Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Aula 24
AULA 24
COOPERAÇÃO JURÍDICA INTERNACIONAL
Cooperação Jurídica Internacional em matéria cível .......................................................... 4
1 - Introdução .................................................................................................................................... 4
1 - Introdução ..................................................................................................................................10
2.1 - Convenção das Nações Unidas contra o crime organizado transnacional – Convenção de Palermo ................... 11
1 - Introdução ................................................................................................................................105
2 – Convenção Internacional sobre a Supressao de Atos Terroristas com Bombas (1997) ..........107
Gabarito ......................................................................................................................... 52
Olá Pessoal,
Tudo bem com vocês?! Já estamos rumo as nossas últimas aulas no curso de Direito e Direito
Internacional para o CACD (Primeira e Segunda Fases). Na aula de hoje, estudaremos os seguintes
pontos do edital acerca da Cooperação Jurídica Internacional:
Abraços,
Ricardo Vale
ricardovale@estrategiaconcursos.com.br
https://www.instagram.com/profricardovale/
https://www.instagram.com/matalanio/
1 - INTRODUÇÃO
Uma das premissas mais importantes do Direito Internacional é a de que os Estados são soberanos.
Diante de sua territorialidade de jurisdição, que é inerente ao princípio da soberania, os Estados
possuem o direito de não se sujeitar a intervenção ou qualquer ação de outros Estados dentro do
espaço de sua jurisdição1.
No entanto, em caráter excepcional, a cooperação jurídica internacional, até mesmo pela sua
importância na vida prática, é regulada pelo Direito Internacional, por vezes Público, outras vezes
Privado. É por isso que não há a violação a soberania nacional, além de seus princípios decorrentes,
caso, por exemplo, do Princípio da Não Intervenção.
Segundo dados recentes do Ministério da Justiça e da Segurança Pública, percebe-se que a maioria
dos pedidos de cooperação jurídica internacional em matéria cível decorre de questões de caráter
humanitário, como: pensão alimentícia (40%), além de questões relacionadas a paternidade,
divorcio e outros (20%) 2.
1PORTELA, Paulo Henrique Gonçalves. Direito Internacional Público e Privado: Incluindo Noções de Direitos Humanos
e de Direito Comunitário, 9ª Ed. Salvador: JusPODIVM, 2017, p. 709.
2
Artigo no site do Ministério da Justiça e da Segurança Pública: <https://www.justica.gov.br/sua-
protecao/cooperacao-internacional/cooperacao-juridica-internacional-em-materia-civil>.
A regulamentação interna da matéria cível está prevista pelo Código de Processo Civil de 20154, que
estabeleceu um rol significativo de normas relativas à cooperação internacional, sem precedentes
do Código de Processo Civil de 1973.
Paulo Henrique Portela lembra que o Brasil possui, ainda, regulamentação em todos os âmbitos de
cooperação jurídica5, a saber:
1. No âmbito global, o Brasil faz parte da Convenção para a Repressão do Tráfico de Pessoas e
do Lenocínio e seu Protocolo Final (1950), da Convenção sobre Prestação de Alimentos no
Estrangeiro (1959), da Convenção sobre os Aspectos Civis do Sequestro Internacional de
Crianças (1980) e outros.
2. No âmbito regional, plano interamericano, o Brasil faz parte da Convenção Interamericana
sobre Cartas Rogatórias (1975), Protocolo Adicional à Convenção Interamericana sobre
Cartas Rogatórias (1996), Convenção Interamericana sobre o Regime Legal das Procurações
para serem utilizadas no exterior (1975), Convenção Interamericana sobre Obrigação
Alimentar (1989), Convenção Interamericana sobre a Restituição Internacional de Menores
(1989), além e outros.
3. No MERCOSUL, o Brasil faz parte do Protocolo de Cooperação e Assistência Jurisdicional em
Matéria Cível, Comercial, Trabalhista e Administrativa (1992), também conhecido como
Protocolo de Las Leñas (1996), além do Protocolo de Ouro Preto sobre Medidas Cautelares
(1994).
3 Os principais instrumentos de cooperação jurídica internacional são as cartas rogatórias, a homologação de sentenças
estrangeiras, além da extradição, auxílio direto e outras que, porventura, possam existir entre tratados internacionais.
4 As referidas normas estão entre os arts. 26 a 41, além de 960 a 965 do CPC/15:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm>.
5
PORTELA, Paulo Henrique Gonçalves. Direito Internacional Público e Privado: Incluindo Noções de Direitos Humanos
e de Direito Comunitário, 9ª Ed. Salvador: JusPODIVM, 2017, p. 711.
Uma importante informação é que, nos termos do art. 13 do CPC/15, em caso de conflito, os tratados
internacionais em matéria processual prevalecem sobre a lei brasileira.
A União é a unidade da federação competente para manter relações com outros Estados, mediante
ações do Presidente da República, que pode ser auxiliado pelos Ministros de Estado, além de atuação
direta de órgãos governamentais. A indicação da autoridade central se dá, normalmente, por meio
do Ministério da Justiça e da Segurança Pública.
2 - CARTAS ROGATÓRIAS
Há dois tipos de cartas rogatórias: i) rogatórias ativas (enviadas pela autoridade judiciária brasileira)
e; ii) rogatórias passivas (recebidas pela autoridade judiciária brasileira).
No Brasil, o exame da rogatória é feito mediante juízo de delibação, o que significa que o STJ não
analisa o mérito da diligência pretendida pela Justiça estrangeira, salvo para se verificar o respeito
à ordem pública, aos bons costumes e à soberania nacional. Segundo Boni de Moraes, “há no juízo
delibatório uma apreciação material do ato estrangeiro, ainda que mínima, restrita à aferição de
eventual ofensa à ordem pública do Estado requerido”.6 No juízo de delibação, a análise do STJ se
6
SOARES, Boni de Moraes. Juízo de Prelibação no Direito Processual Internacional. Dissertação. UNICEUB. 2010.
Não será concedido o exequatur às cartas rogatórias que ofenderem a ordem pública, os bons
costumes e a soberania nacional. Um exemplo de carta rogatória que viola a soberania e a ordem
pública é aquela referente a processo de competência exclusiva dos tribunais brasileiros. Somente
podem ser concedidas cartas rogatórias quando a competência do Poder Judiciário for relativa ou
concorrente.
Fala-se em juízo de delibação sumário diante da possibilidade de que a medida de carta rogatória
seja realizada sem ouvir a parte interessada, o que acontecerá quando a sua intimação puder
resultar na ineficácia da cooperação internacional. Também fica caracterizado o juízo de delibação
sumário quando é concedida tutela de urgência em procedimento de homologação de sentença
estrangeira.
A pergunta que se faz, nesse momento, é a seguinte: é possível que uma sentença emanada de um
tribunal estrangeiro seja executada no Brasil?
Sim, é plenamente possível. Para que possa ser executada, a sentença estrangeira precisará, no
entanto, ser homologada pelo STJ, na forma do art. 105, inciso I, da CF/88 que dispõe o seguinte:
...
Assim, em qualquer legislação na qual for feita menção ao STF como responsável por
homologação de sentença estrangeira, deve ser entendido que essa regra já foi revogada;
hoje, a competência é do STJ.
