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Aula 21

Direito Interno e Direito Internacional p/ CACD (Primeira e Segunda


Fases) - Pós-Edital
Matheus Atalanio, Ricardo Vale

25870774004 - Luiz Martins


Prof. RicardoAtalanio,
Matheus Vale Ricardo Vale
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AULA 21
DIREITO INTERNACIONAL AMBIENTAL
Direito Internacional Ambiental ........................................................................................ 3

1 Introdução – Aspectos Gerais ......................................................................................................... 3

2 Princípios Gerais do Direito Internacional Ambiental .................................................................... 5

3 Direito Internacional Ambiental X Direito Internacional Econômico ............................................. 9

4 Principais Convenções Internacionais sobre1339173


o Meio Ambiente ................................................... 11

5 Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento ..................................................... 13

6 Implementação e Execução do Direito Internacional Ambiental ................................................. 20

Lista de Questões ............................................................................................................ 34

Gabarito .......................................................................................................................... 41

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Olá, amigos do Estratégia Concursos! Tudo bem?

Na aula de hoje, vamos falar de um dos temas mais atuais no âmbito do direito internacional.
Estudaremos sobre a Direito Internacional Ambiental, assunto cobrado na disciplina de Direito e
Direito Internacional (Primeira e Segunda Fases). Atenção, pois é um tópico que foi adicionado no
último edital do certame. Todos prontos?!

Boa aula a todos!

Ricardo Vale

ricardovale@estrategiaconcursos.com.br

http://www.instagram.com/profricardovale/

http://www.instagram.com/matalanio/

“O segredo do sucesso é a constância no objetivo!”

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DIREITO INTERNACIONAL AMBIENTAL

1 INTRODUÇÃO – ASPECTOS GERAIS

A ação humana sobre o meio ambiente provoca mudanças significativas na natureza, causando
impactos negativos nos ecossistemas, no clima, no relevo e na vegetação. Esses impactos são,
atualmente, uma das grandes preocupações da sociedade internacional, que se defronta
diariamente com problemas como o aquecimento global, a desertificação, a extinção de espécies, o
esgotamento de recursos naturais...

É nesse contexto que surge o Direito Internacional Ambiental, que pode ser entendido como um
conjunto de normas que criam direitos e deveres para os diversos atores internacionais sob uma
ótica ambiental.1 Destaque-se, nesse sentido, que as normas internacionais em matéria ambiental
não possuem como destinatários apenas os Estados. Ao contrário, elas se destinam também às
organizações internacionais, aos indivíduos, às empresas e às ONG’s.

O objetivo central do direito internacional do meio ambiente é criar um corpo jurídico que garanta
a preservação do meio ambiente e permita, assim, promover o desenvolvimento sustentável. Dessa
forma, pode-se afirmar que esse ramo do direito atribui responsabilidades que devem ser
observadas no plano internacional, tendo como objetivo a melhoria da vida e da qualidade de vida
para as presentes e futuras gerações. Apesar da especificidade do direito internacional ambiental,
ele é tratado no âmbito do direito internacional público.

Uma das características principais do Direito Internacional Ambiental é a enorme quantidade de


tratados e convenções internacionais voltados para a proteção ambiental. Com efeito, há inúmeros
instrumentos internacionais, bilaterais ou multilaterais, tratando sobre os mais diversos temas
referentes à proteção do meio ambiente.

As negociações internacionais em matéria ambiental têm se tornado um ponto prioritário na agenda


internacional e nas políticas estatais. A principal dificuldade para que tais negociações se convertam
em compromissos estritos é, no entanto, o choque de interesses com o desenvolvimento
econômico. Quanto a esse ponto, vale a pena ressaltar que a promoção do desenvolvimento
econômico implica, muitas vezes, na utilização de recursos naturais, os quais, se não forem utilizados
de forma sustentável, poderão se esgotar.

O Direito Internacional Ambiental não está centralizado em uma só organização internacional. Ao


contrário, são várias as organizações internacionais que dão atenção ao tema ambiental: UNESCO,

1
VARELLA, Marcelo Dias. Direito internacional econômico ambiental. Belo Horizonte: Del Rey, 2004

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FAO, OCDE... Inclusive a própria OMC já trata do assunto como uma de suas prioridades na Rodada
Doha, discutindo a relação entre comércio internacional e meio ambiente.

O grande marco do Direito Internacional Ambiental foi a Conferência das Nações Unidas sobre Meio
Ambiente Humano, realizada em Estocolmo, Suécia, em 1972, que estabeleceu uma série de
princípios de aplicação geral em matéria de proteção ambiental. De acordo com Accioly, o ano de
1972 pode ser apontado como o ano em que a conscientização para a importância de se evitar a
destruição do meio ambiente tomou âmbito global2.

Nessa conferência, se reuniram pela primeira vez países industrializados e países em


desenvolvimento para discutir problemas relativos ao meio ambiente, ficando nítida a diferença de
posição entre eles em matéria ambiental. Os países em desenvolvimento entendiam a pressão para
o cumprimento de padrões mínimos ambientais como uma forma que tinham os países
desenvolvidos de impedir seu desenvolvimento. A dimensão ambiental surgia, nesse momento,
como um limitador do modelo de uso econômico dos recursos ambientais do planeta.

A Conferência de Estocolmo deu origem à Declaração das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente,
que estabelece princípios gerais para a proteção do meio ambiente, além de prever a criação do
Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente.

Por meio da Declaração de Estocolmo, o direito ao meio ambiente foi alçado à condição de direito
fundamental do ser humano. O primeiro princípio enumerado pelo referido documento estabelece
que “o homem tem direito fundamental à liberdade, à igualdade e a condições de vida satisfatórias,
em meio ambiente cuja qualidade lhe permita viver com dignidade e bem-estar.” Segundo Mazzuoli,
os tratados internacionais de proteção ao meio ambiente fazem parte dos chamados tratados
internacionais de proteção aos direitos humanos lato sensu.3

A Declaração de Estocolmo também estabeleceu o princípio da responsabilidade internacional dos


Estados em matéria ambiental. De acordo com o princípio de número 21, “os Estados têm o direito
soberano de explorar os seus próprios recursos segundo políticas ambientais que estabeleçam e têm
o dever de o fazer de tal modo que as atividades exercidas nos limites de sua jurisdição ou sob seu
controle, não causem danos ao meio ambiente em outros estados ou nas regiões não submetidas a
qualquer jurisdição nacional.” Resumindo: um Estado não pode explorar seus recursos de forma a
causar dano a outro Estado.

2
ACCIOLY, Hildebrando; SILVA, G.E do Nascimento & CASELLA, Paulo Borba. Manual de Direito Internacional Público,
17ª Ed. São Paulo: Saraiva, 2009.
3
MAZZUOLI, Valério de Oliveira. Curso de Direito Internacional Público, 4ª ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais,
2010

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Outro princípio importante enunciado pela Declaração de Estocolmo foi o de que um Estado deve
ser responsabilizado pelos danos ambientais que cause fora de sua jurisdição territorial, ou seja,
pelos danos que cause ao meio ambiente de outro Estado.

Passados 10 anos da Conferência de Estocolmo, foi elaborado um relatório que visava a avaliar quais
os seus principais resultados, bem como apontar os principais problemas ambientais existentes.
Surge pela primeira vez o conceito de “desenvolvimento sustentável” como sendo o
desenvolvimento que atende as necessidades das gerações atuais sem comprometer a capacidade
das futuras gerações de terem suas próprias necessidades atendidas.

Em 1992, foi realizada no Rio de Janeiro a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente
e Desenvolvimento, a famosa ECO-92. Nessa conferência, foram produzidos importantes
documentos, tais como: a Agenda 21, a Declaração do Rio, a Declaração de Princípios sobre
Florestas, a Convenção sobre Diversidade Biológica e a Convenção sobre Mudanças Climáticas.
Esses documentos tinham como principal objetivo definir um rumo geral para as políticas essenciais
que visam alcançar um modelo de desenvolvimento sustentável que atendesse às necessidades dos
pobres e reconhecesse os limites de desenvolvimento, de modo a satisfazer às necessidades globais.
A Agenda 21 foi um documento elaborado com o objetivo de servir de guia para que os Estados
formulassem políticas públicas em matéria ambiental com vistas a promover o desenvolvimento
sustentável. Tanto a Declaração de Estocolmo quanto a Declaração do Rio e a Agenda 21 podem ser
classificadas como soft law, em virtude de não estabelecerem regras vinculantes, mas apenas
normas jurídicas de eficácia limitada.

2 PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO INTERNACIONAL AMBIENTAL

De acordo com Portela, é princípio básico do Direito Internacional Ambiental o de que um Estado
não pode alterar as condições naturais de seu território e causar danos a áreas fora de sua jurisdição,
ou seja, causar o dano ambiental transfronteiriço.4 Por dano ambiental transfronteiriço, entende-
se o dano que afeta outro Estado ou mesmo áreas pertencentes ao domínio público internacional.

A responsabilidade internacional por danos ambientais será uma responsabilidade objetiva ou por
risco. Isso quer dizer que ela independe da culpa do agente, bastando que tenha existido o dano.
Em certos casos, é possível falar em responsabilidade absoluta, como no caso da “Convenção sobre
Responsabilidade Internacional por Danos Causados por Objetos Espaciais”.

Na definição da referida Convenção, objetos espaciais são as peças componentes de um objeto


espacial e também o seu veículo de lançamento e peças do mesmo. A responsabilidade absoluta
está definida no seu art. 2º, que estabelece que: "Um Estado lançador será o responsável absoluto
pelo pagamento de indenizações por danos causados por seus objetos espaciais na superfície da

4
PORTELA, Paulo Henrique Gonçalves. Direito Internacional Público e Privado. Salvador: Editora Juspodium, 2009

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Terra ou a aeronaves em voo." Consideramos que a responsabilidade do Estado é, nesse caso,


absoluta, porque independe da ilicitude do ato, sendo o fato material do dano causado pelo objeto
espacial elemento suficiente para ensejar reparação na forma de indenização.

