Você está na página 1de 7

ESCOLA CRESCER

CIÊNCIAS

PROGRAMAS DE CONSERVAÇÃO AMBIENTAL NO ÂMBITO


NACIONAL E INTERNACIONAL

CONCEIÇÃO DO ARAGUAIA – PARÁ

NOVEMBRO DE 2021
Escola Crescer

Disciplina: Ciências

Professor: Júlio Cabral

Alunos: Luiz Eduardo Gomes Araújo e Nicolas Alencar

Data: 10\11\2021

Programas de Conservação Ambiental no âmbito


Nacional e internacional

Conceição do Araguaia – Pará

Novembro de 2021
O direito internacional ambiental é derivado de um processo de expansão
do direito internacional moderno, que não trata apenas de fronteiras, como o
direito internacional clássico, mas também de problemas comuns, processo
típico de um período de globalização jurídica. O Direito Ambiental é disciplina
autônoma compreendida entre os novos direitos contemporâneos, surge como
resultado da crise ambiental. A origem do direito ambiental é associada à
legislação de proteção dos ecossistemas a partir da década de 60 e 70 do
século XX, da sociedade de consumo e dos acidentes ambientais.

A questão ambiental é elemento central das políticas públicas e do


desenvolvimento de sistemas legais que lidam com os temas ambientais atuais
que explicitam um dramático ponto limite. Mudanças climáticas; desmatamento
e desertificação; drama urbano; extinção de espécies e biodiversidade;
produção de resíduos; delicada situação da água; questão nuclear; acidentes
ambientais é etc... em diversos lugares do mundo.

A evolução dos fundamentos deste Direito não se deu por influência de


debates de cunho meramente político ou econômico, mas sim oriunda de
constatações científicas que demonstraram a real necessidade de se
regulamentar de forma internacional as questões voltadas à preservação do
meio ambiente para as futuras gerações, inclusive tendo em foco a própria
perpetuação da raça humana em um planeta, ao menos, razoavelmente
conservado. Seus propósitos se constituem, assim, de nobreza aos
companheiros de vida (a fauna e a flora no mundo) e ao mesmo tempo uma
limitação à arrogância consumista inerente ao ser humano, enfaticamente
demonstrada na existência há tempos atrás de uma concepção dominante que
pensava a relação com os recursos naturais de forma meramente egoística, os
tratando como infindáveis, inesgotáveis, meramente utilitários ao crescente
progresso da humanidade.

O sujeito, por excelência, do direito internacional ambiental continua a ser


o Estado, mas as organizações internacionais e intergovernamentais
desempenham um papel cada vez mais importante na formulação e no seu
desenvolvimento, sobressaindo a atuação das Nações Unidas e das principais
organizações intergovernamentais, como o IMO, UNESCO, FAO e o PNUMA.

Os primeiros tratados bilaterais de proteção de determinados recursos


naturais: Convenção entre França e Grã-Bretanha proibindo a pesca de ostras
em determinados períodos (11/11/1867); a Convenção destinada à
conservação das espécies de animais na África que são úteis ao homem ou
inofensivos (19/05/1900); a Convenção concernente a exploração e
conservação de pescados na fronteira do Rio Danúbio (15/01/1902);
Convenção para proteção de aves (19/03/1902).

Com a criação das Nações Unidas (1945) intensifica-se a adoção de


instrumentos legais na área ambiental. Contudo, somente com a Conferência
das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, em Estocolmo (1972) e
com a Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e
Desenvolvimento, no Rio de Janeiro (1992) – estabelece-se sistema de
coordenação da temática ambiental de forma global e articulada
(mundialização dos problemas ambientais).

As fontes do Direito Internacional Ambiental são as do Direito


Internacional, tal como enumeradas pelo art. 38 do Estatuto da Corte
Internacional de Justiça: tratados, o costume internacional, os princípios gerais
do direito, as decisões judiciárias e a doutrina dos autores mais qualificados.

