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DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO
Direito dos Tratados
Alice Rocha
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8. Reservas...................................................................................................................33
8.1. Conceito..................................................................................................................33
8.2. Impossibilidades de imposição de reserva.. ............................................................35
8.3. Competência para a Formulação de Reservas........................................................ 37
8.4. Diferença entre Reserva e Emenda........................................................................39
9. Entrada em Vigor do Tratado................................................................................... 40
10. Aplicação Provisória............................................................................................... 40
11. Relação entre Tratados e Direito Interno.. .................................................................43
12. Aplicação de Tratados. .............................................................................................45
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Se nosso objeto de estudo são os tratados, vamos começar pelo conceito de tratado.
Se tem uma coisa que as bancas gostam bastante é a cobrança de conceitos. Sendo que
na maioria das vezes, as bancas cobram conceitos operacionais na literalidade prevista em
Convenções e Acordos. Portanto, vamos aqui apresentar a literalidade de alguns dos princi-
pais e mais cobrados conceitos apresentados no artigo 2º da Convenção de Viena de 1969.
Começando, claro, pelo conceito de tratado que é o foco de nossa análise.
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DICA
Definição de tratado:
“Tratado” significa um acordo internacional concluído por es-
crito entre Estados e regido pelo Direito Internacional, quer
conste de um instrumento único, quer de dois ou mais instru-
mentos conexos, qualquer que seja sua denominação espe-
cífica.
Olha que conceito rico em informações e prato cheio para seu examinador! Para começar,
verifique que por definição todo tratado é internacional. Logo, por mais que possa aparecer
em doutrinas, questões ou documentos a expressão “tratado internacional”, saiba que isto é
um pleonasmo que deve ser evitado! Professora, e se for tratado e convenção internacional?
Daí tudo bem, afinal as convenções podem ser nacionais ou internacionais, mas tratados se-
rão sempre internacionais ok?!
Continuando, importantíssimo memorizar que todo tratado é escrito! Não existe a pos-
sibilidade de um tratado oral, tácito ou a ser redigido. Se é tratado está escrito! Não importa
onde ou em que língua, deverá estar positivado, expresso, formalizado.
Seguindo, temos a informação de que a definição apresenta como partes destes trata-
dos somente Estados. Ela nada menciona sobre Organizações Internacionais. Pessoal, muita
atenção com este ponto! A definição analisada é de um documento específico chamado Con-
venção de Viena sobre Direito dos Tratados de 1969! Logo, se o seu examinador apresentar
esta Convenção como base do enunciado, você deve lembrar que Organizações Internacio-
nais não seriam partes em tratados. Todavia, se a pergunta for feita sem enquadramento de
fontes normativas, ou seja, de acordo com o entendimento geral, aí sim, Organizações Inter-
nacionais poderão ser parte em tratados.
Observe a diferença:
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Errado.
O examinador trouxe a Convenção de Viena de 1969 como base do enunciado e questiona
se outros sujeitos do direito internacional ou organizações internacionais seriam parte em
tratado.
Questão 3 (AGU/2003) Tratado internacional é um acordo celebrado por escrito entre su-
jeitos de direito internacional que produz efeito jurídico, qualquer que seja sua denominação
particular.
Certo.
1
Errado
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Neste caso, a assertiva é apresentada em termos gerais e, portanto, está CERTA ao mencionar
que tratados podem ser estabelecidos por sujeitos de direito internacional, sem especificar se
serão somente Estados ou se inclui Organizações Internacionais.
Seguindo com o conceito, o tratado será sempre regido pelo Direito Internacional, ou seja,
as partes não poderão utilizar seu direito doméstico para aplicar ou interpretar um tratado
estabelecido no contexto internacional.
A CV/69 menciona ainda que o tratado poderá ter instrumentos conexos. O que isso sig-
nifica, professora?
Simples! Se o tratado é bilateral, as partes trocarão notas de ratificação sem maiores pro-
blemas. Mas no caso dos tratados envolvendo mais de duas partes, ou seja, tratados multila-
terais, eu posso ter vários documentos trocados ao longo da negociação, além das diversas
cartas de ratificação. Além disso, tratados podem ter anexos. Por fim, o conceito estabelece
que não importará a nomenclatura adotada, ou seja, mesmo se as partes derem o nome Acor-
do, Convenção, Protocolo, todos serão espécies do gênero tratado.
Esta é uma questão muito interessante visto que como sabemos o Estado é um ente so-
berano que faz somente o que é de seu interesse. Até a metade do século XX, a maior parte
das relações entre os Estados era regida por costumes, que como já estudamos também
constitui uma importante fonte de Direito Internacional. Todavia, com o fim da 2ª Guerra Mun-
dial, os Estados perceberam uma necessidade de construir uma codificação desses costu-
mes trazendo maior segurança jurídica e previsibilidade as suas relações.
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A resposta é não, ele pode continuar sendo um costume, inclusive aplicado em relação
aos que não ratificaram o tratado que o codificou. Veja que antes da codificação da Conven-
ção de Viena de 1969, tratados já eram firmados, mas com base em costumes internacionais.
Nem todos os Estados do mundo são parte da Convenção de Viena de 1969, mas por força
do costume seguem o mesmo rito de elaboração e aplicação dos tratados mencionado na
Convenção. Falaremos sobre isso mais a frente.
Vamos fazer uma pausa de conteúdo e treinar com algumas questões?
dos Tratados de 1969, os tratados, acordos internacionais regidos pelo direito internacional,
Errado.
Conforme acabamos de estudar, esta alternativa está incorreta, visto que tratados devem ser
necessariamente escritos. Professora, será que vai cair fácil assim na minha prova? Pesso-
al, cuidado! Está fácil porque acabamos de trabalhar este ponto, mas quando juntar todo o
conteúdo você pode acabar caindo numa armadilha sobretudo se o examinador contar uma
história dramática tentando justificar o porquê de o tratado não ter sido escrito.
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Errado.
Alternativa também incorreta, mas que confundiu muitos candidatos pela palavra “prescin-
de”. Ora, prescinde significa que algo que não é necessário e no caso da forma escrita ela
é obrigatória. Pessoal, aproveito para salientar que a incorreção da assertiva não está na
utilização do termo “tratado internacional”, visto que o pleonasmo que já justifiquei para os
A Convenção de Viena de 1969 compõe a base de estudo do Direito dos Tratados. Antes
de ser consolidada, os Estados aplicavam as mesmas diretivas para a formulação de tratados
pela via do direito costumeiro. Todavia, a Comissão de Direito Internacional da ONU estudou
por 20 anos tais costumes e editou a Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados em
1969 (aqui denominada CV/1969).
O resultado do trabalho desta Comissão não foi capaz de abranger a totalidade dos cos-
tumes que regulavam a conclusão de tratados, razão pela qual foi dada continuidade aos
costumes para reger questões não reguladas especificamente pela CV/1969. Lembrando que
o Brasil ratificou a CV/1969 pelo Decreto Legislativo n. 496/2009 e internalizou pelo Decreto
Executivo n. 7.030/2009, mas diversos outros países não são parte desta Convenção.
Isso quer dizer que concluem tratados de qualquer jeito?
Não, eles seguem os mesmos preceitos, mas por força do direito costumeiro que os al-
cança. Ou seja, Estados não tem para onde fugir! Ou segue a CV/1969 ou segue os costumes
internacionais reconhecidos na matéria.
Lembrando pessoal que tais regramentos auxiliam na operacionalização de tratativas ba-
seadas fundamentalmente no livre consentimento, no princípio da boa-fé e no ‘pacta sunt
servanda’. Ou seja, a construção de tratativas entre os Estados segue a vontade e o con-
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sentimento destes. Retomaremos estes preceitos de validade dos tratados um pouco mais
a frente, mas já apresentamos esta base aqui para que possamos começar a compreender o
processo de implementação e cumprimento de tais preceitos pelos Estados.
Professora, essa CV/1969 serve para regular os tratados envolvendo somente Estados ou
as Organizações Internacionais (OIs) também são vinculadas a ela?
Ótima questão! Lembra que quando abordamos a definição de tratados pela CV/1969,
esclareci que abrange somente tratados entre Estados!
A resposta é sim, mas foi elaborada uma outra Convenção de Viena em 1986, bastante
parecida com a de 1969, justamente para incluir as OIs. Mas cuidado! Esta Convenção de
1986 ainda não está em vigor pela falta de um número mínimo de ratificações. O Brasil é um
exemplo de Estado que assinou, mas ainda não ratificou a Convenção de 1986. Portanto,
as OIs podem celebrar tratados com base em costumes inspirados na própria Convenção até
o momento em que a mesma entre em vigor.
