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REVISÃO DIREITO INSTITUCIONAL

LEI COMPLEMENTAR Nº 14.920, DE 1º DE AGOSTO DE 2016.


Dispõe sobre a Organização Básica do CBMRS

Art. 1º. O CBMRS – é instituição permanente e regular, organizada com base na hierarquia e na
disciplina, competindo-lhe, nos termos do art. 130 da Constituição do Estado, a prevenção, a
proteção e o combate a incêndios, as buscas e salvamentos e as atividades de proteção e defesa
civil.

Parágrafo único. O Estado do Rio Grande do Sul poderá contar, mediante convênio, com o apoio
de SCAB, de acordo com o art. 128 da Constituição do Estado.

Art. 2º O CBMRS está vinculado administrativamente à Secretaria de Estado responsável pela


Segurança Pública no Estado do Rio Grande do Sul.

Art. 3º Compete ao CBMRS:

I - exercer as atividades de POLÍCIA JUDICIÁRIA MILITAR no âmbito de sua competência;

II – realizar a SEGURANÇA, PREVENÇÃO, PROTEÇÃO E O COMBATE A INCÊNDIOS;

III - realizar BUSCA, SALVAMENTO E RESGATES AÉREO, AQUÁTICO E TERRESTRE no Estado;

IV - planejar e implementar as AÇÕES de proteção e DEFESA CIVIL no Estado;

V - PLANEJAR, ESTUDAR, ANALISAR, VISTORIAR, CONTROLAR, FISCALIZAR, APROVAR,


NOTIFICAR E INTERDITAR atividades, equipamentos, projetos e planos de proteção e prevenção
contra incêndios, pânicos, desastres e catástrofes em todas as edificações, instalações, veículos,
embarcações e outras atividades que ponham em RISCO A VIDA, O MEIO AMBIENTE E O
PATRIMÔNIO, aplicando a legislação específica, respeitada a competência de outros órgãos;

VI - realizar a INVESTIGAÇÃO DE INCÊNDIOS e de sinistros, respeitadas as competências de


outros órgãos;

VII - elaborar, emitir e homologar INSTRUÇÕES, RESOLUÇÕES, RELATÓRIOS, PARECERES e


normas técnicas para disciplinar a segurança, a proteção e a PREVENÇÃO CONTRA INCÊNDIOS e
sinistros e a proteção e DEFESA CIVIL;

VIII - realizar o SUPORTE BÁSICO DE VIDA, respeitadas as competências de outros órgãos;

IX - CREDENCIAR, FISCALIZAR E REGULAMENTAR o funcionamento dos SCAB;


X - CREDENCIAR E FISCALIZAR as escolas, as empresas e os CURSOS de formação de BOMBEIROS
CIVIS e aplicar as penalidades previstas em lei;
XI - CREDENCIAR E FISCALIZAR o funcionamento de campos de treinamento de combate a
incêndios e FIXAR O CURRÍCULO dos cursos de formação dos SCAB;

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XII - desempenhar OUTRAS ATRIBUIÇÕES previstas em lei e exercer o PODER DE POLÍCIA
ADMINISTRATIVA no âmbito de suas atribuições.

Art. 4º São AUTORIDADES DE POLÍCIA JUDICIÁRIA MILITAR: COMANDANTE-GERAL do CBMRS e


os Oficiais do Quadro de Oficiais de Estado Maior – QOEM – no desempenho de atividade de
polícia judiciária militar, no âmbito de suas circunscrições territoriais.

Art. 5º O CBMRS estrutura-se em órgãos de DIREÇÃO, de APOIO e de EXECUÇÃO.

§ 1º Ao COMANDO-GERAL, órgão de DIREÇÃO geral do CBMRS, compete a ADMINISTRAÇÃO da


Instituição.

§ 2º Aos DEPARTAMENTOS, órgãos de APOIO do CBMRS, competem o PLANEJAMENTO, a


DIREÇÃO, o CONTROLE e a EXECUÇÃO das diretrizes emanadas pelo Comando da Instituição.

§ 3º Aos Comandos Regionais e Órgãos de Bombeiro Militar – OBMs –, que são órgãos de
EXECUÇÃO, competem as atividades ADMINISTRATIVO-OPERACIONAIS indispensáveis ao
cumprimento das finalidades da Instituição.

§ 4º Os OBMs compreendem: OBMs de Segurança, Proteção, PREVENÇÃO E COMBATE A


INCÊNDIOS; OBMs de ENSINO e OBMs ESPECIAIS.

§ 5º Os OBMs de Segurança, Proteção, PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIOS receberão as


seguintes designações, em ordem hierárquica, de acordo com o grau de complexidade da fração:
BATALHÃO de Bombeiro Militar – BBM; COMPANHIA de Bombeiro Militar – CiaBM; e PELOTÃO
de Bombeiro Militar – PelBM.

§ 6º O CBMRS poderá constituir OBMs Especiais de acordo com suas necessidades.

§ 7º Os OBMs de Segurança, Proteção, PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIOS poderão ser


dotados de COMPANHIAS, PELOTÕES OU GRUPOS DE BUSCA E SALVAMENTO, bem como de
CENTROS DE CAPACITAÇÃO e Aperfeiçoamento, de acordo com regulamentação específica do
CBMRS.

Art. 6º Os OBMs têm criação, extinção, atribuição, estrutura, organização, efetivo, nível,
subordinação e graus de comando fixados de acordo com os critérios previstos na LEI DE
FIXAÇÃO DE EFETIVO e nos indicadores específicos da Instituição.

Art. 7º O COMANDANTE-GERAL, Oficial da ativa do último posto da carreira do QOEM, é a


AUTORIDADE PRIMEIRA da Instituição, competindo-lhe a sua ADMINISTRAÇÃO, com os poderes
e deveres inerentes à função.

Parágrafo Único. O Oficial que estiver no exercício do cargo de Comandante e Subcomandante -


Geral do CBMRS tem PRECEDÊNCIA HIERÁRQUICA e funcional sobre todos os demais.

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Art. 8º O COMANDO-GERAL compreende: COMANDANTE-Geral; SUBCOMANDANTE-Geral;
CONSELHO SUPERIOR; a CORREGEDORIA-GERAL; GABINETE do Comandante-Geral; CAM.

Art. 9º O Comandante-Geral é INDICADO pelo SECRETÁRIO DE ESTADO responsável pelos


assuntos de Segurança Pública e NOMEADO pelo CHEFE do Poder EXECUTIVO Estadual,
competindo-lhe: COORDENAÇÃO geral das atividades da Instituição; PRESIDÊNCIA da Comissão
de Avaliação e Mérito; e a DIREÇÃO do Conselho Superior.

Art. 10. O Subcomandante-Geral, Oficial da ativa do último posto da carreira do QOEM, é o


SUBSTITUTO do Comandante-Geral nas suas AUSÊNCIAS e impedimentos eventuais, competindo-
lhe, igualmente, as funções de assessoramento ao Comandante-Geral no cumprimento das
atribuições do CBMRS.

Parágrafo único. O Subcomandante-Geral será INDICADO pelo COMANDANTE-Geral e NOMEADO


pelo GOVERNADOR do Estado.

Art. 11. Ao CONSELHO SUPERIOR, constituído pelos CORONÉIS DA ATIVA em exercício na


Instituição, cabe o ASSESSORAMENTO em assuntos de interesse da Corporação.

Art. 12. A CORREGEDORIA-Geral, diretamente SUBORDINADA ao Comandante-Geral, é o órgão


de DISCIPLINA, ORIENTAÇÃO E FISCALIZAÇÃO das atividades funcionais e da conduta dos
servidores da Instituição.

Parágrafo único. Compete à Corregedoria-Geral:

I - CUMPRIR ATIVIDADES ATRIBUÍDAS pelo Comandante-Geral;

II- exercer a APURAÇÃO de RESPONSABILIDADE criminal, administrativa ou disciplinar;

III - realizar AUDITORIAS, exercer o CONTROLE INTERNO, FISCALIZAR as atividades dos órgãos
e dos servidores do CBMRS, realizando INSPEÇÕES e CORREIÇÕES e sugerindo as medidas
necessárias ou recomendáveis para a racionalização e eficiência dos serviços; e
IV- REQUISITAR de qualquer autoridade: CERTIDÕES, DILIGÊNCIAS, EXAMES, PARECERES
TÉCNICOS e INFORMAÇÕES indispensáveis ao bom desempenho de sua função.

Art. 13. O GABINETE do Comandante-Geral, ao qual compete o ASSESSORAMENTO direto ao


Comandante-Geral, é composto por: CHEFIA; ASSESSORIAS; SECRETARIA EXECUTIVA.

Art. 14. À Comissão de Avaliação e Mérito (CAM), órgão de ASSESSORAMENTO PERMANENTE


do Comandante-Geral nos assuntos relativos às CARREIRAS de OFICIAIS e PRAÇAS da Instituição,
competem: CONTROLE, AVALIAÇÃO e o PROCESSAMENTO DAS PROMOÇÕES.

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Art. 15. Os COMANDOS REGIONAIS, escalões INTERMEDIÁRIOS de comando, são os
responsáveis, em suas respectivas circunscrições territoriais, pelas atividades ADMINISTRATIVO
OPERACIONAIS dos OBMs que lhe são SUBORDINADOS.

Art. 16. Aos Departamentos compete a organização, sob a forma de sistemas, das atividades de
logística, patrimônio, administração financeiro-contábil, pessoal e outras, de acordo com as
necessidades da Instituição, compreendendo:

I - o Departamento Administrativo (DA): órgão de planejamento, controle, fiscalização, auditoria


e execução das atividades relacionadas a RECURSOS HUMANOS, ORÇAMENTO E FINANÇAS,
LOGÍSTICA E PATRIMÔNIO;

II - o Departamento de Segurança, Prevenção e Proteção Contra Incêndios – DSPCI: órgão de


planejamento, controle e fiscalização das ATIVIDADES relacionadas à SEGURANÇA CONTRA
INCÊNDIOS e à INVESTIGAÇÃO DE SINISTROS em âmbito estadual;

III - a Academia de Bombeiro Militar – ABM –, responsável pelo planejamento, controle e


fiscalização das atividades relacionadas ao ENSINO e à PESQUISA CIENTÍFICA da Instituição, bem
como pela CAPACITAÇÃO CONTINUADA dos servidores e dos profissionais civis que exerçam
atividade auxiliar de bombeiro em âmbito estadual;

IV - as ASSESSORIAS, órgãos de assessoramento relacionados ao planejamento, ao controle e à


execução das atividades relacionadas à área temática, competindo-lhe propor a NORMATIZAÇÃO
e o estabelecimento de DIRETRIZES, a INTERLOCUÇÃO com ÓRGÃOS TÉCNICOS e a GESTÃO DOS
PROCESSOS associados à Pasta.

Art. 17. Os DEPARTAMENTOS do CBMRS poderão ser estruturados em DIVISÕES, SEÇÕES e


SETORES, nesta ordem de hierarquia, com competências a serem discriminadas em regimento
interno.

Art. 18. A função de DIRETOR dos DEPARTAMENTOS é PRIVATIVA de OFICIAIS da ativa do


ÚLTIMO POSTO do QOEM. Parágrafo único. A função de COMANDANTE REGIONAL de Bombeiro
é PRIVATIVA de OFICIAIS da ativa do ÚLTIMO E PENÚLTIMO POSTO do QOEM.

Art. 19. As funções de CHEFIA de GABINETE do Comandante-Geral, COMANDANTES DE BBM,


Comandante da ABM e Chefias de ASSESSORIAS do Gabinete do Comandante-Geral são
PRIVATIVAS de OFICIAIS SUPERIORES do QOEM.

Art. 20. A função de COMANDANTE de COMPANHIA de Bombeiro Militar é PRIVATIVA de


OFICIAIS da ativa do QOEM.

Art. 21. A função de COMANDANTE de PELOTÃO de Bombeiro Militar é PRIVATIVA de OFICIAIS


da ativa do QUADRO DE TENENTE BOMBEIRO MILITAR – QTBM.
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Art. 22. Poderá ser instituído o CONSELHO CONSULTIVO do Comando do CBMRS, com
participação de OFICIAIS E PRAÇAS, REGULADO em RI, com caráter não remuneratório.

Art. 23. Até a aprovação de legislação que discipline as regras de transição e a fixação de efetivo
do Corpo de Bombeiros Militar, as funções previstas nesta Lei Complementar serão exercidas
pelos atuais integrantes do Corpo de Bombeiros da Brigada Militar.

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DECRETO Nº 53.897, DE 25 DE JANEIRO DE 2018.

Regulamenta a Lei Complementar nº 14.920, de 1º de agosto de 2016.

Art. 1º Fica regulamentada a Lei Complementar nº 14.920, de 1º de agosto de 2016, que dispõe
sobre a Organização Básica do CBMRS.

Art. 2º São atribuições do CBMRS: (Art 3º - 14.920)

I - exercer as atividades de POLÍCIA JUDICIÁRIA MILITAR no âmbito de sua competência;

II – realizar a SEGURANÇA, PREVENÇÃO, PROTEÇÃO E O COMBATE A INCÊNDIOS;

III - realizar BUSCA, SALVAMENTO E RESGATES AÉREO, AQUÁTICO E TERRESTRE no Estado;

IV - planejar e implementar as AÇÕES de proteção e DEFESA CIVIL no Estado;

V - PLANEJAR, ESTUDAR, ANALISAR, VISTORIAR, CONTROLAR, FISCALIZAR, APROVAR,


NOTIFICAR E INTERDITAR atividades, equipamentos, projetos e planos de proteção e prevenção
contra incêndios, pânicos, desastres e catástrofes em todas as edificações, instalações, veículos,
embarcações e outras atividades que ponham em RISCO A VIDA, O MEIO AMBIENTE E O
PATRIMÔNIO, aplicando a legislação específica, respeitada a competência de outros órgãos;

VI - realizar a INVESTIGAÇÃO DE INCÊNDIOS e de sinistros, respeitadas as competências de


outros órgãos;

VII - elaborar, emitir e homologar INSTRUÇÕES, RESOLUÇÕES, RELATÓRIOS, PARECERES e


normas técnicas para disciplinar a segurança, a proteção e a PREVENÇÃO CONTRA INCÊNDIOS e
sinistros e a proteção e DEFESA CIVIL;
VIII - realizar o SUPORTE BÁSICO DE VIDA, respeitadas as competências de outros órgãos;

IX - CREDENCIAR, FISCALIZAR E REGULAMENTAR o funcionamento dos SCAB;

X - CREDENCIAR E FISCALIZAR as escolas, as empresas e os CURSOS de formação de BOMBEIROS


CIVIS e aplicar as penalidades previstas em lei;

XI - CREDENCIAR E FISCALIZAR o funcionamento de campos de treinamento de combate a


incêndios e FIXAR O CURRÍCULO dos cursos de formação dos SCAB;

XII - desempenhar OUTRAS ATRIBUIÇÕES previstas em lei e exercer o PODER DE POLÍCIA


ADMINISTRATIVA no âmbito de suas atribuições.

Art. 3º O CBMRS, vinculado administrativamente à SSP e administrado pelo Comando-Geral do


CBMRS, estrutura-se em:
I - GABINETE DO COMANDO-GERAL: Secretaria Executiva do Comandante-Geral; Secretaria
Executiva do Subcomandante-Geral; Assessoria Jurídica, Convênios e Contratos; Assessoria de
Comunicação Social e Parlamentar; e Assessoria de Operações e Defesa Civil.

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II - CORREGEDORIA-GERAL;

III - COMISSÃO DE AVALIAÇÃO E MÉRITO;

IV - CONSELHO SUPERIOR;

V - DEPARTAMENTO ADMINISTRATIVO: Divisão Administrativa; Divisão de Logística e Patrimônio;


Divisão de Orçamento e Finanças; Divisão de Recursos Humanos; e Divisão de Tecnologia da
Informação e Comunicações.

VI - DEPARTAMENTO DE SEGURANÇA, PREVENÇÃO E PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS: Divisão


Administrativa; Divisão de Gestão e Normatização; e Divisão de Pesquisa e Investigação de
Sinistros.

VII - ACADEMIA DE BOMBEIRO MILITAR: Divisão de Ensino; Divisão Administrativa; e Órgão de


Pesquisa, Ensino, Treinamento e Avaliação.

VIII - COMANDO REGIONAL DE BOMBEIRO Militar Metropolitano – Porto Alegre: Divisão


Administrativa; Divisão de Operações e Defesa Civil; Divisão de Segurança Contra Incêndios; 1º
BBM – Porto Alegre; 2º BBM – São Leopoldo; 8º BBM – Canoas; 9º BBM- Tramandaí; e Companhia
Especial de Busca e Salvamento.

IX - Comando Regional de Bombeiro Militar do Interior – Santa Maria: Divisão Administrativa;


Divisão de Operações e Defesa Civil; Divisão de Segurança Contra Incêndios; 3º BBM – Rio
Grande; 4º BBM – Santa Maria; 5º BBM - Caxias do Sul; 6º BBM – Santa Cruz do Sul; 7º BBM –
Passo Fundo; 10º BBM – Santana do Livramento; 11º BBM – Santo Ângelo; e 12º BBM - Ijuí.

Parágrafo único. O DESDOBRAMENTO das Divisões, da Corregedoria-Geral, da Academia de


Bombeiro Militar e dos Batalhões será previsto no REGIMENTO INTERNO do CBMRS.

Art. 4º Ao Comando-Geral, órgão de direção-geral do CBMRS, compete a administração da


Instituição, que será exercida diretamente pelo Comandante-Geral. (Art 5º§ 1 - 14.920)

Art. 5º Compete ao Comandante-Geral: (Art 3º - 14.920)


I - a coordenação geral das atividades da Instituição;

II - a presidência da Comissão de Avaliação e Mérito; e

III - a direção do Conselho Superior.

Art. 6º Ao Gabinete do Comando-Geral compete a assistência e o assessoramento direto ao


Comandante-Geral e ao Subcomandante-Geral. (Art 3º - 14.920)

Art. 7º O Subcomandante-Geral é o substituto imediato do Comandante-Geral nos impedimentos


eventuais deste, competindo-lhe, igualmente, as funções que lhe forem delegadas pelo
Comandante-Geral. (Art 10º - 14.920)
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Art. 8º O Conselho Superior é constituído pelos Coronéis da ativa em exercício na Corporação,
competindo-lhe, em assessoramento direto ao Comandante-Geral, o acompanhamento e a
manifestação em assuntos relevantes da Instituição, com vista ao fornecimento de subsídios para
a tomada de decisão. (Art 11º - 14.920)

Art. 9º A Corregedoria-Geral, órgão de disciplina, de orientação e de fiscalização das atividades


funcionais e da conduta dos militares e dos servidores civis da Instituição, subordina-se
diretamente ao Comandante-Geral. (Art 12º - 14.920)

Art. 10. À Comissão de Avaliação e de Mérito, órgão permanente de assessoramento do


Comandante-Geral nos assuntos relativos às carreiras de Oficiais e de Praças da Instituição,
compete o controle, a avaliação e o processamento das promoções. (Art 14º - 14.920)

Art. 11. Os ÓRGÃOS de apoio do CBMRS são constituídos pelos DEPARTAMENTOS e pela ABM,
a que se refere o art. 3º, subordinados ao CMT-Geral, competindo-lhes o planejamento, a direção,
o controle e a execução das diretrizes emanadas do comando da Instituição. (Art 5º§ 2 - 14.920)

Parágrafo único. Os Órgãos de apoio do CBMRS organizarão, sob a forma de sistemas, as


atividades de logística, de patrimônio, de administração financeiro-contábil, de pessoal, de
pesquisa, de segurança, de prevenção e de proteção contra incêndios e outras, de acordo com
as necessidades da Instituição.

Art. 12. O Departamento Administrativo é o responsável pelo planejamento, controle, fiscalização,


auditoria e execução das atividades relacionadas a recursos humanos, orçamento e finanças,
logística e patrimônio e tecnologia da informação e comunicações. (Art.16º- I - 14.920)

Parágrafo único. As COMPETÊNCIAS das Divisões serão previstas no RI do CBMRS.

Art. 13. O Departamento de Segurança, Prevenção e Proteção Contra Incêndios é o órgão de


planejamento, controle e fiscalização das atividades relacionadas à segurança contra incêndios e
à investigação de sinistros em âmbito estadual. (Art.16º- II - 14.920)

Parágrafo único. As COMPETÊNCIAS das Divisões serão previstas no RI do CBMRS.

Art. 14. A ABM é o órgão responsável pelo planejamento, controle e fiscalização das atividades
relacionadas ao ensino, à saúde física do efetivo e à pesquisa científica da Instituição, bem como
pela capacitação continuada dos servidores e dos profissionais civis que exerçam atividade
auxiliar de bombeiro em âmbito estadual. (Art.16º- III - 14.920)

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Parágrafo único. As COMPETÊNCIAS das Divisões e Órgãos de Pesquisa, Ensino, Treinamento e
Avaliação serão previstas no RI do CBMRS.

Art. 15. Os Comandos Regionais de Bombeiro Militar, escalões intermediários de comando, com
nível de Órgãos de Apoio, são os responsáveis, em suas respectivas circunscrições territoriais,
pelas atividades administrativo-operacionais dos Órgãos de Bombeiro Militar – OBM, que lhe são
subordinados. (Art.16º- III - 14.920)

Parágrafo único. As COMPETÊNCIAS das Divisões serão previstas no RI do CBMRS.

Art. 16. As CIRCUNSCRIÇÕES TERRITORIAIS dos Comandos Regionais e as respectivas ÁREAS de


ATUAÇÃO Territoriais serão DEFINIDAS por PORTARIA do CMT Geral do CBMRS.

Art. 17. Os OBM, responsáveis pela execução das atividades ADMINISTRATIVO-OPERACIONAIS


indispensáveis ao cumprimento das finalidades da Instituição, são classificados em: de
SEGURANÇA, de PROTEÇÃO, de PREVENÇÃO e de COMBATE A INCÊNDIOS, de ENSINO E
ESPECIAIS.

§ 1º Os OBM de Ensino são SUBORDINADOS à ABM.

§ 2º Os OBM de Segurança, de Proteção, de PREVENÇÃO e de COMBATE A INCÊNDIOS são


SUBORDINADOS aos COMANDOS REGIONAIS.

§ 3º Os OBM de Segurança, de Proteção, de PREVENÇÃO E DE COMBATE A INCÊNDIOS, de


ENSINO e ESPECIAIS terão DENOMINAÇÃO PRÓPRIA, podendo constituir-se como: BATALHÃO;
COMPANHIA ESPECIAL; COMPANHIA ESPECIAL de BUSCA E SALVAMENTO; ESCOLAS; e
CENTROS.

§ 4º O NÍVEL HIERÁRQUICO da estrutura de um BATALHÃO constitui-se de: COMPANHIA ou


COMPANHIA ESPECIAL; PELOTÃO; e GRUPO.

§ 5º As frações denominadas COMPANHIA, COMPANHIA ESPECIAL E COMPANHIA ESPECIAL DE


BUSCA E SALVAMENTO, quando SUBORDINADAS DIRETAMENTE a um COMANDO REGIONAL,
são consideradas OBM.

Art. 18. Aos OBM de Segurança, de Proteção, de PREVENÇÃO e de COMBATE a INCÊNDIOS


compete a execução das ATIVIDADES de BOMBEIROS e de DEFESA CIVIL, no âmbito de seu
ESPAÇO de responsabilidade TERRITORIAL, respondendo perante o Comando Regional de
Bombeiros pela realização de suas atividades na correspondente circunscrição.

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Art. 19. Os OBM de Segurança, de Proteção, de PREVENÇÃO e de COMBATE A INCÊNDIOS têm
ÁREAS de ATUAÇÃO Territoriais DEFINIDOS com base em INDICADORES de SEGURANÇA
PÚBLICA e CRITÉRIOS próprios da INSTITUIÇÃO e serão DETERMINADOS por PORTARIA do
Comandante-Geral do CBMRS.

Art. 20. Os OBM de Segurança, de Proteção, de PREVENÇÃO e de COMBATE A INCÊNDIOS serão


constituídos nos seguintes níveis:

I - Batalhão de Bombeiro Militar – BBM, COMANDADO por OFICIAL SUPERIOR do Quadro de


Oficiais de Estado-Maior - QOEM, podendo ser COMPOSTO de DUAS A SETE COMPANHIAS de
Bombeiro Militar, compreendendo as seguintes seções:

a) Seção ADMINISTRATIVA;

b) Seção de OPERAÇÕES E DEFESA CIVIL; e

c) Seção de SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIOS.

II – COMPANHIA de Bombeiro Militar – CiaBM: comandada por um OFICIAL INTERMEDIÁRIO do


QOEM, podendo ser constituída de DOIS A SETE PELOTÕES de Bombeiro Militar – PelBM, e
poderá dispor de UM Pelotão de BUSCA E SALVAMENTO;

III - a COMPANHIA ESPECIAL de Bombeiro Militar – CEBM, será Comandada por um OFICIAL
SUPERIOR do QOEM, podendo ser constituída de DOIS A SETE PELOTÕES de Bombeiro Militar –
PelBM, e poderá dispor de UM PELOTÃO DE BUSCA E SALVAMENTO;

IV - a COMPANHIA ESPECIAL DE BUSCA E SALVAMENTO – CEBS, será comandada por um


OFICIAL SUPERIOR do QOEM, podendo ser constituída de DOIS A SETE PELOTÕES ESPECIAIS de
busca e salvamento - PelEBS;

V - as CiaBM, e a CEBM, quando couber, poderão contar com SSCI;

VI - o PELOTÃO de Bombeiro Militar - PelBM, SUBORDINADO à respectiva COMPANHIA de


Bombeiro Militar, terá como COMANDANTE oficial do quadro de TENENTE Bombeiro Militar -
QTBM, constituída de DOIS A SETE GRUPOS de Bombeiro Militar – GBM, podendo UM deles, se
necessário, ser CONSTITUÍDO como GRUPO DE BUSCA E SALVAMENTO – GBS, e, quando couber,
CONTAR com o SSCI;
VII - o Pelotão de BUSCA E SALVAMENTO - PelBS, SUBORDINADO ao Comandante da respectiva
COMPANHIA, terá como COMANDANTE Oficial do QTBM;

VIII - o Pelotão Especial de Busca e Salvamento - PelEBS, da Companhia Especial de Busca e


Salvamento - CEBS, será CONSTITUÍDO, conforme a ESPECIFICIDADE DA ATUAÇÃO, por:

a) Grupos de Busca e Salvamento TERRESTRE - GBST;

b) Grupos de Busca e Salvamento em ALTURA - GBSA;

c) Grupos de Busca e Salvamento AQUÁTICO - GBSA;


d) Grupos de Busca e Salvamento em OPERAÇÕES EMBARCADAS - GBSOE;

e) Grupos de Busca e Salvamento EMERGÊNCIAS PRÉ-HOSPITALAR - GBSEPH;

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f) Grupos de Busca e Salvamento EMERGÊNCIAS DE PRODUTOS PERIGOSOS - GBSEPP;

g) Grupos de Busca e Salvamento MERGULHO - GBSM;

h) Grupos de Busca e Salvamento RESGATE EM ESTRUTURAS COLAPSADAS - GBSREC; e

i) Grupos de Busca e Salvamento com CÃES - GBSC; e Busca e Salvamento AÉREO - GBSA.

