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Livro Eletrônico

Aula 23

Direito Interno e Direito Internacional p/ CACD (Primeira e Segunda


Fases) - Pós-Edital
Matheus Atalanio, Ricardo Vale

25870774004 - Luiz Martins


Matheus Atalanio, Ricardo Vale
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Prof. Ricardo Vale
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DIREITO INTERNACIONAL DO MAR
Domínio Público Internacional .......................................................................................... 3

1. Introdução: ................................................................................................................... 3

2. Direito do Mar .............................................................................................................. 3

2.1. Faixas de Mar: ..........................................................................................................................


1339173
5

2.2. Plataforma Continental: ........................................................................................................... 7

2.3. Alto Mar: .................................................................................................................................. 9

2.4. Águas Interiores: .................................................................................................................... 10

2.5. Rios Internacionais: ................................................................................................................ 10

3. Tribunal Internacional do Direito do Mar .................................................................... 18

4. Sistema de Solução de Controvérsias do Direito do Mar.............................................. 18

5. O Espaço ..................................................................................................................... 18

5.1. Espaço aéreo: Noções Introdutórias ....................................................................................... 18

5.2. Normas Convencionais ......................................................................................................... 200

5.3. Nacionalidade das Aeronaves .............................................................................................. 221

5.4. Espaço extra-atmosférico: ...................................................................................................... 22

Lista de Questões ........................................................................................................... 33

Gabarito ......................................................................................................................... 37

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Olá, pessoal! Tudo bem?

Dando continuidade ao nosso curso de Direito Interno e Direito Internacional para o CACD (Primeira
e Segunda Fases), na aula de hoje estudaremos sobre o Domínio Público Internacional, momento
em que trataremos dos seguintes tópicos:

“Direito Internacional do Mar. Tribunal Internacional do Direito do Mar. 20 Áreas além dos
limites da jurisdição exclusiva dos Estados.”

Abraços,

Ricardo Vale

ricardovale@estrategiaconcursos.com.br

http://www.instagram.com/profricardovale/

http://www.instagram.com/matalanio/

“O segredo do sucesso é a constância no objetivo”.

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DOMÍNIO PÚBLICO INTERNACIONAL

1. INTRODUÇÃO:
Há espaços do globo terrestre que, de modo incontestável, estão sujeitos à soberania de um Estado.
Cada Estado, afinal, possui um território sobre o qual exerce jurisdição geral e exclusiva.

Existem, entretanto, áreas que não pertencem a nenhum Estado específico ou que, apesar de se
sujeitarem a determinada soberania, são de interesse internacional. A essas áreas a doutrina chama
de domínio público internacional.

Segundo Francisco Rezek, o Domínio Público Internacional são “aqueles espaços cuja utilização
suscita o interesse de mais de um Estado soberano – às vezes de toda a comunidade internacional –
ainda quando sujeitos à incidência de determinada soberania”1.

Em palavras mais simples, entende-se que existem certas áreas do globo terrestre cuja utilização
envolve o interesse de diversos Estados soberanos. São espaços geográficos que não estão
subordinados à soberania de nenhum Estado ou que, apesar de estarem sujeitos ao domínio estatal,
são de interesse comum da sociedade internacional.

Diante dessas características é que conseguimos identificar, a título de exemplo, o mar, os rios
internacionais, o espaço aéreo e extra-atmosférico e o continente antártico. Tudo isso é que
constitui o Domínio Público Internacional.

2. DIREITO DO MAR
Dentro dessa temática, por conta da própria importância dos mares para a globo terrestre, fala-se
muito no Direito do Mar, que é o grande cerne do Domínio Público Internacional.

Inicialmente, nos cabe fazer a distinção entre Direito do Mar e Direito Marítimo.

1
REZEK, Francisco. Direito Internacional Público: Curso Elementar. 13ª ed. São Paulo: Saraiva, 2011, p. 299.

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O Direito do Mar cuida da regulamentação jurídica do mar e das competências estatais sobre ele, a
exemplo das questões envolvendo o mar territorial, a plataforma continental, a zona econômica
exclusiva, os rios internacionais e o alto-mar2.

O Direito Marítimo, por outro lado, regulamenta as atividades privadas da navegação, como as
atividades das embarcações e dos navios, os contratos marítimos, os acidentes da navegação, os
seguros marítimos, a atividade portuária e outros3.

O grande marco do Direito do Mar foi a celebração, em 1982, no âmbito das Nações Unidas, da
Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, conhecida também pela sua sigla em inglês
“UNCLOS” ou, ainda, por Convenção de Montego Bay. É importante frisar que todos esses termos
já caíram em prova. O instituto, por sua importância, é muitas vezes chamado, pela doutrina, de
“Constituição dos Oceanos”.

O objetivo da Convenção de Montego Bay era promover a progressiva codificação do direito do


mar. Ressalte-se, desde já, que a maior parte da superfície terrestre é composta de água, daí a
importância de se promover a regulação do espaço marítimo.

A Convenção de Montego Bay (1982) definiu o regime jurídico aplicável ao mar territorial, zona
contígua, zona econômica exclusiva, plataforma continental, águas interiores e alto-mar.

Além de definir o seu regime jurídico, nos termos dos arts. 21 e 22 do Anexo VI4 da Convenção de
Montego Bay, instituiu também o Tribunal Internacional do Direito do Mar, sediado em Hamburgo
(Alemanha), competente para examinar todas as controvérsias e pedidos relativos às normas do
tratado em apreço ou de qualquer outro ato internacional referente ao Direito do Mar.

Uma ação que envolva controvérsia em torno do Direito do Mar pode ser ajuizada
perante a Corte Internacional de Justiça, que tem competência para apreciar qualquer
litígio envolvendo o Direito Internacional.

A Convenção de Montego Bay, ainda, reconheceu os direitos dos Estados costeiros e dos Estados
sem litoral. Sobre os Estados sem litoral, é importante mencionar que estes têm o direito de acesso

2
MAZZUOLI, Valerio de Oliveira. Curso de Direito Internacional Público. 12ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 2019, p. 710.
3
MAZZUOLI, Valério de Oliveira. Curso de Direito Internacional Público. 12ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 2019, p. 710.
4
O Anexo VI da Convenção de Montego Bay refere-se ao Estatuto do Tribunal Internacional do Direito do Mar.

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ao mar e, ainda, o direito a participar, numa base equitativa, no aproveitamento de uma parte
apropriada dos excedentes dos recursos vivos das zonas económicos exclusivas dos Estados
costeiros da mesma sub-região ou região.

2.1. FAIXAS DE MAR:

2.1.1. Mar Territorial:

A soberania estatal não está limitada ao seu território e às suas águas interiores. Ela alcança também
o mar territorial e o espaço aéreo a ele sobrejacente, assim como o leito e o subsolo do mar
território. O mar territorial é, portanto, uma área adjacente à costa terrestre, em relação à qual o
Estado costeiro possui soberania.

Pela Convenção de Montego Bay, todo Estado tem o direito de fixar a largura do seu mar territorial
até um limite que não ultrapasse 12 milhas marítimas contadas a partir de linhas de base definidas
na convenção.

Mas o que são “linhas de base”?

Linha de base é a linha da baixa-mar ao longo da costa, tal como indicada nas cartas
marítimas de grande escala, reconhecidas oficialmente pelo Estado costeiro. Em outras
palavras, a linha de base é a linha da maré baixa. O mar territorial compreende o espaço
de até 12 milhas marítimas contadas a partir da linha da maré baixa. O limite exterior do
mar territorial é definido por uma linha em que cada um dos pontos fica a uma distância
do ponto mais próximo da linha de base igual à largura do mar territorial.

Problema surge para delimitar o mar territorial entre Estados com costas adjacentes ou situadas
frente a frente. Imaginando dois Estados com costas frente a frente, você pode perceber que, em
alguns casos, seria inviável que cada um deles tivesse um mar territorial de 12 milhas marítimas.
Para isso, seria necessário que a distância marítima entre eles fosse de, pelo menos, 24 milhas
marítimas. Mas e se eles forem mais próximos do que isso?

Para resolver o dilema, aplica-se o critério da equidistância. Salvo acordo entre os Estados, nenhum
deles terá o direito de estender seu mar territorial para além da linha mediana cujos pontos são
equidistantes dos pontos mais próximos das linhas de base, a partir das quais se mede a largura do
mar territorial de cada um desses Estados.

Para efeitos de delimitação do mar territorial, as instalações portuárias permanentes ao longo da


costa que sejam parte integrante do sistema portuário são consideradas como fazendo parte da

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costa. As instalações marítimas situadas ao largo da costa e as ilhas artificiais não são consideradas
instalações portuárias permanentes.

Os ancoradouros utilizados habitualmente para carga, descarga e fundeio de navios, os quais


estariam normalmente situados, inteira ou parcialmente, fora do traçado geral do limite exterior do
mar territorial, são considerados como fazendo parte do mar territorial.

No mar territorial, os navios de qualquer Estado, costeiro ou sem litoral, gozarão do direito de
passagem inocente. Entende-se por passagem inocente aquela que não seja prejudicial à paz, à boa
ordem ou à segurança do Estado costeiro. No mar territorial, os submarinos e quaisquer outros
veículos submersíveis devem navegar à superfície e arvorar a sua bandeira.

O direito de passagem inocente no mar territorial se aplica, inclusive, aos navios de


guerra.