DICA
Em resumo:
CV/1969: tratado somente entre Estados
CV/1986: tratados entre Estados e/ou Organizações Interna-
cionais
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Certo.
O candidato desatento marcaria sem pensar ERRADO, afinal a CV/1969 não se aplica a trata-
dos envolvendo OIs. Todavia, o tratado da questão é o que constitui a OI e, portanto, formado
por Estados. Nesse caso, a OI constitui o resultado do tratado e não parte dele, razão pela qual
a alternativa está CERTA!
Para fecharmos esse ponto, vamos fixar com mais uma questão:
Errado.
Tranquilinha não é pessoal?! Conforme abordado, o Brasil já ratificou a CV/1969 e, portanto,
ela vincula o Brasil como um tratado e não apenas como direito consuetudinário.
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Lembrando que o Estado não passa de uma ficção jurídica, ele precisa se fazer represen-
tar e é nesse ponto que entra a necessidade de uma espécie de procuração denominada carta
de plenos poderes. Lembrando que pela legitimidade que possuem os chefes de Estado e o
Ministro das Relações Exteriores são dispensados da apresentação deste documento no ato
de representação do Estado.
• “reserva” significa uma declaração unilateral, qualquer que seja a sua redação ou de-
nominação, feita por um Estado ao assinar, ratificar, aceitar ou aprovar um tratado, ou a
ele aderir, com o objetivo de excluir ou modificar o efeito jurídico de certas disposições
do tratado em sua aplicação a esse Estado;
Os pontos marcados no conceito são os mais cobrados. Ou seja, como, quando e para
que uma reserva é apresentada. Ou seja, não precisa da anuência das demais partes por ser
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Questão 8 (JUIZ/TRT 20ª REGIÃO/2012) “Reserva” significa uma declaração bilateral, qual-
quer que seja a sua redação ou denominação, feita pelos Estados ao ratificarem, assinarem,
aceitarem ou aprovarem um tratado, ou a ele aderirem, com o fito de excluir o efeito jurídico
de certas disposições do acordo.
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Errado.
Alternativa errada! A reserva é unilateral! Não se esqueça!
Errado.
Alternativa errada! Esta assertiva é um pouco mais complexa e duplamente errada. Primei-
ro que o Ministro das Relações Exteriores não tem o dever de apresentar a carta. Não está
convencido deste erro. Pois então gabarite a questão pela compreensão do segundo erro: a
assinatura não gera o caráter definitivo da manifestação do consentimento do Estado, que só
aparece com a ratificação. Este diferencial será estudado logo mais.
Classificação de tratados é uma temática bastante cobrada nas provas e concursos. Pre-
paramos aqui uma compilação da doutrina com as principais classificações.
Esta é uma classificação bastante simples, podendo o tratado ser bilateral, quando pos-
suir duas partes, ou plurilateral/multilateral, quando possuir três ou mais partes. Cuidado nos
casos em que uma das partes é uma OI composta por vários Estados. Por exemplo, se eu
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tenho um acordo entre a União Europeia e o Mercosul, será um acordo bilateral mesmo que
Professora, posso ter um tratado unilateral? Essa pergunta parece boba, mas por incrível
que pareça no nervoso da prova isso já pegou alguns candidatos. Claro que não pode existir
um tratado unilateral. Se por exemplo, Brasil e Argentina tem um tratado e um dos dois resol-
seja, terá a fase da assinatura em que o Estado oferece seu consentimento provisório, segui-
sendo a assinatura suficiente. Mas atenção! Não confunda tratados simplificados com os
acordos executivos que são estabelecidos pelo poder executivo, sem a necessidade de con-
sulta ao legislativo. No Brasil esses acordos executivos são possíveis em relação a acordos
interpretativos, complementares, e de ‘modus vivendi’, que são os que regulam os procedi-
mentos em relação a futuras tratativas, como por exemplo a formação de estrutura de moni-
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Certo.
Esta alternativa está CERTA, visto que é exatamente o que trabalhamos acima. O acordo exe-
cutivo não precisa da aprovação do Congresso Nacional para ser aplicado em nosso ordena-
mento nacional. Importante aqui é lembrar que nem sempre a ratificação precisa ocorrer para
gerar o engajamento do Estado.
Quanto à execução no tempo, podemos ter o tratado com vigência estática, ou seja, a exe-
cução do mesmo pode se exaurir, mas os efeitos se prolongam no tempo como por exemplo,
um tratado de cessão onerosa em que um Estado anexa parte de outro Estado ao seu terri-
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tório. Lembrando que como a execução já ocorreu com a anexação, este tratado não admite
denúncia.
Temos ainda o tratado com vigência dinâmica em que a execução e por consequência
os efeitos se prolongam no tempo. A maioria dos tratados são deste tipo permanente, como
acordos comerciais de comércio.
Veja como isso pode aparecer na prova:
Questão 11 (DEFENSOR PÚBLICO DA UNIÃO/2007) Existem tratados que, por sua natureza,
são imunes à denúncia unilateral, como é o caso dos tratados de vigência dinâmica.
Errado.
Alternativa ERRADA, visto que o tratado com vigência dinâmica sofrerá o impacto de uma
denúncia unilateral que poderá comprometer a execução do mesmo. Se o examinador falasse
em tratado com vigência estática, aí sim a alternativa estaria certa, visto que os efeitos se
prolongaram mesmo se a execução se exaurir.
...a não ser que uma intenção diferente se evidencie do tratado, ou seja estabelecida de outra for-
ma, um tratado obriga cada uma das partes em relação a todo o seu território.
Logo, por expressa previsão no tratado, o mesmo pode ser parcial, ou seja, especificará a
parte do território onde o mesmo deve ser cobrado. Por exemplo, a França possui territórios
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ultramar, como a Ilha da Reunião e poderia determinar que um determinado tratado não se
aplicaria em relação a esta Ilha.
Tratados são consideradas as fontes mais “democráticas” que existem. Isto porque pos-
sui o consensualismo como uma de suas características.
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De modo parecido com o que ocorre no ramo do direito das obrigações, no direito dos
tratados também estudamos os requisitos de validade dos tratados. E quais são eles, profes-
sora?
• Partes capazes
• Objeto lícito e possível
• Consentimento livre
Começando pelas partes capazes, devemos lembrar que somente sujeitos de direito in-
ternacional possuem capacidade para concluir tratados. Ou seja, somente Estados e Orga-
nizações Internacionais. Existem exceções? A resposta é positiva, pois a Cruz Vermelha por
exemplo não é um Estado ou OI, mas por vontade dos próprios Estados receberam capacida-
de e personalidade para a conclusão de tratados relacionados a ajuda humanitária.
No caso das Organizações Internacionais, elas ficam vinculadas ao propósito pelo qual
foram criadas.
Cada Organização Internacional foi criada com um propósito específico. Por exemplo,
a Organização Mundial do Comércio para regular as questões que envolvem comércio, a Or-
ganização Mundial da Saúde, para questões relacionadas a saúde e assim sucessivamente.
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Art. 21 (CF/1988) Compete à União: i) manter relações com Estados estrangeiros e participar de
organizações internacionais.
Logo, a pessoa jurídica que representa o Estado brasileiro nas relações internacionais é
a União. Mas, cuidado! Tem como um estado federado participar de uma negociação inter-
nacional relacionada a operações externas de natureza financeira, desde que autorizado pelo
Senado Federal:
Vale ressaltar que isto já ocorreu, sendo possível pela previsão da União como caução,
caso o estado não honrasse com o tratado. Lembrem-se, no âmbito internacional a respon-
sabilidade será sempre do Estado Brasil que autorizou que seu ente nacional contratasse o
empréstimo.
O segundo requisito é o objeto do tratado ser lícito e possível. O ponto principal é que o
tratado não esteja violando nenhuma norma considerada jus cogens, pois caso viole, confor-
me a Convenção de Viena de 1969, será nulo.
Art. 53 CV/1969 – É nulo um tratado que, no momento de sua conclusão, conflite com uma norma
imperativa de Direito Internacional geral. Para os fins da presente Convenção, uma norma impera-
tiva de Direito Internacional geral é uma norma aceita e reconhecida pela comunidade internacional
dos Estados como um todo, como norma da qual nenhuma derrogação é permitida e que só pode
ser modificada por norma ulterior de Direito Internacional geral da mesma natureza.
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Já tratamos de normas jus cogens em momento anterior. Então somente para relembrar,
não temos uma lista de normas jus cogens, mas alguns exemplos seriam “vedação a escra-
vidão”, “vedação a tortura”. Cuidado que normas jus cogens podem ser modificadas, só que
deve ser uma regra de mesma natureza!
