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Aula 21
AULA 21
DIREITO INTERNACIONAL AMBIENTAL
Direito Internacional Ambiental ........................................................................................ 3
Gabarito .......................................................................................................................... 41
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Na aula de hoje, vamos falar de um dos temas mais atuais no âmbito do direito internacional.
Estudaremos sobre a Direito Internacional Ambiental, assunto cobrado na disciplina de Direito e
Direito Internacional (Primeira e Segunda Fases). Atenção, pois é um tópico que foi adicionado no
último edital do certame. Todos prontos?!
Ricardo Vale
ricardovale@estrategiaconcursos.com.br
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A ação humana sobre o meio ambiente provoca mudanças significativas na natureza, causando
impactos negativos nos ecossistemas, no clima, no relevo e na vegetação. Esses impactos são,
atualmente, uma das grandes preocupações da sociedade internacional, que se defronta
diariamente com problemas como o aquecimento global, a desertificação, a extinção de espécies, o
esgotamento de recursos naturais...
É nesse contexto que surge o Direito Internacional Ambiental, que pode ser entendido como um
conjunto de normas que criam direitos e deveres para os diversos atores internacionais sob uma
ótica ambiental.1 Destaque-se, nesse sentido, que as normas internacionais em matéria ambiental
não possuem como destinatários apenas os Estados. Ao contrário, elas se destinam também às
organizações internacionais, aos indivíduos, às empresas e às ONG’s.
O objetivo central do direito internacional do meio ambiente é criar um corpo jurídico que garanta
a preservação do meio ambiente e permita, assim, promover o desenvolvimento sustentável. Dessa
forma, pode-se afirmar que esse ramo do direito atribui responsabilidades que devem ser
observadas no plano internacional, tendo como objetivo a melhoria da vida e da qualidade de vida
para as presentes e futuras gerações. Apesar da especificidade do direito internacional ambiental,
ele é tratado no âmbito do direito internacional público.
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VARELLA, Marcelo Dias. Direito internacional econômico ambiental. Belo Horizonte: Del Rey, 2004
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FAO, OCDE... Inclusive a própria OMC já trata do assunto como uma de suas prioridades na Rodada
Doha, discutindo a relação entre comércio internacional e meio ambiente.
O grande marco do Direito Internacional Ambiental foi a Conferência das Nações Unidas sobre Meio
Ambiente Humano, realizada em Estocolmo, Suécia, em 1972, que estabeleceu uma série de
princípios de aplicação geral em matéria de proteção ambiental. De acordo com Accioly, o ano de
1972 pode ser apontado como o ano em que a conscientização para a importância de se evitar a
destruição do meio ambiente tomou âmbito global2.
A Conferência de Estocolmo deu origem à Declaração das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente,
que estabelece princípios gerais para a proteção do meio ambiente, além de prever a criação do
Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente.
Por meio da Declaração de Estocolmo, o direito ao meio ambiente foi alçado à condição de direito
fundamental do ser humano. O primeiro princípio enumerado pelo referido documento estabelece
que “o homem tem direito fundamental à liberdade, à igualdade e a condições de vida satisfatórias,
em meio ambiente cuja qualidade lhe permita viver com dignidade e bem-estar.” Segundo Mazzuoli,
os tratados internacionais de proteção ao meio ambiente fazem parte dos chamados tratados
internacionais de proteção aos direitos humanos lato sensu.3
2
ACCIOLY, Hildebrando; SILVA, G.E do Nascimento & CASELLA, Paulo Borba. Manual de Direito Internacional Público,
17ª Ed. São Paulo: Saraiva, 2009.
3
MAZZUOLI, Valério de Oliveira. Curso de Direito Internacional Público, 4ª ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais,
2010
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Outro princípio importante enunciado pela Declaração de Estocolmo foi o de que um Estado deve
ser responsabilizado pelos danos ambientais que cause fora de sua jurisdição territorial, ou seja,
pelos danos que cause ao meio ambiente de outro Estado.
Passados 10 anos da Conferência de Estocolmo, foi elaborado um relatório que visava a avaliar quais
os seus principais resultados, bem como apontar os principais problemas ambientais existentes.
Surge pela primeira vez o conceito de “desenvolvimento sustentável” como sendo o
desenvolvimento que atende as necessidades das gerações atuais sem comprometer a capacidade
das futuras gerações de terem suas próprias necessidades atendidas.
Em 1992, foi realizada no Rio de Janeiro a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente
e Desenvolvimento, a famosa ECO-92. Nessa conferência, foram produzidos importantes
documentos, tais como: a Agenda 21, a Declaração do Rio, a Declaração de Princípios sobre
Florestas, a Convenção sobre Diversidade Biológica e a Convenção sobre Mudanças Climáticas.
Esses documentos tinham como principal objetivo definir um rumo geral para as políticas essenciais
que visam alcançar um modelo de desenvolvimento sustentável que atendesse às necessidades dos
pobres e reconhecesse os limites de desenvolvimento, de modo a satisfazer às necessidades globais.
A Agenda 21 foi um documento elaborado com o objetivo de servir de guia para que os Estados
formulassem políticas públicas em matéria ambiental com vistas a promover o desenvolvimento
sustentável. Tanto a Declaração de Estocolmo quanto a Declaração do Rio e a Agenda 21 podem ser
classificadas como soft law, em virtude de não estabelecerem regras vinculantes, mas apenas
normas jurídicas de eficácia limitada.
De acordo com Portela, é princípio básico do Direito Internacional Ambiental o de que um Estado
não pode alterar as condições naturais de seu território e causar danos a áreas fora de sua jurisdição,
ou seja, causar o dano ambiental transfronteiriço.4 Por dano ambiental transfronteiriço, entende-
se o dano que afeta outro Estado ou mesmo áreas pertencentes ao domínio público internacional.
A responsabilidade internacional por danos ambientais será uma responsabilidade objetiva ou por
risco. Isso quer dizer que ela independe da culpa do agente, bastando que tenha existido o dano.
Em certos casos, é possível falar em responsabilidade absoluta, como no caso da “Convenção sobre
Responsabilidade Internacional por Danos Causados por Objetos Espaciais”.
