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Aula 17

Direito Interno e Direito Internacional p/ CACD (Primeira e Segunda


Fases) - Pós-Edital
Matheus Atalanio, Ricardo Vale

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Matheus Atalanio, Ricardo Vale
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AULA 17
SOLUÇÃO DE CONTROVÉRSIAS
Solução de Controvérsias .................................................................................................. 3

1 - Meios Pacíficos de Solução de Controvérsias ............................................................................. 3

1.1 - Introdução ................................................................................................................................................................ 3

1.2 - Meios diplomáticos .................................................................................................................................................. 4

1.3 - Meios políticos ......................................................................................................................................................... 5


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1.4 - Meios jurisdicionais .................................................................................................................................................. 5

2 - Direito de Guerra e Neutralidade ............................................................................................. 26

2.1 - Introdução .............................................................................................................................................................. 26

2.2 - Evolução do Direito da Guerra ............................................................................................................................... 27

2.3 - O Direito da Guerra ................................................................................................................................................ 29

2.4 - Neutralidade ........................................................................................................................................................... 30

2.5 - Direito Internacional Humanitário ......................................................................................................................... 31

Lista de Questões ........................................................................................................... 37

Gabarito ......................................................................................................................... 47

Noções de Direito Interno e Direito Internacional - CACD 1


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Olá, pessoal! Tudo bem?

Na aula de hoje, dando continuidade ao nosso curso de Direito Interno e Direito Internacional para
o CACD, estudaremos sobre a Solução de Controvérsias no Direito Internacional. Hoje, estudaremos
os seguintes tópicos:

“Solução pacífica de controvérsias. Prática diplomática brasileira. Bons ofícios. Mediação.


Investigação ou inquérito. Conciliação. Meios jurisdicionais. Arbitragem. Meios judiciais.
Outros tribunais internacionais. Conflitos armados e o direito internacional. Direito
Internacional Humanitário. Uso da força. Prática diplomática brasileira. Segurança coletiva.
Uso da força e direitos humanos. Operações de manutenção da paz. Tribunais internacionais
penais. Tribunal Penal Internacional.”

Abraços,

Ricardo Vale

ricardovale@estrategiaconcursos.com.br

https://www.instagram.com/profricardovale/

https://www.instagram.com/matalanio/

“O segredo do sucesso é a constância no objetivo!”

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SOLUÇÃO DE CONTROVÉRSIAS

1 - MEIOS PACÍFICOS DE SOLUÇÃO DE CONTROVÉRSIAS

1.1 - Introdução

Antes de qualquer coisa, faz-se necessário definir conflito internacional. Para Francisco Rezek,
conflito ou litígio internacional é todo desacordo sobre certo ponto de direito ou de fato ou, ainda,
uma contradição ou oposição de teses jurídicas ou de interesses entre dois Estados.1 Pode haver,
por exemplo, uma controvérsia entre dois Estados acerca de limites territoriais. Ou então, um Estado
pode ter desrespeitado um tratado bilateral de extradição. Também é possível que um Estado tenha
violado um compromisso assumido no âmbito da OMC.

O direito internacional se preocupa em dar estabilidade às relações internacionais e garantir que os


compromissos assumidos sejam cumpridos. É justamente em razão disso que há diversos meios de
solução de controvérsias, as quais devem ser resolvidas de forma pacífica. Os meios coercitivos
somente poderão ser legitimamente empregados com a autorização de organizações internacionais.

A Carta das Nações Unidas prevê em seu art. 33, parágrafo 1º, que “as partes numa controvérsia,
que possa vir a constituir uma ameaça à paz e à segurança internacionais, procurarão, antes de tudo,
chegar a uma solução por negociação, inquérito, mediação, conciliação, arbitragem, via judicial,
recurso a organizações ou acordos regionais, ou qualquer outro meio pacífico à sua escolha”. Como
se percebe, a Carta da ONU enumera diversos meios de solução de controvérsias, os quais, no
entanto, não encerram um rol exaustivo, mas apenas exemplificativo. Destaque-se, ainda, que não
há hierarquia entre esses meios de solução de controvérsias, o que significa que não existe uma
ordem ou gradação a ser seguida na aplicação desses métodos.

De qualquer forma, fica claro que a busca pela solução pacífica de controvérsias é uma regra
fundamental do direito internacional. No Brasil, tal regra foi alçada, inclusive, ao nível constitucional,
com a expressão previsão no art. 4º, inciso VII, da CF/88, de que um dos princípios das relações
internacionais da República Federativa do Brasil é a solução pacífica de controvérsias.

Os meios pacíficos de solução de controvérsias recebem duas classificações diferentes: quanto à


compulsoriedade das decisões (facultativos ou obrigatórios) e quanto à fundamentação da
decisão (diplomáticos, políticos ou jurisdicionais).

1
REZEK, Francisco. Direito Internacional Público: curso elementar, 11ª ed, rev. e atual. São Paulo: Saraiva, 2008, PP.
335.

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1.2 - Meios diplomáticos

Os meios diplomáticos têm como característica fundamental a realização de conversações amistosas


com o objetivo de satisfazer os interesses mútuos das partes. Podem ser: negociação, bons ofícios,
consultas, mediação, conciliação e inquérito.

A negociação é o meio mais simples e mais comum de solução pacífica de controvérsias. Consiste
em conversações diretas entre os litigantes objetivando alcançar um denominador comum (solução
mutuamente aceita). As negociações ocorrem por via diplomática, seja oralmente ou por escrito,
caracterizando-se pela informalidade. A solução de um conflito por meio de negociações poderá
acontecer de três formas: i) um Estado renuncia a uma pretensão; ii) um Estado reconhece o direito
pleiteado pelo outro; ou iii) há uma transação entre os Estados (concessões mútuas).

Os bons ofícios não estão explicitamente previstos na Carta das Nações Unidas, mas consistem em
meios diplomáticos de solução de controvérsias. Nos bons ofícios, um terceiro, espontaneamente,
se oferece para colaborar na solução de uma controvérsia. Destaque-se que os bons ofícios não são
considerados ingerência indevida nos assuntos de outros Estados e seu oferecimento, assim como
sua recusa, não podem ser considerados gestos ofensivos ou inamistosos.2 O terceiro a oferecer seus
bons ofícios pode ser um funcionário de uma organização internacional, um terceiro Estado ou
mesmo uma organização internacional. Sua atuação limita-se a aproximar pacificamente os
litigantes; nos bons ofícios, o terceiro não apresenta sua posição acerca da controvérsia, tampouco
uma proposta para a solução desta.

As consultas representam uma preparação para negociações futuras. As partes consultam-se


mutuamente, levantando as questões controversas. Consistem em contatos preliminares, prévios a
uma negociação. Para Portela, as consultas não são propriamente um meio de solução de
controvérsias. 3

A mediação se caracteriza pela participação de um terceiro Estado, que colabora na solução da


controvérsia. No entanto, à diferença do que ocorre nos bons ofícios (em que o terceiro não pode
apresentar seu posicionamento), na mediação, o terceiro, além de aproximar as partes, apresenta
proposta para a solução da controvérsia. Trata-se, portanto, de procedimento mais extenso e mais
solene do que os bons ofícios. A mediação poderá ser facultativa ou obrigatória, oferecida ou
solicitada, individual ou coletiva. As conclusões do mediador não são obrigatórias e, portanto, não
vinculam as partes litigantes.

A conciliação se assemelha muito à mediação, possuindo, todavia, maior grau de formalismo e


solenidade. Enquanto na mediação existe apenas um “conciliador”, na conciliação há uma “comissão

2
MAZZUOLI, Valério de Oliveira. Curso de Direito Internacional Público, 4ª ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais,
2010, pp.937.
3
PORTELA, Paulo Henrique Gonçalves. Direito Internacional Público e Privado. Salvador: Editora Juspodium, 2009, pp.
475.

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de conciliadores”. Esse grupo de conciliadores examina a controvérsia e, ao final, emite parecer


propondo a solução do conflito. Destaque-se que as partes litigantes poderão aceitar ou rejeitar a
proposta dos conciliadores, é dizer, esta não é dotada de força vinculante.

O inquérito, por último, consiste em uma investigação destinada a apurar fatos relevantes ocorridos
entre as partes, “preparando o terreno” para a utilização de um dos meios de solução de
controvérsias internacionais (diplomáticos, políticos ou judiciários). Forma-se, então, uma comissão
encarregada de investigar fatos controvertidos, que necessitem de maior esclarecimento.

1.3 - Meios políticos

São denominados de meios políticos de solução de controvérsias aqueles existentes no âmbito de


organizações internacionais de vocação política, como a ONU e a OEA. Na atualidade, os conflitos
de maior gravidade têm sido politicamente resolvidos no âmbito das Nações Unidas por meio de
seus dois principais órgãos: o Conselho de Segurança e a Assembleia Geral. Em nível regional, os
conflitos têm sido resolvidos, nas Américas, no âmbito da Organização dos Estados Americanos
(OEA), com atuação dos organismos especializados dessa organização internacional.

Há grande semelhança entre os meios políticos e os meios diplomáticos, com a diferença que nos
meios políticos a interação entre as partes ocorre no seio de uma organização internacional. Ambos
são chamados de meios não-jurisdicionais, uma vez que a solução para controvérsia nem sempre
terá fundamento jurídico.

1.4 - Meios jurisdicionais

Os meios jurisdicionais podem ser divididos em dois: meios semi-judiciais (arbitragem) e meios
judiciários (tribunais internacionais). Ambos se distinguem dos demais meios de solução de
controvérsias por serem obrigatórios para as partes litigantes.

1.4.1 - Meios semi-judiciais

A arbitragem é um meio de solução de controvérsias que consiste no estabelecimento de um


tribunal composto de vários árbitros para apreciar uma controvérsia. Trata-se de mecanismo
jurisdicional, porém não judiciário. Os tribunais arbitrais não têm jurisdição permanente; ao
contrário, possuem natureza “ad hoc”, sendo constituídos com o objetivo de apreciar um caso

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concreto. Competirá às partes na disputa eleger o árbitro, descrever a matéria conflituosa e


delimitar o direito aplicável.4

Os laudos arbitrais têm a mesma força vinculante (obrigatória) que uma sentença emanada de um
tribunal internacional. Vale destacar, quanto a esse ponto, que o descumprimento de um laudo
arbitral sujeita o Estado à responsabilidade internacional. O laudo arbitral também se caracteriza
por ser definitivo e não-executório. É definitivo porque dele não cabem recursos; é não-executório
porque não há como impor o cumprimento de um laudo arbitral, uma vez que o Estado não conhece
nenhuma vontade superior à sua no plano internacional.5 O cumprimento do laudo arbitral depende
da boa-fé e da honradez das partes litigantes, em especial da parte “perdedora”.

Em direito internacional público, se reconhece que a sentença arbitral poderá ser anulada caso
tenha existido corrupção, excesso de poder dos árbitros ou mesmo algum erro fundamental que
vicie o processo. Embora não sejam admitidos recursos dos laudos arbitrais, as partes litigantes
poderão solicitar um pedido de interpretação do laudo arbitral. Assim, pode-se afirmar que, apesar
de os laudos arbitrais serem definitivos, eles podem ser modificados.

Para que uma controvérsia seja solucionada por arbitragem, é necessário que seja firmado um
compromisso arbitral, que consiste em um tratado celebrado pelos litigantes. Ressalte-se que o
compromisso arbitral é um tratado celebrado após o surgimento do litígio, a fim de resolvê-lo. Nele,
são descritos todos os procedimento aplicáveis à solução daquela controvérsia em particular
(descrição do litígio, definição dos árbitros, regras procedimentais, prazos e o compromisso das
partes em dar cumprimento ao laudo arbitral). A obrigatoriedade dos laudos arbitrais tem
fundamento justamente no compromisso arbitral, em homenagem à regra “pacta sunt servanda”.

