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Aula 18
AULA 18
DIREITO DA INTEGRAÇÃO
Direito da Integração ........................................................................................................ 3
3 - MERCOSUL................................................................................................................................144
Gabarito ......................................................................................................................... 76
Abraços,
Ricardo Vale
ricardovale@estrategiaconcursos.com.br
https://www.instagram.com/profricardovale/
http://www.instagram.com/matalanio/
DIREITO DA INTEGRAÇÃO
Hoje em dia é muito comum ouvir falar em “blocos econômicos” e “processo de integração
regional”. Não é para menos! Com a globalização e o aprofundamento das relações internacionais,
o tema da integração econômica vem ganhando cada vez maior importância no âmbito do direito
internacional público.
Mas, afinal de contas, qual é o conceito de integração regional? Quando é que se falou pela primeira
vez nisso? E por que os países decidiram integrar-se economicamente?
==146f25==
Responder a essas perguntas com rigor acadêmico é algo bastante complexo, mas de uma forma
bem simples, a integração regional pode ser entendida como um fenômeno por meio do qual países
formam blocos econômicos regionais com o objetivo de obter desenvolvimento econômico
conjunto. Para Raúl Granillo Ocampo, o processo de integração regional é um “fenômeno de
interação entre Estados por meio do qual estes aumentam sua interdependência e aprofundam seu
relacionamento mútuo, transformando-se de unidades previamente separadas em partes
componentes de um sistema coerente.”1 Trata-se de um processo complexo, voluntário, dirigido a
um fim específico e que pode se manifestar no campo econômico, social e político.
O ideal integracionista não é algo recente. Ele teve sua origem no pensamento do filósofo Immanuel
Kant e sua esperança de encontrar a “paz perpétua” por meio de uma federação de Estados livres
ou, ainda, no pensamento de líderes como Simon Bolívar, que defendia a associação dos recém-
independentes Estados latino-americanos como forma de evitar possível recolonização por parte
das potências europeias.
Embora o ideal integracionista não seja recente, o processo de integração regional somente foi
sistematizado e descrito teoricamente na década de 60, pelo economista húngaro Bela Balassa.
1
. OCAMPO, Raúl Granillo. Direito Internacional Público da Integração. Rio de Janeiro: Campus, 2008. pp. 21-22.
a) A área de livre comércio é o primeiro dos estágios de integração, isto é, o estágio que apresenta
o menor nível de integração. Sua característica principal é a livre circulação de mercadorias e
serviços entre os países que a integram. No âmbito de uma área de livre comércio, não há direitos
aduaneiros incidentes sobre a circulação de bens. Para visualizarmos melhor como funciona esse
tipo de bloco econômico, vamos a um exemplo! Imagine que três países (A, B e C) formem uma área
de livre comércio. Se o país A exporta uma mercadoria para o país B, não será cobrado imposto nessa
importação. Da mesma forma, se o país B exporta para o país C, não incidirá imposto de importação
nessa operação.
Mas será que é possível uma liberalização completa do fluxo de bens e serviços? Ou melhor: será
que, para a configuração de uma área de livre comércio, é necessária uma completa liberalização do
fluxo de bens e serviços?
Excelente pergunta, meu amigo! A liberalização completa do fluxo de bens e serviços, mesmo em
uma área de livre comércio, é algo que não existe. Mesmo no âmbito de áreas de livre comércio, é
possível que os países imponham restrições à livre circulação de bens e serviços.
Segundo o art. XXIV do GATT, existe uma área de livre comércio entre países quando são eliminadas
tarifas e outras regulações restritivas sobre “substancialmente todo o comércio”. Definir a
expressão “substancialmente todo o comércio” é uma das maiores polêmicas da literatura que trata
dos acordos regionais. Para alguns países, deve-se levar em conta aspectos quantitativos (existência
de um percentual de comércio coberto pelo acordo); para outros, devem ser considerados aspectos
qualitativos (nenhum setor econômico deve estar de fora da abrangência do acordo). 2 Em que pese
estas duas correntes divergentes, não há definição sobre o tema. Até mesmo o Órgão de Apelação
da OMC, quando teve a oportunidade de se manifestar sobre o assunto e definir o significado de
“substancialmente todo o comércio”, preferiu ficar em cima do muro e não chegou a nenhuma
conclusão substancial.3
b) A união aduaneira, por sua vez, se caracteriza pela livre circulação de mercadorias e serviços
entre seus integrantes e, ainda, pela harmonização da política comercial em relação a terceiros
países. Assim, os países-membros desse bloco comercial estabeleceriam as mesmas regras
alfandegárias em relação a terceiros não-membros. Em outras palavras, as normas de comércio
exterior seriam essencialmente as mesmas em todos os países, aplicando-se, inclusive, uma Tarifa
Externa Comum (TEC). Com efeito, a TEC é considerada um instrumento que materializa a existência
de uma política comercial comum em relação a terceiros países.
“Mas, Ricardo, o que significa dizer que as normas de comércio exterior seriam essencialmente as
mesmas?”
Excelente pergunta, meu amigo! Em uma união aduaneira ideal, é como se os países que a integram
formassem um território aduaneiro único. Como formam um território aduaneiro único, as regras
aplicáveis às operações de comércio exterior – classificação fiscal, valoração aduaneira, regimes
aduaneiros, controle aduaneiro, tributação, etc – também deveriam ser únicas.
É, meu amigo, a formação de uma união aduaneira ideal não é realmente algo fácil! Justamente por
isso, quando citamos exemplos de uniões aduaneiras – MERCOSUL e Comunidade Andina – temos
que dizer que elas são consideradas uniões aduaneiras imperfeitas.
O fator primordial para considerarmos que esses blocos comerciais são exemplos de uniões
aduaneiras é a existência de uma Tarifa Externa Comum (TEC), que nada mais é do que uma tabela
que estabelece as alíquotas do I.I para os produtos importados de terceiros países. Todavia, as
imperfeições dessas uniões aduaneiras ficam visíveis quando verificamos que as normas de
comércio exterior nesses países não são essencialmente unificadas e que ainda persistem inúmeras
exceções à Tarifa Externa Comum (TEC).
A Tarifa Externa Comum (TEC) é determinada discricionariamente pelos órgãos decisórios do bloco
regional. Todavia, as regras da OMC (art. XXIV, parágrafo 5º) estabelecem que as tarifas e outras
2
PRAZERES, Tatiana. A OMC e os Blocos Regionais. São Paulo: Aduaneiras, 2008, pp. 285-286.
3
Segundo o Órgão de Apelação “substantially all the trade is not the same as all the trade, and also that substantially
all the trade is something considerable more than merely some of the trade.” Em tradução livre, “substancialmente
todo o comércio não é o mesmo que todo o comércio, e também ‘substancialmente todo o comércio’ é
consideravelmente superior a apenas algum comércio.”
regulações de comércio impostas por ocasião da formação da união aduaneira “não podem ser mais
restritivas em seu conjunto do que as restrições aplicáveis pelos seus integrantes antes da
constituição do bloco regional”.
“Mas, Ricardo, o que seria essa tal livre circulação dos fatores de produção?”
Ótima pergunta! Em primeiro lugar, precisamos saber o que são “fatores de produção”, conceito
que retiramos da Macroeconomia. Bem, podemos dizer que fatores de produção são os elementos
básicos utilizados na produção de bens e serviços. São considerados fatores de produção a terra, o
trabalho, o capital, a capacidade empresarial e, modernamente, a tecnologia.
Pois bem, a livre circulação de fatores de produção (característica do mercado comum) implicaria na
possibilidade de que um trabalhador pudesse exercer suas atividades livremente em qualquer dos
países do bloco. Ou ainda, que não houvesse restrições aos investimentos intrabloco, sendo possível
a livre circulação de capitais. Com base nessa lógica é que se diz que, no mercado comum, estão
presentes as chamadas “quatro liberdades” do mercado: livre circulação de bens, serviços, capitais
e mão-de-obra.
Para que seja possível a livre circulação de fatores de produção, é necessário, todavia, a
harmonização das políticas previdenciária, trabalhista e de capitais entre os integrantes do bloco.
Vale ressaltar que no mercado comum existirá, assim como na união aduaneira, uma harmonização
da política comercial intrabloco (comércio livre de barreiras entre seus integrantes) e extrabloco
(regras de comércio exterior unificadas, incluindo tributação).
d) A união econômica é o quarto estágio de integração econômica, em que, além das características
do mercado comum, há harmonização das políticas econômicas dos países do bloco. Quando
dizemos que as políticas econômicas são harmonizadas, estamos nos referindo às políticas cambial,
monetária e fiscal.
Destaque-se que a literatura considera como fator essencial ao sucesso de uniões econômicas e
mercados comuns a proximidade geográfica entre seus membros. Tal característica não é
considerada, todavia, um diferencial importante para o sucesso de áreas de livre comércio e zonas
de preferências tarifárias.
e) A integração econômica total é o estágio de integração mais avançado, que se caracteriza pela
unificação ou equalização das políticas econômicas de seus integrantes. Vejam, caros amigos, que,
no caso da integração econômica total, não há uma simples harmonização das políticas econômicas.
Estas são, ao contrário, conduzidas de forma unificada.
Para que as políticas econômicas possam ser conduzidas de forma unificada, é necessário que exista
um órgão supranacional com essa responsabilidade. Todavia, para que ele possa exercer tal
competência, cada um dos integrantes do bloco econômico deverá abdicar de parcela de sua
soberania em prol do poder central.
Por outro lado, órgãos supranacionais são aqueles que emanam decisões que não precisam ser
incorporadas ao ordenamento jurídico interno dos Estados para entrarem em vigor e já gozam,
desde o momento em que emitidas, de eficácia e aplicabilidade imediatas. A supranacionalidade
pressupõe cessão de soberania em prol de um poder central; a intergovernamentabilidade
pressupõe a existência de mecanismos de mera cooperação internacional.
Questão interessante, que suscita largos debates doutrinários, é acerca do estágio atual de
integração da União Europeia. Embora parcela da literatura considere que a U.E alcançou o estágio
de “integração econômica total”, a doutrina majoritária entende que se trata de uma união
econômica e monetária. 4
De nossa parte, entendemos que a União Europeia é, inegavelmente, uma união econômica e
monetária, uma vez que apenas a política cambial e monetária são conduzidas de forma unificada
pelo Banco Central Europeu. As políticas econômicas “latu sensu” da União Europeia são objeto de
mera coordenação. Com efeito, é possível afirmar que uma das causas da recente crise econômica
na U.E foi a inexistência de uma política fiscal unificada, o que levou alguns países a exacerbarem
seus gastos públicos.
4
PORTELA, Paulo Henrique Gonçalves. Direito Internacional Público e Privado. Salvador: Editora
Juspodium, 2009, pp. 802-803
Existe ainda outro tipo de acordo regional, o qual não é, todavia, enquadrado como um estágio de
integração pela doutrina desenvolvida por Bela Balassa. 5 Trata-se das zonas de preferências
tarifárias (ou acordos de preferências tarifárias). As zonas de preferências tarifárias são acordos
comerciais, em que os integrantes se outorgam mutuamente preferências tarifárias (reduções do
imposto de importação). Diz-se, portanto, que os integrantes desse tipo de acordo concedem entre
si uma margem de preferência nas importações.
Embora Bela Balassa, criador da teoria da integração regional, não tenha feito qualquer
menção às zonas de preferências tarifárias, é razoável considerar que, atualmente, elas
também são um estágio de integração.
5
Embora Bela Balassa não tenha mencionado as zonas de preferências tarifárias, vários outros autores
as consideram como um estágio de integração regional. Em provas de concursos públicos, devemos
admitir como corretas alternativas que mencionem as ZPT’s como estágio de integração regional.
1. (AFRF-2003)
Uma união aduaneira pressupõe a livre movimentação de bens, capital e mão de- obra e a
adoção de uma tarifa externa comum entre dois ou mais países.
Comentários:
Em uma união aduaneira, não há livre circulação de capital e mão-de-obra. Essas são características
de um mercado comum. Questão errada.
