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LEGISLAÇÃO

PENAL ESPECIAL
Decreto - Lei n. 3.688/1941 – Contravenções
Penais

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Decreto-Lei n. 3.688/1941 – Contravenções Penais
Fábio Roque e Flávia Araújo

Sumário
Apresentação......................................................................................................................................................................4
Decreto-Lei n. 3.688/1941 – Contravenções Penais.....................................................................................5
1. Noções Gerais.................................................................................................................................................................5
2. Princípio da Territorialidade nas Contravenções Penais (Art. 2º)..................................................6
3. Competência para Processar e Julgar as Contravenções Penais....................................................7
4. Elemento Subjetivo nas Contravenções Penais (Art. 3º).....................................................................8
5. Inadmissibilidade da Tentativa nas Contravenções Penais (Art. 4º)............................................9
6. Penas Aplicáveis às Contravenções Penais (Arts. 5º, 6º, 9º, 10 e 11)...........................................9
7. Reincidência no Caso de Contravenções Penais (Art. 7º)...................................................................11
8. Ignorância ou Errada Compreensão da Lei (Art. 8º)..............................................................................12
9. Efeitos da Condenação (Arts. 12). . ....................................................................................................................13
10. Aplicação de Medidas de Segurança no Caso de Cometimento das Contravenções
Penais (Art. 13, 14 e 16).. ..............................................................................................................................................14
11. Revogação do Art. 15 da Lei de Contravenções Penais. .....................................................................14
12. Ação Penal (Art. 17).. ..............................................................................................................................................15
13. Das contravenções Penais em Espécie......................................................................................................15
13.1. Das Contravenções Referentes à Pessoa:.............................................................................................16
13.2. Das Contravenções Penais Referentes ao Patrimônio..................................................................17
13.3. Das Contravenções Penais Referentes à Incolumidade Pública.............................................18
13.4. Das Contravenções Penais Referentes à Paz Pública.................................................................. 22
13.5. Das Contravenções Penais Referentes à Fé Pública..................................................................... 24
13.5. Das Contravenções Penais Referentes à Organização do Trabalho. ....................................26
13.5. Das Contravenções Penais Referentes à Política de Costumes.............................................27
13.6. Das Contravenções Penais Referentes à Administração Pública. .........................................30
Resumo................................................................................................................................................................................33
Mapa Mental.....................................................................................................................................................................35
Questões de Concurso................................................................................................................................................36

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Gabarito...............................................................................................................................................................................46
Gabarito Comentado....................................................................................................................................................47
Referências........................................................................................................................................................................ 69

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Apresentação
Olá, futuro concursado!
Nós e toda a equipe do GRAN estamos aqui para te dar o máximo de dicas, teorias, exercí-
cios, respondendo questões de concurso e criando questões inéditas para que você consiga
fixar todo o conteúdo estudado!
As referências bibliográficas estarão presentes ao final da aula. Assim, você terá um supor-
te caso queira um aprofundamento sobre os temas.
Traremos, também, jurisprudência atualizada, pois, sabemos que não basta saber a legis-
lação ou as considerações doutrinárias sobre Legislação Penal Especial, sendo imprescindível
o estudo das compreensões dos tribunais.
Aqui, nesta aula iremos estudar sobre as contravenções penais, previstas no Decreto-Lei n.
3.688/1941. Iremos tratar sobre suas disposições normativas e os principais posicionamentos
doutrinários e jurisprudenciais sobre o tema.
Esperamos que você goste do que vamos estudar e do material a seguir. Por favor: ma-
terial obrigatório! Então, fica ligado no curso GRAN. Estamos esperando as dúvidas no Fó-
rum do aluno!
Vamos começar?

Flávia Araújo
Advogada, professora,
Mestra em Políticas Sociais e Cidadania (Ucsal).

Fábio Roque Araújo (@professorfabioroque)


Juiz Federal, professor e autor de obras jurídicas;
Doutor e Mestre em Direito Público pela UFBA.
Canal no Youtube: Fábio Roque Araújo

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DECRETO-LEI N. 3.688/1941 – CONTRAVENÇÕES


PENAIS
1. Noções Gerais
No ordenamento jurídico brasileiro adota o critério bipartido, segundo o qual as infrações
penais são divididas entre crimes (ou delitos) e contravenções. Estas últimas estão reguladas
no Decreto-Lei n. 3.688/1941 que foi recepcionado pela Constituição Federal com o status de
lei ordinária.
No que diz respeito ao princípio da legalidade, a doutrina entende que o art. 5º, XXXIX da
CF deve ser interpretado de maneira extensiva, de modo a prever que “não há infração penal
(crime ou contravenção) sem lei anterior que a defina”.
A doutrina costuma denominar as contravenções penais de “delitos liliputiano, “crime-anão”
ou “crime vagabundo”.
De acordo com o art. 63 da Lei n. 9.099/1995 as contravenções penais são crimes de
menor potencial ofensivo, estando submetidas ao procedimento sumaríssimo dos Juizados
Especiais Criminais.
Portanto, o agente que tenha cometido uma contravenção penal poderá ser beneficiado
pelos institutos despenalizadores previstos na Lei n. 9.099/1995, quais sejam: composição
dos danos civis; transação penal; suspensão condicional do processo.
Em relação à composição civil dos danos, é importante lembrarmos que esta será reali-
zada na audiência preliminar (em momento pré-processual), consistindo em um acordo entre
o autor do fato e a vítima. Uma vez obtido tal acordo, este será reduzido a termo pelo juiz e
homologado por meio de sentença irrecorrível, com eficácia de título a ser executado no juízo
civil competente.
Já a transação penal também é, em regra, aplicada na fase de audiência preliminar, con-
sistindo em uma proposta apresentada pelo MP, a fim de realizar a aplicação imediata de pena
restritiva de direitos ou multas, a ser especificada na proposta. Lembrando que a transação
penal não faz coisa julgada material, como assevera a Súmula Vinculante n. 35, e não natu-
reza jurídica de condenação criminal, logo, não gera efeitos para fins de reincidência e maus
antecedentes.
Já a suspensão condicional do processo será cabível quando estiverem presentes os re-
quisitos previstos no art. 89 da Lei n. 9.099/1995: a) crimes cuja pena mínima cominada seja
igual ou inferior a um ano. b) O acusado não esteja sendo processado. c) estiverem presentes
os requisitos que autorizam a suspensão condicional da pena (art. 77 do CP).
Também será cabível a suspensão condicional da pena, quando presentes os requisitos
revistos no art. 77 do Código Penal. Entretanto, este susis terá o prazo máximo de 1 (um) a 3
(três) anos, e não de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, como previsto na codificação.

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Lembre-se, entretanto, que os institutos despenalizadores não são aplicáveis nos casos
de crimes ou contravenções decorrentes de violência doméstica ou familiar contra a mulher,
submetidos ao rito da Lei Maria da Penha. Neste sentido, a Súmula 536 do STJ estabelece que

JURISPRUDÊNCIA
Súmula 536 do STJ: A suspensão condicional do processo e a transação penal não se
aplicam na hipótese de delitos sujeitos ao rito da Lei Maria da Penha.

Importante destacarmos que o art. 138 do Código Penal traz a seguinte definição para o
crime de calúnia: “Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime” (grifo
nosso). Portanto, não haverá calúnia quando o agente imputa falsamente fato definido como
contravenção penal, neste caso, é possível que a conduta se adeque ao crime de difamação,
previsto no art. 139 do Código.
Também não será cabível a aplicação do crime de denunciação caluniosa quando o agen-
te der causa à instauração de investigação policial, de processo judicial ou instauração de
investigação administrativa contra alguém, imputando-lhe contravenção penal de que o sabe
inocente, já que o art. 339 do Código Penal faz menção expressa à imputação por crime.
Da mesma forma, também não há crime de receptação se o objeto for produto de contra-
venção penal, já que o art. 180 do Código Penal define este tipo penal como a conduta de:

“Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em proveito próprio ou alheio, coisa que sabe ser
produto de crime, ou influir para que terceiro, de boa-fé, a adquira, receba ou oculte” (grifo nosso).

Por outro lado, é possível a incidência do art. 340 do Código Penal quando o agente pratica
a conduta de “Provocar a ação de autoridade, comunicando-lhe a ocorrência de crime ou de
contravenção que sabe não se ter verificado” (grifo nosso).

2. Princípio da Territorialidade nas Contravenções Penais (Art. 2º)


De acordo com o art. 2º do Decreto-Lei n. 3.688/1941” A lei brasileira só é aplicável à con-
travenção praticada no território nacional”. Com base neste artigo, podemos concluir que o
ordenamento jurídico brasileiro não adota o princípio da extraterritorialidade no caso de con-
travenções penais.
Em outras palavras, o ordenamento jurídico nacional não admite mitigações ao princípio
da territorialidade quando se trata de contravenções penais. Portanto, a lei brasileira só será
aplicada se a contravenção for praticada no país.
Em sede jurisprudencial, tanto o STJ quanto o STF não admitem a extradição de estrangei-
ros em razão do cometimento de mera contravenção penal.

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JURISPRUDÊNCIA
PELA SIMPLES CIRCUNSTÂNCIA DE OS DELITOS EM CAUSA SERE, CONSIDERADOS
COMO CONTRAVENÇÃO PENAL, NÃO PODERÁ A EXTRADIÇÃO SER CONCEDIDA, UMA
VEZ QUE INCIDE, NO CASO, O DISPOSTO NO INCISO II DO ART. 77 DA LEI N. 6.815/1980,
QUE VEDA A EXTRADIÇÃO QUANDO O FATO QUE MOTIVAR O PEDIDO NÃO FOR TIDO NO
BRASIL COMO CRIME, EXPRESSÃO QUE, TECNICAMENTE (E, A CITADA LEI, NO TOCANTE
À EXTRADIÇÃO SÓ SE UTILIZA DELA), NÃO SE APLICA ÀS CONTRAVENÇÕES PENAIS,
QUE SÃO DELITOS DE MENOR GRAVIDADE. PEDIDO DE EXTRADIÇÃO INDEFERIDO. (STF
– Ext 473 IT. Rel. Min Moreira Alves. Tribunal Pleno. Julgado em 08/03/1989).

Em síntese, no que tange às contravenções penais, o direito nacional aplica o princípio da


territorialidade, sem exceções, ou mitigações, não admitindo a aplicação de lei brasileira no
caso de contravenções cometidas fora do país.

001. (TJ – PR/ASSESSOR JURÍDICO/2012) A lei brasileira é aplicável à contravenção pratica-


da em território estrangeiro.

De acordo com o art. 2º da Lei das Contravenções Penais “A lei brasileira só é aplicável à con-
travenção praticada no território nacional”.
Errado.

3. Competência para Processar e Julgar as Contravenções Penais


As contravenções penais serão processadas e julgadas perante a Justiça Comum Estadual.
O art. 109, IV da CF prevê que:

“Aos juízes federais compete processar e julgar: IV – os crimes políticos e as infrações penais prati-
cadas em detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou
empresas públicas, excluídas as contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar e da
Justiça Eleitoral”. (grifo nosso).

Com base neste dispositivo, é possível concluir que as contravenções penais serão julga-
das, em regra, pela Justiça Comum Estadual. Neste sentido, a Súmula 38 do STJ estabelece que:

JURISPRUDÊNCIA

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Súmula 38 do STJ: Compete a justiça estadual comum, na vigência da constituição de


1988, o processo por contravenção penal, ainda que praticada em detrimento de bens,
serviços ou interesse da união ou de suas entidades.

Em razão da previsão do art. 109, IV da Constituição Federal, os tribunais superiores enten-


dem que as contravenções penais, mesmo quando conexas com crime de jurisdição federal,
devem ser julgadas pela Justiça estadual.
Deste modo, a Justiça Federal só julgará contravenções penais se o agente possuir algum
foro por prerrogativa de função, uma vez que, nestes casos excepcionais, a competência fun-
cional irá se sobrepor à competência material.
Resumo! As contravenções penais serão julgadas, em regra, perante os juizados especiais
estaduais.

4. Elemento Subjetivo nas Contravenções Penais (Art. 3º)


O art. 3º do Decreto-Lei n. 3.688-1941 estabelece que:

“Para a existência da contravenção, basta a ação ou omissão voluntária. Deve-se, todavia, ter em
conta o dolo ou a culpa, se a lei faz depender, de um ou de outra, qualquer efeito jurídico”.

De início, podemos perceber que a tipicidade da contravenção penal só ocorre se a ação ou


omissão praticada pelo agente for voluntária. Portanto, as condutas involuntárias são conside-
radas atípicas, a exemplo do ato reflexo ou da coação moral irresistível.
Por outro lado, a leitura da literalidade deste dispositivo, pode nos levar a inferir que, para
a incidência da contravenção penal, bastaria a existência voluntária da conduta, independente-
mente da aferição do dolo ou culpa do sujeito ativo.
Este dispositivo já foi objeto de inúmeras divergências doutrinárias. De início, a doutrina
apontava que, para a incidência de contravenção penal, bastava a ação ou omissão voluntária
do agente. De acordo com esta linha de entendimento, a presença do elemento anímico “dolo”
ou “culpa” não seria imprescindível. Este posicionamento doutrinário possibilitaria a incidência
de uma responsabilidade penal objetiva, o que não é admitida em nosso ordenamento jurídico.
A doutrina mais atual entende que a contravenção penal, enquanto espécie do gênero “con-
travenção penal” exige a presença do elemento anímico dolo ou culpa do agente para a sua
concretização. Desta forma, a ausência de qualquer destes elementos subjetivos acarreta a
atipicidade do fato.
Importante! As contravenções penais previstas no Decreto-Lei n. 3.688/1941 só ocorrerão
de forma dolosa, não se admitindo, assim, a culpa como elemento subjetivo.

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5. Inadmissibilidade da Tentativa nas Contravenções Penais (Art. 4º)


O art. 4º do Decreto-Lei n. 3.688/1941 estabelece que “Não é punível a tentativa de con-
travenção”.
Perceba que este artigo não prevê a impossibilidade de a contravenção penal ser cometida
de forma tentada. O que a lei nos informa é que esta tentativa não será objeto de punição pe-
nal, em razão de sua baixa potencialidade lesiva.
Em outras palavras, ainda que seja possível a tentativa de contravenção penal (nas hipóte-
ses de fato plurissubsistente, em que a conduta pode ser fracionada), esta será considerada
um irrelevante penal, não sendo objeto de punição.
Importante! A tentativa, nas contravenções penais, não será objeto de punição.

002. (UEG/PC – GO/DELEGADO/2018/ADAPTADA) A tentativa de contravenção é punida na


forma prevista pelo Código Penal.

O art. 4º da Lei das Contravenções Penais estabelece que “Não é punível a tentativa de contra-
venção”. Portanto, em razão de uma política criminal, o ordenamento jurídico brasileiro enten-
de que a tentativa de contravenção não seria objeto de punição penal em razão de sua baixa
potencialidade lesiva.
Errado.

6. Penas Aplicáveis às Contravenções Penais (Arts. 5º, 6º, 9º, 10 e 11)


O art. 5º do Decreto-Lei n. 3.688/1941 estabelece que “As penas principais são: I – prisão
simples. II – multa.”
Já o art. 6º do mesmo dispositivo legal possui a seguinte redação: “Art. 6º A pena de prisão
simples deve ser cumprida, sem rigor penitenciário, em estabelecimento especial ou seção
especial de prisão comum, em regime semiaberto ou aberto”.
Perceba que a prisão simples constitui uma pena privativa de liberdade aplicada nas hi-
póteses de cometimento de contravenção penal. Para esta espécie de infração penal não é
aplicável a pena de reclusão ou de detenção (aplicadas nos casos de crimes). Neste sentido,
o §1º do art. 6º estabelece que “O condenado a pena de prisão simples fica sempre separado
dos condenados a pena de reclusão ou de detenção”.

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As contravenções penais serão cumpridas em regime aberto ou semiaberto, não sendo


cabível, em nenhuma hipótese, o regime fechado!
De acordo com o art. 10 do Decreto-Lei n. 3.688/1941, a duração da pena de prisão simples
não poderá ultrapassar a 5 (cinco) anos.
Não é cabível a prisão preventiva em face das contravenções penais, já que estas só po-
dem ser decretadas em face de crimes, como podemos notar a partir da leitura dos arts. 312
do Código de Processo Penal, que assim dispõe:

“A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem econômica,
por conveniência da instrução criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver
prova da existência do crime e indício suficiente de autoria e de perigo gerado pelo estado de liber-
dade do imputado”. (grifo nosso)

Resumo sobre as penas aplicáveis em caso de contravenção penal:


1. As penas serão de prisão simples e multa, que poderão ser aplicadas de forma cumula-
tiva ou alternativa.
2. As contravenções penais não se submetem às penas de reclusão ou detenção.
3. As prisões simples, são cumpridas em regime semiaberto ou aberto. Logo, não é cabível
o regime fechado!
4. As prisões simples devem ser aplicadas sem rigor penitenciário
5. Deve haver separação obrigatória dos presos condenados em reclusão ou detenção.
6. O trabalho é facultativo, no caso de prisão de até 15 dias
7. As prisões simples terão o prazo máximo de 5 (cinco) anos.
8. Não é cabível a prisão preventiva em face das contravenções penais
De acordo com o art. 11 da Lei de Contravenções Penais:

“Desde que reunidas as condições legais, o juiz pode suspender por tempo não inferior a um ano
nem superior a três, a execução da pena de prisão simples, bem como conceder livramento condi-
cional”.

Portanto, além dos institutos despenalizadores previsto na Lei n. 9.099/1995, o Decreto-Lei


n. 3.688/1941 também admite a Suspensão condicional do processo e o livramento condi-
cional, desde que preenchidos os requisitos previstos, respectivamente, nos arts. 77 e 83 do
Código Penal.
Em relação à suspensão condicional do processo, é importante notar que, no caso das
contravenções penais, o prazo do sursis será de 1 (um) a 3 (três) anos, e não de 2 (dois) a 4
(quatro) anos, como previsto no Código Penal.
Além da prisão simples, também será cabível a pena de multa em caso de contravenções
penais. Deste modo, é possível concluirmos que a multa constitui em sanção penal de caráter
pecuniário imposta ao contraventor por meio de sentença penal condenatória.

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A multa poderá ser imposta de forma isolada ou cumulativamente à pena de prisão sim-
ples. O Decreto-Lei n. 3.688/1941 fixa os valores desta sanção em contos de réis, sistema
revogado com a entrada em vigor da Lei n. 7.209/1984.
Os tribunais superiores entendem que as regras para a aplicação da pena de multa. no
caso de contravenções penais. estão previstas no Código Penal o qual, em seu art. 49, prevê
que “A pena de multa consiste no pagamento ao fundo penitenciário da quantia fixada na sen-
tença e calculada em dias-multa. Será, no mínimo, de 10 (dez) e, no máximo, de 360 (trezentos
e sessenta) dias-multa”. Já o §1º do mesmo artigo estabelece que “O valor do dia-multa será
fixado pelo juiz não podendo ser inferior a um trigésimo do maior salário-mínimo mensal vigen-
te ao tempo do fato, nem superior a 5 (cinco) vezes esse salário”.
Por fim, importante destacarmos que a previsão contida no art. 9º da Lei das Contraven-
ções Penais prevê a possibilidade de conversão da pena de multa em prisão simples em caso
de descumprimento. Ocorre que esta previsão foi tacitamente revogada após a alteração do
art. 51 do Código Penal, que passou a vedar a conversão da pena de multa em prisão e estabe-
lecer que este tipo de sanção será considerada dívida de valor, aplicáveis as normas relativas
à dívida ativa da Fazenda Pública.
Importante! As contravenções penais serão puníveis com prisão simples e/ou multa.

