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CURITIBA
2018
FLAVIANE DE SOUZA OLIVEIRA
BANCA EXAMINADORA:
Nome do Professor
__________________________________
Nome do Professor
__________________________________
Nome do Professor
__________________________________
ii
Dedico este trabalho a minha irmã pelo
exemplo, incentivo, amor e carinho.
Aos meus filhos pela paciência, apoio e
atenção nos momentos alegres e tristes.
iii
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente à Deus que me deu energia e benefícios para concluir esse
trabalho, por ter me proporcionado o dom de vida e ter me permitido chegar até aqui.
Aos meus filhos por toda a dedicação e paciência.
Aos meus pais, que mesmo longe, me apoiaram e indiretamente contribuíram para que
esse trabalho se realizasse.
Agradeço aos meus tios Maria e Sebastião, que sempre acreditaram no meu potencial.
A minha querida amiga Beatriz Fortunata do Carmo Dias Souza Patitucci por ter me
acalentado nas horas mais difícil da minha graduação.
Enfim, agradeço a todas as pessoas que fizeram parte dessa etapa decisiva em minha
vida.
iv
O casamento não é a união de duas pessoas
perfeitas, que nasceram uma para a outra,
mas a união de duas pessoas que se
compreendem que se aceitam, e que apenas
por amor desejam ser sempre melhores uma
para a outra.
(Augusto Branco)
v
RESUMO
vi
SUMÁRIO
RESUMO........................................................................................................................ vi
INTRODUÇÃO.... ............................................................................................................ 1
1 DAS TRANSFORMAÇÕES DO CONCEITO JURÍDICO DE FAMÍLIA........................ 4
1.1 A FAMÍLIA MATRIMONIALIZADA COMO MODELO ENGESSADOR... ................... 4
1.2 DA RELAÇÃO DE FATO À RELAÇÃO JURÍDICA: A EVOLUÇÃO HISTÓRICA-
JURÍDICA DA UNIÃO ESTÁVEL.... .............................................................................. 11
1.3 A CONCEPÇÃO DA FAMÍLIA E A UNIÃO ESTÁVEL SOB O DIREITO CIVIL
CONSTITUCIONAL ....................................................................................................... 18
2 UNIÃO ESTÁVEL: CONCEITO, NATUREZA JURÍDICA E REQUISITOS LEGAIS. 25
2.1 DO SUBJETIVISMO: O ÂNIMO DE CONSTITUIR FAMÍLIA................................... 25
2.2 REQUISITOS QUE CARACTERIZAM A UNIÃO ESTÁVEL.................................... 27
2.3 DOS REQUISITOS DA CONVERSÃO DA UNIÃO ESTÁVEL EM CASAMENTO .. 31
3 DOS EFEITOS PATRIMONIAIS NA UNIÃO ESTÁVEL.... ........................................ 37
3.1 DA CELEBRAÇÃO DO CONTRATO DE UNIÃO ESTÁVEL ................................... 37
3.2 A OBRIGAÇÃO DE PRESTAR ALIMENTOS.... ...................................................... 41
3.3 IMPLICAÇÕES DA UNIÃO ESTÁVEL NO DIREITO SUCESSÓRIO: A QUESTÃO
DA INCONSTITUCIONALIDADE DO ARTIGO 1.790 DO CÓDIGO CIVIL ................... 45
CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................................... 55
REFERÊNCIAS ............................................................................................................. 57
vii
1
INTRODUÇÃO
A lei de 2002, que veio trazer em seu artigo 1.723 CC, que é reconhecida
como entidade familiar a união estável entre um homem e uma mulher, configurada
na convivência pública, a fim de confirmar tal intenção, sem, no entanto desejar
adentrar no matrimônio do casamento civil válido, porque a união estável trata se do
exercício do direito à liberdade de não casar, até porque a Constituição de 1988 traz
vários princípios, dentre eles o da legalidade que menciona que ninguém é obrigado a
fazer ou não fazer algo senão em virtude da lei (art. 5º, II da CF), e no que tange há
de se concordar que não está escrito em lugar algum que se casar é obrigatório, no
que se torna bem coerente, onde a Constituição permite que haja a formação familiar
a partir da união estável.
Por ser muito abrangente o tema da união estável hoje legalizado, com o
aumento do número de casais não casados, que convivem, não pode ser
suficientemente explicado por uma mera circunstância. Porém a relação social de
uma união estável juntamente com seus elementos constitutivos e as suas constantes
motivações gera hoje em dia um problema de reconhecimento que a qual muitos têm
buscado equiparação jurídica.
Muitos casais, embora sem impedimentos de contrair o matrimônio, decidem
por iniciar um relacionamento em união estável, e no decorrer dos anos, vem
constituir um patrimônio, entretanto caso venham a surgir os filhos, nasce à motivação
de formalizar a união pela instituição do matrimônio, seja no religioso como também
no civil.
Os conflitos oriundos desta relação podem acarretar problemas no que diz
respeito às relações pessoais e patrimoniais, principalmente quanto a ausência de um
termo ou contrato que estipule o regime e normas a serem adotadas.
Em detrimento das mudanças introduzidas e aos novos princípios norteadores
das relações familiares, indicados, sobretudo por leis, doutrinas e jurisprudência,
contudo apesar das resistências, existem alguns parâmetros que se apresentam
como irreversível, onde se tem o destaque o atual Código Civil.
3
A mulher vivia in loco filiae, totalmente subordinada à autoridade marital, in manumariti, nunca
adquirindo autonomia, pois passava de condição de filha à esposa, sem alteração de sua
capacidade; não tinha direitos próprios, era atingida por capitis de minutio perpétua que se
justificava propter sexusin firmitatem et ignoranti am rerum forensium. Podia ser repudiada
por ato unilateral do marido5
1
ALVES, José Carlos Moreira. Direito Romano. 6. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2003. p.288.
2
Idem.
3
Idem.
4
Idem.
5
PEREIRA, Caio Mario da Silva. Instituições do Direito Civil. 19. ed. Rio de Janeiro:
Forense. 2011. p. 31.
5
Retomam-se mais tarde, essas fontes, e em torno do Código Civil Frances de 1804 se
compôs o modelo clássico, a família patriarcal e hierarquizada. A influência do Direito
Canônico deixou elemento caracterizador: a matrimonialização. Na verdade, quando a família
clássica atribui poderes ao pai, à primeira vista, está colocando a supremacia do homem na
relação conjugal. Mas, num segundo momento, verifica-se que o interesse maior a ser
tutelado não é do marido, e sim o da família enquanto instituição. Além de patriarcal, é uma
família hierarquizada. No topo da pirâmide não está o pai, mas a instituição.9
6
Idem.
7
Idem.
