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DIREITO

INTERNACIONAL
PÚBLICO
Direito dos Tratados

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO
Direito dos Tratados
Alice Rocha

Direito dos Tratados. .......................................................................................................4


1. Definição de Tratado da Convenção de Viena de 1969..................................................4
2. A Convenção de Viena de 1969....................................................................................9
3. Outras Definições Importantes da Convenção de Viena de 1969.. .............................. 12
4. Classificação dos Tratados. ....................................................................................... 14
4.1. Quanto ao Número de Partes.................................................................................. 14
4.2. Quanto ao Procedimento de Conclusão.................................................................. 15
4.3. Quanto à Possibilidade de Adesão.......................................................................... 16
4.4. Quanto à Natureza das Normas............................................................................. 16
4.5. Quanto à Execução no Tempo................................................................................. 16
4.6. Quanto à Execução no Espaço.................................................................................17
5. Características dos Tratados..................................................................................... 18
6. Requisitos de Validade dos Tratados......................................................................... 19
6.1. Partes Capazes....................................................................................................... 19
6.2. Objeto Lícito e Possível......................................................................................... 20
6.3. Consentimento Livre..............................................................................................23
7. Conclusão e Entrada em Vigor dos Tratados.............................................................25
7.1. Negociação..............................................................................................................26
7.2. Adoção do Texto. .................................................................................................... 27
7.3. Assinatura. ............................................................................................................. 27
7.4. Ratificação.............................................................................................................29
7.5. Depósito e Registro................................................................................................ 31
7.6. Publicação e Promulgação..................................................................................... 31

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8. Reservas...................................................................................................................33
8.1. Conceito..................................................................................................................33
8.2. Impossibilidades de imposição de reserva.. ............................................................35
8.3. Competência para a Formulação de Reservas........................................................ 37
8.4. Diferença entre Reserva e Emenda........................................................................39
9. Entrada em Vigor do Tratado................................................................................... 40
10. Aplicação Provisória............................................................................................... 40
11. Relação entre Tratados e Direito Interno.. .................................................................43
12. Aplicação de Tratados. .............................................................................................45

12.1. Aplicação no Tempo. ..............................................................................................45


12.2. Aplicação no Espaço.............................................................................................45
12.3. Aplicação de Tratados Sucessivos sobre o Mesmo Assunto.................................46
13. Interpretação de Tratados....................................................................................... 47
14. Efeitos sobre Terceiros Estados...............................................................................49
15. Emenda e Modificação dos Tratados........................................................................ 51
16. Extinção dos Tratados............................................................................................. 51
Questões de Concurso.................................................................................................. 58
Gabarito........................................................................................................................67
Gabarito Comentado. .................................................................................................... 68

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DIREITO DOS TRATADOS


Olá, aluno(a)! Como estão os estudos? Espero que você esteja focado e acompanhando
os principais e mais cobrados pontos do Direito Internacional. Na aula de hoje, vamos falar
de um dos temas mais importantes, tendo em vista sua complexidade e presença no dia a dia
do exercício da soberania do Estado. Vamos abordar o processo de negociação, elaboração,
aplicação, interpretação, enfim, todos os aspectos que envolvem as tratativas dos Estados no
estabelecimento de direitos e deveres por Acordos, Convenções ou Tratados Internacionais!
Muito provavelmente em seu edital estará prevista a cobrança da Convenção de Viena
sobre Direito dos Tratados de 1969. Esta convenção é conhecida como a “bíblia” do Direito
dos Tratados. Por esta razão esta convenção também será a base de nossa aula. Portanto,
antes de avançar, já tenha em mãos sua Convenção para que ao longo da leitura você possa
proceder a marcação e inserção de informações importantes no texto seco da Convenção.
Combinado?
No seu edital pode aparecer simplesmente o termo “direito dos tratados” que nada mais é
do que um sub-ramo do Direito Internacional que busca compreender e aplicar os dispositi-
vos da Convenção de Viena de 1969. Compreendido? Pois bem, vamos agora começar nossa
aula com bastante foco, apresentando a teoria juntamente com a resolução de exercícios que
vão auxiliar o processo de aplicação e fixação do conhecimento.

1. Definição de Tratado da Convenção de Viena de 1969

Se nosso objeto de estudo são os tratados, vamos começar pelo conceito de tratado.
Se tem uma coisa que as bancas gostam bastante é a cobrança de conceitos. Sendo que
na maioria das vezes, as bancas cobram conceitos operacionais na literalidade prevista em
Convenções e Acordos. Portanto, vamos aqui apresentar a literalidade de alguns dos princi-
pais e mais cobrados conceitos apresentados no artigo 2º da Convenção de Viena de 1969.
Começando, claro, pelo conceito de tratado que é o foco de nossa análise.

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DICA
Definição de tratado:
“Tratado” significa um acordo internacional concluído por es-
crito entre Estados e regido pelo Direito Internacional, quer
conste de um instrumento único, quer de dois ou mais instru-
mentos conexos, qualquer que seja sua denominação espe-
cífica.

Olha que conceito rico em informações e prato cheio para seu examinador! Para começar,
verifique que por definição todo tratado é internacional. Logo, por mais que possa aparecer
em doutrinas, questões ou documentos a expressão “tratado internacional”, saiba que isto é
um pleonasmo que deve ser evitado! Professora, e se for tratado e convenção internacional?
Daí tudo bem, afinal as convenções podem ser nacionais ou internacionais, mas tratados se-
rão sempre internacionais ok?!
Continuando, importantíssimo memorizar que todo tratado é escrito! Não existe a pos-
sibilidade de um tratado oral, tácito ou a ser redigido. Se é tratado está escrito! Não importa
onde ou em que língua, deverá estar positivado, expresso, formalizado.
Seguindo, temos a informação de que a definição apresenta como partes destes trata-
dos somente Estados. Ela nada menciona sobre Organizações Internacionais. Pessoal, muita
atenção com este ponto! A definição analisada é de um documento específico chamado Con-
venção de Viena sobre Direito dos Tratados de 1969! Logo, se o seu examinador apresentar
esta Convenção como base do enunciado, você deve lembrar que Organizações Internacio-
nais não seriam partes em tratados. Todavia, se a pergunta for feita sem enquadramento de
fontes normativas, ou seja, de acordo com o entendimento geral, aí sim, Organizações Inter-
nacionais poderão ser parte em tratados.
Observe a diferença:

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Questão 1 (SENADO/CONSULTOR LEGISLATIVO/2002) De acordo com o art. 2º da Conven-


ção de Viena acerca do direito dos tratados de 1969, entende-se por tratado um acordo inter-
nacional concluído por escrito entre Estados e outros sujeitos de direito internacional ou entre
os próprios sujeitos de direito internacional e regido pelo direito internacional, quer conste de
um instrumento único, quer de dois ou mais instrumentos conexos, qualquer que seja a sua
denominação específica.1

Questão 2 (BANCO CENTRAL/PROCURADOR/2002) A Convenção sobre Direito dos Trata-


dos (Viena, 1969) dispõe sobre tratados entre os seguintes sujeitos de direito internacional:
Estados e organizações internacionais.

Errado.
O examinador trouxe a Convenção de Viena de 1969 como base do enunciado e questiona
se outros sujeitos do direito internacional ou organizações internacionais seriam parte em
tratado.

De modo diverso, veja esta alternativa.

Questão 3 (AGU/2003) Tratado internacional é um acordo celebrado por escrito entre su-
jeitos de direito internacional que produz efeito jurídico, qualquer que seja sua denominação
particular.

Certo.

1
Errado

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Neste caso, a assertiva é apresentada em termos gerais e, portanto, está CERTA ao mencionar
que tratados podem ser estabelecidos por sujeitos de direito internacional, sem especificar se
serão somente Estados ou se inclui Organizações Internacionais.

Seguindo com o conceito, o tratado será sempre regido pelo Direito Internacional, ou seja,
as partes não poderão utilizar seu direito doméstico para aplicar ou interpretar um tratado
estabelecido no contexto internacional.

A CV/69 menciona ainda que o tratado poderá ter instrumentos conexos. O que isso sig-
nifica, professora?

Simples! Se o tratado é bilateral, as partes trocarão notas de ratificação sem maiores pro-
blemas. Mas no caso dos tratados envolvendo mais de duas partes, ou seja, tratados multila-
terais, eu posso ter vários documentos trocados ao longo da negociação, além das diversas
cartas de ratificação. Além disso, tratados podem ter anexos. Por fim, o conceito estabelece
que não importará a nomenclatura adotada, ou seja, mesmo se as partes derem o nome Acor-
do, Convenção, Protocolo, todos serão espécies do gênero tratado.

Professora, qual a motivação dos Estados para firmarem tratados?

Esta é uma questão muito interessante visto que como sabemos o Estado é um ente so-
berano que faz somente o que é de seu interesse. Até a metade do século XX, a maior parte
das relações entre os Estados era regida por costumes, que como já estudamos também
constitui uma importante fonte de Direito Internacional. Todavia, com o fim da 2ª Guerra Mun-
dial, os Estados perceberam uma necessidade de construir uma codificação desses costu-
mes trazendo maior segurança jurídica e previsibilidade as suas relações.

Mas, professora, se um costume for codificado ele deixa de ser um costume?

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A resposta é não, ele pode continuar sendo um costume, inclusive aplicado em relação
aos que não ratificaram o tratado que o codificou. Veja que antes da codificação da Conven-
ção de Viena de 1969, tratados já eram firmados, mas com base em costumes internacionais.
Nem todos os Estados do mundo são parte da Convenção de Viena de 1969, mas por força
do costume seguem o mesmo rito de elaboração e aplicação dos tratados mencionado na
Convenção. Falaremos sobre isso mais a frente.
Vamos fazer uma pausa de conteúdo e treinar com algumas questões?

Questão 4 (TRT 5ª REGIÃO/JUIZ/2013) De acordo com a Convenção de Viena sobre Direito

dos Tratados de 1969, os tratados, acordos internacionais regidos pelo direito internacional,

podem ser celebrados por escrito ou verbalmente.

Errado.

Conforme acabamos de estudar, esta alternativa está incorreta, visto que tratados devem ser

necessariamente escritos. Professora, será que vai cair fácil assim na minha prova? Pesso-

al, cuidado! Está fácil porque acabamos de trabalhar este ponto, mas quando juntar todo o

conteúdo você pode acabar caindo numa armadilha sobretudo se o examinador contar uma

história dramática tentando justificar o porquê de o tratado não ter sido escrito.

Na mesma linha temos essa questão:

Questão 5 (BANCO CENTRAL/PROCURADOR/1997) O tratado internacional prescinde da

forma escrita, segundo a Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados.

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Errado.

Alternativa também incorreta, mas que confundiu muitos candidatos pela palavra “prescin-

de”. Ora, prescinde significa que algo que não é necessário e no caso da forma escrita ela

é obrigatória. Pessoal, aproveito para salientar que a incorreção da assertiva não está na

utilização do termo “tratado internacional”, visto que o pleonasmo que já justifiquei para os

senhores é “aceitável” para alguns doutrinadores.

2. A Convenção de Viena de 1969

A Convenção de Viena de 1969 compõe a base de estudo do Direito dos Tratados. Antes
de ser consolidada, os Estados aplicavam as mesmas diretivas para a formulação de tratados
pela via do direito costumeiro. Todavia, a Comissão de Direito Internacional da ONU estudou
por 20 anos tais costumes e editou a Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados em
1969 (aqui denominada CV/1969).
O resultado do trabalho desta Comissão não foi capaz de abranger a totalidade dos cos-
tumes que regulavam a conclusão de tratados, razão pela qual foi dada continuidade aos
costumes para reger questões não reguladas especificamente pela CV/1969. Lembrando que
o Brasil ratificou a CV/1969 pelo Decreto Legislativo n. 496/2009 e internalizou pelo Decreto
Executivo n. 7.030/2009, mas diversos outros países não são parte desta Convenção.
Isso quer dizer que concluem tratados de qualquer jeito?
Não, eles seguem os mesmos preceitos, mas por força do direito costumeiro que os al-
cança. Ou seja, Estados não tem para onde fugir! Ou segue a CV/1969 ou segue os costumes
internacionais reconhecidos na matéria.
Lembrando pessoal que tais regramentos auxiliam na operacionalização de tratativas ba-
seadas fundamentalmente no livre consentimento, no princípio da boa-fé e no ‘pacta sunt
servanda’. Ou seja, a  construção de tratativas entre os Estados segue a vontade e o con-

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sentimento destes. Retomaremos estes preceitos de validade dos tratados um pouco mais
a frente, mas já apresentamos esta base aqui para que possamos começar a compreender o
processo de implementação e cumprimento de tais preceitos pelos Estados.

Professora, essa CV/1969 serve para regular os tratados envolvendo somente Estados ou
as Organizações Internacionais (OIs) também são vinculadas a ela?

Ótima questão! Lembra que quando abordamos a definição de tratados pela CV/1969,
esclareci que abrange somente tratados entre Estados!

Mas, professora, e as Organizações Internacionais, não são sujeitos capazes de celebrar


tratados?

A resposta é sim, mas foi elaborada uma outra Convenção de Viena em 1986, bastante
parecida com a de 1969, justamente para incluir as OIs. Mas cuidado! Esta Convenção de
1986 ainda não está em vigor pela falta de um número mínimo de ratificações. O Brasil é um
exemplo de Estado que assinou, mas ainda não ratificou a Convenção de 1986. Portanto,
as OIs podem celebrar tratados com base em costumes inspirados na própria Convenção até
o momento em que a mesma entre em vigor.

DICA
Em resumo:
CV/1969: tratado somente entre Estados
CV/1986: tratados entre Estados e/ou Organizações Interna-
cionais

Mas cuidado com o peguinha!

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Questão 6 (INSTITUTO RIO BRANCO/2010) O tratado constitutivo de uma organização


internacional está sujeito às normas da Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados
(1969).

Certo.
O candidato desatento marcaria sem pensar ERRADO, afinal a CV/1969 não se aplica a trata-
dos envolvendo OIs. Todavia, o tratado da questão é o que constitui a OI e, portanto, formado
por Estados. Nesse caso, a OI constitui o resultado do tratado e não parte dele, razão pela qual
a alternativa está CERTA!

Para fecharmos esse ponto, vamos fixar com mais uma questão:

Questão 7 (MPT/PROCURADOR DO TRABALHO/2012) A Convenção de Viena sobre o Direi-


to dos Tratados, vigente desde 1980 para os países que a ratificaram, contém a sistematiza-
ção dos conceitos jurídicos fundamentais sobre os tratados, entretanto, para o Brasil, que não
a ratificou, a citada Convenção tem a utilidade apenas como direito consuetudinário.

Errado.
Tranquilinha não é pessoal?! Conforme abordado, o Brasil já ratificou a CV/1969 e, portanto,
ela vincula o Brasil como um tratado e não apenas como direito consuetudinário.

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3. Outras Definições Importantes da Convenção de Viena de 1969


Conforme mencionado, a CV/1969 possui em seu artigo 2º algumas definições importan-
tes não só pela cobrança da literalidade das mesmas, mas também para a compreensão do
direito dos tratados.
Vamos aos conceitos:
• “ratificação”, “aceitação”, “aprovação” e “adesão” significam, conforme o caso, o ato in-
ternacional assim denominado pelo qual um Estado estabelece no plano internacional
o seu consentimento em obrigar-se por um tratado;

Dependendo do caso, a expressão do consentimento do Estado pode mudar de nome. Por


exemplo, se o tratado já está em vigor, o Estado irá aderir e não ratificar.
• “plenos poderes” significa um documento expedido pela autoridade competente de um
Estado e pelo qual são designadas uma ou várias pessoas para representar o Estado
na negociação, adoção ou autenticação do texto de um tratado, para manifestar o con-
sentimento do Estado em obrigar-se por um tratado ou para praticar qualquer outro ato
relativo a um tratado;

Lembrando que o Estado não passa de uma ficção jurídica, ele precisa se fazer represen-
tar e é nesse ponto que entra a necessidade de uma espécie de procuração denominada carta
de plenos poderes. Lembrando que pela legitimidade que possuem os chefes de Estado e o
Ministro das Relações Exteriores são dispensados da apresentação deste documento no ato
de representação do Estado.
• “reserva” significa uma declaração unilateral, qualquer que seja a sua redação ou de-
nominação, feita por um Estado ao assinar, ratificar, aceitar ou aprovar um tratado, ou a
ele aderir, com o objetivo de excluir ou modificar o efeito jurídico de certas disposições
do tratado em sua aplicação a esse Estado;

Os pontos marcados no conceito são os mais cobrados. Ou seja, como, quando e para
que uma reserva é apresentada. Ou seja, não precisa da anuência das demais partes por ser

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unilateral. Pode ser apresentada em qualquer momento, seja na assinatura, na ratificação, na


aceitação, na aprovação ou adesão.
E com qual finalidade?
Para excluir ou modificar o efeito jurídico de um dispositivo. Atenção! A reserva só modi-
fica a aplicação do dispositivo para o Estado que a apresenta. Para os demais permanecerá
inalterada. Isso é o que o professor Rezek considera como “qualificativo do consentimento”.
Por fim, devemos apresentar a distinção entre Estado negociador x Estado contratante x
Estado-parte.
• “Estado negociador” significa um Estado que participou na elaboração e na adoção do
texto do tratado;
• “Estado contratante” significa um Estado que consentiu em se obrigar pelo tratado,
tenha ou não o tratado entrado em vigor;
• “parte” significa um Estado que consentiu em se obrigar pelo tratado e em relação ao
qual este esteja em vigor;

Basicamente a diferença entre eles está na fase do processo de construção do tratado.