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PORTELA, Paulo Henrique Gonçalves. Direito Internacional Público e Privado. Salvador: Editora Juspodium, 2009
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Feita essa pequena pausa, a seguir irei comentar sobre alguns dos princípios gerais mais importantes
do direito internacional ambiental. Acho interessante comentarmos sobre os princípios, pois a partir
de seu entendimento podemos interpretar a maioria das situações in concretu. Vamos lá!
O texto da Conferência de Estocolmo estabelece que todos os países, quaisquer sejam seus níveis
de desenvolvimento, devem ocupar-se em pé de igualdade das questões internacionais relativas à
proteção e melhoramento do meio ambiente. Interpretando a referida Declaração, chegamos à
conclusão de que não importava o quanto um país causava de dano ao meio ambiente, todos
deveriam ter o mesmo nível de preocupação ambiental.
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deveria incumbir-se na proteção ambiental de forma proporcional com os danos causados ao meio
ambiente. Esse princípio se apoia na lógica de que os países desenvolvidos são os maiores
causadores e responsáveis pelos desequilíbrios ambientais, cabendo a eles, portanto, as principais
atitudes para proteger o meio ambiente.
O princípio do poluidor-pagador é aquele que impõe ao poluidor o dever de arcar com as despesas
de prevenção, reparação e repressão da poluição. Ou seja, estabelece que o causador da poluição
e da degradação dos recursos naturais deve ser o responsável principal pelas conseqüências de sua
ação ou omissão.
Quando analisamos este princípio, não podemos interpretá-lo como uma compensação dos danos
causados pela poluição do tipo: “Eu poluo, mas pago!” Não é isso! O princípio do poluidor-pagador
não pode ser confundido com a responsabilidade internacional dos Estados. O que esse princípio
prega é a adoção pela legislação de mecanismos que tornem o poluidor o único a arcar com os
custos ambientais provenientes do seu negócio. As legislações nacionais devem implementar
padrões ambientais bem rígidos a serem seguidos pelas empresas que realizem atividade
potencialmente danosa ao meio ambiente. Quando adotam tais padrões, as empresas, ao mesmo
tempo em que protegem o meio ambiente, tem o custo de produção de seus produtos
substancialmente onerado. Veja, meu amigo, que o princípio do poluidor-pagador visa desestimular
atividades que são lucrativas porque adotam padrões baixos de qualidade ambiental.
A reparação do dano causado não pode minimizar de forma alguma a prevenção ambiental. A
aplicação do princípio do poluidor-pagador vai muito além da reparação do dano, abarcando
também os custos de prevenção e até de repressão do dano ambiental.
O Protocolo de Quioto é um exemplo bem nítido da aplicação desse princípio. Aplicando o princípio
do poluidor-pagador, o referido protocolo criou o “Mecanismo de Desenvolvimento Limpo”, que
deu a oportunidade para a criação do mercado dos créditos de carbono.
Aqueles países ou indústrias que não conseguem atingir as metas de reduções de emissões de gases
do efeito estufa tornam-se compradores de créditos de carbono. Por sua vez, aquelas indústrias
que conseguirem diminuir suas emissões abaixo das cotas determinadas, podem vender o
excedente de "redução de emissão" ou "permissão de emissão" no mercado nacional ou
internacional. De acordo com Portela, com a criação do mercado de créditos de carbono, os países
em desenvolvimento passam a negociar com os países desenvolvidos seus excedentes de ar puro
que resultem de projetos de redução da poluição que executem.
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O princípio da prevenção, como o próprio nome diz, estabelece que os Estados têm o dever de
prevenir os danos ambientais. O princípio da prevenção se desdobra no princípio da precaução, que
é explicitado na Declaração do Rio em 1992 da seguinte forma:
Ainda sobre o princípio da prevenção, foi definido na Declaração do Rio que devem ser adotadas
medidas de avaliação de impacto ambiental para a realização de atividades que possam implicar em
impacto negativo considerável sobre o meio ambiente e que dependam de uma autoridade nacional
competente:
Sem dúvida alguma, os Estados têm o direito de buscar o seu desenvolvimento econômico, mas
este não deverá ocorrer às custas da degradação ambiental. A definição mais aceita para
desenvolvimento sustentável é a de que ele pode ser entendido como o desenvolvimento capaz de
suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender às necessidades
das futuras gerações; é o desenvolvimento que não esgota os recursos para o futuro.
Quando analisamos o Acordo Constitutivo da OMC, por exemplo, podemos verificar que existe a
preocupação entre a relação existente entre o desenvolvimento econômico e a proteção do meio
ambiente, quando afirma no preâmbulo que um dos objetivos dessa organização internacional é
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A preocupação com o meio ambiente começa a se inserir de maneira mais acentuada nas
negociações comerciais a partir da Rodada Uruguai, o que já fica bem evidente no Preâmbulo do
Acordo Constitutivo da OMC:
Para a adoção de medidas necessárias à proteção da vida e saúde de pessoas e animais é necessário
demonstrar que estas são aplicadas na medida do necessário e não sejam restrições arbitrárias e
injustificáveis e não representem uma restrição velada ao comércio. Por sua vez, para a adoção de
medidas que restrinjam o comércio e que estejam relacionadas com a conservação dos recursos
naturais esgotáveis, é necessário que se demonstre o nexo causal entre a medida e o objetivo
“conservação.”
Como se percebe, a OMC não ignora o Direito Ambiental! Ao contrário, a proteção ambiental é um
elemento central em seus acordos, embora existam conflitos entre as normas ambientais e as
normas econômicas:
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1) Muitos acordos ambientais impõe sanções unilaterais sem negociação prévia com outras
partes. Um dos princípios-base da OMC, e portanto, do direito internacional econômico, é a
não-imposição de sanções unilaterais. Ao contrário, existe todo um procedimento de solução
de controvérsias, no qual a prioridade é a negociação.
2) Alguns tratados internacionais em matéria ambiental permitem atingir Estados que não
o ratificaram. Tais medidas de extraterritorialidade não são permitidas pela OMC – nesta,
somente os Estados membros podem ser atingidos por uma medida.