003. (UEG/PC – GO/DELEGADO/2018/ADAPTADA) A pena de prisão simples não pode ser


cumprida em regime fechado, mesmo em caso de regressão de regime.

As contravenções penais não serão submetidas a regime fechado. Neste sentido, o caput do
art. 6º, do Decreto-Lei n. 3.688/1941, estabelece que “A pena de prisão simples deve ser cum-
prida, sem rigor penitenciário, em estabelecimento especial ou seção especial de prisão co-
mum, em regime semiaberto ou aberto”.
Certo.

7. Reincidência no Caso de Contravenções Penais (Art. 7º)


O art. 7º do Decreto-Lei n. 3.688/1941 regula os casos de reincidência no caso de contra-
venções penais, ao estabelecer que “Verifica-se a reincidência quando o agente pratica uma
contravenção depois de passar em julgado a sentença que o tenha condenado, no Brasil ou no
estrangeiro, por qualquer crime, ou, no Brasil, por motivo de contravenção”.
Lembre-se que só podemos falar em reincidência quando houver condenação definitiva,
com trânsito em julgado da sentença penal condenatória. Portanto, a simples investigação

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criminal ou o curso do processo penal, não constituem fatores aptos a gerar a reincidência
do agente.
Com base neste artigo, podemos concluir que:
• Condenação por Crime (dentro ou fora do país) + prática de outro Crime = gera reinci-
dência.
• Condenação por Crime (dentro ou fora do país) + prática de contravenção = gera reinci-
dência.
• Condenação por Contravenção (dentro do país) + prática de outra Contravenção = gera
reincidência.
• Condenação por Contravenção + prática de Crime = Não há Reincidência.

Podemos notar que o agente será considerado reincidente caso tenha sido definitivamente
condenado por crime, cometido dentro ou fora do país e, posteriormente, venha a praticar outro
crime ou contravenção penal.
Já no caso das contravenções penais, o agente só será considerado reincidente se ti-
ver sido condenado no Brasil e venha a praticar outra contravenção, no país. Portanto, não
gera reincidência a sentença penal estrangeira que condene determinada pessoa por contra-
venção penal.
Do mesmo modo, perceba que, pela leitura do art. 7º, não há reincidência quando o sujeito
é condenado definitivamente por contravenção penal e, posteriormente, comete algum crime.

004. (CESPE/PC – GO/ESCRIVÃO/2016/ADAPTADA) Se uma pessoa praticar vias de fato


contra alguém, sem que o fato constitua crime, ela terá cometido contravenção penal. En-
tretanto, segundo a Lei das Contravenções Penais, ela será considerada reincidente se tiver
cometido qualquer crime no Brasil, ainda que a sentença condenatória não tenha transitado
em julgado.

Para que a pessoa seja considerada reincidente é necessário que haja a condenação definitiva,
com sentença penal transitada em julgado.
Errado.

8. Ignorância ou Errada Compreensão da Lei (Art. 8º)


O art. 8º do Decreto-Lei n. 3.688/1941 estabelece que “No caso de ignorância ou de errada
compreensão da lei, quando escusáveis, a pena pode deixar de ser aplicada”.

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Este artigo prevê a possibilidade de perdão judicial nas hipóteses de erro de direito, quando
este for escusável. O erro de direito, por sua vez, poderá ser dividido entre ignorância acerca da
existência da lei ou errada compreensão desta.
No Código Penal, os casos de ignorância da lei são tratados como mera atenuante, pre-
vista no art. 65, II. Deste modo, no que diz respeito à ignorância sobre a existência da lei, o
Decreto-Lei n. 3.688/1941 (Lei das Contravenções Penais – LCP), é mais benéfico do que o
Código Penal.
Assim, nestes casos, prevalece o entendimento de que a pena poderá deixar de ser aplica-
da quando estivermos diante de um caso em que o agente pratica a contravenção penal por
ignorar a existência da lei, desde que esta ignorância seja escusável.
A maior parte da doutrina entende que o art. 8º da Lei de Contravenções Penais estaria ta-
citamente revogado no que concerne ao erro quanto à errada compreensão da lei. Isto porque
esta espécie de erro está regulada no art. 21 do Código Penal, que permite a isenção da pena.
Em síntese: Ignorância sobre a existência da lei – prevalece o art. 8º da Lei de Contraven-
ções Penais, por ser mais benéfico do que o Código Penal, ao prever o perdão judicial, e não a
mera atenuante da pena. Errada compreensão da lei, quando escusável – aplica-se o art. 21 do
Código Penal.

9. Efeitos da Condenação (Arts. 12)


O art. 12 do Decreto-Lei n. 3.688/1941 possui a seguinte redação:

Art. 12. As penas acessórias são a publicação da sentença e as seguintes interdições de direitos:
I – a incapacidade temporária para profissão ou atividade, cujo exercício dependa de habilitação
especial, licença ou autorização do poder público;
lI – a suspensão dos direitos políticos.
Parágrafo único. Incorrem:
a) na interdição sob n. I, por um mês a dois anos, o condenado por motivo de contravenção cometida
com abuso de profissão ou atividade ou com infração de dever a ela inerente;
b) na interdição sob n. II, o condenado a pena privativa de liberdade, enquanto dure a execução da
pena ou a aplicação da medida de segurança detentiva.

Perceba que este artigo menciona a “incapacidade temporária para profissão ou atividade”
e a “suspensão de direitos” como modalidades de penas acessórias à condenação por contra-
venções penais.
Para uma parcela da doutrina, este artigo estaria tacitamente revogado com a entrada em
vigor da Lei n. 7.209/1984 que, ao alterar a Parte Geral do Código Penal, extinguiu as penas
acessórias do seu ordenamento.
Por outro lado, há uma corrente de pensamento, a exemplo de Guilherme Nucci, que não
concorda com a revogação do art. 12 da lei de contravenções penais. De acordo com esta linha

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de pensamento, a expressão “penas acessórias” deve ser interpretada como “efeitos da con-
denação”. Com base em tal raciocínio, a condenação definitiva por contravenção penal teria os
seguintes efeitos:
1. Incapacidade temporária para profissão ou atividade cujo exercício dependa de habilita-
ção especial, licença ou autorização do poder público: esta interdição de direitos ocorreria pelo
prazo de um mês a dois anos e se aplicaria na hipótese de o condenado praticar a contraven-
ção penal com abuso de profissão ou atividade ou com infração de dever a ela inerente.
2. Suspensão dos direitos políticos: este efeito da condenação consiste em uma restrição
de direitos ao condenado a pena privativa de liberdade, enquanto dure a execução da pena ou
a aplicação da medida de segurança detentiva.

10. Aplicação de Medidas de Segurança no Caso de Cometimento das


Contravenções Penais (Art. 13, 14 e 16)
O art. 13 do Decreto-Lei n. 3.688/1941 estabelece que “Aplicam-se, por motivo de contra-
venção, as medidas de segurança estabelecidas no Código Penal, à exceção do exílio local”.
Deste modo, as medidas de segurança, como internação e tratamento ambulatorial, pode-
rão ser aplicáveis aos casos de contravenção penal por meio de sentença penal.
O art. 16 da Lei de Contravenções Penais prevê que o prazo mínimo de internação ambulato-
rial será de 06 (seis) meses. A doutrina majoritária vem entendendo que, em razão do princípio
da especialidade e da aplicação da lei mais benéfica, este prazo continua em vigor, em razão.
Portanto, o prazo mínimo para aplicação das medidas de segurança em caso de contra-
venções penais, será de 06 (seis) meses. Já no caso de cometimento de crimes, este prazo
mínimo será de 1 (um) a 3 (três) anos, como prevê o art. 97, §1º do Código Penal.
Porém, a reforma da parte geral do Código Penal acarretou a revogação tácita do art. 14
da mesma lei, que prevê hipóteses de presunção de periculosidade, de determinados sujeitos.

11. Revogação do Art. 15 da Lei de Contravenções Penais


O art. 15 do Decreto-Lei n. 3.688/1941 estabelece que:

Art. 15. São internados em colônia agrícola ou em instituto de trabalho, de reeducação ou de ensino
profissional, pelo prazo mínimo de um ano:
I – o condenado por vadiagem (art. 59);
II – o condenado por mendicância (art. 60 e seu parágrafo);

Este artigo encontra-se revogado tacitamente por alguns motivos. Primeiramente, é inte-
ressante observar que sua previsão traz o sistema do duplo binário (também chamado de
sistema da dupla via), no qual era aplicável, ao semi-imputável, a pena privativa de liberdade e,
posteriormente, a medida de segurança, caso se averiguasse a continuação da periculosidade

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do sujeito. Ocorre que este tipo de sistema não é mais admitido, após a reforma da Parte Geral
do Código Penal brasileiro.
Atualmente, a maior parte da doutrina entende que Direito Penal adotou o sistema vicarian-
te ou unitário, no qual o semi-imputável se submeterá, alternativamente, à pena (reduzida de
um a dois terços) ou à medida de segurança, não sendo possível a aplicação cumulativa.
Importante destacar que a contravenção penal por mendicância foi abolida do ordenamen-
to jurídico após a entrada em vigor da Lei n. 11.983/2009 que revogou o art. 60 do Decreto-Lei
n. 3.688/1941.

12. Ação Penal (Art. 17)


O art. 17 do Decreto-Lei n. 3.688/1941 estabelece que “A ação penal é pública, devendo a
autoridade proceder de ofício”.
Importante! Nas contravenções penais, a ação penal será pública incondicionada.

005. (UEG/PC – GO/DELEGADO DE POLÍCIA/2018/ADAPTADA) Sobre as contravenções pe-


nais previstas no Decreto-Lei n. 3.688, de 3 de outubro de 1941, verifica-se que admitem ação
penal privada.

As contravenções penais são infrações penais de menor potencial ofensivo de ação penal pú-
blica incondicionada, conforme estabelece o art. 17 do Decreto-Lei n. 3.688/1941.
Errado.

13. Das contravenções Penais em Espécie


As contravenções penais em espécie se dividem em:
• Contravenções referentes à pessoa
• Contravenções referentes ao patrimônio
• Contravenções referentes à incolumidade pública
• Contravenções referentes à paz pública
• Contravenções referentes à fé pública
• Contravenções relativas à organização do trabalho
• Contravenções relativas à polícia de costumes
• Contravenções referentes à administração pública

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13.1. Das Contravenções Referentes à Pessoa:


As contravenções referentes à pessoa estão previstas nos arts. 18 a 23 do Decreto-Lei n.
3.688/1941.
a) O art. 18 prevê a contravenção de “Fabricar, importar, exportar, ter em depósito ou ven-
der, sem permissão da autoridade, arma ou munição”: Em relação a esta infração, é importante
destacarmos que as condutas descritas no art. 18 foram revogadas pela Lei n. 10.826/2013
quando o objeto material do delito for arma de fogo e munições. Deste modo, as condutas li-
gadas à fabricação, importação, exportação, venda ou depósito destes instrumentos constitui
crime, previsto no Estatuto do desarmamento. Contudo, parte da doutrina entende que o art.
18 da lei de Contravenções Penais continua a ser aplicado quando as condutas descritas se
recaírem sobre as chamadas “armas brancas”.
O art. 18 constitui em infração comum, que pode ser praticada por qualquer sujeito ativo.
Possui o dolo como elemento subjetivo (assim como todas as demais contravenções penais).
b) O art. 19 prevê a contravenção penal na conduta de “Trazer consigo arma fora de casa
ou de dependência desta, sem licença da autoridade”. Assim como ocorre com o art. 18, acima
citado, as condutas descritas no art. 19 foram revogadas pela Lei n. 10.826/2013´, quando o
objeto material do delito for arma de fogo e munições, passando a constituir crime previsto no
estatuto do desarmamento se o objeto material da infração for arma de fogo e/ou munições.
A maior parte da doutrina entende que esta previsão não se amolda à conduta de “trazer
consigo” arma branca fora de casa, já que não há previsão legal que exija licença para o porte
deste tipo de arma. Para esta corrente, estamos diante de um fato atípico.
c) O art. 20 prevê a contravenção penal na conduta de “Anunciar processo, substância ou
objeto destinado a provocar aborto”.
Este artigo estabelece uma infração comum, que pode ser praticada por qualquer sujei-
to ativo. Possui o dolo como elemento subjetivo (assim como todas as demais contraven-
ções penais).
d) O art. 21 prevê contravenção penal na conduta de “Praticar vias de fato contra alguém”.
Este artigo prevê uma hipótese de aumento de pena de 1/3 (um terço) até a metade se a vítima
for maior de 60 (sessenta) anos.
Assim como as demais contravenções penais, o art. 21 prevê o dolo como elemento subje-
tivo da conduta. A conduta, por sua vez, poderá ser praticada por qualquer pessoa, consistindo,
assim, em infração comum, que não exige uma qualidade especial do agente.
Lembre-se que se as vias de fato forem praticadas contra mulher, em âmbito doméstico
ou familiar, não será possível a aplicação dos institutos despenalizadores previstos na Lei n.
9.099/1995.

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e) O art. 22 prevê contravenção penal na conduta consistente em “Receber em estabele-


cimento psiquiátrico, e nele internar, sem as formalidades legais, pessoa apresentada como
doente mental”.
Esta contravenção constitui em norma penal em branco, dependendo da complementação
de outros dispositivos legais que disponham sobre as regras a serem aplicadas para a interna-
ção psiquiátrica de indivíduos.
Há entendimento doutrinário no sentido de que esta conduta se amoldaria ao crime de
cárcere privado, previsto no art. 148, §1º, II do CP, que prevê a pena de reclusão de 2 (dois) a
5 (cinco) anos para aquele que “Privar alguém de sua liberdade, mediante sequestro ou cár-
cere privado, quando o crime é praticado mediante internação da vítima em casa de saúde ou
hospital”.
O §1º do art. 22 prevê uma modalidade equiparada à contravenção penal descrita no caput
ao dispor que “Aplica-se a mesma pena a quem deixa de comunicar a autoridade competen-
te, no prazo legal, internação que tenha admitido, por motivo de urgência, sem as formalida-
des legais.”
Já o §2º do art. 22 prevê uma figura qualificada à contravenção penal descrita no caput ao
dispor que “Incorre na pena de prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa de qui-
nhentos mil réis a cinco contos de réis, aquele que, sem observar as prescrições legais, deixa
retirar-se ou despede de estabelecimento psiquiátrico pessoa nele, internada”.
f) O art. 23 prevê a última modalidade de contravenção penal referente à pessoa, consis-
tente na conduta de “Receber e ter sob custódia doente mental, fora do caso previsto no artigo
anterior, sem autorização de quem de direito”.
Assim como as demais contravenções penais, o art. 23 prevê o dolo como elemento subje-
tivo da conduta. A conduta, por sua vez, poderá ser praticada por qualquer pessoa, consistindo,
assim, em infração comum, que não exige uma qualidade especial do agente.

13.2. Das Contravenções Penais Referentes ao Patrimônio


As contravenções referentes ao patrimônio estão previstas nos arts. 24 a 26 do Decreto-Lei
n. 3.688/1941.
a) Art. 24: O art. 24 prevê, como contravenção penal, a conduta consistente em “Fabricar,
ceder ou vender gazua ou instrumento empregado usualmente na prática de crime de furto”
Este tipo penal busca tutelar a segurança pública e o patrimônio tendo, a “gazua ou outro
instrumento empregado na prática de crime de furto” como objeto material. Qualquer pessoa
poderá ser sujeito ativo desta infração, consistindo, assim, em contravenção penal comum,
que não exige uma qualidade especial do sujeito ativo. Assim como ocorre com as demais
modalidades de contravenções penais, a conduta descrita no art. 24 só poderá ser praticada
de forma dolosa.

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b) O art. 25 da Lei das Contravenções Penais possui a seguinte redação: “Ter alguém em
seu poder, depois de condenado, por crime de furto ou roubo, ou enquanto sujeito à liberdade
vigiada ou quando conhecido como vadio ou mendigo, gazuas, chaves falsas ou alteradas
ou instrumentos empregados usualmente na prática de crime de furto, desde que não prove
destinação legítima”. De acordo com o STF, este artigo não foi recepcionado pela Constituição
Federal de 1988, por possuir natureza discriminatória, violando os princípios da dignidade da
pessoa humana e da isonomia.

JURISPRUDÊNCIA
No mérito, o Tribunal, por unanimidade e nos termos do voto do Relator, deu provimento
ao recurso extraordinário por reconhecer, no acórdão recorrido, a violação dos princípios
constitucionais da dignidade da pessoa humana e da isonomia, previstos nos artigos 1º,
inciso III; e 5º, caput e inciso I, da CF, ante a não recepção do artigo 25 do Decreto-Lei
n. 3.688/1941 (Lei das Contravenções Penais) pela Constituição Federal de 1988, e, em
consequência, absolver o recorrente, nos termos do artigo 386, inciso III, do Código de
Processo Penal. Votou o Presidente, Ministro Joaquim Barbosa. (STF – RE 583523/RS).

c) O art. 26 prevê, como contravenção penal, a conduta consistente em “Abrir alguém, no


exercício de profissão de serralheiro ou oficio análogo, a pedido ou por incumbência de pessoa
de cuja legitimidade não se tenha certificado previamente, fechadura ou qualquer outro apare-
lho destinado à defesa de lugar nu objeto”.
Este tipo penal busca tutelar a segurança pública e o patrimônio do proprietário ou possui-
dor do local violado. O objeto material será a fechadura ou qualquer outro aparelho
destinado à defesa do lugar. O sujeito passivo será o proprietário ou possuidor do local
violado. Qualquer pessoa poderá ser sujeito ativo desta infração, consistindo, assim, em con-
travenção penal comum, que não exige uma qualidade especial do sujeito ativo. Assim como
ocorre com as demais modalidades de contravenções penais, a conduta descrita no art. 26 só
poderá ser praticada de forma dolosa.

13.3. Das Contravenções Penais Referentes à Incolumidade Pública


As contravenções referentes à incolumidade pública estão previstas nos arts. 28 a 38 do
Decreto-Lei n. 3.688/1941.
a) Art. 28, caput: Após a entrada em vigor da Lei n. 9.437/1997, posteriormente revogada
pela Lei n. 10.826/2003, a conduta consistente em “Disparar arma de fogo em lugar habitado
ou em suas adjacências, em via pública ou em direção a ela” deixou de ser contravenção penal
para tornar-se crime, previsto, atualmente, no art. 15 do Estatuto do Desarmamento.