O negociador aparece no momento da elaboração/adoção do tratado. O contratante já ex-
pressou o consentimento pela assinatura e ratificação, não importando se o tratado já está
em vigor. Já o Estado-parte expressou o consentimento e o tratado está necessariamente em
vigor.
Para fixação vamos exercitar!

Questão 8 (JUIZ/TRT 20ª REGIÃO/2012) “Reserva” significa uma declaração bilateral, qual-
quer que seja a sua redação ou denominação, feita pelos Estados ao ratificarem, assinarem,
aceitarem ou aprovarem um tratado, ou a ele aderirem, com o fito de excluir o efeito jurídico
de certas disposições do acordo.

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Errado.
Alternativa errada! A reserva é unilateral! Não se esqueça!

Questão 9 (5ª REGIÃO/JUIZ FEDERAL/2006) Antes do início da negociação de qualquer


tratado bilateral, o ministro das Relações Exteriores do Brasil deve apresentar carta de plenos
poderes, perante o governo copactuante, para habilitá-lo a participar dessa fase e, posterior-
mente, a assinar o tratado em caráter definitivo.

Errado.
Alternativa errada! Esta assertiva é um pouco mais complexa e duplamente errada. Primei-
ro que o Ministro das Relações Exteriores não tem o dever de apresentar a carta. Não está
convencido deste erro. Pois então gabarite a questão pela compreensão do segundo erro: a
assinatura não gera o caráter definitivo da manifestação do consentimento do Estado, que só
aparece com a ratificação. Este diferencial será estudado logo mais.

4. Classificação dos Tratados

Classificação de tratados é uma temática bastante cobrada nas provas e concursos. Pre-
paramos aqui uma compilação da doutrina com as principais classificações.

4.1. Quanto ao Número de Partes

Esta é uma classificação bastante simples, podendo o tratado ser bilateral, quando pos-
suir duas partes, ou plurilateral/multilateral, quando possuir três ou mais partes. Cuidado nos
casos em que uma das partes é uma OI composta por vários Estados. Por exemplo, se eu

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tenho um acordo entre a União Europeia e o Mercosul, será um acordo bilateral mesmo que

ambos possuam vários Estados membros.

Professora, posso ter um tratado unilateral? Essa pergunta parece boba, mas por incrível

que pareça no nervoso da prova isso já pegou alguns candidatos. Claro que não pode existir

um tratado unilateral. Se por exemplo, Brasil e Argentina tem um tratado e um dos dois resol-

ve se retirar, o tratado deixará de existir.

4.2. Quanto ao Procedimento de Conclusão

Em relação ao procedimento de conclusão de tratados, em geral, eles serão bifásicos. Ou

seja, terá a fase da assinatura em que o Estado oferece seu consentimento provisório, segui-

da da ratificação, que representa o consentimento definitivo do Estado.

Mas podem existir tratados simplificados ou unifásicos que prescindem da ratificação,

sendo a assinatura suficiente. Mas atenção! Não confunda tratados simplificados com os

acordos executivos que são estabelecidos pelo poder executivo, sem a necessidade de con-

sulta ao legislativo. No Brasil esses acordos executivos são possíveis em relação a acordos

interpretativos, complementares, e de ‘modus vivendi’, que são os que regulam os procedi-

mentos em relação a futuras tratativas, como por exemplo a formação de estrutura de moni-

toramento para definir a intenção das partes de modo prévio.

Olha como isso pode ser cobrado:

Questão 10 (CÂMARA DOS DEPUTADOS/CONSULTOR LEGISLATIVO/2014) A publicação do


acordo executivo é a garantia da introdução, no ordenamento jurídico nacional, dos acordos
celebrados no molde executivo, sem que haja a manifestação típica do Congresso Nacional.

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Certo.
Esta alternativa está CERTA, visto que é exatamente o que trabalhamos acima. O acordo exe-
cutivo não precisa da aprovação do Congresso Nacional para ser aplicado em nosso ordena-
mento nacional. Importante aqui é lembrar que nem sempre a ratificação precisa ocorrer para
gerar o engajamento do Estado.

4.3. Quanto à Possibilidade de Adesão


A adesão ocorre no momento em que o tratado já está em vigor. Todavia, nem todo tra-
tado admite novos membros após sua entrada em vigor. Por conta disso, temos os tratados
abertos, que admitem adesão de novos membros e tratados fechados, que não oferecem tal
possibilidade.

4.4. Quanto à Natureza das Normas


Quanto à natureza das normas, pode ser estabelecida uma classificação que considere o
efeito dos dispositivos presentes no tratado. Se são regras envolvendo obrigações entre dois
ou mais Estados de modo específico como por exemplo a compra e venda de arroz e feijão,
teremos um tratado-contrato. Mas se o objetivo for estabelecer normas gerais para todos,
como por exemplo, tratado de direitos humanos, teremos o chamado tratado-lei, que prevê
compromissos e posicionamentos dos Estados sem necessariamente ter contrapartida en-
tre eles.

4.5. Quanto à Execução no Tempo

Quanto à execução no tempo, podemos ter o tratado com vigência estática, ou seja, a exe-
cução do mesmo pode se exaurir, mas os efeitos se prolongam no tempo como por exemplo,
um tratado de cessão onerosa em que um Estado anexa parte de outro Estado ao seu terri-

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tório. Lembrando que como a execução já ocorreu com a anexação, este tratado não admite
denúncia.
Temos ainda o tratado com vigência dinâmica em que a execução e por consequência
os efeitos se prolongam no tempo. A maioria dos tratados são deste tipo permanente, como
acordos comerciais de comércio.
Veja como isso pode aparecer na prova:

Questão 11 (DEFENSOR PÚBLICO DA UNIÃO/2007) Existem tratados que, por sua natureza,
são imunes à denúncia unilateral, como é o caso dos tratados de vigência dinâmica.

Errado.
Alternativa ERRADA, visto que o tratado com vigência dinâmica sofrerá o impacto de uma
denúncia unilateral que poderá comprometer a execução do mesmo. Se o examinador falasse
em tratado com vigência estática, aí sim a alternativa estaria certa, visto que os efeitos se
prolongaram mesmo se a execução se exaurir.

4.6. Quanto à Execução no Espaço

Em relação à execução no espaço, a aplicação de um tratado pode ser integral, vinculan-


do todo o território, entes e jurisdição. A princípio tais tratados constituem a regra conforme
art. 29 da CV/1969:

...a não ser que uma intenção diferente se evidencie do tratado, ou seja estabelecida de outra for-
ma, um tratado obriga cada uma das partes em relação a todo o seu território.

Logo, por expressa previsão no tratado, o mesmo pode ser parcial, ou seja, especificará a
parte do território onde o mesmo deve ser cobrado. Por exemplo, a França possui territórios

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ultramar, como a Ilha da Reunião e poderia determinar que um determinado tratado não se
aplicaria em relação a esta Ilha.

5. Características dos Tratados

Tratados são consideradas as fontes mais “democráticas” que existem. Isto porque pos-
sui o consensualismo como uma de suas características.

Como assim, professora?

O tratado parte do consentimento dos Estados em se obrigarem pelo mesmo. Ou seja, só


vincula as partes.
Além disso não existe hierarquia entre tratados. Não importa se um tratado possui 150
Estados partes e o outro somente 2 partes que o primeiro poderá prevalecer sobre o segundo.
Por fim, não existe formalismo na elaboração de um tratado. Não existe uma especifica-
ção de como o tratado deve ser redigido. Se deve possuir alíneas, incisos, algarismo romano
etc. Quem determina como um tratado será redigido são as partes, a única coisa obrigatória
é que seja escrito.
Mesmo sem um rigor formal, existe na prática uma tendência a dividir os tratados em três
partes:
• Preâmbulo
• Dispositivos
• Anexos

O preâmbulo possui como função a contextualização da negociação e conclusão do trata-


do. São os famosos “considerandos” e gerúndios. Nele os Estados apresentam a perspectiva
do momento da conclusão do tratado. Muitos alunos deixam de lado o preâmbulo e acabam
perdendo questões por conta deste descuido. O preâmbulo é muito importante no Direito In-
ternacional, sendo inclusive utilizado para interpretação do tratado. Portanto, não menospre-
ze o preâmbulo dos Acordos e Convenções previstas em seu edital!

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Em seguida vem os dispositivos, ou seja, os artigos, dispositivos, parágrafos. Lembre-se


que não há limite para a inclusão desses dispositivos, nem uma formalidade na apresentação
dos mesmos.
Por fim, temos os anexos que não são obrigatórios. Caso sejam inseridos para evitar dis-
positivos muito densos, eles passarão a ser vinculantes para as partes. Lembrem-se do con-
ceito de tratado como um instrumento único ou com vários instrumentos conexos.

6. Requisitos de Validade dos Tratados

De modo parecido com o que ocorre no ramo do direito das obrigações, no direito dos
tratados também estudamos os requisitos de validade dos tratados. E quais são eles, profes-
sora?
• Partes capazes
• Objeto lícito e possível
• Consentimento livre

6.1. Partes Capazes

Começando pelas partes capazes, devemos lembrar que somente sujeitos de direito in-
ternacional possuem capacidade para concluir tratados. Ou seja, somente Estados e Orga-
nizações Internacionais. Existem exceções? A resposta é positiva, pois a Cruz Vermelha por
exemplo não é um Estado ou OI, mas por vontade dos próprios Estados receberam capacida-
de e personalidade para a conclusão de tratados relacionados a ajuda humanitária.
No caso das Organizações Internacionais, elas ficam vinculadas ao propósito pelo qual
foram criadas.

Como assim, professora?

Cada Organização Internacional foi criada com um propósito específico. Por exemplo,
a Organização Mundial do Comércio para regular as questões que envolvem comércio, a Or-
ganização Mundial da Saúde, para questões relacionadas a saúde e assim sucessivamente.

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Em observância ao princípio da especialidade, a OI só poderá celebrar tratados dentro da sua


esfera de atuação. Já os Estados possuem liberdade na escolha dos temas que irão ser abor-
dados em tratados por eles concluído.
Lembrando que Estados e Organizações Internacionais devem ser representados. Sendo
que cada um deles determina quem será esse representante. De modo específico, no caso
brasileiro sabemos que de acordo com a Constituição Federal:

Art. 21 (CF/1988) Compete à União: i) manter relações com Estados estrangeiros e participar de
organizações internacionais.

Logo, a pessoa jurídica que representa o Estado brasileiro nas relações internacionais é
a União. Mas, cuidado! Tem como um estado federado participar de uma negociação inter-
nacional relacionada a operações externas de natureza financeira, desde que autorizado pelo
Senado Federal:

Art. 52 (CF/1988). Compete privativamente ao Senado Federal: V - autorizar operações externas de


natureza financeira, de interesse da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos
Municípios;

Vale ressaltar que isto já ocorreu, sendo possível pela previsão da União como caução,
caso o estado não honrasse com o tratado. Lembrem-se, no âmbito internacional a respon-
sabilidade será sempre do Estado Brasil que autorizou que seu ente nacional contratasse o
empréstimo.

6.2. Objeto Lícito e Possível

O segundo requisito é o objeto do tratado ser lícito e possível. O ponto principal é que o
tratado não esteja violando nenhuma norma considerada jus cogens, pois caso viole, confor-
me a Convenção de Viena de 1969, será nulo.

Art. 53 CV/1969 – É nulo um tratado que, no momento de sua conclusão, conflite com uma norma
imperativa de Direito Internacional geral. Para os fins da presente Convenção, uma norma impera-
tiva de Direito Internacional geral é uma norma aceita e reconhecida pela comunidade internacional
dos Estados como um todo, como norma da qual nenhuma derrogação é permitida e que só pode
ser modificada por norma ulterior de Direito Internacional geral da mesma natureza.

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Já tratamos de normas jus cogens em momento anterior. Então somente para relembrar,
não temos uma lista de normas jus cogens, mas alguns exemplos seriam “vedação a escra-
vidão”, “vedação a tortura”. Cuidado que normas jus cogens podem ser modificadas, só que
deve ser uma regra de mesma natureza!
A temática do jus cogens é bastante recorrente nas provas. Veja como pode aparecer:

Questão 12 (INSTITUTO RIO BRANCO/2010) A Convenção de Viena sobre o Direito dos Tra-
tados (1969) enumera as normas imperativas de direito internacional (jus cogens), entre as
quais, a proibição da escravidão.

Errado.
Neste caso a alternativa está errada, não pelos exemplos de jus cogens, e sim, por mencionar
que elas estariam enumeradas na Convenção de Viena.

Questão 13 (CÂMARA DOS DEPUTADOS/CONSULTOR LEGISLATIVO/2014) A Convenção de


Viena sobre Direito dos Tratados admite que normas peremptórias ou imperativas de direito
internacional geral imponham se de forma cogente como fontes de direito internacional, su-
periores a tratados em caso de conflito.

Certo.
Ainda sobre a mesma temática, veja esta questão um pouco mais elaborada, mas que está
correta. Lembre-se que a literalidade do artigo 53 da Convenção de Viena já informa a nulida-
de de tratados contrários a normas consideradas jus cogens.

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Questão 14 (CÂMARA/CONSULTOR LEGISLATIVO/2002) Considerando que o consentimen-


to mútuo constitui condição de validade dos tratados internacionais, terá plena validade o
tratado que, no momento de sua conclusão, conflite com norma imperativa de direito inter-
nacional geral, de conformidade com o que estabelece a Convenção de Viena sobre o Direito
dos Tratados.

Errado.
Muito cuidado! Nem a vontade das partes retira o aspecto de superioridade das normas jus
cogens. Logo, esta alternativa está errada.

Mais uma questão:

Questão 15 (OAB/2010) Com relação à chamada “norma imperativa de Direito Internacional


geral”, ou jus cogens, é correto afirmar que é a norma:
a) prevista no corpo de um tratado que tenha sido ratificado por todos os signatários, segun-
do o direito interno de cada um.
b) reconhecida pela comunidade internacional como aplicável a todos os Estados, da qual
nenhuma derrogação é permitida.
c) aprovada pela Assembleia Geral das Nações Unidas e aplicável a todos os Estados mem-
bros, salvo os que apresentarem reserva expressa.
d) de direito humanitário, expressamente reconhecida pela Corte Internacional de Justiça,
aplicável a todo e qualquer Estado em situação de conflito.

Letra b.
de acordo com a literalidade do artigo 53 da CV/1969. Lembrando que não existe uma lista de
tais regras e não existe possibilidade de reserva as mesmas devido a seu aspecto imperativo.

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6.3. Consentimento Livre

Por fim, o consentimento deve ser livre, ou seja, isento de vícios como erro, dolo, coação
e corrupção. Começando pelo erro, ele ocorre na situação em que um Estado assina um tra-
tado acreditando em uma situação fática, exemplo, um mapa que indicava que ali havia um
rio, e na realidade o rio não existe. Cuidado que o erro deve ser de fato e não de direito, afinal
a ninguém é dado desconhecer o direito.
Já no dolo, temos uma situação parecida com o erro, mas uma das partes sabia e ficou
calada ou agiu de modo a enganar o outro. Interessante considerar que no Direito Internacio-
nal os Estados têm “vergonha” de reconhecer o dolo, pois pode parecer que foram fracos ou
ingênuos. Portanto, preferem renegociar a anular tudo e confessar que foi “enganado”.
O terceiro vício seria a coação dividida em:
• coação strito sensu, pelo uso da força física, e
• coerção, conhecida como pressão psicológica.

Temos ainda o quarto vício que é a corrupção, quando o representante do Estado conclui
um tratado recebendo vantagens ou benefícios próprios. Não importa a finalidade dada ao
recurso, visto que o vício nasceu do recebimento indevido do mesmo.