8
Idem.
9
FACHIN, Luiz Edson. Direito de Família: Elementos Críticos à Luz do Novo Código Civil
Brasileiro. 2.ed. Rio de Janeiro: Renovar, 2003. p.65.
10
Idem.
6
11
Ibidem. p. 67.
12
Idem.
13
Idem.
14
Idem.
15
OLIVEIRA, José Lamartine Corrêa de, MUNIZ, Francisco José Ferreira. Curso de Direito
de Família. 4.ed. Curitiba: Juruá. 2010. p.81.
16
Idem.
7
17
Idem.
18
Idem.
19
MADALENO, Rolf. Direito de Família. 7. ed. Rio de Janeiro: Forense,2017, p.33.
20
Idem
21
PEREIRA, Caio Mario da Silva. Instituições do Direito Civil.19. ed. Rio de Janeiro:
Forense, 2011. p.71.
22
Idem.
8
23
Ibidem. p. 24.
24
Idem.
25
DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro. v. 5. 20. ed. São Paulo: Saraiva,
2005. p.15.
26
Idem.
27
Idem.
28
Idem.
9
A moderna família tem seu grupo cada vez menor, a mulher ganhou espaço
na entidade familiar, a necessidade econômica leva cada vez mais a mulher exercer
atividade fora do lar, coisa que antes não era permitida, mas com o advento do
Código Civil as notórias mudanças no âmbito familiar deram ao cônjuge direito e
dever por igual.31
Contudo, a família, para Cristina de Oliveira ZAMBERLAM:
[...] surge como espaço privilegiado para que os opostos possam vir a ser tornar
complementares, pois a família desperta, em todos, lembranças, emoções, saudades,
expectativas quase sempre contraditória, intensas e principalmente, inegáveis. Pode se dizer
que a família é algo universal.32
29
BRASIL. Lei 11.340, de 07 de agosto de 2006. Cria mecanismos para coibir a violência
doméstica e familiar contra a mulher. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/civil_03/_ato2004-
2006/2006/lei/l11340.htm> Acesso em: 30 mar. 18.
30
MADALENO, Rolf. Direito de Família. Op. cit., p.34.
31
Idem.
32
ZAMBERLAM, Cristina de Oliveira, Os Novos Paradigmas da Família Contemporânea.
Rio de Janeiro: Renovar, 2001. p.37.
10
família, ao casamento, aos filhos e a igualdade dos sexos. No Código Civil de 1916 a
família legítima era definida apenas pelo casamento oficial, já no Código Civil de 2002
a definição da família, abrange as unidades formadas por casamento e união estável,
conforme prevê o artigo 1.723, sendo esta, apenas uma das formas para construir
uma família.33
O modelo igualitário de família constitucionalizada, segundo Caio MÁRIO: “se
contrapõe ao modelo autoritário do Código Civil anterior”, porque busca mecanismos
jurídicos diversos de proteção para os seus membros, o respeito às diferenças,
necessidades e possibilidades.34
Posto que as modificações no conceito de família, em razão das
transformações sociais e culturais ao longo do tempo, acarretaram inclusive, uma
ampliação do seu próprio significado.35
Segundo José Lamartine Correia de OLIVEIRA e Francisco José Ferreira
MUNIZ: “A concepção eudemonista da família progride à medida que ela regride ao
seu aspecto instrumental. E precisamente por isso, a família e o casamento passam a
existir para o desenvolvimento da pessoa- para a realização dos seus interesses
afetivos e existenciais.”36
Com as necessidades das famílias atuais em ter uma condição de maior
liberdade de escolhas, consuma se a liberdade de fazer um planejamento de família
sem a imposição do Estado, pois está disposto em nossa Constituição Federal de
1988 artigo 226§ 7º que ao estabelecer o planejamento familiar será de livre decisão
do casal, fundados nos princípios da dignidade da pessoa humana e da paternidade
serão responsáveis ambos os genitores, cônjuge, ou companheiros sujeitos ativos e
nessa definição de relação familiar e no âmbito doméstico.37
Nas palavras de Rolf MADALENO:
33
Idem.
34
PEREIRA, Caio Mário da Silva. Op. cit., p. 01.
35
Idem.
36
OLIVEIRA, José Lamartine Corrêa de, MUNIZ, Francisco José Ferreira. Op.cit., p.13.
37
Idem.
11
O termo família eudemonista é usado para identificar aquele núcleo familiar que busca a
felicidade individual e vive um processo de emancipação de seus membros. O Direito de
Família não mais se restringe aos valores destacados de ser e ter, porque, ao menos entre
nós, desde do advento da Constituição Federal de 1988 prevalece a busca e o direito pela
conquista da felicidade a partir da efetividade.38
38
MADALENO, Rolf. Direito de Família. Op. cit., p.29.
39
CALDERON, Ricardo Lucas. Princípio da Afetividade no Direito de Família. Rio de
Janeiro: Renovar, 2013. p.38.
40
Idem.
41
Idem.
12
42
OLIVEIRA, José Lamartine Corrêa, MUNIZ, Francisco José Ferreira. Curso de Direito de
Família, 2. ed. Curitiba: Juruá. 1998. p.363.
43
Idem.
44
SILVA, Cláudia Maria da. Indenização ao Filho e Descumprimento do Dever de
Convivência Familiar e Indenização Por Danos à Personalidade do Filho. Revista de Direito de
Família. Porto Alegre, n.25, ago. set, 2004, v.6, p.133.
45
Idem.
13
começara a autorizar a dissolução dessa relação de fato pelas vias legais e judiciais,
tendo como requisito a partilha do patrimônio dos bens em esforço em comum.46
Ao passo que o conceito de esforço em comum era bem restrito, no
entendimento que a contribuição direta para aquisição dos bens entre os cônjuges, os
dois deveriam desempenhar uma atividade remunerada fora do ambiente do lar.47
Portanto a relação de fato para muitos, tinha como ênfase de contrato de
prestação de serviços. Entretanto com ao passar dos tempos houve mais mudanças
nas relações de concubinato, pois deixaram de ser tratados como uma sociedade de
fato, no sentido comercial, e aos poucos foram ganhando espaço como entidades
familiares.48
Existe certa dificuldade para delinear um conceito de união de fato, pois a
expressão utilizada também demonstra uma forma de concubinato entre um homem e
uma mulher, partindo de uma idéia central de uma convivência duradoura sem um
casamento registrado. Segundo Edgard Moura BINTENCOURT:
A expressão concubinato tem duplo sentido. Um sentindo genérico análogo à união livre, que
é toda a ligação do homem e mulher fora do casamento, também chamado de mancebia,
barregã, amasia e etc. Em um sentido mais especifico é o que se refere ao semimatrimônio, à
posse de estado de casamento, ao entrosamento de vida e de interesse numa união de fato.