O Direito Internacional ambiental apresenta peculiaridades: a) utilização


de tratados de cunho genérico, tratados-quadro, umbrella conventions (p. ex.
Convenção do Clima) e de certo de número de textos não obrigatórios (soft
law). Atualmente os tratados multilaterais passam de 300 e existem cerca de
900 tratados bilaterais. O Costume como prática geral aceita como sendo
direito não pode ser ignorada na área ambiental. Por exemplo, a Corte
Internacional de Justiça reconheceu o desenvolvimento de direito costumeiro
diante do princípio 21 da Declaração de Estocolmo e do princípio 3 da
Declaração do Rio. No campo das decisões judiciárias a Corte Internacional de
Justiça (CIJ) criou em sua estrutura Câmara competente para apreciar matéria
ambiental (1993).

Importante registrar que as resoluções, declarações, programas de ação


exercem profunda influência na área ambiental, p. ex. Resolução 37/7 das
Nações Unidas de 28/10/1982 – aprova a Carta Mundial da Natureza;
Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento – Carta de
Princípios; Agenda 21 – programa de ação. Não existe um organismo que trate
das questões ambientais, mais um programa, o PNUMA (UNEP) – Programa
das Nações Unidas para o Meio Ambiente, criado com a Conferência de
Estocolmo (1972) com sede em Nairóbi (Quênia). O PNUMA possui a seguinte
estrutura: Conselho Executivo do Programa: composto de representantes de
cinquenta Estados eleitos pela Assembleia Geral – encarregado de elaborar a
política do meio ambiente; Secretariado do Meio Ambiente – centraliza a ação
do Programa e assegura a coordenação entre os organismos das Nações
Unidas em matéria de meio ambiente e o Fundo do Meio Ambiente – fornece
assistência financeira aos programas ambientais.

Após a Conferência Rio 92 foi criada pela Assembleia Geral da ONU a


Comissão de Desenvolvimento Sustentável (CDS), com composição de 53
Estados Membros, com mandato de 03 anos, possuindo o papel de examinar a
implementação da Agenda 21, nos níveis nacional, regional e internacional.
Outros organismos internacionais com conexão ambiental como a UNESCO
que trata do meio ambiente cultural e natural (programa reserva da biosfera e
política das águas); a OIT – Organização Internacional do Trabalho, que trata
do tema do meio ambiente do trabalho; a Agência Internacional de Energia
Atômica, que controla o uso da energia nuclear; a Comissão Internacional
sobre a Pesca da Baleia, quen ; FAO – Organização das Nações Unidas para a
Alimentação e a Agricultura, que trata das relações da agricultura com o meio
ambiente; a OMS – Organização Mundial de Saúde, que trata das relações
entre saúde e meio ambiente; OMM – Organização Meteorológica Mundial, que
trata do clima e das alterações climáticas e influenciaram o surgimento da
IPCC Painel Intergovernamental das Mudanças Climáticas; a OMI –
Organização Marítima Internacional, que trata do direito do mar.

O Ato Único Europeu (1987) introduziu expressamente o meio ambiente


no Tratado de Roma, considerando a proteção ambiental como integrante da
política comunitária (art. 174, ex art. 130R) e o Tratado de Maastricht (Tratado
da União Europeia, 1992) estabelecendo o princípio do desenvolvimento
sustentável (preâmbulo). Necessário registrar que na Europa o Tratado de
Roma (1957), que instituiu a Comunidade Econômica Europeia (CEE) não
indicava qualquer referência ao meio ambiente (“adoção de medidas com
incidência direta no mercado comum” – art. 100). A Diretiva 79/409 estabeleceu
a proteção de aves selvagens e dos seus habitats. Posteriormente a Corte
Europeia (1982) decidiu que “a perspectiva do meio ambiente como um dos
objetivos essenciais da Comunidade”. Claro que mesmo antes a Declaração de
Paris (1972) – formulada pelos Chefes de Estado e de Governo com
preocupação pela proteção do meio ambiente, assumindo um compromisso de
elaboração de um programa de ação em matéria ambiental. São objetivos:
preservar, proteger e melhorar a qualidade do ambiente; contribuir para a
proteção da saúde das pessoas; assegurar uma utilização prudente e racional
dos recursos naturais.

