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PENAL ESPECIAL
Decreto - Lei n. 3.688/1941 – Contravenções
Penais
SISTEMA DE ENSINO
Livro Eletrônico
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Decreto-Lei n. 3.688/1941 – Contravenções Penais
Fábio Roque e Flávia Araújo
Sumário
Apresentação......................................................................................................................................................................4
Decreto-Lei n. 3.688/1941 – Contravenções Penais.....................................................................................5
1. Noções Gerais.................................................................................................................................................................5
2. Princípio da Territorialidade nas Contravenções Penais (Art. 2º)..................................................6
3. Competência para Processar e Julgar as Contravenções Penais....................................................7
4. Elemento Subjetivo nas Contravenções Penais (Art. 3º).....................................................................8
5. Inadmissibilidade da Tentativa nas Contravenções Penais (Art. 4º)............................................9
6. Penas Aplicáveis às Contravenções Penais (Arts. 5º, 6º, 9º, 10 e 11)...........................................9
7. Reincidência no Caso de Contravenções Penais (Art. 7º)...................................................................11
8. Ignorância ou Errada Compreensão da Lei (Art. 8º)..............................................................................12
9. Efeitos da Condenação (Arts. 12). . ....................................................................................................................13
10. Aplicação de Medidas de Segurança no Caso de Cometimento das Contravenções
Penais (Art. 13, 14 e 16).. ..............................................................................................................................................14
11. Revogação do Art. 15 da Lei de Contravenções Penais. .....................................................................14
12. Ação Penal (Art. 17).. ..............................................................................................................................................15
13. Das contravenções Penais em Espécie......................................................................................................15
13.1. Das Contravenções Referentes à Pessoa:.............................................................................................16
13.2. Das Contravenções Penais Referentes ao Patrimônio..................................................................17
13.3. Das Contravenções Penais Referentes à Incolumidade Pública.............................................18
13.4. Das Contravenções Penais Referentes à Paz Pública.................................................................. 22
13.5. Das Contravenções Penais Referentes à Fé Pública..................................................................... 24
13.5. Das Contravenções Penais Referentes à Organização do Trabalho. ....................................26
13.5. Das Contravenções Penais Referentes à Política de Costumes.............................................27
13.6. Das Contravenções Penais Referentes à Administração Pública. .........................................30
Resumo................................................................................................................................................................................33
Mapa Mental.....................................................................................................................................................................35
Questões de Concurso................................................................................................................................................36
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Gabarito...............................................................................................................................................................................46
Gabarito Comentado....................................................................................................................................................47
Referências........................................................................................................................................................................ 69
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Apresentação
Olá, futuro concursado!
Nós e toda a equipe do GRAN estamos aqui para te dar o máximo de dicas, teorias, exercí-
cios, respondendo questões de concurso e criando questões inéditas para que você consiga
fixar todo o conteúdo estudado!
As referências bibliográficas estarão presentes ao final da aula. Assim, você terá um supor-
te caso queira um aprofundamento sobre os temas.
Traremos, também, jurisprudência atualizada, pois, sabemos que não basta saber a legis-
lação ou as considerações doutrinárias sobre Legislação Penal Especial, sendo imprescindível
o estudo das compreensões dos tribunais.
Aqui, nesta aula iremos estudar sobre as contravenções penais, previstas no Decreto-Lei n.
3.688/1941. Iremos tratar sobre suas disposições normativas e os principais posicionamentos
doutrinários e jurisprudenciais sobre o tema.
Esperamos que você goste do que vamos estudar e do material a seguir. Por favor: ma-
terial obrigatório! Então, fica ligado no curso GRAN. Estamos esperando as dúvidas no Fó-
rum do aluno!
Vamos começar?
Flávia Araújo
Advogada, professora,
Mestra em Políticas Sociais e Cidadania (Ucsal).
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Lembre-se, entretanto, que os institutos despenalizadores não são aplicáveis nos casos
de crimes ou contravenções decorrentes de violência doméstica ou familiar contra a mulher,
submetidos ao rito da Lei Maria da Penha. Neste sentido, a Súmula 536 do STJ estabelece que
JURISPRUDÊNCIA
Súmula 536 do STJ: A suspensão condicional do processo e a transação penal não se
aplicam na hipótese de delitos sujeitos ao rito da Lei Maria da Penha.
Importante destacarmos que o art. 138 do Código Penal traz a seguinte definição para o
crime de calúnia: “Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime” (grifo
nosso). Portanto, não haverá calúnia quando o agente imputa falsamente fato definido como
contravenção penal, neste caso, é possível que a conduta se adeque ao crime de difamação,
previsto no art. 139 do Código.
Também não será cabível a aplicação do crime de denunciação caluniosa quando o agen-
te der causa à instauração de investigação policial, de processo judicial ou instauração de
investigação administrativa contra alguém, imputando-lhe contravenção penal de que o sabe
inocente, já que o art. 339 do Código Penal faz menção expressa à imputação por crime.
Da mesma forma, também não há crime de receptação se o objeto for produto de contra-
venção penal, já que o art. 180 do Código Penal define este tipo penal como a conduta de:
“Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em proveito próprio ou alheio, coisa que sabe ser
produto de crime, ou influir para que terceiro, de boa-fé, a adquira, receba ou oculte” (grifo nosso).
Por outro lado, é possível a incidência do art. 340 do Código Penal quando o agente pratica
a conduta de “Provocar a ação de autoridade, comunicando-lhe a ocorrência de crime ou de
contravenção que sabe não se ter verificado” (grifo nosso).
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JURISPRUDÊNCIA
PELA SIMPLES CIRCUNSTÂNCIA DE OS DELITOS EM CAUSA SERE, CONSIDERADOS
COMO CONTRAVENÇÃO PENAL, NÃO PODERÁ A EXTRADIÇÃO SER CONCEDIDA, UMA
VEZ QUE INCIDE, NO CASO, O DISPOSTO NO INCISO II DO ART. 77 DA LEI N. 6.815/1980,
QUE VEDA A EXTRADIÇÃO QUANDO O FATO QUE MOTIVAR O PEDIDO NÃO FOR TIDO NO
BRASIL COMO CRIME, EXPRESSÃO QUE, TECNICAMENTE (E, A CITADA LEI, NO TOCANTE
À EXTRADIÇÃO SÓ SE UTILIZA DELA), NÃO SE APLICA ÀS CONTRAVENÇÕES PENAIS,
QUE SÃO DELITOS DE MENOR GRAVIDADE. PEDIDO DE EXTRADIÇÃO INDEFERIDO. (STF
– Ext 473 IT. Rel. Min Moreira Alves. Tribunal Pleno. Julgado em 08/03/1989).
De acordo com o art. 2º da Lei das Contravenções Penais “A lei brasileira só é aplicável à con-
travenção praticada no território nacional”.
Errado.
“Aos juízes federais compete processar e julgar: IV – os crimes políticos e as infrações penais prati-
cadas em detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou
empresas públicas, excluídas as contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar e da
Justiça Eleitoral”. (grifo nosso).