Existe hoje na OMC um Comitê de Comércio e Meio Ambiente, que tem incorporado as questões
de meio ambiente e desenvolvimento sustentável ao trabalho dessa organização. Segundo o
referido Comitê, as medidas adotadas para proteger o meio ambiente e que têm efeitos sobre o
comércio podem desempenhar uma função importante, em particular quando o comércio é a causa
direta dos problemas ambientais. No entanto, as limitações ao comércio não são as únicas medidas
que se pode adotar, já que existem outras possibilidades, como ajudar os países a adquirir tecnologia
favorável ao meio ambiente, conceder-lhes assistência financeira ou ainda realizar atividades de
formação técnica.
No que diz respeito às negociações comerciais realizadas na Rodada Doha relacionadas ao meio
ambiente, um ponto central e que inclusive interessa ao Brasil é a definição de bens e serviços
ambientais. Trata-se de uma classificação especial concedida a bens e serviços que cumpram
requisitos ambientais. Esses bens e serviços, por se enquadrarem como “ambientais”, serão
beneficiados por vantagens tarifárias.
Porque o Brasil tem particular interesse na inclusão do etanol como um bem ambiental, o que
poderia lhe permitir grande vantagem comercial e acesso ao mercado de vários países.
Outra questão comercial relacionada ao meio ambiente é o chamado “dumping ambiental”. Não
existe uma definição oficial do que seja essa modalidade de dumping. No entanto, é evidente que
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grande parte da oferta internacional de produtos a preços baixos é efetuada às custas da destruição
ambiental. Um país que não tenha normas ambientais regulamentadas consegue produzir um
produto a um custo mais baixo, já que reduzir o impacto ambiental de certas atividades não é algo
que saia barato.
O direito internacional ambiental é repleto de tratados internacionais sobre os mais variados temas.
A seguir, apresento de forma bem rápida algumas das principais convenções internacionais sobre
matéria ambiental:
c) Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre mudança do clima: tem como objetivo
principal a estabilização da concentração de gases na atmosfera em níveis com a segurança
climática do planeta, evitando, assim o aquecimento global – efeito estufa.
O Protocolo de Quioto faz parte dessa Convenção e, segundo Portela5, determina que os
Estados deverão, para promover o desenvolvimento sustentável, implementar ou aprimorar
políticas nas seguintes áreas:
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O Protocolo de Quioto faz parte da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança
Climática. O seu principal objetivo é a estabilização da concentração de gases na atmosfera
em níveis compatíveis com a segurança climática do planeta, evitando, assim o aquecimento
global – efeito estufa.
Mas será que o Protocolo de Quioto fixou metas para a redução de emissão de gases? O que
vocês acham?
Assim, não são todos os países que devem cumprir metas de redução de emissão de gases,
mas somente aqueles que estão relacionados no Anexo I, que são alguns dos países
industrializados. Os países em desenvolvimento não assumiram compromissos de redução de
emissões por meio do Protocolo de Quioto,
g) Convenção da UNESCO sobre Patrimônio Mundial: tem como objetivo preservar para as
futuras gerações, locais e objetos de valor estético, histórico e cultural para a humanidade.
Seu objetivo é muito mais amplo do que a proteção de paisagens naturais ou da
biodiversidade.
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partes contratantes. Tais normas vinculantes não foram estabelecidas porque não foi possível
se chegar a um meio-termo entre as ideias de preservação dos países desenvolvidos e os
interesses econômicos dos países em desenvolvimento.
i) Convenção sobre Diversidade Biológica: essa convenção internacional tem como objetivo
a proteção das diversas formas de vida na terra, quer seja no meio terrestre ou aquático,
reconhecendo a “importância da diversidade biológica para a evolução e para a manutenção
dos sistemas necessários à vida na biosfera.” Ela consagra a biodiversidade como uma
preocupação comum da humanidade e expressamente fala em princípio da precaução.
Da mesma forma que a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança Climática, ela
não estabelece compromissos concretos. Ao contrário, seus dispositivos são abstratos e
genéricos. ==146f25==
j) Convenção de Basiléia: foi criada com a finalidade de evitar com que países desenvolvidos
exportassem resíduos perigosos para países em desenvolvimento. Afinal de contas, sai muito
mais barato mandar o “lixão” para os países em desenvolvimento do que fazer seu correto
tratamento no país de origem. Desta forma, o objetivo dessa convenção internacional é
controlar o movimento transfronteiriço de resíduos perigosos.
Um dos resultados da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento
(ECO-92) foi a Declaração do Rio, que é composta por 27 (vinte e sete) princípios em matéria
ambiental.
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Princípio 1
Os seres humanos estão no centro das preocupações com o desenvolvimento
sustentável. Têm direito a uma vida saudável e produtiva, em harmonia com a natureza.
O direito ao meio ambiente é visto, aqui, como um direito fundamental da pessoa humana.
Princípio 2
Os Estados, de acordo com a Carta das Nações Unidas e com os princípios do direito
internacional, têm o direito soberano de explorar seus próprios recursos segundo suas
próprias políticas de meio ambiente e de desenvolvimento, e a responsabilidade de
assegurar que atividades sob sus jurisdição ou seu controle não causem danos ao meio
ambiente de outros Estados ou de áreas além dos limites da jurisdição nacional.
Os Estados têm soberania sobre seus recursos naturais, porém devem assegurar que atividades
realizadas sob sua jurisdição não causem o dano ambiental transfronteiriço.
Princípio 3
O direito ao desenvolvimento deve ser exercido de modo a permitir que sejam atendidas
equitativamente as necessidades de desenvolvimento e de meio ambiente das gerações
presentes e futuras.
Princípio 4
Para alcançar o desenvolvimento sustentável, a proteção ambiental constituirá parte
integrante do processo de desenvolvimento e não pode ser considerada isoladamente
deste.
Princípio 5
Para todos os Estados e todos os indivíduos, como requisito indispensável para o
desenvolvimento sustentável, irão cooperar na tarefa essencial de erradicar a pobreza, a
fim de reduzir as disparidades de padrões de vida e melhor atender às necessidades da
maioria da população do mundo.
Princípio 6
Será dada prioridade especial à situação e às necessidades especiais dos países em
desenvolvimento, especialmente dos países menos desenvolvidos e daqueles
ecologicamente mais vulneráveis. As ações internacionais na área do meio ambiente e do
desenvolvimento devem também atender aos interesses e às necessidades de todos os
países.