Feita essa pequena pausa, a seguir irei comentar sobre alguns dos princípios gerais mais importantes
do direito internacional ambiental. Acho interessante comentarmos sobre os princípios, pois a partir
de seu entendimento podemos interpretar a maioria das situações in concretu. Vamos lá!

a) Princípio da Cooperação Internacional:

Já em seu Preâmbulo, a Conferência de Estocolmo fala sobre a importância da cooperação


internacional para que seja atingida a meta de defender e melhorar o meio ambiente para as
gerações presentes e futuras.

Ao longo do texto da Declaração de Estocolmo é feita nova referência ao Princípio da Cooperação


Internacional, quando explicita em seu princípio de número 24 o seguinte:

“Todos os países, grandes e pequenos, devem ocupar-se com espírito e cooperação e


em pé de igualdade das questões internacionais relativas à proteção e melhoramento
do meio ambiente. É indispensável cooperar para controlar, evitar, reduzir e eliminar
eficazmente os efeitos prejudiciais que as atividades que se realizem em qualquer
esfera, possam Ter para o meio ambiente,, mediante acordos multilaterais ou
bilaterais, ou por outros meios apropriados, respeitados a soberania e os interesses
de todos os estados.”

b) Princípio da Responsabilidade Comum, mas diferenciada:

O texto da Conferência de Estocolmo estabelece que todos os países, quaisquer sejam seus níveis
de desenvolvimento, devem ocupar-se em pé de igualdade das questões internacionais relativas à
proteção e melhoramento do meio ambiente. Interpretando a referida Declaração, chegamos à
conclusão de que não importava o quanto um país causava de dano ao meio ambiente, todos
deveriam ter o mesmo nível de preocupação ambiental.

Na Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (ECO-92)


reconheceu-se, no entanto, sob forte pressão dos países em desenvolvimento que:

A responsabilidade de controlar, reduzir e eliminar os atentados contra o meio


ambiente deve incumbir aos países que os causam, de tal forma que guarde relação
com os danos causados e esteja relacionado com as respectivas capacidades e
responsabilidades

Esse reconhecimento representou uma completa mudança de paradigma no âmbito do direito


internacional, estabelecendo o princípio da responsabilidade comum, mas diferenciada. Cada país

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deveria incumbir-se na proteção ambiental de forma proporcional com os danos causados ao meio
ambiente. Esse princípio se apoia na lógica de que os países desenvolvidos são os maiores
causadores e responsáveis pelos desequilíbrios ambientais, cabendo a eles, portanto, as principais
atitudes para proteger o meio ambiente.

c) Princípio do Poluidor Pagador:

O princípio do poluidor-pagador é aquele que impõe ao poluidor o dever de arcar com as despesas
de prevenção, reparação e repressão da poluição. Ou seja, estabelece que o causador da poluição
e da degradação dos recursos naturais deve ser o responsável principal pelas conseqüências de sua
ação ou omissão.

Quando analisamos este princípio, não podemos interpretá-lo como uma compensação dos danos
causados pela poluição do tipo: “Eu poluo, mas pago!” Não é isso! O princípio do poluidor-pagador
não pode ser confundido com a responsabilidade internacional dos Estados. O que esse princípio
prega é a adoção pela legislação de mecanismos que tornem o poluidor o único a arcar com os
custos ambientais provenientes do seu negócio. As legislações nacionais devem implementar
padrões ambientais bem rígidos a serem seguidos pelas empresas que realizem atividade
potencialmente danosa ao meio ambiente. Quando adotam tais padrões, as empresas, ao mesmo
tempo em que protegem o meio ambiente, tem o custo de produção de seus produtos
substancialmente onerado. Veja, meu amigo, que o princípio do poluidor-pagador visa desestimular
atividades que são lucrativas porque adotam padrões baixos de qualidade ambiental.

A reparação do dano causado não pode minimizar de forma alguma a prevenção ambiental. A
aplicação do princípio do poluidor-pagador vai muito além da reparação do dano, abarcando
também os custos de prevenção e até de repressão do dano ambiental.

O Protocolo de Quioto é um exemplo bem nítido da aplicação desse princípio. Aplicando o princípio
do poluidor-pagador, o referido protocolo criou o “Mecanismo de Desenvolvimento Limpo”, que
deu a oportunidade para a criação do mercado dos créditos de carbono.

Aqueles países ou indústrias que não conseguem atingir as metas de reduções de emissões de gases
do efeito estufa tornam-se compradores de créditos de carbono. Por sua vez, aquelas indústrias
que conseguirem diminuir suas emissões abaixo das cotas determinadas, podem vender o
excedente de "redução de emissão" ou "permissão de emissão" no mercado nacional ou
internacional. De acordo com Portela, com a criação do mercado de créditos de carbono, os países
em desenvolvimento passam a negociar com os países desenvolvidos seus excedentes de ar puro
que resultem de projetos de redução da poluição que executem.

d) Princípio da prevenção e precaução:

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O princípio da prevenção, como o próprio nome diz, estabelece que os Estados têm o dever de
prevenir os danos ambientais. O princípio da prevenção se desdobra no princípio da precaução, que
é explicitado na Declaração do Rio em 1992 da seguinte forma:

“Para proteger o meio ambiente, medidas de precauções devem ser largamente


aplicadas pelos Estados segundo suas capacidades. Em caso de risco de danos graves
ou irreversíveis, a ausência de certeza absoluta não deve servir de pretexto para
procrastinar a adoção de medidas efetivas visando a prevenir a degradação do meio
ambiente.”

É importante destacarmos a diferença entre o princípio da prevenção e o princípio da precaução.


O princípio da prevenção impõe que sejam adotadas medidas necessárias para impedir a ocorrência
de danos ambientais. O princípio da prevenção é aplicável quando há a certeza científica de que um
dano ao meio ambiente irá ocorrer e irão ser adotadas medidas necessárias para minimizá-lo ou
extingui-lo. Já o princípio da precaução, é aplicável quando não se tem certeza científica da
ocorrência de um determinado dano ambiental ou da sua magnitude e, na dúvida, opta-se por não
realizar uma determinada obra ou projeto – in dubio pro meio ambiente.

Ainda sobre o princípio da prevenção, foi definido na Declaração do Rio que devem ser adotadas
medidas de avaliação de impacto ambiental para a realização de atividades que possam implicar em
impacto negativo considerável sobre o meio ambiente e que dependam de uma autoridade nacional
competente:

“A avaliação de impacto ambiental, como instrumento internacional, deve ser


empreendida para as atividades planejadas que possam vir a ter impacto negativo
considerável sobre o meio ambiente, e que dependam de uma decisão de autoridade
nacional competente.”

e) Princípio do Desenvolvimento Sustentável:

Sem dúvida alguma, os Estados têm o direito de buscar o seu desenvolvimento econômico, mas
este não deverá ocorrer às custas da degradação ambiental. A definição mais aceita para
desenvolvimento sustentável é a de que ele pode ser entendido como o desenvolvimento capaz de
suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender às necessidades
das futuras gerações; é o desenvolvimento que não esgota os recursos para o futuro.

O conceito de desenvolvimento sustentável depende de planejamento e do reconhecimento de que


os recursos naturais são esgotáveis, representando uma nova forma de se ver o desenvolvimento
econômico, a partir de uma perspectiva que leva em conta o meio ambiente.

Quando analisamos o Acordo Constitutivo da OMC, por exemplo, podemos verificar que existe a
preocupação entre a relação existente entre o desenvolvimento econômico e a proteção do meio
ambiente, quando afirma no preâmbulo que um dos objetivos dessa organização internacional é

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“expandir a produção e o comércio de mercadorias e de serviços através do equilíbrio entre


desenvolvimento sustentável e preservação do meio ambiente. ”

3 DIREITO INTERNACIONAL AMBIENTAL X DIREITO INTERNACIONAL ECONÔMICO

A grande modificação do direito internacional econômico na século XX ocorreu com a criação da


Organização Mundial de Comércio em 1994, organização internacional que passou a servir de fórum
para as negociações tarifárias e para a solução de litígios comerciais.

A preocupação com o meio ambiente começa a se inserir de maneira mais acentuada nas
negociações comerciais a partir da Rodada Uruguai, o que já fica bem evidente no Preâmbulo do
Acordo Constitutivo da OMC:

Reconhecendo que as suas relações no domínio comercial e econômico deveriam ser


orientadas tendo em vista a melhoria dos níveis de vida, a realização do pleno emprego e
um aumento acentuado e constante dos rendimentos reais e da procura efetiva, bem
como o desenvolvimento da produção e do comércio de mercadorias e serviços,
permitindo simultaneamente otimizar a utilização dos recursos mundiais em
consonância com o objetivo de um desenvolvimento sustentável que procure proteger
e preservar o ambiente e aperfeiçoar os meios para atingir esses objetivos de um modo
compatível com as respectivas necessidades e preocupações a diferentes níveis de
desenvolvimento econômico.

No artigo XX do GATT estão previstas restrições comerciais em função de critérios ambientais. Na


alínea “b”, está explicitado que os membros podem adotar restrições comerciais necessárias para
proteger a vida e a saúde de pessoas e animais, bem como para a preservação de vegetais. Na
alínea “g”, por sua vez, é estabelecido que os membros da OMC poderão estabelecer medidas
relacionadas à conservação dos recursos naturais esgotáveis, se tais medidas são aplicadas
conjuntamente com as restrições à produção ou ao consumo nacional.

Para a adoção de medidas necessárias à proteção da vida e saúde de pessoas e animais é necessário
demonstrar que estas são aplicadas na medida do necessário e não sejam restrições arbitrárias e
injustificáveis e não representem uma restrição velada ao comércio. Por sua vez, para a adoção de
medidas que restrinjam o comércio e que estejam relacionadas com a conservação dos recursos
naturais esgotáveis, é necessário que se demonstre o nexo causal entre a medida e o objetivo
“conservação.”