Na homologação de sentença estrangeira, o STJ não aprecia o mérito da decisão, mas apenas
aspectos formais. É o que se chama de juízo de delibação do STJ. O art. 15, da LINDB, relaciona os
requisitos a serem observados na homologação de sentença estrangeira:
Art. 15. Será executada no Brasil a sentença proferida no estrangeiro, que reúna os seguintes
requisitos:
c) ter passado em julgado e estar revestida das formalidades necessárias para a execução no lugar
em que foi proferida;
A competência do STJ para homologar sentença estrangeira não se limita às sentenças do Poder
Judiciário. O STJ também homologa sentenças arbitrais estrangeiras, assim consideradas aquelas
proferidas fora do território nacional. A atribuição de competência a um único órgão para realizar
o juízo de delibação caracteriza o modelo de delibação concentrada, adotado pelo Brasil.
Não se adota, em nosso país, o modelo de delibação difusa, que seria aquele em que mais os
diversos órgãos do Poder Judiciário teriam competência para realizar o juízo de delibação. Isso fica
claro a partir do exame do art. 961, do Novo CPC, que prevê que a decisão estrangeira somente terá
eficácia no Brasil após a homologação da sentença ou a concessão de exequatur às cartas rogatórias.
É importante ressaltar que as leis, atos e sentenças de outro país, bem como quaisquer declarações
de vontade, não terão eficácia no Brasil, quando ofenderem a soberania nacional, a ordem pública
e os bons costumes. Nesses casos, não será realizada homologação pelo STJ.
4 – AUXÍLIO DIRETO
Tradicionalmente, a cooperação no campo cível era efetuada por meio de canais diplomáticos. Os
pedidos de auxílio são apresentados aos ministérios das relações exteriores dos Estados
interessados, por intermédio de missões diplomáticas no exterior. Isso marcava o início do pedido
de cooperação dos órgãos competentes aos Estados soberanos.
A estrutura, com o passar dos anos, teve de ser modificada diante das necessidades e exigências da
cooperação jurídica internacional. Verificou-se que era necessário a criação de estruturas adicionais
instituídas com a finalidade de contribuir para o melhor funcionamento dos esquemas cooperativos,
sem eliminar as vias diplomáticas.
Como exemplo de tais estruturas, temos: as Autoridades Centrais e as redes de cooperação7 entre
os órgãos dos Poderes Executivo, Judiciário, bem como do Ministério Público.
Como já antes dito, as Autoridades Centrais são órgãos das estruturas governamentais dos Estados
indicados por eles que vão concentrar o tratamento das demandas relativas ao auxílio que os entes
estatais prestam entre si.
O Auxílio Direto é a medida menos formal entre as medidas de cooperação jurídica internacional em
matéria cível e é a mais célere. O conceito de Auxílio Direto é, em poucos meados, a medida de
cooperação internacional que dispensa a prévia homologação pelo Superior Tribunal de Justiça para
fazer ser eficaz no território nacional a medida a ser cumprida. Tais pedidos são feitos diretamente à
Autoridade Central do Brasil.
A regra geral é que as decisões estrangeiras possuam, para surtir efeito no Brasil, da Homologação
de Sentença Estrangeira pelo STJ, no entanto é também possível a utilização do Auxílio Direto.
7Atualmente, o Brasil faz parte de duas redes de cooperação no âmbito cível: (1) a Rede Iberoamericana de
Cooperação Judiciaria – IberRED/IberRede ; (2) e a Rede de Cooperação Jurídica e Judiciaria Internacional dos Países
de Língua Portuguesa (Rede Judiciária da CPLP).
1 - INTRODUÇÃO
De início, há que se destacar que existe uma diferença relevante entre as expressões “Direito Penal
Internacional” e “Direito Internacional Penal”.
O Direito Internacional Penal diz respeito às normas que visam reprimir condutas enquadradas
como “crimes internacionais”, assim considerados aqueles crimes mais violentos, que ofendem a
humanidade como um todo e que, pela sua gravidade, deixam perplexa a sociedade internacional.
São exemplos de “crimes internacionais” os crimes de guerra e o genocídio.
O Direito Penal Internacional, por sua vez, consiste na cooperação internacional entre os Estados
no combate à criminalidade. O objetivo é combater certos crimes que, por sua natureza, podem ser
reprimidos com maior eficiência se os Estados se apoiarem mutuamente. Um exemplo de
cooperação interestatal em matéria penal é a Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção. O
nosso foco nessa aula será tratar da cooperação internacional em matéria penal. Assim, o nosso
estudo estará apenas no campo do Direito Penal Internacional.
A cooperação internacional em matéria penal tem crescido de importância a cada dia, uma vez que
a globalização trouxe um incremento na movimentação de pessoas, bens, serviços e capitais entre
os países. Os Estados começam, então, a desenvolver mecanismos de auxílio mútuo em matéria
penal, os quais permitem o exercício mais efetivo da atividade jurisdicional.
Pode-se dividir a cooperação em matéria penal em dois tipos: i) cooperação ativa e; ii) cooperação
passiva. A cooperação ativa fica caracterizada quando o Brasil efetua um pedido de cooperação a
um Estado estrangeiro. Por outro lado, a cooperação passiva ocorre quando o Brasil recebe um
pedido de cooperação.
A competência para administrar a cooperação internacional em matéria penal cabe, em cada Estado,
às chamadas Autoridades Centrais. No Brasil, funciona como Autoridade Central o Departamento
de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI), do Ministério da Justiça.
2 - PRINCIPAIS TRATADOS
Dentre os tratados multilaterais relativos à cooperação em matéria penal dos quais o Brasil é parte,
destacamos os seguintes:
iv) Convenção Interamericana sobre Assistência Mútua em matéria penal e seu Protocolo
Facultativo;
Por sua vez, citamos como exemplos de tratados bilaterais relativos à cooperação em matéria penal,
os acordos entre Brasil-EUA, Brasil-Suíça e Brasil- México.
Como se pode ver, a cooperação internacional em matéria penal é tema de grande amplitude. Em
nosso estudo, não iremos entrar nos detalhes de cada um desses tratados internacionais. Isso seria
muito pouco produtivo! No entanto, daremos uma visão geral do que preveem os principais
tratados firmados pelo Brasil em matéria penal.
2.1 - Convenção das Nações Unidas contra o crime organizado transnacional – Convenção
de Palermo
A Convenção das Nações Unidas contra o crime organizado transnacional foi internalizada no
ordenamento jurídico brasileiro por meio do Decreto nº 5.015/2004, tendo como objetivo promover
a cooperação para prevenir e combater mais eficazmente a criminalidade organizada
transnacional.
8
PORTELA, Paulo Henrique. Direito Internacional Público e Privado. Salvador: 2009, Ed. Juspodium.
Ao longo do seu texto, a Convenção impõe obrigações legislativas aos Estados-parte, é dizer, insta
que eles alterem suas legislações nacionais no sentido de caracterizar como infrações penais certas
condutas. Nesse sentido, a Convenção estabelece que os Estados-parte adotem medidas legislativas
para caracterizar como crime: i) a participação em grupo criminoso organizado (art. 5º); ii) lavagem
do produto do crime (art. 6º); iii) lavagem de dinheiro (art. 7º); iv) corrupção (art. 8º) e; v) obstrução
à justiça (art. 23). Destaque-se que os Estados deverão adotar as medidas necessárias para
responsabilizar as pessoas jurídicas que participem em infrações graves envolvendo um grupo
criminoso organizado e que cometam as infrações anteriormente relacionadas.
A fim de reprimir a criminalidade transnacional, a Convenção prevê que os Estados deverão adotar
certas medidas, tais como: i) confisco e apreensão do produto das infrações previstas na convenção;
ii) restituição do produto do crime; iii) extradição; iv) transferência de pessoas condenadas; v)
assistência judiciária recíproca; vi) realização de investigações conjuntas; vii) transferência de
processos penais.