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Esses quatro princípios tratam da relação entre proteção ao meio ambiente e desenvolvimento
econômico. Todos os países têm o direito ao desenvolvimento, mas devem promovê-lo sem que se
comprometam as gerações futuras. O modelo a ser perseguido deve compatibilizar o
desenvolvimento com a proteção ambiental.
Princípio 7
Os Estados irão cooperar, em espírito de parceria global, para a conservação, proteção e
restauração da saúde e da integridade do ecossistema terrestre. Considerando as diversas
contribuições para a degradação do meio ambiente global, os Estados têm
responsabilidades comuns, porém diferenciadas. Os países desenvolvidos reconhecem a
responsabilidade que lhes cabe na busca internacional do desenvolvimento sustentável,
tendo em vista as pressões exercidas por suas sociedades sobre o meio ambiente global
e as tecnologias e recursos financeiros que controlam.
Esse é o princípio da responsabilidade comum, mas diferenciada, que impõe aos países
desenvolvidos responsabilidades maiores na proteção ambiental.
Princípio 8
Para alcançar o desenvolvimento sustentável e uma qualidade de vida mais elevada para
todos, os Estados devem reduzir e eliminar os padrões insustentáveis de produção e
consumo, e promover políticas demográficas adequadas.
Nesse princípio, a Declaração do Rio reconhece que o atual modelo de produção e consumo é
insustentável, devendo ser substituído por um modelo que leve em consideração o
desenvolvimento sustentável. Além disso, deixa claro que políticas demográficas adequadas
contribuem, em certa medida, para isso. Não há definição do que seja uma política demográfica
“adequada”, porém há que se ter em mente que o crescimento populacional desenfreado é fator
que acaba por degradar o meio ambiente.
Princípio 9
Os Estados devem cooperar no fortalecimento da capacitação endógena para o
desenvolvimento sustentável, mediante o aprimoramento da compreensão científica por
meio do intercâmbio de conhecimentos científicos e tecnológicos, e mediante a
intensificação do desenvolvimento, da adaptação, da difusão e da transferência de
tecnologias, incluindo as tecnologias novas e inovadoras.
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Princípio 10
A melhor maneira de tratar as questões ambientais é assegurar a participação, no nível
apropriado, de todos os cidadãos interessados. No nível nacional, cada indivíduo terá
acesso adequado às informações relativas ao meio ambiente de que disponham as
autoridades públicas, inclusive informações acerca de materiais e atividades perigosas em
suas comunidades, bem como a oportunidade de participar dos processos decisórios. Os
Estados irão facilitar e estimular a conscientização e a participação popular, colocando as
informações à disposição de todos. Será proporcionado o acesso efetivo a mecanismos
judiciais e administrativos, inclusive no que se refere à compensação e reparação de
danos.
Esse princípio busca estimular o controle social sobre a proteção ao meio ambiente.
Princípio 11
Os Estados adotarão legislação ambiental eficaz. As normas ambientais, e os objetivos e
as prioridades de gerenciamento deverão refletir o contexto ambiental e de meio
ambiente a que se aplicam. As normas aplicadas por alguns países poderão ser
inadequadas para outros, em particular para os países em desenvolvimento, acarretando
custos econômicos e sociais injustificados.
Cada Estado deverá adotar uma legislação ambiental compatível com sua realidade, ou seja, a
legislação ambiental deverá ser eficaz (alcançar o objetivo de proteção a que se propõe).
Princípio 12
Os Estados devem cooperar na promoção de um sistema econômico internacional aberto
e favorável, propício ao crescimento econômico e ao desenvolvimento sustentável em
todos os países, de forma a possibilitar o tratamento mais adequado dos problemas da
degradação ambiental. As medidas de política comercial para fins ambientais não devem
constituir um meio de discriminação arbitrária ou injustificável, ou uma restrição
disfarçada ao comércio internacional. Devem ser evitadas ações unilaterais para o
tratamento dos desafios internacionais fora da jurisdição do país importador. As medidas
internacionais relativas a problemas ambientais transfronteiriços ou globais deve, na
medida do possível, basear-se no consenso internacional.
1) O meio ambiente é uma preocupação comum da humanidade e, como tal, sua proteção
depende de cooperação internacional.
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2) São legítimas as medidas comerciais para fins ambientais, desde que não constituam um
meio de discriminação arbitrária ou injustificável, ou uma restrição disfarçada ao comércio
internacional.
3) Ações unilaterais devem ser evitadas. Deve-se buscar o consenso para a solução de
problemas ambientais tranfronteiriços ou globais.
Princípio 13
Os Estados irão desenvolver legislação nacional relativa à responsabilidade e à
indenização das vítimas de poluição e de outros danos ambientais. Os Estados irão
também cooperar, de maneira expedita e mais determinada, no desenvolvimento do
direito internacional no que se refere à responsabilidade e à indenização por efeitos
adversos dos danos ambientais causados, em áreas fora de sua jurisdição, por atividades
dentro de sua jurisdição ou sob seu controle.
O dano ambiental deve ensejar a responsabilização daquele que o causou. Cabe a cada Estado, no
plano interno, desenvolver legislação nacional sobre a responsabilidade e indenização das vítimas
de poluição e de outros danos ambientais. No plano internacional, também é necessário que sejam
desenvolvidas normas acerca da responsabilidade internacional em matéria ambiental.
Princípio 14
Os Estados devem cooperar de forma efetiva para desestimular ou prevenir a realocação
e transferência, para outros Estados, de atividades e substâncias que causem degradação
ambiental grave ou que sejam prejudiciais à saúde humana.
Mais uma vez aparece a cooperação internacional entre os Estados como fator necessário para a
proteção ambiental.
Princípio 15
Com o fim de proteger o meio ambiente, o princípio da precaução deverá ser amplamente
observado pelos Estados, de acordo com suas capacidades. Quando houver ameaça de
danos graves ou irreversíveis, a ausência de certeza científica absoluta não será utilizada
como razão para o adiamento de medidas economicamente viáveis para prevenir a
degradação ambiental.
Fala-se aqui no princípio da precaução, que deve ser aplicado quando não existe certeza científica
acerca do dano ambiental decorrente de determinada atividade.