Também é possível que um tratado multilateral já tenha previsão de cláusula arbitral (cláusula
compromissória). A cláusula arbitral é, portanto, prévia ao surgimento da controvérsia, podendo
ser tanto um tratado geral de arbitragem quanto uma cláusula prevista em um tratado. Atualmente,
percebe-se que há vários tratados internacionais que trazem expressa uma cláusula arbitral. No
MERCOSUL, por exemplo, o Protocolo de Olivos prevê, que, em primeira instância, uma controvérsia
será levada à apreciação de um tribunal “ad hoc”, que funcionará, então, como um tribunal arbitral.
Na OMC, os grupos especiais (primeira instância), também consistem em tribunais arbitrais.

Não podemos nos olvidar de fazer menção à Corte Permanente de Arbitragem, que foi criada em
1899, na Primeira Conferência Internacional da Paz, realizada em Haia. Trata-se de uma organização
internacional destinada a facilitar a solução de controvérsias na sociedade internacional. A Corte
Permanente de Arbitragem mantém uma lista com pessoas qualificadas para atuarem como árbitros
em uma controvérsia que envolva Estados, organizações internacionais e mesmo particulares.

4
REZEK, Francisco. Direito Internacional Público: curso elementar, 11ª ed, rev. e atual. São Paulo: Saraiva, 2008.
5
MAZZUOLI, Valério de Oliveira. Curso de Direito Internacional Público, 4ª ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais,
2010

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Uma forma especial de arbitragem é a arbitragem mista, que é aquela instaurada para resolver uma
controvérsia entre um Estado e um particular estrangeiro. Ela ocorre quando um Estado celebra
um contrato internacional com particular estrangeiro e esse instrumento prevê a arbitragem como
meio de solução de controvérsias.

A primeira arbitragem internacional moderna no direito internacional foi um caso emblemático para
o direito internacional: o caso Alabama entre Estados Unidos e o Reino Unido, em 1872. Os Estados
Unidos acusaram o Reino Unido de ter rompido com o dever de neutralidade no contexto da guerra
de secessão, tendo em vista que foram vendidas a uma das partes em conflito estaleiros navais
ingleses, causadores de grande destruição no campo nortista. O Reino Unido contra-argumentou no
sentido de que não possuía “meios legais” para a resolução desse conflito. 6

Esse caso é um bom exemplo da impossibilidade de negativa de uma obrigação internacional sob a
alegação de direito interno, tendo em vista a clara primazia da norma internacional – de que o Reino
Unido continuasse neutro no conflito – em virtude da norma interna. Atenção para esse caso, nobre
aluno, pois já foi objeto de prova!

1.4.2 - Meios judiciais

Na atualidade, o direito internacional vive um fenômeno de multiplicação das instâncias de solução


de conflitos, com o surgimento de diversos tribunais internacionais. Anteriormente, já havíamos
estudado sobre a Corte Internacional de Justiça. Agora, veremos alguns outros dos principais
tribunais internacionais.

1.4.2.1 - Corte Interamericana de Direitos Humanos

A Corte Interamericana de Direitos Humanos (1979) é uma instituição judiciária autônoma cujo
objetivo é a aplicação e interpretação da Convenção Americana sobre Direitos Humanos, também
conhecida como Pacto de San Jose da Costa Rica. Trata-se de órgão de natureza jurisdicional e
consultiva.

A CIDH é composta por sete juízes, todos nacionais dos Estados-membros da OEA, eleitos a título
pessoal dentre juristas da mais alta autoridade moral, de reconhecida competência em matéria de
direitos humanos, que reúnam as condições requeridas para o exercício das mais elevadas funções
judiciais, de acordo com a lei do Estado do qual sejam nacionais, ou do Estado que os propuser como
candidatos. Destaque-se que não pode haver mais de um juiz da mesma nacionalidade.

6
CARREAU, Dominique; BICHARA, Jahyr-Philippe. Direito Internacional, 2ª ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2016, p.66.

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A tomada de decisões no âmbito da CIDH ocorrerá por maioria dos juízes presentes, cabendo ao
Presidente, no caso de empate, o voto de qualidade. Para que a CIDH possa deliberar a respeito de
alguma matéria é necessário o quórum mínimo de 5 juízes, ou seja, devem estar presentes na
votação pelo menos 5 juízes.

A competência jurisdicional da CIDH é regulada pelos arts. 61, 62 e 63 da Convenção Americana


sobre Direitos Humanos. O art. 61 determina que somente poderão submeter casos à decisão da
CIDH os Estados-partes da Convenção e a Comissão Interamericana de Direitos Humanos. No
sistema interamericano de proteção aos direitos humanos, os indivíduos não poderão peticionar
diretamente junto à CIDH. É possível, todavia, que os indivíduos recorram à Comissão, nos termos
do que prevê o art. 44 da Convenção Americana sobre Direitos Humanos, segundo o qual “qualquer
pessoa ou grupo de pessoas, ou entidade não-governamental legalmente reconhecida em um ou
mais Estados membros da Organização, pode apresentar à Comissão petições que contenham
denúncias ou queixas de violação desta Convenção por um Estado-Parte”.

O responsável pela proteção dos direitos humanos de seus nacionais é o próprio Estado. Os
tribunais internacionais possuem uma atuação apenas subsidiária. No sistema interamericano de
direitos humanos, como já dito, há a possibilidade de que o indivíduo ajuíze petição diretamente na
Comissão, desde que preencha certos requisitos, nos termos do art. 46 do Pacto de San José da
Costa Rica:

- Esgotamento dos recursos internos no país de origem7;

- Impossibilidade de litispendência internacional, ou seja, não pode haver mais de uma petição de
cunho internacional além da ajuizada na Comissão;

- Apresentação da ação no prazo máximo de 6 (seis) meses, a partir da data em que o presumido
prejudicado em seus direitos tenha sido notificado da decisão definitiva;

- Morosidade excessiva, também chamada de atraso injustificado na decisão sobre os


mencionados recursos.

Também há uma outra possibilidade, que é o caso de que no país de origem não haver, na legislação
interna, devido processo legal para a proteção do direito ou dos direitos violados.

A sentença da CIDH é definitiva e inapelável. Os Estados-partes da Convenção se comprometem a


cumprir a decisão da Corte em todos os casos em que forem partes. Destaque-se que a submissão
à jurisdição da CIDH não é automática. A CIDH somente terá competência para conhecer de um
caso relativo à interpretação e aplicação da Convenção Americana sobre Direitos Humanos se os

7
PORTELA, Paulo Henrique Gonçalves. Direito Internacional Público e Privado: Incluindo Noções de Direitos Humanos
e de Direito Comunitário, 9ª ed, Salvador: JusPODIVM, 2017, p. 859-860.

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Estados Partes no caso tiverem reconhecido ou reconheçam a referida competência. O Brasil


reconhece a competência contenciosa da CIDH.

Quando decidir que houve violação de um direito ou liberdade protegidos pela Convenção
Americana de Direitos Humanos, a CIDH determinará que assegure ao prejudicado o gozo do seu
direito ou liberdade violados. Além disso, a CIDH determinará também, se isso for procedente, que
sejam reparadas as consequências da medida ou situação que haja configurado a violação desses
direitos, bem como o pagamento de indenização justa à parte lesada.

Em casos de extrema gravidade e urgência, e quando se fizer necessário evitar danos irreparáveis
às pessoas, a Corte, nos assuntos de que estiver conhecendo, poderá tomar as “medidas
provisórias” que considerar pertinentes. Caso se trate de assuntos que ainda não estiverem
submetidos ao seu conhecimento, a CIDH poderá conceder “medidas provisórias” a pedido da
Comissão.

As medidas provisórias aplicadas pela CIDH têm natureza tutelar (e não apenas cautelar). Isso
porque elas não visam apenas garantir a eficácia da prestação jurisdicional, mas também proteger
(tutelar) direitos fundamentais da pessoa humana.

Não há previsão, na Convenção Americana de Direitos Humanos, de um mecanismo de supervisão


de sentenças condenatórias da CIDH. Por isso, segundo Flávia Piovesan, “dada a carência
institucional do sistema interamericano de proteção dos direitos humanos nesta área específica, a
Corte Interamericana vem exercendo motu próprio a supervisão da execução de suas sentenças,
dedicando-lhe um ou dois dias de cada período de sessões”. 8

No que diz respeito à sua função consultiva, qualquer membro da OEA, inclusive aqueles que não
são parte da Convenção Americana de Direitos Humanos, poderá solicitar o parecer da CIDH sobre
a interpretação da Convenção e de qualquer outro tratado relativo à proteção de direitos humanos
nos Estados americanos. A Corte também poderá opinar, em abstrato, a respeito da compatibilidade
entre a legislação interna de um Estado-parte em face dos tratados internacionais de direitos
humanos, realizando, assim, o “controle de convencionalidade das leis”.9

Segundo o Prof. Valério Mazzuoli, as decisões da Corte Interamericana de Direitos Humanos são
consideradas sentenças internacionais, e não sentenças estrangeiras. Portanto, elas não precisam
passar pelo procedimento de homologação de sentenças estrangeiras previsto na legislação
brasileira. 10

8
PIOVESAN, Flávia. Direitos Humanos e Justiça Internacional. São Paulo: Saraiva, 2007, pp. 115
9
PIOVESAN, Flávia. Direitos Humanos e Justiça Internacional. São Paulo: Saraiva, 2007, pp. 99-100.
10
MAZZUOLI, Valério de Oliveira. Curso de Direitos Humanos, 1a edição. Ed. Método. São Paulo: 2014, pp. 121-124.

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Dessa forma, as sentenças da Corte Interamericana de Direitos Humanos têm eficácia imediata,
independentemente de qualquer homologação pelo STJ. Há, então, a obrigação de que o Estado dê
execução a essas sentenças.

No Brasil, as decisões da CIDH constituem título executivo e, dessa forma, caso condenem o Estado
brasileiro ao pagamento de indenização pecuniária, ficarão sujeitas aos procedimentos
estabelecidos na legislação nacional para a execução de provimentos jurisdicionais contra o Estado.

A execução das indenizações determinadas pela CIDH não tem causado grandes problemas. A
prática nos mostra, todavia, que há grande dificuldade em se executar sentenças da CIDH que
envolvam a imputação ao Estado dos deveres de investigar e punir.

Sobre isso, chama-nos a atenção, na jurisprudência da CIDH, o caso Gomes Lund e outros vs Brasil,
envolvendo o desaparecimento forçado de pessoas por ocasião da Guerrilha do Araguaia. Na
ocasião, a CIDH decidiu que os crimes contra a humanidade cometidos durante a ditadura militar
(tortura, mortes e desaparecimento) deveriam ser investigados e punidos pelo Estado brasileiro.

Segundo a CIDH, a Lei da Anistia, ao impedir a investigação e punição de graves violações de direitos
humanos, seria incompatível com a Convenção Americana. Nas palavras da Corte, “a prática de
desaparecimentos forçados implica um crasso abandono dos princípios essenciais em que se
fundamenta o Sistema Interamericano de Direitos Humanos e sua proibição alcançou o caráter de
jus cogens”.

Apesar da decisão da CIDH ter determinado que o Brasil investigasse e punisse os crimes praticados
durante a Guerrilha do Araguaia, o STF já havia se posicionada de forma contrária, reconhecendo
a recepção da Lei da Anistia pelo ordenamento jurídico nacional.

1.4.2.2 - Corte Europeia de Direitos Humanos

A Corte Europeia de Direitos Humanos foi criada em 1959 e está sediada em Estrasburgo, França.
Possui competência jurisdicional, examinando casos em que ocorram violações da Convenção
Europeia sobre Direitos Humanos. Ressalte-se que, no sistema europeu de direitos humanos, admite-
se o acesso direto do indivíduo à Corte Europeia de Direitos Humanos.

1.4.2.3 - Tribunal Penal Internacional

O Tribunal Penal Internacional (TPI) foi criado pelo Estatuto de Roma, que foi adotado em 1998 na
Conferência de Roma, entrando em vigor internacional em 2002.

