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PENAL ESPECIAL
Lei n. 8.078/1990 e Lei n. 1.521/1951
SISTEMA DE ENSINO
Livro Eletrônico
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Lei n. 8.078/1990 e Lei n. 1.521/1951
Sérgio Ronaldo Sace Bautzer dos Santos Filho
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a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
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Sérgio Ronaldo Sace Bautzer dos Santos Filho
Olá, meu(minha) caro(a) aluno(a), eu sou Sérgio Bautzer e leciono há 15 anos as leis penais
e processuais penais especiais. Hoje, eu e você estudaremos os crimes contra as relações
de consumo, crimes previstos no CDC e a Lei dos Crimes contra a Economia Popular. Mas,
cuidado desde já, os delitos contra as relações de consumo estão previstas no art. 7º da Lei
n. 8.137/1990. Interessante que o Cespe perguntou na prova da AGU, em 2012, um julgado
do STJ específico sobre assunto, que tratava da necessidade ou não de perícia em produtos
agrotóxicos com prazo de validade vencido. Aqui já dou a primeira dica de estudos: leia o art.
7º da lei dos crimes contra a ordem tributária ao lado do CDC, bem como da Lei n. 1.521/1951,
para que você compare os tipos penais. Sobre os crimes previstos no CDC, você vai verificar
que as formas simples dos delitos são infrações penais de menor potencial ofensivo. Os exa-
minadores já fizeram perguntas sobre as circunstâncias que agravam a pena dos crimes pre-
vistos na Lei n. 8.078/1990, sobre as penas restritivas de direitos e sobre a fixação da fiança,
quando cabível. Minha segunda dica: repare que o CDC pune o crime de não entregar termo de
garantia ao consumidor, enquanto no art. 1º, inc. v, da Lei n. 8.137/1990, há punição da pessoa
que não entrega nota fiscal na operação. Não deixe de estudar a Lei n. 1.521/1951, uma vez
que os crimes de corrente (ou pirâmide) e a agiotagem estão previstos em tal norma. Aliás,
um dos prazos diferenciados de conclusão do inquérito policial está previsto nesta lei, que é
da década de 50, no século passado, que foi tão usada na transição do governo dos militares
para a democracia, quando houve a questão do tabelamento de preços, época em que popula-
res se tornaram “os fiscais do sarney”, em alusão ao presidente da época. Bom, depois desta
breve apresentação, gostaria de dizer que estou à sua disposição no fórum de dúvidas do Gran
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Online, que é o maior, melhor e mais completo curso virtual para concursos públicos do país.
Bons estudos!!!!!!
Indicações Bibliográficas
• Legislação Criminal Especial Comentada. Editora JusPodivm. Autor: Renato Brasileiro
de Lima
• Leis Penais Especiais. Editora JusPodivm. Autores: Rogério Sanches, Ronaldo Batista
Pinto e Renee de Ó Souza;
Introdução
1
LIMA, Renato Brasileiro de. Legislação criminal especial comentada. 8 ed. rev. ampl. e atual. Salvador: Editora JusPodivm,
2020.
2
LIMA, Renato Brasileiro de. Legislação criminal especial comentada. Op. Cit.
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Sujeitos do Crime
CDC, Art. 75. Quem, de qualquer forma, concorrer para os crimes referidos neste código, incide as
penas a esses cominadas na medida de sua culpabilidade, bem como o diretor, administrador ou
gerente da pessoa jurídica que promover, permitir ou por qualquer modo aprovar o fornecimento,
oferta, 6 exposição à venda ou manutenção em depósito de produtos ou a oferta e prestação de
serviços nas condições por ele proibidas.5
A primeira parte do artigo ora comentado constitui uma repetição do disposto no art. 29
do Código Penal (que trata do concurso de pessoas), razão pela qual se torna desnecessária.
Responsabilidade penal do diretor, administrador ou gerente da pessoa jurídica - Para que
se evite a imposição de uma responsabilidade penal objetiva, tem de haver prova de que essas
pessoas agiram com dolo. Tem de haver vínculo entre sua conduta e o resultado.
Não se admite a denúncia genérica.
Sujeito Passivo: pessoa física, pessoa jurídica ou a coletividade dos consumidores (ainda
que indetermináveis).
3
LIMA, Renato Brasileiro de. Legislação criminal especial comentada. Op. Cit.
4
LIMA, Renato Brasileiro de. Legislação criminal especial comentada. Op. Cit.
5
BRASIL. Código de Defesa do Consumidor. Instituído pela Lei n. 8.078 de 11 de setembro de 1990. Brasília, 11
de setembro de 1990; 169º da Independência e 102º da República. Presidente Fernando Collor. Disponível em:
< http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8078.htm>.
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Na doutrina do professor Renato Brasileiro6 temos que, pelo menos em regra, o sujeito
ativo dos crimes contra as relações de consumo previstos no art. 7º da Lei n. 8.137/1990 é o
fornecedor de produtos ou serviços.
Consoante disposto no art. 3º, caput, do CDC, fornecedor é toda pessoa física ou jurídica,
pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desen-
volvem atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação,
exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços.7
Cuida-se, portanto, de crime próprio, porquanto a legislação demanda a presença de certa
qualidade ou condição do agente para a configuração do tipo penal incriminador. Como se
trata, a qualidade de fornecedor, de verdadeira elementar desses crimes, é perfeitamente pos-
sível o concurso de agentes, ainda que o extraneus não ostente esse atributo. Isso porque as
condições e circunstâncias de caráter pessoal não se comunicam, salvo quando elementares
do crime (CP, art. 30).8
Logo, se o extraneus tiver consciência da elementar fornecedor de produtos e serviços,
poderá responder normalmente pela prática dos crimes contra as relações de consumo. Caso
contrário, ou seja, se desconhecer a qualidade de fornecedor do concorrente, não será possí-
vel lhe imputar a prática de um dos crimes previstos no art. 7º da Lei n. 8.137/1990, o que, no
entanto, não afasta sua responsabilização criminal por eventual soldado de reserva previsto no
Código Penal ou em outra lei especial.9
Noutro giro, o sujeito passivo dos crimes contra as relações de consumo é a coletividade
de consumidores, ou seja, o conjunto de pessoas que participa das relações de consumo, en-
globando não apenas pessoas físicas e jurídicas determinadas, mas também a coletividade
de pessoas, ainda que indetermináveis, que tenham intervindo nas relações de consumo (CDC,
art. 2º, parágrafo único). A luz do art. 29 do CDC, a coletividade de consumidores também
abrange todas as pessoas determináveis ou não, expostas às práticas comerciais criminaliza-
das no art. 7º da Lei n. 8.137/1990 ³.
6
LIMA, Renato Brasileiro de. Legislação criminal especial comentada. Op. Cit.
7
LIMA, Renato Brasileiro de. Legislação criminal especial comentada. Op. Cit.
8
LIMA, Renato Brasileiro de. Legislação criminal especial comentada. Op. Cit.
9
LIMA, Renato Brasileiro de. Legislação criminal especial comentada. Op. Cit.
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Lei n. 8.078/1990 e Lei n. 1.521/1951
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Elemento Subjetivo
Art. 63. Omitir dizeres ou sinais ostensivos sobre a nocividade ou periculosidade de produtos, nas
embalagens, nos invólucros, recipientes ou publicidade:
(...)
§ 2º Se o crime é culposo:
Pena – Detenção de um a seis meses ou multa.10
Art. 66. Fazer afirmação falsa ou enganosa, ou omitir informação relevante sobre a natureza, carac-
terística, qualidade, quantidade, segurança, desempenho, durabilidade, preço ou garantia de produ-
tos ou serviços:
(...)
§ 2º Se o crime é culposo;
Pena – Detenção de um a seis meses ou multa.11
Todos os crimes do CDC são crimes de menor potencial ofensivo, possuindo pena máxima
cominada de até 2 anos, sendo todos da competência dos Juizados Especiais Criminais e sen-
do possível a aplicação dos institutos despenalizadores próprios da Lei dos Juizados (compo-
sição dos danos civis, transação penal e suspensão condicional do processo).
Ação Penal
A ação pena será pública incondicionada para todos os crimes contra as relações de con-
sumo.
Assistentes do Parquet
Esse tema é bastante cobrado, tendo em vista o regramento ser diferente do CPP. Aqui se
permite um assistente da acusação além do ofendido. O PROCON, por exemplo, pode entrar
como assistente.
10
BRASIL. Código de Defesa do Consumidor. Op. Cit.
11
BRASIL. Código de Defesa do Consumidor. Op. Cit.
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Ademais, o legislador permitiu às pessoas, a que faz menção nos artigos do CDC a seguir,
a propositura da ação penal privada subsidiária da pública:
Art. 80. No processo penal atinente aos crimes previstos neste código, bem como a outros crimes e
contravenções que envolvam relações de consumo, poderão intervir, como assistentes do Ministé-
rio Público, os legitimados indicados no art. 82, inciso III e IV, aos quais também é facultado propor
ação penal subsidiária, se a denúncia não for oferecida no prazo legal.12
Art. 82. Para os fins do art. 81, parágrafo único, são legitimados concorrentemente
I – o Ministério Público,
II – a União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal;
III – as entidades e órgãos da Administração Pública, direta ou indireta, ainda que sem personalidade
jurídica, especificamente destinados à defesa dos interesses e direitos protegidos por este código;
IV – as associações legalmente constituídas há pelo menos um ano e que incluam entre seus fins
institucionais a defesa dos interesses e direitos protegidos por este código, dispensada a autoriza-
ção assemblear.
§ 1º O requisito da pré-constituição pode ser dispensado pelo juiz, nas ações previstas nos arts. 91
e seguintes, quando haja manifesto interesse social evidenciado pela dimensão ou característica do
dano, ou pela relevância do bem jurídico a ser protegido.13
12
BRASIL. Código de Defesa do Consumidor. Op. Cit.
13
BRASIL. Código de Defesa do Consumidor. Op. Cit.
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V – elevar o valor cobrado nas vendas a prazo de bens ou serviços, mediante a exigência de comis-
são ou de taxa de juros ilegais;
VI – sonegar insumos ou bens, recusando-se a vendê-los a quem pretenda comprá-los nas condi-
ções publicamente ofertadas, ou retê-los para o fim de especulação;
VII – induzir o consumidor ou usuário a erro, por via de indicação ou afirmação falsa ou enganosa
sobre a natureza, qualidade do bem ou serviço, utilizando-se de qualquer meio, inclusive a veicula-
ção ou divulgação publicitária;
VIII – destruir, inutilizar ou danificar matéria-prima ou mercadoria, com o fim de provocar alta de
preço, em proveito próprio ou de terceiros;
IX – vender, ter em depósito para vender ou expor à venda ou, de qualquer forma, entregar matéria-
-prima ou mercadoria, em condições impróprias ao consumo;
Pena – detenção, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, ou multa.
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II, III e IX pune-se a modalidade culposa, reduzindo-se a
pena e a detenção de 1/3 ou a de multa de 1/5.5
O primeiro crime contra os interesses econômicos dos consumidores definido pelo art.
7º da Lei n. 8.137/1990 consiste em favorecer ou preferir, sem justa causa, comprador ou
freguês, ressalvados os sistemas de entrega ao consumo por intermédio de distribuidores ou
revendedores. O legislador visa coibir eventual tratamento discriminatório em detrimento de
certos consumidores.
Vejamos decisão do STJ:
14
BRASIL. Lei n. 8.137 de 27 de dezembro de 1990. Op. Cit.
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Sujeitos do Delito
O sujeito ativo é o fornecedor. Trata-se, pois, de delito especial, uma vez que exige para a
sua caracterização essa determinada qualidade, ainda que não seja compreendida desde uma
perspectiva formal, mas sim funcional, no sentido de que é fornecedor aquele que efetivamen-
te realiza tal atividade, nos termos do art. 3º, caput, do CDC.
O sujeito passivo do crime é o consumidor, compreendido desde uma perspectiva coletiva
ou difusa, ainda que, em determinadas hipóteses possa, também, ser um consumidor indivi-
dual.16
Tipo Objetivo
15
BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. RHC 121.239/SP, Rel. Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA, QUINTA
TURMA, julgado em 18/02/2020, DJe 28/02/2020. Disponível em: < https://scon.stj.jus.br/SCON/jurispruden-
cia/doc.jsp>.
16
CUNHA, Rogério Sanches. Leis penais especiais: comentadas. Op. Cit.
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Lei n. 8.078/1990 e Lei n. 1.521/1951
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Comparando-se a redação desse dispositivo legal com o tipo penal do inciso I do art. 7º
da Lei n. 8.137/1990, é de rigor a conclusão no sentido de que este último tem conteúdo mais
amplo, abrangendo aquela conduta.
Logo, por se tratar de norma posterior que regulamentou integralmente a matéria, conclui-
-se que o art. 7º, inciso I, da Lei n. 8.137/1990, causou a revogação tácita do art. 2º, II, da Lei
n. 1.521/1951, nos exatos termos do art. 2º, § 1 °, da Lei de Introdução às Normas do Direito
Brasileiro.
O tipo penal sob comento faz uso de dois verbos:
• favorecer: significa conceder benefícios, regalias a alguém;
• preferir: consiste em designar, escolher, nomear, privilegiar alguém. Os dois verbos nu-
cleares - favorecer/preferir - demonstram que o agente privilegia um comprador ou fre-
guês em detrimento de outro sem justa causa.
A justa causa a que se refere o preceito primário funciona como elemento normativo espe-
cial do tipo e deve ser compreendida como aqueles casos em que o tratamento diferenciado
conferido ao consumidor revela-se adequado às práticas comerciais.
De um lado, parte da doutrina sugere que a expressão justa causa abrange situações como
o fato de se tratar de um consumidor idoso, gestante, portador de deficiência, entre outros
critérios. Com base nesse raciocínio, na eventualidade de o fornecedor conferir um tratamento
diferenciado a um determinado consumidor pelo fato de se tratar, por exemplo, de um idoso,
a conduta seria atípica, porque, in casu, haveria justa causa legitimando esse tratamento dife-
renciado.
17
BRASIL. Lei dos Crimes Contra a Economia Popular. Instituída pela Lei n. 1.521 de 26 de dezembro de 1951.
Rio de Janeiro, 26 de dezembro de 1951; 130º da Independência e 63º da República. Presidente Getúlio Vargas.
Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l1521.htm>.
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Com a devida vênia, prefiro concluir que a justificante de eventuais privilégios ou favoreci-
mentos deve ficar restrita àqueles casos em que a conduta do fornecedor tenha idoneidade
para atingir os interesses econômicos dos outros consumidores.
Por mais repulsivo que seja o tratamento discriminatório conferido ao idoso ou a outras
pessoas em situação de vulnerabilidade, não se pode perder de vista que o delito do art.7º,
inciso I, da Lei n. 8.137/1990, é espécie de crime contra a ordem econômico-financeira.
Logo, é intuitivo que sua aplicação há de ficar restrita àqueles casos em que houver algum
tipo de tratamento privilegiado a certos consumidores, com idoneidade para afetar os interes-
ses econômicos de outros consumidores no mercado varejista. Esse favorecimento indevido
deve ser dado a um comprador ou freguês.
Por comprador se compreende o adquirente de produto ou serviço, em razão de contrato
de compra e venda tácito ou expresso.
Freguês, por sua vez, é a pessoa que adquire mercadorias em um estabelecimento comer-
cial com certa habitualidade. Se as duas expressões eram adequadas por ocasião da entrada
em vigor da Lei que define os crimes contra a economia popular - Lei n. 1.521/1951 -, parece-
-nos tecnicamente indevida a sua utilização no cenário atual, daí por que se revela recomendá-
vel que o comprador e o freguês sejam enquadrados no conceito de consumidor.