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Princípio 16
As autoridades nacionais devem procurar promover a internacionalização dos custos
ambientais e o uso de instrumentos econômicos, tendo em vista a abordagem segundo a
qual o poluidor deve, em princípio, arcar com o custo da poluição, com a devida atenção
ao interesse público e sem provocar distorções no comércio e nos investimentos
internacionais.
Princípio 17
A avaliação do impacto ambiental, como instrumento nacional, será efetuada para as
atividades planejadas que possam vir a ter um impacto adverso significativo sobre o meio
ambiente e estejam sujeitas à decisão de uma autoridade nacional competente.
A avaliação de impacto ambiental é instrumento que deve ser adotado pelos Estados, em
conformidade com o princípio da prevenção.
Princípio 18
Os Estados notificarão imediatamente outros Estados acerca de desastres naturais ou
outras situações de emergência que possam vir a provocar súbitos efeitos prejudiciais
sobre o meio ambiente destes últimos. Todos os esforços serão envidados pela
comunidade internacional para ajudar os Estados afetados.
É atribuída aos Estados uma obrigação de notificação diante da ocorrência de desastres naturais ou
outras situações de emergência que provoquem súbitos efeitos prejudiciais sobre o meio ambiente
de outro Estado.
Princípio 19
Os Estados fornecerão, oportunamente, aos Estados potencialmente afetados,
notificação prévia e informações relevantes acerca de atividades que possam vir a ter
considerável impacto transfronteiriço negativo sobre o meio ambiente, e se consultarão
com estes tão logo seja possível e de boa fé.
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Princípio 20
As mulheres têm um papel vital no gerenciamento do meio ambiente e no
desenvolvimento. Sua participação plena é, portanto, essencial para se alcançar o
desenvolvimento sustentável.
Esse princípio reforça a igualdade de gênero, ao reconhecer que as mulheres têm um papel
importante na proteção ambiental.
Princípio 21
A criatividade, os ideais e a coragem dos jovens do mundo devem ser mobilizados para
criar uma parceria global com vistas a alcançar o desenvolvimento sustentável e assegurar
um futuro melhor para todos.
Princípio 22
Os povos indígenas e suas comunidades, bem como outras comunidades locais, têm um
papel vital no gerenciamento ambiental e no desenvolvimento, em virtude de seus
conhecimentos e de suas práticas tradicionais. Os Estados devem reconhecer e apoiar
adequadamente sua identidade, cultura e interesses, e oferecer condições para sua
efetiva participação no atingimento do desenvolvimento sustentável.
Os conhecimentos e práticas tradicionais dos povos indígenas e das comunidades locais estão
diretamente relacionados ao tema da biodiversidade e, como tal, devem ser objeto de preocupação
da sociedade internacional. Esses conhecimentos tradicionais podem ser muitas vezes utilizados
para o desenvolvimento de produtos, como, por exemplo, medicamentos.
Princípio 23
O meio ambiente e os recursos naturais dos povos submetidos a opressão, dominação e
ocupação serão protegidos.
Os povos submetidos a opressão, dominação e ocupação também deverão ter o seu meio ambiente
e recursos naturais protegidos.
Princípio 24
A guerra é, por definição, prejudicial ao desenvolvimento sustentável. Os Estados irão,
por conseguinte, respeitar o direito internacional aplicável à proteção do meio ambiente
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Princípio 25
A paz, o desenvolvimento e a proteção ambiental são interdependentes e indivisíveis.
Princípio 26
Os Estados solucionarão todas as suas controvérsias ambientais de forma pacífica,
utilizando-se dos meios apropriados, de conformidade com a Carta das Nações Unidas.
A solução pacífica das controvérsias, inclusive ambientais, deve ser prioridade central nas relações
internacionais, em conformidade com a Carta da ONU. Paz, desenvolvimento e proteção ambiental
são interdependentes (um depende do outro) e indivisíveis (é o mundo inteiro – e não apenas um
país – que deve viver em paz, desenvolver-se e proteger o meio ambiente. Todas essas são questões
comuns a toda a humanidade, não sendo possível a um Estado, sozinho, alcançar esses ideais.
Princípio 27
Os Estados e os povos irão cooperar de boa fé e imbuídos de um espírito de parceria para
a realização dos princípios consubstanciados nesta Declaração, e para o desenvolvimento
progressivo do direito internacional no campo do desenvolvimento sustentável.
Para finalizar a Declaração do Rio, fala-se mais uma vez em cooperação internacional, instrumento
essencial no desenvolvimento progressivo do direito internacional no campo do desenvolvimento
sustentável. É somente por meio dessa cooperação que os Estados chegarão a um consenso sobre
normas internacionais (tratados, principalmente!), compatibilizando desenvolvimento econômico e
proteção ao meio ambiente.
As questões ambientais, como regra geral, têm grande impacto econômico, donde surge a
dificuldade de se chegar a um consenso sobre tratados internacionais com normas coercitivas. O
que tem se tornado uma prática comum entre os Estados é a elaboração de tratados
principiológicos, que enunciam normas de conduta e contribuem para o desenvolvimento de uma
consciência ecológica.
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Com o passar do tempo e o desenvolvimento dessa consciência ecológica, o foco passa à questão da
implementação dos tratados sobre matéria ambiental. Para isso, todavia, é necessário, além da
formulação de tratados internacionais mais objetivos, a utilização de meios repressivos ou
cooperativos para a implementação. Meios repressivos seriam sanções previstas em caso de
descumprimento de obrigações. Meios cooperativos, por sua vez, seriam medidas assistenciais para
incentivar o cumprimento, como por exemplo a transferência de tecnologia e a capacitação
profissional.
Segundo Accioly, para que um tratado multilateral ambiental seja eficiente, as obrigações das partes
devem estar redigidas de forma que elas tenham a exata noção dos meios necessários para cumpri-
las e ainda o conteúdo da obrigação deve ser claro.
Ainda segundo o mesmo autor, os mecanismos de controle devem ser transparentes, a fim de
possibilitar às partes total previsibilidade acerca das consequências do não-cumprimento. Para que
os meios repressivos e repressivos tenham confiabilidade, é necessário um controle e
monitoramento efetivo do cumprimento das obrigações.
1. (AGU-2004)
Comentários:
Questão muito importante, pessoal! Acho que este aqui é um ponto importantíssimo desse assunto.