2. (AFRF – 2002.1)
O que define, essencialmente, uma área de livre comércio é a livre circulação de bens e serviços
através das fronteiras.
Comentários:
A área de livre comércio fica caracterizada quando há livre circulação de bens e serviços em relação
ao substancial do comércio. Questão correta.
3. (ACE-2002)
Acordos Comerciais Preferenciais são acordos nos quais Estados uniformizam o tratamento a
ser dispensado às importações oriundas de terceiros países.
Comentários:
4. (AFRF-2000)
Dois países, ao reduzirem suas tarifas de importação entre si ao nível mais baixo possível com
vistas a uma liberalização integral do comércio recíproco dentro de dez anos, sem, entretanto,
estabelecerem uma tarifa externa comum para as importações de terceiros países,
pretenderam criar uma zona de livre comércio.
Comentários:
O estágio de integração que os países pretenderam estabelecer por meio do acordo foi uma área de
livre comércio, que se caracteriza pela liberalização do fluxo de bens e serviços em relação ao
5. (ACE-1997)
Comentários:
Em ordem crescente de complexidade temos: i) área de livre comércio; ii) união aduaneira; iii)
mercado comum; iv) união econômica e; v) integração econômica total. Questão errada.
6. (AFTN-1996 – adaptada)
União aduaneira e mercado comum são duas formas de integração econômica regional. O que
diferencia essas duas formas é a inclusão dos fatores de produção no tratamento das relações
econômicas entre os países-membros.
Comentários:
A união aduaneira se caracteriza pela livre circulação de bens e serviços e, ainda, pela política
comercial comum em relação a terceiros países. Já o mercado comum, além das características da
união aduaneira, é um estágio de integração que permite a livre circulação dos fatores de produção
(capital e mão-de-obra).
Portanto, está correto dizer que o que diferencia a união aduaneira do mercado comum é a inclusão
dos fatores de produção no tratamento das relações econômicas entre os países membros.
7. (AFRF – 2003)
Uma união aduaneira pressupõe a liberalização do comércio entre os países que a integram e
a adoção de uma tarifa comum a ser aplicada às importações provenientes de terceiros países.
Comentários:
Essa é a exata definição de uma união aduaneira: livre circulação de bens e serviços e política
comercial comum em relação a terceiros países, a qual se materializa na existência de uma tarifa
externa comum. Questão correta.
8. (INMETRO – 2007)
Comentários:
A literatura econômica reconhece que um dos fatores para o sucesso de uniões econômicas e
monetárias e mercados comuns é a proximidade geográfica entre os países. Questão errada.
9. (ACE-2001)
Comentários:
Em uma área de preferências tarifárias, não há uma Tarifa Externa Comum (TEC). A existência de
uma TEC é característica das uniões aduaneiras. Questão errada.
10. (ACE-2001)
Comentários:
A proximidade geográfica não é condição essencial para o sucesso de áreas de livre comércio e de
zonas de preferências tarifárias. Questão errada.
11. (ACE-2001)
Comentários:
Questão bastante difícil, que extrapola as características do estágio de integração regional e adentra
em considerações doutrinárias sobre o tema! Digo isso porque não é características das ZPTs a
coordenação macroeconômica.
Com o Tratado de Lisboa (2007), houve a unificação da personalidade jurídica da União Europeia.
Em virtude disso, a doutrina mais moderna tem preferido o uso do termo “direito da União”, ao
invés de direito comunitário.
O direito comunitário não se confunde com o direito internacional, tampouco com o direito interno.
É uma ordem jurídica autônoma, aplicável àqueles blocos regionais que alcançaram estágio mais
avançado de integração, como é o caso da União Europeia.
As normas comunitárias são produzidas pelos Estados e pelos órgãos do bloco regional. No primeiro
caso, tem-se a celebração de tratados que dão vida ao bloco regional, representando a
manifestação do Direito Comunitário Originário. Esses tratados têm uma peculiaridade: eles
delegam parcela da soberania de cada Estado a órgãos supranacionais. Tais órgãos irão produzir
normas com efeito direito e aplicabilidade imediata aos Estados que fazem parte do bloco regional.
É a manifestação do Direito Comunitário Derivado.
Para aliar a teoria à prática, vamos exemplificar. Os membros da União Europeia celebraram o
Tratado da União Europeia (TUE) e o Tratado de Funcionamento da União Europeia (TFUE), os quais
são manifestação do Direito Comunitário Originário. Esses tratados permitem que o Parlamento
Europeu e o Conselho da União Europeia produzam normas comunitárias com efeito direito e
aplicabilidade imediata, ou seja, que independem de qualquer procedimento de internalização nos
Estados-membros para produzirem os seus efeitos. É a manifestação do Direito Comunitário
Derivado.
avançados. Nesse sentido, há que se destacar que o direito comunitário não se confunde com o
direito da integração.
Embora haja certa confusão na doutrina e nos editais de concursos, ainda não se pode falar na
existência de um direito comunitário no âmbito do MERCOSUL. Nesse bloco regional, não existem,
afinal, órgãos supranacionais, mas apenas intergovernamentais. As decisões dos órgãos do
MERCOSUL, como regra, somente produzirão seus efeitos após serem internalizadas no
ordenamento jurídico de cada Estado-membro. No direito da integração, prevalecem, portanto, os
clássicos mecanismos de incorporação/internalização ao direito interno das normas internacionais.
As normas comunitárias têm primazia sobre o direito interno, ou seja, havendo conflito entre
normas internas e normas comunitárias, estas últimas irão prevalecer. Embora a doutrina não seja
unânime, o Tribunal de Justiça da União Europeia considera que o direito comunitário predomina
sobre qualquer norma de direito interno, inclusive sobre as Constituições nacionais. Trata-se de
interpretação polêmica e que, por isso, deve ser adotada com cuidado.
A propósito, na União Europeia, com o objetivo de velar pela aplicação do ordenamento jurídico
comunitário, existe um Tribunal de Justiça com caráter supranacional. Cabe destacar que o Tribunal
de Justiça da União Europeia não tem o monopólio da aplicação do direito comunitário. As normas
comunitárias também são aplicadas pelos tribunais nacionais, de cada Estado-membro da União
Europeia. Essa será estudada mais a fundo na disciplina de Política Internacional.
d) o Mercado Comum do Sul foi criado pelo Tratado de Assunção, celebrado entre Brasil,
Argentina, Paraguai e Uruguai, sendo detentor de personalidade internacional;
e) a vigência das normas comunitárias na ordem jurídica interna dos Estados opera desde o
momento da sua entrada em vigor na ordem comunitária e após sua sujeição ao processo
nacional interno de recepção.
Comentários:
Letra B: correta. O direito comunitário tem primazia sobre o direito interno. Na União Europeia, há
um Tribunal de Justiça com caráter supranacional responsável por assegurar a observância do direito
comunitário.
Letra D: correta. O MERCOSUL tem personalidade jurídica de direito internacional, reconhecida pelo
Protocolo de Ouro Preto.
Letra E: errada. As normas comunitárias têm efeito direto e aplicabilidade imediata. Elas não
precisam ser internalizadas ao ordenamento jurídico interno dos Estados para produzir os seus
efeitos.
O gabarito é a letra E.
3 - MERCOSUL
Na década de 70, o Brasil atravessou um período conhecido por “milagre econômico”, em que houve
crescimento econômico acelerado e ampla industrialização. Por sua vez, a Argentina experimentou
um declínio de seu modelo agroexportador, o qual reduziu sua importância e alcance internacional.
Com o surto de crescimento econômico obtido pelo Brasil, surgiram novos interesses em relação aos
países vizinhos, notadamente a busca de novas fontes de energia e aproveitamento da rede
hidrográfica de forma conjunta, iniciativas que poderiam sustentar o desenvolvimento do país.
A maior penetração brasileira nos países vizinhos e o “milagre econômico”, aliados a visões
geopolíticas dos militares brasileiros e argentinos (que estavam no poder à época), suscitaram
desconfianças da Argentina em relação à política externa brasileira. As desconfianças argentinas
se materializaram na oposição à construção da usina hidrelétrica de Itaipu, o que criou um conflito
de alcance internacional, deixando em clima de tensão as relações bilaterais entre os países durante
uma década.
A superação do conflito ocorreu com a celebração, em 1979, do acordo Itaipu-Corpus. A partir daí,
ocorreu uma reaproximação entre Argentina e Brasil, possibilitando mais tarde a integração
Percebeu-se, todavia, que a integração seria benéfica aos dois países, permitindo-lhes obter maior
desenvolvimento e crescimento econômico. Isso nos permite afirmar que, ao contrário da União
Europeia, o que motivou a aproximação bilateral entre Brasil e Argentina foi fundamentalmente o
aspecto econômico-comercial. Entretanto, houve também aspectos políticos que aproximaram os
dois países.
Na década de 80, Argentina e Brasil possuíam algumas semelhanças políticas e econômicas que os
aproximava. Ambos haviam mudado o regime político, instaurando a democracia após o fim do
regime militar, o que os levava a sentir a necessidade de consolidar o processo democrático. Ao
mesmo tempo, percebiam a importância de criar alianças para fortalecer-se nas relações
econômicas internacionais, o que seria particularmente importante em virtude das negociações
comerciais da Rodada Uruguai, iniciada em 1986. Os problemas econômicos que Brasil e Argentina
atravessavam também eram bastante parecidos. A dívida externa dos dois países era bastante
elevada e ambos os governos adotavam medidas para controlar a alta inflação.
Em 1988, foi assinado, também por esses dois países, o Tratado de Integração, Cooperação e
Desenvolvimento, que tinha como objetivo estabelecer as bases para uma área de livre comércio
entre Brasil e Argentina.
A adesão do Uruguai ao projeto de integração sul-americano foi realizada de forma lenta, uma vez
que esse país tinha preferência por manter seus acordos bilaterais, temendo que a integração
pudesse comprometer sua incipiente indústria. O Paraguai, por sua vez, só foi incorporado ao
processo de integração após a deposição do ditador Alfredo Stroessner em 1989, representante do
último regime ditatorial da região. 7
Lançadas as bases do MERCOSUL, este bloco regional foi constituído por meio do Tratado de
Assunção, assinado em 1991 por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. A celebração do Tratado de
6
OCAMPO, Raúl Granillo. Direito Internacional Público da Integração. Rio de Janeiro: Campus, 2008, pp.461-463
7 OCAMPO, Raúl Granillo. Direito Internacional Público da Integração. Rio de Janeiro: Campus, 2008, pp.461-463
Assunção foi motivada nitidamente por aspectos econômico-comerciais, já que os 4 (quatro) países
perceberam que teriam muito maior poder negociador caso atuassem em conjunto. Com efeito, as
origens do MERCOSUL remontam a um contexto global em que se vivia ampla abertura comercial,
seja em âmbito multilateral ou regional. Em nível multilateral, desenvolvia-se a mais complexa e
ambiciosa de todas as negociações comerciais: a Rodada Uruguai. Já em nível regional, os países
latino-americanos, seguindo a ideologia liberal do Consenso de Washington, promoviam a abertura
comercial.
O MERCOSUL é um acordo de alcance parcial celebrado sob a égide da ALADI (Associação Latino-
Americana de Integração). A ALADI é a mais ampla iniciativa de integração na América Latina, sendo
dotada de mecanismos flexíveis. No âmbito da ALADI, podem ser celebrados acordos entre todos os
seus membros (acordos de alcance regional) e acordos entre alguns membros (acordos de alcance
parcial).
Em 2006, foi assinado o Protocolo de Adesão da Venezuela ao MERCOSUL, tendo como objetivo que
esse país se torne um membro efetivo do bloco regional. No entanto, para que ele pudesse entrar
em vigor e a Venezuela efetivamente se incorporasse ao MERCOSUL, seria necessário que todos os
membros do bloco ratificassem esse protocolo. Brasil, Argentina e Uruguai o fizeram, restando
apenas o Paraguai.
