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Introdução à

Legislação Ambiental
Vanessa Medeiros Corneli

Cuiabá-MT
2010
Sumário

Apresentação da disciplina 9

Aula1 - Momentos históricos da questão ambiental no


Brasil e no Mundo 11

1. Momentos históricos da questão ambiental 11


2. Os princípios do Direito Ambiental 14
3. O artigo 225 da Constituição Federal de 1988 16

Aula 2 - A política nacional do meio ambiente 19

1. Os instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente 20


2. Estrutura do Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA) 23
3. Licenciamento Ambiental - Resolução CONAMA 237/97 24
4. Um pouco sobre o instrumento de licenciamento ambiental 30

Aula 3 - O código florestal brasileiro


e a lei de crimes ambientais brasileira 33

1. O Código Florestal Brasileiro 33


2. A Lei de Crimes Ambientais 38

Aula 4 - A política nacional de recursos hídricos e o


programa nacional de controle da qualidade do ar 47

1. Programa Nacional de Controle da Qualidade do


Ar Resoluções CONAMA n. 005/1989 e n. 003/1990 53

Considerações finais 57

Referências 58

Gabarito 59

Currículo da professora-autora 65

7 e-Tec Brasil
Apresentação da disciplina

Caro estudante:

Você está matriculado no curso técnico em Meio Ambiente, e a disciplina


de Introdução à Legislação Ambiental abordará temas que você aplicará em
todos os campos de sua atividade profissional.

Você sabia que a Legislação Ambiental brasileira é uma das mais avançadas do
mundo e que nossa Constituição Federal tem um capítulo inteiro dedicado ao
meio ambiente?

Para facilitar seu estudo, organizamos o material em quatro aulas:

• 1. Momentos Históricos da Questão Ambiental no Brasil e no Mundo

• 2. A Política Nacional do Meio Ambiente

• 3. O Código Florestal Brasileiro e a Lei de Crimes Ambientais Brasileira

• 4. A Política Nacional de Recursos Hídricos e o Programa Nacional de


Controle da Qualidade do Ar.

Na aula 1, você conhecerá alguns momentos históricos que marcaram o cená-


rio nacional e internacional no que se refere aos compromissos com a questão
ambiental. Conhecerá os princípios do direito ambiental e, ainda, o que a
Constituição Federal de 1988 prevê em relação ao meio ambiente.

Na aula 2, é o momento de você estudar algo sobre a Política Nacional do


Meio Ambiente (PNMA), estabelecida através da Lei n. 6.938, de 1981. Dare-
mos destaque ao Sistema Nacional de Meio Ambiente (SISNAMA) que são os
órgãos responsáveis por efetivar a PNMA e também abordaremos os instru-
mentos da PNMA, em especial o Licenciamento Ambiental.

Já na aula 3, você estudará o Código Florestal Brasileiro e a Lei de Crimes Ambi-


entais. Em relação ao Código Florestal, teceremos alguns comentários relati-
vos às áreas classificadas como áreas de preservação permanente e áreas de

Introdução à Legislação Ambiental 9 e-Tec Brasil


reserva legal. Já para a lei de crimes ambientais, você ficará conhecendo quais
atividades lesivas ao meio ambiente são consideradas crimes ambientais.

Finalmente, na última unidade, você conhecerá a Política Nacional de Recur-


sos Hídricos, a qual estabelece diretrizes quanto ao uso racional desses recur-
sos. Estudará também o Programa Nacional de Controle da Qualidade do Ar
(PRONAR), cujo objetivo é determinar ações que garantam os padrões de
qualidade do ar necessários à sadia qualidade de vida.

Nosso intento é que você, ao final do estudo desta disciplina, possa:

• ter visão geral a respeito dos principais acontecimentos mundiais que


envolveram a questão ambiental, assim como dos princípios do direito
ambiental;

• compreender a Política Nacional de Meio Ambiente e seus instrumentos.

• entender o Código Florestal Brasileiro e a Lei de Crimes Ambientais.

• conhecer a Política Nacional de Recursos Hídricos e o Programa Nacional


de Controle da Qualidade do Ar.

Vamos então dar início à nossa jornada. A você, muito sucesso nesta nova
etapa do curso.
Aula 1 - Momentos históricos da questão
ambiental no Brasil e no Mundo

Baseada na figura disponível em: <http://costaleal.files.wordpress.com/2009/04/011.jpg>.

Objetivos
Esperamos que, ao final desta unidade, você seja capaz de:
• conhecer alguns eventos históricos de abrangência nacional
e internacional que contribuíram para o atual cenário da
legislação ambiental.
• entender os princípios do direito ambiental
• interpretar o artigo 225 da Constituição Federal de 1988.

Nesta aula, você estudará alguns momentos históricos que marcaram o cená-
rio nacional e internacional no que se refere aos compromissos com a questão
ambiental. Conhecerá os princípios do direito ambiental e, ainda, o que a
Constituição Federal de 1988 prevê em relação ao meio ambiente.