IX – O GRUPO DE BOMBEIRO Militar – GBM, e o Grupo de BUSCA E SALVAMENTO – GBS,


SUBORDINADO ao respectivo Comandante de PELOTÃO, será CONSTITUÍDO de no MÍNIMO DOZE
BOMBEIROS militares e terá como COMANDANTE um SARGENTO BOMBEIRO Militar.

Parágrafo único. As COMPETÊNCIAS dos OBM de Segurança, de PROTEÇÃO, de PREVENÇÃO e


de COMBATE a INCÊNDIOS, bem como da COMPANHIA ESPECIAL de Busca e Salvamento, serão
previstas no RI do CBMRS.

Art. 21. Os OBM de ENSINO, serão COMANDADOS e dirigidos por OFICIAIS SUPERIORES.

§ 1º Os OBM de Ensino serão estruturados, minimamente, em: Seção ADMINISTRATIVA; Seção de


ENSINO; e Seção de COMANDO.

§ 2º As COMPETÊNCIAS dos OBM de Ensino serão previstas no RI do CBMRS.

Art. 22. Observado o disposto neste Decreto, a estrutura interna e a respectiva competência dos
órgãos integrantes do Corpo de Bombeiros Militar, inclusive quanto aos demais níveis de
organização administrativa, serão regulados por Regimento Interno, proposto pelo Diretor do
Departamento Administrativo e aprovado pelo Comandante-Geral.

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LEI COMPLEMENTAR Nº 15.008, DE 13 DE JULHO DE 2017

Dispõe sobre o período e as regras de transição com vista à estruturação do CBMRS e dá


outras providências.

Altera a Lei n.º 4.914, de 31 de dezembro de 1964, que reorganiza os Quadros de Pessoal do
Estado, estabelece novo sistema de classificação de cargos e dá outras providências.

Art. 1º Esta Lei Complementar regula as REGRAS DE TRANSIÇÃO visando à ESTRUTURAÇÃO do


CBMRS, na forma da Emenda Constitucional Estadual n.º 67, de 17 de junho de 2014, em face
de seu DESMEMBRAMENTO da Brigada Militar.

Art. 2º Durante o período de transição, será constituída uma COMISSÃO TRANSITÓRIA, por ato
do Secretário de Estado da Segurança Pública, com participação dos Comandos de ambas as
Instituições e da Secretaria da Segurança Pública, objetivando a adoção de ações coordenadas
com a FINALIDADE de efetuar os PROCEDIMENTOS ADMINISTRATIVOS de TREINAMENTO DE
PESSOAL e TRANSFERÊNCIAS de RESPONSABILIDADES para as áreas de administração de
pessoal, de finanças, de patrimônio, de ensino e de tecnologia, bem como para implementar as
demais ações decorrentes do processo.

Parágrafo único. O PROCESSO de estruturação do CBMRS será FINALIZADO em até 180 DIAS a
contar da publicação da presente Lei Complementar.

Art. 3º A contar da data de publicação da presente Lei Complementar, os BENS MÓVEIS e


IMÓVEIS do Estado sob a administração da Brigada Militar e em uso pelas Unidades e Frações
de comando, de execução e de ensino de bombeiros ficam AFETOS ao CBMRS.

Parágrafo único. Os bens de uso compartilhado terão sua destinação definida pela comissão de
que trata o art. 2º da presente Lei Complementar.

Art. 4º Fica ASSEGURADO aos ME e aos servidores civis do CBMRS e seus dependentes o direito
à ASSISTÊNCIA MÉDICO-HOSPITALAR e ODONTOLÓGICA pelo Sistema de Saúde da Brigada
Militar e do Estado, à ASSISTÊNCIA EDUCACIONAL do Colégio Tiradentes, às ATIVIDADES
ASSISTENCIAIS e outras atividades oferecidas pela Brigada Militar.

Parágrafo único. O CBMRS destinará recursos de seu orçamento, proporcionalmente ao seu


efetivo, para manutenção das estruturas referidas no “caput” deste artigo.

Art. 5º O CBMRS ficará responsável pela EXECUÇÃO, pelo CUMPRIMENTO e pela FISCALIZAÇÃO
dos CONVÊNIOS, CONTRATOS e outros ajustes firmados pela Brigada Militar, cujas atividades
integrem as suas atribuições.

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DOS RECURSOS HUMANOS

Do Processo de TRANSPOSIÇÃO dos Militares Estaduais para o CBMRS

Art. 6º A partir da publicação desta Lei Complementar, ficam PROVISORIAMENTE INCORPORADAS


ao novo QUADRO DE PESSOAL do CBMRS todas as PRAÇAS QPM-2, independente da Unidade
em que prestam serviços.

Parágrafo único. Fica estabelecido o prazo de 90 DIAS, a contar da data de publicação da


presente Lei Complementar, para as PRAÇAS QPM-2 que não tenham prestado concurso para
provimento exclusivo dos cargos de que trata a alínea “c” do inciso II do art. 1.º da Lei n.º 10.993,
de 18 de agosto de 1997, OPTAREM pela PERMANÊNCIA no quadro de pessoal da Brigada
Militar, na condição de PRAÇA QPM-1.

Art. 7º A partir da publicação desta Lei Complementar, terão o prazo de até 90 DIAS para
OPTAREM pelo INGRESSO no novo QUADRO DE PESSOAL do CBMRS os seguintes Militares
Estaduais:

I - OFICIAIS QOEM detentores de CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM BOMBEIRO ou equivalente;

II - TENENTES DE POLÍCIA Militar oriundos da QPM-2;

III - Praças QPM-1 com curso de MERGULHADOR e de CINÓFILO RECONHECIDOS pelo CBMRS;

IV - atuais ALUNOS-OFICIAIS.

Art. 8º As opções de que tratam o parágrafo único do art. 6.º e o art. 7.º ocorrerão na forma de
REQUERIMENTO INDIVIDUAL, em CARÁTER IRRETRATÁVEL, encaminhado ao Comandante-Geral
da Corporação onde o Militar Estadual estiver lotado, sendo vedadas aos Militares que não
atendam aos requisitos previstos nesta Lei Complementar.

Art. 9º FINDO O PRAZO de 90 dias previsto no parágrafo único do art. 6.º e no “caput” do art.
7.º, os Militares Estaduais que tenham efetuado a opção pelo ingresso no quadro de pessoal do
CBMRS passarão a compor, em conjunto com os Militares Estaduais referidos no “caput” do art.
6.º, em caráter DEFINITIVO E IRREVOGÁVEL, o QUADRO DE PESSOAL do CBMRS, que será
estruturado por lei específica.

Parágrafo único. Os Militares Estaduais que não atendam aos requisitos de opção serão
desligados de suas Unidades do Corpo de Bombeiros Militar e apresentados ao Comando da
Brigada Militar ao término do prazo descrito no “caput”.

Dos Demais Quadros do CBMRS

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Art. 10. Os integrantes do CVMI que exercem suas atividades junto ao CBMRS passam a ter
VINCULAÇÃO direta ao CBMRS, sem interrupção na prestação dos serviços.

Art. 11. A partir da publicação desta Lei Complementar, os SERVIDORES CIVIS da BM, integrantes
dos Quadros do PODER EXECUTIVO, em ATUAÇÃO no Corpo de Bombeiros, terão o prazo de até
90 DIAS para OPTAREM por permanecer nos órgãos onde estiverem lotados no Corpo de
Bombeiros Militar.

§ 1º A opção ocorrerá na forma de REQUERIMENTO INDIVIDUAL, encaminhado ao CMT -Geral da


BRIGADA MILITAR.

§ 2º As situações decorrentes da estruturação do CBMRS que atinjam os servidores civis serão


reguladas pela Secretaria da Modernização Administrativa e dos Recursos Humanos.

Art. 12. A execução do serviço de SALVA-VIDAS será realizada por MILITARES ESTADUAIS e por
salva-vidas civis TEMPORÁRIOS, sob COMANDO do CBMRS, com dotação orçamentária da
Secretaria da Segurança Pública.

Da Movimentação dos Militares Estaduais

Art. 13. Até a data de NOMEAÇÃO do CMT-GERAL do CBMRS, as funções de COMANDO e de


ASSESSORAMENTO privativas de cargos de Oficiais junto às Unidades de Comando, de execução
e de ensino de bombeiros permanecem EXERCIDAS pelos OFICIAIS que estiverem
CLASSIFICADOS nesses OBM.

Art. 14. FINDO O PRAZO de 90 dias previsto no “caput” do art. 7.º, os MILITARES Estaduais
optantes pelo quadro de pessoal do CBMRS que estiverem LOTADOS NA BRIGADA MILITAR serão
MOVIMENTADOS, por objeto de serviço, para o OBM MAIS PRÓXIMO DO ATUAL LOCAL DE
ATUAÇÃO, OBEDECENDO À DISPONIBILIDADE DE VAGAS.

Art. 15. FINDO O PRAZO de 90 dias previsto no parágrafo único do art. 6.º, as PRAÇAS QPM-2
que tenham efetuado a opção pela PERMANÊNCIA no quadro de pessoal da BRIGADA MILITAR,
na condição de PRAÇA QPM-1, serão MOVIMENTADAS, por objeto de serviço, para o OPM MAIS
PRÓXIMO do atual local de atuação, obedecendo à DISPONIBILIDADE DE VAGAS, e passarão a
integrar o quadro de que trata a alínea “b” do inciso II do art. 1.º da Lei n.º 10.993/97.

Art. 16. As Praças QPM-1 CINÓFILOS E MERGULHADORES que optarem pela inclusão no quadro
de pessoal do CBMRS deverão permanecer no desempenho de suas funções e somente SERÃO
MOVIMENTADOS para o OBM de destino após a realização de CURSO DE HABILITAÇÃO ou de
FORMAÇÃO ESPECÍFICO EM BOMBEIRO, já sob a administração da Academia de Bombeiro Militar.
Parágrafo único. As Praças QPM-1 cinófilos e mergulhadores que já se encontram atuando em
OBM permanecerão lotados nestes órgãos até que haja regulamentação específica.

14
Art. 17. Os MILITARES Estaduais optantes que estejam nas situações de AGREGAÇÃO previstas
nos incisos I e III, alíneas “m” e “n”, do § 1.º do art. 92 da Lei Complementar n.º 10.990, de 18
de agosto de 1997, PERMANECERÃO LOTADOS no órgão em que prestam serviço.

DA SITUAÇÃO, OBRIGAÇÕES, DEVERES, DIREITOS E PRERROGATIVAS DOS BOMBEIROS


MILITARES DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

Art. 18. Até a PROMULGAÇÃO de LEGISLAÇÃO própria para o quadro de pessoal do CBMRS,
APLICA-SE o Estatuto dos Militares Estaduais, a Lei de Remuneração, Vencimentos e Vantagens
da Brigada Militar, a Lei de Promoção Extraordinária e os demais DISPOSITIVOS LEGAIS referentes
a DIREITOS, VANTAGENS E OBRIGAÇÕES de seus integrantes.

Parágrafo único. Até o advento de LEGISLAÇÃO de promoção ESPECÍFICA, as REGRAS de


PROMOÇÃO para OFICIAIS e PRAÇAS do CBMRS SEGUIRÃO os critérios da Brigada Militar, no
que couber, RESPEITANDO a disponibilidade de VAGAS, de acordo com LEI DE FIXAÇÃO DE
EFETIVO do CBMRS.

Art. 19. O CMT-Geral do CBMRS deverá PROVIDENCIAR a FORMAÇÃO do QUADRO DE ACESSO


dos Bombeiros Militares Estaduais sob seu comando, para FINS DE PROMOÇÃO durante o
período de TRANSIÇÃO, aplicando as informações do histórico funcional de cada Militar Estadual
disponíveis junto à Comissão de Avaliação e Mérito da Brigada Militar.

§ 1º À PRAÇA QPM-2 que houver optado pela PERMANÊNCIA no QUADRO de pessoal da


BRIGADA Militar, na condição de PRAÇA QPM-1, fica VEDADA a composição do QUADRO DE
ACESSO para a PROMOÇÃO no CBMRS.

§ 2º Será requisito para os Oficiais QOEM e para as Praças QPM-1 comporem o Quadro de Acesso
para promoção no CBMRS a prévia opção pela inclusão no quadro do pessoal do CBMRS, na
forma dos arts. 8.º e 9.º desta Lei Complementar.

§ 3º Para FINS de ASCENSÃO FUNCIONAL e FORMAÇÃO do Quadro de Acesso do CBMRS, serão


RECONHECIDOS os CURSOS REALIZADOS pelos Oficiais e Praças na BRIGADA MILITAR, além
daqueles RECONHECIDOS pelo CBMRS.

Art. 20. As PROMOÇÕES DO CBMRS, pelos critérios de merecimento e antiguidade, deverão


ocorrer nos dias 2 DE JULHO E 2 DE DEZEMBRO.

DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 21. O COMANDANTE-Geral do CBMRS e o SUBCOMANDANTE-Geral do CBMRS serão
NOMEADOS para conduzir o PROCESSO DE TRANSIÇÃO.

15
Parágrafo único. Em razão da excepcionalidade do processo de transição do Corpo de Bombeiros
Militar, de acordo com o art. 130 da Constituição do Estado, os Oficiais nomeados para os cargos
de Comandante-Geral do CBMRS e o Subcomandante-Geral do CBMRS poderão ser promovidos
extraordinariamente ao último posto do Quadro de Oficiais de Estado-Maior, desde que
preenchido o requisito de interstício e curso de habilitação.

Art. 22. Ficam criadas 1 (uma) função gratificada de Comandante-Geral do CBMRS, em valor
equivalente ao padrão FG-BM-12, acrescida de verba de representação de 75% (setenta e cinco
por cento), e 1 (uma) função gratificada de Subcomandante-Geral, em valor equivalente ao padrão
FG-BM-11, acrescida de verba de representação de 75% (setenta e cinco por cento), que
integrarão o quadro de funções gratificadas do CBMRS.

Parágrafo único. As funções gratificadas previstas na Lei n.º 6.805, de 11 de dezembro de 1974,
atualmente exercidas pelos optantes pelo CBMRS, ficam transferidas da Brigada Militar para o
novo órgão e passam à denominação de FGCBM.

16
LEI COMPLEMENTAR Nº 15.009, DE 13 DE JULHO DE 2017

Fixa o efetivo do CBMRS e dá outras providências.

O GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL.

Faço saber, em cumprimento ao disposto no artigo 82, inciso IV, da Constituição do Estado, que
a Assembleia Legislativa aprovou e eu sanciono e promulgo a Lei Complementar seguinte:

Art. 1º O EFETIVO do CBMRS – é FIXADO em 4.101 CARGOS de bombeiros militares estaduais,


entre OFICIAIS E PRAÇAS, assim distribuídos:

I - OFICIAIS:

a) QUADRO DE OFICIAIS DE ESTADO-MAIOR (QOEM):

- 5 Coronéis; 20 Tenentes-Coronéis; 49 Majores; 68 Capitães.

b) QUADRO DE TENENTES BOMBEIRO MILITAR (QTBM):

- 103 Primeiros-Tenentes;

II - PRAÇAS:

a) QUADRO DE PRAÇAS ESPECIAIS BOMBEIRO MILITAR (QPEBM): 68 Alunos Oficiais QOEM;

b) Quadro de Praças Bombeiro Militar (QPBM):

- 510 Primeiros-Sargentos;

- 737 Segundos-Sargentos;

- 2.609 Soldados.

§ 1º O efetivo estabelecido para o QTBM é oriundo do Quadro de Praças.

§ 2º Fica assegurado o estabelecido nas Disposições Constitucionais Transitórias, alterada pela


Emenda Constitucional Estadual nº 67, de 17 de junho de 2014.

§ 3º As PRAÇAS ESPECIAIS NÃO estão COMPUTADAS no TOTAL DO EFETIVO, sendo


consideradas até o limite máximo, e os respectivos totais serão fixados anualmente por ato do
Comandante-Geral do CBMRS.

§ 4º Os cargos de TERCEIRO-SARGENTO incorporados ao Corpo de Bombeiros Militar serão


EXTINTOS quando VACANTES.

Art. 2º Os integrantes do QUADRO ESPECIAL serão escolhidos dentre os CORONÉIS da ativa do


QOEM da BM e do QOEM do CBMRS, nomeados JUÍZES MILITARES para a COMPOSIÇÃO do
TRIBUNAL MILITAR do Estado.

Art. 3º A criação dos CARGOS NOVOS obedecerá à PROJEÇÃO estabelecida na letra “A” do Anexo
Único desta LEI COMPLEMENTAR.

17
Art. 4º Fica compreendido no “caput” do art. 1º desta Lei Complementar o efetivo transferido da
Brigada Militar do Estado do Rio Grande do Sul, nos termos da letra “B” do Anexo Único da
presente Lei Complementar.

18
LEI COMPLEMENTAR N.º 10.990, DE 18 DE AGOSTO DE 1997.

Dispõe sobre o Estatuto dos Militares Estaduais e dá outras providências

Art. 1.º Este Estatuto regula a SITUAÇÃO, OBRIGAÇÕES, DEVERES, DIREITOS E PRERROGATIVAS
dos servidores militares do Estado.

Art. 2.º A Brigada Militar, instituída para a preservação da ordem pública no Estado e considerada
Força Auxiliar, reserva do Exército Brasileiro é instituição permanente e regular, organizada com
base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Governador do Estado.

Art. 3.º Os INTEGRANTES da BRIGADA Militar do Estado, em razão da destinação constitucional


da Corporação e em decorrência das leis vigentes, constituem uma CATEGORIA ESPECIAL DE
SERVIDORES públicos estaduais, sendo denominados SERVIDORES MILITARES.

§ 1.º Os SERVIDORES MILITARES encontram-se em uma das seguintes situações:

I - NA ATIVA:

a) os servidores militares de CARREIRA;

b) os servidores militares TEMPORÁRIOS

c) os componentes da RESERVA REMUNERADA, quando CONVOCADOS;

d) os ALUNOS de órgãos de FORMAÇÃO de servidor militar da ativa.

II - NA INATIVIDADE:

a) na RESERVA REMUNERADA, quando pertencem à reserva da Corporação e percebem


REMUNERAÇÃO do Estado, porém SUJEITOS, ainda, à PRESTAÇÃO de SERVIÇO na ativa, mediante
CONVOCAÇÃO;

b) REFORMADOS, quando, tendo passado por uma das situações anteriores, estão
DISPENSADOS, DEFINITIVAMENTE, da prestação de serviço na ativa, mas continuam a PERCEBER
REMUNERAÇÃO do Estado;

c) na RESERVA NÃO REMUNERADA, na forma da legislação específica.

§ 2.º Os servidores militares de carreira são os que, no desempenho voluntário e permanente do


serviço policial-militar, têm vitaliciedade assegurada ou presumida.

§ 3.º Em CASOS ESPECIAIS, regulados por lei, os servidores MILITARES da RESERVA remunerada
poderão, mediante ACEITAÇÃO VOLUNTÁRIA, ser DESIGNADOS para o SERVIÇO ATIVO, em
caráter TRANSITÓRIO, por proposta do Comandante-Geral e ato do Governador do Estado.

19
Art. 4.º O serviço policial-militar consiste no exercício de atividades inerentes à Brigada Militar e
compreende todos os encargos previstos na legislação específica e peculiar.

Art. 5.º A carreira policial-militar é caracterizada por atividade contínua e inteiramente devotada
às finalidades da Brigada Militar, denominada atividade policial-militar.

Parágrafo único. A CARREIRA POLICIAL-MILITAR é PRIVATIVA do pessoal da ATIVA, iniciando-se


com o ingresso na Brigada Militar e obedecendo à seqüência de graus hierárquicos.

Art. 6.º São equivalentes as expressões "na ativa", "da ativa", "em serviço ativo", "em serviço na
ativa", "em serviço", "em atividade" ou "em atividade policial-militar" referidas aos servidores
militares no desempenho de cargo, comissão, encargo, incumbência ou missão, serviço ou
atividade policial-militar ou considerada de natureza policial-militar, nas organizações policiais-
militares, bem como, quando previsto em lei ou regulamento, em outros órgãos do Estado.

Art. 7.º A condição jurídica dos servidores militares é definida pelos dispositivos constitucionais
que lhes forem aplicáveis, por este Estatuto e pelas leis e regulamentos que lhes outorgam
direitos e prerrogativas e lhes impõem deveres e obrigações.

Art. 8.º O disposto neste ESTATUTO aplica-se, no que couber, aos servidores-MILITARES da
RESERVA REMUNERADA E REFORMADOS.

Parágrafo único. Os OFICIAIS nomeados JUÍZES DO TRIBUNAL MILITAR do Estado são regidos
por LEGISLAÇÃO PRÓPRIA.

DO PROVIMENTO

Art. 9.º O INGRESSO na Brigada Militar é FACULTADO a TODOS OS BRASILEIROS, sem distinção
de raça, sexo ou de crença religiosa, MEDIANTE CONCURSO público, observadas as condições
prescritas em lei.

Art. 10. São requisitos para o ingresso na Brigada Militar:

I - ser BRASILEIRO;

II - possuir ILIBADA CONDUTA PÚBLICA E PRIVADA;

III - estar QUITE com as OBRIGAÇÕES ELEITORAIS E MILITARES;

IV - NÃO ter sofrido CONDENAÇÃO CRIMINAL com PENA PRIVATIVA de liberdade ou qualquer
CONDENAÇÃO INCOMPATÍVEL com a função policial militar;
V - NÃO Estar RESPONDENDO PROCESSO CRIMINAL;

VI - NÃO ter sido ISENTADO DO SERVIÇO MILITAR por INCAPACIDADE FÍSICA DEFINITIVA; e

20
VII - obter APROVAÇÃO nos EXAMES MÉDICO, FÍSICO, PSICOLÓGICO E INTELECTUAL, exigidos
para inclusão, nomeação ou matrícula.

§ 1.º As condições específicas, conforme o quadro ou qualificação, serão as previstas no


regulamento de ingresso.

§ 2.º O EXAME PSICOLÓGICO previsto no inciso VII aplica-se EXCLUSIVAMENTE quando do


INGRESSO na Brigada Militar.

Art. 11. Para o CÔMPUTO DO TEMPO correspondente ao PERÍODO PROBATÓRIO será


considerado o TEMPO DE SERVIÇO do servidor militar como ALUNO-OFICIAL.

Parágrafo único. Executam-se do disposto no "caput" os atuais 1.º e 2.º Tenentes PM e os atuais
Aspirantes-a-Oficial.

DA HIERARQUIA E DA DISCIPLINA

Art. 12. A HIERARQUIA e a DISCIPLINA militares são a BASE INSTITUCIONAL da Brigada Militar,
sendo que a autoridade e a responsabilidade crescem com o grau hierárquico.

§ 1.º A HIERARQUIA MILITAR: é a ORDENAÇÃO DA AUTORIDADE em níveis diferentes, dentro da


estrutura da corporação, sendo que a ordenação se faz por postos ou graduações e, dentro de
um mesmo posto ou de uma mesma graduação, se faz pela antigüidade no posto ou na
graduação, consubstanciada no espírito de acatamento à seqüência de autoridade.

§ 2.º A DISCIPLINA MILITAR: rigorosa observância e o ACATAMENTO INTEGRAL DAS LEIS,


regulamentos, normas e disposições que fundamentam o organismo policial-militar e coordenam
o seu funcionamento regular e harmônico, traduzindo-se pelo cumprimento do dever por parte
de todos e de cada um dos seus componentes.

§ 3.º A DISCIPLINA militar e o RESPEITO À HIERARQUIA devem ser MANTIDOS entre SERVIDORES
militares da ATIVA, da RESERVA remunerada e REFORMADOS.

Art. 13. CÍRCULOS HIERÁRQUICOS são âmbitos de convivência entre os servidores MILITARES da
MESMA CATEGORIA e tem a finalidade de desenvolver o espírito de camaradagem em ambiente
de estima e confiança, sem prejuízo do respeito mútuo.

Parágrafo único. Os círculos hierárquicos serão disciplinados, na forma regulamentar, em:

I - Círculos de OFICIAIS;

II - Círculos de PRAÇAS.

COLOCAR TABELA

21
§ 1.º O POSTO: grau hierárquico do OFICIAL e a GRADUAÇÃO: grau hierárquico da PRAÇA, ambos
CONFERIDOS por ATOS DO GOVERNADOR do Estado.

§ 2.º Os graus hierárquicos inicial e final dos Quadros e Classificações são os compreendidos nas
carreiras de nível superior e médio, respectivamente, definidos em lei complementar específica.

§ 3.º Sempre que o servidor militar que fizer uso do posto ou graduação for da reserva
remunerada ou reformado, deverá mencionar essa situação.

§ 4.º Os graus hierárquicos de Subtenente, 3.º Sargento e Cabo, em extinção, freqüentam, os


dois primeiros, o Círculo de Sargentos, e o último, o Círculo de Soldados.

Art. 15. A PRECEDÊNCIA entre SERVIDORES militares da ATIVA, do MESMO GRAU HIERÁRQUICO,
é ASSEGURADA pela ANTIGÜIDADE NO POSTO OU NA GRADUAÇÃO, salvo nos casos de
precedência funcional do Comandante-Geral, do Subcomandante-Geral e do Chefe do Estado-
Maior.

§ 1.º A antigüidade em cada posto ou graduação é contada a partir da data da publicação do


ato da respectiva promoção, nomeação, ou inclusão, salvo quando estiver taxativamente fixada
outra data.