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O Tribunal Penal Internacional constitui-se no primeiro tribunal de natureza permanente destinado


a apurar a responsabilidade de indivíduos por crimes perpetrados contra os direitos humanos,
concretizando grande avanço do processo de internacionalização dos direitos humanos e de
humanização do direito internacional.

Antes da criação de TPI, já haviam sido criados tribunais para apurar crimes de alta gravidade contra
os direitos humanos, como, por exemplo, o Tribunal de Nuremberg e o Tribunal de Tóquio,
instituídos após a Segunda Guerra Mundial. Entretanto, esses tribunais, criados por tratados
internacionais, tinham natureza “ad hoc” e são criticados por serem juízos de exceção, criados pelos
“vencedores” para julgar os “vencidos”.

O TPI possui jurisdição sobre as pessoas responsáveis pelos crimes de maior gravidade com alcance
internacional, notadamente os seguintes: crime de genocídio, crimes contra a humanidade, crimes
de guerra e o crime de agressão. São crimes que afetam a comunidade internacional como um todo.
Perceba-se que o TPI estabelece o princípio da responsabilidade penal individual, ou seja, o
indivíduo responde a título pessoal pelos crimes de alta gravidade que tenha praticado. Pela
gravidade desses crimes, eles são imprescritíveis.

O Estatuto de Roma detalha as condutas classificadas como cada um desses crimes:

a) Genocídio: qualquer um dos atos que a seguir se enumeram, praticado com intenção de
destruir, no todo ou em parte, um grupo nacional, étnico, racial ou religioso, enquanto tal:
i) homicídio de membros do grupo; ii) ofensas graves à integridade física ou mental de
membros do grupo; iii) sujeição intencional do grupo a condições de vida com vista a provocar
a sua destruição física, total ou parcial; iv) imposição de medidas destinadas a impedir
nascimentos no seio do grupo; v) transferência, à força, de crianças do grupo para outro
grupo.

b) Crimes contra a Humanidade: qualquer um dos atos seguintes, quando cometido no


quadro de um ataque, generalizado ou sistemático, contra qualquer população civil,
havendo conhecimento desse ataque: i) Homicídio; ii) extermínio; iii) escravidão; iv)
deportação ou transferência forçada de uma população; v) prisão ou outra forma de privação
da liberdade física grave, em violação das normas fundamentais de direito internacional; vi)
tortura; vii) agressão sexual, escravatura sexual, prostituição forçada, gravidez forçada,
esterilização forçada ou qualquer outra forma de violência no campo sexual de gravidade
comparável; viii) perseguição de um grupo ou coletividade que possa ser identificado, por
motivos políticos, raciais, nacionais, étnicos, culturais, religiosos ou de gênero, tal como
definido no parágrafo 3o, ou em função de outros critérios universalmente reconhecidos
como inaceitáveis no direito internacional, relacionados com qualquer ato referido neste
parágrafo ou com qualquer crime da competência do Tribunal; ix) Desaparecimento forçado
de pessoas; x) crime de apartheid; xi) outros atos desumanos de caráter semelhante, que
causem intencionalmente grande sofrimento, ou afetem gravemente a integridade física ou
a saúde física ou mental.

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c) Crimes de guerra: O TPI tem competência para julgar os crimes de guerra, em particular
quando cometidos como parte integrante de um plano ou de uma política ou como parte de
uma prática em larga escala desse tipo de crimes. São considerados crimes de guerra: i) as
violações graves às Convenções de Genebra, de 1949; ii) outras violações graves das leis e
costumes aplicáveis em conflitos armados internacionais no âmbito do direito internacional;
iii) no caso de conflitos armados que não sejam de índole internacional, as violações graves
às Convenções de Genebra, de 1949; iv) outras violações graves das leis e costumes aplicados
aos conflitos armados que não têm caráter internacional

d) Crime de agressão: O crime de agressão não foi originalmente definido pelo Estatuto de
Roma. Somente foi adicionado posteriormente por emendas ao Estatuto. No entanto, até
hoje não há uma boa definição para o crime de agressão. A punição para o cometimento
desse crime só passou a ser permitida a partir do ano de 2018.

Com fundamento no art. 27 do Estatuto de Roma, o TPI poderá julgar todas as pessoas,
independentemente de qualquer distinção baseada na qualidade oficia. Trata-se do princípio da
irrelevância da qualidade oficial, que admite sejam julgados pelo TPI quaisquer indivíduos, ainda
que governantes de um determinado Estado.

Os Estados que ratificaram o Estatuto de Roma aceitam a jurisdição do TPI. O Brasil, tendo ratificado
o Estatuto de Roma, tem dispositivo constitucional explícito sobre isso, mais especificamente o art.
5º, § 4º. Segundo o referido dispositivo, “o Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal
Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão.” Cabe ressaltar que não são admitidas
reservas ao Estatuto de Roma, sendo possível, no entanto, que um Estado se retire do referido
tratado internacional.

A jurisdição do TPI é complementar às jurisdições nacionais, o que significa que somente será
exercida caso o Estado que tenha jurisdição sobre um determinado caso não tenha iniciado o devido
processo ou, caso o tenha feito, agiu com o intuito de subtrair o acusado à justiça ou de mitigar-lhe
a sanção. Assim, a atuação do TPI é apenas subsidiária, competindo originariamente aos Estados a
repressão dos crimes de alta gravidade previstos no Estatuto de Roma. O TPI poderá exercer sua
jurisdição em relação aos crimes praticados por nacionais de Estados-parte do Estatuto de Roma
ou, ainda, em relação a crimes praticados no território de Estados-parte do Estatuto de Roma. No
caso de crimes cometidos em navios ou aeronaves o TPI exercerá sua jurisdição se o Estado de
matrícula do navio ou da aeronave for parte do Estatuto de Roma.

O Estatuto de Roma não admite a pena de morte, o que, aliás, seria totalmente contrário aos
princípios que levaram à sua criação. O TPI poderá impor as seguintes penas às pessoas por ele
condenadas:

i) prisão por um número determinado de anos, até o limite máximo de 30 anos;

ii) prisão perpétua, se o elevado grau de ilicitude do fato e as condições pessoais do condenado
o justificarem.

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Questão controversa, que gerou discussões anteriores à adesão do Brasil ao Estatuto de Roma foi
saber se, ao entregar brasileiro nato para ser julgado pelo TPI, estaria o Brasil ferindo dispositivo
constitucional que veda a extradição de brasileiro nato. Sobre o assunto, é importante
estabelecermos a diferença entre esses dois institutos: entrega e extradição.

A extradição se caracteriza pela entrega de uma pessoa por um Estado a outro Estado, enquanto
pelo instituto da entrega o Estado entrega uma pessoa a um Tribunal Internacional.

Dessa forma, se um brasileiro cometer um crime passível de ser julgado pelo TPI – crime de
genocídio, crime contra a humanidade, crimes de guerra, crime de agressão – ele será entregue a
esta Corte para ser julgado. Enfatize-se que isso não se configura extradição de brasileiro, mas sim
mera entrega, uma vez que o requerente não é Estado estrangeiro, mas um Tribunal Internacional.

1.4.2.4 - Tribunal Internacional sobre o Direito do Mar

O Tribunal Internacional sobre o Direito do Mar foi criado pela Convenção das Nações Unidas sobre
o Direito do Mar (1982), também conhecida por Convenção de Montego Bay. Possui competência
para julgar as controvérsias que envolvam a interpretação e aplicação da Convenção de Montego
Bay.

1. (Consultor Legislativo / Câmara dos Deputados – 2014)

Um marco na proteção internacional dos direitos humanos foi a celebração da Conferência de


Roma, em 1998, que aprovou a criação de um tribunal penal internacional para julgar crimes
contra a humanidade e crimes de genocídio e de guerra.

Comentários:

Em 1998, na Conferência de Roma, foi aprovada a criação do Tribunal Penal Internacional, o que
representou um grande marco na proteção internacional dos direitos humanos. Inicialmente, o
Estatuto de Roma, que criou o TPI, não previa o crime de agressão, que só foi acrescentado por
emenda anos mais tarde. O Estatuto de Roma entrou em vigor internacional em 2002. Questão
correta.

2. (Procurador do Banco Central-2009)

A primeira arbitragem moderna no direito internacional foi instalada na I Conferência de Paz


da Haia para resolver controvérsias entre Reino Unido e França.

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Comentários:

A primeira arbitragem internacional moderna no direito internacional foi um caso que envolveu
Estados Unidos e Inglaterra, em 1872, em que os Estados Unidos acusaram a Inglaterra de ter
rompido com o dever de neutralidade no contexto da guerra de secessão. Além disso, o que ocorreu
na I Conferência de Paz da Haia de 1889 foi a criação da Corte Permanente de Arbitragem. Questão
errada.

3. (Procurador do Banco Central-2009)

Assim como os meios judiciários, a arbitragem possui o caráter de permanência.

Comentários:

Ao contrário dos meios judiciários, a arbitragem não possui o caráter de permanência. Os tribunais
arbitrais são “ad hoc”, isto é, são formados para apreciar um caso concreto específico, enquanto as
Cortes Internacionais possuem composição fixa. Questão errada.

4. (Procurador do Banco Central-2009)

Arbitragens mistas são aquelas em que mais de dois Estados figuram na causa.

Comentários:

Na arbitragem mista, figuram na causa um Estado e um particular estrangeiro. Questão errada.

5. (Procurador do Banco Central-2009)

Decisões arbitrais são meramente recomendatórias.

Comentários:

A decisão arbitral (sentença arbitral) é obrigatória para as partes litigantes. Apesar de ser obrigatória,
a sentença arbitral não possui executoriedade, já que não existe nenhuma vontade superior à dos
Estados no plano internacional. Questão errada.

6. (Consultor Legislativo / Senado Federal-2002)

Em 1991, os presidentes do México, da Colômbia e da Venezuela resolveram oferecer seus


bons ofícios conjuntos aos governos de Cuba e dos Estados Unidos da América, para viabilizar-
lhes o diálogo. Entretanto, a oferta foi recusada. Nessa situação, o oferecimento caracterizou
uma intromissão indevida nas relações bilaterais daqueles Estados e a recusa representou um
ato inamistoso para com os Estados que ofertaram seus bons ofícios.

Comentários:

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O oferecimento de bons ofícios, assim como sua recusa, não constituem atos inamistosos. Questão
errada.

7. (Consultor Legislativo / Senado Federal-2002)

Pela via do inquérito, instaura-se uma instância prévia para a posterior solução do conflito.
Trata-se da investigação preliminar, por uma comissão conjunta, da materialidade dos fatos
controvertidos. Posteriormente, parte-se para uma das esferas — diplomática, política ou
judiciária — de solução de controvérsias.

Comentários:

O inquérito é uma instância prévia à solução de controvérsias. Busca-se, por meio do inquérito,
apurar fatos controvertidos para, depois, partir para a solução do conflito com a utilização de meios
políticos, diplomáticos ou judiciários. Questão correta.

8. (Consultor Legislativo / Senado Federal-2002)

As sentenças arbitrais são definitivas e imodificáveis.

Comentários:

As sentenças arbitrais são definitivas, porém podem ser modificadas. Questão errada.

9. (Consultor Legislativo / Senado Federal-2002)

Para o direito internacional contemporâneo, o uso de meios coercitivos para a solução de


controvérsias apenas se legitima com a aprovação e determinação das organizações
internacionais.

Comentários:

O direito internacional tem como princípio básico o de que as controvérsias deverão ser resolvidas
com a utilização de meios pacíficos. Os meios coercitivos somente poderão ser legitimamente
empregados com autorização de organizações internacionais. Questão correta.

10. (Instituto Rio Branco-2008)

O sistema de solução de controvérsias da OMC corresponde à forma arbitral de composição de


conflitos e, como tal, não é passível de pedido recursal.

Comentários:

Os grupos especiais atuam como tribunais arbitrais, mas da decisão deles caberá recurso ao Órgão
de Apelação da OMC. Questão errada.