1. Momentos históricos da questão


ambiental Baseada na figura disponível em:
Na sequência, apresentaremos os principais acontecimentos históricos que <http://www.suppidesigns.com.br/
moda/wp-
marcaram o cenário da questão ambiental do Brasil e no Mundo. content/uploads/pergaminho.jpg>

Introdução à Legislação Ambiental 11 e-Tec Brasil


• 1º Momento histórico: A Conferência Mundial sobre Meio Ambiente, reali-
zada em Estocolmo no ano de 1972

É a partir dessa conferência que as questões ambientais passam a fazer parte


de todas as temáticas internacionais.

Na conferência foi elaborado um documento intitulado como: Declaração de


Estocolmo, o qual é composto por 26 princípios. Destes, o mais importante é o
princípio que estabelece o meio ambiente como direito fundamental.

Reflexos da Conferência Mundial sobre Meio Ambiente foram sentidos no


Brasil já no ano seguinte. Em 1973, o governo brasileiro criou a Secretaria de
Meio Ambiente.

• 2º Momento histórico: a criação da Comissão Mundial de Meio Ambiente


de Desenvolvimento, em 1897

Foi esta comissão que produziu o Relatório: “Nosso Futuro Comum” -- no


qual aparece. pela primeira vez, o conceito de Desenvolvimento Sustentável,
ou seja, um desenvolvimento que atenda às necessidades do presente sem
comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem as suas pró-
prias necessidades.

Na prática é o consumo dos recursos naturais por essa geração sem compro-
meter o direito de uso pelas futuras gerações.

• 3º Momento histórico: no ano de 1988 é promulgada a nova Constituição


Federal Brasileira

A Constituição Federal de 1988 ficou conhecida como a “Constituição Ver-


de”, por ser a primeira Constituição a trazer uma abordagem inovadora para a
questão do “meio ambiente”.

Na verdade, a Constituição de 1988 destina um capítulo exclusivamente para


“Meio Ambiente”. Em seu artigo 225 fica estabelecido:

Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso


comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder
público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes
e futuras gerações.

e-Tec Brasil 12 Curso Técnico em Meio Ambiente


• 4º Momento histórico: em 1992, acontece a Conferência Mundial de Meio
Ambiente na cidade do Rio de Janeiro, conhecida popularmente como
RIO-92

Nesta conferência é emitida a “Declaração sobre Meio Ambiente e Desenvol-


vimento Sustentável”, enfatizando a necessidade de adotar processos produ-
tivos que tenham como política a prática do desenvolvimento sustentável.

Durante a Rio–92 foram estabelecidas várias convenções. Dentre elas, desta-


ca-se a “Convenção sobre Diversidade Biológica -- um quadro sobre: mudan-
ças climáticas”, considerada o passo inicial para o que mais tarde, em 1997, Protocolo de Kyoto
É um acordo internacional para
originou o Protocolo de Kyoto. reduzir a emissão de gases-
estufa dos países
industrializados e para garantir
Além da redução da emissão de gases, o Protocolo de Kyoto estabelece outras um modelo de desenvolvimento
medidas, como o estímulo à substituição do uso dos derivados de petróleo limpo aos países em
desenvolvimento. O documento
pelo da energia elétrica e do gás natural. prevê que, entre 2008 e 2012,
os países desenvolvidos
reduzam sua emissão em 5,2%
O tratado foi estabelecido, em 1997, em Kyoto - Japão, e assinado por 84 países. em relação aos níveis medidos
em 1990.

• 5º Momento histórico: a Conferência da Cúpula Mundial para o Desenvolvi-


mento Sustentável, 2002

A Organização das Nações Unidas (ONU) promoveu, em Johanesburg, na


África do Sul, a Conferência da Cúpula Mundial para o Desenvolvimento
Sustentável, denominada Rio+10 (10 anos depois da Rio-92). O objetivo era
fazer um balanço das lições aprendidas e resultados práticos obtidos a partir
dos acordos firmados entre os países que participaram da Rio-92.

• 6º Momento Histórico: em 2009, ocorreu a Conferência Climática de Cope-


nhagen – Dinamarca

A Conferência de Copenhagen, conhecida como a COP-15 – A 15ª Conferên-


cia das Partes se deu entre os dias 7 e 18 de dezembro de 2009, em Copenha-
gen, capital da Dinamarca.

Era para ser considerado o encontro mais importante da história recente dos
acordos multilaterais ambientais, pois tinha por objetivo estabelecer o tratado
que substituirá o Protocolo de Kyoto, vigente de 2008 a 2012.

Uma atmosfera de expectativa envolvia a COP-15, não só por sua importân-


cia, mas pelo contexto da discussão mundial sobre as mudanças climáticas.

Introdução à Legislação Ambiental 13 e-Tec Brasil


A reunião das Nações Unidas sobre o clima chegou ao fim e produziu um docu-
mento, batizado informalmente de "Acordo de Copenhague".

O texto promete esforços dos países para evitar que a temperatura média do
planeta não suba mais do que 2ºC. O documento prevê a criação de um fundo
emergencial de US$ 30 bilhões pelos próximos três anos, para ajudar países
pobres a combater causas e efeitos das mudanças do clima.

No entanto, o acordo saiu de uma reunião dos Estados Unidos com Brasil,
África do Sul, Índia e China, não sendo reconhecido por vários países. Além
disso, ele não explicita quanto cada país vai reduzir sua emissão para atingir a
meta de temperatura.