§ 2.º No caso de igualdade na data referida no parágrafo anterior, a antigüidade é estabelecida


através dos seguintes critérios:

I - entre servidores militares do mesmo quadro, pela posição nas respectivas escalas numéricas
ou registro de que trata o artigo 17;

II - nos demais casos, pela antigüidade no posto ou na graduação anterior e, se, ainda assim,
subsistir a igualdade de antigüidade, recorrer-se-á, sucessivamente, aos graus hierárquicos
anteriores, à data de inclusão e à data de nascimento, para definir a precedência e, neste último
caso, o mais velho será considerado mais antigo;

III - entre os alunos de um mesmo órgão de formação de servidores militares, de acordo com o
regulamento do respectivo órgão, se não estiverem especificamente enquadrados nas
disposições dos incisos I e II.

§ 3.º Em igualdade de posto ou graduação, os servidores militares na ativa têm precedência


sobre os na inatividade.

§ 4.º Em igualdade de posto ou graduação, a precedência entre os servidores militares na ativa


e os na reserva remunerada que estiverem convocados é definida pelo tempo de efetivo serviço
no posto ou na graduação.

§ 5.º Em caso de igualdade de posto, os Oficiais que possuírem o Curso Superior de Polícia
Militar terão precedência sobre os demais.

§ 6.º Excetuados os integrantes do Quadro de Oficiais Especialistas em Saúde - QOES, no


exercício de cargo privativo de sua especialidade, e respeitadas as restrições do presente artigo,
os demais Oficiais, quando não possuírem Curso Superior de Polícia Militar, não poderão exercer
Comando, Chefia ou Direção sobre os Oficiais que o possuir.

22
Art. 16. A precedência entre as Praças especiais e demais Praças é a regulada por legislação
federal específica.

Art. 17. A Brigada Militar manterá um registro de todos os dados referentes ao seu pessoal da
ativa e da reserva remunerada, dentro das respectivas escalas numéricas, segundo as instruções
baixadas pelo Comandante-Geral da Corporação.

DO CARGO E DA FUNÇÃO POLICIAIS-MILITARES

Art. 18. O cargo policial-militar é aquele que só pode ser exercido por servidor militar em serviço
ativo, correspondendo, a cada cargo policial-militar um conjunto de atribuições, deveres e
responsabilidades que se constituem em obrigações do respectivo titular.

Parágrafo único. As obrigações inerentes ao cargo policial-militar devem ser compatíveis com o
correspondente grau hierárquico e definidas em legislação ou regulamentação específicas,
observados os princípios regidos por este Estatuto.

Art. 19. Os cargos policiais-militares serão providos com pessoal que satisfaça aos requisitos de
grau hierárquico e de qualificação exigidos para o seu desempenho.

Parágrafo único. O provimento de cargo policial-militar se faz por ato de nomeação ou de


designação da autoridade competente.

Art. 20. O cargo policial-militar é considerado vago:

I - a partir de sua criação e até que um servidor militar, regularmente nomeado ou designado,
dele tome posse;

II - desde o momento em que o servidor militar que o ocupa é exonerado, ou dispensado, ou


falece, ou é considerado extraviado ou desertor, e até que outro servidor militar, regularmente
nomeado ou designado, ou que tenha recebido determinação de autoridade competente, dele
tome posse.

Art. 21. A função policial-militar é o exercício das obrigações inerentes ao cargo policial-militar.

Art. 22. Dentro de uma mesma Organização Policial Militar, a seqüência de substituições para
assumir cargo ou função, bem como as normas, atribuições e responsabilidades correspondentes,
são estabelecidas na legislação específica e peculiar, respeitadas a precedência e as qualificações
exigidas para o cargo ou para o exercício da função.

Art. 23. O servidor militar ocupante de cargo, provido de acordo com o parágrafo único do artigo
19, faz jus às gratificações e a outros direitos correspondentes, conforme previsto em lei.

23
§ 1.º O servidor militar designado, por período igual ou superior a 10 (dez) dias, para exercer
função de posto ou graduação superior a sua terá direito ao vencimento e vantagens
correspondentes àquele posto ou graduação, a contar do dia em que houver assumido tal função.

§ 2.º As substituições temporárias, respeitados os princípios da antigüidade e da qualificação


para o exercício funcional, somente poderão ocorrer, respectivamente, entre funções atribuídas a
servidores de nível superior ou funções atribuídas a servidores de nível médio. (Redação dada
pela Lei Complementar n.º 11.831/02)

DO VALOR POLICIAL-MILITAR

Art. 24. São manifestações essenciais do valor policial-militar:

I - a dedicação ao serviço policial para preservação da segurança da comunidade e das


prerrogativas da cidadania, o permanente zelo ao patrimônio público e às instituições
democráticas, mesmo com o risco da própria vida;

II - a fé na elevada missão da Brigada Militar;

III - o espírito de corpo, orgulho do servidor militar pela organização onde serve;

IV - o amor à profissão policial-militar e o entusiasmo com que é exercida; e

V - o aprimoramento técnico profissional.

DA ÉTICA POLICIAL-MILITAR

Art. 25. O sentimento do dever, a dignidade militar, o brio e o decoro de classe impõem, a cada
um dos integrantes da Brigada Militar, conduta moral e profissional irrepreensíveis, com a
observância dos seguintes preceitos de ética do servidor militar:

I - amar a verdade e a responsabilidade como fundamento da dignidade pessoal;

II - exercer com autoridade, eficiência e probidade as funções que lhe couberem em decorrência
do cargo;

III - respeitar a dignidade da pessoa humana;

IV - acatar as autoridades civis;

V - cumprir e fazer cumprir as leis, os regulamentos, as instruções e as ordens das autoridades


competentes;
VI - ser justo e imparcial no julgamento dos atos e na apreciação do mérito dos subordinados;

24
VII - zelar pelo preparo moral, intelectual e físico, próprio e dos subordinados, tendo em vista o
cumprimento da missão comum;

VIII - empregar as suas energias em benefício do serviço;

IX - praticar a camaradagem e desenvolver permanentemente o espírito de cooperação;

X - ser discreto em suas atitudes, maneiras e em sua linguagem escrita e falada;

XI - abster-se de tratar, fora do âmbito apropriado, de matéria sigilosa de que tenha


conhecimento em virtude do cargo ou da função;

XII - cumprir seus deveres de cidadão;

XIII - proceder de maneira ilibada na vida pública e na particular;

XIV - observar as normas da boa educação;

XV - abster-se de fazer uso do posto ou da graduação para obter facilidades pessoais de qualquer
natureza ou para encaminhar negócios particulares ou de terceiros;

XVI - conduzir-se, mesmo fora do serviço ou na inatividade, de modo a que não sejam
prejudicados os princípios da disciplina, do respeito e decoro;

XVII - zelar pelo bom nome da Brigada Militar e de cada um dos seus integrantes, obedecendo
aos preceitos da ética do servidor militar.

Art. 26. Ao servidor militar da ativa é vedado participar de gerência ou administração de empresa
privada, de sociedade civil ou exercer comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou
comanditário.

§ 1.º Os servidores-militares na reserva remunerada, quando convocados, ficam proibidos de


tratar, nas organizações policiais-militares e nas repartições públicas civis, dos interesses de
organizações ou empresas privadas de qualquer natureza.

§ 2.º Os servidores-militares da ativa podem exercer, diretamente, a gestão de seus bens, desde
que não infrinjam o disposto no presente artigo.
Art. 27. O Comandante-Geral da Brigada Militar poderá determinar aos servidores militares da
ativa que, no interesse da salvaguarda da sua dignidade, informem sobre a origem e a natureza
dos seus bens, sempre que houver razões que recomendem tal medida.

Art. 28. O servidor militar, enquanto em efetivo serviço, não poderá estar filiado a partido político.

DOS DEVERES POLICIAIS-MILITARES

Art. 29. Os deveres policiais-militares emanam do conjunto de vínculos que ligam o servidor
militar à sua corporação e ao serviço que a mesma presta à comunidade, e compreendem:

25
I - a dedicação ao serviço policial-militar e a fidelidade à Pátria e à comunidade, cuja honra,
segurança, instituições e integridade devem ser defendidas, mesmo com o sacrifício da própria
vida;

II - o culto aos símbolos nacionais e estaduais;

III - a probidade e a lealdade em todas as circunstâncias;

IV - a disciplina e o respeito à hierarquia;

V - o rigoroso cumprimento das obrigações e das ordens;

VI - a obrigação de tratar o subordinado dignamente e com urbanidade.

DO COMPROMISSO POLICIAL-MILITAR

Art. 30. Todo o cidadão, após ingressar na Brigada Militar, prestará compromisso de honra, no
qual afirmará a sua aceitação consciente das obrigações e dos deveres policiais-militares e
manifestará a sua firme disposição de bem os cumprir.

Art. 31. O compromisso a que se refere o artigo anterior terá caráter solene e será prestado na
presença da tropa, tão logo o servidor militar tenha adquirido um grau de instrução compatível
com o perfeito entendimento dos seus deveres como integrante da Brigada Militar, conforme os
seguintes dizeres: "Ao ingressar na Brigada Militar do Estado, prometo regular a minha conduta
pelos preceitos da moral, cumprir rigorosamente as ordens das autoridades a que estiver
subordinado e dedicar-me inteiramente ao serviço policial-militar, à manutenção da ordem
pública e à segurança da comunidade, mesmo com o risco da própria vida”.

Parágrafo único. Ao ser promovido ao seu primeiro posto, o servidor militar prestará
compromisso de Oficial, em solenidade especialmente programada, de acordo com os seguintes
dizeres: "Perante a Bandeira do Brasil e pela minha honra, prometo cumprir os deveres de Oficial
da Brigada Militar do Estado e dedicar-me inteiramente ao seu serviço."

DO COMANDO E DA SUBORDINAÇÃO

Art. 32. Comando é a soma de autoridade, deveres e responsabilidades de que o servidor militar
é investido legalmente, quando conduz homens ou dirige uma Organização Policial Militar, sendo
vinculado ao grau hierárquico e constituindo prerrogativa impessoal, em cujo exercício o servidor
militar se define e se caracteriza como chefe.

Art. 33. A subordinação decorre, exclusivamente, da estrutura hierárquica da Brigada Militar e


não afeta a dignidade pessoal do servidor militar.

Art. 34. Cabe ao servidor militar a responsabilidade integral pelas decisões que tomar, pelas
ordens que emitir e pelos atos que praticar.

26
DA VIOLAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES E DOS DEVERES

Art. 35. A violação das obrigações ou dos deveres policiais-militares constituirá crime,
contravenção ou transgressão disciplinar, conforme dispuserem a legislação ou regulamentação
específicas.

§ 1.º A violação dos preceitos da ética policial-militar é tanto mais grave quanto mais elevado for
o grau hierárquico de quem a cometer.

§ 2.º A responsabilidade disciplinar é independente das responsabilidades civil e penal.

§ 3.º Não se caracteriza como violação das obrigações e dos deveres do servidor militar o
inadimplemento de obrigações pecuniárias assumidas na vida privada.

Art. 36. A inobservância dos deveres especificados nas leis e regulamentos, ou a falta de exação
no cumprimento dos mesmos, acarreta, para o servidor militar, responsabilidade funcional,
pecuniária, disciplinar e penal, consoante legislação específica.

Parágrafo único. A apuração da responsabilidade funcional, pecuniária, disciplinar ou penal,


poderá concluir pela incompatibilidade do servidor militar com o cargo ou pela incapacidade para
o exercício das funções policiais-militares a ele inerentes.

Art. 37. O servidor militar cuja atuação no serviço revelar-se incompatível com o cargo ou que
demonstrar incapacidade para o exercício das funções policiais-militares a ele inerentes será do
mesmo imediatamente afastado, sem prejuízo dos respectivos vencimentos e vantagens, salvo
após decisão final do processo a que for submetido, desde que venha a ser condenado.

§ 1.º São competentes para determinar o imediato afastamento do cargo ou o impedimento do


exercício da função:

I - O Comandante-Geral da Brigada Militar;

II - Os Comandantes, os Chefes e os Diretores, na conformidade da legislação ou regulamentação


da Corporação.

§ 2.º O servidor militar afastado do cargo, nas condições mencionadas neste artigo, ficará privado
do exercício de qualquer função policial-militar, até a solução final do processo ou adoção das
providências legais que couberem ao caso.

Art. 38. Ao servidor militar são proibidas a sindicalização e a greve.

Art. 39. São vedadas as manifestações coletivas que impliquem no descumprimento do dever ou
que atentem contra a disciplina policial-militar.

DOS CRIMES MILITARES

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Art. 40. O Código Penal Militar relaciona e classifica os crimes militares, em tempo de paz e em
tempo de guerra, e dispõe sobre a aplicação aos servidores militares das penas correspondentes
aos crimes por eles cometidos.

DO CONSELHO DE JUSTIFICAÇÃO

Art. 41. O Oficial só perderá o posto e a patente por decisão do Tribunal Militar do Estado, se
declarado indigno do Oficialato ou com ele incompatível.

Art. 42. O Oficial acusado de ser incapaz de permanecer como servidor militar será, nos casos
em que a lei determinar, submetido a Conselho de Justificação.

Art. 43. O processo e julgamento pelo Conselho de Justificação serão regidos por lei especial,
assegurada ampla defesa ao acusado.

DO CONSELHO DE DISCIPLINA

Art. 44. A Praça com estabilidade será submetida a Conselho de Disciplina na forma da legislação
específica.

Art. 45. O processo e julgamento pelo conselho de Disciplina serão regidos por lei especial,
assegurada ampla defesa ao acusado.

DOS DIREITOS DOS SERVIDORES MILITARES

Art. 46. São direitos dos servidores militares, nos limites estabelecidos na legislação específica:

I - a garantia da patente, em toda a sua plenitude, com as vantagens, prerrogativas e deveres a


ela inerentes, quando Oficial;

II - o uso das designações hierárquicas;


III - o desempenho de cargos e funções correspondentes ao posto e de atribuições
correspondentes à graduação;

IV - a percepção de vencimentos, proventos e outras vantagem pecuniárias, na forma estabelecida


no Código de Vencimentos e Vantagens da Brigada Militar;

V - o transporte para si e seus dependentes, seus bens pessoais, inclusive mobília, quando
movimentado por necessidade do serviço;

VI - as promoções;

VII - a transferência para a reserva remunerada ou a reforma;


VIII - as férias e as licenças;

IX - a demissão voluntária e, ouvido o Comandante-Geral, o licenciamento voluntário da ativa;

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X - o porte de arma, em serviço ativo ou inativo, salvo aqueles em inatividade por alienação mental
na forma do artigo 121 e seus parágrafos ou sentença penal condenatória com trânsito em julgado
cuja pena não enseja o benefício de sursis;

XII - a aquisição de uma arma de uso permitido, através da Brigada Militar, mediante indenização,
na forma regulamentar;

XIII - a assistência judiciária gratuita, quando processado em razão de atos praticados em objeto
de serviço;

XIV - a assistência social e médico-hospitalar;

XV - a saúde, higiene e segurança do trabalho.

Art. 47. O servidor militar que se julgar prejudicado ou ofendido por qualquer ato administrativo
ou disciplinar de superior hierárquico poderá recorrer, interpor pedido de reconsideração, queixa,
representação ou anulação de ato administrativo, segundo legislação disciplinar da Corporação.

§ 1.º O direito de recorrer na esfera administrativa prescreverá: (Redação dada pela Lei
Complementar n.º 15.019/17)

a) em 10 (dez) dias corridos, a contar do recebimento de comunicação oficial, quanto a ato que
decorra da composição de Quadro de Acesso; (Redação dada pela Lei Complementar n.º
15.019/17).

b) em 60 (sessenta) dias corridos, nos demais casos. (Redação dada pela Lei Complementar n.º
15.019/17)

§ 2.º O pedido de reconsideração, a queixa e a representação não podem ser feitos coletivamente.

§ 3.º A decisão sobre qualquer recurso será dada no prazo máximo de 60 (sessenta) dias, exceto
em matéria disciplinar, cujo prazo será de 8 (oito) dias.

§ 4.º Aos servidores militares em processo administrativo ou judicial são assegurados o


contraditório e a ampla defesa.

DA REMUNERAÇÃO

Art. 48. A remuneração dos servidores militares compreende vencimentos ou proventos,


indenizações e outras vantagens e é devida em bases estabelecidas em lei.

§ 1.º Os servidores militares na ativa percebem remuneração constituída pelas seguintes parcelas:

I - vencimentos, compreendendo soldo e gratificações;

II - indenizações.

§ 2.º A remuneração percebida pelos servidores militares em inatividade denomina-se proventos.


§ 3.º Os servidores militares da ativa e na inatividade perceberão abono familiar de conformidade
com a lei geral que rege essa vantagem.

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§ 4.º O servidor militar que exercer o magistério em curso ou estágio regularmente instituídos
pela Brigada Militar, perceberá gratificação de magistério, por aula proferida, conforme fixado em
lei.

§ 5.º O servidor militar, ao ser movimentado por necessidade do serviço, desde que implique
alteração de seu domicílio, perceberá ajuda de custo para atender às despesas de sua instalação,
no valor fixado em lei.

§ 6.º O servidor militar fará jus à gratificação pelo exercício, fora do horário do expediente a que
estiver sujeito, de encargo em comissão de concurso público, nos termos da lei.

§ 7.º O servidor militar, quando estiver freqüentando curso de aperfeiçoamento, atualização ou


de formação com fins de promoção na carreira e/ou exercício de função especializada, terá sua
remuneração inviolada, não podendo esta ser reduzida.

§ 8.º O servidor militar, por necessidade imperiosa de serviço, poderá ser convocado para cumprir
serviço extraordinário, desde que devidamente autorizado pelo Governador.

§ 9.º Consideram-se extraordinárias as horas de trabalho realizadas além das normais e


estabelecidas por jornada diária para o respectivo posto ou graduação da carreira a que
pertencer.

§ 10. Pelo serviço prestado em horário extraordinário, o servidor militar terá direito à
remuneração ou folga, nos termos da lei.

§ 11. O serviço extraordinário será remunerado com acréscimo de 50% (cinqüenta por cento) em
relação à hora normal de trabalho. (Incluído pela Lei Complementar n.º 11.650/01)

§ 12. O Poder Executivo regulamentará o disposto nos parágrafos 8.º a 12 no prazo de trinta
dias, a contar da promulgação desta Lei Complementar, em especial as hipóteses de necessidade
imperiosa de serviço, a quantidade de horas extraordinárias e os procedimentos relativos à
competência para fiscalização e controle das convocações de que versa esta Lei Complementar.

Art. 49. Os vencimentos, os proventos e as pensões dos servidores militares e seus beneficiários
não serão objeto de arresto, seqüestro ou penhora, exceto nos casos previstos em lei federal.

Art. 50. Os proventos de inatividade serão revistos na mesma proporção e na mesma data em
que se modificar a remuneração dos servidores militares em atividade, sendo também estendidos
aos inativos quaisquer benefícios e vantagens posteriormente concedidos aos servidores
militares em atividade, inclusive quando decorrentes da transformação ou reclassificação do
cargo ou função em que se deu a aposentadoria.

ASSISTÊNCIA MÉDICO-HOSPITALAR

Art. 51. O Estado proporcionará, ao servidor militar e a seus dependentes, assistência médico-
hospitalar, através do Instituto de Previdência do Estado do Rio Grande do Sul - IPERGS e,
supletivamente, através do Departamento de Saúde da Brigada Militar, conforme legislações
específicas.

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§ 1.º O Departamento de Saúde da Brigada Militar destina-se a atender o militar estadual e seus
dependentes, estando o atendimento nos hospitais da instituição vinculado à condição de segurado
do IPE-SAÚDE.

§ 2.º Assegurada a absoluta prioridade de atendimento aos policiais militares e aos seus
dependentes, o Departamento de Saúde da Brigada Militar poderá utilizar sua capacidade
hospitalar supletiva para o atendimento dos servidores públicos civis estaduais, desde que
segurados junto ao IPERGS, mediante indenização ao hospital, através de fator moderador.

§ 3.º A Brigada Militar poderá, mediante a formalização de convênios, destinar parte de sua
capacidade hospitalar supletiva ao atendimento de usuários de outros planos de saúde.

§ 4.º O Comando-Geral da Brigada Militar poderá estabelecer critérios que permitam a limitação
do atendimento aos usuários referidos nos §§ 2.º e 3.º deste artigo, em observância à prioridade
aos militares estaduais e a seus dependentes.

Art. 52. Nas localidades onde não houver organizações de saúde da Brigada Militar, os servidores
militares nela sediados poderão ser atendidos por organizações das Forças Armadas ou civis,
mediante acordos previamente estabelecidos entre estas e o Departamento de Saúde da
Corporação.

Art. 53. O servidor militar em serviço ativo faz jus à hospitalização e tratamento custeado pelo
Estado, quando acidentado em serviço ou acometido de doença adquirida em serviço ou dela
decorrente.

Art. 54. A assistência médico-hospitalar ao servidor militar da ativa, da reserva remunerada ou


reformado, poderá ser prestada pelas organizações de saúde, dentro das limitações dos recursos
orçamentários próprios da Brigada Militar, postos à disposição do seu Departamento de Saúde.

Art. 55. As normas e condições de atendimento serão estabelecidas em regulamento próprio,


através de ato do Poder Executivo.

DA PROMOÇÃO

Art. 56. O acesso na hierarquia policial-militar é seletivo, gradual e sucessivo e será feito mediante
promoções, de conformidade com o disposto na legislação e regulamentação de promoções de
Oficiais e de Praças, de modo a obter-se um fluxo regular e equilibrado da carreira para os
servidores militares a que esses dispositivos se referem.
§ 1.º O planejamento da carreira dos Oficiais e das Praças, observadas as disposições da
legislação e regulamentação a que se refere este artigo, é atribuição do Comando-Geral da
Brigada Militar, ouvido o Secretário de Estado responsável pela área da segurança pública.

31
§ 2.º A promoção é ato administrativo e tem como finalidade básica a seleção dos servidores
militares para o exercício de funções pertinentes ao grau hierárquico superior.

Art. 57. As promoções serão efetuadas pelos critérios de merecimento e de antigüidade, ou,
ainda, extraordinariamente.

§ 1.º Em casos especiais, haverá promoções em ressarcimento de preterição.

§ 2.º A promoção de servidor militar feita em ressarcimento de preterição será efetuada segundo
os princípios de antigüidade ou merecimento, recebendo ele o número que lhe competir na escala
hierárquica, como se houvesse sido promovido na época devida, observado o princípio aplicável
à sua promoção.

§ 3.º A promoção de Oficiais será realizada na seguinte proporção:

I – de um Oficial promovido no critério de merecimento, para um no de antigüidade para o posto


de Major;

II – de três Oficiais promovidos no critério de merecimento, para um no de antigüidade, para os


demais postos, observando-se a seqüencialidade dos critérios.

§ 4.º A cada processo de promoção de Oficiais, no critério de merecimento, proceder-se-á a


escolha do servidor militar promovido na primeira vaga dentre os três melhores pontuados no
Quadro de Acesso respectivo e, para as vagas seguintes, se houver, os remanescentes da vaga
anterior e mais 2 (dois) ocupantes da classificação imediatamente seguinte.

§ 5.º Na avaliação do critério de merecimento não serão consideradas condecorações e medalhas,


exceto as relativas a tempo de serviço.

Art. 58. A Praça que contar com mais de 25 (vinte e cinco) anos de serviço público militar, ao ser
transferida, a pedido, para a reserva remunerada ou ao ser reformada, será promovida ao grau
hierárquico superior imediato.

§ 1.º O disposto no “caput” deste artigo estende-se à Praça que, com mais de vinte e cinco anos
de serviço público militar, for transferida, “ex offício”, para a reserva remunerada, de acordo com
os incisos I, III e V do art. 106 desta Lei Complementar

§ 2.º O servidor militar estadual da carreira de nível médio que já tenha cumprido as exigências
para a inatividade voluntária, ressalvadas as hipóteses que impliquem a transferência “ex officio”
para a reserva remunerada, cuja permanência no desempenho de suas funções seja julgada
conveniente e oportuna para o serviço público militar, e que optar por continuar na atividade,
poderá ter deferido, por ato do Governador do Estado, o abono de permanência no serviço, no
valor equivalente à sua contribuição previdenciária.

§ 3.º O abono de que trata o § 2.º deste artigo tem natureza precária e transitória, podendo ser
revogado um ano após a sua concessão ou renovação, não será incorporado ao soldo ou aos
proventos quando da passagem da Praça para a reserva remunerada e não servirá de base de
cálculo para fins de apuração da contribuição mensal para o Regime Próprio de Previdência Social
do Estado do Rio Grande do Sul – RPPS/RS, para o Fundo Previdenciário dos Servidores Militares
– FUNDOPREV/MILITAR, para o Fundo de Assistência à Saúde – FAS/RS – e nem para vantagens.

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§ 4.º O abono de que trata o § 2.º deste artigo será deferido por um período máximo de 2 (dois)
anos, podendo ser renovado por iguais períodos, até o limite de idade estabelecido no art. 106,
I, desta Lei Complementar, mediante iniciativa do Comandante imediato e juízo de conveniência
e oportunidade da Chefia do Poder Executivo. (Redação dada pela Lei Complementar n.º
15.107/18)

§ 5.º Fica suspenso o pagamento do abono de incentivo à permanência no serviço ativo à Praça
no período que exceder a:

I - 30 (trinta) dias, em razão de gozo de licença especial de que trata o art. 70 desta Lei
Complementar, a cada período de 12 (doze) meses; e

II - 60 (sessenta) dias, em razão de licença para tratamento de saúde própria ou de licença para
tratamento de saúde de pessoa da família, a cada período de 24 (vinte e quatro) meses

§ 6.º Fica revogada a concessão do abono de incentivo à permanência no serviço ativo à Praça
que permanecer em alguma das condições previstas no § 8.º do art. 92 desta Lei Complementar
ou que for afastada temporariamente do serviço ativo nos termos do disposto nas alíneas ‘m’ e
‘n’ do inciso III do § 1.º do art. 92 desta Lei Complementar, exceto se ficar em exercício na
Administração Direta ou Indireta do Poder Executivo Estadual, ou, ainda, a partir da data de
concessão de licença:

I - para tratar de interesses particulares;

II - para acompanhar o(a) cônjuge;

III - para exercício de mandato classista, de que trata o § 3.º do art. 69 desta Lei Complementar;

IV - especial de que trata o § 1.º do art. 102 desta Lei Complementar, inclusive para tratamento
de saúde aguardando aposentadoria por invalidez. (

§ 7.º O abono de incentivo à permanência previsto neste artigo integra o cálculo da remuneração
para os fins previstos e especificados no inciso XI do art. 37 da Constituição Federal.