A responsabilidade por danos ambientais é objetiva, ou seja, independe de culpa do agente. Ou seja,
se o dano foi causado, já cabe responsabilização, ok? Questão correta.
2. (AGU- 2004)
Atualmente, entende-se o dano ambiental transfronteiriço como sendo aquele que tem sua
origem no território de um Estado e que projeta seus efeitos negativos no território de um
Estado vizinho, sem alcançar, contudo, as áreas de domínio comum internacional.
Comentários:
O conceito de dano ambiental transfronteiriço também abrange os efeitos negativos causados nas
áreas de domínio comum internacional. Questão errada.
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3. (AGU-2004)
Comentários:
Questão bem específica cobrada na prova da AGU. Existe sim a previsão no Estatuto de Roma do TPI
de que o descrito na assertiva seja considerado crime de guerra. A questão está correta.
A Declaração do Rio de Janeiro (1992) dispôs que, no nível nacional, é direito de todo indivíduo
ter acesso adequado às informações relativas ao meio ambiente de que disponham as
autoridades públicas, inclusive informações sobre materiais e atividades perigosas em suas
comunidades.
Comentários:
O direito ao acesso à informação está consagrado na Declaração do Rio de Janeiro em seu princípio
de número 10. A questão está correta.
5. (PGFN-2006)
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Comentários:
A letra A está errada porque o Protocolo de Quioto tem por objetivo o aumento da eficiência
energética e não sua diminuição.
A letra B está errada. O Protocolo de Quioto tem como um de seus objetivos que os países
promovam formas sustentáveis de agricultura.
A letra D está errada, já que o protocolo que ora analisamos tem como objetivo a utilização de
formas renováveis de energia.
A letra E está errada porque o Protocolo de Quioto tem como objetivo a redução ou eliminação da
emissão de gás metano e outros gases de efeito estufa.
Resta-nos a letra C, que é o gabarito. Considerando que a emissão de gases de efeito estufa deve ser
reduzida ou eliminada segundo o Protocolo de Quioto, o que se busca é desestimular as atividades
que poluem a atmosfera. Ou seja, os incentivos aos setores emissores de gases de efeito estufa
deverão ser retirados.
6. (Questão Inédita)
a) De acordo com o princípio da prevenção, a ausência de absoluta certeza científica não deve
ser utilizada como razão para postergar medidas eficazes e economicamente viáveis para
prevenir a degradação ambiental.
c) Considerando que o poluidor deve, em princípio, arcar com o custo decorrente da poluição,
as autoridades nacionais devem promover a internacionalização dos custos ambientais e o uso
de instrumentos econômicos, levando na devida conta o interesse público, sem distorcer o
comércio e os investimentos internacionais.
Comentários:
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A letra A está correta. Se não se tem certeza se uma atividade econômica será prejudicial ou não ao
meio ambiente, isso não poderá ser utilizado como um argumento para não serem tomadas medidas
destinadas a prevenir a degradação ambiental. Como dizem por aí, “é melhor prevenir do que
remediar!”
A letra B está correta. Quem deve provar que uma atividade econômica ou um projeto não terá
consequências danosas ao meio ambiente é a parte empreendedora.
7. (Questão Inédita)
d) Se um país não possui uma legislação ambiental adequada com padrões razoáveis de
proteção ambiental, é natural que consiga produzir mercadorias a um custo de produção
relativamente baixo, o que lhe permite vender mercadorias a um custo baixo no mercado
internacional.
e) A OMC não permite que sejam adotadas proibições às importações em razão de tratados
ambientais.
Comentários:
A letra A está errada. É possível que sejam adotadas restrições ao comércio internacional por
motivos de proteção ambiental. A Convenção de Basiléia impõe restrições ao comércio
transfronteiriço de resíduos perigosos, restrições essas admitidas pela normativa da OMC.
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A letra B está errada. A responsabilidade comum, mas diferenciada não está prevista no Preâmbulo
do Acordo Constitutivo da OMC. O referido preâmbulo faz alusão unicamente ao princípio do
desenvolvimento sustentável.
A letra C está errada. Uma controvérsia a respeito de uma medida comercial adotada ao amparo de
um acordo sobre meio ambiente somente será submetida às disposições especiais do referido
acordo se ambas as partes na controvérsia houverem firmado o referido acordo.
A letra E está errada. A OMC permite que sejam adotadas restrições ao comércio internacional em
virtude de questões relacionadas à proteção ambiental.
A letra D está correta e é o gabarito. Se as exigências ambientais não são adequadas com padrões
mínimos de proteção, não há muitos custos embutidos no produto, o que permite com que estes
sejam vendidos a preços baixos no mercado internacional.
8. (Questão Inédita)
Analise os itens a seguir e atribua a letra (V) para as assertivas verdadeiras e a letra (F) para as
falsas. Em seguida, marque a opção que contenha a sequência correta:
a) VVFV
b) VFFV
c) VVVV
d) FVFV
e) FFVV
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Comentários:
A primeira assertiva está correta. As Convenções-tipo são aquelas que possuem generalidade e
flexibilidade em seus dispositivos e as Convenções-quadro são as que se caracterizam por possuírem
dispositivos de caráter abstrato. A utilização desse tipo de convenção em matéria ambiental ocorre
devido à grande dificuldade de se atingir o consenso nos assuntos relacionados à proteção ambiental
devido à influência que esse tema tem nas questões econômicas. É como se os países pensassem da
seguinte forma: “É melhor fazermos pelo menos uma convenção com princípios gerais que não
comprometam ninguém do que não fazer nada. O que for mais polêmico a gente deixa pra depois!”.
A segunda assertiva está correta. Quanto mais transparentes forem os mecanismos de controle do
cumprimento de tratados ambientais, mais efetividade estes terão.
A terceira assertiva está errada. A mera declaração principiológica não é suficiente para dar
efetividade a um tratado em matéria ambiental. Para que ele tenha maior efetividade é necessária
a previsão de forma objetiva das obrigações das partes, bem como a existência de meios repressivos
e cooperativos para implementação.
A quarta assertiva está correta. O Protocolo de Quioto estabelece metas de redução de emissões
para países incluídos no seu Anexo I. Ressalte-se que as obrigações assumidas são diferentes para
cada país incluído no Anexo I, observando o princípio da responsabilidade comum, mas diferenciada.