"Vários grupos de ambientalistas criticaram o resultado da reunião, dizendo


que muito pouco foi decidido. Já algumas pessoas, como o presidente ameri-
cano, Barack Obama, defendem que, por mais imperfeito que seja o acordo
assinado, ele é o começo de um processo e pode evoluir em um compromisso
maior contra as mudanças climáticas (BBC Brasil, 2009)."

2. Os princípios do Direito Ambiental


Na sequência, apresentaremos os seis princípios, aceitos pela maioria dos
doutrinadores como os Princípios do Direito Ambiental.

• 1º Princípio: meio ambiente ecologicamente equilibrado

Baseada na figura disponível em: É conhecido como o princípio matriz da Constituição Federal, na qual o meio
http://centrodeestudosambientais
.files.wordpress.com/2009/12/5a ambiente aparece como direito fundamental.
bbcf80e67bd3e57e6085893f623
8d1203a_da5214.jpg>.
Vale ressaltar que um meio ambiente ecologicamente equilibrado, ao qual a
Constituição faz menção, é aquele que proporcione sadia qualidade de vida,
ou seja, livre de poluição, por exemplo.

• 2º Princípio: desenvolvimento sustentável

É o princípio que se refere ao atendimento às necessidades da presente gera-


ção sem comprometer as necessidades das gerações futuras, ou seja, um
consumo racional e sustentável dos recursos naturais.

Na prática, é aliar atividades econômicas com proteção ambiental, garantindo


assim o direito de todos a um meio ambiente ecologicamente equilibrado.

• Subprincípio: responsabilidade intergeracional

e-Tec Brasil 14 Curso Técnico em Meio Ambiente


Este subprincípio do direito ambiental é conhecido como um princípio ético, o
qual se refere à responsabilidade com as presentes e futuras gerações.

• 3º Princípio: função socioambiental da propriedade

Este princípio se refere às funções que uma propriedade, seja ela rural seja
urbana, tem para com a sociedade e o meio ambiente. Ou seja, ser dono de
uma propriedade não me dá o direito de fazer dela o que quiser e como quiser
– ela deve cumprir sua função socioambiental.

Vejamos dois exemplos.

• Por lei, uma propriedade rural deve respeitar a área destinada à Reserva
Legal, ou seja, não depende da vontade do proprietário, há uma imposi-
ção legal;
• Uma propriedade urbana deve respeitar o Plano Diretor do Município.

• 4º Princípio: princípio da prevenção

É o princípio que prima por agir, antecipadamente, diante de um risco conhe-


cido. O conhecimento prévio do risco pode estar vinculado a estudos científi-
cos ou a acontecimentos anteriores

Sabe-se, por exemplo, que a atividade minerária – garimpo: extração de ouro,


manganês, bauxita -- é causadora de significativo impacto ambiental. Por isso,
preventivamente se exigem estudos como o Estudo Prévio de Impacto Ambi-
ental e o Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA). Ou seja, adotam-se medi-
das preventivas no intuito de minimizar os impactos ambientais da atividade.

• 5º Princípio: princípio da precaução

É conhecido como o princípio da prudência, ou seja, diante de um risco incer-


to, desconhecido, age-se com cautela.

O risco nesse princípio é caracterizado como incerto por não haver informa-
ções suficientes para verificar a existência e o potencial do dano.

Vejamos um exemplo.

Organismos Geneticamente Modificados (OGM): até o momento não se sabe


quais são exatamente os impactos do cultivo e consumo de produtos geneti-

Introdução à Legislação Ambiental 15 e-Tec Brasil


camente modificados. Assim, age-se com o princípio da precaução, limitando
áreas de plantio, pre-estabelecendo usos, entre outras medidas.

• 6º Princípio: princípio do poluidor-pagador

É conhecido como o principio econômico do direito ambiental.

A legislação ambiental prevê que aquele que desempenhar qualquer ativida-


de econômica deve arcar com os custos com tratamento de gases, efluentes,
resíduos, etc. que, por ventura, sejam gerados no processo produtivo.

Vejamos um exemplo.

Uma fábrica que libera de seu processo produtivo para o ambiente efluentes,
emissão atmosférica, resíduos sólidos... Ela deve inserir em seu custo de pro-
dução os gastos com gerenciamento – tratamento destes impactos.

A legislação ambiental ainda prevê que, na ocorrência de dano ambiental,


mesmo com medidas de tratamento, o poluidor deve arcar com os danos
causados.

3. Artigo 225 da Constituição Federal


de 1988
Nesta seção apresentaremos o artigo 225 da Constituição Federal de 1988, o
qual se refere ao direito que todos temos a um meio ambiente ecologicamen-
te equilibrado.

