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1º BLOCO ...........................................................................................................................................................................................

3
I. Contratos Administrativos ...................................................................................................................................................... 3
• Contratos ........................................................................................................................................................................... 3
• Contratos da Administração............................................................................................................................................... 3
• Normas Legais Relacionadas ............................................................................................................................................ 5
• Lei 8666/93 ........................................................................................................................................................................ 5
• Características dos Contratos Administrativos .................................................................................................................. 6
• Consensualidade ............................................................................................................................................................... 6
• Regime Jurídico Público (Presença da Administração Pública Exercendo o papel de Poder Público).............................. 6
• Finalidade Pública.............................................................................................................................................................. 7
• Forma prescrita em lei ....................................................................................................................................................... 7
• Contratos Verbais .............................................................................................................................................................. 9
• Procedimento Legal ........................................................................................................................................................... 9
• Lei 10.973/04 ................................................................................................................................................................... 10
2º BLOCO ......................................................................................................................................................................................... 12
I. Continuação de Contratos Administrativos .......................................................................................................................... 12
• Desequilíbrio Contratual em Prol da Administração......................................................................................................... 12
• Instabilidade ..................................................................................................................................................................... 17
• Comutatividade ................................................................................................................................................................ 17
• Mutabilidade..................................................................................................................................................................... 18
• Eficácia ............................................................................................................................................................................ 19
3º BLOCO ......................................................................................................................................................................................... 20
I. Formalização dos Contratos ................................................................................................................................................ 20
• Instrumentos Contratuais ................................................................................................................................................. 20
• Instrumento ou Termo de Contrato .................................................................................................................................. 21
• Conteúdo ......................................................................................................................................................................... 21
• As cláusulas Contratuais (Art. 55 da Lei 8.666/93). ......................................................................................................... 21
• Contratos de Direito Privado ............................................................................................................................................ 22
• Registro e Arquivamento ................................................................................................................................................. 23
• Vinculações da Administração e do Particular ................................................................................................................. 24
II. Alteração dos Contratos ....................................................................................................................................................... 25
• Unilateralmente pela Administração ................................................................................................................................ 25
• Por Acordo das Partes ..................................................................................................................................................... 26
• Equilíbrio Econômico Financeiro...................................................................................................................................... 26

Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins
comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AlfaCon Concursos Públicos.
4º BLOCO ......................................................................................................................................................................................... 27
I. Execução dos Contratos ...................................................................................................................................................... 27
• Fiscalização ..................................................................................................................................................................... 27
• Obrigações do Contratado ............................................................................................................................................... 28
• Subcontratação ................................................................................................................................................................ 29
• Recebimento do Objeto do Contrato................................................................................................................................ 30
• Responsabilidade do Contratado ..................................................................................................................................... 31
• Rejeição do Objeto .......................................................................................................................................................... 31
II. Inexecução e Rescisão dos Contratos ................................................................................................................................. 31
III. Rescisão do Contrato ........................................................................................................................................................... 37
5º BLOCO ......................................................................................................................................................................................... 39
I. Exercícios Relativos ao Encontro ......................................................................................................................................... 39

Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins
comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AlfaCon Concursos Públicos.
I. CONTRATOS ADMINISTRATIVOS
• CONTRATOS
Antes de entrarmos propriamente no estudo dos contratos administrativos, é importante entender o que seja
contrato.
Do latim “contractu”, trato com, pode-se definir contrato como um acordo de vontades que cria, modifica ou
extingue direitos, evolvendo duas ou mais pessoas, físicas ou jurídicas, onde as partes, livremente, se comprometam
a cumprir obrigações determinadas segundo o que nele está disposto.
Segundo Washington de Barros Monteiro, contrato é “o acordo de vontades que tem por fim criar, modificar ou
extinguir um Direito”.
Caracterizado como um negócio jurídico, para legislação brasileira a validade do contrato só ocorre se o for
firmado entre agentes capazes, se o objeto for lícito, possível, determinado ou determinável e se tiver forma prescrita
ou não defesa em lei.
Cabe ainda ressaltar eu as partes signatárias de um contrato apresentam interesses opostos. Enquanto um
comprador deseja obter o bem, o vendedor deseja obter o lucro.
Do exposto, cabe destacar então algumas características:
 Autonomia de vontades: para ser válido, o contrato deve ser firmado livremente entre as partes, ou seja, a
vontade das partes deve ser autônoma havendo liberdade para firmar o que melhor lhes convenha.
 Interesses opostos: quando ocorre a assinatura de um contrato, as partes envolvidas terão sempre interesses
divergentes.
Por exemplo na contratação para prestação de um serviço. O contratante deseja atender suas necessidades
mediante a prestação do serviço por ele contratado. Já o prestador do serviço o faz para obtenção de receita e, na
maioria dos casos, um lucro.
Se os interesses não fossem divergentes, não se trataria de contrato e sim de convênio, como, por exemplo, uma
entidade sem fins lucrativos cujo objetivo é disponibilizar educação para pessoas com necessidades especiais. Se o
Estado, em algum momento, também desejar prestar esse serviço, por entender que é de utilidade pública, poderá
presta-lo por intermédio dessa entidade, firmando um convênio onde a entidade fornece o serviço e o Estado os
recursos financeiros para custeá-lo. Note que o objetivo da entidade não é lucrar prestando os serviço, tanto que ela
já o fazia mesmo antes.
Dessa forma, enquanto o contrato se caracteriza por interesses opostos que se encontram, o convênio é marcado
pela coexistência de interesses convergentes que nele se integram.
 Subordinação à legalidade: a vontade não é absoluta e sofre então uma limitação, qual seja, a lei. Assim, não
será considerado válido o contrato que tenha um objeto ilícito, proibido pelo ordenamento jurídico. De forma mais
ampla inclui-se também como limitador a moralidade e a ordem pública.
 Força obrigatória das convenções: o que for pactuado deve ser cumprido (pacta sunt servanda). Tendo a
avença cumprido todos os requisitos, as partes, em regra, terão de cumprir o que foi acordado, uma vez que
concordaram livremente com seus termos.
• CONTRATOS DA ADMINISTRAÇÃO
Como pessoas jurídicas que são os entes federativos, em todas as esferas de governo, necessitam realizar
negócios jurídicos para cumprir sua missão institucional, qual seja, garantia da ordem pública, da paz social, do bem
comum.
Porém, em função do norteador superior que rege seus atos, a supremacia do interesse público, e por representar
o interesse de toda população, os negócios jurídicos realizados pela Administração Pública requerem atenção e
cuidados especiais, afinal, os recursos envolvidos são públicos e os interesses também.
Tais avenças são os chamados “contratos da administração”.
Dependendo das características do objeto do contrato, haverá a necessidade de maiores ou menores cuidados
em relação à lavratura desses termos de acordo, pois, em determinadas situações, o interesse da coletividade
poderá estar mais ou menos exposto, ou ainda, as características do objeto ou da atuação da Administração na
Economia a obrigarão a se comportar como se particular fosse.

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É certo que toda ação da Administração Pública deve visar o atendimento aos interesses públicos. Porém, alguns
contratos possuem objetos muito mais sensíveis e caros à sociedade tornando-se imprescindível uma maior cautela.
Por outro lado, a administração também não pode, deliberadamente, a pretexto de preservar o interesse público,
invadir a esfera particular valendo-se do seu poder de império e sujeitando o cidadão comum em uma relação de
superioridade sem uma devida justificativa.
Desse modo, a Administração só pode fazer uso de seu pode de império quando indispensável à preservação do
interesse coletivo. Tanto que a própria Constituição Federal restringe o poder dessa conduta ao tratar dos contratos
realizados por empresas públicas e sociedades de economia mista que realizam atividades econômicas,
determinando em seu art. 173, § 1º, II, que essas entidades devem estar sujeitas ao mesmo regime jurídico das
empresas privadas.
Mesmo na proteção do interesse comum, os contratos administrativos regem-se não só pelas suas cláusulas,
mas, também, pelos preceitos de direito público, aplicando-se lhes supletivamente as normas de direito privado. Tal
afirmação está balizada no art. 54 da lei 8666/93.
Art. 54 - Os contratos administrativos de que trata esta Lei regulam-se pelas suas cláusulas e
pelos preceitos de direito público, aplicando-se lhes, supletivamente, os princípios da teoria geral
dos contratos e as disposições de direito privado.
Analisando essas características, dependendo da corrente doutrinária, pode-se então dividir os contratos,
conforme o regime jurídico em contratos de direito privado e contratos de direito público.
Segundo Alexandre Magno “Contrato da administração é todo aquele realizado por entidades da Administração
Pública entre si ou com particulares. Pode ser regido, integral ou parcialmente, pelo Direito Público ou apenas pelo
Direito Privado”.
“O contrato administrativo é uma espécie de contrato da administração regido integralmente por normas de Direito
Público, ou seja, aplicam-se a ele todos os dispositivos da Lei 8.666/93. Porém, a própria lei permite utilizar,
subsidiariamente, “os princípios da teoria geral dos contratos e as disposições de direito privado” (art. 54, caput) A
sua principal característica é a presença de cláusulas exorbitantes, decorrentes do princípio da supremacia do
interesse público e que determinam várias prerrogativas à Administração Pública, como os poderes de alterar e
rescindir unilateralmente o contrato.”
“Existem também contratos realizados pela Administração que podem ser considerados semipúblicos, ou seja,
obedecem a apenas algumas normas da Lei 8.666/93, sendo regidos predominantemente pelo Direito Privado. O art.
62, § 3° enumera exemplos de contratos regidos pelo Direito Privado: “contratos de seguro, de financiamento, de
locação em que o Poder Público seja locatário” e “contratos em que a Administração for parte como usuária de
serviço público”. Nesses casos, aplicam-se apenas os seguintes artigos da lei: 55 (cláusulas necessárias no
contrato); 58 (cláusulas exorbitantes); 59 (nulidade do contrato); 60 (formalização do contrato) e 61 (elementos
indispensáveis do contrato). Portanto, não incidem sobre esses contratos vários dispositivos da lei, como os
referentes à exigência de garantias (art. 56), à duração do contrato (art. 57) e à alteração unilateral dos contratos (art.
65)”.
“Finalmente, os contratos da Administração podem ser regidos integralmente por normas de Direito Privado.
Trata-se dos contratos realizados por empresas públicas e sociedades de economia mista que realizam atividades
econômicas, pois, de acordo com a Constituição Federal (art. 173, § 1º, II), essas entidades devem estar sujeitas ao
mesmo regime jurídico das empresas privadas”.
Maria Sylvia Zanella Di Pietro, ensina que os contratos celebrados pela Administração Pública compreendem, quanto
ao regime jurídico, duas modalidades:
 Contratos de direito privado, como a compra e venda, a doação, o comodato, regidos pelo Código Civil,
parcialmente derrogados por normas publicitas;
 Contratos administrativos, dentre os quais incluem-se:
a) os tipicamente administrativos, sem paralelo no direito privado e, segundo a nobre autora, inteiramente regidos
pelo direito público, como a concessão de serviço público, de obra pública e de uso de bem público;
b) os que têm paralelo no direito privado, mas são também regidos pelo direito público, como o mandato, o
empréstimo, o depósito, a empreitada.

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O tipo de contrato firmado, se de direito público ou privado, é definido pela necessidade de proteger o interesse
público em relação ao interesse particular. Dessa forma, o regime jurídico de direito público predominará em um
contrato todas as vezes que a administração tenha necessidade de se colocar em posição de supremacia em relação
ao particular com o fim de garantir que o interesse público seja preservado.
Conclui-se então que os contratos administrativos regulam-se pelas chamadas cláusulas de privilégio e pelos
preceitos de direito público, aplicando-se lhes, supletivamente, os princípios da teoria geral dos contratos e as
disposições de direito privado.
• NORMAS LEGAIS RELACIONADAS
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
A Carta Magna de 1988 estabeleceu como privativa da União a competência para legislar sobre normas gerais de
licitação e contratação, em todas as modalidades, para as administrações públicas diretas, autárquicas e
fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as
empresas públicas e sociedades de economia mista.
O art. 37, XXI estabelece que ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e
alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos
os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da
proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica
indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.
Como a regra geral é de competência da união, cabe a Estados e Municípios estabelecerem regras
suplementares.
• LEI 8666/93
Art. 62 -
o
§3 - Aplica-se o disposto nos arts. 55 e 58 a 61 desta Lei e demais normas gerais, no que couber:
I. aos contratos de seguro, de financiamento, de locação em que o Poder Público seja
locatário, e aos demais cujo conteúdo seja regido, predominantemente, por norma de direito
privado;
II. aos contratos em que a Administração for parte como usuária de serviço público.
CONCEITO
Segundo Hely Lopes Meirelles, "contrato administrativo é o ajuste que a Administração Pública, agindo nessa
qualidade, firma com particular ou com outra entidade administrativa para a consecução de objetivos de interesse
público, nas condições estabelecidas pela própria Administração".
Quando o ilustre autor utiliza a expressão “ajuste”, fica claro que o contrato administrativo é um negócio jurídico
firmado com a Administração, ou seja, um negócio em que a mesma será uma das partes. Porem, a expressão
“agindo nessa qualidade”, deixa claro que, em função da importância do objeto dessa avença, a administração
deverá ter cuidados especiais, acautelando-se na proteção do interesse público.
Para tanto a Administração necessita de mecanismos legais que lhe permitam firmar contratos que a coloquem
em posição de supremacia. Isso para que possa, utilizando seu poder de império, fazer cumprir o contrato com o
máximo de ganho para a sociedade, afinal, ambas as partes representam interesses opostos, quando, por exemplo,
em um contrato de concessão de serviços públicos, a sociedade deseja serviços públicos de qualidade, enquanto o
particular deseja o lucro.
Como em qualquer estado de direito, onde ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão
em virtude de lei, é a lei que estabelece os mecanismos para que a administração pública possa garantir a
supremacia do interesse público sobre o particular quando firma contratos administrativos, estabelecendo um regime
jurídico administrativo que se caracteriza pelo estabelecimento de prerrogativas e sujeições.
A lei 8666/93, no parágrafo único do seu art. 2º define contrato de forma ampla como sendo “todo e qualquer
ajuste entre órgãos ou entidades da Administração Pública e particulares, em que haja um acordo de vontades para a
formação de vínculo e a estipulação de obrigações recíprocas, seja qual for a denominação utilizada”.

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Como principal mandamento legal que disciplina a matéria, essa lei regulamenta o art. 37, inciso XXI, da
Constituição Federal visto acima, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras
providências.
Esta Lei estabelece normas gerais sobre licitações e contratos administrativos pertinentes a obras, serviços,
inclusive de publicidade, compras, alienações e locações no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios.
Subordinam-se ao regime desta Lei, além dos órgãos da administração direta, os fundos especiais, as autarquias,
as fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades de economia mista e demais entidades controladas
direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios.
OUTRAS LEIS
Várias leis versam sobre contrato, mas de forma específica às matéria a que se referem., sendo às suas regras
aplicadas as regras da lei 8.666/93 de forma subsidiária. São elas:
LEI Nº 8.987/95
Esse lei Dispõe sobre o regime de concessão e permissão da prestação de serviços públicos previsto no art. 175
da Constituição Federal, e dá outras providências.
Estabelece a lei que as concessões de serviços públicos e de obras públicas e as permissões de serviços
públicos reger-se-ão pelos termos do art. 175 da Constituição Federal, por esta Lei, pelas normas legais pertinentes e
pelas cláusulas dos indispensáveis contratos.
LEI Nº 9.074/95
Estabelece normas para outorga e prorrogações das concessões e permissões de serviços públicos e dá outras
providências
o
Sujeitam-se ao regime de concessão ou, quando couber, de permissão, nos termos da Lei n 8.987, de 13 de
fevereiro de 1995, os seguintes serviços e obras públicas de competência da União:
 Vias federais, precedidas ou não da execução de obra pública;
 Exploração de obras ou serviços federais de barragens, contenções, eclusas, diques e irrigações, precedidas ou
não da execução de obras públicas;
 Estações aduaneiras e outros terminais alfandegados de uso público, não instalados em área de porto ou
aeroporto, precedidos ou não de obras públicas.
 Os serviços postais.
Outras leis esparsas foram editadas visando a regulamentação de serviços específicos como as leis nº9427/97
(energia elétrica) e 9472/97 (telecomunicações), além da lei 11079/2004 que regulamenta as parecerias público
privadas.
• CARACTERÍSTICAS DOS CONTRATOS ADMINISTRATIVOS
Em função de suas peculiaridades, é possível apontar várias características para os contratos administrativos. São
elas:
• CONSENSUALIDADE
Como é da natureza de qualquer contrato, ao contrario dos atos administrativos, os contratos administrativos são
atos bilaterais, pois só se poderão ser firmados se houver um acordo de vontades entre as partes.
Assim, o particular não é obrigado a contratar com a Administração, estando livre para escolher aquilo que melhor
lhe convier.
• REGIME JURÍDICO PÚBLICO (PRESENÇA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EXERCENDO O PAPEL DE
PODER PÚBLICO)
O papel da administração pública é garantir a supremacia do interesse público, para tanto utilizará das
prerrogativas que a lei lhe outorga se apresentando com seu poder de império em uma relação que alguns autores
classificam como de verticalidade em relação ao particular.
Exemplo da externação desse poder é a presença, nos contratos administrativos das clausulas exorbitantes que,
se presentes em contratos regidos pelo regime jurídico de direito privado, poderia torna-lo nulo, em razão do
desequilíbrio provocado para uma das partes, nesse caso a Administração Pública.