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11. (AFC/CGU-2008)

Constituída em 1998, essa corte internacional dedica-se a julgar as pessoas responsáveis pelos
crimes de maior gravidade de alcance internacional, sendo complementar às jurisdições
nacionais. Indique qual das instituições abaixo corresponde a essa descrição.

a) Corte Internacional de Justiça.

b) Corte Interamericana de Direitos Humanos.

c) Tribunal Penal Internacional.

d) Corte Permanente de Arbitragem.

e) Conselho de Segurança das Nações Unidas.

Comentários:

A Corte com competência para julgar os crimes de maior gravidade de alcance internacional é o
Tribunal Penal Internacional. O gabarito é a letra c).

12. (OAB-2008.1)

Acerca de tribunais internacionais e de sua repercussão, assinale a opção correta.

a) O Tribunal Penal Internacional prevê a possibilidade de aplicação da pena de morte, ao passo


que a Constituição brasileira proíbe tal aplicação.

b) O § 4.º do art. 5º da Constituição Federal prevê a submissão do Brasil à jurisdição de tribunais


penais internacionais e tribunais de direitos humanos.

c) O Estatuto de Roma não permite reservas nem a retirada dos Estados-membros do tratado.

d) O Estatuto de Roma, que criou o Tribunal Penal Internacional, estabelece uma diferença
entre entrega e extradição, operando a primeira entre um Estado e o mencionado tribunal e a
segunda, entre Estados.

Comentários:

Letra A: errada. Não há previsão, no Estatuto de Roma, para a aplicação de pena de morte.

Letra B: errada. O art. 5º, § 4.º, da CF/88 prevê apenas que o Brasil se submete à jurisdição do
Tribunal Penal Internacional (e não de todos os Tribunais de direitos humanos).

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Letra C: errada. O Estatuto de Roma não admite reservas. No entanto, ele admite a retirada dos
Estados-parte.

Letra D: correta. A extradição se caracteriza pela entrega de uma pessoa por um Estado a outro
Estado, enquanto pelo instituto da entrega o Estado entrega uma pessoa a um Tribunal
Internacional. Atenção para esse item! Já foi objeto de questão.

13. (Procurador da Fazenda Nacional / 2003)

Pode-se mencionar como exemplos de tribunais internacionais: a Corte Internacional de Justiça


(sede em Haia), a Corte Interamericana de Direitos Humanos (San Jose da Costa Rica), o
Tribunal Penal Internacional (Haia) e a Corte Constitucional Italiana (Roma).

Comentários:

A Corte Constitucional Italiana não é um tribunal internacional, ao contrário dos demais. Questão
errada.

14. (Instituto Rio Branco-2009)

Entre os princípios que regem as relações internacionais do Estado brasileiro, estão a


prevalência dos direitos humanos e a solução pacífica dos conflitos (art. 4.º da Constituição
Federal). Com relação à tendência contemporânea de institucionalização jurídica internacional,
assinale a opção correta.

a) Todos os Estados-membros da Convenção Interamericana sobre Direitos Humanos estão,


ipso facto, sujeitos à jurisdição da Corte Interamericana de Direitos Humanos, com sede em
São José, na Costa Rica.

b) A Corte Internacional de Justiça foi o primeiro tribunal internacional de caráter permanente


estabelecido por tratado multilateral.

c) Os tribunais de Nuremberg e de Tóquio, instituídos ao final da Segunda Guerra Mundial,


foram estabelecidos com base em resoluções do então recém-criado Conselho de Segurança
das Nações Unidas.

d) A jurisdição do Tribunal Penal Internacional restringe-se a situações ocorridas no território


de um Estado-Parte do Estatuto de Roma.

e) Como mecanismo para a solução de controvérsias marítimas, a Convenção das Nações


Unidas sobre o Direito do Mar (também conhecida como Convenção de Montego Bay),
estabeleceu o Tribunal Internacional do Direito do Mar.

Comentários:

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Letra A: errada. Os Estados se submetem, facultativamente, à jurisdição da Corte Interamericana de


Direitos Humanos.

Letra B: errada. Antes da CIJ, tivemos a Corte Permanente de Justiça Internacional – CPJI, tribunal
criado no âmbito da Liga das Nações.

Letra C: errada. Os tribunais de Nuremberg e de Tóquio não foram criados por resoluções do
Conselho de Segurança da ONU.

Letra D: errada. A jurisdição do Tribunal Penal Internacional não se restringe aos crimes praticados
nos territórios dos Estados-parte do Estatuto de Roma, ou seja, a jurisdição do TPI independe de
onde tenha sido praticado o crime.

Letra E: correta. O Tribunal Internacional do Direito do Mar foi criado pela Convenção de Montego
Bay para solucionar controvérsias marítimas. Esse é o gabarito da questão.

15. (Procurador da Fazenda Nacional / 2007)

Indique V para os itens verdadeiros e F para os falsos. Em seguida, assinale a sequência correta.

( ) O Brasil ratificou o tratado internacional que constitui o Tribunal Penal Internacional.

( ) O Tribunal Penal Internacional, ademais de poder julgar Estados, exerce jurisdição sobre
indivíduos acusados dos crimes previstos em seu Estatuto.

( ) Entre as penas previstas pelo Estatuto de Roma, que cria o Tribunal Penal Internacional,
estão a prisão perpétua e a pena de morte.

( ) Entre os crimes da competência do Tribunal Penal Internacional estão os crimes de


genocídio, crimes contra a humanidade e crimes de guerra.

( ) O Estado condenado pelo Tribunal Penal Internacional está sujeito a sanções econômicas.

a) V,V,F,V,V

b) V,V,F,V,F

c) V,V,V,V,V

d) V,F,F,V,F

e) F,F,F,F,V

Comentários:

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A primeira assertiva está correta. De fato, o Brasil ratificou o Estatuto de Roma (2002),
internalizando-o, mediante a EC nº 45/04, no seu art. 5º, §4º da Constituição Federal.

A segunda assertiva está errada. O Tribunal Penal Internacional não pode julgar Estados. A
competência do TPI é para o julgamento de indivíduos que cometeram crimes contra a humanidade,
crimes de guerra, além de genocídio e agressão.

A terceira assertiva está errada. O TPI não admite a pena de morte.

A quarta assertiva está correta. O TPI tem competência para apurar os seguintes crimes: crimes de
guerra, crimes contra a humanidade, genocídio e crimes de agressão.

A quinta assertiva está errada. O TPI não julga Estados; ele apura a responsabilidade penal de
indivíduos. Logo, o gabarito é a letra d).

16. (Procurador da Fazenda Nacional / 2004)

A violação das leis de guerra por parte de um combatente nos conflitos internacionais implica
sua punição. Em 17 de julho de 1998 foi adotado o Estatuto do Tribunal Penal Internacional,
seus Anexos e a Ata Final da Conferência de Roma sobre o estabelecimento de um Tribunal
Penal Internacional. O principal dispositivo do Estatuto, que figura no artigo 1o , consagra o
princípio da complementaridade, nos termos do qual a jurisdição do Tribunal Penal
Internacional

a) será exercida em qualquer circunstância, mediante provocação da Organização das Nações


Unidas, comprovada a violação das leis de guerra, com exceção dos crimes de genocídio.

b) será exercida em qualquer circunstância, mediante provocação da Organização das Nações


Unidas, a menos que o país prejudicado não tenha ratificado a Ata Final da Conferência de
Roma.

c) será exercida permanentemente, independente de provocação da Organização das Nações


Unidas e de comprovação de violação das leis de guerra, dependendo, no entanto, de
instalação de um tribunal ad hoc a ser designado pela Corte de Haia, mediante provocação de
no mínimo cinco países signatários da Ata Final da Conferência de Roma.

d) terá caráter excepcional, isto é, somente será exercida em caso de manifesta incapacidade
ou falta de disposição de um sistema judiciário nacional para exercer sua jurisdição primária,
ou seja, os Estados terão primazia para investigar os crimes previstos no Estatuto do Tribunal.

e) terá caráter eventual, isto é, somente será exercida em caso de comprovada violação de
crimes contra a humanidade, dependendo, no entanto, de instalação de um tribunal a ser
organizado pelas forças de ocupação.

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Comentários:

A jurisdição do TPI é complementar à dos Estados, o que significa que “terá caráter excepcional, isto
é, somente será exercida em caso de manifesta incapacidade ou falta de disposição de um sistema
judiciário nacional para exercer sua jurisdição primária, ou seja, os Estados terão primazia para
investigar os crimes previstos no Estatuto do Tribunal”. O gabarito da questão é a letra d).

17. (Procurador BACEN-2006)

No âmbito da Corte Internacional de Justiça, é cláusula facultativa de jurisdição obrigatória a


que:

a) permite ao Estado membro da ONU decidir se adere ou não ao Estatuto da Corte.

b) uma vez aceita pelo Estado-parte no Estatuto, garante a jurisdição da Corte em todos os
conflitos internacionais que envolvam aquele Estado, verificada a reciprocidade.

c) uma vez aceita pelo Estado-parte no Estatuto, garante a jurisdição da Corte em todos os
conflitos internacionais que envolvam aquele Estado, independentemente de reciprocidade.

d) possibilita aos Estados membros da ONU a opção, no caso concreto, de se submeter à


jurisdição da Corte.

e) garante ao Estado-parte no Estatuto ampla imunidade de jurisdição ratione materiae.

Comentários:

Questão bem direta! Se um Estado aderir à cláusula facultativa de jurisdição obrigatória, isso
significa que ele se submete automaticamente à jurisdição da CIJ em todos os conflitos
internacionais que o envolvam. Há que se observar, ainda, a reciprocidade, pois se um Estado se
submete à jurisdição da CIJ, o outro litigante também deverá fazê-lo (ainda que no caso concreto)
para que a controvérsia seja apreciada. Se o Estado não aderir a essa cláusula, terá que declarar,
caso a caso, sua submissão à jurisdição da CIJ. A resposta é, portanto, a letra b).

18. (Juiz Federal – TRF-2ª Região-2009)

O fato de um Estado oferecer ajuda a outros dois Estados para resolver certa controvérsia, sem,
contudo, interferir nas negociações, configura o meio de solução de controvérsias
denominado:

a) mediação.

b) conciliação.

c) bons ofícios.

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d) inquérito.

e) troca de notas.

Comentários:

Se o terceiro auxilia na solução da controvérsia sem interferir nas negociações, o meio de solução
usado é o denominado de “bons ofícios”. O gabarito é a letra d).

19. (Juiz Federal – TRF-2ª Região-2009)

O instrumento no qual as partes elegem a arbitragem internacional como forma de solução de


possíveis litígios futuros caracteriza:

a) o compromisso arbitral.

b) a qualificação prévia arbitral.

c) a cláusula de eleição do foro.

d) o reenvio prejudicial arbitral.

e) a cláusula compromissória.

Comentários:

O compromisso arbitral é um tratado celebrado após o surgimento do litígio!

A cláusula arbitral ou cláusula compromissória é o instrumento por meio do qual as partes elegem
a arbitragem como forma de solução de um conflito futuro. A cláusula compromissória é, portanto,
prévia ao surgimento do conflito. O gabarito é a letra e).

20. (Instituto Rio Branco – 2010)

Assinale a opção que apresenta o mecanismo de solução pacífica de controvérsias


internacionais a que corresponde a descrição abaixo:

“Quando as negociações diretas mostram-se ineficazes, é utilizado mecanismo que recorre à


participação de um terceiro Estado, que tem como função aproximar os litigantes. A
característica principal do mecanismo consiste em que o Estado harmonizador não tome parte
nas negociações entre os contendores nem na solução da controvérsia, pois seu papel consiste
apenas em colocá-los em contato, a fim de que sejam retomadas as negociações
interrompidas.”

a) bons ofícios

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b) sistema consultivo

c) negociação direta

d) mediação

e) conciliação

Comentários:

A assertiva descreve o meio de solução de controvérsias conhecido como bons ofícios.

Nos bons ofícios, o terceiro apenas irá buscar aproximar os litigantes, sem tomar parte nas
negociações e sem apresentar seu posicionamento. Na mediação, ao contrário, o terceiro, além de
aproximar os litigantes, apresenta proposta para a solução da controvérsia. Letra a).