A constituição de 1988 é popularmente conhecida como a Constituição Ver-


de, por ser a constituição que encerra uma abordagem inovadora para a ques-
Baseada na figura disponível em: tão do “meio ambiente”, ao dispor um capítulo inteiro a essa questão, o cap.
http://www.almg.gov.br/CEDIS/
cartilha/modulo%20vermelho/ VI – Do Meio Ambiente.
imagens/CONSTITUI%C3%87%
C3%83O.GIF>
O artigo que se refere diretamente à questão ambiental é o 225. Leia o texto
na íntegra:

Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equili-


brado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de
vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defen-
dê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
§ 1º - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao poder
público:

e-Tec Brasil 16 Curso Técnico em Meio Ambiente


I. preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o
manejo ecológico das espécies e ecossistemas;
II. preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do
País e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação
de material genético;
III. definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e
seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a
alteração e a supressão permitidas somente através de lei, vedada
qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos
que justifiquem sua proteção;
IV. exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade
potencialmente causadora de significativa degradação do meio
ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará
publicidade;
V. controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas,
métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a quali-
dade de vida e o meio ambiente;
VI. promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a
conscientização pública para a preservação do meio ambiente;
VII. proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas
que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extin-
ção de espécies ou submetam os animais a crueldade.
§ 2º Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o
meio ambiente degradado, de acordo com solução técnica exigi-
da pelo órgão público competente, na forma da lei.
§ 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente
sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções
penais e administrativas, independentemente da obrigação de
reparar os danos causados.
§ 4º A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar,
o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira são patrimônio
nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de con-
dições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive
quanto ao uso dos recursos naturais.
§ 5º São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Esta-
dos, por ações discriminatórias, necessárias à proteção dos ecos-
sistemas naturais.
§ 6º As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localiza-
ção definida em lei federal, sem o que não poderão ser instaladas.

Introdução à Legislação Ambiental 17 e-Tec Brasil


Alguns comentários sobre o artigo 225.

Na Constituição Federal de 1988, o meio ambiente passou a ser tratado de


maneira inédita, como direito de todos, bem de uso comum do povo, e essen-
cial à qualidade de vida.

Devemos, no entanto, nos ater para o fato de que o artigo 225 da Constitui-
ção Federal expressa que é dever do poder público e a da coletividade, juntos,
defender e preservar o meio ambiente para as presentes e futuras gerações.

A Constituição ainda faz menção às obrigações do poder público, a fim de


garantir que o direito constitucional a um meio ambiente ecologicamente
equilibrado seja cumprido.

Resumo
Nesta unidade, pudemos conhecer um pouco mais sobre os momentos histó-
ricos que marcaram a questão ambiental no âmbito nacional e internacional.
Estudamos os seis princípios do direito ambiental e suas aplicações.

Por fim, pudemos conhecer o artigo 225 da Constituição Federal, o qual faz
menção ao direito que todos temos de um meio ambiente ecologicamente
equilibrado.

Atividades de aprendizagem
1 Como você avalia as decisões resultantes da Conferência Climática de
Copenhagen?

2. Cite três momentos históricos que marcaram as discussões mundiais e/ou


nacionais referentes à questão ambiental.

3. Quais são os princípios do direito ambiental?

4. Diferencie o princípio da prevenção do princípio da precaução.

5. O que é desenvolvimento sustentável?

6. Por que a Constituição Brasileira de 1988 ficou conhecida como a


“Constituição Verde”?

7. Explique o caput do artigo 225 da Constituição Federal, isto é, o pará-


grafo inicial, o enunciado deste artigo. O que você entendeu?

8. Cite no mínimo três obrigações do Poder Público para com o meio ambi-
ente, estabelecidas no artigo 225 da Constituição Federal de 1988.

e-Tec Brasil 18 Curso Técnico em Meio Ambiente


Aula 2 - A política nacional
do meio ambiente

Baseada na figura disponível em:


<http://1.bp.blogspot.com/_sb789UcbJRE/SwZ4LcKbQvI/AAAAAAAAARQ/TBxEMtKvBOo/s320/brasil.jpg>

Objetivos
Esperamos que, ao final desta unidade, você seja capaz de:
• conhecer a Política Nacional do Meio Ambiente
• adquirir noções básicas dos instrumentos da Política Nacio-
nal do Meio Ambiente
• entender a estrutura do Sistema Nacional de Meio Ambiente
• compreender o instrumento de licenciamento ambiental

Nesta unidade, você estudará a Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA),


estabelecida por meio da Lei n. 6.938, de 1981. Daremos destaque ao Sistema
Nacional de Meio Ambiente (SISNAMA) que são os órgãos responsáveis por
efetivar a PNMA e também abordaremos os instrumentos da PNMA, em espe-
cial o Licenciamento Ambiental.

A Política Nacional do Meio Ambiente tem como objetivo a preservação,


melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando asse-

Introdução à Legislação Ambiental 19 e-Tec Brasil


gurar, no País, condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses
da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana.

A seguir, apresentaremos alguns conceitos estabelecidos pela PNMA:


• Meio ambiente: o conjunto de condições, leis, influências e interações de
ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em
todas as suas formas.
• Degradação da qualidade ambiental: a alteração adversa das características
do meio ambiente.
• Poluição: a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades
que direta ou indiretamente:

• a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população;


• b) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas;
• c) afetem desfavoravelmente a biota; (fauna e flora);
• d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente;
• e) lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambi-
entais estabelecidos.