Destaque-se que o Estado costeiro poderá adotar leis e regulamentos relativos à passagem
inocente pelo seu mar territorial. Daí não se poder afirmar que o direito de passagem inocente limita
a soberania estatal sobre o seu mar territorial. Isso já foi questão de prova.

2.1.2. Zona Contígua:

A zona contígua é uma área adjacente ao mar territorial, na qual o Estado costeiro pode tomar as
medidas de fiscalização necessárias para:

i) evitar as infrações às leis e regulamentos aduaneiros, fiscais, de imigração ou sanitários no


seu território ou no seu mar territorial;

ii) reprimir as infrações às leis e regulamentos no seu território ou no seu mar territorial.

Como se vê, na zona contígua, o Estado costeiro exerce apenas direitos de fiscalização.

A zona contígua não pode se estender além de 24 milhas marítimas, contadas a partir das linhas de
base que servem para medir a largura do mar territorial. Perceba que a zona contígua não se
sobrepõe ao mar territorial. Na verdade, ela começa no ponto em que termina o mar territorial.
Assim, a extensão da zona contígua será de até 12 milhas marítimas contadas a partir do limite
exterior do mar territorial.

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De uma outra forma: a zona contígua brasileira compreende uma faixa que se estende de 12 a 24
milhas marítimas, contadas a partir das linhas de base que servem para medir a largura do mar
territorial.

2.1.3. Zona Econômica Exclusiva (ZEE):

A zona econômica exclusiva é uma zona situada além do mar territorial e a este adjacente. Nela, o
Estado costeiro tem direitos de soberania para fins de exploração e aproveitamento econômico.

Segundo o art. 56 da Convenção de Montego Bay, “na zona econômica exclusiva, o Estado costeiro
tem direitos de soberania para fins de exploração e aproveitamento, conservação e gestão dos
recursos naturais, vivos ou não vivos, das águas sobrejacentes ao leito do mar, do leito do mar e seu
subsolo e no que se refere a outras atividades com vista à exploração e aproveitamento da zona para
fins econômicos, como a produção de energia a partir da água, das correntes e dos ventos.” Ademais,
na zona econômica exclusiva o Estado costeiro tem exclusividade na colocação e utilização de ilhas
artificiais, instalações e estruturas; investigação científica marinha e ; proteção e preservação do
meio marinho.

A zona econômica exclusiva não se estenderá além de 200 milhas marítimas contadas das linhas
de base a partir das quais se mede a largura do mar territorial.

Assim, considerando que a zona econômica exclusiva é adjacente ao mar territorial, não se
sobrepondo a este, ela terá uma extensão máxima de 188 milhas marítimas. Dessa maneira,
começando a contar das linhas de base (linhas de baixa-mar), a zona econômica exclusiva chega até
200 milhas marítimas. Entretanto, o tamanho da ZEE é de 188 milhas marítimas. Cuidado com isso
na prova!

Na zona econômica exclusiva, todos os Estados (quer sejam costeiros ou sem litoral) gozam das
liberdades de navegação e sobrevoo e de colocação de cabos e dutos submarinos, bem como de
outros usos do mar internacionalmente lícitos, relacionados com as referidas liberdades, tais como
os ligados à operação de navios, aeronaves e cabos e dutos submarinos.

2.2. PLATAFORMA CONTINENTAL:

O mar é uma imensa fonte de riquezas minerais, o que torna importante a discussão acerca da
plataforma continental. Com efeito, em sua plataforma continental, o Estado costeiro tem direitos
de soberania exclusivos sobre a plataforma continental para efeitos de exploração e
aproveitamento dos seus recursos naturais. A exclusividade desse direito de exploração e
aproveitamento de recursos tem como consequência o fato de que se o Estado costeiro não explorar

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a plataforma continental ou não aproveitar seus recursos, ninguém mais poderá fazê-lo, salvo com
o consentimento desse Estado.

Mas até onde vai a plataforma continental? Qual sua extensão?

Segundo o art. 76 da Convenção de Montego Bay, a plataforma continental de um Estado


costeiro compreende o leito e o subsolo das áreas submarinas que se estendem além do
seu mar territorial, em toda a extensão do prolongamento natural do seu território
terrestre, até ao bordo exterior da margem continental ou até uma distância de 200
milhas marítimas das linhas de base a partir das quais se mede a largura do mar
territorial, nos casos em que o bordo exterior da margem continental não atinja essa
distância.

Redação complexa, não é mesmo?

Para entendê-la perfeitamente, é necessário compreender o que seria “bordo exterior da margem
continental”. A margem continental compreende o prolongamento submerso da massa terrestre
do Estado costeiro e é constituída pelo leito e subsolo da plataforma continental, pelo talude e pela
elevação continentais.

Se fosse possível sair pela praia caminhando rumo ao fundo do mar (rs), você veria que, em
determinado momento, lá na frente mesmo, haveria uma abrupta depressão. Esse seria o ponto em
que a massa terrestre do Estado costeiro termina, dando lugar às profundezas marítimas.

Trata-se do bordo exterior da margem continental, que é até onde se estende a plataforma
continental de um Estado. Destaque-se que a plataforma continental não poderá se estender para
além de 350 milhas marítimas contadas a partir das linhas de base (linhas de baixa-mar). Caso o
bordo exterior da margem continental não chegue a 200 milhas marítimas contadas das linhas de
base, a plataforma continental se estenderá até essas 200 milhas marítimas.

Segundo a Convenção de Montego Bay, o Estado costeiro deve traçar o limite exterior da sua
plataforma continental, quando esta se estender além de 200 milhas marítimas das linhas de base
a partir das quais se mede a largura do mar territorial. Assim, verifica-se que uma plataforma
continental cuja extensão ultrapasse as 200 milhas marítimas é situação excepcional.

Em regra, o limite exterior da plataforma continental coincide com o da zona econômica exclusiva
(200 milhas marítimas contadas a partir das linhas de base).

Tendo em vista a excepcionalidade da situação, é necessário o reconhecimento da Organização das


Nações Unidas – ONU, por meio de sua Comissão de Limites da Plataforma Continental – CLPC,
para que a plataforma continental ultrapasse as 200 milhas marítimas.

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O Brasil realizou estudos acerca da sua plataforma continental e constatou que, em diversos pontos
de nosso literal, o bordo exterior da margem continental prolonga-se além das 200 milhas
marítimas. Já tendo apresentado à ONU a proposta de extensão da plataforma continental, o Brasil
apenas aguarda a decisão daquela organização internacional (seu pleito ainda não foi reconhecido!).
Caso a decisão seja positiva, o território marítimo brasileiro irá aumentar bastante e, com isso, as
riquezas minerais sob o domínio do País. Nessa imensa área, estão as maiores reservas de petróleo
e gás, fontes de energia imprescindíveis para o desenvolvimento do Brasil, além da existência de
grande potencial pesqueiro.

2.3. ALTO MAR:

A Convenção de Montego Bay conceitua alto mar como sendo as partes do mar não incluídas na
zona econômica exclusiva, no mar territorial ou nas águas interiores de um Estado.

Em outras palavras, é a parte do mar sobre a qual não se incide a soberania de nenhum Estado.
Inclusive, segundo a própria Convenção, há a previsão de que “nenhum Estado pode legitimamente
pretender submeter qualquer parte do alto-mar à sua soberania”.

O alto mar está aberto a todos os Estados, quer eles sejam Estados costeiros ou sem litoral. Aplica-
se, aqui, o princípio da liberdade de alto mar, que implica:

a) Liberdade de navegação;

b) Liberdade de sobrevoo;

c) Liberdade de colocar cabos e ductos submarinos

d) Liberdade de construir ilhas artificiais e outras instalações permitidas pelo direito


internacional

e) Liberdade de pesca

f) Liberdade de investigação científica,

O alto mar será utilizado para fins pacíficos e um Estado não pode legitimamente pretender
submeter qualquer parte do alto mar à sua soberania. Trata-se de região de Domínio Público
Internacional considerada patrimônio comum da humanidade. Assim, o regime jurídico do alto mar
é considerado, na atualidade, como res communis.

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A Convenção de Montego Bay designa por “Área” o leito do mar, os fundos marinhos e o seu subsolo
além dos limites da jurisdição nacional. A administração da “Área” compete a uma entidade criada
pela Convenção de Montego Bay: a Autoridade Internacional dos Fundos Marinhos.

2.4. ÁGUAS INTERIORES:

Segundo a Convenção de Montego Bay, águas interiores são aquelas situadas no interior da linha
de base do mar territorial. Destaque-se que a Convenção não está se referindo a rios e lagos no
interior do território do Estado, mas sim a águas que tenham comunicação com o mar. São águas
compreendidas entre a costa e a linha de base do mar territorial, como, por exemplo, as baías e
enseadas.

Nas águas interiores, o Estado costeiro exerce plenamente sua soberania. Ressalte-se que não há
direito de passagem inocente nas águas interiores.

2.5. RIOS INTERNACIONAIS:

Os rios internacionais são aqueles que banham mais de um Estado soberano, podendo ser
classificados em dois tipos: rios limítrofes, também chamados de contíguos ou fronteiriços, que são
aqueles que marcam a fronteira entre dois Estados, e os rios de curso sucessivo, que são aqueles
que cruzam Estados.

Paulo Henrique Portela disserta que existem rios que, dependendo de onde passam, podem ter
ambas as características, sendo sucessivos em algumas partes e limítrofes em outras5.