Com base neste dispositivo, é possível concluir que as contravenções penais serão julga-
das, em regra, pela Justiça Comum Estadual. Neste sentido, a Súmula 38 do STJ estabelece que:
JURISPRUDÊNCIA
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“Para a existência da contravenção, basta a ação ou omissão voluntária. Deve-se, todavia, ter em
conta o dolo ou a culpa, se a lei faz depender, de um ou de outra, qualquer efeito jurídico”.
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O art. 4º da Lei das Contravenções Penais estabelece que “Não é punível a tentativa de contra-
venção”. Portanto, em razão de uma política criminal, o ordenamento jurídico brasileiro enten-
de que a tentativa de contravenção não seria objeto de punição penal em razão de sua baixa
potencialidade lesiva.
Errado.
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“A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem econômica,
por conveniência da instrução criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver
prova da existência do crime e indício suficiente de autoria e de perigo gerado pelo estado de liber-
dade do imputado”. (grifo nosso)
“Desde que reunidas as condições legais, o juiz pode suspender por tempo não inferior a um ano
nem superior a três, a execução da pena de prisão simples, bem como conceder livramento condi-
cional”.
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A multa poderá ser imposta de forma isolada ou cumulativamente à pena de prisão sim-
ples. O Decreto-Lei n. 3.688/1941 fixa os valores desta sanção em contos de réis, sistema
revogado com a entrada em vigor da Lei n. 7.209/1984.
Os tribunais superiores entendem que as regras para a aplicação da pena de multa. no
caso de contravenções penais. estão previstas no Código Penal o qual, em seu art. 49, prevê
que “A pena de multa consiste no pagamento ao fundo penitenciário da quantia fixada na sen-
tença e calculada em dias-multa. Será, no mínimo, de 10 (dez) e, no máximo, de 360 (trezentos
e sessenta) dias-multa”. Já o §1º do mesmo artigo estabelece que “O valor do dia-multa será
fixado pelo juiz não podendo ser inferior a um trigésimo do maior salário-mínimo mensal vigen-
te ao tempo do fato, nem superior a 5 (cinco) vezes esse salário”.
Por fim, importante destacarmos que a previsão contida no art. 9º da Lei das Contraven-
ções Penais prevê a possibilidade de conversão da pena de multa em prisão simples em caso
de descumprimento. Ocorre que esta previsão foi tacitamente revogada após a alteração do
art. 51 do Código Penal, que passou a vedar a conversão da pena de multa em prisão e estabe-
lecer que este tipo de sanção será considerada dívida de valor, aplicáveis as normas relativas
à dívida ativa da Fazenda Pública.
Importante! As contravenções penais serão puníveis com prisão simples e/ou multa.
As contravenções penais não serão submetidas a regime fechado. Neste sentido, o caput do
art. 6º, do Decreto-Lei n. 3.688/1941, estabelece que “A pena de prisão simples deve ser cum-
prida, sem rigor penitenciário, em estabelecimento especial ou seção especial de prisão co-
mum, em regime semiaberto ou aberto”.
Certo.
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criminal ou o curso do processo penal, não constituem fatores aptos a gerar a reincidência
do agente.
Com base neste artigo, podemos concluir que:
• Condenação por Crime (dentro ou fora do país) + prática de outro Crime = gera reinci-
dência.
• Condenação por Crime (dentro ou fora do país) + prática de contravenção = gera reinci-
dência.
• Condenação por Contravenção (dentro do país) + prática de outra Contravenção = gera
reincidência.
• Condenação por Contravenção + prática de Crime = Não há Reincidência.
Podemos notar que o agente será considerado reincidente caso tenha sido definitivamente
condenado por crime, cometido dentro ou fora do país e, posteriormente, venha a praticar outro
crime ou contravenção penal.
Já no caso das contravenções penais, o agente só será considerado reincidente se ti-
ver sido condenado no Brasil e venha a praticar outra contravenção, no país. Portanto, não
gera reincidência a sentença penal estrangeira que condene determinada pessoa por contra-
venção penal.
Do mesmo modo, perceba que, pela leitura do art. 7º, não há reincidência quando o sujeito
é condenado definitivamente por contravenção penal e, posteriormente, comete algum crime.
Para que a pessoa seja considerada reincidente é necessário que haja a condenação definitiva,
com sentença penal transitada em julgado.
Errado.
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Este artigo prevê a possibilidade de perdão judicial nas hipóteses de erro de direito, quando
este for escusável. O erro de direito, por sua vez, poderá ser dividido entre ignorância acerca da
existência da lei ou errada compreensão desta.
No Código Penal, os casos de ignorância da lei são tratados como mera atenuante, pre-
vista no art. 65, II. Deste modo, no que diz respeito à ignorância sobre a existência da lei, o
Decreto-Lei n. 3.688/1941 (Lei das Contravenções Penais – LCP), é mais benéfico do que o
Código Penal.
Assim, nestes casos, prevalece o entendimento de que a pena poderá deixar de ser aplica-
da quando estivermos diante de um caso em que o agente pratica a contravenção penal por
ignorar a existência da lei, desde que esta ignorância seja escusável.
A maior parte da doutrina entende que o art. 8º da Lei de Contravenções Penais estaria ta-
citamente revogado no que concerne ao erro quanto à errada compreensão da lei. Isto porque
esta espécie de erro está regulada no art. 21 do Código Penal, que permite a isenção da pena.
Em síntese: Ignorância sobre a existência da lei – prevalece o art. 8º da Lei de Contraven-
ções Penais, por ser mais benéfico do que o Código Penal, ao prever o perdão judicial, e não a
mera atenuante da pena. Errada compreensão da lei, quando escusável – aplica-se o art. 21 do
Código Penal.
Art. 12. As penas acessórias são a publicação da sentença e as seguintes interdições de direitos:
I – a incapacidade temporária para profissão ou atividade, cujo exercício dependa de habilitação
especial, licença ou autorização do poder público;
lI – a suspensão dos direitos políticos.
Parágrafo único. Incorrem:
a) na interdição sob n. I, por um mês a dois anos, o condenado por motivo de contravenção cometida
com abuso de profissão ou atividade ou com infração de dever a ela inerente;
b) na interdição sob n. II, o condenado a pena privativa de liberdade, enquanto dure a execução da
pena ou a aplicação da medida de segurança detentiva.
Perceba que este artigo menciona a “incapacidade temporária para profissão ou atividade”
e a “suspensão de direitos” como modalidades de penas acessórias à condenação por contra-
venções penais.
Para uma parcela da doutrina, este artigo estaria tacitamente revogado com a entrada em
vigor da Lei n. 7.209/1984 que, ao alterar a Parte Geral do Código Penal, extinguiu as penas
acessórias do seu ordenamento.
Por outro lado, há uma corrente de pensamento, a exemplo de Guilherme Nucci, que não
concorda com a revogação do art. 12 da lei de contravenções penais. De acordo com esta linha
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de pensamento, a expressão “penas acessórias” deve ser interpretada como “efeitos da con-
denação”. Com base em tal raciocínio, a condenação definitiva por contravenção penal teria os
seguintes efeitos:
1. Incapacidade temporária para profissão ou atividade cujo exercício dependa de habilita-
ção especial, licença ou autorização do poder público: esta interdição de direitos ocorreria pelo
prazo de um mês a dois anos e se aplicaria na hipótese de o condenado praticar a contraven-
ção penal com abuso de profissão ou atividade ou com infração de dever a ela inerente.