Professora, a ausência destes requisitos de validade irá gerar nulidade ou anulabilidade


do tratado? Será nulidade absoluta ou relativa?

Em caso de partes incapazes o tratado será anulável, visto que o chefe de Estado pode
convalidar o que foi negociado no momento da ratificação. Já no caso do objeto ilícito ou im-
possível o tratado será nulo. E no caso dos vícios de consentimento, somente a coação strito
sensu levará a nulidade, visto que inclui o uso da força que é proibido no direito internacional.
Todos os demais vícios poderão ser sanados caso as partes decidam renegociar os termos.
Mas cuidado! Existe uma exceção em que a coação strito sensu é considerada intrínseca ao
tratado e, portanto, não irá gerar nulidade do mesmo. Estamos nos referindo aos acordos de
paz! Nestes casos, o uso da força para cessar o conflito é estabelecer a paz entre as partes é
aceitável e o tratado será considerado válido.

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DICA
Em resumo:
Partes incapazes: nulidade relativa/anulável
Objeto ilícito ou impossível (jus cogens): nulidade absoluta/
nulo
Vícios de consentimento: nulidade relativa/anulável, salvo co-
ação com uso da força física que gera a nulidade absoluta!

Caso uma das partes identifique qualquer um desses vícios, os demais terão um prazo de
três meses para se manifestar em relação ao que a parte propôs para sanar o vício. Se não o
fizerem estarão consentindo a solução apresentada de modo tácito. Isso é o que informa o
artigo 65 da CV/1969:

1. Uma parte que, nos termos da presente Convenção, invocar quer um vício no seu consentimento
em obrigar-se por um tratado, quer uma causa para impugnar a validade de um tratado, extingui-lo,
dele retirar-se ou suspender sua aplicação, deve notificar sua pretensão às outras partes. A notifi-
cação indicará a medida que se propõe tomar em relação ao tratado e as razões para isso.
2. Salvo em caso de extrema urgência, decorrido o prazo de pelo menos três meses contados do
recebimento da notificação, se nenhuma parte tiver formulado objeções, a parte que fez a notifica-
ção pode tomar, na forma prevista pelo artigo 67, a medida que propôs.

Vale ressaltar que um dos pontos mais importantes em definir esse caráter de nulidade
e anulabilidade está ligado aos efeitos. No caso do tratado nulo, os efeitos serão ex tunc, ou
seja, retroagem ao momento em que o tratado foi assinado, fica como se o tratado nunca
tivesse existido. Já um tratado anulável, gera efeitos ex nunc, ou seja, o tratado deixa de ser
aplicado a partir do momento em que o vício foi identificado, podendo ainda ser convalidado
caso as partes desejem.
Uma vez que apresentamos esta primeira parte de requisitos e base normativa e política
para a conclusão dos tratados, vamos verificar na prática como se dá o processo de conclu-
são e entrada em vigor dos mesmos.

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7. Conclusão e Entrada em Vigor dos Tratados

A conclusão de tratados pode estar muito distante da realidade da maioria das pessoas,
visto que são basicamente negociados por representantes dos sujeitos de Direito Interna-
cional. Todavia, este tema tem sido bastante cobrado em provas e concursos, visto que os
efeitos desses engajamentos afetam a todos de forma direta ou indireta.
De forma resumida, essas são as fases, algumas internacionais e outras internas, do pro-
cesso de conclusão e entrada em vigor dos tratados:

DICA
1. Negociação
2. Adoção do texto
3. Assinatura
4. Ratificação
5. Depósito e Registro
6. Publicação e promulgação

Memorizar essas fases já pode te garantir alguns itens como este:

Questão 16 (16ª REGIÃO/JUIZ FEDERAL/2003) O Tratado Internacional, no seu processo de


conclusão, atravessa apenas as seguintes fases: negociação, assinatura, retificação, promul-
gação e publicação.

Errado.
Questão tranquila, não é mesmo?! Afinal a palavrinha “apenas” já traz aquela ideia de que a
questão está errada, mas a leitura do termo retificação ao invés de ratificação, confirma que
a alternativa está errada.

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Veja outra questão na mesma linha:

Questão 17 (ACE/2002) O consentimento de um Estado em obrigar-se por um tratado pode-


-se dar, entre outros, pela assinatura, troca de notas, ratificação, aprovação ou adesão.

Certo.
Alternativa certa. Questão simples e tranquila que pode confundir justamente por isso. Ques-
tão que trazem a menção “entre outros” já deixa um sinal de que está certa, pois não apresen-
tará uma lista taxativa de possibilidades. Mas cuidado, o examinador poderia trocar ratifica-
ção por retificação como o fez na questão acima.

7.1. Negociação

Vamos falar de cada uma delas? Pois bem, tudo começa na negociação. Nesse momento
um Estado ou grupo de Estados estabelece um tema a ser debatido e regulamentando. Na
prática, os Estados vão aproveitar alguma conferência ou utilizar a estrutura de uma Organi-
zação Internacional.
Lembrando que esta temática pode até já está sendo abordada como costume internacio-
nal, mas eles consideram importante a codificação da mesma. Nesse processo de negocia-
ção seus representantes comparecem com a carta de plenos poderes prevendo capacidades
e competências que aquele indivíduo possui nas tratativas. Vale ressaltar que pela legitimi-
dade que possuem, Presidente da República e Ministro das Relações Exteriores não precisam
apresentar esta carta de plenos poderes.
Pela diversidade de idiomas, as partes podem eleger o idioma autêntico em que o texto
será negociado e que posteriormente será o mesmo utilizado para a escrita do tratado. Pos-
teriormente, este tratado pode ser traduzido para outras línguas, compondo as chamadas
versões oficiais do tratado ou acordo.

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7.2. Adoção do Texto

Apresentados os interesses e discutido os termos passamos para a próxima etapa de


adoção do texto. Ela ocorre como uma forma de autenticação do texto. Como assim profes-
sora? Neste momento será verificado se o que foi negociado está efetivamente escrito. Vale
ressaltar que a adoção do texto deve ocorrer pelo consentimento de todos os envolvidos, sal-
vo a situação de adoção numa conferência internacional onde se dará por dois terços ou de
modo diverso caso os Estados determinem.

7.3. Assinatura

Em seguida vem a fase da assinatura, considerada um consentimento provisório, que será


posteriormente transformado em definitivo no momento da ratificação. Atenção que o con-
sentimento é provisório, mas uma série de efeitos já são produzidos a partir desta assinatu-
ra como:
• Não frustrar o objeto do tratado;
• Os Estados devem agir de boa-fé, não sendo admitidas “sabotagens” que possam pre-
judicar a efetivação dos termos acordados.
• Autenticação do texto que se torna imutável;
• Cuidado, o tratado pode ser modificado posteriormente a sua entrada em vigor. O cará-
ter imutável aqui está restrito ao acordado durante a negociação.
• Aceitação definitiva dos Estados em relação a costumes que tenham sido codificados
no tratado.

Mesmo sendo a assinatura um engajamento provisório, esta previsão de costumes como


cláusulas do tratado já confirma o reconhecimento da vontade dos Estados de que as mes-
mas sejam direito aplicável.
Veja como isso pode ser cobrado:

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Questão 18 (DEFENSOR PÚBLICO DA UNIÃO/2014) Segundo a Convenção de Viena sobre


Direitos dos Tratados, o Estado é obrigado a abster-se de atos que frustrem o objeto e fina-
lidade do tratado, quando houver trocado instrumentos constitutivos do tratado, sob reserva
de aceitação.

Certo.
Como se chama esse instrumento constitutivo sob reserva de aceitação? Assinatura! Logo,
alternativa certa visto que um dos efeitos da assinatura é justamente a abstenção do Estado
de frustrar o objeto e finalidade do tratado.

Veja como este é um tema recorrente. A respeito deste mesmo ponto temos outra ques-
tão:

Questão 19 (DELEGADO POLÍCIA FEDERAL/2013) A Convenção de Viena sobre o Direito dos


Tratados estabelece que o Estado que tenha assinado um tratado, ainda que não o tenha ra-
tificado, está obrigado a não frustrar seu objeto e finalidade antes de sua entrada em vigor.

Certo.
Na mesma linha, esta alternativa também está certa. Veja a importância da resolução de
questões para verificar os pontos mais cobrados.

Passada esta fase vem a ratificação, gerando o engajamento definitivo.

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7.4. Ratificação

Após a assinatura, cada parte estabelecerá o processo de engajamento definitivo cha-


mado ratificação. No caso do Brasil, o constituinte achou por bem, submeter os tratados a
apreciação e aprovação das casas do Congresso Nacional por entender a necessidade da
participação do povo e do controle parlamentar dos atos assumidos pelo executivo no âmbito
internacional.
Afinal, conforme a Constituição Federal, é competência privativa do Presidente da Repú-
blica celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso
Nacional.

Competências no Brasil
Art. 84 (CF/1988). Compete privativamente ao Presidente da República:
(...)
VIII – celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Na-
cional;

Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:


(...)
I – resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos
ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional;

O conhecimento desses incisos pode ser cobrado de várias formas. Uma delas é a co-

brança do conhecimento literal como nesta alternativa:

Questão 20 (TRT 11ª REGIÃO/JUIZ/2012) É da competência exclusiva do Congresso Na-

cional resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem

compromissos gravosos ao patrimônio nacional.

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Certo.
Esta alternativa está CERTA, sendo a literalidade do artigo 49, I, da CF/1988. O(a) candidato(a)
poderia argumentar que a competência prevista no artigo 84, VIII, da CF/1988 amplia a com-
petência do artigo 49, visto que não menciona quais acordos deveriam ser referendados pelo
Congresso Nacional. Todavia, CUIDADO! Alternativas que trazem a literalidade não devem ser
respondidas pela lógica do todo e sim pelo conhecimento da especificidade pontual.

Além disso, aluno(a), neste ponto devemos ter MÁXIMA ATENÇÃO! A competência previs-
ta no art. 49 da CF/1988, estabelece a possibilidade de que o Congresso rejeite definitivamen-
te o engajamento do Brasil em relação a um tratado já assinado pelo executivo.

DICA
Ratificação=Presidente da República + Congresso Nacional
Possibilidades:
- Se o Congresso não autoriza a ratificação: Presidente não
pode ratificar
- Se o Congresso autoriza a ratificação: Presidente pode ou
não ratificar

Após esta fase de apreciação pelo Congresso Nacional que é finalizado por um decre-
to legislativo, vem o momento da ratificação operada pelo Presidente da República que en-
tão assumirá o compromisso definitivo, expresso, unilateral, discricionário e irretratável. Vale
lembrar que sendo ato irretratável, caso o Estado mude de ideia e não queira mais fazer parte
do acordo deverá apresentar uma denúncia ao mesmo.
No caso dos tratados bilaterais, a ratificação se dará pela troca de instrumentos de rati-
ficação ou notificação de ratificação. Já no caso dos acordos multilaterais, será necessário
proceder ao depósito do instrumento de ratificação no local indicado pelo tratado, podendo

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ser um Estado ou Organização Internacional. Hoje a principal depositária de tratados é a Or-


ganização das Nações Unidas.

7.5. Depósito e Registro


Conforme mencionado, o processo de ratificação será finalizado pelo depósito do instru-
mento no Estado ou Organização Internacional indicado pelo próprio tratado. E  o registro?
O registro é operado na Organização das Nações Unidas e não é obrigatório. O tratado pode
entrar em vigor sem ser registrado. Todavia, caso as partes optem por não proceder ao regis-
tro não poderão invocar o tratado perante qualquer órgão da Organização das Nações Unidas
(Artigo 102.2 da Carta da ONU). Logo, a maioria dos tratados acaba sendo registrado. Veja
como este tema já foi cobrado:

Questão 21 (2ª REGIÃO/JUIZ FEDERAL/2009) Segundo a Carta da ONU, os tratados não re-
gistrados não podem ser invocados perante órgãos das Nações Unidas.

Certo.
Alternativa correta de acordo com a literalidade do art. 102.2 da Carta da ONU:

Nenhuma parte em qualquer tratado ou acordo internacional que não tenha sido registrado de
conformidade com as disposições do parágrafo 1 deste Artigo poderá invocar tal tratado ou acordo
perante qualquer órgão das Nações Unidas.

7.6. Publicação e Promulgação

A fase de publicação e promulgação se dá no âmbito doméstico, sendo fundamental para


a produção de efeitos na jurisdição interna do Estado. No caso do Brasil, com a ratificação o
Estado se compromete no âmbito internacional, sendo necessária a internalização do tratado
via decreto executivo para que tratado seja válido, executável e obrigatório no âmbito nacio-

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nal. Lembre-se que o Brasil adota a teoria dualista, mesmo que moderado, no processo de
aplicação de tratados na jurisdição interna.
Antes de passarmos para o próximo ponto vamos treinar?

Questão 22 (TRT 5ª REGIÃO/JUIZ/2013) Os defensores da aplicabilidade dos denominados


acordos executivos para os quais não seria necessário referendo do Congresso Nacional ar-
gumentam que a exigência de referendo limita-se a acordos que acarretem encargos ou com-
promissos gravosos ao patrimônio nacional.

Certo.
Alternativa CERTA, visto que o referencial da questão deixou em aberto quem são esses de-
fensores. Logo, a racionalidade da utilização da limitação aos acordos que acarretem encar-
gos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional está correta. Lembre-se que este não
é o posicionamento consensual da doutrina que defende que a competência do artigo 84 da
CF/1988 ampliaria a competência do artigo 49 da CF/1988.

Veja mais uma questão que vai tentar confundir o(a) candidato(a) com uma contextuali-
zação, mas que no final é muito mais tranquila do que se imagina.

Questão 23 (PROCURADOR DA FAZENDA NACIONAL/2007/ADAPTADA) A empresa brasilei-


ra XYZ tem investimentos de grande vulto no país ABC. De forma arbitrária, o novo governo
de ABC, ao tomar posse, apropria-se do patrimônio que XYZ detinha em ABC. Inconformada,
a  empresa XYZ recorre ao Governo brasileiro para que lhe conceda proteção diplomática,
encampando o problema da empresa e recorrendo à Corte Internacional de Justiça em sua
defesa. O ato por meio do qual o Estado brasileiro assume a reclamação da empresa XYZ, fa-

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zendo-a sua, e dispondo-se a tratar da matéria junto ao Estado autor do ilícito é denominado
ratificação.

Errado.
Só para aproveitar, devemos lembrar que empresas e pessoas físicas não tem capacidade
postulatória perante a Corte Internacional de Justiça. Para isso ele precisará que um Estado
o represente. Ao fazê-lo o Estado endossa tal reclamação. Mas mesmo que você não se lem-
bre do Endosso, você com certeza lembraria que isso não é ratificação, portanto alternativa
errada.

8. Reservas
8.1. Conceito
“Reserva” significa uma declaração unilateral, qualquer que seja a sua redação ou de-
nominação, feita por um Estado ao assinar, ratificar, aceitar ou aprovar um tratado, ou a ele
aderir, com o objetivo de excluir ou modificar o efeito jurídico de certas disposições do tratado
em sua aplicação a esse Estado;
Os pontos sublinhados são os mais importantes! O primeiro deles é o caráter unilateral
da reserva, ou seja, não precisa ser negociada, ela é simplesmente apresentada pelo Estado.
O segundo ponto é o momento em que a reserva pode ser apresentada. Aqui percebemos que
pode ir desde a fase da assinatura até o processo de ratificação. Inclusive o Estado que adere
ao tratado, ou seja, com engajamento criado após a entrada em vigor, poderá apresentar ade-
rir com reservas. O terceiro é o objetivo do instrumento que não será o de excluir ou modificar
o dispositivo jurídico e sim os efeitos de tal dispositivo. Ou seja, o texto permanece o mesmo,
somente os efeitos relativos ao Estado que apresenta a reserva é que são excluídos ou modi-
ficados. Esse é justamente o ponto que diferencia a reserva da emenda ao tratado, que busca
modificar o texto do tratado e que será apresentada mais adiante.

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DICA
Em resumo:
Como: unilateral
Quando: assinatura, ratificação, aceitação, aprovação ou ade-
são
Para que: modificar ou excluir os efeitos jurídicos do disposi-
tivo

Veja como isto já foi cobrado.

Questão 24 (BANCO CENTRAL/PROCURADOR/2002) Uma “reserva” visa, tão-só, a excluir o


efeito jurídico de certas disposições do tratado em sua aplicação ao formulador da “reserva”.

Errado.
Alternativa errada. Veja que o “tão-só” já aponta para o erro da questão, confirmado pelo co-
nhecimento de que a reserva visa modificar ou excluir tal efeito.