Francisco Rezek explica que o regime jurídico dos rios internacionais é dominado pela casuística,
ou seja, não há princípios aplicáveis aos rios internacionais que sejam dotados de generalidade. O
que se percebe é a existência de alguns tratados de abrangência limitada, mas nada de tratados de
caráter geral6. Isto é, até o momento, as convenções que versam sobre a regulamentação de rios
internacionais dependem do caso concreto entre os Estados envolvidos.

No âmbito europeu, a Convenção de Barcelona (1921) enuncia como princípios aplicáveis aos rios
internacionais o da liberdade de navegação e o da igualdade no tratamento de terceiros. No

5
PORTELA, Paulo Henrique Gonçalves. Direito Internacional Público e Privado: Incluindo Noções de Direitos Humanos e de Direito
Comunitário. 9ª ed. Salvador: JusPODIVM, 2017, p. 601.
6
REZEK, José Francisco. Direito Internacional Público: Curso Elementar. 13ª ed. São Paulo: Saraiva, 2011, p. 322.

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continente americano, não se pode dizer que o princípio da liberdade de navegação para terceiros
(Estados não banhados) seja aceito.

As principais bacias hidrográficas da América do Sul são a Bacia do Prata e a Bacia do Amazonas.
Cada uma delas é objeto de um tratado específico. Em razão desses tratados, os principais rios
internacionais da América do Sul (Paraná, Paraguai e Uruguai) estão abertos à navegação comercial,
em bases não-discriminatórias. No caso do Rio Amazonas, ele está aberto à navegação desde 1866,
em razão de decreto imperial.

3. TRIBUNAL INTERNACIONAL DO DIREITO DO MAR


O Tribunal Internacional do Direito do Mar, conhecido pela sua sigla em inglês: “ITLOS”7, foi
instituído pela Convenção de Montego Bay no ato da sua criação. A sua fundamentação jurídica está
prevista nos arts. 21 e 22 do Anexo VI8 da referida convenção, que trata somente do tribunal.

O Tribunal possui o status internacional e, diferentemente, da grande maioria dos tribunais


internacionais, é sediado em Hamburgo, Alemanha.

Quanto ao acesso do Tribunal (art. 20, Anexo VI), todos os Estados Partes terão acesso ao Tribunal,
além de entidades distintas, desde que presente na Convenção ou na hipótese em que esteja
previsto em outro acordo relativo ao Direito do Mar. Esse é um dos pontos característicos que
distingue o Tribunal do Mar de outras jurisdições internacionais. Aqui, há a possibilidade de ser
acessível não só aos Estados-membros, mas, além deles, às entidades, empresas privadas, órgãos
governamentais ou empresas governamentais, pessoas naturais ou jurídicas, alargando, assim, seu
poder de atuação.

A sua jurisdição é examinar todas as controvérsias e os pedidos relativos às normas da Convenção


de Montego Bay ou de qualquer outro ato internacional referente ao Direito do Mar (art. 21, Anexo
VI), ou seja, consiste em um mecanismo de solução de controvérsias do Direito do Mar.

O Tribunal possui, atualmente, 167 Estados signatários e a União Europeia.

As línguas oficiais do Tribunal são o inglês e o francês.

O Tribunal é composto de 21 (vinte e um) membros independentes, eleitos de entre pessoas que
gozem da mais alta reputação pela sua imparcialidade e integridade e sejam de reconhecida

7
Site oficial do Tribunal: < https://www.itlos.org/fr/top/accueil/ >
8
O Anexo VI da Convenção de Montego Bay refere-se ao Estatuto do Tribunal Internacional do Direito do Mar.

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competência em matéria de direito do mar. A Convenção importou-se com a representatividade dos


membros, por isso é que leva em conta os principais sistemas jurídicos do mundo e opta por fazer
uma distribuição geográfica equitativa devem ser asseguradas na composição global do Tribunal.

Os membros do Tribunal devem ser eleitos e possuem um mandato de 9 (nove) anos, lhes sendo
possibilitada reeleição.

No exercício das suas funções, os membros do Tribunal gozam de privilégios e imunidades


diplomáticos.

Atenção: Há, ainda, o direito de que membros de Tribunais nacionais dos Estados envolvidos em
uma controvérsia participar como membros do referido Tribunal do Mar.

A composição diretiva da organização é estruturada por um Presidente, um Vice-Presidente, um


Chanceler, pelo Secretário-Geral e pelas câmaras de julgamento, formadas por onze membros
estabelecida pela Convenção para julgar as disputas suscitadas pelos Estados- -membros sobre a
interpretação e a aplicação do Direito do Mar9.

As decisões do Tribunal Internacional do Direito do Mar e sua efetividade são definitivas, devendo
ser acatada por todas as partes envolvidas na controvérsia, isso quer dizer que elas possuem
caráter obrigatório.

4. SISTEMA DE SOLUÇÃO DE CONTROVÉRSIAS DO DIREITO DO MAR


Uma controvérsia internacional é um litígio que envolve Estados e Organizações Internacionais, e
pode abranger questões de natureza econômica, política e jurídica. Os conflitos que atingem a esfera
internacional não podem em regra, ser resolvidos da mesma forma em todos os casos.

Nesse sentindo, os princípios da soberania e da não intervenção dos Estados modelam a Solução de
Controvérsias no âmbito internacional, cujo objetivo é a manutenção da paz e a segurança
internacional, assim esse fenômeno é marcado pela coordenação dos Estados e não pela
subordinação a eles.

A doutrina disciplinou a matéria da solução de controvérsias, principalmente a partir das


Convenções da Paz de Haia, de 1889 e 1907, o que foi possível um claro amadurecimento quanto

9
RAO, Chandrasekhara; KHAN, Rahmatullah. The International Tribunal for the Law of the Sea. The Hague: Kluwer
Law International, 2001.

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aos mecanismos pacíficos de solução de controvérsias10. Além disso, como resultado do costume
internacional, tais tratados e acordos internacionais consagraram esses mecanismos, que são
colocados a serviço dos Estados, para que optem por utilizá-los na resolução de seus conflitos de
caráter internacional, dentro de certa margem de liberdade11.

A Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, popularmente chamada pela sua sigla em
inglês “UNCLOS”, ou ainda de Convenção de Montego Bay, de 1992 é a carta internacional que rege,
não somente o Direito do Mar por si só, mas a Solução de Controvérsias no Direito do Mar, objeto
deste capítulo.

A Convenção estabeleceu uma estrutura legal detalhada para regular todo o espaço do oceano, seus
usos e recursos, contendo normas disciplinadoras sobre o mar territorial, a zona contígua, a
plataforma continental, a zona econômica exclusiva e o alto-mar. Além disso, a própria Convenção
estimula, de forma diplomática, a conciliação dos conflitos, analisando a melhor solução12.

Ainda, forneceu regras para a proteção e a preservação do ambiente marinho, para a pesquisa
científica e para o desenvolvimento e a transferência da tecnologia marinha, exploração dos
recursos do oceano e de seu subsolo, delimitando os limites da jurisdição nacional para cada
matéria, bem como consolida princípios costumeiros que devem ser observados pelos Estados na
utilização conjunta do oceano, como a liberdade do mar, o exercício da jurisdição interna dos
Estados dentro de limites do mar adjacente ao Estado e a caracterização da plataforma continental13.

Nos casos em que há discussão sobre quaisquer controvérsias em Direito do Mar, há a previsão de
que as partes podem optar, a seu critério, por quatro meios jurídicos alternativos14:

a) o Tribunal Internacional do Direito do Mar, tribunal especializado, sediado em Hamburgo,


na Alemanha, criado nos termos da Convenção;

10
MENEZES, Wagner. O Direito do Mar. Brasília: FUNAG, 2015, p. 197.
11
ROMAN, C. A. La solución de controversias internacionales y sus mecanismos. Revista de la Facultad de Derecho de
la Universidad Complutense. Madrid, 1996, n. 86. p. 93-113.
12
PRADO, R. O sistema de solução de controvérsias Segundo a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar
e a jurisdição do Tribunal internacional do Direito do Mar. In: MENEZES, Wagner. (Org). Direito do Mar: Desafios e
perspectivas. Belo Horizonte: Arraes editores, 2015. p 490-502.
13
BASTOS, Fernando Loureiro. A internacionalização dos Recursos Naturais Marinhos. Lisboa: Gráfica Almondina,
2005; CAMINOS, Hugo. Law of the Sea. Burlington: Ashgate Publiishing Company, 2001.

14
MENEZES, Wagner. O Direito do Mar. Brasília: FUNAG, 2015, p. 197.

13
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b) a Corte Internacional de Justiça - CIJ, principal órgão judicial das Nações Unidas sediado
em Haia, que tem seu funcionamento disciplinado pela Carta das Nações Unidas e por seu
estatuto;

c) o Tribunal Arbitral, constituído em conformidade com o anexo VII, que disciplina a lista e
os procedimentos para indicação de cinco árbitros;

d) o Tribunal Arbitral Especial, constituído de acordo com o anexo VIII, quando a lide envolver
os seguintes temas: pesca; proteção e preservação do meio marítimo; investigação científica
marinha; navegação, incluindo a poluição proveniente de embarcações e por alijamento.