2. Suspensão dos direitos políticos: este efeito da condenação consiste em uma restrição
de direitos ao condenado a pena privativa de liberdade, enquanto dure a execução da pena ou
a aplicação da medida de segurança detentiva.
Art. 15. São internados em colônia agrícola ou em instituto de trabalho, de reeducação ou de ensino
profissional, pelo prazo mínimo de um ano:
I – o condenado por vadiagem (art. 59);
II – o condenado por mendicância (art. 60 e seu parágrafo);
Este artigo encontra-se revogado tacitamente por alguns motivos. Primeiramente, é inte-
ressante observar que sua previsão traz o sistema do duplo binário (também chamado de
sistema da dupla via), no qual era aplicável, ao semi-imputável, a pena privativa de liberdade e,
posteriormente, a medida de segurança, caso se averiguasse a continuação da periculosidade
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do sujeito. Ocorre que este tipo de sistema não é mais admitido, após a reforma da Parte Geral
do Código Penal brasileiro.
Atualmente, a maior parte da doutrina entende que Direito Penal adotou o sistema vicarian-
te ou unitário, no qual o semi-imputável se submeterá, alternativamente, à pena (reduzida de
um a dois terços) ou à medida de segurança, não sendo possível a aplicação cumulativa.
Importante destacar que a contravenção penal por mendicância foi abolida do ordenamen-
to jurídico após a entrada em vigor da Lei n. 11.983/2009 que revogou o art. 60 do Decreto-Lei
n. 3.688/1941.
As contravenções penais são infrações penais de menor potencial ofensivo de ação penal pú-
blica incondicionada, conforme estabelece o art. 17 do Decreto-Lei n. 3.688/1941.
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b) O art. 25 da Lei das Contravenções Penais possui a seguinte redação: “Ter alguém em
seu poder, depois de condenado, por crime de furto ou roubo, ou enquanto sujeito à liberdade
vigiada ou quando conhecido como vadio ou mendigo, gazuas, chaves falsas ou alteradas
ou instrumentos empregados usualmente na prática de crime de furto, desde que não prove
destinação legítima”. De acordo com o STF, este artigo não foi recepcionado pela Constituição
Federal de 1988, por possuir natureza discriminatória, violando os princípios da dignidade da
pessoa humana e da isonomia.
JURISPRUDÊNCIA
No mérito, o Tribunal, por unanimidade e nos termos do voto do Relator, deu provimento
ao recurso extraordinário por reconhecer, no acórdão recorrido, a violação dos princípios
constitucionais da dignidade da pessoa humana e da isonomia, previstos nos artigos 1º,
inciso III; e 5º, caput e inciso I, da CF, ante a não recepção do artigo 25 do Decreto-Lei
n. 3.688/1941 (Lei das Contravenções Penais) pela Constituição Federal de 1988, e, em
consequência, absolver o recorrente, nos termos do artigo 386, inciso III, do Código de
Processo Penal. Votou o Presidente, Ministro Joaquim Barbosa. (STF – RE 583523/RS).
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Por outro lado, parte da doutrina entende que o parágrafo único do art. 28 continua em
vigor, configurando contravenção penal a conduta de. “em lugar habitado ou em suas adjacên-
cias, em via pública ou em direção a ela, sem licença da autoridade, causa deflagração perigo-
sa, queima fogo de artifício ou solta balão aceso”. Neste caso, não há menção à arma de fogo
ou munição, não sendo, assim, objeto tipificado pelo Estatuto do Desarmamento.
b) O art. 29 prevê, como contravenção penal, a conduta consistente em “Provocar o desa-
bamento de construção ou, por erro no projeto ou na execução, dar-lhe causa”.
Este tipo penal busca tutelar a incolumidade pública. O objeto material é a construção. O
sujeito passivo será a coletividade. Qualquer pessoa poderá ser sujeito ativo desta infração,
consistindo, assim, em contravenção penal comum, que não exige uma qualidade especial do
agente. Assim como ocorre com as demais modalidades de contravenções penais, a conduta
descrita no art. 29 só poderá ser praticada de forma dolosa.
Se o desabamento da construção vier a causar lesão corporal ou morte de alguém, a con-
travenção penal será absorvida pelos crimes previstos no arts. 129 ou 121 do Código Penal.
Esta contravenção penal se diferencia do crime de desabamento ou desmoronamento, pre-
visto no art. 256 do Código Penal. Deste modo, se o desabamento expuser uma generalidade
de pessoas à perigo comum, estaremos diante de um crime, e não de uma contravenção penal.
c) O art. 30 prevê, como contravenção penal, a conduta consistente em “Omitir alguém a
providência reclamada pelo Estado ruinoso de construção que lhe pertence ou cuja conserva-
ção lhe incumbe”.
Este tipo penal busca tutelar a incolumidade pública. O objeto material é a construção em
estado ruinoso. Lembrando que, para incidência desta infração, é necessário que o agente te-
nha ciência do estado ruinoso da construção. O sujeito passivo será a coletividade. Qualquer
pessoa poderá ser sujeito ativo desta infração, consistindo, assim, em contravenção penal
comum, que não exige uma qualidade especial do agente. Assim como ocorre com as demais
modalidades de contravenções penais, a conduta descrita no art. 30 só poderá ser praticada
de forma dolosa.
d) O art. 31 prevê, como contravenção penal, a conduta consistente em “Deixar em liber-
dade, confiar à guarda de pessoa inexperiente, ou não guardar com a devida cautela animal
perigoso”.
Este tipo penal busca tutelar a incolumidade pública. O objeto material é o animal perigoso.
O sujeito passivo será a coletividade e, de forma secundária, a pessoa eventualmente exposta
a perigo de dano. Qualquer pessoa poderá ser sujeito ativo desta infração, consistindo, assim,
em contravenção penal comum, que não exige uma qualidade especial do agente. Assim como
ocorre com as demais modalidades de contravenções penais, a conduta descrita no art. 31 só
poderá ser praticada de forma dolosa.
Se a conduta vier a causar lesão corporal a alguém, a contravenção penal será absorvida
pelo crime previsto no art. 129 do Código Penal.
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JURISPRUDÊNCIA
Súmula 720 do STF: O art. 309 do Código de Trânsito Brasileiro, que reclama decorra do
fato perigo de dano, derrogou o art. 32 da Lei das Contravenções Penais no tocante à dire-
ção sem habilitação em vias terrestres.
Por fim, perceba que esta contravenção penal só será aplicável caso a condução da embar-
cação, sem habilitação, ocorra em águas públicas.
f) O art. 33 prevê, como contravenção penal, a conduta consistente em “Dirigir aeronave
sem estar devidamente licenciado”.