No que tange à prevenção, a Convenção prevê que os Estados-parte buscarão elaborar e avaliar
projetos nacionais, bem como estabelecer e promover as melhores práticas e políticas para prevenir
a criminalidade transnacional.
No art. 3º, a Convenção prevê que os Estados adotem medidas legislativas para enquadrar certas
condutas como infrações penais em sua legislação interna. A título exemplificativo, citamos a seguir
certas condutas que devem ser consideradas crimes pela legislação dos Estados-parte da
Convenção: i) a produção, a fabricação, a extração, a preparação, a oferta para venda, a distribuição,
a venda, a entrega em quaisquer condições, a corretagem, o envio, o envio em trânsito, o transporte,
a importação ou a exportação de qualquer entorpecente ou substância psicotrópica; ii) o cultivo de
sementes de ópio, do arbusto da coca ou da planta de cannabis, com o objetivo de produzir
entorpecentes.
A fim de combater o tráfico ilícito de entorpecentes, os Estados devem adotar medidas como
confisco, extradição, assistência jurídica recíproca e transferência de procedimentos penais. Os
Estados também devem cooperar para eliminar o tráfico ilícito por mar.
O Protocolo de Assistência Jurídica Mútua em assuntos penais do MERCOSUL foi assinado em 1996
e internalizado no ordenamento jurídico brasileiro pelo Decreto nº 3.468/2000. Sua finalidade é
promover a assistência jurídica mútua em assuntos penais. Trata-se de iniciativa de cooperação
internacional em matéria penal importante para o aprofundamento da integração regional no
MERCOSUL.
A assistência jurídica mútua será prestada pelos Estados-parte para a investigação de delitos e para
a cooperação nos procedimentos judiciais relacionados com assuntos penais. O art. 2º do Protocolo
determina o alcance das ações de assistência jurídica mútua, que compreenderão os seguintes
atos:
k) qualquer outra forma de assistência em conformidade com os fins deste Protocolo que não
seja incompatível com as leis do Estado requerido.
Os pedidos de assistência judiciária serão recebidos e transmitidos por uma Autoridade Central
designada por cada Estado-parte. As solicitações, formuladas por escrito, estarão baseadas em
pedidos de autoridades judiciais ou do Ministério Público do Estado requerente. O processamento
das solicitações será regido pela lei do Estado requerido e de acordo com as disposições do
Protocolo. A Autoridade Central do Estado requerido tramitará com presteza a solicitação e
transmitirá à autoridade competente para seu processamento. Destaque-se que a assistência será
prestada mesmo quando as condutas não constituam delito no Estado requerido.
a) a solicitação se refira a delito tipificado como tal na sua legislação militar, mas não na
legislação penal ordinária;
b) a solicitação se refira a delito que o Estado requerido considere como político ou como
delito comum conexo com delito político ou realizado com finalidade política;
d) a pessoa em relação a qual se solicita a medida haja sido absolvida ou haja cumprido
condenação no Estado requerido pelo mesmo delito mencionado na solicitação. Contudo,
esta disposição não poderá ser invocada para negar assistência em relação a outras pessoas;
ou
Quando o Estado requerido denegar a solicitação, ele deverá informar ao Estado requerente, por
meio da Autoridade Central, as razões em que se funda essa negativa.
A corrupção é, sem dúvida, um problema comum da humanidade, pois ela ameaça a estabilidade e
a segurança das sociedades, ao enfraquecer as instituições e os valores da democracia, da ética,
justiça e ao comprometer o desenvolvimento sustentável e o Estado de direito. 9 Pode-se afirmar,
também, que a corrupção gera um descrédito nos serviços públicos por parte da população.
Em virtude da corrupção, boa parte dos recursos do Estado são comprometidos, desviando-se da
sua finalidade originária, o que traz prejuízos ao desenvolvimento econômico e social dos Estados.
A corrupção leva, ainda, à redução dos investimentos públicos e privados, o que prejudica o
desenvolvimento industrial e a prestação de serviços públicos.
É importante destacar também que há uma estreita ligação entre a corrupção e o crime organizado
e a lavagem de dinheiro. A corrupção é, muitas vezes, um instrumento utilizado pelo crime
organizado para alcançar seus objetivos. As receitas do tráfico ilícito de entorpecentes estão
também cada vez mais atreladas à corrupção.
Por tudo isso, é consenso que a corrupção deixou de ser apenas um problema local, tornando-se,
hoje, um problema transnacional e, portanto, objeto do interesse do direito internacional. Com
efeito, somente a cooperação internacional é instrumento efetivo para prevenir e lutar contra a
corrupção. Nesse sentido, a prevenção e a erradicação da corrupção são responsabilidade de todos
os Estados, que precisam contar com o apoio e participação de toda a sociedade (organizações não-
governamentais e sociedade civil). 10
Como se pode perceber, o governo brasileiro tem buscado fortalecer suas relações com outros
países, seja em nível multilateral (ONU e OCDE) ou nível regional (OEA), no que tange às ações de
combate à corrupção.
9
Preâmbulo da Convenção das Nações Unidas sobre Combate à Corrupção.
10 Preâmbulo da Convenção das Nações Unidas sobre Combate à Corrupção.
3 - PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE
O princípio da especialidade prevê que, em regra, as provas e informações que forem obtidas por
meio da cooperação jurídica internacional não poderão ser usadas em outro processo, diferente
daquele que motivou o pedido de cooperação. Em outras palavras, as provas obtidas somente
poderão ser usadas naquele processo específico objeto de cooperação internacional.
Outro exemplo é o art. 10, do Acordo de Cooperação Penal entre Brasil e México, que estabelece
que “A Parte Requerente não usará nenhuma informação ou prova obtida mediante o presente
Tratado para fins distintos aos declarados no pedido de cooperação jurídica internacional, sem
prévia autorização da Parte Requerida”.
Destaque-se que a aplicação do princípio da dupla incriminação não é absoluta. Há países que
deferem pedidos de cooperação internacional em matéria penal sem exigir a dupla incriminação.
Isso vai depender do que prevê o tratado bilateral entre os dois países. O art. 1º, do Acordo de
Cooperação Penal entre Brasil e EUA, por exemplo, dispensa o requisito da dupla incriminação, ao
estabelecer que “a assistência será prestada ainda que o fato sujeito a investigação, inquérito ou
ação penal não seja punível na legislação de ambos os Estados.”
d) o pedido de cooperação jurídica internacional referir-se a ações pelas quais a pessoa processada
na Parte Requerente já foi condenada ou absolvida pelos mesmos fatos na Parte Requerida ou a
ação penal tenha sido prescrita;
e) o pedido de cooperação jurídica internacional referir-se a delitos militares que não estejam
contemplados na legislação penal comum;
f) o pedido de cooperação jurídica internacional referir-se a delito que se considera como político
na Parte Requerida. A Parte Requerida não considerará como delitos políticos atos cuja tipificação
esteja contemplada em tratados internacionais que vinculem ambas as Partes;
g) houver razões fundadas para que a Parte Requerida acredite que o pedido de cooperação jurídica
internacional foi solicitado com o intuito de processar uma pessoa por razões ligadas à sua raça,
sexo, religião, nacionalidade, origem étnica, ao fato de pertencer a grupo social determinado, ou
às suas opiniões políticas, ou que a situação dessa pessoa possa ser prejudicada por qualquer
dessas razões;
h) o pedido de cooperação jurídica internacional referir-se a delito que seja punível com a pena de
morte;
i) o pedido de cooperação jurídica internacional referir-se a fatos com base nos quais a pessoa
sujeita a investigação ou a processo tenha sido definitivamente absolvida ou condenada pela Parte
Requerida; e
Como se pode perceber, estão fora da cooperação jurídica internacional entre Brasil e México,
dentre outros, os seguintes crimes:
b) Crimes políticos.