A temática do jus cogens é bastante recorrente nas provas. Veja como pode aparecer:
Questão 12 (INSTITUTO RIO BRANCO/2010) A Convenção de Viena sobre o Direito dos Tra-
tados (1969) enumera as normas imperativas de direito internacional (jus cogens), entre as
quais, a proibição da escravidão.
Errado.
Neste caso a alternativa está errada, não pelos exemplos de jus cogens, e sim, por mencionar
que elas estariam enumeradas na Convenção de Viena.
Certo.
Ainda sobre a mesma temática, veja esta questão um pouco mais elaborada, mas que está
correta. Lembre-se que a literalidade do artigo 53 da Convenção de Viena já informa a nulida-
de de tratados contrários a normas consideradas jus cogens.
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Errado.
Muito cuidado! Nem a vontade das partes retira o aspecto de superioridade das normas jus
cogens. Logo, esta alternativa está errada.
Letra b.
de acordo com a literalidade do artigo 53 da CV/1969. Lembrando que não existe uma lista de
tais regras e não existe possibilidade de reserva as mesmas devido a seu aspecto imperativo.
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6.3. Consentimento Livre
Por fim, o consentimento deve ser livre, ou seja, isento de vícios como erro, dolo, coação
e corrupção. Começando pelo erro, ele ocorre na situação em que um Estado assina um tra-
tado acreditando em uma situação fática, exemplo, um mapa que indicava que ali havia um
rio, e na realidade o rio não existe. Cuidado que o erro deve ser de fato e não de direito, afinal
a ninguém é dado desconhecer o direito.
Já no dolo, temos uma situação parecida com o erro, mas uma das partes sabia e ficou
calada ou agiu de modo a enganar o outro. Interessante considerar que no Direito Internacio-
nal os Estados têm “vergonha” de reconhecer o dolo, pois pode parecer que foram fracos ou
ingênuos. Portanto, preferem renegociar a anular tudo e confessar que foi “enganado”.
O terceiro vício seria a coação dividida em:
• coação strito sensu, pelo uso da força física, e
• coerção, conhecida como pressão psicológica.
Temos ainda o quarto vício que é a corrupção, quando o representante do Estado conclui
um tratado recebendo vantagens ou benefícios próprios. Não importa a finalidade dada ao
recurso, visto que o vício nasceu do recebimento indevido do mesmo.
Em caso de partes incapazes o tratado será anulável, visto que o chefe de Estado pode
convalidar o que foi negociado no momento da ratificação. Já no caso do objeto ilícito ou im-
possível o tratado será nulo. E no caso dos vícios de consentimento, somente a coação strito
sensu levará a nulidade, visto que inclui o uso da força que é proibido no direito internacional.
Todos os demais vícios poderão ser sanados caso as partes decidam renegociar os termos.
Mas cuidado! Existe uma exceção em que a coação strito sensu é considerada intrínseca ao
tratado e, portanto, não irá gerar nulidade do mesmo. Estamos nos referindo aos acordos de
paz! Nestes casos, o uso da força para cessar o conflito é estabelecer a paz entre as partes é
aceitável e o tratado será considerado válido.
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DICA
Em resumo:
Partes incapazes: nulidade relativa/anulável
Objeto ilícito ou impossível (jus cogens): nulidade absoluta/
nulo
Vícios de consentimento: nulidade relativa/anulável, salvo co-
ação com uso da força física que gera a nulidade absoluta!
Caso uma das partes identifique qualquer um desses vícios, os demais terão um prazo de
três meses para se manifestar em relação ao que a parte propôs para sanar o vício. Se não o
fizerem estarão consentindo a solução apresentada de modo tácito. Isso é o que informa o
artigo 65 da CV/1969:
1. Uma parte que, nos termos da presente Convenção, invocar quer um vício no seu consentimento
em obrigar-se por um tratado, quer uma causa para impugnar a validade de um tratado, extingui-lo,
dele retirar-se ou suspender sua aplicação, deve notificar sua pretensão às outras partes. A notifi-
cação indicará a medida que se propõe tomar em relação ao tratado e as razões para isso.
2. Salvo em caso de extrema urgência, decorrido o prazo de pelo menos três meses contados do
recebimento da notificação, se nenhuma parte tiver formulado objeções, a parte que fez a notifica-
ção pode tomar, na forma prevista pelo artigo 67, a medida que propôs.
Vale ressaltar que um dos pontos mais importantes em definir esse caráter de nulidade
e anulabilidade está ligado aos efeitos. No caso do tratado nulo, os efeitos serão ex tunc, ou
seja, retroagem ao momento em que o tratado foi assinado, fica como se o tratado nunca
tivesse existido. Já um tratado anulável, gera efeitos ex nunc, ou seja, o tratado deixa de ser
aplicado a partir do momento em que o vício foi identificado, podendo ainda ser convalidado
caso as partes desejem.
Uma vez que apresentamos esta primeira parte de requisitos e base normativa e política
para a conclusão dos tratados, vamos verificar na prática como se dá o processo de conclu-
são e entrada em vigor dos mesmos.
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A conclusão de tratados pode estar muito distante da realidade da maioria das pessoas,
visto que são basicamente negociados por representantes dos sujeitos de Direito Interna-
cional. Todavia, este tema tem sido bastante cobrado em provas e concursos, visto que os
efeitos desses engajamentos afetam a todos de forma direta ou indireta.
De forma resumida, essas são as fases, algumas internacionais e outras internas, do pro-
cesso de conclusão e entrada em vigor dos tratados:
DICA
1. Negociação
2. Adoção do texto
3. Assinatura
4. Ratificação
5. Depósito e Registro
6. Publicação e promulgação
Errado.
Questão tranquila, não é mesmo?! Afinal a palavrinha “apenas” já traz aquela ideia de que a
questão está errada, mas a leitura do termo retificação ao invés de ratificação, confirma que
a alternativa está errada.
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Certo.
Alternativa certa. Questão simples e tranquila que pode confundir justamente por isso. Ques-
tão que trazem a menção “entre outros” já deixa um sinal de que está certa, pois não apresen-
tará uma lista taxativa de possibilidades. Mas cuidado, o examinador poderia trocar ratifica-
ção por retificação como o fez na questão acima.
7.1. Negociação
Vamos falar de cada uma delas? Pois bem, tudo começa na negociação. Nesse momento
um Estado ou grupo de Estados estabelece um tema a ser debatido e regulamentando. Na
prática, os Estados vão aproveitar alguma conferência ou utilizar a estrutura de uma Organi-
zação Internacional.
Lembrando que esta temática pode até já está sendo abordada como costume internacio-
nal, mas eles consideram importante a codificação da mesma. Nesse processo de negocia-
ção seus representantes comparecem com a carta de plenos poderes prevendo capacidades
e competências que aquele indivíduo possui nas tratativas. Vale ressaltar que pela legitimi-
dade que possuem, Presidente da República e Ministro das Relações Exteriores não precisam
apresentar esta carta de plenos poderes.
Pela diversidade de idiomas, as partes podem eleger o idioma autêntico em que o texto
será negociado e que posteriormente será o mesmo utilizado para a escrita do tratado. Pos-
teriormente, este tratado pode ser traduzido para outras línguas, compondo as chamadas
versões oficiais do tratado ou acordo.
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7.3. Assinatura
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Certo.
Como se chama esse instrumento constitutivo sob reserva de aceitação? Assinatura! Logo,
alternativa certa visto que um dos efeitos da assinatura é justamente a abstenção do Estado
de frustrar o objeto e finalidade do tratado.
Veja como este é um tema recorrente. A respeito deste mesmo ponto temos outra ques-
tão:
Certo.
Na mesma linha, esta alternativa também está certa. Veja a importância da resolução de
questões para verificar os pontos mais cobrados.
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7.4. Ratificação
Competências no Brasil
Art. 84 (CF/1988). Compete privativamente ao Presidente da República:
(...)
VIII – celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Na-
cional;
O conhecimento desses incisos pode ser cobrado de várias formas. Uma delas é a co-
cional resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem
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Certo.
Esta alternativa está CERTA, sendo a literalidade do artigo 49, I, da CF/1988. O(a) candidato(a)
poderia argumentar que a competência prevista no artigo 84, VIII, da CF/1988 amplia a com-
petência do artigo 49, visto que não menciona quais acordos deveriam ser referendados pelo
Congresso Nacional. Todavia, CUIDADO! Alternativas que trazem a literalidade não devem ser
respondidas pela lógica do todo e sim pelo conhecimento da especificidade pontual.