• Poluidor: a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável,


direta ou indiretamente, por atividade causadora de degradação ambiental.
• Recursos ambientais: a atmosfera, as águas interiores, superficiais e subter-
râneas, os estuários, o mar territorial, o solo, o subsolo, os elementos da
biosfera, a fauna e a flora.

A Política Nacional do Meio Ambiente, em seu texto, apresenta os instrumen-


tos de gestão ambiental que o poder público fará uso a fim de efetivar o que
está previsto no objetivo da PNMA.

1. Os instrumentos da Política Nacional do


Meio Ambiente
A seguir, os instrumentos utilizados para executar a política nacional do meio
ambiente.

• O estabelecimento de padrões de qualidade ambiental

Este instrumento se caracteriza pelo estabelecimento de padrões para o lança-


mento, por exemplo de gases, efluentes, etc. O poder público, através do
Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA), estabelece padrões de
lançamento e de qualidade ambiental.

• O zoneamento ambiental

e-Tec Brasil 20 Curso Técnico em Meio Ambiente


O objetivo desse instrumento é disciplinar o uso e ocupação do solo, por exem-
plo determinar áreas prioritárias para industriais, atividades agrícolas, áreas de
conservação e preservação ambiental, entre outras.

• A avaliação de impactos ambientais

Este instrumento prevê a avaliação de impactos ambientais e estabelecimen-


tos de medidas mitigadoras para atividades ou empreendimentos potencial-
mente poluidores ou que façam uso de recursos naturais.

• O licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou potencialmente


poluidoras

O objetivo deste instrumento é estabelecer a localização, a instalação, a


ampliação e a operação de empreendimentos e atividades utilizadoras de
recursos ambientais, consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras,
ou aquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental.

• Os incentivos à produção e instalação de equipamentos e a criação ou


absorção de tecnologia, voltados para a melhoria da qualidade ambiental

Este instrumento tem caráter gerencial, voltado para as empresas que buscam
a prática do desenvolvimento sustentável. Assim, o poder público cria “facili-
dades”, como linhas de credito vantajosas, taxas de juros menores para orga-
nizações que apresentam compromissos socioambientais.

• A criação de espaços territoriais especialmente protegidos, tais como áreas de


proteção ambiental, de relevante interesse ecológico e reservas extrativistas

O objetivo desse instrumento é garantir a preservação e a conservação de


espaços territoriais que apresentem relevante interesse ecológico. Este instru-
mento foi regulamentado pela Lei 9.885, de 2000, que criou o Sistema
Nacional de Unidades de Conservação – SNUC.

• O sistema nacional de informações sobre o meio ambiente (SINIMA)

O objetivo desse instrumento é gerenciar informações sobre o meio ambiente.


Reunir as informações dos órgãos ambientais e sistematizá-las através de
programas computacionais.

• O Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumento de Defesa Ambiental

Introdução à Legislação Ambiental 21 e-Tec Brasil


Esse instrumento se caracteriza como um censo dos profissionais que trabalham
ou emitem parecer na área ambiental. Estes profissionais devem estar inscritos
no Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumento de Defesa Ambiental.

• As penalidades disciplinares ou compensatórias pelo não cumprimento das


medidas necessárias à preservação ou correção da degradação ambiental

Instrumento que objetiva o estabelecimento de penalidades disciplinares ou


compensatórias pelo não cumprimento das medidas necessárias à preserva-
ção ou correção da degradação ambiental.

• A instituição do Relatório de Qualidade do Meio Ambiente, a ser divulgado


anualmente pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais
Renováveis (IBAMA)

Esse instrumento estabelece ao IBAMA a responsabilidade de divulgar anual-


mente um Relatório de Qualidade do Meio Ambiente.

• A garantia da prestação de informações relativas ao Meio Ambiente, obri-


gando-se o Poder Público a produzi-las, quando inexistentes

Esse instrumento estabelece a obrigatoriedade do poder público em produzir


informações sobre o meio ambiente.

• O Cadastro Técnico Federal de atividades potencialmente poluidoras e/ou


utilizadoras dos recursos ambientais

O objetivo deste instrumento é controlar as empresas que causam poluição ou


utilizam recursos ambientais, as quais devem estar inscritas neste cadastro.

• Os instrumentos econômicos, como concessão florestal, servidão ambien-


tal, seguro ambiental e outros

Concessão florestal – Obter autorização para explorar, direta ou indire-


tamente, florestas públicas, com coleta de sementes; atividades turísticas.
Servidão ambiental – Quando o proprietário rural renuncia à explora-
ção total ou parcial dos recursos naturais de sua propriedade. A área
destinada à servidão não pode ser inferior ao percentual destinado à
área de reserva legal.
Seguro ambiental - Seguro contra acidentes ambientais, por exem-
plo. No entanto, este instrumento se encontra ainda pendente de regu-
lamentação.

e-Tec Brasil 22 Curso Técnico em Meio Ambiente


2. Estrutura do Sistema Nacional do Meio
Ambiente (SISNAMA)
A seguir, a estrutura do SISNAMA, composta por órgãos e por entidades da
União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, bem
como as fundações instituídas pelo Poder Público, responsáveis pela proteção
e melhoria da qualidade ambiental, ou seja, responsáveis por efetivar a Política
Nacional do Meio Ambiente.