Conquanto o legislador não estabeleça expressamente as hipóteses que autorizam even-
tual tratamento diferenciado entre os consumidores, ou seja, a justa causa que teria o condão
de afastar a tipicidade formal do delito, ressalva, em sua parte final, situação que não está
abrangida pela descrição típica, qual seja, o sistema de entrega a consumo por intermédio de
distribuidores ou revendedores.
De acordo com a doutrina, o texto legal refere-se à tradicional prática comercial de diferen-
ciação das operações realizadas no atacado e no varejo. Varejo diz respeito ao comércio de
produtos e serviços em pequenas quantidades, diretamente ao consumidor final. Atacado, por
sua vez, consiste na comercialização feita em grandes quantidades, geralmente com preços
mais baratos, para intermediários que atuam no varejo.
A distinção da natureza das operações realizadas no atacado e no varejo acaba justifi-
cando o tratamento diferenciado, sem que se possa objetar eventual violação aos interesses
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Tipo Subjetivo
Consumação e Tentativa
A consumação do delito não demanda a produção de nenhum resultado lesivo, nem tam-
pouco a demonstração de perigo concreto. Trata-se, pois, de crime de perigo abstrato. Por
consequência, pelo menos para fins de consumação do delito, basta que seja demonstrado
que o fornecedor favoreceu ou preferiu certo consumidor em detrimento de outros, indepen-
dentemente de eventual prejuízo econômico decorrente da conduta discriminatória.
O verbo preferir traz consigo a ideia de crime unissubsistente, já que tal conduta não pode
ser fracionada. Ora, se o agente ainda não praticou nenhum ato concreto demonstrando tal
preferência, ainda se encontra na fase da cogitação, daí por que sua conduta deve ser conside-
rada como um comportamento impunível.
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Lei n. 8.078/1990 e Lei n. 1.521/1951
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Classificação Doutrinária
O delito do inciso Ido art. 7º da Lei n. 8.137/1990 pode ser classificado da seguinte forma:
• crime próprio: o sujeito ativo deve ser fornecedor de produtos e serviços;
• crime de mera conduta: consuma-se com a realização do comportamento descrito no
tipo penal, sem que haja necessidade de se constatar a ocorrência de resultado de dano
ou de perigo concreto;
• crime de perigo abstrato: há uma presunção relativa de que a prática de favorecer ou
preferir, sem justa causa, comprador ou freguês, representa um risco ao bem jurídico
tutelado, sendo desnecessária, portanto, a comprovação no caso concreto de que a con-
duta do agente tenha efetivamente produzido a situação de perigo que o tipo penal visa
evitar;
• crime instantâneo: configura-se com a exteriorização da preferência ou do privilégio
concedido, sem justa causa, a consumidor no mercado varejista;
• crime unissubjetivo: pode ser praticado por um único indivíduo, sem prejuízo de eventu-
al concurso de agentes.
18
BRASIL. Lei n. 8.137 de 27 de dezembro de 1990. Op. Cit.
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O tipo penal do art. 7º, inciso II, da Lei n. 8.137/1990, visa coibir práticas que possam levar
o consumidor a erro, seja em virtude da venda ou exposição à venda de mercadoria em desa-
cordo com as prescrições legais, seja pelo fato de não corresponder à respectiva classificação
oficial.
Sujeitos do Delito
O sujeito ativo é o fornecedor. Trata-se, pois, de delito especial, uma vez que exige para a
sua caracterização essa determinada qualidade, ainda que não seja compreendida desde uma
perspectiva formal, mas sim funcional, no sentido de que é fornecedor aquele que efetivamen-
te realiza tal atividade, nos termos do art. 3º, caput, do CDC.
O sujeito passivo do crime é o consumidor, compreendido desde uma perspectiva coletiva
ou difusa, ainda que, em determinadas hipóteses possa, também, ser um consumidor indivi-
dual.19
Tipo Objetivo
Objeto Material
19
CUNHA, Rogério Sanches. Leis penais especiais: comentadas. Op. Cit.
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O crime do inciso II do art. 7º da Lei n. 8.137/1990 funciona como espécie de norma penal
em branco, já que o tipo penal incriminador demanda dupla complementação.
De fato, a venda ou exposição à venda de mercadoria deve ocorrer em desacordo com as
prescrições legais ou não correspondendo à respectiva classificação oficial.
Diversas mercadorias só podem ser colocadas no mercado de consumo se observada a
regulamentação de órgãos oficiais de controle, como, por exemplo, a Associação Brasileira de
Normas Técnicas -ABNT -, ou outras entidades credenciadas pelo Conselho Nacional de Metro-
logia, Normalização e Qualidade Industrial - CONMETRO. As normas editadas por esses órgãos
devem ser utilizadas como complemento do tipo penal para fins de caracterização do crime.
Com a entrada em vigor do art. 7º, inciso II, da Lei n. 8.137/1990, operou-se a revogação
tácita do crime contra a economia popular previsto no inciso III do art. 2º da Lei n. 1.521/1951
(“Expor à venda ou vender mercadoria ou produto alimentício, cujo fabrico haja desatendido
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a determinações oficiais, quanto ao peso e composição”). Afinal, norma posterior cuidou inte-
gralmente da matéria regulamentada por dispositivo legal anterior (Decreto-Lei n. 4.657/1942,
art. 2º, § 1º, in fine).
Há um conflito aparente de normas entre o art. 7º, inciso II, da Lei n. 8.137/1990, e o art.
276 do Código Penal, que tipifica o delito de produto ou substância nas condições dos dois
artigos anteriores nos seguintes termos:
Art. 276 Vender, expor à venda, ter em depósito para vender ou, de qualquer forma, entregar a con-
sumo produto nas condições dos arts. 274 e 275.
Pena – reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa. (Redação dada pela Lei n. 9.677, de 2.7.1998)20
O conflito está presente em relação à venda ou exposição à venda de produto nas condi-
ções do art. 275 do CP (“Inculcar, em invólucro ou recipiente de produtos alimentícios, terapêu-
ticos ou medicinais, a existência de substância que não se encontra em seu conteúdo ou que
nele existe em quantidade menor que a mencionada”).
Deveras, a conduta de vender ou expor à venda produtos alimentícios, terapêuti-
cos ou medicinais - arts. 276 e 275 do CP - pode ser compreendida como espécie do gê-
nero mercadoria - art. 7º,inciso II, da Lei n. 8.137/1990 -, ao passo que inculcar, em invólu-
cro ou recipiente de produtos, a existência de substância que não se encontra em seu
conteúdo ou que nele existe em quantidade menor que a mencionada - art. 276 do CP
- encontra-se abrangida na expressão embalagem, especificação, peso ou composição em
desacordo com as prescrições legais a que se refere o inciso II do art. 7º da Lei n. 8.137/1990.
Nesse caso, o conflito aparente deve ser solucionado com base no princípio da especiali-
dade, levando-se em consideração que o art. 276 funciona como norma especial em relação
ao art. 7º, II, da Lei n. 8.137/1990, porquanto especifica a natureza dos produtos - alimentícios,
terapêuticos e medicinais -assim como a modalidade concreta de infração das prescrições
legais para a proteção da saúde pública.
20
BRASIL. Código Penal. Instituído pelo Decreto-Lei n. 2.848 de 07 de dezembro de 1940. Rio de Janeiro, 7 de
dezembro de 1940; 119º da Independência e 52º da República. Presidente Getúlio Vargas. Disponível em: <
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del2848compilado.htm>.
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Lei n. 8.078/1990 e Lei n. 1.521/1951
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Por conseguinte, por mais que o crime contra a ordem econômica descreva condutas mais
abrangentes, a especificidade da proteção ao bem jurídico “saúde pública” constante do art.
276 do Código Penal deve tornar sua aplicação prioritária em relação àquele dispositivo legal.
Tipo Subjetivo
Para que o agente seja punido pela conduta delituosa na modalidade dolosa, é indispen-
sável a demonstração de que tinha consciência de que fazia a venda ou exposição à venda de
mercadoria em desacordo com as prescrições legais, ou não correspondendo à classificação
oficial.
Eventual erro quanto às prescrições legais ou quanto à classificação oficial, se invencível,
afasta o dolo e a culpa; se vencível, o agente poderá ser punido pela modalidade culposa, tal
qual previsto no art. 7º, parágrafo único, da Lei n. 8.137/1990, reduzindo-se a pena de detenção
de 1/3 (um terço) ou a de multa à quinta parte.
Consumação e Tentativa
O delito consuma-se com a venda ou com a exposição à venda, que logicamente se consu-
ma em momento anterior àquele da venda. O verbo vender pode ser fracionado - crime pluris-
subsistente -, do que se conclui que admite a tentativa.
No entanto, só se pode cogitar em venda tentada se não tiver havido anterior exposição
à venda, hipótese em que o delito já estaria consumado com base na conduta expor à venda.
Por fim, expor à venda é espécie de crime unissubsistente. Portanto, não admite o conatus.
Classificação Doutrinária
O crime do art. 7º, inciso II, da Lei n. 8.137/1990, pode ser classificado da seguinte forma:
• crime próprio;
• crime de mera conduta;
• crime de perigo abstrato;
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• crime unissubjetivo;
• crime plurissubsistente, em relação ao verbo vender, e unissubsistente, quanto à moda-
lidade expor à venda.
À semelhança dos incisos anteriores, o presente tipo penal também visa tutelar os interes-
ses econômicos dos consumidores, tentando coibir a prática relativamente comum de fraudar
a composição de produtos por meio da mistura de mercadorias diferentes.
Sujeitos do Delito
O sujeito ativo é o fornecedor. Trata-se, pois, de delito especial, uma vez que exige para a
sua caracterização essa determinada qualidade, ainda que não seja compreendida desde uma
perspectiva formal, mas sim funcional, no sentido de que é fornecedor aquele que efetivamen-
te realiza tal atividade, nos termos do art. 3º, caput, do CDC.
O sujeito passivo do crime é o consumidor, compreendido desde uma perspectiva coletiva
ou difusa, ainda que, em determinadas hipóteses possa, também, ser um consumidor indivi-
dual.22
Tipo Objetivo
Por se tratar de norma posterior que regulamentou integralmente a matéria tratada por lei
anterior, é de rigor a conclusão no sentido de que o art. 7º, inciso III, da Lei n. 8.137/1990, re-
21
BRASIL. Lei n. 8.137 de 27 de dezembro de 1990. Op. Cit.
22
CUNHA, Rogério Sanches. Leis penais especiais: comentadas. Op. Cit.
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vogou tacitamente o crime contra a economia popular do art. 2º, inciso V, da Lei n. 1.521/1951
(“Misturar gêneros e mercadorias de espécies diferentes, expô-los à venda ou vendê-los como
puros; misturar gêneros e mercadorias de qualidades desiguais para expô-los à venda ou ven-
dê-lo por preço marcado para os de maior custo”).
O comportamento incriminado é descrito pelo verbo misturar, que significa mesclar, emba-
ralhar, confundir, juntar com coisas diferentes. A conduta deve recair sobre gêneros e mercado-
rias de espécies diferentes ou sobre gêneros e mercadorias de qualidades desiguais.
Tipo subjetivo
Para além do dolo genérico de misturar gêneros e mercadorias, sabendo que são de es-
pécies diferentes ou de qualidades desiguais, a configuração do crime também depende da
presença de um especial fim de agir, consubstanciado nas expressões “para vendê-los ou ex-
pô-los à venda como puros” e “para vendê-los ou expô-los à venda por preço estabelecido para
os de maior custo”.
Aliás, é exatamente desse dolo específico que sobressai o desvalor do injusto, porquanto
revela o intuito do fornecedor de ludibriar o consumidor, que tem seus interesses econômicos
lesados pelo fato de adquirir uma mercadoria como se fosse pura, quando, na verdade, resulta
da mistura de espécies diferentes ou de qualidades desiguais.
O parágrafo único do art. 7º da Lei n. 8.137/1990 deixa claro que o crime do inciso III do
art. 7º da Lei n. 8.137/1990 também pode ser punido na modalidade culposa. Sem embargo
de haver previsão legal de punição da modalidade culposa, parece-nos inviável o seu reconhe-
cimento. Explica-se: é no mínimo contraditório - para não dizer absurdo - o fato de o legislador
autorizar a punição de determinada conduta na modalidade culposa se tal crime exige a pre-
sença de um dolo específico (especial fim de agir).
Em outras palavras, como se pode admitir o reconhecimento de uma conduta culposa,
resultantes da inobservância do dever objetivo de cuidado - imprudência, negligência ou impe-
rícia -, se a própria lei exige que o agente tenha agido de maneira intencional? Por conseguinte,
o ideal é não admitir a punição do delito na modalidade culposa.
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Consumação e Tentativa
Consuma-se o delito com a mistura fraudulenta, pouco importando se houve efetivo preju-
ízo a consumidores determinados. Logicamente, é necessário aferir a idoneidade da conduta
do agente para atentar contra o bem jurídico tutelado - interesses econômicos dos consu-
midores -, assim como o especial fim de agir de obtenção de vantagem ilícita decorrente da
cobrança de preço mais elevado para mercadoria que resulta da mistura de espécies diversas.
Como se trata de crime plurissubsistente, é perfeitamente possível a configuração da ten-
tativa.
Classificação Doutrinária
O crime do inciso III do art. 7º da Lei n. 8.137/1990 pode ser classificado da seguinte forma:
• crime próprio;
• crime de mera conduta;
• crime de perigo abstrato;
• crime unissubjetivo;
• crime plurissubsistente: o verbo misturar pode ser fracionado em atos diversos.
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A norma incriminadora do art. 7º, inciso IV, da Lei n. 8.137/1990, também visa tutelar os
interesses econômicos dos consumidores, coibindo a defraudação de preços de produtos e
serviços.
Sujeitos do Delito
O sujeito ativo é o fornecedor. Trata-se, pois, de delito especial, uma vez que exige para a
sua caracterização essa determinada qualidade, ainda que não seja compreendida desde uma
perspectiva formal, mas sim funcional, no sentido de que é fornecedor aquele que efetivamen-
te realiza tal atividade, nos termos do art. 3º, caput, do CDC.
O sujeito passivo do crime é o consumidor, compreendido desde uma perspectiva coletiva
ou difusa, ainda que, em determinadas hipóteses possa, também, ser um consumidor indivi-
dual.23
Tipo Objetivo
O verbo núcleo do inciso IV é fraudar, que consiste em enganar, lesar, utilizar algum artifício
para enganar o consumidor. Esta fraude deve recair sobre o preço, que consiste no valor pecu-
niário atribuído ao produto ou serviço.
Enfim, o delito resta caracterizado quando o fornecedor, por meio de uma das condutas
listadas nas alíneas do inciso IV, logra êxito em empregar algum tipo de fraude capaz de reper-
cutir sobre os preços do produto ou do serviço, causando prejuízo aos interesses econômicos
dos consumidores.
Tipo Subjetivo
Consumação e Tentativa
23
CUNHA, Rogério Sanches. Leis penais especiais: comentadas. Op. Cit.
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Classificação Doutrinária
O tipo penal do inciso V do art. 7º da Lei n. 8.137/1990 também visa à proteção dos inte-
resses econômicos dos consumidores, com especial ênfase no combate à elevação do valor
cobrado nas vendas a prazo de bens ou serviços, por meio da exigência de comissão ou de
taxa de juros ilegais.