Em dezembro de 2016, a Venezuela, por não ter cumprido as obrigações assumidas por ocasião de
sua adesão, foi suspensa do MERCOSUL. Pode-se dizer que a Venezuela é um membro efetivo do
MERCOSUL, mas os seus direitos na condição de Estado-parte estão suspensos.
8 Segundo o art. 4º do Protocolo de Ushuaia, no caso de ruptura da ordem democrática em um Estado–parte, serão
celebradas consultas dos Estados-partes entre si e com o Estado afetado. Caso as consultas não tenham resultado, o
Estado afetado poderá sofrer sanções, que vão desde a suspensão do direito de participar dos órgãos do processo de
integração regional até a suspensão dos direitos e obrigações resultantes desse processo.
9 A Venezuela é um membro efetivo do MERCOSUL, mas seus direitos estão suspensos desde dezembro de 2016.
Os membros associados do MERCOSUL participam das reuniões desse bloco regional, mas não
possuem direito de voto. Esses países já possuem acordos comerciais com o MERCOSUL (e.g,
MERCOSUL-CAN, MERCOSUL-Chile), o que demonstra a intenção de ainda maior aproximação
comercial no futuro. Cabe destacar que os membros associados do MERCOSUL não utilizam a Tarifa
Externa Comum (TEC), tampouco se vinculam às normas emanadas dos órgãos decisórios do bloco.
Também é possível que um Estado queira denunciar o Tratado de Assunção, ou seja, desvincular-se
do MERCOSUL. Quando um Estado tiver essa intenção, ele deverá comunicá-la aos demais Estados-
partes, de maneira expressa e formal, entregando o documento de denúncia ao Ministério das
Relações Exteriores do Paraguai, que o distribuirá aos demais membros do MERCOSUL. Uma vez
formalizada a denúncia, o Estado denunciante não estará mais vinculado aos direitos e obrigações
que lhe correspondam na condição de Estado-parte, salvo em relação ao Programa de Liberalização
Comercial e outros aspectos negociados, os quais irão vigorar por 2 (dois) anos contados da data da
denúncia. Dessa forma, mesmo saindo do MERCOSUL, o Estado ainda irá participar, por mais 2 (dois)
anos, da livre circulação de mercadorias intrabloco.
O MERCOSUL possui acordos comerciais celebrados com diversos países, dentre os quais citamos
MERCOSUL-Índia, MERCOSUL- SACU (União Aduaneira Sul-Africana), MERCOSUL-Israel, MERCOSUL-
Chile, MERCOSUL-Bolívia, MERCOSUL-Cuba e MERCOSUL-México.13
Nos próximos anos, vislumbra-se que o MERCOSUL celebre um acordo preferencial com a União
Europeia. Cabe destacar, quanto a esse ponto, que, nas negociações comerciais internacionais, o
MERCOSUL atua sempre em bloco. Assim, não há acordo comercial celebrado exclusivamente pelo
Brasil ou exclusivamente pela Argentina. Ao contrário, somente há acordos celebrados pelo
MERCOSUL como um todo.
10 A Guiana tornou-se Estado associado do MERCOSUL por meio da Decisão CMC nº 12/2013.
11 O Suriname tornou-se Estado associado do MERCOSUL por meio da Decisão CMC nº 13/2013.
12 Em dezembro de 2012, foi aprovada a Decisão CMC nº 68/2012, que versa sobre a adesão da Bolívia ao MERCOSUL.
A referida decisão aprovou o texto do Protocolo de Adesão da Bolívia ao MERCOSUL, o qual, todavia, precisará ser
assinado e ratificado por todos os membros do bloco regional para que, só então, entre em vigor. A Bolívia continua
sendo, portanto, um membro associado, também podendo-se dizer que é um “membro em adesão”.
13 Embora tenham sido celebrados, ainda não estão em vigor os seguintes acordos: MERCOSUL-Egito e MERCOSUL-
Palestina. O acordo MERCOSUL-SACU entrou em vigor em 1º de abril de 2016, com a publicação do Decreto nº
8.703/2016.
O Tratado de Assunção estabelece, em seu art. 1º, que o objetivo do MERCOSUL é constituir, até 31
de dezembro de 1994, um mercado comum. Mas o que pressupõe um mercado comum?
Conforme já estudamos, um mercado comum pressupõe: i) livre circulação de bens e serviços; ii)
política comercial comum em relação a terceiros países e; iii) livre circulação dos fatores de
produção. Pois bem, para que o MERCOSUL se torne um mercado comum ele deverá, portanto,
promover tais avanços. Guarde bem isso! Em um mercado comum, assume-se a existência das
“quatro liberdades” do mercado: livre circulação de bens, serviços, pessoas e capitais.
Vamos ler juntos o art. 1º do Tratado de Assunção, que é, sem dúvida alguma, muito importante:
Artigo 1º - Os Estados Partes decidem constituir um Mercado Comum, que deverá estar
estabelecido a 31 de dezembro de 1994, e que se denominará "Mercado Comum do Sul"
(MERCOSUL).
- A livre circulação de bens, serviços e fatores produtivos entre os países, através, entre outros, da
eliminação dos direitos alfandegários restrições não tarifárias à circulação de mercado de qualquer
outra medida de efeito equivalente;
- O estabelecimento de uma tarifa externa comum e a adoção de uma política comercial comum
em relação a terceiros Estados ou agrupamentos de Estados e a coordenação de posições em foros
econômico-comerciais regionais e internacionais;
- O compromisso dos Estados Partes de harmonizar suas legislações, nas áreas pertinentes, para
lograr o fortalecimento do processo de integração.
A terceira implicação de um mercado comum é a livre circulação dos fatores de produção (capital e
mão-de-obra). Esse objetivo ainda não foi conquistado, uma vez que se faz necessário a
harmonização das políticas trabalhista, previdenciária e de capitais. Cabe destacar, todavia, que no
âmbito do MERCOSUL, já existem iniciativas nesse sentido, como a Declaração Sociolaboral do
MERCOSUL, assinada em 1998 pelos quatro membros do bloco, que estabelece princípios em
matéria trabalhista para o MERCOSUL. Também já foi assinado, no âmbito do bloco regional, o
Acordo Multilateral de Seguridade Social do MERCOSUL.
A sexta implicação é a harmonização das legislações nas áreas pertinentes. Considerando-se que o
objetivo do MERCOSUL é tornar-se um mercado comum, haverá necessidade de harmonizar as
políticas comerciais intrabloco e extrabloco e, ainda, as políticas trabalhista, previdenciária e de
capitais.
Ao contrário da União Europeia, o MERCOSUL não possui como objetivo estabelecer uma
moeda comum, tampouco harmonizar políticas econômicas.
Esquematizando:
Objetivos
do Livre circulação de fatores de produção
MERCOSUL
O MERCOSUL quer se tornar um mercado comum. Será que ele chega lá?
O fato é que, embora o MERCOSUL deseje se tornar um mercado comum, ele é considerado,
atualmente, apenas uma união aduaneira imperfeita. A imperfeição da união aduaneira reside no
fato de que ainda existem, no âmbito do bloco, diversas exceções à Tarifa Externa Comum.
Falaremos sobre isso mais à frente!
O Tratado de Assunção, celebrado em 1991 por Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, criou uma
estrutura institucional provisória para o MERCOSUL, a vigorar durante o período de transição para
o mercado comum. Foram criados, então, para conduzir o processo de integração regional, dois
órgãos: o Conselho do Mercado Comum (CMC) e o Grupo Mercado Comum (GMC).
Em 1994, foi celebrado pelos membros do MERCOSUL o Protocolo de Ouro Preto, que aperfeiçoou
a estrutura institucional do bloco regional e, ainda, conferiu-lhe expressamente personalidade
jurídica de direito internacional público. Assim, ficou assegurado ao MERCOSUL exercer todos os
atos internacionais necessários à consecução de seus objetivos, em especial contratar, adquirir ou
alienar bens móveis e imóveis, comparecer em juízo, conservar fundos e fazer transferências. Pode-
se considerar, portanto, que, a partir desse momento, o MERCOSUL é reconhecido como
organização internacional intergovernamental.
O Protocolo de Ouro Preto não criou o Conselho do Mercado Comum (CMC) e o Grupo
Mercado Comum (GMC). Esses órgãos foram criados pelo Tratado de Assunção.
Segundo o Protocolo de Ouro Preto, a estrutura institucional do MERCOSUL conta com os seguintes
órgãos: i) Conselho do Mercado Comum (CMC); ii) Grupo Mercado Comum (GMC); iii) Comissão de
Essa estrutura institucional não foi, todavia, engessada pelos membros do MERCOSUL. Segundo o
art. 1º, parágrafo único, do Protocolo de Ouro Preto, é possível que sejam criados pelo Conselho
do Mercado Comum (CMC) novos órgãos ou mesmo extintos os já existentes. Com efeito, a
Comissão Parlamentar Conjunta foi substituída pelo Parlamento do MERCOSUL e a Secretaria
Administrativa do MERCOSUL passou a ser chamada simplesmente de Secretaria do MERCOSUL.
São três os órgãos decisórios do MERCOSUL, que têm poder para emitir normas no âmbito do bloco:
o Conselho do Mercado Comum (CMC), o Grupo Mercado Comum (GMC) e a Comissão de
Comércio do MERCOSUL (CCM). Esses três órgãos – assim como os demais órgãos do MERCOSUL –
possuem natureza intergovernamental. Isso significa que suas decisões não têm eficácia imediata,
mas precisam ser internalizadas no ordenamento jurídico de todos os membros do bloco para entrar
em vigor. Cabe destacar que as decisões emanadas dos órgãos decisórios do MERCOSUL são
adotadas mediante consenso.
IV. Negociar e firmar acordos em nome do Mercosul com terceiros países, grupos de
países e organizações internacionais. Estas funções podem ser delegadas ao Grupo Mercado
Comum por mandato expresso, nas condições estipuladas no inciso VII do artigo 14;
V. Manifestar-se sobre as propostas que lhe sejam elevadas pelo Grupo Mercado Comum;
VI. Criar reuniões de ministros e pronunciar-se sobre os acordos que lhe sejam remetidos pelas
mesmas;
VII. Criar os órgãos que estime pertinentes, assim como modificá-los ou extingui-los;
O Conselho do Mercado Comum irá se reunir tantas vezes quanto julgar oportuno. Entretanto,
deverá se reunir, pelo menos uma vez por semestre, com a participação dos Presidentes dos
Estados-partes. Essas são as conhecidas Reuniões de Cúpula do MERCOSUL.
Cabe destacar que, na condição de órgão de cúpula do MERCOSUL, o Conselho do Mercado Comum
(CMC) exerce a titularidade da personalidade jurídica do MERCOSUL e, portanto, possui autoridade
para negociar e firmar acordos em nome do MERCOSUL com Estados e organizações internacionais.
O Grupo Mercado Comum (GMC) é o órgão executivo do MERCOSUL. É composto por 4 (quatro)
membros titulares e 4 (quatro) membros alternos por país, designados pelos respectivos Governos,
dentre os quais devem constar necessariamente representantes dos Ministérios das Relações
Exteriores, dos Ministérios da Economia (ou equivalentes) e dos Bancos Centrais.