Como se percebe, a OMC não ignora o Direito Ambiental! Ao contrário, a proteção ambiental é um
elemento central em seus acordos, embora existam conflitos entre as normas ambientais e as
normas econômicas:

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1) Muitos acordos ambientais impõe sanções unilaterais sem negociação prévia com outras
partes. Um dos princípios-base da OMC, e portanto, do direito internacional econômico, é a
não-imposição de sanções unilaterais. Ao contrário, existe todo um procedimento de solução
de controvérsias, no qual a prioridade é a negociação.

2) Alguns tratados internacionais em matéria ambiental permitem atingir Estados que não
o ratificaram. Tais medidas de extraterritorialidade não são permitidas pela OMC – nesta,
somente os Estados membros podem ser atingidos por uma medida.

3) A proibição da comercialização de certos produtos é comum em certos tratados


ambientais. Essa proibição até poderia ser justificada ao amparo do art.XX, mas isso não
necessariamente seria aceito.

4) A determinação do foro para a solução de controvérsias onde será solucionado um litígio


ambiental também é algo complicado, já que a OMC possui o seu Órgão de Soluções de
Controvérsias. O que existe como entendimento hoje é que se surge uma controvérsia a
respeito de uma medida comercial adotada ao amparo de um acordo sobre meio ambiente e
as partes na controvérsia firmaram esse acordo, deverão usar suas disposições para resolvê-
la. Se, ao contrário, uma das partes na controvérsia não tiver firmado o acordo sobre meio
ambiente, o único foro possível para resolvê-la será a OMC.

Existe hoje na OMC um Comitê de Comércio e Meio Ambiente, que tem incorporado as questões
de meio ambiente e desenvolvimento sustentável ao trabalho dessa organização. Segundo o
referido Comitê, as medidas adotadas para proteger o meio ambiente e que têm efeitos sobre o
comércio podem desempenhar uma função importante, em particular quando o comércio é a causa
direta dos problemas ambientais. No entanto, as limitações ao comércio não são as únicas medidas
que se pode adotar, já que existem outras possibilidades, como ajudar os países a adquirir tecnologia
favorável ao meio ambiente, conceder-lhes assistência financeira ou ainda realizar atividades de
formação técnica.

No que diz respeito às negociações comerciais realizadas na Rodada Doha relacionadas ao meio
ambiente, um ponto central e que inclusive interessa ao Brasil é a definição de bens e serviços
ambientais. Trata-se de uma classificação especial concedida a bens e serviços que cumpram
requisitos ambientais. Esses bens e serviços, por se enquadrarem como “ambientais”, serão
beneficiados por vantagens tarifárias.

Mas por que isso interessa ao Brasil?

Porque o Brasil tem particular interesse na inclusão do etanol como um bem ambiental, o que
poderia lhe permitir grande vantagem comercial e acesso ao mercado de vários países.

Outra questão comercial relacionada ao meio ambiente é o chamado “dumping ambiental”. Não
existe uma definição oficial do que seja essa modalidade de dumping. No entanto, é evidente que

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grande parte da oferta internacional de produtos a preços baixos é efetuada às custas da destruição
ambiental. Um país que não tenha normas ambientais regulamentadas consegue produzir um
produto a um custo mais baixo, já que reduzir o impacto ambiental de certas atividades não é algo
que saia barato.

4 PRINCIPAIS CONVENÇÕES INTERNACIONAIS SOBRE O MEIO AMBIENTE

O direito internacional ambiental é repleto de tratados internacionais sobre os mais variados temas.
A seguir, apresento de forma bem rápida algumas das principais convenções internacionais sobre
matéria ambiental:

a) Convenção de Genebra sobre poluição transfronteiriça de longa distância: surgiu a partir


da percepção de que a poluição era transportada pela atmosfera por milhares de
quilômetros. Ou seja, se um país polui a atmosfera, um país pode ser afetado sem nada ter
feito. Objetiva a redução e prevenção de poluição atmosférica através de medidas conjuntas
e de cooperação.

b) Convenção de Viena para a proteção da Camada de Ozônio: surgiu a partir da percepção


de que a camada de ozônio - que serve de escudo contra os raios ultravioletas- estava sendo
degradada.

c) Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre mudança do clima: tem como objetivo
principal a estabilização da concentração de gases na atmosfera em níveis com a segurança
climática do planeta, evitando, assim o aquecimento global – efeito estufa.

O Protocolo de Quioto faz parte dessa Convenção e, segundo Portela5, determina que os
Estados deverão, para promover o desenvolvimento sustentável, implementar ou aprimorar
políticas nas seguintes áreas:

- aumento da eficiência energética;


- promoção de formas sustentáveis de agricultura;
- proteção e aumento de sumidouros e reservatórios de gases de efeito estufa;
- redução gradual ou eliminação de imperfeições de mercado, de incentivos fiscais, de
isenções tributárias e tarifárias e de subsídios para os setores emissores de gases de
efeito estufa;
- pesquisa, promoção, desenvolvimento e aumento do uso de formas novas e
renováveis de energia, de tecnologias de sequestro de dióxido de carbono e de
tecnologias ambientalmente seguras.

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- limitação e/ou redução de emissões de metano por meio de sua utilização no


tratamento de resíduos, bem como na produção, no transporte e na distribuição de
energia e;
- medidas para limitar ou reduzir a emissão de gases de efeito-estufa.

O Protocolo de Quioto faz parte da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança
Climática. O seu principal objetivo é a estabilização da concentração de gases na atmosfera
em níveis compatíveis com a segurança climática do planeta, evitando, assim o aquecimento
global – efeito estufa.

Mas será que o Protocolo de Quioto fixou metas para a redução de emissão de gases? O que
vocês acham?

O Protocolo de Quioto estabelece metas de redução de emissões para os países incluídos no


seu Anexo I. Ressalte-se que as obrigações assumidas são diferentes para cada país incluído
no Anexo I, observando o princípio da responsabilidade comum, mas diferenciada. Os países
que não estão incluídos no Anexo I, como por exemplo o Brasil, podem realizar projetos de
redução de emissões e negociar com os países do Anexo I os “créditos de carbono”.

Assim, não são todos os países que devem cumprir metas de redução de emissão de gases,
mas somente aqueles que estão relacionados no Anexo I, que são alguns dos países
industrializados. Os países em desenvolvimento não assumiram compromissos de redução de
emissões por meio do Protocolo de Quioto,

d) Convenção Internacional de Combate à Desertificação nos Países afetados por Seca


Grave e/ou Desertificação: busca combater a desertificação por meio do aproveitamento da
terra afetada pelo problema, com o objetivo de evitar a desertificação, reduzi-la ou mesmo
recuperá-la.

e) Convenção sobre prevenção da poluição marinha por alijamento de resíduos e outras


matérias: tem como objetivo restringir o alijamento de resíduos nos mares.

f) Convenção Internacional para a prevenção da Poluição proveniente de embarcações


(MARPOL): prevenir a poluição dos mares, a qual ocorre seja por meio de acidentes ou
vazamentos de óleo ou por meio de outros poluentes.

g) Convenção da UNESCO sobre Patrimônio Mundial: tem como objetivo preservar para as
futuras gerações, locais e objetos de valor estético, histórico e cultural para a humanidade.
Seu objetivo é muito mais amplo do que a proteção de paisagens naturais ou da
biodiversidade.

h) Declaração de Princípios sobre Florestas: originou-se da ECO-92 e consiste em documento


meramente principiológico, ou seja, não estabelece normas e obrigações vinculantes para as

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partes contratantes. Tais normas vinculantes não foram estabelecidas porque não foi possível
se chegar a um meio-termo entre as ideias de preservação dos países desenvolvidos e os
interesses econômicos dos países em desenvolvimento.

i) Convenção sobre Diversidade Biológica: essa convenção internacional tem como objetivo
a proteção das diversas formas de vida na terra, quer seja no meio terrestre ou aquático,
reconhecendo a “importância da diversidade biológica para a evolução e para a manutenção
dos sistemas necessários à vida na biosfera.” Ela consagra a biodiversidade como uma
preocupação comum da humanidade e expressamente fala em princípio da precaução.

Da mesma forma que a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança Climática, ela
não estabelece compromissos concretos. Ao contrário, seus dispositivos são abstratos e
genéricos. ==146f25==

O art. 6º da referida convenção estabelece que as partes devem desenvolver estratégias,


planos ou programas para a conservação e utilização sustentável da diversidade biológica.
Por sua vez, o art. 7º estabelece as obrigações das partes em relação ao monitoramento da
conservação da diversidade biológica e identificação de riscos potenciais.

j) Convenção de Basiléia: foi criada com a finalidade de evitar com que países desenvolvidos
exportassem resíduos perigosos para países em desenvolvimento. Afinal de contas, sai muito
mais barato mandar o “lixão” para os países em desenvolvimento do que fazer seu correto
tratamento no país de origem. Desta forma, o objetivo dessa convenção internacional é
controlar o movimento transfronteiriço de resíduos perigosos.

l) Tratado de Não-Proliferação Nuclear: esse tratado internacional tem como objetivo


diminuir o risco de uma guerra nuclear e de canalizar o desenvolvimento da tecnologia
nuclear para aplicações pacíficas. A maior crítica ao TNP é a de que ele confere um monopólio
das armas nucleares às potências atômicas, que podem conservá-las, enquanto os países que
não as possuem jamais deverão desenvolvê-las.

5 DECLARAÇÃO DO RIO SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO

Um dos resultados da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento
(ECO-92) foi a Declaração do Rio, que é composta por 27 (vinte e sete) princípios em matéria
ambiental.

Vejamos quais são esses princípios elencados na Declaração do Rio:

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Princípio 1
Os seres humanos estão no centro das preocupações com o desenvolvimento
sustentável. Têm direito a uma vida saudável e produtiva, em harmonia com a natureza.

O direito ao meio ambiente é visto, aqui, como um direito fundamental da pessoa humana.