No processo em que se discute o Direito do Mar, existe margem para apreciação sobre a existência
do uso da má-fé na litigância, bem como da apresentação de exceções de preliminares, medidas
cautelares15. Isso pressupõe, como é inclusive dito de maneira expressa, a boa-fé e a equidade das
partes quando estiverem utilizando o sistema de solução de controvérsias.

Toda controvérsia, porém, só poderá ser apresentada após o esgotamento dos recursos internos,
existindo, por assim dizer, uma jurisdição complementar dos mecanismos estabelecidos pela
Convenção.

O aspecto inovador da resolução de litígios no âmbito da Lei da Convenção do Mar é que ela não
impõe um único método para resolver disputas, permitindo assim uma escolha mais flexível. Isso
quer dizer que, quando os novos membros aceitam aderir à convenção eles selecionam um
mecanismo do seu interesse, que melhor se encaixe com o perfil de cada Estado ou organização. É
o que se vê pela leitura do seu art. 280, a saber:

“ARTIGO 280. Solução de controvérsias por quaisquer meios pacíficos escolhidos pelas
partes:

Nenhuma das disposições da presente Parte prejudica o direito dos Estados Partes de, em
qualquer, momento, acordarem na solução de uma controvérsia entre eles relativa à
interpretação ou aplicação da presente Convenção por quaisquer meios pacíficos de sua
própria escolha.”

Nos termos do art. 282, em caso em que haja um litígio e que ambas as partes tenham escolhido o
mesmo mecanismo, as partes serão obrigadas a usá-lo. Quando as partes selecionam opções
diferentes ambos são considerados como tendo selecionado um Tribunal Arbitral nos termos do
Anexo VII.

15
MENEZES, Wagner. O Direito do Mar. Brasília: FUNAG, 2015, p. 197.

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Sabe-se, nos termos do art. 187 da UNCLOS, que além dos Estados-Partes, poderão ser julgadas
Autoridades ou Empresas, bem como as Empresas Estatais, Pessoas Físicas, Pessoas Jurídicas,
sendo, no caso das duas últimas: Pessoa Física e Pessoa Jurídica, necessária a nacionalidade dos
Estados-Partes ou que sejam efetivamente controladas por eles ou seus nacionais, nos termos do
art. 153, 2, a) e b) da mesma Convenção.

Há uma importante inovação, é o direito de permissão para empresas particulares possam recorrer
a corte por estabelecer multiplicidade jurídica de Solução De Controvérsias em matéria de Direito
do Mar16.

Existem alguns meios de resolução de litígios no âmbito do Direito do Mar, a saber:

a) Negociação

A negociação é o meio pelo qual os Estados estabelecem entendimentos por meio de contratos,
feita de forma oral ou escrita, como vista de obter uma solução satisfatória para todos os envolvidos.

As negociações podem ser realizadas de forma bilateral ou multilaterais e podem ocorrer dentro ou
fora de organizações internacionais. A solução atingida pode resultar:

• Transação: concessões reciprocas para as partes.


• Renúncia: quando há a abdicação de interesses de, pelo menos, uma das partes.
• Reconhecimentos: é o reconhecimento procedência da pretensão da outra parte.

A negociação é o método de solução de controvérsias preferido pelos Estados e outras vias são
consideradas apenas quando as negociações não chegarem a uma solução.

b) Mediação

A mediação é um mecanismo que conta com o envolvimento de um terceiro, cujo objetivo é


aproximar as partes e propor uma solução pacífica do conflito. O mediador pode ser pessoa natural,
Estado ou organismo internacional.
A mediação pode ser facultativa ou obrigatória, quando estiver prevista em tratado. A mediação
termina quando as partes concordarem com a proposta do mediador ou ambas recusarem.

Esse meio de solução raramente é utilizado. Como exemplo temos, a mediação da OEA de Belize-
Guatemala disputa de fronteira, o que não atingiu o êxito e o assunto foi chegou ao Tribunal
Internacional de Justiça no ano de 2015.

16
MENEZES, Wagner. O Direito do Mar. Brasília: FUNAG, 2015, p. 197.

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c) Conciliação

A conciliação é composta por um órgão chamado de Comissão de Conciliação, com número ímpar
de membros neutros, de forma que nunca haja empate.
A Comissão examinará o litígio e, ao final, emitirá parecer ou relatório e as partes poderão aceitar
ou não a proposta. Por fim, a Conciliação está previsto no UNCLOS, na Parte XV, mais precisamente
em seu art. 284.

Como exemplo temos o Caso Islândia-Noruega Continental Shelf disputa sobre Jay Mayen Island,
sendo uma das poucas conciliações já registradas, no ano de 1981.

d) Arbitragem

A arbitragem é um mecanismo de solução de conflitos que funciona por meio de um órgão arbitral,
composto por árbitros de um ou mais Estados, com notório saber e sua decisão tem efeito
vinculante.
A decisão de submeter uma controvérsia para o tribunal arbitral é feita pelas próprias partes, por
meio da clausula compromissória. Assim a arbitragem tem caráter ad hoc, no momento que é
proferido o laudo cessa a função dos árbitros, não podendo mais interferir no caso.

Por fim, os Estados estão começando a aderir esse meio de solução uma vez que os tribunais arbitrais
emitem uma decisão mais rapidamente ao comparado com outros meios de solução de conflito.

Exemplos de casos de arbitragem:

• Ex: Austrália e Nova Zelândia v. Japão (“Sul Arbitragem Atum Bluefin”)


• Irlanda v. Reino Unido (“Mox Planta de Arbitragem”)
• Malásia v. Cingapura (“Recuperação de terras de Arbitragem”)
• em Barbados. Trinidad e Tobago Delimitação Marítima Arbitragem

e) Liquidação judicial

A liquidação judicial funcionará quando uma determinada corte julgará um processo de Direito do
Mar. As cortes em que um processo poderá ser julgado no Direito do Mar são:

• Tribunal Internacional sobre o Direito do Mar (ITLOS)

As disposições acerca do Tribunal Internacional do Direito do Mar estão previstas pelo capítulo 4 do
presente material.

• Corte Internacional de Justiça (CIJ)

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A Corte Internacional de Justiça foi instituída em 1945 pela Carta das Nações Unidas e consiste no
principal órgão das Nações Unidas para conhecer de conflitos no âmbito internacional. Desde 1947,
somente sobre o Direito do Mar, já há uma lista com mais de trinta casos apresentados para
discussão.

Em geral, os temas discutidos na Corte abordam: a delimitação marítima entre os Estados; a


jurisdição pesqueira; a poluição marinha e o uso pacífico do mar; e outros de questão procedimental
sobre a revisão de decisões ou pedido de discussão processual.

Vários casos discutidos na Corte em matéria de Direito do Mar servem como referência doutrinária
para vários entendimentos sobre o Direito Internacional Geral. É possível perceber, também, que
as discussões dialogam com várias fontes do Direito Internacional, especialmente o costume e os
princípios gerais.

No caso do Canal de Corfú (1947), por exemplo, consagrou o princípio do ius communicationis, que
garantiria a liberdade de navegação. No caso da plataforma continental do Mar do Norte, entre
Alemanha, Dinamarca e Países Baixos, que a sentença da Corte exaltou a aplicação da equidade para
definir questões de delimitação da plataforma continental e, a partir dela, tal entendimento foi
usado em algumas decisões em matéria de delimitação marítima sobre plataforma continental.

Alguns casos que foram julgados pela CIJ:

• 1998 jurisdição de pesca (Espanha v. Canadá) 2001 Delimitação Marítima e questões


territoriais (Qatar v. Bahrain)
• 2002 Terrestres e marítimas Boundary (Camarões v. Nigéria: Guiné Equatorial intervir)
• 2007 Disputa territorial e marítimo no Mar do Caribe (Nicarágua v. Honduras)
• 2012 Disputa territorial e marítimo (Nicarágua v. Colômbia)
• 2009 Delimitação marítima no Mar Negro (Roménia v. Ucrânia)
• 2014 disputa marítima (no Peru. Chile)
• 2014 Baleeiro na Antártida (Austrália v. Japão: Nova Zelândia intervir)

Ao comparar a atividade das duas Cortes, não se pode entender a existência de competição entre
elas, mas, sim, a interação coordenada em suas atividades, até mesmo porque a atuação do
Tribunal Internacional do Direito do Mar é especializada, enquanto a atuação da Corte Internacional
de Justiça é geral.

O Tribunal Internacional sobre o Direito do Mar, por exemplo, tem feito exercício de aplicação de
sua jurisprudência e de outras cortes internacionais, como nos casos Volga, Mox Plant, Louisa,
Monte Confurco, Estreito de Johor.

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Isso mostra preocupação com a coerência dos julgamentos proferidos pelo referido Tribunal,
denotando o papel da jurisprudência como uma importante fonte do Direito Internacional,
especificamente na consolidação do Direito do Mar, bem como diálogo permanente entre elas17.

Isso prova que o conjunto de decisões serve como parâmetro para a compreensão da importância
do Direito do Mar para o Direito Internacional e para a sociedade internacional.

Os mecanismos de solução de controvérsias e seu sistema têm se consolidado com a utilização dos
instrumentos pelos Estados. Enquanto isso, o Tribunal Internacional sobre o Direito do Mar e a Corte
Internacional de Justiça têm dado respostas efetivas para a consolidação do Direito do Mar,
enquanto os Estados têm cumprido de boa-fé suas decisões.