As funções do Grupo Mercado Comum estão relacionadas no art. 14 do Protocolo de Ouro Preto,
abaixo transcrito:
III. Tomar as medidas necessárias ao cumprimento das Decisões adotadas pelo Conselho
do Mercado Comum;
IV. Fixar programas de trabalho que assegurem avanços para o estabelecimento do mercado
comum;
VI. Manifestar-se sobre as propostas ou recomendações que lhe forem submetidas pelos demais
órgãos do Mercosul no âmbito de suas competências;
VII. Negociar, com a participação de representantes de todos os Estados Partes, por delegação
expressa do Conselho do Mercado Comum e dentro dos limites estabelecidos em mandatos
específicos concedidos para esse fim, acordos em nome do Mercosul com terceiros países, grupos
de países e organismos internacionais. O Grupo Mercado Comum, quando dispuser de mandato
para tal fim, procederá à assinatura dos mencionados acordos. O Grupo Mercado Comum, quando
autorizado pelo Conselho do Mercado Comum, poderá delegar os referidos poderes à Comissão de
Comércio do Mercosul;
IX. Adotar Resoluções em matéria financeira e orçamentária, com base nas orientações emanadas
do Conselho do Mercado Comum;
A Comissão de Comércio do MERCOSUL (CCM) é responsável por velar pela aplicação dos
instrumentos de política comercial comum acordados pelos Estados Partes para o funcionamento
da união aduaneira, bem como acompanhar e revisar os temas e matérias relacionados com as
Trata-se de um órgão encarregado de assistir o Grupo Mercado Comum, possuindo natureza técnica.
Para tanto, é responsável por instituir comitês técnicos necessários ao cumprimento de suas
funções.
A CCM é, ainda, responsável por considerar e pronunciar-se sobre as solicitações apresentadas pelos
Estados Partes com respeito à aplicação e ao cumprimento da tarifa externa comum e dos demais
instrumentos de política comercial comum. Além disso, cabe à CCM propor ao Grupo Mercado
Comum novas normas ou modificações às normas existentes referentes à matéria comercial e
aduaneira do MERCOSUL.
d) Parlamento do MERCOSUL:
Vejam só que interessante! A Comissão Parlamentar Conjunta foi criada pelo Protocolo de Ouro
Preto, que estabeleceu que esse órgão seria representativo dos Parlamentos dos Estados Partes do
MERCOSUL. Ao contrário, o Parlamento do MERCOSUL é, segundo seu Protocolo Constitutivo, órgão
representativo dos povos dos Estados-partes do MERCOSUL. Como se pode perceber, a iniciativa
de criação do Parlasul visa a dotar o MERCOSUL, em última análise, de uma legitimidade
democrática.
14
Ao contrário do Parlamento do MERCOSUL, o Parlamento Europeu, por ser um órgão supranacional, possui
competência para criar leis regionais. Entendemos que o aprofundamento da integração regional no MERCOSUL
demanda a existência de órgãos supranacionais que tenham poder para emitir decisões com aplicação imediata no
âmbito do bloco.
Existe a previsão de que, até 2020, serão realizadas eleições diretas no Brasil e Uruguai para definir
os representantes de cada país no Parlasul (o Paraguai e a Argentina já fizeram eleições diretas para
o Parlamento do MERCOSUL) 15.
Atualmente, a representação de cada País no MERCOSUL está dividida da seguinte forma: i) Brasil:
37 parlamentares; ii) Argentina: 43 parlamentares; iii) Venezuela: 23 parlamentares; iv) Paraguai:
18 parlamentares e; v) Uruguai: 18 parlamentares. Trata-se de uma representação-cidadã
atenuada, que não é exatamente proporcional à população de cada Estado.
A princípio, pode parecer estranho que o Brasil tenha uma representação inferior à da Argentina.
Isso se deve ao fato de que o Brasil ainda não realizou eleições diretas para o Parlamento do
MERCOSUL. Quando o Brasil realizar eleições diretas, passará a contar com 75 parlamentares em
sua representação no Parlamento do MERCOSUL.
Artigo 4- Competências
2. Velar pela preservação do regime democrático nos Estados Partes, de acordo com as normas do
MERCOSUL, e em particular com o Protocolo de Ushuaia sobre Compromisso Democrático no
MERCOSUL, na República da Bolívia e República do Chile.
3. Elaborar e publicar anualmente um relatório sobre a situação dos direitos humanos nos Estados
Partes, levando em conta os princípios e as normas do MERCOSUL.
4. Efetuar pedidos de informações ou opiniões por escrito aos órgãos decisórios e consultivos do
MERCOSUL estabelecidos no Protocolo de Ouro Preto sobre questões vinculadas ao
desenvolvimento do processo de integração. Os pedidos de informações deverão ser respondidos
no prazo máximo de 180 dias.
5. Convidar, por intermédio da Presidência Pro Tempore do CMC, representantes dos órgãos do
MERCOSUL, para informar e/ou avaliar o desenvolvimento do processo de integração, intercambiar
opiniões e tratar aspectos relacionados com as atividades em curso ou assuntos em consideração.
15
A Argentina realizou eleições diretas para o Parlamento do MERCOSUL em outubro de 2015.
6. Receber, ao final de cada semestre a Presidência Pro Tempore do MERCOSUL, para que
apresente um relatório sobre as atividades realizadas durante dito período.
7. Receber, ao início de cada semestre, a Presidência Pro Tempore do MERCOSUL, para que
apresente o programa de trabalho acordado, com os objetivos e prioridades previstos para o
semestre.
10. Receber, examinar e se for o caso encaminhar aos órgãos decisórios petições de qualquer
particular, sejam pessoas físicas ou jurídicas, dos Estados Partes, relacionadas com atos ou
omissões dos órgãos do MERCOSUL.
12. Com o objetivo de acelerar os correspondentes procedimentos internos para a entrada em vigor
das normas nos Estados Partes, o Parlamento elaborará pareceres sobre todos os projetos de
normas do MERCOSUL que requeiram aprovação legislativa em um ou vários Estados Partes, em
um prazo de noventa dias (90) a contar da data da consulta. Tais projetos deverão ser
encaminhados ao Parlamento pelo órgão decisório do MERCOSUL, antes de sua aprovação.
Se o projeto de norma do MERCOSUL for aprovado pelo órgão decisório, de acordo com os termos
do parecer do Parlamento, a norma deverá ser enviada pelo Poder Executivo nacional ao seu
respectivo Parlamento, dentro do prazo de quarenta e cinco (45) dias, contados a partir da sua
aprovação.
Nos casos em que a norma aprovada não estiver de acordo com o parecer do Parlamento, ou se
este não tiver se manifestado no prazo mencionado no primeiro parágrafo do presente inciso a
mesma seguirá o trâmite ordinário de incorporação.
Se dentro do prazo desse procedimento preferencial o Parlamento do Estado Parte não aprovar a
norma, esta deverá ser reenviada ao Poder Executivo para que a encaminhe à reconsideração do
órgão correspondente do MERCOSUL.
13. Propor projetos de normas do MERCOSUL para consideração pelo Conselho do Mercado Comum,
que deverá informar semestralmente sobre seu tratamento.
15. Desenvolver ações e trabalhos conjuntos com os Parlamentos nacionais, a fim de assegurar o
cumprimento dos objetivos do MERCOSUL, em particular aqueles relacionados com a atividade
legislativa.
16. Manter relações institucionais com os Parlamentos de terceiros Estados e outras instituições
legislativas.
19. Receber dentro do primeiro semestre de cada ano um relatório sobre a execução do orçamento
da Secretaria do MERCOSUL do ano anterior.
20. Elaborar e aprovar seu orçamento e informar sobre sua execução ao Conselho do Mercado
Comum no primeiro semestre do ano, posterior ao exercício.
O Parlamento do MERCOSUL é um órgão unicameral, que tem como uma de suas funções principais
agilizar os procedimentos internos para a entrada em vigor de normas no âmbito do MERCOSUL.
Para isso, o Parlamento do MERCOSUL elabora Pareceres sobre todas as normas que requeiram
aprovação legislativa, devendo os projetos ser a ele encaminhados antes da aprovação pelo órgão
decisório.
A entrada em vigor de normas no âmbito do MERCOSUL não é algo tão simples. Para que uma norma
entre em vigor simultaneamente em todos os Estados membros do bloco regional, ela precisa seguir
um trâmite previsto no Protocolo de Ouro Preto.
Segundo o art. 40 do Protocolo de Ouro Preto, após aprovada uma norma, ela precisa ser
internalizada ao ordenamento jurídico de cada Estado-membro do MERCOSUL. O procedimento
de internalização depende do que estabelece o ordenamento jurídico de cada país. No Brasil, por
exemplo, qualquer acordo internacional (dentre os quais estão as normas dos órgãos do MERCOSUL)
depende, para ser incorporado ao ordenamento jurídico pátrio, de aprovação do Congresso Nacional
e da edição de decreto pelo Chefe do Executivo.
Cada país, ao internalizar uma norma em seu ordenamento jurídico interno, deverá comunicar à
Secretaria do MERCOSUL quanto a esse fato. Quando todos os Estados-membros tiverem
internalizado a norma, a Secretaria do MERCOSUL comunicará o fato a cada um deles. Essa
comunicação tem como objetivo alertar os Estados-membros do MERCOSUL de que a norma entrará
em vigor. As normas entrarão em vigor 30 dias após a comunicação efetuada pela Secretaria do
MERCOSUL.
Sem qualquer dúvida, esse rito processual para a entrada em vigor simultâneo de normas é bastante
complexo e prejudica a segurança jurídica no âmbito do MERCOSUL. A quantidade de normas
emitidas pelos órgãos decisórios do bloco regional é considerável, mas muitas delas não chegam
nunca a entrar em vigor.
Cabe destacar, todavia, que em uma tentativa de desburocratizar a processualística para a entrada
em vigor das normas emanadas pelos órgãos decisórios do MERCOSUL, tem sido bastante usado
pelos países do MERCOSUL o argumento de que, quando a norma dispuser sobre assuntos
relacionados ao funcionamento interno do bloco, esta não precisa ser incorporada aos
ordenamentos jurídicos nacionais. Tal argumento encontra amparo jurídico na Decisão CMC nº
23/2000, que exige apenas que os Estados-partes entendam conjuntamente (por consenso) que o
conteúdo da norma trata de assuntos relativos à organização e funcionamento interno do
MERCOSUL.
O Foro Consultivo Econômico Social (FCES) é o órgão de representação dos setores econômicos e
sociais dos países-membros do MERCOSUL. Possui função consultiva, manifestando-se mediante
Recomendações. No exercício dessa função consultiva, o FCES atua por iniciativa própria ou
mediante consulta de outros órgãos do MERCOSUL. Por meio da atuação da FCES, o MERCOSUL,
enquanto organização internacional, toma consciência dos anseios e do pensamento do setor
privado de cada Estado-membro
f) Secretaria do MERCOSUL:
Suas atividades principais são: i) servir como arquivo oficial da documentação do MERCOSUL; ii)
publicar e comunicar as decisões adotadas no âmbito do MERCOSUL; iii) organizar os aspectos
logísticos do CMC, GMC e CCM; iv) informar regularmente os Estados Partes sobre as medidas
implementadas por cada país para incorporar em seu ordenamento jurídico as normas emanadas
dos órgãos do Mercosul e; v) editar o Boletim Oficial do MERCOSUL e; vi) registrar as listas nacionais
dos árbitros e especialistas, conforme dispõe o Protocolo de Olivos.
De acordo com o art. 41 do Protocolo de Ouro Preto, sabe-se que o Mercosul tem fontes jurídicas
específicas, vejamos:
Os incisos I e II, que fala do Tratado de Assunção, seus protocolos e os instrumentos adicionais e
complementares, além dos acordos celebrados em seu nome consistem nas fontes de direito
originárias. Enquanto o inciso III, por ser decorrente de decisões, resoluções e diretrizes são as
chamadas fontes de direito derivadas.
Vale ressaltar que o rol é meramente enumerativo, não há que se falar em taxatividade. É nesse
sentido que alguns doutrinadores colocam também os princípios gerais de direito, os laudos arbitrais
proferidos por tribunais arbitrais ad hoc, além de doutrina e etc.
Atenção para tais fontes, visto que caíram diversas vezes nos últimos concursos públicos.
Embora seja possível advogar que há uma livre circulação de mercadorias em relação ao substancial
do comércio no MERCOSUL, ainda há algumas restrições ao comércio intrabloco, dentre as quais
citamos: i) setor automotivo e açúcar; ii) aplicação de medidas de defesa comercial intrabloco; iii)
aplicação de medidas de salvaguarda no comércio bilateral Brasil-Argentina, com amparo no
Mecanismo de Adaptação Competitiva (MAC); iv) bens oriundos de zonas francas comerciais, zonas
francas industriais, zonas de processamento de exportações e áreas aduaneiras especiais; v)
restrições à livre circulação de serviços e; vi) outras restrições não-tarifárias.