Princípio 2
Os Estados, de acordo com a Carta das Nações Unidas e com os princípios do direito
internacional, têm o direito soberano de explorar seus próprios recursos segundo suas
próprias políticas de meio ambiente e de desenvolvimento, e a responsabilidade de
assegurar que atividades sob sus jurisdição ou seu controle não causem danos ao meio
ambiente de outros Estados ou de áreas além dos limites da jurisdição nacional.

Os Estados têm soberania sobre seus recursos naturais, porém devem assegurar que atividades
realizadas sob sua jurisdição não causem o dano ambiental transfronteiriço.

Princípio 3
O direito ao desenvolvimento deve ser exercido de modo a permitir que sejam atendidas
equitativamente as necessidades de desenvolvimento e de meio ambiente das gerações
presentes e futuras.

Princípio 4
Para alcançar o desenvolvimento sustentável, a proteção ambiental constituirá parte
integrante do processo de desenvolvimento e não pode ser considerada isoladamente
deste.

Princípio 5
Para todos os Estados e todos os indivíduos, como requisito indispensável para o
desenvolvimento sustentável, irão cooperar na tarefa essencial de erradicar a pobreza, a
fim de reduzir as disparidades de padrões de vida e melhor atender às necessidades da
maioria da população do mundo.

Princípio 6
Será dada prioridade especial à situação e às necessidades especiais dos países em
desenvolvimento, especialmente dos países menos desenvolvidos e daqueles
ecologicamente mais vulneráveis. As ações internacionais na área do meio ambiente e do
desenvolvimento devem também atender aos interesses e às necessidades de todos os
países.

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Esses quatro princípios tratam da relação entre proteção ao meio ambiente e desenvolvimento
econômico. Todos os países têm o direito ao desenvolvimento, mas devem promovê-lo sem que se
comprometam as gerações futuras. O modelo a ser perseguido deve compatibilizar o
desenvolvimento com a proteção ambiental.

Princípio 7
Os Estados irão cooperar, em espírito de parceria global, para a conservação, proteção e
restauração da saúde e da integridade do ecossistema terrestre. Considerando as diversas
contribuições para a degradação do meio ambiente global, os Estados têm
responsabilidades comuns, porém diferenciadas. Os países desenvolvidos reconhecem a
responsabilidade que lhes cabe na busca internacional do desenvolvimento sustentável,
tendo em vista as pressões exercidas por suas sociedades sobre o meio ambiente global
e as tecnologias e recursos financeiros que controlam.

Esse é o princípio da responsabilidade comum, mas diferenciada, que impõe aos países
desenvolvidos responsabilidades maiores na proteção ambiental.

Princípio 8
Para alcançar o desenvolvimento sustentável e uma qualidade de vida mais elevada para
todos, os Estados devem reduzir e eliminar os padrões insustentáveis de produção e
consumo, e promover políticas demográficas adequadas.

Nesse princípio, a Declaração do Rio reconhece que o atual modelo de produção e consumo é
insustentável, devendo ser substituído por um modelo que leve em consideração o
desenvolvimento sustentável. Além disso, deixa claro que políticas demográficas adequadas
contribuem, em certa medida, para isso. Não há definição do que seja uma política demográfica
“adequada”, porém há que se ter em mente que o crescimento populacional desenfreado é fator
que acaba por degradar o meio ambiente.

Princípio 9
Os Estados devem cooperar no fortalecimento da capacitação endógena para o
desenvolvimento sustentável, mediante o aprimoramento da compreensão científica por
meio do intercâmbio de conhecimentos científicos e tecnológicos, e mediante a
intensificação do desenvolvimento, da adaptação, da difusão e da transferência de
tecnologias, incluindo as tecnologias novas e inovadoras.

Quando se fala em “capacitação endógena”, a referência que se faz é a existência, no interior de um


Estado, de profissionais com conhecimento técnico sobre prevenção e reparação de danos
ambientais. A assistência técnica e a transferência de tecnologias entre Estados são meios
cooperativos para a promoção do desenvolvimento sustentável.

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Princípio 10
A melhor maneira de tratar as questões ambientais é assegurar a participação, no nível
apropriado, de todos os cidadãos interessados. No nível nacional, cada indivíduo terá
acesso adequado às informações relativas ao meio ambiente de que disponham as
autoridades públicas, inclusive informações acerca de materiais e atividades perigosas em
suas comunidades, bem como a oportunidade de participar dos processos decisórios. Os
Estados irão facilitar e estimular a conscientização e a participação popular, colocando as
informações à disposição de todos. Será proporcionado o acesso efetivo a mecanismos
judiciais e administrativos, inclusive no que se refere à compensação e reparação de
danos.

Esse princípio busca estimular o controle social sobre a proteção ao meio ambiente.

Princípio 11
Os Estados adotarão legislação ambiental eficaz. As normas ambientais, e os objetivos e
as prioridades de gerenciamento deverão refletir o contexto ambiental e de meio
ambiente a que se aplicam. As normas aplicadas por alguns países poderão ser
inadequadas para outros, em particular para os países em desenvolvimento, acarretando
custos econômicos e sociais injustificados.

Cada Estado deverá adotar uma legislação ambiental compatível com sua realidade, ou seja, a
legislação ambiental deverá ser eficaz (alcançar o objetivo de proteção a que se propõe).

Princípio 12
Os Estados devem cooperar na promoção de um sistema econômico internacional aberto
e favorável, propício ao crescimento econômico e ao desenvolvimento sustentável em
todos os países, de forma a possibilitar o tratamento mais adequado dos problemas da
degradação ambiental. As medidas de política comercial para fins ambientais não devem
constituir um meio de discriminação arbitrária ou injustificável, ou uma restrição
disfarçada ao comércio internacional. Devem ser evitadas ações unilaterais para o
tratamento dos desafios internacionais fora da jurisdição do país importador. As medidas
internacionais relativas a problemas ambientais transfronteiriços ou globais deve, na
medida do possível, basear-se no consenso internacional.

Nesse princípio, há vários pontos a serem destacados:

1) O meio ambiente é uma preocupação comum da humanidade e, como tal, sua proteção
depende de cooperação internacional.

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2) São legítimas as medidas comerciais para fins ambientais, desde que não constituam um
meio de discriminação arbitrária ou injustificável, ou uma restrição disfarçada ao comércio
internacional.

3) Ações unilaterais devem ser evitadas. Deve-se buscar o consenso para a solução de
problemas ambientais tranfronteiriços ou globais.

Princípio 13
Os Estados irão desenvolver legislação nacional relativa à responsabilidade e à
indenização das vítimas de poluição e de outros danos ambientais. Os Estados irão
também cooperar, de maneira expedita e mais determinada, no desenvolvimento do
direito internacional no que se refere à responsabilidade e à indenização por efeitos
adversos dos danos ambientais causados, em áreas fora de sua jurisdição, por atividades
dentro de sua jurisdição ou sob seu controle.

O dano ambiental deve ensejar a responsabilização daquele que o causou. Cabe a cada Estado, no
plano interno, desenvolver legislação nacional sobre a responsabilidade e indenização das vítimas
de poluição e de outros danos ambientais. No plano internacional, também é necessário que sejam
desenvolvidas normas acerca da responsabilidade internacional em matéria ambiental.

Princípio 14
Os Estados devem cooperar de forma efetiva para desestimular ou prevenir a realocação
e transferência, para outros Estados, de atividades e substâncias que causem degradação
ambiental grave ou que sejam prejudiciais à saúde humana.

Mais uma vez aparece a cooperação internacional entre os Estados como fator necessário para a
proteção ambiental.

Princípio 15
Com o fim de proteger o meio ambiente, o princípio da precaução deverá ser amplamente
observado pelos Estados, de acordo com suas capacidades. Quando houver ameaça de
danos graves ou irreversíveis, a ausência de certeza científica absoluta não será utilizada
como razão para o adiamento de medidas economicamente viáveis para prevenir a
degradação ambiental.

Fala-se aqui no princípio da precaução, que deve ser aplicado quando não existe certeza científica
acerca do dano ambiental decorrente de determinada atividade.

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Princípio 16
As autoridades nacionais devem procurar promover a internacionalização dos custos
ambientais e o uso de instrumentos econômicos, tendo em vista a abordagem segundo a
qual o poluidor deve, em princípio, arcar com o custo da poluição, com a devida atenção
ao interesse público e sem provocar distorções no comércio e nos investimentos
internacionais.

Esse é o princípio do poluidor-pagador, segundo o qual o responsável pela degradação ambiental


deve arcar com os seus custos.

Princípio 17
A avaliação do impacto ambiental, como instrumento nacional, será efetuada para as
atividades planejadas que possam vir a ter um impacto adverso significativo sobre o meio
ambiente e estejam sujeitas à decisão de uma autoridade nacional competente.

A avaliação de impacto ambiental é instrumento que deve ser adotado pelos Estados, em
conformidade com o princípio da prevenção.

Princípio 18
Os Estados notificarão imediatamente outros Estados acerca de desastres naturais ou
outras situações de emergência que possam vir a provocar súbitos efeitos prejudiciais
sobre o meio ambiente destes últimos. Todos os esforços serão envidados pela
comunidade internacional para ajudar os Estados afetados.

É atribuída aos Estados uma obrigação de notificação diante da ocorrência de desastres naturais ou
outras situações de emergência que provoquem súbitos efeitos prejudiciais sobre o meio ambiente
de outro Estado.

Princípio 19
Os Estados fornecerão, oportunamente, aos Estados potencialmente afetados,
notificação prévia e informações relevantes acerca de atividades que possam vir a ter
considerável impacto transfronteiriço negativo sobre o meio ambiente, e se consultarão
com estes tão logo seja possível e de boa fé.

Em homenagem ao princípio da prevenção, as atividades com potencial para causar o dano


ambiental transfronteiriço devem ser notificadas por um Estado ao outro.

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Princípio 20
As mulheres têm um papel vital no gerenciamento do meio ambiente e no
desenvolvimento. Sua participação plena é, portanto, essencial para se alcançar o
desenvolvimento sustentável.

Esse princípio reforça a igualdade de gênero, ao reconhecer que as mulheres têm um papel
importante na proteção ambiental.