21. (Juiz Federal / TRF 5a Região – 2013)

Com relação aos crimes de competência do TPI, assinale a opção correta.

a) A transferência, à força, de crianças de um grupo religioso para outro é classificada como


crime contra a humanidade.

b) O TPI pode exercer jurisdição sobre o Estado como um todo apenas em caso de crime de
agressão.

c) O crime de apartheid é praticado no contexto de um regime institucionalizado de opressão


e domínio sistemático de um grupo racial sobre um ou mais grupos nacionais e com a intenção
de manter esse regime.

d) O TPI não tem jurisdição em relação aos crimes de guerra cometidos em conflitos armados
não internacionais se não existir declaração formal de guerra.

e) As normas costumeiras sobre crimes de guerra somente podem ser base para o julgamento
do TPI se estiverem codificadas em tratados.

Comentários:

Letra A: errada. A transferência, à força, de crianças de um grupo religioso para outro é classificada
como crime de genocídio.

Letra B: errada. A jurisdição do TPI não se dá sobre os Estados, mas sim sobre as pessoas.

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Letra C: correta. O crime de apartheid é um crime contra a humanidade e, segundo o Estatuto de


Roma, é praticado no contexto de um regime institucionalizado de opressão e domínio sistemático
de um grupo racial sobre um ou mais grupos nacionais e com a intenção de manter esse regime.

Letra D: errada. A definição de crimes de guerra abrange atos praticados em conflitos armados não
internacionais. Atenção! Esse item já caiu mais de uma vez nos certames públicos.

Letra E: errada. Não há necessidade de que normas costumeiras estejam codificadas para que sirvam
de base para o julgamento do TPI. O gabarito é a letra C.

22. (Juiz Federal / TRF 3a Região – 2011)

No que se refere ao Tribunal Penal Internacional, assinale a opção correta.

a) De acordo com o Estatuto de Roma, esse tribunal tem competência expressa para julgar o
terrorismo como crime contra a humanidade.

b) As línguas de trabalho, nesse tribunal, são o inglês e o francês.

c) Trata-se de organismo especializado da ONU.

d) De acordo com o que prevê o Estatuto de Roma, esse tribunal pode decidir pela pena de
morte em casos graves.

e) Essa corte começou a funcionar em 1998, com a conclusão do Estatuto de Roma.

Comentários:

Letra A: errada. O terrorismo não se enquadra como crime contra a humanidade.

Letra B: correta. De fato, as línguas de trabalho do TIP (também chamadas de línguas oficiais) são o
inglês e o francês.

Letra C: errada. O TPI não é órgão da ONU.

Letra D: errada. O TPI não poderá decidir pela aplicação da pena de morte.

Letra E: errada. O TPI começou a funcionar em 2002, com a entrada em vigor do Estatuto de Roma.
O gabarito é a letra B.

23. (Juiz Federal / TRF 1a Região – 2011)

O TPI, instituição permanente, com jurisdição sobre as pessoas responsáveis pelos crimes de
maior gravidade e funções complementares às jurisdições penais nacionais, constitui corte
internacional vinculada à ONU, não dispondo de personalidade jurídica própria.

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Comentários:

O TPI possui personalidade jurídica própria e não está vinculado à ONU. Questão errada.

24. (Juiz Federal / TRF 1a Região – 2011)

Nos termos do Estatuto de Roma, o TPI só poderá exercer os seus poderes e funções no
território de qualquer Estado-parte, sendo-lhe defeso agir em relação a atos praticados no
território dos Estados que não tenham subscrito o Estatuto.

Comentários:

O TPI também poderá exercer sua jurisdição em relação aos crimes praticados por nacionais de
Estados-parte do Estatuto de Roma, independentemente de onde tenham praticado o crime.
==146f25==

Questão errada.

25. (Juiz Federal / TRF 1a Região – 2011)

O TPI poderá impor à pessoa condenada pelos crimes que afetem a humanidade no seu
conjunto a pena de prisão perpétua, se o elevado grau de ilicitude e as condições pessoais do
condenado o justificarem.

Comentários:

De fato, é possível que o TPI aplique a pena de prisão perpétua, se o elevado grau de licitude e as
condições pessoais do condenado o justificarem. Questão correta.

26. (Procurador da República / MPF – 2011)

A jurisdição do Tribunal Penal Internacional é desencadeada (“trigger”) pelo princípio da


complementaridade, segundo o qual:

a) a jurisdição somente incide nas hipóteses em que o Estado-Parte do Estatuto de Roma falha
na persecução penal de crime da competência material do tribunal, por incapacidade efetiva
ou falta de vontade para a promover;

b) o procurador do tribunal é independente e não pode ser impedido de iniciar uma


investigação, sempre que constatar a falta de vontade ou a incapacidade efetiva de um Estado-
Parte do Estatuto de Roma de promover a persecução penal de crime da competência material
do tribunal;

c) a admissibilidade de caso depende da falha na persecução penal doméstica de crime da


competência material do tribunal, por incapacidade efetiva ou falta de vontade do Estado com
jurisdição sobre o mesmo;

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d) o tribunal tem primazia na persecução penal de crime de sua competência material, sem
prejuízo da jurisdição dos Estados-Parte.

Comentários:

Letra A: errada. A falha na persecução penal é um requisito para admissibilidade do caso. Assim,
não diz respeito à jurisdição do TPI.

Letra B: errada. A falha na persecução penal não é um requisito para que o Procurador do TPI inicie
uma investigação.

Letra C: correta. A atuação do TPI é subsidiária, ou seja, a admissibilidade do caso depende da falha
na persecução penal doméstica, por incapacidade efetiva ou falta de vontade do Estado.

Letra D: errada. A primazia na persecução penal não é do TPI, competindo aos Estados a repressão
dos crimes de alta gravidade de competência do Tribunal. O gabarito é a letra C.

27. (Diplomata – Instituto Rio Branco – 2015)

O Estatuto de Roma, ratificado pelo Brasil, obriga a entrega, para julgamento, de brasileiros
acusados de crimes contra a humanidade, bastando, para isso, solicitação de qualquer dos demais
países signatários do tratado.

Comentários:

Os brasileiros que praticarem crimes contra a humanidade poderão ser entregues para o Tribunal
Penal Internacional (TPI). A entrega (“surrender”) depende, todavia, de requerimento do próprio TPI
(e não da solicitação de Estados signatários do Estatuto de Roma!). Questão errada.

28. (Diplomata – Instituto Rio Branco – 2014)

A regra do esgotamento das vias internas, ainda que comporte exceções, configura requisito de
admissibilidade das demandas no Sistema Interamericano de Direitos Humanos, dado o caráter
subsidiário dos tribunais internacionais de direitos humanos.

Comentários:

O Estado é o principal responsável pela proteção aos direitos humanos dos seus nacionais, sendo a
atuação dos tribunais internacionais apenas subsidiária. No sistema interamericano de direitos
humanos, é um dos requisitos de admissibilidade das demandas o esgotamento dos recursos
internos. Questão correta.

29. (Diplomata – Instituto Rio Branco – 2018)

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A jurisprudência da Corte Interamericana de Direitos Humanos reconhece a responsabilidade do


Estado por violações de direitos humanos não apenas como resultado de uma ação ou omissão a
ele diretamente imputável, mas também em virtude da falta de devida diligência do Estado em
prevenir uma violação cometida por particulares.

Comentários:

Além de responder pelas ações e omissões a ele diretamente imputáveis, os Estados também
respondem por não atuarem com a devida diligência a fim de coibir e prevenir violações cometidas
por particulares.

Acerca desse tema, faz-se necessário relembrar um caso interessantes em que o Brasil foi julgado
pela CIDH, que foi o Caso Damião Ximenes Lopes, em 2006.

Damião Ximenes Lopes foi um cidadão portador de deficiência mental, que estava sendo tratado na
Casa de Repouso de Guararapes, que era um Centro de atendimento psiquiátrico privado,
contratado pelo Estado para prestar serviços de atendimento psiquiátrico sob a direção do Sistema
Único de Saúde, localizada em Sobral, Ceará. O Brasil foi condenado por deixar que Damião
morresse, vítima de maus tratos por particulares munidos de atribuições públicas.

Observe que, nesse caso, a violação não foi praticada diretamente pelo Estado, mas sim por
particulares. O Estado deveria, entretanto, atuar no sentido de prevenir violações praticadas por
particulares. Questão correta.

2 - DIREITO DE GUERRA E NEUTRALIDADE

2.1 - Introdução

O general Carl Von Clausewitz tem uma frase muito conhecida sobre a definição da real natureza da
guerra. Para ele, “a guerra é a continuação da política por outros meios”. Tal associação entre guerra
e política nos deixa bem claro que a guerra é uma forma pela qual um Estado tenta impor a sua
vontade a outro.

A guerra é, assim, um conflito armado envolvendo Estados soberanos por meio do qual busca-se
uma solução para um litígio. É, portanto, uma forma não-pacífica de resolução de controvérsias.
Quando a diplomacia e a política não conseguem prosperar, a guerra muitas vezes tem início.

Atualmente, a guerra é considerada um meio ilícito para a solução de controvérsias. Porém, nem
sempre foi assim. Durante a maior parte da história da humanidade, a guerra foi um dos principais
instrumentos utilizados pelos Estados para impor sua vontade a outros. É por isso que o direito
internacional sempre se ocupou, ao longo dos anos, do estudo da guerra. O próprio Hugo de Grotius,

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considerado por muitos o “pai do direito internacional”, tratou do tema em sua célebre obra “O
direito da guerra e da paz”.

O direito de guerra pode ser subdividido em duas grandes vertentes: o jus ad bellum (direito à
guerra) jus in bellum (direito na guerra).

A noção de jus ad bellum (direito à guerra) está associada à ideia de que há situações em que os
Estados têm o direito a promover a guerra. Para falar como Santo Agostinho, há casos em que pode-
se considerar que há uma “guerra justa”. Atualmente, com a declaração de que a guerra é um ilícito,
admite-se que esta ocorra apenas em duas situações:

- por legítima defesa individual ou coletiva, em caso de ocorrer um ataque armado contra
um Estado.

- diante de medidas tomadas pelo Conselho de Segurança da ONU para manutenção da paz
e da segurança internacionais.

O jus in bellum (direito na guerra), por sua vez, é o conjunto de normas que os Estados devem
observar ao entrarem em um conflito armado. É também chamado de “direito da Haia”, regulando
práticas como a declaração formal de guerra e o armistício. Em sua maior parte, todas essas práticas
já caducaram desde que a guerra foi considerada um ilícito.

É possível considerar que a noção de jus in bellum também abrange as normas de direito
internacional humanitário, que estão consubstanciadas nas Convenções de Genebra e têm como
preocupação central a proteção da pessoa humana em situações de conflito armado.

2.2 - Evolução do Direito da Guerra

O direito da guerra era, inicialmente, de caráter costumeiro (consuetudinário). Foi apenas no século
XIX e XX que começaram a ser elaboradas as primeiras convenções internacionais regulando os
conflitos armados.

Em 1907, foram elaboradas as Convenções da Haia, que tratam do direito da guerra. É importante
não confundi-las com as Convenções de Genebra, que versam sobre o direito humanitário. Nas
Convenções da Haia, são disciplinados rituais como a declaração de guerra e o armistício.

Segundo Francisco Rezek11, as normas aplicáveis aos conflitos armados se agrupam em torno de três
princípios básicos:

11
REZEK, Francisco. Direito Internacional Público: curso elementar, 11ª ed, rev. e atual. São Paulo: Saraiva, 2008, PP.
371.

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a) limites ratione personae: Os não-combatentes deverão ser poupados de qualquer ataque


ou dano intencional.

b) limites ratione loci: Os lugares atacáveis são somente aqueles que configuram objetivos
militares cuja destruição represente para o autor uma clara vantagem militar.

c) limites ratione conditionis: As armas e os métodos de guerra que causem sofrimento


excessivo aos combatentes inimigos serão proibidos.