O sistema nacional do meio ambiente apresenta a seguinte estrutura:


• Órgão superior – o Conselho de Governo, com a função de assessorar o
Presidente da República na formulação da política nacional e nas diretrizes
governamentais para o meio ambiente e os recursos ambientais;
• Órgão consultivo e deliberativo – o Conselho Nacional do Meio Ambiente
(CONAMA), com a finalidade de assessorar, estudar e propor, ao Conselho
de Governo, diretrizes de políticas governamentais para o meio ambiente e
para os recursos naturais, e deliberar, no âmbito de sua competência, sobre
normas e padrões compatíveis com o meio ambiente ecologicamente equi-
librado e essencial à sadia qualidade de vida;
• Órgão central – a Secretaria do Meio Ambiente da Presidência da República,
com a finalidade de planejar, coordenar, supervisionar e controlar, como
órgão federal, a política nacional e as diretrizes governamentais fixadas
para o meio ambiente;
• Órgãos executores – o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis, com a finalidade de executar e fazer executar, como
órgão federal, a política e diretrizes governamentais fixadas para o meio
ambiente;
• Órgãos seccionais – os órgãos ou entidades estaduais responsáveis pela
execução de programas, projetos e pelo controle e fiscalização de ativida-
des capazes de provocar a degradação ambiental;
• Órgãos locais – os órgãos ou entidades municipais, responsáveis pelo con-
trole e fiscalização dessas atividades, em suas respectivas jurisdições;

Vamos procurar entender quais são as atribuições de cada um desses órgãos.

• Órgão superior: Conselho de Governo

É a reunião de ministros de Estado e secretários especiais que auxiliam o


Presidente da República na formulação de diretrizes governamentais para o
meio ambiente e os recursos naturais.

Introdução à Legislação Ambiental 23 e-Tec Brasil


• Órgão consultivo e deliberativo: Conselho Nacional do Meio Ambiente
(CONAMA)

É um conselho de caráter consultivo e deliberativo, que reúne representan-


tes do governo federal, estadual, municipal, sociedade civil e o setor
Caráter consultivo: assessorar, empresarial. Seu objetivo é estabelecer normas gerais de proteção ao meio
estudar e propor, ao conselho de ambiente.
governo, diretrizes.

Caráter deliberativo: deliberar • Órgão central: a Secretaria do Meio Ambiente da Presidência da República.
sobre normas e padrões para um
meio ambiente ecologicamente
equilibrado – através das Seu objetivo é planejar, coordenar, supervisionar e controlar a Política Nacio-
Resoluções. (Exemplo –
Licenciamento Ambiental:
nal do Meio Ambiente.
Resolução CONAMA 237/97.)
• Órgãos executores

Representados pelo IBAMA responsável por executar e fazer executar a PNMA.

Como exemplo das atribuições do IBAMA, podemos citar o procedimento


administrativo de licenciamento ambiental para atividades que afetam mais
de um estado, ou fronteiras.

• Órgãos seccionais

Representados pelos órgãos estaduais. Como exemplo podemos citar o Insti-


tuto Ambiental do Paraná (IAP), que tem atribuições como efetivar e realizar o
licenciamento ambiental que envolve mais de um município, fazer cumprir o
Código Florestal, emissão de autorização para corte, supressão de vegetação,
emitir outorga para uso dos recursos hídricos, entre outras.

• Órgão locais

Representados pelos órgãos municipais de meio ambiente devidamente insti-


tuídos. Como exemplo de atribuição está o licenciamento ambiental de ativi-
dades com impactos nos limites do município.

3 Licenciamento Ambiental - Resolução


CONAMA 237/97
O Licenciamento Ambiental é um procedimento administrativo pelo qual o
órgão ambiental competente licencia a localização, a instalação, a ampliação
Baseada na figura disponível em: e a operação de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambi-
http://www.rc.unesp.br/semageo
/Mao_plantando.jpg>. entais, consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras, ou daquelas que,

e-Tec Brasil 24 Curso Técnico em Meio Ambiente


sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental, considerando as
disposições legais e regulamentares e as normas técnicas aplicáveis ao caso.

Por sua vez, a licença ambiental é o ato administrativo pelo qual o órgão ambien-
tal competente estabelece as condições, restrições e medidas de controle ambi-
ental que deverão ser obedecidas pelo empreendedor, pessoa física ou jurídica,
para localizar, instalar, ampliar e operar empreendimentos ou atividades utiliza-
doras dos recursos ambientais consideradas efetiva ou potencialmente poluido-
ras, ou aquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental.

Exemplos de atividades que estão sujeitas ao licenciamento ambiental:

• Extração e tratamento de minerais, indústria metalúrgica, indústria de mate-


rial elétrico, eletrônico e comunicações, indústria de madeira, indústria de
papel e celulose, indústria de borracha, indústria química.

• Serviços de utilidade: transmissão de energia elétrica, estações de tratamen-


to de água e tratamento de esgoto sanitário, tratamento e destinação de
resíduos industriais (líquidos e sólidos), tratamento e destinação de resíduos
sólidos urbanos.