A doutrina que o sistema poderia ser mais efetivo, compreendendo ser necessário para o seu
aperfeiçoamento, a formulação de regras processuais e procedimentais mais rígidas e menos
discricionárias, possibilitando um sistema mais fechado e efetivo18.

Vale ressaltar, por fim, que o direito aplicável será o presente na Convenção de Montego Bay, sem
o prejuízo de eventuais cláusulas e contratos relativos a atividades na área.

5. O ESPAÇO

5.1. ESPAÇO AÉREO: NOÇÕES INTRODUTÓRIAS

Paulo Henrique Portela conceitua o Direito Internacional da Navegação Aérea, também conhecido
por Direito Internacional Aeronáutico, como sendo o ramo do Direito Internacional que regula a
navegação aérea e o emprego do espaço aéreo nessa atividade.19

O Espaço Aéreo compreende todo o espaço acima da área terrestre e do mar territorial do Estado e
de áreas sob sua soberania, jurisdição, proteção ou mandato. Os Estados possuem soberania sobre
os seus espaços aéreos de maneira exclusiva e absoluta.

17
VOLBEDA, M. Bruce. The MOX Plant Case: The Question of Supplemental Jurisdiction for International
Environmental Claims Under UNCLOS. Texas International Law Journal. v. 42, n. 1, Fall 2006, p. 211-240.
18
VOLBEDA, M. Bruce. The MOX Plant Case: The Question of Supplemental Jurisdiction for International
Environmental Claims Under UNCLOS. Texas International Law Journal. v. 42, n. 1, Fall 2006, p. 211-240.
19
PORTELA, Paulo Henrique Gonçalves. Direito Internacional Público e Privado: Incluindo Noções de Direitos Humanos e de
Direito Comunitário. 9ª ed. Salvador: JusPODIVM, 2017, p. 603.

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A exemplo disso, para que uma aeronave estrangeira navegue sobre o território de um Estado será
necessária a autorização deste, e poderá ser concedida pela verificação do caso concreto, ou pela
verificação da existência de um tratado com o Estado de nacionalidade da aeronave – SIM, as
aeronaves possuem nacionalidade – e o Estado de sobrevoo.

Nesse sentido é que Francisco Rezek entende que, com relação ao voo sobre o espaço aéreo de um
Estado, vigora a Teoria da Soberania. O autor exemplifica seu argumento pela ideia de que não há
que se falar no direito de passagem inocente no espaço aéreo, pois todos os voos sobre o território
de um Estado devem ter a sua devida autorização20.

Em 1944, foi celebrada a Convenção sobre Aviação Civil Internacional, mais conhecida por
Convenção de Chicago, versando sobre o tema da aviação civil internacional. Foi por meio dessa
convenção que foi instituída a Organização de Aviação Civil Internacional (OACI), cujo objetivo
central é uniformizar as regras sobre tráfego aéreo.

A soberania do Estado alcança seu espaço aéreo, é dizer, os ares que estão situados acima do seu
território e do mar territorial. Em razão disso, somente é possível que uma aeronave sobrevoe o
espaço aéreo de um Estado se tiver o seu consentimento.

O mar territorial é uma área adjacente à costa terrestre. Sua extensão


alcança até 12 milhas marítimas contadas a partir das linhas de base (linha
da “maré baixa”).

No espaço aéreo, não há direito de passagem inocente. Isso quer dizer que as aeronaves
estrangeiras só poderão passar pelo espaço aéreo de um Estado quando forem autorizadas, ainda
que a passagem seja inofensiva à paz, à ordem ou a segurança.

Nesse sentido, a Convenção de Chicago reconhece que os Estados têm a soberania exclusiva e
absoluta sobre o espaço aéreo relativo ao seu território21.

Para os voos não regulares, a Convenção de Chicago permite que as aeronaves dos Estados-parte
sobrevoem outros Estados-parte sem fazer escalas ou fazendo escalas apenas para fins não-
comerciais, independentemente de autorização. É o que se chama de passagem de trânsito, que

20
Paulo Henrique Portela disserta sobre a limitação prevista pelo art. 5º da Convenção de Chicago, que alguns doutrinadores
chamam de “passagem de trânsito”. Essa permite que aeronaves de seus Estados partes, desde que em voos não regulares,
sobrevoem outros Estados partes sem fazer escalas, ou fazendo escalas apenas para fins não comerciais – sem necessidade de
obter licença prévia. (PORTELA, Paulo Henrique Gonçalves. Direito Internacional Público e Privado: Incluindo Noções de Direitos
Humanos e de Direito Comunitário. 9ª ed. Salvador: JusPODIVM, 2017, p. 604)
21
A Corte Internacional de Justiça já decidiu de forma a ratificar esse entendimento no caso das Atividades Militares e Paramilitares
na Nicarágua. (MAZZUOLI, Valério de Oliveira. Curso de Direito Internacional Público. 12ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 2019, p.
741)

19
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se aplica apenas aos voos não regulares, representando uma flexibilização da regra geral
estabelecida pela Convenção de Chicago.

A navegação aérea nos espaços sujeitos à soberania de um Estado depende da celebração de


Tratados Internacionais ou da concessão de permissões avulsas.

Nas áreas que não estão sob domínio de alguma soberania, caso, por exemplo do Polo Norte, da
Antártica e do Alto Mar, a liberdade de navegação aérea, civil e militar é ampla.

5.2. NORMAS CONVENCIONAIS

Os principais Tratados Internacionais acerca do Espaço Aéreo são:

i) Convenção para a Unificação de Certas Regras Relativas ao Transporte Aéreo Internacional,


mais conhecida por Convenção de Varsóvia (1929);

O primeiro Tratado Internacional que visou regular o tema foi a Convenção de Paris (1919),
celebrada ao final da Primeira Guerra Mundial. No entanto, o marco histórico para a regulamentação
do Espaço Aéreo foi a Convenção de Varsóvia (1929), que definiu, em escala mundial, as regras
relativas à responsabilidade civil no transporte aéreo internacional.

ii) Convenção sobre Aviação Civil Internacional, mais conhecida por Convenção de Chicago
(1944);

Pela leitura do próprio nome do tratado, é possível compreender que se aplica somente às
aeronaves civis, e não às de propriedade governamentais, militares ou policiais que porventura
existam.

Esse Tratado foi também muito importante e é a grande base para o estudo desta disciplina.

Ele instituiu a Organização da Aviação Civil Internacional (OACI), conhecida por sua sigla em inglês
ICAO, que é a agência das Nações Unidas especializada em coordenar e regular o transporte aéreo
internacional, bem como fomentar o desenvolvimento seguro e ordenado da aviação civil
internacional. A fim de simplificar, a ICAO é um organismo internacional que visa regular a aviação
civil internacional. A sua atividade é regulada pelos arts. 43 – 79 da Convenção de Chicago.

iii) Convenção para a Unificação de Certas Regras Relativas ao Transporte Aéreo


Internacional, mais conhecida por Convenção de Montreal (1999).

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Essa Convenção atuou no sentido de modernizar as disposições provenientes da Convenção de


Varsóvia, além de compilar todas as suas atualizações.

Uma das disposições presentes já na Convenção de Varsóvia, mas que, de fato, precisaria de uma
atualização por conta do próprio lapso temporal entre elas (1929 – 1999: 70 anos), é a da
responsabilidade civil do transportador quando da ocorrência de sinistro ou de descumprimento do
contrato de transporte aéreo. Esse tema foi demandado há pouco tempo em concursos públicos
fazendo uma correlação do Direito Internacional com o Direito do Consumidor!

5.3. NACIONALIDADE DAS AERONAVES

A Convenção de Chicago estabelece que cada aeronave deve ter uma única nacionalidade, a qual
é determinada pelo registro ou matrícula. Essa regra se aplica, inclusive, a aeronaves pertencentes
a uma companhia multinacional, sendo vedado o registro de uma aeronave em mais de um Estado.

O vínculo da nacionalidade das aeronaves é importante porque implica na responsabilidade pelo


veículo e permite a concessão de proteção, caso se faça necessário. A nacionalidade da aeronave
também influencia na aplicação da Teoria das cinco liberdades, conforme explicado a seguir.

As regras da aviação civil internacional estão baseadas no chamado sistema das cinco liberdades.
São elas:

a) Primeira liberdade: Consiste no direito de sobrevoo, sem escalas, do território de um ente


estatal.

Exemplo: a aeronave do Estado A pode sobrevoar o território do Estado B.

b) Segunda liberdade: Consiste no direito de fazer escala técnica.

Exemplo: a aeronave do Estado A pode fazer uma escala para abastecimento no território do
Estado B.

c) Terceira liberdade: É a autorização para desembarcar passageiros e mercadorias


provenientes do Estado de origem da aeronave.

Exemplo: a aeronave do Estado A pode pousar no Estado B, desembarcando passageiros e


mercadorias.

d) Quarta liberdade: É a autorização para embarcar passageiros e mercadorias destinados ao


Estado de origem da aeronave.

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Exemplo: a aeronave do Estado A pode embarcar passageiros e mercadorias no Estado B que


tenham como destino o Estado A.

e) Quinta liberdade: É a autorização para que aeronave embarque e desembarque


passageiros e mercadorias destinados ou provenientes de todos os outros membros da OACI.

Exemplo: uma aeronave do Estado A poderia embarcar passageiros e mercadorias no Estado


B que tenham como destino o Estado C.