Além disso, aluno(a), neste ponto devemos ter MÁXIMA ATENÇÃO! A competência previs-
ta no art. 49 da CF/1988, estabelece a possibilidade de que o Congresso rejeite definitivamen-
te o engajamento do Brasil em relação a um tratado já assinado pelo executivo.
DICA
Ratificação=Presidente da República + Congresso Nacional
Possibilidades:
- Se o Congresso não autoriza a ratificação: Presidente não
pode ratificar
- Se o Congresso autoriza a ratificação: Presidente pode ou
não ratificar
Após esta fase de apreciação pelo Congresso Nacional que é finalizado por um decre-
to legislativo, vem o momento da ratificação operada pelo Presidente da República que en-
tão assumirá o compromisso definitivo, expresso, unilateral, discricionário e irretratável. Vale
lembrar que sendo ato irretratável, caso o Estado mude de ideia e não queira mais fazer parte
do acordo deverá apresentar uma denúncia ao mesmo.
No caso dos tratados bilaterais, a ratificação se dará pela troca de instrumentos de rati-
ficação ou notificação de ratificação. Já no caso dos acordos multilaterais, será necessário
proceder ao depósito do instrumento de ratificação no local indicado pelo tratado, podendo
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Questão 21 (2ª REGIÃO/JUIZ FEDERAL/2009) Segundo a Carta da ONU, os tratados não re-
gistrados não podem ser invocados perante órgãos das Nações Unidas.
Certo.
Alternativa correta de acordo com a literalidade do art. 102.2 da Carta da ONU:
Nenhuma parte em qualquer tratado ou acordo internacional que não tenha sido registrado de
conformidade com as disposições do parágrafo 1 deste Artigo poderá invocar tal tratado ou acordo
perante qualquer órgão das Nações Unidas.
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nal. Lembre-se que o Brasil adota a teoria dualista, mesmo que moderado, no processo de
aplicação de tratados na jurisdição interna.
Antes de passarmos para o próximo ponto vamos treinar?
Certo.
Alternativa CERTA, visto que o referencial da questão deixou em aberto quem são esses de-
fensores. Logo, a racionalidade da utilização da limitação aos acordos que acarretem encar-
gos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional está correta. Lembre-se que este não
é o posicionamento consensual da doutrina que defende que a competência do artigo 84 da
CF/1988 ampliaria a competência do artigo 49 da CF/1988.
Veja mais uma questão que vai tentar confundir o(a) candidato(a) com uma contextuali-
zação, mas que no final é muito mais tranquila do que se imagina.
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zendo-a sua, e dispondo-se a tratar da matéria junto ao Estado autor do ilícito é denominado
ratificação.
Errado.
Só para aproveitar, devemos lembrar que empresas e pessoas físicas não tem capacidade
postulatória perante a Corte Internacional de Justiça. Para isso ele precisará que um Estado
o represente. Ao fazê-lo o Estado endossa tal reclamação. Mas mesmo que você não se lem-
bre do Endosso, você com certeza lembraria que isso não é ratificação, portanto alternativa
errada.
8. Reservas
8.1. Conceito
“Reserva” significa uma declaração unilateral, qualquer que seja a sua redação ou de-
nominação, feita por um Estado ao assinar, ratificar, aceitar ou aprovar um tratado, ou a ele
aderir, com o objetivo de excluir ou modificar o efeito jurídico de certas disposições do tratado
em sua aplicação a esse Estado;
Os pontos sublinhados são os mais importantes! O primeiro deles é o caráter unilateral
da reserva, ou seja, não precisa ser negociada, ela é simplesmente apresentada pelo Estado.
O segundo ponto é o momento em que a reserva pode ser apresentada. Aqui percebemos que
pode ir desde a fase da assinatura até o processo de ratificação. Inclusive o Estado que adere
ao tratado, ou seja, com engajamento criado após a entrada em vigor, poderá apresentar ade-
rir com reservas. O terceiro é o objetivo do instrumento que não será o de excluir ou modificar
o dispositivo jurídico e sim os efeitos de tal dispositivo. Ou seja, o texto permanece o mesmo,
somente os efeitos relativos ao Estado que apresenta a reserva é que são excluídos ou modi-
ficados. Esse é justamente o ponto que diferencia a reserva da emenda ao tratado, que busca
modificar o texto do tratado e que será apresentada mais adiante.
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DICA
Em resumo:
Como: unilateral
Quando: assinatura, ratificação, aceitação, aprovação ou ade-
são
Para que: modificar ou excluir os efeitos jurídicos do disposi-
tivo
Errado.
Alternativa errada. Veja que o “tão-só” já aponta para o erro da questão, confirmado pelo co-
nhecimento de que a reserva visa modificar ou excluir tal efeito.
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Letra e.
Questão tranquila não é mesmo?! Alternativa “e” como certa justamente por ser esse instru-
mento de modificação de efeitos em relação a determinado dispositivo que possa estar em
conflito com seu direito interno.
Reservar não podem ser impostas a qualquer dispositivo do tratado. O artigo 19 da Con-
venção de Viena apresenta as situações em que a reserva não será permitida. São elas:
• a reserva seja proibida pelo tratado: situação em que expressamente as partes deter-
minam tal impossibilidade. Ou aceita tudo ou não participa do tratado. Como exemplo
temos o Estatuto de Roma que criou o Tribunal Penal Internacional (TPI), do qual o
Brasil participa.
• o tratado disponha que só possam ser formuladas determinadas reservas, entre as
quais não figure a reserva em questão.
• a reserva seja incompatível com o objeto e a finalidade do tratado. Ou seja, não há
previsão expressa no tratado sobre tais limitações, mas a reserva solicitada é incom-
patível com o objetivo e a finalidade do tratado. Trata-se de uma questão de boa-fé dos
participantes que desde o processo de assinatura já assumem o compromisso de não
violar tal objeto ou finalidade do tratado.
Questão 26 (OAB/2006) O instituto da reserva, por ser um instituto geral de direito interna-
cional, é aplicável, sem impedimentos, a todos os tratados.
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Errado.
Alternativa errada. Tranquila, não é mesmo?! Afinal sabemos que existem situações que im-
possibilitam a imposição de reserva como apresentado logo acima.
Certo.
Alternativa certa, sendo a literalidade da terceira impossibilidade da apresentação de reserva.
Ou seja, não existindo previsão expressa, a impossibilidade só existiria se a reserva fosse in-
compatível com seu objeto e sua finalidade.
Professora, mas ainda fiquei com uma dúvida: como saber se a reserva não é incompatí-
vel com o tratado? Afinal isso é bastante subjetivo.
Pois bem, pensando nisso, existe a possibilidade de aceitação ou objeção das demais
partes. Este processo de aceitação dos demais pode ser feito de modo expresso ou tácito,
visto que as partes têm 12 meses para se manifestar ou o fazem no ato de adesão. Se não se
manifestam, significa que estão aceitando tacitamente, famoso “quem cala, consente”.
Mas, professora, e se algumas partes aceitarem a reserva e outras não aceitarem, seria
possível um regime em duplicidade?
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A resposta é positiva, passaria a vigorar um regime para as partes que aceitaram as re-
servas e outro para os que não aceitaram. O que move o direito internacional é a vontade
dos Estados e se os mesmos concordarem com esse regime em duplicidade, ele poderá ser
estabelecido.
Vale ressaltar pessoal, que por razões óbvias, reservas apresentadas em tratados bila-
terais, seriam uma tentativa de renegociação, afinal se uma das partes não concorda com a
geração de efeitos de um dispositivo em relação a outra parte, o correto seria renegociar este
ponto.
Vale ainda mencionar que as reservas devem ser feitas por escrito e comunicadas a to-
dos os Estados parte, justamente para que tenham a chance de manifestar sua aceitação ou
recusa.
Não existe uma determinação específica, o ideal seria que as partes não apresentassem
reservas, mas caso o façam que busquem retirá-las o mais rapidamente possível, de acordo
com a conveniência do Estado.
Este é um ponto bastante importante! Não existe consenso doutrinário em relação a tal
ponto. Por isso, vamos aqui apresentar dois posicionamentos:
• O primeiro é do prof. Francisco Rezek segundo o qual somente o poder executivo po-
deria fazê-lo, restando ao poder legislativo somente a aprovação com restrições. Quem
decide se tais restrições devem ser apresentadas como reserva seria o poder executivo.