Veja mais uma questão:

Questão 25 (1ª REGIÃO/JUIZ FEDERAL/2009) Um Estado pretende ratificar um tratado, mas,


para fazê-lo, almeja adaptar alguns de seus dispositivos à interpretação que seus tribunais
internos dão a determinado direito contido no tratado. Nessa situação, o instrumento mais
adequado a ser utilizado por esse Estado é
a) a denúncia.
b) a cláusula rebus sic stantibus.
c) a suspensão.
d) o jus cogens.
e) a reserva.

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Letra e.
Questão tranquila não é mesmo?! Alternativa “e” como certa justamente por ser esse instru-
mento de modificação de efeitos em relação a determinado dispositivo que possa estar em
conflito com seu direito interno.

8.2. Impossibilidades de imposição de reserva

Reservar não podem ser impostas a qualquer dispositivo do tratado. O artigo 19 da Con-
venção de Viena apresenta as situações em que a reserva não será permitida. São elas:
• a reserva seja proibida pelo tratado: situação em que expressamente as partes deter-
minam tal impossibilidade. Ou aceita tudo ou não participa do tratado. Como exemplo
temos o Estatuto de Roma que criou o Tribunal Penal Internacional (TPI), do qual o
Brasil participa.
• o tratado disponha que só possam ser formuladas determinadas reservas, entre as
quais não figure a reserva em questão.
• a reserva seja incompatível com o objeto e a finalidade do tratado. Ou seja, não há
previsão expressa no tratado sobre tais limitações, mas a reserva solicitada é incom-
patível com o objetivo e a finalidade do tratado. Trata-se de uma questão de boa-fé dos
participantes que desde o processo de assinatura já assumem o compromisso de não
violar tal objeto ou finalidade do tratado.

Veja como este ponto pode aparecer em sua prova:

Questão 26 (OAB/2006) O instituto da reserva, por ser um instituto geral de direito interna-
cional, é aplicável, sem impedimentos, a todos os tratados.

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Errado.
Alternativa errada. Tranquila, não é mesmo?! Afinal sabemos que existem situações que im-
possibilitam a imposição de reserva como apresentado logo acima.

Questão 27 (ESAF/PGFN/PROCURADOR DA FAZENDA NACIONAL/2007) Se o tratado nada


dispuser sobre o assunto, entende-se que a reserva a um tratado internacional é possível,
a não ser que seja incompatível com seu objeto e sua finalidade.

Certo.
Alternativa certa, sendo a literalidade da terceira impossibilidade da apresentação de reserva.
Ou seja, não existindo previsão expressa, a impossibilidade só existiria se a reserva fosse in-
compatível com seu objeto e sua finalidade.

Professora, mas ainda fiquei com uma dúvida: como saber se a reserva não é incompatí-
vel com o tratado? Afinal isso é bastante subjetivo.

Pois bem, pensando nisso, existe a possibilidade de aceitação ou objeção das demais
partes. Este processo de aceitação dos demais pode ser feito de modo expresso ou tácito,
visto que as partes têm 12 meses para se manifestar ou o fazem no ato de adesão. Se não se
manifestam, significa que estão aceitando tacitamente, famoso “quem cala, consente”.

Mas, professora, e se algumas partes aceitarem a reserva e outras não aceitarem, seria
possível um regime em duplicidade?

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A resposta é positiva, passaria a vigorar um regime para as partes que aceitaram as re-
servas e outro para os que não aceitaram. O  que move o direito internacional é a vontade
dos Estados e se os mesmos concordarem com esse regime em duplicidade, ele poderá ser
estabelecido.
Vale ressaltar pessoal, que por razões óbvias, reservas apresentadas em tratados bila-
terais, seriam uma tentativa de renegociação, afinal se uma das partes não concorda com a
geração de efeitos de um dispositivo em relação a outra parte, o correto seria renegociar este
ponto.
Vale ainda mencionar que as reservas devem ser feitas por escrito e comunicadas a to-
dos os Estados parte, justamente para que tenham a chance de manifestar sua aceitação ou
recusa.

Professora, qual a validade da reserva?

Não existe uma determinação específica, o ideal seria que as partes não apresentassem
reservas, mas caso o façam que busquem retirá-las o mais rapidamente possível, de acordo
com a conveniência do Estado.

8.3. Competência para a Formulação de Reservas

Este é um ponto bastante importante! Não existe consenso doutrinário em relação a tal
ponto. Por isso, vamos aqui apresentar dois posicionamentos:
• O primeiro é do prof. Francisco Rezek segundo o qual somente o poder executivo po-
deria fazê-lo, restando ao poder legislativo somente a aprovação com restrições. Quem
decide se tais restrições devem ser apresentadas como reserva seria o poder executivo.
• O segundo é do prof. Valério Mazzuoli segundo o qual tanto o poder legislativo como
o poder executivo podem impor reservas. O argumento do prof. Mazzuoli é de que a
própria Convenção de Viena de 1969 admite reservas apresentadas pelo legislativo,
quando menciona a possibilidade de fazê-lo na aprovação. Este é o posicionamento
MAJORITÁRIO!

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Vale lembrar que do ponto de vista de nosso ordenamento interno, o executivo só pode

ratificar o tratado com as reservas ou restrições apresentadas pelo legislativo! Do mesmo

modo, o legislativo não poder retirar as reservas apresentadas pelo executivo no ato da assi-

natura. Em resumo, nenhum dos dois poderes pode retirar reservas apresentadas pelo outro.

Este ponto é abordado pela doutrina da seguinte forma:

• Rezek: Congresso pode recomendar o abando das reservas

• Mazzuoli: Feito a reserva na assinatura, o Congresso não pode suprimi-la.

Antes de passarmos ao próximo ponto, vamos ver como a temática costuma ser cobrada:

Questão 28 (ESAF/PGFN/PROCURADOR DA FAZENDA NACIONAL/2007) Caso o tratado seja

assinado com reservas, o Congresso Nacional não tem poderes para adotar o tratado em sua

íntegra.

Certo.

Alternativa certa. Lembre-se que o poder legislativo não pode retirar reservas impostas pelo

poder executivo.

Na mesma linha veja:

Questão 29 (ESAF/PGFN/PROCURADOR DA FAZENDA NACIONAL/2007) Caso o tratado ad-

mita reservas, essas podem ser feitas pelo Congresso Nacional, mesmo que não tenham sido

feitas pelo Presidente da República (ou outro plenipotenciário) no momento da assinatura.

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Certo.
Alternativa certa. Lembre-se que plenipotenciário é aquele que representa o Estado a partir da
apresentação de uma carta de plenos poderes.

Questão 30 (ESAF/PGFN/PROCURADOR DA FAZENDA NACIONAL/2007) O Presidente da Re-


pública pode promulgar um tratado internacional sem que tenha havido apreciação do Con-
gresso Nacional, caso se verifiquem os requisitos de relevância e urgência no referido tratado.

Errado.
Alternativa errada. Caso o poder executivo não considere a apreciação do Congresso Nacio-
nal teríamos um caso de ratificação imperfeita que não é admitido no direito internacional.
Logo, motivos que levam a edição de Medidas Provisórias (relevância e urgência) não podem
ser utilizados para a não observância do processo de ratificação de tratados no Brasil.

8.4. Diferença entre Reserva e Emenda

Ponto bastante cobrado! Reserva e emenda são completamente diferentes. Conforme


vimos, a  reserva tem por objetivo modificar ou excluir os efeitos jurídicos de determinado
dispositivo, sem alterar seu texto. Já a emenda é o procedimento a partir do qual os Estados-
-parte no tratado podem modificar seu texto.
Lembrando ainda que a emenda busca modificar partes do tratado. Se o objetivo das par-
tes for a modificação do tratado como um todo teremos uma revisão do tratado.
Cada Estado define se precisa de um novo processo de aprovação pós-emenda. No caso
do Brasil, emendas tem que ser aprovadas pelo Congresso Nacional.

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Importante lembrar que emendas são estabelecidas a partir de negociações conjuntas


entre as partes do Tratado. Isso significa que o poder legislativo NUNCA poderá formular
emendas a tratados. O Congresso pode apresentar reservas, mas emendas somente os Esta-
dos parte do tratado após negociação.

9. Entrada em Vigor do Tratado

Entrada em vigor, significa o momento em que o tratado passa a ser exigível. De acordo
com o artigo 24 da Convenção de Viena de 1969 determina que o tratado entrará em vigor de
acordo com o texto do próprio tratado.
Esta determinação pode gerar uma entrada em vigor contemporânea ou diferida. OU seja,
pode entrar em vigor imediatamente ou com data posterior. Todavia, se o tratado nada men-
cionar, o artigo 24.2 da Convenção de Viena de 1969 esclarece que

2. Na ausência de tal disposição ou acordo, um tratado entra em vigor tão logo o consentimento em
obrigar-se pelo tratado seja manifestado por todos os Estados negociadores.

Em regra, os tratados não geram efeitos retroativos, mas essa irretroatividade pode ser
relativizada para os casos de adesão com efeitos a contar de data anterior a que manifestou
o consentimento.

10. Aplicação Provisória

O processo de ratificação de um tratado pode demorar anos. Pensando nisso, a Conven-


ção de Viena de 1969 estabeleceu em seu artigo 25, a possibilidade da chamada aplicação
provisória. OU seja, o tratado começaria a produzir efeitos antes do engajamento definitivo
das partes. Para isso faz-se necessário que:
• o próprio tratado assim o disponha; ou
• os Estados negociadores assim acordem por outra forma.

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Ou seja, a  aplicação provisória parte do consentimento dos Estados em determinarem


no texto do tratado ou de outro modo que já gostariam que o tratado seja aplicado antes da
ratificação.
Mas atenção! O BRASIL NÃO RECONHECE! Ou seja, o Brasil apresentou reserva ao artigo
25 da CV/1969 por entender que esta aplicação provisória seria incompatível com o artigo 49
I da Constituição Federal Brasileira. Afinal, o Congresso Nacional teria que decidir definitiva-
mente sobre esses tratados, não sendo possível aplicá-los sem tal apreciação congressual,
nem mesmo de forma provisória.
Muito bem! Vamos treinar?

Questão 31 (25º CONCURSO/PROCURADOR DA REPÚBLICA/2011) Quando um Estado faz


reserva a cláusula de tratado:
a) está diferindo sua entrada em vigor.
b) está declarando que não quer se vincular a esta cláusula
c) tem que contar com a aquiescência de todas as demais partes do
tratado com a reserva, para tornar-se parte deste.
d) está exercendo um direito soberano que é inerente à adesão a todo
tratado.

Letra b.
Alternativa certa é a “b”. Observe que o objetivo da reserva é justamente impedir a aplicação
de determinada cláusula ao Estado que a apresenta, não precisando a mesma ser aprovada
pelos demais (erro da letra “c”).

Perceba a diferença entre essas duas questões:

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Questão 32 (CEF/ADVOGADO/2010) A entrada em vigor de um tratado internacional com


mais de duas partes apenas se dá a partir do momento em que todas as partes tenham con-
cluído o processo de ratificação, não surtindo efeito para nenhuma delas antes que todas
tenham concluído este processo.

Errado.
Alternativa errada. Visto que temos a possibilidade de aplicação provisória ou entrada em
vigor à medida que as partes ratifiquem, quem determinará será o texto do tratado. Logo,
a concordância de todas as partes não será sempre necessária.

Questão 33 (BANCO CENTRAL/PROCURADOR/1997) O tratado internacional entra em vigor


internacionalmente, na data nele prevista e, caso seja silente a esse respeito, tão logo as par-
tes manifestem o seu consentimento em obrigar-se por ele.

Certo.
Alternativa certa. O tratado entra em vigor na data estabelecida em seu texto e caso não exista
tal previsão, terá um processo gradual de entrada em vigor a partir da apresentação da ratifi-
cação das partes. Afinal, imaginem uma situação com 100 partes, seria muito difícil aguardar
as 100 ratificações para que o tratado entrasse em vigor. Isso poderia levar décadas!

Questão 34 (SENADO/CONSULTOR LEGISLATIVO/2002) De acordo com renomados interna-


cionalistas, o Poder Legislativo não tem a faculdade de formular emendas aos tratados inter-
nacionais submetidos à sua apreciação, cabendo-lhe tão-somente aprová-los ou rejeitá-los
no todo. Por outro lado, havendo a possibilidade de apresentar-se reservas no tratado inter-
nacional sob apreciação, o Poder Legislativo poderá fazê-lo, cabendo ao Poder Executivo jul-
gar da conveniência e oportunidade de ratificar o tratado com as ditas reservas congressuais.

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Certo.
Alternativa certa. Esta alternativa apresenta um bom resumo. Estudamos aqui que ambos os
poderes podem apresentar reserva e que caberá ao poder executivo determinar se ratifica ou
não o tratado com as reservas apresentadas pelo Congresso. Mas, professora, o professor
Rezek menciona que o poder legislativo só pode apresentar restrições. Ok, mas como a ques-
tão menciona somente “renomados internacionalistas” basta lembrar que existe o professor
Mazzuoli que segue a lógica da assertiva.

11. Relação entre Tratados e Direito Interno

Este ponto é bastante cobrado em provas e concursos, visto que a finalidade da cobrança
do Direito dos Tratados para um futuro agente do Estado é justamente que ele compreenda
como se dá a relação entre esta fonte do direito internacional e nosso ordenamento jurídico.
Lembrando que o direito internacional está baseado no preceito de soberania dos Estados,
sendo a vontade dos mesmos o motorzinho do direito internacional. Todavia, estes Estados
não podem citar incompatibilidades do direito internacional com seus preceitos internos para
deixar de cumprir um tratado que ratificou. Isso seria considerado inclusive má-fé, visto que
conforme estudamos o processo de ratificação dos tratados passa por uma fase de aprova-
ção, que serve justamente para a verificação de possíveis incompatibilidades.
Logo, princípios que servirão para orientar a relação entre o direito internacional e o direi-
to interno são o princípio da boa-fé e princípio do pacta sunt servanda, segundo o qual “todo
tratado em vigor obriga as partes e deve ser cumprido por elas de boa fé” (art. 26 CV/1969) A
aplicação desses princípios é justamente o que impede que uma parte invoque disposições
de seu direito interno para justificar o inadimplemento de um tratado (art. 27 CV/1969)
Mas atenção! Essa impossibilidade não é absoluta visto que o artigo 46 da Convenção
de Viena de 1969 estabelece a possibilidade de invocar o direito interno como justificativa de
inadimplemento no caso de “ratificações imperfeitas”.

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Como assim, professora?

Os casos de ratificação imperfeita ocorrem quando o consentimento é apresentado com


manifesta violação de norma interna de importância fundamental sobre competência para
concluir tratados.

Por exemplo, no caso do Brasil esta ratificação poderia ser invocada caso o Presidente da
República ratificasse um tratado sem passar pelo processo de apreciação do artigo 49 I da
Constituição Federal brasileira.

DICA
Lembre-se, a regra é a impossibilidade de invocação de direi-
to interno para justificar o inadimplemento no âmbito interna-
cional, a exceção é o caso de ratificação imperfeita que torna
o tratado NULO.

Veja como pode aparecer em sua prova:

Questão 35 (AGU/2003) Salvo afronta a regra de direito interno de importância fundamental


sobre competência para concluir tratado, uma parte não pode invocar disposições de seu di-
reito interno para justificar o descumprimento de um tratado.

Certo.
Alternativa certa. Essa é justamente a hipótese de “ratificação imperfeita” que permite invocar
o direito interno como justificativa para descumprimento de um tratado.

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12. Aplicação de Tratados

A aplicação dos tratados deve ser analisada em dois aspectos: aplicação no tempo e apli-
cação no espaço. Ou seja, a partir de quando e até onde.

12.1. Aplicação no Tempo


Em relação a aplicação no tempo, por força do artigo 28 da CV/1969, a regra está na irre-
troatividade dos tratados, salvo disposição em contrário estabelecida entre as partes. Veja:

A não ser que uma intenção diferente se evidencie do tratado, ou seja estabelecida de outra forma,
suas disposições não obrigam uma parte em relação a um ato ou fato anterior ou a uma situação
que deixou de existir antes da entrada em vigor do tratado, em relação a essa parte.

12.2. Aplicação no Espaço


Em relação a aplicação no espaço, o  artigo 29 da Convenção de Viena, também prevê
como regra a aplicação em todo o território da parte, salvo negociação contrária entre as
partes. Veja:

A não ser que uma intenção diferente se evidencie do tratado, ou seja estabelecida de outra forma,
um tratado obriga cada uma das partes em relação a todo o seu território.