Dizer que há livre circulação de mercadorias é o mesmo que dizer que há uma margem
de preferência de 100%. Atenção para o cálculo da margem de preferência, que segue
critérios diferentes na OMC e na ALADI:
a) No que diz respeito à aplicação de medidas de defesa comercial, precisamos enxergá-las sob duas
óticas diferentes: i) medidas de defesa comercial aplicadas pelos membros do MERCOSUL uns
contra os outros e; ii) medidas de defesa comercial aplicadas contra terceiros países.
Segundo o art. XXIV do GATT, não podem ser aplicadas medidas de defesa comercial no interior de
áreas de livre comércio e uniões aduaneiras. No entanto, o que se percebe na prática é que é
bastante comum que sejam aplicadas medidas de defesa comercial entre integrantes de acordos
regionais. Para boa parte da doutrina, isso seria incompatível com as regras do sistema multilateral
de comércio.
Quanto à aplicação de medidas de defesa comercial contra terceiros países, cabe destacar que,
enquanto união aduaneira, o MERCOSUL deveria utilizar esses instrumentos de forma conjunta. Em
outras palavras, deveria existir uma medida antidumping ou medida compensatória aplicada pelo
MERCOSUL (e não aplicadas isoladamente pelo Brasil ou pela Argentina!). Isso porque, em uma
união aduaneira, deve existir uma política comercial comum em relação a terceiros países.
Todavia, isso ainda está longe de ser uma realidade. Cada país do MERCOSUL aplica,
individualmente, medidas antidumping e medidas compensatórias contra terceiros países. Em
relação às medidas de salvaguardas, já existe a possibilidade de que estas sejam aplicadas de forma
unificada pelo MERCOSUL. Tal possibilidade foi instituída pela Decisão CMC nº 17/96, intitulada
“Regulamento Comum sobre a Aplicação de Salvaguardas”, visando à proteção da indústria regional.
16
16
BARRAL, Welber; BROGINI, Gilvan. Manual Prático de Defesa Comercial. São Paulo: Aduaneiras, 2007. pp.210-211.
17 BARRAL, Welber; BROGINI, Gilvan. Manual Prático de Defesa Comercial. São Paulo: Aduaneiras, 2007. pp.233-234.
18 BARRAL, Welber; BROGINI, Gilvan. Manual Prático de Defesa Comercial. São Paulo: Aduaneiras, 2007. pp.233-234.
Cabe destacar que, em regra, as mercadorias fabricadas em zonas francas, ao serem vendidas para
qualquer outra parte do território nacional, sofrem incidência tributária (Ex: celular industrializado
na ZFM, ao ser vendido para São Paulo, sofre incidência tributária relativamente aos insumos
importados) Logo, nada mais natural do que as mercadorias produzidas em zonas francas também
sofram incidência tributária quando vendidas para outros países do MERCOSUL.
Será que um advogado brasileiro consegue exercer sua função sem restrições na Argentina? Será
que uma escola argentina consegue se instalar no Brasil sem quaisquer problemas? Um estudante
brasileiro que faz um curso de graduação em medicina na Argentina consegue validar seu diploma
no Brasil?
De qualquer forma, já foi assinado pelos membros do MERCOSUL o Protocolo de Montevidéu, cujo
objetivo é promover a liberalização do comércio de serviços entre os membros do bloco. O Protocolo
de Montevidéu entrou em vigor em 2005 e prevê a liberalização do comércio de serviços no
MERCOSUL dentro de 10 anos a contar dessa data. Até hoje, todavia, não se pode dizer que foi
implementada no MERCOSUL a livre circulação de serviços.
e) No comércio intrabloco, pode-se afirmar que existem inúmeras barreiras não-tarifárias que
funcionam como restrições disfarçadas e arbitrárias ao comércio internacional. O comércio bilateral
Brasil-Argentina é um verdadeiro exemplo disso, sendo possível perceber verdadeira “troca de
gentilezas” entre esses dois países. No ano de 2011, por exemplo, a Argentina, por estar acumulando
grande déficit em sua balança comercial com o Brasil, submeteu um extenso rol de produtos
brasileiros ao regime de licenciamento não-automático (necessidade de autorização governamental
prévia à importação). Como “retaliação”, o Brasil impôs licenças de importação sobre automóveis,
único setor em que a Argentina vinha obtendo superávits em relação ao Brasil.
É difícil acreditar no futuro do MERCOSUL com tantas restrições comerciais. Para refletirmos, pode-
se mesmo perguntar se o MERCOSUL já constitui, de fato, uma área de livre comércio...
Quando foi assinado o Tratado de Assunção em 1991, os membros do MERCOSUL decidiram que era
necessário instaurar um sistema de solução de controvérsias no âmbito do bloco. Entretanto,
decidiu-se também que, durante o período de transição para o mercado comum, as disputas
comerciais seriam resolvidas com base em regras provisórias constantes do Anexo III do Tratado de
Assunção.
O Anexo III do Tratado de Assunção estabelecia que, dentro de 120 dias da sua entrada em vigor, o
Grupo Mercado Comum (GMC) deveria apresentar uma proposta para um sistema de solução de
controvérsias. Esse sistema de solução de controvérsias deveria vigorar até 31 de dezembro de 1994,
quando seria substituído por um sistema de solução de controvérsias de caráter permanente.
Destaque-se que, até hoje, não existe um sistema de solução de controvérsias de caráter
permanente no MERCOSUL.
Por sua vez, em 2002 foi assinado o Protocolo de Olivos, o qual entrou em vigor em 2004. O
Protocolo de Olivos derrogou as disposições do Protocolo de Brasília, sendo, atualmente, o
normativo que define as regras para a solução de controvérsias no MERCOSUL.
O art. 1º do Protocolo de Olivos define seu âmbito de aplicação. Segundo o referido dispositivo,
serão submetidas aos procedimentos do Protocolo de Olivos as controvérsias que surjam entre os
19PIMENTEL, Luiz Otávio. O sistema de solução de controvérsias no MERCOSUL. In: KLOR et al. Solução de
Controvérsias: OMC, União Europeia e Mercosul. Rio de Janeiro: Konrad-Adenauer-Stiftung, 2004, p. 141-225.
membros do MERCOSUL relativas ao Tratado de Assunção, Protocolo de Ouro Preto, outros acordos
celebrados no marco do Tratado de Assunção e quaisquer normas emanadas dos órgãos decisórios
do bloco (CMC, GMC e CCM).
Ainda sobre o âmbito de aplicação, uma controvérsia comercial entre os membros do MERCOSUL
poderá ser levada à apreciação do sistema de solução de controvérsias da OMC ou a outros foros,
à escolha da parte demandante. Cabe destacar que, uma vez iniciado um procedimento de solução
de controvérsias, nenhuma das partes poderá recorrer a mecanismos de outros foros. Em outras
palavras, se houver litispendência internacional, não será possível recorrer a outros foros.
Exemplificando, se o Brasil acionou a Argentina na OMC, ele não poderá acioná-la também no
sistema de solução de controvérsias do MERCOSUL.
Essa regra ganha relevância quando se observa que os membros do MERCOSUL participam
individualmente de outros tratados em matéria comercial, os quais possuem mecanismos próprios
de solução de controvérsias. Levando-se em consideração que a parte demandante é quem tem a
prerrogativa de escolher o foro internacional, é possível inferir que será mais utilizado aquele que
apresentar, em cada caso concreto, a base jurídica mais sólida para sustentar a reclamação
apresentada.20
O sistema de solução de controvérsias definido no Protocolo de Olivos prevê quatro fases para uma
disputa comercial:
i) negociações diretas;
As negociações diretas são uma fase obrigatória do sistema de solução de controvérsias comerciais
no MERCOSUL. O objetivo é que as partes cheguem a uma situação mutuamente aceita. Salvo
20BARRAL, Welber. Solução de controvérsias na OMC. In: KLOR et al. Solução de Controvérsias: OMC, União Europeia
e Mercosul. Rio de Janeiro: Konrad-Adenauer-Stiftung, 2004, p. 11-68.
acordo entre as partes, as negociações diretas não poderão exceder 15 (quinze) dias a partir da
comunicação de uma à outra sobre a decisão de iniciar a controvérsia.
Se as negociações diretas forem infrutíferas, qualquer um dos litigantes poderá dar início
diretamente ao procedimento arbitral, isto é, submeter a controvérsia ao tribunal “ad hoc”.
Entretanto, os Estados poderão, de comum acordo, levar a disputa comercial à consideração do
Grupo Mercado Comum (GMC). Cabe destacar que essa fase é facultativa.
O GMC apreciará a controvérsia, dando oportunidade para que as Partes façam suas observações.
Após o exame pelo GMC, este órgão fará recomendações com o objetivo de colocar um fim à
divergência. O prazo máximo para a intervenção do GMC será de 30 dias.
Quando não for possível solucionar a controvérsia pelas negociações diretas ou por meio da
intervenção do GMC, qualquer um dos litigantes poderá dar início ao procedimento arbitral,
comunicando sua decisão à Secretaria do MERCOSUL. O procedimento arbitral tramitará perante
um tribunal “ad hoc”, composto por 3 (três) árbitros.
Os árbitros que poderão compor o tribunal “ad hoc” são escolhidos dentre os integrantes de listas
registradas na Secretaria do MERCOSUL. Cada Estado membro do MERCOSUL possui o dever de
formular duas listas: i) uma lista indicando 12 (doze) árbitros para compor o tribunal “ad hoc”; ii)
uma lista indicando 4 (quatro) terceiros árbitros, sendo que pelo menos um desses não será nacional
de nenhum dos Estados membros do MERCOSUL.
Diante de uma disputa comercial levada à arbitragem, cada Estado tem o direito de escolher um
árbitro de sua lista de 12 árbitros e, os dois Estados, de comum acordo, irão escolher um terceiro
árbitro, que será o Presidente do tribunal “ad hoc”.
O laudo do tribunal arbitral “ad hoc” será emitido dentro do prazo de 60 (sessenta) dias,
prorrogável por um prazo máximo de 30 dias. Esse prazo começa a contar a partir do momento em
que a Secretaria do MERCOSUL comunica às partes litigantes e aos demais árbitros sobre a aceitação
da designação pelo árbitro Presidente. O laudo do tribunal “ad hoc” é adotado por maioria.
O laudo arbitral emitido pelo tribunal “ad hoc” poderá, como regra geral, ser objeto de recurso de
revisão, em prazo de no máximo 15 dias de sua notificação. O recurso de revisão será levado à
apreciação do Tribunal Permanente de Revisão (TPR), que examinará o recurso somente quanto ás
questões de direito.
Cabe ao TPR atuar como instância recursal ou, ainda, como instância única. À primeira vista pode
parecer estranho que ele atue também como instância única, não é mesmo? No entanto, a
apreciação em instância única somente ocorrerá quando as partes assim o desejarem, em comum
acordo.
Quando a controvérsia envolver 2 (dois) Estados Membros, o TPR será composto por 3 (três)
árbitros. Já quando a controvérsia envolver mais de 2 (dois) Estados partes, o TPR será integrado
pelos 5 (cinco) árbitros.
Os laudos do Tribunal Permanente de Revisão (TPR) são obrigatórios e irrecorríveis desde sua
emissão, assim como os laudos do tribunal “ad hoc” que não tiverem sido objeto de recurso
tempestivo. O laudo do TPR é adotado por maioria, podendo manter, modificar ou revogar a
fundamentação jurídica e as decisões do tribunal “ad hoc”. Ressalte-se que, embora os laudos do
TPR sejam obrigatórios e irrecorríveis, qualquer dos litigantes poderá apresentar recurso de
esclarecimento, dirigido ao próprio TPR, a fim de esclarecer a forma pela qual o laudo deverá ser
cumprido.