• O segundo é do prof. Valério Mazzuoli segundo o qual tanto o poder legislativo como
o poder executivo podem impor reservas. O argumento do prof. Mazzuoli é de que a
própria Convenção de Viena de 1969 admite reservas apresentadas pelo legislativo,
quando menciona a possibilidade de fazê-lo na aprovação. Este é o posicionamento
MAJORITÁRIO!
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Vale lembrar que do ponto de vista de nosso ordenamento interno, o executivo só pode
modo, o legislativo não poder retirar as reservas apresentadas pelo executivo no ato da assi-
natura. Em resumo, nenhum dos dois poderes pode retirar reservas apresentadas pelo outro.
Antes de passarmos ao próximo ponto, vamos ver como a temática costuma ser cobrada:
assinado com reservas, o Congresso Nacional não tem poderes para adotar o tratado em sua
íntegra.
Certo.
Alternativa certa. Lembre-se que o poder legislativo não pode retirar reservas impostas pelo
poder executivo.
Na mesma linha veja:
mita reservas, essas podem ser feitas pelo Congresso Nacional, mesmo que não tenham sido
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Certo.
Alternativa certa. Lembre-se que plenipotenciário é aquele que representa o Estado a partir da
apresentação de uma carta de plenos poderes.
Errado.
Alternativa errada. Caso o poder executivo não considere a apreciação do Congresso Nacio-
nal teríamos um caso de ratificação imperfeita que não é admitido no direito internacional.
Logo, motivos que levam a edição de Medidas Provisórias (relevância e urgência) não podem
ser utilizados para a não observância do processo de ratificação de tratados no Brasil.
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Entrada em vigor, significa o momento em que o tratado passa a ser exigível. De acordo
com o artigo 24 da Convenção de Viena de 1969 determina que o tratado entrará em vigor de
acordo com o texto do próprio tratado.
Esta determinação pode gerar uma entrada em vigor contemporânea ou diferida. OU seja,
pode entrar em vigor imediatamente ou com data posterior. Todavia, se o tratado nada men-
cionar, o artigo 24.2 da Convenção de Viena de 1969 esclarece que
2. Na ausência de tal disposição ou acordo, um tratado entra em vigor tão logo o consentimento em
obrigar-se pelo tratado seja manifestado por todos os Estados negociadores.
Em regra, os tratados não geram efeitos retroativos, mas essa irretroatividade pode ser
relativizada para os casos de adesão com efeitos a contar de data anterior a que manifestou
o consentimento.
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Letra b.
Alternativa certa é a “b”. Observe que o objetivo da reserva é justamente impedir a aplicação
de determinada cláusula ao Estado que a apresenta, não precisando a mesma ser aprovada
pelos demais (erro da letra “c”).
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Errado.
Alternativa errada. Visto que temos a possibilidade de aplicação provisória ou entrada em
vigor à medida que as partes ratifiquem, quem determinará será o texto do tratado. Logo,
a concordância de todas as partes não será sempre necessária.
Certo.
Alternativa certa. O tratado entra em vigor na data estabelecida em seu texto e caso não exista
tal previsão, terá um processo gradual de entrada em vigor a partir da apresentação da ratifi-
cação das partes. Afinal, imaginem uma situação com 100 partes, seria muito difícil aguardar
as 100 ratificações para que o tratado entrasse em vigor. Isso poderia levar décadas!
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Certo.
Alternativa certa. Esta alternativa apresenta um bom resumo. Estudamos aqui que ambos os
poderes podem apresentar reserva e que caberá ao poder executivo determinar se ratifica ou
não o tratado com as reservas apresentadas pelo Congresso. Mas, professora, o professor
Rezek menciona que o poder legislativo só pode apresentar restrições. Ok, mas como a ques-
tão menciona somente “renomados internacionalistas” basta lembrar que existe o professor
Mazzuoli que segue a lógica da assertiva.
Este ponto é bastante cobrado em provas e concursos, visto que a finalidade da cobrança
do Direito dos Tratados para um futuro agente do Estado é justamente que ele compreenda
como se dá a relação entre esta fonte do direito internacional e nosso ordenamento jurídico.
Lembrando que o direito internacional está baseado no preceito de soberania dos Estados,
sendo a vontade dos mesmos o motorzinho do direito internacional. Todavia, estes Estados
não podem citar incompatibilidades do direito internacional com seus preceitos internos para
deixar de cumprir um tratado que ratificou. Isso seria considerado inclusive má-fé, visto que
conforme estudamos o processo de ratificação dos tratados passa por uma fase de aprova-
ção, que serve justamente para a verificação de possíveis incompatibilidades.
Logo, princípios que servirão para orientar a relação entre o direito internacional e o direi-
to interno são o princípio da boa-fé e princípio do pacta sunt servanda, segundo o qual “todo
tratado em vigor obriga as partes e deve ser cumprido por elas de boa fé” (art. 26 CV/1969) A
aplicação desses princípios é justamente o que impede que uma parte invoque disposições
de seu direito interno para justificar o inadimplemento de um tratado (art. 27 CV/1969)
Mas atenção! Essa impossibilidade não é absoluta visto que o artigo 46 da Convenção
de Viena de 1969 estabelece a possibilidade de invocar o direito interno como justificativa de
inadimplemento no caso de “ratificações imperfeitas”.
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Por exemplo, no caso do Brasil esta ratificação poderia ser invocada caso o Presidente da
República ratificasse um tratado sem passar pelo processo de apreciação do artigo 49 I da
Constituição Federal brasileira.
DICA
Lembre-se, a regra é a impossibilidade de invocação de direi-
to interno para justificar o inadimplemento no âmbito interna-
cional, a exceção é o caso de ratificação imperfeita que torna
o tratado NULO.
Certo.
Alternativa certa. Essa é justamente a hipótese de “ratificação imperfeita” que permite invocar
o direito interno como justificativa para descumprimento de um tratado.
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A aplicação dos tratados deve ser analisada em dois aspectos: aplicação no tempo e apli-
cação no espaço. Ou seja, a partir de quando e até onde.
A não ser que uma intenção diferente se evidencie do tratado, ou seja estabelecida de outra forma,
suas disposições não obrigam uma parte em relação a um ato ou fato anterior ou a uma situação
que deixou de existir antes da entrada em vigor do tratado, em relação a essa parte.
A não ser que uma intenção diferente se evidencie do tratado, ou seja estabelecida de outra forma,
um tratado obriga cada uma das partes em relação a todo o seu território.
Existem Estados que permitem que entes internos assinem tratados como por exemplo
os Estados Unidos, todavia, devem estar cientes que o tratado vinculará o Estado como um
todo e não somente aquele ente que assinou o tratado. Se a intenção for vincular somente
este ente interno, isto deve estar expressamente previsto no tratado. Olha como isto pode ser
cobrado:
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Errado.
Alternativa errada. Lembre-se que o motor do direito internacional é a vontade dos Estados
e sendo assim, eles podem pactuar essa aplicabilidade restrita conforme o artigo 29 da Con-
venção de Viena.
1. Sem prejuízo das disposições do artigo 103 da Carta das Nações Unidas, os direitos e obriga-
ções dos Estados partes em tratados sucessivos sobre o mesmo assunto serão determinados de
conformidade com os parágrafos seguintes.
2. Quando um tratado estipular que está subordinado a um tratado anterior ou posterior ou que
não deve ser considerado incompatível com esse outro tratado, as disposições deste último pre-
valecerão.
3. Quando todas as partes no tratado anterior são igualmente partes no tratado posterior, sem que
o tratado anterior tenha cessado de vigorar ou sem que a sua aplicação tenha sido suspensa nos
termos do artigo 59, o tratado anterior só se aplica na medida em que as suas disposições sejam
compatíveis com as do tratado posterior.
4. Quando as partes no tratado posterior não incluem todas as partes no tratado anterior:
a) nas relações entre os Estados partes nos dois tratados, aplica-se o disposto no parágrafo 3;
b) nas relações entre um Estado parte nos dois tratados e um Estado parte apenas em um desses
tratados, o tratado em que os dois Estados são partes rege os seus direitos e obrigações recípro-
cos.
Este artigo é autoexplicativo e por isso sugiro a leitura atenta do mesmo e depois vamos
reforçar com a resolução de questões.
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Da leitura desses artigos perceba a importância do preâmbulo e dos anexos nesse pro-
cesso de interpretação. Além disso, perceba a importância de respeito a vontade dos Estados
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dos negociadores.
Vale ainda mencionar que as regras do artigo 32 só serão aplicadas se as regras do artigo
31 não foram suficientes para solução do caso concreto ou deixaram algum aspecto dúbio ou
Errado.
