circunstâncias agravantes dos crimes tipificados neste código:
I – serem cometidos em época de grave crise econômica ou por ocasião de calamidade;
II – ocasionarem grave dano individual ou coletivo;
III – dissimular-se a natureza ilícita do procedimento;
IV – quando cometidos:
a) por servidor público, ou por pessoa cuja condição econômico-social seja manifestamente supe-
rior à da vítima;
b) em detrimento de operário ou rurícola; de menor de 18 ou maior de 60 anos ou de pessoas por-
tadoras de deficiência mental interditadas ou não;
V – serem praticados em operações que envolvam alimentos, medicamentos ou quaisquer outros
produtos ou serviços essenciais. \

Questão 29 (FAFIPA/PREFEITURA DE LONDRINA-PR/ANALISTA DE PROTEÇÃO DE DE-


FESA DO CONSUMIDOR – SERVIÇOS DE PROTEÇÃO E DEFESA DO CONSUMIDOR/2015)
Analise a seguinte regra sobre o Código de Defesa do Consumidor: É considerado crime o ato
de fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria saber ser enganosa ou abusiva.

Certo.

Art. 61. Constituem crimes contra as relações de consumo previstas neste código, sem prejuízo do
disposto no Código Penal e leis especiais, as condutas tipificadas nos artigos seguintes.
(...)
Art. 67. Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria saber ser enganosa ou abusiva:
Pena – Detenção de três meses a um ano e multa.

Questão 30 (FCC/DPE-ES/DEFENSOR PÚBLICO/2016) As infrações penais tipificadas no


Código de Defesa do Consumidor podem acarretar
a) pena de detenção, que não pode ser substituída por pena restritiva de direitos ou de multa.
b) pena de reclusão, interdição temporária de direitos e prestação de serviços à comunidade e
a publicação em órgãos de comunicação de grande circulação ou audiência, de notícias sobre
os fatos e a condenação, às expensas do condenado.

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c) pena de detenção e a publicação, em órgãos de comunicação de grande circulação ou audi-


ência, de notícias sobre os fatos e a condenação, às expensas do condenado.
d) somente penas de interdição temporária de direitos e prestação de serviços à comunidade.
e) somente a pena de multa e as penas restritivas de direitos, como a perda de bens e valores
e de prestação de serviço à comunidade.

Letra c.

CDC, Art. 78. Além das penas privativas de liberdade e de multa, podem ser impostas, cumulativa
ou alternadamente, observado o disposto nos arts. 44 a47, do Código Penal:
I – a interdição temporária de direitos;
II – a publicação em órgãos de comunicação de grande circulação ou audiência, às expensas do
condenado, de notícia sobre os fatos e a condenação;
III – a prestação de serviços à comunidade.

Questão 31 (MPE-RS/MPE-RS/ASSESSOR – DIREITO/2014) As infrações das normas de


defesa do consumidor ficam sujeitas a sanções de natureza administrativa, sem prejuízo das
de natureza civil, penal e das definidas em normas específicas. A esse respeito, considere as
sanções abaixo.
1) Multa; apreensão do produto; cassação do registro do produto junto ao órgão competen-
te.
2) Interdição, total ou parcial, de estabelecimento, de obra ou de atividade.
Proibição de fabricação do produto, suspensão de fornecimento de produtos ou serviço,
suspensão temporária de atividade.
3) Interdição temporária de direitos; publicação em órgãos de comunicação de grande cir-
culação ou audiência, às expensas do condenado, de notícia sobre os fatos e a conde-
nação.
Quais delas são sanções administrativas?
a) Apenas 1 e 3.
b) Apenas 2 e 4.
c) Apenas 1, 2 e 3.
d) Apenas 2, 3 e 4.
e) 1, 2, 3 e 4.

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Letra c.