O pedido de cooperação internacional também será recusado quando o seu cumprimento possa
ofender a segurança, a ordem pública e outros interesses essenciais do Estado requerido.
A cooperação internacional em matéria penal tem como resultado, em muitos casos, a recuperação
de ativos ilícitos, que consiste na restituição de valores transferidos a outro Estado. Como exemplo,
a Convenção das Nações Unidas sobre Combate à Corrupção (UNCAC) prevê, como um de seus
princípios fundamentais, a recuperação de ativos.
Num estágio mais avançado da cooperação internacional para a recuperação de ativos, estão os
“asset sharing agreements”. É o que se chama de partilha de ativos, que consiste em dividir os
ativos ilícitos entre o Estado requerente e o Estado requerido. A partilha de ativos será regulada por
tratados internacionais, pela legislação interna dos Estados ou até mesmo por promessas de
reciprocidade.
No Brasil, a Lei nº 9.613/98 estabelece que, “na falta de tratado ou convenção, os bens, direitos ou
valores privados sujeitos a medidas assecuratórias por solicitação de autoridade estrangeira
competente ou os recursos provenientes da sua alienação serão repartidos entre o Estado
requerente e o Brasil, na proporção de metade, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-
fé”.
Assim, em primeiro lugar, a partilha de ativos será feita nos termos de tratado internacional que
verse sobre cooperação penal. Porém, não existindo tratado, o Brasil irá ficar com metade dos
recursos provenientes de crime de lavagem de dinheiro. A outra metade será restituída ao Estado
requerente.
A Convenção das Nações Unidas sobre Combate à Corrupção (UNCAC) prevê condições especiais
para a recuperação de ativos. Conforme previsto nesse tratado, a totalidade dos ativos ilícitos será
restituída (descontados apenas os custos com localização, bloqueio e manutenção dos bens), o que
decorre do envolvimento de recursos públicos e do dano ao Erário.
A Convenção de Palermo (Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado Transnacional)
também prevê regras para a partilha de ativos. Segundo o art. 14, da referida Convenção, os
Estados-parte deverão considerar a celebração de acordos que prevejam repartir com outros
Estados, sistemática ou casuisticamente, os produtos do crime ou dos bens confiscados. Assim,
pode-se afirmar que a Convenção de Palermo estimula a partilha de ativos entre o Estado
requerente e o Estado requerido.
Se você tiver interesse no assunto da recuperação de ativos, dê uma olhada no link abaixo, que
mostra um caso concreto envolvendo a conhecida Operação Lava Jato:
http://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2015/03/11/justica-repatria-r-139-milhoes-de-
barusco-em-contas-na-suica.htm
A Convenção de Palermo, ratificada pelo Brasil, tem como objetivo promover a cooperação
jurídica e policial no combate e na prevenção do crime organizado transnacional.
Comentários:
A Convenção de Palermo tem como objetivo promover a cooperação para prevenir e combater mais
eficazmente a criminalidade organizada transnacional. Questão correta.
2. (CGU-2008)
b) A realização das diligências solicitadas no contexto desse Protocolo deve ser regida pelas leis
do Estado requerido, e não do Estado requerente.
e) Esse Protocolo não poderá ser aplicado caso as condutas que motivem o pedido de
assistência não constituam crime no Estado requerido.
Comentários:
Letra B: correta. O processamento das solicitações será regido pela lei do Estado requerido.
Letra C: correta. O Brasil ratificou o Protocolo de Assistência Jurídica Mútua em assuntos penais do
MERCOSUL.
Letra D: correta. Há algumas situações em que o Estado requerido poderá denegar a assistência.
Uma delas é em caso de delito tributário.
Letra E: errada. A assistência será prestada mesmo quando as condutas não constituam delito no
Estado requerido.
3. (CGU-2008)
Assinale o único instrumento jurídico-internacional listado abaixo ao qual o Brasil não está
vinculado.
Comentários:
Dentre todos os tratados acima listados, o único do qual o Brasil não é parte é a Convenção Europeia
para o Combate à Corrupção de Funcionários das Comunidades Europeias ou de seus Estados-
membros. A resposta é, portanto, a letra E.
Comentários:
5. (AGU – 2015)
Comentários:
É isso mesmo. De fato, a dupla incriminação é exigida por um grande número de acordos de
cooperação jurídica em matéria penal celebrados pelo Brasil. No entanto, há acordos de cooperação
internacional em matéria penal que a dispensam. Não se trata, portanto, de exigência absoluta.
Questão correta.
DESARMAMENTO E NÃO-PROLIFERAÇÃO
A Primeira Guerra Mundial (1914-1918) constituiu, para o direito, em especial para os direitos
humanos, uma etapa de transição nas políticas internacionais em prol da paz mundial. Foi nessa
ótica que, mediante o Tratado de Versalhes, muito do que temos hoje foi consagrado, é o caso da
Organização Internacional do Trabalho, dados os problemas migratórios à época, além da própria
Sociedade das Nações (também chamada de Liga das Nações). Esse momento, dito por muitos
autores, como o momento inicial da Teoria das Relações Internacionais também afeta o a disciplina
do direito. E é isso que buscaremos elucidar nesta aula.
Ainda nesse período histórico, na Teoria das Gerações (ou Dimensões) de autoria do jurista tcheco-
francês Karel Vasak, foi inaugurada a chamada 2ª Geração de Direitos 11, em que se visava a igualdade
entre os indivíduos. Os desastres ocorridos na Primeira Guerra Mundial foram tantos, que não havia
mais condições de vida em dignidade em muitos dos Estados. Tudo isso ocorreu por conta do
poderio bélico dos países envolvidos.
A vontade de reduzir os conflitos armados já era grande, mas a própria Liga das Nações 12, que foi
instituída com o intuito de não deixar que ocorresse um novo caso armado como o que tinha
acontecido alhures, falhou no seu objetivo com a ocorrência da Segunda Guerra Mundial.
Após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), principalmente depois do episódio das bombas
nucleares de Hiroshima e Nagasaki, que o mundo passou a ver a paz como objetivo final. Nesse
período, para Karel Vasak, foi instituída a 3ª Geração de Direitos, que inaugurava uma fase de
fraternidade, solidariedade entre os indivíduos, tendo em vista o forte sentimento de medo que
vigorava no mundo, agora com a ameaça das guerras nucleares.
A preocupação, agora, era com as gerações futuras. Perguntava-se: Será que o mundo ainda existirá
em cinquenta anos?! Repare, pois, que em somente vinte anos tivemos uma nova guerra mundial,
de dimensões tão absurdas quanto as da Primeira Grande Guerra. Ressalte, ainda, que se passou a
11Como marco histórico dessa geração, temos dois documentos, quais sejam: a Constituição do México (1917) e a
Constituição de Weimar (1919).
12
Foi do fracasso da Sociedade das Nações (também chamada de Liga das Nações), que foi instituída a Organização
das Nações Unidas.
utilizar um novo tipo de armamento, chamado de Armas de Destruição em Massa (ADM), termo
muito comumente associado a energia nuclear.
A energia nuclear é entendida, no seio das relações internacionais, como energia dúplice, pois traz
tanto ótimas atribuições para a vida em geral, consistindo em uma boa utilização, mas também traz
atribuições ruins para a vida em geral, que estimulam o poderio bélico e o uso da força 13.