É um casamento de fato. É a convivência more uxório , ou melhor, é o convívio duradouro de
duas pessoas de sexos diferentes, sob o mesmo teto, como se fossem casadas.49
46
Idem.
47
Idem.
48
Idem.
49
BITTENCOURT, Edgard de Moura. Concubinato. São Paulo: Eud, 1975, p. 45-46.
50
Idem.
14
[...] jogar a união estável na penumbra do não direito é dar as costas à realidade da vida; é
desconsiderar a ética da responsabilidade em prol da ética da convicção absoluta. Uma das
consequências desse entendimento é a desconstituição da união estável que um dos
cônjuges mantinha antes do casamento com outra pessoa, que deixaria de ser entidade
familiar para se degradar na qualificação de “concubinato”. A falta de razoabilidade e a
incompatibilidade com a Constituição, para a qual todas as entidades familiares são
igualmente protegidas saltam os olhos.51
51
LÔBO, Paulo. Direito Civil: Família. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2014. p.171.
52
Idem.
53
Idem.
54
RODRIGUES, Silvio. Direito de Família. v.6. 27. ed. São Paulo: Saraiva. 2002. p. 295.
15
55
Idem.
56
Idem.
57
Idem.
58
Ibidem, p. 298.
59
PEREIRA, Caio Mario da Silva. Op. cit., p. 576.
60
Ibidem, p. 580.
16
61
Idem.
62
Idem.
63
Idem.
64
DIAS, Maria Berenice. Manual de Direito de Família. 10. ed. São Paulo: RT, 2015. p. 239-
240.
65
Idem.
66
Idem.
17
certeza que a questão da eficácia jurídica tem uma configuração pela relação de fato,
não obstante que o reconhecimento das relações de fatos pode transmitir uma
insegurança jurídica nesse caso, podendo contrariar uns dos valores principais e
fundamentais, que é a certeza do direito que cada cônjuge tem.67
Entretanto Caio Mário Silva PEREIRA assevera que:
67
Idem.
68
PEREIRA, Caio Mário da Silva, Op. cit., p.582.
69
Idem.
70
Idem.
71
Ibidem, p. 584.
18
Dignidade da Pessoa humana amparado pelo artigo primeiro da Carta Magna, pois,
este princípio eliminou qualquer tipo de discriminação ou diferenciação que existisse,
tornando assim a sociedade bem mais democrática.72
Paulo LÔBO lembra que, em decorrência de fatores históricos e culturais, a
verdade biológica era a única aceita pelo nosso ordenamento, até o advento da
Constituição de 1988:
Grandes partes dos juristas confundem o conceito de família com o de casamento, e por
incrível que isso possa aparecer, em nossa sociedade, mesmo nesse limiar desse terceiro
72
DIAS, Maria Berenice. Manual de Direito das Famílias. 6 ed. São Paulo: RT, 2010. p.39.
73
LÔBO, Paulo. Direito Civil: Família. Op.cit., p. 171.
74
DINIZ, Paula de Castro. Repensando a Paternidade: o Papel da Afetividade na Busca da
Verdade em Matéria de Filiação. In: VIII Congresso Luso-Afro-Brasileiro de Ciências Sociais,
Coimbra 16, 17 e 18 de setembro de 2004, p.98.
19
milênio, quando se fala em formar uma família , pensa- se que ela só pode constituir- se
através do casamento.75
75
PEREIRA, Rodrigo da Cunha. Direito de Família Contemporâneo: Doutrina,
Jurisprudência, Direito Comparado e Interdisciplinaridade. Belo Horizonte: Del Rey, 1997. p.14.
76
Idem.
77
Idem.
78
OLIVEIRA, José Lamartine Correa de; MUNIZ, Francisco José Ferreira. Curso de Direito
de Família. 4. ed. Curitiba: Juruá, 2010. p.24.
79
Idem.
80
Idem,
20
81
MADALENO, Rolf. Novas Perspectivas no Direito de Família. Porto Alegre: Livraria do
Advogado,2000. p.16.
82
Ibidem. p. 40.
83
PEREIRA, Eduardo da Cunha. Op. cit., p.15.
84
Idem.
21
jurídica a ambos os cônjuges, pelo que se refere aos tempos atuais, à direção no
âmbito familiar, tem se por acordos entre um homem e uma mulher.85
Certamente que os assuntos pertinentes a família, vem esclarece que o
princípio da igualdade traz a transformação das relações familiares, conotando uma
supervalorização das relações conjugais.86
Surgindo à nova família para uma geração mais intima, com natureza
privada, outrora a família foi perdendo com o seu estreitamento, e a sua finalidade
principal, que era a exploração econômica rural.87
Uma vez que a nova sociedade defronta-se com outro tipo de conjunto
familiar, voltado para a realização individual de seus membros. Dentro deste prisma,
convém observar que na atual conjectura as relações sociais tende a balançar as
estruturas do instituto e consequentemente a formulação do casamento.88
Apenas e tão somente o casamento perdeu para o legislador de 1988, aquela
posição de privilegio que dispunham anteriormente. Hoje a família é proveniente, do
matrimônio ou surge da união estável entre um homem e uma mulher, ou mesmo a
família é formada por qualquer dos pais.89
Nas palavras de Antônio Carlos Matias COLTRO: “O legislador trouxe um
instrumento para o juiz adequar à lei a situação fática. Caso a caso será determinada
a existência desta situação. ” Qualquer limitação a priori neste campo é perigosa, na
medida em que pode afastar da proteção legal situações que mereceriam a tutela.90
Há de ser ponderado um limite para tornar-se um ambiente familiar,
considerando que deve ter um mutuo consentimento entre as partes, convivência
pública e duradoura em harmonia sobre o mesmo teto, sendo, portanto, uma relação
de união estável.91
85
Idem.
86
Idem.
87
Idem.
88
Idem.
89
Idem.
90
COLTRO, Antônio Carlos Mathias. União Estável: In: WAMBIER, Teresa Arruda Alvim;
LEITE, Eduardo de Oliveira (Coords.). Repertório de Doutrina Sobre o Direito de Família: Aspectos
Civis e Processuais. São Paulo: RT, 1999. p. 35.
91
Idem.
22
92
Idem.
93
Idem.
94
LÔBO, Paulo. Op. cit., p. 158.
95
Idem.
96
Idem.
97
Idem.
23
98
Ibidem. p.159.
99
Idem.
100
Ibidem, p.163.
101
Idem.
24
102
Idem.
103
Idem.
104
Ibidem. p.164.
25
105
GAMA, Guilherme Calmon Nogueira da. O Companheirismo: Uma Espécie de Família.
