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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO RN

DIRETORIA ACADÊMICA DE TECNOLOGIA EM RECURSOS NATURAIS


CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM GESTÃO AMBIENTAL

Avaliação relativa à primeira etapa do Módulo III da disciplina Legislação


Ambiental
Professor: Antômar Galvão Pinheiro
Enviado em 05 de fevereiro de 2021, para ser entregue até o dia 13 de
fevereiro de 2021.

ALUNO (A): Darlene Alves do Nascimento

DESCREVA DE FORMA RESUMIDA, acerca dos temas a seguir, destacando


os principais acontecimentos que influenciaram ou contribuíram, ao longo do
tempo, como também, os dispositivos legais, que foram se consolidando, até
os dias atuais.
01. A EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ECOLÓGICO NO MUNDO ( 2,00 )
Com o advento da revolução industrial, no século XVIII, a velocidade da
destruição aumentou de forma tal que, após dois séculos de industrialização,
muitos ecossistemas foram totalmente destruídos, mudanças sentidas no
clima, diminuição da camada de ozônio e a alteração da qualidade foram
alguns fatores desta industrialização.
Em 1956, Londres aprovou a lei do ar puro, após em 1952 o país sofrer
um desastre ecológico, poluição atmosférica, que matou milhares de pessoa.
Também nesta época inicia-se o debate ambientalista nos EUA.
A década de 1960 foi marcada pela criação do Clube de Roma, e em
1972 o Clube de Roma publicou o relatório The Limits of Growt - os limites do
crescimento denunciando o efeito nefasto do modelo de desenvolvimento então
em vigor. Também em 1972, a Organização das Nações Unidas – ONU -
realizou a Conferência de Estocolmo, primeira conferência da ONU sobre o
meio ambiente. Onde foi publicada a Declaração sobre o Ambiente Humano e
estabeleceu-se o Plano de Ação Mundial e também foi criado o PNUMA
(Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) com sede em Nairóbi,
no Kenya.
Em 1987 a Comissão Brundtland, criada pela ONU, divulgou o
documento Nosso Futuro Comum em que realça a tese do desenvolvimento
sustentável como alternativa para o modelo vigente que nega um futuro mais
saudável para as futuras gerações. Vinte anos após a conferência de
Estocolmo ocorre a Rio 92, no Rio de Janeiro. Desse encontro/ conferência
surgem documentos importantes: Carta da Terra, Declaração sobre as
Florestas, Convenção sobre a Diversidade Ecológica e a Agenda 21.
Em 1993 foi Criado o comitê técnico – ISO /TC 207, que elaborou a série
de normas ISO 14000, refletindo a evolução dos selos ambientais. Em 1997,
numa reunião que envolveu convenção da ONU realizada em Kyoto, no Japão ,
os representantes de diversos países aprovaram um documento denominado
Protocolo de Kyoto. O protocolo estabeleceu metas para que os países
desenvolvidos diminuíssem a emissão de carbono até 2012. Diversos países
assinaram o Protocolo na ocasião ou aderiram depois, porém os EUA, país
responsável por grande parte da emissão de carbono na atmosfera da terra,
não assinou o protocolo, o que para muitos inviabiliza o acordo. Outra
preocupação é o que pode ocorrer após 2012.