Hildebrando Accioly12, ao explicar sobre o direito da guerra, defende que há dois princípios que o
regem.

a) Princípio da necessidade: A guerra seria a “ultima ratio regis” (“ultima voz dos reis”). Um
Estado somente deverá atacar o outro após ter esgotado todos os recursos para alcançar,
seja por meios pacíficos ou coercitivos, o seu objetivo.

b) Princípio da humanidade: Nos combates, não devem ser empregados meios que causem
danos desproporcionais aos combatentes e prejuízos aos não-combatentes. Desconsiderar os
princípios humanitários significaria um retrocesso na história da humanidade, permitindo que
fossem revividos momentos de barbárie das guerras do passado.

Em 1919, ao final da Primeira Guerra Mundial, foi criada a Liga das Nações, organização
internacional que seria a responsável pela manutenção da paz mundial. No âmbito da Liga das
Nações, foi negociado um acordo internacional entre os países vencedores da Primeira Guerra, por
meio do qual estabeleceu-se que a guerra seria apenas uma alternativa secundária, devendo-se
optar, antes, por meios pacíficos de solução de controvérsias.

Em 1926, foi celebrado o Pacto Briand-Kellog13, por meio do qual declarou-se a proscrição da
guerra. A partir de então, a guerra passou a ser considerada uma forma ilícita para a solução de
controvérsia. Por meio do Pacto Briand-Kellog, os Estados declararam expressamente a renúncia à
guerra como mecanismo para a solução de controvérsias.

Com a Carta da ONU, em 1945, a guerra foi definitivamente considerada ilícita para o direito
internacional. Embora a Carta da ONU quase não faça menção à palavra “guerra”, ela estabelece
que “todos os membros deverão resolver suas controvérsias internacionais por meios pacíficos, de
modo que não sejam ameaçadas a paz, a segurança e a justiça internacionais”.

Embora a guerra seja considerada ilícita para o direito internacional, deve-se destacar que os
conflitos não chegaram ao fim. A guerra continua sendo uma realidade e uma grande preocupação

12
ACCIOLY, Hildebrando; SILVA, G.E do Nascimento; CASELLA, Paulo Borba. Manual de Direito Internacional Público,
17a ed. São Paulo: Saraiva, 2009, pp. 814-815.
13
O nome desse tratado é uma homenagem aos Ministros das Relações Exteriores da França e dos Estados Unidos,
cujos nomes eram, respectivamente, Aristide Briand e Frank Kellog.

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em comum de toda humanidade. Na Declaração do Milênio, aprovada em setembro de 2000, os


membros da ONU estabeleceram que não pouparão esforços para libertar os povos do flagelo da
guerra (seja dentro dos Estados ou entre eles). Além disso, declararam também a intenção de
eliminar os perigos que as armas de destruição em massa representam.

2.3 - O Direito da Guerra

A guerra tem início com uma declaração formal de um Estado em relação a outro. Trata-se de um
aviso prévio, cujo objetivo é dar ciência ao outro Estado de que as relações pacíficas que até então
mantinham foi substituída pelo estado de guerra. O instrumento utilizado para fazer a declaração
de guerra é, em geral, a nota diplomática.

No Brasil, compete ao Presidente da República declarar guerra no caso de agressão estrangeira. A


declaração de guerra depende de autorização do Congresso Nacional ou de referendo deste,
quando ocorrida no intervalo das sessões legislativas (art. 84, XIX, CF/88).

A declaração de guerra poderá ser feita na forma de um ultimato, que é uma espécie de declaração
de guerra condicionada. Por meio do ultimato, o Estado impõe condições que, caso não forem
cumpridas, resultaram no estado de guerra.

A declaração de guerra possui efeitos jurídicos importantes14:

a) Efeitos sobre as relações diplomáticas e consulares: Com o estado de guerra, cessam as


relações diplomáticas e as relações consulares. Destaque-se que é comum que essas relações
diplomáticas e consulares tenham cessado antes da declaração de guerra.

O art. 44, da Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas, dispõe que no caso de conflito
armado, os Estados deverão “conceder facilidades para que as pessoas que gozem de
privilégios e imunidades e não sejam nacionais do Estado acreditado, bem como os membros
de suas famílias, seja qual for a sua nacionalidade, possam deixar o seu território o mais
depressa possível”.

b) Efeitos sobre os tratados: Os tratados multilaterais em vigor entre as partes serão


suspensos. Os tratados bilaterais serão extintos. Permanecem em vigor os tratados que foram
celebrados especialmente para vigorar durante o “estado de guerra”.

14
ACCIOLY, Hildebrando; SILVA, G.E do Nascimento; CASELLA, Paulo Borba. Manual de Direito Internacional Público,
17a ed. São Paulo: Saraiva, 2009, pp. 816-822.

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c) Efeitos sobre as pessoas: Permite-se que os nacionais do Estado inimigo permaneçam no


território do outro Estado. Eles não são feitos prisioneiros de guerra, como já ocorreu no
passado. Porém, estarão sob controle mais rígido pelas forças de segurança pública.

d) Efeitos sobre a liberdade de comércio: Com a declaração de guerra, ficam proibidas as


relações comerciais entre os Estados inimigos. Assim, ficam proibidos novos contratos entre
os nacionais dos Estados beligerantes e, ainda, são declarados suspensos ou anulados os que
já tinham sido concluídos.

e) Efeitos em relação à propriedade privada: O roubo e a pilhagem, comuns no passado, são


condenados. Da mesma forma, não se aprova mais o confisco de bens dos nacionais do Estado
inimigo.

f) Efeitos em relação à propriedade pública: Os bens do Estado inimigo (propriedade pública)


que estiverem relacionados diretamente com a guerra são confiscáveis.

Conforme já comentamos, durante o “estado de guerra”, as relações diplomáticas entre os


beligerantes ficam interrompidas. Mesmo assim, será necessário que eles se comuniquem. Segundo
Accioly, essa comunicação será feita por meio de: i) representantes diplomáticos de países neutros;
ii) Cruz Vermelha Internacional; iii) contatos diretos entre os comandantes militares.15 Denominam-
se parlamentários as pessoas que um chefe militar envia a um comandante inimigo a fim de
apresentar propostas ou comunicações a respeito da guerra.

O término da guerra poderá ocorrer por meio de um tratado de paz celebrado entre os beligerantes,
pelo simples encerramento das hostilidades ou, ainda, pela rendição incondicional de um dos
Estados. É comum que, preliminarmente ao fim da guerra, os países efetuem um ajuste denominado
armistício.

O armistício consiste em uma cessação temporária das hostilidades, funcionando como uma etapa
preliminar ao fim do “estado de guerra”. Não se pode confundir o armistício com a suspensão de
armas, que é uma espécie de trégua momentânea, de caráter exclusivamente militar.

2.4 - Neutralidade

São considerados neutros os Estados que não participam de uma guerra. Em outras palavras, os
Estados que decidem por não tomar parte das hostilidades, são considerados em “estado de
neutralidade”.

15
ACCIOLY, Hildebrando; SILVA, G.E do Nascimento; CASELLA, Paulo Borba. Manual de Direito Internacional Público,
17a ed. São Paulo: Saraiva, 2009, pp. 871.

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O Estado neutro possui direitos e deveres diante de um conflito armado. Dentre seus direitos,
citamos o direito à integridade e à inviolabilidade de seu território e o direito à liberdade de
comércio com os beligerantes. Entre os deveres, destacamos o dever de imparcialidade (não se
pode fazer distinções entre os beligerantes) e a abstenção de envolvimento nas hostilidades.

No atual sistema de segurança coletiva da ONU, deve-se entender que a neutralidade não é
compatível com os anseios de paz e segurança internacionais. Isso porque, segundo o art. 43, da
Carta da ONU, “todos os membros das Nações Unidas, a fim de contribuir para a manutenção da paz
e da segurança internacionais, se comprometem a proporcionar ao Conselho de Segurança, a seu
pedido e de conformidade com o acordo ou acordos especiais, forças armadas, assistência e
facilidades, inclusive direitos de passagem, necessários à manutenção da paz e da segurança
internacionais”.

Segundo Valério Mazzuoli, dentro do atual sistema de segurança coletiva, a neutralidade tende a
acabar definitivamente, ao menos para os membros da ONU, já que estes são obrigados a dar
àquela organização as condições necessárias para que sejam alcançadas a paz e segurança
internacionais.

2.5 - Direito Internacional Humanitário

O direito internacional humanitário é também denominado “direito de Genebra”, em referência às


4 (quatro) Convenções celebradas em Genebra em 1949.

As 4 (quatro) Convenções de Genebra tratam, respectivamente, sobre os seguintes assuntos:

a) Proteção dos feridos e enfermos na guerra terrestre.

b) Proteção dos feridos, enfermos e náufragos na guerra naval.

c) Tratamento concedido aos prisioneiros de guerra.

d) Proteção dos Civis em tempo de guerra.

Todas as Convenções de Genebra têm como fundamento o respeito à dignidade da pessoa humana.
Nesse sentido, estabelecem, por exemplo, que “qualquer dos adversários que aprisione feridos,
enfermos ou náufragos membros das Forças Armadas, deve tratá-los como seus próprios feridos”.
Ou, ainda, que “todos os feridos, enfermos e náufragos devem ser respeitados em quaisquer
circunstâncias”.

A proteção aos civis em tempo de guerra, garantida por uma das Convenções de Genebra, não é
uma regra absoluta. Caso um civil se engaje diretamente em hostilidades, ele deixará de gozar da
proteção conferida pela Convenção.

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Segundo Francisco Rezek, as Convenções de Genebra se baseiam nos Princípios da Neutralidade, da


não-discriminação e da Responsabilidade16.

Pelo princípio da neutralidade, a assistência humanitária não pode ser considerada uma intromissão
indevida no conflito. Ao mesmo tempo, as pessoas protegidos em tempo de guerra (os civis, por
exemplo), não devem adotar qualquer atitude hostil.

O princípio da não-discriminação, por sua vez, preconiza que a proteção não varia conforme o sexo,
a nacionalidade, a língua ou quaisquer opiniões políticas ou filosóficas. Por exemplo, todos os
prisioneiros de guerra, não importa a sua nacionalidade, devem receber o mesmo tratamento.

Já o princípio da responsabilidade determina que o Estado que enviou as tropas é o responsável


pela fiel execução das normas das Convenções de Genebra.

Há que se mencionar, também, a existência de 3 (três) Protocolos Adicionais às Convenções de


Genebra, os quais foram celebrados a fim de impulsionar o desenvolvimento do direito
internacional humanitário.

30. (AGU – 2015)

Como é vedado o uso da força nas relações internacionais, os Estados não podem executar
atos beligerantes com o aval do direito internacional, ressalvada a hipótese de legítima defesa
em caso de agressão externa.

Comentários:

A guerra é um ilícito internacional, não sendo admitido, portanto, o uso da força no direito
internacional. Há, entretanto, duas exceções, nas quais se admite a guerra:

a) por legítima defesa individual ou coletiva, em caso de ocorrer um ataque armado contra
um Estado.

b) diante de medidas tomadas pelo Conselho de Segurança da ONU para manutenção da paz
e da segurança internacionais (“segurança coletiva”).

16
REZEK, Francisco. Direito Internacional Público: curso elementar, 11ª ed, rev. e atual. São Paulo:
Saraiva, 2008, PP. 376.

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Questão errada.

31. (Consultor Legislativo / Câmara dos Deputados – 2014)

O Pacto Briand-Kellog, firmado no período entreguerras, é considerado um marco na evolução


do direito internacional, entre outros aspectos, por proscrever a guerra na relação entre
Estados.

Comentários:

O Pacto Briand-Kellog foi celebrado em 1926. Por meio dele, os Estados renunciaram à guerra como
meio para solução de controvérsias. Questão correta.

32. (Consultor Legislativo / Câmara dos Deputados – 2014)

No Brasil, a declaração de guerra compete ao presidente da República e é condicionada à


prévia autorização do Congresso Nacional.