As duas primeiras liberdades são conhecidas como liberdades técnicas e são aplicáveis às relações
recíprocas entre todos os Estados-membros da OACI.

Já a terceira, quarta e quinta liberdades são conhecidas como liberdades comerciais e reclamam a
celebração de tratados bilaterais que as regulem.

5.4. ESPAÇO EXTRA-ATMOSFÉRICO:

Há que se fazer uma distinção entre o Espaço Aéreo e o Espaço Extra-Atmosférico.

Como o próprio nome já diz e, de acordo com Francisco Rezek, o Espaço Extra-Atmosférico é o
Espaço posterior ao término da atmosfera22.

Os engenhos criados pelo Direito Astronáutico ou Direito do Espaço Exterior são de suma
importância para a ciência. É por isso que o Direito Astronáutico se tornou um tema de forte
relevância no Direito Internacional Público.

Em 1967, foi celebrado o principal instrumento internacional referente à regulamentação da


exploração e da utilização do espaço, que é o Tratado sobre Princípios Reguladores das Atividades
dos Estados na Exploração e Uso do Espaço Cósmico, inclusive a Lua e Demais Corpos Celestes,
conhecido também como Tratado sobre Princípios Reguladores do Espaço Exterior, por meio do
qual foi definido que o acesso ao espaço extra-atmosférico e aos corpos celestes é livre.

Além disso, ainda no corpo do mesmo tratado, estabeleceu-se que os corpos celestes não podem
ser objeto de apropriação/anexação por qualquer Estado e, ainda, que sua investigação e
exploração deve ser feita em benefício da coletividade.

22
REZEK, Francisco. Direito Internacional Público: Curso Elementar. 13ª ed. São Paulo: Saraiva, 2011, p. 326.

22
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Em 1979, foi celebrado o Tratado da Lua. Para Rezek, esse tratado consagra apenas um pacifismo
relativo23. Explico! Embora o Tratado preveja que a Lua somente poderá ser usada para fins
pacíficos, ele apenas proíbe a colocação, na órbita da Terra e da Lua, de engenhos dotados de
armamento nuclear ou de destruição em massa. Não foi proibida a colocação de outros tipos de
armamentos na órbita da Lua.

1. (AGU-2009)

Na zona econômica exclusiva (ZEE), os Estados estrangeiros não podem usufruir da liberdade
de navegação nem nela instalar cabos e oleodutos submarinos.

Comentários

Na zona econômica exclusiva, os Estados estrangeiros gozam de plena liberdade de sobrevoo e


navegação, podendo, ainda, instalar cabos e dutos submarinos. Questão errada.

2. (AGU-2009)

Segundo a Convenção de Montego Bay, Estados sem litoral podem usufruir do direito de acesso
ao mar pelo território dos Estados vizinhos que tenham litoral.

Comentários

A Convenção de Montego Bay prevê que os Estados sem litoral têm o direito de acesso ao mar.
Questão correta.

3. (Consultor Legislativo/Senado Federal-2002)

A zona contígua é uma faixa adjacente ao mar territorial e, em princípio, de igual largura, não
podendo, contudo, exceder vinte e quatro milhas marítimas, contadas do limite exterior do
mar territorial.

23
REZEK, Francisco. Direito Internacional Público: Curso Elementar. 13ª ed. São Paulo: Saraiva, 2011, p. 326.

23
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Comentários

A zona contígua é uma área adjacente ao mar territorial, a ele não se sobrepondo. A sua largura é
de no máximo 12 milhas marítimas, contadas do limite exterior do mar territorial. Questão errada.

4. (Consultor Legislativo/Senado Federal-2002)

Águas interiores são extensas áreas de água salgada, cercadas de terra, com ou sem
comunicação navegável com o mar.

Comentários

As águas interiores sobre as quais versa a Convenção de Montego Bay são aquelas que possuem
comunicação com o mar. Questão errada.

5. (Consultor Legislativo/Senado Federal-2002)

O mar territorial é a faixa de mar que se estende desde a linha de base até uma distância que
não deve exceder doze milhas marítimas da costa e sobre a qual o Estado exerce sua soberania.
A soberania do Estado marginal estende-se ao solo e ao respectivo subsolo recoberto pelas
águas do mar territorial, bem como sobre o espaço aéreo acima dele situado. Porém, a
soberania estatal sobre seu mar territorial é limitada em toda sua extensão pela regra
consuetudinária de passagem inocente.

Comentários

Não se pode dizer que o direito de passagem inocente limita a soberania estatal, uma vez que o
Estado costeiro tem a prerrogativa de, por meio de leis e regulamentos, regular a passagem inocente
pelo seu mar territorial. Questão errada.

6. (Consultor Legislativo/Senado Federal-2002)

O limite exterior da plataforma continental coincide com o da zona econômica exclusiva,


podendo, em determinados casos, atingir o limite de trezentas e cinquenta milhas marítimas.

Comentários

A regra é que o limite exterior da plataforma continental coincida com o da zona econômica
exclusiva. Todavia, em situações excepcionais, a plataforma continental será maior que isso. Isso
ocorrerá quando o bordo exterior da margem continental ultrapassar as 200 milhas marítimas. Em
qualquer situação, a extensão máxima da plataforma continental será de 350 milhas marítimas.
Questão correta.

24
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7. (Consultor Legislativo/Senado Federal-2002)

O regime jurídico dos fundos marinhos, determinado pela Convenção sobre Direito do Mar, é
de res nullius, isto é, sua exploração econômica depende apenas da iniciativa de qualquer
Estado interessado em apropriar-se de seus recursos naturais.

Comentários

O regime jurídico do alto mar e dos fundos marinhos é o de res communis. Com efeito, o alto mar é
considerado patrimônio comum da humanidade. Questão errada.

8. (Defensor Público da União/2004)

O mar territorial é bem público de uso comum, de propriedade da União, que compreende
faixa de 200 milhas marítimas de largura a partir do litoral.

Comentários

O mar territorial brasileiro compreende 12 milhas marítimas medidas a partir das linhas de base
(linhas de baixa-mar). Questão errada.

9. (OAB/2007.3)

A zona contígua brasileira compreende uma faixa que se estende de 12 a 24 milhas marítimas,
contadas a partir das linhas de base que servem para medir a largura do mar territorial.

Comentários

O mar territorial brasileiro vai das linhas de base até 12 milhas marítimas. A zona contígua vai das
12 milhas até as 24 milhas marítimas contadas a partir das linhas de base. Questão correta.

10. (0AB/2007.3)

O mar territorial brasileiro compreende uma faixa de duzentas milhas marítimas de largura,
medidas a partir da linha de base.

Comentários

O mar territorial brasileiro compreende 12 milhas marítimas medidas a partir das linhas de base
(linhas de baixa-mar). Questão errada.

11. (0AB/2007.3)

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Em sua zona econômica exclusiva, o Brasil tem o direito exclusivo de regular a investigação
científica marinha.

Comentários

Na zona econômica exclusiva, o Estado costeiro tem o direito exclusivo de regular a investigação
científica marinha. Questão correta.

12. (ANAC – 2012)

De acordo com a Convenção de Chicago, é permitido o registro concomitante de nacionalidade


de aeronave em mais de um Estado, se assim for exigido pelas leis dos Estados contratantes.

Comentários

A Convenção de Chicago determina que as aeronaves somente podem ser legalmente registradas
em único Estado. Veda-se assim o “duplo registro”. As aeronaves devem ter uma única
nacionalidade. Questão errada.

13. (MPF – 2014)

Segundo a Convenção da ONU sobre o Direito do Mar (UNCLOS ou Convenção de Montego


Bay) de 1982, as ilhas e os Estados arquipelágicos dispõem de zona econômica exclusiva de, no
máximo, 12 milhas.

Comentários

A Convenção de Montego Bay não atribui um limite máximo de 12 (doze) milhas marítimas para as
ilhas e os Estados arquipelágicos. Questão errada.

14. (MPF – 2014)

A Zona Econômica Exclusiva coincide com a Plataforma Continental, ambas com limite extremo
de 200 milhas.

Comentários

De acordo com o art. 76, 1 e 4 da Convenção de Montego Bay, vejamos:

“ARTIGO 76. Definição da Plataforma Continental.


1. A plataforma continental de um Estado costeiro compreende o leito e o subsolo das áreas
submarinas que se estendem além do seu mar territorial, em toda a extensão do prolongamento
natural do seu território terrestre, até ao bordo exterior da margem continental, ou até uma distância
de 200 milhas marítimas das linhas de base a partir das quais se mede a largura do mar territorial, nos
casos em que o bordo exterior da margem continental não atinja essa distância.”

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“4. a) para os fins da presente Convenção, o Estado costeiro deve estabelecer o bordo exterior da
margem continental, quando essa margem se estender além das 200 milhas marítimas das linhas de
base, a partir das quais se mede a largura do mar territorial, por meio de:
i) uma linha traçada de conformidade com o parágrafo 7º, com referência aos pontos fixos mais
exteriores em cada um dos quais a espessura das rochas sedimentares seja pelo menos 1% da distância
mais curta entre esse ponto e o pé do talude continental; ou
ii) uma linha traçada de conformidade com o parágrafo 7º, com referência a pontos fixos situados a
não mais de 60 milhas marítimas do pé do talude continental.
b) Salvo prova em contrário, o pé do talude continental deve ser determinado como ponto de variação
máxima do gradiente na sua base.”