02. A QUESTÃO AMBIENTAL BRASILEIRA ( 2,00 )


A questão ambiental no Brasil, como em todo plan eta, demorou muito
para receber um tratamento jurídico adequado, pois o direito sempre
acompanha à distância a evolução social. O Código Civil de 1916 tratou de
aspectos ambientais, porém com enfoque antropocêntrico como, por exemplo,
o direito de vizinhança. No Brasil, foi publicado o Decreto 24.643, em 10 de
Julho de 1934, que aprovou o Código de Águas Brasileiro. Em 1934, O Código
Penal da década de 1940 traz alguns tipos penais que tratam de assuntos
como contaminação de águas.
Em 1937 é criado o Parque Nacional do Iguaçu, marco inicial para a
constituição legal das reservas florestais e demais unidades de conservação.
Nos anos de 1960, em pleno regime militar é criado o IBDF e a FUNAI, além
das Leis 4771/65 – Código Florestal e 5197/67 - Lei de Proteção à Fauna. Em
1973 é criada a Secretaria Especial do Meio Ambiente – SEMA, ligada ao
Ministério do Interior. Em 1981 foi sancionada, no Brasil, a lei 6938/81, que
dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente - PNMA. Outro reforço legal
foi a Lei 7347/85, que disciplina a Ação Civil Pública, o combate aos danos
causados ao meio ambiente ganhou um reforço de peso, pois com essa lei as
associações que defendiam a natureza ganharam o poder de acionar
judicialmente quem destruía a natureza. A lei cria uma importante ferramenta
para efetivação do princípio da precaução: o Termo de Ajustamento de
Conduta (TAC).
A promulgação da Constituição de 1988 elevou o meio ambiente à seara
constitucional, num capítulo específico e também em artigos que tratam da
questão econômica e social. Em 1992 a SEMA se transforma em Ministério do
Meio Ambiente em consonância com a nova visão ambiental. Em 1998, é
sancionada a lei 9605/98 – a lei de crimes ambientais, trazendo inovações
jurídicas como a responsabilidade penal da pessoa jurídica e penalizações de
condutas que antes eram tratadas como simples contravenções.

As relações no direito internacional se pautam pela inexistência de um poder


central mundial, pela igualdade jurídica e a soberania entre os Estados, como
também pelo princípio da não intervenção. ACORDO, CONVENÇÃO,
PROTOCOLO E TRATADO, são alguns dos documentos produzidos, em
razão dessas relações.
03. FAÇA UMA SÍNTESE, DESTACANDO A SUA APLICABILIDADE, E
EXEMPLIFIQUE DE MODO REAL, ALGUNS DESTES DOCUMENTOS
CELEBRADOS, ENVOLVENDO A TEMÁTICA DO MEIO AMBIENTE. ( 2,00 )
As Nações Unidas produzem vários documentos jurídicos, sobre os mais
diversos temas, que vão do direito das crianças até as questões ecológicas. Os
instrumentos são utilizados para expressar a concordância dos Estados-
membros sobre temas de interesse internacional e os mais comuns são
acordos, tratados, convenções e protocolos:
Acordos – é usado, geralmente, para caracterizar negociações bilaterais de
natureza política, econômica, comercial, cultural, científica técnica. Podem ser
firmados entre países ou entre um país e uma organização internacional .
Exemplo: Acordos regionais como o Acordo regional sobre o transporte fronteiriço
de produtos perigosos na América Central (1992);
Tratados – atos bilaterais ou multilaterais aos quais se deseja atribuir especial
relevância política. Exemplo: Tratado que proíbe testes da arma nuclear na
atmosfera, no espaço e sob a água (5 agosto 1963);
Convenção – empregada para designar atos multilaterais, oriundos de
conferências internacionais e que abordem assunto de interesse geral.
Exemplo: Convenção de Viena para a proteção da camada de ozônio (22 março
1985);
Protocolo – acordos menos formais que os tratados. O termo é utilizado,
ainda, para designar a ata final de uma con ferência internacional. Exemplo: O
Protocolo de Montreal compele os países signatários a fazerem reduções significativas
na produção e no consumo de determinados produtos químicos, como CFCs
(clorofluorcarbonos), HCFCs (hidroclorfluorcarbonetos) e HBFCs
(hidrobromofluorcarbonetos), que têm reduzido a camada de ozônio