Este tipo penal busca tutelar a incolumidade pública. O objeto material é a aeronave. O
sujeito passivo será a coletividade. Qualquer pessoa poderá ser sujeito ativo desta infração,
consistindo, assim, em contravenção penal comum, que não exige uma qualidade especial do
agente. Assim como ocorre com as demais modalidades de contravenções penais, a conduta
descrita no art. 33 só poderá ser praticada de forma dolosa.
Trata-se de uma norma penal em branco, que precisa se complementado por outras nor-
mas que regulem sobre o licenciamento e demais regras para a condução de aeronaves.
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Decreto-Lei n. 3.688/1941 – Contravenções Penais
Fábio Roque e Flávia Araújo
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reza ou obstáculo destinado a evitar perigo a transeuntes; b) remove qualquer outro sinal de
serviço público. Nestes casos, qualquer pessoa poderá praticar as condutas descritas, tratan-
do-se, assim, de infração penal comum, que não exige uma qualidade especial do agente.
j) O art. 37 prevê, como contravenção penal, a conduta consistente em “Arremessar ou der-
ramar em via pública, ou em lugar de uso comum, ou do uso alheio, coisa que possa ofender,
sujar ou molestar alguém”.
Caso a conduta descrita nesta norma cause algum resultado lesivo, poderá haver incidên-
cia de crimes como dano, injuria real, lesão corporal etc.
Este tipo penal busca tutelar a incolumidade pública. O objeto material seria qualquer coisa
arremessada ou derramada no intuito de ofender, sujar ou molestar alguém. O sujeito passivo
é a coletividade. Qualquer pessoa poderá ser sujeito ativo desta contravenção penal, consistin-
do, assim, em infração comum, que não exige uma qualidade especial do agente. Assim como
ocorre com as demais modalidades de contravenções penais, a conduta descrita no art. 37 só
poderá ser praticada de forma dolosa.
O parágrafo único do art. 37 prevê uma figura equiparada à contravenção prevista no caput
ao dispor que “Na mesma pena incorre aquele que, sem as devidas cautelas, coloca ou deixa
suspensa coisa que, caindo em via pública ou em lugar de uso comum ou de uso alheio, possa
ofender, sujar ou molestar alguém”.
k) O art. 38 prevê, como contravenção penal, a conduta consistente em “Provocar, abusiva-
mente, emissão de fumaça, vapor ou gás, que possa ofender ou molestar alguém”.
Este tipo penal busca tutelar a incolumidade pública. O objeto material é a fumaça, vapor
ou gás. O sujeito passivo é a coletividade. Qualquer pessoa poderá ser sujeito ativo desta
contravenção penal, consistindo, assim, em infração comum, que não exige uma qualidade
especial do agente. Assim como ocorre com as demais modalidades de contravenções penais,
a conduta descrita no art. 38 só poderá ser praticada de forma dolosa.
Se a conduta causar a morte de alguém, haverá incidência do crime de homicídio, previsto
no art. 121 do Código Penal. Do mesmo modo, se a ação causar lesão corporal, estaremos
diante do crime previsto no art. 129 do CP.
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travenção penal, consistindo, assim, em infração comum, que não exige uma qualidade espe-
cial do agente. Assim como ocorre com as demais modalidades de contravenções penais, a
conduta descrita no art. 40 só poderá ser praticada de forma dolosa.
b) O art. 41 prevê, como contravenção penal, a conduta consistente em “Provocar alarma,
anunciando desastre ou perigo inexistente, ou praticar qualquer ato capaz de produzir pânico
ou tumulto”.
Este artigo busca tutelar a paz e tranquilidade pública. O objeto material é o pânico ou
tumulto. O sujeito passivo é a coletividade. Qualquer pessoa poderá ser sujeito ativo desta
contravenção penal, consistindo, assim, em infração comum, que não exige uma qualidade
especial do agente. Assim como ocorre com as demais modalidades de contravenções penais,
a conduta descrita no art. 41 só poderá ser praticada de forma dolosa.
c) O art. 42 prevê, como contravenção penal, a conduta consistente em “Perturbar alguém
o trabalho ou o sossego alheios: I – com gritaria ou algazarra; II – exercendo profissão incô-
moda ou ruidosa, em desacordo com as prescrições legais; III – abusando de instrumentos
sonoros ou sinais acústicos; IV – provocando ou não procurando impedir barulho produzido
por animal de que tem a guarda”.
No que se refere às contravenções penais em espécie, este é o artigo que mais costuma
cair em provas.
Para a doutrina, esta contravenção penal ocorre quando a paz e o sossego de mais de uma
pessoa é atingido pela conduta do agente.
Trata-se de uma norma penal em branco, sendo necessária a averiguação de atos normati-
vos municipais, a existência de autorização ou licença para a instalação do estabelecimento e
a emissão do barulho, os limites de decibéis toleráveis etc.
Este artigo incide, por exemplo, quando o som emitido por bares, boates ou festas particu-
lares perturbam o sossego alheios, quando a instalação de mudança ou obras não respeitam
as regras municipais, condominiais e de convivência etc.
Este artigo busca tutelar a paz e tranquilidade pública. O objeto material é a paz e o sosse-
go alheios. O sujeito passivo é a coletividade. Qualquer pessoa poderá ser sujeito ativo desta
contravenção penal, consistindo, assim, em infração comum, que não exige uma qualidade
especial do agente. Assim como ocorre com as demais modalidades de contravenções penais,
a conduta descrita no art. 42 só poderá ser praticada de forma dolosa.
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A conduta de “Perturbar alguém o trabalho ou o sossego alheio por meio de gritaria, algazarra,
ou abusando de instrumentos musicais ou sinais acústicos” constitui contravenção penal refe-
rente à paz pública, prevista no art. 42, I e III do Decreto-Lei n. 3.688/1941.
Neste caso, a pena será de prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa.
Errado.
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JURISPRUDÊNCIA
Súmula 73 do STJ: A utilização de papel moeda grosseiramente falsificado configura, em
tese, o crime de estelionato, da competência da justiça estadual.
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Incorrerá em crime militar, o agente que faça uso de uniforme, insígnia ou distintivo militar,
como aponta o art. 172 do CPM.
Ainda que os uniformes ou distintivos utilizados pelo sujeito ativo sejam pertencentes à fun-
ção pública federal, a Justiça Federal não será competente para julgar o caso já que, como
vimos, esta Justiça não processa contravenções penais, em respeito ao art. 109, IV da CF e a
Súmula 38 do STJ.
JURISPRUDÊNCIA
Súmula 38 do STJ: Compete a Justiça Estadual Comum, na vigência da constituição de
1988, o processo por contravenção penal, ainda que praticada em detrimento de bens,
serviços ou interesse da união ou de suas entidades.
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Já o §4º estabelece locais que podem se equiparar à prática de jogos de azar, nos seguin-
tes termos:
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b) O art. 58 da Lei de Contravenções Penais também foi tacitamente revogado pelo art. 58
do Decreto-Lei n. 6.259/1944, que passou a prever a seguinte contravenção:
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as críticas apontam que o art. 59 da Lei de Contravenções Penais constitui um direito penal do
autor, com natureza discriminatória e preconceituosa, ao partir do pressuposto de que pesso-
as ociosas são perigosas para o Estado.