CDC, Art. 56. As infrações das normas de defesa do consumidor ficam sujeitas, conforme o caso,
às seguintes sanções administrativas, sem prejuízo das de natureza civil, penal e das definidas em
normas específicas:
I – multa;
II – apreensão do produto;
III – inutilização do produto;
IV – cassação do registro do produto junto ao órgão competente;
V – proibição de fabricação do produto;
VI – suspensão de fornecimento de produtos ou serviço;
VII – suspensão temporária de atividade;
VIII – revogação de concessão ou permissão de uso;
IX – cassação de licença do estabelecimento ou de atividade;
X – interdição, total ou parcial, de estabelecimento, de obra ou de atividade;
XI – intervenção administrativa;
XII – imposição de contrapropaganda.

Questão 32 (CESPE/TJ-DFT/JUIZ/2016) Sobre as condutas penalmente tipificadas no rol


dos crimes contra as relações de consumo, conforme previsão do CDC, assinale a opção cor-
reta.
a) A conduta consistente em empregar, na reparação de produtos, peças ou componentes de
reposição usados, sem autorização do consumidor, configura crime contra as relações de con-
sumo, sancionado com pena de detenção.
b) Constitui circunstância agravante, prevista no CDC, o fato de haver sido o crime praticado
por preposto ou administrador de pessoa jurídica em estado falimentar.
c) Não deve ser admitida, sob pena de se configurar bis in idem, além das penas privativas de
liberdade e de multa, a aplicação cumulativa das penas de prestação de serviços à comunida-
de e de interdição temporária de direitos.
d) Não se admite, no processo dos crimes contra as relações de consumo, a propositura de
ação penal subsidiária.
e) A conduta consistente em deixar de entregar ao consumidor o termo de garantia adequada-
mente preenchido e com especificação clara de seu conteúdo, a despeito de não se encontrar
tipificada, de modo a configurar crime autônomo, pode ser considerada como circunstância
legal agravante.

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Letra a.
(Todos os crimes do CDC são apenados com detenção)

Art. 70. Empregar na reparação de produtos, peça ou componentes de reposição usados, sem au-
torização do consumidor:
Pena – detenção de três meses a um ano e multa.

Questão 33 (CONSEP/DAE-BAURU/PROCURADOR JURÍDICO/2015) As infrações das nor-


mas de defesa do consumidor ficam sujeitas, conforme o caso, às seguintes sanções admi-
nistrativas, sem prejuízo das de natureza civil, penal e das definidas em normas específicas:
I – multa.
II – apreensão do produto.
III – inutilização do produto.
IV – cassação do registro do produto junto ao órgão competente.
V – proibição de fabricação do produto.

Os itens corretos estão contidos em


a) I, II, III, IV e V.
b) I, II, III e IV, apenas.
c) I, II e III, apenas.
d) I e II, apenas.
e) III e V, apenas.

Letra a.

CDC, Art. 56. As infrações das normas de defesa do consumidor ficam sujeitas, conforme o caso,
às seguintes sanções administrativas, sem prejuízo das de natureza civil, penal e das definidas em
normas específicas:
I – multa;
II – apreensão do produto;
III – inutilização do produto;
IV – cassação do registro do produto junto ao órgão competente;
V – proibição de fabricação do produto;
VI – suspensão de fornecimento de produtos ou serviço;

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VII – suspensão temporária de atividade;


VIII – revogação de concessão ou permissão de uso;
IX – cassação de licença do estabelecimento ou de atividade;
X – interdição, total ou parcial, de estabelecimento, de obra ou de atividade;
XI – intervenção administrativa;
XII – imposição de contrapropaganda.

Questão 34 (VUNESP/TJ-MS/JUIZ SUBSTITUTO/2015) São circunstâncias agravantes dos


crimes contra as relações de consumo, previstos no Código de Defesa do Consumidor:
a) explicitar-se a natureza ilícita do procedimento.
b) ocasionarem dano individual ou coletivo.
c) quando cometidos por pessoa cuja condição econômico-social seja igual ou manifestamen-
te superior à da vítima.
d) quando cometidos em detrimento de operário ou rurícola.
e) serem cometidos em época de crise econômica.