Quando falamos em implementação, estamos nos referindo às medidas adotadas para que as
decisões definitivas do tribunal “ad hoc” ou do Tribunal Permanente de Revisão (TPR) sejam, de fato,
colocadas em prática.
Os laudos do tribunal “ad hoc” ou os do TPR devem ser cumpridos no prazo em que esses Tribunais
estabelecerem. Caso não seja estipulado um prazo, esse será de 30 (trinta) dias contados da data da
notificação da decisão.
Esquematizando:
O Protocolo de Olivos prevê a possibilidade de que particulares, sejam eles pessoas físicas ou
jurídicas, possam levar uma reclamação ao sistema de solução de controvérsias do MERCOSUL. No
entanto, o acesso dos particulares ainda é restrito, uma vez que estes não atuam como litigantes,
mas tão-somente na condição de denunciantes.21 Segundo o art. 40 do Protocolo de Olivos, os
particulares afetados formalizarão as reclamações ante a Seção Nacional do Grupo Mercado Comum
do Estado Parte onde tenham sua residência habitual ou a sede de seus negócios.
É possível, ainda, que o Tribunal Permanente de Revisão (TPR) se manifeste por meio de opiniões
consultivas. Segundo o art. 2º do Regulamento do Protocolo de Olivos (estabelecido pela Decisão
CMC nº 37/2003), possuem legitimidade para solicitar opinião consultiva ao TPR: i) todos os
21PIMENTEL, Luiz Otávio. O sistema de solução de controvérsias no MERCOSUL. In: KLOR et al. Solução de
Controvérsias: OMC, União Européia e Mercosul. Rio de Janeiro: Konrad-Adenauer-Stiftung, 2004, p. 141-225.
Estados – Partes do MERCOSUL, atuando conjuntamente; ii) os órgãos com capacidade decisória do
MERCOSUL (CMC, GMC e CCM); iii) e os Tribunais Superiores dos Estados Partes com jurisdição
nacional.
Segundo o art. 7º, VIII, do Regimento Interno do STF, compete ao Plenário da Corte “decidir,
administrativamente, sobre o encaminhamento de solicitação de opinião consultiva ao Tribunal
Permanente de Revisão do Mercosul, mediante prévio e necessário juízo de admissibilidade do
pedido e sua pertinência processual a ser relatado pelo Presidente do Supremo Tribunal Federal”.
O caso foi levado pelo Uruguai ao sistema de solução de controvérsias do MERCOSUL, alegando que
as autoridades argentinas se omitiram em tomar as medidas apropriadas para fazer cessar o
bloqueio das rotas de acesso ao território argentino. Primeiro, o caso passou pelo tribunal “ad hoc”
e, em seguida, pelo Tribunal Permanente de Revisão (TPR).
A decisão foi no sentido de que a omissão das autoridades argentinas era incompatível com o
compromisso de garantir a livre circulação de bens e serviços entre os dois países. A controvérsia
foi levada pela Argentina até a Corte Internacional de Justiça, que emitiu Decisão em 2010,
afirmando que o Uruguai deveria ter consultado a Argentina antes da instalação das usinas de
celulose nas margens do Rio Uruguai, em virtude do Tratado do Rio Uruguai. Todavia, estabeleceu a
CIJ que o Uruguai não estaria violando esse tratado, uma vez que o nível de poluição da água não
aumentou depois que as indústrias foram instaladas.
Quando nos referimos à livre circulação de pessoas no MERCOSUL, isso não diz respeito apenas à
circulação de turistas entre os países do bloco. De forma alguma! A livre circulação de pessoas vai
muito além disso, alcançando a livre circulação de mão-de-obra. Em um ambiente no qual há livre
circulação de pessoas, os nacionais de um Estado-membro do bloco podem trabalhar em qualquer
um dos países, sem qualquer discriminação.
A livre circulação de pessoas é algo que ainda não foi obtido no âmbito do MERCOSUL. O modelo a
ser perseguido é o que já existe na União Europeia, previsto, inclusive, no Tratado sobre o
Funcionamento da União Europeia (TFCUE). Para que se tenha uma noção do que isso implica,
vejamos o que prevê o art. 45, do TFCUE:
Artigo 45
3. A livre circulação dos trabalhadores compreende, sem prejuízo das limitações justificadas por
razões de ordem pública, segurança pública e saúde pública, o direito de:
c) Residir num dos Estados-Membros a fim de nele exercer uma atividade laboral, em conformidade
com as disposições legislativas, regulamentares e administrativas que regem o emprego dos
trabalhadores nacionais;
Para que haja livre circulação de pessoas, é necessário que exista harmonização da política
trabalhista e da política previdenciária. Em matéria trabalhista, existe a Declaração Sociolaboral; já
em matéria previdenciária, há o Acordo Multilateral de Seguridade Social.
A Declaração Sociolaboral foi editada a partir da perspectiva de que a integração regional não pode
se limitar à esfera comercial e econômica, mas também deve alcançar a temática social. Além disso,
ela visa estabelecer um patamar mínimo de direitos trabalhistas no âmbito do MERCOSUL.
Outra iniciativa importante, no que diz respeito à livre circulação de pessoas no MERCOSUL, é o
Acordo sobre Residência para nacionais dos Estados-partes do MERCOSUL, Bolívia e Chile. Por esse
acordo, será possível que aos nacionais dos Estados-parte poderá ser outorgada uma residência
temporária de até 2 (dois) anos. Mediante solicitação, é possível transformar a residência
temporária em residência permanente.
3.9.1 - Introdução
O Protocolo de Las Leñas foi assinado em 1992, tendo sido internalizado no ordenamento jurídico
brasileiro pelo Decreto nº 6.891/2009. É também chamado de Acordo de Cooperação e Assistência
Jurisdicional em matéria civil, comercial, trabalhista e administrativa do MERCOSUL. Além de
vincular todos os Estados-membros do MERCOSUL, o Protocolo de Las Lenãs também obriga a
Bolívia e o Chile, que são apenas membros associados do bloco.
Mas de que trata o Protocolo de Las Leñas? Com qual objetivo ele foi celebrado?
O Protocolo de Las Leñas trata de maneira bem ampla sobre a cooperação jurisdicional em matéria
civil, comercial, trabalhista e administrativa. Ele é dividido nas seguintes partes:
Segundo o art. 1º, do Protocolo de Las Leñas, “os Estados Partes comprometem-se a prestar
assistência mútua e ampla cooperação jurisdicional em matéria civil, comercial, trabalhista e
administrativa”. Para isso, cada Estado parte deverá indicar uma Autoridade Central encarregada
de receber e dar andamento a pedidos de assistência jurisdicional. No caso do Brasil, a Autoridade
Central é o Ministério da Justiça.
Então, imagine que seja proposta aqui no Brasil uma ação judicial contra um cidadão argentino. A
competência internacional é do juiz brasileiro, ou seja, é o juiz brasileiro o responsável por julgar o
caso. Nessa situação, haverá necessidade de o juiz brasileiro expedir carta rogatória, seja para citar
o argentino no processo, intimá-lo ou até mesmo para a produção de provas.
Cabe destacar que o Protocolo de Las Leñas estabelece que a carta rogatória poderá ter, mediante
pedido da autoridade requerente, tramitação especial, admitindo-se o cumprimento de
formalidades adicionais na diligência da carta rogatória, sempre que isso não seja incompatível com
a ordem pública do Estado requerido.
O art. 3º, do Protocolo de Las Leñas, estabelece o princípio da igualdade de tratamento processual.
Por esse princípio, um argentino (residente na Argentina) terá igualdade de condições com um
brasileiro no acesso ao Poder Judiciário brasileiro, a fim de defender seus direitos e interesses. Essa
regra se aplica também às pessoas jurídicas constituídas, autorizadas ou registradas de acordo com
as leis de qualquer dos Estados-Partes.
Para materializar essa igualdade de tratamento processual, o Protocolo de Las Leñas estabelece que
nenhuma caução ou depósito poderá ser imposto em razão da qualidade de nacional, cidadão ou
residente permanente ou habitual de outro Estado parte. Nesse sentido, não é porque um indivíduo
é argentino que dele será exigida caução para ingressar com ação judicial perante a Justiça
brasileira. Não, não. Esse argentino terá as mesmas condições de um brasileiro no acesso à Justiça
brasileira. Somente será dele exigida caução se essa também fosse uma exigência do brasileiro.
Em direito internacional, é regra plenamente aceita que os atos do Poder Público de um Estado
somente terão eficácia no território de outro Estado se por ele forem aceitos. Assim, uma sentença
judicial estrangeira, para ter validade no Brasil, precisa ser homologada, procedimento este que,
segundo a CF/88, compete ao Superior Tribunal de Justiça (STJ).
O Protocolo de Las Leñas, contrariando essa regra geral, estabelece a eficácia extraterritorial das
sentenças e laudos arbitrais emanadas dos seus Estados-parte. Em outras palavras, uma sentença
emanada de um Tribunal argentino poderia, em tese, ter eficácia no Brasil independentemente de
homologação pelo STJ. Para isso, é claro, ela precisaria cumprir certos requisitos, elencados no art.
20, do Protocolo de Las Leñas:
Art. 20 As sentenças e os laudos arbitrais a que se referem o artigo anterior terão eficácia
extraterritorial nos Estados Partes quando reunirem as seguintes condições:
a) que venham revestidos das formalidades externas necessárias para que sejam considerados
autênticos nos Estados de origem.
b) que estejam, assim como os documentos anexos necessários, devidamente traduzidos para
o idioma oficial do Estado em que se solicita seu reconhecimento e execução;
d) que a parte contra a qual se pretende executar a decisão tenha sido devidamente citada e
tenha garantido o exercício de seu direito de defesa;
e) que a decisão tenha força de coisa julgada e/ou executória no Estado em que foi ditada;
f) que claramente não contrariem os princípios de ordem pública do Estado em que se solicita
seu reconhecimento e/ou execução
Os requisitos das alíneas (a), (c), (d), (e) e (f) devem estar contidos na cópia autêntica da
sentença ou do laudo arbitral.
O Protocolo de Las Leñas também reconhece que é possível a eficácia parcial de sentença
estrangeira ou laudo arbitral. É o que prevê o art. 23, segundo o qual “se uma sentença ou um laudo
arbitral não puder ter eficácia em sua totalidade, a autoridade jurisdicional competente do Estado
requerido poderá admitir sua eficácia parcial mediante pedido da parte interessada”
Dito tudo isso, cabe destacar o entendimento do STF acerca do Protocolo de Las Leñas. Para a Corte
Suprema, o Protocolo de Las Leñas não afetou a exigência de que qualquer sentença estrangeira
seja submetida ao procedimento de homologação. Assim, para o STF, mesmo as sentenças
estrangeiras provenientes dos Estados-parte do Protocolo de Las Leñas deverão ser submetidas à
homologação pelo STJ.
É esse o entendimento que prevalece hoje. O Protocolo de Las Leñas, na interpretação do STF, teria
apenas facilitado os trâmites dos procedimentos de reconhecimento de sentenças e laudos arbitrais
provenientes dos Estados-parte. Contudo, permanece sendo exigível a homologação de sentenças
e laudos arbitrais, mesmo quando oriundos de Estados-parte do Protocolo de Las Leñas.
Em muitos casos, uma autoridade judiciária terá que, em razão das regras de direito internacional
privado, aplicar o direito estrangeiro em um caso sob sua apreciação. Será importante, nessa
situação, que a autoridade judiciária tenha maiores informações sobre o direito estrangeiro.
Com o objetivo de facilitar o intercâmbio de informações sobre o direito estrangeiro, o art. 28, do
Protocolo de Las Leñas estabelece que “as Autoridades Centrais dos Estados Partes fornecer-se-ão
mutuamente, a título de cooperação judicial, e desde que não se oponham às disposições de sua
ordem pública, informações em matéria civil, comercial, trabalhista, administrativa e de direito
internacional privado, sem despesa alguma”.