• Atividades agropecuárias como a criação de animais, o uso de recursos natu-


rais como a silvicultura e exploração econômica da madeira ou lenha e sub-
produtos florestais

Em um processo de licenciamento ambiental, há três tipos de licença ambien-


tal. Vamos conhecê-las!

Para cada etapa do processo de licenciamento ambiental, é necessária a licen-


ça adequada no planejamento de um empreendimento ou de uma atividade,
a licença prévia (LP), na construção da obra, a licença de instalação (LI) e, na
operação ou funcionamento, a licença de operação (LO).

A Licença Prévia (LP)

A LP deve ser solicitada na fase preliminar do planejamento da atividade. É ela


que atestará a viabilidade ambiental do empreendimento, aprovará sua locali-
zação e concepção e definirá as medidas mitigadoras e compensatórias dos
impactos negativos do projeto.

Para as atividades consideradas efetiva ou potencialmente causadoras de


significativa degradação ambiental, a concessão da licença prévia dependerá

Introdução à Legislação Ambiental 25 e-Tec Brasil


de aprovação de estudo prévio de impacto ambiental e respectivo relatório de
impacto sobre o meio ambiente (EIA/Rima).

É nesta fase que

• são levantados os impactos ambientais e sociais prováveis do empreendimento;


• são avaliadas a magnitude e a abrangência de tais impactos, são formuladas
medidas que, uma vez implementadas, serão capazes de eliminar ou atenu-
ar os impactos;
• são ouvidos os órgãos ambientais das esferas competentes e os órgãos e
entidades setoriais, em cuja área de atuação se situa o empreendimento;
• são discutidos com a comunidade, caso haja audiência pública, os impactos
ambientais e respectivas medidas mitigadoras e compensatórias;
• é tomada a decisão a respeito da viabilidade ambiental do empreendimen-
to, levando-se em conta sua localização e seus prováveis impactos, em con-
fronto com as medidas mitigadoras dos impactos ambientais e sociais.

A Licença de Instalação (LI)

Antes do início de qualquer obra, deve-se solicitar a licença de instalação no


órgão ambiental, que verificará se o projeto é compatível com o meio ambien-
te afetado. Essa licença dá validade à estratégia proposta para o trato das
questões ambientais durante a fase de construção.

Ao conceder a licença de instalação, o órgão gestor de meio ambiente terá:

• autorizado o empreendedor a iniciar as obras;


• concordado com as especificações constantes dos planos, programas e
projetos ambientais, seu detalhamento e respectivo cronograma de imple-
mentação;
• verificado o atendimento das condicionantes determinadas na licença prévia;
• estabelecido medidas de controle ambiental, com vista a garantir que a fase
de implantação do empreendimento obedecerá aos padrões de qualidade
ambiental estabelecidos em lei ou regulamentos e fixadas as condicionantes
da licença de instalação (medidas mitigadoras e/ou compensatórias).

A Licença de Operação (LO)

A licença de operação autoriza o interessado a iniciar suas atividades. Tem por


finalidade aprovar a forma proposta de convívio do empreendimento com o
meio ambiente e estabelecer condicionantes para a continuidade da operação.

e-Tec Brasil 26 Curso Técnico em Meio Ambiente


Sua concessão é por tempo finito. A licença não tem caráter definitivo, por-
tanto sujeita o empreendedor à renovação.

A licença de operação se reveste de três características básicas:

• é concedida após a verificação, pelo órgão ambiental, do efetivo cumpri-


mento das condicionantes estabelecidas nas licenças anteriores (prévia e de
instalação);
• contém as medidas de controle ambiental que servirão de limite para o
funcionamento do empreendimento ou atividade; e
• especifica as condicionantes determinadas para a operação do empreendi-
mento, cujo cumprimento é obrigatório, sob pena de suspensão ou cance-
lamento da operação.

Procedimentos para a obtenção da Licença Ambiental

• 1ª Etapa – Identificação do órgão ambiental competente para licenciar

A tarefa de licenciar é, em regra, dos Estados. Cabe ao IBAMA o licenciamento


de atividades e obras com significativo impacto ambiental, de âmbito nacional
ou regional, e será competência dos municípios licenciar quando se referir a
florestas públicas de domínio do município, unidades de conservação criadas
pelo município e casos que lhe forem delegados por convênio ou outro instru-
mento admissível, ouvidos, quando couber, os órgãos competentes da União,
dos estados e do Distrito Federal.

• 2ª Etapa – Licença Prévia

Para a obtenção da licença prévia de um empreendimento, o interessado


deverá procurar o órgão ambiental competente ainda na fase preliminar de
planejamento do projeto.

Inicialmente, o órgão ambiental definirá, com a participação do empreende-


dor, os documentos, projetos e estudos ambientais necessários ao início do
processo de licenciamento.

Em seguida, o empreendedor contratará a elaboração dos estudos ambien-


tais, que deverão contemplar todas as exigências determinadas pelo órgão
licenciador.

Nessa fase ainda não é apresentado o projeto básico, que somente será elabo-
rado depois de expedida a licença prévia.

Introdução à Legislação Ambiental 27 e-Tec Brasil


O pedido de licenciamento deverá ser publicado em jornal oficial do ente
federativo e em periódico regional ou local de grande circulação.