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• FINALIDADE PÚBLICA
Todo e qualquer contrato firmado pela administração deverá sempre buscar atender ao bem comum, mesmo que
seja de forma reflexa. Por esse motivo, mesmo nos contratos com natureza jurídica de direito privado, a finalidade
pública deve estar presente. No caso do contrato administrativo essa finalidade é aparente e direta.
• FORMA PRESCRITA EM LEI
Antes de iniciarmos a descrição dessas características é importante uma diferenciação entre contrato e
instrumento de contrato.
Contrato é o acordo firmado, enquanto instrumento de contrato é a materialização desse acordo, que pode ser
feita de várias formas, inclusive verbal. A lei 8666/93 chama de “instrumento de contrato” o instrumento de contrato
mais detalhado, complexo e formal que conterá varias clausulas obrigatórias.
Segundo o art. 62 da lei 8666/93, o instrumento de contrato é obrigatório nos casos de concorrência e de tomada
de preços, bem como nas dispensas e inexigibilidades cujos preços estejam compreendidos nos limites destas duas
modalidades de licitação, e facultativo nos demais em que a Administração puder substituí-lo por outros instrumentos
hábeis, tais como carta-contrato, nota de empenho de despesa, autorização de compra ou ordem de execução de
serviço. A minuta do futuro contrato integrará sempre o edital ou ato convocatório da licitação.
A elaboração do contrato terá por base o instrumento convocatório, já que lá devem constar todas as regras
referentes à licitação e ao posterior contrato. Tanto que a lei determina que constitui anexo do edital, dele fazendo
parte integrante, a minuta do contrato a ser firmado entre a Administração e o licitante vencedor. Se o contrato foi
celebrado sem licitação, ele deverá ser elaborado tendo por base o ato que autorizou a proposta.
Segundo o art. 55 da mesma lei, são cláusulas necessárias em todo contrato as que estabeleçam:
 O objeto e seus elementos característicos;
 O regime de execução ou a forma de fornecimento;
 O preço e as condições de pagamento, os critérios, data-base e periodicidade do reajustamento de preços, os
critérios de atualização monetária entre a data do adimplemento das obrigações e a do efetivo pagamento;
 Os prazos de início de etapas de execução, de conclusão, de entrega, de observação e de recebimento
definitivo, conforme o caso; é importante citar que é vedado o contrato com prazo de vigência indeterminado
 O crédito pelo qual correrá a despesa, com a indicação da classificação funcional programática e da categoria
econômica;
 As garantias oferecidas para assegurar sua plena execução, quando exigidas;
 Os direitos e as responsabilidades das partes, as penalidades cabíveis e os valores das multas;
 Os casos de rescisão;
 O reconhecimento dos direitos da administração, em caso de rescisão administrativa prevista no art. 77 desta lei;
 As condições de importação, a data e a taxa de câmbio para conversão, quando for o caso;
 A vinculação ao edital de licitação ou ao termo que a dispensou ou a inexigiu, ao convite e à proposta do licitante
vencedor;
 A legislação aplicável à execução do contrato e especialmente aos casos omissos;
 A obrigação do contratado de manter, durante toda a execução do contrato, em compatibilidade com as
obrigações por ele assumidas, todas as condições de habilitação e qualificação exigidas na licitação.
A despeito da lei 8.666/93 estabelecer clausulas obrigatórias para os contratos administrativos em geral, a lei
8.987/95 estabeleceu regramento específico para esse tipo de contrato em especial, sedo aquela aplicada
subsidiariamente.
Segundo o art. 23 da lei 8.987 são cláusulas essenciais do contrato de concessão as relativas:
 Ao objeto, à área e ao prazo da concessão;
 Ao modo, forma e condições de prestação do serviço;
 Aos critérios, indicadores, fórmulas e parâmetros definidores da qualidade do serviço;
 Ao preço do serviço e aos critérios e procedimentos para o reajuste e a revisão das tarifas;
 Aos direitos, garantias e obrigações do poder concedente e da concessionária, inclusive os relacionados às
previsíveis necessidades de futura alteração e expansão do serviço e consequente modernização,
aperfeiçoamento e ampliação dos equipamentos e das instalações;
 Aos direitos e deveres dos usuários para obtenção e utilização do serviço;
 À forma de fiscalização das instalações, dos equipamentos, dos métodos e práticas de execução do serviço, bem
como a indicação dos órgãos competentes para exercê-la;

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 Às penalidades contratuais e administrativas a que se sujeita a concessionária e sua forma de aplicação;
 Aos casos de extinção da concessão;
 Aos bens reversíveis;
 Aos critérios para o cálculo e a forma de pagamento das indenizações devidas à concessionária, quando for o
caso;
 Às condições para prorrogação do contrato;
 À obrigatoriedade, forma e periodicidade da prestação de contas da concessionária ao poder concedente;
 À exigência da publicação de demonstrações financeiras periódicas da concessionária; e
 Ao foro e ao modo amigável de solução das divergências contratuais.
Os contratos relativos à concessão de serviço público precedido da execução de obra pública deverão,
adicionalmente:
 Estipular os cronogramas físico-financeiros de execução das obras vinculadas à concessão; e
 Exigir garantia do fiel cumprimento, pela concessionária, das obrigações relativas às obras vinculadas à
concessão.
Das clausulas vista acima, as que se prestam a estabelecer o equilíbrio econômico do contrato são denominadas
financeiras, pois versam sobre preço e critérios de reajustamento. Já as que se referem ao objeto do contrato, forma
de execução, responsabilidades das partes, dentre outras, são denominada de regulamentares.
Nos contratos celebrados pela Administração Pública com pessoas físicas ou jurídicas, inclusive aquelas
domiciliadas no estrangeiro, deverá constar necessariamente cláusula que declare competente o foro da sede da
Administração para dirimir qualquer questão contratual, salvo nas licitações internacionais para a aquisição de bens e
serviços cujo pagamento seja feito com o produto de financiamento concedido por organismo financeiro internacional
de que o Brasil faça parte, ou por agência estrangeira de cooperação. Salvo ainda nos casos de contratação com
empresa estrangeira, para a compra de equipamentos fabricados e entregues no exterior, desde que para este caso
tenha havido prévia autorização do Chefe do Poder Executivo, nem nos casos de aquisição de bens e serviços
realizada por unidades administrativas com sede no exterior.
Em "carta contrato", "nota de empenho de despesa", "autorização de compra", "ordem de execução de serviço" ou
outros instrumentos hábeis aplica-se, no que couber, o disposto no art. 55 onde estão descritas as cláusulas
necessárias em todo contrato citadas acima.
Segundo a lei, é dispensável o "termo de contrato" e facultada a substituição vista acima, a critério da
Administração e independentemente de seu valor, nos casos de compra com entrega imediata e integral dos bens
adquiridos, dos quais não resultem obrigações futuras, inclusive assistência técnica.
Respeitando o princípio da anualidade, a lei 8666/93 determina que a duração dos contratos regidos por ela ficará
adstrita à vigência dos respectivos créditos orçamentários, ou seja, dentro do exercício financeiro, até 31 de
dezembro, exceto quanto aos relativos:
 Aos projetos cujos produtos estejam contemplados nas metas estabelecidas no Plano Plurianual, os quais
poderão ser prorrogados se houver interesse da Administração e desde que isso tenha sido previsto no ato
convocatório;
 À prestação de serviços a serem executados de forma contínua, que poderão ter a sua duração prorrogada por
iguais e sucessivos períodos com vistas à obtenção de preços e condições mais vantajosas para a
administração, limitada a sessenta meses. Em caráter excepcional, devidamente justificado e mediante
autorização da autoridade superior, este prazo poderá ser prorrogado por até doze meses;
 Ao aluguel de equipamentos e à utilização de programas de informática, podendo a duração estender-se pelo
prazo de até 48 (quarenta e oito) meses após o início da vigência do contrato.
 Caso haja interesse da administração, em determinadas situações, cujos contratos poderão ter vigência por até
120 (cento e vinte) meses. São eles:
a) Quando houver possibilidade de comprometimento da segurança nacional, nos casos estabelecidos em decreto
do Presidente da República, ouvido o Conselho de Defesa Nacional;
b) Para as compras de material de uso pelas Forças Armadas, com exceção de materiais de uso pe9ssoal e
administrativo, quando houver necessidade de manter a padronização requerida pela estrutura de apoio logístico
dos meios navais, aéreos e terrestres, mediante parecer de comissão instituída por decreto

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c) Para o fornecimento de bens e serviços, produzidos ou prestados no País, que envolvam, cumulativamente, alta
complexidade tecnológica e defesa nacional, mediante parecer de comissão especialmente designada pela
autoridade máxima do órgão
o
d) Nas contratações visando ao cumprimento do disposto nos arts. 3º, 4º, 5º e 20 da Lei n 10.973, de 2 de
dezembro de 2004, observados os princípios gerais de contratação dela constantes.
• CONTRATOS VERBAIS
Art. 23 - As modalidades de licitação a que se referem os incisos I a III do artigo anterior serão
determinadas em função dos seguintes limites, tendo em vista o valor estimado da contratação:
(...)
II. para compras e serviços não referidos no inciso anterior:(Redação dada pela Lei nº 9.648,
de 1998)
a) convite - até R$ 80.000,00 (oitenta mil reais);
• PROCEDIMENTO LEGAL
O contrato administrativo é a formalização de um processo muito mais amplo e complexo que tem por fim atender
necessidades públicas, mesmo que de forma reflexa. Assim, o interesse público sempre estará presente quando a
Administração firmar um contrato.
Como o contrato normalmente envolve interesses particulares e interesses públicos divergentes, envolvendo
também recursos financeiros do Estado ou da população, é necessária toda uma regulamentação para resguardar o
patrimônio público e da sociedade. Outro ponto a ser levado em consideração é o princípio da legalidade
administrativa, onde a Administração só pode fazer o que a lei autoriza.
Para tanto existe um arcabouço legal regulando o contrato administrativo, sendo os mais importantes aqui
estudados.
Dessa forma, a lei estabelece procedimentos obrigatórios a serem seguidos para que sejam celebrados contratos,
que varia conforme tipo.
Tais exigências podem ser autorização legislativa, previsão orçamentária, procedimento licitatório p0072évio,
forma determinada, etc.
NATUREZA DE CONTRATO DE ADESÃO
O contrato Administrativo é considerado um contrato de adesão porque todas as cláusulas são determinadas pela
administração. O contratado pouco ou em nada interfere na sua elaboração. Tanto que a sua base já está pronta
antes mesmo do processo licitatório, pois no contrato deverão constar todas as regras anteriormente previstas no
instrumento convocatório para licitação, atendendo assim ao princípio da vinculação ao edital, que por sua vez está
vinculado à lei,
Para que os interessados em participar do processo licitatório fiquem cientes do seu conteúdo, a lei determina
como um dos anexos do edital a minuta do contrato.
Se não houver licitação, a administração ainda assim estabelecerá as clausulas do contrato, tendo por base
diretamente a lei.
NATUREZA INTUITO PERSONAE (PERSONALÍSSIMO)
A escolha do contratado leva em conta suas condições pessoais apuradas no processo licitatório. Por esse
motivo, essa pessoa é a que apresenta as melhores condições para o cumprimento do contrato firmado. Assim, o
inciso VI do Art. 78 estabelece que constitui motivo para rescisão unilateral do contrato a subcontratação total ou
parcial do seu objeto, a associação do contratado com outrem, a cessão ou transferência, total ou parcial, bem como
a fusão, cisão ou incorporação, não admitidas no edital e no contrato. Tal procedimento sujeita ainda o infrator às
sanções previstas no art. 87 e as consequências do art. 80 da lei 8666/93.
Como pode-se inferir do texto, a subcontratação não é vedada, desde que esteja prevista em edital e dentro dos
limites estabelecidos. Segundo o art. 72, o contratado, na execução do contrato, sem prejuízo das responsabilidades
contratuais e legais, poderá subcontratar partes da obra, serviço ou fornecimento, até o limite admitido, em cada
caso, pela Administração.

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comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AlfaCon Concursos Públicos.
• LEI 10.973/04
Art. 3º - A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e as respectivas agências de
fomento poderão estimular e apoiar a constituição de alianças estratégicas e o desenvolvimento
de projetos de cooperação envolvendo empresas nacionais, ICT e organizações de direito privado
sem fins lucrativos voltadas para atividades de pesquisa e desenvolvimento, que objetivem a
geração de produtos e processos inovadores.
Parágrafo único - O apoio previsto neste artigo poderá contemplar as redes e os projetos
internacionais de pesquisa tecnológica, bem como ações de empreendedorismo tecnológico e de
criação de ambientes de inovação, inclusive incubadoras e parques tecnológicos.
o
Art. 4 - As ICT poderão, mediante remuneração e por prazo determinado, nos termos de contrato
ou convênio:
I. compartilhar seus laboratórios, equipamentos, instrumentos, materiais e demais instalações
com microempresas e empresas de pequeno porte em atividades voltadas à inovação
tecnológica, para a consecução de atividades de incubação, sem prejuízo de sua atividade
finalística;
II. permitir a utilização de seus laboratórios, equipamentos, instrumentos, materiais e demais
instalações existentes em suas próprias dependências por empresas nacionais e
organizações de direito privado sem fins lucrativos voltadas para atividades de pesquisa,
desde que tal permissão não interfira diretamente na sua atividade-fim, nem com ela
conflite.
Parágrafo único - A permissão e o compartilhamento de que tratam os incisos I e II do caput
deste artigo obedecerão às prioridades, critérios e requisitos aprovados e divulgados pelo órgão
máximo da ICT, observadas as respectivas disponibilidades e assegurada a igualdade de
oportunidades às empresas e organizações interessadas.
o
Art. 5 - Ficam a União e suas entidades autorizadas a participar minoritariamente do capital de
empresa privada de propósito específico que vise ao desenvolvimento de projetos científicos ou
tecnológicos para obtenção de produto ou processo inovadores.
Parágrafo único - A propriedade intelectual sobre os resultados obtidos pertencerá às instituições
detentoras do capital social, na proporção da respectiva participação.
(...)
Art. 20 - Os órgãos e entidades da administração pública, em matéria de interesse público,
poderão contratar empresa, consórcio de empresas e entidades nacionais de direito privado sem
fins lucrativos voltadas para atividades de pesquisa, de reconhecida capacitação tecnológica no
setor, visando à realização de atividades de pesquisa e desenvolvimento, que envolvam risco
tecnológico, para solução de problema técnico específico ou obtenção de produto ou processo
inovador.
§1º - Considerar-se-á desenvolvida na vigência do contrato a que se refere o caput deste artigo a
criação intelectual pertinente ao seu objeto cuja proteção seja requerida pela empresa contratada
até 2 (dois) anos após o seu término.
§2º - Findo o contrato sem alcance integral ou com alcance parcial do resultado almejado, o órgão
ou entidade contratante, a seu exclusivo critério, poderá, mediante auditoria técnica e financeira,
prorrogar seu prazo de duração ou elaborar relatório final dando-o por encerrado.
§3º - O pagamento decorrente da contratação prevista no caput deste artigo será efetuado
proporcionalmente ao resultado obtido nas atividades de pesquisa e desenvolvimento pactuadas.
Os prazos de início de etapas de execução, de conclusão e de entrega admitem prorrogação, mantidas as demais
cláusulas do contrato e assegurada a manutenção de seu equilíbrio econômico-financeiro, desde que ocorra algum
dos seguintes motivos, devidamente autuados em processo:
1) Alteração do projeto ou especificações, pela Administração;
2) Superveniência de fato excepcional ou imprevisível, estranho à vontade das partes, que altere
fundamentalmente as condições de execução do contrato;
3) Interrupção da execução do contrato ou diminuição do ritmo de trabalho por ordem e no interesse da
Administração;

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4) Aumento das quantidades inicialmente previstas no contrato, nos limites permitidos por esta Lei;
5) Impedimento de execução do contrato por fato ou ato de terceiro reconhecido pela Administração em documento
contemporâneo à sua ocorrência;
6) Omissão ou atraso de providências a cargo da Administração, inclusive quanto aos pagamentos previstos de
que resulte, diretamente, impedimento ou retardamento na execução do contrato, sem prejuízo das sanções
legais aplicáveis aos responsáveis.
Toda prorrogação de prazo deverá ser justificada por escrito e previamente autorizada pela autoridade
competente para celebrar o contrato. É vedado o contrato com prazo de vigência indeterminado.
É notório que a restrição à duração dos contratos está intimamente ligada à necessidade de se manter o equilíbrio
orçamentário, afinal a assunção indiscriminada de obrigações para exercícios posteriores poderia comprometer
orçamentos futuros. Assim, não faz sentido aplicação dessa regra aos contratos administrativos que não geram ônus
financeiros para a administração.
Assim, Maria Sylvia Di Pietro ensina que os contratos relativos a uso de bens públicos por particulares, como
concessão de uso, concessão de direitos real de uso, concessão de obra pública, concessão de serviços, quando a
remuneração fica a cargo do usuário da obra ou serviço, e a locação a terceiros não sofrerão essa limitação.
Aos contratos de direito privado firmados pela Administração também não se aplicam as regras vistas acima, haja
vista que estão previstas no Art. 57, e a lei não as estende a esses contratos, citando apenas os artigos 55, 58 e 61.

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I. CONTINUAÇÃO DE CONTRATOS ADMINISTRATIVOS
ONEROSIDADE
Apesar de ser firmado visando o interesse público, ao particular não é exigido o sacrifício patrimonial em prol da
coletividade. Assim, naqueles contratos administrativos em que houver sacrifício patrimonial por parte do contratado
para que se possa executá-lo, haverá também a retribuição monetária condizente com tal sacrifício, contemplando
também um lucro que seja razoável e moral. Por esse motivo o contratado recebe um pagamento na forma
convencionada, que poder ocorrer por parte diretamente da Administração ou ainda por parte do usuário do serviço.
Existem contratos administrativos que não são onerosos.
• DESEQUILÍBRIO CONTRATUAL EM PROL DA ADMINISTRAÇÃO
Como já dito, quando a Administração firma um contrato nessa condição, o interesse público estará em confronto
com o interesse privado. Assim, são necessários mecanismos que garantam a supremacia daquele.
Para tanto, a lei estabelece as chamadas clausulas exorbitantes (fora da órbita), assim chamadas por colocarem a
Administração em posição de supremacia em relação ao contratado, o que alguns autores chamam de verticalidade.
Tais cláusulas são estabelecidas pela lei 8.999/93. São elas.
GARANTIA
Segundo o art. 56 da lei, a critério da autoridade competente, em cada caso, e desde que prevista no instrumento
convocatório, poderá ser exigida prestação de garantia nas contratações de obras, serviços e compras.
Caberá ao contratado optar por uma das seguintes modalidades de garantia:
a) Caução em dinheiro ou em títulos da dívida pública, devendo estes ter sido emitidos sob a forma escritural,
mediante registro em sistema centralizado de liquidação e de custódia autorizado pelo Banco Central do Brasil e
avaliados pelos seus valores econômicos, conforme definido pelo Ministério da Fazenda;
b) Seguro-garantia;
c) Fiança bancária.
A garantia aqui citada não excederá a cinco por cento do valor do contrato e terá seu valor atualizado nas
mesmas condições daquele, ressalvado os contratos firmados para obras, serviços e fornecimentos de grande vulto
envolvendo alta complexidade técnica e riscos financeiros consideráveis, demonstrados através de parecer
tecnicamente aprovado pela autoridade competente, onde o limite de garantia poderá ser elevado para até dez por
cento do valor do contrato.
Uma vez sendo cumprido o contrato sem irregularidades, a garantia prestada pelo contratado será liberada ou
restituída após a execução do contrato e, quando em dinheiro, atualizada monetariamente.
Nos casos de contratos que importem na entrega de bens pela Administração, dos quais o contratado ficará
depositário, ao valor da garantia deverá ser acrescido o valor desses bens.
A Administração, nas compras para entrega futura e na execução de obras e serviços, poderá estabelecer, no
instrumento convocatório da licitação, a prestação de garantia, para efeito de garantia ao adimplemento do contrato a
ser ulteriormente celebrado. Porém nesse caso, terminado processo licitatório, deverão ser devolvidas as garantias
prestadas pelos licitantes perdedores.
A garantia servirá como forma de ressarcimento imediato para Administração por prejuízos sofridos em caso de
faltas cometidas pelo contratado que venham a provocar a rescisão antecipada do contrato.
ALTERAÇÕES UNILATERAIS
Segundo o art. 58 da lei 8.666/93, os contratos administrativos por esta Lei poderão ser alterados unilateralmente,
com as devidas justificativas, nos seguintes casos:
 Quando houver modificação do projeto ou das especificações, para melhor adequação técnica aos seus
objetivos;
 Quando necessária a modificação do valor contratual em decorrência de acréscimo ou diminuição quantitativa de
seu objeto, nos limites permitidos por esta Lei;