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Por outro lado, parte da doutrina entende que o parágrafo único do art. 28 continua em
vigor, configurando contravenção penal a conduta de. “em lugar habitado ou em suas adjacên-
cias, em via pública ou em direção a ela, sem licença da autoridade, causa deflagração perigo-
sa, queima fogo de artifício ou solta balão aceso”. Neste caso, não há menção à arma de fogo
ou munição, não sendo, assim, objeto tipificado pelo Estatuto do Desarmamento.
b) O art. 29 prevê, como contravenção penal, a conduta consistente em “Provocar o desa-
bamento de construção ou, por erro no projeto ou na execução, dar-lhe causa”.
Este tipo penal busca tutelar a incolumidade pública. O objeto material é a construção. O
sujeito passivo será a coletividade. Qualquer pessoa poderá ser sujeito ativo desta infração,
consistindo, assim, em contravenção penal comum, que não exige uma qualidade especial do
agente. Assim como ocorre com as demais modalidades de contravenções penais, a conduta
descrita no art. 29 só poderá ser praticada de forma dolosa.
Se o desabamento da construção vier a causar lesão corporal ou morte de alguém, a con-
travenção penal será absorvida pelos crimes previstos no arts. 129 ou 121 do Código Penal.
Esta contravenção penal se diferencia do crime de desabamento ou desmoronamento, pre-
visto no art. 256 do Código Penal. Deste modo, se o desabamento expuser uma generalidade
de pessoas à perigo comum, estaremos diante de um crime, e não de uma contravenção penal.
c) O art. 30 prevê, como contravenção penal, a conduta consistente em “Omitir alguém a
providência reclamada pelo Estado ruinoso de construção que lhe pertence ou cuja conserva-
ção lhe incumbe”.
Este tipo penal busca tutelar a incolumidade pública. O objeto material é a construção em
estado ruinoso. Lembrando que, para incidência desta infração, é necessário que o agente te-
nha ciência do estado ruinoso da construção. O sujeito passivo será a coletividade. Qualquer
pessoa poderá ser sujeito ativo desta infração, consistindo, assim, em contravenção penal
comum, que não exige uma qualidade especial do agente. Assim como ocorre com as demais
modalidades de contravenções penais, a conduta descrita no art. 30 só poderá ser praticada
de forma dolosa.
d) O art. 31 prevê, como contravenção penal, a conduta consistente em “Deixar em liber-
dade, confiar à guarda de pessoa inexperiente, ou não guardar com a devida cautela animal
perigoso”.
Este tipo penal busca tutelar a incolumidade pública. O objeto material é o animal perigoso.
O sujeito passivo será a coletividade e, de forma secundária, a pessoa eventualmente exposta
a perigo de dano. Qualquer pessoa poderá ser sujeito ativo desta infração, consistindo, assim,
em contravenção penal comum, que não exige uma qualidade especial do agente. Assim como
ocorre com as demais modalidades de contravenções penais, a conduta descrita no art. 31 só
poderá ser praticada de forma dolosa.
Se a conduta vier a causar lesão corporal a alguém, a contravenção penal será absorvida
pelo crime previsto no art. 129 do Código Penal.

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O parágrafo único do art. 30 prevê as figuras equiparadas à do caput, ao estabelecer que


“Incorre na mesma pena quem: a) na via pública, abandona animal de tiro, carga ou corrida, ou
o confia à pessoa inexperiente; b) excita ou irrita animal, expondo a perigo a segurança alheia;
c) conduz animal, na via pública, pondo em perigo a segurança alheia”.
e) O art. 32 prevê, como contravenção penal, a conduta consistente em “Dirigir, sem a devi-
da habilitação, veículo na via pública, ou embarcação a motor em águas públicas”.
Este tipo penal busca tutelar a coletividade. O objeto material é embarcação a motor. O
sujeito passivo será a coletividade e, de forma secundária, a pessoa eventualmente exposta a
perigo de dano. Qualquer pessoa poderá ser sujeito ativo desta infração, consistindo, assim,
em contravenção penal comum, que não exige uma qualidade especial do agente. Assim como
ocorre com as demais modalidades de contravenções penais, a conduta descrita no art. 32 só
poderá ser praticada de forma dolosa.
O art. 309 do Código de Trânsito Brasileiro tipifica a conduta de “Dirigir veículo automotor,
em via pública, sem a devida Permissão para Dirigir ou Habilitação ou, ainda, se cassado o
direito de dirigir, gerando perigo de dano”. Discute-se se esta norma derrogou a Lei de Con-
travenções Penais no que concerne à conduta de dirigir veículo, na via pública, sem a devida
habilitação. O STF entende que o CTB regula a condução de veículo terrestre por pessoa sem
habilitação, prevendo que o ato poderá configurar infração administrativa ou crime (art. 309),
caso haja perigo de dano. Com base neste raciocínio, o art. 32 da Lei de Contravenções só se
aplicaria no caso de condução, em habilitação, de embarcação a motor em águas públicas.

JURISPRUDÊNCIA
Súmula 720 do STF: O art. 309 do Código de Trânsito Brasileiro, que reclama decorra do
fato perigo de dano, derrogou o art. 32 da Lei das Contravenções Penais no tocante à dire-
ção sem habilitação em vias terrestres.

Por fim, perceba que esta contravenção penal só será aplicável caso a condução da embar-
cação, sem habilitação, ocorra em águas públicas.
f) O art. 33 prevê, como contravenção penal, a conduta consistente em “Dirigir aeronave
sem estar devidamente licenciado”.
Este tipo penal busca tutelar a incolumidade pública. O objeto material é a aeronave. O
sujeito passivo será a coletividade. Qualquer pessoa poderá ser sujeito ativo desta infração,
consistindo, assim, em contravenção penal comum, que não exige uma qualidade especial do
agente. Assim como ocorre com as demais modalidades de contravenções penais, a conduta
descrita no art. 33 só poderá ser praticada de forma dolosa.
Trata-se de uma norma penal em branco, que precisa se complementado por outras nor-
mas que regulem sobre o licenciamento e demais regras para a condução de aeronaves.

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Se a condução da aeronave vier a causar perigo à vida de alguém, haverá incidência do


crime previsto no art. 132 do Código Penal, que possui a seguinte redação: “Expor a vida ou a
saúde de outrem a perigo direto e iminente”.
g) O art. 34 prevê, como contravenção penal, a conduta consistente em “Dirigir veículos na
via pública, ou embarcações em águas públicas, pondo em perigo a segurança alheia”.
De acordo com o STF, a direção perigosa de veículo automotor deixou de ser contravenção
penal para tornar-se crime, previsto no CTB (nos arts. 306, que trata da embriaguez ao volante,
309, que criminaliza a prática do “racha”, ou 311, que tipifica o excesso de velocidade). Deste
modo, houve uma derrogação do art. 34 da Lei de Contravenções Penais, que só poderá ser
aplicado nos casos de direção perigosa em águas públicas.
Este tipo penal busca tutelar a incolumidade pública. O objeto material é o veículo ou em-
barcação. O sujeito passivo será a coletividade. Qualquer pessoa poderá ser sujeito ativo desta
infração, consistindo, assim, em contravenção penal comum, que não exige uma qualidade
especial do agente. Assim como ocorre com as demais modalidades de contravenções penais,
a conduta descrita no art. 34 só poderá ser praticada de forma dolosa.
h) O art. 35 prevê, como contravenção penal, a conduta consistente em “Entregar-se na
prática da aviação, a acrobacias ou a voos baixos, fora da zona em que a lei o permite, ou fazer
descer a aeronave fora dos lugares destinados a esse fim”.
Este tipo penal busca tutelar a incolumidade pública. O objeto material é a aeronave. O
sujeito passivo será a coletividade. Qualquer pessoa poderá ser sujeito ativo desta infração,
consistindo, assim, em contravenção penal comum, que não exige uma qualidade especial do
agente. Assim como ocorre com as demais modalidades de contravenções penais, a conduta
descrita no art. 35 só poderá ser praticada de forma dolosa.
Trata-se de uma norma penal em branco, que precisa do complemento de normas que re-
gulem os locais permitidos para a realização de acrobacias e voos baixos.
i) O art. 36 prevê, como contravenção penal, a conduta consistente em “Deixar do colocar
na via pública, sinal ou obstáculo, determinado em lei ou pela autoridade e destinado a evitar
perigo a transeuntes”
Este tipo penal busca tutelar a incolumidade pública. O objeto material é o sinal ou obstá-
culo. O sujeito passivo serão os transeuntes. Apenas a pessoa que tem o dever de colocar o si-
nal ou obstáculo poderá ser sujeito ativo desta infração, consistindo, assim, em contravenção
penal própria, que exige uma qualidade especial do agente. Assim como ocorre com as demais
modalidades de contravenções penais, a conduta descrita no art. 36 só poderá ser praticada
de forma dolosa.
Trata-se de uma norma penal em branco, que precisa do complemento sobre quais são os
sinais ou obstáculos que devem ser colocados em vias públicas.
O parágrafo único do art. 36 traz as figuras equiparadas ao prever que Parágrafo único.
Incorre na mesma pena quem: a) apaga sinal luminoso, destrói ou remove sinal de outra natu-

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reza ou obstáculo destinado a evitar perigo a transeuntes; b) remove qualquer outro sinal de
serviço público. Nestes casos, qualquer pessoa poderá praticar as condutas descritas, tratan-
do-se, assim, de infração penal comum, que não exige uma qualidade especial do agente.
j) O art. 37 prevê, como contravenção penal, a conduta consistente em “Arremessar ou der-
ramar em via pública, ou em lugar de uso comum, ou do uso alheio, coisa que possa ofender,
sujar ou molestar alguém”.
Caso a conduta descrita nesta norma cause algum resultado lesivo, poderá haver incidên-
cia de crimes como dano, injuria real, lesão corporal etc.
Este tipo penal busca tutelar a incolumidade pública. O objeto material seria qualquer coisa
arremessada ou derramada no intuito de ofender, sujar ou molestar alguém. O sujeito passivo
é a coletividade. Qualquer pessoa poderá ser sujeito ativo desta contravenção penal, consistin-
do, assim, em infração comum, que não exige uma qualidade especial do agente. Assim como
ocorre com as demais modalidades de contravenções penais, a conduta descrita no art. 37 só
poderá ser praticada de forma dolosa.
O parágrafo único do art. 37 prevê uma figura equiparada à contravenção prevista no caput
ao dispor que “Na mesma pena incorre aquele que, sem as devidas cautelas, coloca ou deixa
suspensa coisa que, caindo em via pública ou em lugar de uso comum ou de uso alheio, possa
ofender, sujar ou molestar alguém”.
k) O art. 38 prevê, como contravenção penal, a conduta consistente em “Provocar, abusiva-
mente, emissão de fumaça, vapor ou gás, que possa ofender ou molestar alguém”.
Este tipo penal busca tutelar a incolumidade pública. O objeto material é a fumaça, vapor
ou gás. O sujeito passivo é a coletividade. Qualquer pessoa poderá ser sujeito ativo desta
contravenção penal, consistindo, assim, em infração comum, que não exige uma qualidade
especial do agente. Assim como ocorre com as demais modalidades de contravenções penais,
a conduta descrita no art. 38 só poderá ser praticada de forma dolosa.
Se a conduta causar a morte de alguém, haverá incidência do crime de homicídio, previsto
no art. 121 do Código Penal. Do mesmo modo, se a ação causar lesão corporal, estaremos
diante do crime previsto no art. 129 do CP.

13.4. Das Contravenções Penais Referentes à Paz Pública


A Lei n. 14.197/2021 revogou o art. 39 da Lei de Contravenções Penais. Deste modo, as
contravenções referentes à incolumidade pública estão previstas nos arts. 40 a 42 do Decreto-
-Lei n. 3.688/1941.
a) O art. 40 prevê, como contravenção penal, a conduta consistente em “Provocar tumulto
ou portar-se de modo inconveniente ou desrespeitoso, em solenidade ou ato oficial, em assem-
bleia ou espetáculo público, se o fato não constitui infração penal mais grave”.
Este artigo busca tutelar a tranquilidade pública. O objeto material é a solenidade ou ato
oficial. O sujeito passivo é a coletividade. Qualquer pessoa poderá ser sujeito ativo desta con-

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travenção penal, consistindo, assim, em infração comum, que não exige uma qualidade espe-
cial do agente. Assim como ocorre com as demais modalidades de contravenções penais, a
conduta descrita no art. 40 só poderá ser praticada de forma dolosa.
b) O art. 41 prevê, como contravenção penal, a conduta consistente em “Provocar alarma,
anunciando desastre ou perigo inexistente, ou praticar qualquer ato capaz de produzir pânico
ou tumulto”.
Este artigo busca tutelar a paz e tranquilidade pública. O objeto material é o pânico ou
tumulto. O sujeito passivo é a coletividade. Qualquer pessoa poderá ser sujeito ativo desta
contravenção penal, consistindo, assim, em infração comum, que não exige uma qualidade
especial do agente. Assim como ocorre com as demais modalidades de contravenções penais,
a conduta descrita no art. 41 só poderá ser praticada de forma dolosa.
c) O art. 42 prevê, como contravenção penal, a conduta consistente em “Perturbar alguém
o trabalho ou o sossego alheios: I – com gritaria ou algazarra; II – exercendo profissão incô-
moda ou ruidosa, em desacordo com as prescrições legais; III – abusando de instrumentos
sonoros ou sinais acústicos; IV – provocando ou não procurando impedir barulho produzido
por animal de que tem a guarda”.
No que se refere às contravenções penais em espécie, este é o artigo que mais costuma
cair em provas.
Para a doutrina, esta contravenção penal ocorre quando a paz e o sossego de mais de uma
pessoa é atingido pela conduta do agente.
Trata-se de uma norma penal em branco, sendo necessária a averiguação de atos normati-
vos municipais, a existência de autorização ou licença para a instalação do estabelecimento e
a emissão do barulho, os limites de decibéis toleráveis etc.
Este artigo incide, por exemplo, quando o som emitido por bares, boates ou festas particu-
lares perturbam o sossego alheios, quando a instalação de mudança ou obras não respeitam
as regras municipais, condominiais e de convivência etc.
Este artigo busca tutelar a paz e tranquilidade pública. O objeto material é a paz e o sosse-
go alheios. O sujeito passivo é a coletividade. Qualquer pessoa poderá ser sujeito ativo desta
contravenção penal, consistindo, assim, em infração comum, que não exige uma qualidade
especial do agente. Assim como ocorre com as demais modalidades de contravenções penais,
a conduta descrita no art. 42 só poderá ser praticada de forma dolosa.

006. (PM – MT/SARGENTO DE POLÍCIA MILITAR/2021/ADAPTADA) A perturbação do tra-


balho ou sossego alheios, por meio de gritaria, algazarra, ou abusando de instrumentos mu-
sicais ou sinais acústicos, nos termos da legislação brasileira, é conduta enquadrada como
crime relativo à polícia de costumes.

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A conduta de “Perturbar alguém o trabalho ou o sossego alheio por meio de gritaria, algazarra,
ou abusando de instrumentos musicais ou sinais acústicos” constitui contravenção penal refe-
rente à paz pública, prevista no art. 42, I e III do Decreto-Lei n. 3.688/1941.
Neste caso, a pena será de prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa.
Errado.

13.5. Das Contravenções Penais Referentes à Fé Pública


As contravenções referentes à fé pública estão previstas nos arts. 43 a 46 do Decreto-
-Lei n. 3.688/1941.
a) O art. 43 prevê, como contravenção penal, a conduta consistente em “Recusar-se a rece-
ber, pelo seu valor, moeda de curso legal no país”.
Este artigo busca tutelar a fé pública e as relações econômicas. O objeto material é a mo-
eda em curso legal no país. O sujeito passivo é o Estado. Qualquer pessoa poderá ser sujeito
ativo desta contravenção penal, consistindo, assim, em infração comum, que não exige uma
qualidade especial do agente. Assim como ocorre com as demais modalidades de contraven-
ções penais, a conduta descrita no art. 43 só poderá ser praticada de forma dolosa.
Perceba que a contravenção penal consiste na recusa a moeda de curso legal no país, por-
tanto, os estabelecimentos não são obrigados a aceitar moeda estrangeira. Do mesmo modo,
não há contravenção penal na recusa ao recebimento de cheques já que estes não são consi-
derados “moeda de curso legal no país”.
Não há incidência de contravenção penal se a recusa em receber a moeda for legítima. Um
exemplo de recusa legítima ocorre quando houver suspeita de falsidade ou quando referida
moeda não estiver de acordo com os padrões admitidos pela casa da moeda (quando houver
rasgos, por exemplo).
b) O art. 44 prevê, como contravenção penal, a conduta consistente em “Usar, como propa-
ganda, de impresso ou objeto que pessoa inexperiente ou rústica possa confundir com moeda”.
Neste caso específico a moeda poderá ser nacional ou estrangeira. Este artigo busca tute-
lar a fé pública. O objeto material é o impresso ou objeto que possa ser confundido com mo-
eda. O sujeito passivo é o Estado. Qualquer pessoa poderá ser sujeito ativo desta contraven-
ção penal, consistindo, assim, em infração comum, que não exige uma qualidade especial do
agente. Assim como ocorre com as demais modalidades de contravenções penais, a conduta
descrita no art. 43 só poderá ser praticada de forma dolosa.
Perceba que esta contravenção penal não se confunde com o crime de falsificação de
moeda, previsto no art. 289 do CP e nem com o crime de falsificação grosseira de moeda, con-
siderado, pelo STJ, como estelionato (art. 171 do CP).

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JURISPRUDÊNCIA
Súmula 73 do STJ: A utilização de papel moeda grosseiramente falsificado configura, em
tese, o crime de estelionato, da competência da justiça estadual.

c) O art. 45 prevê, como contravenção penal, a conduta consistente em “Fingir-se funcio-


nário público”.
Este artigo busca tutelar a fé pública. O objeto material é o cargo, emprego ou função pú-
blica. O sujeito passivo é o Estado. Qualquer pessoa poderá ser sujeito ativo desta contraven-
ção penal, consistindo, assim, em infração comum, que não exige uma qualidade especial do
agente. Assim como ocorre com as demais modalidades de contravenções penais, a conduta
descrita no art. 45 só poderá ser praticada de forma dolosa.
Incorrerá em crime, previsto no art. 324 do Código Penal, o agente que pratique as condu-
tas de “Entrar no exercício de função pública antes de satisfeitas as exigências legais, ou con-
tinuar a exercê-la, sem autorização, depois de saber oficialmente que foi exonerado, removido,
substituído ou suspenso”.
Do mesmo modo, a contravenção penal do art. 44 não pode ser confundida com o crime de
“usurpação de função pública”, previsto no art. 328 do CP. De acordo com a doutrina, no crime
previsto no art. 328 do CP, o sujeito ativo exerce a função pública, sem ser funcionário público.
Já na hipótese descrita no art. 45 da Lei de Contravenções Penais, o agente apenas finge ser
funcionário público (ou veste-se como tal), sem praticar nenhuma atividade inerente ao cargo
ou função.
Caso o agente pratique a conduta descrita no art. 45 com a intenção de obter, para si ou
para outrem, vantagem indevida, incorrerá no crime de estelionato, previsto no art. 171 do Có-
digo Penal.
d) O art. 46 prevê, como contravenção penal, a conduta consistente em “Usar, publicamen-
te, de uniforme, ou distintivo de função pública que não exerce; usar, indevidamente, de sinal,
distintivo ou denominação cujo emprego seja regulado por lei”.
Este artigo busca tutelar a fé pública. O objeto material é uniforme, distintivo, sinal ou deno-
minação. O sujeito passivo é o Estado. Qualquer pessoa poderá ser sujeito ativo desta contra-
venção penal, consistindo, assim, em infração comum, que não exige uma qualidade especial
do agente. Assim como ocorre com as demais modalidades de contravenções penais, a con-
duta descrita no art. 46 só poderá ser praticada de forma dolosa.
Importante sabermos que o art. 46 está parcialmente revogado em relação à conduta de
“usar, publicamente, distintivo de função pública”, já que esta passou a figurar como crime de
falsificação de selo ou sinal público, previsto no art. 296, §1º, III do Código Penal, que possui
a seguinte redação “quem altera, falsifica ou faz uso indevido de marcas, logotipos, siglas ou
quaisquer outros símbolos utilizados ou identificadores de órgãos ou entidades da Adminis-
tração Pública” (grifo nosso).

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Incorrerá em crime militar, o agente que faça uso de uniforme, insígnia ou distintivo militar,
como aponta o art. 172 do CPM.

Ainda que os uniformes ou distintivos utilizados pelo sujeito ativo sejam pertencentes à fun-
ção pública federal, a Justiça Federal não será competente para julgar o caso já que, como
vimos, esta Justiça não processa contravenções penais, em respeito ao art. 109, IV da CF e a
Súmula 38 do STJ.

JURISPRUDÊNCIA
Súmula 38 do STJ: Compete a Justiça Estadual Comum, na vigência da constituição de
1988, o processo por contravenção penal, ainda que praticada em detrimento de bens,
serviços ou interesse da união ou de suas entidades.