De todo modo, ainda que se considere a constitucionalidade desta previsão normativa, é
importante destacarmos que o desemprego involuntário não gera a incidência deste artigo. Do
mesmo modo, sua aplicação não recairá sobre vendedores ambulantes, engraxates, “guarda-
dores de carro” etc.
O parágrafo único do art. 59 estabelece que “A aquisição superveniente de renda, que as-
segure ao condenado meios bastantes de subsistência, extingue a pena.”
Obs.: O art. 64 da Lei de Contravenções Penais foi revogado pela Lei n. 9.605/98, que passou
a prever, como crime, a conduta de maus tratos a animais.
O art. 65 também foi revogado pela Lei n. 14.132/2021, que acrescentou o art. 147-A ao
Código Penal, dispondo sobre o crime de perseguição, consistente na conduta de “Perseguir al-
guém, reiteradamente e por qualquer meio, ameaçando-lhe a integridade física ou psicológica,
restringindo-lhe a capacidade de locomoção ou, de qualquer forma, invadindo ou perturbando
sua esfera de liberdade ou privacidade”.
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O art. 70 da Lei de Contravenções Penais também foi revogado pela Lei n. 6.538/1978
(Lei dos Serviços Postais) que, em seu art. 42 criminaliza a conduta de “Coletar, transportar,
transmitir ou distribuir, sem observância das condições legais, objetos de qualquer natureza
sujeitos ao monopólio da União, ainda que pagas as tarifas postais ou de telegramas”.
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RESUMO
• As contravenções penais configuram infração penal de menor potencial ofensivo, estan-
do sujeitas ao rito sumaríssimo dos juizados especiais, conforme prevê o art. 61 da Lei
n. 9.099/90.
• Por serem infrações penais de menor potencial ofensivo, as contravenções penais admi-
tem os institutos despenalizadores previstos na Lei n. 9.099/90: composição dos danos
civis, transação penal e a suspensão condicional do processo.
• Será cabível a Suspensão condicional da Pena de prisão simples (art. 11) quando preen-
chidos os requisitos previstos no art. 77 do CP (art. 77).
• De acordo com o art. 11 da LCP, no caso das contravenções penais o período de suspen-
são condicional da pena será de 1 a 3 anos (no caso de crimes, este período será de 2
a 4 anos).
• As contravenções penais são também chamadas de crime-anão ou delito liliputiano.
• A doutrina aponta que, no caso das contravenções penais, o ordenamento jurídico ado-
tou o princípio da territorialidade absoluta, uma vez que não admite a aplicação da lei
brasileira às contravenções praticadas fora do território nacional (como prevê o art. 2º
do Decreto-Lei n. 3.688/1941).
• Ainda que possível (factível), não será punível a tentativa de cometimento de contraven-
ção penal.
• As contravenções penais só admitem a modalidade dolosa.
• São de ação penais públicas incondicionada.
• Quanto a competência, a Súmula 38 do STJ estabelece que “Compete à Justiça Esta-
dual Comum, na vigência da Constituição de 1988, o processo por contravenção penal,
ainda que praticada em detrimento de bens, serviços ou interesses da União ou de suas
entidades”.
• O STJ entende que as Contravenções penais, mesmo quando conexas com crime de
jurisdição federal, devem ser julgadas pela Justiça estadual.
• Enquanto os crimes são sujeitos às penas de reclusão, detenção e/ou multa, as contra-
venções penais são submetidas às penas de prisão simples e/ou multa.
• A duração da pena de prisão simples não poderá ultrapassar a 5 (cinco) anos.
• A pena da prisão simples será cumprida em regime semiaberto ou aberto, sem rigor pe-
nitenciário. Portanto, as contravenções penais não estão submetidas a regime fechado.
• Não será admitida a regressão de regime.
• O art. 6º, §1º da Lei de Contravenções Penais prevê que o condenado por prisão simples
deverá cumprir a pena separado dos condenados à pena de reclusão ou de detenção.
• No caso de pena de multa o prazo de prescrição é de 2 anos. No caso de prisão simples,
o prazo prescricional é de 4 anos (lembrando que se o agente for menor de 21 anos ou
maior de 70 anos, estes prazos caem pela metade).
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• A multa será executada perante o juiz da execução penal e será considerada dívida de
valor, aplicáveis as normas relativas à dívida ativa da Fazenda Pública. Desta forma, a
doutrina aponta que o art. 9º da Lei de Contravenções Penais foi tacitamente revogado.
• Erro de Direito (art. 8º): No caso de ignorância ou de errada compreensão da lei, quando
escusáveis, a pena pode deixar de ser aplicada. A doutrina entende que este dispositivo
foi tacitamente revogado pelo art. 21 do CP, que trata do erro de proibição.
• O art. 7º da Lei de Contravenções Penais estabelece que “Verifica-se a reincidência
quando o agente pratica uma contravenção depois de passar em julgado a sentença
que o tenha condenado, no Brasil ou no estrangeiro, por qualquer crime, ou, no Brasil, por
motivo de contravenção”.
• De acordo com a Súmula 589 do STJ “É inaplicável o princípio da insignificância nos
crimes ou contravenções penais praticados contra a mulher no âmbito das relações
domésticas”.
• A falsa imputação de contravenção penal não constitui crime de calúnia, mas pode con-
figurar crime de difamação.
• É cabível a suspensão dos direitos políticos ao condenado a pena privativa de liberdade,
enquanto dure a execução da pena ou a aplicação da medida de segurança detentiva.
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MAPA MENTAL
Estão submetidas ao rito sumaríssimo da
Lei 9.099/95.
São infrações penais de menor potencial ofensivo São beneficiadas com os institutos despenalizadores Composição civil dos danos
da Lei 9.099/95
Transação penal
Suspensão condicional do processo
Crime-anão, crime vagabundo ou delito liliputiano
Territorialidade absoluta (art. 3º) Não se aplica as hipóteses de extraterritorialidade previstas no art. 7º do CP
A tentativa não será punível
CONTRAVENÇÕES
Possuem o dolo como elemento subjetivo
PENAIS Ação Penal Pública Incondicionada
Multa O ordenamento jurídico brasileiro não admite que a pena de multa seja convertida em pena privativa de liberdade
“Verifica-se a reincidência quando o agente pratica uma contravenção depois de passar em julgado a sentença que o tenha
Reincidência (art. 7º) condenado, no Brasil ou no estrangeiro, por qualquer crime, ou, no Brasil, por motivo de contravenção”.
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QUESTÕES DE CONCURSO
001. (IESES/TJ-SC/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS/2019) Em relação
às contravenções penais, é INCORRETO afirmar:
a) A prática de crime, depois de condenação prévia transitada em julgado por contravenção
penal, não enseja reincidência.
b) As contravenções penais não são punidas com reclusão, nem com detenção.
c) A prática de contravenção penal é punível apenas na modalidade consumada, não se punin-
do a modalidade tentada.
d) A prática de contravenção, depois de condenação prévia transitada em julgado por crime,
não enseja reincidência.