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Como visto, o regime jurídico dos contratos administrativos instituído pela Lei 8666/93 confere à Administração,
em relação a eles, a prerrogativa de modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação às finalidades de interesse
público, respeitados os direitos do contratado. Segundo a doutrina essas mudanças poder se de ordem qualitativa e
quantitativa:
 Qualitativas: são as alterações de projeto ou forma de execução, que venham a promover modificações
relacionadas à especificações, materiais utilizados, forma de execução, dentre outras.
 Deve-se ficar atento ao fato de que essas alterações não podem ser tão profundas a ponto de alterar, substituir, o
próprio objeto do contrato. Por exemplo, não pode um contrato firmado para construir uma ponte ser alterado
para a construção de um prédio.
 Quantitativas: são alterações nas quantidades anteriormente acordadas, podendo variar para mais ou para
menos em 25% do valor do contrato, podendo chegar a 50%. Isso porque o § do Art. 55 determina que o
contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas condições contratuais, os acréscimos ou supressões que se
fizerem nas obras, serviços ou compras, até 25% (vinte e cinco por cento) do valor inicial atualizado do contrato,
e, no caso particular de reforma de edifício ou de equipamento, até o limite de 50% (cinquenta por cento) para os
seus acréscimos.
Nenhum acréscimo ou supressão poderá exceder os limites estabelecidos, salvo as supressões resultantes de
acordo celebrado entre os contratantes.
Havendo somente um valor global, ou seja, se no contrato não houverem sido contemplados preços unitários para
o
obras ou serviços, esses serão fixados mediante acordo entre as partes, respeitados os limites estabelecidos no § 1
deste artigo
No caso de supressão de obras, bens ou serviços, se o contratado já houver adquirido os materiais e posto no
local dos trabalhos, estes deverão ser pagos pela Administração pelos custos de aquisição regularmente
comprovados e monetariamente corrigidos, podendo caber indenização por outros danos eventualmente decorrentes
da supressão, desde que regularmente comprovados.
Quaisquer tributos ou encargos legais criados, alterados ou extintos, bem como a superveniência de disposições
legais, quando ocorridas após a data da apresentação da proposta, de comprovada repercussão nos preços
contratados, implicarão a revisão destes para mais ou para menos, conforme o caso.
Em contraposição à possibilidade de alteração unilateral do contrato, a lei também estabelece, como forma de
proteção ao contratado, a garantia de manutenção do equilíbrio econômico-financeiro da avença. Isso porque as
alterações poderão impactar de forma negativa nos resultados do contratado. Por exemplo, vencida uma licitação,
um particular adquire uma máquina exclusivamente para produzir determinado produto para ser entregue à
administração. O valor dessa máquina será incorporado ao valor dos produtos fabricador, sendo diluído
proporcionalmente pela quantidade produzida. Assim, quanto mais produtos se fabricar, menor será a parcela a ser
inserida no preço de cada um. Essa quantidade que gerou esse valor foi levada em consideração no momento de se
estabelecer o preço que o fez vencer o certame licitatório.
Porém, em função de fatos estranhos ao contratado, a Administração decide reduzir a quantidade de bens
adquiridos. Hora, agora a quantidade de bens para rateio do valor despendido pela máquina é menor, o que fará
aumentar o valor atribuído a cada um. Sendo maior o valor de custo dos bens, é necessário que a Administração
recomponha também o valor pago pelo bem para que se restabeleça as margens anteriores, restabelecendo assim, o
equilíbrio econômico-financeiro.
Em havendo alteração unilateral do contrato que aumente os encargos do contratado, a Administração deverá
restabelecer, por aditamento, o equilíbrio econômico-financeiro inicial.
A variação do valor contratual para fazer face ao reajuste de preços previsto no próprio contrato, as atualizações,
compensações ou penalizações financeiras decorrentes das condições de pagamento nele previstas, bem como o
empenho de dotações orçamentárias suplementares até o limite do seu valor corrigido, não caracterizam alteração do
mesmo, podendo ser registrados por simples apostila, dispensando a celebração de aditamento.

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RESCISÃO (EXTINÇÃO) UNILATERAL SEGUNDO A LEI 8.666/93
A rescisão unilateral do contrato é a extinção do contrato decorrente de ato administrativo motivado. As razões
que podem levar a administração a tal ato podem ser a inadimplência do contratado ou por interesse público.
Segundo Maria Sylvia Di Pietro, essas razões pode ser divididas em grupos distintos:
a) Inadimplemento com culpa:
Abrangem as hipóteses citadas no artigo 78 da lei 8666/93. São elas:
 O não cumprimento de cláusulas contratuais, especificações, projetos ou prazos;
 O cumprimento irregular de cláusulas contratuais, especificações, projetos e prazos;
 A lentidão do seu cumprimento, levando a administração a comprovar a impossibilidade da conclusão da obra, do
serviço ou do fornecimento, nos prazos estipulados;
 O atraso injustificado no início da obra, serviço ou fornecimento;
 A paralisação da obra, do serviço ou do fornecimento, sem justa causa e prévia comunicação à administração;
 A subcontratação total ou parcial do seu objeto, a associação do contratado com outrem, a cessão ou
transferência, total ou parcial, bem como a fusão, cisão ou incorporação, não admitidas no edital e no contrato;
 O desatendimento das determinações regulares da autoridade designada para acompanhar e fiscalizar a sua
execução, assim como as de seus superiores;
o
 O cometimento reiterado de faltas na sua execução, anotadas na forma do § 1 do art. 67 da lei;
Art. 67 - A execução do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada por um representante da
Administração especialmente designado, permitida a contratação de terceiros para assisti-lo e
subsidiá-lo de informações pertinentes a essa atribuição.
o
§1 - O representante da Administração anotará em registro próprio todas as ocorrências
relacionadas com a execução do contrato, determinando o que for necessário à regularização das
faltas ou defeitos observados.
o
§2 - As decisões e providências que ultrapassarem a competência do representante deverão ser
solicitadas a seus superiores em tempo hábil para a adoção das medidas convenientes.
 Descumprimento do disposto das determinações constitucionais relativas à proibição de trabalho noturno,
perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na
condição de aprendiz, a partir de quatorze anos, previstas no inciso XXXIII do Art. 7º da Constituição Fedral.
Art. 7º - São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de
sua condição social:
XXXI. proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer
trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze
anos; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998).
b) Inadimplemento Sem CULPA
Dentre essas causas estão:
 A decretação de falência ou a instauração de insolvência civil;
 A dissolução da sociedade ou o falecimento do contratado;
 A alteração social ou a modificação da finalidade ou da estrutura da empresa, que prejudique a execução do
contrato;
o
Importante estar atento ao fato de que, segundo o § 2ºdo art. 80, 2 É permitido à Administração, no caso de
concordata do contratado, manter o contrato, podendo assumir o controle de determinadas atividades de serviços
essenciais.
c) Razões de Interesse Público
Razões de interesse público, de alta relevância e amplo conhecimento, justificadas e determinadas pela máxima
autoridade da esfera administrativa a que está subordinado o contratante e exaradas no processo administrativo a
que se refere o contrato;

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d) Caso Fortuito ou Força Maior
Duas consequências distintas a depender da causa da rescisão:
 Nas duas primeiras classes de causas, já que a inadimplência se deu por condutas atribuídas ao contratado, é
ele quem deve suportar o ônus da rescisão. Assim, nada a Administração lhe deve, podendo ainda buscar a
reparação dos danos.
 Nas duas ultimas causas o contratado deve ser indenizado na medida em que sofra perdas e danos. Isso pelo
fato de não ter dado causa à rescisão.
CONTROLE DO CONTRATO (FISCALIZAÇÃO)
É a prerrogativa que tem o poder público para acompanhar o andamento da execução do contrato para se
certificar de que tudo está conforme avençado. Tal fiscalização é ampla e envolve todos os aspectos contratuais,
desde prazos aos materiais usados e está prevista no inciso III do art. 58 da lei 8666/93 e detalhada no art. 67 onde
fica estabelecido que a execução do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada por um representante da
Administração especialmente designado, permitida a contratação de terceiros para assisti-lo e subsidiá-lo de
informações pertinentes a essa atribuição.
O representante da Administração anotará em registro próprio todas as ocorrências relacionadas com a execução
do contrato, determinando o que for necessário à regularização das faltas ou defeitos observados.
As decisões e providências que ultrapassarem a competência do representante deverão ser solicitadas a seus
superiores em tempo hábil para a adoção das medidas convenientes. O não atendimento das solicitações poderá
ensejar a rescisão unilateral do contrato.
APLICAÇÃO DE PENALIDADES CONTRATUAIS
Previstas no artigo 87, as penalidades serão aplicadas pela administração em razão da inexecução total ou parcial
do contrato, desde que seja garantida a prévia defesa.
São seguintes sanções previstas na lei:
a) advertência;
b) multa, na forma prevista no instrumento convocatório ou no contrato;
c) suspensão temporária de participação em licitação e impedimento de contratar com a Administração, por prazo
não superior a 2 (dois) anos;
d) declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a Administração Pública enquanto perdurarem os
motivos determinantes da punição ou até que seja promovida a reabilitação perante a própria autoridade que
aplicou a penalidade, que será concedida sempre que o contratado ressarcir a Administração pelos prejuízos
resultantes e após decorrido o prazo da sanção aplicada com base no item anterior.
Observações importantes constantes mandamento legal:
 Se a multa aplicada for superior ao valor da garantia prestada, além da perda desta, responderá o contratado
pela sua diferença, que será descontada dos pagamentos eventualmente devidos pela Administração ou cobrada
judicialmente.
 As sanções de advertência, suspenção temporária e declaração de inidoneidade poderão ser aplicadas
juntamente com a de multa, facultada a defesa prévia do interessado, no respectivo processo, no prazo de 5
(cinco) dias úteis.
 A sanção de declaração de inidoneidade é de competência exclusiva do Ministro de Estado, do Secretário
Estadual ou Municipal, conforme o caso, facultada a defesa do interessado no respectivo processo, no prazo de
10 (dez) dias da abertura de vista, podendo a reabilitação ser requerida após 2 (dois) anos de sua aplicação.
As sanções de suspensão temporária de participação em licitação e a declaração de inidoneidade para licitar ou
contratar com a Administração Pública poderão também ser aplicadas às empresas ou aos profissionais que, em
razão dos contratos regidos por esta Lei:
 Tenham sofrido condenação definitiva por praticarem, por meios dolosos, fraude fiscal no recolhimento de
quaisquer tributos;
 Tenham praticado atos ilícitos visando a frustrar os objetivos da licitação;
 Demonstrem não possuir idoneidade para contratar com a administração em virtude de atos ilícitos praticados.

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ANULAÇÃO DO CONTRATO
É dever da Administração Pública controlar seus próprios atos, anulando aqueles que estiverem eivados de
ilegalidade (autotutela). Essa prerrogativa é um poder-dever. Assim, identificando irregularidades em contratos
firmados por ela, a Administração tem o poder-dever de declara-los nulos. O efeito dessa declaração é retroativo,
desconstituindo os efeitos jurídicos já produzidos e impedindo que novos efeitos desse contrato possam continuar
ocorrendo.
Isso não quer dizer que a Administração esteja desonerada de arcar com a parte do contrato já executada até a
data da declaração, ao contrário, se assim o fizer, estará incorrendo em enriquecimento ilícito. A Administração terá
ainda de arcar com outros prejuízos regularmente comprovados, contando que não seja imputada a causa da
nulidade ao contratado.
Tal conclusão está calcada no Art. 59 da lei 8.666/93, onde está expresso que a declaração de nulidade do
contrato administrativo opera retroativamente impedindo os efeitos jurídicos que ele, ordinariamente, deveria
produzir, além de desconstituir os já produzidos.
O parágrafo único do mesmo artigo, explicita que “a nulidade não exonera a Administração do dever de indenizar
o contratado pelo que este houver executado até a data em que ela for declarada e por outros prejuízos regularmente
comprovados, contanto que não lhe seja imputável, promovendo-se a responsabilidade de quem lhe deu causa”.
Importante se faz citar que, por estar alicerçado no processo licitatório, a ilegalidade desse procedimento vicia o
próprio contrato, pois foi de lá que o mesmo se originou.
RETOMADA DO OBJETO
A ocorrência de um dos casos enquadrados como causa para rescisão do contrato determinada por ato unilateral e
escrito da Administração, casos enumerados nos incisos I a XII e XVII do caput do 78 vistos anteriormente, acarreta
as seguintes consequências, sem prejuízo das sanções previstas na Lei:
 Assunção imediata do objeto do contrato, no estado e local em que se encontrar, por ato próprio da
Administração, a seu critério, que poderá dar continuidade à obra ou ao serviço por execução direta ou indireta.
 Ocupação e utilização do local, instalações, equipamentos, material e pessoal empregados na execução do
contrato, necessários à sua continuidade, na forma do inciso V do art. 58 da Lei 8.666/93, a critério da
administração, que poderá dar continuidade à obra ou ao serviço por execução direta ou indireta.
Lei 8.666 -
Art. 58 - O regime jurídico dos contratos administrativos instituído por esta Lei confere à
Administração, em relação a eles, a prerrogativa de:
(...)
V. nos casos de serviços essenciais, ocupar provisoriamente bens móveis, imóveis, pessoal e
serviços vinculados ao objeto do contrato, na hipótese da necessidade de acautelar
apuração administrativa de faltas contratuais pelo contratado, bem como na hipótese de
rescisão do contrato administrativo.
 Execução da garantia contratual, para ressarcimento da Administração, e dos valores das multas e indenizações
a ela devidos;
 Retenção dos créditos decorrentes do contrato até o limite dos prejuízos causados à Administração.
É permitido à Administração, no caso de concordata do contratado, manter o contrato, podendo assumir o controle
de determinadas atividades de serviços essenciais.
Na hipótese de ocupação e utilização do local, instalações, equipamentos, material e pessoal empregados na
execução do contrato, necessários à sua continuidade, o ato deverá ser precedido de autorização expressa do
Ministro de Estado competente, ou Secretário Estadual ou Municipal, conforme o caso.
EXCEÇÃO DE CONTRATO NÃO CUMPRIDO (EXCEPTIO NON ADIMPLETI CONTRACTUS)
Rezam os art. 476 e 477 do Código Civil, lei 10.406/02, que “nos contratos bilaterais, nenhum dos contratantes,
antes de cumprida a sua obrigação, pode exigir o implemento da do outro. Se, depois de concluído o contrato,
sobrevier a uma das partes contratantes diminuição em seu patrimônio capaz de comprometer ou tornar duvidosa a
prestação pela qual se obrigou, pode a outra recusar-se à prestação que lhe incumbe, até que aquela satisfaça a que
lhe compete ou dê garantia bastante de satisfazê-la”.

Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins
comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AlfaCon Concursos Públicos.
Isso significa que, nos contratos firmados entre particulares, a inadimplência de uma das partes autoriza a
inadimplência da outra.
O mesmo não ocorre em contratos administrativos, pelo menos não em termos absolutos. Em decorrência do
princípio da continuidade dos serviços públicos, calcado na supremacia do interesse público, o particular, em regra,
não pode interromper a execução contratual em função da inadimplência da Administração. Isso não quer dizer que o
particular deverá suportar prejuízos até que o contrato se estinga. Havendo a efetiva inadimplência por parte da
administração o particular deve, mantendo a execução do contrato, requerer a sua rescisão, administrativa ou
judicialmente.
Enquanto não determinada a rescisão contratual por autoridade administrativa ou judicial, o particular tem o dever
de continuar a execução. Tal entendimento está calcado fato de que, em toda lei 8.666, a rescisão unilateral somente
é prevista para a Administração, mais precisamente no inciso I do art. 79.
A própria lei 8.666/93, nos incisos XVI e XV de seu art. 78, abrandou essa regra ao estabelecer que constituem
motivos para rescisão do contrato:
 A suspensão de sua execução, por ordem escrita da Administração, por prazo superior a 120 (cento e vinte) dias,
salvo em caso de calamidade pública, grave perturbação da ordem interna ou guerra, ou ainda por repetidas
suspensões que totalizem o mesmo prazo, independentemente do pagamento obrigatório de indenizações pelas
sucessivas e contratualmente imprevistas desmobilizações e mobilizações e outras previstas, assegurado ao
contratado, nesses casos, o direito de optar pela suspensão do cumprimento das obrigações assumidas até que
seja normalizada a situação;
 Atraso superior a 90 (noventa) dias dos pagamentos devidos pela Administração decorrentes de obras, serviços
ou fornecimento, ou parcelas destes, já recebidos ou executados, salvo em caso de calamidade pública, grave
perturbação da ordem interna ou guerra, assegurado ao contratado o direito de optar pela suspensão do
cumprimento de suas obrigações até que seja normalizada a situação.
Veja que tais dispositivos garantem ao contratado tão somente o direito de suspender a execução do contrato.
Outro ponto a ser destacado pela doutrina e jurisprudência é a situação em que a inadimplência da Administração
impeça a execução do contrato. Nesse caso o particular estaria impedido de executar o contrato mesmo que
quisesse.
Serve de exemplo a situação citada no inciso XVI do mesmo art. 78, onde está previsto que constitui motivo para
rescisão do contrato a não liberação, por parte da Administração, de área, local ou objeto para execução de obra,
serviço ou fornecimento, nos prazos contratuais, bem como das fontes de materiais naturais especificadas no projeto.
Hora se não houver onde realizar a obra fica impossível para o particular contratado cumprir o avençado.
Outra situação também citada envolve o contrato administrativo que não envolve e não se relaciona com a
prestação de serviços públicos. Por não infringir o princípio da continuidade dos serviços públicos, não haveria então
prejuízo ao interesse público, o que permitiria ao particular proceder à rescisão unilateral do contrato.
Porém, que fique claro, que esses dois últimos entendimentos não encontram citação explícita na lei 8.666/93.
Nada impedirá, porém, que o contratado requeira judicialmente o ressarcimento dos prejuízos sofridos, além de
perdas e danos.
• INSTABILIDADE
Uma das características dos contratos administrativos é a “instabilidade” quanto ao seu objeto que decorre do
poder conferido à Administração Pública de alterar, unilateralmente, algumas cláusulas do contrato, no curso de sua
execução, na forma do artigo 58, inciso I da Lei n. 8.666/93, a fim de adequar o objeto do contrato às finalidades de
interesse público, respeitados os direitos do contratado.
• COMUTATIVIDADE
Apesar do desequilíbrio em prol da administração visto no item anterior, deverá haver equivalência nas prestações
das partes. O particular deve ser remunerado por valor justo onde sejam contemplados os custos e uma margem de
lucro razoável, próxima ou pouco inferior à margem de mercado.
Importante citar que a lei 8.666/93 estabelece que, durante a execução do contrato, deva ser assegurada a
manutenção de seu equilíbrio econômico-financeiro. Ou seja, ocorrendo fatos que venham alterar esse equilíbrio
inicialmente pactuado, os valores contratuais devem ser revistos para mais ou para menos, dependendo da situação
em concreto.

Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins
comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AlfaCon Concursos Públicos.
• MUTABILIDADE
Em função do poder estabelecido para a administração de alterar unilateralmente as clausulas do contrato ou
ainda de rescindi-lo, o contrato administrativo torna-se mutável, Maria Sylvia Zanella Di Pietro entende que a
mutabilidade pode vir de outras circunstâncias, que dão margem à teoria do fato do príncipe e da imprevisão.
A própria lei 8.666/93 estabelece no inciso II do Art 65 estabelece essa possibilidade de mutação do contrato por
acordo das partes estabelecendo que tal situação poderá ocorrer:
 Quando conveniente a substituição da garantia de execução;
 Quando necessária a modificação do regime de execução da obra ou serviço, bem como do modo de
fornecimento, em face de verificação técnica da inaplicabilidade dos termos contratuais originários;
 Quando necessária à modificação da forma de pagamento, por imposição de circunstâncias supervenientes,
mantido o valor inicial atualizado, vedada a antecipação do pagamento, com relação ao cronograma financeiro
fixado, sem a correspondente contraprestação de fornecimento de bens ou execução de obra ou serviço;
 Para restabelecer a relação que as partes pactuaram inicialmente entre os encargos do contratado e a retribuição
da administração para a justa remuneração da obra, serviço ou fornecimento, objetivando a manutenção do
equilíbrio econômico-financeiro inicial do contrato, na hipótese de sobrevirem fatos imprevisíveis, ou previsíveis,
porém de consequências incalculáveis, retardadores ou impeditivos da execução do ajustado, ou, ainda, em caso
de força maior, caso fortuito ou fato do príncipe, configurando álea econômica extraordinária e extracontratual.
MANUTENÇÃO DO EQUILÍBRIO ECONÔMICO FINANCEIRO
Equilíbrio econômico e financeiro abrange tudo que foi considerado na determinação do preço estabelecido pelo
vencedor do certame licitatório, mesmo que não conste em contrato. Segundo Marçal Justen Filho, “o equilíbrio
econômico financeiro abrange todos os encargos impostos à parte, ainda que não se configurem “deveres jurídicos”
propriamente ditos. São relevantes os prazos de inicio, execução, recebimento provisório e definitivo, previstos no ato
convocatório; os processos tecnológicos a serem aplicados; as matérias primas a serem utilizadas; as distâncias para
entrega dos bens; o prazo para pagamento; etc.”
O momento de definição desse equilíbrio é a elaboração e apresentação da proposta, nela todos os fatores que
possam influenciar nesse dito equilíbrio foram considerados.
CAUSAS DE ROMPIMENTO DO EQUILÍBRIO ECONÔMICO
O rompimento do equilíbrio econômico poderá ocorrer tanto por causas imputáveis à Administração quanto
estranhas à Administração.
Observando a alínea “d” do inciso II do artigo 165, verifica-se que a lei determinou a alteração por acordo com o fim
de restabelecer a relação que as partes pactuaram inicialmente entre os encargos do contratado e a retribuição da
administração para a justa remuneração da obra, serviço ou fornecimento, objetivando a manutenção do equilíbrio
econômico-financeiro inicial do contrato, na hipótese de sobrevirem:
a) Fatos imprevisíveis, ou previsíveis, porém de consequências incalculáveis, retardadores ou impeditivos da
execução do ajustado;
b) Caso de força maior
c) Caso fortuito
d) Fato do príncipe.
Importante citar que tal fato só ensejará a alteração se configurando álea econômica extraordinária e
extracontratual.
 Força Maior e Caso Fortuito
Força maior é fato humano, ou seja, evento decorrente da ação humana, que impede, total ou parcialmente, a
regular execução do contrato, como greve, rebeliões, guerras. Já caso fortuito é evento da natureza que também
impede a execução do contrato por se opor como obstáculo intransponível à sua regular execução, total ou parcial.
Nos dois casos, para que haja a repactuação e o consequente restabelecimento do equilíbrio econômico-
financeiro, é preciso que haja o fator “imprevisibilidade”, já que sendo meramente imprevisto, o mesmo deveria estar
dentre os fatores que determinariam o valor cobrado na apresentação da proposta original.

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comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AlfaCon Concursos Públicos.
 Fato do Príncipe
Fato do príncipe pode ser definido como qualquer conduta, ação ou omissão, genérica da Administração Pública,
sem relação direta coma execução do contrato, e que venha onerar excessivamente os custos do contrato
administrativo.
O art. 65, § 5°traz esse exemplo ao prever que quaisquer tributos ou encargos legais criados, alterados ou
extintos, bem como a superveniência de disposições legais, quando ocorridas após a data da apresentação da
proposta, de comprovada repercussão nos preços contratados, implicarão a revisão destes para mais ou para
menos, conforme o caso.
Importante citar que, para que seja assim considerado, tais tributos devem ter sido criados após a data da
apresentação das propostas, e com comprovado reflexo nos preços praticados.
 Fato da Administração
Qualquer conduta da Administração, ação ou omissão, que, na condição de contratante, afete diretamente o
contrato. Serve de exemplo a não desapropriação de terreno para que por ali seja construída a rua objeto do
contrato;
 Interferências Imprevistas (Agravações ou Sujeições Imprevistas)
Segundo Hely Lopes Meirelles, “são ocorrências materiais não cogitadas pelas partes na celebração do contrato,
mas que surgem na sua execução de modo surpreendente e excepcional, dificultando e onerando
extraordinariamente o prosseguimento e a execução dos trabalhos”.
• EFICÁCIA
Segundo o parágrafo único do art. 61 da lei 8666, a publicação resumida do instrumento de contrato ou de seus
aditamentos na imprensa oficial, que é condição indispensável para sua eficácia, será providenciada pela
Administração até o quinto dia útil do mês seguinte ao de sua assinatura, para ocorrer no prazo de vinte dias daquela
data, qualquer que seja o seu valor, ainda que sem ônus, ressalvado o disposto no art. 26 desta Lei.

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I. FORMALIZAÇÃO DOS CONTRATOS
Apesar da lei tratar em diversos momentos como expressões sinônimas, não se pode confundir contrato com
instrumento de contrato. O primeiro termo se refere ao acordo de vontades firmado entre as parte, é abstrato,
enquanto o segundo se refere uma das maneiras como o contrato é formalizado, se materializa. De regra o contrato
será formalizado por escrito e, dependendo do grau de complexidade, assumirá algumas das formas previstas em lei,
como veremos abaixo.
Corrobora com esse entendimento a definição de contrato estabelecida no parágrafo único do art. 2º da lei
8666/93, onde fica estabelecido que, para os fins desta Lei, considera-se contrato todo e qualquer ajuste entre
órgãos ou entidades da Administração Pública e particulares, em que haja um acordo de vontades para a formação
de vínculo e a estipulação de obrigações recíprocas, seja qual for a denominação utilizada. Tem-se aqui uma
definição ampla do que seja contrato.
A formalização do contrato é elemento essencial para a sua validade, tanto que, com o objetivo de resguardar o
interesse da Administração, o parágrafo único do art. 38 da lei de licitações, estabelece que as minutas de editais de
licitação, bem como as dos contratos, acordos, convênios ou ajustes devem ser previamente examinadas e
aprovadas por assessoria jurídica da Administração.
Para que haja um maior controle e fiscalização, a seção II do capítulo III (art. 60 ao art. 64) da lei 8.666/93
estabelece algumas regras de formalização dos instrumentos de contrato e seus aditamentos.
• INSTRUMENTOS CONTRATUAIS
Apesar de ser termo genérico que se refere a qualquer meio hábil a instrumentalizar um contrato, a lei utiliza a
expressão “instrumento de contrato ou termo de contrato” como sendo o meio mais complexo, completo e minucioso
de formalização do acordo de vontades firmado. Esse “contrato” segundo art. 62, é obrigatório nos casos de:
 Concorrência;
 Tomada de preços;
 Dispensas e inexigibilidades cujos preços estejam compreendidos nos limites destas duas modalidades de
licitação.
Art. 23 - As modalidades de licitação a que se referem os incisos I a III do artigo anterior serão
determinadas em função dos seguintes limites, tendo em vista o valor estimado da contratação:
I. para obras e serviços de engenharia: (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
a) convite - até R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais); (Redação dada pela Lei nº 9.648,
de 1998)6
b) tomada de preços - até R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais); (Redação dada
pela Lei nº 9.648, de 1998)
c) concorrência: acima de R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais); (Redação dada
pela Lei nº 9.648, de 1998)
II. para compras e serviços não referidos no inciso anterior:(Redação dada pela Lei nº 9.648, de
1998)
a) convite - até R$ 80.000,00 (oitenta mil reais); (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
b) tomada de preços - até R$ 650.000,00 (seiscentos e cinquenta mil reais); (Redação dada
pela Lei nº 9.648, de 1998)
c) concorrência - acima de R$ 650.000,00 (seiscentos e cinquenta mil reais). (Redação dada
pela Lei nº 9.648, de 1998)
Ainda segundo a lei, nos casos em que o instrumento de contrato não seja obrigatório, a Administração poderá
utilizar-se de outros meios para formalização do acordo de vontades, mantendo o instrumento de contrato como
opção. Assim, o instrumento de contrato fica facultativo para os demais casos, quando a Administração poderá
substituí-lo por outros instrumentos hábeis, tais como carta-contrato, nota de empenho de despesa, autorização de
compra ou ordem de execução de serviço.

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Diante do texto legal temos os seguintes instrumentos contratuais:
• INSTRUMENTO OU TERMO DE CONTRATO
Destinado aos casos de concorrência, tomada de preços e as dispensas e inexigibilidades cujos preços estejam
compreendidos nos limites destas duas modalidades de licitação.
1) Carta-contrato;
2) Nota de empenho de despesa;
3) Autorização de compra; e
4) Ordem de execução de serviço.
Existe ainda a possibilidade de que a Administração firme um contrato sem instrumento escrito. É importante ficar
claro que, em regra, é nulo o contrato verbal. Porém, a lei excepciona a regra possibilitando o contrato verbal para
pequenas compras de pronto pagamento, assim entendidas aquelas de valor não superior a 5% (cinco por cento) do
limite estabelecido no art. 23, inciso II, alínea "a" da lei 8666/93, feitas em regime de adiantamento.
Para que seja considerado válido o contrato verbal deverá conter as seguintes características:
 Pequeno valor, R$ 4.000,00 (5% de R$80.000);
 Pronto pagamento; e
 Que sejam feitas em regime de adiantamento.
Art. 23 - As modalidades de licitação a que se referem os incisos I a III do artigo anterior serão
determinadas em função dos seguintes limites, tendo em vista o valor estimado da contratação:
II. para compras e serviços não referidos no inciso anterior:(Redação dada pela Lei nº 9.648,
de 1998)
a) convite - até R$ 80.000,00 (oitenta mil reais);
O § 4 do art. 62 dispensa ainda a utilização do "termo de contrato" e faculta a substituição prevista neste artigo, a
critério da Administração e independentemente de seu valor, nos casos de compra com entrega imediata e integral
dos bens adquiridos, dos quais não resultem obrigações futuras, inclusive assistência técnica.
• CONTEÚDO
A lei estabelece um conteúdo mínimo que deverá conter o contrato. Segundo o art. 61, todo contrato deve mencionar:
 Os nomes das partes e os de seus representantes;
 A finalidade;
 O ato que autorizou a sua lavratura;
 O número do processo da licitação, da dispensa ou da inexigibilidade;
 A sujeição dos contratantes às normas legais; e
Tal determinação nos parece inócua, haja vista que a obediência à lei é quesito de validade a toda conduta
administrativa, não podendo as partes escusarem-se alegando o desconhecimento.
Outro ponto as ser observado é que as normas legais e editalícias referentes à contratação estarão regulando a
contratação independentemente de previsão em instrumento de contrato.
• AS CLÁUSULAS CONTRATUAIS (ART. 55 DA LEI 8.666/93).
O artigo 55 da lei 8666/93 traz as cláusulas necessárias aos “Contratos”. Porém, esse dispositivo se refere mais
precisamente ao chamado instrumento de contrato, meio mais complexo, completo e minucioso de formalização do
acordo de vontades firmado.
Art. 55 - São cláusulas necessárias em todo contrato as que estabeleçam:
I. o objeto e seus elementos característicos;
II. o regime de execução ou a forma de fornecimento;
III. o preço e as condições de pagamento, os critérios, data-base e periodicidade do
reajustamento de preços, os critérios de atualização monetária entre a data do
adimplemento das obrigações e a do efetivo pagamento;

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comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AlfaCon Concursos Públicos.
IV. os prazos de início de etapas de execução, de conclusão, de entrega, de observação e de
recebimento definitivo, conforme o caso;
V. o crédito pelo qual correrá a despesa, com a indicação da classificação funcional
programática e da categoria econômica;
VI. as garantias oferecidas para assegurar sua plena execução, quando exigidas;
VII. os direitos e as responsabilidades das partes, as penalidades cabíveis e os valores das
multas;
VIII. os casos de rescisão;
IX. o reconhecimento dos direitos da Administração, em caso de rescisão administrativa
prevista no art. 77 desta Lei;
X. as condições de importação, a data e a taxa de câmbio para conversão, quando for o caso;
XI. a vinculação ao edital de licitação ou ao termo que a dispensou ou a inexigiu, ao convite e à
proposta do licitante vencedor;
XII. a legislação aplicável à execução do contrato e especialmente aos casos omissos;
XIII. a obrigação do contratado de manter, durante toda a execução do contrato, em
compatibilidade com as obrigações por ele assumidas, todas as condições de habilitação e
qualificação exigidas na licitação.
Como visto, o instrumento de contrato não é o único meio hábil para formalização do acordo de vontades entre a
Administração e o particular. Dependendo do valor e da complexidade do objeto do contrato, é possível a utilização
de "carta contrato", "nota de empenho de despesa", "autorização de compra", "ordem de execução de serviço" ou
o
outros instrumentos hábeis. O § 2 do art. 61 estabelece que nesses outros instrumentos hábeis aplica-se, no que
couber, o disposto no art. 55 visto acima.
• CONTRATOS DE DIREITO PRIVADO
Esse tópico se refere ao conteúdo e as regras que se aplicam a todos contratos de direito privado firmados pela
Administração nessa qualidade, isso porque a lei determina que, mesmo sendo de direito privado, a eles se aplicam o
regime de direito público. É certo que, sendo de direito privado, não haveria espaço para qualquer tipo de
prerrogativa em relação a uma das partes, oque gera um conflito, pois o interesse público permanece existente.
Diante dessa peleja entre regime público e privado a lei resolve a questão em favor daquele, aplicando-se os
princípios de direito privado na medida do possível, ou seja, na medida que não entrem em conflito com o regime
público.
o
A lei estabelece então quais regras incidirão sobre alguns contratos expressamente citados. Segundo o § 3 do art.
62 da lei 8.666/93, aplica-se o disposto nos arts. 55, visto acima, e 58 a 61 desta Lei e demais normas gerais, no que
couber:
I. aos contratos de seguro, de financiamento, de locação em que o Poder Público seja
locatário, e aos demais cujo conteúdo seja regido, predominantemente, por norma de direito
privado;
II. aos contratos em que a Administração for parte como usuária de serviço público.
Art. 58 - O regime jurídico dos contratos administrativos instituído por esta Lei confere à
Administração, em relação a eles, a prerrogativa de:
I. modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação às finalidades de interesse público,
respeitados os direitos do contratado;
II. rescindi-los, unilateralmente, nos casos especificados no inciso I do art. 79 desta Lei;
III. fiscalizar-lhes a execução;
IV. aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou parcial do ajuste;
V. nos casos de serviços essenciais, ocupar provisoriamente bens móveis, imóveis, pessoal e
serviços vinculados ao objeto do contrato, na hipótese da necessidade de acautelar
apuração administrativa de faltas contratuais pelo contratado, bem como na hipótese de
rescisão do contrato administrativo.
o
§1 - As cláusulas econômico-financeiras e monetárias dos contratos administrativos não poderão
ser alteradas sem prévia concordância do contratado.

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o
§2 - Na hipótese do inciso I deste artigo, as cláusulas econômico-financeiras do contrato deverão
ser revistas para que se mantenha o equilíbrio contratual.
Art. 59 - A declaração de nulidade do contrato administrativo opera retroativamente impedindo os
efeitos jurídicos que ele, ordinariamente, deveria produzir, além de desconstituir os já produzidos.
Parágrafo único - A nulidade não exonera a Administração do dever de indenizar o contratado
pelo que este houver executado até a data em que ela for declarada e por outros prejuízos
regularmente comprovados, contanto que não lhe seja imputável, promovendo-se a
responsabilidade de quem lhe deu causa.
SEÇÃO II
Da Formalização dos Contratos
Art. 60 - Os contratos e seus aditamentos serão lavrados nas repartições interessadas, as quais
manterão arquivo cronológico dos seus autógrafos e registro sistemático do seu extrato, salvo os
relativos a direitos reais sobre imóveis, que se formalizam por instrumento lavrado em cartório de
notas, de tudo juntando-se cópia no processo que lhe deu origem.
Parágrafo único - É nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com a Administração, salvo o de
pequenas compras de pronto pagamento, assim entendidas aquelas de valor não superior a 5%
(cinco por cento) do limite estabelecido no art. 23, inciso II, alínea "a" desta Lei, feitas em regime
de adiantamento.
Art. 61 - Todo contrato deve mencionar os nomes das partes e os de seus representantes, a
finalidade, o ato que autorizou a sua lavratura, o número do processo da licitação, da dispensa ou
da inexigibilidade, a sujeição dos contratantes às normas desta Lei e às cláusulas contratuais.
É bom estar atento ao fato de que a Administração não pode valer-se dessa prerrogativa para, nos contratos de
direito privado, intervir arbitrariamente no domínio econômico, sujeitando o particular, ofendendo a livre concorrência.
• REGISTRO E ARQUIVAMENTO
O art. 60 estabelece regras relacionadas ao registro e arquivamento dos instrumentos contratuais. São elas:
 Serem lavrados nas repartições interessadas;
Assim, de regra cada órgão interessado lavrará os contratos que firmar com terceiros.
 Manutenção dos contratos em arquivo cronológico dos seus autógrafos e registro sistemático do seu
extrato.
Cada órgão deverá ficar responsável pelo arquivamento e guarda dos contratos que firmar, juntamente com todos
os documentos necessários ao esclarecimento de todas os detalhes referentes ao objeto e sua execução.
 Exceções
Exceções às regras acima ocorrem em duas situações:
DIREITOS REAIS SOBRE IMÓVEIS
Quando se referir a direitos reais sobre imóveis, os instrumentos de contrato se formalizarão por instrumento
lavrado em cartório de notas, de tudo juntando-se cópia no processo que lhe deu origem.
CONTRATO VERBAL
EFICÁCIA
Visando privilegiar o Princípio da Publicidade, o parágrafo único do art. 61 da lei 8666/93 estabelece como marco
inicial da eficácia do contrato a publicação resumida do instrumento de contrato na imprensa oficial. Tal publicação é
condição indispensável à eficácia e propiciará o acompanhamento, por parte de todos, dos contratos administrativos
que estão sendo firmados pela Administração. A lei estabelece ainda prazo para essa publicação que será até o
quinto dia útil do mês seguinte ao de sua assinatura, para ocorrer no prazo de vinte dias daquela data, qualquer que
seja o seu valor, ainda que sem ônus, ressalvado o disposto no art. 26 da Lei.