São Paulo: RT. 1998. p. 129.
106
Idem.
107
Idem.
108
Idem.
26
109
Ibidem. p. 130.
110
Idem.
111
OLIVEIRA, Euclides de. União Estável: do Concubinato ao Casamento, Antes e Depois
do Novo Código Civil. 6. ed. atual. e ampl. São Paulo: Método. 2003. p. 135.
112
Idem.
113
Idem.
27
Para que se configure a união estável é necessária a constituição de família, não sendo
suficiente simples “objetivo de constituição de família, devendo assim ser interpretado o art.
1723, caput, do Código Civil. Se assim não fosse, o mero namoro ou noivado, em que há
somente o objetivo de formação familiar, seria equipado à união estável, o que,
evidentemente, não foi a intenção do legislador.114
Porém fica instituído, que o ânimo de constituir família, é aquele casal que
vivendo uma união estável prova affectio maritalis, que mantém prolongada a vida em
comum, semelhante ao casamento, marcado por uma comunhão de vida e de
interesses.115
Relações de caráter meramente afetivo não configuram união estável. Simples relações
sexuais, ainda que repetidas por largo espaço de tempo, não constituem união estável. A
união estável, que é a manifestação aparente do casamento, caracteriza se pela comunhão
de vidas, no sentido material e imaterial, isto é, pela constituição de uma família.116
114
MONTEIRO, Washington de Barros, SILVA, Regina Beatriz Tavares. Curso de Direito
Civil: Direito de Família. v. 2. 42. ed. São Paulo: Saraiva, 2012. p. 58.
115
OLIVEIRA, Euclides de. Op. cit., p. 135.
116
MONTEIRO, Washington de Barros, SILVA, Regina Beatriz Tavares. Curso de Direito
Civil: Direito de Família. Op. cit., p.59.
28
Uma vez que enquanto a Lei 8.971 dispôs em seu art.1º, que “ A companheira comprovada
de um homem solteiro, separado judicialmente, divorciada ou viúvo, que com ele viva há mais
de cinco anos, ou dele tenha prole poderá valer-se do disposto na Lei 5.478/ 1968, enquanto
não constituir nova união e desde que prove a necessidade.121
Mais adiante a Lei 8.971/1994 foi editada e revogada pela Lei 9.278/ 1996
que dispunha em seu art. 1º, que seria reconhecido como entidade familiar a
convivência que fosse duradoura, pública e contínua, de um homem e mulher, e
estabelecida com objetivo de constituir uma família.122
Porém enquanto o primeiro diploma estabelecia regular os direitos do
companheiro, nos assuntos que se refere à necessidade de um prazo mínimo, ou
117
Idem.
118
Idem.
119
Idem.
120
Idem.
121
COLTRO, Antônio Carlos Mathias. Família e Cidadania: O Novo CCB e Vacation Legis;
Anais do Terceiro Congresso Brasileiro de Direito de Família. Belo Horizonte: Del Rey, 2002. p.254.
122
Ibidem. p. 255.
29
123
Idem.
124
GOMES, Orlando. Direito de Família. Rio de Janeiro: Forense, 2000. p.48.
125
Ibidem. p. 49.
126
Idem.
127
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. Mandado de Segurança. Clarice da Cruz Mendes,
Ministro Roberto Barroso Primeira Turma, julgado em 03/05/2016, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-
196 DIVULG 13-09-2016 PUBLIC 14-09-2016). Disponível
em<http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=11650872> Acesso em: 30
mar. 2018.
30
128
LÔBO, Paulo. Op. cit., p.155.
129
OLIVEIRA, Euclides de. Op. cit., p. 123.
130
Ibidem. p. 124.
131
Idem.
132
Idem.
133
Idem.
31
[...] a conversão é estabelecida na norma contida no art. 226, §3º, da Constituição Federal de
1988, além de reconhecer oficialmente o companheirismo como espécie de família, introduziu
a regra da conversão, tendo corretamente, relegado o tratamento do assunto para a
legislação infraconstitucional, e sob esse aspecto, cuida-se de norma de eficácia restrita ou
limitada, apesar de produzir efeitos, como visto.136
134
LOBO, Paulo. Op. cit., p.172.
135
Idem.
136
GAMA, Guilherme Calmon Nogueira da. Op. cit., p. 449.
32
137
Ibidem. p. 450.
138
Idem.
139
Idem.
140
Idem.
141
Idem.
33
O Código Civil de 2002 veio exigir procedimento judicial para o pedido conversivo, no que
teve em vista assegurar as formalidades indispensável à realização do casamento, mas
exagerou na medida dessa segurança. O procedimento judicial é dispensável, já que pelas
regras do casamento, sempre será necessário o processo de habilitação para a realização,
conforme os arts. 1525 e s. desse diploma legal. Além disso, a imposição de procedimento
judicial dificulta a conversão da união estável em casamento, em violação ao disposto no art.
226 § 3º, da Constituição Federal.149
147
PEREIRA, Rodrigo da Cunha. Concubinato e União Estável. 6. ed. Belo Horizonte: Del
Rey, 2001. p. 239.
148
Idem.
149
MONTEIRO, Washington de Barros, SILVA, Regina Beatriz Tavares. Curso de Direito
Civil: Direito de Família. Op. cit., p. 92,93.
150
Idem.
151
Ibidem. p. 94.
35
152
LÔBO, Paulo. Direito Civil; Famílias. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2009. p. 163.
153
Idem.
154
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO PARANÁ. Acordão: Decisão Monocrática. Relator (a): Min
Mário Helton Jorge. Maringá, 25 de maio de 2015. Disponível em:<
https://portal.tjpr.jus.br/jurisprudencia/j/11915719/decis%C3%A3o%20monocr%C3%A1tica-1322489-2-
> acesso em 30 mar.2018.
36
155
HIRONAKA. Giselda Maria Fernandes Novaes. Direito Civil: Estudos. Belo Horizonte: Del
Rey, 2000. p.27.
156
MADALENO, Rolf. Curso De Direito De Família. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2008.
p.811.
157
AZEVEDO, Álvaro Villaça. Direito de Família. São Paulo: Atlas, 2013. p. 173.
158
COELHO, Fabio Ulhôa. Curso de Direito Civil: Família, Sucessões. vol. 5. 7. ed. rev.
atual. São Paulo: Saraiva, 2014. p. 152.
37
159
OLIVEIRA, Euclides de. Op. cit., p. 131.
160
LÔBO, Paulo. Op. cit., p.171
161
Idem.
162
COLTRO, Antônio Carlos Mathias. Op.cit., p.212.