Sujeitos do Crime
O sujeito ativo é o fornecedor. Trata-se, pois, de delito especial, uma vez que exige para a
sua caracterização essa determinada qualidade, ainda que não seja compreendida desde uma
perspectiva formal, mas sim funcional, no sentido de que é fornecedor aquele que efetivamen-
te realiza tal atividade, nos termos do art. 3º, caput, do CDC.
24
BRASIL. Lei n. 8.137 de 27 de dezembro de 1990. Op. Cit.
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Tipo Objetivo
Tipo Subjetivo
O delito é punido exclusivamente a título doloso. Eventual erro quanto à legalidade na co-
brança de comissões e juros caracteriza erro de tipo. Seja ele vencível, seja ele invencível, a
conduta será atípica, porquanto não se admite a punição dessa conduta na modalidade culpo-
sa.
Consumação e Tentativa
O crime consuma-se no exato momento em que ocorre a elevação do valor cobrado nas
vendas a prazo de bens ou serviços.
Como se trata de crime plurissubsistente, não se pode descartar a possibilidade de con-
figuração da tentativa, que pode ocorrer, por exemplo, nas hipóteses em que a exigência de
comissão ou taxa de juros ilegais nas vendas a prazo é feita por escrito, com a interrupção da
conduta do agente antes que o anúncio chegue ao conhecimento de algum consumidor.
Classificação Doutrinária
25
CUNHA, Rogério Sanches. Leis penais especiais: comentadas. Op. Cit.
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A conduta delituosa do inciso VI, do art. 7º atenta contra os interesses econômicos dos
consumidores e visa coibir a adoção de práticas ilegais destinadas a produzir o aumento dos
preços de insumos ou bens.
Sujeitos do Crime
O sujeito ativo é o fornecedor. Trata-se, pois, de delito especial, uma vez que exige para a
sua caracterização essa determinada qualidade, ainda que não seja compreendida desde uma
perspectiva formal, mas sim funcional, no sentido de que é fornecedor aquele que efetivamen-
te realiza tal atividade, nos termos do art. 3º, caput, do CDC.
O sujeito passivo do crime é o consumidor, compreendido desde uma perspectiva coletiva
ou difusa, ainda que, em determinadas hipóteses possa, também, ser um consumidor indivi-
dual.27
Tipo Objetivo
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Tipo Subjetivo
Para além do dolo genérico, caracterizado pela consciência e vontade de sonegar insumos
ou bens, recusando-se a vendê-los a quem pretenda comprá-los nas condições publicamente
ofertadas, ou retê-los, também se faz necessária a presença de um especial fim de agir, con-
substanciado na finalidade de especulação, que deve estar presente em ambas as modalida-
des delituosas (sonegação e retenção).
Consumação e Tentativa
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Classificação Doutrinária
O tipo penal do inciso VII do art. 7º da Lei n. 8.137/1990 atenta não apenas contra os inte-
resses econômicos dos consumidores, mas também contra o direito à informação, à saúde e
à segurança dos consumidores.
Sujeitos do Crime
O sujeito ativo é o fornecedor. Trata-se, pois, de delito especial, uma vez que exige para a
sua caracterização essa determinada qualidade, ainda que não seja compreendida desde uma
perspectiva formal, mas sim funcional, no sentido de que é fornecedor aquele que efetivamen-
te realiza tal atividade, nos termos do art. 3º, caput, do CDC.
O sujeito passivo do crime é o consumidor, compreendido desde uma perspectiva coletiva
ou difusa, ainda que, em determinadas hipóteses possa, também, ser um consumidor indivi-
dual.29
Tipo Objetivo
Induzir a erro tem o sentido de causar engano, ludibriar, iludir, dar falsa aparência de realida-
de. Para fins de tipificação desse crime, essa fraude deve ser praticada por via de indicação ou
28
BRASIL. Lei n. 8.137 de 27 de dezembro de 1990. Op. Cit.
29
CUNHA, Rogério Sanches. Leis penais especiais: comentadas. Op. Cit.
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Tipo Subjetivo
Consumação e Tentativa
Como exposto anteriormente, o crime do inciso VII do art. 7º é espécie de crime material.
Consuma-se, pois, quando o consumidor for efetivamente enganado pelas indicações ou afir-
mações falsas do fornecedor, o que pode ser comprovado, a depender do caso concreto, quan-
do efetivada a contratação de determinado serviço ou a aquisição de um produto.
Como é crime plurissubsistente, cabível a tentativa.
Classificação Doutrinária
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O crime do inciso VIII do art. 7º tutela os interesses econômicos dos consumidores, coibin-
do a prática abusiva de destruir, inutilizar ou danificar matérias-primas ou mercadorias, com o
fim de provocar alta de preço.
Sujeitos do Delito
O sujeito ativo é o fornecedor. Trata-se, pois, de delito especial, uma vez que exige para a
sua caracterização essa determinada qualidade, ainda que não seja compreendida desde uma
perspectiva formal, mas sim funcional, no sentido de que é fornecedor aquele que efetivamen-
te realiza tal atividade, nos termos do art. 3º, caput, do CDC.
O sujeito passivo do crime é o consumidor, compreendido desde uma perspectiva coletiva
ou difusa, ainda que, em determinadas hipóteses possa, também, ser um consumidor indivi-
dual.31
Tipo Objetivo
O art. 7º, inciso VIII, da Lei n. 8.137/1990, regulamentou integralmente a matéria prevista
no art. 3º, inciso I, da Lei n. 1.521/1951:
30
BRASIL. Lei n. 8.137 de 27 de dezembro de 1990. Op. Cit.
31
CUNHA, Rogério Sanches. Leis penais especiais: comentadas. Op. Cit.
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Lei n. 8.078/1990 e Lei n. 1.521/1951
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I – destruir ou inutilizar, intencionalmente e sem autorização legal, com o fim de determinar alta de
preços, em proveito próprio ou de terceiro, matérias-primas ou produtos necessários ao consumo
do povo;
(...).32
Logo, é de se concluir que acarretou sua revogação tácita, ex vi do art. 2º, § 1º, da Lei de
Introdução às Normas do Direito Brasileiro (Decreto-Lei n. 4.657/1942):
Art. 2º Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revo-
gue.
§ 1º A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela incom-
patível ou quando regule inteiramente à matéria de que tratava a lei anterior.
(...)33
Classificação Doutrinária
O delito do art. 7º, inciso VIII, pode ser classificado da seguinte forma:
• crime próprio;
• crime de perigo abstrato: conquanto o tipo penal do inciso VIII do art. 7º descreva a
produção de um resultado naturalístico – destruição inutilização ou danificação de ma-
téria-prima ou de mercadoria -, este resultado, isoladamente considerado, não produz
nenhum tipo de lesão ao bem jurídico tutelado, representando, na verdade, um compor-
tamento potencialmente ofensivo aos interesses econômicos dos consumidores, daí
por que o delito sob comento deve ser classificado como crime de perigo abstrato, e não
de dano;
• crime unissubjetivo;
• crime plurissubsistente.
32
BRASIL. Lei de Economia Popular. Op. Cit.
33
BRASIL. Lei de Introdução às Normas de Direito Brasileiro. Instituída pelo Decreto-Lei n. 4.657 de 04 de setem-
bro de 1942 (Alterado pela Lei n. 12.376/2010). Rio de Janeiro, 4 de setembro de 1942, 121º da Independência e
54º da República. Presidente Getúlio Vargas. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/
del4657compilado.htm>.
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Art. 62. Colocar no mercado, fornecer ou expor para fornecimento produtos ou serviços impróprios.
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
§ 1º Se o crime é culposo:
Pena – Detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa.
§ 2º As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes à lesão corporal e à
morte.35
Ocorre que este tipo penal acabou sendo vetado pelo então Presidente da República, sob
o argumento de que a norma não era precisa, nem tampouco determinada, violando, assim, o
princípio da legalidade.
À semelhança dos crimes anteriores do art. 7º da Lei n. 8.137/1990, o inciso IX visa prote-
ger as relações de consumo, em especial a segurança e a saúde dos consumidores, objetivan-
do evitar que produtos em condições impróprias ao consumo sejam introduzidos no mercado
consumerista.
A imprestabilidade de determinado produto também pode causar prejuízos aos interesses
econômicos dos consumidores, a exemplo do que ocorre quando se dá a compra de um pro-
duto falsificado, corrompido, adulterado etc.
34
BRASIL. Lei n. 8.137 de 27 de dezembro de 1990. Op. Cit.
35
BRASIL. Código de Defesa do Consumidor. Op. Cit.
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Sujeitos do Crime
O sujeito ativo é o fornecedor. Trata-se, pois, de delito especial, uma vez que exige para a
sua caracterização essa determinada qualidade, ainda que não seja compreendida desde uma
perspectiva formal, mas sim funcional, no sentido de que é fornecedor aquele que efetivamen-
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O sujeito passivo do crime é o consumidor, compreendido desde uma perspectiva coletiva
ou difusa, ainda que, em determinadas hipóteses possa, também, ser um consumidor indivi-
dual.36
Tipo Objetivo
Tipo Subjetivo
O crime do art. 7º, inciso IX, da Lei n. 8.137/1990, é punido não apenas a título de dolo,
mas também na modalidade culposa. Logo, quando o agente deixar de observar seu de-
ver objetivo de cuidado, vendendo, mantendo em depósito, expondo a venda, ou entregan-
36
CUNHA, Rogério Sanches. Leis penais especiais: comentadas. Op. Cit.
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Consumação e Tentativa
Classificação Doutrinária
O delito do inciso IX do art. 7º da Lei n. 8.137/1990, pode ser classificado da seguinte for-
ma:
• crime próprio;
• crime de mera conduta;
• crime de perigo abstrato;
• crime unissubjetivo;
• crime plurissubsistente, quanto aos verbos vender, em depósito e entregar, e unissub-
sistente, quanto ao verbo expor à venda.
Competência
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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Lei n. 8.078/1990 e Lei n. 1.521/1951
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Conforme o STJ, a competência para julgar os delitos do inciso IX do artigo 7º será definida
pelo local onde se consuma a infração, vejamos:
Necessidade de Perícia
Este delito deixa vestígios, sendo imprescindível a realização da perícia para a sua configu-
ração, conforme o STJ, em seu Informativo n. 0560, vejamos:
Para caracterizar o delito previsto no art. 7º, IX, da Lei 8.137/1990 (crime contra relação
de consumo), é imprescindível a realização de perícia a fim de atestar se as mercadorias
apreendidas estão em condições impróprias para o consumo, não sendo suficiente, para
a comprovação da materialidade delitiva, auto de infração informando a inexistência de
37
BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. CC 107.764-BA, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em
26/5/2010. Informativo n. 0436 de 24 a 28 de maio de 2010. Disponível em: <https://ww2.stj.jus.br/jurispruden-
cia/externo/informativo>.
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registro do Serviço de Inspeção Estadual (SIE) nas mercadorias expostas à venda (art.
18, § 6º, II, do CDC, c/c decreto estadual que conceitua os requisitos da propriedade
ao consumo de alimentos e bebidas para fins de comercialização). O art. 7º, IX, da Lei
8.137/1990 tipifica como crime contra as relações de consumo a conduta de “vender, ter
em depósito para vender ou expor à venda ou, de qualquer forma, entregar matéria-prima
ou mercadoria, em condições impróprias ao consumo”. Da leitura do dispositivo legal em
comento, percebe-se que se trata de delito que deixa vestígios materiais, sendo indispen-
sável, portanto, a realização de perícia para a sua comprovação, nos termos do art. 158
do CPP (“Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de
delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado”).38
Introdução
Fornecedor
Art. 3º Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem
como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação,
construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos
ou prestação de serviços.39
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(...)não importa a tarefa assumida pelo fornecedor nesse universo. É totalmente irrelevante o papel
que ele desempenha, quando se trata da afirmação dos direitos do consumidor. Tanto poderá ser
criador, como o simples distribuidor do bem, ou do serviço. Tanto poderá ser o comerciante no va-
rejo como no atacado. Tanto poderá ser o Estado como indivíduo. Tanto poderá ser pessoa física
ou jurídica.
Consumidor
Art. 2º Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como
destinatário final.
Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis,
que haja intervindo nas relações de consumo.41
Destinatário Final
É quem adquire o produto ou utiliza o serviço para satisfazer uma necessidade ou utilidade
pessoal. Importante ressaltar que não há ânimo de renegociar. Sobre o tema o STJ entende:
40
CARVALHO, João Andrades. Código de Defesa do Consumidor: comentários, doutrina e jurisprudência. Rio de
Janeiro: Aide, 2000.
41
BRASIL. Código de Defesa do Consumidor. Op.Cit.
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(...)assim, quem quer que intervenha, ainda que de modo indeterminado, nas relações de consumo,
é equiparado a consumidor, recebendo a proteção a este dispensada. Se um sujeito compra pasta
de dentes que é usada por vários estudantes, moradores de uma mesma república, e tal pasta causa
séria inflamação nas gengivas dos usuários, todos os que a usaram são consumidores, ainda que
não haja contrato de consumo.
Art. 17. Para os efeitos desta Seção, equiparam-se aos consumidores todas as vítimas do evento.44
De acordo com o entendimento de Felipe Peixoto Braga Neto45 assim, quem quer que seja
exposto à publicidade abusiva, mesmo sem adquirir o produto ou usado o serviço, pode, am-
parado no art. 29 do CDC, reivindicar a proteção peculiar do consumidor.
Cumpre ressaltar que o próprio Estado pode ser considerado consumidor. Assim, a coleti-
vidade é vítima de tal crime.
Para fins de reparação do dano, não se usa as regras do direito privado. Acerca do tema o
STJ decidiu:
43
BRAGA NETO, Felipe Peixoto: Manual de direito do consumidor: à luz da jurisprudência do STJ, Salvador:
Edição Juspodivm, 2009.
44
BRASIL. Código de Defesa do Consumidor. Op. Cit.
45
BRAGA NETO, Felipe Peixoto: Manual de direito do consumidor: à luz da jurisprudência do STJ. Op. Cit.
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pessoa jurídica, uma vez que o art. 2º do Código de Defesa do Consumidor não faz tal
distinção, definindo como consumidor, para os fins protetivos da lei, “... toda pessoa
física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final”.
Abrandamento do rigor técnico do critério finalista.
II – Em decorrência, pela aplicação conjugada com o art. 17 do mesmo diploma legal,
cabível, por equiparação, o enquadramento do autor, atingido em terra, no conceito de
consumidor. Logo, em tese, admissível a inversão do ônus da prova em seu favor. Recurso
especial provido.46
PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. EXPLOSÃO DE LOJA DE FOGOS DE ARTIFÍCIO.
INTERESSES INDIVIDUAIS HOMOGÊNEOS. LEGITIMIDADE ATIVA DA PROCURADORIA DE
ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA. RESPONSABILIDADE PELO FATO DO PRODUTO. VÍTIMAS DO
EVENTO. EQUIPARAÇÃO A CONSUMIDORES.
I – Procuradoria de assistência judiciária tem legitimidade ativa para propor ação civil
pública objetivando indenização por danos materiais e morais decorrentes de explosão
de estabelecimento que explorava o comércio de fogos de artifício e congêneres, por-
quanto, no que se refere à defesa dos interesses do consumidor por meio de ações coleti-
vas, a intenção do legislador pátrio foi ampliar o campo da legitimação ativa, conforme se
depreende do art. 82 e incisos do CDC, bem assim do art. 5º, inciso XXXII, da Constituição
Federal, ao dispor expressamente que incumbe ao “Estado promover, na forma da lei, a
defesa do consumidor”.