Comentários:

A declaração de guerra compete, de fato, ao Presidente da República. É condicionada à prévia


autorização do Congresso. No entanto, no intervalo das sessões legislativas, o Presidente da
República declara a guerra “ad referendum” do Congresso Nacional. Questão errada.

33. (Consultor Legislativo / Câmara dos Deputados – 2014)

De acordo com a Carta da ONU, o direito de neutralidade é absoluto, mesmo em face de


situações de ameaças à manutenção da paz e da segurança internacionais.

Comentários:

No atual sistema da ONU, a neutralidade é incompatível com os objetivos de manutenção da paz e


segurança internacionais. Questão errada.

34. (Consultor Legislativo / Câmara dos Deputados – 2014)

Com o Pacto da Liga das Nações, concluído em 1919, os Estados declararam-se solenemente
contra a guerra como meio de solucionar conflitos internacionais e renunciaram a essa como
instrumento de política nacional nas suas relações mútuas.

Comentários:

No Pacto da Liga das Nações, os Estados estabeleceram que a guerra seria apenas uma alternativa
secundária para a solução de controvérsias. Assim, eles não chegaram a renunciar à guerra. Questão
errada.

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35. (Consultor Legislativo / Câmara dos Deputados – 2014)

Durante a guerra, a comunicação entre os beligerantes pode ocorrer por meio da


intermediação de representantes do Poder Legislativo de um país neutro, denominados
parlamentários, que são enviados para apresentar propostas ou comunicações aos
comandantes das partes beligerantes.

Comentários:

Os parlamentários não são representantes do Poder Legislativo. Questão errada.

36. (Consultor Legislativo / Câmara dos Deputados – 2014)

O estado de guerra acarreta a proibição de relações comerciais entre os Estados inimigos.


Assim, em geral, proíbem-se novos contratos mercantis de nacionais de um país beligerante
com os do outro, mas não se suspendem ou se anulam contratos anteriormente concluídos.

Comentários:

Os contratos anteriormente concluídos são suspensos ou anulados. Questão errada.

37. (Consultor Legislativo / Câmara dos Deputados – 2014)

Com o propósito de manter a paz e a segurança internacionais, a Carta da ONU considera o


recurso ao uso da força não mais como um direito do Estado, mas como um ilícito
internacional, impedindo o seu uso ainda que em legítima defesa.

Comentários:

De fato, a Carta da ONU considera a guerra um ilícito internacional. No entanto, o uso da força é
admitido em caso de legítima defesa. Questão errada.

38. (Consultor Legislativo / Câmara dos Deputados – 2014)

A Declaração do Milênio da ONU reitera que não serão poupados esforços para libertar os
povos do flagelo da guerra, inclusive nos casos em que a guerra ocorrer no interior dos Estados.

Comentários:

É isso mesmo. A Declaração do Milênio deixa clara a intenção dos Estados em libertar os povos dos
flagelos da guerra, ocorra ela dentro dos Estados ou entre eles. Questão correta.

39. (Diplomata – Instituto Rio Branco – 2018)

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A proteção a civis em conflitos armados é regra absoluta de direito internacional humanitário e


deve prevalecer mesmo nos períodos em que civis venham a engajar-se diretamente em
hostilidades.

Comentários:

Atenção! Não há que se falar em regra absoluta. Caso um civil se engaje diretamente em
hostilidades, ele deixará de gozar da proteção conferida pela Convenção de Genebra. Questão
errada.

40. (Diplomata / Instituto Rio Branco – 2018)

Se em conflitos armados internacionais um combatente capturado pelo inimigo tem a proteção


que advém do status de prisioneiro de guerra, essa mesma proteção não é prevista em caso de
conflitos armados não internacionais.

Comentários:

A Convenção de Genebra de 1949 foi a responsável para inserção do termo “prisioneiro de guerra”,
mas somente no Protocolo Adicional de 1977 houve menção a esse status especial.

Os prisioneiros de guerra, que são os indivíduos ligados a conflitos armados internacionais,


explicitados pelas Convenções acima, não podem ser processados por atos que são legítimos, como
atacar as forças inimigas.

No caso de conflitos armados não internacionais, é diferente. O Direito Humanitário não impede o
julgamento de combatentes rebeldes capturados pelo simples motivo de pegarem em armas.
Destaque-se, entretanto, que há um incentivo para que os Estados concedam a anistia mais ampla
possível ao término de um conflito armado. Questão correta.

41. (Procurador do Estado/MA – 2016)

O Direito Internacional Humanitário restringe-se à proteção das populações civis na hipótese de


conflitos armados, excluindo-se os militares postos fora de combate.

Comentários:

O direito internacional humanitário contempla também a proteção de militares fora de combate -


três das Convenções de Genebra de 1949 tratam do tema. Questão errada.

42. (Procurador do Estado/MA – 2016)

O Direito Internacional Humanitário é menos abrangente que o Direito Internacional dos Direitos
Humanos, tendo precedido historicamente este último.

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Comentários:

O Direito Internacional Humanitário teve como marco inicial o ano de 1863, com a criação do
Comitê Internacional da Cruz Vermelha, logo depois que Henry Dunant presenciou a chamada
Batalha de Solferino.

Já o Direito Internacional dos Direitos Humanos é muito mais recente. O marco para a sua
instituição foi no ano de 1948 com a Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Quanto à abrangência, de fato o DIH é muito mais restrito, além de muito mais antigo. Questão
correta.

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LISTA DE QUESTÕES
1. (Consultor Legislativo / Câmara dos Deputados – 2014)

Um marco na proteção internacional dos direitos humanos foi a celebração da Conferência de


Roma, em 1998, que aprovou a criação de um tribunal penal internacional para julgar crimes
contra a humanidade e crimes de genocídio e de guerra.

2. (Procurador do Banco Central-2009)

A primeira arbitragem moderna no direito internacional foi instalada na I Conferência de Paz


da Haia para resolver controvérsias entre Reino Unido e França.

3. (Procurador do Banco Central-2009)

Assim como os meios judiciários, a arbitragem possui o caráter de permanência.

4. (Procurador do Banco Central-2009)

Arbitragens mistas são aquelas em que mais de dois Estados figuram na causa.

5. (Procurador do Banco Central-2009)

Decisões arbitrais são meramente recomendatórias.

6. (Consultor Legislativo / Senado Federal-2002)

Em 1991, os presidentes do México, da Colômbia e da Venezuela resolveram oferecer seus


bons ofícios conjuntos aos governos de Cuba e dos Estados Unidos da América, para viabilizar-
lhes o diálogo. Entretanto, a oferta foi recusada. Nessa situação, o oferecimento caracterizou
uma intromissão indevida nas relações bilaterais daqueles Estados e a recusa representou um
ato inamistoso para com os Estados que ofertaram seus bons ofícios.

7. (Consultor Legislativo / Senado Federal-2002)

Pela via do inquérito, instaura-se uma instância prévia para a posterior solução do conflito.
Trata-se da investigação preliminar, por uma comissão conjunta, da materialidade dos fatos
controvertidos. Posteriormente, parte-se para uma das esferas — diplomática, política ou
judiciária — de solução de controvérsias.

8. (Consultor Legislativo / Senado Federal-2002)

As sentenças arbitrais são definitivas e imodificáveis.

Noções de Direito Interno e Direito Internacional - CACD 37


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9. (Consultor Legislativo / Senado Federal-2002)

Para o direito internacional contemporâneo, o uso de meios coercitivos para a solução de


controvérsias apenas se legitima com a aprovação e determinação das organizações
internacionais.

10. (Instituto Rio Branco-2008)

O sistema de solução de controvérsias da OMC corresponde à forma arbitral de composição de


conflitos e, como tal, não é passível de pedido recursal.

11. (AFC/CGU-2008)

Constituída em 1998, essa corte internacional dedica-se a julgar as pessoas responsáveis pelos
crimes de maior gravidade de alcance internacional, sendo complementar às jurisdições
nacionais. Indique qual das instituições abaixo corresponde a essa descrição.

a) Corte Internacional de Justiça.

b) Corte Interamericana de Direitos Humanos.

c) Tribunal Penal Internacional.

d) Corte Permanente de Arbitragem.

e) Conselho de Segurança das Nações Unidas.

12. (OAB-2008.1)

Acerca de tribunais internacionais e de sua repercussão, assinale a opção correta.

a) O Tribunal Penal Internacional prevê a possibilidade de aplicação da pena de morte, ao passo


que a Constituição brasileira proíbe tal aplicação.

b) O § 4.º do art. 5º da Constituição Federal prevê a submissão do Brasil à jurisdição de tribunais


penais internacionais e tribunais de direitos humanos.

c) O Estatuto de Roma não permite reservas nem a retirada dos Estados-membros do tratado.

d) O Estatuto de Roma, que criou o Tribunal Penal Internacional, estabelece uma diferença
entre entrega e extradição, operando a primeira entre um Estado e o mencionado tribunal e a
segunda, entre Estados.

13. (Procurador da Fazenda Nacional / 2003)

Noções de Direito Interno e Direito Internacional - CACD 38


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Pode-se mencionar como exemplos de tribunais internacionais: a Corte Internacional de Justiça


(sede em Haia), a Corte Interamericana de Direitos Humanos (San Jose da Costa Rica), o
Tribunal Penal Internacional (Haia) e a Corte Constitucional Italiana (Roma).

14. (Instituto Rio Branco-2009)

Entre os princípios que regem as relações internacionais do Estado brasileiro, estão a


prevalência dos direitos humanos e a solução pacífica dos conflitos (art. 4.º da Constituição
Federal). Com relação à tendência contemporânea de institucionalização jurídica internacional,
assinale a opção correta.

a) Todos os Estados-membros da Convenção Interamericana sobre Direitos Humanos estão,


ipso facto, sujeitos à jurisdição da Corte Interamericana de Direitos Humanos, com sede em
São José, na Costa Rica.

b) A Corte Internacional de Justiça foi o primeiro tribunal internacional de caráter permanente


estabelecido por tratado multilateral.

c) Os tribunais de Nuremberg e de Tóquio, instituídos ao final da Segunda Guerra Mundial,


foram estabelecidos com base em resoluções do então recém-criado Conselho de Segurança
das Nações Unidas.

d) A jurisdição do Tribunal Penal Internacional restringe-se a situações ocorridas no território


de um Estado-Parte do Estatuto de Roma.

e) Como mecanismo para a solução de controvérsias marítimas, a Convenção das Nações


Unidas sobre o Direito do Mar (também conhecida como Convenção de Montego Bay),
estabeleceu o Tribunal Internacional do Direito do Mar.

15. (Procurador da Fazenda Nacional / 2007)

Indique V para os itens verdadeiros e F para os falsos. Em seguida, assinale a sequência correta.

( ) O Brasil ratificou o tratado internacional que constitui o Tribunal Penal Internacional.

( ) O Tribunal Penal Internacional, ademais de poder julgar Estados, exerce jurisdição sobre
indivíduos acusados dos crimes previstos em seu Estatuto.

( ) Entre as penas previstas pelo Estatuto de Roma, que cria o Tribunal Penal Internacional,
estão a prisão perpétua e a pena de morte.

( ) Entre os crimes da competência do Tribunal Penal Internacional estão os crimes de


genocídio, crimes contra a humanidade e crimes de guerra.

( ) O Estado condenado pelo Tribunal Penal Internacional está sujeito a sanções econômicas.