Foi nessa ótica que muito se batalhou para que, nos anos 1970, fosse instituído o Tratado de Não-
Proliferação Nuclear, documento internacional que visou, inicialmente, limitar os cinco detentores
reconhecidos de armas nucleares: Estados Unidos; União Soviética (que posteriormente se tornou
Rússia); Reino Unido; China; e França.
Tais países ficaram obrigados a não auxiliar, muito menos ajudar os países ditos não nucleares a
obter energia nuclear.
O Tratado é considerado pelos seus signatários como pedra fundamental dos esforços internacionais
para evitar a disseminação de armas nucleares e para viabilizar o uso pacífico de tecnologia nuclear
da forma mais ampla possível. No entanto, ao mesmo tempo, existem críticas ao Tratado, como que
o Tratado se apoia na desigualdade de direitos, uma vez que congela a chamada geometria do poder
nuclear em nome da conjuração do risco de destruição da civilização, tendo em vista que os países
detentores da energia nuclear continuam mantendo tal tecnologia.
Percebeu-se, com o tempo, que o Tratado teve êxito no sentido de não deixar que novos países
detivessem tal energia, no entanto, não houve avanços no que diz respeito à eliminação, pelos
Estados nuclearmente armados, dos arsenais nucleares por eles mantidos.
O Brasil tem participado ativamente das Conferências de Exame do TNP e de outros foros
multilaterais acerca desse tema, como a I Comissão da Assembleia Geral das Nações Unidas e a
Conferência do Desarmamento. Nessas discussões, o Brasil atua no âmbito da Coalizão da Nova
13
PROCÓPIO, Argemiro. Terrorismo e Relações internacionais. Revista brasileira de política internacional. V. 44, n. 2,
Brasília, julho de 2011. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-
73292001000200004>. Acesso em: 29 jul. 2019.
14
O próprio Itamaraty ratifica tal posição: <http://www.itamaraty.gov.br/pt-BR/politica-externa/paz-e-seguranca-
internacionais/146-desarmamento-nuclear-e-nao-proliferacao-nuclear>.
Agenda, integrada por seis países não nuclearmente armados com forte atuação na defesa do
desarmamento nuclear (Brasil, África do Sul, Egito, Irlanda, México e Nova Zelândia) 15.
A não proliferação é definida pelo objetivo de prevenir, por meios diplomáticos, o surgimento da
proliferação, ou seja, que um Estado venha a tomar a decisão política de dotar-se de Armas de
Destruição em Massa e dar início, assim, a um programa com esse fim.
A subscrição por um Estado de compromisso jurídico de não obter ADM e as medidas tomadas para
verificar o cumprimento desse compromisso (medidas de criação da confiança, salvaguardas,
inspeções) inserem-se no quadro da não proliferação.
Como exemplos de documentos internacionais que foram instituídos como marco da não
proliferação, temos: O Tratado de Não-Proliferação (1970), a Agência Internacional de Energia
Atômica (1957), a Organização para Proibição de Armas Químicas (1997), entre outros.
16HAK NETO, Ibrahim Abdul. Armas de destruição em massa no século XXI: novas regras para um velho jogo – o
paradigma da Iniciativa de Segurança contra a Proliferação (PSI). Brasília: Fundação Alexandre de Gusmao, 2011, p. 29.
TERRORISMO INTERNACIONAL
1 – INTRODUÇÃO
O terrorismo internacional, todavia, não é um fenômeno recente. Por ser um problema comum da
humanidade, o terrorismo já é objeto de estudo e regulamentação pelo Direito Internacional há
bastante tempo. Apenas para que se possa ter uma noção disso, foi celebrada em 1937, no âmbito
da Liga das Nações, a Convenção para a Prevenção e Repressão do Terrorismo 17.
Desde então, o terrorismo tem sido uma preocupação do Direito Internacional, motivo pelo qual a
Organização das Nações Unidas (ONU) e outros organismos internacionais vêm se dedicando ao
tema.
A Lei Antiterrorismo adotada pelo Brasil (Lei nº 13.260/2016) utiliza um conceito abrangente,
abarcando ataques a pessoas e patrimônio, mas também exigindo-se que o ato tenha motivações
específicas (xenofobia, discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia e religião) e a finalidade de
provocar terror social ou generalizado.
Segundo Malcolm Shaw, “apesar das dificuldades políticas, tem havido crescente progresso nos
níveis internacional e regional na criação de normas de direito internacional relativas ao
terrorismo”18.
O tratamento do terrorismo vem sendo objeto de duas abordagens distintas. A primeira engloba as
manifestações específicas do terrorismo, como sequestro de aeronaves e atentados à bomba. A
segunda abordagem, por outro lado, consiste em uma condenação global do fenômeno do
terrorismo internacional.
17 Essa convenção jamais chegou a entrar em vigor, por falta de ratificação de vários Estados. A título de curiosidade,
somente a Índia ratificou a convenção.
18 SHAW, Malcolm N. Direito Internacional. São Paulo: Ed. Martins Fontes, 2010. p. 864.
a) Convenção para a Repressão aos Atos ilícitos Contra a Segurança da Aviação Civil (1971)
a) Em 1972, o terrorismo foi incluído nos debates da Assembleia Geral da ONU, com a
criação, pela Resolução nº 3034, de um comitê ad hoc sobre terrorismo, o que foi
motivado pelo atentado à delegação israelense durante as Olimpíadas de Munique (1972).
A Resolução nº 3034/AGNU defendia a necessidade de se adotarem medidas para a
prevenção do terrorismo internacional, bem como de se aprofundar no estudo de suas
causas subjacentes.
Além dessas iniciativas globais de repressão ao terrorismo, também há iniciativas regionais, dentre
as quais citamos a Convenção Europeia sobre a Eliminação do Terrorismo (1977) e a Convenção
Interamericana contra o Terrorismo (2002).
Segundo Malcolm Shaw, “à medida que aumenta a atividade internacional para a repressão do
terrorismo global, tem-se manifestado a preocupação de que essa meta seja alcançada em
conformidade com os princípios da legislação internacional relativa aos direitos humanos e ao direito
humanitário”. 19
A Assembleia Geral das Nações Unidas criou, em 1996, um comitê ad hoc destinado a elaborar
convenções internacionais para o combate ao terrorismo 20. Fruto do trabalho desse comitê, foi
elaborada a Convenção Internacional sobre a Supressão de Atentados Terroristas com Bombas
(1997), em virtude da preocupação com o fato de que atentados terroristas com explosivos ou
outros artefatos mortíferos cada vez mais se generalizavam.
No art. 2º, a Convenção estabelece que comete crime “qualquer pessoa que ilícita e
intencionalmente entrega, coloca, lança ou detona um artefato explosivo ou outro artefato mortífero
em, dentro ou contra um logradouro público, uma instalação estatal ou governamental, um sistema
de transporte público ou uma instalação de infra-estrutura”. Também fica caracterizado o crime se
houver a tentativa da prática de qualquer desses atos, a participação como cúmplice ou
organizador do atentado e qualquer tipo de colaboração com esse tipo de atentado.
19 SHAW, Malcolm N. Direito Internacional. São Paulo: Ed. Martins Fontes, 2010. p. 868.
20
A criação desse comitê ad hoc foi feita pela Resolução nº 51/2010, da AGNU
Os atentados terroristas com bombas, conforme tipificados pelo art. 2º, serão considerados
incluídos entre os delitos que levam à extradição em todos os tratados de extradição que vinculam
os Estados-parte da Convenção (art. 9º). A Convenção serve, inclusive, como fundamento autônomo
para que sejam formulados e aceitos pleitos extradicionais, o que é especialmente importante para
aqueles Estados que subordinem a extradição à existência de tratado.