13.5. Das Contravenções Penais Referentes à Organização do


Trabalho
As contravenções referentes à Organização do Trabalho estão previstas nos arts. 47 a 49
do Decreto-Lei n. 3.688/1941.
a) O art. 47 prevê, como contravenção penal, a conduta consistente em “Exercer profissão
ou atividade econômica ou anunciar que a exerce, sem preencher as condições a que por lei
está subordinado o seu exercício”
Esta conduta só constitui contravenção penal caso a profissão ou atividade exercida sejam
regulamentadas em lei, do contrário o fato será atípico. Trata-se, assim, de uma norma penal
em branco.
O exercício da advocacia sem observância das condições estabelecidas pelo Estatuto da
Ordem dos Advogados do Brasil constitui contravenção penal, nos termos do art. 47 do Decre-
to-Lei n. 3.688/1941.
Por outro lado, o exercício ilegal da profissão de médico, dentista ou farmacêutico configu-
ra crime, previsto no art. 282 do Código Penal. Perceba que este artigo não faz menção à pro-
fissão de enfermagem. Logo, o exercício desta profissão sem o preenchimento dos requisitos
legais não constitui crime e sim contravenção penal, nos termos do art. 47 do Decreto-Lei n.
3.688/1941.
Caso o agente exerça a atividade na qual está suspenso ou impedido por decisão judicial,
incorrerá no crime de “Desobediência a decisão judicial sobre perda ou suspensão de direito”,
previsto no art. 359 do Código Penal. Da mesma forma, se este agente exercer atividade na
qual está suspenso ou impedido em virtude de decisão administrativa, incorrerá no crime pre-
visto no art. 205 do CP.

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Há entendimentos doutrinários no sentido de que o verbo “exercer” pressupõe habitualida-


de. De acordo com este raciocínio, não há contravenção penal se o exercício da profissão ou
atividade econômica não ocorrer de forma habitual.
Este artigo busca tutelar a organização do trabalho e o interesse social. O objeto mate-
rial é a profissão ou atividade exercida ou anunciada. O sujeito passivo é o Estado. Qualquer
pessoa poderá ser sujeito ativo desta contravenção penal, consistindo, assim, em infração
comum, que não exige uma qualidade especial do agente. Assim como ocorre com as demais
modalidades de contravenções penais, a conduta descrita no art. 47 só poderá ser praticada
de forma dolosa.
b) O art. 48 prevê, como contravenção penal, a conduta consistente em “Exercer, sem ob-
servância das prescrições legais, comércio de antiguidades, de obras de arte, ou de manuscri-
tos e livros antigos ou raros:”
O verbo “exercer” pressupõe habitualidade. Portanto, não há contravenção penal se o exer-
cício do comércio de antiguidades, obras de arte ou manuscritos não ocorrer de forma habitual.
Este artigo busca tutelar a organização do trabalho e o comércio de antiguidades, obras
de artes e manuscritos. O sujeito passivo é o Estado. Qualquer pessoa poderá ser sujeito ativo
desta contravenção penal, consistindo, assim, em infração comum, que não exige uma quali-
dade especial do agente. Assim como ocorre com as demais modalidades de contravenções
penais, a conduta descrita no art. 48 só poderá ser praticada de forma dolosa.
Caso o agente realize a comercialização de uma imitação de obra de arte, antiguidade ou
manuscrito, induzindo o comprador a erro, haverá incidência do crime de “fraude no comércio”,
previsto no art. 175 do CP.
c) O art. 49 prevê, como contravenção penal, a conduta consistente em “Infringir determina-
ção legal relativa à matrícula ou à escrituração de indústria, de comércio, ou de outra atividade”
Trata-se de uma norma penal em branco, que exige uma complementação do que seria
a “determinação legal relativa à matrícula ou à escrituração de indústria. Comércio ou outra
atividade”.
Este artigo busca tutelar a organização do trabalho e as normas relativas à indústria, co-
mércio ou outra atividade. O sujeito passivo é o Estado. Apenas a pessoa responsável pela ma-
trícula ou escrituração poderá ser sujeito ativo desta contravenção penal, consistindo, assim,
em infração penal própria, que exige uma qualidade especial do agente. Assim como ocorre
com as demais modalidades de contravenções penais, a conduta descrita no art. 49 só poderá
ser praticada de forma dolosa.

13.5. Das Contravenções Penais Referentes à Política de Costumes


As contravenções referentes à Política de Costumes estão previstas nos arts. 50 a 64 do
Decreto-Lei n. 3.688/1941.

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a) O art. 50 prevê, como contravenção penal, a conduta consistente em “Estabelecer ou ex-


plorar jogo de azar em lugar público ou acessível ao público, mediante o pagamento de entrada
ou sem ele”
As condutas “estabelecer” e “explorar” exigem habitualidade do agente, para a incidência
da contravenção penal prevista no art. 50. A maior parte da doutrina entende que estas condu-
tas, descritas na norma em tela, devem ser realizadas com a finalidade lucrativa.
Este artigo busca tutelar a política de costumes. O sujeito passivo é o Estado. Qualquer
pessoa poderá ser sujeito ativo desta contravenção penal, consistindo, assim, em infração
comum, que não exige uma qualidade especial do agente. Assim como ocorre com as demais
modalidades de contravenções penais, a conduta descrita no art. 50 só poderá ser praticada
de forma dolosa.
Os jogos se dividem em proibidos, tolerados ou permitidos:
• Jogos proibidos: São ilícitos. Neste, o resultado do jogo depende exclusivamente da
sorte. Sua prática é considerada contravenção penal, sendo proibida pelo ordenamento
jurídico brasileiro. (ex.: jogo do bicho, cassino etc.)
• Jogos tolerados: O resultado não depende exclusivamente da sorte do jogador. Neste
caso, a sorte e a habilidade são levados em conta para o resultado. A prática não é regu-
lamentada pelo ordenamento jurídico, logo, aquele que vence não poderá ingressar com
ação judicial requerendo a execução da quantia.
• Jogos permitidos: o resultado decorre da habilidade do jogador. É permitido e regula-
mentado pelo ordenamento jurídico brasileiro, sendo cabível o ajuizamento de ação
penal em caso de descumprimento do prêmio prometido (exemplo megasena, jogos
esportivos, loteria etc.).

O §3º do art. 50 traz definições sobre jogos de azar, ao prever que:

Art. 50, § 3º Consideram-se, jogos de azar:


a) o jogo em que o ganho e a perda dependem exclusiva ou principalmente da sorte;
b) as apostas sobre corrida de cavalos fora de hipódromo ou de local onde sejam autorizadas;
c) as apostas sobre qualquer outra competição esportiva.

Já o §4º estabelece locais que podem se equiparar à prática de jogos de azar, nos seguin-
tes termos:

§ 4º Equiparam-se, para os efeitos penais, a lugar acessível ao público:


a) a casa particular em que se realizam jogos de azar, quando deles habitualmente participam pes-
soas que não sejam da família de quem a ocupa;
b) o hotel ou casa de habitação coletiva, a cujos hóspedes e moradores se proporciona jogo de azar;
c) a sede ou dependência de sociedade ou associação, em que se realiza jogo de azar;
d) o estabelecimento destinado à exploração de jogo de azar, ainda que se dissimule esse destino.

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Há entendimentos jurisprudenciais no sentido de que o pôquer não constituiria em jogo de


azar e sim jogo de habilidade.
O STJ possui entendimento de que “A cobrança de dívida de jogo contraída por brasileiro
em cassino que funciona legalmente no exterior é juridicamente possível e não ofende a ordem
pública, os bons costumes e a soberania nacional”. A Corte aponta ainda que “A vedação con-
tida no art. 50 da Lei das Contravenções Penais diz respeito à exploração de jogos não legali-
zados, o que não é o caso dos autos, em que o jogo é permitido pela legislação estrangeira”.
(STJ. 3ª Turma. REsp 1.628.974-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 13/6/2017
– Info 610).
O §1º do art. 50 prevê uma causa de aumento de pena, de um terço, “se existe entre os
empregados ou participa do jogo pessoa menor de dezoito anos”.
O §2º do mesmo artigo prevê uma causa de equiparação no caso de participante como
ponteiro ou apostador, ainda que esta participação ocorra pela internet ou qualquer outro meio
de comunicação.

 Obs.: Os artigos 51 a 57 da Lei de Contravenções Penais foram revogados pelo Decreto-Lei


n. 6.259/1944.

b) O art. 58 da Lei de Contravenções Penais também foi tacitamente revogado pelo art. 58
do Decreto-Lei n. 6.259/1944, que passou a prever a seguinte contravenção:

Realizar o denominado “jogo do bicho”, em que um dos participantes, considerado comprador ou


ponto, entrega certa quantia com a indicação de combinações de algarismos ou nome de animais,
a que correspondem números, ao outro participante, considerado o vendedor ou banqueiro, que se
obriga mediante qualquer sorteio ao pagamento de prêmios em dinheiro. Penas: de seis (6) meses
a um (1) ano de prisão simples e multa de dez mil cruzeiros (Cr$ 10.000,00) a cinquenta mil cruzei-
ros (Cr$ 50.000,00) ao vendedor ou banqueiro, e de quarenta (40) a trinta (30) dias de prisão celular
ou multa de duzentos cruzeiros (Cr$ 200,00) a quinhentos cruzeiros (Cr$ 500,00) ao comprador ou
ponto.

Independentemente da legislação aplicada, é importante sabermos que o jogo do bicho


constitui contravenção penal. Os tribunais superiores não têm acolhido a tese de adequação
social deste tipo de jogo, logo, não podemos falar em atipicidade da conduta.
A Súmula 51 do STJ estabelece que: “A punição do intermediador, no jogo do bicho, inde-
pende da identificação do “apostador” ou do “banqueiro”.
c) O art. 59 prevê, como contravenção penal, a conduta consistente em “Entregar-se alguém
habitualmente à ociosidade, sendo válido para o trabalho, sem ter renda que lhe assegure
meios bastantes de subsistência, ou prover à própria subsistência mediante ocupação ilícita”
Este dispositivo é objeto de inúmeras críticas doutrinárias, uma vez que não há previsão
de lesão ou perigo de lesão a bem jurídico decorrente da ociosidade do sujeito. Neste sentido,

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as críticas apontam que o art. 59 da Lei de Contravenções Penais constitui um direito penal do
autor, com natureza discriminatória e preconceituosa, ao partir do pressuposto de que pesso-
as ociosas são perigosas para o Estado.
De todo modo, ainda que se considere a constitucionalidade desta previsão normativa, é
importante destacarmos que o desemprego involuntário não gera a incidência deste artigo. Do
mesmo modo, sua aplicação não recairá sobre vendedores ambulantes, engraxates, “guarda-
dores de carro” etc.
O parágrafo único do art. 59 estabelece que “A aquisição superveniente de renda, que as-
segure ao condenado meios bastantes de subsistência, extingue a pena.”

 Obs.: O art. 60 e 61 foram revogados, respectivamente, pela Lei n. 11.983/2009 e 13.718/2018.


Deste modo, a mendicância não constitui mais hipótese de contravenção penal, tratan-
do-se de “aboliitio criminis”.

d) O art. 62 prevê, como contravenção penal, a conduta consistente em “Apresentar-se


publicamente em estado de embriaguez, de modo que cause escândalo ou ponha em perigo a
segurança própria ou alheia”.
e) O art. 63 prevê, como contravenção penal, a conduta consistente em “Servir bebidas
alcoólicas: II – a quem se acha em estado de embriaguez; III – a pessoa que o agente sabe
sofrer das faculdades mentais; IV – a pessoa que o agente sabe estar judicialmente proibida
de frequentar lugares onde se consome bebida de tal natureza”.
A conduta de servir bebida alcoólica a menores de 18 anos foi revogada pela Lei n.
13.106/2015, que passou a prever tal ato como crime, previsto no ECA, e não como contra-
venção penal.

 Obs.: O art. 64 da Lei de Contravenções Penais foi revogado pela Lei n. 9.605/98, que passou
a prever, como crime, a conduta de maus tratos a animais.

O art. 65 também foi revogado pela Lei n. 14.132/2021, que acrescentou o art. 147-A ao
Código Penal, dispondo sobre o crime de perseguição, consistente na conduta de “Perseguir al-
guém, reiteradamente e por qualquer meio, ameaçando-lhe a integridade física ou psicológica,
restringindo-lhe a capacidade de locomoção ou, de qualquer forma, invadindo ou perturbando
sua esfera de liberdade ou privacidade”.

13.6. Das Contravenções Penais Referentes à Administração


Pública
As contravenções referentes à Administração Pública estão previstas nos arts. 66 a 70 do
Decreto-Lei n. 3.688/1941.

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O art. 66 prevê, como contravenção penal, a conduta consistente em Deixar de comunicar


à autoridade competente: I – crime de ação pública, de que teve conhecimento no exercício
de função pública, desde que a ação penal não dependa de representação; II – crime de ação
pública, de que teve conhecimento no exercício da medicina ou de outra profissão sanitária,
desde que a ação penal não dependa de representação e a comunicação não exponha o cliente
a procedimento criminal.
Primeiramente é importante observarmos que este artigo se refere à comunicação de cri-
mes. Logo, a falta de comunicação sobre contravenções penais constitui fato atípico.
O artigo discorre sobre a comunicação de crimes de ação penal pública. Logo, não há tipi-
cidade na ausência de comunicação sobre crimes de ação penal privada.
O artigo 66 não menciona o prazo em que o agente deve comunicar a ocorrência do crime.
Trata-se de uma contravenção penal própria, já que apenas o funcionário público (que te-
nha tomado conhecimento do crime no exercício de sua função), o médico ou outro profissio-
nal sanitário, podem ser sujeitos ativos desta infração.
Este dispositivo busca tutelar a Administração Pública. O sujeito passivo será o Estado. E
só poderá ser cometido de forma dolosa.
a) O art. 67 prevê, como contravenção penal, a conduta consistente em “Inumar ou exumar
cadáver, com infração das disposições legais”
Este delito não pode ser confundido com o crime previsto no art. 211 do Código Penal, já
que este, se realiza mediante a conduta de “Destruir, subtrair ou ocultar cadáver ou parte dele”.
b) O art. 68 prevê, como contravenção penal, a conduta consistente em “Recusar à autori-
dade, quando por esta, justificadamente solicitados ou exigidos, dados ou indicações concer-
nentes à própria identidade, estado, profissão, domicílio e residência”
Este artigo busca tutelar a Administração Pública. O sujeito passivo é o Estado. Qualquer
pessoa poderá ser sujeito ativo desta contravenção penal, consistindo, assim, em infração
comum, que não exige uma qualidade especial do agente. Assim como ocorre com as demais
modalidades de contravenções penais, a conduta descrita no art. 68 só poderá ser praticada
de forma dolosa.
O parágrafo único do art. 68 traz uma figura equiparada à contravenção prevista no caput
ao dispor que “Incorre na pena de prisão simples, de um a seis meses, e multa, de duzentos mil
réis a dois contos de réis, se o fato não constitui infração penal mais grave, quem, nas mesmas
circunstâncias, faz declarações inverídicas a respeito de sua identidade pessoal, estado, pro-
fissão, domicílio e residência”.
Perceba que tanto o caput quanto o parágrafo único do art. 68 não se confundem com o
crime de “falsa identidade”, previsto no art. 307, já que neste, o agente pratica a conduta bus-
cando obter vantagem ou causar dano a outrem (dolo específico).
O art. 69 da Lei de Contravenções Penais foi revogado pela Lei n. 6.815/1980, também co-
nhecida como Estatuto do Estrangeiro.

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O art. 70 da Lei de Contravenções Penais também foi revogado pela Lei n. 6.538/1978
(Lei dos Serviços Postais) que, em seu art. 42 criminaliza a conduta de “Coletar, transportar,
transmitir ou distribuir, sem observância das condições legais, objetos de qualquer natureza
sujeitos ao monopólio da União, ainda que pagas as tarifas postais ou de telegramas”.

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RESUMO
• As contravenções penais configuram infração penal de menor potencial ofensivo, estan-
do sujeitas ao rito sumaríssimo dos juizados especiais, conforme prevê o art. 61 da Lei
n. 9.099/90.
• Por serem infrações penais de menor potencial ofensivo, as contravenções penais admi-
tem os institutos despenalizadores previstos na Lei n. 9.099/90: composição dos danos
civis, transação penal e a suspensão condicional do processo.
• Será cabível a Suspensão condicional da Pena de prisão simples (art. 11) quando preen-
chidos os requisitos previstos no art. 77 do CP (art. 77).
• De acordo com o art. 11 da LCP, no caso das contravenções penais o período de suspen-
são condicional da pena será de 1 a 3 anos (no caso de crimes, este período será de 2
a 4 anos).
• As contravenções penais são também chamadas de crime-anão ou delito liliputiano.
• A doutrina aponta que, no caso das contravenções penais, o ordenamento jurídico ado-
tou o princípio da territorialidade absoluta, uma vez que não admite a aplicação da lei
brasileira às contravenções praticadas fora do território nacional (como prevê o art. 2º
do Decreto-Lei n. 3.688/1941).
• Ainda que possível (factível), não será punível a tentativa de cometimento de contraven-
ção penal.
• As contravenções penais só admitem a modalidade dolosa.
• São de ação penais públicas incondicionada.
• Quanto a competência, a Súmula 38 do STJ estabelece que “Compete à Justiça Esta-
dual Comum, na vigência da Constituição de 1988, o processo por contravenção penal,
ainda que praticada em detrimento de bens, serviços ou interesses da União ou de suas
entidades”.
• O STJ entende que as Contravenções penais, mesmo quando conexas com crime de
jurisdição federal, devem ser julgadas pela Justiça estadual.
• Enquanto os crimes são sujeitos às penas de reclusão, detenção e/ou multa, as contra-
venções penais são submetidas às penas de prisão simples e/ou multa.
• A duração da pena de prisão simples não poderá ultrapassar a 5 (cinco) anos.
• A pena da prisão simples será cumprida em regime semiaberto ou aberto, sem rigor pe-
nitenciário. Portanto, as contravenções penais não estão submetidas a regime fechado.
• Não será admitida a regressão de regime.
• O art. 6º, §1º da Lei de Contravenções Penais prevê que o condenado por prisão simples
deverá cumprir a pena separado dos condenados à pena de reclusão ou de detenção.
• No caso de pena de multa o prazo de prescrição é de 2 anos. No caso de prisão simples,
o prazo prescricional é de 4 anos (lembrando que se o agente for menor de 21 anos ou
maior de 70 anos, estes prazos caem pela metade).

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• A multa será executada perante o juiz da execução penal e será considerada dívida de
valor, aplicáveis as normas relativas à dívida ativa da Fazenda Pública. Desta forma, a
doutrina aponta que o art. 9º da Lei de Contravenções Penais foi tacitamente revogado.
• Erro de Direito (art. 8º): No caso de ignorância ou de errada compreensão da lei, quando
escusáveis, a pena pode deixar de ser aplicada. A doutrina entende que este dispositivo
foi tacitamente revogado pelo art. 21 do CP, que trata do erro de proibição.
• O art. 7º da Lei de Contravenções Penais estabelece que “Verifica-se a reincidência
quando o agente pratica uma contravenção depois de passar em julgado a sentença
que o tenha condenado, no Brasil ou no estrangeiro, por qualquer crime, ou, no Brasil, por
motivo de contravenção”.
• De acordo com a Súmula 589 do STJ “É inaplicável o princípio da insignificância nos
crimes ou contravenções penais praticados contra a mulher no âmbito das relações
domésticas”.
• A falsa imputação de contravenção penal não constitui crime de calúnia, mas pode con-
figurar crime de difamação.
• É cabível a suspensão dos direitos políticos ao condenado a pena privativa de liberdade,
enquanto dure a execução da pena ou a aplicação da medida de segurança detentiva.