Alguns conceitos jurídicos são relevantes, no que se refere à atuação do poder


judiciário e do ministério público, nas questões litigiosas. Dentre eles, podemos
destacar: COMPETÊNCIA, JURISDIÇÃO E HIERARQUIA DAS NORMAS.
04. DESCREVA DE FORMA RESUMIDA, OS SEUS SIGNIFICADOS,
EXEMPLIFICANDO QUANTO AO MEIO AMBIENTE. ( 2,00 )
Competência é o substantivo feminino com origem no termo em latim
competere que significa uma aptidão para cumprir alguma tarefa ou função.
Também é uma palavra usada como sinônimo de cultura, conhecimento e
jurisdição. Em muitos casos, esta palavra indica um atributo legal de um juiz
ou funcionário que revela a sua capacidade de julgar uma determinada causa.
No âmbito jurídico, a competência expressa a responsabilidade e
legitimidade de um órgão judicial (como um juiz, por exemplo) de exercer a sua
jurisdição. Assim, a competência fixa os limites dentro dos quais esse órgão
judicial pode atuar. A distribuição de competências, em matéria ambiental,
segue a mesma orientação da Constituição Federal em relação a outras
matérias (SILVA, 2007, p. 75). Neste sentido, a Constituição federal,
estabelece a competência comum a todos os entes federativos a proteção
ambiental e o combate à poluição em qualquer das suas formas, bem como a
preservação das florestas, da fauna e da flora. Trata-se da competência
material ou administrativa.
O termo jurisdição vem do latim, que significa dizer o direito (juris=direito,
dição=dizer). Trata-se do poder e prerrogativa de um órgão (no Brasil, é o
Poder Judiciário), de aplicar o direito, utilizando a força do Estado para que
suas decisões sejam eficazes. Como supracitado, no Brasil o Poder Judiciário,
em regra, é detentor do monopólio desse poder, realizando a chamando
jurisdição, garantindo o uso da jurisdição de forma imparcial. No que diz
respeito à jurisdição na área ambiental, o Ministério Público tem o dever
constitucional de proteger o meio ambiente. Ao desenvolver este papel de
tutor do ambiente ele desenvolve atividades em três âmbitos do direito: o
administrativo, o civil e o penal. Dessa maneira, o Ministério Público fiscaliza
as funções administrativas dos órgãos que fazem parte da administração
pública e que trabalham na defesa do meio ambiente; bem como facilita o
acesso à justiça, trabalhando como representante da coletividade, quando da
instauração do Inquérito Civil e da propositura da Ação Civil Pública; além de
atuar repressivamente e punitivamente, por meio da Ação Penal Pública em
defesa do meio ambiente.
A hierarquia das normas é a graduação de autoridade das normas, que é a
base de toda composição e andamento do progresso, pois para que tal seja
possível, é necessário que se atenha ao que dispõe as regras hierárquicas.
Ela foi proposta primeiramente por Hans Kelsen, jurista alemão do século
passado, que também é chamada de “Pirâmide de Kelsen”. No Brasil, a
Pirâmide de Kelsen é de fácil visualização, quando olhamos para o sistema
jurídico pátrio: Constituição Federal, Emendas à Constituição, Leis
Complementares, Leis Ordinárias, Leis Delegadas, Medidas Provisórias e
Outras normas. A estrutura criada por Kelsen consagra a supremacia da
Norma Constitucional e estabelece uma dependência entre as normas
escalonadas, já que a norma de grau inferior sempre será válida se, e somente
se, fundar-se nas normas superiores.