Cabe destacar que, para o propósito de extradição ou de assistência jurídica recíproca, os delitos
definidos pela Convenção não são considerados crimes políticos. Consequentemente, esse não será
um argumento válido para que se recuse um pleito de extradição, tampouco um pedido de
assistência jurídica.
A Convenção estabelece regras sobre a jurisdição aplicável aos atentados terroristas com bombas.
Há regras de jurisdição que devem ser obrigatoriamente seguidas pelos Estados; outras regras de
jurisdição são facultativas.
Cabe destacar, todavia, que a jurisdição é territorial. Segundo o art. 18, “nada do disposto nesta
Convenção autorizará um Estado Parte a exercer sua jurisdição no território de outro Estado Parte,
ou a nele realizar funções exclusivamente reservada às autoridades desse outro Estado Parte por seu
direito interno”.
a) O art. 7º prevê que o Estado-parte tem a obrigação de investigar sempre que receber
informações indicativas de que uma pessoa que praticou ou que seja suspeita de ter
praticado atentado terrorista com com bombas esteja em seu território.
b) Segundo o art. 10, os Estados-parte prestarão toda assistência possível entre si com
relação a qualquer investigação, processo penal ou procedimento de extradição que for
iniciado com relação a atentados terroristas com bombas, inclusive quanto à obtenção de
provas.
A Convenção também se preocupa em não violar os direitos humanos. Nesse sentido, toda pessoa
que estiver detida ou a respeito da qual se adote medida ou procedimento baseado na Convenção
terá a garantia de tratamento justo, inclusive o usufruto de todos os direitos e garantias de
conformidade com a lei do Estado em cujo território estiver, e os dispositivos aplicáveis do direito
internacional, inclusive o direito internacional em matéria de direitos humanos (art. 14).
Ciente disso, em dezembro de 1996, a Assembleia Geral da ONU editou Resolução por meio da qual
estimulou os Estados a adotarem medidas para obstar e neutralizar o financiamento do terrorismo
internacional. Foi criado, ainda, um comitê ad hoc, que recebeu a tarefa de elaborar um projeto de
convenção internacional destinada à supressão do financiamento do terrorismo.
Em 1999, fruto desses esforços, foi celebrada a Convenção Internacional para a Supressão do
Financiamento do Terrorismo, cujo grande objetivo é intensificar a cooperação interestatal no
planejamento e adoção de medidas para impedir o financiamento do terrorismo.
Apenas para esclarecer um pouco mais, a Convenção criminaliza o financiamento a qualquer um dos
delitos previstos em 9 (nove) tratados que são elencados em seu Anexo21. Também é criminalizada
a tentativa de financiar o terrorismo internacional, bem como a participação como cúmplice ou na
organização ou orientação de terceiros na prática desse tipo de financiamento.
Nesse sentido, o art. 4º prevê que cada Estado-parte adotará as medidas necessárias para tratar
como crime o financiamento do terrorismo internacional e para tornar esse delito passível de
punição, com penas apropriadas que levem em conta a sua gravidade. Os Estados-parte deverão,
ainda, adotar medidas necessárias para a responsabilização de pessoas jurídicas quando a pessoa
encarregada da administração ou do controle daquela empresa tiver atuado no financiamento do
terrorismo (art. 5º). A responsabilização de pessoas jurídicas poderá ser de natureza criminal, civil
ou administrativa.
Agora, nós já sabemos a quais situações a Convenção se aplica. Precisamos conhecer também as
situações em que ela não se aplica. A Convenção não se aplicará quando forem cumpridas,
simultaneamente, as seguintes condições:
21
No Anexo da Convenção Internacional para a Supressão do Financiamento do Terrorismo (1999), estão
relacionadas as seguintes convenções: i) Convenção para a Repressão ao Apoderamento Ilícito de Aeronaves (1970);
ii) Convenção para a Repressão aos Atos Ilícitos contra a Segurança da Aviação Civil (1971); iii) Convenção sobre a
Prevenção e Punição de Crimes contra Pessoas que Gozam de Proteção Internacional, inclusive Agentes Diplomáticos
(1973); iv) Convenção Internacional contra a Tomada de Reféns (1979); v) Convenção sobre a Proteção Física do
Material Nuclear (1980); vi) Protocolo para a Repressão de Atos Ilícitos de Violência nos Aeroportos que Prestem
Serviço à Aviação Civil Internacional (1988); vii) Convenção para a Supressão de Atos Ilícitos contra a Segurança da
Navegação Marítima (1988); viii) Protocolo para a Supressão de Atos Ilícitos contra a Segurança de Plataformas Fixas
localizadas na Plataforma Continental (1988) e; ix) Convenção Internacional para a Supressão de Atentados Terroristas
com Bombas (1997).
Não há necessidade de que você decore as diferentes regras de jurisdição acima apresentadas. No
entanto, é importante que você observe que a Convenção busca consagrar o princípio da jurisdição
universal, abarcando uma grande quantidade de situações possíveis. Isso visa permitir que os
Estados-parte exerçam sua jurisdição mesmo em relação a pessoas que não tenham com eles vínculo
de nacionalidade ou, ainda, que tenham cometido crimes no exterior.
Nesse mesmo sentido, o art. 7º, parágrafo 2º, prevê que cada Estado parte adotará as medidas
necessárias para estabelecer sua jurisdição sobre os delitos previstos na Convenção quando o
criminoso presumido estiver presente em seu território e a não for extraditado para outro Estado
que tenha estabelecido sua jurisdição sobre ele. A jurisdição tem, portanto, natureza territorial, não
podendo um Estado-parte exercer jurisdição no território de outro Estado-parte.
A Convenção prevê que os Estados deverão adotar medidas para a identificação, detecção,
congelamento ou confisco de fundos e rendas empregados no financiamento ao terrorismo
internacional. Estimula-se, ainda, a celebração de “asset sharing agreements”, que são acordos com
vistas à divisão dos fundos apreendidos entre os Estados envolvidos. Também devem ser criados
mecanismos que permitam que os recursos resultantes da apreensão sejam empregados na
indenização às vítimas de atentados terroristas.
O financiamento ao terrorismo internacional deverá ser incluído como delito passível de extradição
em qualquer tratado de extradição existente entre quaisquer dos Estados-partes antes da entrada
em vigor da Convenção (art. 11). Os Estados-parte se comprometem, ainda, a incluir o financiamento
ao terrorismo como delito passível de extradição em todo tratado de extradição a ser
posteriormente firmado. Ademais, a Convenção Internacional para a Supressão do Financiamento
do Terrorismo (1999) também servirá como fundamento autônomo para que sejam formulados e
aceitos pleitos de extradição.
O crime de financiamento ao terrorismo internacional não será considerado, para fins de extradição
ou assistência jurídica mútua, infração fiscal. Nesse sentido, os Estados-parte não poderão usar esse
argumento (o de que seria uma infração fiscal) para recusar solicitação de extradição ou de
assistência mútua (art. 13).
Ao ser informado da presença, em seu território, de uma pessoa que tenha efetiva ou
presumidamente cometido o crime de financiamento ao terrorismo, o Estado Parte envolvido
adotará as medidas necessárias, no âmbito de sua legislação interna, para investigar os fatos
contidos na informação (art. 9º).
22
Título ao portador é um documento que não identifica o seu beneficiário. Assim, o beneficiário será aquele que
tiver a sua posse.
A Convenção também se preocupa em garantir os direitos humanos a todos aqueles que praticarem
ou que tenham sido acusados de praticarem o crime de financiamento ao terrorismo internacional.