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MAPA MENTAL
Estão submetidas ao rito sumaríssimo da
Lei 9.099/95.
São infrações penais de menor potencial ofensivo São beneficiadas com os institutos despenalizadores Composição civil dos danos
da Lei 9.099/95
Transação penal
Suspensão condicional do processo
Crime-anão, crime vagabundo ou delito liliputiano

É cabível a suspensão condicional da pena e o livramento


condicional A Suspensão condicional da pena será de 1 a 3 anos

Territorialidade absoluta (art. 3º) Não se aplica as hipóteses de extraterritorialidade previstas no art. 7º do CP
A tentativa não será punível
CONTRAVENÇÕES
Possuem o dolo como elemento subjetivo
PENAIS Ação Penal Pública Incondicionada

Art. 109, IV, da CF


Competência da Justiça Estadual
Súmula 38 do STJ

Duração máxima de cinco anos


cumprida em regime semiaberto ou aberto
Prisão Simples
Sem rigor penitenciário
Penas:
O condenado por prisão simples deverá cumprir a pena separado dos condenados à pena de
reclusão ou de detenção.

Multa O ordenamento jurídico brasileiro não admite que a pena de multa seja convertida em pena privativa de liberdade

“Verifica-se a reincidência quando o agente pratica uma contravenção depois de passar em julgado a sentença que o tenha
Reincidência (art. 7º) condenado, no Brasil ou no estrangeiro, por qualquer crime, ou, no Brasil, por motivo de contravenção”.

Súmula 589 do STJ: “é inaplicável o princípio da insignificância nos


crimes ou contravenções penais praticados contra a mulher no
âmbito das relações domésticas”.

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QUESTÕES DE CONCURSO
001. (IESES/TJ-SC/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS/2019) Em relação
às contravenções penais, é INCORRETO afirmar:
a) A prática de crime, depois de condenação prévia transitada em julgado por contravenção
penal, não enseja reincidência.
b) As contravenções penais não são punidas com reclusão, nem com detenção.
c) A prática de contravenção penal é punível apenas na modalidade consumada, não se punin-
do a modalidade tentada.
d) A prática de contravenção, depois de condenação prévia transitada em julgado por crime,
não enseja reincidência.

002. (IBADE/CÂMARA DE PORTO VELHO-RO/ANALISTA JURÍDICO/2018/ADAPTADA) A


conduta do funcionário público que patrocina, direta ou indiretamente, interesse privado pe-
rante a administração fazendária, valendo-se da qualidade de funcionário público, constitui
contravenção penal.

003. (FCC/DPE-MA/DEFENSOR PÚBLICO/2018/ADAPTADA) A Lei de Contravenções


Penais infringe a proporcionalidade ao prever punição da tentativa da mesma forma que a
consumação.

004. (CESPE/PC-SE/DELEGADO DE POLÍCIA/2018) A polícia civil de determinado município


deflagrou operação a fim de investigar a exploração ilícita de jogo do bicho, promovida pelos
denominados banqueiros. Constatou-se que os chamados recolhedores usavam motocicletas
para coletar apostas em municípios vizinhos. Identificadas as motocicletas usadas, o Ministé-
rio Público estadual requereu a busca e apreensão dos veículos, o que foi deferido pelo juízo
competente. Intimado, Antônio, dono de uma das motocicletas e recolhedor de apostas, com-
pareceu à delegacia, ocasião em que firmou compromisso de posterior comparecimento ao
juízo criminal e entregou o veículo, após lavratura do competente termo circunstanciado. Na
audiência preliminar, o representante do Ministério Público apresentou proposta de transação
penal a Antônio: pagamento de dez cestas básicas a uma instituição de caridade. A proposta
foi aceita e devidamente homologada pelo juízo. Comprovado o cumprimento da proposta, foi
proferida sentença extintiva da punibilidade de Antônio. Na mesma sentença, o magistrado
acolheu manifestação do Ministério Público e decretou o confisco da motocicleta de Antônio.
Com referência a essa situação hipotética, julgue o item a seguir, considerando os institutos
inerentes à Lei n. 9.099/1995 e o entendimento dos tribunais superiores acerca da matéria.
A condenação penal de Antônio, em caso de eventual inviabilização da transação penal, depen-
deria da identificação dos denominados banqueiros que promoviam o jogo do bicho.

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005. (UEG/PC-GO/DELEGADO DE POLÍCIA/2018) Nos termos do Decreto-Lei n. 3.688/1941,


tipifica-se como contravenção relativa à organização do trabalho a seguinte conduta:
a) recusar-se a receber, pelo seu valor, moeda de curso legal no país.
b) exercer profissão ou atividade econômica, ou anunciar que a exerce, sem preencher as con-
dições a que por lei está subordinado o seu exercício.
c) provocar, abusivamente, emissão de fumaça, vapor ou gás, que possa ofender ou moles-
tar alguém.
d) perturbar alguém o trabalho ou o sossego alheio, exercendo profissão incômoda ou ruidosa,
em desacordo com as prescrições legais.
e) entregar-se alguém habitualmente à ociosidade, sendo válido para o trabalho, sem ter renda
que lhe assegure meios bastantes de subsistência, ou prover à própria subsistência mediante
ocupação ilícita.

006. (UEG/PC-GO/DELEGADO DE POLÍCIA/2018) Sobre as contravenções penais previstas


no Decreto-Lei n. 3.688, de 3 de outubro de 1941, verifica-se que:
a) Admitem ação penal privada.
b) Não há reincidência quando o agente pratica uma contravenção depois de passar em julga-
do a sentença que o tenha condenado, no Brasil, por motivo de contravenção.
c) A tentativa de contravenção é punida na forma prevista pelo Código Penal.
d) Segundo a Constituição, as contravenções praticadas em detrimento de bens, serviços ou
interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas são de competên-
cia da Justiça comum Federal.
e) A pena de prisão simples não pode ser cumprida em regime fechado, mesmo em caso de
regressão de regime.

007. (TJ-MT/JUIZ LEIGO/2018) Para as contravenções penais, a lei prevê.


a) A aplicação isolada ou cumulativa das penas de reclusão e detenção.
b) Multa e prisão simples.
c) Detenção e multa.
d) Reclusão e prisão simples.

008. (FCC/PC-AP/AGENTE DE POLÍCIA/2017) Constituem contravenções penais previstas


no Decreto-Lei n. 3.688/1941:
I – Mendigar, por ociosidade ou cupidez.
II – Praticar vias de fato contra alguém.
III – Servir bebidas alcoólicas a criança ou adolescente.
IV – Fingir-se funcionário público.

Está correto o que se afirma em:

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a) I, II, III e IV.


b) I e III, apenas.
c) I e IV, apenas.
d) II e IV, apenas.
e) II, III e IV, apenas.

009. (CESPE/PC-GO/ESCRIVÃO/2016) Se uma pessoa praticar vias de fato contra alguém,


sem que o fato constitua crime, ela terá cometido contravenção penal. Entretanto, segundo a
Lei das Contravenções Penais,
a) ela será considerada reincidente se tiver cometido crime no exterior, com sentença conde-
natória transitada em julgado.
b) ela será considerada reincidente se tiver cometido qualquer crime no Brasil, ainda que a
sentença condenatória não tenha transitado em julgado.
c) ela responderá por tentativa de contravenção, se o fato ocorrer por circunstância própria da
vontade dela.
d) se o fato ocorrer entre brasileiros e no exterior, a lei brasileira será aplicada e a pena, agravada.
e) ela será considerada reincidente se tiver cometido anteriormente contravenção penal
no exterior.

010. (MS CONCURSOS/CRECI 1ª REGIÃO/ADVOGADO/2016) A tentativa de recusa a rece-


ber, pelo seu valor, moeda de curso legal no país, em conformidade com a Lei de Contravenções:
a) É punível com prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa.
b) Não é punível.
c) É punível somente com multa.
d) É punível somente com prisão simples, de um a três meses.

011. (CESPE/PC-PE/DELEGADO DE POLÍCIA/2016) O brasileiro nato, maior e capaz, que pra-


ticar vias de fato contra outro brasileiro nato
a) será considerado reincidente, caso tenha sido condenado, em território estrangeiro, por con-
travenção penal.
b) poderá ser condenado a penas de reclusão, de detenção e de multa.
c) responderá por contravenção penal no Brasil, ainda que a conduta tenha sido praticada em
território estrangeiro.
d) responderá por contravenção, na forma tentada, se tiver deixado de praticar o ato por cir-
cunstâncias alheias a sua vontade.
e) responderá por contravenção penal e, nesse caso, a ação penal é pública incondicionada.

012. (FUNCAB/SEGEP-MA/AGENTE PENITENCIÁRIO/2016) As contravenções penais:


a) podem ser punidas com pena de detenção.

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b) não prescrevem.
c) não são punidas na forma tentada.
d) constituem meros ilícitos administrativos.
e) estão inseridas na Parte Especial do Código Penal.

013. (FCC/DPE-MA/DEFENSOR PÚBLICO/2018/ADAPTADA) A Lei de Contravenções Penais


prevê pena de prisão simples para a mendicância, em nítida violação ao direito penal do autor.

014. (CESPE/TJ-DF/JUIZ DE DIREITO/2016/ADAPTADA) A tentativa de contravenção penal


não é passível de punição legal.

015. (FUNIVERSA/SEAD-GO/AGENTE DE SEGURANÇA PRISIONAL/2016) Belarmindo, par-


ticular, falsamente intitula-se perante terceiros como funcionário público. Considerando esse
caso hipotético, Belarmindo responderá
a) pelo crime de exercício funcional ilegalmente antecipado ou prolongado.
b) pelo crime de usurpação de função pública.
c) por contravenção penal.
d) somente na área cível.
e) pelo crime de prevaricação.

016. (VUNESP/PC-CE/INSPETOR/2016/ADAPTADA) Populares avisaram a polícia que João


e José, embriagados, discutiam na via pública. Avistados e abordados, os policiais verificaram
que nenhum dos dois traziam quaisquer documentos, além de terem localizado na cintura de
João uma arma de fogo e sob as vestes de José uma faca. Nesse contexto, competem aos
policiais conduzir os dois para a Delegacia de Polícia; José para responder pela contravenção
penal de porte de arma branca, e João porque foi preso em flagrante delito por porte ilegal de
arma de fogo.

017. (PM-MT/SARGENTO DE POLÍCIA MILITAR/2021) A perturbação do trabalho ou sosse-


go alheios, por meio de gritaria, algazarra, ou abusando de instrumentos musicais ou sinais
acústicos, nos termos da legislação brasileira, é conduta
a) enquadrada como crime relativo à polícia de costumes.
b) considerada como fato atípico na esfera penal.
c) enquadrada como contravenção penal sujeita à prisão simples ou multa.
d) considerada como crime contra a organização do trabalho.
e) enquadrada como contravenção penal sujeita, exclusivamente, à multa.

018. (CESPE/PC-AL/AGENTE DE POLÍCIA/2021) A autoridade policial instaurou inquérito po-


licial em virtude de crime de lesões corporais leves cometidos contra mulher no âmbito fami-
liar. O inquérito foi relatado e enviado ao Poder Judiciário.
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Considerando essa situação hipotética julgue o item seguinte.


Ausente a materialidade das lesões e tendo sido concluído pela existência da contravenção de
vias de fato, poderia ser aplicada a transação penal nessa situação.

019. (IBFC/SAEB-BA/SOLDADO/2020) Assinale a alternativa Certa. Apresenta-se como con-


duta própria de contravenção penal o ato de:
a) obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo
alguém em erro, mediante artifício, ardil ou qualquer outro meio fraudulento
b) recusar à autoridade, quando por esta, justificadamente solicitados ou exigidos, dados ou
indicações concernentes à própria identidade, estado, profissão, domicílio e residência
c) adquirir, receber ou ocultar, em proveito próprio ou alheio, coisa que sabe ser produto de
crime, ou influir para que terceiro, de boa-fé, a adquira, receba ou oculte
d) destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia
e) apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou a detenção

020. (IBGP/PREFEITURA DE UBERABA-MG/GUARDA MUNICIPAL/2020/ADAPTADA) Zezé,


perturba o sossego da vizinhança com som alto às três horas da manhã e Moacir, explora jogo
de azar colocando uma máquina do tipo caça níquel no seu bar. Nestes casos, tanto Zezé
quanto Moacir praticam contravenção penal.

021. (CESPE/TJ-PA/JUIZ DE DIREITO/2019) Ao caminhar por uma praia turística na Grécia,


Alex derramou na areia um litro de óleo diesel, com o único fim de sujar os banhistas que
lá estavam. Após seu retorno ao Brasil, em razão da grande repercussão midiática, Alex foi
denunciado pelo Ministério Público, que pediu sua condenação pela prática da contravenção
tipificada no art. 37 do Decreto-lei n. 3.688/1941.
Considerando-se essa situação hipotética, é correto afirmar que Alex
a) não responderá pela contravenção, pois a lei brasileira só é aplicável a contravenção prati-
cada em território brasileiro.
b) responderá pela contravenção, pois ao caso se aplica o princípio da extraterritorialidade.
c) responderá pela contravenção, pois ao caso se aplica o princípio da territorialidade.
d) não responderá pela contravenção, pois ao caso se aplica o princípio da insignificância,
dada a quantidade de óleo diesel derramada.
e) não responderá pela contravenção, mas poderá ser extraditado para responder pela condu-
ta na Grécia

022. (COSEAC/PREFEITURA DE NITERÓI-RJ/GUARDA CIVIL MUNICIPAL/2014) Com rela-


ção às contravenções penais, é correto afirmar que:
a) não suspendem os direitos políticos enquanto dura a execução da pena prevista.
b) se o agente comete uma contravenção, enquanto é julgado por outra contravenção, é consi-
derado reincidente.

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c) não admitem tentativa.


d) não permitem a substituição de pena e nem o livramento condicional.
e) a ação penal é privada.

023. (VUNESP/PC-SP/AGENTE/2014) As contravenções penais se diferenciam dos crimes,


pois aquelas não
a) geram antecedentes criminais (LCP, art. 7º).
b) são punidas na forma tentada (LCP, art. 4º).
c) são processadas por ação penal de iniciativa pública (LCP, art. 17).
d) geram reincidência (LCP, art. 7º).
e) admitem pena de prisão, apenas multa (LCP, art. 9º).

024. (CESPE/CÂMARA DOS DEPUTADOS/ANALISTA LEGISLATIVO/2014) De acordo com


a Lei de Contravenções Penais (Decreto-lei n. o 3.688/1941), as penas principais aplicáveis às
contravenções penais são as de multa e prisão simples, devendo esta última ser cumprida sem
rigor penitenciário, em estabelecimento especial ou seção especial de prisão comum, exclusi-
vamente em regime aberto.

025. (VUNESP/PC-SP/FOTÓGRAFO TÉCNICO PERICIAL/2014) Considera-se, consoante o


art. 1º da Lei de Introdução ao Código Penal, contravenção a infração penal a que a Lei co-
mina pena(s)
a) de prisão simples ou multa.
b) privativa de liberdade.
c) de reclusão ou de detenção.
d) restritiva de direitos.
e) privativas e restritivas de liberdade.

026. (IADES/METRÔ-DF/SEGURANÇA METROFERROVIÁRIO/2014) Mévio, segurança me-


troferroviário de uma companhia de metrô, em sua jornada de trabalho presenciou um indi-
víduo subtraindo a bolsa de uma senhora. Como estava sozinho, decidiu pedir ajuda a outros
colegas com o objetivo de prender o transgressor. Infelizmente, não houve tempo hábil para
tanto e o suspeito fugiu do local com a bolsa da vítima. Inconformado por não ter prendido o
infrator, Mévio achou melhor não comunicar o episódio à autoridade competente.
Acerca desse caso hipotético, assinale a alternativa correta em relação ao comportamento
adotado por Mévio.
a) Mévio não poderá ser responsabilizado criminalmente, já que envidou os esforços necessá-
rios para prender o transgressor.
b) Mévio poderá ser responsabilizado pelo crime de omissão de comunicação de crime.
c) No caso em tela, a conduta de Mévio constitui uma contravenção penal apenada com multa.

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d) Caso o crime presenciado por Mévio fosse de ação penal privada, ainda assim haveria a
obrigatoriedade de comunicar o crime à autoridade competente.
e) Mévio poderá ser responsabilizado administrativamente, mas a responsabilidade penal dele
não será cogitada.

027. (VUNESP/PC-SP/INVESTIGADOR/2014) Com relação ao crime e à contravenção, assi-


nale a alternativa correta.
a) A contravenção penal somente pode ser apenada com detenção
b) O crime é infração penal menos grave do que a contravenção.
c) A contravenção poderá ser dolosa ou culposa.
d) A contravenção penal poderá ser apenada com prisão simples
e) O crime é doloso e a contravenção, culposa

028. (FGV/TJ-AM/ANALISTA JUDICIÁRIO/2013) Sobre a contravenção penal, assinale a afir-


mativa incorreta.
a) Em geral, a contravenção penal é espécie de infração penal menos grave do que o crime,
sendo, por isso, chamada pela doutrina de crime-anão.
b) Assim como o Código Penal, a Lei de Contravenções Penais (DL n. 3.688) prevê hipóteses
de extraterritorialidade em que a lei brasileira será aplicável à contravenção praticada fora do
território nacional.
c) Como regra geral, o sujeito que pratica contravenção penal depois de transitado em julgado
a sentença que o tenha condenado por crime no Brasil ou no exterior ou, no Brasil, por contra-
venção, é reincidente.
d) Não é punível a tentativa de contravenção.
e) Para a contravenção penal, nos termos da lei especial, as penas principais são multa e pri-
são simples.

029. (CESPE/PRF/POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL/2013) Considere que determinado cida-


dão esteja usando publicamente uniforme de PRF, função pública que ele não exerce. Nessa
situação, para que esse cidadão responda por contravenção penal, é necessário que sua con-
duta cause efetivo prejuízo para o Estado ou para outra pessoa.

030. (CESPE/PC-BA/DELEGADO DE POLÍCIA/2013) A tentativa de contravenção, mesmo


que factível, não é punida.

031. (TJ-SC/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS/2012/ADAPTADA) A lei


brasileira só é aplicável à contravenção praticada no território nacional.

032. (FAURGS/TJ-RJ/CONCILIADOR CRIMINAL) Qual das condutas referidas abaixo NÃO re-
presenta uma contravenção penal?
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Decreto-Lei n. 3.688/1941 – Contravenções Penais
Fábio Roque e Flávia Araújo

a) Praticar vias de fato contra alguém.


b) Não guardar com a devida cautela animal perigoso.
c) Perturbar alguém, o trabalho ou o sossego alheios com gritaria ou algazarra.
d) Recusar-se a receber, pelo seu valor, moeda de curso legal no país.
e) Entregar a direção de veículo automotor a pessoa não habilitada.

033. (FEPESE/DPE-SC/DEFENSOR PÚBLICO/2012/ADAPTADA) As leis penais brasileiras


podem ser aplicadas tanto aos crimes cometidos no território nacional quanto àqueles pra-
ticados no estrangeiro, nas hipóteses previstas, mas elas somente podem ser aplicadas às
contravenções penais que forem cometidas no território nacional.

034. (CESPE/PC-AL/DELEGADO/2012) Apesar de, no campo fático, ser possível ocorrer a


tentativa de contravenção penal, esta, quando se desenvolve na forma tentada, não é penal-
mente alcançável.