Alternativa errada! Lembre-se que os trabalhos preparatórios estão previstos como meio su-
plementar de interpretação do artigo 32 e não como regra geral prevista no artigo 31.
Por fim, vale mencionar a situação em que um tratado é negociado e adotado em uma
língua, chamada autêntica, e posteriormente traduzido para outras línguas, chamada língua
não autêntica. Como fica a interpretação do tratado? Afinal, o processo de tradução pode
modificar termos e sentidos.
Nesse caso o artigo 33 da Convenção de Viena menciona que:
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Veja que esta possibilidade de uma interpretação não autêntica abre uma margem de
possibilidades para o aplicador que deve ser restringida no âmbito internacional em respeito
à soberania dos Estados, mas que se faz necessária pela diversidade linguística das partes.
Pelo princípio do pacta sunt servanda, o tratado só gera efeito entre as partes, na mesma
lógica do direito das obrigações em que contratos são firmados para gerar efeitos entre as
partes. Todavia, esse preceito não é absoluto e no direito internacional, o artigo 35 da Con-
venção de Viena traz algumas condicionantes para que efeitos sobre terceiros sejam aceitos:
Veja que para que efeitos sejam gerados para terceiros é necessário que exista a menção
expressa no texto do tratado e que a parte afetada concorde. Um exemplo clássico de um dis-
positivo que gera tais efeitos é a chamada “Cláusula da nação mais favorecida”. Esta cláusula
rais estabelecidas no seio da organização sejam estendidas aos demais Estados membros
mais de 150 membros e sem tal cláusula seria praticamente impossível avançar nas negocia-
ções. Além disso, todos passam a ter o mesmo tratamento. Tal cláusula foi estabelecida pela
vontade dos Estados que negociaram bilateralmente e que ao mesmo tempo se beneficiarão
Interessante ainda mencionar que caso um Estado tenha se comprometido em ser depo-
sitário de um tratado, ele continuará sendo mesmo se resolver denunciar o tratado. Esta seria
outra hipótese de geração de efeitos sobre terceiros. Veja que esta é uma questão de prova:
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Certo.
Alternativa certa! Veja que ele expressou por escrito que será depositário e, portanto, perma-
nece engajado independente de ser parte deste tratado.
Errado.
Alternativa errada. Guarde a informação de que tratados geram efeitos na comunidade in-
ternacional como um todo, afinal o interesse dos Estados pode modificar em relação a este
novo limite estabelecido. Imagine que um curso de um importante mude de soberania como
consequência desta alteração.
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Tratados podem ser modificados como um todo ou somente alguns dispositivos. Este é
um ponto bastante cobrado por expressar o processo de evolução da vontade das partes ex-
pressa nesses documentos.
Esta modificação pode ser: expressa ou tácita.
• Modificação expressa: a modificação expressão pode se dar por revisão ou por emenda.
Quando o tratado passa por uma revisão significa que está sendo modificado como um
todo, já a modificação por emenda se dá pela alteração de apenas alguns dispositivos.
Professora, é possível que um tratado seja alterado somente para algumas partes?
DICA
Em resumo:
Modificação expressa: revisão ou emenda
* Possibilidade de regime jurídico dúplice.
Modificação tácita
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Veja que em relação a este ponto podemos ter questão mais tranquilas como a primeira,
ou mais elaboradas como a segunda:
Certo.
Alternativa correta, conforme artigo 62 da Convenção de Viena de 1969.
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Errado.
Alternativa errada. Visto que a cláusula rebus sic stantibus não pode ser invocada unilateral-
mente, deve haver a concordância das partes.
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Letra b.
Conforme estudado só ocorrerá o rompimento em caso de indispensabilidade de tais relações
para a aplicação do tratado.
Veja um outro item que repete uma das alternativas da questão anterior:
Errado.
Alternativa errada, pela mesma razão da necessidade do aspecto indispensável das relações
diplomática e consulares para a aplicação do tratado. Veja que este item traz a literalidade do
artigo 63 da CV/1969.
E seguimos com mais uma questão sobre esse mesmo tópico! Será que ele é importante?!
Errado.
Alternativa errada. Afinal em regra tal ruptura não afeta as relações jurídicas estabelecidas
entre as partes pelo tratado, salvo se tais relações forem INDISPENSÁVEIS para a aplicação
do mesmo.
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• Norma jus cogens superveniente: por força do artigo 53 da CV/1969, uma nova norma
jus cogens pode tornar nulos tratados que com ela esteja em conflito.
• Violação substancial do tratado: caso uma das partes deixe de cumprir um tratado, isso
poderá levar ao abandono do mesmo pelos demais, sobretudo se for um tratado bilate-
ral. Todavia, existe uma ressalva em relação a tratados em direitos humanos, conforme
artigo 60 da Convenção de Viena:
Artigo 60
1. Uma violação substancial de um tratado bilateral por uma das partes autoriza a outra parte
a invocar a violação como causa de extinção ou suspensão da execução de tratado, no todo ou
em parte
5. Os parágrafos 1 a 3 não se aplicam às disposições sobre a proteção da pessoa humana contidas
em tratados de caráter humanitário, especialmente às disposições que proíbem qualquer forma de
represália contra pessoas protegidas por tais tratados.
• Conflitos armados: a partir do princípio inter arma silente legis, em caso de conflito
tratados podem ser suspensos ou extintos.
• Caducidade: quando a prática mencionada no tratado é abandonada.
• Denúncia unilateral: no direito dos tratados, quando um Estado ou uma parte se retira
de um tratado, o termo utilizado é denúncia. No caso da denúncia unilateral, a parte
se retira independente da concordância das demais assumindo possíveis penalidades
previstas no tratado.
Desta modalidade de extinção surge uma dúvida muito importante. Professora, no Brasil,
para o processo de ratificação faz-se necessária a concordância do poder legislativo e execu-
tivo, para o processo de denúncia também é necessário a concordância de ambos ou o poder
executivo poderia fazê-lo de modo independente? Por enquanto não existe um posicionamen-
to único sobre isto, visto que o Supremo Tribunal Federal ainda não se posicionou a respeito.
Doutrinariamente, o professor Francisco Rezek defende o Princípio da “tábula rasa”, ou seja,
ambos devem concordar nos dois processos. Afinal, se o Congresso editar uma lei contrária
ao disposto no tratado, isto poderá levar a responsabilização do Estado, logo, importante que
estejam alinhados no processo de entrada e também no processo de saída de um tratado.
Muitas questões já foram cobradas sobre este tópico veja:
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Errado.
Alternativa errada. O poder legislativo não possui competência para celebrar tratados. Isso
não impede que ele crie uma regra interna com o mesmo conteúdo do tratado, mas revigorar
este tratado no âmbito internacional seria impossível.
Mas cuidado, como essa é uma questão controversa e tendo várias vertentes doutrinárias
sobre o tema, o examinador pode apresentar uma questão genérica como esta:
Certo.
Alternativa certa, visto que foi apresentado um apoio doutrinário genérico, sem menção a
posicionamento unânime. Nesse caso, a alternativa não pode ser considerada incorreta, pois
efetivamente temos doutrinadores que admitem a denúncia somente pelo poder executivo
por ser competência privativa do Presidente celebrar tratados.
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E mais uma questão envolvendo esse questionamento que persiste tanto na doutrina
como na jurisprudência:
Errado.
Alternativa errada. Não existe ainda um posicionamento em relação a necessidade da con-
cordância de ambos os poderes para que um tratado seja denunciado.
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QUESTÕES DE CONCURSO
Questão 1 (SENADO/CONSULTOR LEGISLATIVO/2002) De acordo com o art. 2º da Conven-
ção de Viena acerca do direito dos tratados de 1969, entende-se por tratado um acordo inter-
nacional concluído por escrito entre Estados e outros sujeitos de direito internacional ou entre
os próprios sujeitos de direito internacional e regido pelo direito internacional, quer conste de
um instrumento único, quer de dois ou mais instrumentos conexos, qualquer que seja a sua
denominação específica.
Questão 3 (AGU/2003) Tratado internacional é um acordo celebrado por escrito entre su-
jeitos de direito internacional que produz efeito jurídico, qualquer que seja sua denominação
particular.
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Questão 8 (TRT 20ª REGIÃO/JUIZ/2012) “Reserva” significa uma declaração bilateral, qual-
quer que seja a sua redação ou denominação, feita pelos Estados ao ratificarem, assinarem,
aceitarem ou aprovarem um tratado, ou a ele aderirem, com o fito de excluir o efeito jurídico
de certas disposições do acordo.