II – Em consonância com o art. 17 do Código de Defesa do Consumidor, equiparam-se
aos consumidores todas as pessoas que, embora não tendo participado diretamente da
relação de consumo, vêm a sofrer as consequências do evento danoso, dada a potencial
gravidade que pode atingir o fato do produto o do serviço, na modalidade vício de quali-
dade por insegurança. Recurso especial não conhecido.47
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Art. 63. Omitir dizeres ou sinais ostensivos sobre a nocividade ou periculosidade de produtos, nas
embalagens, nos invólucros, recipientes ou publicidade:
Pena – Detenção de seis meses a dois anos e multa.
§ 1º Incorrerá nas mesmas penas quem deixar de alertar, mediante recomendações escritas osten-
sivas, sobre a periculosidade do serviço a ser prestado.
§ 2º Se o crime é culposo:
Pena – Detenção de um a seis meses ou multa.48
Verbo-núcleo
O sujeito ativo do crime é o fornecedor. Trata-se de crime próprio, uma vez que exige uma
especial qualidade do sujeito passivo, que é ser fornecedor.
O sujeito passivo é o consumidor – pessoa física ou jurídica ou o Estado – que adquire ou
utiliza um produto ou um serviço, como destinatário final, consumidor por equiparação (coleti-
vidade de pessoas, todas as pessoas atingidas por determinada prática comercial ou contratu-
al) ou consumidor em potencial.
Elemento Subjetivo
Consumação e Tentativa
48
BRASIL. Código de Defesa do Consumidor. Op. Cit.
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Por ser um crime omissivo não é admissível a tentativa. O mesmo vale para a modalidade
culposa.
Verbo-núcleo
Elemento Normativo
Elemento Subjetivo
É o Dolo.
Consumação e Tentativa
49
BRASIL. Código de Defesa do Consumidor. Op. Cit.
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Verbo-núcleo
Elemento Normativo
Elemento Subjetivo
É o Dolo.
Consumação e Tentativa
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§ 2º A prática do disposto no inciso XIV do art. 39 desta Lei também caracteriza o crime previsto no
caput deste artigo.51
Verbo-núcleo
Elemento Normativo
Elemento Subjetivo
É o Dolo.
Consumação e Tentativa
Obs.: Único: caso ocorra lesão corporal ou morte da vítima, o autor responderá por tais con-
dutas em concurso com o delito ora em estudo.
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Oferta no CDC
Verbos-núcleo
Elemento Subjetivo
Consumação e Tentativa
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Na modalidade comissiva cabe tentativa já na omissiva não é cabível. Por fim, na modali-
dade culposa também é inadmissível a tentativa.
Verbos-núcleo
Elemento Normativo
Elemento Subjetivo
É o Dolo, que pode ser direto (sabe) como eventual (deveria saber).
Consumação e Tentativa
O crime se consuma com a veiculação do comercial, sabendo ou devendo saber que a pro-
paganda é enganosa ou abusiva.
Como é possível fracionar o iter criminis, é admissível a tentativa.
53
BRASIL. Código de Defesa do Consumidor. Op. Cit.
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Art. 68. Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria saber ser capaz de induzir o consumidor
a se comportar de forma prejudicial ou perigosa a sua saúde ou segurança:
Pena – Detenção de seis meses a dois anos e multa:54
Verbos-núcleo
Fazer significa realizar e promover significa fazer o desenvolvimento de algo. Induzir signi-
fica dar a ideia.
Elemento Normativo
Elemento Subjetivo
Consumação e Tentativa
Verbo-núcleo
54
BRASIL. Código de Defesa do Consumidor. Op. Cit.
55
BRASIL. Código de Defesa do Consumidor. Op. Cit.
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Elemento Normativo
Elemento Subjetivo
É o Dolo.
Consumação e Tentativa
Verbo-núcleo
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Elemento Subjetivo
É o Dolo.
Se houver a conivência do consumidor no emprego de produtos, peça ou componentes de
reposição usados, não haverá o crime.
Objeto Material
Consumação e Tentativa
Verbo-núcleo
Elemento Subjetivo
57
BRASIL. Código de Defesa do Consumidor. Op. Cit.
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É o Dolo.
Consumação e Tentativa
O crime se consuma com a cobrança da dívida com ameaça, coação, constrangimento fí-
sico ou moral, afirmações falsas incorretas ou enganosas ou de qualquer outro procedimento
que exponha o consumidor a ridículo ou interfira o seu trabalho, descanso ou lazer.
Como é possível o fracionamento do iter criminis, é admissível a tentativa.
Verbos-núcleo
O sujeito ativo do crime é a pessoa que tem o controle sobre informações constantes em
cadastro, banco de dados, fichas ou registros. Trata-se de crime próprio.
Já o sujeito passivo é o consumidor. Secundariamente a coletividade.
Elemento Subjetivo
É o Dolo.
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Verbo-núcleo
Elemento Subjetivo
Consumação e Tentativa
O crime se consuma quando a pessoa deixa de fazer as devidas correções nos dados.
Por ser um crime omissivo não é admissível a tentativa.
59
BRASIL. Código de Defesa do Consumidor. Op. Cit.
60
BRASIL. Código de Defesa do Consumidor. Op. Cit.
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Verbo-núcleo
Elemento Subjetivo
É o Dolo.
Consumação e Tentativa
Totalmente desnecessária a inclusão de tal dispositivo no CDC, uma vez que o Código Pe-
nal traz tal regra esculpida no art. 29, que é aplicada às leis penais especiais de acordo com o
disposto no art. 12 do mesmo diploma.
61
BRASIL. Código de Defesa do Consumidor. Op. Cit.
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Caso não haja o pagamento da multa, segue-se a regra do art. 51 do Código Penal, tornan-
do-se dívida ativa a ser executada pela Procuradoria da Fazenda.
Art. 78. Além das penas privativas de liberdade e de multa, podem ser impostas, cumulativa ou al-
ternadamente, observado o disposto nos arts. 44 a 47, do Código Penal:
I – a interdição temporária de direitos;
II – a publicação em órgãos de comunicação de grande circulação ou audiência, às expensas do
condenado, de notícia sobre os fatos e a condenação;
III – a prestação de serviços à comunidade.65
Com a maestria de sempre professa Andreucci (2009, p. 534) que não se aplicam aos cri-
mes do Código de Defesa do Consumidor as penas restritivas de direito de prestação pecuniá-
ria, perda de bens e valores e limitação de valores.
62
BRASIL. Código de Defesa do Consumidor. Op. Cit.
63
ANDREUCCI, Ricardo Antônio. Legislação Penal Especial. 6 edição. São Paulo: Saraiva 2009.
64
BRASIL. Código de Defesa do Consumidor. Op. Cit.
65
BRASIL. Código de Defesa do Consumidor. Op. Cit.
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Fiança
É a garantia prestada pelo indiciado ou réu preso para que responda ao inquérito ou ao
processo-crime em liberdade.
Finalidades da Fiança
Pode-se falar que a fiança tem duas finalidades, a de substituir a prisão, isto é, o preso ob-
tém sua liberdade mediante o recolhimento de determinada garantia, que pode ser em bens ou
dinheiro; e, no caso de o acusado ser condenado, a fiança proporcionar a reparação do dano, a
satisfação da multa e as custas processuais.
Assistentes de Acusação
No processo penal atinente aos crimes previstos neste código, bem como a outros crimes
e contravenções que envolvam relações de consumo, poderão intervir, como assistentes do
Ministério Público, os legitimados indicados no art. 82, inciso III e IV, aos quais também é fa-
cultado propor ação penal subsidiária, se a denúncia não for oferecida no prazo legal.
Podem funcionar como assistentes de acusação:
• as entidades e órgãos da Administração Pública, direta ou indireta, ainda que sem per-
sonalidade jurídica, especificamente destinados à defesa dos interesses e direitos pre-
vistos no CDC;
66
BRASIL. Código de Defesa do Consumidor. Op. Cit.
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Ação penal
Caso o Órgão do Ministério Público não ofereça a denúncia no prazo legal, além da vítima,
as entidades, órgãos e associações podem ajuizar a queixa-crime para promover a ação penal
privada subsidiária da pública.
A tutela da economia popular teve início, por meio de legislação específica, a partir do De-
creto 19.604/31, visando punir fraudadores de gêneros alimentícios. A Constituição Federal
de 1937 incentivou o surgimento de leis nesse sentido, razão pela qual surgiu o Decreto-lei
869/38, que passou a prever os crimes contra a economia popular. Pouco mais de uma déca-
da, em 26.12.1951, em plena ditadura de Getúlio Vargas, foi promulgada a Lei 1.521/1951 de-
finindo os crimes contra a economia popular, acompanhada de outro Diploma, a Lei 1522/51,
que permitia a intervenção da União no domínio econômico, a fim de que fosse assegurados a
livre distribuição de produtos necessários ao consumo do povo. Segundo definição doutrinária
dada por Nelson Hungria, um dos mentores da lei, o crime contra a economia popular é “todo o
fato que represente um dano efetivo ou potencial ao patrimônio de um número indeterminado
de pessoas”. (in, Comentários ao CP, Ed. Forense, 1958). A economia popular é a resultante de
um complexo de interesses econômicos, familiares e individuais, constituído em um patrimô-
nio de um número indeterminado de indivíduos (...).67
Análise do Artigo 1º
67
PRIETO, André Luiz. Comentários sobre os Crimes Contra a Economia Popular. Artigo publicado no dia 24 de setembro de
2009. Fonte: ANADEP/DF. Disponível em: <https://www.anadep.org.br/wtk/pagina/materia?id=7189>.
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Art. 1º. Serão punidos, na forma desta Lei, os crimes e as contravenções contra a economia popular,
Esta Lei regulará o seu julgamento.68
Sujeito Ativo
Sujeito Passivo
Objetividade Jurídica
Objeto Material
O patrimônio do povo em geral, que abrange um número indefinido de pessoas, posto que
a economia popular é um bem coletivo, sujeito a dano efetivo ou potencial causado pelos ga-
68
BRASIL. Lei dos Crimes Contra a Economia Popular. Op. Cit.
69
ANDREUCCI, Ricardo Antônio. Legislação penal especial. Op. Cit.
70
ANDREUCCI, Ricardo Antônio. Legislação penal especial. Op. Cit.
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nanciosos nas relações econômicas, os quais procuram auferir lucros exorbitantes e despro-
porcionais à custa da coletividade.71
Elemento Subjetivo
É o dolo.
Consumação
Há condutas que necessitam da efetiva lesão ao bem jurídico tutelado, com resultado natu-
ralístico (infrações materiais); há as que não necessitam do resultado naturalístico para a sua
consumação (infrações formais) e há aquelas que não têm resultado naturalístico (infrações
de mera conduta), que são, na sua maioria, infrações de perigo abstrato, presumido.72
Tentativa
Competência
As infrações previstas nos artigos 2º e 4º desta lei são de menor potencial ofensivo, cuja
competência para o processo e julgamento é do Juizado Especial Criminal, seguindo o rito da
Lei n. 9.099/1995.
Os crimes previstos no artigo 3º desta lei são de competência da justiça estadual comum.
71
ANDREUCCI, Ricardo Antônio. Legislação penal especial. Op. Cit.
72
ANDREUCCI, Ricardo Antônio. Legislação penal especial. Op. Cit.
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Multa
Deve ser fixada e calculada em dias-multa, de acordo com as regras do art. 49 do Código
Penal.73
Análise do Artigo 2º
Art. 2º. São crimes desta natureza:
I – recusar individualmente em estabelecimento comercial a prestação de serviços essenciais à
subsistência; sonegar mercadoria ou recusar vendê-la a quem esteja em condições de comprar a
pronto pagamento;
II – favorecer ou preferir comprador ou freguês em detrimento de outro, ressalvados os sistemas de
entrega ao consumo por intermédio de distribuidores ou revendedores;
III – expor à venda ou vender mercadoria ou produto alimentício, cujo fabrico haja desatendido a
determinações oficiais, quanto ao peso e composição;
IV – negar ou deixar o fornecedor de serviços essenciais de entregar ao freguês a nota relativa à
prestação de serviço, desde que a importância exceda de quinze cruzeiros, e com a indicação do
preço, do nome e endereço do estabelecimento, do nome da firma ou responsável, da data e local
da transação e do nome e residência do freguês;
V – misturar gêneros e mercadorias de espécies diferentes, expô-los à venda ou vendê-los, como
puros; misturar gêneros e mercadorias de qualidades desiguais para expô-los à venda ou vendê-los
por preço marcado para os de mais alto custo;
VI – transgredir tabelas oficiais de gêneros e mercadorias, ou de serviços essenciais, bem como
expor à venda ou oferecer ao público ou vender tais gêneros, mercadorias ou serviços, por preço
superior ao tabelado, assim como não manter afixadas, em lugar visível e de fácil leitura, as tabelas
de preços aprovadas pelos órgãos competentes;
VII – negar ou deixar o vendedor de fornecer nota ou caderno de venda de gêneros de primeira ne-
cessidade, seja à vista ou a prazo, e cuja importância exceda de dez cruzeiros, ou de especificar na
nota ou caderno - que serão isentos de selo - o preço da mercadoria vendida, o nome e o endereço
do estabelecimento, a firma ou o responsável, a data e local da transação e o nome e residência do
freguês;
VIII – celebrar ajuste para impor determinado preço de revenda ou exigir do comprador que não
compre de outro vendedor;
IX – obter ou tentar obter ganhos ilícitos em detrimento do povo ou de número indeterminado de
pessoas mediante especulações ou processos fraudulentos (“bola de neve”, “cadeias”, “pichardis-
mo” e quaisquer outros equivalentes);
X – violar contrato de venda a prestações, fraudando sorteios ou deixando de entregar a coisa vendi-
da, sem devolução das prestações pagas, ou descontar destas, nas vendas com reserva de domínio,
quando o contrato for rescindido por culpa do comprador, quantia maior do que a correspondente à
depreciação do objeto.
73
ANDREUCCI, Ricardo Antônio. Legislação penal especial. Op. Cit.
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Os incisos I a VII deste artigo foram revogados pela Lei n. 8.137/1990. Portanto, a análise
deste material recai sobre os incisos VIII a XI.
No inciso I temos dois tipos penais. Na primeira parte trata de recusa de prestação de um
serviço individual, que se pode entender, de acordo com o § Único do mesmo artigo, como
sendo gêneros, artigos e mercadorias de primeira necessidade e indispensáveis à subsistência
do indivíduo. (Exs: alimentação, vestuário, iluminação, combustível, sanitários, habitação, ma-
teriais de construção. A recusa deve ocorrer dentro do interior do estabelecimento comercial e
de forma direta, consumando-se no instante da recusa. Não se admite tentativa, pois trata-se
de crime de perigo. O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, capaz, responsável pelo estabele-
cimento comercial, desde que tenha autonomia para a decisão. Na segunda parte, trata da mo-
dalidade denominada de “sonegação de estoques”, porém foi revogada pelo artigo 7º, VI, da Lei
n. 8.137/1990, com redação ampliada eis que não trata mais apenas dos serviços essenciais.
O inciso VIII trata de dois tipos penais. A primeira refere-se a imposição de preço, que
ocorre, em regra, quando há conluio de empresas que trabalhem no mesmo ramo, possibi-
litando a implantação de quartel que busque suprimir a livre concorrência e estabeleça mo-
nopólio de mercado. A segunda parte, trata da cláusula de exclusividade, visando o monopólio
do produto. Na primeira modalidade, a consumação ocorre com a celebração do ajuste, não
havendo necessidade da execução do acordo, mas na segunda, a simples exigência consuma
o delito.75
74
BRASIL. Lei dos Crimes Contra a Economia Popular. Op. Cit.