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b) não prescrevem.
c) não são punidas na forma tentada.
d) constituem meros ilícitos administrativos.
e) estão inseridas na Parte Especial do Código Penal.
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d) Caso o crime presenciado por Mévio fosse de ação penal privada, ainda assim haveria a
obrigatoriedade de comunicar o crime à autoridade competente.
e) Mévio poderá ser responsabilizado administrativamente, mas a responsabilidade penal dele
não será cogitada.
032. (FAURGS/TJ-RJ/CONCILIADOR CRIMINAL) Qual das condutas referidas abaixo NÃO re-
presenta uma contravenção penal?
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c) Detenção e multa
d) Prisão simples e multa
e) Apenas multa
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GABARITO
1. d 37. d
2. E 38. e
3. E 39. b
4. E 40. E
5. b 41. c
6. e 42. E
7. b
8. d
9. a
10. b
11. e
12. c
13. E
14. C
15. c
16. C
17. c
18. E
19. b
20. C
21. a
22. c
23. b
24. E
25. a
26. c
27. d
28. b
29. E
30. C
31. C
32. e
33. C
34. C
35. a
36. c
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GABARITO COMENTADO
001. (IESES/TJ-SC/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS/2019) Em relação
às contravenções penais, é INCORRETO afirmar:
a) A prática de crime, depois de condenação prévia transitada em julgado por contravenção
penal, não enseja reincidência.
b) As contravenções penais não são punidas com reclusão, nem com detenção.
c) A prática de contravenção penal é punível apenas na modalidade consumada, não se punin-
do a modalidade tentada.
d) A prática de contravenção, depois de condenação prévia transitada em julgado por crime,
não enseja reincidência.
“Verifica-se a reincidência quando o agente pratica uma contravenção depois de passar em julgado
a sentença que o tenha condenado, no Brasil ou no estrangeiro, por qualquer crime, ou, no Brasil, por
motivo de contravenção”.
Com base neste artigo, podemos concluir que:
“Verifica-se a reincidência quando o agente pratica uma contravenção depois de passar em julgado
a sentença que o tenha condenado, no Brasil ou no estrangeiro, por qualquer crime, ou, no Brasil, por
motivo de contravenção”.
Portanto, será reincidente o agente que for condenado por crime e, posteriormente, praticar
uma contravenção penal.
Letra d.
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Decreto-Lei n. 3.688/1941 – Contravenções Penais
Fábio Roque e Flávia Araújo
O art. 4º do Decreto-Lei n. 3.688/1941 prevê que a tentativa de contravenção não será objeto
de sanção penal.
Errado.
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b) Não há reincidência quando o agente pratica uma contravenção depois de passar em julga-
do a sentença que o tenha condenado, no Brasil, por motivo de contravenção.
c) A tentativa de contravenção é punida na forma prevista pelo Código Penal.
d) Segundo a Constituição, as contravenções praticadas em detrimento de bens, serviços ou
interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas são de competên-
cia da Justiça comum Federal.
e) A pena de prisão simples não pode ser cumprida em regime fechado, mesmo em caso de
regressão de regime.
a) Errada. As contravenções penais são de ação penal pública incondicionada, conforme prevê
o art. 17 do Decreto-Lei n. 3.688/1941.
b) Errada. O art. 7º do Decreto-Lei n. 3.688/1941 estabelece que:
“Verifica-se a reincidência quando o agente pratica uma contravenção depois de passar em julgado
a sentença que o tenha condenado, no Brasil ou no estrangeiro, por qualquer crime, ou, no Brasil, por
motivo de contravenção”.
Portanto, o agente que for condenado por contravenção penal e, posteriormente, praticar outra
contravenção, será considerado reincidente.
c) Errada. O art. 4º do Decreto-Lei n. 3.688/1941 estabelece que “Não é punível a tentativa de
contravenção”.
d) Errada. O art. 109, IV da CF prevê que
“Aos juízes federais compete processar e julgar: IV – os crimes políticos e as infrações penais prati-
cadas em detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou
empresas públicas, excluídas as contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar e da
Justiça Eleitoral”. (grifo nosso).
Com base neste dispositivo, é possível concluir que as contravenções penais serão julgadas,
em regra, pela Justiça Comum Estadual. Neste sentido, a Súmula 38 do STJ estabelece que:
“Compete a justiça estadual comum, na vigência da constituição de 1988, o processo por contraven-
ção penal, ainda que praticada em detrimento de bens, serviços ou interesse da união ou de suas
entidades”.
e) Certa. As contravenções penais não serão submetidas a regime fechado. Neste sentido, o
caput do art. 6º, do Decreto-Lei n. 3.688/1941, estabelece que “A pena de prisão simples deve
ser cumprida, sem rigor penitenciário, em estabelecimento especial ou seção especial de pri-
são comum, em regime semi-aberto ou aberto”.
Letra e.
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O art. 5º do Decreto-Lei n. 3.688/1941 estabelece que, nas contravenções penais, “As penas
principais são: I – prisão simples. II – multa”.
Letra b.
Sobre a afirmativa I – Errada. A mendicância deixou de ser contravenção penal, após a entrada
em vigor da Lei n. 11.983/2009 que revogou o art. 60 do Decreto-Lei n. 3.688/1941.
Sobre a afirmativa II – Certa. A conduta de “Praticar vias de fato contra alguém” constitui con-
travenção penal referente à pessoa, prevista no art. 21 do Decreto-Lei n. 3.688/1941.
Sobre a afirmativa III – Errada. Após a entrada em vigor da Lei n. 13.106/2015, a conduta de
servir bebidas alcoólicas a menores de idade deixou de ser contravenção penal para tornar-se
crime, previsto no art. 243 do ECA.
Sobre a afirmativa IV – Certa. A conduta de “Fingir-se funcionário público” constitui contraven-
ção penal referente à fé pública, prevista no art. 45 do Decreto-Lei n. 3.688/1941.
Estão corretas as alternativas II e IV.
Letra d.
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Antes de mais nada, é importante lembrarmos que a conduta de “Praticar vias de fato contra
alguém” constitui contravenção penal prevista no art. 21 do Decreto-Lei n. 3.688/1941.
Em relação à reincidência, o art. 7º do mesmo Decreto-Lei n. 3.688/1941 estabelece que:
“Verifica-se a reincidência quando o agente pratica uma contravenção depois de passar em julgado
a sentença que o tenha condenado, no Brasil ou no estrangeiro, por qualquer crime, ou, no Brasil, por
motivo de contravenção”.
Com base neste artigo, podemos concluir que:
• Condenação por Crime (dentro ou fora do país) + prática de outro Crime = gera reinci-
dência.
• Condenação por Crime (dentro ou fora do país) + prática de contravenção = gera reinci-
dência.
• Condenação por Contravenção (dentro do país) + prática de outra Contravenção = gera
reincidência.
• Condenação por Contravenção + prática de Crime = Não há Reincidência.