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o o
Art. 26 - As dispensas previstas nos §§ 2 e 4 do art. 17 e no inciso III e seguintes do art. 24, as
situações de inexigibilidade referidas no art. 25, necessariamente justificadas, e o retardamento
o
previsto no final do parágrafo único do art. 8 desta Lei deverão ser comunicados, dentro de 3
(três) dias, à autoridade superior, para ratificação e publicação na imprensa oficial, no prazo de 5
(cinco) dias, como condição para a eficácia dos atos. (Redação dada pela Lei nº 11.107, de 2005)
Parágrafo único - O processo de dispensa, de inexigibilidade ou de retardamento, previsto neste
artigo, será instruído, no que couber, com os seguintes elementos:
I. caracterização da situação emergencial ou calamitosa que justifique a dispensa, quando for
o caso;
II. razão da escolha do fornecedor ou executante;
III. justificativa do preço.
IV. documento de aprovação dos projetos de pesquisa aos quais os bens serão alocados.
(Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
• VINCULAÇÕES DA ADMINISTRAÇÃO E DO PARTICULAR
Definido o vencedor do certame licitatório, surge para a Administração a faculdade de firmar o contrato. É certo
que, salvo alguma irregularidade, não haverá discricionariedade na escolha do futuro adjudicatário, a Administração
estará necessariamente vinculada ao dever de convocar o vencedor. O art. 50 da lei de licitações estabelece que a
Administração não poderá celebrar o contrato com preterição da ordem de classificação das propostas ou com
terceiros estranhos ao procedimento licitatório, sob pena de nulidade. Dessa forma, segundo o art. 64 da lei 8.666/93,
a Administração convocará regularmente o interessado para assinar o termo de contrato, aceitar ou retirar o
instrumento equivalente, dentro do prazo e condições estabelecidos, sob pena de decair o direito à contratação, sem
prejuízo das sanções previstas no art. 81 desta Lei.
Art. 81 - A recusa injustificada do adjudicatário em assinar o contrato, aceitar ou retirar o
instrumento equivalente, dentro do prazo estabelecido pela Administração, caracteriza o
descumprimento total da obrigação assumida, sujeitando-o às penalidades legalmente
estabelecidas.
Parágrafo único - O disposto neste artigo não se aplica aos licitantes convocados nos termos do
o
art. 64, § 2 desta Lei, que não aceitarem a contratação, nas mesmas condições propostas pelo
primeiro adjudicatário, inclusive quanto ao prazo e preço.
Diante do exposto temos então as seguintes observações:
1) Mesmo que o processo licitatório ocorra com regularidade, a Administração tem a mera faculdade de firmar o
contrato. Uma vez decidido por não realizar o contrato, não subsistirá nenhum tipo de vinculação e nenhum tipo
do direito adquirido, nem mesmo ao primeiro colocado.
2) Por outro lado, uma vez decidido pela realização do contrato, a Administração será obrigada a adjudicar o objeto
da licitação ao vencedor do certame.
3) Haverá também vinculação do vencedor em relação à sua proposta, sendo o mesmo obrigado a cumpri-la, sob
pena de sofrer as culminações legais.
Mas se não houve assinatura do contrato como pode vinculação? Qual é a obrigação assumida antes da devida
formalização?
É certo que, salvo a possibilidade de se firmar um contrato verbal, o pacto somente se aperfeiçoa com a
assinatura do termo de contrato. Porém, nas disposições gerais sobre sanções administrativa e a tutela judicial, o art.
81 da lei 8.666/93 estabelece que a recusa injustificada do adjudicatário em assinar o contrato, aceitar ou retirar o
instrumento equivalente, dentro do prazo estabelecido pela Administração, caracteriza o descumprimento total da
obrigação assumida, sujeitando-o às penalidades legalmente estabelecidas.
Tal artigo fundamenta-se na teoria geral dos contratos onde a proposta obriga o proponente. Assim, após passar
por um processo licitatório e apresentar a proposta, o contratado está vinculado a ela, mesmo antes da assinatura do
termo contratual. Por esse motivo, a recusa em formalizar o que foi proposto equipara-se ao inadimplemento,
sujeitando o particular às suas consequências jurídicas, inclusive às penalidades estabelecidas. Essa também é uma
forma de proteger o interesse público, haja vista que a recusa do particular pode gerar diversos prejuízos para a
Administração a medida que pode frustrar o certame licitatório, gerando gastos extras e atrasos com a organização
de novo certame.

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comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AlfaCon Concursos Públicos.
O desconhecimento prévio das cláusulas contratuais não é motivo que justifique a recusa por parte do
adjudicatário. Importante lembrar também que, em função princípio da vinculação ao instrumento convocatório, o
contrato administrativo tem natureza de contrato de adesão, haja vista que terá por base as condições previamente
estabelecidas naquele instrumento. Por esse motivo, o interessado em contratar com a Administração deve ter
conhecimento prévio do seu conteúdo para que decida por entrar ou não no certame licitatório, afinal, haverá pouco a
ser alterado no contrato no momento da assinatura, não havendo opção para o vencedor do certame, a não ser
aquiescer com seus termos e assinar.
o
A vinculação à proposta não atinge os licitantes remanescentes convocados nos termos do art. 64, § 2 da lei
8666/93, afinal, diante da recusa do primeiro colocado, eles são convocados na ordem de classificação para cumprir,
em igual prazo e nas mesmas condições, as propostas feitas pelo primeiro classificado, inclusive quanto aos preços
atualizados de conformidade com o ato convocatório. Fica claro que a proposta não foi feita por eles, não subsistindo
assim a regra que obriga o proponente a cumprir o que propôs. Outra opção para a Administração é revogar a
licitação. Porém, esses dois procedimentos não eximem o primeiro colocado das sanções previstas no art. 81 desta
Lei.
Motivos justos podem eximir de responsabilidades o adjudicatário que se recusar a assinar o contrato, aceitar ou
retirar o instrumento equivalente, dentro do prazo estabelecido pela Administração, afinal a lei se refere à recusa
injustificada. Assim, sendo justificada a recusa, o particular não estará sujeito a qualquer tipo de sanção. É óbvio que
essa justificativa não pode se restringir à simples alegação do particular de que não pode cumprir o contrato, pois,
como expressa a lei, o motivo deve ser justo, como por exemplo, uma catástrofe, ocorrida após a apresentação da
proposta, e que destrua a capacidade produtiva da empresa.
As observações feitas aplicam-se também quando a formalização ocorrer por meio de instrumentos equivalentes
ao instrumento de contrato como, carta-contrato, nota de empenho de despesa, autorização de compra ou ordem de
execução de serviço, inclusive quando o contrato não for precedido de licitação, ou seja, houver uma contratação
direta.
Diante do exposto e de tão grande responsabilidade do licitante, diante ainda do princípio da transparência e
o
publicidade, para que não haja nenhuma dúvida sobre o que será avençado, o § 1 do art. 62 determina que a minuta
do futuro contrato integrará sempre o edital ou ato convocatório da licitação, o que fará com que o particular, antes de
entrar na disputa, saiba exatamente o que o espera, caso seja declarado vencedor.
Brindando ainda o princípio da publicidade, a lei determina que é permitido a qualquer licitante o conhecimento
dos termos do contrato e do respectivo processo licitatório e, a qualquer interessado, a obtenção de cópia
autenticada, mediante o pagamento dos emolumentos devidos.
Importante estar atento ao fato de que outras leis, além da 8666/93, versam sobre contratos administrativos,
sendo específicas em determinadas situações.
II. ALTERAÇÃO DOS CONTRATOS
Em virtude do princípio da obrigatoriedade das convenções, esse assunto não deveria despertar grande interesse,
afinal, uma vez acordada, a avença deve ser integralmente cumprida. Nos contratos celebrados entre particulares,
em regra, as alterações não poderão ser impostas por uma das partes sem anuência da outra. Porém, com os
contratos administrativos as coisas não são bem assim. Em função da supremacia do interesse público, a sua
principal característica é a presença de cláusulas exorbitantes, que determinam várias prerrogativas à Administração
Pública, como os poderes de alterar e rescindir unilateralmente o contrato.
O art. 65 da lei 8666/93, estabelece que os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados, com as devidas
justificativas, nos seguintes casos:
• UNILATERALMENTE PELA ADMINISTRAÇÃO
a) quando houver modificação do projeto ou das especificações, para melhor adequação técnica aos seus
objetivos;
b) quando necessária a modificação do valor contratual em decorrência de acréscimo ou diminuição quantitativa de
seu objeto, nos limites permitidos por esta Lei;
Segundo a doutrina essas mudanças podem ser de ordem qualitativa e quantitativa:
 Qualitativas: são as alterações de projeto ou forma de execução, que venham a promover modificações
relacionadas à especificações, materiais utilizados, forma de execução, dentre outras.
Deve-se ficar atento ao fato de que essas alterações não podem ser tão profundas a ponto de alterar o objeto do
contrato mudando sua essência. Por exemplo, não pode um contrato firmado para construir uma ponte ser alterado
para a construção de um prédio.

Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins
comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AlfaCon Concursos Públicos.
 Quantitativas: são alterações nas quantidades anteriormente acordadas, podendo variar para mais ou para
menos em 25% do valor do contrato, podendo chegar a 50% para mais. Isso porque o § 1º do Art. 55 determina
que o contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas condições contratuais, os acréscimos ou supressões que
se fizerem nas obras, serviços ou compras, até 25% (vinte e cinco por cento) do valor inicial atualizado do
contrato, e, no caso particular de reforma de edifício ou de equipamento, até o limite de 50% (cinquenta por
cento) para os seus acréscimos.
Nenhum acréscimo ou supressão poderá exceder os limites estabelecidos, salvo as supressões resultantes de
acordo celebrado entre os contratantes.
É importante frisar que os custos incorridos pelo particular decorrentes das reduções impostas serão de
o
responsabilidade da Administração. Segundo o § 4 do Art. 65 da lei 8666/93, no caso de supressão de obras, bens
ou serviços, se o contratado já houver adquirido os materiais e posto no local dos trabalhos, estes deverão ser pagos
pela Administração pelos custos de aquisição regularmente comprovados e monetariamente corrigidos, podendo
caber indenização por outros danos eventualmente decorrentes da supressão, desde que regularmente
comprovados.
Fica claro então que a Administração não arcará somente com os custos dos materiais adquiridos em função do
contrato, essa obrigação é mais ampla e atinge tudo aquilo que puder ser regularmente comprovado, inclusive os
lucros cessantes.
• POR ACORDO DAS PARTES
a) quando conveniente a substituição da garantia de execução;
b) quando necessária a modificação do regime de execução da obra ou serviço, bem como do modo de
fornecimento, em face de verificação técnica da inaplicabilidade dos termos contratuais originários;
c) quando necessária a modificação da forma de pagamento, por imposição de circunstâncias supervenientes,
mantido o valor inicial atualizado, vedada a antecipação do pagamento, com relação ao cronograma financeiro
fixado, sem a correspondente contraprestação de fornecimento de bens ou execução de obra ou serviço;
d) para restabelecer a relação que as partes pactuaram inicialmente entre os encargos do contratado e a
retribuição da Administração para a justa remuneração da obra, serviço ou fornecimento, objetivando a
manutenção do equilíbrio econômico-financeiro inicial do contrato, na hipótese de sobrevirem fatos imprevisíveis,
ou previsíveis porém de consequências incalculáveis, retardadores ou impeditivos da execução do ajustado, ou,
ainda, em caso de força maior, caso fortuito ou fato do príncipe, configurando álea econômica extraordinária e
extracontratual.
• EQUILÍBRIO ECONÔMICO FINANCEIRO
O equilíbrio econômico financeiro é estabelecido na proposta, quando o particular interessado deve analisar o
instrumento convocatório para que calcule seus custos e adicione uma margem razoável de lucro. Uma vez
estabelecido, esse equilíbrio não deve ser quebrado, sendo repactuados os preços sempre que isso ocorrer.
São vários os fatores que podem provocar a quebra do equilíbrio econômico, como a ocorrência de força maior,
caso fortuito ou fato do príncipe, configurando álea econômica extraordinária e extracontratual. A própria lei
estabelece expressamente que quaisquer tributos ou encargos legais criados, alterados ou extintos, bem como a
superveniência de disposições legais, quando ocorridas após a data da apresentação da proposta, de comprovada
repercussão nos preços contratados, implicarão a revisão destes para mais ou para menos, conforme o caso.
Havendo alteração unilateral do contrato que aumente os encargos do contratado, a Administração deverá
restabelecer, por aditamento, o equilíbrio econômico-financeiro inicial.
Assim, ocorrendo a quebra, o interessado deve comprová-la, cabendo a Administração estabelecer novo valor,
aumentando ou reduzindo. Quando o valor pactuado for baseado no preço unitário, basta calcular o novo montante.
Se no contrato não houverem sido contemplados preços unitários para obras ou serviços, esses serão fixados
mediante acordo entre as partes, respeitados os limites vistos acima.
Não se pode confundir a recomposição do equilíbrio econômico financeiro com o mero ajuste previamente
previsto em contrato. O primeiro não pode ser previsto e se configura em uma alteração contratual, tanto que é feita
por aditamento. No segundo caso não há alteração do contrato, pois o reajuste nele já está previsto. Assim, segundo
o
o § 8 do art. 65 da lei 8666/93, a variação do valor contratual para fazer face ao reajuste de preços previsto no
próprio contrato, as atualizações, compensações ou penalizações financeiras decorrentes das condições de
pagamento nele previstas, bem como o empenho de dotações orçamentárias suplementares até o limite do seu valor
corrigido, não caracterizam alteração do mesmo, podendo ser registrados por simples apostila, dispensando a
celebração de aditamento.

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I. EXECUÇÃO DOS CONTRATOS
A execução dos contratos administrativos está regulada pela seção IV do capítulo III da lei 8.666/93, que engloba
do Art. 66 ao art. 76. Afirma a lei que, uma vez firmado o contrato, este deve ser devidamente executado conforme o
que foi acordado entre as partes e calcado em suas cláusulas, não havendo espaço para desvios nem por parte do
contratado nem por parte da Administração. Assim, tanto a Administração quanto o contratado devem cumprir
fielmente as regras contratuais e as normas da Lei de Licitações e Contratos Administrativos. O não-cumprimento
dessas disposições, total ou parcial, pode levar à rescisão do contrato, respondendo o culpado pelas consequências.
Art. 66 - O contrato deverá ser executado fielmente pelas partes, de acordo com as cláusulas
avençadas e as normas desta Lei, respondendo cada uma pelas consequências de sua
inexecução total ou parcial.
O art. 112 da Lei de Licitações estabelece que quando o objeto do contrato interessar a mais de uma entidade
pública, caberá ao órgão contratante, perante a entidade interessada, responder pela sua boa execução, fiscalização
e pagamento.
• FISCALIZAÇÃO
O acompanhamento e a fiscalização da execução do contrato consistem na verificação da conformidade da
prestação dos serviços e da alocação dos recursos necessários, de forma a assegurar o perfeito cumprimento do
contrato, devendo ser exercidos por um representante da Administração, especialmente designado na forma dos arts.
67 e 73 da Lei nº 8.666/93 e do art. 6º do Decreto nº 2.271/97 Instrução Normativa IN 02/2008 da SECRETÁRIO DE
LOGÍSTICA E TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO DO MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E
GESTÃO- Disciplina a contratação de serviços, continuados ou não, por órgãos ou entidades integrantes do Sistema
de Serviços Gerais – SISG - ANEXO I - DEFINIÇÕES DOS TERMOS UTILIZADOS NA INSTRUÇÃO NORMATIVA..
Prevista no inciso III do art. 58 da lei 8666/93 como uma prerrogativa da Administração em relação aos contratos,
o dever de fiscalizar, ou seja, de acompanhar o andamento da execução do contrato, existe para que se possa
certificar de que tudo será cumprido conforme o que foi anteriormente avençado. Tal fiscalização é ampla e envolve
todos os aspectos contratuais, desde prazos aos materiais usados.
Segundo a o art. 67. da lei 8666/93, a execução do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada por um
representante da Administração especialmente designado para esse fim. Esse representante, preferencialmente um
servidor de carreira, anotará em registro próprio todas as ocorrências relacionadas com a execução do contrato,
determinando o que for necessário à regularização das faltas ou defeitos observados.
O decreto 2271/97, que dispõe sobre a contratação de serviços pela Administração Pública Federal direta,
autárquica e fundacional, estabelece em seu art. 6º que a Administração indicará um gestor do contrato, que será
responsável pelo acompanhamento e fiscalização da sua execução, procedendo ao registro das ocorrências e
adotando as providências necessárias ao seu fiel cumprimento, tendo por parâmetro os resultados previstos no
contrato.
A IN 02/2008/SLTI/MPOG, estabelece que o fiscal ou gestor do contrato é o representante da Administração,
especialmente designado, na forma dos arts. 67 e 73 da Lei nº 8.666/93 e do art. 6º do Decreto nº 2.271/97, para
exercer o acompanhamento e a fiscalização da execução contratual, devendo informar a Administração sobre
eventuais vícios, irregularidades ou baixa qualidade dos serviços prestados pela contratada, propor as soluções e as
sanções que entender cabíveis para regularização das faltas e defeitos observados.
É importante estar atento ao fato de que o fiscal não tem ingerência direta sobre a execução do objeto. Assim,
não poderá o fiscal determinar a um funcionário do contratado que realize essa ou aquela atividade. Diante de uma
irregularidade o fiscal deve informá-la ao preposto do contratado e determinar quais providências devem ser
tomadas. O preposto deverá informar a quem de direito para que sejam movimentados recursos necessários a que
tal determinação seja cumprida.
Sendo muito complexas, de alto grau de importância ou ainda de grande impacto na execução contratual, as
decisões e providências que ultrapassarem a competência do representante deverão ser solicitadas a seus
superiores em tempo hábil para a adoção das medidas convenientes. O não atendimento das solicitações poderá
ensejar a rescisão unilateral do contrato.