Os países que não estão incluídos no Anexo I, como, por exemplo, o Brasil, podem realizar projetos
de redução de emissões e negociar com os países do Anexo I os “créditos de carbono”. O gabarito
da questão é a letra a).
9. (Questão Inédita)
c) A Convenção de Viena para a proteção da Camada de Ozônio tem como objetivo principal a
estabilização da concentração de gases na atmosfera em níveis com a segurança climática do
planeta, evitando, assim o aquecimento global.
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Comentários:
A letra A está correta. Esse foi um dos princípios estabelecidos pela Declaração do Rio e está
relacionado ao princípio da prevenção.
A letra D está correta. Portela define a Agenda 21 como um programa de ação que visa garantir o
desenvolvimento econômico em condições equitativas para a humanidade, dentro de parâmetros
de respeito ao meio ambiente. Ressalte-se ainda que, pelo fato da Agenda 21 não ser um tratado,
ela não é juridicamente vinculante, podendo ser considerada uma soft law. Assim também devemos
considerar a Declaração de Estocolmo e a Declaração do Rio.
A letra C está errada e é o gabarito. O objetivo citado é o da Convenção-Quadro das Nações Unidas
sobre mudança do clima.
Analise os itens a seguir e atribua a letra (V) para as assertivas verdadeiras e a letra (F) para as
falsas. Em seguida, marque a opção que contenha a sequência correta:
( ) Um Estado não deve ser responsabilizado pelos danos ambientais que cause fora de sua
jurisdição territorial.
( ) A Assembléia Geral das Nações Unidas considera que o clima é uma preocupação comum
da humanidade, já que condição fundamental para a manutenção da vida na Terra.
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( ) A Convenção de Basiléia tem como objetivo a proteção das diversas formas de vida na terra,
quer seja no meio terrestre ou aquático, reconhecendo a “importância da diversidade biológica
para a evolução e para a manutenção dos sistemas necessários à vida na biosfera.
a) VFVF
b) VFVV
c) VVFF
d) FFVF
e) FVFV
Comentários:
A primeira assertiva está verdadeira. Esse é um dos objetivos da OMC definidos pelo preâmbulo do
Acordo de Marrakesh.
A segunda assertiva está falsa. Um Estado deverá sim ser responsabilizado pelos danos ambientais
que cause fora de sua jurisdição territorial. Lembre-se de que a responsabilidade por dano ambiental
é uma responsabilidade objetiva
A quarta assertiva está falsa. A Convenção de Basiléia tem como objetivo controlar o movimento
transfronteiriço de resíduos perigosos. O gabarito desta questão é, portanto, a letra a).
Comentários:
A primeira iniciativa de se tratar sobre questões ambientais em nível multilateral foi em 1972, na
Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente Humano, que resultou na Declaração de
Estocolmo, hoje considerada um marco do direito internacional ambiental. A questão está errada.
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A Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente, realizada em Estocolmo em 1972,
consagrou o direito da humanidade a um meio ambiente saudável e estabeleceu diretrizes para
a aplicação de medidas ambientais, sempre acompanhadas da ressalva da liberalização do
comércio internacional, prevista pelo GATT (Acordo Geral de Comércio e Tarifas).
Comentários:
O que existe hoje em dia é exatamente uma ideia oposta a essa. A OMC (Organização Mundial de
Comércio) admite que sejam impostas restrições ao comércio internacional em virtude de medidas
voltadas à proteção ambiental (art. XX, alínea “g” do GATT). Em outras palavras, as medidas
ambientais é que são uma ressalva à liberalização do comércio internacional e não o contrário. A
questão está errada.
As discussões realizadas no âmbito da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento, no Rio de Janeiro em 1992, focalizaram, fundamentalmente, questões
associadas à poluição, à dilapidação dos recursos naturais e à perda da biodiversidade e
resultaram em um conjunto de compromissos relacionados à proteção de ecossistemas e de
espécies ameaçadas de extinção, os quais correspondem aos compromissos da Agenda 21.
Comentários:
A Agenda 21 consiste tão somente em documento elaborado com o objetivo de servir de guia para
que os Estados formulem políticas públicas em matéria ambiental. Dessa forma, está errado dizer
que a Agenda 21 consubstancia compromissos relacionados à proteção de ecossistemas e de
espécies ameaçadas de extinção.
O Protocolo de Quioto fixou as metas de redução de emissão de gases que provocam o efeito
estufa, a serem cumpridas pelos países industrializados e, progressivamente, adotadas pelos
países em desenvolvimento, tendo sido essa a medida principal para a consolidação de um
regime global sobre mudança climática.
Comentários:
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Não são todos os países que devem cumprir metas de redução de emissão de gases, mas somente
aqueles que estão relacionados no Anexo I, que são alguns dos países industrializados. Os países em
desenvolvimento não assumiram compromissos de redução de emissões por meio do Protocolo de
Quioto, o que torna a questão errada.
Comentários:
A Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança de Clima, de 1992, da qual o Brasil é
parte, tem por objetivo, em termos gerais, estabilizar as concentrações de gases de efeito
estufa na atmosfera.
Comentários:
A Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança de Clima de 1992 tem como objetivo
estabilizar as concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera em níveis compatíveis com a
segurança climática do planeta, evitando assim o aquecimento global. A questão está, portanto,
correta.
A Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança de Clima, de 1992, criou, como seu
órgão supremo, a Conferência das Partes, sendo que, na Terceira Conferência, realizada em
Quioto, no Japão, foi aprovado o Protocolo de Quioto, que estabelece a meta média de 6% da
redução da emissão de gases de efeito estufa pelos países industrializados, a ser cumprida no
período entre 2008 e 2012.
Comentários:
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De fato, a meta média de redução de emissão de gases de efeitos estufa assumida pelos países
industrializados, a ser cumprida no período entre 2008 e 2012 foi de 6%. A questão está, portanto,
correta.
Comentários:
A Convenção sobre Diversidade Biológica não impôs aos países a obrigação de que fossem
estabelecidas áreas de importância biológica. Além disso, também não estabeleceu a
obrigatoriedade de que os países desenvolvessem listas nacionais de espécies ameaçadas. A questão
está, portanto, errada.