75
PRIETO, André Luiz. Comentários sobre os Crimes Contra a Economia Popular. Op. Cit
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76
PRIETO, André Luiz. Comentários sobre os Crimes Contra a Economia Popular. Op. Cit.
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PRIETO, André Luiz. Comentários sobre os Crimes Contra a Economia Popular. Op. Cit.
78
PRIETO, André Luiz. Comentários sobre os Crimes Contra a Economia Popular. Op. Cit.
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Pena – O dispositivo traz uma pena privativa de liberdade de detenção, de 6 (seis) meses
a 2 (dois) anos, e multa.
O parágrafo único trata-se de uma norma penal explicativa, que é aquela que visa esclare-
cer ou explicitar conceitos, a exemplo daquelas previstas nos arts. 327 e 150, § 4º, do Código
Penal.
Análise do Artigo 3º
Art. 3º. São também crimes desta natureza:
I – destruir ou inutilizar, intencionalmente e sem autorização legal, com o fim de determinar alta de
preços, em proveito próprio ou de terceiro, matérias-primas ou produtos necessários ao consumo
do povo;
II – abandonar ou fazer abandonar lavoura ou plantações, suspender ou fazer suspender a atividade
de fábricas, usinas ou quaisquer estabelecimentos de produção, ou meios de transporte, mediante
indenização paga pela desistência da competição;
III – promover ou participar de consórcio, convênio, ajuste, aliança ou fusão de capitais, com o fim
de impedir ou dificultar, para o efeito de aumento arbitrário de lucros, a concorrência em matéria de
produção, transportes ou comércio;
IV – reter ou açambarcar matérias-primas, meios de produção ou produtos necessários ao consumo
do povo, com o fim de dominar o mercado em qualquer ponto do País e provocar a alta dos preços;
V – vender mercadorias abaixo do preço de custo com o fim de impedir a concorrência.
VI – provocar a alta ou baixa de preços de mercadorias, títulos públicos, valores ou salários por meio
de notícias falsas, operações fictícias ou qualquer outro artifício;
VII – dar indicações ou fazer afirmações falsas em prospectos ou anúncios, para fim de substitui-
ção, compra ou venda de títulos, ações ou quotas;
VIII – exercer funções de direção, administração ou gerência de mais de uma empresa ou sociedade
do mesmo ramo de indústria ou comércio com o fim de impedir ou dificultar a concorrência;
IX – gerir fraudulenta ou temerariamente bancos ou estabelecimentos bancários, ou de capitaliza-
ção; sociedades de seguros, pecúlios ou pensões vitalícias; sociedades para empréstimos ou finan-
ciamento de construções e de vendas e imóveis a prestações, com ou sem sorteio ou preferência
por meio de pontos ou quotas; caixas econômicas; caixas Raiffeisen; caixas mútuas, de beneficên-
cia, socorros ou empréstimos; caixas de pecúlios, pensão e aposentadoria; caixas construtoras;
cooperativas; sociedades de economia coletiva, levando-as à falência ou à insolvência, ou não cum-
prindo qualquer das cláusulas contratuais com prejuízo dos interessados;
X – fraudar de qualquer modo escriturações, lançamentos, registros, relatórios, pareceres e outras
informações devidas a sócios de sociedades civis ou comerciais, em que o capital seja fracionado
em ações ou quotas de valor nominativo igual ou inferior a um mil cruzeiros com o fim de sonegar
lucros, dividendos, percentagens, rateios ou bonificações, ou de desfalcar ou de desviar fundos de
reserva ou reservas técnicas.
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Pena – detenção, de 2 (dois) anos a 10 (dez) anos, e multa, de vinte mil a cem mil cruzeiros.79
Inciso I: temos delito conduta alternativa: destruir (fazer desaparecer) ou inutilizar (impos-
sibilidade de fazer uso para o fim que se destina) visando a alta de preços (dolo específico).
Inciso II: a conduta consiste e um pagar para que o que outro desista da competição. Am-
bos auferem vantagens com a situação, em detrimento de terceiros concorrentes.80
Incisos III, IV e V: os dispositivos em comento foram revogados pelo artigo 4º da Lei n.
8.137/1990, que atualmente tem a seguinte redação:
Inciso VI: são atos que provocam abalos profundos na coexistência coletiva. Sendo assim,
fica afetada a economia popular. Para que haja a consumação, não é necessário que ocorra a
alteração dos preços, bastando a utilização dos artifícios para atingir tal fim.
Inciso VII: o inciso em análise foi revogado pelo artigo 67 da Lei n. 8.078/1990 (Código de
Defesa do Consumidor).
Inciso VIII: se busca obstar o monopólio danoso à indústria e ao comércio. O sujeito ativo
somente pode ser pessoa qualificada para exercer mais de uma função de direção, adminis-
tração ou gerência. A caracterização do delito se dá com o exercício de unidade de chefia em
mais de uma empresa do mesmo ramo e exige o dolo específico de impedir a concorrência.82
79
BRASIL. Lei dos Crimes Contra a Economia Popular. Op. Cit.
80
PRIETO, André Luiz. Comentários sobre os Crimes Contra a Economia Popular. Op. Cit.
81
BRASIL. Lei n. 8.137 de 27 de dezembro de 1990. Op. Cit.
82
PRIETO, André Luiz. Comentários sobre os Crimes Contra a Economia Popular. Op. Cit.
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Inciso IX: revogado parcialmente pelo artigo 4º da Lei n. 7.492/1986 que passou a prever
o crime de gestão fraudulenta de instituições financeiras. Tratando-se de empresas não finan-
ceiras, persiste o artigo de lei. O legislador procurou coibir o mau administrador do dinheiro
alheio. Há uma duas formas de má gestão: a fraudulenta e a temerária. Questão controvertida
refere-se à administração de consórcios, quanto a sua natureza. O Ministério Público de São
Paulo considera que a Lei n. 7.492/1986 equiparou o consórcio a instituição financeira.83
Inciso X: representa esse artigo uma espécie de falsidade ideológica contra o patrimônio
de várias pessoas que integram o quadro societário por cotas ou ações. O objetivo é lesar com
a finalidade de ganhos ilícitos.84
Pena – O dispositivo traz uma pena de detenção, de 2 (dois) anos a 10 (dez) anos, e multa.
Análise do Artigo 4º
Art. 4º. Constitui crime da mesma natureza a usura pecuniária ou real, assim se considerando:
a) cobrar juros, comissões ou descontos percentuais, sobre dívidas em dinheiro superiores à taxa
permitida por lei; cobrar ágio superior à taxa oficial de câmbio, sobre quantia permutada por moeda
estrangeira; ou, ainda, emprestar sob penhor que seja privativo de instituição oficial de crédito; (Vide
Lei n. 1.807, de 1953)
b) obter, ou estipular, em qualquer contrato, abusando da premente necessidade, inexperiência ou
leviandade de outra parte, lucro patrimonial que exceda o quinto do valor corrente ou justo da pres-
tação feita ou prometida.
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa, de cinco mil a vinte mil cruzeiros.
§ 1º. Nas mesmas penas incorrerão os procuradores, mandatários ou mediadores que intervierem
na operação usuária, bem como os cessionários de crédito usurário que, cientes de sua natureza
ilícita, o fizerem valer em sucessiva transmissão ou execução judicial.
§ 2º. São circunstâncias agravantes do crime de usura:
I – ser cometido em época de grave crise econômica;
II – ocasionar grave dano individual;
III – dissimular-se a natureza usurária do contrato;
IV – quando cometido:
a) por militar, funcionário público, ministro de culto religioso; por pessoa cuja condição econômico-
-social seja manifestamente superior à da vítima;
b) em detrimento de operário ou de agricultor; de menor de 18 (dezoito) anos ou de deficiente men-
tal, interditado ou não.
83
PRIETO, André Luiz. Comentários sobre os Crimes Contra a Economia Popular. Op. Cit.
84
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Aborda a aliena “a” especificamente a usura pecuniária, que segundo Manoel Pedro Pimen-
tel é conceituada como “a obtenção de lucros exagerados, através de juros cobrados por em-
préstimos em dinheiro, ou por meio de contratos que tenham por objetivo negócios em valores
traduzíveis em pecúnia.” (in, Legislação Penal Especial, ed. RT, 1972, p. 42). O tipo penal prevê
três formas de praticar o crime, duas na forma de cobrar e uma na de emprestar. A primeira
tipifica-se por cobrar juros sobre dívidas em dinheiro superiores a taxa permitida por lei. A se-
gunda modalidade compreende a cobrança de ágio superior a taxa de câmbio, sobre quantia
permutada por moeda estrangeira (frisa-se que para realizar tais operações há necessidade de
autorização do Banco Central). E a terceira, refere-se do empréstimo mediante penhor, que é
privativo da CEF.
Aborda a alínea “b” a usura real, que é traduzida por uma vantagem em bens patrimoniais
de qualquer natureza, inclusive imóveis, inserida em contratos como de compra e venda, ces-
são de créditos, arrendamento, mandato e serviços. Na usura real há uma violenta despropor-
ção entre o preço justo e o lucro a ser auferido. São contratos leoninos, fruto do desespero de
uma das partes. O abuso se dá em face a necessidade incomum, quase sem saída da vítima,
ou ainda da sua falta de vivência nos negócios ou mesmo a precipitação, irreflexão.
Análise do Artigo 5º
Art. 5º Nos crimes definidos nesta lei, haverá suspensão da pena e livramento condicional em todos
os casos permitidos pela legislação comum. Será a fiança concedida nos termos da legislação em
vigor, devendo ser arbitrada dentro dos limites de Cr$ 5.000,00 (cinco mil cruzeiros) a Cr$ 50.000,00
(cinquenta mil cruzeiros), nas hipóteses do artigo 2º, e dentro dos limites de Cr$ 10.000,00 (dez mil
cruzeiros) a Cr$100.000,00 (cem mil cruzeiros) nos demais casos, reduzida à metade dentro desses
limites, quando o infrator for empregado do estabelecimento comercial ou industrial, ou não ocupe
cargo ou posto de direção dos negócios. (Redação dada pela Lei n. 3.290, de 1957)85
85
BRASIL. Lei dos Crimes Contra a Economia Popular. Op. Cit.
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Livramento condicional: vem previsto nos arts. 83 e s. do CP, seguindo também as mes-
mas diretrizes já estabelecidas.
Fiança: segue a mesma sistemática do Código de Processo Penal.
Análise do Artigo 6º
Art. 6º. Verificado qualquer crime contra a economia popular ou contra a saúde pública (Capítulo III
do Título VIII do Código Penal) e atendendo à gravidade do fato, sua repercussão e efeitos, o juiz, na
sentença, declarará a interdição de direito, determinada no art. 69, IV, do Código Penal, de 6 (seis)
meses a 1 (um) ano, assim como, mediante representação da autoridade policial, poderá decretar,
dentro de 48 (quarenta e oito) horas, a suspensão provisória, pelo prazo de 15 (quinze) dias, do exer-
cício da profissão ou atividade do infrator.87
O juiz, na sentença condenatória, deverá observar o que está disposto nos artigos 44 e
seguintes do Código Penal, que tratam das penas restritivas de direito e da conversão da pena
privativa de liberdade. O artigo 69 do Código Penal atualmente trata do concurso material de
infrações. Deve ser lembrado que a Parte Geral do Estatuto Penal foi alterada em 1984.
Análise do Artigo 7º
Art. 7º Os juízes recorrerão de ofício sempre que absolverem os acusados em processo por crime
contra a economia popular ou contra a saúde pública, ou quando determinarem o arquivamento dos
autos do respectivo inquérito policial.88
87
BRASIL. Lei dos Crimes Contra a Economia Popular. Op. Cit.
88
BRASIL. Lei dos Crimes Contra a Economia Popular. Op. Cit.
89
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absolutória. Entretanto, se nenhum dos legitimados tem interesse em recorrer, por que deter-
minou o legislador o recurso de ofício? Argumentam alguns estudiosos da matéria que interes-
ses maiores, da coletividade, estariam em jogo nos crimes contra a economia popular, fazendo
com que a questão fosse reanalisada pelo Tribunal, em caso de absolvição ou de arquivamen-
to do inquérito policial, inobstante o conformismo do Ministério Público.
Cremos, entretanto, que não mais se justifica tal recurso em face dos modernos postu-
lados constitucionais, onde o juiz natural decide apoiado em seu soberano convencimento,
aceitando os legitimados a decisão, que se torna, então, imutável. De todo modo, persiste a
determinação legal, figurando as duas situações elencadas (absolvição e arquivamento do in-
quérito policial) como hipóteses de cabimento do recurso de ofício no processo penal.
Análise do Artigo 8º
Art. 8º. Nos crimes contra a saúde pública, os exames periciais serão realizados, no Distrito Federal,
pelas repartições da Secretaria-Geral da Saúde e Assistência e da Secretaria da Agricultura, Indús-
tria e Comércio da Prefeitura ou pelo Gabinete de Exames Periciais do Departamento de Segurança
Pública e nos Estados e Territórios pelos serviços congêneres, valendo qualquer dos laudos como
corpo de delito.90
Prova pericial: nos crimes contra a economia popular que violem a saúde pública, a perícia
seguirá o regramento geral dos arts. 158 e s. do Código de Processo Penal, com as instituídas
pela Lei n. 11.690/2008.91
Análise do Artigo 10
Art. 10. Terá forma sumária, nos termos do Capítulo V, Título II, Livro II, do Código de Processo Penal,
o processo das contravenções e dos crimes contra a economia popular, não submetidos ao julga-
mento pelo júri. (Vide Decreto-lei n. 2.848, de 1940)
§ 1º. Os atos policiais (inquérito ou processo iniciado por portaria) deverão terminar no prazo de 10
(dez) dias.
§ 2º. O prazo para oferecimento da denúncia será de 2 (dois) dias, esteja ou não o réu preso.
§ 3º. A sentença do juiz será proferida dentro do prazo de 30 (trinta) dias contados do recebimento
dos autos da autoridade policial (art. 536 do Código de Processo Penal).
90
BRASIL. Lei dos Crimes Contra a Economia Popular. Op. Cit.
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§ 4º. A retardação injustificada, pura e simples, dos prazos indicados nos parágrafos anteriores,
importa em crime de prevaricação (art. 319 do Código Penal).92
Art. 11. No Distrito Federal, o processo das infrações penais relativas à economia popular caberá,
indistintamente, a todas as varas criminais com exceção das 1ª e 20ª, observadas as disposições
quanto aos crimes da competência do júri de que trata o art. 12.93
Os crimes previstos nos artigos 2º e 4º da Lei de Economia Popular, que ainda não se
encontram revogados, são infrações de menor potencial ofensivo. O rito procedimental de jul-
gamento a ser observado é o previsto na Lei n. 9.099/1995, que trata dos Juizados Especiais
Cíveis e Criminais.
Segundo Ricardo Andreucci94:
Procedimento comum ordinário: os crimes previstos no art. 3º da Lei seguirão o rito co-
mum ordinário, estabelecido pelo art. 394 e s. do Código de Processo Penal, de acordo com a
nova redação dada pela Lei n. 11.719/2008.