Princípio 21
A criatividade, os ideais e a coragem dos jovens do mundo devem ser mobilizados para
criar uma parceria global com vistas a alcançar o desenvolvimento sustentável e assegurar
um futuro melhor para todos.

A Declaração do Rio também reconhece o papel da juventude na proteção ao meio ambiente.

Princípio 22
Os povos indígenas e suas comunidades, bem como outras comunidades locais, têm um
papel vital no gerenciamento ambiental e no desenvolvimento, em virtude de seus
conhecimentos e de suas práticas tradicionais. Os Estados devem reconhecer e apoiar
adequadamente sua identidade, cultura e interesses, e oferecer condições para sua
efetiva participação no atingimento do desenvolvimento sustentável.

Os conhecimentos e práticas tradicionais dos povos indígenas e das comunidades locais estão
diretamente relacionados ao tema da biodiversidade e, como tal, devem ser objeto de preocupação
da sociedade internacional. Esses conhecimentos tradicionais podem ser muitas vezes utilizados
para o desenvolvimento de produtos, como, por exemplo, medicamentos.

Princípio 23
O meio ambiente e os recursos naturais dos povos submetidos a opressão, dominação e
ocupação serão protegidos.

Os povos submetidos a opressão, dominação e ocupação também deverão ter o seu meio ambiente
e recursos naturais protegidos.

Princípio 24
A guerra é, por definição, prejudicial ao desenvolvimento sustentável. Os Estados irão,
por conseguinte, respeitar o direito internacional aplicável à proteção do meio ambiente

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em tempos de conflitos armados e irão cooperar para seu desenvolvimento progressivo,


quando necessário.

O meio ambiente pode sofrer bastante diante de conflitos armados, especialmente em um


ambiente internacional em que os Estados possuem acesso a armas químicas e até armas nucleares.
Esse princípio evidencia, portanto, uma preocupação ambiental nessas situações críticas.

Princípio 25
A paz, o desenvolvimento e a proteção ambiental são interdependentes e indivisíveis.

Princípio 26
Os Estados solucionarão todas as suas controvérsias ambientais de forma pacífica,
utilizando-se dos meios apropriados, de conformidade com a Carta das Nações Unidas.

A solução pacífica das controvérsias, inclusive ambientais, deve ser prioridade central nas relações
internacionais, em conformidade com a Carta da ONU. Paz, desenvolvimento e proteção ambiental
são interdependentes (um depende do outro) e indivisíveis (é o mundo inteiro – e não apenas um
país – que deve viver em paz, desenvolver-se e proteger o meio ambiente. Todas essas são questões
comuns a toda a humanidade, não sendo possível a um Estado, sozinho, alcançar esses ideais.

Princípio 27
Os Estados e os povos irão cooperar de boa fé e imbuídos de um espírito de parceria para
a realização dos princípios consubstanciados nesta Declaração, e para o desenvolvimento
progressivo do direito internacional no campo do desenvolvimento sustentável.

Para finalizar a Declaração do Rio, fala-se mais uma vez em cooperação internacional, instrumento
essencial no desenvolvimento progressivo do direito internacional no campo do desenvolvimento
sustentável. É somente por meio dessa cooperação que os Estados chegarão a um consenso sobre
normas internacionais (tratados, principalmente!), compatibilizando desenvolvimento econômico e
proteção ao meio ambiente.

6 IMPLEMENTAÇÃO E EXECUÇÃO DO DIREITO INTERNACIONAL AMBIENTAL

As questões ambientais, como regra geral, têm grande impacto econômico, donde surge a
dificuldade de se chegar a um consenso sobre tratados internacionais com normas coercitivas. O
que tem se tornado uma prática comum entre os Estados é a elaboração de tratados
principiológicos, que enunciam normas de conduta e contribuem para o desenvolvimento de uma
consciência ecológica.

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Com o passar do tempo e o desenvolvimento dessa consciência ecológica, o foco passa à questão da
implementação dos tratados sobre matéria ambiental. Para isso, todavia, é necessário, além da
formulação de tratados internacionais mais objetivos, a utilização de meios repressivos ou
cooperativos para a implementação. Meios repressivos seriam sanções previstas em caso de
descumprimento de obrigações. Meios cooperativos, por sua vez, seriam medidas assistenciais para
incentivar o cumprimento, como por exemplo a transferência de tecnologia e a capacitação
profissional.

Segundo Accioly, para que um tratado multilateral ambiental seja eficiente, as obrigações das partes
devem estar redigidas de forma que elas tenham a exata noção dos meios necessários para cumpri-
las e ainda o conteúdo da obrigação deve ser claro.

Ainda segundo o mesmo autor, os mecanismos de controle devem ser transparentes, a fim de
possibilitar às partes total previsibilidade acerca das consequências do não-cumprimento. Para que
os meios repressivos e repressivos tenham confiabilidade, é necessário um controle e
monitoramento efetivo do cumprimento das obrigações.

1. (AGU-2004)

O regime jurídico preponderante no sistema internacional de responsabilidade por danos


ambientais, previsto nas principais convenções internacionais relativas ao tema, é o de
responsabilidade objetiva.

Comentários:

Questão muito importante, pessoal! Acho que este aqui é um ponto importantíssimo desse assunto.
A responsabilidade por danos ambientais é objetiva, ou seja, independe de culpa do agente. Ou seja,
se o dano foi causado, já cabe responsabilização, ok? Questão correta.

2. (AGU- 2004)

Atualmente, entende-se o dano ambiental transfronteiriço como sendo aquele que tem sua
origem no território de um Estado e que projeta seus efeitos negativos no território de um
Estado vizinho, sem alcançar, contudo, as áreas de domínio comum internacional.

Comentários:

O conceito de dano ambiental transfronteiriço também abrange os efeitos negativos causados nas
áreas de domínio comum internacional. Questão errada.

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3. (AGU-2004)

O ataque lançado intencionalmente, que sabidamente causará prejuízos extensos, duradouros


e graves ao meio ambiente e que se revele claramente excessivo em relação à vantagem militar
global concreta e direta que se previa, é considerado crime de guerra.

Comentários:

Questão bem específica cobrada na prova da AGU. Existe sim a previsão no Estatuto de Roma do TPI
de que o descrito na assertiva seja considerado crime de guerra. A questão está correta.

4. (Procurador do Estado do Piauí - 2008)

A Declaração do Rio de Janeiro (1992) dispôs que, no nível nacional, é direito de todo indivíduo
ter acesso adequado às informações relativas ao meio ambiente de que disponham as
autoridades públicas, inclusive informações sobre materiais e atividades perigosas em suas
comunidades.

Comentários:

O direito ao acesso à informação está consagrado na Declaração do Rio de Janeiro em seu princípio
de número 10. A questão está correta.

5. (PGFN-2006)

É objetivo do Protocolo de Quioto à Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança de


Clima, de 1997:

a) a diminuição da eficiência energética em setores relevantes da economia internacional,


como modo direto de internalização de externalidades negativas.

b) a proibição imediata de formas sustentáveis e não-sustentáveis de agricultura, à luz das


considerações sobre mudança de clima.

c) a redução gradual ou eliminação de imperfeição de mercado, de incentivos fiscais, de


isenções tributárias e tarifárias e de subsídios para todos os setores emissores de gases de
efeito estufa.

d) a pesquisa, a promoção, o desenvolvimento e aumento do uso de formas não-renováveis de


energia, de tecnologia de seqüestro de dióxido de carbono e de tecnologia ambientalmente
seguras.

e) a ampliação de emissões de metano por meio de sua recuperação e utilização no tratamento


de resíduos, bem como no transporte, na produção e na distribuição de energia.

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Comentários:

A letra A está errada porque o Protocolo de Quioto tem por objetivo o aumento da eficiência
energética e não sua diminuição.

A letra B está errada. O Protocolo de Quioto tem como um de seus objetivos que os países
promovam formas sustentáveis de agricultura.

A letra D está errada, já que o protocolo que ora analisamos tem como objetivo a utilização de
formas renováveis de energia.

A letra E está errada porque o Protocolo de Quioto tem como objetivo a redução ou eliminação da
emissão de gás metano e outros gases de efeito estufa.

Resta-nos a letra C, que é o gabarito. Considerando que a emissão de gases de efeito estufa deve ser
reduzida ou eliminada segundo o Protocolo de Quioto, o que se busca é desestimular as atividades
que poluem a atmosfera. Ou seja, os incentivos aos setores emissores de gases de efeito estufa
deverão ser retirados.

6. (Questão Inédita)

Assinale a alternativa incorreta sobre os princípios do direito internacional ambiental:

a) De acordo com o princípio da prevenção, a ausência de absoluta certeza científica não deve
ser utilizada como razão para postergar medidas eficazes e economicamente viáveis para
prevenir a degradação ambiental.

b) O princípio da precaução sugere o ônus pela parte empreendedora da demonstração de que


a atividade não causa risco de danos irreversíveis.

c) Considerando que o poluidor deve, em princípio, arcar com o custo decorrente da poluição,
as autoridades nacionais devem promover a internacionalização dos custos ambientais e o uso
de instrumentos econômicos, levando na devida conta o interesse público, sem distorcer o
comércio e os investimentos internacionais.

d) Desenvolvimento sustentável pode ser conceituado como o desenvolvimento que atende às


necessidades das gerações presentes, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de
atender aos seus próprios interesses.

e) De acordo com o princípio da responsabilidade comum, mas diferenciada, todos os países,


quaisquer sejam seus níveis de desenvolvimento, devem ocupar-se em pé de igualdade das
questões internacionais relativas à proteção e melhoramento do meio ambiente.

Comentários:

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A letra A está correta. Se não se tem certeza se uma atividade econômica será prejudicial ou não ao
meio ambiente, isso não poderá ser utilizado como um argumento para não serem tomadas medidas
destinadas a prevenir a degradação ambiental. Como dizem por aí, “é melhor prevenir do que
remediar!”

A letra B está correta. Quem deve provar que uma atividade econômica ou um projeto não terá
consequências danosas ao meio ambiente é a parte empreendedora.