Comentários:
O direito à vida, como direito fundamental do ser humano, está diretamente relacionado com
o direito a um meio ambiente saudável e ecologicamente equilibrado.
Comentários:
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A Convenção de Estocolmo de 1972 pode ser considerada como marco fundamental para o
desenvolvimento do direito ambiental internacional.
Comentários:
Comentários:
A responsabilidade internacional por danos ambientais será uma responsabilidade objetiva ou por
risco. Isso quer dizer que ela independe da culpa do agente, bastando que tenha existido o dano. A
questão está correta.
Comentários:
a) do poluidor pagador.
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c) da tutela estatal.
d) da precaução.
e) do desenvolvimento sustentável.
Comentários:
O princípio da precaução é aplicado quando não se tem certeza científica acerca da degradação
ambiental. Mesmo diante dessa incerteza científica, deverão ser adotadas medidas
economicamente viáveis para proteger o meio ambiente. O gabarito desta questão é a letra d).
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LISTA DE QUESTÕES
1. (AGU-2004)
2. (AGU- 2004)
Atualmente, entende-se o dano ambiental transfronteiriço como sendo aquele que tem sua
origem no território de um Estado e que projeta seus efeitos negativos no território de um
Estado vizinho, sem alcançar, contudo, as áreas de domínio comum internacional.
3. (AGU-2004)
A Declaração do Rio de Janeiro (1992) dispôs que, no nível nacional, é direito de todo indivíduo
ter acesso adequado às informações relativas ao meio ambiente de que disponham as
autoridades públicas, inclusive informações sobre materiais e atividades perigosas em suas
comunidades.
5. (PGFN-2006)
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6. (Questão Inédita)
a) De acordo com o princípio da prevenção, a ausência de absoluta certeza científica não deve
ser utilizada como razão para postergar medidas eficazes e economicamente viáveis para
prevenir a degradação ambiental.
c) Considerando que o poluidor deve, em princípio, arcar com o custo decorrente da poluição,
as autoridades nacionais devem promover a internacionalização dos custos ambientais e o uso
de instrumentos econômicos, levando na devida conta o interesse público, sem distorcer o
comércio e os investimentos internacionais.
7. (Questão Inédita)
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d) Se um país não possui uma legislação ambiental adequada com padrões razoáveis de
proteção ambiental, é natural que consiga produzir mercadorias a um custo de produção
relativamente baixo, o que lhe permite vender mercadorias a um custo baixo no mercado
internacional.
e) A OMC não permite que sejam adotadas proibições às importações em razão de tratados
ambientais.
8. (Questão Inédita)
Analise os itens a seguir e atribua a letra (V) para as assertivas verdadeiras e a letra (F) para as
falsas. Em seguida, marque a opção que contenha a sequência correta:
a) VVFV
b) VFFV
c) VVVV
d) FVFV
e) FFVV
9. (Questão Inédita)
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c) A Convenção de Viena para a proteção da Camada de Ozônio tem como objetivo principal a
estabilização da concentração de gases na atmosfera em níveis com a segurança climática do
planeta, evitando, assim o aquecimento global.
Analise os itens a seguir e atribua a letra (V) para as assertivas verdadeiras e a letra (F) para as
falsas. Em seguida, marque a opção que contenha a sequência correta:
( ) Um Estado não deve ser responsabilizado pelos danos ambientais que cause fora de sua
jurisdição territorial.
( ) A Assembléia Geral das Nações Unidas considera que o clima é uma preocupação comum
da humanidade, já que condição fundamental para a manutenção da vida na Terra.
( ) A Convenção de Basiléia tem como objetivo a proteção das diversas formas de vida na terra,
quer seja no meio terrestre ou aquático, reconhecendo a “importância da diversidade biológica
para a evolução e para a manutenção dos sistemas necessários à vida na biosfera.
a) VFVF
b) VFVV
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c) VVFF
d) FFVF
e) FVFV
A Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente, realizada em Estocolmo em 1972,
consagrou o direito da humanidade a um meio ambiente saudável e estabeleceu diretrizes para
a aplicação de medidas ambientais, sempre acompanhadas da ressalva da liberalização do
comércio internacional, prevista pelo GATT (Acordo Geral de Comércio e Tarifas).
As discussões realizadas no âmbito da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento, no Rio de Janeiro em 1992, focalizaram, fundamentalmente, questões
associadas à poluição, à dilapidação dos recursos naturais e à perda da biodiversidade e
resultaram em um conjunto de compromissos relacionados à proteção de ecossistemas e de
espécies ameaçadas de extinção, os quais correspondem aos compromissos da Agenda 21.
O Protocolo de Quioto fixou as metas de redução de emissão de gases que provocam o efeito
estufa, a serem cumpridas pelos países industrializados e, progressivamente, adotadas pelos
países em desenvolvimento, tendo sido essa a medida principal para a consolidação de um
regime global sobre mudança climática.
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A Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança de Clima, de 1992, da qual o Brasil é
parte, tem por objetivo, em termos gerais, estabilizar as concentrações de gases de efeito
estufa na atmosfera.
A Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança de Clima, de 1992, criou, como seu
órgão supremo, a Conferência das Partes, sendo que, na Terceira Conferência, realizada em
Quioto, no Japão, foi aprovado o Protocolo de Quioto, que estabelece a meta média de 6% da
redução da emissão de gases de efeito estufa pelos países industrializados, a ser cumprida no
período entre 2008 e 2012.
O direito à vida, como direito fundamental do ser humano, está diretamente relacionado com
o direito a um meio ambiente saudável e ecologicamente equilibrado.
A Convenção de Estocolmo de 1972 pode ser considerada como marco fundamental para o
desenvolvimento do direito ambiental internacional.
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a) do poluidor pagador.
c) da tutela estatal.
d) da precaução.
e) do desenvolvimento sustentável.
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GABARITO
1. CERTA
2. ERRADA
3. CERTA
4. CERTA
5. Letra C
6. Letra E
7. Letra D
8. Letra A
9. Letra C
10. Letra A
11. ERRADA
12. ERRADA
13. ERRADA
14. ERRADA
15. ERRADA
16. CERTA
17. CERTA
18. ERRADA
19. ERRADA
20. CERTA
21. CERTA
22. CERTA
23. ERRADA
24. Letra D
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