Letra d.
a) Errada. Dissimular-se a natureza ilícita do procedimento.
b) Errada. Ocasionarem grave dano individual ou coletivo.
c) Errada. Quando cometidos por pessoa cuja condição econômico-social seja manifestamen-
te superior à da vítima.
e) Errada. Serem cometidos em época de grave crise econômica.

Questão 35 (CONSULTEC/TJ-BA/JUIZ LEIGO/2010) Dos crimes contra as relações de con-


sumo previsto no Código de Defesa do Consumidor, exclui-se
a) omitir dizeres ou sinais ostensivos sobre a nocividade ou a periculosidade de produtos nas
embalagens, nos invólucros, recipientes ou publicidade.
b) deixar de comunicar à autoridade competente e aos consumidores a nocividade ou a pericu-
losidade de produtos cujo conhecimento seja anterior à sua colocação no mercado.
c) fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria saber ser capaz de induzir o consumidor
a se comportar de forma prejudicial ou perigosa à sua saúde ou à segurança.

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d) empregar, na reparação de produtos, peças ou componentes de reposição usados, sem


autorização do consumidor.
e) executar serviço de alto grau de periculosidade, contrariando determinação de autoridade
competente.

Letra b.

CDC, Art. 61. Constituem crimes contra as relações de consumo previstas neste código, sem pre-
juízo do disposto no Código Penal e leis especiais, as condutas tipificadas nos artigos seguintes.
CDC, Art. 63. Omitir dizeres ou sinais ostensivos sobre a nocividade ou periculosidade de produtos,
nas embalagens, nos invólucros, recipientes ou publicidade [ALTERNATIVA A - CERTA]
CDC, Art. 64. Deixar de comunicar à autoridade competente e aos consumidores a nocividade ou
periculosidade de produtos cujo conhecimento seja posterior (ANTERIOR) à sua colocação no mer-
cado [ALTERNATIVA B - ERRADA]
CDC, Art. 65. Executar serviço de alto grau de periculosidade, contrariando determinação de autori-
dade competente [ALTERNATIVA E - CERTA]
CDC, Art. 68. Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria saber ser capaz de induzir o con-
sumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa a sua saúde ou segurança [ALTERNATIVA
C - CERTA]
CDC, Art. 70. Empregar na reparação de produtos, peça ou componentes de reposição usados, sem
autorização do consumidor [ALTERNATIVA D - CERTA]

Questão 36 (CESPE/DPE-PE/DEFENSOR PÚBLICO/2015) Com relação ao PROCON e ao va-


lor da fiança referente a infrações penais previstas no CDC, julgue o seguinte item.
A situação econômica do réu ou do indiciado é critério que pode ser considerado para fixação
do valor da fiança no caso de infração penal prevista no CDC.

Certo.

Art. 79. O valor da fiança, nas infrações de que trata este código, será fixado pelo juiz, ou pela autori-
dade que presidir o inquérito, entre cem e duzentas mil vezes o valor do Bônus do Tesouro Nacional
(BTN), ou índice equivalente que venha a substituí-lo.
Parágrafo único. Se assim recomendar a situação econômica do indiciado ou réu, a fiança poderá
ser:
a) reduzida até a metade do seu valor mínimo;
b) aumentada pelo juiz até vinte vezes.

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Questão 37 (ACAFE/PC-SC/DELEGADO DE POLÍCIA/2014) Consoante o que estabelece o


Código de Defesa do Consumidor é correto afirmar, exceto:
a) O juiz não poderá desconsiderar a personalidade jurídica da sociedade quando, em detri-
mento do consumidor, houver abuso de direito, excesso de poder, infração da lei.
b) Entre os princípios da Política Nacional das Relações de Consumo está o reconhecimento
da vulnerabilidade do consumidor no mercado de consumo.
c) Nas ações coletivas de que trata o Código de Defesa do Consumidor a sentença fará coisa
julgada erga omnes, exceto se o pedido for julgado improcedente por insuficiência de provas.
d) A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será apurada mediante a verificação
de culpa.
e) As delegacias de polícia especializadas no atendimento de consumidores vítimas de infra-
ções penais de consumo constituem instrumento para a execução da Política Nacional das
Relações de Consumo.