38
Poderá ser levado a registro no Cartório de Título e Documentos, para a maior segurança dos
interessados e a desejável publicidade (conhecimento de terceiros).163
Não obstante, a Lei 9278/1996 foi sancionada e a mesma veio com vetos em
partes. Porém alguns dos seus artigos como “3º, 4º e o 6º” , previam a celebração do
contrato escrito, regulando os direitos e deveres dos companheiros, bem como
autorizando os cônjuges a ter a permissão de rescindir a união no Cartório de
Registro Civil , onde possuem residência.164
Nas palavras de Washington de Barros MONTEIRO, O Código Civil também
prevê em seu art. 1.725 a possibilidade de contrato escrito entre os cônjuges para
regular a suas relações patrimoniais e condicionar à caracterização dos elementos
necessários da união estável.165
Para tanto o contrato constitui relevante meios de provas para fins de
conhecimentos e certificação dos efeitos pessoais e patrimoniais da união estável,
além do que resguarda o direito dos companheiros e suas relações negociais com
terceiros, servindo de elementos de segurança de seus atos no mundo jurídico.166
Logo o contrato de convivência tem por objeto a autorregulação dos reflexos
patrimoniais dos cônjuges, reconhecendo, criando, modificando ou extinguindo
direitos entre os companheiros.167
Como bem coloca o autor Euclides de OLIVEIRA, o contrato em suma é a
formalização da vida em comum dos companheiros ou conviventes mediantes
contrato escrito, ainda que não seja essencial e com as restrições apontadas, tem
uma finalidade útil para formalizar as regras do tempo de convivência da vida em
comum, especialmente na esfera da formação do patrimônio e sua administração.168
Ainda no entendimento do autor Euclides de OLIVEIRA, O Código Civil ele
veio para prever, em seu art.1725 que o contrato escrito é de suma importância para
163
OLIVEIRA, Euclides de. Op. cit., p.155.
164
Idem.
165
MONTEIRO, Washington de Barros, SILVA, Op.cit., 2012. p. 104.
166
Idem.
167
Idem.
168
OLIVEIRA, Euclides de. Op. cit., p. 158.
39
169
Idem.
170
Idem.
171
Idem.
172
Idem.
173
Ibidem, p. 159.
174
Idem.
40
175
Ibidem, p 161.
176
PESSOA, Claudia Grieco Tabosa. Efeitos Patrimoniais do Concubinato. 2. ed. São
Paulo: RT, 2001. p. 118.
177
Idem.
178
Idem.
179
Idem.
41
O amor por si só, entendido com afeto, ternura, amparo, proteção recíproca e relação sexual,
não pode ficar preso a planos futuros e a contratos de curta ou média duração. Apesar de
tudo que se diz e que se disse a respeito desses contratos. Há que se deixar o amor seguir
seu próprio caminho e se ávida levar para uma união estável ou casamento, estar-se á
seguindo uma ordem natural.180
180
VENOSA, Silvio de Salvo. Direito Civil; Família. 17. ed. São Paulo: Atlas,2017. p. 493.
181
CAHALI, Francisco José. Contrato de Convivência na União Estável. São Paulo:
Saraiva, 2002. p. 203.
182
PESSOA, Claudia Grieco Tabosa. Op. cit., p. 118.
183
RODRIGUES, Silvio. Direito Civil. 27 ed. São Paulo: Saraiva, v.6, 2002. p. 418.
42
184
CAHALI, Yussef Said. Dos Alimentos. 4. ed. São Paulo: RT, 2002. p.18.
185
MEDEIROS, Guilherme Luiz Guimaraes. A Natureza Jurídica dos Alimentos. Disponível
em< http://www.arcos.org.br/artigos/a-natureza-juridica-dos-alimentos/> Acesso em 30 mar. 2018.
186
Idem.
187
Idem.
188
Idem.
189
GOMES, Orlando. Direito de Família.11. ed. Rio de Janeiro: Revista Forense, 1999.
p.499.
43
para que este possa viver de forma compatível com sua situação, estes porem são
estipulados conforme as possibilidades do alimentante e a sua condições social..190
Uma vez que, as prestações dos alimentos são futuros ou pretéritos. Os
futuros são aqueles a serem pagos após a propositura da ação; pretéritos, os que
antecedem à ação No sistema brasileiro os alimentos só são devidos a partir da
citação, mas o autor Silvio de Salvo VENOSA lembra que “o contrato, a doação e o
testamento podem fixá-los para o passado, contudo, porque nessas hipóteses não há
restrições de ordem pública”.191
Em síntese, tratando dos alimentos, estes podem ser fornecidos também por
meio de uma pensão periódica ou através de hospedagem, sustento e educação,
entretanto essa modalidade somente se aplica aos alimentos que são derivados de
parentesco, sendo que este não se aplicará, em princípio aos alimentos que são
decorrente da união estável.192
Segundo o autor Euclides de OLIVEIRA, como requisito para a concessão
dos alimentos conforme outrora a Lei 8971/1994, é necessário que se comprovasse
que a companheira, ou companheiro nas mesmas condições que fossem solteiro,
divorciado, separado judicialmente ou viúvo, e que também houvesse a convivência
por mais de cinco anos, ou que dessa união tivessem filhos.193
Ainda nas palavras do autor, esses alimentos só serão devidos enquanto o
cônjuge não contraísse nova união, e que comprovasse verdadeiramente a sua
necessidade.194
Entretanto veio a Lei 9278/1996, e revogou a anterior, fez menção sobre a
obrigação alimentar em dois dispositivos art. 2º, inc., II esclarecendo o direito (dever)
de assistência reciproca, bem como o art. 7º que dispunha que quando houvesse a
190
CAHALI, Yussef Said. Dos alimentos. Op. cit., p. 18.
191
VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito Civil: Direito de Família. 3.ed. São Paulo: Atlas, v.6.
2002. p.377.
192
Idem.
193
OLIVEIRA, Euclides de. Op. cit., p.172.
194
Idem.
44
dissolução da união estável por rescisão, a assistência dos alimentos naturais seriam
prestados por um dos conviventes, ao que necessitasse.195
Não tendo a necessidade de questionar o tempo de convivência como a Lei
8971/1994, sendo indispensável a prova da necessidade do requerente (seja o
homem ou mulher), para que na proporção se fixem os alimentos.196
No que concerne tanto a Lei 8971/1994 em seu art. 1º e a Lei 9278/1996 no
seu art. 7º, repete-se o preceito, esclarecendo que a prestação alimentícia, não
constitui encargo obrigatório, sendo sujeito a obrigação.197
De qualquer forma o novo Código Civil de 2002 em seu art.1724, esclarece o
dever de mutuo sustento, decorrente do direito dever de alimento durante o curso da
convivência e após a rescisão da união estável.198
Antes da nossa Constituição de 1988, a suposta união estável era tratada no
campo do Direto das obrigações, e como consequência se aplicava as regras da
sociedade de fato, não se concedia alimentos aos companheiros.199
Somente com o advento da Lei 8971/94 , que passou a existir a possibilidade
de um dos cônjuges ter a concessão dos alimentos, pois anterior a Lei era concedido
os alimentos, porém , de forma disfarçada, dando o nome de indenização.200
Nas palavras de Maria Berenice DIAS:
Tantos os companheiros, quanto aos cônjuges tem direito de pedir uns aos outros os
alimentos de que necessitem (CC1.694). Com o fim da separação, o tema da culpa
desapareceu. Os dispositivos que limitavam o valor dos alimentos a favor do cônjuge culpado
restaram derrogados (CC 1.701 e 1.704).