O Estado parte que fornecer as informações sobre o sentido e alcance legal de seu direito não será
responsável pela opinião emitida, nem estará obrigado a aplicar seu direito, segundo a resposta
fornecida. O Estado Parte que receber as citadas informações não estará obrigado a aplicar, ou
fazer aplicar, o direito estrangeiro segundo o conteúdo da resposta recebida.
Comentários:
O Grupo Mercado Comum (GMC) é órgão executivo do MERCOSUL. É composto por 4 (quatro)
membros titulares e 4 (quatro) membros alternos por país, designados pelos respectivos Governos,
dentre os quais devem constar necessariamente representantes dos Ministérios das Relações
Exteriores, dos Ministérios da Economia (ou equivalentes) e dos Bancos Centrais. Questão errada.
Comentários:
Antes de levar uma controvérsia à apreciação de tribunal ad hoc, há uma fase obrigatória: as
negociações diretas entre as partes litigantes. Logo, não se pode dizer que o recurso ao
procedimento arbitral independe de qualquer procedimento anterior. Questão errada.
As controvérsias que possam surgir entre os Estados Partes do Mercosul, como consequências
da aplicação do Tratado de Assunção, não poderão ser resolvidas mediante negociações
diretas, devendo ser submetidas a rito próprio internacional.
Comentários:
Comentários:
O Grupo Mercado Comum fará suas recomendações dentro do prazo de 30 (trinta) dias. Questão
errada.
Comentários:
O Tribunal Permanente de Revisão (TPR) tem competência para julgar os recursos interpostos contra
decisões dos tribunais arbitrais “ad hoc”. Questão correta.
Comentários:
É exatamente o que dispõe o Regimento Interno do STF. A competência para decidir sobre o
encaminhamento de solicitação de opinião consultiva ao TPR é do Plenário do STF. Questão correta.
Comentários:
A personalidade jurídica da ONU foi reconhecida em parecer consultivo da CIJ, não estando explícita
na Carta da ONU. A personalidade jurídica do MERCOSUL, por outro lado, está explícita no Protocolo
de Ouro Preto. Questão correta.
Comentários:
O Brasil também se submete à atuação consultiva do TPR. A matéria já foi regulamentada, por meio
de emenda regimental ao Regimento Interno do STF. Questão errada.
a) As decisões dos órgãos do MERCOSUL são tomadas por consenso e com a presença de todos
os Estados Partes.
e) O Conselho do Mercado Comum (CMC) manifesta-se por meio de Decisões, que são
obrigatórias para os Estados Partes.
Comentários:
Letra A: correta. As decisões no âmbito do MERCOSUL são tomadas por consenso. Exige-se a
presença de todos os Estados Partes para que as decisões sejam tomadas.
Letra B: errada. Os órgãos decisórios do MERCOSUL são o Conselho do Mercado Comum (CMC),
Grupo do Mercado Comum (GMC) e a Comissão de Comércio do MERCOSUL (CCM).
Letra C: correta. Para que uma norma do MERCOSUL entre em vigor, ela precisa ser internalizada
no ordenamento jurídico de todos os membros do bloco regional.
Letra D: correta. De fato, o Tratado de Assunção e seus protocolos são fontes jurídicas do
MERCOSUL.
Letra E: correta. O CMC se manifesta por meio de Decisões. Essas decisões, uma vez internalizadas
no ordenamento jurídico de todos os membros do bloco regional, tornam-se obrigatórias.
O gabarito é a letra B.
do Mercado Comum, nas Resoluções do Grupo Mercado Comum e nas Diretrizes da Comissão
de Comércio do Mercosul, bem como nos princípios e disposições de Direito Internacional
aplicáveis à matéria.
Comentários:
Letra A: correta. O CMC é o órgão superior do MERCOSUL, responsável pela condução política do
processo de integração.
Letra B: correta. O art. 3º, do Protocolo de Olivos, dispõe que “o Conselho do Mercado Comum
poderá estabelecer mecanismos relativos à solicitação de opiniões consultivas ao Tribunal
Permanente de Revisão definindo seu alcance e seus procedimentos.”
Letra C: correta. Segundo o art. 34, parágrafo 1, do Protocolo de Olivos, “os Tribunais Arbitrais Ad
Hoc e o Tribunal Permanente de Revisão decidirão a controvérsia com base no Tratado de Assunção,
no Protocolo de Ouro Preto, nos protocolos e acordos celebrados no marco do Tratado de Assunção,
nas Decisões do Conselho do Mercado Comum, nas Resoluções do Grupo Mercado Comum e nas
Diretrizes da Comissão de Comércio do MERCOSUL, bem como nos princípios e disposições de Direito
Internacional aplicáveis à matéria”.
Letra D: correta. O laudo do tribunal arbitral “ad hoc” é passível de recurso para o Tribunal
Permanente de Revisão, dentro do prazo de 15 dias.
Letra E: errada. O Protocolo de Olivos prevê a possibilidade de que particulares, sejam eles pessoas
físicas ou jurídicas, levem uma reclamação ao sistema de solução de controvérsias do MERCOSUL
(art. 40, do Protocolo de Olivos).
O gabarito é a letra E.
Comentários:
Letra A: correta. É possível que uma controvérsia seja levada diretamente ao TPR, sem exame prévio
de tribunal arbitral “ad hoc”. Isso será possível quando as partes assim o desejarem, em comum
acordo.
Letra B: correta. É o que prevê o Acordo sobre Residência para nacionais dos Estados-partes do
MERCOSUL, Bolívia e Chile. De início, pode ser solicitada residência temporária por 2 anos. A
residência temporária pode ser transformada em residência definitiva.
Letra C: correta. As normas do MERCOSUL não possuem efeito direto e aplicabilidade imediata. Elas
precisam ser incorporadas ao ordenamento jurídico de todos os membros do bloco regional para
produzirem os seus efeitos.
O gabarito é a letra D.
Comentários:
Letra A: errada. As normas da Comissão de Comércio do MERCOSUL (CCM) não são meras
recomendações. Após internalizadas no ordenamento jurídico dos Estados-membros, eles se tornam
obrigatórias.
Letra C: errada. O Grupo Mercado Comum (GMC) é que supervisiona as atividades da Secretaria
Administrativa do MERCOSUL.
Letra D: correta. O Conselho do Mercado Comum (CMC) é o órgão de cúpula do MERCOSUL. É ele
que exerce a titularidade de personalidade jurídica do MERCOSUL.
Letra E: errada. O MERCOSUL pode, sim, estabelecer acordos de sede. Acordo de sede é um tratado
entre Estado e organização internacional, por meio do qual esta se instala no território daquele.
O gabarito é a letra D.
Comentários:
Comentários:
Comentários:
Não se pode dizer que a Comissão Parlamentar Conjunta mudou de nome. Na verdade, ela foi
sucedida pelo Parlamento do MERCOSUL, que recebeu um rol muito mais extenso de competências.
Questão errada.
Comentários:
A Secretaria do MERCOSUL é o órgão com competência para editar o Boletim Oficial do MERCOSUL.
Questão errada.
Comentários:
Comentários:
De fato, o Grupo Mercado Comum (GMC) tem competência para propor projetos de decisões ao
Conselho do Mercado Comum (CMC). No entanto, o exercício da titularidade da personalidade
jurídica do MERCOSUL compete ao Conselho do Mercado Comum. Questão errada.
Comentários:
Comentários:
O Conselho do Mercado Comum (CMC) é o órgão superior do MERCOSUL, a ele cabendo a condução
política do processo de integração e a tomada de decisões para assegurar o cumprimento dos
objetivos do Tratado de Assunção. No entanto, o CMC deve se reunir, no mínimo, uma vez por
semestre, com a participação dos Presidentes dos Estados-partes. Questão errada.
Comentários:
Comentários:
Uma controvérsia será apreciada por 3 (três) árbitros quando envolver apenas 2 (dois) Estados-
partes. Quando a controvérsia envolver mais de 2 (dois) Estados-partes, o TPR será integrado por 5
(cinco) árbitros. Questão errada.
Comentários:
Comentários:
Comentários:
O TPR não possui competência para julgar conflitos trabalhistas transfronteiriços. A competência do
TPR abrange as controvérsias que surjam em torno da aplicação do Tratado de Assunção e seus
protocolos e, ainda, das decisões emanadas dos órgãos decisórios do MERCOSUL. Questão errada.
Comentários:
O sistema de solução de controvérsias do MERCOSUL foi instituído pelo Protocolo de Brasília (e não
pelo Protocolo de Ushuaia!). Posteriormente, ele foi aperfeiçoado pelo Protocolo de Olivos. Questão
errada.
Cada Estado-parte do MERCOSUL designará um árbitro titular e seu suplente para integrar o
TPR, por dois anos, renováveis por, no máximo, dois períodos consecutivos.
Comentários:
Perfeita a assertiva! Cada Estado-parte do MERCOSUL designa um árbitro e seu suplente para
integrar o TPR. O mandato é de 2 (dois) anos, renovável por, no máximo, 2 (dois) períodos
consecutivos. Questão correta.
Os árbitros dos tribunais arbitrais “ad hoc” e os do TPR serão nomeados entre pessoas com
notável saber jurídico ou econômico, com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e seis
anos de idade.
Comentários:
O Protocolo de Olivos não estabelece qualquer requisito para a nomeação dos árbitros dos tribunais
arbitrais “ad hoc” e do TPR. Questão errada.
É possível que dois países que façam parte do MERCOSUL levem um litígio à apreciação do
sistema de solução de controvérsias da OMC ao invés de apresentá-lo ao mecanismo do
MERCOSUL.
Comentários:
O Protocolo de Olivos dispõe expressamente que as controvérsias comerciais entre dois países do
MERCOSUL podem ser levadas ao sistema de solução de controvérsias da OMC ou ao do
MERCOSUL, à escolha da parte demandante. Logo, a questão está correta.
Comentários:
O Tribunal Permanente de Revisão (TPR) foi criado pelo Protocolo de Olivos e possui competência
para analisar recursos contra as decisões emitidos por um tribunal “ad hoc” (tribunal arbitral). No
âmbito da OMC, também há uma instância com competência para analisar questões em caráter
recursal: o Órgão de Apelação. Questão correta.
É possível que uma decisão do Tribunal Permanente de Revisão do MERCOSUL seja tomada
mesmo não havendo consenso entre seus membros.
Comentários
As decisões do tribunal “ad hoc” e do Tribunal Permanente de Revisão (TPR) são adotadas por
maioria de seus membros. Em outras palavras, elas podem ser adotadas mesmo quando não houver
consenso entre seus integrantes. Questão correta.
Comentários:
A grande inovação do Protocolo de Olivos foi a criação do Tribunal Permanente de Revisão (TPR),
que tem capacidade para julgar em caráter recursal as decisões dos tribunais “ad hoc”. Questão
correta.
Salvo disposição em contrário, os laudos dos tribunais arbitrais ad hoc devem ser cumpridos
no prazo de um ano, a contar da notificação da parte obrigada.
Comentários:
Os laudos dos tribunais arbitrais “ad hoc” e do TPR devem ser cumpridos no prazo estabelecido pelos
respectivos tribunais. Questão errada.
Comentários:
Todos esses países são, atualmente, membros efetivos do MERCOSUL. Questão correta.
Os Estados associados do MERCOSUL são Bolívia, Chile, Peru, Colômbia, Equador, Suriname e
Guiana.
Comentários:
Os membros associados do MERCOSUL são Chile, Bolívia, Equador, Peru, Colômbia, Suriname e
Guiana. Questão correta.
Comentários:
Comentários:
O MERCOSUL é um acordo de alcance parcial celebrado no âmbito da ALADI e seus membros (Brasil,
Argentina, Uruguai e Paraguai) são também membros da ALADI. Questão errada.
50. (TRF-2005)
Comentários:
A Tarifa Externa Comum (TEC) somente é aplicada pelos membros efetivos do MERCOSUL: Brasil,
Argentina, Paraguai, Uruguai e Venezuela. Questão errada.