DA PROGRESSÃO DE NÍVEL

Art. 58-A. O ingresso na carreira dos servidores militares de nível médio dar-se-á no Nível III da
graduação de Soldado, havendo a progressão automática para o Nível II após 10 (dez) anos de
carreira e para o Nível I após 20 (vinte) anos de carreira.

Parágrafo único. A promoção à graduação superior independe do nível em que esteja posicionado
o Soldado.

DAS FÉRIAS E OUTROS AFASTAMENTOS TEMPORÁRIOS DO SERVIÇO

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Art. 59. As férias são afastamentos totais do serviço, anual e obrigatoriamente concedidos aos
servidores militares, para descanso.

§ 1.º As férias serão de trinta dias para todos os servidores-militares.

§ 2.º Compete ao Comandante-Geral da Brigada Militar a regulamentação da concessão das férias


anuais.

§ 3.º Para o primeiro período aquisitivo de férias será exigido 12 (doze) meses de exercício.

§ 4.º É vedado levar à conta de férias qualquer falta ao serviço.

§ 5.º A requerimento do servidor militar, e havendo concordância do respetivo comando, as férias


poderão ser gozadas em até 3 (três) períodos. (Redação dada pela Lei Complementar n.º
15.454/20)

§ 6.º A concessão de férias não é prejudicada pelo gozo anterior de licença para tratamento de
saúde, por punição anterior decorrente de transgressão disciplinar, pelo estado de guerra ou
para que sejam cumpridos atos de serviço, bem como não anula o direito àquelas licenças.

§ 7.º Durante as férias, o servidor militar terá direito a todas as vantagens inerentes ao cargo,
como se estivessem em exercício.

Art. 60. Será pago ao servidor militar, por ocasião das férias, independentemente de solicitação,
o acréscimo constitucional de 1/3 (um terço) da remuneração do período de férias, pago
antecipadamente.

§ 1.º O pagamento da remuneração de férias será efetuado antecipadamente ao servidor militar


que o requerer, juntamente com o acréscimo constitucional de 1/3 (um terço), antes do início do
referido período.

§ 2.º Na hipótese de férias parceladas, poderá o servidor militar indicar em qual dos períodos
utilizará a faculdade de que trata este artigo.

Art. 61. Por absoluta necessidade de serviço, as férias poderão ser acumuladas até o máximo de
2 (dois) períodos anuais.

Art. 62. Somente em casos de interesse da segurança pública, de manutenção da ordem, de


extrema necessidade do serviço, ou de transferência para a inatividade, os servidores militares
terão interrompido ou deixarão de gozar, na época prevista, o período de férias a que tiverem
direito, registrando-se o fato em seus assentamentos.

Art. 63. Se o servidor militar vier a falecer, quando já implementado o período de um ano, que
lhe assegure o direito a férias, a retribuição relativa ao período, descontadas eventuais parcelas
correspondentes à antecipação, será paga aos dependentes legalmente constituídos.

Art. 64. O servidor exonerado fará jus ao pagamento da remuneração de férias


proporcionalmente aos meses de efetivo exercício, descontadas eventuais parcelas já fruídas.
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Parágrafo único. O pagamento de que trata este artigo corresponderá a 1/12 (um doze avos) da
remuneração a que fizer jus o servidor militar, na forma prevista no artigo 61.

Art. 65. O servidor militar que tiver gozado mais de 30 (trinta) dias para tratar de interesses
particulares, somente após um ano de efetivo exercício contado da data da apresentação, fará
jus a férias.

Art. 66. Os servidores militares têm direito, também, aos períodos de afastamento total do
serviço, observadas as disposições legais e regulamentares, por motivo de:

I - núpcias;

II - luto;

III - instalação;

IV - trânsito.

Parágrafo único. O afastamento do serviço por motivo de núpcias ou luto, por até 8 (oito) dias
consecutivos, será concedido, no primeiro caso, se solicitado por antecipação à data do evento
e, no segundo caso, tão logo a autoridade à qual estiver subordinado o servidor militar tenha
conhecimento do óbito de seu ascendente, descendente, cônjuge, sogros, irmãos, companheiro
ou companheira, padrasto ou madrasta, enteado e menor sob guarda ou tutela.

Art. 67. É assegurado, ainda, o afastamento do servidor militar, sem prejuízo de sua remuneração,
durante os dias de provas finais do ano ou semestre letivo, para os estudantes de ensino superior,
1.º e 2.º graus, e durante os dias de provas em exames supletivos e de habilitação a curso
superior.

Parágrafo único. O servidor militar, sob pena de ser considerado faltoso ao serviço, deverá
comprovar perante seu superior imediato as datas em que se realizarão as diversas provas e seu
comparecimento.

Art. 68. As férias e os outros afastamentos mencionados são concedidos com a remuneração
prevista na legislação peculiar e computados como tempo de efetivo serviço para todos os efeitos
legais.

DAS LICENÇAS

Art. 69. Licença é a autorização para afastamento total do serviço, em caráter temporário,
concedida ao servidor militar, observadas as disposições legais e regulamentares.
§ 1.º A licença pode ser:

I - licença de capacitação profissional; (Redação dada pela Lei Complementar n.º 15.019/17)

II - para tratar de interesses particulares;


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III - para tratamento de saúde própria;

IV - para tratamento de saúde de pessoa da família;

V - à gestante e à adotante;

VI - à paternidade;

VII - para acompanhar o cônjuge.

§ 2.º A remuneração do servidor militar, quando em qualquer das situações de licença constantes
do parágrafo anterior, será regulada em legislação própria.

§ 3.º Compete ao Comandante-Geral da Brigada Militar conceder as licenças previstas no "caput",


bem como a licença para exercício de mandato classista, observadas as necessidades de serviço.

Art. 70. A lei assegurará ao servidor militar estadual ocupante de cargo de provimento efetivo,
no interesse da Administração, após cada quinquênio de efetivo exercício, a possibilidade de
afastamento por meio de licença, para participar de curso de capacitação profissional, com a
respectiva remuneração, sem prejuízo de sua situação funcional, por até 3 (três) meses, não
cumuláveis, conforme disciplina legal, sendo vedada a conversão em pecúnia para aquele servidor
que não usufruir desse direito.

§ 1.º Ficam asseguradas ao servidor militar estadual as licenças especiais já adquiridas, bem
como a integralização, para todos os efeitos de averbação e gratificações temporais, com base
no regime anterior, do quinquênio em andamento na data da publicação desta Lei Complementar.

§ 2.º O período de licença de capacitação profissional não interrompe a contagem de tempo de


efetivo exercício.

§ 3.º A licença de capacitação profissional não é prejudicada pelo gozo anterior de qualquer
licença para tratamento de saúde e para que sejam cumpridos atos de serviço, bem como não
anula o direito àquelas licenças.

§ 4.º Para os efeitos de concessão de licença de capacitação profissional, não se considerarão


como interrupção de serviços ao Estado os afastamentos previstos nos incisos V e VI do art. 69,
as licenças para tratamento de saúde própria, de até 4 (quatro) meses, e as licenças para
tratamento de saúde de pessoas da família, de até 2 (dois) meses.

Art. 71. Ao servidor militar estável poderá ser concedida licença para tratar de interesses
particulares, pelo prazo de até 2 (dois) anos consecutivos, sem remuneração e com prejuízo da
contagem do tempo de serviço público.

§ 1.º A licença poderá ser negada, quando o afastamento for inconveniente ao interesse do
serviço.

§ 2.º O servidor militar deverá aguardar em exercício a concessão da licença, salvo hipótese de
imperiosa necessidade, devidamente comprovada à autoridade a que estiver subordinado,
considerando-se como faltas os dias de ausência ao serviço, caso a licença seja negada.

§ 3.º O servidor militar poderá, a qualquer tempo, reassumir o exercício do cargo.

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§ 4.º Não se concederá nova licença, antes de decorridos 2 (dois) anos do término da anterior,
contados desde a data em que tenha reassumido o exercício do cargo.

Art. 72. Será concedida ao servidor militar licença para tratamento de saúde própria, a pedido
ou "ex-officio", precedida de inspeção médica realizada pelo Departamento de Saúde da Brigada
Militar, na Capital ou no interior, sem prejuízo da remuneração a que fizer jus.

§ 1.º Sempre que necessário, a inspeção médica poderá ser realizada na residência do servidor,
ou no estabelecimento hospitalar em que se encontrar internado.

§ 2.º O servidor militar não poderá recusar-se à inspeção médica.

§ 3.º O resultado da inspeção médica será comunicado imediatamente ao servidor militar, logo
após a sua realização, salvo se houver a necessidade de exames complementares, quando então,
ficará o servidor militar à disposição do Departamento de Saúde da Brigada Militar.

Art. 73. Findo o período de licença, o servidor militar deverá reassumir imediatamente o exercício
do cargo, sob pena de ser considerado ausente, salvo prorrogação ou determinação constante
em laudo pericial.

Art. 74. O atestado e o laudo da junta médica não se referirão ao nome ou à natureza da doença,
devendo, porém, esta ser especificada através do respectivo código (CID).

Parágrafo único. Para a concessão de licença a servidor militar acometido de moléstia profissional,
o laudo médico deverá estabelecer a sua rigorosa caracterização.

Art. 75. O servidor militar em licença para tratamento de saúde própria deverá abster-se do
exercício de atividades incompatíveis com o seu estado, sob pena de imediata suspensão da
mesma.

Art. 76. O servidor militar poderá obter licença por motivo de doença do cônjuge, de ascendente,
descendente, enteado e colateral consangüíneo, até o 2.º grau, desde que comprove ser
indispensável a sua assistência e esta não possa ser prestada, simultaneamente, com o exercício
do cargo.

Parágrafo único. A doença será comprovada através de inspeção de saúde a ser procedida pelo
Departamento de Saúde da Brigada Militar.

Art. 77. A licença de que trata o artigo anterior será concedida:

I - com a remuneração total, até 90 (noventa) dias;


II - com 2/3 (dois terços) da remuneração, no período que exceder a 90 (noventa) e não
ultrapassar a 180 (cento e oitenta) dias;

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III - com 1/3 (um terço) da remuneração, no período que exceder a 180 (cento e oitenta) e não
ultrapassar a 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias.

Parágrafo único. Para os efeitos deste artigo, as licenças, pela mesma moléstia, com intervalos
inferiores a 30 (trinta) dias, serão consideradas como prorrogação.

Art. 78. À servidora militar é concedido licença maternidade de 180 (cento e oitenta) dias, mediante
inspeção médica e sem prejuízo da remuneração.

§ 1.º No caso de natimorto, decorridos 30 (trinta) dias do evento, a servidora-militar será


submetida a inspeção médica e, se julgada apta, reassumirá o exercício do cargo.

§ 2.º O prazo previsto no “caput” deste artigo terá contagem iniciada a partir da alta da Unidade
de Tratamento Intensivo, em caso de nascimento prematuro.

Art. 79. Ao término da licença a que se refere o artigo anterior, é assegurado à servidora-militar
lactante, durante o período de 2 (dois) meses, o direito de comparecer ao serviço em um turno,
quando seu regime de trabalho obedecer a dois turnos, ou a três horas consecutivas por dia,
quando seu regime de trabalho obedecer a turno único.

Art. 80. À servidora militar adotante será concedida licença a partir da concessão do termo de
guarda ou da adoção pelo prazo de 180 (cento e oitenta) dias, sem prejuízo da remuneração.

Art. 81. Pelo nascimento ou pela adoção de filho, o servidor militar terá direito à licença-
paternidade de 30 (trinta) dias consecutivos, sem prejuízo da remuneração, inclusive em casos
de natimorto.

Parágrafo único. O prazo previsto no “caput” deste artigo terá contagem iniciada a partir da alta
da Unidade de Tratamento Intensivo, em caso de nascimento prematuro.

Art. 81-A. As disposições constantes dos arts. 78, 80 e 81 terão seus efeitos retroativos à data
de início das licenças em andamento.

Art. 82. As licenças poderão ser interrompidas a pedido ou nas condições estabelecidas neste
artigo.

§ 1.º A interrupção da licença capacitação e da licença para tratar de interesses particulares


poderá ocorrer: (Redação dada pela Lei Complementar n.º 15.019/17)

I - em caso de mobilização e estado de guerra;

II - em caso de decretação de estado de sítio;


III - em caso de emergente necessidade e segurança pública;

IV - para cumprimento de sentença que importe em restrição da liberdade individual;

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V - para cumprimento de punição disciplinar, conforme regulamento da Força;

VI - em caso de pronúncia em processo criminal ou indiciação em Inquérito Policial-Militar, a juízo


da autoridade que efetivou a pronúncia ou a indiciação.

§ 2.º A interrupção de licença para tratamento de saúde de pessoa da família e para cumprimento
de pena disciplinar que importe em restrição da liberdade individual, será regulada em legislação
própria.

DA PENSÃO POLICIAL-MILITAR

Art. 83. A pensão policial-militar destina-se a amparar os beneficiários do servidor militar falecido
ou extraviado e será paga conforme o disposto em lei.

Art. 84. A pensão policial-militar do pessoal do serviço ativo, da reserva ou reformado será a do
Instituto de Previdência do Estado, conforme legislação específica, salvo no caso do artigo
seguinte.

Art. 85. O servidor militar morto em campanha ou em ato de serviço, ou em conseqüência de


acidente em serviço, deixará a seus dependentes pensão correspondente aos vencimentos
integrais do grau hierárquico imediatamente superior ao que possuir na ativa.

Parágrafo único. O disposto no "caput" sobre o valor da pensão não se aplica ao servidor militar
que for promovido extraordinariamente.

DAS PRERROGATIVAS

Art. 86. As prerrogativas dos servidores militares são constituídas pelas honras, dignidades e
distinções devidas aos graus hierárquicos e cargos.

Parágrafo único. São prerrogativas dos servidores militares:

I - o uso de títulos, uniformes, distintivos, insígnias e emblemas policiais-militares da Brigada


Militar, correspondentes ao posto ou à graduação;

II - as honras, tratamento e sinais de respeito que lhes são assegurados em leis ou regulamentos;
III - as penas de prisão, detenção ou reclusão, fixadas em sentença judicial e os casos de prisão
provisória, serão cumpridos em organização policial-militar, cujo Comandante, Chefe ou Diretor
tenha precedência hierárquica sobre a pessoa do preso;

IV - julgamento em foro especial, nos crimes militares;

V - livre ingresso e trânsito, em objeto de serviço, em qualquer recinto público ou privado,


respeitada a garantia constitucional da inviolabilidade do domicílio;

VI - prioridade em qualquer serviço de transporte ou comunicação, público ou privado, no


território estadual, quando em serviço de caráter urgente;
VII - carteira de identidade de acordo com modelo regulamentar, que consigne os direitos e
prerrogativas instituídos em lei, para o exercício funcional;

VIII - não confinamento em cela no caso de punição administrativa.


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Art. 87. Somente em caso de flagrante delito o servidor militar poderá ser preso por autoridade
policial civil, ficando esta obrigada a entregá-lo imediatamente à autoridade policial-militar mais
próxima, só podendo retê-lo na delegacia ou posto policial durante o tempo necessário à
lavratura do flagrante.

§ 1.º Cabe ao Comandante-Geral da Brigada Militar a iniciativa de responsabilizar a autoridade


policial que não cumprir o disposto neste artigo e que maltratar ou consentir que seja maltratado
qualquer preso servidor militar ou não lhe der o tratamento devido ao seu posto ou a sua
graduação.

§ 2.º Se durante o processo em julgamento no foro civil houver perigo de vida para qualquer
preso servidor militar, a autoridade policial-militar da localidade providenciará em entendimentos
com a autoridade judiciária, visando à guarda do Foro ou Tribunal por força policial-militar, se
for o caso.

DO USO DOS UNIFORMES DA BRIGADA MILITAR

Art. 88. Os uniformes da Brigada Militar, com seus distintivos, insígnias e emblemas são privativos
dos servidores militares e representam o símbolo da autoridade policial-militar, com as
prerrogativas que lhe são inerentes.

Parágrafo único. Constituem crimes previstos na legislação específica o desrespeito aos


uniformes, distintivos, insígnias e emblemas policiais-militares, bem como seu uso por quem a
ele não tiver direito.

Art. 89. O uso dos uniformes, com seus distintivos, insígnias e emblemas, bem como os modelos,
descrição, peças, acessórios e outras disposições, são estabelecidos na regulamentação da
Brigada Militar.

§ 1.º É proibido ao servidor militar o uso de uniforme:

I - em reuniões, propaganda ou qualquer outra manifestação de caráter político-partidário;

II - na inatividade, salvo para comparecer a solenidades militares e policiais-militares e, quando


autorizado, a cerimônias cívicas comemorativas das datas nacionais ou a atos sociais solenes de
caráter particular;

III - no estrangeiro, quando em atividade não relacionada com a missão de servidor militar, salvo
quando expressamente determinado ou autorizado.

§ 2.º Os servidores militares na inatividade, cuja conduta possa ser considerada como ofensiva à
dignidade da classe, poderão ser definitivamente proibidos de usar uniformes, por decisão do
Comandante-Geral da Brigada Militar.

Art. 90. O servidor militar fardado tem as obrigações correspondentes ao uniforme que usa e
aos distintivos, emblemas e insígnias que ostenta.

40
Art. 91. É vedado a qualquer organização ou pessoa civil usar uniformes ou ostentar distintivos,
equipamentos, insígnias ou emblemas iguais aos adotados na Brigada Militar ou que com eles
possam ser confundidos.

Parágrafo único. Serão responsabilizados pela infração das disposições deste artigo os diretores
ou chefes de sociedades ou organizações de qualquer natureza, empregadores, empresas e
institutos ou departamentos que tenham adotado ou consentido que sejam usados uniformes ou
ostentados distintivos, equipamentos, insígnias ou emblemas que possam ser confundidos com
os adotados na Brigada Militar.

DA AGREGAÇÃO

Art. 92. A agregação é a situação transitória na qual o servidor militar da ativa deixa de ocupar
vaga na escala hierárquica de seu Quadro, nela permanecendo sem número.

§ 1.º O servidor militar será agregado quando:

I - exercer cargo ou função não previstos nos quadros de organização da Brigada Militar, criados
em lei para provimento e desempenho privativos de servidores militares;

II - aguardar transferência "ex-officio" para a reserva remunerada, por ter sido enquadrado em
quaisquer dos requisitos que a motivam;

IiI - for afastado temporariamente do serviço ativo por motivo de:

a) ter sido julgado incapaz temporariamente, após um ano contínuo de tratamento;

b) ter sido julgado incapaz definitivamente, enquanto tramita o processo de reforma;

c) haver ultrapassado um ano contínuo de licença para tratamento de saúde própria;

d) ter-lhe sido concedida licença para tratar de interesses particulares ou licença para
desempenho de mandato em associação de classe;

e) haver ultrapassado seis meses contínuos de licença para tratamento de saúde de pessoa da
família;

f) ter sido considerado oficialmente extraviado;


g) haver sido esgotado o prazo que caracteriza o crime de deserção previsto no Código Penal
Militar, se Oficial ou Praça com estabilidade assegurada;

h) como desertor, ter-se apresentado voluntariamente, ou ter sido capturado e reincluído a fim
de se ver processar;

i) se ver processar, após ficar exclusivamente à disposição da justiça comum ou militar;

j) ter-lhe sido concedida a licença especial de que trata o parágrafo 1.º do art. 102 desta Lei,
enquanto aguarda transferência para a reserva remunerada;

l) ter sido condenado a pena restritiva de liberdade superior a seis meses, com sentença passada
em julgado, enquanto durar a execução;

41
m) ter passado à disposição de Secretaria do Governo ou de outro órgão do Estado, da União,
dos Estados ou dos Territórios ou Municípios, para exercer função de natureza civil, salvo se for
do interesse da segurança pública;

n) ter sido, com prévia autorização ou mediante ato do Governador do Estado, investido em
cargo, função ou emprego público civil temporário, inclusive da administração indireta;

o) ter-se candidatado a cargo eletivo, desde que conte com dez ou mais anos de efetivo serviço;

p) ser afastado das funções de acordo com o previsto nesta lei ou condenado a pena de
suspensão do exercício do posto, graduação, cargo ou função prevista em lei;

q) haver ultrapassado seis meses contínuos, na situação de convocado para funcionar como Juiz
do Tribunal Militar do Estado;

r) ter-lhe sido concedida licença para acompanhar o cônjuge, na forma do artigo 148 desta Lei.

§ 2.º O servidor militar agregado de conformidade com os incisos I e II do parágrafo 1.º continua
a ser considerado, para todos os efeitos, em serviço ativo.

§ 3.º A agregação do servidor militar a que se refere o inciso I e as letras "m" e "n" do inciso III
do parágrafo 1.º é contada desde a posse do novo cargo e até o regresso à Corporação ou
transferência "ex-officio" para a reserva remunerada.

§ 4.º A agregação do servidor militar a que se refere as letras "a", "c", "d", "e", e "j", do inciso III
do parágrafo 1.º é contada a partir do primeiro dia após os respectivos prazos e enquanto
durarem o respectivo evento ou situação.

§ 5.º A agregação do servidor militar a que se refere o inciso II e as letras "b", "f", "g", "h", "i", "l",
e "p" do inciso III do parágrafo 1.º é contada a partir da data indicada no ato que torna público
o respectivo evento.

§ 6.º A agregação do servidor militar a que se refere a letra "o" do inciso III do parágrafo 1.º é
contada a partir da data do registro como candidato e até sua diplomação ou seu regresso à
corporação, se não houver sido eleito.

§ 7.º Ultrapassados dois anos, contínuos ou não, de agregação, nos termos da letra "n" do inciso
III do parágrafo 1.º, o servidor militar ficará automaticamente transferido para a reserva, nas
mesmas condições do que houver aceito cargo público permanente.
§ 8.º O servidor militar em atividade, com mais de 10 (dez) anos de serviço, ao candidatar-se a
cargo eletivo, será afastado temporariamente, do serviço ativo e agregado, e, se eleito e
diplomado, será transferido para a reserva remunerada, com remuneração proporcional ao seu
tempo de serviço.

§ 9.º O servidor militar agregado fica sujeito às obrigações disciplinares concernentes às suas
relações com outros servidores militares e autoridades civis, salvo quando titular do cargo que
lhe dê precedência funcional sobre outros servidores militares mais graduados ou mais antigos.

Art. 93. O servidor militar agregado ficará adido, para efeito de alterações e remuneração, à
organização policial-militar que lhe for designada, continuando a figurar no respectivo registro,

42
sem número, no lugar que até então ocupava, com a abreviatura "Ag" e anotações esclarecedoras
de sua situação.

Art. 94. A agregação se faz por ato do Governador do Estado para os Oficiais e do Comandante-
Geral para as Praças.

DA REVERSÃO

Art. 95. Reversão é o ato pelo qual o servidor militar agregado retorna ao respectivo quadro tão
logo cesse o motivo que determinou a sua agregação, voltando a ocupar o lugar que lhe competir
na respectiva escala numérica, na primeira vaga que ocorrer.

Parágrafo único. A qualquer tempo poderá ser determinada a reversão do militar agregado,
exceto nos casos previstos nas letras "a", "b", "c", "f", "g", "l", "o", e "p" do inciso III do parágrafo
1.º do artigo 92.

Art. 96. A reversão será efetuada mediante ato do Governador do Estado para os Oficiais e do
Comandante-Geral para as Praças.

DO EXCEDENTE

Art. 97. Excedente é a situação transitória a que automaticamente passa o servidor militar que:

I - tendo cessado o motivo que determinou a sua agregação, reverte ao respectivo quadro,
estando este com seu efetivo completo;

II - aguarda a colocação a que faz jus na escala hierárquica, após haver sido transferido de quadro,
estando o mesmo com o seu efetivo completo;

III - é promovido por bravura, sem haver vaga;

IV - é promovido indevidamente;

V - sendo o mais moderno na respectiva escala hierárquica, ultrapassa o efetivo de seu quadro,
em virtude de promoção de outro servidor militar em ressarcimento de preterição;

VI - tendo cessado o motivo que determinou sua reforma por incapacidade definitiva, retorna ao
respectivo Quadro, estando este com o seu efetivo completo.

§ 1.º O servidor militar cuja situação é a de excedente, salvo o indevidamente promovido, ocupa
a mesma posição relativa em antigüidade que lhe cabe, na escala hierárquica, com a abreviatura
"Excd" e receberá o número que lhe competir em conseqüência da primeira vaga que se verificar.

§ 2.º O servidor militar cuja situação é a de excedente é considerado como em efetivo serviço
para todos os efeitos e concorre, respeitados os requisitos legais, em igualdade de condições e
sem nenhuma restrição a qualquer cargo policial-militar, bem como à promoção.

§ 3.º O servidor militar promovido por bravura, sem haver vaga, ocupará a primeira vaga aberta,
deslocando para a vaga seguinte o princípio de promoção que deveria ter sido seguido.
43
§ 4.º O servidor militar promovido indevidamente só contará antigüidade; e receberá o número
que lhe competir na escala hierárquica, quando a vaga a ser preenchida corresponder ao princípio
pelo qual deveria ter sido promovido, desde que satisfaça aos requisitos para a promoção.

DO AUSENTE

Art. 98. É considerado ausente o servidor militar que, por mais de vinte e quatro horas
consecutivas:

I - deixar de comparecer à sua Organização Policial-Militar, sem comunicar qualquer motivo de


impedimento;

II - ausentar-se, sem licença, da Organização Policial-Militar onde serve ou do local onde deva
permanecer.

Parágrafo único. Decorrido o prazo mencionado neste artigo, serão observadas as formalidades
previstas em legislação específica.

DO DESAPARECIMENTO E DO EXTRAVIO

Art. 99. É considerado desaparecido o servidor militar da ativa que, no desempenho de qualquer
serviço, em viagem, em operações policiais-militares ou em caso de calamidade pública, tiver
paradeiro ignorado por mais de oito dias.

§ 1.º A situação do desaparecido só será considerada quando não houver indício de deserção.

§ 2.º O servidor militar da ativa, com estabilidade assegurada, que permanecer desaparecido por
mais de trinta dias, será oficialmente considerado extraviado.

DO DESLIGAMENTO OU EXCLUSÃO DO SERVIÇO ATIVO

Art. 100. O desligamento ou exclusão do serviço do servidor militar é feito em conseqüência de:

I - transferência para a reserva remunerada;

II - reforma;

III - demissão;

IV - perda do posto ou patente;

V - licenciamento;

VI - exclusão a bem da disciplina;

VII - deserção;

VIII - falecimento;
IX - extravio.

44
Parágrafo único. O desligamento do serviço será processado após a expedição de ato do
Governador do Estado ou de autoridade à qual para tanto tenham sido delegados ou concedidos
poderes.