Existem Estados que permitem que entes internos assinem tratados como por exemplo
os Estados Unidos, todavia, devem estar cientes que o tratado vinculará o Estado como um
todo e não somente aquele ente que assinou o tratado. Se a intenção for vincular somente
este ente interno, isto deve estar expressamente previsto no tratado. Olha como isto pode ser
cobrado:

Questão 36 (CÂMARA/CONSULTOR LEGISLATIVO/2002) Não é juridicamente possível a ex-


clusão, do âmbito de aplicação territorial de tratado internacional, de parte do território de um
ou de ambos os Estados pactuantes.

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Errado.
Alternativa errada. Lembre-se que o motor do direito internacional é a vontade dos Estados
e sendo assim, eles podem pactuar essa aplicabilidade restrita conforme o artigo 29 da Con-
venção de Viena.

12.3. Aplicação de Tratados Sucessivos sobre o Mesmo Assunto

No âmbito internacional, as partes podem decidir negociar tratados sucessivos sobre a


mesma temática, podendo surgir conflitos entre ambos, afinal nem sempre o tratado anterior
vai deixar de existir. Ambos podem coexistir na lógica do art. 30 da Convenção de Viena:

1. Sem prejuízo das disposições do artigo 103 da Carta das Nações Unidas, os direitos e obriga-
ções dos Estados partes em tratados sucessivos sobre o mesmo assunto serão determinados de
conformidade com os parágrafos seguintes.
2. Quando um tratado estipular que está subordinado a um tratado anterior ou posterior ou que
não deve ser considerado incompatível com esse outro tratado, as disposições deste último pre-
valecerão.
3. Quando todas as partes no tratado anterior são igualmente partes no tratado posterior, sem que
o tratado anterior tenha cessado de vigorar ou sem que a sua aplicação tenha sido suspensa nos
termos do artigo 59, o tratado anterior só se aplica na medida em que as suas disposições sejam
compatíveis com as do tratado posterior.
4. Quando as partes no tratado posterior não incluem todas as partes no tratado anterior:
a) nas relações entre os Estados partes nos dois tratados, aplica-se o disposto no parágrafo 3;
b) nas relações entre um Estado parte nos dois tratados e um Estado parte apenas em um desses
tratados, o tratado em que os dois Estados são partes rege os seus direitos e obrigações recípro-
cos.

Este artigo é autoexplicativo e por isso sugiro a leitura atenta do mesmo e depois vamos
reforçar com a resolução de questões.

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13. Interpretação de Tratados

O processo de elaboração do texto do tratado é essencial na disposição da vontade dos


Estados. Todavia, no momento da aplicação do tratado, a observância de regras de interpreta-
ção é importantíssima para que tal vontade não seja deturpada. Nesse sentido, a Convenção
de Viena traz regras gerais de interpretação no artigo 31 e meios suplementares de interpreta-
ção no artigo 32. Atenção, não confunda os dois artigos e guarde a menção literal de ambos!

Artigo 31: Regra Geral de Interpretação


1. Um tratado deve ser interpretado de boa-fé segundo o sentido comum atribuível aos termos do
tratado em seu contexto e à luz de seu objetivo e finalidade.
2. Para os fins de interpretação de um tratado, o contexto compreenderá, além do texto, seu pre-
âmbulo e anexos:
a) qualquer acordo relativo ao tratado e feito entre todas as partes em conexão com a conclusão
do tratado;
b) qualquer instrumento estabelecido por uma ou várias partes em conexão com a conclusão do
tratado e aceito pelas outras partes como instrumento relativo ao tratado.
3. Serão levados em consideração, juntamente com o contexto:
a) qualquer acordo posterior entre as partes relativo à interpretação do tratado ou à aplicação de
suas disposições;
b) qualquer prática seguida posteriormente na aplicação do tratado, pela qual se estabeleça o
acordo das partes relativo à sua interpretação;
c) quaisquer regras pertinentes de Direito Internacional aplicáveis às relações entre as partes.
4. Um termo será entendido em sentido especial se estiver estabelecido que essa era a intenção
das partes.
Artigo 32: Meios Suplementares de Interpretação
Pode-se recorrer a meios suplementares de interpretação, inclusive aos trabalhos preparatórios do
tratado e às circunstâncias de sua conclusão, a fim de confirmar o sentido resultante da aplicação
do artigo 31 ou de determinar o sentido quando a interpretação, de conformidade com o artigo 31:
a) deixa o sentido ambíguo ou obscuro; ou
b) conduz a um resultado que é manifestamente absurdo ou desarrazoado.

Da leitura desses artigos perceba a importância do preâmbulo e dos anexos nesse pro-

cesso de interpretação. Além disso, perceba a importância de respeito a vontade dos Estados

no momento da negociação, quando é citado os “trabalhos preparatórios” como fonte suple-

mentar de interpretação. Esses trabalhos preparatórios constituem espécies de atas elabo-

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radas no momento da negociação do tratado, expressando de modo claro o posicionamento

dos negociadores.

Vale ainda mencionar que as regras do artigo 32 só serão aplicadas se as regras do artigo

31 não foram suficientes para solução do caso concreto ou deixaram algum aspecto dúbio ou

desarrazoado. Vamos ver como esses artigos podem ser cobrados:

Questão 37 (TRF 2ª REGIÃO/JUIZ FEDERAL/2013) Na regra geral de interpretação dos trata-

dos, está previsto o recurso aos trabalhos preparatórios.

Errado.
Alternativa errada! Lembre-se que os trabalhos preparatórios estão previstos como meio su-
plementar de interpretação do artigo 32 e não como regra geral prevista no artigo 31.

Por fim, vale mencionar a situação em que um tratado é negociado e adotado em uma
língua, chamada autêntica, e posteriormente traduzido para outras línguas, chamada língua
não autêntica. Como fica a interpretação do tratado? Afinal, o  processo de tradução pode
modificar termos e sentidos.
Nesse caso o artigo 33 da Convenção de Viena menciona que:

Interpretação de Tratados Autenticados em Duas ou Mais Línguas


1. Quando um tratado foi autenticado em duas ou mais línguas, seu texto faz igualmente fé em
cada uma delas, a não ser que o tratado disponha ou as partes concordem que, em caso de diver-
gência, prevaleça um texto determinado.
2. Uma versão do tratado em língua diversa daquelas em que o texto foi autenticado só será con-
siderada texto autêntico se o tratado o previr ou as partes nisso concordarem.
3. Presume-se que os termos do tratado têm o mesmo sentido nos diversos textos autênticos.
4. Salvo o caso em que um determinado texto prevalece nos termos do parágrafo 1, quando a com-
paração dos textos autênticos revela uma diferença de sentido que a aplicação dos artigos 31 e 32
não elimina, adotar-se-á o sentido que, tendo em conta o objeto e a finalidade do tratado, melhor
conciliar os textos.

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Veja que esta possibilidade de uma interpretação não autêntica abre uma margem de

possibilidades para o aplicador que deve ser restringida no âmbito internacional em respeito

à soberania dos Estados, mas que se faz necessária pela diversidade linguística das partes.

14. Efeitos sobre Terceiros Estados

Pelo princípio do pacta sunt servanda, o tratado só gera efeito entre as partes, na mesma

lógica do direito das obrigações em que contratos são firmados para gerar efeitos entre as

partes. Todavia, esse preceito não é absoluto e no direito internacional, o artigo 35 da Con-

venção de Viena traz algumas condicionantes para que efeitos sobre terceiros sejam aceitos:

Artigo 35 - Tratados que Criam Obrigações para Terceiros Estados


Uma obrigação nasce para um terceiro Estado de uma disposição de um tratado se as partes no
tratado tiverem a intenção de criar a obrigação por meio dessa disposição e o terceiro Estado acei-
tar expressamente, por escrito, essa obrigação.

Veja que para que efeitos sejam gerados para terceiros é necessário que exista a menção

expressa no texto do tratado e que a parte afetada concorde. Um exemplo clássico de um dis-

positivo que gera tais efeitos é a chamada “Cláusula da nação mais favorecida”. Esta cláusula

presente no acordo da Organização Mundial do Comércio determina que negociações bilate-

rais estabelecidas no seio da organização sejam estendidas aos demais Estados membros

da organização, reforçando com isso o aspecto do multilateralismo. A OMC é composta por

mais de 150 membros e sem tal cláusula seria praticamente impossível avançar nas negocia-

ções. Além disso, todos passam a ter o mesmo tratamento. Tal cláusula foi estabelecida pela

vontade dos Estados que negociaram bilateralmente e que ao mesmo tempo se beneficiarão

Interessante ainda mencionar que caso um Estado tenha se comprometido em ser depo-

sitário de um tratado, ele continuará sendo mesmo se resolver denunciar o tratado. Esta seria

outra hipótese de geração de efeitos sobre terceiros. Veja que esta é uma questão de prova:

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Questão 38 (5ª REGIÃO/JUIZ FEDERAL/2006) Durante uma negociação multilateral, se de-


terminado Estado aceitar, expressamente e por escrito, o encargo de depositário, mas acabar
por não ratificar o tratado em questão, mesmo assim, esse Estado permanecerá vinculado à
obrigação contraída, na condição de terceiro.

Certo.
Alternativa certa! Veja que ele expressou por escrito que será depositário e, portanto, perma-
nece engajado independente de ser parte deste tratado.

Mais uma questão que pode confundir:

Questão 39 (5ª REGIÃO/JUIZ FEDERAL/2006) Os efeitos do tratado celebrado entre dois


Estados fronteiriços, que modifica o curso da linha limítrofe que os separa, não repercutem
sobre os demais Estados, por tratar-se de uma nova situação jurídica de interesse apenas
desses dois Estados fronteiriços.

Errado.
Alternativa errada. Guarde a informação de que tratados geram efeitos na comunidade in-
ternacional como um todo, afinal o interesse dos Estados pode modificar em relação a este
novo limite estabelecido. Imagine que um curso de um importante mude de soberania como
consequência desta alteração.

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15. Emenda e Modificação dos Tratados

Tratados podem ser modificados como um todo ou somente alguns dispositivos. Este é
um ponto bastante cobrado por expressar o processo de evolução da vontade das partes ex-
pressa nesses documentos.
Esta modificação pode ser: expressa ou tácita.
• Modificação expressa: a modificação expressão pode se dar por revisão ou por emenda.
Quando o tratado passa por uma revisão significa que está sendo modificado como um
todo, já a modificação por emenda se dá pela alteração de apenas alguns dispositivos.

Vale relembrar que emenda é diferente de reserva! Na emenda o texto do dispositivo é


modificado, já na reserva serão somente os efeitos do dispositivo que serão modificados.

Professora, é possível que um tratado seja alterado somente para algumas partes?

A resposta é sim! Esse é o caso do chamado regime em duplicidade.


• Modificação tácita: a modificação tácita se dá quando surge um novo tratado ou cos-
tume que não menciona expressamente que um tratado ou dispositivo está sendo mo-
dificado.

DICA
Em resumo:
Modificação expressa: revisão ou emenda
* Possibilidade de regime jurídico dúplice.
Modificação tácita

16. Extinção dos Tratados

Aprendemos como o tratado nasce, como é aplicado, interpretado e modificado. Fecha-


mos nosso direito dos tratados com a análise de como os tratados podem ser extintos. Exis-
tem várias possibilidades!

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• Predeterminação ab-rogatória: o tratado se extingue em conformidade com previsão


expressa do mesmo, por exemplo, uma data prevista para tal. Lembrando que tratados
multilaterais podem continuar sendo aplicados, mesmo se algumas partes o abando-
naram.
• Ab-rogação superveniente: neste caso não há previsão expressa no tratado, mas as
partes por unanimidade decidem extingui-lo.
• Execução integral: por exemplo o tratado prevê a construção de uma ponte entre dois
Estados. Construída a ponte o tratado é extinto.
• Impossibilidade superveniente de cumprimento: quando no meio do processo de exe-
cução do tratado ocorre por exemplo uma catástrofe natural e o tratado é extinto por
impossibilidade de dar continuidade ao mesmo.
• Mudança fundamental de circunstância: Cláusula “rebus sic stantibus”. Esta hipótese
só ocorrerá com algumas condicionantes:
– A mudança das circunstâncias foi imprevisível.
– As circunstâncias que se modificaram foram essenciais para a expressão do con-
sentimento das partes em se obrigarem pelo tratado.
– A mudança das circunstâncias foi radical, ou seja, de grandes dimensões.
– Necessário acordo entre as partes para reconhecer essa mudança!

Veja que em relação a este ponto podemos ter questão mais tranquilas como a primeira,
ou mais elaboradas como a segunda:

Questão 40 (SEFAZ‑ES/2013) A Convenção de Viena sobre Direitos dos Tratados reconhece


a mudança fundamental de circunstâncias como causa de extinção de tratados.

Certo.
Alternativa correta, conforme artigo 62 da Convenção de Viena de 1969.

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Questão 41 (SENADO/CONSULTOR LEGISLATIVO/2002) Se, durante a vigência de um deter-


minado tratado, verificar-se a transformação de circunstâncias fundamentais que justifiquem
o consentimento de um dos Estados-partes em sua adesão, este, considerando-se prejudica-
do pelo advento imprevisto de ditas circunstâncias, poderá invocar, unilateralmente, a cláusu-
la rebus sic stantibus como causa para suspender temporariamente a execução do avençado.

Errado.
Alternativa errada. Visto que a cláusula rebus sic stantibus não pode ser invocada unilateral-
mente, deve haver a concordância das partes.

• Rompimento de relações diplomáticas e consulares: esta hipótese só ocorre para os


tratados que possuem tais relações como indispensáveis para seu cumprimento.

Questão 42 (AFRFB/2005) A ruptura de relações diplomáticas ou consulares entre as partes,


no que toca a tratado entre elas pactuado, nos termos da Convenção de Viena sobre direito
dos tratados:
a) não atinge as relações jurídicas e econômicas decorrentes do pacto, em virtude da cláusula
pacta sunt servanda, que é absoluta em direito internacional.
b) não afeta as relações jurídicas estabelecidas por elas pelo tratado, salvo na medida em
que a existência de relações diplomáticas ou consulares seja indispensável à aplicação do
tratado.
c) extingue todas as relações jurídicas decorrentes do tratado, com efeitos ex tunc, dada pre-
visão geral contida na Convenção.
d) suspende imediatamente o alcance das relações jurídicas e econômicas decorrentes da
convenção, como resultado da aplicabilidade da cláusula rebus sic stantibus, que é absoluta
em direito internacional.
e) extingue todas as relações jurídicas decorrentes do tratado, com efeitos ex nunc, dada pre-
visão geral contida na Convenção.

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Letra b.
Conforme estudado só ocorrerá o rompimento em caso de indispensabilidade de tais relações
para a aplicação do tratado.

Veja um outro item que repete uma das alternativas da questão anterior:

Questão 43 (OAB/2009) Ainda que a existência de relações diplomáticas ou consulares seja


indispensável à aplicação de um tratado, o rompimento dessas relações, em um mesmo tra-
tado, não afetará as relações jurídicas estabelecidas entre as partes.

Errado.
Alternativa errada, pela mesma razão da necessidade do aspecto indispensável das relações
diplomática e consulares para a aplicação do tratado. Veja que este item traz a literalidade do
artigo 63 da CV/1969.

E seguimos com mais uma questão sobre esse mesmo tópico! Será que ele é importante?!

Questão 44 (ACE/2002) Em regra, a ruptura de relações diplomáticas ou consulares entre as


partes em um tratado afeta as relações jurídicas estabelecidas entre elas pelo tratado.

Errado.
Alternativa errada. Afinal em regra tal ruptura não afeta as relações jurídicas estabelecidas
entre as partes pelo tratado, salvo se tais relações forem INDISPENSÁVEIS para a aplicação
do mesmo.

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• Norma jus cogens superveniente: por força do artigo 53 da CV/1969, uma nova norma
jus cogens pode tornar nulos tratados que com ela esteja em conflito.
• Violação substancial do tratado: caso uma das partes deixe de cumprir um tratado, isso
poderá levar ao abandono do mesmo pelos demais, sobretudo se for um tratado bilate-
ral. Todavia, existe uma ressalva em relação a tratados em direitos humanos, conforme
artigo 60 da Convenção de Viena:

Artigo 60
1. Uma violação substancial de um tratado bilateral por uma das partes autoriza a outra parte
a invocar a violação como causa de extinção ou suspensão da execução de tratado, no todo ou
em parte
5. Os parágrafos 1 a 3 não se aplicam às disposições sobre a proteção da pessoa humana contidas
em tratados de caráter humanitário, especialmente às disposições que proíbem qualquer forma de
represália contra pessoas protegidas por tais tratados.