Letra a.

CDC, Art. 28. O juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica da sociedade quando, em detri-
mento do consumidor, houver abuso de direito, excesso de poder, infração da lei, fato ou ato ilícito
ou violação dos estatutos ou contrato social. A desconsideração também será efetivada quando
houver falência, estado de insolvência, encerramento ou inatividade da pessoa jurídica provocados
por má administração.

Questão 38 (MPE-SC/MPE-SC/PROMOTOR DE JUSTILA – VESPERTINA/2014) O CDC es-


tabelece previsão legal de agravantes judiciais para as infrações penais por ele tipificadas,
estabelecendo critérios para a individualização da pena pecuniária, bem como esclarece as
espécies de sanções penais, mas, por outro lado, não possui regramento a respeito de circuns-
tâncias atenuantes.

Certo.

CDC, Art. 76. São circunstâncias agravantes dos crimes tipificados neste código:
I – serem cometidos em época de grave crise econômica ou por ocasião de calamidade;
II – ocasionarem grave dano individual ou coletivo;

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III – dissimular-se a natureza ilícita do procedimento;


IV – quando cometidos:
a) por servidor público, ou por pessoa cuja condição econômico-social seja manifestamente supe-
rior à da vítima;
b) em detrimento de operário ou rurícola; de menor de dezoito ou maior de sessenta anos ou de
pessoas portadoras de deficiência mental interditadas ou não;
V – serem praticados em operações que envolvam alimentos, medicamentos ou quaisquer outros
produtos ou serviços essenciais.

Questão 39 (MPE-SC/MPE-SC/PROMOTOR DE JUSTIÇA – VESPERTINA/2014) Pode se


dizer que a infração penal caracterizada em omitir dizeres ou sinais ostensivos sobre a nocivi-
dade ou periculosidade de produtos, nas embalagens, nos invólucros, recipientes ou publicida-
de cuida-se de crime de mera conduta e que a consumação do delito independe de dano e não
admite a modalidade culposa.

Errado.
A resposta está no art. 63, CDC: não é crime de mera conduta, mas de perigo abstrato, no qual
se presume iure et de iure o perigo para o bem jurídico, que emerge da simples realização da
conduta. E também admite a forma culposa.

Questão 40 (MPE-SC/MPE-SC/PROMOTOR DE JUSTIÇA – VESPERTINA/2014) Em se tra-


tando de infrações penais previstas no CDC, a responsabilidade penal pode recair, inclusive,
sobre pessoa formalmente desvinculada da pessoa jurídica, pois, quem, de qualquer forma,
concorrer para os crimes referidos no CDC, incide as penas a esses cominadas na medida de
sua culpabilidade.

Certo.

CDC, Art. 75. Quem, de qualquer forma, concorrer para os crimes referidos neste código, incide as
penas a esses cominadas na medida de sua culpabilidade, bem como o diretor, administrador ou
gerente da pessoa jurídica que promover, permitir ou por qualquer modo aprovar o fornecimento,
oferta, exposição à venda ou manutenção em depósito de produtos ou a oferta e prestação de ser-
viços nas condições por ele proibidas.