Art. 101. A transferência para a reserva remunerada ou a reforma não isentam o servidor militar
de indenização dos prejuízos causados à Fazenda Estadual ou a terceiros, nem do pagamento
das pensões decorrentes de sentença judicial.

Art. 102. Ao servidor militar da ativa, enquadrado nos incisos I ou V do artigo 100 ou
demissionário a pedido, serão aplicadas as disposições constantes nos parágrafos deste artigo,
com relação ao seu desligamento da Organização Policial-Militar em que serve.

§ 1.º Decorridos 30 (trinta) dias da data em que tiver sido protocolado, no órgão encarregado
da administração do pessoal, o requerimento de transferência para a reserva remunerada, na
forma do inciso I do artigo 100, o servidor militar será considerado em licença especial, sem
prejuízo da remuneração e da contagem de tempo de serviço, para todos os efeitos, podendo
afastar-se do serviço, enquanto aguarda o desligamento, salvo se, antes, tiver sido cientificado
do indeferimento do pedido.

§ 2.º Nos demais casos previstos no "caput" deste artigo, o desligamento será feito após a
publicação do ato correspondente, no Diário Oficial e no boletim da organização em que serve o
servidor militar, a qual não poderá exceder de trinta dias da primeira publicação Oficial.

DA REINCLUSÃO

Art. 103. A Praça licenciada a pedido ou "ex-officio", neste último caso desde que não seja a bem
da disciplina, poderá ser reincluída, mediante novo concurso público.

Parágrafo único. Em hipótese alguma a Praça licenciada no comportamento "MAU"' poderá ser
incluída novamente.

DA TRANSFERÊNCIA PARA A RESERVA REMUNERADA

Art. 104. A passagem do servidor militar à situação de inatividade, mediante transferência para
a reserva remunerada, se efetua:
I - a pedido;

II - "ex-officio".

Art. 105. A transferência para a reserva remunerada, a pedido, será concedida, mediante
requerimento, ao servidor militar que tenha preenchido os requisitos legais de tempo de
contribuição.

Parágrafo único. No caso de o servidor militar haver realizado qualquer curso ou estágio por
conta do Estado, de duração superior a seis meses, sem haver decorrido três anos de seu término,
a transferência para a reserva só será concedida mediante indenização de todas as despesas
correspondentes à realização do referido curso ou estágio, inclusive as diferenças de
vencimentos, na forma regulamentar.
45
§ 1.º No caso de o servidor militar haver realizado qualquer curso ou estágio por conta do Estado,
de duração superior a seis meses, sem haver decorrido três anos de seu término, a transferência
para a reserva só será concedida mediante indenização de todas as despesas correspondentes à
realização do referido curso ou estágio, inclusive as diferenças de vencimentos, na forma
regulamentar.

§ 2.º Preenchidos os demais requisitos legais, a transferência para reserva a pedido exige o
tempo mínimo de 25 (vinte e cinco) anos de efetivo serviço militar prestado à Corporação para
os homens e de 20 (vinte) anos de efetivo serviço militar prestado à Corporação para as mulheres,
sendo computado, para essa finalidade, o tempo de serviço público já averbado até a data de
publicação desta Lei Complementar.

Art. 106. A transferência "ex-officio" para a reserva remunerada verificar-se-á sempre que o
servidor militar incidir em um dos seguintes casos:

I - atingir as seguintes idades limites:

a) Oficiais: 65 anos;

b) Praças: 60 anos;

II - o Oficial, ao completar 30 (trinta) anos de serviço e:

b) 35 (trinta e cinco) anos de efetivo exercício, em qualquer hipótese;

III - ultrapassar 2 (dois) anos contínuos de licença para tratamento de saúde em pessoa da família;

IV - agregar para, com prévia autorização ou mediante ato do Governador do Estado, assumir
cargo público civil temporário, não eletivo, inclusive na Administração Indireta, e permanecer
afastado das funções por 2 (dois) anos, contínuos ou não;

V – for diplomado para desempenho de cargo eletivo;

VI - quando Coronel, for demitido por necessidade de serviço ou for dispensado da função de
Comandante-Geral e não aceitar nomeação para outro cargo policial-militar;

§ 1.º A transferência para a reserva remunerada processar-se-á à medida que o servidor militar
for enquadrado em um dos itens deste artigo.
§ 2.º Enquanto permanecer no cargo que trata o inciso IV:

a) fica assegurada a opção entre a remuneração do cargo e a do posto ou graduação;

b) somente poderá ser promovido por antigüidade;

c) o tempo de serviço será contado apenas para a promoção por antigüidade e para a
transferência à inatividade.

Art. 111. A transferência do servidor militar para a reserva remunerada pode ser suspensa na
vigência de estado de sítio, de calamidade pública e nos casos de convocação e mobilização, nos
termos da lei.

46
Art. 112. O Oficial da reserva remunerada poderá ser convocado para o serviço ativo por ato do
Governador do Estado, por proposição do Comandante-Geral, para compor o Conselho de
Justificação, para ser encarregado de Inquérito Policial-Militar ou para ser incumbido de outros
procedimentos administrativos, na falta de Oficial da ativa em situação hierárquica compatível
com a do Oficial envolvido.

§ 1.º O Oficial convocado nos termos deste artigo terá os direitos e deveres dos Oficiais da ativa
de igual situação hierárquica, exceto quanto à promoção, a que não concorrerá e contará como
acréscimo esse tempo de serviço.

§ 2.º A convocação de que trata este artigo terá a duração necessária ao cumprimento da
atividade que a ela deu origem, não devendo ser superior ao prazo de doze meses e dependerá
da anuência do convocado, sendo precedida de inspeção de saúde.

DA REFORMA

Art. 113. A passagem do servidor militar à situação de reformado efetua-se "ex-officio".

Art. 114. A reforma de que trata o artigo anterior será aplicada ao servidor militar que

I - atingir as seguintes idades-limites de permanência na reserva remunerada:

a) Oficiais: 70 anos;

b) Praças: 65 anos

II - for julgado incapaz definitivamente para o serviço ativo da Brigada Militar e não houver
possibilidade de, na forma regulamentar, ser readaptado em decorrência de limitação que tenha
sofrido em sua capacidade física e mental, a pedido ou ex-officio, conforme a avaliação médica a
ser procedida por Junta Policial-Militar de Saúde; (Vide Lei n.º 14.745/15)

III - estiver agregado por mais de dois anos, por ter sido julgado incapaz temporariamente,
mediante homologação de Junta de Saúde ainda que se trate de moléstia curável;

IV - for condenado à pena de reforma, prevista em lei, por sentença passada em julgado;

V - sendo Oficial, a reforma tiver sido determinada pelo Tribunal Militar do Estado, em julgamento
por ele efetuado, em conseqüência de Conselho de Justificação a que foi submetido;

VI - sendo Aluno-Oficial ou Praça com estabilidade assegurada, tal medida for indicada ao
Comandante-Geral da Brigada Militar em julgamento de Conselho de Disciplina.

§ 1.º Aos atuais postos de 1.º e 2.º Tenentes, em extinção, aplica-se o disposto na alínea "b" do
inciso I deste artigo.

§ 2.º O servidor militar reformado na forma dos itens V e VI só poderá readquirir a situação de
servidor militar anterior, respectivamente, por outra sentença do Tribunal Militar do Estado e nas
condições nela estabelecidas, ou por decisão do Comandante-Geral da Brigada Militar, em
processo regular.

47
Art. 115. Anualmente, no mês de fevereiro, o órgão responsável pelo pessoal da Corporação
organizará a relação dos servidores militares que houverem atingido a idade-limite de
permanência na reserva remunerada, a fim de serem reformados.

Parágrafo único. A situação de inatividade do servidor militar da reserva remunerada, quando


reformado por limite de idade, não sofre solução de continuidade, exceto quanto às condições
de convocação.

Art. 116. A incapacidade definitiva pode sobrevir em conseqüência de:

I - ferimento sofrido em ação policial ou enfermidade contraída nessa circunstância ou que nela
tenha causa eficiente, bem como em decorrência da agressão sofrida e não provocada pelo
serviço militar, no exercício de suas atribuições;

II - acidente em serviço, entendido como:

a - por ato relacionado, mediata ou imediatamente, com as atribuições do posto ou graduação,


ainda que ocorrido em horário ou local diverso daquele determinado para o exercício de suas
funções;

b - por situação ocorrida no percurso da residência para o trabalho e vice-versa;

c - em treinamento; e

d - em represália, por sua condição de servidor militar.

III - doença, moléstia ou enfermidade adquirida com relação de causa e efeito a condições
inerentes ao serviço;

IV - tuberculose ativa, alienação mental, neoplasia maligna, cegueira, hanseníase, paralisia


irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, males de Addison e de Parkinson, pênfigo,
espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, esclerose múltipla, estados avançados do mal
de Paget (osteíte deformante), Síndrome de Imunodeficiência Adquirida e outras que a lei indicar,
com base na medicina especializada;

V - acidente, doença, moléstia ou enfermidade sem relação de causa e efeito com o serviço.

§ 1.º Os casos de que tratam os itens I, II, e III deste artigo serão provados por atestado de
origem ou inquérito sanitário de origem, sendo os termos do acidente, baixa ao hospital,
papeletas de tratamento nas enfermarias e hospitais, bem como os registros de baixa, utilizados
como meios subsidiários para esclarecer a situação.

§ 2.º Nos casos de tuberculose, as Juntas de Saúde deverão basear seus julgamentos,
obrigatoriamente, em observações clínicas acompanhadas de repetidos exames subsidiários, de
modo a comprovar, com segurança, a atividade da doença, após acompanhar sua evolução até
três períodos de seis meses de tratamento clínico-cirúrgico metódico, atualizado e, sempre que
necessário, nosocomial, salvo quando se tratar de formas avançadas no conceito clínico e sem
qualquer possibilidade de regressão completa, as quais terão parecer imediato da incapacidade
definitiva.

48
§ 3.º O parecer definitivo a adotar, nos casos de tuberculose, para os portadores de lesões
aparentemente inativas, ficará condicionado a um período de consolidação extra-nosocomial
nunca inferior a seis meses contados a partir da época da cura.

§ 4.º Considera-se alienação mental todo caso de distúrbio mental ou neuro-mental grave
persistente, no qual, esgotados os meios habituais de tratamento, permaneça alteração completa
ou considerável na personalidade, destruindo a autodeterminação do pragmatismo e tornando o
indivíduo total e permanentemente impossibilitado para qualquer trabalho.

§ 5.º Ficam excluídas do conceito de alienação mental as epilepsias psíquicas e neurológicas,


assim julgadas pelas Juntas de Saúde.

§ 6.º Considera-se paralisia todo caso de neuropatia grave e definitiva que afeta a motilidade,
sensibilidade, troficidade e mais funções nervosas, no qual, esgotados os meios habituais de
tratamento permaneçam distúrbios graves, extensos e definitivos, que tornem o indivíduo total e
permanentemente impossibilitado para qualquer trabalho.

§ 7.º São também equiparados a paralisias os casos de afecção ósteo-músculo-articulares graves


e crônicos (reumatismos graves e crônicos ou progressivos e doenças similares), nos quais,
esgotados os meios habituais de tratamento, permaneçam distúrbios extensos e definitivos,
querósteo-músculo-articulares residuais, quer secundários das funções nervosas, motilidade,
troficidade ou mais funções, que tornem o indivíduo total e permanentemente impossibilitado
para qualquer trabalho.

§ 8.º São equiparados à cegueira, não só os casos de afecção crônica, progressiva e incurável
que conduzirão à cegueira total, como também os de visão rudimentar que apenas permitam a
percepção de vultos, não suscetíveis de correção por lentes nem removíveis por tratamento
médico-cirúrgico.

Art. 117. O servidor militar da ativa, julgado incapaz definitivamente por um dos motivos
constantes dos itens I, II, III e IV do artigo anterior, será reformado com remuneração integral,
qualquer que seja o seu tempo de serviço.

Art. 118. O servidor militar da ativa, julgado incapaz definitivamente por um dos motivos
constantes do item I do artigo 116, será promovido extraordinariamente, nos termos definidos
em lei específica, antes de ser reformado.

Parágrafo único. Nos casos previstos nos itens II, III e IV do artigo 116, verificada a incapacidade
definitiva, o servidor militar considerado inválido, com impossibilidade total e permanente para
qualquer trabalho, será reformado com remuneração correspondente ao grau hierárquico
imediatamente superior ao que possuir na ativa.

Art. 119. O servidor militar da ativa, julgado incapaz definitivamente por um dos motivos
constantes do item V do artigo 116, será reformado:
I - com remuneração proporcional ao tempo de serviço, se Oficial ou Praça com estabilidade
assegurada;

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II - com remuneração integral do seu posto ou graduação, desde que, com qualquer tempo de
serviço, seja considerado inválido, com impossibilitante total e permanente para qualquer
trabalho.

Art. 120. O servidor militar, reformado por incapacidade definitiva, que for julgado apto em
inspeção de saúde pela Junta Superior de Saúde, em grau de recurso ou revisão, poderá retornar
ao serviço ativo ou ser transferido para a reserva remunerada.

§ 1.º O retorno ao serviço ativo ocorrerá se o tempo decorrido na situação de reformado não
ultrapassar dois anos e na forma do § 1.º do artigo 97.

§ 2.º A transferência para a reserva remunerada, observado o limite de idade para permanência
nessa situação, ocorrerá se o tempo decorrido na situação de reformado ultrapassar dois anos.

Art. 121. O servidor militar reformado por alienação mental, enquanto não ocorrer a designação
judicial de curador, terá a sua remuneração paga aos seus beneficiários, desde que o tenham sob
sua guarda e responsabilidade e lhe dispensem tratamento humano e condigno.

§ 1.º A interdição judicial do servidor militar reformado por alienação mental deverá ser
providenciada pelos beneficiários, parentes ou responsáveis, até sessenta dias a contar da data
do ato da reforma, sob a pena de suspensão do pagamento da remuneração respectiva.

§ 2.º A interdição judicial do servidor militar e seu internamento em instituição apropriada,


policial-militar ou não, deverão ser providenciados pela Corporação quando:

I - não houver beneficiários, parentes ou responsáveis;

II - não forem satisfeitas as condições de tratamento exigidas neste artigo.

§ 3.º Os processos e os atos de registro de interdição do servidor militar serão isentos de custas
na Justiça Estadual.

DA DEMISSÃO, DA PERDA DO POSTO E DA PATENTE

E DA DECLARAÇÃO DE INDIGNIDADE OU INCOMPATIBILIDADE COM O OFICIALATO

Art. 122. A demissão da Brigada Militar, aplicada exclusivamente aos Oficiais, se efetua:

I - a pedido;

II - "ex-officio".

Art. 123. A demissão a pedido será concedida, diante de requerimento do interessado:

I - sem indenização aos cofres públicos, quando contar com mais de cinco anos de Oficialato;
II - com indenização das despesas feitas pelo Estado com a sua preparação e formação, quando
contar menos de cinco anos de Oficialato.

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§ 1.º No caso de o Oficial ter feito qualquer curso ou estágio de duração igual ou superior a seis
meses e inferior ou igual a dezoito meses, por conta do Estado, e não tendo decorrido mais de
três anos de seu término, a demissão só será concedida mediante indenização de todas as
despesas correspondentes ao referido curso ou estágio, acrescidas, se for o caso, das previstas
no item II deste artigo a das diferenças de vencimentos.

§ 2.º No caso de o Oficial ter feito qualquer curso ou estágio de duração superior a dezoito
meses, por conta do Estado, aplicar-se-á o disposto no parágrafo anterior, se ainda não houverem
decorrido mais de cinco anos de seu término.

§ 3.º O Oficial demissionário a pedido não terá direito a qualquer remuneração, sendo a sua
situação militar definida pela Lei de Serviço Militar.

§ 4.º O direito à demissão a pedido pode ser suspenso, na vigência de estado de guerra, de sítio,
e nos casos de perturbação da ordem interna, de mobilização ou de calamidade pública.

Art. 124. O Oficial da ativa empossado em cargo público permanente, estranho à sua carreira
será imediatamente, mediante demissão "ex-officio", transferido para a reserva, onde ingressará
com o posto que possuir na ativa e com as obrigações estabelecidas em lei, não podendo
acumular qualquer proventos de inatividade com a remuneração do cargo público permanente.

Art. 125. O Oficial que houver perdido o posto e a patente será demitido "ex-officio", sem direito
a qualquer remuneração ou indenização, e terá a sua situação definida pela Lei do Serviço Militar.

Art. 126. O Oficial perderá o posto e a patente se for declarado indigno do Oficialato, ou com
ele incompatível, por decisão do Tribunal Militar do Estado, em decorrência de julgamento a que
for submetido.

Parágrafo único. O Oficial declarado indigno do Oficialato, ou com ele incompatível, e condenado
à perda de posto e patente, só poderá readquirir a situação de servidor militar anterior por outra
sentença do Tribunal Militar do Estado e nas condições nela estabelecidas.

Art. 127. Fica sujeito a declaração de indignidade para o Oficialato, ou de incompatibilidade com
o mesmo, por julgamento do Tribunal Militar do Estado, o Oficial que:

I - for condenado por Tribunal Civil ou Militar a pena restritiva de liberdade individual superior a
dois anos, em decorrência de sentença condenatória passada em julgado;

II - for condenado por sentença passada em julgado por crime para o qual a lei comine essa pena
acessória;

III - incidir nos casos previstos em lei específica, que motivam o julgamento por Conselho de
Justificação e neste for considerado culpado;
IV - tiver perdido a nacionalidade brasileira.

51
DO LICENCIAMENTO

Art. 128. O licenciamento do serviço ativo, aplicado somente às Praças, se efetua:

I - a pedido;

II - "ex-officio".

§ 1.º O licenciamento a pedido poderá ser concedido, desde que não haja prejuízo para o serviço,
à Praça engajada ou reengajada que conte, no mínimo, a metade do tempo de serviço a que se
obrigou.

§ 2.º O licenciamento "ex-officio" se dará:

I - por conclusão de tempo de serviço;

II - por conveniência do serviço;

III - a bem da disciplina.

§ 3.º O servidor militar licenciado não tem direito a qualquer remuneração e terá sua situação
militar definida pela Lei do Serviço Militar.

§ 4.º O licenciado "ex-officio" a bem da disciplina receberá o Certificado de Isenção previsto na


Lei do Serviço Militar.

§ 5.º Compete ao Governador do Estado o ato licenciamento das Praças.

Art. 129. O Aluno-Oficial e as demais Praças sem estabilidade assegurada, empossadas em cargo
público permanente estranho à sua carreira, serão imediatamente licenciados "ex-officio", sem
remuneração, e terão sua situação militar definida pela Lei do Serviço Militar.

Parágrafo único. As Praças que tiverem feito curso ou estágio aplicam-se as disposições dos
parágrafo único do artigo 105.

Art. 130. O direito ao licenciamento a pedido poderá ser suspenso na vigência do estado de
guerra ou de sítio e nos casos de perturbado da ordem interna, de mobilização ou de calamidade
pública.

DA ANULAÇÃO DE INCLUSÃO

Art. 131. A anulação de inclusão, para as Praças, ocorrerá durante a prestação do serviço policial-
militar inicial nos seguintes casos:
I - de irregularidade no recrutamento, inclusive relacionada com a seleção;

II - de moléstia não adquirida em serviço, em conseqüência da qual o voluntário venha a


permanecer afastado do serviço durante noventa dias, consecutivos ou não;

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III - se o voluntário for portador de moléstia que o incapacite para o serviço e que haja escapado
à observação da Junta Policial-Militar de Saúde, por ocasião da inspeção para a inclusão.

Parágrafo único. Cabe ao Comandante-Geral determinar a anulação de Inclusão.

DA EXCLUSÃO DA PRAÇA A BEM DA DISCIPLINA

Art. 132. A exclusão a bem da disciplina será aplicada "ex-officio":

a) às Praças sem estabilidade que forem condenadas a pena restritiva de liberdade superior a
dois anos, no foro civil ou militar, em sentença transitada em julgado.

b) aos Alunos-Oficiais ou às Praças com estabilidade assegurada:

I - sobre as quais houver pronunciado tal sentença o Conselho Permanente de Justiça, por
haverem sido condenadas em sentença passada em julgado por aquele Conselho ou pela Justiça
Civil a pena restritiva de liberdade individual superior a dois anos, ou, nos crimes previstos na
legislação especial concernente à Segurança Nacional, a pena de qualquer duração;

Art. 133. Compete ao Governador do Estado o ato de exclusão, a bem da disciplina, das Praças
com estabilidade.

Art. 134. A exclusão da Praça a bem da disciplina acarreta a perda do seu grau hierárquico e não
a isenta das indenizações dos prejuízos causados à Fazenda Estadual ou a terceiros, nem das
pensões decorrentes de sentença judicial.

Parágrafo único. A Praça excluída a bem da disciplina não terá direito a qualquer remuneração
ou indenização e sua situação militar será definida pela Lei do Serviço Militar.

DA DESERÇÃO

Art. 135. A deserção do servidor militar acarreta a interrupção do serviço policial-militar, com a
conseqüente demissão "ex-officio" para o Oficial ou exclusão do serviço ativo para a Praça.
§ 1.º A demissão do Oficial ou exclusão da Praça com estabilidade processar-se-á após um ano
de agregação, se não houver captura ou apresentação voluntária antes do término desse prazo.

§ 2.º A Praça sem estabilidade assegurada será automaticamente excluída, ao ser oficialmente
declarada desertora.

§ 3.º O servidor militar desertor que for capturado ou que se apresentar voluntariamente depois
de haver sido demitido ou excluído, será submetido a inspeção de saúde e, se julgado apto,
reincluído no serviço ativo e, a seguir, agregado para se ver processar e, na hipótese de ser
julgado incapaz, a sua situação será regulada na legislação específica.
§ 4.º A reinclusão em definitivo do servidor militar de que trata o parágrafo anterior dependerá
de sentença do Conselho de Justiça.

53
DO FALECIMENTO E DO EXTRAVIO

Art. 136. O falecimento do servidor militar da ativa acarreta interrupção do serviço policial-militar,
com o conseqüente desligamento ou exclusão do serviço ativo, a partir da data da ocorrência do
óbito.

Art. 137. O extravio do servidor militar da ativa acarreta interrupção do serviço policial-militar
com o conseqüente afastamento temporário do serviço ativo, a partir da data em que o mesmo
foi oficialmente considerado extraviado.

§ 1.º O desligamento do serviço ativo será feito seis meses após a agregação por motivo de
extravio.

§ 2.º Em caso de naufrágio, sinistro aéreo, catástrofe, calamidade pública ou outros acidentes
oficialmente reconhecidos, o extravio ou o desaparecimento do servidor militar da ativa será
considerado como falecimento, para fins deste Estatuto, tão logo sejam esgotados os prazos
máximos de possível sobrevivência ou se dêem por encerradas as providências de salvamento.

Art. 138. O reaparecimento do servidor militar extraviado ou desaparecido, já desligado do


serviço ativo, resulta em sua reinclusão e nova agregação, enquanto se apuram as causas que
deram origem ao seu afastamento.

Parágrafo único. O servidor militar reaparecido será submetido a Conselho de Justificação ou a


Conselho de Disciplina, por decisão do Comandante-Geral da Brigada Militar, se assim julgar
necessário.

DO TEMPO DE SERVIÇO

Art. 139. Os servidores militares começam a contar tempo de serviço na Brigada Militar a partir
da data de sua inclusão ou nomeação para o posto ou graduação.

§ 1.º Considera-se como data de inclusão ou nomeação, para fins deste artigo, a data de
publicação do respectivo ato no Diário Oficial do Estado.
§ 2.º O servidor militar reincluído recomeça a contar tempo de serviço na data de publicação, no
Diário Oficial do Estado, do ato concernente a sua reinclusão.

§ 3.º Quando, por motivo de força maior oficialmente reconhecido, como incêndio, naufrágio,
sinistro aéreo, inundação ou outras calamidades, faltarem dados para contagem de tempo de
serviço, caberá ao Comandante-Geral arbitrar o tempo a ser computado, para cada caso
particular, de acordo com os elementos disponíveis, após as investigações que couberem.

Art. 140. Na apuração de tempo de serviço policial-militar, será feita a distinção entre:

I - tempo de serviço efetivo;

54
II - anos de serviço.

Art. 141. Tempo de efetivo serviço é o espaço de tempo computado dia a dia entre a inclusão
ou nomeação e a data limite estabelecida para contagem ou data do desligamento do serviço
ativo, mesmo que tal espaço de tempo seja parcelado.

§ 1.º Será, também, computado como tempo de efetivo serviço o tempo passado dia a dia, nas
Organizações Policiais-Militares, pelo servidor militar da reserva convocado ou mobilizado, no
exercício de funções servidores militares na forma do artigo 112.

§ 2.º Não serão deduzidos do tempo de efetivo serviço, além dos afastamentos previstos no
artigo 66, os períodos em que o servidor militar estiver afastado do exercício de suas funções,
em gozo de licença especial.

§ 3.º Ao tempo de efetivo serviço, de que trata este artigo, apurados e totalizados em dias, será
aplicado o divisor trezentos e sessenta e cinco, para a correspondente obtenção dos anos de
efetivo serviço.

Art. 142. "Anos de serviço" é a expressão que designa o tempo de efetivo serviço a que se refere
o artigo anterior, com os seguintes acréscimos:

I - tempo de serviço público federal, estadual ou municipal prestado pelo servidor militar
anteriormente a sua inclusão, matrícula, nomeação ou reinclusão na Brigada Militar, acrescido do
tempo de serviço de que trata a Lei Estadual n.º 7057, de 30 de dezembro de 1976;

§ 1.º Os acréscimos a que se refere o inciso I serão computados somente no momento da passagem
do servidor militar à situação de inatividade.

§ 3.º Não é computável, para efeito algum, o tempo:

I - que ultrapassar de um ano, contínuo ou não, em licença para tratamento de saúde de pessoa
da família;

II - passado em licença, para tratar de interesse particular;

III - passado como desertor;


IV - decorrido em cumprimento de pena de suspensão do exercício do posto, ou graduação;
cargo, ou função por sentença passada em julgado;

V - decorrido em cumprimento de pena restrita da liberdade, por sentença passado em julgado,


desde que não tenha sido concedida suspensão condicional da pena;

VI - decorrido após completada a idade limite de permanência no serviço ativo da força;

VII - decorrido após a data em que for julgado incapaz definitivamente para o serviço ativo.