Feita esta primeira observação, vamos analisar as alternativas...
a) Certa. Será reincidente o agente que tiver sido condenado por crime (dentro ou fora do país),
com sentença condenatória transitada em julgado, e, posteriormente, praticar, no Brasil, algu-
ma contravenção penal.
b) Errada. Para ser considerado reincidente é necessário que haja a condenação definitiva,
com sentença penal transitada em julgado.
c) Errada. O art. 4º do Decreto-Lei n. 3.688/1941 estabelece que “Não é punível a tentativa de
contravenção”.
d) Errada. O art. 2º do Decreto-Lei n. 3.688/1941 “A lei brasileira só é aplicável à contravenção
praticada no território nacional.”
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e) Errada. A lei brasileira não é aplicada no caso de contravenção penal praticada fora do terri-
tório nacional. Em razão disso, só há reincidência se o agente tiver sido condenado, no Brasil,
(com sentença transitada em julgado) pela prática de contravenção penal. Neste sentido, o art.
7º do Decreto-Lei n. 3.688/1941 estabelece que:
“Verifica-se a reincidência quando o agente pratica uma contravenção depois de passar em julgado
a sentença que o tenha condenado, no Brasil ou no estrangeiro, por qualquer crime, ou, no Brasil, por
motivo de contravenção”. (grifo nosso).
Letra a.
A conduta de “Recusar-se a receber, pelo seu valor, moeda de curso legal no país” constitui
contravenção penal referente à fé pública, prevista no art. 43 do Decreto-Lei n. 3.688/1941.
O art. 4º deste mesmo Decreto-Lei prevê que “Não é punível a tentativa de contravenção”.
Portanto, a tentativa de recusa a receber, pelo seu valor, moeda de curso legal no país, não
será punível.
Letra b.
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a) Errada. A lei brasileira não é aplicada no caso de contravenção penal praticada fora do terri-
tório nacional. Em razão disso, só há reincidência se o agente tiver sido condenado, no Brasil,
(com sentença transitada em julgado) pela prática de contravenção penal. Neste sentido, o art.
7º do Decreto-Lei n. 3.688/1941 estabelece que:
“Verifica-se a reincidência quando o agente pratica uma contravenção depois de passar em julgado
a sentença que o tenha condenado, no Brasil ou no estrangeiro, por qualquer crime, ou, no Brasil, por
motivo de contravenção”. (grifo nosso).
b) Errada. As penas de reclusão, detenção e multa são aplicadas à crimes. As contravenções
penais são sujeitas à pena de prisão simples e/ou multa, conforme prevê o art. 5º do Decreto-
-Lei n. 3.688/1941.
c) Errada. O art. 2º do Decreto-Lei n. 3.688/1941 “A lei brasileira só é aplicável à contravenção
praticada no território nacional.”
d) Errada. O art. 4º deste mesmo Decreto-Lei prevê que “Não é punível a tentativa de con-
travenção”.
e) Certa. Como vimos, a conduta de “Praticar vias de fato contra alguém” constitui contraven-
ção penal referente à pessoa e, como tal, será de ação penal pública incondicionada, conforme
prevê o art. 17 do Decreto-Lei n. 3.688/1941.
Letra e.
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A maior parte da doutrina entende que a Lei de Contravenções Penais vai na contramão do
princípio da intervenção mínima, à medida em que tipifica condutas de mínima ofensividade,
que poderiam ser resolvidas por outros ramos do direito.
Errado.
No caso em tela, Belarmindo pratica a conduta de “Fingir-se funcionário público”, a qual consti-
tui contravenção penal referente à fé pública, prevista no art. 45 do Decreto-Lei n. 3.688/1941.
Esta contravenção penal não pode ser confundida com o crime de usurpação de função públi-
ca, disposto no art. 328 do Código Penal!
No crime previsto no art. 328 do CP, o sujeito ativo exerce a função pública, sem ser funcionário
público. Já na hipótese descrita no art. 45 da Lei de Contravenções Penais, o agente apenas
finge ser funcionário público (ou veste-se como tal), sem praticar nenhuma atividade inerente
ao cargo ou função.
Letra c.
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João uma arma de fogo e sob as vestes de José uma faca. Nesse contexto, competem aos
policiais conduzir os dois para a Delegacia de Polícia; José para responder pela contravenção
penal de porte de arma branca, e João porque foi preso em flagrante delito por porte ilegal de
arma de fogo.
José, por estar trazendo consigo, uma faca, considerada arma branca, responderá pela contra-
venção penal prevista no art. 19 da Lei do Decreto-Lei n. 3.688/1941.
Já João, por estar portando arma de fogo, não responderá por contravenção penal e sim por
crime, previsto no art. 14 do Estatuto do Desarmamento.
Certo.
A conduta de “Perturbar alguém o trabalho ou o sossego alheio por meio de gritaria, algazarra,
ou abusando de instrumentos musicais ou sinais acústicos” constitui contravenção penal refe-
rente à paz pública, prevista no art. 42, I e III do Decreto-Lei n. 3.688/1941.
Neste caso, a pena será de prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa.
Letra c.
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a) Errada. A conduta descrita configura crime de estelionato, previsto no art. 171 do Có-
digo Penal.
b) Certa. A conduta descrita constitui contravenção penal referente à administração pública,
prevista no art. 68 do Decreto-Lei n. 3.688/1941.
c) Errada. A conduta descrita constitui crime de Receptação, previsto no art. 180 do Có-
digo Penal.
d) Errada. A conduta descrita constitui crime de Dano, previsto no art. 163 do Código Penal.
e) Errada. A conduta descrita constitui crime de Apropriação Indébita, previsto no art. 168 do
Código Penal.
Letra b.
Zezé pratica contravenção penal referente à paz pública, prevista no art. 42, III do Decreto-Lei
n. 3.688/1941.
Já Moacir pratica contravenção penal referente à política de costumes, prevista no art. 50 do
Decreto-Lei n. 3.688/1941.
Certo.
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d) Errada. O art. 11 da Lei de Contravenções Penais estabelece que “Desde que reunidas as
condições legais, o juiz pode suspender por tempo não inferior a um ano nem superior a três, a
execução da pena de prisão simples, bem como conceder livramento condicional”.
e) Errada. O art. 17 da Lei de Contravenções Penais estabelece que “A ação penal é pública,
devendo a autoridade proceder de ofício”.
Letra c.
A prisão simples, imposta em caso de contravenção penal, será cumprida em regime aberto
ou semiaberto. Neste sentido, o art. 6º do Decreto-Lei n. 3.688/1941 estabelece que “A pena
de prisão simples deve ser cumprida, sem rigor penitenciário, em estabelecimento especial ou
seção especial de prisão comum, em regime semi-aberto ou aberto”.
Errado.
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A contravenção penal estará sujeita à pena de prisão simples ou multa, como estabelece o art.
5º do Decreto-Lei n. 3.688/1941.
Letra a.
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a) Errada. A contravenção penal é submetida à pena de prisão simples e/ou multa, como esta-
belece o art. 5º do Decreto-Lei n. 3.688/1941.
b) Errada. O crime é infração penal mais grave do que a detenção e, por isso, estará sujeito às
penas de reclusão, detenção e/ou multa, enquanto as contravenções penais se submetem às
penas de prisão e/ou multa.
c) Errada. As contravenções penais não admitem a modalidade culposa.
d) Certa. A contravenção penal é submetida à pena de prisão simples e/ou multa, como esta-
belece o art. 5º do Decreto-Lei n. 3.688/1941.
e) Errada. Os crimes podem ser dolosos ou culposos, já as contravenções penais só admitirão
a modalidade dolosa.