Comentários:
O MERCOSUL tem como objetivo final estabelecer um mercado comum (e não uma união econômica
e monetária!). Questão errada.
A adoção de uma política comercial comum em relação a terceiros Estados é um dos objetivos
da criação do MERCOSUL.
Comentários:
O MERCOSUL, enquanto união aduaneira, adota uma política comercial comum em relação a
terceiros Estados. Questão correta.
Comentários:
Segundo esse dispositivo, o MERCOSUL tem como objetivo a formação de um mercado comum,
sendo necessário para isso: i) livre circulação de bens e serviços; ii) estabelecimento de uma tarifa
externa comum; iii) livre circulação dos fatores de produção; iv) coordenação de políticas
macroeconômicas e setoriais e; v) harmonização de legislações nas áreas pertinentes.
Comentários:
O MERCOSUL não tem como objetivo adotar uma moeda comum. A adoção de uma moeda única é
característica de uma união econômica e monetária, estágio de integração do qual é exemplo a
União Europeia. Questão errada.
Comentários:
Um mercado comum pressupõe a livre circulação de bens, serviços e fatores de produção (capital
e mão-de-obra). Nesse tipo de estágio de integração, vigoram as “quatro liberdades” do mercado.
Questão correta.
Em dezembro de 1994, foi aprovado o Protocolo de Olivos, por meio do qual foi estabelecida
a estrutura institucional do MERCOSUL e sua personalidade jurídica internacional.
Comentários:
A estrutura institucional do MERCOSUL foi definida pelo Protocolo de Ouro Preto (e não pelo
Protocolo de Olivos!). Da mesma forma, foi o Protocolo de Ouro Preto que atribuiu personalidade
jurídica de direito internacional ao MERCOSUL. Questão errada.
O conjunto normativo do MERCOSUL tem caráter obrigatório e aplicação direta, não havendo
necessidade de ser incorporado ao ordenamento jurídico dos Estados-membros.
Comentários:
O Parlamento do MERCOSUL, desde a sua criação, caracteriza-se como órgão político superior
desse bloco regional.
Comentários:
O órgão político de cúpula do MERCOSUL, desde sua criação, é o Conselho do Mercado Comum
(CMC). Questão errada.
Comentários:
Comentários:
Somente com a entrada em vigor do Protocolo de Ouro Preto é que foi reconhecida a personalidade
jurídica de direito internacional do MERCOSUL, que a partir de então se tornou uma organização
internacional. Questão correta.
Comentários:
O Conselho Do Mercado Comum do Sul será integrado pelos Ministros das Relações Exteriores e os
Ministros de Economia dos Estados-partes. O erro da questão foi em falar de “Ministros da Defesa”.
Questão errada.
A Presidência do Conselho do Mercado Comum será exercida por rotação dos Estados-Parte,
em ordem alfabética, pelo período de seis meses.
Comentários:
Sim! A Presidência do Conselho do Mercado Comum será exercida pro tempore, de forma rotativa,
com uma duração de um semestre cada, seguindo a ordem alfabética de seus membros.
As decisões dos órgãos do Mercosul serão tomadas por consenso e com a presença de todos
os Estados Partes.
Comentários:
Perfeito! É exatamente isso. As decisões dos órgãos do Mercosul seguirão a regra do consenso com
a presença de todos os Estados-partes. Questão correta.
De acordo com o protocolo de Ouro Preto, a estrutura do MERCOSUL contará com os órgãos:
Conselho do Mercado Comum, Grupo Mercado Comum, Comissão de Comércio do Mercosul,
Comissão Parlamentar Conjunta, Foro Consultivo Econômico-Social, Secretaria Administrativa
do MERCOSUL.
Comentários:
Perfeito! É exatamente isso. Nos termos do Protocolo de Ouro Preto, são órgãos do Mercosul:
Conselho do Mercado Comum; Grupo Mercado Comum; Comissão de Comércio do Mercosul;
Comissão Parlamentar Conjunta; Foro Consultivo Econômico-Social; Secretaria Administrativa do
Mercosul. Questão correta.
Comentários:
Os Estados-partes do Mercosul são Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e a Venezuela – que está
atualmente suspensa –. O Chile, assim como Bolívia, Peru, Colômbia e Equeador, é apenas um Estado
associado. Questão errada.
Comentários:
Os países fundadores do Mercosul são Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. Questão errada.
Ainda não há formalização de cooperação entre qualquer dos países do MERCOSUL, mormente
quanto à igualdade de tratamento processual a cidadãos e os residentes permanentes.
Comentários:
O Protocolo de Las Leñas formalizou a cooperação e assistência jurisdicional, com o intuito de dar
tratamento equitativo a cidadãos e residentes permanentes dos Estados-partes. Questão correta.
Comentários:
Comentários:
Não há que se falar em Conselho de Segurança no âmbito do Mercosul. Todos os outros estão
corretos, nos termos do Protocolo de Ouro Preto. Questão errada.
Comentários:
As normas produzidas pelo Conselho Mercado Comum, pelo Grupo Mercado Comum e pela
Comissão de Comércio do Mercosul, além de possuírem caráter obrigatório, deverão, quando
necessário, ser incorporadas aos ordenamentos jurídicos nacionais mediante os
procedimentos previstos pela legislação de cada país.
Comentários:
Sim! É exatamente isso. Tais normas possuem caráter obrigatório e, até mesmo para dar um caráter
obrigatório às normas produzidas, deverão, sempre que necessário, ser incorporadas aos
ordenamentos jurídicos nacionais mediante seus processos legislativos. Questão correta.
Comentários:
Comentários:
Na realidade, existe o Tribunal Arbitral ad hoc, que é o órgão responsável justamente por emitir
medidas provisórias para prevenir danos numa solução de conflitos entre os Estados-partes do
Mercosul. Questão errada.
LISTA DE QUESTÕES
1. (AFRF-2003)
2. (AFRF – 2002.1)
O que define, essencialmente, uma área de livre comércio é a livre circulação de bens e serviços
através das fronteiras.
3. (ACE-2002)
Acordos Comerciais Preferenciais são acordos nos quais Estados uniformizam o tratamento a
ser dispensado às importações oriundas de terceiros países.
4. (AFRF-2000)
Dois países, ao reduzirem suas tarifas de importação entre si ao nível mais baixo possível com
vistas a uma liberalização integral do comércio recíproco dentro de dez anos, sem, entretanto,
estabelecerem uma tarifa externa comum para as importações de terceiros países,
pretenderam criar uma zona de livre comércio.
5. (ACE-1997)
6. (AFTN-1996 – adaptada)
União aduaneira e mercado comum são duas formas de integração econômica regional. O que
diferencia essas duas formas é a inclusão dos fatores de produção no tratamento das relações
econômicas entre os países-membros.
7. (AFRF – 2003)
Uma união aduaneira pressupõe a liberalização do comércio entre os países que a integram e
a adoção de uma tarifa comum a ser aplicada às importações provenientes de terceiros países.
8. (INMETRO – 2007
9. (ACE-2001)
10. (ACE-2001)
11. (ACE-2001)
d) o Mercado Comum do Sul foi criado pelo Tratado de Assunção, celebrado entre Brasil,
Argentina, Paraguai e Uruguai, sendo detentor de personalidade internacional;
e) a vigência das normas comunitárias na ordem jurídica interna dos Estados opera desde o
momento da sua entrada em vigor na ordem comunitária e após sua sujeição ao processo
nacional interno de recepção.
As controvérsias que possam surgir entre os Estados Partes do Mercosul, como consequências
da aplicação do Tratado de Assunção, não poderão ser resolvidas mediante negociações
diretas, devendo ser submetidas a rito próprio internacional.
a) As decisões dos órgãos do MERCOSUL são tomadas por consenso e com a presença de todos
os Estados Partes.
e) O Conselho do Mercado Comum (CMC) manifesta-se por meio de Decisões, que são
obrigatórias para os Estados Partes.
Cada Estado-parte do MERCOSUL designará um árbitro titular e seu suplente para integrar o
TPR, por dois anos, renováveis por, no máximo, dois períodos consecutivos.
Os árbitros dos tribunais arbitrais “ad hoc” e os do TPR serão nomeados entre pessoas com
notável saber jurídico ou econômico, com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e seis
anos de idade.
É possível que dois países que façam parte do MERCOSUL levem um litígio à apreciação do
sistema de solução de controvérsias da OMC ao invés de apresentá-lo ao mecanismo do
MERCOSUL.
É possível que uma decisão do Tribunal Permanente de Revisão do MERCOSUL seja tomada
mesmo não havendo consenso entre seus membros.
dos Tribunais Arbitrais Ad Hoc – o que não existia no Protocolo de Brasília, antecessor do de
Olivos.
Salvo disposição em contrário, os laudos dos tribunais arbitrais ad hoc devem ser cumpridos
no prazo de um ano, a contar da notificação da parte obrigada.
Os Estados associados do MERCOSUL são Bolívia, Chile, Peru, Colômbia, Equador, Suriname e
Guiana.
50. (TRF-2005)
A adoção de uma política comercial comum em relação a terceiros Estados é um dos objetivos
da criação do MERCOSUL.
Em dezembro de 1994, foi aprovado o Protocolo de Olivos, por meio do qual foi estabelecida
a estrutura institucional do MERCOSUL e sua personalidade jurídica internacional.
O conjunto normativo do MERCOSUL tem caráter obrigatório e aplicação direta, não havendo
necessidade de ser incorporado ao ordenamento jurídico dos Estados-membros.
O Parlamento do MERCOSUL, desde a sua criação, caracteriza-se como órgão político superior
desse bloco regional.
A Presidência do Conselho do Mercado Comum será exercida por rotação dos Estados-Parte,
em ordem alfabética, pelo período de seis meses.
As decisões dos órgãos do Mercosul serão tomadas por consenso e com a presença de todos
os Estados Partes.
De acordo com o protocolo de Ouro Preto, a estrutura do MERCOSUL contará com os órgãos:
Conselho do Mercado Comum, Grupo Mercado Comum, Comissão de Comércio do Mercosul,
Comissão Parlamentar Conjunta, Foro Consultivo Econômico-Social, Secretaria Administrativa
do MERCOSUL.
Ainda não há formalização de cooperação entre qualquer dos países do MERCOSUL, mormente
quanto à igualdade de tratamento processual a cidadãos e os residentes permanentes.
As normas produzidas pelo Conselho Mercado Comum, pelo Grupo Mercado Comum e pela
Comissão de Comércio do Mercosul, além de possuírem caráter obrigatório, deverão, quando
necessário, ser incorporadas aos ordenamentos jurídicos nacionais mediante os
procedimentos previstos pela legislação de cada país.
GABARITO
1. ERRADA 11. CERTA 21. Letra B
2. CERTA 12. Letra E 22. Letra E
3. ERRADA 13. ERRADA 23. Letra D
4. CERTA 14. ERRADA 24. Letra D
5. ERRADA 15. ERRADA 25. ERRADA
6. CERTA 16. ERRADA 26. CERTA
7. CERTA 17. CERTA 27. ERRADA
8. ERRADA 18. CERTA 28. ERRADA
9. ERRADA 19. CERTA 29. ERRADA
10. ERRADA 20. ERRADA 30. ERRADA
31. ERRADA
32. ERRADA
33. CERTA
34. ERRADA
35. ERRADA
36. CERTA
37. ERRADA
38. ERRADA
39. CERTA
40. ERRADA
41. CERTA
42. CERTA
43. CERTA
44. CERTA
45. ERRADA
46. CERTA
47. CERTA
48. CERTA
49. ERRADA
50. ERRADA
51. ERRADA
52. CERTA
53. CERTA
54. ERRADA
55. CERTA
56. ERRADA
57. ERRADA
58. ERRADA
59. ERRADA
60. CERTA
61. ERRADA
62. CERTA
63. CERTA
64. CERTA
65. ERRADA
66. ERRADA
67. CERTA
68. CERTA
69. ERRADA
70. CERTA
71. CERTA
72. CERTA
73. ERRADA