• Conflitos armados: a partir do princípio inter arma silente legis, em caso de conflito
tratados podem ser suspensos ou extintos.
• Caducidade: quando a prática mencionada no tratado é abandonada.
• Denúncia unilateral: no direito dos tratados, quando um Estado ou uma parte se retira
de um tratado, o termo utilizado é denúncia. No caso da denúncia unilateral, a parte
se retira independente da concordância das demais assumindo possíveis penalidades
previstas no tratado.

Desta modalidade de extinção surge uma dúvida muito importante. Professora, no Brasil,
para o processo de ratificação faz-se necessária a concordância do poder legislativo e execu-
tivo, para o processo de denúncia também é necessário a concordância de ambos ou o poder
executivo poderia fazê-lo de modo independente? Por enquanto não existe um posicionamen-
to único sobre isto, visto que o Supremo Tribunal Federal ainda não se posicionou a respeito.
Doutrinariamente, o professor Francisco Rezek defende o Princípio da “tábula rasa”, ou seja,
ambos devem concordar nos dois processos. Afinal, se o Congresso editar uma lei contrária
ao disposto no tratado, isto poderá levar a responsabilização do Estado, logo, importante que
estejam alinhados no processo de entrada e também no processo de saída de um tratado.
Muitas questões já foram cobradas sobre este tópico veja:

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Questão 45 (TRF 1ª REGIÃO/JUIZ FEDERAL/2013) É possível a aplicação de tratado interna-


cional já denunciado, desde que mediante decreto legislativo que o revigore.

Errado.
Alternativa errada. O poder legislativo não possui competência para celebrar tratados. Isso
não impede que ele crie uma regra interna com o mesmo conteúdo do tratado, mas revigorar
este tratado no âmbito internacional seria impossível.

Mas cuidado, como essa é uma questão controversa e tendo várias vertentes doutrinárias
sobre o tema, o examinador pode apresentar uma questão genérica como esta:

Questão 46 (SENADO/CONSULTOR LEGISLATIVO/2002) Encontra apoio doutrinário a afir-


mação segundo a qual o Presidente da República pode denunciar, por ato próprio, um tratado
internacional para cuja ratificação necessitou da aprovação do Congresso Nacional.

Certo.
Alternativa certa, visto que foi apresentado um apoio doutrinário genérico, sem menção a
posicionamento unânime. Nesse caso, a alternativa não pode ser considerada incorreta, pois
efetivamente temos doutrinadores que admitem a denúncia somente pelo poder executivo
por ser competência privativa do Presidente celebrar tratados.

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E mais uma questão envolvendo esse questionamento que persiste tanto na doutrina
como na jurisprudência:

Questão 47 (ESAF/PGFN/PROCURADOR DA FAZENDA NACIONAL/2007) A concordância do


Congresso Nacional é essencial para que o Brasil denuncie um tratado internacional, desvin-
culando-se das obrigações nele estabelecidas.

Errado.
Alternativa errada. Não existe ainda um posicionamento em relação a necessidade da con-
cordância de ambos os poderes para que um tratado seja denunciado.

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QUESTÕES DE CONCURSO
Questão 1 (SENADO/CONSULTOR LEGISLATIVO/2002) De acordo com o art. 2º da Conven-
ção de Viena acerca do direito dos tratados de 1969, entende-se por tratado um acordo inter-
nacional concluído por escrito entre Estados e outros sujeitos de direito internacional ou entre
os próprios sujeitos de direito internacional e regido pelo direito internacional, quer conste de
um instrumento único, quer de dois ou mais instrumentos conexos, qualquer que seja a sua
denominação específica.

Questão 2 (BANCO CENTRAL/PROCURADOR/2002) A Convenção sobre Direito dos Trata-


dos (Viena, 1969) dispõe sobre tratados entre os seguintes sujeitos de direito internacional:
Estados e organizações internacionais.

Questão 3 (AGU/2003) Tratado internacional é um acordo celebrado por escrito entre su-
jeitos de direito internacional que produz efeito jurídico, qualquer que seja sua denominação
particular.

Questão 4 (TRT 5ª REGIÃO/JUIZ/2013) De acordo com a Convenção de Viena sobre Direito


dos Tratados de 1969, os tratados, acordos internacionais regidos pelo direito internacional,
podem ser celebrados por escrito ou verbalmente.

Questão 5 (BANCO CENTRAL/PROCURADOR/1997) O tratado internacional prescinde da


forma escrita, segundo a Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados.

Questão 6 (INSTITUTO RIO BRANCO/2010) O tratado constitutivo de uma organização


internacional está sujeito às normas da Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados
(1969).

Questão 7 (MPT/PROCURADOR DO TRABALHO/2012) A Convenção de Viena sobre o Direi-


to dos Tratados, vigente desde 1980 para os países que a ratificaram, contém a sistematiza-
ção dos conceitos jurídicos fundamentais sobre os tratados, entretanto, para o Brasil, que não
a ratificou, a citada Convenção tem a utilidade apenas como direito consuetudinário.

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Questão 8 (TRT 20ª REGIÃO/JUIZ/2012) “Reserva” significa uma declaração bilateral, qual-
quer que seja a sua redação ou denominação, feita pelos Estados ao ratificarem, assinarem,
aceitarem ou aprovarem um tratado, ou a ele aderirem, com o fito de excluir o efeito jurídico
de certas disposições do acordo.

Questão 9 (5ª REGIÃO/JUIZ FEDERAL/2006) Antes do início da negociação de qualquer


tratado bilateral, o ministro das Relações Exteriores do Brasil deve apresentar carta de plenos
poderes, perante o governo copactuante, para habilitá-lo a participar dessa fase e, posterior-
mente, a assinar o tratado em caráter definitivo.

Questão 10 (CÂMARA DOS DEPUTADOS/CONSULTOR LEGISLATIVO/2014) A publicação do


acordo executivo é a garantia da introdução, no ordenamento jurídico nacional, dos acordos
celebrados no molde executivo, sem que haja a manifestação típica do Congresso Nacional.

Questão 11 (INSTITUTO RIO BRANCO/2010) A Convenção de Viena sobre o Direito dos Tra-
tados (1969) enumera as normas imperativas de direito internacional (jus cogens), entre as
quais, a proibição da escravidão.

Questão 12 (CÂMARA DOS DEPUTADOS/CONSULTOR LEGISLATIVO/2014) A Convenção de


Viena sobre Direito dos Tratados admite que normas peremptórias ou imperativas de direito
internacional geral imponham se de forma cogente como fontes de direito internacional, su-
periores a tratados em caso de conflito.

Questão 13 (CÂMARA/CONSULTOR LEGISLATIVO/2002) Considerando que o consentimen-


to mútuo constitui condição de validade dos tratados internacionais, terá plena validade o
tratado que, no momento de sua conclusão, conflite com norma imperativa de direito inter-
nacional geral, de conformidade com o que estabelece a Convenção de Viena sobre o Direito
dos Tratados.

Questão 14 (OAB/2010) Com relação à chamada “norma imperativa de Direito Internacional


geral”, ou jus cogens, é correto afirmar que é a norma:

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a) prevista no corpo de um tratado que tenha sido ratificado por todos os signatários, segun-
do o direito interno de cada um.
b) reconhecida pela comunidade internacional como aplicável a todos os Estados, da qual
nenhuma derrogação é permitida.
c) aprovada pela Assembleia Geral das Nações Unidas e aplicável a todos os Estados mem-
bros, salvo os que apresentarem reserva expressa.
d) de direito humanitário, expressamente reconhecida pela Corte Internacional de Justiça,
aplicável a todo e qualquer Estado em situação de conflito.

Questão 15 (16ª REGIÃO/JUIZ FEDERAL/2003) O Tratado Internacional, no seu processo de


conclusão, atravessa apenas as seguintes fases: negociação, assinatura, retificação, promul-
gação e publicação.

Questão 16 (ACE/2002) O consentimento de um Estado em obrigar-se por um tratado pode-


-se dar, entre outros, pela assinatura, troca de notas, ratificação, aprovação ou adesão.

Questão 17 (DEFENSOR PÚBLICO DA UNIÃO/2014) Segundo a Convenção de Viena sobre


Direitos dos Tratados, o Estado é obrigado a abster-se de atos que frustrem o objeto e fina-
lidade do tratado, quando houver trocado instrumentos constitutivos do tratado, sob reserva
de aceitação.

Questão 18 (DELEGADO POLÍCIA FEDERAL/2013) A Convenção de Viena sobre o Direito dos


Tratados estabelece que o Estado que tenha assinado um tratado, ainda que não o tenha ra-
tificado, está obrigado a não frustrar seu objeto e finalidade antes de sua entrada em vigor.

Questão 19 (JUIZ/TRT 11ª REGIÃO/2012) É da competência exclusiva do Congresso Na-


cional resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem
compromissos gravosos ao patrimônio nacional.

Questão 20 (2º REGIÃO/JUIZ FEDERAL/2009) Segundo a Carta da ONU, os tratados não re-
gistrados não podem ser invocados perante órgãos das Nações Unidas.

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Questão 21 (TRT 5ª REGIÃO/JUIZ/2013) Os defensores da aplicabilidade dos denominados


acordos executivos para os quais não seria necessário referendo do Congresso Nacional ar-
gumentam que a exigência de referendo limita-se a acordos que acarretem encargos ou com-
promissos gravosos ao patrimônio nacional.

Questão 22 (PROCURADOR DA FAZENDA NACIONAL/2007/ADAPTADA) A empresa brasilei-


ra XYZ tem investimentos de grande vulto no país ABC. De forma arbitrária, o novo governo
de ABC, ao tomar posse, apropria-se do patrimônio que XYZ detinha em ABC. Inconformada,
a  empresa XYZ recorre ao Governo brasileiro para que lhe conceda proteção diplomática,
encampando o problema da empresa e recorrendo à Corte Internacional de Justiça em sua
defesa. O ato por meio do qual o Estado brasileiro assume a reclamação da empresa XYZ, fa-
zendo-a sua, e dispondo-se a tratar da matéria junto ao Estado autor do ilícito é denominado
ratificação.

Questão 23 (BANCO CENTRAL/PROCURADOR/2002) Uma “reserva” visa, tão-só, a excluir o


efeito jurídico de certas disposições do tratado em sua aplicação ao formulador da “reserva”.

Questão 24 (1ª REGIÃO/JUIZ FEDERAL/2009) Um Estado pretende ratificar um tratado, mas,


para fazê-lo, almeja adaptar alguns de seus dispositivos à interpretação que seus tribunais
internos dão a determinado direito contido no tratado. Nessa situação, o instrumento mais
adequado a ser utilizado por esse Estado é
a) a denúncia.
b) a cláusula rebus sic stantibus.
c) a suspensão.
d) o jus cogens.
e) a reserva.

Questão 25 (OAB/2006) O instituto da reserva, por ser um instituto geral de direito interna-
cional, é aplicável, sem impedimentos, a todos os tratados.

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Questão 26 (ESAF/PGFN/PROCURADOR DA FAZENDA NACIONAL/2007) Se o tratado nada


dispuser sobre o assunto, entende-se que a reserva a um tratado internacional é possível,
a não ser que seja incompatível com seu objeto e sua finalidade.

Questão 27 (2007/ESAF/PGFN/PROCURADOR DA FAZENDA NACIONAL) Caso o tratado seja


assinado com reservas, o Congresso Nacional não tem poderes para adotar o tratado em sua
íntegra.

Questão 28 (ESAF/PGFN/PROCURADOR DA FAZENDA NACIONAL/2007) Caso o tratado ad-


mita reservas, essas podem ser feitas pelo Congresso Nacional, mesmo que não tenham sido
feitas pelo Presidente da República (ou outro plenipotenciário) no momento da assinatura.

Questão 29 (ESAF/PGFN/PROCURADOR DA FAZENDA NACIONAL/2007) O Presidente da Re-


pública pode promulgar um tratado internacional sem que tenha havido apreciação do Con-
gresso Nacional, caso se verifiquem os requisitos de relevância e urgência no referido tratado.

Questão 30 (25º CONCURSO/PROCURADOR DA REPÚBLICA/2011) Quando um Estado faz


reserva a cláusula de tratado:
a) está diferindo sua entrada em vigor.
b) está declarando que não quer se vincular a esta cláusula
c) tem que contar com a aquiescência de todas as demais partes do tratado com a reserva,
para tornar-se parte deste.
d) está exercendo um direito soberano que é inerente à adesão a todo tratado.

Questão 31 (CEF/ADVOGADO/2010) A entrada em vigor de um tratado internacional com


mais de duas partes apenas se dá a partir do momento em que todas as partes tenham con-
cluído o processo de ratificação, não surtindo efeito para nenhuma delas antes que todas
tenham concluído este processo.

Questão 32 (BANCO CENTRAL/PROCURADOR/1997) O tratado internacional entra em vigor


internacionalmente, na data nele prevista e, caso seja silente a esse respeito, tão logo as par-
tes manifestem o seu consentimento em obrigar-se por ele.

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Questão 33 (SENADO/CONSULTOR LEGISLATIVO/2002) De acordo com renomados interna-


cionalistas, o Poder Legislativo não tem a faculdade de formular emendas aos tratados inter-
nacionais submetidos à sua apreciação, cabendo-lhe tão-somente aprová-los ou rejeitá-los
no todo. Por outro lado, havendo a possibilidade de apresentar-se reservas no tratado inter-
nacional sob apreciação, o Poder Legislativo poderá fazê-lo, cabendo ao Poder Executivo jul-
gar da conveniência e oportunidade de ratificar o tratado com as ditas reservas congressuais

Questão 34 (AGU/2003) Salvo afronta a regra de direito interno de importância fundamental


sobre competência para concluir tratado, uma parte não pode invocar disposições de seu di-
reito interno para justificar o descumprimento de um tratado.

Questão 35 (CÂMARA/CONSULTOR LEGISLATIVO/2002) Não é juridicamente possível a ex-


clusão, do âmbito de aplicação territorial de tratado internacional, de parte do território de um
ou de ambos os Estados pactuantes.

Questão 36 (JUIZ FEDERAL/2013) Na regra geral de interpretação dos tratados, está previs-
to o recurso aos trabalhos preparatórios.

Questão 37 (5ª REGIÃO/JUIZ FEDERAL/2006) Durante uma negociação multilateral, se de-


terminado Estado aceitar, expressamente e por escrito, o encargo de depositário, mas acabar
por não ratificar o tratado em questão, mesmo assim, esse Estado permanecerá vinculado à
obrigação contraída, na condição de terceiro.

Questão 38 (5ª REGIÃO/JUIZ FEDERAL/2006) Os efeitos do tratado celebrado entre dois


Estados fronteiriços, que modifica o curso da linha limítrofe que os separa, não repercutem
sobre os demais Estados, por tratar-se de uma nova situação jurídica de interesse apenas
desses dois Estados fronteiriços.

Questão 39 (SEFAZ-ES/2013) A Convenção de Viena sobre Direitos dos Tratados reconhece


a mudança fundamental de circunstâncias como causa de extinção de tratados.

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Questão 40 (SENADO/CONSULTOR LEGISLATIVO/2002) Se, durante a vigência de um deter-


minado tratado, verificar-se a transformação de circunstâncias fundamentais que justifiquem
o consentimento de um dos Estados-partes em sua adesão, este, considerando-se prejudica-
do pelo advento imprevisto de ditas circunstâncias, poderá invocar, unilateralmente, a cláusu-
la rebus sic stantibus como causa para suspender temporariamente a execução do avençado.

Questão 41 (AFRFB/2005) A ruptura de relações diplomáticas ou consulares entre as partes,


no que toca a tratado entre elas pactuado, nos termos da Convenção de Viena sobre direito
dos tratados:
a) não atinge as relações jurídicas e econômicas decorrentes do pacto, em virtude da cláusula
pacta sunt servanda, que é absoluta em direito internacional.
b) não afeta as relações jurídicas estabelecidas por elas pelo tratado, salvo na medida em
que a existência de relações diplomáticas ou consulares seja indispensável à aplicação do
tratado.
c) extingue todas as relações jurídicas decorrentes do tratado, com efeitos ex tunc, dada pre-
visão geral contida na Convenção.
d) suspende imediatamente o alcance das relações jurídicas e econômicas decorrentes da
convenção, como resultado da aplicabilidade da cláusula rebus sic stantibus, que é absoluta
em direito internacional.
e) extingue todas as relações jurídicas decorrentes do tratado, com efeitos ex nunc, dada pre-
visão geral contida na Convenção.

Questão 42 (OAB/2009) Ainda que a existência de relações diplomáticas ou consulares seja


indispensável à aplicação de um tratado, o rompimento dessas relações, em um mesmo tra-
tado, não afetará as relações jurídicas estabelecidas entre as partes.