Noções de Direito Interno e Direito Internacional - CACD 39


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a) V,V,F,V,V

b) V,V,F,V,F

c) V,V,V,V,V

d) V,F,F,V,F

e) F,F,F,F,V

16. (Procurador da Fazenda Nacional / 2004)

A violação das leis de guerra por parte de um combatente nos conflitos internacionais implica
sua punição. Em 17 de julho de 1998 foi adotado o Estatuto do Tribunal Penal Internacional,
seus Anexos e a Ata Final da Conferência de Roma sobre o estabelecimento de um Tribunal
Penal Internacional. O principal dispositivo do Estatuto, que figura no artigo 1o , consagra o
princípio da complementaridade, nos termos do qual a jurisdição do Tribunal Penal
Internacional

a) será exercida em qualquer circunstância, mediante provocação da Organização das Nações


Unidas, comprovada a violação das leis de guerra, com exceção dos crimes de genocídio.

b) será exercida em qualquer circunstância, mediante provocação da Organização das Nações


Unidas, a menos que o país prejudicado não tenha ratificado a Ata Final da Conferência de
Roma.

c) será exercida permanentemente, independente de provocação da Organização das Nações


Unidas e de comprovação de violação das leis de guerra, dependendo, no entanto, de
instalação de um tribunal ad hoc a ser designado pela Corte de Haia, mediante provocação de
no mínimo cinco países signatários da Ata Final da Conferência de Roma.

d) terá caráter excepcional, isto é, somente será exercida em caso de manifesta incapacidade
ou falta de disposição de um sistema judiciário nacional para exercer sua jurisdição primária,
ou seja, os Estados terão primazia para investigar os crimes previstos no Estatuto do Tribunal.

e) terá caráter eventual, isto é, somente será exercida em caso de comprovada violação de
crimes contra a humanidade, dependendo, no entanto, de instalação de um tribunal a ser
organizado pelas forças de ocupação.

17. (Procurador BACEN-2006)

No âmbito da Corte Internacional de Justiça, é cláusula facultativa de jurisdição obrigatória a


que:

a) permite ao Estado membro da ONU decidir se adere ou não ao Estatuto da Corte.

Noções de Direito Interno e Direito Internacional - CACD 40


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b) uma vez aceita pelo Estado-parte no Estatuto, garante a jurisdição da Corte em todos os
conflitos internacionais que envolvam aquele Estado, verificada a reciprocidade.

c) uma vez aceita pelo Estado-parte no Estatuto, garante a jurisdição da Corte em todos os
conflitos internacionais que envolvam aquele Estado, independentemente de reciprocidade.

d) possibilita aos Estados membros da ONU a opção, no caso concreto, de se submeter à


jurisdição da Corte.

e) garante ao Estado-parte no Estatuto ampla imunidade de jurisdição ratione materiae.

18. (Juiz Federal – TRF-2ª Região-2009)

O fato de um Estado oferecer ajuda a outros dois Estados para resolver certa controvérsia, sem,
contudo, interferir nas negociações, configura o meio de solução de controvérsias
denominado:

a) mediação.

b) conciliação.

c) bons ofícios.

d) inquérito.

e) troca de notas.

19. (Juiz Federal – TRF-2ª Região-2009)

O instrumento no qual as partes elegem a arbitragem internacional como forma de solução de


possíveis litígios futuros caracteriza:

a) o compromisso arbitral.

b) a qualificação prévia arbitral.

c) a cláusula de eleição do foro.

d) o reenvio prejudicial arbitral.

e) a cláusula compromissória.

20. (Instituto Rio Branco – 2010)

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Assinale a opção que apresenta o mecanismo de solução pacífica de controvérsias


internacionais a que corresponde a descrição abaixo:

“Quando as negociações diretas mostram-se ineficazes, é utilizado mecanismo que recorre à


participação de um terceiro Estado, que tem como função aproximar os litigantes. A
característica principal do mecanismo consiste em que o Estado harmonizador não tome parte
nas negociações entre os contendores nem na solução da controvérsia, pois seu papel consiste
apenas em colocá-los em contato, a fim de que sejam retomadas as negociações
interrompidas.”

a) bons ofícios

b) sistema consultivo

c) negociação direta

d) mediação

e) conciliação

21. (Juiz Federal / TRF 5a Região – 2013)

Com relação aos crimes de competência do TPI, assinale a opção correta.

a) A transferência, à força, de crianças de um grupo religioso para outro é classificada como


crime contra a humanidade.

b) O TPI pode exercer jurisdição sobre o Estado como um todo apenas em caso de crime de
agressão.

c) O crime de apartheid é praticado no contexto de um regime institucionalizado de opressão


e domínio sistemático de um grupo racial sobre um ou mais grupos nacionais e com a intenção
de manter esse regime.

d) O TPI não tem jurisdição em relação aos crimes de guerra cometidos em conflitos armados
não internacionais se não existir declaração formal de guerra.

e) As normas costumeiras sobre crimes de guerra somente podem ser base para o julgamento
do TPI se estiverem codificadas em tratados.

22. (Juiz Federal / TRF 3a Região – 2011)

No que se refere ao Tribunal Penal Internacional, assinale a opção correta.

Noções de Direito Interno e Direito Internacional - CACD 42


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a) De acordo com o Estatuto de Roma, esse tribunal tem competência expressa para julgar o
terrorismo como crime contra a humanidade.

b) As línguas de trabalho, nesse tribunal, são o inglês e o francês.

c) Trata-se de organismo especializado da ONU.

d) De acordo com o que prevê o Estatuto de Roma, esse tribunal pode decidir pela pena de
morte em casos graves.

e) Essa corte começou a funcionar em 1998, com a conclusão do Estatuto de Roma.

23. (Juiz Federal / TRF 1a Região – 2011)

O TPI, instituição permanente, com jurisdição sobre as pessoas responsáveis pelos crimes de
maior gravidade e funções complementares às jurisdições penais nacionais, constitui corte
internacional vinculada à ONU, não dispondo de personalidade jurídica própria.

24. (Juiz Federal / TRF 1a Região – 2011)

Nos termos do Estatuto de Roma, o TPI só poderá exercer os seus poderes e funções no
território de qualquer Estado-parte, sendo-lhe defeso agir em relação a atos praticados no
território dos Estados que não tenham subscrito o Estatuto.

25. (Juiz Federal / TRF 1a Região – 2011)

O TPI poderá impor à pessoa condenada pelos crimes que afetem a humanidade no seu
conjunto a pena de prisão perpétua, se o elevado grau de ilicitude e as condições pessoais do
condenado o justificarem.

26. (Procurador da República / MPF – 2011)

A jurisdição do Tribunal Penal Internacional é desencadeada (“trigger”) pelo princípio da


complementaridade, segundo o qual:

a) a jurisdição somente incide nas hipóteses em que o Estado-Parte do Estatuto de Roma falha
na persecução penal de crime da competência material do tribunal, por incapacidade efetiva
ou falta de vontade para a promover;

b) o procurador do tribunal é independente e não pode ser impedido de iniciar uma


investigação, sempre que constatar a falta de vontade ou a incapacidade efetiva de um Estado-
Parte do Estatuto de Roma de promover a persecução penal de crime da competência material
do tribunal;

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c) a admissibilidade de caso depende da falha na persecução penal doméstica de crime da


competência material do tribunal, por incapacidade efetiva ou falta de vontade do Estado com
jurisdição sobre o mesmo;

d) o tribunal tem primazia na persecução penal de crime de sua competência material, sem
prejuízo da jurisdição dos Estados-Parte.

27. (Diplomata – Instituto Rio Branco – 2015)

O Estatuto de Roma, ratificado pelo Brasil, obriga a entrega, para julgamento, de brasileiros
acusados de crimes contra a humanidade, bastando, para isso, solicitação de qualquer dos demais
países signatários do tratado.

28. (Diplomata – Instituto Rio Branco – 2014)

A regra do esgotamento das vias internas, ainda que comporte exceções, configura requisito de
admissibilidade das demandas no Sistema Interamericano de Direitos Humanos, dado o caráter
subsidiário dos tribunais internacionais de direitos humanos.

29. (Diplomata – Instituto Rio Branco – 2018)

A jurisprudência da Corte Interamericana de Direitos Humanos reconhece a responsabilidade do


Estado por violações de direitos humanos não apenas como resultado de uma ação ou omissão a
ele diretamente imputável, mas também em virtude da falta de devida diligência do Estado em
prevenir uma violação cometida por particulares.

30. (AGU – 2015)

Como é vedado o uso da força nas relações internacionais, os Estados não podem executar
atos beligerantes com o aval do direito internacional, ressalvada a hipótese de legítima defesa
em caso de agressão externa.

31. (Consultor Legislativo / Câmara dos Deputados – 2014)

O Pacto Briand-Kellog, firmado no período entreguerras, é considerado um marco na evolução


do direito internacional, entre outros aspectos, por proscrever a guerra na relação entre
Estados.

32. (Consultor Legislativo / Câmara dos Deputados – 2014)

No Brasil, a declaração de guerra compete ao presidente da República e é condicionada à


prévia autorização do Congresso Nacional.

33. (Consultor Legislativo / Câmara dos Deputados – 2014)

Noções de Direito Interno e Direito Internacional - CACD 44


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De acordo com a Carta da ONU, o direito de neutralidade é absoluto, mesmo em face de


situações de ameaças à manutenção da paz e da segurança internacionais.

34. (Consultor Legislativo / Câmara dos Deputados – 2014)

Com o Pacto da Liga das Nações, concluído em 1919, os Estados declararam-se solenemente
contra a guerra como meio de solucionar conflitos internacionais e renunciaram a essa como
instrumento de política nacional nas suas relações mútuas.

35. (Consultor Legislativo / Câmara dos Deputados – 2014)

Durante a guerra, a comunicação entre os beligerantes pode ocorrer por meio da


intermediação de representantes do Poder Legislativo de um país neutro, denominados
parlamentários, que são enviados para apresentar propostas ou comunicações aos
comandantes das partes beligerantes.

36. (Consultor Legislativo / Câmara dos Deputados – 2014)

O estado de guerra acarreta a proibição de relações comerciais entre os Estados inimigos.


Assim, em geral, proíbem-se novos contratos mercantis de nacionais de um país beligerante
com os do outro, mas não se suspendem ou se anulam contratos anteriormente concluídos.

37. (Consultor Legislativo / Câmara dos Deputados – 2014)

Com o propósito de manter a paz e a segurança internacionais, a Carta da ONU considera o


recurso ao uso da força não mais como um direito do Estado, mas como um ilícito
internacional, impedindo o seu uso ainda que em legítima defesa.

38. (Consultor Legislativo / Câmara dos Deputados – 2014)

A Declaração do Milênio da ONU reitera que não serão poupados esforços para libertar os
povos do flagelo da guerra, inclusive nos casos em que a guerra ocorrer no interior dos Estados.

39. (Diplomata – Instituto Rio Branco – 2018)

A proteção a civis em conflitos armados é regra absoluta de direito internacional humanitário e


deve prevalecer mesmo nos períodos em que civis venham a engajar-se diretamente em
hostilidades.

40. (Diplomata / Instituto Rio Branco – 2018)

Se em conflitos armados internacionais um combatente capturado pelo inimigo tem a proteção


que advém do status de prisioneiro de guerra, essa mesma proteção não é prevista em caso de
conflitos armados não internacionais.

Noções de Direito Interno e Direito Internacional - CACD 45


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41. (Procurador do Estado/MA – 2016)

O Direito Internacional Humanitário restringe-se à proteção das populações civis na hipótese de


conflitos armados, excluindo-se os militares postos fora de combate.

42. (Procurador do Estado/MA – 2016)

O Direito Internacional Humanitário é menos abrangente que o Direito Internacional dos Direitos
Humanos, tendo precedido historicamente este último.

Noções de Direito Interno e Direito Internacional - CACD 46


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GABARITO
1. CERTA 41. ERRADA
2. ERRADA 42. CERTA
3. ERRADA
4. ERRADA
5. ERRADA
6. ERRADA
7. CERTA
8. ERRADA
9. CERTA
10. ERRADA
11. Letra C
12. Letra D
13. ERRADA
14. Letra E
15. Letra D
16. Letra D
17. Letra B
18. Letra C
19. Letra E
20. Letra A
21. Letra C
22. Letra B
23. ERRADA
24. ERRADA
25. CERTA
26. Letra C
27. ERRADA
28. CERTA
29. CERTA
30. ERRADA
31. CERTA
32. ERRADA
33. ERRADA
34. ERRADA
35. ERRADA
36. ERRADA
37. ERRADA
38. CERTA
39. ERRADA
40. CERTA

Noções de Direito Interno e Direito Internacional - CACD 47


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