Depois de receber a solicitação de licença e a documentação pertinente, o


órgão ambiental analisará o processo e realizará, se necessário, vistoria técni-
ca no local emque será implantado o empreendimento

Finalizada a análise, o órgão licenciador emite parecer técnico conclusivo


decidindo pelo deferimento ou indeferimento do pedido de licença, dando-se
a devida publicidade.

Ao expedir a licença prévia, o órgão ambiental estabelecerá as medidas miti-


gadoras que devem ser contempladas no projeto de implantação.

O cumprimento dessas medidas é condição para solicitar e obter a licença de


instalação.

Após pagamento e retirada da licença prévia, o empreendedor deve publicar


informativo comunicando a concessão no diário oficial da esfera de governo
que licenciou e em jornal de grande circulação.

Para a obtenção da licença prévia de um empreendimento, o interessado


deverá procurar o órgão ambiental competente ainda na fase preliminar de
planejamento do projeto.

Inicialmente, o órgão ambiental definirá, com a participação do empreende-


dor, os documentos, projetos e estudos ambientais necessários ao início do
processo de licenciamento.

Em seguida, o empreendedor contratará a elaboração dos estudos ambien-


tais, que deverão contemplar todas as exigências determinadas pelo órgão
licenciador.

Nessa fase ainda não é apresentado o projeto básico, que somente será elabo-
rado depois de expedida a licença prévia.

O pedido de licenciamento deverá ser publicado em jornal oficial do ente


federativo e em periódico regional ou local de grande circulação.

• 3ª Etapa – Elaboração do Projeto Básico

e-Tec Brasil 28 Curso Técnico em Meio Ambiente


De posse da LP, o próximo passo do empreendedor é elaborar o projeto básico
do empreendimento (projeto de engenharia).

O projeto deve possibilitar a avaliação do custo da obra e a definição dos méto-


dos e do prazo de execução.

A elaboração do projeto básico antes da concessão da licença prévia não deve


ser adotada.

Ao solicitar essa licença, o empreendedor não tem garantia de que ela será
outorgada.

Também é possível que, para a licença ser autorizada, o projeto tenha que
sofrer modificações em itens como localização e solução técnica.

Por isso, não faz sentido gastar recursos com a elaboração de projeto básico
que pode não ser autorizado ou possivelmente tenha de ser modificado em
sua essência.

• 4ª Etapa – Licença de Instalação

Quando da solicitação da licença de instalação, o empreendedor deve:

• comprovar o cumprimento das condicionantes estabelecidas na licença prévia;


• apresentar os planos, programas e projetos ambientais detalhados e respec-
tivos cronogramas de implementação;
• apresentar o detalhamento das partes dos projetos de engenharia que
tenham relação com questões ambientais.

Após análise, é elaborado parecer técnico com posicionamento a favor ou


contra a concessão da licença de instalação.

Concluída a análise, o empreendedor efetua o pagamento do valor cobrado


pela licença, recebe-a e publica anúncio de sua concessão no diário oficial da
esfera de governo que concedeu a licença e em periódico de grande circula-
ção na região onde se instalará o empreendimento.

• 5ª Etapa - Licença de Operação

Com base nos documentos, projetos e estudos solicitados ao empreendedor,


em pareceres de outros órgãos ambientais porventura consultados e em visto-

Introdução à Legislação Ambiental 29 e-Tec Brasil


ria técnica no local do empreendimento, o órgão elabora parecer técnico
sobre a possibilidade da concessão da licença de operação.

Em caso favorável, o interessado deve efetuar o pagamento da licença e


providenciar a publicação de comunicado a respeito do fato no diário oficial
da esfera de governo que licenciou e em jornal regional ou local de grande
circulação.

Você pode estar se perguntando: existem prazos para todas essas etapas?

Existem, sim. Vamos conhecê-los:

• I. Licença Prévia (LP)

Deverá ser, no mínimo, o estabelecido pelo cronograma de elaboração dos


planos, programas e projetos relativos ao empreendimento ou atividade, não
podendo ser superior a cinco anos.

• II. Licença de Instalação (LI)

Deverá ser, no mínimo, o estabelecido pelo cronograma de instalação do


empreendimento ou atividade, não podendo ser superior a seis anos.

• III. Licença de Operação (LO)

Deverá considerar os planos de controle ambiental e será de, no mínimo,


quatro anos e, no máximo, dez anos.

A renovação da Licença de Operação (LO) deverá ser requerida com antece-


dência mínima de 120 dias da expiração de seu prazo de validade, ficando
este automaticamente prorrogado até a manifestação definitiva do órgão
ambiental competente.

4. Um pouco mais sobre as licenças ambientais


O órgão ambiental competente, mediante decisão motivada, poderá modifi-
car os condicionantes e as medidas de controle e adequação, suspender ou
cancelar uma licença expedida, quando ocorrer:

• I. violação ou inadequação de quaisquer condicionantes ou normas legais.


• II. omissão ou falsa descrição de informações relevantes que subsidiaram a
expedição da licença.

e-Tec Brasil 30 Curso Técnico em Meio Ambiente

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