Como os alimentos são irrenunciáveis (CC1.707) não é possível no contrato de convivência
haver prévia renuncia a esse direito.201
195
Ibidem, p. 173.
196
Idem.
197
Idem.
198
Ibidem, p. 174.
199
PEREIRA, Rodrigo da Cunha In: Direito de Família e o Novo Código Civil. (coords.)
Dias, Maria Berenice e Pereira, Rodrigo Cunha. Belo Horizonte: Del Rey, 2001. p. 222.
200
Idem.
201
DIAS, Maria Berenice. Manual de Direito das Familias. 12.ed. rev., atual. São Paulo: RT,
2017. p. 282.
45
202
RODRIGUES, Silvio. Direito Civil. 27 ed. São Paulo: Saraiva, 2002, p.107.
203
Ibidem. p.98.
204
OLIVEIRA, Euclides de. Op. cit., p.201.
205
Idem.
46
nem meação ou metade dos bens adquiridos, e sim um percentual variável conforme
a contribuição somada pelo interessado.206
A sucessão somente era possível por disposição testamentária, além do que
tinha a vedação de ser feita por homem que casado fosse, e esse tivesse
relacionamento com uma concubina.207
No entendimento do autor. Zeno VELOSO:
Com o advento da Constituição de 1988, entrou em vigor em seu art. 226§3°, que enuncia:
“Para efeito de proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre um homem e a
mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar em casamento” Em nível
infraconstitucional, regulando e explicitando o estatuído na Carta Magna, vigorando no país
duas leis: Lei 8971/de 29 de dezembro de 1994 e a Lei 9278/ de 10 de maio de 1996. A
primeira tratou da sucessão dos companheiros e a segunda do direito real na habitação.208
Esclarecendo que a Lei 8971/1994 era determinante em seu art. 2°,§ I que o
companheiro sobrevivente, só teria direito ao usufruto da quarta parte dos bens do de
cujus, enquanto não constituísse uma nova união, e se dessa união não tivesse
filhos.209
Art. 2,§ II, onde determina que o companheiro sobrevivente terá direito,
enquanto não contraísse uma nova união, ele teria o usufruto da metade dos bens do
de cujus, se não houver filhos deste, e embora sobrevivam os ascendentes.210
Art. 2, § III, havendo a falta de descendentes e de ascendentes, o
companheiro sobrevivente ficará com o direito a totalidade da herança.211
Por sua vez, veio a Lei 9278/1996 que estabelecia em seu art. 7° § único, que
uma vez dissolvida a união estável por morte de um dos conviventes, o companheiro
sobrevivente terá o direito real de habitação, enquanto viver ou não constituir uma
nova união.Tratanto se do imóvel que era destinado a família.212
206
Idem
207
Idem.
208
VELOSO, Zeno In: Direito de Família e o Novo Código Civil. (cords.) Dias, Maria
Berenice e Pereira, Rodrigo Cunha. Belo Horizonte: Del Rey, 2001. p. 226,227.
209
Idem.
210
Idem.
211
Idem.
212
Idem.
47
Veio o Código Civil de 2002 e dele resultou mais mudanças, mais não o
suficiente, ele não elegeu o companheiro a condição de herdeiro necessário, apenas
de herdeiro privilegiado, concorrendo com os descendentes e ascendentes.213
O Novo Código, não teve grande satisfação, quando limitou ao companheiro
na ordem de vocação hereditária, impondo limites de direitos nas disposições gerais
do Direito das Sucessões, pelo teor do seu art. 1790.214
De modo que, pelo teor do art. 1790, o companheiro só terá direito de
participação na sucessão do outro, apenas quanto aos bens adquiridos juntos na
vigência da união estável, e essa participação se dá com os demais herdeiros, ou
seja, os descendentes do falecido, em uma cota parte igual à dos filhos em comum,
ou metade de que receber cada uns dos filho, tendo a concorrência com outros
parentes.215
Por essa disposições do art. 1790, o direito de total herança somente é
reconhecido em favor do companheiro sobrevivente se não houver nenhum herdeiro
sucessível, mesmo assim, contudo, a sucessão do companheiro se restringia aos
bens adquiridos onerosamente pelo casal, durante a convivência pela disposição do
caput do art. 1.790.216
Contrariando as expectativas, o Novo Código Civil em seu art. 1.790, colocou
o companheiro em situação diferente do cônjuge, sendo, que o regime estabelecido
na união estável, salvo convenção valida entre os companheiros, aplica- se às
relações patrimoniais, no que então couber, o regime da comunhão parcial de bens.217
Entretanto, não deve confundir meação com direito hereditário, pois, a
meação é derivada de uma relação patrimonial, que já estabelecida por lei ou pelo
interesse das partes já acertadas.218
213
Idem.
214
OLIVEIRA, Euclides de. Op. cit., p.203.
215
Idem.
216
Idem.
217
VENOZO, Zeno. Op. cit., p.232.
218
Idem.
48
219
Idem.
220
Ibidem, p.233.
221
Idem.
222
Idem.
223
OLIVEIRA, Euclides de. Op. cit., p.211.
224
PEREIRA, Caio Mario da Silva. Op.cit., p.592.
49
herança, IV- E por fim não havendo parentes que possam suceder, terá direito então a
herança.225
Para o autor Zeno VELOZO:
225
Idem.
226
VELOZO, Zeno. Op. cit., p.233.
227
OLIVEIRA, Euclides de. Op. cit., p.214.
228
Idem.
229
MONTEIRO, Washington de Barros, SILVA, Regina Beatriz Tavares. Op.cit., p.89.
50
230
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO GRANDE DO SUL. Incidente 70029390374, Porto
Alegre, Órgão Especial, Rel. Originário Des. Léo Lima (vencido), Rel. para o acordão Des. Maria Isabel
de Azevedo Souza, j. 09.11. 2009.Disponivel em http://www.tjrs.jus.br/busca> Acesso em: 26 mar.
2018.