Vale mencionar ainda os ensinamentos de André Luiz Prieto95:
(...)para os crimes previstos no artigo 2º e 4º, a lei comina pena de detenção de 6 (seis) meses a 2
(dois) anos, e multa, o que os torna de menor potencial ofensivo, sujeitando o agentes as medidas
despenalizadoras previstas na Lei 9099/95. E, para os previstos no artigo 3º, prevê a detenção de 2
(dois) anos a 10 (dez) anos, e multa, o que poderá ser aplicado somente os benefícios da suspensão
condicional da pena, o “sursis”, caso a pena em concreto não supere ao mínimo legal ou mesmo
uma eventual substituição da pena corporal por restritiva de direitos, caso esta não supere a quatro
anos, nos moldes previstos no artigo 44 e SS., do Estatuto Repressivo vigente.
O prazo para conclusão do inquérito policial estando o indiciado preso ou solto será de 10
(dez) dias.
Cumpre ressaltar que desde 1988, foi extirpado do Direito pátrio o procedimento judiciali-
forme, que ocorria quando a ação penal era iniciada a partir da portaria do Delegado de Polícia.
O Ministério Público é único titular da ação penal pública, conforme rege o artigo 129, inciso I,
da Constituição Federal
92
BRASIL. Lei dos Crimes Contra a Economia Popular. Op. Cit.
93
BRASIL. Lei dos Crimes Contra a Economia Popular. Op. Cit.
94
ANDREUCCI, Ricardo Antônio. Legislação penal especial. Op. Cit.
95
PRIETO, André Luiz. Comentários sobre os Crimes Contra a Economia Popular. Op. Cit.
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O prazo que o Órgão Ministerial tem para oferecer a denúncia, estando o indiciado preso
ou solto, é de dois dias.
Segundo o mestre Andreucci96:
Prevaricação: determina o § 4º que o retardamento injustificado dos prazos indicados nos
§ § 1º, 2º e 3º, pura e simplesmente, importará em crime de prevaricação, previsto no artigo
319 do CP. Esse dispositivo contraria a própria essência do crime de prevaricação, em que o
funcionário público retarda ofício para satisfazer interesse ou sentimento pessoal, o que ine-
xiste no caso em tela. De todo modo, a indolência do funcionário público (delegado de polícia,
promotor de justiça ou juiz de direito etc.), por si só, irá caracterizar o delito de prevaricação,
por expressa determinação legal.
Art. 12. São da competência do Júri os crimes previstos no art. 2º desta Lei. (Vide Emenda
Constitucional n. 1, de 1969)97
Art. 13. O Júri compõe de um juiz, que é o seu presidente, e de vinte jurados sorteados den-
tre os eleitores de cada zona eleitoral, de uma lista de cento e cinquenta a duzentos eleitores,
cinco dos quais constituirão o conselho de sentença em cada sessão de julgamento. (Vide
Emenda Constitucional n. 1, de 1969)98
Art. 14. A lista a que se refere o artigo anterior será semestralmente organizada pelo presi-
dente do Júri, sob sua responsabilidade, entre pessoas de notória idoneidade, incluídos de pre-
ferência os chefes de família e as donas de casa. (Vide Emenda Constitucional n. 1, de 1969)99
Art. 15. Até o dia quinze de cada mês, far-se-á o sorteio dos jurados que devam constituir
o tribunal do mês seguinte. (Vide Emenda Constitucional n. 1, de 1969)100
Art. 16. o Júri funcionará quando estiverem presentes, pelo menos quinze jurados. (Vide
Emenda Constitucional n. 1, de 1969)101
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BRASIL. Lei dos Crimes Contra a Economia Popular. Op. Cit.
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BRASIL. Lei dos Crimes Contra a Economia Popular. Op. Cit.
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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Lei n. 8.078/1990 e Lei n. 1.521/1951
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Art. 17. O presidente do Júri fará as convocações para o julgamento com quarenta e oito
horas de antecedência pelo menos, observada a ordem de recebimento dos processos. (Vide
Emenda Constitucional n. 1, de 1969)102
Art. 18. Além dos casos de suspeição e impedimento previstos em Lei, não poderá servir
jurado da mesma atividade profissional do acusado. (Vide Emenda Constitucional n. 1, de
1969)103
Art. 19. Poderá ser constituído um Júri em cada zona eleitoral. (Vide Emenda Constitucio-
nal n. 1, de 1969)104
Art. 20. A presidência do Júri caberá ao Juiz do processo, salvo quando a Lei de organiza-
ção judiciária atribuir a presidência a outro. (Vide Emenda Constitucional n. 1, de 1969)105
Art. 21. No Distrito Federal, poderá o juiz presidente do Júri representar ao Tribunal de Jus-
tiça para que seja substituído na presidência do Júri por Juiz substituto ou Juízes substitutos,
nos termos do art. 20 da Lei n. 1.301, de w28 de dezembro de 1950. Servirá no Júri o Promotor
Público que for designado. (Vide Emenda Constitucional n. 1, de 1969)106
Art. 22. O Júri poderá funcionar com pessoal, material e instalações destinados aos servi-
ços eleitorais. (Vide Emenda Constitucional n. 1, de 1969)107
Art. 23. Nos processos da competência do Júri far-se-á a instrução contraditória, observa-
do o disposto no Código de Processo Penal, relativamente ao processo comum (livro II, título I,
capítulo I) com às seguintes modificações: (Vide Emenda Constitucional n. 1, de 1969)
I – o número de testemunhas, tanto para a acusação como para a defesa, será de seis no
máximo.
II – Serão ouvidas as testemunhas de acusação e de defesa, dentro do prazo de quinze dias
se o réu estiver prêso, e de vinte quando sôlto.
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BRASIL. Lei dos Crimes Contra a Economia Popular. Op. Cit.
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III – Havendo acordo entre o Ministério Público e o réu, por seu defensor, mediante termo
lavrado nos autos, será dispensada a inquirição das testemunhas arroladas pelas partes e
cujos depoimentos constem do inquérito policial.
IV – Ouvidas as testemunhas e realizada qualquer diligência porventura requeda, o Juiz, de-
pois de sanadas as nulidades e irregularidades e determinar ou realizar qualquer outra diligên-
cia, que entender conveniente, ouvirá, nos autos, sucessivamente, por quarenta e oito horas, o
órgão do Ministério Público e o defensor.
V – Em seguida, o Juiz poderá absolver, desde logo, o acusado, quando estiver provado que
êle não praticou o crime, fundamentando a sentença e recorrendo ex-officio.
VI – Se o Juiz assim não proceder, sem manifestar, entretanto, sua opinião, determinará a
remessa do processo ao presidente do Júri ou que se faça a inclusão do processo na pauta do
julgamento se lhe couber a presidência.
VII – São dispensadas a pronúncia e a formação de libelo.108
Art. 24. O órgão do Ministério Público, o réu e o seu defensor, serão intimados do dia desig-
nado para o julgamento. Será julgado à revelia o réu solto que deixar de comparecer sem justa
causa. (Vide Emenda Constitucional n. 1, de 1969)109
Art. 25. Poderão ser ouvidas em plenário as testemunhas da instrução que, previamente,
e com quarenta e oito horas de antecedência, forem indicadas pelo Ministério Público ou pelo
acusado.110
Art. 26. Em plenário, constituído o conselho de sentença, o Juiz tomará aos jurados o ju-
ramento de bem e sinceramente decidirem a causa, proferindo o voto a bem da verdade e da
justiça. (Vide Emenda Constitucional n. 1, de 1969)111
Art. 27. Qualificado a réu e sendo-lhe permitida qualquer declaração a bem da defesa, ob-
servada as formalidades processuais, aplicáveis e constantes da seção IV do cap. II do livro Il,
tit. I do Código de Processo Penal, o juiz abrirá os debates, dando a palavra ao órgão do Minis-
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tério Público e ao assistente, se houver, para dedução da acusação e ao defensor para produzir
a defesa. (Vide Emenda Constitucional n. 1, de 1969)112
Art. 28. O tempo, destinado à acusação e à defesa será de uma hora para cada uma. Ha-
vendo mais de um réu, o tempo será elevado ao dobro, desde que assim seja requerido. Não
haverá réplica nem tréplica. (Vide Emenda Constitucional n. 1, de 1969)113
Art. 29. No julgamento que se realizará em sala secreta com a presença do Juiz, do escri-
vão e de um oficial de Justiça, bem como dos acusadores e dos defensores que se conserva-
rão em seus lugares sem intervir na votação, os jurados depositarão na urna a resposta - sim
ou não - ao quesito único indagando se o réu praticou o crime que lhe foi imputado. (Vide
Emenda Constitucional n. 1, de 1969)
Parágrafo único. Em seguida, o Juiz, no caso de condenação, lavrará sentença tendo em
vista as circunstâncias atenuantes ou agravantes existentes nos autos e levando em conta na
aplicação da pena o disposto nos arts. 42 e 43 do Código Penal.114
Art. 30. Das decisões do Júri, e nos termos da legislação em vigor, cabe apelação, sem
efeito suspensivo, em qualquer caso. (Vide Emenda Constitucional n. 1, de 1969)115
Segundo o mestre Ricardo Andreucci116:
Dispositivos revogados: o Tribunal do Júri instituído para processar e julgar os crimes con-
tra a economia popular (arts. 12 a 30 da lei) foi extinto pela Emenda Constitucional n. 1, de
1969, quando em seu art. 153, § 18, manteve a instituição do júri, com competência para julga-
mento dos crimes dolosos contra a vida, excluindo, portanto, o julgamento dos crimes contra
a economia popular”
112
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114
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ANDREUCCI, Ricardo Antônio. Legislação penal especial. Op. Cit.
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MAPAS MENTAIS
A COMPETÊNCIA É
DETERMINADA PELO LOCAL
ONDE OCORRE A INFRAÇÃO
TODOS OS CRIMES DO CDC
SÃO DE MENOR POTENCIAL
SÃO CRIMES DE AÇÃO PENAL
OFENSIVO E
PÚBLICA INCONDICIONADA
CABENDO A ELES
APLICAÇÕES DOS INSTITUTOS
O CONCEITO DE CONSUMIDOR
ESTÁ NO ARTIGO 2º DO CDC
DESTINATÁRIOS É QUEM
ADQUIRE O PRODUTO OU
O CONCEITO DE FORNECEDOR
ESTÁ NO ARTIGO 3º DO CDC
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QUESTÕES DE CONCURSO
Questão 1 (FUNDEP/MPE-MG/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2011) Considerando os crimes
contra as relações de consumo, previstos na Lei n. 8.137/1990, bem como no Código de Defe-
sa do Consumidor (Lei n. 8.078/1990), analise as seguintes proposições e assinale com V as
verdadeiras e com F as falsas. Constitui crime
( ) vender ou expor à venda mercadoria cuja embalagem esteja em desacordo com as pres-
crições legais, punindo-se apenas a modalidade dolosa.
( ) misturar gêneros e mercadorias de espécies diferentes, para vendê-las como puros, pu-
nindo-se inclusive a modalidade culposa.
( ) ter em depósito, para vender, mercadoria em condições impróprias ao consumo, punin-
do-se inclusive a modalidade culposa.
( ) deixar de entregar ao consumidor o termo de garantia adequadamente preenchido e com
especificação clara de seu conteúdo, punindo-se inclusive a modalidade culposa. Assi-
nale a alternativa que apresenta a sequência de letras CORRETA.
a) (V) (V) (V) (F).
b) (V) (F) (F) (V).
c) (F) (V) (V) (F).
d) (F) (V) (V) (V).
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a) não incorrerá em pena, caso comprove que sua conduta tenha sido culposa.
b) não incorrerá em pena, pois não cometeu infração penal.
c) incorrerá em pena de detenção inferior à de X.
d) incorrerá em pena de multa apenas.
e) incorrerá nas mesmas penas cabíveis a X.
1) Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria saber ser enganosa ou abusiva.
2) Omitir dizeres ou sinais ostensivos sobre a nocividade ou periculosidade de produtos,
nas embalagens, nos invólucros, recipientes ou publicidade.
3) Deixar de entregar ao consumidor o termo de garantia adequadamente preenchido e
com especificação clara de seu conteúdo.
COLUNA II
( ) Pena: detenção de um a seis meses ou multa.
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e) A denúncia, para os casos de crime contra as relações de consumo, pode ser oferecida em
descrição constante de auto de infração lavrado por autoridade tributária, no formato de prova
emprestada.
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te.
2) Interdição, total ou parcial, de estabelecimento, de obra ou de atividade.
3) Proibição de fabricação do produto, suspensão de fornecimento de produtos ou serviço,
suspensão temporária de atividade.
4) Interdição temporária de direitos; publicação em órgãos de comunicação de grande cir-
culação ou audiência, às expensas do condenado, de notícia sobre os fatos e a conde-
nação.
Quais delas são sanções administrativas?
a) Apenas 1 e 3.
b) Apenas 2 e 4.
c) Apenas 1, 2 e 3.
d) Apenas 2, 3 e 4.
e) 1, 2, 3 e 4.
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c) I, II e III, apenas.
d) I e II, apenas.
e) III e V, apenas.
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concorrer para os crimes referidos no CDC, incide as penas a esses cominadas na medida de
sua culpabilidade.
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e) induzir o consumidor ou usuário a erro, por via de indicação ou afirmação falsa ou enganosa
sobre a natureza, qualidade do bem ou serviço, utilizando-se de qualquer meio, inclusive a vei-
culação ou divulgação publicitária.
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GABARITO
1. c 28. c
2. d 29. C
3. a 30. c
4. e 31. c
5. d 32. a
6. b 33. a
7. e 34. d
8. E 35. b
9. C 36. C
10. a 37. a
11. d 38. C
12. b 39. E
13. C 40. C
14. e 41. c
15. c 42. e
16. d 43. b
17. b 44. e
18. a 45. a
19. b 46. E
20. c 47. E
21. c 48. C
22. a 49. d
23. a 50. E
24. b
25. c
26. c
27. e
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GABARITO COMENTADO
Questão 1 (FUNDEP/MPE-MG/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2011) Considerando os crimes
contra as relações de consumo, previstos na Lei n. 8.137/1990, bem como no Código de Defe-
sa do Consumidor (Lei n. 8.078/1990), analise as seguintes proposições e assinale com V as
verdadeiras e com F as falsas. Constitui crime
( ) vender ou expor à venda mercadoria cuja embalagem esteja em desacordo com as pres-
crições legais, punindo-se apenas a modalidade dolosa.
( ) misturar gêneros e mercadorias de espécies diferentes, para vendê-las como puros, pu-
nindo-se inclusive a modalidade culposa.
( ) ter em depósito, para vender, mercadoria em condições impróprias ao consumo, punin-
do-se inclusive a modalidade culposa.
( ) deixar de entregar ao consumidor o termo de garantia adequadamente preenchido e com
especificação clara de seu conteúdo, punindo-se inclusive a modalidade culposa. Assi-
nale a alternativa que apresenta a sequência de letras CORRETA.
a) (V) (V) (V) (F).
b) (V) (F) (F) (V).
c) (F) (V) (V) (F).
d) (F) (V) (V) (V).
Letra c.
A questão encontra a resposta na letra da Lei n. 8.137/1990, bem como no art. 74 do CDC,
senão vejamos:
LEI N. 8.137/1990
Art. 7º Constitui crime contra as relações de consumo:
II – vender ou expor à venda mercadoria cuja embalagem, tipo, especificação, peso ou composição
esteja em desacordo com as prescrições legais, ou que não corresponda à respectiva classificação
oficial;
III – misturar gêneros e mercadorias de espécies diferentes, para vendê-los ou expô-los à venda
como puros; misturar gêneros e mercadorias de qualidades desiguais para vendê-los ou expô-los à
venda por preço estabelecido para os demais mais alto custo;
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IX – vender, ter em depósito para vender ou expor à venda ou, de qualquer forma, entregar matéria-
-prima ou mercadoria, em condições impróprias ao consumo;
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II, III e IX pune-se a modalidade culposa, reduzindo-se a
pena e a detenção de 1/3 (um terço) ou a de multa à quinta parte.