035. (TJ-PR/ASSESSOR JURÍDICO/2012) Acerca das contravenções penais, com principal


previsão no Decreto7Lei n. 3.688, de 03 de outubro de 1941, assinale a alternativa correta.
a) Não é punível a tentativa de contravenção; apenas a contravenção consumada, portanto.
b) A pena de prisão simples deve ser cumprida com rigor penitenciário e em regime fechado.
c) A lei brasileira é aplicável à contravenção praticada em território estrangeiro.
d) O condenado à pena de prisão simples deverá cumprir pena junto dos condenados apena-
dos com reclusão ou detenção.

036. (FCC/TJ-PE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2012) Para as contravenções penais, a lei prevê a


aplicação isolada ou cumulativa das penas de
a) prisão simples e detenção.
b) reclusão e detenção.
c) multa e prisão simples.
d) detenção e multa.
e) reclusão e prisão simples.

037. (NUCEPE/PC-PI/2008) Quanto à classificação das infrações penais, é correto afirmar


que sua diferença é quantitativa, uma vez que está baseada na gravidade da pena. Assim, te-
mos que a contravenção apresenta as mesmas características do crime, só divergindo quanto
à aplicação dessa pena. Com base no que foi apresentado, e ainda a partir da leitura da Lei
das Contravenções Penais (Decreto Lei n. 3.688/1941), pode-se afirmar que a pena aplicada
na contravenção é de:
a) Reclusão e detenção
b) Reclusão e multa

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Decreto-Lei n. 3.688/1941 – Contravenções Penais
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c) Detenção e multa
d) Prisão simples e multa
e) Apenas multa

038. (VUNESP/MPE-SP/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2008) Considerando as disposições con-


tidas na Parte Geral da Lei das Contravenções Penais, assinale a alternativa incorreta.
a) A lei brasileira só é aplicável à contravenção praticada no território nacional.
b) Não é punível a tentativa de contravenção.
c) Nas contravenções, as penas principais são prisão simples e multa.
d) Verifica-se a reincidência quando o agente pratica uma contravenção depois de passar em
julgado a sentença que o tenha condenado, no Brasil ou no estrangeiro, por qualquer crime, ou,
no Brasil, por motivo de contravenção.
e) Nas contravenções, em caso de ignorância ou de errada compreensão da lei, quando ines-
cusáveis, a pena pode deixar de ser aplicada.

039. (FCC/TCE-AL/PROCURADOR/2008) Quanto às contravenções penais, é possível


afirmar que
a) admitem a punição pela tentativa.
b) geram reincidência, se praticadas após condenação definitiva por crime.
c) a pena de multa, se não paga, deve ser convertida em prisão simples.
d) a ignorância da lei nunca isenta de pena.
e) a pena pode ser cumprida, inicialmente, em regime fechado.

040. (CESPE/MPE-RO/OFICIAL DE PROMOTORIA/2008) A diferença entre crime e contra-


venção penal consiste na aplicação de pena de reclusão ao primeiro e, ao segundo, pena de
detenção ou multa.

041. (MPE-PR/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2008) Sobre as contravenções penais, previstas no


Decreto-lei n. 3.688/1941, é correto afirmar:
a) o princípio da territorialidade tem aplicação exclusiva em se tratando de contravenção penal
e, pois, não comporta a aplicação das regras previstas no art. 7º do Código Penal (extraterri-
torialidade). Ainda, em matéria de contravenção penal, pune-se a tentativa com a pena corres-
pondente à infração consumada, diminuída de um a dois terços, conforme previsão do art. 14,
parágrafo único, do Código Penal.
b) o princípio da territorialidade tem aplicação em se tratando de contravenção penal, mas a
regra da extraterritorialidade se impõe, em caráter excepcional, apenas em relação às infra-
ções cometidas contra o Presidente da República. Ainda, em matéria de contravenção, existe
previsão expressa de que não é punível a tentativa.

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c) o princípio da territorialidade tem aplicação exclusiva em se tratando de contravenção penal


e, pois, não comporta a aplicação das regras previstas no art. 7º do Código Penal (extraterrito-
rialidade). Ainda, em matéria de contravenção, existe previsão expressa de que não é punível
a tentativa.
d) o princípio da territorialidade não tem aplicação exclusiva em se tratando de contravenção
penal e, pois, comporta a aplicação das regras previstas no art. 7º do Código Penal (extrater-
ritorialidade). E, em matéria de contravenção penal, pune-se a tentativa com a pena corres-
pondente à infração consumada, diminuída de um a dois terços, conforme previsão do art. 14,
parágrafo único, do Código Penal.
e) a aplicação da lei no espaço e a tentativa não são matérias tratadas de forma específica no
decreto-lei que versa sobre as contravenções penais.

042. (FCC/DPE-MA/DEFENSOR PÚBLICO/2018/ADAPTADA) A Lei de Contravenções Penais


prevê pena de prisão simples para a mendicância, em nítida violação ao direito penal do autor.

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GABARITO
1. d 37. d
2. E 38. e
3. E 39. b
4. E 40. E
5. b 41. c
6. e 42. E
7. b
8. d
9. a
10. b
11. e
12. c
13. E
14. C
15. c
16. C
17. c
18. E
19. b
20. C
21. a
22. c
23. b
24. E
25. a
26. c
27. d
28. b
29. E
30. C
31. C
32. e
33. C
34. C
35. a
36. c

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GABARITO COMENTADO
001. (IESES/TJ-SC/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS/2019) Em relação
às contravenções penais, é INCORRETO afirmar:
a) A prática de crime, depois de condenação prévia transitada em julgado por contravenção
penal, não enseja reincidência.
b) As contravenções penais não são punidas com reclusão, nem com detenção.
c) A prática de contravenção penal é punível apenas na modalidade consumada, não se punin-
do a modalidade tentada.
d) A prática de contravenção, depois de condenação prévia transitada em julgado por crime,
não enseja reincidência.

a) Certa. O art. 7º do Decreto-Lei n. 3.688/1941 estabelece que:

“Verifica-se a reincidência quando o agente pratica uma contravenção depois de passar em julgado
a sentença que o tenha condenado, no Brasil ou no estrangeiro, por qualquer crime, ou, no Brasil, por
motivo de contravenção”.
Com base neste artigo, podemos concluir que:

Crime + Crime = Reincidente


Crime + Contravenção = Reincidente
Contravenção + Contravenção = Reincidente
Contravenção + Crime = Não há Reincidência (hipótese descrita na alternativa).
b) Certa. O art. 5º do Decreto-Lei n. 3.688/1941 estabelece que as penas principais para as
contravenções penais são I – Prisão Simples; II – Multa.
c) Certa. O art. 4º do Decreto-Lei n. 3.688/1941 estabelece que “Não é punível a tentativa de
contravenção”.
d) Errada. O art. 7º do Decreto-Lei n. 3.688/1941 estabelece que:

“Verifica-se a reincidência quando o agente pratica uma contravenção depois de passar em julgado
a sentença que o tenha condenado, no Brasil ou no estrangeiro, por qualquer crime, ou, no Brasil, por
motivo de contravenção”.
Portanto, será reincidente o agente que for condenado por crime e, posteriormente, praticar
uma contravenção penal.
Letra d.

002. (IBADE/CÂMARA DE PORTO VELHO-RO/ANALISTA JURÍDICO/2018/ADAPTADA) A


conduta do funcionário público que patrocina, direta ou indiretamente, interesse privado pe-
rante a administração fazendária, valendo-se da qualidade de funcionário público, constitui
contravenção penal.

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A conduta descrita na questão não se encontra no Decreto-Lei n. 3.688/1941. Trata-se, na ver-


dade, de um crime funcional contra a ordem tributária, previsto no art. 3º, III da Lei n. 8.137/90.
Errado.

003. (FCC/DPE-MA/DEFENSOR PÚBLICO/2018/ADAPTADA) A Lei de Contravenções


Penais infringe a proporcionalidade ao prever punição da tentativa da mesma forma que a
consumação.

O art. 4º do Decreto-Lei n. 3.688/1941 prevê que a tentativa de contravenção não será objeto
de sanção penal.
Errado.

004. (CESPE/PC-SE/DELEGADO DE POLÍCIA/2018) A polícia civil de determinado município


deflagrou operação a fim de investigar a exploração ilícita de jogo do bicho, promovida pelos
denominados banqueiros. Constatou-se que os chamados recolhedores usavam motocicletas
para coletar apostas em municípios vizinhos. Identificadas as motocicletas usadas, o Ministé-
rio Público estadual requereu a busca e apreensão dos veículos, o que foi deferido pelo juízo
competente. Intimado, Antônio, dono de uma das motocicletas e recolhedor de apostas, com-
pareceu à delegacia, ocasião em que firmou compromisso de posterior comparecimento ao
juízo criminal e entregou o veículo, após lavratura do competente termo circunstanciado. Na
audiência preliminar, o representante do Ministério Público apresentou proposta de transação
penal a Antônio: pagamento de dez cestas básicas a uma instituição de caridade. A proposta
foi aceita e devidamente homologada pelo juízo. Comprovado o cumprimento da proposta, foi
proferida sentença extintiva da punibilidade de Antônio. Na mesma sentença, o magistrado
acolheu manifestação do Ministério Público e decretou o confisco da motocicleta de Antônio.
Com referência a essa situação hipotética, julgue o item a seguir, considerando os institutos
inerentes à Lei n. 9.099/1995 e o entendimento dos tribunais superiores acerca da matéria.
A condenação penal de Antônio, em caso de eventual inviabilização da transação penal, depen-
deria da identificação dos denominados banqueiros que promoviam o jogo do bicho.

A condenação de Antônio (intermediador) independe da identificação do banqueiro ou do


apostador do jogo do bicho. Neste sentido, a Súmula 51 do STJ estabelece que: “A punição do
intermediador, no jogo do bicho, independe da identificação do “apostador” ou do “banqueiro”.
Errado.

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005. (UEG/PC-GO/DELEGADO DE POLÍCIA/2018) Nos termos do Decreto-Lei n. 3.688/1941,


tipifica-se como contravenção relativa à organização do trabalho a seguinte conduta:
a) recusar-se a receber, pelo seu valor, moeda de curso legal no país.
b) exercer profissão ou atividade econômica, ou anunciar que a exerce, sem preencher as con-
dições a que por lei está subordinado o seu exercício.
c) provocar, abusivamente, emissão de fumaça, vapor ou gás, que possa ofender ou moles-
tar alguém.
d) perturbar alguém o trabalho ou o sossego alheio, exercendo profissão incômoda ou ruidosa,
em desacordo com as prescrições legais.
e) entregar-se alguém habitualmente à ociosidade, sendo válido para o trabalho, sem ter renda
que lhe assegure meios bastantes de subsistência, ou prover à própria subsistência mediante
ocupação ilícita.

O Decreto-Lei n. 3.688/1941 prevê três contravenções penais relativas à organização


do trabalho:
1ª – Art. 47. Exercer profissão ou atividade econômica ou anunciar que a exerce, sem preen-
cher as condições a que por lei está subordinado o seu exercício.
2ª – Art. 48. Exercer, sem observância das prescrições legais, comércio de antiguidades, de
obras de arte, ou de manuscritos e livros antigos ou raros.
3ª – Art. 49. Infringir determinação legal relativa à matrícula ou à escrituração de indústria, de
comércio, ou de outra atividade.
Feita esta primeira observação, vamos para análise das alternativas...
a) Errada. A alternativa descreve uma contravenção penal referente à fé pública, prevista no art.
43 do Decreto-Lei n. 3.688/1941.
b) Certa. A alternativa descreve uma contravenção penal relativa à organização do trabalho,
prevista no art. 47 do Decreto-Lei n. 3.688/1941.
c) Errada. A alternativa descreve uma contravenção penal referente à incolumidade pública,
prevista no art. 38 do Decreto-Lei n. 3.688/1941.
d) Errada. A alternativa descreve uma contravenção penal referente à paz pública, prevista no
art. 42, II do Decreto-Lei n. 3.688/1941.
e) Errada. A alternativa descreve uma contravenção pena relativa à política de costumes, pre-
vista no art. 59 do Decreto-Lei n. 3.688/1941.
Letra b.

006. (UEG/PC-GO/DELEGADO DE POLÍCIA/2018) Sobre as contravenções penais previstas


no Decreto-Lei n. 3.688, de 3 de outubro de 1941, verifica-se que:
a) Admitem ação penal privada.

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b) Não há reincidência quando o agente pratica uma contravenção depois de passar em julga-
do a sentença que o tenha condenado, no Brasil, por motivo de contravenção.
c) A tentativa de contravenção é punida na forma prevista pelo Código Penal.
d) Segundo a Constituição, as contravenções praticadas em detrimento de bens, serviços ou
interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas são de competên-
cia da Justiça comum Federal.
e) A pena de prisão simples não pode ser cumprida em regime fechado, mesmo em caso de
regressão de regime.

a) Errada. As contravenções penais são de ação penal pública incondicionada, conforme prevê
o art. 17 do Decreto-Lei n. 3.688/1941.
b) Errada. O art. 7º do Decreto-Lei n. 3.688/1941 estabelece que:

“Verifica-se a reincidência quando o agente pratica uma contravenção depois de passar em julgado
a sentença que o tenha condenado, no Brasil ou no estrangeiro, por qualquer crime, ou, no Brasil, por
motivo de contravenção”.
Portanto, o agente que for condenado por contravenção penal e, posteriormente, praticar outra
contravenção, será considerado reincidente.
c) Errada. O art. 4º do Decreto-Lei n. 3.688/1941 estabelece que “Não é punível a tentativa de
contravenção”.
d) Errada. O art. 109, IV da CF prevê que

“Aos juízes federais compete processar e julgar: IV – os crimes políticos e as infrações penais prati-
cadas em detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou
empresas públicas, excluídas as contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar e da
Justiça Eleitoral”. (grifo nosso).
Com base neste dispositivo, é possível concluir que as contravenções penais serão julgadas,
em regra, pela Justiça Comum Estadual. Neste sentido, a Súmula 38 do STJ estabelece que:

“Compete a justiça estadual comum, na vigência da constituição de 1988, o processo por contraven-
ção penal, ainda que praticada em detrimento de bens, serviços ou interesse da união ou de suas
entidades”.
e) Certa. As contravenções penais não serão submetidas a regime fechado. Neste sentido, o
caput do art. 6º, do Decreto-Lei n. 3.688/1941, estabelece que “A pena de prisão simples deve
ser cumprida, sem rigor penitenciário, em estabelecimento especial ou seção especial de pri-
são comum, em regime semi-aberto ou aberto”.
Letra e.

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007. (TJ-MT/JUIZ LEIGO/2018) Para as contravenções penais, a lei prevê.


a) A aplicação isolada ou cumulativa das penas de reclusão e detenção.
b) Multa e prisão simples.
c) Detenção e multa.
d) Reclusão e prisão simples.

O art. 5º do Decreto-Lei n. 3.688/1941 estabelece que, nas contravenções penais, “As penas
principais são: I – prisão simples. II – multa”.
Letra b.

008. (FCC/PC-AP/AGENTE DE POLÍCIA/2017) Constituem contravenções penais previstas


no Decreto-Lei n. 3.688/1941:
I – Mendigar, por ociosidade ou cupidez.
II – Praticar vias de fato contra alguém.
III – Servir bebidas alcoólicas a criança ou adolescente.
IV – Fingir-se funcionário público.

Está correto o que se afirma em:


a) I, II, III e IV.
b) I e III, apenas.
c) I e IV, apenas.
d) II e IV, apenas.
e) II, III e IV, apenas.

Sobre a afirmativa I – Errada. A mendicância deixou de ser contravenção penal, após a entrada
em vigor da Lei n. 11.983/2009 que revogou o art. 60 do Decreto-Lei n. 3.688/1941.
Sobre a afirmativa II – Certa. A conduta de “Praticar vias de fato contra alguém” constitui con-
travenção penal referente à pessoa, prevista no art. 21 do Decreto-Lei n. 3.688/1941.
Sobre a afirmativa III – Errada. Após a entrada em vigor da Lei n. 13.106/2015, a conduta de
servir bebidas alcoólicas a menores de idade deixou de ser contravenção penal para tornar-se
crime, previsto no art. 243 do ECA.
Sobre a afirmativa IV – Certa. A conduta de “Fingir-se funcionário público” constitui contraven-
ção penal referente à fé pública, prevista no art. 45 do Decreto-Lei n. 3.688/1941.
Estão corretas as alternativas II e IV.
Letra d.

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009. (CESPE/PC-GO/ESCRIVÃO/2016) Se uma pessoa praticar vias de fato contra alguém,


sem que o fato constitua crime, ela terá cometido contravenção penal. Entretanto, segundo a
Lei das Contravenções Penais,
a) ela será considerada reincidente se tiver cometido crime no exterior, com sentença conde-
natória transitada em julgado.
b) ela será considerada reincidente se tiver cometido qualquer crime no Brasil, ainda que a
sentença condenatória não tenha transitado em julgado.
c) ela responderá por tentativa de contravenção, se o fato ocorrer por circunstância própria da
vontade dela.
d) se o fato ocorrer entre brasileiros e no exterior, a lei brasileira será aplicada e a pena, agravada.
e) ela será considerada reincidente se tiver cometido anteriormente contravenção penal
no exterior.

Antes de mais nada, é importante lembrarmos que a conduta de “Praticar vias de fato contra
alguém” constitui contravenção penal prevista no art. 21 do Decreto-Lei n. 3.688/1941.
Em relação à reincidência, o art. 7º do mesmo Decreto-Lei n. 3.688/1941 estabelece que:

“Verifica-se a reincidência quando o agente pratica uma contravenção depois de passar em julgado
a sentença que o tenha condenado, no Brasil ou no estrangeiro, por qualquer crime, ou, no Brasil, por
motivo de contravenção”.
Com base neste artigo, podemos concluir que:
• Condenação por Crime (dentro ou fora do país) + prática de outro Crime = gera reinci-
dência.
• Condenação por Crime (dentro ou fora do país) + prática de contravenção = gera reinci-
dência.
• Condenação por Contravenção (dentro do país) + prática de outra Contravenção = gera
reincidência.
• Condenação por Contravenção + prática de Crime = Não há Reincidência.
Feita esta primeira observação, vamos analisar as alternativas...
a) Certa. Será reincidente o agente que tiver sido condenado por crime (dentro ou fora do país),
com sentença condenatória transitada em julgado, e, posteriormente, praticar, no Brasil, algu-
ma contravenção penal.
b) Errada. Para ser considerado reincidente é necessário que haja a condenação definitiva,
com sentença penal transitada em julgado.
c) Errada. O art. 4º do Decreto-Lei n. 3.688/1941 estabelece que “Não é punível a tentativa de
contravenção”.
d) Errada. O art. 2º do Decreto-Lei n. 3.688/1941 “A lei brasileira só é aplicável à contravenção
praticada no território nacional.”

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e) Errada. A lei brasileira não é aplicada no caso de contravenção penal praticada fora do terri-
tório nacional. Em razão disso, só há reincidência se o agente tiver sido condenado, no Brasil,
(com sentença transitada em julgado) pela prática de contravenção penal. Neste sentido, o art.
7º do Decreto-Lei n. 3.688/1941 estabelece que:

“Verifica-se a reincidência quando o agente pratica uma contravenção depois de passar em julgado
a sentença que o tenha condenado, no Brasil ou no estrangeiro, por qualquer crime, ou, no Brasil, por
motivo de contravenção”. (grifo nosso).
Letra a.

010. (MS CONCURSOS/CRECI 1ª REGIÃO/ADVOGADO/2016) A tentativa de recusa a rece-


ber, pelo seu valor, moeda de curso legal no país, em conformidade com a Lei de Contravenções:
a) É punível com prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa.
b) Não é punível.
c) É punível somente com multa.
d) É punível somente com prisão simples, de um a três meses.