Letra d.
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a) Em geral, a contravenção penal é espécie de infração penal menos grave do que o crime,
sendo, por isso, chamada pela doutrina de crime-anão.
b) Assim como o Código Penal, a Lei de Contravenções Penais (DL n. 3.688) prevê hipóteses
de extraterritorialidade em que a lei brasileira será aplicável à contravenção praticada fora do
território nacional.
c) Como regra geral, o sujeito que pratica contravenção penal depois de transitado em julgado
a sentença que o tenha condenado por crime no Brasil ou no exterior ou, no Brasil, por contra-
venção, é reincidente.
d) Não é punível a tentativa de contravenção.
e) Para a contravenção penal, nos termos da lei especial, as penas principais são multa e pri-
são simples.
a) Certa. As contravenções penais, são espécie de infração penal de menor potencial ofensi-
vo, juntamente com “os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a 2 (dois) anos,
cumulada ou não com multa”, conforme prevê o art. 61 da Lei n. 9.099/1995. Estas contraven-
ções penais são doutrinariamente chamadas de crime-anão.
b) Errada. A contravenção penal não admite hipóteses de extraterritorialidade. Neste sentido, o
art. 2º do Decreto-Lei n. 3.688/1941 estabelece que “A lei brasileira só é aplicável à contraven-
ção praticada no território nacional”.
c) Certa. Trata-se da previsão contida no art. 7º do Decreto-Lei n. 3.688/1941, que discorre
sobre as hipóteses de reincidência ao dispor que “Verifica-se a reincidência quando o agente
pratica uma contravenção depois de passar em julgado a sentença que o tenha condenado, no
Brasil ou no estrangeiro, por qualquer crime, ou, no Brasil, por motivo de contravenção.”
d) Certa. O art. 4º do Decreto-Lei n. 3.688/1941 estabelece que “Não é punível a tentativa de
contravenção.”
e) Certa. Trata-se da previsão contida no art. 5º do Decreto-Lei n. 3.688/1941.
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032. (FAURGS/TJ-RJ/CONCILIADOR CRIMINAL) Qual das condutas referidas abaixo NÃO re-
presenta uma contravenção penal?
a) Praticar vias de fato contra alguém.
b) Não guardar com a devida cautela animal perigoso.
c) Perturbar alguém, o trabalho ou o sossego alheios com gritaria ou algazarra.
d) Recusar-se a receber, pelo seu valor, moeda de curso legal no país.
e) Entregar a direção de veículo automotor a pessoa não habilitada.
a) Errada. A conduta descrita constitui contravenção penal referente à pessoa, prevista no art.
21 do Decreto-Lei n. 3.688/1941.
b) Errada. A conduta descrita constitui contravenção penal referente à incolumidade pública,
prevista no art. 31 do Decreto-Lei n. 3.688/1941.
c) Errada. A conduta descrita constitui contravenção penal referente à paz pública, prevista no
art. 42, I do Decreto-Lei n. 3.688/1941.
d) Errada. A conduta descrita constitui contravenção penal referente à fé pública, prevista no
art. 43 do Decreto-Lei n. 3.688/1941.
e) Certa. A conduta de entregar a direção de veículo automotor a pessoa não habilitada cons-
titui crime, previsto no art. 310 do CTB.
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A doutrina aponta que, no caso das contravenções penais, a legislação penal adotou o princí-
pio da territorialidade absoluta, a medida que não permite a aplicação da lei brasileira fora do
país. Neste sentido, o art. 2º do Decreto-Lei n. 3.688/1941 estabelece que “A lei brasileira só é
aplicável à contravenção praticada no território nacional.”
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a) Certa. Trata-se da literalidade do art. 2º do Decreto-Lei n. 3.688/1941 que não admite a apli-
cação da lei brasileira aos casos de contravenções penais ocorridas fora do território nacional.
b) Certa. Trata-se da literalidade do art. 4º do Decreto-Lei n. 3.688/1941, que não admite a pu-
nição da contravenção penal tentada.
c) Certa. Trata-se da previsão contida no art. 5º do Decreto-Lei n. 3.688/1941, que prevê as
penas de prisão simples e/ou multa para as contravenções penais.
d) Certa. Trata-se da previsão contida no art. 7º do Decreto-Lei n. 3.688/1941, que prevê a rein-
cidência nos casos em que o agente comete contravenção penal após ter sido definitivamente
condenado, com trânsito em julgado, por crime (dentro ou fora do Brasil) ou outra contraven-
ção (no Brasil).
e) Errada. O art. 8º do Decreto-Lei n. 3.688/1941 estabelece que “No caso de ignorância
ou de errada compreensão da lei, quando escusáveis, a pena pode deixar de ser aplicada”.
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e) Errada. Nas contravenções penais a prisão simples será cumprida em regime semiaberto
ou aberto, não se admitindo o seu cumprimento em regime fechado, como prevê o art. 6º do
Decreto-Lei n. 3.688/1941.
Letra b.
O crime poderá ser submetido à pena de reclusão, detenção e/ou multa. Já a contravenção
penal só será submetida às penas de prisão simples e/ou multa, como estabelece o art. 5º do
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REFERÊNCIAS
ALENCAR, Rosmar Rodrigues; ARAÚJO, Fábio Roque; TÁVORA, Nestor; Legislação Penal para
Concursos. Editora JusPODIVM, 2021.
ARAÚJO, Fábio Roque; COSTA, Klaus Negri. Processo Penal Didático. 4ª ed. Salvador: Editora
JusPODIVM, 2021.
ARAÚJO, Fábio Roque; TÁVORA, Nestor. Código de Processo Penal para concursos. 10ª ed.
Salvador: Editora JusPODIVM, 2021.
BRASIL. Lei n. 10.826/2003. Dispõe sobre registro, posse e comercialização de armas de fogo
e munição, sobre o Sistema Nacional de Armas – Sinarm, define crimes e dá outras providên-
cias. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.826.htm
BRASIL. Lei n. 13.106/2015. Altera a Lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990 – Estatuto da Criança
e do Adolescente, para tornar crime vender, fornecer, servir, ministrar ou entregar bebida alco-
ólica a criança ou a adolescente; e revoga o inciso I do art. 63 do Decreto-Lei n. 3.688, de 3 de
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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Decreto-Lei n. 3.688/1941 – Contravenções Penais
Fábio Roque e Flávia Araújo
BRASIL. Lei n. 9.099/1995. Dispõe sobre os Juizados Especiais Cíveis e Criminais e dá outras
providências. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9099.htm
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Fábio Roque
Juiz federal. Doutor e mestre em Direito Público pela UFBA. Professor. Autor.
Flávia Araújo
Professora de cursos para concurso. Advogada. Professora. Mestre em Políticas Sociais e Cidadania
(UCSAL).
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