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Questão 41 (FCC/SEFAZ-PI/AUDITOR-FISCAL DA FAZENDA ESTADUAL – CONHECIMEN-


TOS GERAIS/2015) Constitui crime contra as relações de consumo
a) destruir, inutilizar ou danificar matéria-prima ou mercadoria, com o fim de provocar prejuízo
à concorrência, em proveito próprio ou de terceiros.
b) favorecer ou preferir comprador ou freguês, ressalvados os sistemas de entrega ao consu-
mo por intermédio de distribuidores ou revendedores.
c) misturar gêneros e mercadorias de espécies diferentes, para vendê-los ou expô-los à venda
como puros; misturar gêneros e mercadorias de qualidades desiguais para vendê-los ou expô-
-los à venda por preço estabelecido para os de mais alto custo.
d) vender ou expor à venda mercadoria cuja embalagem, tipo, especificação, peso ou com-
posição esteja em desacordo com as prescrições legais, ainda que corresponda à respectiva
classificação oficial.
e) aumentar preços por meio de aviso de inclusão de insumo utilizado na produção do bem ou
na prestação dos serviços.

Letra c.
a) Errada. Conforme o artigo 7º da Lei n. 8.137:

Art. 7º Constitui crime contra as relações de consumo:


VIII – destruir, inutilizar ou danificar matéria-prima ou mercadoria, com o fim de provocar alta de
preço, em proveito próprio ou de terceiros;

b) Errada. Conforme artigo 7º da Lei n. 8.137:

Art. 7º Constitui crime contra as relações de consumo:


I – favorecer ou preferir, sem justa causa, comprador ou freguês, ressalvados os sistemas de entre-
ga ao consumo por intermédio de distribuidores ou revendedores;

c) Certa. Também conforme artigo 7º da Lei n. 8.137:

Art. 7º Constitui crime contra as relações de consumo:


III – misturar gêneros e mercadorias de espécies diferentes, para vendê-los ou expô-los à venda
como puros; misturar gêneros e mercadorias de qualidades desiguais para vendê-los ou expô-los à
venda por preço estabelecido para os demais mais alto custo;

d) Errada. Conforme artigo 7º da Lei n. 8.137:

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Art. 7º Constitui crime contra as relações de consumo:


II – vender ou expor à venda mercadoria cuja embalagem, tipo, especificação, peso ou composição
esteja em desacordo com as prescrições legais, ou que não corresponda à respectiva classificação
oficial;

e) Errada. Conforme artigo 7º da Lei n. 8.137:

Art. 7º Constitui crime contra as relações de consumo:


IV – fraudar preços por meio de:
d) aviso de inclusão de insumo não empregado na produção do bem ou na prestação dos serviços;

Questão 42 (FCC/SEFAZ-PI/ANALISTA DO TESOURO ESTADUAL – CONHECIMENTOS


GERAIS/2015) Constitui crime contra as relações de consumo
a) abusar do poder econômico, dominando o mercado ou eliminando, total ou parcialmente, a
concorrência mediante qualquer forma de ajuste ou acordo de empresas.
b) vender ou expor à venda mercadoria cuja embalagem, tipo, especificação, peso ou com-
posição esteja em desacordo com a prática comercial, ou que não corresponda à respectiva
autorização oficial.
c) negar ou deixar de fornecer, quando obrigatório, nota fiscal, ou documento equivalente, rela-
tiva a venda de mercadoria ou prestação de serviço, efetivamente realizada, ou fornecê-la em
desacordo com a legislação.
d) deixar de recolher, no prazo legal, valor de tributo ou de contribuição social, descontado ou
cobrado, na qualidade de sujeito passivo de obrigação e que deveria recolher aos cofres públi-
cos.
e) elevar o valor cobrado nas vendas a prazo de bens ou serviços, mediante a exigência de
comissão ou de taxa de juros ilegais.

Letra e.
O disposto na alternativa “e” está no artigo 7º da Lei n. 8.137:

Art. 7º Constitui crime contra as relações de consumo:


V – elevar o valor cobrado nas vendas a prazo de bens ou serviços, mediante a exigência de comis-
são ou de taxa de juros ilegais;

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Questão 43 (FUNCAB/PC-RJ/DELEGADO DE POLÍCIA/2012) Constitui crime contra as rela-


ções de consumo, EXCETO:
a) fraudar preços por meio de divisão em partes de bem ou serviço, habitualmente oferecido à
venda em conjunto.
b) formar acordo, convênio, ajuste ou aliança entre ofertantes, visando à fixação artificial de
preços ou quantidades vendidas ou produzidas.
c) deixar de organizar dados fáticos, técnicos e científicos que dão base à publicidade.
d) favorecer ou preferir, sem justa causa, comprador ou freguês, ressalvados os sistemas de
entrega ao consumo por intermédio de distribuidores ou revendedores.
e) fraudar preços por meio de junção de bens ou serviços, comumente oferecidos à venda em
separado.