A seguir são listados, alguns dos princípios, que norteiam o direito ambien tal
brasileiro; DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL; POLUIDOR-PAGADOR;
RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA; PREVENÇÃO; FUNÇÃO SÓCIO
AMBIENTAL DA PROPRIEDADE; PRIORIDADE DA REPARAÇÃO
ESPECÍFICA DO DANO AMBIENTAL; E SUPREMACIA DO INTERESSE
PÚBLICO NA PROTEÇÃO DO MEIO AMBIENTE EM RELAÇÃO AOS
INTERESSES PRIVADOS.
05. ESCOLHA 04 (QUATRO), E FAÇA UMA SÍNTESE, DE FORMA
RESUMIDA, EXEMPLIFICANDO DE MODO REAL, A SUA
APLICABILIDADE. ( 2,00 )
Há princípios que são universais e servem para todos os ramos do direito,
outros são mais específicos de determinado ramo da ciência jurídica.
Apontamos aqui alguns princípios relevantes que se referem ao direito
ambiental dentre os apontados pela doutrina especializada:
Princípio do Desenvolvimento Sustentável: surgiu na Conferência de
Estocolmo, em 1972, e permaneceu em todos os documentos subseqüentes,
sendo oficializado pela ONU no Nosso Futuro Comum. A operacionalização
desse princípio deve levar em consideração a compatibilidade entre o
desenvolvimento e a preservação do ambiente.(NALINI, 2001, p.26). Para que
ocorra o desenvolvimento sustentável é necessário que haja uma
harmonização entre o desenvolvimento econômico, a preservação do meio
ambiente, a justiça social (acesso a serviços públicos de qualidade), a
qualidade de vida e o uso racional dos recursos da natureza, alguns exemplos
de ações sustentáveis são a geração de energia através de fontes não
poluentes como, por exemplo, eólica, solar e geotérmica; uso racional (sem
desperdício) de recursos da natureza como, por exemplo, a água, diminuição
na utilização de combustíveis fósseis (gasolina, diesel), substituindo-os por
biocombustíveis.
Princípio do Poluidor-Pagador: este princípio leva em consideração a
prevenção do dano ambiental e a repressão, mediante reparação daquele dano
já causado. “A operacionalidade desse princípio implica adoção de alguns
aspectos do regime jurídico da responsabilidade civil, quais sejam a
responsabilidade objetiva, a prioridade da reparação específica do dano
ambiental e a solidariedade para responder pelos danos cau sados ao
ambiente”. (FIORILLO, p.27). O princípio do Poluidor-Pagador não visa
autorizar a ninguém o direito de poluir, pelo contrário, ele tem como objetivo
prevenir um dano ao meio ambiente e, caso ele aconteça que não fique sem
punição e reparação. Um exemplo onde poderia ser aplicado o princípio do
poluidor-pagador é o caso de Brumadinho, onde uma barragem da mineradora
Vale se rompeu e outra transbordou em Brumadinho, na região metropolitana
de Belo Horizonte. Uma enxurrada de rejeitos de minério de ferro arrastou
prédios da empresa e casas da comunidade de Vila Ferteco - o restaurante
onde funcionários almoçavam na hora do acidente foi soterrado. Diante dos
transtornos trazidos pelo rompimento da barragem em Brumadinho é inegável
que houve falhas na prevenção do acidente que ceivou diversas pessoas,
traduzindo-se em mais uma das tragédias humanas no país. Princípio da
Responsabilidade Civil Objetiva: segundo este princípio, basta que o dano se
relacione materialmente com os atos praticados por determinada pessoa para
que essa arque com a responsabilidade civil de reparar o dano. Não é
necessário que haja uma intenção de degradar o meio ambiente, essa
responsabilidade faz parte do risco de quem se utiliza do meio ambiente para
obter lucro. Por exemplo, o funcionário de um órgão ambiental concedeu
autorização para o funcionamento de uma fábrica. Ele age de acordo com a
legislação ambiental e com o seu conhecimento, no entanto, posteriormente,
as instalações da fábrica vêm causar danos a plantação de soja de uma
determinada propriedade rural. Neste caso, o Estado é co-responsável pelo
dano provocado pela atuação não culposa do seu agente, ou seja, o ato
administrativo é legal, mas leva a responsabilidade objetiva do Estado, pois
houve um dano especial de determinados indivíduos.
Princípio da prioridade da reparação específica do dano ambiental: para a
aplicação deste princípio deve-se propiciar a recomposição do ambiente
lesado. Dessa forma, não é suficiente o pagamento em dinheiro para legitimar
um prejuízo que, muitas vezes, é irreparável. Dependendo da extensão do
dano, será adotada a medida que melhor se amolde à solução, como a
recuperação da área ou a compensação ambiental. A primeira visa a
reintegração ou recuperação dos bens afetados localmente. No segundo
caso, a intenção é a substituição dos bens afetados por outros de
funcionalidade equivalente, mesmo que em locais diferentes.

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