231
CARDOZO, Mila Pugliesi, CARDOSO, Udine Antônio Brandão. Analise acerca da
inconstitucionalidade da sucessão do companheiro em face de sua concorrência com
colaterais. Disponível em: < http://www.recivil.com.br/preciviladm/modulos/artigos/documentos/.pdf>
Acesso em 30 mar.2018.
51
sendo possível dispor contratualmente no que diz respeito a sucessão, sob pena de ser
nulo.232
De acordo com Mila Pugliesi CARDOZO e Udine Antônio CARDOSO, algumas
turmas de tribunais se manifestavam contra o art. 1.790 em questão, por estarem em
desacordo com a dignidade da pessoa humana, princípio que se refere a proteção do
direito individual, bem como um dever fundamental de todos terem um tratamento
igualitário dos próprios semelhantes.233
Entretanto a pesquisa realizada mostra as divergências sobre a
inconstitucionalidade do proposto art. 1.790, se dividindo em três possíveis correntes,
sendo a primeira delas a qual o Desembargador Sergio Fernando Vasconcelos
Chaves, entende não ser possível ter inconstitucionalidade no presente artigo, por
presumir que a nossa Constituição de 1.988 não equiparou a união estável ao
casamento, razão por tratar esses institutos de forma diferente, não ferindo o princípio
da igualdade.234
Portanto para essa corrente, deveria sim privilegiar os colaterais em
detrimentos do companheiro, razão pela qual o legislador no momento em que
elaborou o Código Civil, desprezou os direitos constitucional fundamental assegurados
pela Constituição de Republica.235
Já a segunda corrente do estudo mostra a inconstitucionalidade de todo o teor
do artigo 1.790, por reconhecer que os companheiros teriam menos direitos
sucessórios, em relação ao cônjuge e por ferir os princípios constitucionais.236
Como mostra a ementa a seguir:
232
Idem.
233
Idem.
234
Idem.
235
Idem.
236
Idem.
52
regimes sucessórios do casamento e da união estável, promovida pelo art. 1.790 do Código
Civil de 2002 é inconstitucional, por violar o princípio da dignidade da pessoa humana, tanto
na dimensão do valor intrínseco, quanto na dimensão da autonomia. Ao outorgar ao
companheiro direitos sucessórios distintos daqueles conferidos ao cônjuge pelo artigo 1.829,
CC/2002, produz-se lesão ao princípio da proporcionalidade como proibição de proteção
deficiente. Decisão proferida pelo Plenário do STF, em julgamento havido em 10/5/2017, nos
RE 878.694/MG e RE 646.721/RS. 2. Na hipótese dos autos, o art. 1790, III, do CC/2002 foi
invocado para fundamentar o direito de sucessão afirmado pelos recorridos (irmãos e
sobrinhos do falecido) e consequente legitimidade ativa em ação de anulação de adoção. É
que, declarada a nulidade da adoção, não subsistiria a descendência, pois a filha adotiva
perderia esse título, deixando de ser herdeira, e, diante da inexistência de ascendentes, os
irmãos e sobrinhos seriam chamados a suceder, em posição anterior à companheira
sobrevivente. 3. A partir da metade da década de 80, o novo perfil da sociedade se tornou tão
evidente, que impôs a realidade à ficção jurídica, fazendo-se necessária uma revolução
normativa, com reconhecimento expresso de outros arranjos familiares, rompendo-se, assim,
com uma tradição secular de se considerar o casamento, civil ou religioso, com exclusividade,
o instrumento por excelência vocacionado à formação de uma família. 4. Com a Constituição
Federal de 1988, uma nova fase do direito de família e, consequentemente, do casamento,
surgiu, baseada num explícito poliformismo familiar, cujos arranjos multifacetados foram
reconhecidos como aptos a constituir esse núcleo doméstico chamado família, dignos da
especial proteção do Estado, antes conferida unicamente àquela edificada a partir do
casamento. 5. Na medida em que a própria Carta Magna abandona a fórmula vinculativa da
família ao casamento e passa a reconhecer, exemplificadamente, vários tipos interpessoais
aptos à constituição da família, emerge, como corolário, que, se os laços que unem seus
membros são oficiais ou afetivos, torna-se secundário o interesse na forma pela qual essas
famílias são constituídas. 6. Nessa linha, considerando que não há espaço legítimo para o
estabelecimento de regimes sucessórios distintos entre cônjuges e companheiros, a lacuna
criada com a declaração de inconstitucionalidade do art. 1.790 do CC/2002 deve ser
preenchida com a aplicação do regramento previsto no art. 1.829 do CC/2002. Logo, tanto a
sucessão de cônjuges como a sucessão de companheiros devem seguir, a partir da decisão
desta Corte, o regime atualmente traçado no art. 1.829 do CC/2002 (RE 878.694/MG, relator
Ministro Luis Roberto Barroso). 7. A partir do reconhecimento de inconstitucionalidade, as
regras a serem observadas, postas pelo Supremo Tribunal Federal, são as seguintes: a) em
primeiro lugar, ressalte-se que, para que o estatuto sucessório do casamento valha para a
união estável, impõe-se o respeito à regra de transição prevista no art. 2.041 do CC/2002,
valendo o regramento desde que a sucessão tenha sido aberta a partir de 11 de janeiro de
2003; b) tendo sido aberta a sucessão a partir de 11 de janeiro de 2003, aplicar-se-ão as
normas do 1.829 do CC/2002 para os casos de união estável, mas aos processos judiciais
em que ainda não tenha havido trânsito em julgado da sentença de partilha, assim como às
partilhas extrajudiciais em que ainda não tenha sido lavrada escritura pública, na data de
publicação do julgamento do RE n. 878.694/MG; c) aos processos judiciais com sentença
transitada em julgado, assim como às partilhas extrajudiciais em que tenha sido lavrada
escritura pública, na data daquela publicação, valerão as regras dispostas no art. 1790 do
CC/2002. 8. Recurso especial provido.
(STJ - REsp: 1337420 RS 2012/0162113-5, Relator: Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, Data
de Julgamento: 22/08/2017, T4 - QUARTA TURMA, Data de Publicação: DJe 21/09/2017).237
237
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA: Recurso Especial nº 1333420, Rio Grande do Sul,
Quarta Turma, Rel. Ministros Luís Felipe Salomão, Raul Araújo, Maria Isabel Gallotti, j. 22.08. 2017.
Disponível em: < https://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/501653240/recurso-especial-resp-1337420-
rs-2012-0162113-5> Acesso em 30 mar. 2018.