Letra b.
A alternativa “b” trata de crimes contra a ordem econômica, e não contra as relações de consu-
mo. Está prevista no artigo 4º da Lei n. 8.137:

Art. 4º Constitui crime contra a ordem econômica:


(...)
II – formar acordo, convênio, ajuste ou aliança entre ofertantes, visando: (Redação dada pela Lei n.
12.529, de 2011).
a) à fixação artificial de preços ou quantidades vendidas ou produzidas; (Redação dada pela Lei n.
12.529, de 2011).
b) ao controle regionalizado do mercado por empresa ou grupo de empresas; (Redação dada pela
Lei n. 12.529, de 2011).
c) ao controle, em detrimento da concorrência, de rede de distribuição ou de fornecedores.

Questão 44 (FCC/PREFEITURA DE SÃO LUÍS-MA/AUDITOR-FISCAL DE TRIBUTOS I – GE-


RAL/2018) De acordo com a Lei no 8.137/1990, constitui crime contra as relações de consumo
a) negar ou deixar de fornecer, quando obrigatório, nota fiscal ou documento equivalente, rela-
tiva a venda de mercadoria efetivamente realizada, ou fornecê-la em desacordo com a legisla-
ção.
b) formar acordo, convênio, ajuste ou aliança entre ofertantes, visando à fixação artificial de
preços ou quantidades vendidas ou produzidas.

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c) falsificar ou alterar nota fiscal, fatura, duplicata, nota de venda, ou qualquer outro documento
relativo à operação tributável.
d) abusar do poder econômico, dominando o mercado ou eliminando, total ou parcialmente, a
concorrência mediante qualquer forma de ajuste ou acordo de empresas.
e) induzir o consumidor ou usuário a erro, por via de indicação ou afirmação falsa ou enganosa
sobre a natureza, qualidade do bem ou serviço, utilizando-se de qualquer meio, inclusive a vei-
culação ou divulgação publicitária.

Letra e.
As demais alternativas não são crimes contra as relações de consumo. A letra “e” está no arti-
go 7º da Lei n. 8.137:

Art. 7º Constitui crime contra as relações de consumo:


VII – induzir o consumidor ou usuário a erro, por via de indicação ou afirmação falsa ou enganosa
sobre a natureza, qualidade do bem ou serviço, utilizando-se de qualquer meio, inclusive a veicula-
ção ou divulgação publicitária;

Questão 45 (IESES/PREFEITURA DE SÃO JOSÉ-SC/AGENTE DE FISCALIZAÇÃO DE


CONSUMO/2019) Constitui crime contra as relações de consumo, de acordo com a Lei n.
8.137/1990, assinale a alternativa correta:
a) Elevar o valor cobrado nas vendas a prazo de bens ou serviços, mediante a exigência de
comissão ou de taxa de juros ilegais.
b) Fraudar preços por meio de alteração, com modificação essencial ou de qualidade, de ele-
mentos tais como denominação, marca, embalagem entre outras.
c) Favorecer ou preferir, com justa causa, comprador ou freguês, ressalvados os sistemas de
entrega ao consumo por intermédio de distribuidores ou revendedores.
d) Vender ou expor à venda mercadores cuja embalagem, tipo, especificação, peso ou compo-
sição esteja de acordo com as prescrições legais, ou que corresponda à respectiva classifica-
ção oficial.