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Por fim, sendo o objeto do contrato complexo ou que requeira conhecimentos técnicos para uma fiscalização
eficaz, cujo fiscal não detenha, a lei permite a contratação de terceiros para assisti-lo e subsidiá-lo de informações
pertinentes a essa atribuição.
Serve de exemplo a assinatura de um contrato de fornecimento de equipamentos de informática para uma
determinada repartição pública. O material entregue pelo fornecedor deve ter as configurações estabelecidas em
contrato e, para tanto, requer do fiscal conhecimento de informática, notadamente de hardware, para que o mesmo
possa certificar que os equipamentos entregues estão de acordo com as especificações avençadas. Não havendo na
repartição um servidor que detenha esse conhecimento, pode o gestor público nomear um servidor qualquer para
esse fim. O fiscal informará ao gestor que não detém os conhecimentos necessários à fiscalização desse contrato e
solicitará a contratação de um técnico em informática, que poderá ser um particular, incumbindo-o de assisti-lo e
subsidiá-lo de informações pertinentes ao fornecimento objeto do contrato.
• OBRIGAÇÕES DO CONTRATADO
O contratado tem por principal obrigação bem cumprir o contrato conforme os termos avençados com o máximo
de eficiência, eficácia e efetividade. Segundo a lei 8666/93, identificados problemas na execução do contrato, o
contratado é obrigado a reparar, corrigir, remover, reconstruir ou substituir, às suas expensas, no total ou em parte, o
objeto do contrato em que se verificarem vícios, defeitos ou incorreções resultantes da execução ou de materiais
empregados. Da mesma forma, o contratado é responsável pelos danos causados diretamente à Administração ou a
terceiros, decorrentes de sua culpa ou dolo na execução do contrato, não excluindo ou reduzindo essa
responsabilidade a fiscalização ou o acompanhamento pelo órgão interessado.
Determina o art. 68 da lei 8666/9 que o contratado deverá manter preposto, aceito pela Administração, no local da
obra ou serviço, para representá-lo na execução do contrato.
Preposto é o representante designado pelo contratado que atuará juntamente com o representante da
Administração na fiscalização da execução do contrato, representando os interesses do contratado. Importante
ressaltar que, apesar de prerrogativa do contratado indicar seu preposto, este deve ser aprovado pela Administração
para poder atuar.
Com relação a encargos trabalhistas, previdenciários, fiscais e comerciais resultantes da execução do contrato, a
lei estabelece que a responsabilidade é integralmente atribuída ao contratado, vedando, inclusive, que a
inadimplência do mesmo, com referência aos encargos trabalhistas, fiscais e comerciais, transfira à Administração
Pública a responsabilidade por seu pagamento, negando também a oneração do objeto do contrato ou restrição à
regularização e o uso das obras e edificações, inclusive perante o Registro de Imóveis.
Com relação a encargos trabalhistas, a desoneração total do poder público diante da inadimplência do contratado
é matéria polêmica. O afastamento da responsabilidade subsidiária da Administração citado acima, que se encontra
calcado no § 1º do art. 71 da lei 8.666/93, contraria em certos aspectos o princípio geral de proteção ao
hipossuficiente nas relações trabalhistas, o empregado.
Art. 71 - O contratado é responsável pelos encargos trabalhistas, previdenciários, fiscais e
comerciais resultantes da execução do contrato.
o
§1 - A inadimplência do contratado, com referência aos encargos trabalhistas, fiscais e
comerciais não transfere à Administração Pública a responsabilidade por seu pagamento, nem
poderá onerar o objeto do contrato ou restringir a regularização e o uso das obras e edificações,
inclusive perante o Registro de Imóveis. (Redação dada pela Lei nº 9.032, de 1995)
Em função de tal princípio a súmula 331 do TST (Superior Tribunal do Trabalho) contraria o dispositivo legal citado ao
estabelecer que:
 O inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do empregador, implica a responsabilidade subsidiária
do tomador dos serviços quanto àquelas obrigações, desde que haja participado da relação processual e conste
também do título executivo judicial.
 Os entes integrantes da Administração Pública direta e indireta respondem subsidiariamente, nas mesmas
condições do item IV, caso evidenciada a sua conduta culposa no cumprimento das obrigações da Lei n.º 8.666,
de 21.06.1993, especialmente na fiscalização do cumprimento das obrigações contratuais e legais da prestadora
de serviço como empregadora. A aludida responsabilidade não decorre de mero inadimplemento das obrigações
trabalhistas assumidas pela empresa regularmente contratada.
Porém, por votação majoritária, o Plenário do Supremo Tribunal Federal declarou a constitucionalidade do
dispositivo legal em questão, decisão tomada no julgamento da Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC) 16,

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ajuizada pelo governador do Distrito Federal em face do Enunciado (súmula) 331 do TST, que, como visto acima,
contraria tal dispositivo ao responsabilizar subsidiariamente tanto a administração direta quanto a indireta, em relação
aos débitos trabalhistas, quando atuar como contratante de qualquer serviço de terceiro especializado.
Segundo o presidente do STF, isso “não impedirá o TST de reconhecer a responsabilidade, com base nos fatos
de cada causa”. “O STF não pode impedir o TST de, à base de outras normas, dependendo das causas, reconhecer
a responsabilidade do poder público”.
Após tal decisão, o TST não poderá generalizar os casos, tendo que verificar com minúcias se a inadimplência
tem como causa principal a falha ou falta de fiscalização pelo órgão público contratante.
Já com relação aos encargos previdenciários, a lei estabelece que Administração Pública responde
solidariamente com o contratado, desde que resultantes da execução do contrato, nos termos do art. 31 da Lei nº
8.212, de 24 de julho de 1991.
Art. 31 - A empresa contratante de serviços executados mediante cessão de mão de obra,
inclusive em regime de trabalho temporário, deverá reter 11% (onze por cento) do valor bruto da
nota fiscal ou fatura de prestação de serviços e recolher, em nome da empresa cedente da mão
de obra, a importância retida até o dia 20 (vinte) do mês subsequente ao da emissão da
respectiva nota fiscal ou fatura, ou até o dia útil imediatamente anterior se não houver expediente
o
bancário naquele dia, observado o disposto no § 5 do art. 33 desta Lei. (Redação dada pela Lei
nº 11.933, de 2009). (Produção de efeitos).
o
§1 - O valor retido de que trata o caput deste artigo, que deverá ser destacado na nota fiscal ou
fatura de prestação de serviços, poderá ser compensado por qualquer estabelecimento da
empresa cedente da mão de obra, por ocasião do recolhimento das contribuições destinadas à
Seguridade Social devidas sobre a folha de pagamento dos seus segurados. (Redação dada pela
Lei nº 11.941, de 2009)
o
§2 - Na impossibilidade de haver compensação integral na forma do parágrafo anterior, o saldo
remanescente será objeto de restituição. (Redação dada pela Lei nº 9.711, de 1998).
o
§3 - Para os fins desta Lei, entende-se como cessão de mão-de-obra a colocação à disposição
do contratante, em suas dependências ou nas de terceiros, de segurados que realizem serviços
contínuos, relacionados ou não com a atividade-fim da empresa, quaisquer que sejam a natureza
e a forma de contratação. (Redação dada pela Lei nº 9.711, de 1998).
o
§4 - Enquadram-se na situação prevista no parágrafo anterior, além de outros estabelecidos em
regulamento, os seguintes serviços: (Redação dada pela Lei nº 9.711, de 1998).
I. limpeza, conservação e zeladoria; (Incluído pela Lei nº 9.711, de 1998).
II. vigilância e segurança; (Incluído pela Lei nº 9.711, de 1998).
III. empreitada de mão-de-obra; (Incluído pela Lei nº 9.711, de 1998).
IV. contratação de trabalho temporário na forma da Lei no 6.019, de 3 de janeiro de
1974. (Incluído pela Lei nº 9.711, de 1998).
o
§5 - O cedente da mão-de-obra deverá elaborar folhas de pagamento distintas para cada
contratante. (Incluído pela Lei nº 9.711, de 1998).
o
§6 - Em se tratando de retenção e recolhimento realizados na forma do caput deste artigo, em
o
nome de consórcio, de que tratam os arts. 278 e 279 da Lei n 6.404, de 15 de dezembro de
1976, aplica-se o disposto em todo este artigo, observada a participação de cada uma das
empresas consorciadas, na forma do respectivo ato constitutivo. (Incluído pela Lei nº 11.941, de
2009)
Assim, a Administração tem o dever de exigir dos contratados todos os comprovantes de pagamento das
obrigações previdenciárias resultantes da execução do objeto do contrato.
• SUBCONTRATAÇÃO
O contrato administrativo é, em regra, firmado intuito personae, o que torna a subcontratação total ou parcial do
seu objeto motivo para rescisão unilateral do contrato. Porém, essa regra não é absoluta, pois o art. 72 da lei
8.666/93 estabelece que o contratado, na execução do contrato, sem prejuízo das responsabilidades contratuais e
legais, poderá subcontratar partes da obra, serviço ou fornecimento, até o limite admitido, em cada caso, pela
Administração. Este limite obedecer aos termos do instrumento convocatório.

Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins
comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AlfaCon Concursos Públicos.
• RECEBIMENTO DO OBJETO DO CONTRATO
Executado o contrato, ou seja, quando as obrigações ali descritas forem cumpridas por parte do contratado, o seu
objeto será então recebido.
Em regra, esse recebimento será dividido em duas etapas, recebimento provisório e definitivo. Isso porque a mera
tradição (entrega) não garante a execução como acordado, não importando então em aceitação, que fica suspensa
até o implemento do recebimento definitivo. Isso porque, em nome do interesse público, é necessária uma verificação
minuciosa sobre o que foi efetivamente realizado ou entregue por parte do contratado. A lei estabelece a forma como
deverá ser feito esse recebimento, determinando responsabilidades e procedimentos distintos conforme os tipos de
objeto.
OBRAS E SERVIÇOS
a) provisoriamente, pelo responsável por seu acompanhamento e fiscalização, mediante termo circunstanciado,
assinado pelas partes em até 15 (quinze) dias da comunicação escrita do contratado. Esse recebimento
provisório, preliminar, é de responsabilidade do fiscal ou gestor do contrato.
b) definitivamente, por servidor ou comissão designada pela autoridade competente, mediante termo
circunstanciado, assinado pelas partes, após o decurso do prazo de observação, ou vistoria que comprove a
adequação do objeto aos termos contratuais, sendo o contratado obrigado a reparar, corrigir, remover,
reconstruir ou substituir, às suas expensas, no total ou em parte, o objeto do contrato em que se verificarem
vícios, defeitos ou incorreções resultantes da execução ou de materiais empregados.

O prazo de observação, ou vistoria que comprove a adequação do objeto aos termos contratuais não poderá ser
superior a 90 (noventa) dias, salvo em casos excepcionais, devidamente justificados e previstos no edital.

COMPRAS OU LOCAÇÃO DE EQUIPAMENTOS


a) provisoriamente, para efeito de posterior verificação da conformidade do material com a especificação;
b) definitivamente, após a verificação da qualidade e quantidade do material e consequente aceitação.
A lei estabelece ainda que nos casos de aquisição de equipamentos de grande vulto, o recebimento far-se-á
mediante termo circunstanciado e, nos demais, mediante recibo.
OBSERVAÇÕES
No caso de a Administração se omitir na lavratura do termo circunstanciado ou da verificação não sendo,
respectivamente, lavrado ou procedida dentro dos prazos fixados, a lei determina que presume-se realizado, desde
que notificado pelo contratado. Para tanto, o particular deve notificar a Administração nos 15 (quinze) dias anteriores
à exaustão desses prazos determinados.
Em função da impossibilidade de, em alguns casos, haver a dissociação entre os recebimentos definitivo e
provisório ou ainda em função da relação custo benefício entre o objeto e um processo de recebimento complexo, é
possível a dispensa do recebimento provisório. Segundo a lei 8666/93, essa dispensa poderá ocorrer nos seguintes
casos, que serão feitos mediante recibo:
I. Gêneros Perecíveis e Alimentação Preparada
Nesse caso, o decurso do prazo poderá acarretar o perecimento do objeto, inviabilizando um processo mais
complexo de recebimento.
II. Serviços Profissionais
No caso de serviços profissionais, existirão situações em que a natureza do objeto é incompatível com o processo
de recebimento em duas fases. Serve de exemplo a assistência jurídica, onde é impossível fazer qualquer tipo de
aferição antes do término do processo.
III. Obras e serviços de valor de até R$ 80.000,00 (oitenta mil reais) desde que não se
componham de aparelhos, equipamentos e instalações sujeitos à verificação de
funcionamento e produtividade.
Essa hipótese abrange obras e serviços que se enquadrem no art. 23, inciso II, alínea "a", ou seja, obras cujo
valor reduzido tornem antieconômicas as verificações, testes e medições. É lógico que existirão situações que
exigirão o recebimento provisório, independente de seu valor. Serve de exemplo uma obra de que dependa o
funcionamento de uma usina termonuclear. Hora, se alguma coisa sair errado nessa obra poderá ocorrer uma
catástrofe. Assim, mesmo que seu valor se enquadre no limite acima citado, o que tornariam antieconômicas as
verificações, testes e medições, é necessário que sejam feitos em função da sua importância.

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• RESPONSABILIDADE DO CONTRATADO
RESPONSABILIDADE CIVIL
Com relação à responsabilidade civil pela execução do contrato, a lei é clara ao mantê-la mesmo após o recebimento
do objeto do contrato. Assim, não fica excluída a responsabilidade civil por eventuais vícios que surjam mesmo após
do recebimento provisório ou definitivo. Seve de exemplo a existência de um vício redibitório. A lei estabelece duas
situações específicas:
 Pela solidez e segurança da obra ou do serviço; e
 Ético-profissional pela perfeita execução do contrato, dentro dos limites estabelecidos pela lei ou pelo contrato.
RESPONSABILIDADE PELO CUSTO DA AFERIÇÃO DA QUALIDADE
Com relação à qualidade do objeto entregue, o art. 75 da lei 8666/93 estabelece que, salvo disposições em
contrário constantes do edital, do convite ou de ato normativo, os ensaios, testes e demais provas exigidos por
normas técnicas oficiais para a boa execução do objeto do contrato correm por conta do contratado.
• REJEIÇÃO DO OBJETO
Agindo sempre tendo como norteador o interesse público, não é aceitável que a Administração, por liberalidade,
aceite um abjeto com qualquer tipo vício ou ainda que esteja fora das especificações estabelecidas no contrato. Por
esse motivo, o art. 76 da lei 8666/93 estabelece que a Administração rejeitará, no todo ou em parte, obra, serviço ou
fornecimento executado em desacordo com o contrato. Por se tratar da defesa do interesse público, esse é um poder
dever, ou seja, não haverá discricionariedade para a rejeição, sendo um ato vinculado.
Apesar de a lei citar somente a hipótese de desobediência ao que foi previamente acordado em contrato, outras
situações que venham a acarretar qualquer tipo de desconformidade ao objeto do contrato poderá também motivo
também de rejeição, mesmo que não expressa no contrato. Marçal Justen Filho ensina ainda que “caberá rejeição se
o conflito se impuser com padrões e normas técnico-científicas. Tais padrões são inerentes ao desempenho da
prestação, sendo dispensável sua expressa alusão no contrato” (FILHO, Marçal Justen. Comentários à Lei de
licitações e contratos administrativos. 11. ed. São Paulo: Dialética, 2005 p 571.).
II. INEXECUÇÃO E RESCISÃO DOS CONTRATOS
São vários os fatore que poderão ensejar a rescisão do contrato. Tendo um potencial reflexo negativo, e, quando
tiver caráter punitivo, é óbvio que se deve levar em conta o Princípio da Proporcionalidade, bem como o Princípio da
Razoabilidade no momento de sua aplicação. No caso de inadimplência total ou parcial do contratado, por exemplo,
se a mesma não é causa de inviabilização do objeto ou se não trouxe graves danos ao interesse e à moralidade
pública, é inviável a rescisão, mesmo porque existem outras sanções que podem ser aplicadas, como a advertência e
a multa. Segundo o princípio supracitado, a gravidade da sanção deve ser proporcional à falta cometida e ao
resultado provocado.
O artigo art. 78 da lei 8666/93 enumera as condutas que constituem motivo para rescisão do contrato. A aplicação
desses dispositivos deve levar em consideração a indisponibilidade dos interesses fundamentais, o que torna a
infração a tais dispositivos juridicamente relevantes a medida que sejam mais ou menos ofensivas ao interesse
público. Isso quer dizer que a simples constatação da concretização de uma das hipóteses do Art. 78 não enseja a
imediata rescisão do contrato. Sendo, em sua maioria, de caráter punitivo e gerando, quase sempre, prejuízos para o
contratado e para a Administração, cabe à esta estabelecer o devido processo legal, onde deverá demonstrar o
vínculo entre o motivo apontado e a lesão aos interesses fundamentais, além do contraditório e ampla defesa,
propiciando ao contratado o uso de todos os dispositivos contemplados no ordenamento jurídico na defesa de seus
interesses.

Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins
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As hipóteses previstas no Art. 78 são as seguintes:
I. O não cumprimento de cláusulas contratuais, especificações, projetos ou prazos;
Hipótese genérica que abarca praticamente todas as situações de descumprimento por parte do contratado.
A interpretação conjunta dos incisos I e VIII, “o cometimento reiterado de faltas na sua execução”, demostra que o
mero descumprimento de qualquer cláusula não enseja de forma inequívoca a rescisão do contrato, afinal o
cometimento de falta significa necessariamente o descumprimento de alguma cláusula contratual, especificações,
projetos ou prazos. Assim, interpretação literal do inciso I não abriria espaço para “cometimentos reiterados”, haja
vista que essa expressão deixa claro que há possibilidade de se corrigir o erro que ensejou a falta e ainda a
possibilidade de se continuar a execução do contrato, desde que não se cometa novas faltas.
Diante do exposto, a aplicação do inciso I deve albergar o não cumprimento de cláusulas contratuais,
especificações, projetos ou prazos que ensejem inadimplemento absoluto, ou seja, condutas do contratado que
tornem inviável a execução do contrato ou ainda que ofendam tão profundamente o interesse ou a moralidade
pública, que torne imprescindível a rescisão.
É importante ainda salientar que tal dispositivo pode, em determinadas situações, não albergar somente o
universo estrito do que estiver previsto no contrato, afinal, mesmo não havendo previsão explícita, obrigações de
cunho legal ou profissional devem ser necessariamente cumpridas. Serve de exemplo o cumprimento de prazos
processuais pelo advogado contratado para prestação de serviços jurídicos, ou ainda a presença de características
gerais e comuns de produtos e serviços, ou seja, inerentes a sua natureza, que determinado produto adquirido pela
Administração deva ter para cumprir a finalidade pela qual foi adquirido, como alimentos em condições de serem
consumidos, veículos com uma durabilidade e desempenho semelhantes aos adquiridos no mercado, ou ainda uma
obra que seja sólida.
Assim, não pode excursar-se o construtor de uma obra que venha a ruir em um mês após sua entrega alegando
que no contrato não estava previsto que ela deveria durar tempo superior.
Características que vão além das características normais devem ser devidamente especificadas no projeto, não
sendo exigível do particular cumpri-las sem a devida previsão. Serve de exemplo a aquisição de veículo militar que
necessite ter uma determinada blindagem. As especificações dessa blindagem, necessariamente, deverão constar no
edital e, consequentemente, no contrato.
II. o cumprimento irregular de cláusulas contratuais, especificações, projetos e prazos;
Cumprimento irregular pressupõe que o contratado cumpriu com suas obrigações contratuais, só que o fez em
desconformidade com o acordado. Porém, mais uma vez é importante salientar que, se sanável o vício e corrigível o
problema, a Administração deve agir com a devida proporcionalidade. No que couber, cabem a esse inciso as
observações vistas sobre o inciso anterior.
III. a lentidão do seu cumprimento, levando a Administração a comprovar a
impossibilidade da conclusão da obra, do serviço ou do fornecimento, nos prazos
estipulados;
A lentidão em si pode não se motivo suficiente para a rescisão do contrato. Atenção maior deve ser dada aos
motivos que ensejaram a lentidão e às consequências provocadas por ela. Assim, se a lentidão se dá em função de,
por exemplo, uma mera realocação de recursos do contratado para outra obra mais urgente, desde que o atraso não
acarrete prejuízos aos interesses públicos, esse atraso não haverá de ser motivo para rescisão. Já, por outro lado, se
a lentidão se dá em função da péssima saúde financeira do contratado ou ainda, se tal lentidão acarretar prejuízos
aos interesses públicos, esse atraso poderá ensejar então a rescisão do contrato.
No primeiro caso deve-se substituir o contratado porque a sua saúde financeira frágil demonstra que o mesmo
não tem capacidade de executar integralmente o objeto do contrato, o que poderá gerar prejuízos ainda maiores no
futuro. Já no caso de ofensa aos interesses públicos os motivos são óbvios, a substituição se faz necessária para se
evitar que o atraso gere prejuízos aos interesses públicos. Porém, se tais atrasos não produzirem lesão ao interesse
público, ela por si só pode não ser motivo para rescisão do contrato.
Serve de exemplo a construção de estádios para a Copa do Mundo. Se a Administração verificar que há um
descumprimento no cronograma e que a obra só ficará pronto depois do mundial, deve ela intervir e contratar com
alguém que possa cumprir o cronograma. A responsabilidade por essas verificações é do fiscal do contrato. Porém,
se, mesmo ocorrendo atrasos, o andamento da obra indicar que ela será concluída a tempo, porão ser aplicadas
outras sanções ao invés da rescisão, como a multa.