Segundo o art. 17, “a qualquer pessoa mantida sob custódia ou a respeito da qual quaisquer outras
medidas sejam tomadas ou que estejam sendo processadas em conformidade com a presente
Convenção será assegurado tratamento justo, inclusive o gozo de todos os direitos e garantias que
lhe faculta a legislação do Estado em cujo território a pessoa estiver presente, bem como as
disposições do direito internacional, inclusive o direito internacional sobre direitos humanos”.
O terrorismo é uma grande ameaça à segurança internacional e, como tal, precisa ser enfrentado
nos diversos níveis (nacional, regional e global). Em nível internacional, conforme já tivemos a
oportunidade de comentar, existem diversas convenções celebradas no âmbito da ONU, OACI e
AIEA.
Segundo o art. 3º, todos os Estados-parte da Convenção Interamericana deverão se esforçar para
serem parte desses instrumentos internacionais, bem como para adotar as medidas necessárias à
23
Os 10 (dez) tratados aos quais a Convenção Interamericana contra o Terrorismo faz menção são os seguintes: i)
Convenção para a Repressão do Apoderamento Ilícito de Aeronaves (1970); ii) Convenção para a Repressão de Atos
Ilícitos contra a Segurança da Aviação Civil (1971); iii) Convenção sobre a Prevenção e Punição de Crimes contra
Pessoas que Gozam de Proteção Internacional, Inclusive Agentes Diplomáticos (1973); iv) Convenção Internacional
contra a Tomada de Reféns (1979); v) Convenção sobre a Proteção Física dos Materiais Nucleares (1980); vi) Protocolo
para a Repressão de Atos Ilícitos de Violência nos Aeroportos que Prestem Serviços à Aviação Civil Internacional (1988);
vii) Convenção para a Supressão de Atos Ilegais contra a Segurança da Navegação Marítima (1988); viii) Protocolo para
a Supressão de Atos Ilícitos contra a Segurança das Plataformas Fixas Situadas na Plataforma Continental (1988); ix)
Convenção Internacional para a Supressão de Atentados Terroristas a Bomba (1997) e; x) Convenção Internacional
para a Supressão do Financiamento do Terrorismo (1999).
sua efetiva aplicação, o que inclui o estabelecimento em suas legislações nacionais de penas aos
delitos tipificados nesses tratados.
um pedido de extradição ou de assistência judiciária mútua sob a única alegação de que aquele ato
se relaciona com um delito político (art. 11). Do mesmo modo, não se deve reconhecer a condição
de refugiado (art. 12), tampouco conceder asilo político (art. 13), àqueles que tenham praticado atos
terroristas.
Perceberam que a referida Convenção Regional segue a lógica disposta pelas Convenções de
caráter global? A Convenção Interamericana, seguindo a linha dos Tratados Internacionais de
combate ao terrorismo, se preocupa com o respeito aos direitos humanos. Todas as medidas
adotadas pelos Estados-parte deverão ser implementadas com pleno respeito ao Estado de direito,
aos direitos humanos e às liberdades fundamentais, não se podendo desconsiderar obrigações
internacionais, em especial aquelas decorrentes da Carta da ONU, da Carta da OEA, do Direito
Internacional Humanitário, do Direito Internacional dos Direitos Humanos e do Direito Internacional
dos Refugiados (art. 15).
5.1 – Introdução
Além disso, o Conselho de Segurança reafirmou o direito inerente de legítima defesa individual ou
coletiva (tal como reconhecido na Carta da ONU) e instou os Estados a trabalharem em conjunto
para prevenir e reprimir atos terroristas. Reconheceu-se, ainda, a necessidade de os Estados
cooperarem para prevenir e reprimir, em seus territórios, o financiamento e a preparação de
quaisquer atos de terrorismo.
O terrorismo internacional também não pode ser, de qualquer modo, apoiado por algum Estado.
Conforme já havia sido afirmado em outros documentos internacionais anteriores, “todo Estado tem
A Resolução nº 1.373/CSNU impõe uma série de obrigações aos Estados, as quais, inegavelmente,
envolvem um esforço legislativo e político para que sejam efetivamente implementadas.
Os Estados devem prevenir e reprimir o financiamento de atos terroristas (art. 1º, alínea “a”). Para
isso, deverá ser criminalizado o fornecimento e a captação deliberada de fundos com a intenção de
serem usados para praticar atos terroristas (art. 1º, alínea “b”). Além disso, os Estados devem
congelar bens e ativos financeiros de pessoas que praticam, pretendem praticar ou de qualquer
modo participam de atos terroristas (art. 1º, alínea “c”) e proibir que seus nacionais disponibilizem
recursos e ativos financeiros a essas pessoas (art. 1º, alínea “d”).
Os Estados devem se abster de prover qualquer forma de apoio a entidades ou pessoas envolvidas
em atos terroristas (art. 2º, alínea “a”). Não se pode admitir, nesse sentido, que os Estados homiziem
pessoas que financiam, participam ou realizam atos terroristas (art. 2º, alínea “c”), tampouco que
permitam a utilização dos seus territórios por essas pessoas (art. 2º, alínea “d”). Os Estados devem
implementar rígido controle de fronteiras e de emissão de documentos de viagem, a fim de impedir
a movimentação de terroristas e de grupos terroristas.
Os Estados devem assegurar que qualquer pessoa que participe do financiamento, planejamento,
preparação ou perpetração de atos terroristas seja levada a julgamento. Para isso, as legislações e
códigos nacionais deverão considerar os atos terroristas como sendo graves delitos, recebendo uma
punição adequada (art. 2º, alínea “e”).
A Resolução nº 1.373/CSNU também traz obrigações de cooperação. Os Estados devem tomar todas
as medidas necessárias para prevenir o cometimento de atos terroristas, inclusive advertindo
tempestivamente outros Estados mediante intercâmbio de informações (art. 2º, alínea “b”). Além
disso, deverão auxiliar-se mutuamente em matéria de investigação criminal ou processos criminais
relativos ao financiamento ou apoio a atos terroristas, inclusive na cooperação para fornecimento
de provas (art. 2º, alínea “f”).
Além das obrigações impostas pela Resolução nº 1.373/CSNU, esta também fez algumas
recomendações genéricas que visam aumentar a eficiência do combate ao terrorismo internacional.
Nesse sentido, o Conselho de Segurança da ONU exorta (estimula) todos os Estados a:
d) tornar-se parte, tão logo quanto possível, das convenções e protocolos internacionais
específicos sobre terrorismo, inclusive a Convenção Internacional para a Supressão do
Financiamento do Terrorismo de 9 de dezembro de 1999;
É importante destacar, ainda, que há uma estreita ligação entre terrorismo internacional e outras
ameaças transnacionais (como o crime organizado, o narcotráfico, a lavagem de dinheiro e o
contrabando de materiais nucleares, químicas e biológicos). São ameaças que não podem ser
enfrentadas por um país isoladamente; nesse sentido, é necessário incrementar os esforços nos
níveis nacional, sub-regional e internacional de modo a fortalecer uma reação global a essa séria
ameaça e desafio à segurança internacional.
1. (Questão Inédita)
Comentários
De fato, a Lei nº 13.260/2016 considera que o terrorismo abrange ataques a pessoas e patrimônio.
No entanto, além disso, exige-se, para caracterizar o ato terrorista, motivação específica (xenofobia,
discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia e religião) e a finalidade de provocar terror social
ou generalizado. Questão errada.
2. (Questão Inédita)
Comentários
3. (Questão Inédita)
Comentários
De maneira geral, é possível fazer tal afirmação. As convenções internacionais sobre o combate ao
terrorismo seguem um modelo básico, que busca incrementar a cooperação interestatal,
criminalizar condutas específicas e definir regras de jurisdição. Questão correta.