A conduta de “Recusar-se a receber, pelo seu valor, moeda de curso legal no país” constitui
contravenção penal referente à fé pública, prevista no art. 43 do Decreto-Lei n. 3.688/1941.
O art. 4º deste mesmo Decreto-Lei prevê que “Não é punível a tentativa de contravenção”.
Portanto, a tentativa de recusa a receber, pelo seu valor, moeda de curso legal no país, não
será punível.
Letra b.

011. (CESPE/PC-PE/DELEGADO DE POLÍCIA/2016) O brasileiro nato, maior e capaz, que pra-


ticar vias de fato contra outro brasileiro nato
a) será considerado reincidente, caso tenha sido condenado, em território estrangeiro, por con-
travenção penal.
b) poderá ser condenado a penas de reclusão, de detenção e de multa.
c) responderá por contravenção penal no Brasil, ainda que a conduta tenha sido praticada em
território estrangeiro.
d) responderá por contravenção, na forma tentada, se tiver deixado de praticar o ato por cir-
cunstâncias alheias a sua vontade.
e) responderá por contravenção penal e, nesse caso, a ação penal é pública incondicionada.

Antes de responder a questão, é importante lembrarmos que a conduta de “Praticar vias de


fato contra alguém” constitui contravenção penal referente à pessoa, prevista no art. 21 do
Decreto-Lei n. 3.688/1941.

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Decreto-Lei n. 3.688/1941 – Contravenções Penais
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a) Errada. A lei brasileira não é aplicada no caso de contravenção penal praticada fora do terri-
tório nacional. Em razão disso, só há reincidência se o agente tiver sido condenado, no Brasil,
(com sentença transitada em julgado) pela prática de contravenção penal. Neste sentido, o art.
7º do Decreto-Lei n. 3.688/1941 estabelece que:

“Verifica-se a reincidência quando o agente pratica uma contravenção depois de passar em julgado
a sentença que o tenha condenado, no Brasil ou no estrangeiro, por qualquer crime, ou, no Brasil, por
motivo de contravenção”. (grifo nosso).
b) Errada. As penas de reclusão, detenção e multa são aplicadas à crimes. As contravenções
penais são sujeitas à pena de prisão simples e/ou multa, conforme prevê o art. 5º do Decreto-
-Lei n. 3.688/1941.
c) Errada. O art. 2º do Decreto-Lei n. 3.688/1941 “A lei brasileira só é aplicável à contravenção
praticada no território nacional.”
d) Errada. O art. 4º deste mesmo Decreto-Lei prevê que “Não é punível a tentativa de con-
travenção”.
e) Certa. Como vimos, a conduta de “Praticar vias de fato contra alguém” constitui contraven-
ção penal referente à pessoa e, como tal, será de ação penal pública incondicionada, conforme
prevê o art. 17 do Decreto-Lei n. 3.688/1941.
Letra e.

012. (FUNCAB/SEGEP-MA/AGENTE PENITENCIÁRIO/2016) As contravenções penais:


a) podem ser punidas com pena de detenção.
b) não prescrevem.
c) não são punidas na forma tentada.
d) constituem meros ilícitos administrativos.
e) estão inseridas na Parte Especial do Código Penal.

a) Errada. A pena de detenção só será aplicada em caso de crimes. O art. 5º do Decreto-Lei


n. 3.688/1941 estabelece que, nas contravenções penais, “As penas principais são: I – prisão
simples. II – multa.”
b) Errada. São imprescritíveis a prática de racismo e a ação de grupos armados, civis ou mili-
tares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático, conforme prevê o art. 5º, incisos
XLII e XLIV da CF. As contravenções penais são prescritíveis.
c) Certa. O art. 4º do Decreto-Lei n. 3.688/1941 estabelece que “Não é punível a tentativa de
contravenção.”
d) Errada. Embora haja críticas doutrinárias, as condutas previstas no Decreto-Lei n. 3.688/1941
(denominadas de contravenções penais) estão sujeitas à intervenção penal punitiva, não con-
sistindo em meros ilícitos administrativos.
e) Errada. As contravenções Penais estão previstas no Decreto-Lei n. 3.688/1941.
Letra c.

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013. (FCC/DPE-MA/DEFENSOR PÚBLICO/2018/ADAPTADA) A Lei de Contravenções Penais


prevê pena de prisão simples para a mendicância, em nítida violação ao direito penal do autor.

A maior parte da doutrina entende que a Lei de Contravenções Penais vai na contramão do
princípio da intervenção mínima, à medida em que tipifica condutas de mínima ofensividade,
que poderiam ser resolvidas por outros ramos do direito.
Errado.

014. (CESPE/TJ-DF/JUIZ DE DIREITO/2016/ADAPTADA) A tentativa de contravenção penal


não é passível de punição legal.

Trata-se da literalidade do art. 4º do Decreto-Lei n. 3.688/1941, o qual estabelece que “Não é


punível a tentativa de contravenção.”
Certo.

015. (FUNIVERSA/SEAD-GO/AGENTE DE SEGURANÇA PRISIONAL/2016) Belarmindo, par-


ticular, falsamente intitula-se perante terceiros como funcionário público. Considerando esse
caso hipotético, Belarmindo responderá
a) pelo crime de exercício funcional ilegalmente antecipado ou prolongado.
b) pelo crime de usurpação de função pública.
c) por contravenção penal.
d) somente na área cível.
e) pelo crime de prevaricação.

No caso em tela, Belarmindo pratica a conduta de “Fingir-se funcionário público”, a qual consti-
tui contravenção penal referente à fé pública, prevista no art. 45 do Decreto-Lei n. 3.688/1941.
Esta contravenção penal não pode ser confundida com o crime de usurpação de função públi-
ca, disposto no art. 328 do Código Penal!
No crime previsto no art. 328 do CP, o sujeito ativo exerce a função pública, sem ser funcionário
público. Já na hipótese descrita no art. 45 da Lei de Contravenções Penais, o agente apenas
finge ser funcionário público (ou veste-se como tal), sem praticar nenhuma atividade inerente
ao cargo ou função.
Letra c.

016. (VUNESP/PC-CE/INSPETOR/2016/ADAPTADA) Populares avisaram a polícia que João


e José, embriagados, discutiam na via pública. Avistados e abordados, os policiais verificaram
que nenhum dos dois traziam quaisquer documentos, além de terem localizado na cintura de

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João uma arma de fogo e sob as vestes de José uma faca. Nesse contexto, competem aos
policiais conduzir os dois para a Delegacia de Polícia; José para responder pela contravenção
penal de porte de arma branca, e João porque foi preso em flagrante delito por porte ilegal de
arma de fogo.

José, por estar trazendo consigo, uma faca, considerada arma branca, responderá pela contra-
venção penal prevista no art. 19 da Lei do Decreto-Lei n. 3.688/1941.
Já João, por estar portando arma de fogo, não responderá por contravenção penal e sim por
crime, previsto no art. 14 do Estatuto do Desarmamento.
Certo.

017. (PM-MT/SARGENTO DE POLÍCIA MILITAR/2021) A perturbação do trabalho ou sosse-


go alheios, por meio de gritaria, algazarra, ou abusando de instrumentos musicais ou sinais
acústicos, nos termos da legislação brasileira, é conduta
a) enquadrada como crime relativo à polícia de costumes.
b) considerada como fato atípico na esfera penal.
c) enquadrada como contravenção penal sujeita à prisão simples ou multa.
d) considerada como crime contra a organização do trabalho.
e) enquadrada como contravenção penal sujeita, exclusivamente, à multa.

A conduta de “Perturbar alguém o trabalho ou o sossego alheio por meio de gritaria, algazarra,
ou abusando de instrumentos musicais ou sinais acústicos” constitui contravenção penal refe-
rente à paz pública, prevista no art. 42, I e III do Decreto-Lei n. 3.688/1941.
Neste caso, a pena será de prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa.
Letra c.

018. (CESPE/PC-AL/AGENTE DE POLÍCIA/2021) A autoridade policial instaurou inquérito po-


licial em virtude de crime de lesões corporais leves cometidos contra mulher no âmbito fami-
liar. O inquérito foi relatado e enviado ao Poder Judiciário.
Considerando essa situação hipotética julgue o item seguinte.
Ausente a materialidade das lesões e tendo sido concluído pela existência da contravenção de
vias de fato, poderia ser aplicada a transação penal nessa situação.

Na hipótese em questão, a conduta estará submetida ao rito estabelecido na Lei Maria da


Penha, por tratar-se de violência familiar contra a mulher. Neste sentido, a Súmula 536 do STJ
estabelece que “A suspensão condicional do processo e a transação penal não se aplicam na
hipótese de delitos sujeitos ao rito da Lei Maria da Penha.”
Errado.

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019. (IBFC/SAEB-BA/SOLDADO/2020) Assinale a alternativa Certa. Apresenta-se como con-


duta própria de contravenção penal o ato de:
a) obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo
alguém em erro, mediante artifício, ardil ou qualquer outro meio fraudulento
b) recusar à autoridade, quando por esta, justificadamente solicitados ou exigidos, dados ou
indicações concernentes à própria identidade, estado, profissão, domicílio e residência
c) adquirir, receber ou ocultar, em proveito próprio ou alheio, coisa que sabe ser produto de
crime, ou influir para que terceiro, de boa-fé, a adquira, receba ou oculte
d) destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia
e) apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou a detenção

a) Errada. A conduta descrita configura crime de estelionato, previsto no art. 171 do Có-
digo Penal.
b) Certa. A conduta descrita constitui contravenção penal referente à administração pública,
prevista no art. 68 do Decreto-Lei n. 3.688/1941.
c) Errada. A conduta descrita constitui crime de Receptação, previsto no art. 180 do Có-
digo Penal.
d) Errada. A conduta descrita constitui crime de Dano, previsto no art. 163 do Código Penal.
e) Errada. A conduta descrita constitui crime de Apropriação Indébita, previsto no art. 168 do
Código Penal.
Letra b.

020. (IBGP/PREFEITURA DE UBERABA-MG/GUARDA MUNICIPAL/2020/ADAPTADA) Zezé,


perturba o sossego da vizinhança com som alto às três horas da manhã e Moacir, explora jogo
de azar colocando uma máquina do tipo caça níquel no seu bar. Nestes casos, tanto Zezé
quanto Moacir praticam contravenção penal.

Zezé pratica contravenção penal referente à paz pública, prevista no art. 42, III do Decreto-Lei
n. 3.688/1941.
Já Moacir pratica contravenção penal referente à política de costumes, prevista no art. 50 do
Decreto-Lei n. 3.688/1941.
Certo.

021. (CESPE/TJ-PA/JUIZ DE DIREITO/2019) Ao caminhar por uma praia turística na Grécia,


Alex derramou na areia um litro de óleo diesel, com o único fim de sujar os banhistas que
lá estavam. Após seu retorno ao Brasil, em razão da grande repercussão midiática, Alex foi
denunciado pelo Ministério Público, que pediu sua condenação pela prática da contravenção
tipificada no art. 37 do Decreto-lei n. 3.688/1941.

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Considerando-se essa situação hipotética, é correto afirmar que Alex


a) não responderá pela contravenção, pois a lei brasileira só é aplicável a contravenção prati-
cada em território brasileiro.
b) responderá pela contravenção, pois ao caso se aplica o princípio da extraterritorialidade.
c) responderá pela contravenção, pois ao caso se aplica o princípio da territorialidade.
d) não responderá pela contravenção, pois ao caso se aplica o princípio da insignificância,
dada a quantidade de óleo diesel derramada.
e) não responderá pela contravenção, mas poderá ser extraditado para responder pela condu-
ta na Grécia

O art. 2º do Decreto-Lei n. 3.688/1941 estabelece que “A lei brasileira só é aplicável à contra-


venção praticada no território nacional”. Desta forma, o princípio da extraterritorialidade não
será aplicável em caso de contravenções penais. A doutrina aponta que, neste tipo de infração,
a norma adota a regra da territorialidade absoluta. Portanto, neste caso, Alex não responderá
pela contravenção penal, já que sua conduta foi praticada na Grécia.
Letra a.

022. (COSEAC/PREFEITURA DE NITERÓI-RJ/GUARDA CIVIL MUNICIPAL/2014) Com rela-


ção às contravenções penais, é correto afirmar que:
a) não suspendem os direitos políticos enquanto dura a execução da pena prevista.
b) se o agente comete uma contravenção, enquanto é julgado por outra contravenção, é consi-
derado reincidente.
c) não admitem tentativa.
d) não permitem a substituição de pena e nem o livramento condicional.
e) a ação penal é privada.

a) Errada. O 12, II do Decreto-Lei n. 3.688/1941 prevê a suspensão dos direitos políticos no


caso de condenação por contravenção penal com pena privativa de liberdade. Nesta hipótese
a suspensão irá durar enquanto dure a execução da pena ou a aplicação da medida de segu-
rança detentiva.
b) Errada. A reincidência exige o trânsito em julgado de sentença penal condenatória anterior.
Na hipótese descrita na alternativa, o agente só será considerado reincidente se tiver sido con-
denado, com trânsito em julgado, pela contravenção penal, cometendo, posteriormente, outra
contravenção.
c) Certa. O art. 4º do Decreto-Lei n. 3.688/1941 estabelece que “Não é punível a tentativa de
contravenção”.

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d) Errada. O art. 11 da Lei de Contravenções Penais estabelece que “Desde que reunidas as
condições legais, o juiz pode suspender por tempo não inferior a um ano nem superior a três, a
execução da pena de prisão simples, bem como conceder livramento condicional”.
e) Errada. O art. 17 da Lei de Contravenções Penais estabelece que “A ação penal é pública,
devendo a autoridade proceder de ofício”.
Letra c.

023. (VUNESP/PC-SP/AGENTE/2014) As contravenções penais se diferenciam dos crimes,


pois aquelas não
a) geram antecedentes criminais (LCP, art. 7º).
b) são punidas na forma tentada (LCP, art. 4º).
c) são processadas por ação penal de iniciativa pública (LCP, art. 17).
d) geram reincidência (LCP, art. 7º).
e) admitem pena de prisão, apenas multa (LCP, art. 9º).

a) Errada. As contravenções penais geram antecedentes criminais, podendo, inclusive, acarre-


tar reincidência, nas hipóteses previstas no art. 7º do Decreto-Lei n. 3.688/1941.
b) Certa. O art. 4º do Decreto-Lei n. 3.688/1941 estabelece que “Não é punível a tentativa de
contravenção”.
c) Errada. As contravenções penais são processadas por ações penais públicas incondiciona-
das, como prevê o art. 17 do Decreto-Lei n. 3.688/1941.
d) Errada. As contravenções penais geram reincidência, nos casos estabelecidos no art. 7º do
Decreto-Lei n. 3.688/1941.
e) Errada. As contravenções penais admitem a pena de prisão simples e multa, como prevê o
art. 5º do Decreto-Lei n. 3.688/1941.
Letra b.

024. (CESPE/CÂMARA DOS DEPUTADOS/ANALISTA LEGISLATIVO/2014) De acordo com


a Lei de Contravenções Penais (Decreto-lei n. o 3.688/1941), as penas principais aplicáveis às
contravenções penais são as de multa e prisão simples, devendo esta última ser cumprida sem
rigor penitenciário, em estabelecimento especial ou seção especial de prisão comum, exclusi-
vamente em regime aberto.

A prisão simples, imposta em caso de contravenção penal, será cumprida em regime aberto
ou semiaberto. Neste sentido, o art. 6º do Decreto-Lei n. 3.688/1941 estabelece que “A pena
de prisão simples deve ser cumprida, sem rigor penitenciário, em estabelecimento especial ou
seção especial de prisão comum, em regime semi-aberto ou aberto”.
Errado.

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025. (VUNESP/PC-SP/FOTÓGRAFO TÉCNICO PERICIAL/2014) Considera-se, consoante o


art. 1º da Lei de Introdução ao Código Penal, contravenção a infração penal a que a Lei co-
mina pena(s)
a) de prisão simples ou multa.
b) privativa de liberdade.
c) de reclusão ou de detenção.
d) restritiva de direitos.
e) privativas e restritivas de liberdade.

A contravenção penal estará sujeita à pena de prisão simples ou multa, como estabelece o art.
5º do Decreto-Lei n. 3.688/1941.
Letra a.

026. (IADES/METRÔ-DF/SEGURANÇA METROFERROVIÁRIO/2014) Mévio, segurança me-


troferroviário de uma companhia de metrô, em sua jornada de trabalho presenciou um indi-
víduo subtraindo a bolsa de uma senhora. Como estava sozinho, decidiu pedir ajuda a outros
colegas com o objetivo de prender o transgressor. Infelizmente, não houve tempo hábil para
tanto e o suspeito fugiu do local com a bolsa da vítima. Inconformado por não ter prendido o
infrator, Mévio achou melhor não comunicar o episódio à autoridade competente.
Acerca desse caso hipotético, assinale a alternativa correta em relação ao comportamento
adotado por Mévio.
a) Mévio não poderá ser responsabilizado criminalmente, já que envidou os esforços necessá-
rios para prender o transgressor.
b) Mévio poderá ser responsabilizado pelo crime de omissão de comunicação de crime.
c) No caso em tela, a conduta de Mévio constitui uma contravenção penal apenada com multa.
d) Caso o crime presenciado por Mévio fosse de ação penal privada, ainda assim haveria a
obrigatoriedade de comunicar o crime à autoridade competente.
e) Mévio poderá ser responsabilizado administrativamente, mas a responsabilidade penal dele
não será cogitada.

Primeiramente é importante lembrarmos que o metrô, enquanto transporte coletivo, se enqua-


dra na hipótese de atividade típica da administração pública. Neste sentido, o segurança me-
troferroviário da companhia de metrô se equipara à funcionário público para fins legais, como
estabelece o art. 327, §1º do Código Penal.
No caso em questão, Mévio, ao não comunicar o episódio de furto à autoridade competente,
incorre em contravenção penal referente à Administração Pública, prevista no art. 66, I do De-
creto-Lei n. 3.688/1941, sujeita à pena de multa.

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Só incorrerá nesta contravenção se o crime omitido for de ação penal pública.


a) Errada. Mévio responde por contravenção penal prevista no art. 66, I do Decreto-Lei n.
3.688/1941.
b) Errada. A omissão de comunicação de crime, na hipótese em apreço, configura contraven-
ção penal, e não crime.
c) Certa. Como vimos, no caso em tela, Mévio, ao não comunicar o episódio de furto à autori-
dade competente, incorre em contravenção penal referente à Administração Pública, prevista
no art. 66, I do Decreto-Lei n. 3.688/1941, sujeita à pena de multa.
d) Errada. A obrigatoriedade de comunicação só é exigida em caso de crime de ação penal
pública incondicionada e só é exigida se o agente tiver conhecimento do fato no exercício de
função pública ou no exercício da medicina ou de outra profissão sanitária (neste último caso,
desde que a comunicação não poderá expor o cliente a procedimento criminal).
e) Errada. Mévio poderá ser responsabilizado penalmente pela contravenção penal prevista no
art. 66, I do Decreto-Lei n. 3.688/1941.
Letra c.

027. (VUNESP/PC-SP/INVESTIGADOR/2014) Com relação ao crime e à contravenção, assi-


nale a alternativa correta.
a) A contravenção penal somente pode ser apenada com detenção
b) O crime é infração penal menos grave do que a contravenção.
c) A contravenção poderá ser dolosa ou culposa.
d) A contravenção penal poderá ser apenada com prisão simples
e) O crime é doloso e a contravenção, culposa

a) Errada. A contravenção penal é submetida à pena de prisão simples e/ou multa, como esta-
belece o art. 5º do Decreto-Lei n. 3.688/1941.
b) Errada. O crime é infração penal mais grave do que a detenção e, por isso, estará sujeito às
penas de reclusão, detenção e/ou multa, enquanto as contravenções penais se submetem às
penas de prisão e/ou multa.
c) Errada. As contravenções penais não admitem a modalidade culposa.
d) Certa. A contravenção penal é submetida à pena de prisão simples e/ou multa, como esta-
belece o art. 5º do Decreto-Lei n. 3.688/1941.
e) Errada. Os crimes podem ser dolosos ou culposos, já as contravenções penais só admitirão
a modalidade dolosa.
Letra d.