§ 4.º As restrições constantes dos §§ 1.º e 2.º do presente artigo não prejudicarão a vigência dos
artigos 15 a 17 da Lei n.º 6.196, de 15 de janeiro de 1971.

55
Art. 143. O tempo que o servidor militar vier a passar afastado do exercício de suas funções, em
conseqüência de ferimentos recebidos em acidente quando em serviço, na manutenção da ordem
pública, ou de moléstia adquirida no exercício de qualquer função policial-militar, será computado
como se ele o tivesse passado no exercício daquelas funções.

Art. 144. O tempo de serviço passado pelo servidor-militar no exercício de atividades decorrentes
ou dependentes de operações de guerra será regulado em legislação específica.

Art. 145. O tempo de serviço dos servidores militares beneficiados por anistia será contado
conforme estabelecer o ato legal que a conceder.

Art. 146. A data limite estabelecida para o final de contagem dos anos de serviço, para fins de
passagem para a inatividade, será a do desligamento do serviço ativo.

Art. 147. Na contagem dos anos de serviço não poderá ser computada qualquer superposição
entre si dos tempos de serviço público federal, estadual, municipal ou passado em administração
indireta, nem com os acréscimos de tempo, para os possuidores de curso universitário, nem com
tempo de serviço computável após a inclusão em Organização Policial-Militar ou órgão de
formação de Polícia-Militar ou a nomeação para posto da Brigada Militar.

DA LICENÇA PARA ACOMPANHAR O CÔNJUGE

Art. 148. O servidor militar estável terá direito à licença, sem remuneração e sem a contagem de
tempo de serviço, para acompanhar o cônjuge, quando este for transferido, independentemente
de solicitação própria, para outro ponto do Estado ou do Território Nacional, para o exterior ou
para o exercício de mandato eletivo dos Poderes Executivo e Legislativo federal, estadual ou
municipal.

Art. 149. A licença será concedida mediante pedido do servidor militar, devidamente instruído,
podendo ser renovada a cada dois anos.

DAS RECOMPENSAS E DAS DISPENSAS DO SERVIÇO

Art. 150. As recompensas constituem reconhecimento de bons serviços prestados pelos


servidores militares.

§ 1.º São recompensas aos servidores militares:


a) prêmios de Honra ao Mérito;

b) condecorações por serviços prestados;

c) elogios, louvores, referências elogiosas;


56
d) dispensa do serviço.

§ 2.º As recompensas serão concedidas de acordo com as normas estabelecidas nas leis e nos
regulamentos da Brigada Militar.

Art. 151. As dispensas do serviço são autorizações concedidas aos servidores militares para
afastamento total do serviço, em caráter temporário.

Art. 152. As dispensas do serviço podem ser concedidas aos servidores militares:

I - como recompensa;

II - em decorrência de prescrição médica.

Parágrafo único. As dispensas de serviço serão concedidas com remuneração correspondente ao


cargo ou função e computadas como tempo de efetivo serviço.

DA PRORROGAÇÃO DO SERVIÇO POLICIAL-MILITAR

Art. 153. Às Praças que concluírem o tempo de serviço a que estiverem obrigadas, poderá, desde
que requeiram, ser concedida prorrogação desse tempo, uma ou mais vezes, como engajados ou
reengajados, segundo as conveniências da Corporação e de acordo com a legislação pertinente.

Parágrafo único. O tempo de serviço policial-militar inicial, bem como os de engajamento e de


reengajamento, será de dois anos.

DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 154. A assistência religiosa aos servidores militares será regulada em lei específica.

Art. 155. É vedado o uso, por parte de organizações civis, de designações que possam sugerir
a sua vinculação à Brigada Militar, excetuadas as associações, clubes, círculos e outros, que
congreguem membros da Brigada Militar.

Art. 156. Aplicam-se à Brigada Militar, no que couberem, o Regulamento Interno e dos Serviços
Gerais do Exército (R/1), o Regulamento de Continências, Honra e Sinais de Respeito das Forças
Armadas (R/2), o Regulamento de Administração do Exército (R/3), o Regulamento de
Correspondência do Exército, o Conselho de Justificação (Lei n.º 5.836/72) e o Conselho de
Disciplina (Decreto federal n.º 71.500/72).

Art. 157. O cônjuge do servidor militar, sendo servidor estadual, será, se o requerer, removido
ou designado para a sede do município onde servir o servidor militar, sem prejuízo de qualquer

57
dos seus direitos, passando, se necessário, a condição de adido ou posto a disposição de
qualquer órgão do serviço público estadual.

Parágrafo único. Quando, por necessidade do serviço, o servidor militar mudar a sede do seu
domicílio, terá assegurado o direito de transferência e matrícula, para si e seus dependentes,
para qualquer estabelecimento de ensino do Estado, independente de vaga e em qualquer grau.

Art. 158. Não se aplicam as disposições deste Estatuto ao pessoal civil em serviço na Brigada
Militar.

Art. 159. Aplicam-se aos servidores militares, nos casos omissos na presente Lei, as disposições
do Estatuto e Regime Jurídico Único dos Servidores Públicos Civis do Estado do Rio Grande do
Sul.

Art. 160. Os servidores militares inativados na forma prevista pelo artigo 167, § 1.º, incisos I, II
e III da Lei n.º 7.138, de 30 de janeiro de 1978, são considerados promovidos ao grau
hierárquico imediato, mantendo-se inalterado o cálculo dos respectivos proventos.

Art. 161. As Praças terão direito ao fardamento de serviço por conta do Estado, de acordo com
a tabela de distribuição elaborada pela Brigada Militar.

Art. 162. Esta lei entra em vigor no primeiro dia do mês seguinte ao de sua publicação.

Art. 163. Revogam-se as disposições em contrário, em especial a Lei n.º 7.138, de 30 de janeiro
de 1978.

58
LEI COMPLEMENTAR N.º 10.992, DE 18 DE AGOSTO DE 1997.

Dispõe sobre a carreira dos Servidores Militares do Estado do Rio Grande do Sul e dá outras
providências.

Art. 1.º Os Quadros de Organização da Brigada Militar e as carreiras dos Oficiais e Praças passam
a observar os preceitos estatuídos na presente Lei.

Art. 2.º Fica instituída a CARREIRA dos SERVIDORES MILITARES Estaduais de NÍVEL SUPERIOR,
estruturada através do QUADRO DE OFICIAIS DE ESTADO MAIOR - QOEM e do Quadro de
OFICIAIS ESPECIALISTAS em SAÚDE - QOES.

§ 1.º A carreira dos QUADROS DE OFICIAIS, de que trata o "caput" deste artigo, é constituída dos
postos de CAPITÃO, MAJOR, TENENTE-CORONEL E CORONEL.

§ 2.º A INCLUSÃO no quadro de acesso para a promoção ao POSTO DE CORONEL poderá ser
RECUSADA pelo servidor.

Art. 3.º O INGRESSO no QOEM dar-se-á no posto de CAPITÃO, por ATO DO GOVERNADOR do
Estado, após concluída a formação específica, através de APROVAÇÃO no CURSO SUPERIOR DE
POLÍCIA MILITAR (CSPM).

§ 1.º O INGRESSO no CSPM dar-se-á mediante CONCURSO PÚBLICO de provas e títulos com
exigência de DIPLOMAÇÃO no CURSO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E SOCIAIS.

§ 2.º Os aprovados no concurso público de que trata o parágrafo anterior, enquanto estiverem
freqüentando o CSPM, cujo prazo de DURAÇÃO NÃO EXCEDERÁ A DOIS ANOS, serão
considerados Alunos-Oficiais.

Art. 4.º O ingresso no QOES dar-se-á no posto de Capitão, por ato do Governador do Estado,
mediante concurso público de provas e títulos e conclusão, com aprovação, do Curso Básico de
Oficiais de Saúde - CBOS, sendo exigido DIPLOMA de nível SUPERIOR na RESPECTIVA ÁREA DA
SAÚDE.

Art. 5.º A ASCENSÃO FUNCIONAL nos postos do QOEM e do QOES ocorrerá após decorrido o
INTERSTÍCIO MÍNIMO DE OITO ANOS de EFETIVO SERVIÇO em CADA POSTO imediatamente
anterior ao correspondente à promoção.

§ 1.º Para a PROMOÇÃO ao posto de MAJOR, o ocupante do POSTO DE CAPITÃO deverá ter
PRESTADO SERVIÇOS em ÓRGÃO DE EXECUÇÃO por um PERÍODO, consecutivo ou não, de, no
MÍNIMO, TRÊS ANOS e ter concluído, com aprovação, o CURSO AVANÇADO DE ADMINISTRAÇÃO
POLICIAL MILITAR - CAAPM.
§ 2.º O acesso à PROMOÇÃO ao posto de CORONEL, pelo ocupante do posto de Tenente-Coronel,
exige a CONCLUSÃO, com APROVAÇÃO, do CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM POLÍTICAS E
GESTÃO DE SEGURANÇA PÚBLICA - CEPGSP.

59
§ 3.º O Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais e o Curso Superior de Polícia Militar, cursados pelos
integrantes do Quadro de Oficiais de Polícia Militar - QOPM, com vigência anterior a esta Lei, são
equivalentes e substituídos, respectivamente, pelos Cursos previstos nos parágrafos 1.º e 2.º
deste artigo.

Art. 6.º Os postos de Capitão, Major, Tenente-Coronel e Coronel da atual carreira do Quadro de
Oficiais de Polícia Militar - QOPM e o posto de Capitão da atual carreira do Quadro Especial de
Oficiais de Polícia Militar Feminina - QEOPMFem, previstos na Lei n.º 9.741, de 20 de outubro
de 1992, ficam incorporados à carreira do QOEM, assim como os postos mencionados neste
artigo, da atual carreira do Quadro de Oficiais de Saúde - QOS, igualmente previstos na
mencionada Lei, passam a integrar a carreira do QOES.

§ 1.º Os atuais postos de Primeiro e Segundo-Tenentes do QOPM e do QEOPMFem passam a


constituir o Quadro Especial de Oficiais da Brigada Militar em Extinção - QEOBMEx, e os atuais
postos de Primeiro e Segundo-Tenentes do QOS passam também a constituir o Quadro Especial
de Oficiais de Saúde da Brigada Militar em Extinção - QEOSBMEx, sendo que estes postos serão
extintos à medida que vagarem os respectivos cargos.

§ 2.º Não haverá ingressos no posto inicial da carreira do QOEM e do QOES, decorrentes da
conclusão dos Cursos instituídos nos artigos 3.º e 4.º desta Lei, enquanto não forem promovidos
ao posto de Capitão os integrantes dos Quadros Especiais previstos no parágrafo anterior, até a
sua extinção.

§ 3.º A incorporação dos Oficiais oriundos dos Quadros extintos por esta Lei Complementar aos
novos Quadros por ela criados, far-se-á de acordo com as respectivas antigüidades e na ordem
de precedência que entre si detinham nos Quadros de origem, sendo que, na hipótese de
igualdade de antigüidade, será considerada como termo inicial a data de promoção ou nomeação
para o posto de Segundo Tenente, assegurando-se a mencionados Oficiais o direito de acesso a
todos postos, em igualdade de condições.

§ 4.º Os Alunos-Oficiais dos Cursos Superiores de Formação de Oficiais da Brigada Militar em


andamento ou já autorizados, mediante edital, na data de vigência desta Lei Complementar, serão
promovidos ao posto de Segundo-Tenente do QEOBMEx referido no § 1.º deste artigo, por
ocasião da formatura no respectivo curso, mediante ato do Governador do Estado

§ 5.º O Curso Superior de Formação de Oficiais da Brigada Militar (CSFO/BM), com vigência
anterior a esta Lei, é EQUIVALENTE e sUBSTITUÍDO pelo CURSO SUPERIOR DE POLÍCIA MILITAR.

§ 6.º A promoção disciplinada pelo § 4.º deste artigo será realizada para o posto de Primeiro-
Tenente do QEOBMEx, quando nele existirem vagas, respeitada a precedência hierárquica.

Art. 7.º Os integrantes do QOPM, do QEOPMFem e do QOS, previstos na Lei n.º 9.741, de 20
de outubro de 1992, bem como os integrantes dos Quadros Especiais em extinção, previstos no
§ 1.º do artigo anterior, têm assegurado o direito à ascensão hierárquica, independentemente do
interstício e tempo de serviço em órgão de execução previstos no artigo 5.º desta Lei, aplicando-

60
se-lhes o Estatuto dos Servidores Militares do Estado do Rio Grande do Sul e o Regulamento de
Promoções.

Parágrafo único. À medida que vagarem os cargos dos postos de Primeiro-Tenente do QEOBMEx,
preservado o disposto no § 4.º do artigo anterior, poderão ser providos, em igual número, os
cargos do Quadro de Primeiro-Tenentes de Polícia Militar - QTPM, criado por esta Lei.

Art. 8.º O Oficial do Quadro de Oficiais de Estado Maior - QOEM exerce o Comando, Chefia ou
Direção dos órgãos administrativos de média e alta complexidade da estrutura organizacional da
Corporação e das médias e grandes frações de tropa de atividade operacional, incumbindo-lhe o
planejamento, a coordenação e o controle das atividades a seu nível, na forma regulamentar, bem
como o planejamento, a direção e a execução das atividades de ensino, pesquisa, instrução e
treinamento, voltadas ao desenvolvimento da segurança pública, na área afeta à Brigada Militar.

Art. 9.º O Oficial do Quadro de Oficiais Especialistas em Saúde - QOES atuará nas atividades de
saúde da Instituição, aplicando-lhes as disposições do artigo anterior, de acordo com as suas
peculiaridades.

Art. 10. Os Quadros de Oficiais de Administração (QOA) e de Oficiais Especialistas (QOE),


previstos na Lei n.º 9.741, de 20 de outubro de 1992, serão extintos à medida que vagarem os
respectivos cargos, ficando assegurado aos seus atuais integrantes a ascensão hierárquica, na
forma da legislação pertinente.

Art. 11. Fica instituída a carreira dos Servidores Militares Estaduais de Nível Médio, integrada
pelo Quadro de Primeiro-Tenentes de Polícia Militar - QTPM e pelas Qualificações Policiais-
Militares - QPM - para Praças, composta, respectivamente, por posto e graduações, com exigência
da escolaridade de 2.º Grau do ensino médio, a qual possibilitará o acesso ao grau hierárquico
de Primeiro-Tenente. (Vide Lei Complementar n.º 11.832/02)

§ 1.º A inclusão em Quadro de Acesso para as promoções na carreira instituídas no “caput”


poderá ser recusada pelo servidor militar. (Incluído pela Lei Complementar n.º 11.832/02)

§ 2.º Fica assegurado aos Terceiro-Sargentos em Extinção, aos Cabos em Extinção e aos Soldados
que ingressaram na Brigada Militar anterior a data de 18 de agosto de 1997, o direito de
freqüentarem o Curso Técnico de Segurança Pública (CTSP), independente de

possuírem o ensino médio, permanecendo a necessidade de preencherem os demais requisitos


impostos em lei.

§ 3.º Os MILITARES Estaduais para serem PROMOVIDOS deverão estar classificados, NO MÍNIMO,
no COMPORTAMENTO "BOM".
§ 4.º Na promoção de carreira dos Militares Estaduais de Nível Médio não será exigido exame
psicotécnico.

Art. 12. As Qualificações Policiais-Militares (QPM) da Brigada Militar passam a ser as seguintes:

61
I - Qualificação Policial-Militar 1 (QPM-1): Praças de Polícia Ostensiva;

II - Qualificação Policial-Militar 2 (QPM-2): Praças Bombeiros.

Art. 13. As QPBM são constituídas pelas graduações de SOLDADO NÍVEL III, Soldado Nível II,
Soldado Nível I, SEGUNDO-Sargento e PRIMEIRO-SARGENTO.

Parágrafo único. A PROGRESSÃO para os NÍVEIS II E I da graduação de SOLDADO será


AUTOMÁTICA após, respectivamente, 10 (DEZ) E 20 (VINTE) ANOS de CARREIRA.

Art. 14. O INGRESSO nas QPM dar-se-á na GRADUAÇÃO de SOLDADO NÍVEL III, por ATO DO
GOVERNADOR do Estado, após APROVAÇÃO em CONCURSO público e no respectivo CURSO DE
FORMAÇÃO.

Art. 15. REVOGADO

Art. 16. As graduações de Cabo e Subtenente, previstas na Lei n.º 9.741, de 20 de outubro de
1992, ficam extintas, à medida que vagarem os respectivos cargos.

§ 1.º A graduação de Terceiro-Sargento será provida, respeitado o efetivo para ela fixado na Lei
citada, mediante a formação em serviço dos atuais Cabos e Soldados, respeitada a ordem
hierárquica, que houverem ingressado na Instituição até a data de 18 de agosto de 1997, que
contarem ou completarem cinco anos de efetivo serviço na Brigada Militar. (Redação dada pela
Lei Complementar n.º 11.832/02)

§ 2.º Os promovidos à graduação de Terceiro-Sargento freqüentarão estágio de aperfeiçoamento


visando a adequarem-se à nova graduação. (Redação dada pela Lei Complementar n.º
11.832/02)

§ 3.º Não havendo candidatos passíveis de formação em serviço, a graduação de Terceiro-


Sargento entrará em extinção, revertendo os cargos, à medida em que vagarem: 20% para o
posto de Primeiro-Tenente, 30% para a graduação de Primeiro-Sargento e os 50% restantes
para a graduação de Segundo-Sargento. (Redação dada pela Lei Complementar n.º 11.832/02)

Art. 17. A convocação dos Subtenentes e Primeiro-Sargentos para freqüentarem o Curso Básico
de Administração Policial Militar (CBAPM) e dos Terceiro-Sargentos em Extinção, Cabos em
Extinção e Soldados para freqüentarem o Curso Técnico em Segurança Pública (CTSP), dar-se-á
por ordem de antigüidade.

§ 1.º O total de postos de Primeiro-Tenente (QTPM) será distribuído entre a qualificação de


policiamento e a qualificação de bombeiros proporcionalmente ao respectivo efetivo, para fins

62
de convocação de Subtenentes e Primeiro-Sargentos aos cursos de habilitação (CBA) previstos
no “caput” deste artigo.

§ 2.º Das vagas referentes às convocações de que trata o "caput" deste artigo, 50% (cinquenta
por cento) serão preenchidas por candidatos habilitados, a ser regulado administrativamente pela
Brigada Militar, observado o interstício mínimo de 5 (cinco) anos de efetivo serviço para o Curso
Técnico em Segurança Pública – CTSP –, e de 4 (quatro) anos na graduação de Primeiro-Sargento
para o Curso Básico de Administração – CBA.

§ 3.º O interstício de permanência na graduação de Primeiro-Sargento referido no § 2.º será de


3 (três) anos para os atuais Terceiros, Segundos e Primeiros-Sargentos e para os atuais alunos
do CTSP.

Art. 18. REVOGADO

Art. 19. Serão promovidos à graduação de Segundo-Sargento, após aprovação no curso de


habilitação Curso Técnico de Segurança Pública (CTSP), os Terceiros-Sargentos em Extinção,
Cabos em Extinção e Soldados, que contarem com mais de cinco anos de efetivo serviço na
Brigada Militar, obedecidos os critérios de antigüidade e merecimento, a medida que vagarem
os cargos.

§ 1.º Serão promovidos à graduação de Primeiro-Sargento os Segundos-Sargentos que contarem


com pelo menos 4 (quatro) anos na graduação, obedecidos os critérios de antiguidade e
merecimento, à medida que vagarem os cargos.

§ 2.º O interstício de permanência na graduação de Segundo-Sargento referido no § 1.º será de


3 (três) anos para os atuais Terceiros e Segundos-Sargentos e para os atuais alunos do CTSP.

Art. 20. Os Servidores Militares Estaduais de Nível Médio são, por excelência, respeitada a ordem
hierárquica, elementos de execução das atividades administrativas e operacionais, podendo
exercer o Comando e Chefia de órgãos administrativos de menor complexidade e das pequenas
frações de tropa da atividade operacional da estrutura organizacional da Corporação, assim como
auxiliar nas tarefas de planejamento, executar a coordenação e o controle das atividades em seu
nível, na forma regulamentar, e ainda auxiliar na execução das atividades de ensino, pesquisa,
instrução e treinamento.

Art. 21. Serão promovidos ao posto de Primeiro-Tenente, após aprovação em curso de habilitação
Curso Básico de Administração Policial Militar (CBAPM), os Subtenentes e Primeiro-Sargentos,
obedecidos os critérios de antigüidade e merecimento, à medida em que vagarem os cargos.
Parágrafo único. Os Subtenentes e Primeiro-Sargentos possuidores do extinto Curso de
Aperfeiçoamento de Sargentos (CAS) terão precedência na matrícula do CBAPM.

63
Art. 22. Ficam extintas as Qualificações Policiais Militares Gerais e Particulares e a Qualificação
Especial de Praças de Polícia Militar Feminina, instituídas pela Lei n.º 9.741, de 20 de outubro
de 1992.

§ 1.º As Praças oriundas das extintas Qualificações Policiais-Militares Particulares (QPMP), da


Qualificação Policial-Militar Geral-1 (QPMG-1) e da Qualificação Especial de Praças de Polícia-
Militar Feminina (QEPPMFem) passam a integrar a Qualificação Policial-Militar 1 (QPM-1).

§ 2.º As Praças oriundas das extintas Qualificações Policiais-Militares Particulares (QPMP) da


Qualificação Policial-Militar Geral-2 (QPMG-2) passam a integrar a Qualificação Policial-Militar 2
(QPM-2).

§ 3.º As fusões das extintas Qualificações Policiais-Militares, com vistas à formação das
Qualificações criadas por esta Lei, observarão, para a organização das novas escalas hierárquicas,
a ordem de antigüidade na graduação e a ordem de precedência que seus integrantes detinham
nas Qualificações extintas.

§ 4.º As especialidades de interesse da Brigada Militar, exercidas por Praças, serão criadas e
reguladas por ato do Chefe do Poder Executivo, mediante proposta do Comandante-Geral da
Brigada Militar ao Secretário de Estado responsável pelos assuntos da segurança pública.

Art. 23. Fica extinta a graduação de Aspirante-a-Oficial.

Art. 24. Ficam extintos os Cursos de Formação, Habilitação e Aperfeiçoamento instituídos para
Oficiais e Praças anteriormente à vigência desta Lei.

Art. 25. Ficam mantidos os padrões remuneratórios dos cargos correspondentes aos postos e
graduações extintos por esta Lei, sobre os quais incidirá a política salarial do Estado.

Art. 25-A. Os Soldados PM - 1.ª Classe ativos e inativos serão reenquadrados nos Níveis III, II e
I, da seguinte forma: (Incluído pela Lei Complementar n.º 15.454/20)

I - os Soldados que tenham 20 (vinte) anos ou mais de carreira completos na data de entrada em
vigor desta Lei Complementar serão reenquadrados no Nível I; (Incluído pela Lei Complementar
n.º 15.454/20)

II - os Soldados que tenham entre 10 (dez) e 20 (vinte) anos incompletos de carreira na data de
entrada em vigor desta Lei Complementar serão reenquadrados no Nível II; e(Incluído pela Lei
Complementar n.º 15.454/20)

III - os Soldados que tenham menos de 10 (dez) anos de carreira na data de entrada em vigor
desta Lei Complementar serão reenquadrados no Nível III. (Incluído pela Lei Complementar n.º
15.454/20).

Art. 27. VETADO.

64
Art. 28. As despesas decorrentes da aplicação desta Lei correrão à conta de dotações
orçamentárias próprias.

Art. 29. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 30. Revogam-se as disposições em contrário.

REGULAMENTO DISCIPLINAR DA BRIGADA MILITAR DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

TÍTULO I

DISPOSIÇÕES GERAIS

CAPÍTULO I

DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º - O Regulamento Disciplinar da Brigada Militar do Estado do Rio Grande do Sul tem a
finalidade de especificar e classificar as transgressões disciplinares e estabelecer normas relativas
às punições disciplinares, os recursos, o comportamento policial-militar das Praças e as
recompensas policiais-militares.

§ 1º - A camaradagem é indispensável à formação e ao convívio entre os integrantes da


Corporação, devendo estes primar pela melhor relação social entre si.

§ 2º - Incumbe ao superior hierárquico incentivar e manter a harmonia e a amizade entre seus


subordinados.

§ 3º - A civilidade, como parte da educação policial-militar, é de importância vital para a disciplina


no âmbito da Brigada Militar e, assim sendo, é indispensável que o superior trate com cortesia,
urbanidade e justiça os seus subordinados e, em contrapartida, o subordinado deve externar, aos
seus superiores, toda manifestação de respeito e deferência.

§ 4° - As demonstrações de camaradagem, cortesia e consideração, obrigatórias entre os Militares


Estaduais, devem ser dispensadas também aos Militares das Forças Armadas e aos Militares
Estaduais de outras Corporações.

Art. 2° - Este Regulamento aplica-se aos Militares Estaduais ativos e alunos matriculados em
órgãos de formação .

§ 1° - Os Militares Estaduais na inatividade não são alcançados pelas disposições deste


Regulamento, excetuando-se quanto a divulgação de segredos militares, de que trata a Lei
65
Federal n° 7.524/86, tanto quanto a manifestação pública, pela imprensa ou por outro meio de
divulgação, de críticas a assuntos que afetem a previsão estatutária relativa ao valor e a ética
policial-militar, naquilo que lhes for aplicável.

§ 2° - Os Alunos de órgãos de formação de Militares Estaduais também estão sujeitos aos


Regimentos Internos, Regulamentos, Normas e Ordens específicas dos OPM em que estejam
matriculados e/ou freqüentando o Curso.

CAPÍTULO II

DA HIERARQUIA E DA DISCIPLINA

Art. 3° - A hierarquia e a disciplina são a base institucional da Brigada Militar.

Art. 4° - São manifestações essenciais da disciplina e da hierarquia policial-militar:

I - a correção de atitudes;

II - a pronta obediência às ordens dos superiores hierárquicos;

III - a dedicação integral ao serviço;

IV - a colaboração espontânea para a disciplina coletiva e a eficiência da instituição;

V - a consciência das responsabilidades;

VI - o respeito à hierarquia entre os servidores militares ativos e inativos;

VII - a rigorosa observância das prescrições legais e regulamentares.

Art. 5° - As ordens legais devem ser prontamente executadas, cabendo inteira responsabilidade
à autoridade que as determinar.

§ 1° - Em caso de dúvida, será garantido ao subordinado os esclarecimentos necessários para o


total entendimento e compreensão sobre o que deve cumprir.

§ 2° - Quando a ordem contrariar preceito legal poderá o executor solicitar a sua confirmação
por escrito, cumprindo a autoridade que a emitiu atender à solicitação.