A letra C está correta. Esse é o enunciado do princípio do poluidor-pagador.

A letra D está correta, já que descreve perfeitamente o conceito de desenvolvimento sustentável.

A letra E está errada e é o gabarito da questão. O princípio da responsabilidade comum, mas


diferenciada prega que cada país deve incumbir-se na proteção ambiental de forma proporcional
com os danos causados ao meio ambiente.

7. (Questão Inédita)

Sobre a relação entre proteção ambiental e comércio internacional, assinale a alternativa


correta:

a) A Convenção de Basiléia impõe restrições ao comércio internacional inadmissíveis pela


normativa da OMC.

b) O Preâmbulo do Acordo Constitutivo da OMC consagra o princípio da responsabilidade


comum, porém diferenciada.

c) A solução de uma controvérsia a respeito de uma medida comercial adotada ao amparo de


um acordo sobre meio ambiente deverá ser sempre solucionada pelas disposições especiais do
referido acordo em respeito ao princípio da especificidade.

d) Se um país não possui uma legislação ambiental adequada com padrões razoáveis de
proteção ambiental, é natural que consiga produzir mercadorias a um custo de produção
relativamente baixo, o que lhe permite vender mercadorias a um custo baixo no mercado
internacional.

e) A OMC não permite que sejam adotadas proibições às importações em razão de tratados
ambientais.

Comentários:

A letra A está errada. É possível que sejam adotadas restrições ao comércio internacional por
motivos de proteção ambiental. A Convenção de Basiléia impõe restrições ao comércio
transfronteiriço de resíduos perigosos, restrições essas admitidas pela normativa da OMC.

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A letra B está errada. A responsabilidade comum, mas diferenciada não está prevista no Preâmbulo
do Acordo Constitutivo da OMC. O referido preâmbulo faz alusão unicamente ao princípio do
desenvolvimento sustentável.

A letra C está errada. Uma controvérsia a respeito de uma medida comercial adotada ao amparo de
um acordo sobre meio ambiente somente será submetida às disposições especiais do referido
acordo se ambas as partes na controvérsia houverem firmado o referido acordo.

A letra E está errada. A OMC permite que sejam adotadas restrições ao comércio internacional em
virtude de questões relacionadas à proteção ambiental.

A letra D está correta e é o gabarito. Se as exigências ambientais não são adequadas com padrões
mínimos de proteção, não há muitos custos embutidos no produto, o que permite com que estes
sejam vendidos a preços baixos no mercado internacional.

8. (Questão Inédita)

Analise os itens a seguir e atribua a letra (V) para as assertivas verdadeiras e a letra (F) para as
falsas. Em seguida, marque a opção que contenha a sequência correta:

( ) Diante da grande abrangência dos tratados internacionais e das dificuldades técnicas


inerentes à matéria, o direito internacional ambiental adaptou-se bem a Convenções-tipo e a
Convenções-quadro.

( ) A transparência dos mecanismos de controle em tratados ambientais dá maior


previsibilidade às consequências do não-cumprimento das obrigações assumidas e contribui
para a maior efetividade do tratado.

( ) A implementação de um tratado ambiental independe do controle e monitoramento do


cumprimento das obrigações, tendo em vista que a declaração principiológica que contém é
suficiente para dar-lhe cumprimento.

( ) O Protocolo de Quioto representa um avanço substancial na medida em que prevê regras


precisas e claras e que vinculam as partes em relação ao objetivo final e suas obrigações.

a) VVFV

b) VFFV

c) VVVV

d) FVFV

e) FFVV

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Comentários:

A primeira assertiva está correta. As Convenções-tipo são aquelas que possuem generalidade e
flexibilidade em seus dispositivos e as Convenções-quadro são as que se caracterizam por possuírem
dispositivos de caráter abstrato. A utilização desse tipo de convenção em matéria ambiental ocorre
devido à grande dificuldade de se atingir o consenso nos assuntos relacionados à proteção ambiental
devido à influência que esse tema tem nas questões econômicas. É como se os países pensassem da
seguinte forma: “É melhor fazermos pelo menos uma convenção com princípios gerais que não
comprometam ninguém do que não fazer nada. O que for mais polêmico a gente deixa pra depois!”.

A segunda assertiva está correta. Quanto mais transparentes forem os mecanismos de controle do
cumprimento de tratados ambientais, mais efetividade estes terão.

A terceira assertiva está errada. A mera declaração principiológica não é suficiente para dar
efetividade a um tratado em matéria ambiental. Para que ele tenha maior efetividade é necessária
a previsão de forma objetiva das obrigações das partes, bem como a existência de meios repressivos
e cooperativos para implementação.

A quarta assertiva está correta. O Protocolo de Quioto estabelece metas de redução de emissões
para países incluídos no seu Anexo I. Ressalte-se que as obrigações assumidas são diferentes para
cada país incluído no Anexo I, observando o princípio da responsabilidade comum, mas diferenciada.
Os países que não estão incluídos no Anexo I, como, por exemplo, o Brasil, podem realizar projetos
de redução de emissões e negociar com os países do Anexo I os “créditos de carbono”. O gabarito
da questão é a letra a).

9. (Questão Inédita)

Assinale a alternativa incorreta:

a) A avaliação de impacto ambiental, como instrumento internacional, deve ser empreendida


para as atividades planejadas que posam vir a ter impacto negativo considerável sobre o meio
ambiente, e que dependam de uma decisão de autoridade nacional competente.

b) O princípio da responsabilidade comum, porém diferenciada, tem como fundamento a


premissa de que a maior parte da degradação do meio ambiente é resultante do acelerado
desenvolvimento econômico que experimentaram alguns países.

c) A Convenção de Viena para a proteção da Camada de Ozônio tem como objetivo principal a
estabilização da concentração de gases na atmosfera em níveis com a segurança climática do
planeta, evitando, assim o aquecimento global.

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d) A Agenda 21 é um dos resultados da Conferência do Rio de Janeiro (ECO 92), caracterizando-


se por ser um documento com a função de servir de guia às políticas públicas dos estados
relacionadas ao meio ambiente.

e) A Conferência de Estocolmo foi um marco no direito internacional ambiental, tendo elevado


ao direito ao meio ambiente ao status de direito fundamental do ser humano.

Comentários:

A letra A está correta. Esse foi um dos princípios estabelecidos pela Declaração do Rio e está
relacionado ao princípio da prevenção.

A letra B está correta. Esse é o fundamento do princípio da responsabilidade comum, mas


diferenciada.

A letra D está correta. Portela define a Agenda 21 como um programa de ação que visa garantir o
desenvolvimento econômico em condições equitativas para a humanidade, dentro de parâmetros
de respeito ao meio ambiente. Ressalte-se ainda que, pelo fato da Agenda 21 não ser um tratado,
ela não é juridicamente vinculante, podendo ser considerada uma soft law. Assim também devemos
considerar a Declaração de Estocolmo e a Declaração do Rio.

A letra E está correta. O princípio de número 1 da Declaração de Estocolmo estabelece que “O


homem tem o direito fundamental à liberdade, à igualdade e ao desfrute de condições de vida
adequadas em um meio ambiente de qualidade tal que lhe permita levar uma vida digna e gozar de
bem-estar.”

A letra C está errada e é o gabarito. O objetivo citado é o da Convenção-Quadro das Nações Unidas
sobre mudança do clima.

10. (Questão Inédita)

Analise os itens a seguir e atribua a letra (V) para as assertivas verdadeiras e a letra (F) para as
falsas. Em seguida, marque a opção que contenha a sequência correta:

( ) A OMC tem como um de seus objetivos expandir a produção e o comércio de mercadorias


e de serviços através do equilíbrio entre desenvolvimento sustentável e preservação do meio
ambiente.

( ) Um Estado não deve ser responsabilizado pelos danos ambientais que cause fora de sua
jurisdição territorial.

( ) A Assembléia Geral das Nações Unidas considera que o clima é uma preocupação comum
da humanidade, já que condição fundamental para a manutenção da vida na Terra.

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( ) A Convenção de Basiléia tem como objetivo a proteção das diversas formas de vida na terra,
quer seja no meio terrestre ou aquático, reconhecendo a “importância da diversidade biológica
para a evolução e para a manutenção dos sistemas necessários à vida na biosfera.

a) VFVF

b) VFVV

c) VVFF

d) FFVF

e) FVFV

Comentários:

A primeira assertiva está verdadeira. Esse é um dos objetivos da OMC definidos pelo preâmbulo do
Acordo de Marrakesh.

A segunda assertiva está falsa. Um Estado deverá sim ser responsabilizado pelos danos ambientais
que cause fora de sua jurisdição territorial. Lembre-se de que a responsabilidade por dano ambiental
é uma responsabilidade objetiva

A terceira assertiva está verdadeira. O clima é considerado preocupação comum da humanidade.

A quarta assertiva está falsa. A Convenção de Basiléia tem como objetivo controlar o movimento
transfronteiriço de resíduos perigosos. O gabarito desta questão é, portanto, a letra a).

11. (Instituto Rio Branco-2010)

No plano multilateral, as primeiras iniciativas de se tratar em conjunto as questões


relacionadas ao desenvolvimento econômico e ao meio ambiente ocorreram em 1964, na
Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento, que incluiu, na sua
agenda, o tema sobre a poluição decorrente do crescimento da atividade industrial.

Comentários:

A primeira iniciativa de se tratar sobre questões ambientais em nível multilateral foi em 1972, na
Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente Humano, que resultou na Declaração de
Estocolmo, hoje considerada um marco do direito internacional ambiental. A questão está errada.

12. (Instituto Rio Branco-2010)

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A Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente, realizada em Estocolmo em 1972,
consagrou o direito da humanidade a um meio ambiente saudável e estabeleceu diretrizes para
a aplicação de medidas ambientais, sempre acompanhadas da ressalva da liberalização do
comércio internacional, prevista pelo GATT (Acordo Geral de Comércio e Tarifas).