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IV. o atraso injustificado no início da obra, serviço ou fornecimento;
Serve para esse inciso, no que couber, as mesmas observações do inciso anterior.
V. a paralisação da obra, do serviço ou do fornecimento, sem justa causa e prévia
comunicação à Administração;
A paralização é hipótese autônoma. Assim, não é necessário que a Administração comprove que a paralização vá
afetar o cumprimento do cronograma. Se assim fosse, estaria configurada a hipótese do inciso III. Outro ponto a ser
observado é que, mais uma vez, a mera paralização em si pode não ser motivo suficiente para rescisão do contrato.
Mais uma vez outros fatores devem ser observados para que a paralização seja motivo de rescisão, tais como:
 Prejuízo ao interesse público:
Se a paralização da obra, do serviço ou do fornecimento não trouxer prejuízos ao interesse público e também não
revelar qualquer outro indício que inviabilize a execução do contrato, ela por si só pode não se motivo suficiente para
rescisão.
 Justa causa:
É óbvio, que se houver uma justa causa para a paralização, esta poderá não ser motivo para rescisão. Porém, a
lei não faz alusão ao que seja justa causa, fazendo com que essa análise ocorra na observação do caso concreto.
Outro ponto a ser observado é que o interesse público está acima de tudo. Assim, mesmo com a causa sendo
justa, se houver risco ao interesse público o contrato poderá ser rescindido. Imaginemos que um contratado paralise
a realização da construção de um hospital porque sua empresa foi atingida por um meteoro que destruiu todo seu
maquinário. Essa catástrofe certamente pode ser classificada como uma causa justa para paralização da execução
do contrato, o que, em tese, não seria motivo para rescisão. Porém, se essa catástrofe destruiu toda capacidade de
execução do contratado, impossibilitando-o de cumprir o que foi avençado, ou de cumprir num prazo eu não traga
prejuízos ao interesse público, esse contrato deve ser rescindido.
 Aviso prévio:
A questão do aviso prévio também não deve ser vista de forma absoluta. Primeiramente porque ele por si só não
é causa de justificativa da paralização. Assim, diante do aviso de paralização, a Administração deverá analisar as
causas que devem estar expostas no próprio documento que materializa ao aviso. Examinadas as causas e não
classificadas como justas, estas não servirão de guarida para justificar a paralização, o que propiciará à
Administração pedir explicações mais detalhadas e, não se caracterizando a justa causa, aplicar as devidas sanções
se a paralização se concretizar, inclusive a rescisão do contrato.
Outro ponto a ser observado é a real possibilidade de emitir o aviso com antecedência. No exemplo dado acima, o
do meteoro, a antecipação do aviso mostrou-se impossível, dada a imprevisibilidade da ocorrência da catástrofe.
Nesse caso a falta de aviso prévio não se configuraria por si só motivo para rescisão do contrato.
As hipóteses acima elencadas estão intimamente ligadas. Os casos previstos nos incisos II, III, IV e V, são, em
realidade, espécies do Gênero estabelecido no inciso I.
VI. a subcontratação total ou parcial do seu objeto, a associação do contratado com
outrem, a cessão ou transferência, total ou parcial, bem como a fusão, cisão ou
incorporação, não admitidas no edital e no contrato;
Tal dispositivo relaciona-se à característica do contrato administrativo ser firmado intuito personae. A escolha do
contratado leva em conta suas condições pessoais apuradas no processo licitatório. Por esse motivo, essa pessoa é
a que apresenta as melhores condições para o cumprimento do contrato firmado.
Vale lembrar que os critérios estabelecidos no processo licitatórios são objetivos e buscam apurar o candidato que
conjugue as diversas condições estabelecidas, com o melhor preço, técnica ou técnica e preço. Uma vez selecionado
o vencedor, não faria sentido se o objeto do contrato fosse executado por pessoa diversa.
É importante estar atento ao fato de que a subcontratação não é vedada, desde que esteja prevista em edital e
dentro dos limites estabelecidos. Afinal, segundo o art. 72, o contratado, na execução do contrato, sem prejuízo das
responsabilidades contratuais e legais, poderá subcontratar partes da obra, serviço ou fornecimento, até o limite
admitido, em cada caso, pela Administração.
VII. o desatendimento das determinações regulares da autoridade designada para
acompanhar e fiscalizar a sua execução, assim como as de seus superiores;

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Trata-se de insubordinação do contratado frente às determinações emanadas do fiscal do contrato ou de seus
superiores. Tal previsão legal remete-se aos incisos II, visto anteriormente e VIII descrito a baixo.
É importante citar que as determinações emanadas da Administração devem ter por guarida o contrato
administrativo anteriormente firmado, a lei ou ainda obrigações de cunho técnico profissional ou ético, desde que
sejam inerentes ao objeto, mesmo que não previstos no contrato. Assim, a recusa no cumprimento de determinações
extracontratuais não ensejariam a rescisão do contrato, por não estar obrigado, o contratado, àquilo que não fora
previamente avençado. Tal entendimento é fundamental para que se evite uma sujeição desproporcional e
injustificada por parte do contratado.
Como visto, é dever da Administração fiscalizar a execução do contrato para certificar-se de que o objeto sairá
conforme o avençado e que o interesse público estará protegido.
o
VIII. o cometimento reiterado de faltas na sua execução, anotadas na forma do § 1 do art.
67 desta Lei;
A constatação de reiteradas faltas pode demonstrar um incapacidade para execução do objeto do contrato. Assim,
a Administração poderá rescindir o contrato toda vez que tais faltas ocorrerem reiteradamente.
A lei não estabelece parâmetro para interpretação do que signifique a expressão “reiterada”. Mais uma vez o que
se deve ter como balizador é o atendimento aos interesses públicos e o impacto que essas faltas e suas reiterações
terão na execução do contrato, ou seja, se poderão ou não gerar prejuízos relevantes à coletividade.
Outros pontos a serem observados na interpretação do que seja “reiterados” estão no prazo e na natureza das
faltas. Apesar de não se exigir que tais faltas sejam de mesma natureza, o lapso temporal pode influenciar no
entendimento sobre a ocorrência ou não da hipótese prevista nesse inciso.
IX. a decretação de falência ou a instauração de insolvência civil;
Diante da impossibilidade de executar o contrato, só restará à Administração rescindi-lo. Porém, é importante
ressaltar que, havendo condições de continuar a execução nada impedirá que o contrato seja concluído.
X. a dissolução da sociedade ou o falecimento do contratado;
Tal hipótese refere-se ao desaparecimento da pessoa jurídica, dissolução, e da incapacidade da pessoa física.
Apesar do silêncio legislativo, é importante destacar que não só o falecimento provocará a rescisão do contrato. Da
mesma forma, qualquer causa que gere incapacidade do contratado para execução do objeto do contrato acaba por
provocar também a rescisão. Isso porque estarão impedidos de manifestar vontade ou, dependendo do objeto do
contrato, impedidos de executá-lo. Seve de exemplo o desaparecimento da pessoa, a senilidade, etc.
Será possível a manutenção do contrato quando as hipóteses citadas nesse inciso não prejudicarem a execução,
ou ainda se o contrato estiver em vias de exaurimento em que, por exemplo, reste apenas se concretizar a tradição
(entregar) do seu objeto.
XI. a alteração social ou a modificação da finalidade ou da estrutura da empresa, que
prejudique a execução do contrato;
Essa regra abrange um grande número de possibilidades. O que importa é a parte final do inciso, onde fica claro
que o que não permitido é mutação sofrida pela pessoa jurídica venha prejudicar a execução do contrato.
XII. razões de interesse público, de alta relevância e amplo conhecimento, justificadas e
determinadas pela máxima autoridade da esfera administrativa a que está
subordinado o contratante e exaradas no processo administrativo a que se refere o
contrato;
O interesse público é um conceito extremamente vago que não pode ser indiscriminadamente invocado para que
se proceda uma extinção de contrato. Para tanto a lei enumera outros requisitos complementares.
 Alta relevância
Apesar de ainda manter a o caráter indeterminado do interesse público, este adjetivo deixa claro que não poderá
ser “qualquer razão de interesse público”. A alta relevância implica em fatores que vão além do que seja ordinário, do
dia-a-dia. Isso quer dizer que as razões que levem a Administração a rescindir um contrato devem ter relevância
suficiente para justificar os transtornos e prejuízos provocados pela rescisão em si. Para tanto, deve restar
comprovado que a continuidade na execução do contrato provocaria grande risco ou impediria a Administração de
obter grande benefício e que tais riscos ou benefícios sejam muito superiores aos transtornos trazidos pela rescisão.

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 Amplo conhecimento
Ressalvados casos que envolvam assuntos sensíveis que, por exemplo, ponham em risco a segurança nacional,
as causa de interesse público que levem a Administração a rescindir um contrato devem ser de conhecimento de
todos, inclusive do contratado.
 Justificadas e determinadas pela máxima autoridade da esfera administrativa a que está subordinado o
contratante
Em regra, todo ato administrativo que estinga direitos ou provoque algum dano deve ser motivado e devidamente
justificado. Em função do grau de lesividade que a rescisão pode provocar, a lei determina que essa decisão seja
tomada pela mais alta autoridade da esfera administrativa a que está subordinado o contratado, ou seja, que, pelo
menos em tese, seja a autoridade de maior competência.
 Exaradas no processo administrativo a que se refere o contrato
O processo administrativo será sempre necessário para que se apure a existência das razões que motivaram a
rescisão e sua real relevância, afinal a rescisão gera prejuízos também para Administração que terá que arcar com
todos os custos regularmente comprovados do contratado, além dos lucros cessantes.
Assim, deve-se ter certeza que rescindir o contrato é realmente a melhor opção diante da situação apresentada.
É importante a oitiva do contratado para que o mesmo exponha sobre o que lhe couber, notadamente seus
prejuízos para que possa ser indenizado. Isso não quer dizer que a Administração está obrigada a concordar com o
valor por ele apresentado, mas certamente servirá como mais um elemento na definição desse valor.
Por fim, vale lembrar que em, função do princípio da inafastabilidade do controle jurisdicional, todas as situações
apresentadas podem ser reexaminadas pelo Poder Judiciário.
XIII. a supressão, por parte da Administração, de obras, serviços ou compras, acarretando
o
modificação do valor inicial do contrato além do limite permitido no § 1 do art. 65
desta Lei;
É sabido que é possível alterar o contrato administrativo. Essas modificações podem ser qualitativas e
quantitativas. O inciso versa sobre quantidade, ou seja, alterações quantitativas. São alterações nas quantidades
anteriormente acordadas, podendo variar para menos em 25% do valor do contrato. Isso porque o § 1º do Art. 55
determina que o contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas condições contratuais, os acréscimos ou supressões
que se fizerem nas obras, serviços ou compras, até 25% (vinte e cinco por cento) do valor inicial atualizado do
contrato, e, no caso particular de reforma de edifício ou de equipamento, até o limite de 50% (cinquenta por
cento) para os seus acréscimos.
Nenhum acréscimo ou supressão poderá exceder os limites estabelecidos, salvo as supressões resultantes de
acordo celebrado entre os contratantes.
XIV. a suspensão de sua execução, por ordem escrita da Administração, por prazo
superior a 120 (cento e vinte) dias, salvo em caso de calamidade pública, grave
perturbação da ordem interna ou guerra, ou ainda por repetidas suspensões que
totalizem o mesmo prazo, independentemente do pagamento obrigatório de
indenizações pelas sucessivas e contratualmente imprevistas desmobilizações e
mobilizações e outras previstas, assegurado ao contratado, nesses casos, o direito
de optar pela suspensão do cumprimento das obrigações assumidas até que seja
normalizada a situação;
Em razão do interesse público, a Administração poderá, a qualquer momento, interferir no ritmo de execução do
contrato. Porém, dependendo da natureza do objeto do contrato, essas interferências podem gerar transtornos dos
mais diversos ao contratado, podendo traduzir-se, inclusive, em prejuízos financeiros que deverão ser devidamente
indenizados. Em razão disso, esse poder de interferência é limitado aos prazos legalmente estabelecidos,
autorizando, inclusive a rescisão quando tais limites são extrapolados.
O prazo limite estabelecido para a suspensão é de 120 (cento e vinte) dias. Tal prazo poderá ser contínuo
ou ainda a soma de repetidas suspensões que totalizem o mesmo prazo. Ocorrendo uma das situações aqui
descritas, fica assegurado ao contratado, nesses casos, o direito de optar pela suspensão do cumprimento
das obrigações assumidas até que seja normalizada a situação. Vale lembrar que o dispositivo legal é claro
em afirmar que a opção é válida, independentemente do pagamento obrigatório de indenizações pelas
sucessivas e contratualmente imprevistas desmobilizações e mobilizações e outras previstas.

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Importante citar que, o contrato não se romperá se houver concordância do contratado com a suspenção
por prazo superior ao legalmente estabelecido e que a suspenção é uma faculdade do contratado que, se
achar por bem, poderá não efetivá-la.
Solução distinta ocorrerá em situações de excepcionalidades, como as, exemplificativamente, citadas na lei,
calamidade pública, grave perturbação da ordem interna ou guerra. Nesses casos, é lógico que os rigores legais
serão atenuados em função do bem comum e assim, tais prazos poderão ser desconsiderados.
A ocorrência da hipótese aqui tratada não exclui a responsabilidade de ambos pelo que tiver sido executado. Da
Administração de indenizar e do contratado responder por eventual vício, obrigando-se a repará-lo, quando for o
caso.
XV. o atraso superior a 90 (noventa) dias dos pagamentos devidos pela Administração
decorrentes de obras, serviços ou fornecimento, ou parcelas destes, já recebidos ou
executados, salvo em caso de calamidade pública, grave perturbação da ordem
interna ou guerra, assegurado ao contratado o direito de optar pela suspensão do
cumprimento de suas obrigações até que seja normalizada a situação;
É certo que os contratos administrativos são gravados com clausulas exorbitantes, dentre elas está a restrições
ao uso do princípio da exceptio non adimpleti contractus (exceção do contrato não cumprido), o que permite à
Administração exigir que o contratado cumpra o avençado no contrato sem que própria Administração tenha
cumprido a sua parte.
Porém, tal clausula não é absoluta e um dos principais exemplos da sua relativização está no inciso XIV acima
transcrito. As considerações a esse inciso são parecidas aos do inciso anterior, principalmente no que tange a
faculdade do particular de continuar a prestação do serviço e nas exceções, ou seja, em caso de calamidade pública,
grave perturbação da ordem interna ou guerra.
A ocorrência da hipótese aqui tratada não exclui a responsabilidade de ambos pelo que tiver sido executado. Da
Administração de indenizar e do contratado responder e por eventual vício, obrigando-se a repará-lo, quando for o
caso.
XVI. a não liberação, por parte da Administração, de área, local ou objeto para execução
de obra, serviço ou fornecimento, nos prazos contratuais, bem como das fontes de
materiais naturais especificadas no projeto;
É lógico que se a omissão administrativa vier a impossibilitar a execução contratual o contratado não poderá ser
penalizado. Os efeitos da ocorrência da hipótese contida nesse inciso tem efeito semelhante à hipótese do inciso
anterior. Porém, a diferença é que se refere a prazos contratuais, ou seja, o prazo a ser espeitado é aquele contido
no contrato. Porém, não havendo tal previsão no contrato, o prazo a ser respeitado é o do inciso XIV, ou seja, de 120
dias.
Insta frisar que a relação apresentada é meramente exemplificativa, ou seja, qualquer omissão administrativa
sobre providência que esteja prevista em contrato e que seja essencial à sua execução estará enquadrada na
hipótese deste inciso.
XVII. a ocorrência de caso fortuito ou de força maior, regularmente comprovada,
impeditiva da execução do contrato.
Força maior é fato humano, ou seja, evento decorrente da ação humana, que impede, total ou parcialmente, a
regular execução do contrato, como greve, rebeliões, guerras. Já caso fortuito é evento da natureza que também
impede a execução do contrato por se opor como obstáculo intransponível à sua regular execução, total ou parcial.
Na ocorrência de um dos dois casos haverá a rescisão do contrato. Porém para que tal efeito se concretize, é
necessário que o obstáculo a execução do objeto seja total, pois se parcial for, este deve ser cumprido. Assim, sendo
parcial, deverá haver a repactuação e o consequente restabelecimento do equilíbrio econômico-financeiro, se houver
sido rompido.
Vale lembrar que para que esse inciso abranja tanto a Administração quanto o Administrado e para que
caracterize uma dessas possibilidades é preciso que haja o fator “imprevisibilidade”, já que, sendo meramente
imprevisto, o mesmo deveria estar dentre os fatores que determinariam o valor cobrado na apresentação da proposta
original por parte do contratado ou ainda nos planejamentos da Administração.
Os casos de rescisão contratual serão formalmente motivados nos autos do processo, assegurado o
contraditório e a ampla defesa.

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comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AlfaCon Concursos Públicos.
Em razão dos potenciais prejuízos que uma rescisão contratual pode provocar, esse dispositivo reafirma o devido
processo legal quando ocorrer tais casos.
XVIII. descumprimento do disposto no inciso V do art. 27, sem prejuízo das sanções penais
cabíveis. (Incluído pela Lei nº 9.854, de 1999)
O inciso V do art. 27 faz referência ao art. 7º da Constituição Federal, que versa sobre os direitos dos
trabalhadores urbanos e rurais, onde, em seu inciso XXXIII, existe a proibição de trabalho noturno, perigoso ou
insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz,
a partir de quatorze anos.
Tal requisito já é exigido no art. 27 para a habilitação nas licitações, porém, se, mesmo cumprido tal requisito
nessa faze, este for descumprido durante a execução, tal descumprimento será então motivo para rescisão do
contrato, juntamente com todas as implicações inerentes a tal conduta.
Constituição Federal
Art. 7º - São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de
sua condição social:
(...)