§ 3° - Cabe ao executor que exorbitar no cumprimento de ordem recebida a responsabilidade


pelos excessos e abusos que cometer.

Art. 6° - Todo Militar Estadual que se deparar com ato contrário à disciplina militar deverá adotar
medida saneadora.

Parágrafo único - Se detentor de precedência hierárquica sobre o transgressor, o Militar Estadual


deverá adotar as providências cabíveis pessoalmente, se subordinado, deverá comunicar ao seu
comandante imediato ou seu representante.

TÍTULO II
DAS TRANSGRESSÕES DISCIPLINARES

CAPÍTULO I

66
DA DEFINIÇÃO E CLASSIFICAÇÃO

Art. 7° - Transgressão disciplinar é qualquer violação dos princípios da ética, dos deveres ou das
obrigações policiais-militares, na sua manifestação elementar e simples, bem como qualquer
omissão ou ação contrária a preceitos legais ou regulamentares.

§ 1° - A responsabilidade criminal e civil não elide a incidência de transgressão disciplinar e,


conseqüentemente, da aplicação de sanção disciplinar, caso a conduta não seja devidamente
justificada.

§ 2° - São transgressões disciplinares:

I - todas as ações ou omissões contrárias à disciplina policial-militar especificadas no Anexo I ,


deste Regulamento;

II - todas as ações ou omissões ou atos não especificados na relação de transgressões do Anexo


citado que afetem a honra pessoal, o pundonor militar, o decoro da classe ou o sentimento do
dever e outras prescrições contidas no Estatuto dos Servidores Militares Estaduais, Leis e
Regulamentos, bem como aquelas praticadas contra regras e ordens de serviço emanadas de
autoridade competente.

Art. 8° - As TRANSGRESSÕES, quanto à NATUREZA, classificam-se como:

I - LEVES;

II - MÉDIAS;

III - GRAVES.

§ 1° - A classificação das transgressões disciplinares, obedecidos os preceitos deste


Regulamento, cabe a quem tem competência para aplicar as punições.

§ 2° - A autoridade competente poderá, motivadamente, observando o interesse da disciplina,


da ordem administrativa e da ação educativa da punição, e os vetores da aplicação da sanção,
de que trata os artigos 34 a 41, deste Regulamento, alterar a classificação da falta disciplinar
prevista na Relação dos Tipos Transgressionais Disciplinares constante do Anexo I, deste
Regulamento.

TÍTULO III

DAS SANÇÕES DISCIPLINARES

CAPÍTULO I

DA NATUREZA E AMPLITUDE

Art. 9° - As sanções disciplinares aplicáveis aos Militares Estaduais, nos termos dos artigos
precedentes, são:

I - ADVERTÊNCIA;
II - REPREENSÃO;

III - DETENÇÃO;

67
IV - PRISÃO;

V - LICENCIAMENTO A BEM DA DISCIPLINA;

VI - EXCLUSÃO A BEM DA DISCIPLINA.

§ 1° - As sanções disciplinares têm função educativa e visam à preservação da disciplina em


beneficio do punido, da coletividade a que ele pertence e também à garantia da eficiência na
prestação dos serviços.

§ 2° - A publicação das punições dos praças se dará em Boletim Geral ou Interno.

§ 3° - A publicação das punições dos Oficiais se dará no Boletim Disciplinar dos Oficiais dentro
dos respectivos círculos hierárquicos, podendo ser em Boletim Geral ou Interno caso as
circunstâncias ou a natureza da transgressão sejam aviltantes à ética e ao dever Policial-Militar.

SEÇÃO I

DA ADVERTÊNCIA

Art. 10 - A advertência, forma mais branda das sanções, será aplicada ostensivamente, por meio
de publicação em Boletim, e será registrada nos assentamentos individuais do transgressor.

SEÇÃO II

DA REPREENSÃO

Art. 11 - A repreensão é sanção imposta ao transgressor de forma ostensiva, mediante publicação


em Boletim, devendo sempre ser averbada nos assentamentos individuais do transgressor.

SEÇÃO III

DA DETENÇÃO

Art. 12 - A detenção consiste no cerceamento da liberdade do punido, o qual deverá permanecer


no local que lhe for determinado, sem que fique confinado.

§ 1° - O ato administrativo que decidir pela detenção esclarecerá se deve ser cumprida com
prejuízo das escalas operacionais de serviço externo ou não.

§ 2° - A detenção com prejuízo do serviço externo consiste na permanência do punido em local


próprio e designado para tal, o qual deverá comparecer aos atos de instrução e serviços internos,
caso as circunstâncias recomendem o contrário, tal restrição deverá ser objeto da publicação que
veiculou o ato administrativo.

§ 3° - A detenção sem prejuízo do serviço externo consiste na permanência do punido em local


próprio e designado para tal, devendo concorrer às escalas operacionais, tanto como a instrução
e serviços internos.

68
§ 4° - O tempo de cumprimento da punição contar-se-á do momento em que o punido for
recolhido até aquele em que for posto em liberdade.

§ 5° - Os Militares Estaduais dos diferentes círculos de oficiais e praças, estabelecidos em lei


estatutária, não poderão cumprir suas sanções disciplinares no mesmo compartimento, tanto
como deverão ficar separados daqueles presos à disposição da Justiça.

SEÇÃO IV

DA PRISÃO

Art. 13 - Exclusivamente para o atendimento das disposições de conversão de infração penal em


disciplinar, previstas na lei penal militar, haverá o instituto da prisão administrativa que consiste
na permanência do punido no âmbito do aquartelamento, com prejuízo do serviço e da instrução.

SEÇÃO V

DO LICENCIAMENTO E DA EXCLUSÃO

Art. 14 - O licenciamento e a exclusão a bem da disciplina consistem no afastamento ex-officio


do Militar Estadual do serviço ativo, conforme preceitua o Estatuto dos Servidores Militares do
Estado.

Art. 15 - O licenciamento a bem da disciplina será aplicado à praça sem estabilidade, mediante
processo administrativo, quando:

I - acusada oficialmente ou por qualquer meio lícito de comunicação social de ter:

a) procedido incorretamente no desempenho do cargo;

b) tido conduta irregular; ou

c) praticado ato que afete a honra pessoal o pundonor militar ou decoro da classe.

II - afastado do cargo, na forma do estatuto, por se tomar incompatível com o mesmo ou


demonstrar incapacidade no exercício das funções a ele inerentes;

III - condenado por crime de natureza dolosa com pena privativa de liberdade até dois anos, tão
logo transite em julgado a sentença; ou

IV - permanecer no comportamento mau pelo período de dois anos.

Art. 16 - A exclusão a bem da disciplina será aplicada ex-officio ao praça com estabilidade, de
acordo com o prescrito no Estatuto dos Servidores Militares do Estado, sendo submetida a
Conselho de Disciplina nos termos da legislação específica.

SEÇÃO VI

DAS MEDIDAS CAUTELARES

69
Art. 17 - Quando para a preservação da vida ou da integridade física, excluídas as circunstâncias
de flagrância de delito, uma ocorrência exija pronta intervenção , mesmo sem possuir ascendência
funcional sobre o infrator, o militar estadual de maior antigüidade que presenciar a irregularidade
deverá tomar imediatas e enérgicas providências, inclusive recolhendo o transgressor a local
determinado, na condição de detido com prejuízo do serviço, em nome da autoridade
competente, dando ciência a esta, pelo meio mais rápido, do ocorrido e das providências tomadas
em seu nome.

Parágrafo único - O transgressor permanecerá nestas condições pelo período de vinte e quatro
horas, prorrogável por igual período, mediante decisão devidamente fundamentada, da qual ser-
lhe-á dado ciência, determinando-se a imediata apuração dos fatos e instauração do devido
processo administrativo disciplinar militar, pela autoridade que detém a competência punitiva
sobre o infrator.

Art. 18 - Quando para a preservação da disciplina e do decoro da Corporação, uma ocorrência


exija pronta intervenção, visando restabelecer a ordem administrativa, mesmo sem possuir
ascendência funcional sobre o infrator, o militar estadual de maior antigüidade que presenciar ou
tiver conhecimento de transgressão disciplinar de natureza grave deverá tomar imediatas e
enérgicas providências, inclusive recolhendo o transgressor a local determinado, na condição de
detido com prejuízo do serviço, em nome da autoridade competente, dando ciência a esta, pelo
meio mais rápido, do ocorrido e das providências tomadas em seu nome.

Parágrafo único - O transgressor permanecerá nestas condições pelo período de até vinte e
quatro horas, mediante decisão devidamente motivada, da qual ser-lhe-á dado ciência,
determinando-se a imediata apuração dos fatos e instauração do devido processo administrativo
disciplinar militar, pela autoridade que detém a competência punitiva sobre o infrator.

TÍTULO IV

DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR MILITAR

CAPÍTULO I
DA COMPETÊNCIA

Art. 19 - A competência disciplinar é inerente ao cargo, posto ou função.

Art. 20 - São autoridades competentes para aplicar sanção disciplinar:

I - O Governador do Estado a todos os Militares Estaduais sujeitos a este Regulamento;

II - O Chefe da Casa Militar aos que estiverem sob suas ordens;

III - O Comandante-Geral e o Subcomandante-Geral da Brigada Militar a todos os Militares


Estaduais sujeitos a este Regulamento, exceto o Chefe da Casa Militar e àqueles que servirem
sob as ordens deste;

IV - O Chefe do Estado Maior da Brigada Militar aos que estiverem sob suas ordens;

70
V - O Corregedor-Geral, o Comandante do Comando do Corpo de Bombeiros, os Comandantes
dos Comandos Regionais de Polícia Ostensiva, os Comandantes dos Comandos Regionais de
Bombeiros, o Comandante do Comando dos órgãos de Polícia Militar Especiais e os Diretores
aos que estiverem sob suas ordens ou integrantes das OPM subordinadas;

VI - O Ajudante-Geral, os Comandantes e Subcomandantes de órgãos Policiais Militares, os Chefes


de Assessorias, Seção, Centros e Divisões, e os Comandantes de Subunidades aos que estiverem
sob seu comando, chefia ou direção.

VII - Os Comandantes de Pelotões Destacados, aos que servirem sob suas ordens.

Art. 21 - O Governador do Estado e o Comandante-Geral da Brigada Militar são competentes


para aplicar todas as sanções disciplinares previstas neste Regulamento.

Art. 22 - Na ocorrência de transgressão disciplinar envolvendo Militares Estaduais de mais de um


OPM, caberá ao Comandante com responsabilidade territorial sobre a área onde ocorreu o fato,
apurar ou determinar sua apuração, e, ao final, remeter os autos à autoridade funcional superior
comum aos envolvidos.

Art. 23 - Quando duas autoridades de níveis hierárquicos diferentes, ambas com competência
disciplinar sobre o transgressor, tiverem conhecimento da transgressão disciplinar, caberá à de
maior hierarquia apurá-la ou determinar que a menos graduada o faça.

Art. 24 - No caso de ocorrência disciplinar envolvendo Militares das Forças Armadas e Militares
Estaduais, a autoridade policial-militar competente deverá tomar as medidas disciplinares
cabíveis quanto aos elementos a ela subordinados, informando o escalão superior sobre a
ocorrência, as medidas tomadas e o que foi por ela apurado, dando ciência do fato também ao
Comandante Militar interessado.

CAPÍTULO II

DA PARTE DISCIPLINAR

Art. 25 - A parte disciplinar é o relato de uma transgressão disciplinar cometida por Militar
Estadual.

Art. 26 - Todo Militar Estadual que tiver conhecimento de um fato contrário à disciplina deverá
participar ao seu superior imediato, por escrito ou verbalmente, neste último caso confirmando
a participação, por escrito no prazo de até dois dias úteis.

Art. 27 - A parte disciplinar deve ser clara e precisa, contendo os dados capazes de identificar
pessoas ou objetos envolvidos, local, data, hora do fato, circunstâncias e alegações do
transgressor, quando presente.

§ 1° É vedado ao comunicante tecer comentários ou opiniões pessoais.

71
§ 2° A parte disciplinar deverá ser apresentada no prazo de até dois dias úteis, contados da
constatação ou do conhecimento do fato, ressalvadas as disposições relativas às medidas
cautelares, previstas nos artigos 17 e 18, deste Regulamento, quando deverá ser feita
imediatamente.

CAPÍTULO III

DO PROCESSO

Art. 28 - Nos casos em que são imputadas ao Militar Estadual ações ou omissões tidas como
transgressões da disciplina policial-militar, estas serão devidamente apuradas na forma do
contido neste Capítulo e nos Anexos I e II, deste Regulamento , propiciando-se ao imputado o
devido processo administrativo para a sua ampla defesa e contraditório.

Parágrafo único - O processo administrativo será orientado pelos princípios da instrumental


idade, simplicidade, informalidade, economia procedimental e celeridade, buscando sempre a
verdade real sobre o fato apreciado.

Art. 29 - As autoridades competentes para instauração, procedimento e julgamento do processo


são aquelas com competência para aplicar a sanção administrativa.

Parágrafo único - As autoridades de que trata o caput deste artigo, excetuando-se aquelas do
inciso VII do artigo 20, poderão delegar a Oficial que lhe seja subordinado, a realização do
Processo Administrativo Disciplinar Militar, observando a precedência hierárquica entre o
Encarregado e o Acusado.

Art. 30 - Incumbirá ao acusado o ônus de provar os fatos por ele alegados em sua defesa, entre
estes os de existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo da pretensão punitiva-
disciplinar, bem como o de apresentar e conduzir à autoridade competente as provas
documentais e testemunhais que arrolar como pertinentes ao fato.

Parágrafo único - A autoridade competente ou a encarregada do processo poderá limitar ou


excluir as provas e testemunhas que considerar excessivas, impertinentes ou protelatórias.
Art. 31 - Nenhum ato do processo será declarado nulo se da nulidade não resultar prejuízo para
a Administração ou para a defesa, nem se praticado de forma diversa da prescrita tenha atingido
sua finalidade.

Parágrafo único - Igualmente não será declarada nulidade de ato processual que não tenha
influído na apuração da verdade substancial ou decisão da autoridade competente.

Art. 32 - O processo será arquivado quando reconhecido:

I- estar provada a inexistência do fato:


II - não haver prova da existência do fato;

III - não constituir o fato infração disciplinar;

IV - não existir prova de ter o acusado concorrido para a infração disciplinar;


72
V - não existir prova suficiente para a aplicação da punição;

VI - a existência de quaisquer das seguintes causas de justificação:

a. a. motivo de força maior ou caso fortuito;

b. b. legítima defesa própria ou de outrem;

c. c. estado de necessidade;

d. d. estrito cumprimento do dever legal;

e. e. coação irresistível;

f. inexigibilidade de conduta diversa.

Art. 33 - O Militar Estadual, com estabilidade cuja atuação no serviço revelar-se incompatível com
o cargo ou que demonstrar incapacidade para o exercício das funções policiais-militares a ele
inerentes será submetido a Conselho de Justificação ou Disciplina.

Parágrafo único - Obedecidas as prescrições estatutárias será promovido o imediato afastamento


do cargo e das funções o Militar Estadual que praticar os atos previstos no caput deste artigo.

CAPÍTULO IV

DA APLICAÇÃO DA SANÇÃO DISCIPLINAR

Art. 34 - Na aplicação da sanção disciplinar serão considerados os motivos, circunstâncias e


conseqüências da transgressão, os antecedentes e a personalidade do infrator, assim como a
intensidade do dolo ou o grau da culpa.

Art. 35 - São circunstâncias atenuantes:

I - estar classificado, no mínimo, no comportamento bom;

II - relevância de serviços prestados;


III - ter cometido a transgressão para a preservação da ordem ou do interesse público;

IV - ter admitido, com eficácia para elucidação dos fatos, o cometimento da transgressão.

Art. 36 - São circunstâncias agravantes:

I - estar classificado no comportamento insuficiente ou no comportamento mau;

II - prática simultânea ou conexão de duas ou mais transgressões;

III - reincidência;

IV - conluio de duas ou mais pessoas;


V - falta praticada com abuso de autoridade;

VI - ter sido cometida a transgressão:

73
a) em presença de subordinado;

b) durante a execução de serviço;

c) com premeditação;

d) em presença de tropa;

e) em presença de público.

Art. 37 - A aplicação da punição será feita com justiça, serenidade e imparcialidade, para que o
punido fique consciente e convicto de que a mesma se inspira no cumprimento exclusivo de um
dever.

§ 1° A aplicação da sanção disciplinar será proporcional à gravidade da transgressão cometida,


e não justificada, dentro dos seguintes limites:

I - advertência ou repreensão para as transgressões classificadas como de natureza leve;

II - de repreensão até dez dias de detenção com prejuízo do serviço para as transgressões
classificadas como de natureza média;

III - de detenção com prejuízo do serviço , até trinta dias, à s punições prevista s no s artigo s 14
e 15, deste Regulamento, para as transgressões classificadas como de natureza grave.

§ 2° A punição não poderá atingir o máximo previsto no parágrafo anterior quando ocorrerem
apenas circunstâncias atenuantes;

§ 3° A aplicação da primeira punição classificada como detenção com prejuízo do serviço ou


prisão são da competência das autoridades elencadas no inciso I ao VI do artigo 20 , do presente
Regulamento;

§ 4° Nos casos em que houver a necessidade de exceder o limite de dez dias de detenção com
prejuízo do serviço ou de quinze dias de prisão na aplicação da punição, esta deverá ser
submetida a apreciação das autoridades previstas no inciso VI do artigo 20 deste Regulamento,
com exceção das aplicadas pelas autoridades que as precedem.

Art. 38 - O enquadramento disciplinar é a descrição da transgressão cometida, dele devendo


constar, resumidamente, o seguinte:

I - descrição da ação ou omissão que caracteriza a transgressão;

II - indicação da transgressão disciplinar;

III - as causas de justificação ou das circunstâncias atenuantes e agravantes;

IV - alegações de defesa;

V - decisão da autoridade aplicando a sanção;


VI - assinatura da autoridade.

74
Art. 39 - Em caso de reincidência, a aplicação da pena deverá ser com maior severidade. Art. 40
- Na ocorrência de mais de uma transgressão, sem conexão entre elas, serão aplicadas as sanções
correspondentes isoladamente.

Art. 41 - Ninguém será administrativamente cerceado da liberdade, exceto quando da


necessidade da aplicação das medidas cautelares, da detenção ou da prisão de que trata m o
presente Regulamento.

CAPÍTULO V

DO CUMPRIMENTO DA SANÇÃO DISCIPLINAR

Art. 42 - A autoridade competente que tiver de efetivar o cumprimento de uma sanção imposta
a subordinado que esteja a serviço ou à disposição de outra autoridade, fará a devida
comunicação para que a medida seja cumprida.

Art. 43 - O cumprimento da sanção disciplinar por Militar Estadual afastado de serviço deve
ocorrer após a sua apresentação no OPM, pronto para o serviço policial-militar, salvo nos casos
da preservação da ordem.

Parágrafo único - A interrupção de afastamento regulamentar para implemento de sanção


disciplinar, somente ocorrerá quando determinada pelo Governador do Estado ou pelo
Comandante-Geral da Brigada Militar.

TÍTULO V

DO COMPORTAMENTO POLICIAL-MILITAR

Art. 44 - O comportamento Policial-Militar dos Praças espelha o seu procedimento civil e policial-
militar sob o ponto de vista disciplinar.

Art. 45 - Ao ser incluído na Brigada Militar, o Praça será classificado no comportamento bom.
Art. 46 - Para fins disciplinares e para outros efeitos, o comportamento policial-militar do Praça
é considerado:

I - excepcional, quando no período de setenta e dois meses de efetivo serviço tenha sofrido até
no máximo uma advertência;

II - ótimo, quando no período de quarenta e oito meses tenha sofrido até no máximo uma
repreensão, ou o equivalente;

III - bom, quando no período de vinte e quatro meses tenha sofrido até no máximo uma punição
de detenção, ou o equivalente;
IV - insuficiente, quando no período de doze meses tenha sofrido até no máximo uma punição
de detenção com prejuízo do serviço ou o equivalente;

75
V - mau, quando no período de doze meses tenha sofrido até duas punições de detenção com
prejuízo do serviço ou o equivalente, e mais uma outra punição qualquer.

§ 1° - A reclassificação do comportamento se dará ex-officio, de acordo com os prazos


estabelecidos neste artigo.

§ 2° - Para a classificação de comportamento, duas advertências equivalerão a uma repreensão,


duas repreensões a uma detenção sem prejuízo do serviço e duas detenções sem prejuízo do
serviço a uma detenção com prejuízo do serviço.

§ 3° - Ainda para efeito de classificação do comportamento, a prisão administrativa, de que trata


o artigo 13 deste Regulamento, corresponderá a uma detenção com prejuízo do serviço.

§ 4° - Para efeito de reclassificação do comportamento, ter-se-á como base as datas em que as


sanções foram publicadas.

§ 5° - A reclassificação do comportamento do ME se dará gradativamente e será proporcional à


sanção, tomando como base o comportamento bom.

§ 6° - A reclassificação do comportamento se dará após a decisão definitiva.

§ 7° - As punições canceladas ou anuladas não serão consideradas para efeito de reclassificação


do comportamento.

§ 8° - O Militar Estadual classificado no comportamento Bom ou ótimo poderá ser beneficiado


com a reclassificação gradativa por ocasião de sua transferência para a reserva remunerada,
independente dos prazos, por meio de publicação fundamentada de seu comandante imediato.

TÍTULO VI

DOS RECURSOS DISCIPLINARES

Art. 47 - É direito de todo o Militar Estadual, que se considerar prejudicado, ofendido ou


injustiçado por ato de superior hierárquico na esfera disciplinar, interpor os seguintes recursos:
I - RECONSIDERAÇÃO DE ATO;

II - QUEIXA;

III - REPRESENTAÇÃO.

Art. 48 - O recurso disciplinar deve ser redigido de forma respeitosa, sem comentários ou
insinuações, tratando de caso específico, cingindo-se aos fatos que o motivaram, fundamentando-
se em argumentos, provas ou documentos comprobatórios e elucidativos.

Art. 49 - Os recursos deverão ser interpostos individualmente e deverão ser encaminhados pela
autoridade à qual o requerente estiver diretamente subordinado.

Art. 50 - Os recursos disciplinares a que se refere o artigo 47 deste Regulamento terão efeito
suspensivo no cumprimento da punição imposta.
76
Art. 51 - A decisão do recurso não agravará a punição do recorrente.

Art. 52 - A Reconsideração de Ato é o recurso interposto, mediante parte ou oficio, à autoridade


que praticou, ou aprovou, o ato disciplinar que se reputa irregular, ofensivo, injusto ou ilegal,
para que o reexamine.

Art. 53 - A Queixa é o recurso interposto perante a autoridade imediatamente superior a que


aplicou a punição disciplinar, por Militar Estadual que se julgue prejudicado em virtude de decisão
denegatória do recurso de Reconsideração de Ato.

Parágrafo único - Caso a decisão denegatória for do Subcomandante, do Chefe do Estado-Maior


ou do CorregedorGeral da Brigada Militar, a queixa será interposta perante o Comandante-Geral.

Art. 54 - Representação é o recurso disciplinar, efetuado mediante oficio ou parte, interposto por
autoridade que julgue subordinado seu estar sendo vítima de injustiça, ilegalidade,
arbitrariedade, abuso de autoridade ou prejudicado em seus direitos por ato de autoridade
superior hierárquico.

Art. 55 - Os recursos de Reconsideração de Ato, Queixa e Representação deverão ser interpostos


no prazo de três dias úteis a contar da publicação do ato.

Art. 56 - A decisão dos recursos disciplinares será dada no prazo de até oito dias.

Art. 57 - Não será conhecido o recurso intempestivo, procrastinador ou que não apresente fatos
novos que modifiquem a decisão anteriormente tomada, devendo este ato ser publicado,
obedecido o prazo do artigo anterior.

Parágrafo único - O recurso disciplinar, que não atender aos requisitos previstos no presente
Regulamento, não será conhecido pela autoridade à qual for dirigido, cabendo a esta mandar
arquivá-lo ou encaminhá-lo à autoridade competente, publicando a sua decisão em Boletim,
fundamentadamente.

Art. 58 - Cabe ao Comandante-Geral da Brigada Militar decidir, em última instância, os recursos


disciplinares deste Título, contra ato punitivo aplicado pelas autoridades de que trata o artigo
20, deste Regulamento , exceto a prevista no inciso I daquele dispositivo .

Parágrafo único - Nos casos em que a sanção disciplinar tiver sido aplicada pelo Comandante-
Geral caberá somente o recurso de Reconsideração de Ato.

Art. 59 - Quando a sanção disciplinar tiver sido aplicada pelo Governador do Estado, somente
será cabível o recurso de Reconsideração de Ato.

77
TÍTULO VII

DO CANCELAMENTO E DA ANULAÇÃO

Art. 60 - O cancelamento de sanção disciplinar consiste na retirada dos registros realizados nos
assentamentos do Militar Estadual.

Art. 61 - O cancelamento da punição será concedido ao ME que o requerer, satisfeitas as


seguintes condições:

I - não ser a transgressão objeto do cancelamento, atentatória ao sentimento do dever, à honra


pessoal, ao pundonor militar ou ao decoro da classe;

II - ter o requerente bons serviços prestados e comprovados pela análise de suas alterações;

III - ter o requerente parecer favorável de seu Comandante;

IV - ter o requerente completado, sem qualquer outra punição superveniente:

a) seis anos de efetivo serviço, quando a punição a cancelar for de detenção com prejuízo do
serviço ou prisão;

b) quatro anos de efetivo serviço, quando a punição a cancelar for de detenção sem prejuízo do
serviço;

c) dois anos de efetivo serviço, quando a punição a cancelar for de advertência ou repreensão.

Art. 62 - A eliminação das anotações nos assentamentos e fichas disciplinares se dará de modo
que não seja possível a sua leitura, registrando-se apenas o número e a data do ato administrativo
que formalizou o cancelamento.

Art. 63 - A solução do requerimento solicitando o cancelamento da punição deverá constar em


publicação do Boletim.

Art. 64 - A decisão do pedido de cancelamento de punição é de competência dos Comandantes


Regionais e Diretores, além das autoridades elencadas nos incisos I, II, III, IV, V e VII do artigo
20, deste Regulamento.

Art. 65 - Concedido o cancelamento, o comportamento do Militar Estadual será reclassificado, na


forma deste Regulamento.