Questão 11 (INSTITUTO RIO BRANCO/2010) A Convenção de Viena sobre o Direito dos Tra-
tados (1969) enumera as normas imperativas de direito internacional (jus cogens), entre as
quais, a proibição da escravidão.
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a) prevista no corpo de um tratado que tenha sido ratificado por todos os signatários, segun-
do o direito interno de cada um.
b) reconhecida pela comunidade internacional como aplicável a todos os Estados, da qual
nenhuma derrogação é permitida.
c) aprovada pela Assembleia Geral das Nações Unidas e aplicável a todos os Estados mem-
bros, salvo os que apresentarem reserva expressa.
d) de direito humanitário, expressamente reconhecida pela Corte Internacional de Justiça,
aplicável a todo e qualquer Estado em situação de conflito.
Questão 20 (2º REGIÃO/JUIZ FEDERAL/2009) Segundo a Carta da ONU, os tratados não re-
gistrados não podem ser invocados perante órgãos das Nações Unidas.
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Questão 25 (OAB/2006) O instituto da reserva, por ser um instituto geral de direito interna-
cional, é aplicável, sem impedimentos, a todos os tratados.
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Questão 36 (JUIZ FEDERAL/2013) Na regra geral de interpretação dos tratados, está previs-
to o recurso aos trabalhos preparatórios.
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GABARITO
1. E 28. C
2. E 29. E
3. C 30. b
4. E 31. E
5. E 32. C
6. C 33. C
7. E 34. C
8. E 35. E
9. E 36. E
10. C 37. C
11. E 38. E
12. C 39. C
13. E 40. E
14. b 41. b
15. E 42. E
16. C 43. E
17. C 44. E
18. C 45. C
19. C 46. E
20. C 47. d
21. C 48. C
22. E 49. E
23. E 50. c
24. e
25. E
26. C
27. C
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GABARITO COMENTADO
Questão 1 (SENADO/CONSULTOR LEGISLATIVO/2002) De acordo com o art. 2º da Conven-
ção de Viena acerca do direito dos tratados de 1969, entende-se por tratado um acordo inter-
nacional concluído por escrito entre Estados e outros sujeitos de direito internacional ou entre
os próprios sujeitos de direito internacional e regido pelo direito internacional, quer conste de
um instrumento único, quer de dois ou mais instrumentos conexos, qualquer que seja a sua
denominação específica.
Errado.
A questão está errada, visto que o examinador trouxe a Convenção de Viena de 1969 como
base do enunciado e questiona se outros sujeitos do direito internacional ou organizações
internacionais seriam parte em tratado.
Errado.
A questão está errada, visto que o examinador trouxe a Convenção de Viena de 1969 como
base do enunciado e questiona se outros sujeitos do direito internacional ou organizações
internacionais seriam parte em tratado.
Questão 3 (AGU/2003) Tratado internacional é um acordo celebrado por escrito entre su-
jeitos de direito internacional que produz efeito jurídico, qualquer que seja sua denominação
particular.
Certo.
Neste caso, a assertiva é apresentada em termos gerais e, portanto, está CERTA ao mencionar
que tratados podem ser estabelecidos por sujeitos de direito internacional, sem especificar se
serão somente Estados ou se inclui Organizações Internacionais.
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Errado.
Conforme acabamos de estudar, esta alternativa está incorreta, visto que tratados devem ser
necessariamente escritos. Professora, será que vai cair fácil assim na minha prova? Pesso-
al, cuidado! Está fácil porque acabamos de trabalhar este ponto, mas quando juntar todo o
conteúdo você pode acabar caindo numa armadilha sobretudo se o examinador contar uma
história dramática tentando justificar o porquê de o tratado não ter sido escrito.
Errado.
Alternativa também errada, mas que confundiu muitos candidatos pela palavra “prescinde”.
Ora, prescinde significa que algo que não é necessário e no caso da forma escrita ela é obri-
gatória. Pessoal, aproveito para salientar que a incorreção da assertiva não está na utilização
do termo “tratado internacional”, visto que o pleonasmo que já justifiquei para os senhores é
“aceitável” para alguns doutrinadores.
Certo.
O candidato desatento marcaria sem pensar ERRADO, afinal a CV/1969 não se aplica a trata-
dos envolvendo OIs. Todavia, o tratado da questão é o que constitui a OI e, portanto, formado
por Estados. Nesse caso, a OI constitui o resultado do tratado e não parte dele, razão pela qual
a alternativa está CERTA!
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Errado.
Conforme abordado, o Brasil já ratificou a CV/1969 e, portanto, ela vincula o Brasil como um
tratado e não apenas como direito consuetudinário.
Questão 8 (TRT 20ª REGIÃO/JUIZ/2012) “Reserva” significa uma declaração bilateral, qual-
quer que seja a sua redação ou denominação, feita pelos Estados ao ratificarem, assinarem,
aceitarem ou aprovarem um tratado, ou a ele aderirem, com o fito de excluir o efeito jurídico
de certas disposições do acordo.
Errado.
Alternativa errada! A reserva é unilateral! Não se esqueça!
Errado.
Alternativa errada! Esta assertiva é um pouco mais complexa e duplamente errada. Primei-
ro que o Ministro das Relações Exteriores não tem o dever de apresentar a carta. Não está
convencido deste erro. Pois então gabarite a questão pela compreensão do segundo erro: a
assinatura não gera o caráter definitivo da manifestação do consentimento do Estado, que só
aparece com a ratificação. Este diferencial será estudado logo mais.
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Certo.
Esta alternativa está CERTA, visto que é exatamente o que trabalhamos acima. O acordo exe-
cutivo não precisa da aprovação do Congresso Nacional para ser aplicado em nosso ordena-
mento nacional. Importante aqui é lembrar que nem sempre a ratificação precisa ocorrer para
gerar o engajamento do Estado.
Questão 11 (INSTITUTO RIO BRANCO/2010) A Convenção de Viena sobre o Direito dos Tra-
tados (1969) enumera as normas imperativas de direito internacional (jus cogens), entre as
quais, a proibição da escravidão.
Errado.
Neste caso a alternativa está errada, não pelos exemplos de jus cogens, e sim, por mencionar
que elas estariam enumeradas na Convenção de Viena.
Certo.
Ainda sobre a mesma temática, veja esta questão um pouco mais elaborada, mas que está
correta. Lembre-se que a literalidade do artigo 53 da Convenção de Viena já informa a nulida-
de de tratados contrários a normas consideradas jus cogens.
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tratado que, no momento de sua conclusão, conflite com norma imperativa de direito inter-
nacional geral, de conformidade com o que estabelece a Convenção de Viena sobre o Direito
dos Tratados.
Errado.
Muito cuidado! Nem a vontade das partes retira o aspecto de superioridade das normas jus
cogens. Logo, esta alternativa está errada.
Letra b.
De acordo com a literalidade do artigo 53 da CV/1969. Lembrando que não existe uma lista de
tais regras e não existe possibilidade de reserva as mesmas devido a seu aspecto imperativo.
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Errado.
A palavra “apenas” já traz aquela ideia de que a questão está incorreta, mas a leitura do termo
retificação ao invés de ratificação, confirma que a alternativa está errada.
Certo.
Alternativa certa. Questão simples e tranquila que pode confundir justamente por isso. Ques-
tão que trazem a menção “entre outros” já deixa um sinal de que está correta, pois não apre-
sentará uma lista taxativa de possibilidades. Mas cuidado, o examinador poderia trocar rati-
ficação por retificação como o fez na questão acima.
Certo.
Alternativa certa visto que um dos efeitos da assinatura é justamente a abstenção do Estado
de frustrar o objeto e finalidade do tratado.
Certo.
Na mesma linha, esta alternativa também está certa. Veja a importância da resolução de
questões para verificar os pontos mais cobrados.
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Certo.
Esta alternativa está CERTA, sendo a literalidade do artigo 49, I, da CF/1988. O(a) candidato(a)
poderia argumentar que a competência prevista no artigo 84, VIII, da CF/1988 amplia a com-
petência do artigo 49, visto que não menciona quais acordos deveriam ser referendados pelo
Congresso Nacional. Todavia, CUIDADO! Alternativas que trazem a literalidade não devem ser
respondidas pela lógica do todo e sim pelo conhecimento da especificidade pontual.
Questão 20 (2º REGIÃO/JUIZ FEDERAL/2009) Segundo a Carta da ONU, os tratados não re-
gistrados não podem ser invocados perante órgãos das Nações Unidas.
Certo.
Alternativa certa de acordo com a literalidade do art. 102.2 da Carta da ONU:
Nenhuma parte em qualquer tratado ou acordo internacional que não tenha sido registrado de
conformidade com as disposições do parágrafo 1 deste Artigo poderá invocar tal tratado ou acordo
perante qualquer órgão das Nações Unidas.