Comentários:

Segundo a doutrina, a Declaração de Estocolmo de 1972 constitui-se em um documento de caráter


principiológico, que não contém obrigações jurídicas vinculantes. Por isso, está errado dizer que ela
estabeleceu diretrizes para a aplicação de medidas ambientais. Além disso, ela não faz ressalva
alguma em relação à liberalização do comércio internacional.

O que existe hoje em dia é exatamente uma ideia oposta a essa. A OMC (Organização Mundial de
Comércio) admite que sejam impostas restrições ao comércio internacional em virtude de medidas
voltadas à proteção ambiental (art. XX, alínea “g” do GATT). Em outras palavras, as medidas
ambientais é que são uma ressalva à liberalização do comércio internacional e não o contrário. A
questão está errada.

13. (Instituto Rio Branco-2010)

As discussões realizadas no âmbito da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento, no Rio de Janeiro em 1992, focalizaram, fundamentalmente, questões
associadas à poluição, à dilapidação dos recursos naturais e à perda da biodiversidade e
resultaram em um conjunto de compromissos relacionados à proteção de ecossistemas e de
espécies ameaçadas de extinção, os quais correspondem aos compromissos da Agenda 21.

Comentários:

A Agenda 21 consiste tão somente em documento elaborado com o objetivo de servir de guia para
que os Estados formulem políticas públicas em matéria ambiental. Dessa forma, está errado dizer
que a Agenda 21 consubstancia compromissos relacionados à proteção de ecossistemas e de
espécies ameaçadas de extinção.

14. (Instituto Rio Branco-2010)

O Protocolo de Quioto fixou as metas de redução de emissão de gases que provocam o efeito
estufa, a serem cumpridas pelos países industrializados e, progressivamente, adotadas pelos
países em desenvolvimento, tendo sido essa a medida principal para a consolidação de um
regime global sobre mudança climática.

Comentários:

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Não são todos os países que devem cumprir metas de redução de emissão de gases, mas somente
aqueles que estão relacionados no Anexo I, que são alguns dos países industrializados. Os países em
desenvolvimento não assumiram compromissos de redução de emissões por meio do Protocolo de
Quioto, o que torna a questão errada.

15. (Consultor Legislativo/ Câmara- 2002)

Na Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada em


1992, no Rio de Janeiro, foi adotada a Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento, constituída de 27 princípios, todos de natureza obrigatória.

Comentários:

Os 27 princípios enunciados na Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento de 1992


têm como objetivo definir um caminho a ser seguido para as políticas públicas a serem
implementadas pelos Estados. Todavia, a Declaração do Rio é um documento de natureza
meramente principiológica, não estabelecendo obrigações vinculantes. Assim, seus princípios não
são considerados juridicamente obrigatórios, tendo força normativa limitada, o que é característica
de uma soft law. A questão está, portanto, errada.

16. (Consultor Legislativo / Câmara- 2002)

A Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança de Clima, de 1992, da qual o Brasil é
parte, tem por objetivo, em termos gerais, estabilizar as concentrações de gases de efeito
estufa na atmosfera.

Comentários:

A Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança de Clima de 1992 tem como objetivo
estabilizar as concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera em níveis compatíveis com a
segurança climática do planeta, evitando assim o aquecimento global. A questão está, portanto,
correta.

17. (Consultor Legislativo/ Câmara- 2002)

A Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança de Clima, de 1992, criou, como seu
órgão supremo, a Conferência das Partes, sendo que, na Terceira Conferência, realizada em
Quioto, no Japão, foi aprovado o Protocolo de Quioto, que estabelece a meta média de 6% da
redução da emissão de gases de efeito estufa pelos países industrializados, a ser cumprida no
período entre 2008 e 2012.

Comentários:

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De fato, a meta média de redução de emissão de gases de efeitos estufa assumida pelos países
industrializados, a ser cumprida no período entre 2008 e 2012 foi de 6%. A questão está, portanto,
correta.

18. (Consultor Legislativo/ Câmara- 2002)

A Convenção sobre Diversidade Biológica, de 1992, da qual o Brasil é parte, estabeleceu a


obrigatoriedade de se desenvolverem listas nacionais de espécies ameaçadas e de se
estabelecerem áreas de importância biológica.

Comentários:

A Convenção sobre Diversidade Biológica não impôs aos países a obrigação de que fossem
estabelecidas áreas de importância biológica. Além disso, também não estabeleceu a
obrigatoriedade de que os países desenvolvessem listas nacionais de espécies ameaçadas. A questão
está, portanto, errada.

19. (Consultor Legislativo/ Câmara- 2002)

Dado o grande número de normas internacionais relacionadas à proteção do meio ambiente,


bem assim as suas especificidades, o direito internacional ambiental, ou direito internacional
do meio ambiente já não é tratado no contexto do direito internacional público, sendo
entendido como um ramo independente do direito.

Comentários:

De fato, uma das características do direito internacional ambiental é a enorme quantidade de


normas internacionais voltadas para a proteção ambiental. No entanto, o direito internacional
ambiental não é um ramo independente do direito, sendo tratado no âmbito do direito internacional
público. A questão está, portanto, errada.

20. (Consultor Legislativo/ Senado-2002)

O direito à vida, como direito fundamental do ser humano, está diretamente relacionado com
o direito a um meio ambiente saudável e ecologicamente equilibrado.

Comentários:

A Declaração de Estocolmo de 1972 alçou o direito ao meio ambiente à condição de direito


fundamental do ser humano. O primeiro princípio enumerado pelo referido documento estabelece
que “o homem tem direito fundamental à liberdade, à igualdade e a condições de vida satisfatórias,
em meio ambiente cuja qualidade lhe permita viver com dignidade e bem-estar.” Logo, a questão
está correta.

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21. (Consultor Legislativo/ Senado-2002)

A Convenção de Estocolmo de 1972 pode ser considerada como marco fundamental para o
desenvolvimento do direito ambiental internacional.

Comentários:

Realmente, a Conferência de Estocolmo de 1972 pode ser considerada um marco do direito


internacional ambiental. Isso porque nessa conferência, se reuniram pela primeira vez países
industrializados e países em desenvolvimento para discutir problemas relativos ao meio ambiente.
A questão está, portanto, correta.

22. (Consultor Legislativo/ Senado-2002)

Em geral, em matéria de poluição ambiental, estabelece-se a responsabilidade objetiva do


Estado.

Comentários:

A responsabilidade internacional por danos ambientais será uma responsabilidade objetiva ou por
risco. Isso quer dizer que ela independe da culpa do agente, bastando que tenha existido o dano. A
questão está correta.

23. (Consultor Legislativo/ Senado-2002)

No plano internacional, é impossível a aplicabilidade do princípio do poluidor-pagador.

Comentários:

A aplicação do princípio do poluidor-pagador em nível internacional não é impossível. Ao contrário,


o Protocolo de Quioto, já o aplica plenamente, por meio do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo.
A questão está, portanto, errada.

24. (Advogado Itaipu – 2011)

A Declaração do Rio de Janeiro sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, firmada em 1992


diante da Convenção que leva o mesmo nome (também conhecida como Rio-92), prevê em seu
Princípio nº 15 que os Estados devem adotar medidas de proteção ao meio ambiente de acordo
com suas capacidades. Quando houver ameaça de danos graves ou irreversíveis, a ausência de
certeza científica absoluta não será utilizada como razão para o adiamento de medidas
economicamente viáveis para evitar a degradação ambiental. Nesse caso, estamos diante do
princípio de Direito Ambiental:

a) do poluidor pagador.

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b) da certeza científica absoluta.

c) da tutela estatal.

d) da precaução.

e) do desenvolvimento sustentável.

Comentários:

O princípio da precaução é aplicado quando não se tem certeza científica acerca da degradação
ambiental. Mesmo diante dessa incerteza científica, deverão ser adotadas medidas
economicamente viáveis para proteger o meio ambiente. O gabarito desta questão é a letra d).

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LISTA DE QUESTÕES
1. (AGU-2004)

O regime jurídico preponderante no sistema internacional de responsabilidade por danos


ambientais, previsto nas principais convenções internacionais relativas ao tema, é o de
responsabilidade objetiva.

2. (AGU- 2004)

Atualmente, entende-se o dano ambiental transfronteiriço como sendo aquele que tem sua
origem no território de um Estado e que projeta seus efeitos negativos no território de um
Estado vizinho, sem alcançar, contudo, as áreas de domínio comum internacional.

3. (AGU-2004)

O ataque lançado intencionalmente, que sabidamente causará prejuízos extensos, duradouros


e graves ao meio ambiente e que se revele claramente excessivo em relação à vantagem militar
global concreta e direta que se previa, é considerado crime de guerra.

4. (Procurador do Estado do Piauí - 2008)

A Declaração do Rio de Janeiro (1992) dispôs que, no nível nacional, é direito de todo indivíduo
ter acesso adequado às informações relativas ao meio ambiente de que disponham as
autoridades públicas, inclusive informações sobre materiais e atividades perigosas em suas
comunidades.

5. (PGFN-2006)

É objetivo do Protocolo de Quioto à Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança de


Clima, de 1997:

a) a diminuição da eficiência energética em setores relevantes da economia internacional,


como modo direto de internalização de externalidades negativas.

b) a proibição imediata de formas sustentáveis e não-sustentáveis de agricultura, à luz das


considerações sobre mudança de clima.

c) a redução gradual ou eliminação de imperfeição de mercado, de incentivos fiscais, de


isenções tributárias e tarifárias e de subsídios para todos os setores emissores de gases de
efeito estufa.

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d) a pesquisa, a promoção, o desenvolvimento e aumento do uso de formas não-renováveis de


energia, de tecnologia de sequestro de dióxido de carbono e de tecnologia ambientalmente
seguras.

e) a ampliação de emissões de metano por meio de sua recuperação e utilização no tratamento


de resíduos, bem como no transporte, na produção e na distribuição de energia.