Normalmente, ocorre de ambas os institutos possuírem a mesma extensão máxima. No entanto,


isso não quer dizer que sempre será assim.

A título de conhecimento, a Plataforma Continental pode se estender até mais que 200 milhas
marítimas – até o máximo de 350 milhas marítimas –. No entanto, para que isso ocorra, deverá haver
uma autorização da Comissão de Limites da Plataforma Continental das Nações Unidas. Logo, a
questão está errada.

15. (MPF – 2014)

Estados podem reivindicar soberania parcial sobre recursos do alto-mar, dependendo de


acordo multilateral.

Comentários

A questão está incorreta, tendo em vista que, nos termos do art. 89 da Convenção de Montego Bay,
nenhum Estado pode adquirir a soberania sobre as partes do Alto-Mar. Questão errada.

16. (Juiz do Trabalho / TRT 23 – 2014)

Mar territorial é a zona de mar adjacente ao território dos Estados e constitui uma extensão
natural e política deste território, cuja extensão não ultrapassa 12 milhas marítimas.

Comentários

Todo Estado tem o direito de fixar a largura do seu mar territorial até um limite que não ultrapasse
12 (doze) milhas marítimas, medidas a partir de linhas de base determinadas de conformidade com
a presente Convenção. Questão correta.

17. (Juiz do Trabalho / TRT 23 – 2014)

A plataforma continental de um Estado costeiro compreende o leito e o subsolo das áreas


submarinas que se estendem além do seu mar territorial, em toda a extensão do

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prolongamento do seu território terrestre, até ao bordo exterior da margem continental ou até
uma distância de 200 milhas marítimas das linhas de base.

Comentários

A questão consiste em uma definição da Plataforma Continental, que está presente no art. 76 da
Convenção de Montego Bay.

Ainda, no art. 11 da Lei nº 8.617/93, temos uma definição próxima, a saber:

“Art. 11. A plataforma continental do Brasil compreende o leito e o subsolo das áreas submarinas que
se estendem além do seu mar territorial, em toda a extensão do prolongamento natural de seu
território terrestre, até o bordo exterior da margem continental, ou até uma distância de duzentas
milhas marítimas das linhas de base, a partir das quais se mede a largura do mar territorial, nos casos
em que o bordo exterior da margem continental não atinja essa distância.”

A questão está correta, nos termos do art. 76 da Convenção de Montego Bay, que consiste na
definição de Plataforma Continental.

18. (Juiz do Trabalho / TRT 23 – 2014)

No mar territorial, os navios de qualquer Estado gozam do direito de passagem inocente, desde
que efetue o pagamento de taxas fixadas mediante acordos comerciais.

Comentários

Nos termos da Lei nº 8.617/93, a questão está incorreta, senão vejamos:


“Art. 3º É reconhecido aos navios de todas as nacionalidades o direito de passagem inocente no mar
territorial brasileiro.
§ 1º A passagem será considerada inocente desde que não seja prejudicial à paz, à boa ordem ou à
segurança do Brasil, devendo ser contínua e rápida.
§ 2º A passagem inocente poderá compreender o parar e o fundear, mas apenas na medida em que
tais procedimentos constituam incidentes comuns de navegação ou sejam impostos por motivos de
força ou por dificuldade grave, ou tenham por fim prestar auxílio a pessoas a navios ou aeronaves em
perigo ou em dificuldade grave.”

A conclusão é que não podem ser impostas taxas a navios estrangeiros só com fundamento na sua
passagem pelo mar territorial. Questão errada.

19. (Juiz Federal/ TRF 5 – 2015)

A Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar admite a possiblidade de expansão da
plataforma continental brasileira além dos limites atualmente fixados de duzentas milhas
marítimas.

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Comentários

Nos termos do art. 11 da Lei nº 8.617/93, a extensão da Plataforma Continental será de até 200
(duzentas) milhas marítimas das linhas de base.

A possibilidade de expansão da plataforma continental brasileira além das 200 milhas está
estabelecida no art. 76, §6º da Convenção de Montego Bay, que afirma que a plataforma não deve
exceder 350 milhas marítimas das linhas de base a partir das quais se mede a largura do mar
territorial.

Para que haja essa expansão, o Estado deverá requerer junto a Comissão de Limites da Plataforma
Continental das Nações Unidas. Questão correta.

20. (Juiz Federal/ TRF 5 – 2015)

O direito de passagem inocente no espaço aéreo ocorre da mesma forma que em relação ao
mar territorial.

Comentários

Na realidade, não.

No Mar Territorial, nos termos da Convenção de Montego Bay (1982), desde que o requerente da
passagem inocente não seja prejudicial à paz, à boa ordem ou à segurança do país, pode-se ter a
passagem inocente, desde que de maneira contínua e rápida, termos do art. 3º, §1º da Lei nº
8.617/93.

No Espaço Aéreo, por outro lado, a regulação se dá mediante a Convenção de Chicago (1944) que
regula a aviação civil internacional. Nela, percebemos que a regra é que deverá haver uma
autorização prévia. É o que ocorre no caso de voos governamentais por exemplo.

É o caso do Regime das 5 (Cinco) Liberdades.

Um bom exemplo disso é o caso dos voos regulares ou, ainda, dos voos de aeronaves
governamentais. Nesse caso, uma aeronave do Estado X deverá requerer autorização para ingresso
no território nacional do Estado Y.

No entanto, atenção ao art. 5º da Convenção. Há uma exceção para essa regra de autorização prévia.
É o caso de que ambos os países envolvidos sejam signatários da Convenção de Chicago (1944) e
que não se trate de um voo regular, ou seja, que se trate de um voo não usual.

Um bom exemplo disso seria o caso de um voo não regular. Nesse caso, não será obrigatória a
autorização para o ingresso no território nacional. Logo, a questão está errada.

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21. (Juiz Federal/ TRF 3 – 2016)

O Brasil exerce na plataforma continental direitos de soberania para efeitos de exploração dos
recursos naturais, no leito e no subsolo das áreas submarinas que se estendem além do seu
mar territorial, em toda a extensão do prolongamento natural de seu território terrestre, até
o bordo exterior da margem continental, ou até uma distância de 200 (duzentas) milhas
marítimas das linhas de base.

Comentários

Nos termos do art. 11 da Lei nº 8.617/93, a extensão da Plataforma Continental será de até 200
(duzentas) milhas marítimas das linhas de base. Na plataforma continental, o Brasil exerce direitos
de soberania para exploração de recursos naturais. Questão correta.

22. (Juiz Federal/ TRF 3 – 2016)

Na zona econômica exclusiva (ZEE) o Brasil tem o direito exclusivo de regulamentar a


investigação científica marinha, a proteção e preservação do meio marítimo, bem como a
construção, a operação e o uso de todos os tipos de ilhas artificiais, instalações e estruturas.

Comentários

Nos termos do art. 8º da Lei nº 8.617/93, a assertiva está correta, a saber:

“Art. 8º Na zona econômica exclusiva, o Brasil, no exercício de sua jurisdição, tem o direito exclusivo
de regulamentar a investigação científica marinha, a proteção e preservação do meio marítimo, bem
como a construção, operação e uso de todos os tipos de ilhas artificiais, instalações e estruturas.”

Na ZEE, o Brasil, de fato, possui o direito exclusivo de regulamentar a investigação científica marinha,
a proteção e preservação do meio marítimo, bem como a construção, a operação e o uso de todos
os tipos de ilhas artificiais, instalações e estruturas. Questão correta.

23. (Delegado de Polícia Federal/ Polícia Federal – 2018)

A soberania de Estado costeiro sobre o seu mar territorial abrange não apenas as águas, mas
também o leito do mar, seu subsolo e o espaço aéreo correspondente, devendo tal Estado,
contudo, admitir o direito de passagem inocente de navios mercantes ou de guerra de qualquer
outro Estado.

Comentários

Essa questão é muito interessante e levou muita confusão aos alunos.

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Segundo a Convenção de Montego Bay, navios de guerra são aqueles pertencentes às forças
armadas de um Estado estrangeiro, ou seja, não necessariamente estão em situação de guerra. Esses
navios apenas serão proibidos de exercerem o direito de passagem inocente caso descumpram as
normas do Estado costeiro. A Convenção admite, assim, a passagem de navios de guerra.

Então, visto isso, e pela previsão do art. 3º da Lei nº 8.617/93, que fala que “É reconhecido aos navios
de todas as nacionalidades o direito de passagem inocente no mar territorial brasileiro”, a questão
está correta. Questão correta.

24. (MPF – 2015)

De acordo com a Convenção das Nações Unidas sobre Direito do Mar, o Brasil não pode exercer
jurisdição penal em navio mercantil estrangeiro que realize passagem inocente pelo mar
territorial, mesmo que seja para fim de repressão do tráfico ilícito de estupefacientes.

Comentários

Esse tema tem se tornado uma questão cada vez mais frequente. Pergunta-se: Quando o Brasil
poderá exercer sua jurisdição em navios – embarcações – em passagem inocente pelo seu
território?

A resposta dessa questão e da dúvida acima estão previstas no art. 27 da Convenção de Montego
Bay, a saber:

“ARTIGO 27. Jurisdição penal a bordo de navio estrangeiro.