Certo.
Alternativa CERTA, visto que o referencial da questão deixou em aberto quem são esses de-
fensores. Logo, a racionalidade da utilização da limitação aos acordos que acarretem encar-
gos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional está correta. Lembre-se que este não
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Errado.
Só para aproveitar, devemos lembrar que empresas e pessoas físicas não têm capacidade
postulatória perante a Corte Internacional de Justiça. Para isso ele precisará que um Estado
o represente. Ao fazê-lo o Estado endossa tal reclamação. Mas mesmo que você não se lem-
bre do Endosso, você com certeza lembraria que isso não é ratificação, portanto alternativa
errada.
Errado.
Alternativa errada. Veja que o “tão-só” já aponta para o erro da questão, confirmado pelo co-
nhecimento de que a reserva visa modificar ou excluir tal efeito.
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a) a denúncia.
b) a cláusula rebus sic stantibus.
c) a suspensão.
d) o jus cogens.
e) a reserva.
Letra e.
Alternativa “e” como certa justamente por ser esse instrumento de modificação de efeitos em
relação a determinado dispositivo que possa estar em conflito com seu direito interno.
Questão 25 (OAB/2006) O instituto da reserva, por ser um instituto geral de direito interna-
cional, é aplicável, sem impedimentos, a todos os tratados.
Errado.
Alternativa errada. Tranquila não é mesmo?! Afinal sabemos que existem situações que im-
possibilitam a imposição de reserva como apresentado logo acima.
Certo.
Alternativa certa, sendo a literalidade da terceira impossibilidade da apresentação de reserva.
Ou seja, não existindo previsão expressa, a impossibilidade só existiria se a reserva fosse in-
compatível com seu objeto e sua finalidade.
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Certo.
Alternativa correta. Lembre-se que o poder legislativo não pode retirar reservas impostas pelo
poder executivo.
Certo.
Alternativa certa. Lembre-se que plenipotenciário é aquele que representa o Estado a partir da
apresentação de uma carta de plenos poderes.
Errado.
Alternativa errada. Caso o poder executivo não considere a apreciação do Congresso Nacio-
nal teríamos um caso de ratificação imperfeita que não é admitido no direito internacional.
Logo, motivos que levam a edição de Medidas Provisórias (relevância e urgência) não podem
ser utilizados para a não observância do processo de ratificação de tratados no Brasil.
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Alice Rocha
Letra b.
Alternativa certa é a “b”. Observe que o objetivo da reserva é justamente impedir a aplicação
de determinada cláusula ao Estado que a apresenta, não precisando a mesma ser aprovada
pelos demais (erro da letra “c”).
Errado.
Alternativa errada. Visto que temos a possibilidade de aplicação provisória ou entrada em
vigor à medida que as partes ratifiquem, quem determinará será o texto do tratado. Logo,
a concordância de todas as partes não será sempre necessária.
Certo.
Alternativa certa. O tratado entra em vigor na data estabelecida em seu texto e caso não exista
tal previsão, terá um processo gradual de entrada em vigor a partir da apresentação da ratifi-
cação das partes. Afinal, imaginem uma situação com 100 partes, seria muito difícil aguardar
as 100 ratificações para que o tratado entrasse em vigor. Isso poderia levar décadas!
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no todo. Por outro lado, havendo a possibilidade de apresentar-se reservas no tratado inter-
nacional sob apreciação, o Poder Legislativo poderá fazê-lo, cabendo ao Poder Executivo jul-
gar da conveniência e oportunidade de ratificar o tratado com as ditas reservas congressuais.
Certo.
Alternativa certa. Esta alternativa apresenta um bom resumo. Estudamos aqui que ambos os
poderes podem apresentar reserva e que caberá ao poder executivo determinar se ratifica ou
não o tratado com as reservas apresentadas pelo Congresso. Mas, professora, o professor
Rezek menciona que o poder legislativo só pode apresentar restrições. Ok, mas como a ques-
tão menciona somente “renomados internacionalistas” basta lembrar que existe o professor
Mazzuoli que segue a lógica da assertiva.
Certo.
Alternativa correta. Essa é justamente a hipótese de “ratificação imperfeita” que permite invo-
car o direito interno como justificativa para descumprimento de um tratado.
Errado.
Alternativa errada. Lembre-se que o motor do direito internacional é a vontade dos Estados
e sendo assim, eles podem pactuar essa aplicabilidade restrita conforme o artigo 29 da Con-
venção de Viena.
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Errado.
Alternativa errada! Lembre-se que os trabalhos preparatórios estão previstos como meio su-
plementar de interpretação do artigo 32 e não como regra geral prevista no artigo 31.
Certo.
Alternativa certa! Veja que ele expressou por escrito que será depositário e, portanto, perma-
nece engajado independente de ser parte deste tratado.
Errado.
Alternativa errada. Guarde a informação de que tratados geram efeitos na comunidade in-
ternacional como um todo, afinal o interesse dos Estados pode modificar em relação a este
novo limite estabelecido. Imagine que um curso de um importante mude de soberania como
consequência desta alteração.
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Certo.
Alternativa certa, conforme artigo 62 da Convenção de Viena de 1969.
Errado.
Alternativa errada. Visto que a cláusula rebus sic stantibus não pode ser invocada unilateral-
mente, deve haver a concordância das partes.
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e) extingue todas as relações jurídicas decorrentes do tratado, com efeitos ex nunc, dada pre-
visão geral contida na Convenção.
Letra b.
Conforme estudado, só ocorrerá o rompimento em caso de indispensabilidade de tais rela-
ções para a aplicação do tratado.
Errado.
Alternativa errada, pela mesma razão da necessidade do aspecto indispensável das relações
diplomática e consulares para a aplicação do tratado. Veja que este item traz a literalidade do
artigo 63 da CV/1969.
Errado.
Alternativa errada. Afinal em regra tal ruptura não afeta as relações jurídicas estabelecidas
entre as partes pelo tratado, salvo se tais relações forem INDISPENSÁVEIS para a aplicação
do mesmo.
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Errado.
Alternativa errada. O poder legislativo não possui competência para celebrar tratados. Isso
não impede que ele crie uma regra interna com o mesmo conteúdo do tratado, mas revigorar
este tratado no âmbito internacional seria impossível.
Certo.
Alternativa certa, visto que foi apresentado um apoio doutrinário genérico, sem menção a
posicionamento unânime. Nesse caso, a alternativa não pode ser considerada incorreta, pois
efetivamente temos doutrinadores que admitem a denúncia somente pelo poder executivo
por ser competência privativa do Presidente celebrar tratados.
Errado.
Alternativa errada. Não existe ainda um posicionamento em relação a necessidade da con-
cordância de ambos os poderes para que um tratado seja denunciado.
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c) a intenção do Estado de assinar o tratado sob reserva de ratificação decorrer dos plenos
poderes de seu representante ou tiver sido manifestada durante a negociação.
d) todas as partes acordarem, posteriormente, que tal consentimento possa ser manifestado,
pelo referido Estado, mediante adesão.
e) esse tratado dispuser que esse consentimento se manifeste pela ratificação.
Letra d.
A alternativa “d” é certa, conforme a literalidade do artigo 15 da CV/1969.
Certo.
claração unilateral feita expressamente com essa denominação por um Estado no momento
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Errado.
Alternativa errada, visto que não importa a denominação dada pelo Estado. Cobrança da lite-
ralidade da CV/1969.
dos internacionais com normas contraditórias entre si, devem ser respeitadas certas regras,
que são enunciadas pela Convenção de Viena. Aponte, portanto, a afirmação INCORRETA:
a) quando os dois tratados não têm como contratantes os mesmos Estados, estabelecendo-
-se entre um Estado parte em ambos os tratados e um Estado parte somente no tratado mais
b) quando os dois tratados não têm como contratantes os mesmos Estados, estabelecen-
do-se entre um Estado parte em ambos os tratados e um Estado parte somente no tratado
c) entre os Estados parte nos dois tratados só se aplica o anterior no que ele não for compa-
cional, sendo que os conflitos porventura existentes são na maioria das vezes resolvidos por
meio de interpretação.
Letra c.
A alternativa “c” é o gabarito da questão por ser a única alternativa ERRADA. Cuidado com
este tipo de questão que cobra a alternativa incorreta. No caso da letra “c” a incorreção é jus-
tamente que entre as mesmas partes aplica-se o disposto posteriormente pelo princípio da
temporalidade.
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