028. (FGV/TJ-AM/ANALISTA JUDICIÁRIO/2013) Sobre a contravenção penal, assinale a afir-


mativa incorreta.

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a) Em geral, a contravenção penal é espécie de infração penal menos grave do que o crime,
sendo, por isso, chamada pela doutrina de crime-anão.
b) Assim como o Código Penal, a Lei de Contravenções Penais (DL n. 3.688) prevê hipóteses
de extraterritorialidade em que a lei brasileira será aplicável à contravenção praticada fora do
território nacional.
c) Como regra geral, o sujeito que pratica contravenção penal depois de transitado em julgado
a sentença que o tenha condenado por crime no Brasil ou no exterior ou, no Brasil, por contra-
venção, é reincidente.
d) Não é punível a tentativa de contravenção.
e) Para a contravenção penal, nos termos da lei especial, as penas principais são multa e pri-
são simples.

a) Certa. As contravenções penais, são espécie de infração penal de menor potencial ofensi-
vo, juntamente com “os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a 2 (dois) anos,
cumulada ou não com multa”, conforme prevê o art. 61 da Lei n. 9.099/1995. Estas contraven-
ções penais são doutrinariamente chamadas de crime-anão.
b) Errada. A contravenção penal não admite hipóteses de extraterritorialidade. Neste sentido, o
art. 2º do Decreto-Lei n. 3.688/1941 estabelece que “A lei brasileira só é aplicável à contraven-
ção praticada no território nacional”.
c) Certa. Trata-se da previsão contida no art. 7º do Decreto-Lei n. 3.688/1941, que discorre
sobre as hipóteses de reincidência ao dispor que “Verifica-se a reincidência quando o agente
pratica uma contravenção depois de passar em julgado a sentença que o tenha condenado, no
Brasil ou no estrangeiro, por qualquer crime, ou, no Brasil, por motivo de contravenção.”
d) Certa. O art. 4º do Decreto-Lei n. 3.688/1941 estabelece que “Não é punível a tentativa de
contravenção.”
e) Certa. Trata-se da previsão contida no art. 5º do Decreto-Lei n. 3.688/1941.
Letra b.

029. (CESPE/PRF/POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL/2013) Considere que determinado cida-


dão esteja usando publicamente uniforme de PRF, função pública que ele não exerce. Nessa
situação, para que esse cidadão responda por contravenção penal, é necessário que sua con-
duta cause efetivo prejuízo para o Estado ou para outra pessoa.

O art. 46 do Decreto-Lei n. 3.688/1941 prevê, como contravenção penal referente à fé pública,


a conduta de “Usar, publicamente, de uniforme, ou distintivo de função pública que não exerce;
usar, indevidamente, de sinal, distintivo ou denominação cujo emprego seja regulado por lei”.
Este tipo penal não exige a produção de efetivo prejuízo para sua consumação
Errado.

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030. (CESPE/PC-BA/DELEGADO DE POLÍCIA/2013) A tentativa de contravenção, mesmo


que factível, não é punida.

O art. 4º prevê do Decreto-Lei n. 3.688/1941 que “Não é punível a tentativa de contravenção”.


Certo.

031. (TJ-SC/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS/2012/ADAPTADA) A lei


brasileira só é aplicável à contravenção praticada no território nacional.

Trata-se da literalidade do art. 2º do Decreto-Lei n. 3.688/1941, o qual estabelece que “A lei


brasileira só é aplicável à contravenção praticada no território nacional.”
Certo.

032. (FAURGS/TJ-RJ/CONCILIADOR CRIMINAL) Qual das condutas referidas abaixo NÃO re-
presenta uma contravenção penal?
a) Praticar vias de fato contra alguém.
b) Não guardar com a devida cautela animal perigoso.
c) Perturbar alguém, o trabalho ou o sossego alheios com gritaria ou algazarra.
d) Recusar-se a receber, pelo seu valor, moeda de curso legal no país.
e) Entregar a direção de veículo automotor a pessoa não habilitada.

a) Errada. A conduta descrita constitui contravenção penal referente à pessoa, prevista no art.
21 do Decreto-Lei n. 3.688/1941.
b) Errada. A conduta descrita constitui contravenção penal referente à incolumidade pública,
prevista no art. 31 do Decreto-Lei n. 3.688/1941.
c) Errada. A conduta descrita constitui contravenção penal referente à paz pública, prevista no
art. 42, I do Decreto-Lei n. 3.688/1941.
d) Errada. A conduta descrita constitui contravenção penal referente à fé pública, prevista no
art. 43 do Decreto-Lei n. 3.688/1941.
e) Certa. A conduta de entregar a direção de veículo automotor a pessoa não habilitada cons-
titui crime, previsto no art. 310 do CTB.
Letra e.

033. (FEPESE/DPE-SC/DEFENSOR PÚBLICO/2012/ADAPTADA) As leis penais brasileiras


podem ser aplicadas tanto aos crimes cometidos no território nacional quanto àqueles pra-
ticados no estrangeiro, nas hipóteses previstas, mas elas somente podem ser aplicadas às
contravenções penais que forem cometidas no território nacional.

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Decreto-Lei n. 3.688/1941 – Contravenções Penais
Fábio Roque e Flávia Araújo

A doutrina aponta que, no caso das contravenções penais, a legislação penal adotou o princí-
pio da territorialidade absoluta, a medida que não permite a aplicação da lei brasileira fora do
país. Neste sentido, o art. 2º do Decreto-Lei n. 3.688/1941 estabelece que “A lei brasileira só é
aplicável à contravenção praticada no território nacional.”
Certo.

034. (CESPE/PC-AL/DELEGADO/2012) Apesar de, no campo fático, ser possível ocorrer a


tentativa de contravenção penal, esta, quando se desenvolve na forma tentada, não é penal-
mente alcançável.

A doutrina aponta que, na prática, é possível a incorrência de tentativa de cometimento de


contravenções penais. Entretanto, caso esta tentativa ocorra, não haverá incidência de sanção
penal, conforme podemos constatar a partir da leitura do art. 4º do Decreto-Lei n. 3.688/1941,
o qual prevê que “Não é punível a tentativa de contravenção”.
Certo.

035. (TJ-PR/ASSESSOR JURÍDICO/2012) Acerca das contravenções penais, com principal


previsão no Decreto7Lei n. 3.688, de 03 de outubro de 1941, assinale a alternativa correta.
a) Não é punível a tentativa de contravenção; apenas a contravenção consumada, portanto.
b) A pena de prisão simples deve ser cumprida com rigor penitenciário e em regime fechado.
c) A lei brasileira é aplicável à contravenção praticada em território estrangeiro.
d) O condenado à pena de prisão simples deverá cumprir pena junto dos condenados apena-
dos com reclusão ou detenção.

a) Certa. O art. 4º do Decreto-Lei n. 3.688/1941 estabelece que “Não é punível a tentativa de


contravenção”.
b) Errada. O art. 6º do Decreto-Lei n. 3.688/1941 estabelece que “A pena de prisão simples
deve ser cumprida, sem rigor penitenciário, em estabelecimento especial ou seção especial de
prisão comum, em regime semiaberto ou aberto”.
c) Errada. O art. 2º do Decreto-Lei n. 3.688/1941 estabelece que “A lei brasileira só é aplicável
à contravenção praticada no território nacional”.
d) Errada. O art. 6º, §1º do Decreto-Lei n. 3.688/1941 estabelece que “O condenado a pena de
prisão simples fica sempre separado dos condenados a pena de reclusão ou de detenção”.
Letra a.

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Decreto-Lei n. 3.688/1941 – Contravenções Penais
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036. (FCC/TJ-PE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2012) Para as contravenções penais, a lei prevê a


aplicação isolada ou cumulativa das penas de
a) prisão simples e detenção.
b) reclusão e detenção.
c) multa e prisão simples.
d) detenção e multa.
e) reclusão e prisão simples.

O art. 5º do Decreto-Lei n. 3.688/1941 prevê a aplicação, cumulativa ou isolada, das penas de


prisão simples e multa, nos casos de contravenções penais.
Letra c.

037. (NUCEPE/PC-PI/2008) Quanto à classificação das infrações penais, é correto afirmar


que sua diferença é quantitativa, uma vez que está baseada na gravidade da pena. Assim, te-
mos que a contravenção apresenta as mesmas características do crime, só divergindo quanto
à aplicação dessa pena. Com base no que foi apresentado, e ainda a partir da leitura da Lei
das Contravenções Penais (Decreto Lei n. 3.688/1941), pode-se afirmar que a pena aplicada
na contravenção é de:
a) Reclusão e detenção
b) Reclusão e multa
c) Detenção e multa
d) Prisão simples e multa
e) Apenas multa

O art. 5º do Decreto-Lei n. 3.688/1941 prevê a aplicação, cumulativa ou isolada, das penas de


prisão simples e multa, nos casos de contravenções penais.
As penas de reclusão, detenção e/ou multa são aplicadas à crimes, não a contravenções penais.
Letra d.

038. (VUNESP/MPE-SP/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2008) Considerando as disposições con-


tidas na Parte Geral da Lei das Contravenções Penais, assinale a alternativa incorreta.
a) A lei brasileira só é aplicável à contravenção praticada no território nacional.
b) Não é punível a tentativa de contravenção.
c) Nas contravenções, as penas principais são prisão simples e multa.
d) Verifica-se a reincidência quando o agente pratica uma contravenção depois de passar em
julgado a sentença que o tenha condenado, no Brasil ou no estrangeiro, por qualquer crime, ou,
no Brasil, por motivo de contravenção.

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Decreto-Lei n. 3.688/1941 – Contravenções Penais
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e) Nas contravenções, em caso de ignorância ou de errada compreensão da lei, quando ines-


cusáveis, a pena pode deixar de ser aplicada.

a) Certa. Trata-se da literalidade do art. 2º do Decreto-Lei n. 3.688/1941 que não admite a apli-
cação da lei brasileira aos casos de contravenções penais ocorridas fora do território nacional.
b) Certa. Trata-se da literalidade do art. 4º do Decreto-Lei n. 3.688/1941, que não admite a pu-
nição da contravenção penal tentada.
c) Certa. Trata-se da previsão contida no art. 5º do Decreto-Lei n. 3.688/1941, que prevê as
penas de prisão simples e/ou multa para as contravenções penais.
d) Certa. Trata-se da previsão contida no art. 7º do Decreto-Lei n. 3.688/1941, que prevê a rein-
cidência nos casos em que o agente comete contravenção penal após ter sido definitivamente
condenado, com trânsito em julgado, por crime (dentro ou fora do Brasil) ou outra contraven-
ção (no Brasil).
e) Errada. O art. 8º do Decreto-Lei n. 3.688/1941 estabelece que “No caso de ignorância
ou de errada compreensão da lei, quando escusáveis, a pena pode deixar de ser aplicada”.
(grifo nosso).
Letra e.

039. (FCC/TCE-AL/PROCURADOR/2008) Quanto às contravenções penais, é possível


afirmar que
a) admitem a punição pela tentativa.
b) geram reincidência, se praticadas após condenação definitiva por crime.
c) a pena de multa, se não paga, deve ser convertida em prisão simples.
d) a ignorância da lei nunca isenta de pena.
e) a pena pode ser cumprida, inicialmente, em regime fechado.

a) Errada. O art. 4º do Decreto-Lei n. 3.688/1941 estabelece que “Não é punível a tentativa de


contravenção”.
b) Certa. O art. 7º do Decreto-Lei n. 3.688/1941 estabelece que a contravenção praticada
após condenação definitiva por crime, cometido dentro ou fora do território nacional, gera a
reincidência.
c) Errada. A legislação penal brasileira não admite mais a conversão da pena de multa em
pena restritiva de liberdade. Atualmente entende-se que a multa constitui dívida de valor, a ser
executada pelo Estado.
d) Errada. Em relação às contravenções penais, o art. 8º do Decreto-Lei n. 3.688/1941 admite
a possibilidade de não aplicação da pena quando a ignorância da lei for escusável.

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Decreto-Lei n. 3.688/1941 – Contravenções Penais
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e) Errada. Nas contravenções penais a prisão simples será cumprida em regime semiaberto
ou aberto, não se admitindo o seu cumprimento em regime fechado, como prevê o art. 6º do
Decreto-Lei n. 3.688/1941.
Letra b.

040. (CESPE/MPE-RO/OFICIAL DE PROMOTORIA/2008) A diferença entre crime e contra-


venção penal consiste na aplicação de pena de reclusão ao primeiro e, ao segundo, pena de
detenção ou multa.

O crime poderá ser submetido à pena de reclusão, detenção e/ou multa. Já a contravenção
penal só será submetida às penas de prisão simples e/ou multa, como estabelece o art. 5º do
Decreto-Lei n. 3.688/1941.
Errado.

041. (MPE-PR/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2008) Sobre as contravenções penais, previstas no


Decreto-lei n. 3.688/1941, é correto afirmar:
a) o princípio da territorialidade tem aplicação exclusiva em se tratando de contravenção penal
e, pois, não comporta a aplicação das regras previstas no art. 7º do Código Penal (extraterri-
torialidade). Ainda, em matéria de contravenção penal, pune-se a tentativa com a pena corres-
pondente à infração consumada, diminuída de um a dois terços, conforme previsão do art. 14,
parágrafo único, do Código Penal.
b) o princípio da territorialidade tem aplicação em se tratando de contravenção penal, mas a
regra da extraterritorialidade se impõe, em caráter excepcional, apenas em relação às infra-
ções cometidas contra o Presidente da República. Ainda, em matéria de contravenção, existe
previsão expressa de que não é punível a tentativa.
c) o princípio da territorialidade tem aplicação exclusiva em se tratando de contravenção penal
e, pois, não comporta a aplicação das regras previstas no art. 7º do Código Penal (extraterrito-
rialidade). Ainda, em matéria de contravenção, existe previsão expressa de que não é punível
a tentativa.
d) o princípio da territorialidade não tem aplicação exclusiva em se tratando de contravenção
penal e, pois, comporta a aplicação das regras previstas no art. 7º do Código Penal (extrater-
ritorialidade). E, em matéria de contravenção penal, pune-se a tentativa com a pena corres-
pondente à infração consumada, diminuída de um a dois terços, conforme previsão do art. 14,
parágrafo único, do Código Penal.
e) a aplicação da lei no espaço e a tentativa não são matérias tratadas de forma específica no
decreto-lei que versa sobre as contravenções penais.

a) Errada. O erro da alternativa está em afirmar que, na contravenção, pune-se a tentativa.

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Decreto-Lei n. 3.688/1941 – Contravenções Penais
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b) Errada. O princípio da extraterritorialidade não é aplicável em caso de contravenções penais,


em nenhuma hipótese. Deste modo, o art. 2º do Decreto-Lei n. 3.688/1941 prevê que “A lei bra-
sileira só é aplicável à contravenção praticada no território nacional”.
c) Certa. O princípio da extraterritorialidade não é aplicável em caso de contravenções penais,
em nenhuma hipótese (art. 3º) e a tentativa de contravenção não será objeto de punição penal
(art. 4º).
d) Errada. O princípio da extraterritorialidade não é aplicável em caso de contravenções penais,
não havendo aplicação excepcional da previsão contida no art. 7º do CP. Ademais, a tentativa
de contravenção não será objeto de punição penal (art. 4º).
e) Errada. A aplicação da lei no espaço e a regra da territorialidade estão previstas no art. 3º
da Lei de Contravenções Penais. O tratamento conferido à tentativa está previsto no art. 4º do
mesmo diploma legal.
Letra c.

042. (FCC/DPE-MA/DEFENSOR PÚBLICO/2018/ADAPTADA) A Lei de Contravenções Penais


prevê pena de prisão simples para a mendicância, em nítida violação ao direito penal do autor.

A mendicância encontrava-se no art. 60 do Decreto-Lei n. 3.688/1941 como hipótese de contra-


venção penal, sujeita à prisão simples de quinze dias a três meses. Porém, a Lei n. 11.983/2009
promoveu a abolitio criminis deste dispositivo. Assim, a mendicância não é mais considerada
infração penal.
Errado.

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Decreto-Lei n. 3.688/1941 – Contravenções Penais
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REFERÊNCIAS
ALENCAR, Rosmar Rodrigues; ARAÚJO, Fábio Roque; TÁVORA, Nestor; Legislação Penal para
Concursos. Editora JusPODIVM, 2021.

ARAÚJO, Fábio Roque; COSTA, Klaus Negri. Processo Penal Didático. 4ª ed. Salvador: Editora
JusPODIVM, 2021.

ARAÚJO, Fábio Roque; TÁVORA, Nestor. Código de Processo Penal para concursos. 10ª ed.
Salvador: Editora JusPODIVM, 2021.

BRASIL. Decreto-Lei n. 3.688/1941. Lei das Contravenções Penais. Disponível em http://www.


planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3688.htm

BRASIL. Decreto-Lei n. 2.848/1940. Código Penal. Disponível em http://www.planalto.gov.br/


ccivil_03/decreto-lei/del2848compilado.htm

BRASIL. Lei n. 6.538/1978. Dispõe sobre os Serviços Postais. Disponível em http://www.pla-


nalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6538.htm

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Texto constitucional pro-


mulgado em 5 de outubro de 1988, com alterações adotadas pelas Emendas Constitucionais,
até a de n. 97, de 4 de outubro de 2017. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
constituicao/constituicao.htm.

BRASIL. Lei n. 3.689/1941. Código de Processo Penal. Disponível em http://www.planalto.gov.


br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm

BRASIL. Lei n. 11.983/2009. Revoga o art. 60 do Decreto-Lei no 3.688, de 3 de outubro de 1941


– Lei de Contravenções Penais. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-
2010/2009/lei/l11983.htm

BRASIL. Lei n. 10.826/2003. Dispõe sobre registro, posse e comercialização de armas de fogo
e munição, sobre o Sistema Nacional de Armas – Sinarm, define crimes e dá outras providên-
cias. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.826.htm

BRASIL. Lei n. 13.106/2015. Altera a Lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990 – Estatuto da Criança
e do Adolescente, para tornar crime vender, fornecer, servir, ministrar ou entregar bebida alco-
ólica a criança ou a adolescente; e revoga o inciso I do art. 63 do Decreto-Lei n. 3.688, de 3 de

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Decreto-Lei n. 3.688/1941 – Contravenções Penais
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outubro de 1941 – Lei das Contravenções Penais. Disponível em http://www.planalto.gov.br/


ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13106.htm

BRASIL. Lei n. 9.099/1995. Dispõe sobre os Juizados Especiais Cíveis e Criminais e dá outras
providências. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9099.htm

BRASIL. Lei n. 14.132/2021. Acrescenta o art. 147-A ao Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro


de 1940 (Código Penal), para prever o crime de perseguição; e revoga o art. 65 do Decreto-Lei
n. 3.688, de 3 de outubro de 1941 (Lei das Contravenções Penais). Disponível em http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2021/lei/L14132.htm

BRASIL. Lei n. 7.210/1984. Institui a Lei de Execução Penal. Disponível em http://www.planal-


to.gov.br/ccivil_03/leis/l7210.htm

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Fábio Roque
Juiz federal. Doutor e mestre em Direito Público pela UFBA. Professor. Autor.

Flávia Araújo
Professora de cursos para concurso. Advogada. Professora. Mestre em Políticas Sociais e Cidadania
(UCSAL).

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