53
E por fim a terceira corrente, defendida pelo Ministro Relator José Ataíde
Siqueira Trindade, que reconheceu a inconstitucionalidade do art. 1.790, III do Código
Civil, expressando sua indignação, quando afirma que é inconstitucional pelo fato de
ser contrário ao princípio fundamental da dignidade da pessoa humana, esculpido no
art. 1°, III da Constituição Federal de 1988, bem como contra o direito de igualdade
previsto no art. 226, §3° da nossa Constituição, que estabeleceu tratamento igualitário
ao instituto da união estável em relação ao casamento.238
Diante de várias discussões, pela interpretação do art. 1790, no dia 10 de
maio de 2017, finalmente o Supremo Tribunal Federal veio a encerrar o julgamento
sobre a inconstitucionalidade do art. 1790 do Código Civil. Após ter pedido de vista
pelo ministro Marco Aurélio, foi finalmente julgado em caráter definitivo dois processos
que passaram a ser exemplos de repercussão geral.239
O primeiro deles foi o tema (809), recurso extraordinário nº 878.664/MG, que
teve como Relator o Ministro Luís Roberto Barroso, que se iniciou em agosto de 2016,
e desde então houve sete votos pela inconstitucionalidade da norma. Pelos votos
nesse sentido, votaram os Ministros Luís Edson Fachin, Teori Zavascki, Rosa Weber,
Luiz Fux, Celso de Mello e Cármem Lúcia e além do próprio Ministro Barroso.240
Entretanto o Ministro Dias Toffoli em época do julgado fez pedido de vista, e
decidindo somente em ano de 2017 pela constitucionalidade da norma, pois entendeu
ter justificativas constitucional para o suposto tratamento diferenciado entre
casamento e união estável, voto este que foi prolatado até dia 25 de março de
2017.241
Já o Ministro Marco Aurélio pediu novas vista do processo, e também juntou
ao julgamento o Recurso Extraordinário 646.721/RG que ali tratava da sucessão do
238
Idem.
239
TARTUCE, Flávio. STF encerra o julgamento sobre a inconstitucionalidade do artigo
1.790 do Código Civil. E agora?
Disponível em:< http://www.migalhas.com.br/FamiliaeSucessoes/104,MI259678,31047-
STF+encerra+o+julgamento+sobre+a+inconstitucionalidade+do+art+1790+do> Acesso em 30 mar.
2018.
240
Idem.
241
Idem.
54
companheiro homafetivo da qual seria Relator do segundo tema (409) a qual também
ficou reconhecido como repercussão geral.242
Diante da situação o Supremo Superior Federal, admite que a nossa
Constituição contempla diversas formas de família, além da aquela constituída pelo
casamento. Entretanto nesse rol vem as famílias constituídas pela união estável, e
sendo assim não é legitimo desequipara para fins de sucessão os cônjuges e os
companheiros, esclarecendo de uma outra maneira, a família formada pelo
casamento e a família formada pela união estável.243
Por determinação ficou em destaque, que a fim de preservação da segurança
jurídica, a inconstitucionalidade do artigo 1.790 do Código Civil, só deverá ser
aplicado a inventários judiciais, e em sentenças de partilhas que não tenha sido
transitado em julgado, bem como, em partilhas extrajudiciais que ainda não tenha
escritura pública.244
Logo a tese que foi discutida para os fins de repercussão geral, no sistema
constitucional vigente, deve ser considerada que existe a inconstitucionalidade sob a
diferenciação dos regimes sucessórios entre cônjuges e companheiros, devendo ser
administrado em ambos os casos o regime estabelecido no artigo 1.829 do Código
Civil.245
Para concluir o objeto de estudo, de acordo com a decisão, o companheiro ou
a companheira participará da sucessão nos mesmo critérios dos cônjuges integrando
o rol de herdeiros necessários, juntamente com os descendentes e os ascendentes
participando da legitima, sendo vedado o retrocesso e tratamento diferenciado entre
as famílias.246
242
Idem.
243
Idem.
244
Idem.
245
Idem
246
RODOLFO, Sara. Inconstitucionalidade do artigo 1.790. Disponível em:
https://sararodolfo1.jusbrasil.com.br/ Acesso 30 mar. 2018.
55
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conclui-se que a família foi criada no matrimônio pelas leis da igreja com o
propósito de estabelecer a ordem social e patrimonial entre as pessoas. E esse
intuído era de proteger a família contra os desígnios da carne e da prevaricação que
existia em época de Roma.
Assim a tradicional família matrimonializada foi fundada nos sagrados laços
do casamento. Embora algumas apologias que destorcem o sentido e anunciam o fim
da família, ainda sim prevalecem os vínculos familiares.
Mesmo com todas as mudanças históricas da sociedade com o surgimento da
nossa Constituição Federal de 1988, as famílias se reforçam cada vez mais, sendo
solidas e autenticas, cada uma com suas peculiaridades.
A família ainda é para todos o centro de tudo, onde se estabelece o
sentimento, fraternidade, esperança e solidariedade mutua entre os conviventes,
sendo fundamento para estabelecer as relações jurídicas familiares.
Constituir família no ponto de vista da união estável, tal como no casamento,
inicia se pelo amor que um tem pelo outro que tratou de unir o casal, com os mesmos
propósitos, dali em diante se aperfeiçoarão e terão o convívio de um conjunto
preexistentes de direitos e obrigações.
Mas, na maioria das vezes para entender o que é considerado uma família
nos termos da atual união estável, é preciso utilizar de uma hermenêutica nos termos
do art. 1.724 do nosso código Civil de 2002, conforme a Lei de 10406/2002, onde
determina que as “relações pessoais entre os companheiros obedecerão aos deveres
de lealdade, respeito e mutua assistência, de guarda, sustento e educação dos filhos”.
Importante reconhecer como uma realidade social, a uma união livre de
pessoas do mesmo sexo, muitas das vezes são originarias de laços de afeição entre
os parceiros, com um caráter duradouro, e que embora na atual conjectura já consiste
em uma regulamentação que prova que existe amor entre pessoas do mesmo sexo.
Vice-se em uma época de história promissora, em relação a entidade familiar.
Devemos aprender a conviver com as diferenças, fazendo com que, independente de
56
cada religião, cultura ou credo político e ou preferência sexual, todos possam ter sua
dignidade e direitos preservados pela ação dos que nos representam, seja do
Legislativo, Executivo ou Judiciário.
Visando a inovação dos princípios e normas, que direciona a organização da
sociedade em constante evolução histórica e cultural gerando mudanças nas
relações, para que esta sirva de esteio na vida.
Atualmente existem várias definições de família dentre elas são: Aquela
decorrente do vínculo matrimonial; a originaria da união estável e aquela que
doutrinariamente se determina pela constituição de qualquer dos pais e seus
descendentes prevista na Constituição Federal no art. 226§ 4, determinando como
família monoparental.
57
REFERÊNCIAS
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