Questão 43 (ACE/2002) Em regra, a ruptura de relações diplomáticas ou consulares entre as


partes em um tratado afeta as relações jurídicas estabelecidas entre elas pelo tratado.

Questão 44 (TRF 1ª REGIÃO/JUIZ FEDERAL/2013) É possível a aplicação de tratado interna-


cional já denunciado, desde que mediante decreto legislativo que o revigore.

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Questão 45 (SENADO/CONSULTOR LEGISLATIVO/2002) Encontra apoio doutrinário a afir-


mação segundo a qual o Presidente da República pode denunciar, por ato próprio, um tratado
internacional para cuja ratificação necessitou da aprovação do Congresso Nacional.

Questão 46 (ESAF/PGFN/PROCURADOR DA FAZENDA NACIONAL/2007) A concordância do


Congresso Nacional é essencial para que o Brasil denuncie um tratado internacional, desvin-
culando-se das obrigações nele estabelecidas.

Questão 47 (CESPE/PC-MA/DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL/2018) De acordo com a Conven-


ção de Viena, a submissão de um Estado a determinado tratado manifesta-se pela adesão
quando
a) os Estados negociadores tiverem acordado que a ratificação seja exigida.
b) o tratado estiver sujeito a ratificação e o representante do referido Estado o tiver assinado.
c) a intenção do Estado de assinar o tratado sob reserva de ratificação decorrer dos plenos
poderes de seu representante ou tiver sido manifestada durante a negociação.
d) todas as partes acordarem, posteriormente, que tal consentimento possa ser manifestado,
pelo referido Estado, mediante adesão.
e) esse tratado dispuser que esse consentimento se manifeste pela ratificação.

Questão 48 (CESPE/ABIN/OFICIAL DE INTELIGÊNCIA/2018/ADAPTADA) De acordo com a


Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados, concluída em 23 de maio de 1969, define-
-se por tratado internacional o “acordo internacional concluído por escrito entre Estados e
regido pelo direito internacional, quer conste de um instrumento único, quer de dois ou mais
instrumentos conexos, qualquer que seja sua denominação específica”. No que se refere a
esse assunto, admite-se excepcionalmente que um Estado possa invocar as disposições de
seu direito interno para o fim de justificar o inadimplemento de um tratado.

Questão 49 (CESPE/ABIN/OFICIAL DE INTELIGÊNCIA/2018/ADAPTADA) Reserva é uma de-


claração unilateral feita expressamente com essa denominação por um Estado no momento
da assinatura, ratificação, aceitação ou aprovação de um tratado, ou da adesão a determina-
do tratado, com o objetivo de excluir ou modificar o efeito jurídico de certas disposições do
tratado no que se refere a sua aplicação a esse Estado.

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Questão 50 (TRF-3ª REGIÃO/JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO/2018) Sobre a aplicação de trata-


dos internacionais com normas contraditórias entre si, devem ser respeitadas certas regras,
que são enunciadas pela Convenção de Viena. Aponte, portanto, a afirmação INCORRETA:
a) quando os dois tratados não têm como contratantes os mesmos Estados, estabelecendo-
-se entre um Estado parte em ambos os tratados e um Estado parte somente no tratado mais
recente, aplica-se o mais recente.
b) quando os dois tratados não têm como contratantes os mesmos Estados, estabelecen-
do-se entre um Estado parte em ambos os tratados e um Estado parte somente no tratado
anterior, aplica-se o tratado anterior.
c) entre os Estados parte nos dois tratados só se aplica o anterior no que ele não for compa-
tível com o novo tratado.
d) a violação de um tratado pode sujeitar o Estado a ser responsabilizado em âmbito interna-
cional, sendo que os conflitos porventura existentes são na maioria das vezes resolvidos por
meio de interpretação.

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GABARITO
1. E 28. C
2. E 29. E
3. C 30. b
4. E 31. E
5. E 32. C
6. C 33. C
7. E 34. C
8. E 35. E
9. E 36. E
10. C 37. C
11. E 38. E
12. C 39. C
13. E 40. E
14. b 41. b
15. E 42. E
16. C 43. E
17. C 44. E
18. C 45. C
19. C 46. E
20. C 47. d
21. C 48. C
22. E 49. E
23. E 50. c
24. e
25. E
26. C
27. C

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GABARITO COMENTADO
Questão 1 (SENADO/CONSULTOR LEGISLATIVO/2002) De acordo com o art. 2º da Conven-
ção de Viena acerca do direito dos tratados de 1969, entende-se por tratado um acordo inter-
nacional concluído por escrito entre Estados e outros sujeitos de direito internacional ou entre
os próprios sujeitos de direito internacional e regido pelo direito internacional, quer conste de
um instrumento único, quer de dois ou mais instrumentos conexos, qualquer que seja a sua
denominação específica.

Errado.
A questão está errada, visto que o examinador trouxe a Convenção de Viena de 1969 como
base do enunciado e questiona se outros sujeitos do direito internacional ou organizações
internacionais seriam parte em tratado.

Questão 2 (BANCO CENTRAL/PROCURADOR/2002) A Convenção sobre Direito dos Trata-


dos (Viena, 1969) dispõe sobre tratados entre os seguintes sujeitos de direito internacional:
Estados e organizações internacionais.

Errado.
A questão está errada, visto que o examinador trouxe a Convenção de Viena de 1969 como
base do enunciado e questiona se outros sujeitos do direito internacional ou organizações
internacionais seriam parte em tratado.

Questão 3 (AGU/2003) Tratado internacional é um acordo celebrado por escrito entre su-
jeitos de direito internacional que produz efeito jurídico, qualquer que seja sua denominação
particular.

Certo.
Neste caso, a assertiva é apresentada em termos gerais e, portanto, está CERTA ao mencionar
que tratados podem ser estabelecidos por sujeitos de direito internacional, sem especificar se
serão somente Estados ou se inclui Organizações Internacionais.

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Questão 4 (TRT 5ª REGIÃO/JUIZ/2013) De acordo com a Convenção de Viena sobre Direito


dos Tratados de 1969, os tratados, acordos internacionais regidos pelo direito internacional,
podem ser celebrados por escrito ou verbalmente.

Errado.
Conforme acabamos de estudar, esta alternativa está incorreta, visto que tratados devem ser
necessariamente escritos. Professora, será que vai cair fácil assim na minha prova? Pesso-
al, cuidado! Está fácil porque acabamos de trabalhar este ponto, mas quando juntar todo o
conteúdo você pode acabar caindo numa armadilha sobretudo se o examinador contar uma
história dramática tentando justificar o porquê de o tratado não ter sido escrito.

Questão 5 (BANCO CENTRAL/PROCURADOR/1997) O tratado internacional prescinde da


forma escrita, segundo a Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados.

Errado.
Alternativa também errada, mas que confundiu muitos candidatos pela palavra “prescinde”.
Ora, prescinde significa que algo que não é necessário e no caso da forma escrita ela é obri-
gatória. Pessoal, aproveito para salientar que a incorreção da assertiva não está na utilização
do termo “tratado internacional”, visto que o pleonasmo que já justifiquei para os senhores é
“aceitável” para alguns doutrinadores.

Questão 6 (INSTITUTO RIO BRANCO/2010) O tratado constitutivo de uma organização


internacional está sujeito às normas da Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados
(1969).

Certo.
O candidato desatento marcaria sem pensar ERRADO, afinal a CV/1969 não se aplica a trata-
dos envolvendo OIs. Todavia, o tratado da questão é o que constitui a OI e, portanto, formado
por Estados. Nesse caso, a OI constitui o resultado do tratado e não parte dele, razão pela qual
a alternativa está CERTA!

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Questão 7 (MPT/PROCURADOR DO TRABALHO/2012) A Convenção de Viena sobre o Direi-


to dos Tratados, vigente desde 1980 para os países que a ratificaram, contém a sistematiza-
ção dos conceitos jurídicos fundamentais sobre os tratados, entretanto, para o Brasil, que não
a ratificou, a citada Convenção tem a utilidade apenas como direito consuetudinário.

Errado.
Conforme abordado, o Brasil já ratificou a CV/1969 e, portanto, ela vincula o Brasil como um
tratado e não apenas como direito consuetudinário.

Questão 8 (TRT 20ª REGIÃO/JUIZ/2012) “Reserva” significa uma declaração bilateral, qual-
quer que seja a sua redação ou denominação, feita pelos Estados ao ratificarem, assinarem,
aceitarem ou aprovarem um tratado, ou a ele aderirem, com o fito de excluir o efeito jurídico
de certas disposições do acordo.

Errado.
Alternativa errada! A reserva é unilateral! Não se esqueça!

Questão 9 (5ª REGIÃO/JUIZ FEDERAL/2006) Antes do início da negociação de qualquer


tratado bilateral, o ministro das Relações Exteriores do Brasil deve apresentar carta de plenos
poderes, perante o governo copactuante, para habilitá-lo a participar dessa fase e, posterior-
mente, a assinar o tratado em caráter definitivo.

Errado.
Alternativa errada! Esta assertiva é um pouco mais complexa e duplamente errada. Primei-
ro que o Ministro das Relações Exteriores não tem o dever de apresentar a carta. Não está
convencido deste erro. Pois então gabarite a questão pela compreensão do segundo erro: a
assinatura não gera o caráter definitivo da manifestação do consentimento do Estado, que só
aparece com a ratificação. Este diferencial será estudado logo mais.

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Questão 10 (CÂMARA DOS DEPUTADOS/CONSULTOR LEGISLATIVO/2014) A publicação do


acordo executivo é a garantia da introdução, no ordenamento jurídico nacional, dos acordos
celebrados no molde executivo, sem que haja a manifestação típica do Congresso Nacional.

Certo.
Esta alternativa está CERTA, visto que é exatamente o que trabalhamos acima. O acordo exe-
cutivo não precisa da aprovação do Congresso Nacional para ser aplicado em nosso ordena-
mento nacional. Importante aqui é lembrar que nem sempre a ratificação precisa ocorrer para
gerar o engajamento do Estado.

Questão 11 (INSTITUTO RIO BRANCO/2010) A Convenção de Viena sobre o Direito dos Tra-
tados (1969) enumera as normas imperativas de direito internacional (jus cogens), entre as
quais, a proibição da escravidão.

Errado.
Neste caso a alternativa está errada, não pelos exemplos de jus cogens, e sim, por mencionar
que elas estariam enumeradas na Convenção de Viena.

Questão 12 (CONSULTOR LEGISLATIVO/2014) A Convenção de Viena sobre Direito dos Tra-


tados admite que normas peremptórias ou imperativas de direito internacional geral impo-
nham se de forma cogente como fontes de direito internacional, superiores a tratados em
caso de conflito.

Certo.
Ainda sobre a mesma temática, veja esta questão um pouco mais elaborada, mas que está
correta. Lembre-se que a literalidade do artigo 53 da Convenção de Viena já informa a nulida-
de de tratados contrários a normas consideradas jus cogens.

Questão 13 (CÂMARA/CONSULTOR LEGISLATIVO/2002) Considerando que o consentimen-


to mútuo constitui condição de validade dos tratados internacionais, terá plena validade o

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tratado que, no momento de sua conclusão, conflite com norma imperativa de direito inter-
nacional geral, de conformidade com o que estabelece a Convenção de Viena sobre o Direito
dos Tratados.

Errado.
Muito cuidado! Nem a vontade das partes retira o aspecto de superioridade das normas jus
cogens. Logo, esta alternativa está errada.

Questão 14 (OAB/2010) Com relação à chamada “norma imperativa de Direito Internacional


geral”, ou jus cogens, é correto afirmar que é a norma:
a) prevista no corpo de um tratado que tenha sido ratificado por todos os signatários, segun-
do o direito interno de cada um.
b) reconhecida pela comunidade internacional como aplicável a todos os Estados, da qual
nenhuma derrogação é permitida.
c) aprovada pela Assembleia Geral das Nações Unidas e aplicável a todos os Estados mem-
bros, salvo os que apresentarem reserva expressa.
d) de direito humanitário, expressamente reconhecida pela Corte Internacional de Justiça,
aplicável a todo e qualquer Estado em situação de conflito.

Letra b.
De acordo com a literalidade do artigo 53 da CV/1969. Lembrando que não existe uma lista de
tais regras e não existe possibilidade de reserva as mesmas devido a seu aspecto imperativo.

Questão 15 (JUIZ FEDERAL/16ª REGIÃO/2003) O Tratado Internacional, no seu processo de


conclusão, atravessa apenas as seguintes fases: negociação, assinatura, retificação, promul-
gação e publicação.

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Errado.
A palavra “apenas” já traz aquela ideia de que a questão está incorreta, mas a leitura do termo
retificação ao invés de ratificação, confirma que a alternativa está errada.

Questão 16 (ACE/2002) O consentimento de um Estado em obrigar-se por um tratado pode-


-se dar, entre outros, pela assinatura, troca de notas, ratificação, aprovação ou adesão.

Certo.
Alternativa certa. Questão simples e tranquila que pode confundir justamente por isso. Ques-
tão que trazem a menção “entre outros” já deixa um sinal de que está correta, pois não apre-
sentará uma lista taxativa de possibilidades. Mas cuidado, o examinador poderia trocar rati-
ficação por retificação como o fez na questão acima.

Questão 17 (DEFENSOR PÚBLICO DA UNIÃO/2014) Segundo a Convenção de Viena sobre


Direitos dos Tratados, o Estado é obrigado a abster-se de atos que frustrem o objeto e fina-
lidade do tratado, quando houver trocado instrumentos constitutivos do tratado, sob reserva
de aceitação.

Certo.
Alternativa certa visto que um dos efeitos da assinatura é justamente a abstenção do Estado
de frustrar o objeto e finalidade do tratado.

Questão 18 (DELEGADO POLÍCIA FEDERAL/2013) A Convenção de Viena sobre o Direito dos


Tratados estabelece que o Estado que tenha assinado um tratado, ainda que não o tenha ra-
tificado, está obrigado a não frustrar seu objeto e finalidade antes de sua entrada em vigor.

Certo.
Na mesma linha, esta alternativa também está certa. Veja a importância da resolução de
questões para verificar os pontos mais cobrados.

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Questão 19 (TRT 11ª REGIÃO/JUIZ/2012) É da competência exclusiva do Congresso Na-


cional resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem
compromissos gravosos ao patrimônio nacional.

Certo.
Esta alternativa está CERTA, sendo a literalidade do artigo 49, I, da CF/1988. O(a) candidato(a)
poderia argumentar que a competência prevista no artigo 84, VIII, da CF/1988 amplia a com-
petência do artigo 49, visto que não menciona quais acordos deveriam ser referendados pelo
Congresso Nacional. Todavia, CUIDADO! Alternativas que trazem a literalidade não devem ser
respondidas pela lógica do todo e sim pelo conhecimento da especificidade pontual.

Questão 20 (2º REGIÃO/JUIZ FEDERAL/2009) Segundo a Carta da ONU, os tratados não re-
gistrados não podem ser invocados perante órgãos das Nações Unidas.

Certo.
Alternativa certa de acordo com a literalidade do art. 102.2 da Carta da ONU:

Nenhuma parte em qualquer tratado ou acordo internacional que não tenha sido registrado de
conformidade com as disposições do parágrafo 1 deste Artigo poderá invocar tal tratado ou acordo
perante qualquer órgão das Nações Unidas.

Questão 21 (TRT 5ª REGIÃO/JUIZ/2013) Os defensores da aplicabilidade dos denominados


acordos executivos para os quais não seria necessário referendo do Congresso Nacional ar-
gumentam que a exigência de referendo limita-se a acordos que acarretem encargos ou com-
promissos gravosos ao patrimônio nacional.

Certo.
Alternativa CERTA, visto que o referencial da questão deixou em aberto quem são esses de-
fensores. Logo, a racionalidade da utilização da limitação aos acordos que acarretem encar-
gos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional está correta. Lembre-se que este não

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é o posicionamento consensual da doutrina que defende que a competência do artigo 84 da


CF/1988 ampliaria a competência do artigo 49 da CF/1988.

Questão 22 (PROCURADOR DA FAZENDA NACIONAL/2007/ADAPTADA) A empresa brasilei-


ra XYZ tem investimentos de grande vulto no país ABC. De forma arbitrária, o novo governo
de ABC, ao tomar posse, apropria-se do patrimônio que XYZ detinha em ABC. Inconformada,
a  empresa XYZ recorre ao Governo brasileiro para que lhe conceda proteção diplomática,
encampando o problema da empresa e recorrendo à Corte Internacional de Justiça em sua
defesa. O ato por meio do qual o Estado brasileiro assume a reclamação da empresa XYZ, fa-
zendo-a sua, e dispondo-se a tratar da matéria junto ao Estado autor do ilícito é denominado
ratificação.