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Letra a.
A conduta descrita neste item é tipificada no artigo 7º, inciso V, da Lei n. 8.137:

Art. 7º Constitui crime contra as relações de consumo:


(...)
V – elevar o valor cobrado nas vendas a prazo de bens ou serviços, mediante a exigência de comis-
são ou de taxa de juros ilegais;

Questão 46 (CESPE/AGU/ADVOGADO DA UNIÃO/2012) Julgue os itens a seguir, que ver-


sam sobre crimes relacionados às licitações e delitos contra a fé pública e as relações de
consumo.
A lei estabelece, com relação ao sistema de vendas ao consumidor em que o preço do produto
seja sugerido pelo fabricante, que, se este praticar crime contra as relações de consumo, res-
ponderá por esse ato também o distribuidor ou o revendedor.

Errado.
O parágrafo único do artigo 11 da Lei n. 8.137/1990, na parte que trata de crimes contra as
relações de consumo, é bem claro no sentido de que o distribuidor e o revendedor NÃO respon-
derão pelo crime eventualmente praticado pelo fabricante, quando o preço ao consumidor for
estabelecido ou sugerido pelo último.

Art. 11. Quem, de qualquer modo, inclusive por meio de pessoa jurídica, concorre para os crimes
definidos nesta lei, incide nas penas a estes cominadas, na medida de sua culpabilidade.
Parágrafo único. Quando a venda ao consumidor for efetuada por sistema de entrega ao consumo
ou por intermédio de outro em que o preço ao consumidor é estabelecido ou sugerido pelo fabrican-
te ou concedente, o ato por este praticado não alcança o distribuidor ou revendedor.

Questão 47 (CESPE/PC-DF/AGENTE DE POLÍCIA/2013) Com base na Lei n.º 8.137/1990,


que define os crimes contra a ordem tributária e econômica e contra as relações de consumo,
julgue o item que se segue.
Constitui crime contra as relações de consumo ter em depósito, mesmo que não seja para ven-
der ou para expor à venda, mercadoria em condições impróprias para o consumo.

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Errado.
Está errado, nos termos do artigo 7º da Lei n. 8.137:

Art. 7º Constitui crime contra as relações de consumo:


(...)
IX – vender, ter em depósito para vender ou expor à venda ou, de qualquer forma, entregar matéria-
-prima ou mercadoria, em condições impróprias ao consumo;

Questão 48 (CESPE/CÂMARA DOS DEPUTADOS/ANALISTA LEGISLATIVO – CONSULTOR


LEGISLATIVO ÁREA XXII/2014) Julgue o item, relativo aos crimes contra a ordem econômica
e às relações de consumo.
Se, em uma fila de clientes à espera de atendimento na padaria de um supermercado, em um
sábado, o cliente X, supostamente um deputado federal, for passado à frente do cliente Y, am-
bos com a mesma idade, e atendido antes deste pelo gerente geral do estabelecimento, sem
qualquer justificativa, caracterizar-se-á o cometimento de crime contra as relações de consu-
mo praticado em desfavor de Y.

Certo.
É o que prevê o artigo 7º da Lei n. 8.137:

Art. 7º Constitui crime contra as relações de consumo:


I – favorecer ou preferir, sem justa causa, comprador ou freguês, ressalvados os sistemas de entre-
ga ao consumo por intermédio de distribuidores ou revendedores;

Questão 49 (UEG/PC-GO/DELEGADO DE POLÍCIA/2018) Conforme a Lei n. 8.137/1990,


constitui crime contra as relações de consumo, que pode ser punido na modalidade culposa,
reduzindo-se a pena e a detenção de 1/3 (um terço) ou a de multa à quinta parte, a seguinte
conduta:
a) favorecer ou preferir, sem justa causa, comprador ou freguês, ressalvados os sistemas de
entrega ao consumo por intermédio de distribuidores ou revendedores.
b) elevar o valor cobrado nas vendas a prazo de bens ou serviços, mediante a exigência de
comissão ou de taxa de juros ilegais.