6. (Questão Inédita)

Assinale a alternativa incorreta sobre os princípios do direito internacional ambiental:

a) De acordo com o princípio da prevenção, a ausência de absoluta certeza científica não deve
ser utilizada como razão para postergar medidas eficazes e economicamente viáveis para
prevenir a degradação ambiental.

b) O princípio da precaução sugere o ônus pela parte empreendedora da demonstração de que


a atividade não causa risco de danos irreversíveis.

c) Considerando que o poluidor deve, em princípio, arcar com o custo decorrente da poluição,
as autoridades nacionais devem promover a internacionalização dos custos ambientais e o uso
de instrumentos econômicos, levando na devida conta o interesse público, sem distorcer o
comércio e os investimentos internacionais.

d) Desenvolvimento sustentável pode ser conceituado como o desenvolvimento que atende às


necessidades das gerações presentes, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de
atender aos seus próprios interesses.

e) De acordo com o princípio da responsabilidade comum, mas diferenciada, todos os países,


quaisquer sejam seus níveis de desenvolvimento, devem ocupar-se em pé de igualdade das
questões internacionais relativas à proteção e melhoramento do meio ambiente.

7. (Questão Inédita)

Sobre a relação entre proteção ambiental e comércio internacional, assinale a alternativa


correta:

a) A Convenção de Basiléia impõe restrições ao comércio internacional inadmissíveis pela


normativa da OMC.

b) O Preâmbulo do Acordo Constitutivo da OMC consagra o princípio da responsabilidade


comum, porém diferenciada.

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c) A solução de uma controvérsia a respeito de uma medida comercial adotada ao amparo de


um acordo sobre meio ambiente deverá ser sempre solucionada pelas disposições especiais do
referido acordo em respeito ao princípio da especificidade.

d) Se um país não possui uma legislação ambiental adequada com padrões razoáveis de
proteção ambiental, é natural que consiga produzir mercadorias a um custo de produção
relativamente baixo, o que lhe permite vender mercadorias a um custo baixo no mercado
internacional.

e) A OMC não permite que sejam adotadas proibições às importações em razão de tratados
ambientais.

8. (Questão Inédita)

Analise os itens a seguir e atribua a letra (V) para as assertivas verdadeiras e a letra (F) para as
falsas. Em seguida, marque a opção que contenha a sequência correta:

( ) Diante da grande abrangência dos tratados internacionais e das dificuldades técnicas


inerentes à matéria, o direito internacional ambiental adaptou-se bem a Convenções-tipo e a
Convenções-quadro.

( ) A transparência dos mecanismos de controle em tratados ambientais dá maior


previsibilidade às consequências do não-cumprimento das obrigações assumidas e contribui
para a maior efetividade do tratado.

( ) A implementação de um tratado ambiental independe do controle e monitoramento do


cumprimento das obrigações, tendo em vista que a declaração principiológica que contém é
suficiente para dar-lhe cumprimento.

( ) O Protocolo de Quioto representa um avanço substancial na medida em que prevê regras


precisas e claras e que vinculam as partes em relação ao objetivo final e suas obrigações.

a) VVFV

b) VFFV

c) VVVV

d) FVFV

e) FFVV

9. (Questão Inédita)

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Assinale a alternativa incorreta:

a) A avaliação de impacto ambiental, como instrumento internacional, deve ser empreendida


para as atividades planejadas que posam vir a ter impacto negativo considerável sobre o meio
ambiente, e que dependam de uma decisão de autoridade nacional competente.

b) O princípio da responsabilidade comum, porém diferenciada, tem como fundamento a


premissa de que a maior parte da degradação do meio ambiente é resultante do acelerado
desenvolvimento econômico que experimentaram alguns países.

c) A Convenção de Viena para a proteção da Camada de Ozônio tem como objetivo principal a
estabilização da concentração de gases na atmosfera em níveis com a segurança climática do
planeta, evitando, assim o aquecimento global.

d) A Agenda 21 é um dos resultados da Conferência do Rio de Janeiro (ECO 92), caracterizando-


se por ser um documento com a função de servir de guia às políticas públicas dos estados
relacionadas ao meio ambiente.

e) A Conferência de Estocolmo foi um marco no direito internacional ambiental, tendo elevado


ao direito ao meio ambiente ao status de direito fundamental do ser humano.

10. (Questão Inédita)

Analise os itens a seguir e atribua a letra (V) para as assertivas verdadeiras e a letra (F) para as
falsas. Em seguida, marque a opção que contenha a sequência correta:

( ) A OMC tem como um de seus objetivos expandir a produção e o comércio de mercadorias


e de serviços através do equilíbrio entre desenvolvimento sustentável e preservação do meio
ambiente.

( ) Um Estado não deve ser responsabilizado pelos danos ambientais que cause fora de sua
jurisdição territorial.

( ) A Assembléia Geral das Nações Unidas considera que o clima é uma preocupação comum
da humanidade, já que condição fundamental para a manutenção da vida na Terra.

( ) A Convenção de Basiléia tem como objetivo a proteção das diversas formas de vida na terra,
quer seja no meio terrestre ou aquático, reconhecendo a “importância da diversidade biológica
para a evolução e para a manutenção dos sistemas necessários à vida na biosfera.

a) VFVF

b) VFVV

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c) VVFF

d) FFVF

e) FVFV

11. (Instituto Rio Branco-2010)

No plano multilateral, as primeiras iniciativas de se tratar em conjunto as questões


relacionadas ao desenvolvimento econômico e ao meio ambiente ocorreram em 1964, na
Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento, que incluiu, na sua
agenda, o tema sobre a poluição decorrente do crescimento da atividade industrial.

12. (Instituto Rio Branco-2010)

A Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente, realizada em Estocolmo em 1972,
consagrou o direito da humanidade a um meio ambiente saudável e estabeleceu diretrizes para
a aplicação de medidas ambientais, sempre acompanhadas da ressalva da liberalização do
comércio internacional, prevista pelo GATT (Acordo Geral de Comércio e Tarifas).

13. (Instituto Rio Branco-2010)

As discussões realizadas no âmbito da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento, no Rio de Janeiro em 1992, focalizaram, fundamentalmente, questões
associadas à poluição, à dilapidação dos recursos naturais e à perda da biodiversidade e
resultaram em um conjunto de compromissos relacionados à proteção de ecossistemas e de
espécies ameaçadas de extinção, os quais correspondem aos compromissos da Agenda 21.

14. (Instituto Rio Branco-2010)

O Protocolo de Quioto fixou as metas de redução de emissão de gases que provocam o efeito
estufa, a serem cumpridas pelos países industrializados e, progressivamente, adotadas pelos
países em desenvolvimento, tendo sido essa a medida principal para a consolidação de um
regime global sobre mudança climática.

15. (Consultor Legislativo/ Câmara- 2002)

Na Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada em


1992, no Rio de Janeiro, foi adotada a Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento, constituída de 27 princípios, todos de natureza obrigatória.

16. (Consultor Legislativo / Câmara- 2002)

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A Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança de Clima, de 1992, da qual o Brasil é
parte, tem por objetivo, em termos gerais, estabilizar as concentrações de gases de efeito
estufa na atmosfera.

17. (Consultor Legislativo/ Câmara- 2002)

A Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança de Clima, de 1992, criou, como seu
órgão supremo, a Conferência das Partes, sendo que, na Terceira Conferência, realizada em
Quioto, no Japão, foi aprovado o Protocolo de Quioto, que estabelece a meta média de 6% da
redução da emissão de gases de efeito estufa pelos países industrializados, a ser cumprida no
período entre 2008 e 2012.

18. (Consultor Legislativo/ Câmara- 2002)

A Convenção sobre Diversidade Biológica, de 1992, da qual o Brasil é parte, estabeleceu a


obrigatoriedade de se desenvolverem listas nacionais de espécies ameaçadas e de se
estabelecerem áreas de importância biológica.

19. (Consultor Legislativo/ Câmara- 2002)

Dado o grande número de normas internacionais relacionadas à proteção do meio ambiente,


bem assim as suas especificidades, o direito internacional ambiental, ou direito internacional
do meio ambiente já não é tratado no contexto do direito internacional público, sendo
entendido como um ramo independente do direito.

20. (Consultor Legislativo/ Senado-2002)

O direito à vida, como direito fundamental do ser humano, está diretamente relacionado com
o direito a um meio ambiente saudável e ecologicamente equilibrado.

21. (Consultor Legislativo/ Senado-2002)

A Convenção de Estocolmo de 1972 pode ser considerada como marco fundamental para o
desenvolvimento do direito ambiental internacional.

22. (Consultor Legislativo/ Senado-2002)

Em geral, em matéria de poluição ambiental, estabelece-se a responsabilidade objetiva do


Estado.

23. (Consultor Legislativo/ Senado-2002)

No plano internacional, é impossível a aplicabilidade do princípio do poluidor-pagador.

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24. (Advogado Itaipu – 2011)

A Declaração do Rio de Janeiro sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, firmada em 1992


diante da Convenção que leva o mesmo nome (também conhecida como Rio-92), prevê em seu
Princípio nº 15 que os Estados devem adotar medidas de proteção ao meio ambiente de acordo
com suas capacidades. Quando houver ameaça de danos graves ou irreversíveis, a ausência de
certeza científica absoluta não será utilizada como razão para o adiamento de medidas
economicamente viáveis para evitar a degradação ambiental. Nesse caso, estamos diante do
princípio de Direito Ambiental:

a) do poluidor pagador.

b) da certeza científica absoluta.

c) da tutela estatal.

d) da precaução.

e) do desenvolvimento sustentável.

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GABARITO
1. CERTA
2. ERRADA
3. CERTA
4. CERTA
5. Letra C
6. Letra E
7. Letra D
8. Letra A
9. Letra C
10. Letra A
11. ERRADA
12. ERRADA
13. ERRADA
14. ERRADA
15. ERRADA
16. CERTA
17. CERTA
18. ERRADA
19. ERRADA
20. CERTA
21. CERTA
22. CERTA
23. ERRADA
24. Letra D

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Direito Interno e Direito Internacional p/ CACD (Primeira e Segunda Fases) - Pós-Edital
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25870774004 - Luiz Martins

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