Art. 66 - O Comandante-Geral da Brigada Militar, ex-officio, ou mediante requerimento do


interessado, após parecer do Comandante deste, independentemente das condições enunciadas
nos artigos anteriores, poderá cancelar as sanções dos Militares Estaduais que tenham prestado
relevantes serviços e não hajam sofrido qualquer punição nos últimos dois anos.

78
Art. 67 - A anulação de punição consiste em tomar sem efeito sua aplicação.

§ 1° - A anulação da punição será concedida quando for comprovado ter ocorrido injustiça ou
ilegalidade na sua aplicação.

§ 2° - A punição poderá ser anulada:

I - a qualquer tempo pelas autoridades elencadas no artigo 20, incisos I, II e III , deste
Regulamento;

II - no prazo de cento e vinte dias pelas demais autoridades previstas nos incisos do artigo 20 ,
deste Regulamento.

Art. 68 - A anulação da punição importará na eliminação de toda e qualquer anotação ou registro


nos assentamentos do punido relativo à sua aplicação.

Art. 69 - A autoridade que tomar conhecimento de comprovada ilegalidade ou injustiça na


aplicação de punição e não tiver competência para anulá-la, deverá propor a sua anulação à
autoridade competente, fundamentadamente.

TÍTULO VIII

DAS RECOMPENSAS POLICIAIS-MILITARES

Art. 70 - As recompensas policiais-militares constituem reconhecimento aos bons serviços


prestados pelo Militar Estadual e consubstanciam-se em prêmios por atos meritórios e serviços
relevantes.

Art. 71 - São recompensas policiais-militares, além de outras previstas em lei e regulamentos


especiais:

I - o elogio;

II - a dispensa do serviço.

Art. 72 - O elogio, que pode ser individual ou coletivo, é ato administrativo que coloca em relevo
as qualidades morais e profissionais do servidor militar, podendo ser formulado
independentemente da classificação de comportamento, com a devida publicidade e registro nos
assentamentos.

§ 1° - O elogio individual somente poderá ser reconhecido a Militares Estaduais que tenham se
destacado na prática de ato em serviço ou ação meritória, onde os aspectos principais nele
abordados serão referentes ao caráter, à coragem e desprendimento, à inteligência, às condutas
civil e policial-militar, às culturas profissionais e gerais, à capacidade como instrutor, à capacidade
como comandante e como administrador e à capacidade física.

79
§ 2° - Só serão registrados nos assentamentos dos ME os elogios individuais obtidos no
desempenho de funções próprias à Brigada Militar e concedidos por autoridades com atribuições
para fazê-lo.

§ 3° - O elogio coletivo visa a reconhecer os serviços prestados e a ressaltar as qualidades


reveladas por um grupo de Policiais-Militares ou fração de tropa ao cumprir destacadamente uma
determinada missão.

§ 4° - Quando a autoridade que conceder o elogio não dispuser de Boletim para a publicação,
esta deverá ser feita, mediante solicitação escrita, no da autoridade imediatamente superior.

Art. 73 - A dispensa do serviço consiste na publicação, devidamente fundamentada, dos motivos


que levaram a concessão da recompensa ao ME, a juízo de seu Comandante, de modo que
também apresente efeito educativo e motive a coletividade a seguir os bons exemplos.

§ 1° - A dispensa total do serviço será concedida pelo prazo máximo de oito dias, alternados ou
consecutivos, no decorrer de um ano civil, observado esse limite, os dias de dispensa que não
serão descontados das férias do Militar Estadual.

§ 2° - A dispensa total do serviço é regulada por dias de vinte e quatro horas, contados de
Boletim a Boletim. Sua publicação deverá ser feita, no mínimo, vinte e quatro horas antes do
início, salvo motivo de força maior.

Art. 74 - São competentes para conceder as recompensas de que trata este Título as autoridades
especificadas no artigo 20 , deste Regulamento.

TÍTULO IX

DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS FINAIS

Art. 75 - Os julgamentos a que forem submetidos os Militares Estaduais perante o Conselho de


Justificação ou Conselho de Disciplina serão realizados segundo legislação específica. Parágrafo
único - As causas determinantes de sujeição do ME a julgamento por um desses Conselhos,
provocados ex-officio ou a pedido, são as estabelecidas na legislação própria.

Art. 76 - O comportamento dos praças deverá ser adequado ao disposto no artigo 46, deste
Regulamento.

Art. 77 - A Brigada Militar deverá elaborar relatório anual de avaliação disciplinar de seu efetivo.
§ 1° - Os critérios de avaliação terão por base a aplicação deste Regulamento.

§ 2° - A avaliação deverá contemplar a totalidade das transgressões e sanções correspondentes,


posto ou graduação e OPM do transgressor e localidade do cometimento das infrações.

80
Art. 78 - As disposições deste Regulamento não se aplicam aos procedimentos já instaurados
com base no Decreto n° 41.067, de 24 de setembro de 2001, exceto às sanções disciplinares
aplicáveis e aos procedimentos e respectivas autoridades recursais.

Parágrafo único - Para efeitos de classificação de comportamento disciplinar as suspensões,


ocorridas na vigência do regulamento citado no caput deste artigo, corresponderão a uma prisão
ou uma detenção com prejuízo do serviço.

Art. 79 - O Comandante-Geral da Brigada Militar expedirá instruções complementares necessárias


à correta interpretação e perfeita aplicação das disposições deste Regulamento.

Art. 80 - Este Regulamento Disciplinar entra em vigor na data de sua publicação.

ANEXO I

TIPOS TRANSGRESSIONAIS DISCIPLINARES

I - São consideradas transgressões de natureza leve:

1. Deixar de comunicar ao superior, tão logo possível, a execução de ordem legal recebida;

2. Deixar o subordinado de cumprimentar superior, uniformizado ou não, neste caso desde que
o conheça, ou de prestar-lhe homenagens ou sinais regulamentares de consideração e respeito
e o superior hierárquico, de responder ao cumprimento;

3. Chegar atrasado ao expediente, ao serviço para o qual esteja nominalmente escalado ou a


qualquer ato em que deva tomar parte ou assistir;

4. Tornar parte em jogos proibidos, ou jogar a dinheiro;

5. Içar ou arriar, sem ordem, bandeira ou insígnia de autoridade;

6. Executar toques ou fazer sinais regulamentares sem ordem para tal;

7. Conversar ou fazer ruídos em ocasião, lugar ou hora imprópria;

8. Fumar em lugar ou ocasião onde isso seja vedado ou quando se dirigir a superior;

9. Usar uniforme de forma inadequada, contrariando as normas respectivas, ou vestuário


incompatível com a função, ou, ainda, descurar do asseio pessoal ou coletivo;

10. Negar-se a receber alimentação, uniforme, equipamentos, ou outros objetos que lhe sejam
destinados ou devam ficar em seu poder;

11. Conduzir veículo ou pilotar aeronave ou embarcação da Corporação, sem autorização do


órgão competente da Brigada Militar.

12. Penetrar o Militar Estadual, sem permissão ou ordem, em aposento destinado a superior ou
onde este se ache, bem como em qualquer lugar onde a entrada lhe seja vedada;

13. Sobrepor ao uniforme insígnias de sociedades particulares, entidades religiosas ou políticas,


bem como medalhas desportivas, ou, ainda, usar indevidamente distintivos ou condecorações;
14. Deixar, o Militar Estadual, de portar o seu documento de identidade funcional, quando de
serviço ou trajando uniforme da Brigada Militar;

81
II - São consideradas transgressões de NATUREZA MÉDIA:

1. Condutas dolosas tipificadas como infração penal de menor potencial ofensivo, atentatórias
ao sentimento do dever ou à dignidade do Policial-Militar;

2. Deixar de cumprir ou de fazer cumprir normas regulamentares, na esfera de suas atribuições;


3. Deixar de comunicar ato ou fato irregular que presenciar ou de que tenha conhecimento,
quando não lhe couber intervir;

4. Deixar de participar a tempo, à autoridade superior, impossibilidade de comparecer ao OPM


ou a qualquer ato de serviço;

5. Permutar serviço sem permissão da autoridade competente;

6. Deixar de comunicar ao superior imediato ou a outro, na ausência daquele, informação sobre


iminente perturbação da ordem pública ou grave alteração do serviço, logo que disso tenha
conhecimento;

7. Deixar de dar informações em processos, quando lhe competir;

8. Deixar de encaminhar documento no prazo legal;

9. Retardar o cumprimento de ordem legal;

10. Deixar de encaminhar à autoridade competente, na linha de subordinação e no mais curto


prazo, recurso ou documento que receber, desde que elaborado de acordo com os preceitos
regulamentares, não tenha competência legal para solucioná-lo;

11. Deixar de se apresentar, nos prazos regulamentares, sem motivo justificado, nos locais em
que deva comparecer;

12. Deixar de se apresentar ao fim de qualquer afastamento do serviço, logo que souber que o
mesmo foi interrompido;

13. Encaminhar Parte ou instaurar Procedimento Administrativo Disciplinar Militar sem


fundamento;

14. Trabalhar mal, por falta de atenção;


15. Afastar-se do local em que deva encontrar-se por força de ordens ou disposições legais;

16. Faltar a qualquer ato em que deva tomar parte ou assistir, ou ainda, retirar-se antes de seu
encerramento, sem a devida autorização;

17. Representar o OPM, ou a Corporação, em qualquer ato, sem estar devidamente autorizado;

18. Tomar compromisso pelo Órgão de Polícia Militar (OPM) que comanda ou em que serve, sem
estar autorizado;

19. Comparecer fardado a manifestações de caráter político;


20. Entrar ou sair de OPM, ou tentar fazê-lo, com força armada, sem prévio conhecimento ou
ordem de autoridade competente, salvo para fins de instrução prevista ou ordenada pelo
Comando;

82
21. Dirigir viatura policial com negligência, imprudência ou imperícia;

22. Ofender a moral e os bons costumes por meio de atos, palavras ou gestos;

23. Portar-se sem compostura em lugar público;

24. Ser indiscreto em relação a assunto de caráter oficial cuja divulgação possa ser prejudicial à
disciplina ou à boa ordem do serviço.

25. Espalhar boato ou notícia tendenciosa sobre ME ou a respeito da atividade policial-militar;


26. Freqüentar lugares incompatíveis com o seu nível social e o decoro da classe;

27. Publicar ou fornecer dados para publicação de documentos oficiais sem permissão ou ordem
da autoridade competente;

28. Responder de maneira desrespeitosa a superior, igual ou subordinado;

29. Desconsiderar ou desrespeitar a autoridade civil;

30. Não zelar devidamente, danificar ou extraviar, por negligência ou com inobservância de
regras ou normas de serviço, materiais e bens pertencentes à Fazenda Pública, ainda que o
mesmo não esteja sob sua responsabilidade direta;

31. Servir-se ou apropriar-se, sem autorização ou ordem superior, de objetos que não estejam a
seu cargo ou que pertençam a outrem;

32. Manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, cônjuge, companheira ou
parente até o segundo grau;

33. Autorizar, promover ou executar manobras perigosas com viaturas, aeronaves ou


embarcações;

34. Não ter, pelo preparo próprio ou de seus subordinados ou instruendos, a dedicação imposta
pelo sentimento do dever;

35. Causar ou contribuir para a ocorrência de acidente de serviço ou instrução;

36. Desrespeitar regras de trânsito, medidas gerais de ordem policial, judicial ou administrativa;

37. Retardar ou prejudicar o serviço de polícia judiciária militar que deva promover ou que esteja
investido;
38. Andar armado, estando em trajes civis, sem o cuidado de ocultar a arma;

39 . Concorrer para a discórdia ou desarmonia ou cultivar a inimizade entre camaradas;

40. Apresentar parte ou recurso sem seguir as normas e preceitos regulamentares ou em termos
desrespeitosos com argumentos falsos ou de má-fé.

III - São consideradas transgressões de NATUREZA GRAVE:

1. Condutas dolosas tipificadas como crimes, atentatórias ao sentimento do dever ou à dignidade


policial-militar;

2. Faltar com a verdade;

83
3. Trabalhar mal, intencionalmente;

4. Simular doença para esquivar-se ao cumprimento do dever;

5. Utilizar-se do anonimato para fins ilícitos;

6. Deixar de punir transgressor da disciplina;

7. Deixar de comunicar irregularidade que presenciar ou que tiver ciência;

8. Deixar superior hierárquico de acompanhar procedimentos de apuração disciplinar ou penal,


em que estiver envolvido seu subordinado;

9. Deixar de assumir a responsabilidade por seus atos ou pelos atos praticados por subordinados
que agirem em cumprimento de sua ordem;

10. Retardar ou prejudicar medidas ou ações de ordem judicial ou policial de que esteja investido
ou que deva promover;

11. Dificultar ao subordinado a apresentação de recurso ou o exercício do direito de petição;

12. Abandonar o serviço para o qual tenha sido designado;

13. Fazer, diretamente ou por intermédio de outrem, transações pecuniárias envolvendo


atividades de serviço, bens da Fazenda Pública ou artigos de uso proibido nos quartéis,
repartições ou estabelecimentos públicos;

14. Realizar ou propor transação pecuniária que envolva superior, igual ou subordinado, salvo
se tratar de empréstimo em dinheiro de que não seja auferido lucro;

15. Usar armamento, munição e/ou equipamento não autorizado;

16. Disparar a arma por imprudência, negligência, imperícia ou desnecessariamente;

17. Não obedecer às regras básicas de segurança ou não ter cautela na guarda de arma própria
ou sob sua responsabilidade;

18. Empregar violência no ato de serviço;

19. Maltratar preso sob sua guarda;

20. Contribuir ou permitir que preso conserve em seu poder instrumentos ou objetos não
permitidos;

21. Abrir ou tentar abrir qualquer dependência do quartel, repartição ou estabelecimento, sem
autorização;

22. Ofender, provocar ou desafiar seu superior, igual ou subordinado, com palavras, gestos ou
ações;

23. Travar luta corporal com seu superior, igual ou subordinado;

24. Introduzir material inflamável ou explosivo em OPM, salvo em obediência à ordem de serviço;
25. Ter em seu poder, introduzir ou distribuir, em área policial-militar ou sob jurisdição policial-
militar, publicação, estampa ou jornal que atente contra a disciplina ou a moral.

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26. Ter em seu poder, introduzir ou distribuir, sem a devida autorização, bebidas alcoólicas,
tóxicos ou entorpecentes em OPM;

27. Fazer uso, estar sob ação ou induzir, mesmo de folga, outrem ao uso de substâncias
entorpecentes ilícitas;

28. Apropriar-se de objetos pertencentes ao Estado ou a particulares, ainda que por seu valor
não constitua crime;

29. Retirar ou tentar retirar, de local sob a administração policial-militar, objeto, viatura ou animal,
sem ordem dos respectivos responsáveis;

30. Extraviar ou danificar documentos e bens pertencentes à Fazenda Pública; 31 . Retardar ou


prejudicar serviço que deva cumprir;

32. Descumprir preceitos legais durante a detenção com prejuízo do serviço (DCPS) ou a custódia
de preso;

33. Usar expressões jocosas ou pejorativas que atentem contra a raça, a religião, o credo ou á
orientação sexual;

34. Aconselhar ou concorrer para o descumprimento ou retardar a execução de ordem legal de


autoridade competente;

35. Dar ordem ilegal ou claramente inexeqüível;

36. Participar da gerência ou administração de empresa privada, de sociedade civil, ou exercer o


comércio;

37. Fazer uso do posto ou da graduação para obter ou permitir que terceiros obtenham
vantagens pecuniárias indevidas;

38. Utilizar-se de sua condição de Militar Estadual para a prática de atos ilícitos ou que venham
em desabono à imagem da Corporação;

39. Empregar subordinado ou servidor civil, ou desviar qualquer meio material ou financeiro sob
sua responsabilidade ou não, para a execução de atividades diversas daquelas para as quais
foram destinadas, em proveito próprio ou de outrem;

40. Censurar publicamente decisão legal tomada por superior hierárquico ou procurar
desconsiderá-la;

41. Procurar desacreditar seu igual ou subordinado;

42. Determinar a execução de serviço não previsto em lei ou Regulamento;

43. Fazer uso do cargo ou função policial-militar para cometer assédio sexual;

44. Violar ou deixar de preservar local de crime;

45. Receber propina ou comissão em razão de suas atribuições;

46. Praticar usura sob qualquer de suas formas;


47. Procurar a parte interessada em ocorrência policial-militar, para obtenção de vantagem
indevida;

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48. Deixar de tomar providências para garantir a integridade física de preso;

49. Liberar preso ou dispensar parte da ocorrência sem atribuição legal;

50. Evadir-se ou tentar evadir-se de escolta;

51. Publicar ou contribuir para que sejam publicados fatos ou documentos afetos às autoridades
policiais ou judiciárias que possam concorrer para o desprestígio da Corporação, ferir a disciplina
ou a hierarquia, ou comprometer a segurança;

52. Omitir, em qualquer documento, dados indispensáveis ao esclarecimento dos fatos;

53. Transportar na viatura, na aeronave ou na embarcação que esteja sob seu comando ou
responsabilidade, pessoal ou material, sem autorização da autoridade competente;

54. Ameaçar, induzir ou instigar alguém a prestar declarações falsas em procedimento penal, civil
ou administrativo;

55. Faltar ao expediente ou ao serviço para o qual esteja nominalmente escalado;

56. Afastar-se, quando em atividade policial-militar, da área em que deveria permanecer ou não
cumprir roteiro de patrulhamento pré-determinado;

57. Evadir-se da detenção;

58. Exercer ou administrar, quando no serviço ativo, a função de segurança particular ou qualquer
outra atividade profissional legalmente vedada ou incompatível com a profissão de Militar
Estadual ou cause algum prejuízo ao serviço ou à imagem da Corporação;

59. Apresentar-se para atividades de serviço em estado de embriaguez ou sob efeito de


substância entorpecente;

60. Usar adereços ou similares não condizentes com os

preceitos militares;

61. Deixar de cumprir ordem regulamentar ou legal.

ANEXO II
PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR MILITAR

DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

1 - A apuração das transgressões da disciplina policial-militar, previstas neste regulamento,


obedecerá ao disposto neste anexo.

2 - O processo administrativo disciplinar militar orientar-se-á pelos critérios da oralidade,


simplicidade, informalidade, economia procedimental, celeridade e instrumentalidade,
assegurando ao acusado o contraditório e a ampla defesa.
3 - O processo disciplinar destina-se a julgar os oficiais e praças da Brigada Militar, nos casos de
acusação de prática de infração disciplinar que não se enquadre nas disposições da Lei n° 5.836,

86
de 05 de dezembro de 1972 e Decreto n° 71.500, de 05 de dezembro de 1972, criando-lhes
as necessárias condições para o exercício da ampla defesa e do contraditório

DO CONHECIMENTO DA TRANSGRESSÃO DISCIPLINAR

4 - O conhecimento de transgressão da disciplina policial-militar exige das autoridades,


relacionadas no artigo 20, deste regulamento o Poder-Dever de apurá-la para a aplicação das
medidas disciplinares necessárias.

5 - Nenhuma transgressão da disciplina policial-militar conhecida poderá ficar sem ser


devidamente apurada, sob pena de responsabilidade funcional.

6 - O conhecimento da transgressão da disciplina policial-militar dar-se-á nos seguintes casos:

a) através da parte disciplinar, previstas nos artigos 25 a 27 deste regulamento;

b) através das conclusões de Procedimentos Administrativos Investigatórios (Inquérito Policial


Militar - IPM, Sindicância, Inquérito Técnico - IT, Auditoria e Inspeção Correicional);

c) através da comunicação formal de autoridades e do público em geral;

d) através de reclamação do ofendido que, se Militar Estadual, deverá observar o canal de


comando;

e) através dos meios de comunicação social.

DA APURAÇÃO DA TRANSGRESSÃO DISCIPLINAR

7 - A reclamação do ofendido deverá ser reduzida a termo, podendo ser instaurada Sindicância
ou IPM, para apurar as circunstâncias da imputação;

8 - Quando o conhecimento da transgressão disciplinar ocorrer através dos meio de comunicação


social, a autoridade competente poderá instaurar Sindicância ou IPM para apurar as circunstâncias
da imputação;

9 - Em caso de denúncia anônima, se não houver consistência na acusação, a autoridade


competente poderá mandar arquivá-la, por despacho devidamente motivado, ou instaurar
Sindicância ou IPM para apurar o denunciante e as circunstâncias da imputação;

10 - Se presentes circunstâncias concorrentes à transgressão disciplinar e indícios de crime


militar, deverá ser instaurado IPM.

DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR MILITAR

11 - Através da PARTE DISCIPLINAR:

a) a instauração do processo dar-se-á pela autoridade com atribuição disciplinar, consoante o


disposto no Art. 20 deste regulamento.

b) recebida a parte disciplinar e demais documentos instrutórios, a autoridade mandará autua-la,


dando-se o início do processo administrativo, designará a audiência de justificação e determinará

87
a notificação do acusado para comparecer no dia e horário aprazados, oportunidade em que
deverá apresentar resposta escrita com as provas que entender cabíveis, devendo trazer suas
testemunhas.

c) a audiência de justificação deverá ser marcada no prazo de três dias úteis, contados da
notificação formal do acusado;

d) a cientificação do acusado será feita através da Notificação Disciplinar, entregue mediante


recibo na segunda via, que deverá ser juntada aos autos, devendo constar a advertência de que
sua ausência à audiência de justificação implicará em reconhecimento dos fatos como
verdadeiros, conforme preceitua o art. 285 do CPC;

e) acompanhará a notificação cópia da parte disciplinar;

f) até o dia da audiência de justificação, os autos deverão ficar à disposição do acusado, na 1ª


Seção, para vista ou eventual extração de cópias, mediante solicitação formal do mesmo, quando
deverão ser conclusos a quem irá presidi-la;

g) a audiência de justificação será presidida pela autoridade com competência para punir o
transgressor, ou por Militar Estadual designado;

h) o Militar Estadual designado para presidir a audiência de justificação deverá ser superior
hierárquico ou com precedência sobre o acusado;

i) poderá ser designado escrivão para lavrar os termos da audiência;

j) o acusado regularmente notificado deverá comparecer à audiência de justificação, no dia e


horário aprazados, acompanhado das suas testemunhas;

l) aberta a audiência de justificação, o acusado deverá apresentar resposta escrita, pessoalmente


ou através de advogado especificamente constituído;

m) o acusado que admitir a transgressão poderá fazê-la oralmente, o que será reduzido a termo
e lido, devendo ser assinado pelo encarregado da audiência, pelo declarante, pelo escrivão, se
houver, e por duas testemunhas instrumentais;

n) não admitindo a transgressão disciplinar, o acusado, na resposta escrita, deverá expor toda
matéria de defesa, apresentando as provas moralmente legítimas, ainda que não especificadas
em lei, hábeis para provar a veracidade do alegado;
o) todas as provas serão produzidas na audiência de justificação, podendo o encarregado limitar
ou excluir as que considerarem excessivas, impertinentes ou protelatórias, conforme previsto no
artigo 30, parágrafo único, deste Regulamento;

p) de todo o ocorrido na audiência de justificação será lavrado termo, assinado pelo encarregado,
pelo acusado e/ou seu advogado e pelas testemunhas, se houver;

q) finda a audiência de justificação, os autos serão conclusos à autoridade competente, para


solução da parte disciplinar;

12 - Através das conclusões de Procedimentos Administrativos Investigatórios:

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a) a apuração da transgressão da disciplina policial-militar, noticiada em Procedimentos
Administrativos Investigatórios, será feita nos próprios autos;

b) recebidos os autos, a autoridade com competência para punir o transgressor procederá na


forma prevista no número "11" e alíneas deste subtítulo, com o relatório, parecer ou conclusões
do encarregado do processo administrativo, mais a solução da autoridade decisória, condições
em que será dispensada a parte disciplinar;

13 - Através de comunicação formal de autoridades e do público em geral:

a) recebida a comunicação formal de autoridade ou público em geral de transgressão disciplinar


policial-militar, a autoridade com competência para punir o transgressor mandará autua-la como
processo administrativo e procederá na forma prevista no número "11" e alíneas deste subtítulo,
com o documento que deu origem à autuação substituindo parte disciplinar;

14 - Através de reclamação do ofendido não se tratando de militar estadual.

a) quando não instaurada sindicância ou IPM, recebido o terno da reclamação do ofendido


noticiando transgressão disciplinar policial-militar, a autoridade com competência para punir o
transgressor mandará autua-la como processo administrativo e procederá na forma prevista no
número "11" e alíneas deste subtítulo, com o termo substituindo a parte disciplinar. Tratando-se
de militar estadual deverá encaminhar a denúncia observando os canais de comando;

b) instaurada sindicância ou IPM, a autoridade com competência para punir o transgressor


procederá na forma prevista no número "12" e alíneas deste subtítulo.

DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

15 - A admissão pelo acusado do cometimento de transgressão disciplinar, de que trata o inciso


IV do Art. 35 deste regulamento, deverá ser considerada como circunstância atenuante
preponderante na aplicação da sanção disciplinar;

16 - As autoridades relacionadas nos incisos I e III do artigo 20 deste regulamento poderão


delegar a apuração e aplicação da punição disciplinar às autoridades que tenham competência
concorrente;

17 - Praticada a transgressão disciplinar na presença de uma das autoridades relacionadas nos


incisos II a VII do artigo 20 deste regulamento, esta designará servidor militar para presidir a
audiência de justificação, mediante Portaria, que será autuada como processo administrativo, com
relato do fato, observado os requisitos do artigo 28 deste regulamento, que procederá na forma
prevista nos números "11" e "12" do subtítulo anterior deste anexo, com a Portaria substituindo
a parte disciplinar, ou poderá solicitar à autoridade imediatamente superior, mediante parte
disciplinar, que proceda a sua apuração e aplique a punição disciplinar, se for o caso;
18 - No cumprimento das sanções disciplinares de detenção e prisão o Militar Estadual punido
deverá permanecer fardado;

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19 - Os horários de visitas deverão ser regulados pelas autoridades que aplicaram a sanção, não
devendo ultrapassar o período de duas horas diárias, exceto aos advogados aos quais deverá
ser observada a legislação pertinente (Estatuto dos Advogados, Lei n° 8.906/1994). Situações
excepcionais deverão ser solucionadas pela autoridade responsável pelo cumprimento da
punição disciplinar;

20 - Nos casos em que a autoria e materialidade da transgressão disciplinar sejam suficientes


para a imputação ao acusado fica dispensada a instauração de Procedimento Administrativo
Investigatório, devendo, neste caso ser instaurado imediatamente o Processo Administrativo
Disciplinar Militar.

90

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