4. (Questão Inédita)
Comentários
É isso mesmo. Os Estados-parte deverão tipificar como crime os atentados terroristas com bombas,
inclusive a tentativa e a participação como cúmplice, organizador ou mesmo qualquer tipo de apoio
a esses atentados. Questão correta.
5. (Questão Inédita)
Comentários
A jurisdição é territorial. Um Estado-parte não poderá exercer sua jurisdição no território de outro
Estado-parte. Questão errada.
6. (Questão Inédita)
Comentários
7. (Questão Inédita)
Comentários
8. (Questão Inédita)
Comentários
9. (Questão Inédita)
impede que os Estados-parte celebrem acordos entre si para a divisão dos fundos oriundos da
apreensão.
Comentários
A Convenção autoriza que os Estados-parte celebrem acordos entre si para a repartição dos fundos
oriundos da apreensão. Questão errada.
Comentários
Comentários
Comentários
A Resolução nº 1.373/CSNU faz uma condenação global ao terrorismo, como reação aos atentados
terroristas de 11 de setembro de 2001. Além disso, foi responsável por instituir o Comitê
Antiterrorismo, vinculado ao Conselho de Segurança das Nações Unidas. Questão correta.
A maior crítica sobre a Resolução nº 1.373/CSNU é que ela desconsidera a ligação entre o
terrorismo internacional e o crime organizado transnacional, o narcotráfico, a lavagem de
dinheiro, o contrabando de materiais nucleares, químicos, biológicos e outros materiais
potencialmente mortíferos.
Comentários
Comentários
Comentários
Comentários
Os atentados terroristas com bombas serão considerados incluídos entre os delitos que levam à
extradição em todos os tratados de extradição que vinculam os Estados-parte da Convenção
Internacional sobre a Supressão de Atentados Terroristas com Bombas (1997). Questão errada.
Qualquer pessoa estará cometendo um delito quando, por qualquer meio, direta ou
indiretamente, ilegal e intencionalmente, prover ou receber fundos com a intenção de empregá-
los, ou ciente de que serão empregados, no todo ou em parte, para realizar um ato terrorista
internacional.
Comentários
A Convenção Interamericana Contra o Terrorismo (2002) possui a mesma linha de proteção aos
direitos humanos que os tratados internacionais que versam sobre o terrorismo no seio das
Nações Unidas.
Comentários
A proteção internacional do terrorismo funciona nos âmbitos local, regional e global. Nesse sentido
é que se fundamenta a proteção aos direitos humanos, tanto no seio da Organização dos Estados
Americanos, caso da Convenção Interamericana Contra o Terrorismo (2002), quanto no seio das
Nações Unidas, em suas respectivas convenções. Questão correta.
A Convenção Interamericana sobre o Terrorismo dispõe que não se deve reconhecer a condição
de refugiado ou de asilado político aos indivíduos que tenham praticado atos terroristas.
Comentários
Comentários
A Convenção procura a cooperação interestatal e é correta a assertiva que dispõe que os Estados-
parte devem adaptar suas leis nacionais com a finalidade de cooperação para a supressão do
financiamento do terrorismo. Questão correta.
O Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou a sua Resolução 1373 motivado pelo
atentado do dia 11 de setembro de 2001.
Comentários
As Convenções Internacionais que versam sobre o terrorismo são bastante diferentes umas das
outras e sempre optam por inovar na luta contra o terror.
Comentários
Uma das críticas à Convenção Internacional sobre a Supressão de Atentados Terroristas com
Bombas (1997) é que ela não pune os indivíduos que tentaram cometer atos de terrorismo, nem
a participação de cúmplices ou organizadores do atentado.
Comentários
A Resolução nº 1.373/CSNU, devido à falha no tratamento das Nações Unidas com a temática
do terrorismo, propôs um rompimento com as ideias anteriores ao 11 de setembro de 2011.
Comentários
Não se pode dizer que houve um rompimento, pelo contrário, houve um fortalecimento das políticas
antiterroristas com a chegada da Resolução nº 1.373 do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Questão errada.
Comentários
Sim. De fato, a Resolução nº 1.373 traz a recomendação de que os Estados encontrem meios de
intensificar e acelerar o intercambio das informações operacionais, de forma a reduzir o terrorismo.
Questão correta.
LISTA DE QUESTÕES
1. (Instituto Rio Branco – 2009)
A Convenção de Palermo, ratificada pelo Brasil, tem como objetivo promover a cooperação
jurídica e policial no combate e na prevenção do crime organizado transnacional.
2. (CGU-2008)
Assuntos Penais, que prevê, entre outros aspectos, a colaboração na investigação de delitos,
bem como a cooperação nos procedimentos judiciais em temas criminais. Sobre esse
instrumento, assinale a opção falsa.
b) A realização das diligências solicitadas no contexto desse Protocolo deve ser regida pelas leis
do Estado requerido, e não do Estado requerente.
e) Esse Protocolo não poderá ser aplicado caso as condutas que motivem o pedido de
assistência não constituam crime no Estado requerido.
3. (CGU-2008)
Assinale o único instrumento jurídico-internacional listado abaixo ao qual o Brasil não está
vinculado.
5. (AGU – 2015)
6. (Questão Inédita)
7. (Questão Inédita)
8. (Questão Inédita)
9. (Questão Inédita)
A maior crítica sobre a Resolução nº 1.373/CSNU é que ela desconsidera a ligação entre o
terrorismo internacional e o crime organizado transnacional, o narcotráfico, a lavagem de
dinheiro, o contrabando de materiais nucleares, químicos, biológicos e outros materiais
potencialmente mortíferos.
Qualquer pessoa estará cometendo um delito quando, por qualquer meio, direta ou
indiretamente, ilegal e intencionalmente, prover ou receber fundos com a intenção de empregá-
los, ou ciente de que serão empregados, no todo ou em parte, para realizar um ato terrorista
internacional.
A Convenção Interamericana Contra o Terrorismo (2002) possui a mesma linha de proteção aos
direitos humanos que os tratados internacionais que versam sobre o terrorismo no seio das
Nações Unidas.
A Convenção Interamericana sobre o Terrorismo dispõe que não se deve reconhecer a condição
de refugiado ou de asilado político aos indivíduos que tenham praticado atos terroristas.
O Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou a sua Resolução 1373 motivado pelo
atentado do dia 11 de setembro de 2001.
As Convenções Internacionais que versam sobre o terrorismo são bastante diferentes umas das
outras e sempre optam por inovar na luta contra o terror.
Uma das críticas à Convenção Internacional sobre a Supressão de Atentados Terroristas com
Bombas (1997) é que ela não pune os indivíduos que tentaram cometer atos de terrorismo,
nem a participação de cúmplices ou organizadores do atentado.
A Resolução nº 1.373/CSNU, devido à falha no tratamento das Nações Unidas com a temática
do terrorismo, propôs um rompimento com as ideias anteriores ao 11 de setembro de 2011.
GABARITO
1. CERTA
2. Letra E
3. Letra E
4. Letra B
5. CERTA
6. ERRADA
7. ERRADA
8. CERTA
9. CERTA
10. ERRADA
11. ERRADA
12. CERTA
13. CERTA
14. ERRADA
15. CERTA
16. ERRADA
17. CERTA
18. ERRADA
19. CERTA
20. CERTA
21. ERRADA
22. CERTA
23. CERTA
24. CERTA
25. CERTA
26. CERTA
27. ERRADA
28. ERRADA
29. ERRADA
30. CERTA