CDC, Art. 74. Deixar de entregar ao consumidor o termo de garantia adequadamente preenchido e
com especificação clara de seu conteúdo;
Pena – Detenção de um a seis meses ou multa.
Letra d.
O item “d” corresponde ao descrito no artigo 65 do CDC, vejamos:
Art. 65. Executar serviço de alto grau de periculosidade, contrariando determinação de autoridade
competente:
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Lei n. 8.078/1990 e Lei n. 1.521/1951
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Letra a.
A questão cobrou o conhecimento da Lei n. 8.078/1990 (Código de Defesa do Consumidor).
Para respondê-la o candidato precisa ter conhecimento da “lei seca”, que muitos alunos erro-
neamente negligenciam, e também do conceito de crimes de menor potencial ofensivo, que
pode ser extraído da lei n. 9099/95 (Lei dos juizados especiais). O enunciado da questão é a
literalidade do caput do art. 66 do Código de Defesa do Consumidor:
Art. 66. Fazer afirmação falsa ou enganosa, ou omitir informação relevante sobre a natureza, carac-
terística, qualidade, quantidade, segurança, desempenho, durabilidade, preço ou garantia de produ-
tos ou serviços.
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Lei n. 8.078/1990 e Lei n. 1.521/1951
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Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo, para os efeitos desta Lei, as contra-
venções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a 2 (dois) anos, cumulada
ou não com multa.
Letra e.
Art. 66 do CDC. Fazer afirmação falsa ou enganosa, ou omitir informação relevante sobre a nature-
za, característica, qualidade, quantidade, segurança, desempenho, durabilidade, preço ou garantia
de produtos ou serviços:
Pena – Detenção de três meses a um ano e multa.
§ 1º Incorrerá nas mesmas penas quem patrocinar a oferta.
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Letra d.
Extrai-se, portanto, que, se o crime for doloso (a questão chama de “não culposo”), a pena é a
prevista no caput, qual seja, de detenção, de 3 meses a 1 ano E multa (gabarito da questão).
Por outro lado, se o crime for culposo, a pena é de detenção de 1 a 6 meses OU multa.
1) Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria saber ser enganosa ou abusiva.
2) Omitir dizeres ou sinais ostensivos sobre a nocividade ou periculosidade de produtos,
nas embalagens, nos invólucros, recipientes ou publicidade.
3) Deixar de entregar ao consumidor o termo de garantia adequadamente preenchido e
com especificação clara de seu conteúdo.
COLUNA II
( ) Pena: detenção de um a seis meses ou multa.
( ) Pena: detenção de três meses a um ano e multa.
( ) Pena: detenção de seis meses a dois anos e multa.
Assinale a sequência correta.
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a) 1 2 3
b) 3 1 2
c) 2 3 1
d) 2 1 3
Letra b.
Todos os crimes do CDC são crimes de menor potencial ofensivo: pena máxima cominada de
até 2 anos - competência dos Juizados Especiais Criminais
• Possível a aplicação dos institutos despenalizadores próprios da Lei dos Juizados (com-
posição dos danos civis, transação penal e suspensão condicional do processo).
• A ação penal é publica incondicionada.
• Todos são apenados com DETENÇÃO e/ou MULTA.
Padrões de pena:
• Detenção de 6 meses a 2 anos + multa;
• Detenção de 3 meses a 1 ano + multa;
• Detenção de 1 a 6 meses OU multa:
− São passíveis de suspensão condicional do processo por terem pena mínima infe-
rior a 1 ano;
− São passíveis de arbitramento de fiança pelo delegado;
− Só duas modalidades admitem CULPA (artigos 63 e 66, ambos § 2º), os demais são
TODOS DOLOSOS.
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Letra e.
CDC
Art. 76. São circunstâncias agravantes dos crimes tipificados neste código:
I – serem cometidos em época de grave crise econômica ou por ocasião de calamidade;
II – ocasionarem grave dano individual ou coletivo;
III – dissimular-se a natureza ilícita do procedimento;
IV – quando cometidos:
a) por servidor público, ou por pessoa cuja condição econômico-social seja manifestamente supe-
rior à da vítima;
b) em detrimento de operário ou rurícola; de menor de dezoito ou maior de sessenta anos ou de
pessoas portadoras de deficiência mental interditadas ou não;
V – serem praticados em operações que envolvam alimentos, medicamentos ou quaisquer outros
produtos ou serviços essenciais.
Errado.
O trecho acerca da impossibilidade de cumulação das sanções administrativas contraria o
parágrafo único do art. 56 do CDC:
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Art. 56. As infrações das normas de defesa do consumidor ficam sujeitas, conforme o caso, às
seguintes sanções administrativas, sem prejuízo das de natureza civil, penal e das definidas em
normas específicas:
(...)
Parágrafo único. As sanções previstas neste artigo serão aplicadas pela autoridade administrativa,
no âmbito de sua atribuição, podendo ser aplicadas cumulativamente, inclusive por medida cautelar,
antecedente ou incidente de procedimento administrativo.
Certo.
Trata-se da hipótese prevista no art. 67 do CDC, que consiste em crime de perigo abstrato. O
juízo de enganosidade independe da provocação de dano real ao consumidor individualizado.
Nos termos do conceito estatuído pelo CDC (art. 37) e que orienta o tipo penal do art. 67, é
enganosa a publicidade falsa ou a que seja capaz de induzir em erro o consumidor. Note-se
que o juízo é de enganosidade meramente potencial, e não concreta. Não se deve, pois, nessa
matéria, confundir avaliação de enganosidade com avaliação de enganos concretos e indivi-
dualizados.
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Letra a.
CDC
Art. 63. Omitir dizeres ou sinais ostensivos sobre a nocividade ou periculosidade de produtos, nas
embalagens, nos invólucros, recipientes ou publicidade:
Pena – Detenção de seis meses a dois anos e multa.
§ 1º Incorrerá nas mesmas penas quem deixar de alertar, mediante recomendações escritas osten-
sivas, sobre a periculosidade do serviço a ser prestado.
§ 2º Se o crime é culposo:
Pena – Detenção de um a seis meses ou multa.
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Letra d.
CDC
Art. 63. Omitir dizeres ou sinais ostensivos sobre a nocividade ou periculosidade de produtos, nas
embalagens, nos invólucros, recipientes ou publicidade:
Pena – Detenção de seis meses a dois anos e multa.
§ 1º Incorrerá nas mesmas penas quem deixar de alertar, mediante recomendações escritas osten-
sivas, sobre a periculosidade do serviço a ser prestado.
§ 2º Se o crime é culposo:
Pena – Detenção de um a seis meses ou multa.
II – CDC, Art. 75. Quem, de qualquer forma, concorrer para os crimes referidos neste código, incide
as penas a esses cominadas na medida de sua culpabilidade, bem como o diretor, administrador
ou gerente da pessoa jurídica que promover, permitir ou por qualquer modo aprovar o fornecimento,
oferta, exposição à venda ou manutenção em depósito de produtos ou a oferta e prestação de ser-
viços nas condições por ele proibidas.
III – CDC, Art. 76. São circunstâncias agravantes dos crimes tipificados neste código:
I – serem cometidos em época de grave crise econômica ou por ocasião de calamidade;
II – ocasionarem grave dano individual ou coletivo;
III – dissimular-se a natureza ilícita do procedimento;
IV – quando cometidos:
a) por servidor público, ou por pessoa cuja condição econômico-social seja manifestamente supe-
rior à da vítima;
b) em detrimento de operário ou rurícola; de menor de dezoito ou maior de sessenta anos ou de
pessoas portadoras de deficiência mental interditadas ou não;
V – serem praticados em operações que envolvam alimentos, medicamentos ou quaisquer outros
produtos ou serviços essenciais.
IV – CDC, Art. 78. Além das penas privativas de liberdade e de multa, podem ser impostas, cumula-
tiva ou alternadamente, observado o disposto nos arts. 44 a 47, do Código Penal:
I – a interdição temporária de direitos;
II – a publicação em órgãos de comunicação de grande circulação ou audiência, às expensas do
condenado, de notícia sobre os fatos e a condenação;
III – a prestação de serviços à comunidade.
Deve-se lembrar, ainda, que não há responsabilidade penal da pessoa jurídica na hipótese de
crime previsto no CDC. Assim, aplicar a liquidação compulsória violaria o princípio da intrans-
cendência da pena (CR/1988, art. 5º, XLV).
Destaque-se que, tratando-se de crimes ambientais, a liquidação forçada é admitida.
Lei n. 9.605/1998, Art. 24. A pessoa jurídica constituída ou utilizada, preponderantemente, com o
fim de permitir, facilitar ou ocultar a prática de crime definido nesta Lei terá decretada sua liquidação
forçada, seu patrimônio será considerado instrumento do crime e como tal perdido em favor do
Fundo Penitenciário Nacional.
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Letra b.
São circunstâncias que agravam a pena o fato de o crime ser cometido em período de grave
crise econômica ou por ocasião de calamidade CORRETA.
Art. 76. São circunstâncias agravantes dos crimes tipificados neste código:
I – serem cometidos em época de grave crise econômica ou por ocasião de calamidade;
II – ocasionarem grave dano individual ou coletivo;
III – dissimular-se a natureza ilícita do procedimento;
IV – quando cometidos:
a) por servidor público, ou por pessoa cuja condição econômico-social seja manifestamente supe-
rior à da vítima;
b) em detrimento de operário ou rurícola; de menor de dezoito ou maior de sessenta anos ou de
pessoas portadoras de deficiência mental interditadas ou não;
Disposto no art. 60, § 1º, do CPV - serem praticados em operações que envolvam alimentos,
medicamentos ou quaisquer outros produtos ou serviços essenciais.
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Certo.
Apenas dois crimes previstos no CDC admitem a modalidade culposa:
Art. 63. Omitir dizeres ou sinais ostensivos sobre a nocividade ou periculosidade de produtos, nas
embalagens, nos invólucros, recipientes ou publicidade:
Pena – Detenção de seis meses a dois anos e multa.
§ 1º Incorrerá nas mesmas penas quem deixar de alertar, mediante recomendações escritas osten-
sivas, sobre a periculosidade do serviço a ser prestado.
§ 2º Se o crime é culposo: Pena Detenção de um a seis meses ou multa.
CDC, Art. 66. Fazer afirmação falsa ou enganosa, ou omitir informação relevante sobre a natureza,
característica, qualidade, quantidade, segurança, desempenho, durabilidade, preço ou garantia de
produtos ou serviços:
Pena – Detenção de três meses a um ano e multa.
§ 2º Se o crime é culposo;
Pena – Detenção de um a seis meses ou multa.
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Letra e.
O Código de Defesa do Consumidor (Lei n. 8.078/1990) contempla em seus artigos 63 a 74
doze condutas classificadas como infrações penais contra o consumidor.
Entre as condutas catalogadas, admite-se a forma culposa nos seguintes delitos:
Art. 63, CDC: Omitir dizeres ou sinais ostensivos sobre a nocividade ou periculosidade de produtos,
nas embalagens, nos invólucros, recipientes ou publicidade. O crime admite os elementos subjeti-
vos dolo ou culpa tanto em relação ao previsto em seu caput, quanto a conduta do seu § 1º
Art. 66, CDC: Fazer afirmação falsa ou enganosa, ou omitir informação relevante sobre a natureza,
característica, qualidade, quantidade, segurança, desempenho, durabilidade, preço ou garantia de
produtos ou serviços.
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a) Enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitação prévia, qualquer produto, constitui infra-
ção penal.
b) Praticar crime tipificado no CDC em detrimento de operário ou rurícola não constitui circuns-
tância agravante.
c) Permitir o ingresso em estabelecimento comercial de clientes em quantidade superior à
fixada pela autoridade administrativa como quantidade máxima constitui crime.
d) Deixar de entregar ao consumidor o termo de garantia adequadamente preenchido e com
especificação clara de seu conteúdo caracteriza conduta atípica.
e) Empregar na reparação de produtos peça ou componente de reposição usado, ainda que se
tenha a autorização prévia e expressa do consumidor, constitui crime.
Letra c.
CDC, Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas abusivas:
XIV – permitir o ingresso em estabelecimentos comerciais ou de serviços de um número maior de
consumidores que o fixado pela autoridade administrativa como máximo.
CDC, Art. 65. Executar serviço de alto grau de periculosidade, contrariando determinação de autori-
dade competente:
§ 2º A prática do disposto no inciso XIV do art. 39 desta Lei também caracteriza o crime previsto no
caput deste artigo. (Incluído pela Lei n. 13.425, de 2017)
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Letra d.
Art. 66. Fazer afirmação falsa ou enganosa, ou omitir informação relevante sobre a natureza, carac-
terística, qualidade, quantidade, segurança, desempenho, durabilidade, preço ou garantia de produ-
tos ou serviços:
Pena – Detenção de três meses a um ano e multa.
§ 1º Incorrerá nas mesmas penas quem patrocinar a oferta.
§ 2º Se o crime é culposo;
Pena – Detenção de um a seis meses ou multa.
Letra b.
Antes da tragédia na Boate Kiss, a permissão de ingresso em estabelecimentos comerciais
acima do máximo permitido era prevista apenas como prática abusiva. Após o caso, passou a
ser crime.
CDC, Art. 39, XIV - permitir o ingresso em estabelecimentos comerciais ou de serviços de um núme-
ro maior de consumidores que o fixado pela autoridade administrativa como máximo.
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Letra a.
Art. 67. Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria saber ser enganosa ou abusiva:
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e) a Lei n. 8.137/1990, no que concerne aos crimes contra as relações de consumo, prevê
como circunstância agravante da pena a prática em detrimento de menor de 18 ou maior de
60 anos.
Letra b.
Todos os crimes previstos no Código do Consumidor admitem os institutos despenalizadores
da Lei n. 9.099, tais como:
• Transação Penal;
• Suspenção Condicional da Pena;
• Suspensão Condicional do Processo
• Composição Civil – desde que a vítima seja determinada.
Ademais, todos os crimes do CDC são de ação penal pública incondicionada, afiançáveis pelo
delegado de polícia e os que admitem a modalidade culposa estão previstos apenas nos arti-
gos 63 e 66.
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Letra c.
O crime de propaganda enganosa/ abusiva é previsto no art. 66 do CDC.
Art. 66. Fazer afirmação falsa ou enganosa, ou omitir informação relevante sobre a natureza, carac-
terística, qualidade, quantidade, segurança, desempenho, durabilidade, preço ou garantia de produ-
tos ou serviços:
Pena – Detenção de três meses a um ano e multa.
A transação penal, instituto trazido pela Lei dos Juizados Especial (Lei n. 9.099/1995), é aplicá-
vel, segundo o art. 61 da Lei do Juizado, a todos os crimes com penas máximas de até 2 anos.
Letra c.
I – Art. 105, CDC. Integram o Sistema Nacional de Defesa do Consumidor (SNDC), os órgãos fede-
rais, estaduais, do Distrito Federal e municipais e as entidades privadas de defesa do consumidor.