1. A jurisdição penal do Estado costeiro não será exercida a bordo de navio estrangeiro que passe pelo
mar territorial com o fim de deter qualquer pessoa ou de realizar qualquer investigação, com relação
à infração criminal cometida a bordo desse navio durante a sua passagem, salvo nos seguintes casos:

a) se a infração criminal tiver conseqüências para o Estado costeiro;

b) se a infração criminal for de tal natureza que possa perturbar a paz do país ou a ordem no mar
territorial;

c) se a assistência das autoridades locais tiver sido solicitada pelo capitão do navio ou pelo
representante diplomático ou funcionário consular do Estado de bandeira;

ou

d) se essas medidas forem necessárias para a repressão do tráfico ilícito de estupefacientes ou de


substâncias psicotrópicas.”

A questão é respondida pela alínea d), que fala em medidas de repressão do tráfico ilícito de
estupefacientes. Nesse caso, o Brasil poderá exercer sua jurisdição na respectiva embarcação.
Questão errada.

25. (ANAC – 2016)

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Toda aeronave civil pode possuir mais de uma única nacionalidade, determinada por seu
registro ou sua matrícula.

Comentários

Na realidade, trata-se justamente do contrário. As aeronaves civis só podem ter uma única
nacionalidade determinada pelo seu registro ou pela sua matrícula. questão errada.

26. (ANAC – 2016)

No âmbito da Organização da Aviação Civil Internacional, as aeronaves civis possuem direito


de passagem inofensiva ou inocente pelo espaço aéreo de países que não são o de sua
nacionalidade.

Comentários

Não há direito de passagem inocente no espaço aéreo. Questão errada.

27. (ANAC – 2016)

São consideradas aeronaves de propriedade do governo aquelas usadas para serviços militares,
alfandegários ou policiais.

Comentários

Sim. É o que se vê, de maneira expressa, pela leitura do art. 3º da Convenção de Montego Bay.
Questão correta.

28. (ANAC – 2016)

O domínio da soberania estatal se estende sobre o espaço aéreo acima dos limites do território
e acima do mar territorial, ressalvada a disciplina do espaço exterior.

Comentários

Sim. É o que se entende pela leitura do art. 2º da Convenção de Montego Bay, aliado ao que se está
disposto no Tratado sobre Princípios Reguladores do Espaço Exterior, que trata justamente da
disciplina do Espaço Exterior. Questão correta.

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LISTA DE QUESTÕES
1. (AGU-2009)

Na zona econômica exclusiva (ZEE), os Estados estrangeiros não podem usufruir da liberdade
de navegação nem nela instalar cabos e oleodutos submarinos.

2. (AGU-2009)

Segundo a Convenção de Montego Bay, Estados sem litoral podem usufruir do direito de acesso
ao mar pelo território dos Estados vizinhos que tenham litoral.

3. (Consultor Legislativo/Senado Federal-2002)

A zona contígua é uma faixa adjacente ao mar territorial e, em princípio, de igual largura, não
podendo, contudo, exceder vinte e quatro milhas marítimas, contadas do limite exterior do
mar territorial.

4. (Consultor Legislativo/Senado Federal-2002)

Águas interiores são extensas áreas de água salgada, cercadas de terra, com ou sem
comunicação navegável com o mar.

5. (Consultor Legislativo/Senado Federal-2002)

O mar territorial é a faixa de mar que se estende desde a linha de base até uma distância que
não deve exceder doze milhas marítimas da costa e sobre a qual o Estado exerce sua soberania.
A soberania do Estado marginal estende-se ao solo e ao respectivo subsolo recoberto pelas
águas do mar territorial, bem como sobre o espaço aéreo acima dele situado. Porém, a
soberania estatal sobre seu mar territorial é limitada em toda sua extensão pela regra
consuetudinária de passagem inocente.

6. (Consultor Legislativo/Senado Federal-2002)

O limite exterior da plataforma continental coincide com o da zona econômica exclusiva,


podendo, em determinados casos, atingir o limite de trezentas e cinquenta milhas marítimas.

7. (Consultor Legislativo/Senado Federal-2002)

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O regime jurídico dos fundos marinhos, determinado pela Convenção sobre Direito do Mar, é
de res nullius, isto é, sua exploração econômica depende apenas da iniciativa de qualquer
Estado interessado em apropriar-se de seus recursos naturais.

8. (Defensor Público da União/2004)

O mar territorial é bem público de uso comum, de propriedade da União, que compreende
faixa de 200 milhas marítimas de largura a partir do litoral.

9. (OAB/2007.3)

A zona contígua brasileira compreende uma faixa que se estende de 12 a 24 milhas marítimas,
contadas a partir das linhas de base que servem para medir a largura do mar territorial.

10. (0AB/2007.3)

O mar territorial brasileiro compreende uma faixa de duzentas milhas marítimas de largura,
medidas a partir da linha de base.

11. (0AB/2007.3)

Em sua zona econômica exclusiva, o Brasil tem o direito exclusivo de regular a investigação
científica marinha.

12. (ANAC – 2012)

De acordo com a Convenção de Chicago, é permitido o registro concomitante de nacionalidade


de aeronave em mais de um Estado, se assim for exigido pelas leis dos Estados contratantes.

13. (MPF – 2014)

Segundo a Convenção da ONU sobre o Direito do Mar (UNCLOS ou Convenção de Montego


Bay) de 1982, as ilhas e os Estados arquipelágicos dispõem de zona econômica exclusiva de, no
máximo, 12 milhas.

14. (MPF – 2014)

A Zona Econômica Exclusiva coincide com a Plataforma Continental, ambas com limite extremo
de 200 milhas.

15. (MPF – 2014)

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Estados podem reivindicar soberania parcial sobre recursos do alto-mar, dependendo de


acordo multilateral.

16. (Juiz do Trabalho / TRT 23 – 2014)

Mar territorial é a zona de mar adjacente ao território dos Estados e constitui uma extensão
natural e política deste território, cuja extensão não ultrapassa 12 milhas marítimas.

17. (Juiz do Trabalho / TRT 23 – 2014)

A plataforma continental de um Estado costeiro compreende o leito e o subsolo das áreas


submarinas que se estendem além do seu mar territorial, em toda a extensão do
prolongamento do seu território terrestre, até ao bordo exterior da margem continental ou até
uma distância de 200 milhas marítimas das linhas de base.

18. (Juiz do Trabalho / TRT 23 – 2014)

No mar territorial, os navios de qualquer Estado gozam do direito de passagem inocente, desde
que efetue o pagamento de taxas fixadas mediante acordos comerciais.

19. (Juiz Federal/ TRF 5 – 2015)

A Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar admite a possiblidade de expansão da
plataforma continental brasileira além dos limites atualmente fixados de duzentas milhas
marítimas.

20. (Juiz Federal/ TRF 5 – 2015)

O direito de passagem inocente no espaço aéreo ocorre da mesma forma que em relação ao
mar territorial.

21. (Juiz Federal/ TRF 3 – 2016)

O Brasil exerce na plataforma continental direitos de soberania para efeitos de exploração dos
recursos naturais, no leito e no subsolo das áreas submarinas que se estendem além do seu
mar territorial, em toda a extensão do prolongamento natural de seu território terrestre, até
o bordo exterior da margem continental, ou até uma distância de 200 (duzentas) milhas
marítimas das linhas de base.

22. (Juiz Federal/ TRF 3 – 2016)

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Na zona econômica exclusiva (ZEE) o Brasil tem o direito exclusivo de regulamentar a


investigação científica marinha, a proteção e preservação do meio marítimo, bem como a
construção, a operação e o uso de todos os tipos de ilhas artificiais, instalações e estruturas.

23. (Delegado de Polícia Federal/ Polícia Federal – 2018)

A soberania de Estado costeiro sobre o seu mar territorial abrange não apenas as águas, mas
também o leito do mar, seu subsolo e o espaço aéreo correspondente, devendo tal Estado,
contudo, admitir o direito de passagem inocente de navios mercantes ou de guerra de qualquer
outro Estado.

24. (MPF – 2015) ==146f25==

De acordo com a Convenção das Nações Unidas sobre Direito do Mar, o Brasil não pode exercer
jurisdição penal em navio mercantil estrangeiro que realize passagem inocente pelo mar
territorial, mesmo que seja para fim de repressão do tráfico ilícito de estupefacientes.

25. (ANAC – 2016)

Toda aeronave civil pode possuir mais de uma única nacionalidade, determinada por seu
registro ou sua matrícula.

26. (ANAC – 2016)

No âmbito da Organização da Aviação Civil Internacional, as aeronaves civis possuem direito


de passagem inofensiva ou inocente pelo espaço aéreo de países que não são o de sua
nacionalidade.

27. (ANAC – 2016)

São consideradas aeronaves de propriedade do governo aquelas usadas para serviços militares,
alfandegários ou policiais.

28. (ANAC – 2016)

O domínio da soberania estatal se estende sobre o espaço aéreo acima dos limites do território
e acima do mar territorial, ressalvada a disciplina do espaço exterior.

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GABARITO
1. ERRADA
2. CERTA
3. ERRADA
4. ERRADA
5. ERRADA
6. CERTA
7. ERRADA
8. ERRADA
9. CERTA
10. ERRADA
11. CERTA
12. ERRADA
13. ERRADA
14. ERRADA
15. ERRADA
16. CERTA
17. CERTA
18. ERRADA
19. CERTA
20. ERRADA
21. CERTA
22. CERTA
23. CERTA
24. ERRADA
25. ERRADA
26. ERRADA
27. CERTA
28. CERTA

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