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c) induzir o consumidor ou usuário a erro, por via de indicação ou afirmação falsa ou enganosa
sobre a natureza, qualidade do bem ou serviço, utilizando-se de qualquer meio, inclusive a vei-
culação ou divulgação publicitária.
d) vender, ter em depósito para vender ou expor à venda ou, de qualquer forma, entregar maté-
ria-prima ou mercadoria, em condições impróprias ao consumo.
e) destruir, inutilizar ou danificar matéria-prima ou mercadoria, com o fim de provocar alta de
preço, em proveito próprio ou de terceiros.

Letra d.
Conforme o artigo 7º da Lei n. 8.137:

Art. 7º Constitui crime contra as relações de consumo:


(...)
II – vender ou expor à venda mercadoria cuja embalagem, tipo, especificação, peso ou composição
esteja em desacordo com as prescrições legais, ou que não corresponda à respectiva classificação
oficial;
III – misturar gêneros e mercadorias de espécies diferentes, para vendê-los ou expô-los à venda
como puros; misturar gêneros e mercadorias de qualidades desiguais para vendê-los ou expô-los à
venda por preço estabelecido para os demais mais alto custo;
(...)
IX – vender, ter em depósito para vender ou expor à venda ou, de qualquer forma, entregar matéria-
-prima ou mercadoria, em condições impróprias ao consumo;
Pena – detenção, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, ou multa.
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II, III e IX pune-se a modalidade culposa, reduzindo-se a
pena e a detenção de 1/3 (um terço) ou a de multa à quinta parte.

Questão 50 (MPE-SC/MPE-SC/PROMOTOR DE JUSTIÇA – MATUTINA/2014) Analise o


enunciado abaixo e assinale se ele é Certo ou Errado.
Vender ou expor à venda mercadoria cuja embalagem, tipo, especificação, peso ou compo-
sição esteja em desacordo com as prescrições legais, ou que não corresponda à respectiva
classificação oficial, não constitui crime contra as relações de consumo, mas, sim, infração
administrativa, punida com multa de 10 a 200 salários mínimos, aplicada pelo órgão fiscaliza-
dor competente.

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Errado.
Constitui, conforme artigo 7º da Lei n. 8.137:

Art. 7 da Lei n. 8.137/1990


(...)
II – vender ou expor à venda mercadoria cuja embalagem, tipo, especificação, peso ou composição
esteja em desacordo com as prescrições legais, ou que não corresponda à respectiva classificação
oficial;

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Janeiro, 7 de dezembro de 1940; 119º da Independência e 52º da República. Presidente Getúlio
Vargas. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del2848compilado.
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de 1942, 121º da Independência e 54º da República. Presidente Getúlio Vargas. Disponível em:
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________. Lei dos Crimes Contra a Economia Popular. Instituída pela Lei n. 1.521 de 26 de de-
zembro de 1951. Rio de Janeiro, 26 de dezembro de 1951; 130º da Independência e 63º da
República. Presidente Getúlio Vargas. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
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________. Código de Defesa do Consumidor. Instituído pela Lei n. 8.078 de 11 de setembro de


1990. Brasília, 11 de setembro de 1990; 169º da Independência e 102º da República. Presiden-
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nômica e contra as relações de consumo, e dá outras providências. Brasília, 27 de dezembro de
1990; 169º da Independência e 102º da República. Presidente Fernando Collor. Disponível em:
< http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8137.htm>.

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prudência. Rio de Janeiro: Aide, 2000.

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ches Cunha, Ronaldo Batista Pinto, Renee de Ó Souza – 3. ed. ver., atual. e ampl. – Salvador:
Ed. JusPodivm, 2020.

LIMA, Renato Brasileiro de. Legislação criminal especial comentada. 8 ed. rev. ampl. e atual.
Salvador: Editora JusPodivm, 2020.

PRIETO, André Luiz. Comentários sobre os Crimes Contra a Economia Popular. Artigo publica-
do no dia 24 de setembro de 2009. Fonte: ANADEP/DF. Disponível em: <https://www.anadep.
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