Errado.
Só para aproveitar, devemos lembrar que empresas e pessoas físicas não têm capacidade
postulatória perante a Corte Internacional de Justiça. Para isso ele precisará que um Estado
o represente. Ao fazê-lo o Estado endossa tal reclamação. Mas mesmo que você não se lem-
bre do Endosso, você com certeza lembraria que isso não é ratificação, portanto alternativa
errada.

Questão 23 (BANCO CENTRAL/PROCURADOR/2002) Uma “reserva” visa, tão-só, a excluir o


efeito jurídico de certas disposições do tratado em sua aplicação ao formulador da “reserva”.

Errado.
Alternativa errada. Veja que o “tão-só” já aponta para o erro da questão, confirmado pelo co-
nhecimento de que a reserva visa modificar ou excluir tal efeito.

Questão 24 (1ª REGIÃO/JUIZ FEDERAL/2009) Um Estado pretende ratificar um tratado, mas,


para fazê-lo, almeja adaptar alguns de seus dispositivos à interpretação que seus tribunais
internos dão a determinado direito contido no tratado. Nessa situação, o instrumento mais
adequado a ser utilizado por esse Estado é

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a) a denúncia.
b) a cláusula rebus sic stantibus.
c) a suspensão.
d) o jus cogens.
e) a reserva.

Letra e.
Alternativa “e” como certa justamente por ser esse instrumento de modificação de efeitos em
relação a determinado dispositivo que possa estar em conflito com seu direito interno.

Questão 25 (OAB/2006) O instituto da reserva, por ser um instituto geral de direito interna-
cional, é aplicável, sem impedimentos, a todos os tratados.

Errado.
Alternativa errada. Tranquila não é mesmo?! Afinal sabemos que existem situações que im-
possibilitam a imposição de reserva como apresentado logo acima.

Questão 26 (ESAF/PGFN/PROCURADOR DA FAZENDA NACIONAL/2007) Se o tratado nada


dispuser sobre o assunto, entende-se que a reserva a um tratado internacional é possível,
a não ser que seja incompatível com seu objeto e sua finalidade.

Certo.
Alternativa certa, sendo a literalidade da terceira impossibilidade da apresentação de reserva.
Ou seja, não existindo previsão expressa, a impossibilidade só existiria se a reserva fosse in-
compatível com seu objeto e sua finalidade.

Questão 27 (ESAF/PGFN/PROCURADOR DA FAZENDA NACIONAL/2007) Caso o tratado seja


assinado com reservas, o Congresso Nacional não tem poderes para adotar o tratado em sua
íntegra.

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Certo.
Alternativa correta. Lembre-se que o poder legislativo não pode retirar reservas impostas pelo
poder executivo.

Questão 28 (ESAF/PGFN/PROCURADOR DA FAZENDA NACIONAL/2007) Caso o tratado ad-


mita reservas, essas podem ser feitas pelo Congresso Nacional, mesmo que não tenham sido
feitas pelo Presidente da República (ou outro plenipotenciário) no momento da assinatura.

Certo.
Alternativa certa. Lembre-se que plenipotenciário é aquele que representa o Estado a partir da
apresentação de uma carta de plenos poderes.

Questão 29 (ESAF/PGFN/PROCURADOR DA FAZENDA NACIONAL/2007) O Presidente da Re-


pública pode promulgar um tratado internacional sem que tenha havido apreciação do Con-
gresso Nacional, caso se verifiquem os requisitos de relevância e urgência no referido tratado.

Errado.
Alternativa errada. Caso o poder executivo não considere a apreciação do Congresso Nacio-
nal teríamos um caso de ratificação imperfeita que não é admitido no direito internacional.
Logo, motivos que levam a edição de Medidas Provisórias (relevância e urgência) não podem
ser utilizados para a não observância do processo de ratificação de tratados no Brasil.

Questão 30 (25º CONCURSO/PROCURADOR DA REPÚBLICA/2011) Quando um Estado faz


reserva a cláusula de tratado:
a) está diferindo sua entrada em vigor.
b) está declarando que não quer se vincular a esta cláusula
c) tem que contar com a aquiescência de todas as demais partes do tratado com a reserva,
para tornar-se parte deste.

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d) está exercendo um direito soberano que é inerente à adesão a todo tratado.

Letra b.
Alternativa certa é a “b”. Observe que o objetivo da reserva é justamente impedir a aplicação
de determinada cláusula ao Estado que a apresenta, não precisando a mesma ser aprovada
pelos demais (erro da letra “c”).

Questão 31 (CEF/ADVOGADO/2010) A entrada em vigor de um tratado internacional com


mais de duas partes apenas se dá a partir do momento em que todas as partes tenham con-
cluído o processo de ratificação, não surtindo efeito para nenhuma delas antes que todas
tenham concluído este processo.

Errado.
Alternativa errada. Visto que temos a possibilidade de aplicação provisória ou entrada em
vigor à medida que as partes ratifiquem, quem determinará será o texto do tratado. Logo,
a concordância de todas as partes não será sempre necessária.

Questão 32 (BANCO CENTRAL/PROCURADOR/1997) tratado internacional entra em vigor


internacionalmente, na data nele prevista e, caso seja silente a esse respeito, tão logo as par-
tes manifestem o seu consentimento em obrigar-se por ele.

Certo.
Alternativa certa. O tratado entra em vigor na data estabelecida em seu texto e caso não exista
tal previsão, terá um processo gradual de entrada em vigor a partir da apresentação da ratifi-
cação das partes. Afinal, imaginem uma situação com 100 partes, seria muito difícil aguardar
as 100 ratificações para que o tratado entrasse em vigor. Isso poderia levar décadas!

Questão 33 (SENADO/CONSULTOR LEGISLATIVO/2002) De acordo com renomados interna-


cionalistas, o Poder Legislativo não tem a faculdade de formular emendas aos tratados inter-
nacionais submetidos à sua apreciação, cabendo-lhe tão-somente aprová-los ou rejeitá-los

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no todo. Por outro lado, havendo a possibilidade de apresentar-se reservas no tratado inter-
nacional sob apreciação, o Poder Legislativo poderá fazê-lo, cabendo ao Poder Executivo jul-
gar da conveniência e oportunidade de ratificar o tratado com as ditas reservas congressuais.

Certo.
Alternativa certa. Esta alternativa apresenta um bom resumo. Estudamos aqui que ambos os
poderes podem apresentar reserva e que caberá ao poder executivo determinar se ratifica ou
não o tratado com as reservas apresentadas pelo Congresso. Mas, professora, o professor
Rezek menciona que o poder legislativo só pode apresentar restrições. Ok, mas como a ques-
tão menciona somente “renomados internacionalistas” basta lembrar que existe o professor
Mazzuoli que segue a lógica da assertiva.

Questão 34 (AGU/2003) Salvo afronta a regra de direito interno de importância fundamental


sobre competência para concluir tratado, uma parte não pode invocar disposições de seu di-
reito interno para justificar o descumprimento de um tratado.

Certo.
Alternativa correta. Essa é justamente a hipótese de “ratificação imperfeita” que permite invo-
car o direito interno como justificativa para descumprimento de um tratado.

Questão 35 (CÂMARA/CONSULTOR LEGISLATIVO/2002) Não é juridicamente possível a ex-


clusão, do âmbito de aplicação territorial de tratado internacional, de parte do território de um
ou de ambos os Estados pactuantes.

Errado.
Alternativa errada. Lembre-se que o motor do direito internacional é a vontade dos Estados
e sendo assim, eles podem pactuar essa aplicabilidade restrita conforme o artigo 29 da Con-
venção de Viena.

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Questão 36 (TRF 2ª REGIÃO/JUIZ FEDERAL/2013) Na regra geral de interpretação dos trata-


dos, está previsto o recurso aos trabalhos preparatórios.

Errado.
Alternativa errada! Lembre-se que os trabalhos preparatórios estão previstos como meio su-
plementar de interpretação do artigo 32 e não como regra geral prevista no artigo 31.

Questão 37 (5ª REGIÃO/JUIZ FEDERAL/2006) Durante uma negociação multilateral, se de-


terminado Estado aceitar, expressamente e por escrito, o encargo de depositário, mas acabar
por não ratificar o tratado em questão, mesmo assim, esse Estado permanecerá vinculado à
obrigação contraída, na condição de terceiro.

Certo.
Alternativa certa! Veja que ele expressou por escrito que será depositário e, portanto, perma-
nece engajado independente de ser parte deste tratado.

Questão 38 (5ª REGIÃO/JUIZ FEDERAL/2006) Os efeitos do tratado celebrado entre dois


Estados fronteiriços, que modifica o curso da linha limítrofe que os separa, não repercutem
sobre os demais Estados, por tratar-se de uma nova situação jurídica de interesse apenas
desses dois Estados fronteiriços.

Errado.
Alternativa errada. Guarde a informação de que tratados geram efeitos na comunidade in-
ternacional como um todo, afinal o interesse dos Estados pode modificar em relação a este
novo limite estabelecido. Imagine que um curso de um importante mude de soberania como
consequência desta alteração.

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Questão 39 (SEFAZ-ES/2013) A Convenção de Viena sobre Direitos dos Tratados reconhece


a mudança fundamental de circunstâncias como causa de extinção de tratados.

Certo.
Alternativa certa, conforme artigo 62 da Convenção de Viena de 1969.

Questão 40 (SENADO/CONSULTOR LEGISLATIVO/2002) Se, durante a vigência de um deter-


minado tratado, verificar-se a transformação de circunstâncias fundamentais que justifiquem
o consentimento de um dos Estados-partes em sua adesão, este, considerando-se prejudica-
do pelo advento imprevisto de ditas circunstâncias, poderá invocar, unilateralmente, a cláusu-
la rebus sic stantibus como causa para suspender temporariamente a execução do avençado.

Errado.
Alternativa errada. Visto que a cláusula rebus sic stantibus não pode ser invocada unilateral-
mente, deve haver a concordância das partes.

Questão 41 (AFRFB/2005) A ruptura de relações diplomáticas ou consulares entre as partes,


no que toca a tratado entre elas pactuado, nos termos da Convenção de Viena sobre direito
dos tratados:
a) não atinge as relações jurídicas e econômicas decorrentes do pacto, em virtude da cláusula
pacta sunt servanda, que é absoluta em direito internacional.
b) não afeta as relações jurídicas estabelecidas por elas pelo tratado, salvo na medida em
que a existência de relações diplomáticas ou consulares seja indispensável à aplicação do
tratado.
c) extingue todas as relações jurídicas decorrentes do tratado, com efeitos ex tunc, dada pre-
visão geral contida na Convenção.
d) suspende imediatamente o alcance das relações jurídicas e econômicas decorrentes da
convenção, como resultado da aplicabilidade da cláusula rebus sic stantibus, que é absoluta
em direito internacional.

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e) extingue todas as relações jurídicas decorrentes do tratado, com efeitos ex nunc, dada pre-
visão geral contida na Convenção.

Letra b.
Conforme estudado, só ocorrerá o rompimento em caso de indispensabilidade de tais rela-
ções para a aplicação do tratado.

Questão 42 (OAB/2009) Ainda que a existência de relações diplomáticas ou consulares seja

indispensável à aplicação de um tratado, o rompimento dessas relações, em um mesmo tra-

tado, não afetará as relações jurídicas estabelecidas entre as partes.

Errado.
Alternativa errada, pela mesma razão da necessidade do aspecto indispensável das relações
diplomática e consulares para a aplicação do tratado. Veja que este item traz a literalidade do
artigo 63 da CV/1969.

Questão 43 (ACE/2002) Em regra, a ruptura de relações diplomáticas ou consulares entre as


partes em um tratado afeta as relações jurídicas estabelecidas entre elas pelo tratado.

Errado.
Alternativa errada. Afinal em regra tal ruptura não afeta as relações jurídicas estabelecidas
entre as partes pelo tratado, salvo se tais relações forem INDISPENSÁVEIS para a aplicação
do mesmo.

Questão 44 (TRF 1ª REGIÃO/JUIZ FEDERAL/2013) É possível a aplicação de tratado interna-


cional já denunciado, desde que mediante decreto legislativo que o revigore.

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Errado.
Alternativa errada. O poder legislativo não possui competência para celebrar tratados. Isso
não impede que ele crie uma regra interna com o mesmo conteúdo do tratado, mas revigorar
este tratado no âmbito internacional seria impossível.

Questão 45 (SENADO/CONSULTOR LEGISLATIVO/2002) Encontra apoio doutrinário a afir-


mação segundo a qual o Presidente da República pode denunciar, por ato próprio, um tratado
internacional para cuja ratificação necessitou da aprovação do Congresso Nacional.

Certo.
Alternativa certa, visto que foi apresentado um apoio doutrinário genérico, sem menção a
posicionamento unânime. Nesse caso, a alternativa não pode ser considerada incorreta, pois
efetivamente temos doutrinadores que admitem a denúncia somente pelo poder executivo
por ser competência privativa do Presidente celebrar tratados.

Questão 46 (ESAF/PGFN/PROCURADOR DA FAZENDA NACIONAL/2007) A concordância do


Congresso Nacional é essencial para que o Brasil denuncie um tratado internacional, desvin-
culando-se das obrigações nele estabelecidas.

Errado.
Alternativa errada. Não existe ainda um posicionamento em relação a necessidade da con-
cordância de ambos os poderes para que um tratado seja denunciado.

Questão 47 (CESPE/PC-MA/DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL/2018) De acordo com a Conven-


ção de Viena, a submissão de um Estado a determinado tratado manifesta-se pela adesão
quando
a) os Estados negociadores tiverem acordado que a ratificação seja exigida.
b) o tratado estiver sujeito a ratificação e o representante do referido Estado o tiver assinado.

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c) a intenção do Estado de assinar o tratado sob reserva de ratificação decorrer dos plenos
poderes de seu representante ou tiver sido manifestada durante a negociação.
d) todas as partes acordarem, posteriormente, que tal consentimento possa ser manifestado,
pelo referido Estado, mediante adesão.
e) esse tratado dispuser que esse consentimento se manifeste pela ratificação.

Letra d.
A alternativa “d” é certa, conforme a literalidade do artigo 15 da CV/1969.

Questão 48 (CESPE/ABIN/OFICIAL DE INTELIGÊNCIA/2018/ADAPTADA) De acordo com a


Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados, concluída em 23 de maio de 1969, define-
-se por tratado internacional o “acordo internacional concluído por escrito entre Estados e
regido pelo direito internacional, quer conste de um instrumento único, quer de dois ou mais
instrumentos conexos, qualquer que seja sua denominação específica”. No que se refere a
esse assunto, admite-se excepcionalmente que um Estado possa invocar as disposições de
seu direito interno para o fim de justificar o inadimplemento de um tratado.

Certo.

Alternativa correta, seria o caso da ratificação imperfeita.

Questão 49 (CESPE/ABIN/OFICIAL DE INTELIGÊNCIA/2018/ADAPTADA) Reserva é uma de-

claração unilateral feita expressamente com essa denominação por um Estado no momento

da assinatura, ratificação, aceitação ou aprovação de um tratado, ou da adesão a determina-

do tratado, com o objetivo de excluir ou modificar o efeito jurídico de certas disposições do

tratado no que se refere a sua aplicação a esse Estado.

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Errado.

Alternativa errada, visto que não importa a denominação dada pelo Estado. Cobrança da lite-

ralidade da CV/1969.

Questão 50 (TRF-3ª REGIÃO/JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO/2018) Sobre a aplicação de trata-

dos internacionais com normas contraditórias entre si, devem ser respeitadas certas regras,

que são enunciadas pela Convenção de Viena. Aponte, portanto, a afirmação INCORRETA:

a) quando os dois tratados não têm como contratantes os mesmos Estados, estabelecendo-

-se entre um Estado parte em ambos os tratados e um Estado parte somente no tratado mais

recente, aplica-se o mais recente.

b) quando os dois tratados não têm como contratantes os mesmos Estados, estabelecen-

do-se entre um Estado parte em ambos os tratados e um Estado parte somente no tratado

anterior, aplica-se o tratado anterior.

c) entre os Estados parte nos dois tratados só se aplica o anterior no que ele não for compa-

tível com o novo tratado.

d) a violação de um tratado pode sujeitar o Estado a ser responsabilizado em âmbito interna-

cional, sendo que os conflitos porventura existentes são na maioria das vezes resolvidos por

meio de interpretação.

Letra c.
A alternativa “c” é o gabarito da questão por ser a única alternativa ERRADA. Cuidado com
este tipo de questão que cobra a alternativa incorreta. No caso da letra “c” a incorreção é jus-
tamente que entre as mesmas partes aplica-se o disposto posteriormente pelo princípio da
temporalidade.

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