No MERCOSUL o processo de integração leva à harmonização das


legislações dos países integrantes (art. 25, Protocolo de Ouro Preto/1994 –
aperfeiçoa o Tratado de Assunção de 1991). O Mercosul tem como
antecedentes imediatos a integração argentino-brasileira. North American Free
Trade Agreement (NAFTA: Canadá, México e EUA 1992) possui um Acordo
Lateral de Meio Ambiente (Environmental Side Agreement), embora seja uma
área bastante incipiente diante das diferenças no patamar de proteção
ambiental entre os Estados.

No âmbito ambiental observa-se uma expansão subjetiva: a atuação


crescente de ONGs internacionais (WWF, Greenpeace); e uma expansão
normativa e institucional com assimetria convencional: diversidade de
obrigações e direitos das partes; compromissos graduais em matéria
ambiental: progressividade e continuidade do processo normativo através dos
tratados-quadro, completados por sucessivos protocolos. Por fim, verificam-se
novos aportes, como o direito da “ingerência ecológica”, exceção ao princípio
da jurisdição exclusiva do Estado.

O Comércio e o meio ambiente: a Organização Mundial do Comércio e a


questão ambiental, necessário registrar que a OMC pode considerar legais
restrições feitas por Estado-membro para conservação dos recursos naturais,
desde que tais recursos estejam sendo dizimados e as medidas externas
sejam realizadas concomitantemente com ações de restrição de produção e
consumo domésticos (GATT, art. XX, g). São casos emblemáticos: Tuna-
Dolphin (1991) e Tuna-Dolphin II (1994) – embargo dos Estados unidos à
importação de atum; e Shrimp/turtle – embargo dos EUA à importação de
camarão: foram consideradas violações às regras de livre comércio a atuação
dos EUA.
Assim, temos que suas disposições são amplamente recomendatórias e
principiológicas (substrato normativo positivos e genérico, objetivando em
último fim sua conversão em normas jurídicas), visando em um primeiro
momento influenciar, nortear e permear as decisões dos Governos e dos
Judiciários dos Estados na regulamentação de seus Direitos Ambientais locais,
a fim de posteriormente expandir e fortalecer tais normas, criando um Direito
Ambiental Internacional com maior autonomia e força normatizadora, de acordo
com bases internacionais de cooperação e de diplomacia parlamentar.
Também por serem flexíveis, tais normas buscam conferir certa uniformidade
estrutural às regras jurídicas e aos valores fundamentais compartilhados pela
comunidade internacional quanto ao tema, sendo muitas vezes adotadas nas
legislações internas de vários Estados e também como substrato da
formulação legal de normas e outros atos. Quanto a essas questões, o
princípio do Poluidor-Pagador, por exemplo, que vem de tempos mais antigos,
busca suscitar a correção das externalidades negativas do processo industrial
através de uma forma econômica, geralmente a mais eficaz na solução dos
problemas, ao mesmo tempo punindo as práticas que provoquem custos
ambientais e/ou sociais causados pelas indústrias, e pela sanção promovendo
o progresso de novas tecnologias e métodos que possam reduzir ou substituir
as formas mais poluentes e perigosas utilizadas no processo industrial.

Os tratados multilaterais, portanto, exercem um papel importante à


construção de direitos voltados ao meio ambiente e reiteram, através dos
princípios, a necessidade de formação de um sistema regulatório ambiental
comum que lide com as questões mais problemáticas, sobretudo quando se
trata das alterações climáticas e seus prejuízos ao homem e à natureza, como
evidenciado pela Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do
Clima e negociações como o Protocolo de Kyoto, reiterando a necessidade de
os Estados assumirem suas responsabilidades comuns frente ao grave
problema, e a proposição de solução para ao menos reduzir os danos
causados. Dentro deste contexto, os estudos concernentes ao princípio do
Desenvolvimento Sustentável servem como uma “moldura” que visa integrar
estratégias e medidas voltadas ao campo das políticas ambientais (gestão
ambiental) e ao desenvolvimento socioeconômico, a fim de que se respeitem
os limites finitos da natureza e se permita transmitir às gerações futuras o
legado ambiental com a esperaça de fazerem diferente.
BIBLIOGRAFIA

https://www.megajuridico.com/o-direito-internacional-ambiental/.

Você também pode gostar