XXXIII. proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer


trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de
quatorze anos; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
III. RESCISÃO DO CONTRATO
O art. 79 enumera as modalidades de rescisão de contrato administrativo estabelecendo que podem ser:
I. determinada por ato unilateral e escrito da Administração nos casos enumerados nos
incisos I a XII e XVII do artigo anterior (Rescisão Unilateral);
A rescisão tendo como fundamentação esses incisos é vinculada a comprovação da presença dos pressupostos
alegados, sendo necessária a indicação de todos os elementos que comprovem a sua necessidade.
Como visto, todos os incisos citados descrevem situações que permitirão à Administração rescindir
unilateralmente o contrato administrativo, porém, pode-se fazer uma divisão didática entre elas.
Os incisos I a XI apresentam situações em que o particular torna-se inadimplente. Tais razões podem ser
subdivididas em inadimplência com culpa, incisos de I a VII, além do inciso XVIII(O inciso XVIII foi inserido pela lei nº
9.854, de 1999, que não se preocupou com a redação do art. 79 onde deveria ter sido incluído o referido inciso
dentre uma das causas de rescisão por ato unilateral da Administração. Mesmo diante da omissão legislativa, é obvio
que a ocorrência de tal hipótese acaba por provocar a rescisão unilateral do contrato.), e sem culpa, de IX a XI. Vale
lembrar que a inexecução culposa de contrato administrativo resulta de ação ou omissão da parte, decorrente da
negligência, imperícia ou imprudência.
A hipótese do inciso XII, razões de interesse público, de alta relevância e amplo conhecimento, não se refere a
uma situação que possa ser atribuída ao particular, porem, a Administração também promoverá a rescisão unilateral
do contrato.
Na hipótese do inciso XVII, caso fortuito ou força maior, não existirá conduta atribuível às partes, assim, a causa
que dá origem à rescisão é externa é alheia à vontade e conduta de ambos, Administração e contratado. Porem, por
impossibilitar a execução, o contrato deve ser rescindido por ato unilateral.
As hipóteses dos incisos XIII a XVI, referem-se a condutas atribuídas à Administração e, para que a rescisão
venha a ocorrer, depende de manifestação do contratado que deverá requerer expressamente. Por tal motivo, tais
incisos não entram no rol dessa modalidade de rescisão.
Segundo o § 2º do art. 79, quando a rescisão ocorrer com base nos incisos XII a XVII, sem que haja culpa do
contratado, será este ressarcido dos prejuízos regularmente comprovados que houver sofrido, tendo ainda direito a:
 Devolução de garantia;
 Pagamentos devidos pela execução do contrato até a data da rescisão;
 Pagamento do custo da desmobilização.

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comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AlfaCon Concursos Públicos.
Vale lembrar que o processo administrativo será sempre necessário para que se apure a existência das razões
que motivaram a rescisão e sua real relevância, afinal a rescisão, nesses casos, gera prejuízos também para
Administração que terá que arcar com todos os custos do contratados além dos lucros cessantes.
O art. 80 da lei 8666/93 traz ainda algumas consequências quando da rescisão unilateral. São elas:
 Assunção imediata do objeto do contrato, no estado e local em que se encontrar, por ato próprio da
Administração, ficando a critério da Administração, que poderá (Alguns autores não consideram uma
faculdade para a Administração, alegando que nesses casos não haveria discricionariedade e sim
vinculação.) dar continuidade à obra ou ao serviço por execução direta ou indireta;
 Ocupação e utilização do local, instalações, equipamentos, material e pessoal empregados na
execução do contrato, necessários à sua continuidade, na forma do inciso V do art. 58 da lei 8666/93,
5
ficando a critério da Administração, que poderá dar continuidade à obra ou ao serviço por execução
direta ou indireta;
Art. 58 - O regime jurídico dos contratos administrativos instituído por esta Lei confere à
Administração, em relação a eles, a prerrogativa de:
V. nos casos de serviços essenciais, ocupar provisoriamente bens móveis, imóveis, pessoal e
serviços vinculados ao objeto do contrato, na hipótese da necessidade de acautelar
apuração administrativa de faltas contratuais pelo contratado, bem como na hipótese de
rescisão do contrato administrativo.
Nessa hipótese, o ato deverá ser precedido de autorização expressa do Ministro de Estado competente, ou
Secretário Estadual ou Municipal, conforme o caso.
 Execução da garantia contratual, para ressarcimento da Administração, e dos valores das multas e
indenizações a ela devidos;
Todas as vezes que a Administração se ver obrigada a proceder a uma rescisão contratual unilateral por culpa do
contratado de que resulte danos, estes devem ser imputados ao contratado. Para que sejam compensados esses
prejuízos, a Administração deve, primeiramente, se apoderar dos valores que se encontrem em sua posse
executando as garantia contratual. Deve ainda executar as multas e indenizações a ela devidos.
 Retenção dos créditos decorrentes do contrato até o limite dos prejuízos causados à Administração.
A retenção de créditos é modalidade acautelatória de retenção de valores que garantirá uma futura indenização
em caso de prejuízos causados à Administração.
Os prejuízos que não puderem ser compensados das formas acima descritas deverão ser buscados por vias
judiciais.
Apesar do art. 80 se referir de forma genérica ao inciso I do Art. 79, ou seja, rescisão por ato unilateral, essas
consequências não atingirão à todas hipóteses nele previstas, serve de exemplo a rescisão unilateral que tenha por
base o inciso XII, razões de interesse público, de alta relevância e amplo conhecimento. Hora, nesse caso, muito
provavelmente, seria a Administração que teria que indenizar o contratado por todos os custos regularmente
comprovados, não cabendo então a execução da garantia ou retenção de créditos.
II. amigável, por acordo entre as partes, reduzida a termo no processo da licitação,
desde que haja conveniência para a Administração (Rescisão Administrativa);
Também chamada de Administrativa, esse tipo de rescisão ocorre por meio de um acordo por escrito. A
expressão “amigável” remonta à aquiescência de ambas as partes para a rescisão que deverá ser precedida de
autorização escrita e fundamentada da autoridade competente. Outro ponto a ser observado é que se tal acordo não
se mostra conveniente para Administração ele não será válido.
Pode-se então encontrar três requisitos de validade para que esse tipo de seja chancelado:
1) Que seja amigável;
2) Que seja reduzido a termo no processo licitatório; e
3) Que seja conveniente para a Administração.
III. judicial, nos termos da legislação;
Em função do princípio da inafastabilidade jurisdicional, a qualquer tempo pode o particular ou a própria
Administração buscar no Poder Judiciário socorro para resolução de seus litígios.
Por fim, o § 2º do art. 80 estabelece que é permitido à Administração, no caso de concordata do contratado,
manter o contrato, podendo assumir o controle de determinadas atividades de serviços essenciais.

Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins
comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AlfaCon Concursos Públicos.
I. EXERCÍCIOS RELATIVOS AO ENCONTRO
1. No que concerne a convênios, consórcios e contratos administrativos, assinale a opção correta.
a) Quando a administração não entrega o local da obra, não providencia as desapropriações necessárias ou não
expede a tempo as competentes ordens de serviço, impedindo os trabalhos do contratado, fica caracterizado fato
do príncipe, que pode justificar a rescisão do contrato por culpa do poder público.
b) A regra que prevê que a anulação de um contrato administrativo exonera a administração pública dos
pagamentos pela parte do contrato já executada visa desestimular fraudes e, ainda, prestigiar o princípio geral do
direito de que a ninguém é dado beneficiar-se da própria torpeza.
c) Convênios, contratos e consórcios públicos são acordos de vontades e, por isso, não possuem personalidade
jurídica própria.
d) Os contratos administrativos para os quais é exigida licitação têm natureza intuito personae, o que impede
subcontratação total ou parcial de seu objeto e obriga a anulação de eventual previsão editalícia ou contratual
nesse sentido.
e) Em caso de rescisão do contrato administrativo por interesse público, não havendo culpa do contratado, a
administração deve ressarci-lo dos prejuízos comprovados, devolver a garantia, pagar as prestações devidas até
a data da rescisão e, ainda, o custo da desmobilização.
Acerca do direito administrativo, julgue o item que se segue.
2. A inexecução culposa de contrato administrativo resulta de ação ou omissão da parte, decorrente da
negligência, imperícia ou imprudência.
3. Nos termos da Lei nº 8.666/1993, é INCORRETO afirmar que os contratos administrativos:
a) Regulam-se pelas suas cláusulas e pelos preceitos de direito público, não lhes aplicando, nem mesmo
supletivamente, disposições de direito privado.
b) Devem estabelecer com clareza e precisão as condições para sua execução, expressas em cláusulas que
definam os direitos, obrigações e responsabilidades das partes, em conformidade com os termos da licitação e
da proposta a que se vinculam.
c) Têm como cláusula necessária, dentre outras, a que estabeleça a legislação aplicável à execução do contrato e
especialmente aos casos omissos.
d) Podem ser modificados, unilateralmente, pela Administração Pública para melhor adequação às finalidades de
interesse público, respeitados os direitos do contratado.
e) Quando decorrentes de dispensa ou de inexigibilidade de licitação devem atender aos termos do ato que os
autorizou e da respectiva proposta.
Com fundamento nas disposições legais, doutrinárias e jurisprudenciais a respeito das licitações, dos contratos
administrativos e do controle da administração pública, julgue o item subsequente.
4. Na hipótese de atraso injustificado do contrato administrativo provocado pelo contratado, é cabível a rescisão
unilateral pela administração, sem que se imponha a esta o dever de ressarcir o contratado.
5. Pela inexecução total ou parcial do contrato, a Administração poderá garantida a prévia defesa, aplicar ao
contratado as seguintes sanções, EXCETO.
a) Suspensão dos direitos civis e políticos
b) Advertência
c) Declaração de inidoneidade para contratar com a Administração Pública
d) Multa

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6. O atraso injustificado na execução do contrato administrativo sujeitará o contratado à multa de mora, na forma
prevista no instrumento convocatório ou no contrato. Aludida multa
a) Não impede que a Administração Pública rescinda unilateralmente o contrato, todavia, impede a aplicação de
o
outras sanções administrativas previstas na Lei n 8.666/1993.
b) Impede que a Administração Pública rescinda unilateralmente o contrato, bem como inviabiliza a incidência de
outras sanções administrativas.
c) Não impede que a Administração Pública rescinda unilateralmente o contrato e aplique as outras sanções
o
previstas na Lei n 8.666/1993.
d) Impede que a Administração Pública rescinda unilateralmente o contrato, todavia será possível a aplicação de
o
outras sanções previstas na Lei n 8666/1993.
e) Acarreta a rescisão do contrato administrativo e é sempre cumulada com a sanção de advertência.
Acerca de contratos administrativos, julgue o item subsecutivo.
7. É considerado nulo, sem qualquer efeito, o contrato verbal feito pela administração, com exceção dos relativos a
contratações de pequenas compras de pronto pagamento, como as de valor não superior a 5% do valor
estimado para a modalidade convite, feitas em regime de adiantamento.
8. São contratos que podem durar além da vigência da Lei Orçamentária Anual, exceto:
a) Os contratos autorizados pelo plano plurianual.
b) A contratação de serviços contínuos.
c) A aquisição ou restauração de obras de arte e objetos históricos, de autenticidade certificada, desde que
compatíveis ou inerentes às finalidades do órgão ou entidade.
d) A contratação de equipamentos e programas de informática.
e) A locação de imóvel destinado ao atendimento das finalidades precípuas da administração, cujas necessidades
de instalação e localização condicionem a sua escolha, desde que o preço seja compatível com o valor de
mercado, segundo avaliação prévia.
9. A aplicação da teoria da imprevisão deriva da conjugação dos seguintes requisitos, exceto:
a) Inimputabilidade do evento às partes.
b) Ausência de impedimento absoluto.
c) Imprevisibilidade do evento ou incalculabilidade de seus efeitos.
d) Grave modificação das condições do contrato.
e) Álea ordinária, também chamada de risco do negócio.
A empresa “X”, contratada pela União Federal, por intermédio do Ministério da Fazenda para prestar serviços de
limpeza, conservação e asseio, solicita ao contratante a recomposição do equilíbrio econômico-financeiro do contrato
em virtude do aumento salarial determinado por dissídio coletivo da categoria profissional e com base na teoria da
imprevisão.
10. Acerca da situação fática acima narrada e de acordo com a jurisprudência majoritária no STJ, assinale a opção
correta.
a) O dissídio coletivo é acontecimento imprevisível capaz de legitimar a aplicação da teoria da imprevisão.
b) O dissídio coletivo é acontecimento previsível, porém de consequências incalculáveis e, portanto, legitima a
aplicação da teoria da imprevisão.
c) O dissídio coletivo da categoria profissional constitui- se em álea ordinária, capaz de legitimar a teoria da
imprevisão.
d) O aumento salarial dos empregados da contratada em virtude de dissídio coletivo constitui evento certo que
deveria ser levado em conta quando da efetivação da proposta.
e) O dissídio coletivo de categoria profissional configura álea extraordinária, capaz de possibilitar a aplicação da
teoria da cláusula rebus sic stantibus.

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11. Referente aos contratos administrativos assinale a opção incorreta.
a) É motivo de rescisão contratual a subcontratação parcial do objeto do ajuste, desde que não admitida no edital e
no contrato.
b) Considera-se condição de eficácia do contrato administrativo a publicação do seu extrato na imprensa oficial.
c) A Lei 8.666, de 1993, mitigou a lição tradicional de óbice à “Exceção de Contrato não Cumprido”, por parte do
particular, quando houver inadimplemento da Administração, prevendo hipótese de rescisão contratual em face
do atraso de pagamento pelo Poder Público.
d) É vedada a realização, pela Administração, de contratação verbal, de sorte que todo ajuste pressupõe
formalização mediante termo de contrato.
e) O contratado é responsável pelos danos causa- dos diretamente à Administração ou a terceiros, decorrentes de
sua culpa ou dolo na execução contratual, não excluindo ou reduzindo tal responsabilidade a fiscalização do
ajuste por agente da Administração.
Acerca de contratos administrativos, julgue o item subsecutivo:
12. A rescisão do contrato firmado com a administração pública pode ser determinada por ato unilateral e escrito da
administração, na hipótese de ocorrência de caso fortuito ou de força maior, regularmente comprovada,
impeditiva da execução contratual.
13. Assinale a opção correta acerca dos contratos administrativos, conforme a lei, a doutrina e a jurisprudência.
a) Conforme a legislação de regência, admite-se a exigência de prestação de garantia em diversas modalidades
nas contratações de obras, serviços e compras, cabendo ao contratante a escolha da modalidade de garantia.
b) Segundo a doutrina, a natureza intuito personae não se insere, em regra, entre as peculiaridades do contrato
administrativo.
c) De acordo com o STJ, a rescisão de contrato administrativo por ato unilateral da Administração, com fundamento
no interesse público, impõe ao contratante a obrigação de indenizar o contratado pelos prejuízos decorrentes do
ato, entre os quais se incluem os danos emergentes, mas não os lucros cessantes.
d) A rescisão amigável ou administrativa mediante acordo entre as partes não é cabível nas hipóteses
configuradoras dos chamados fatos da Administração.
e) Os contratos administrativos em sentido próprio e restrito são lavrados nas repartições interessadas, com
exceção dos contratos relativos a direitos reais sobre imóveis, os quais devem ser formalizados por instrumento
lavrado em cartório de notas.
14. A Administração pública pode rescindir unilateralmente o contrato por motivo de interesse público, circunstância
que lhe impõe o dever de ressarcir o contratado dos prejuízos regularmente comprovados.
15. Admite-se a contratação verbal com a Administração pública, desde que destinada à realização de pequenas
compras de pronto pagamento feitas em regime de adiantamento, no valor de até R$ 4.000,00.
16. Se a Administração pública estiver em mora por sessenta dias nos pagamentos a serem efetuados ao
contratado, este poderá arguir a cláusula da exceção do contrato não cumprido contra a Administração, a fim de
suspender a execução do contrato ou até mesmo solicitar a sua rescisão.
17. Nos casos de inexigibilidade, para o contrato ter eficácia é exigida a ratificação pela autoridade superior e a
publicação na imprensa oficial dos atos de inexigibilidade ou dispensa, sendo desnecessária a publicação do
resumo do instrumento do contrato.
18. Os contratos relativos à constituição, modificação e extinção de direitos reais sobre imóveis, como os demais
contratos administrativos, devem ser lavrados e arquivados em ordem cronológica na repartição interessada.

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19. É comum as normas que instituem planos econômicos ocasionarem desequilíbrios econômico-financeiros nos
contratos administrativos, às vezes beneficiando a Administração Pública, outras vezes beneficiando o particular.
Sobrevindo determinação normativa que altera o salário mínimo, afetando, por consequência, o custo dos
serviços de limpeza dos edifícios públicos contratados pela Administração Pública federal com empresas
especializadas nesse mister, repercutindo diretamente nos contratos administrativos em vigor, dificultando
sobremaneira a execução contratual nos termos e condições originalmente entabuladas, possibilitaria, por certo:
a) a invocação da teoria do fato da Administração, ensejando a recomposição do equilíbrio econômico-financeiro do
contrato e isentando a Administração Pública contratante do dever de indenizar os prejuízos causados.
b) a aplicação da cláusula tempus regit actum (o tempo rege o ato), isentando a Administração Pública do dever de
indenizar eventuais prejuízos causados ao contratado, em atenção ao princípio da supremacia do interesse
público sobre o privado.
c) a aplicação da teoria da exceptio non adimpleti contractus, assegurando ao contratado a possibilidade de
paralisação dos serviços até o restabelecimento do equilíbrio econômico-financeiro do contrato e o dever da
Administração contratante de indenizar os prejuízos suportados.
d) a invocação da teoria do fato do príncipe e o consequente direito subjetivo do contratado ao restabelecimento do
equilíbrio econômico-financeiro do contrato e o direito de ser indenizado pelos prejuízos comprovadamente
sofridos pelo ente que expediu o ato normativo, configurando responsabilidade extracontratual.
20. Em se tratando de compras ou de locação de equipamentos, executado o contrato administrativo, seu objeto
deve ser recebido, provisoriamente, por servidor ou comissão designada por autoridade competente, mediante
termo circunstanciado, assinado pelas partes, após o decurso do prazo de observação ou vistoria que comprove
a adequação do objeto aos termos contratuais.
21. O resumo do instrumento de contrato, qualquer que seja o valor, deve ser publicado na imprensa oficial, sendo a
publicação uma condição indispensável para a sua eficácia.
22. Considere que um licitante vencido em certame regular licitatório pretenda impugnar a publicação do resumo do
instrumento do contrato, feita no diário oficial em prazo legalmente estabelecido. Nessa situação, procede a
pretensão do licitante, dada a exigência legal de publicação integral do instrumento do contrato e dos seus
aditamentos na imprensa oficial, condição indispensável para sua validade, em observância ao princípio da
publicidade.
GABARITO
1-E
2 - CORRETO
3-A
4 - CORRETO
5-A
6-C
7 - CORRETO
8-C
9-B
10 - B
11 - D
12 - CORRETO
13 - E
14 - CORRETO
15 - ERRADO
16 - ERRADO
17 - ERRADO
18 - ERRADO
19 - ERRADO
20 - ERRADO
21 - ERRADO
22 - ERRADO

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