(ERRADO)
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II – Art. 80, CDC. No processo penal atinente aos crimes previstos neste código, bem como a outros
crimes e contravenções que envolvam relações de consumo, poderão intervir, como assistentes do
Ministério Público, os legitimados indicados no art. 82, inciso III e IV, aos quais também é facultado
propor ação penal subsidiária, se a denúncia não for oferecida no prazo legal.
Art. 82. Para os fins do art. 81, parágrafo único, são legitimados concorrentemente:
III – As entidades e órgãos da Administração Pública, direta ou indireta, ainda que sem perso-
nalidade jurídica, especificamente destinados à defesa dos interesses e direitos protegidos por
este código;
IV – As associações legalmente constituídas há pelo menos um ano e que incluam entre seus
fins institucionais a defesa dos interesses e direitos protegidos por este código, dispensada
a autorização assemblear. (CERTO)
Letra a.
Art. 70. Empregar na reparação de produtos, peça ou componentes de reposição usados, sem au-
torização do consumidor:
Pena – Detenção de três meses a um ano e multa
O crime é formal. Não há necessidade, para sua consumação, de dano efetivo para o consu-
midor.
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Letra b.
a) Errada. É infração penal empregar peças usadas sem autorização:
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Letra c.
a) Errada. Cuja pena poderá ser agravada se o crime houver sido cometido contra servidor
público.
Poderá ser agravada se cometido por servidor público (artigo 76, IV, ‘a’, do CDC).
b) Errada. E poderá ser punido com detenção, desde que verificado que ele agiu dolosamente.
A aplicação da pena de detenção não se restringe à conduta dolosa da infração, mas sim tam-
bém à conduta culposa, conforme artigo 66, § 2º, do CDC.
d) Errada. Cuja pena poderá ser agravada em razão da idade do comprador.
De fato, há previsão de agravante para os crimes cometidos em razão da idade do comprador
(menor de 18, maior de 60), conforme artigo 76, IV, ‘b’, do CDC. Todavia, na situação hipotética
da questão a pessoa compradora tinha 59 anos. Portanto, inaplicável a agravante.
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Letra c.
a) Errada.
Conquanto se admita que nos delitos praticados por vários agentes o órgão ministerial
não descreva minuciosamente a atuação de cada acusado, não há dúvidas de que a sim-
ples condição de sócio de determinada pessoa jurídica não é suficiente para justificar a
deflagração de uma ação penal contra determinado indivíduo, pois o Direito Penal pátrio
repele a chamada responsabilidade penal objetiva, demandando que o titular da ação
penal demonstre uma mínima relação de causa e efeito entre a conduta do réu e os fatos
narrados na denúncia, permitindo-lhe o exercício da ampla defesa e do contraditório.
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cujo elemento normativo do tipo “impróprio para consumo” deve ser complementado
pelo disposto no art. 16, § 8º, do Código de Defesa do Consumidor, a jurisprudência do
Superior Tribunal de Justiça entende que há necessidade de realização de exame peri-
cial nos produtos pretensamente impróprios, a fim de que seja comprovada a sua real
nocividade para consumo, sob pena de inaceitável responsabilidade penal objetiva. (RHC
60.937/RJ, SEXTA TURMA, DJe 01/03/2016)
c) Certa.
1. Da leitura do artigo 7º, inciso IX, da Lei 8.137/1990, percebe-se que se trata de delito
não transeunte, que deixa vestígios materiais, sendo indispensável, portanto, a realiza-
ção de perícia para a sua comprovação, nos termos do artigo 158 do Código de Processo
Penal. Doutrina. Precedentes do STJ e do STF. (RHC 64.461/SC, QUINTA TURMA, DJe
24/02/2016)
d) Errada.
e) Errada.
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justa causa para o processo criminal em tela, já que inexistente a prova da materialidade
delitiva. (RHC 64.461/SC)
Letra e.
Art. 76. São circunstâncias agravantes dos crimes tipificados neste código:
I – serem cometidos em época de grave crise econômica ou por ocasião de calamidade;
II – ocasionarem grave dano individual ou coletivo;
III – dissimular-se a natureza ilícita do procedimento;
IV – quando cometidos:
a) por servidor público, ou por pessoa cuja condição econômico-social seja manifestamente supe-
rior à da vítima;
b) em detrimento de operário ou rurícola; de menor de dezoito ou maior de sessenta anos ou de
pessoas portadoras de deficiência mental interditadas ou não;
V – serem praticados em operações que envolvam alimentos, medicamentos ou quaisquer outros
produtos ou serviços essenciais.
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Letra c.
Art. 76. São circunstâncias agravantes dos crimes tipificados neste código:
I – serem cometidos em época de grave crise econômica ou por ocasião de calamidade;
II – ocasionarem grave dano individual ou coletivo;
III – dissimular-se a natureza ilícita do procedimento;
IV – quando cometidos:
a) por servidor público, ou por pessoa cuja condição econômico-social seja manifestamente supe-
rior à da vítima;
b) em detrimento de operário ou rurícola; de menor de 18 ou maior de 60 anos ou de pessoas por-
tadoras de deficiência mental interditadas ou não;
V – serem praticados em operações que envolvam alimentos, medicamentos ou quaisquer outros
produtos ou serviços essenciais. \
Certo.
Art. 61. Constituem crimes contra as relações de consumo previstas neste código, sem prejuízo do
disposto no Código Penal e leis especiais, as condutas tipificadas nos artigos seguintes.
(...)
Art. 67. Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria saber ser enganosa ou abusiva:
Pena – Detenção de três meses a um ano e multa.
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Letra c.
CDC, Art. 78. Além das penas privativas de liberdade e de multa, podem ser impostas, cumulativa
ou alternadamente, observado o disposto nos arts. 44 a47, do Código Penal:
I – a interdição temporária de direitos;
II – a publicação em órgãos de comunicação de grande circulação ou audiência, às expensas do
condenado, de notícia sobre os fatos e a condenação;
III – a prestação de serviços à comunidade.
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Letra c.
CDC, Art. 56. As infrações das normas de defesa do consumidor ficam sujeitas, conforme o caso,
às seguintes sanções administrativas, sem prejuízo das de natureza civil, penal e das definidas em
normas específicas:
I – multa;
II – apreensão do produto;
III – inutilização do produto;
IV – cassação do registro do produto junto ao órgão competente;
V – proibição de fabricação do produto;
VI – suspensão de fornecimento de produtos ou serviço;
VII – suspensão temporária de atividade;
VIII – revogação de concessão ou permissão de uso;
IX – cassação de licença do estabelecimento ou de atividade;
X – interdição, total ou parcial, de estabelecimento, de obra ou de atividade;
XI – intervenção administrativa;
XII – imposição de contrapropaganda.
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Letra a.
(Todos os crimes do CDC são apenados com detenção)
Art. 70. Empregar na reparação de produtos, peça ou componentes de reposição usados, sem au-
torização do consumidor:
Pena – detenção de três meses a um ano e multa.
Letra a.
CDC, Art. 56. As infrações das normas de defesa do consumidor ficam sujeitas, conforme o caso,
às seguintes sanções administrativas, sem prejuízo das de natureza civil, penal e das definidas em
normas específicas:
I – multa;
II – apreensão do produto;
III – inutilização do produto;
IV – cassação do registro do produto junto ao órgão competente;
V – proibição de fabricação do produto;
VI – suspensão de fornecimento de produtos ou serviço;
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Letra d.
a) Errada. Dissimular-se a natureza ilícita do procedimento.
b) Errada. Ocasionarem grave dano individual ou coletivo.
c) Errada. Quando cometidos por pessoa cuja condição econômico-social seja manifestamen-
te superior à da vítima.
e) Errada. Serem cometidos em época de grave crise econômica.
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Letra b.
CDC, Art. 61. Constituem crimes contra as relações de consumo previstas neste código, sem pre-
juízo do disposto no Código Penal e leis especiais, as condutas tipificadas nos artigos seguintes.
CDC, Art. 63. Omitir dizeres ou sinais ostensivos sobre a nocividade ou periculosidade de produtos,
nas embalagens, nos invólucros, recipientes ou publicidade [ALTERNATIVA A - CERTA]
CDC, Art. 64. Deixar de comunicar à autoridade competente e aos consumidores a nocividade ou
periculosidade de produtos cujo conhecimento seja posterior (ANTERIOR) à sua colocação no mer-
cado [ALTERNATIVA B - ERRADA]
CDC, Art. 65. Executar serviço de alto grau de periculosidade, contrariando determinação de autori-
dade competente [ALTERNATIVA E - CERTA]
CDC, Art. 68. Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria saber ser capaz de induzir o con-
sumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa a sua saúde ou segurança [ALTERNATIVA
C - CERTA]
CDC, Art. 70. Empregar na reparação de produtos, peça ou componentes de reposição usados, sem
autorização do consumidor [ALTERNATIVA D - CERTA]
Certo.
Art. 79. O valor da fiança, nas infrações de que trata este código, será fixado pelo juiz, ou pela autori-
dade que presidir o inquérito, entre cem e duzentas mil vezes o valor do Bônus do Tesouro Nacional
(BTN), ou índice equivalente que venha a substituí-lo.
Parágrafo único. Se assim recomendar a situação econômica do indiciado ou réu, a fiança poderá
ser:
a) reduzida até a metade do seu valor mínimo;
b) aumentada pelo juiz até vinte vezes.
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Letra a.
CDC, Art. 28. O juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica da sociedade quando, em detri-
mento do consumidor, houver abuso de direito, excesso de poder, infração da lei, fato ou ato ilícito
ou violação dos estatutos ou contrato social. A desconsideração também será efetivada quando
houver falência, estado de insolvência, encerramento ou inatividade da pessoa jurídica provocados
por má administração.
Certo.
CDC, Art. 76. São circunstâncias agravantes dos crimes tipificados neste código:
I – serem cometidos em época de grave crise econômica ou por ocasião de calamidade;
II – ocasionarem grave dano individual ou coletivo;
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Errado.
A resposta está no art. 63, CDC: não é crime de mera conduta, mas de perigo abstrato, no qual
se presume iure et de iure o perigo para o bem jurídico, que emerge da simples realização da
conduta. E também admite a forma culposa.
Certo.
CDC, Art. 75. Quem, de qualquer forma, concorrer para os crimes referidos neste código, incide as
penas a esses cominadas na medida de sua culpabilidade, bem como o diretor, administrador ou
gerente da pessoa jurídica que promover, permitir ou por qualquer modo aprovar o fornecimento,
oferta, exposição à venda ou manutenção em depósito de produtos ou a oferta e prestação de ser-
viços nas condições por ele proibidas.
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Letra c.
a) Errada. Conforme o artigo 7º da Lei n. 8.137:
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Letra e.
O disposto na alternativa “e” está no artigo 7º da Lei n. 8.137:
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Letra b.
A alternativa “b” trata de crimes contra a ordem econômica, e não contra as relações de consu-
mo. Está prevista no artigo 4º da Lei n. 8.137:
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c) falsificar ou alterar nota fiscal, fatura, duplicata, nota de venda, ou qualquer outro documento
relativo à operação tributável.
d) abusar do poder econômico, dominando o mercado ou eliminando, total ou parcialmente, a
concorrência mediante qualquer forma de ajuste ou acordo de empresas.
e) induzir o consumidor ou usuário a erro, por via de indicação ou afirmação falsa ou enganosa
sobre a natureza, qualidade do bem ou serviço, utilizando-se de qualquer meio, inclusive a vei-
culação ou divulgação publicitária.
Letra e.
As demais alternativas não são crimes contra as relações de consumo. A letra “e” está no arti-
go 7º da Lei n. 8.137:
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Letra a.
A conduta descrita neste item é tipificada no artigo 7º, inciso V, da Lei n. 8.137:
Errado.
O parágrafo único do artigo 11 da Lei n. 8.137/1990, na parte que trata de crimes contra as
relações de consumo, é bem claro no sentido de que o distribuidor e o revendedor NÃO respon-
derão pelo crime eventualmente praticado pelo fabricante, quando o preço ao consumidor for
estabelecido ou sugerido pelo último.
Art. 11. Quem, de qualquer modo, inclusive por meio de pessoa jurídica, concorre para os crimes
definidos nesta lei, incide nas penas a estes cominadas, na medida de sua culpabilidade.
Parágrafo único. Quando a venda ao consumidor for efetuada por sistema de entrega ao consumo
ou por intermédio de outro em que o preço ao consumidor é estabelecido ou sugerido pelo fabrican-
te ou concedente, o ato por este praticado não alcança o distribuidor ou revendedor.
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Errado.
Está errado, nos termos do artigo 7º da Lei n. 8.137:
Certo.
É o que prevê o artigo 7º da Lei n. 8.137:
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c) induzir o consumidor ou usuário a erro, por via de indicação ou afirmação falsa ou enganosa
sobre a natureza, qualidade do bem ou serviço, utilizando-se de qualquer meio, inclusive a vei-
culação ou divulgação publicitária.
d) vender, ter em depósito para vender ou expor à venda ou, de qualquer forma, entregar maté-
ria-prima ou mercadoria, em condições impróprias ao consumo.
e) destruir, inutilizar ou danificar matéria-prima ou mercadoria, com o fim de provocar alta de
preço, em proveito próprio ou de terceiros.
Letra d.
Conforme o artigo 7º da Lei n. 8.137:
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Errado.
Constitui, conforme artigo 7º da Lei n. 8.137:
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANDREUCCI, Ricardo Antônio. Legislação Penal Especial. 6 ed. São Paulo: Saraiva, 2009.
BRAGA NETO, Felipe Peixoto: Manual de direito do consumidor: à luz da jurisprudência do STJ,
Salvador: Edição Juspodivm, 2009.
BRASIL. Código Penal. Instituído pelo Decreto-Lei n. 2.848 de 07 de dezembro de 1940. Rio de
Janeiro, 7 de dezembro de 1940; 119º da Independência e 52º da República. Presidente Getúlio
Vargas. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del2848compilado.
htm>.
________. Lei de Introdução às Normas de Direito Brasileiro. Instituída pelo Decreto-Lei n. 4.657
de 04 de setembro de 1942 (Alterado pela Lei n. 12.376/2010). Rio de Janeiro, 4 de setembro
de 1942, 121º da Independência e 54º da República. Presidente Getúlio Vargas. Disponível em:
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________. Lei dos Crimes Contra a Economia Popular. Instituída pela Lei n. 1.521 de 26 de de-
zembro de 1951. Rio de Janeiro, 26 de dezembro de 1951; 130º da Independência e 63º da
República. Presidente Getúlio Vargas. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
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________. Lei n. 8.137 de 27 de dezembro de 1990. Define crimes contra a ordem tributária, eco-
nômica e contra as relações de consumo, e dá outras providências. Brasília, 27 de dezembro de
1990; 169º da Independência e 102º da República. Presidente Fernando Collor. Disponível em:
< http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8137.htm>.
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CUNHA, Rogério Sanches. Leis penais especiais: comentadas. Coordenadores Rogério San-
ches Cunha, Ronaldo Batista Pinto, Renee de Ó Souza – 3. ed. ver., atual. e ampl. – Salvador:
Ed. JusPodivm, 2020.
LIMA, Renato Brasileiro de. Legislação criminal especial comentada. 8 ed. rev. ampl. e atual.
Salvador: Editora JusPodivm, 2020.
PRIETO, André Luiz. Comentários sobre os Crimes Contra a Economia Popular. Artigo publica-
do no dia 24 de setembro de 2009. Fonte: ANADEP/DF. Disponível em: <https://www.anadep.
org.br/wtk/pagina/materia?id=7189>.
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