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LEI COMPLEMENTAR Nº 101

O GOVERNADOR DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

Dispõe sobre a organização básica do Corpo


de Bombeiro Militar do Estado do Espírito
Santo e dá outras providências.

Faço saber que a Assembléia Legislativa decretou e eu sanciono a seguinte


Lei:

TÍTULO I

GENERALIDADES

CAPÍTULO ÚNICO

DESTINAÇÃO - COMPETÊNCIA - SUBORDINAÇÃO

Art. 1º O Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Espírito Santo, órgão


regular e permanente por disposições constitucionais, é organizado com base na
hierarquia e na disciplina.

Art. 2º Compete ao Corpo de Bombeiros Militar a coordenação e a execução


de ações de defesa civil, prevenção e combate a incêndio, perícias de incêndios e
explosões em locais de sinistros, busca e salvamento, controle de tráfego de
embarcações próximo às praias, rios e lagos, elaboração de normas relativas a
segurança das pessoas e dos seus bens contra incêndios e pânico e outras previstas
em lei, no Estado do Espírito Santo.

Parágrafo único. Os integrantes do Corpo de Bombeiros Militar somente


portarão e utilizarão armas necessárias e indispensáveis ao cumprimento das
atribuições e competências estabelecidas no “caput” deste artigo, não podendo as
mesmas serem utilizadas ostensivamente.

Art. 3º O Corpo de Bombeiros Militar subordina-se ao Governador do Estado.

Art. 4º A administração, o comando e o emprego da Corporação são de


competência e responsabilidade do Comandante-Geral do Corpo de Bombeiros,
assessorado pelos órgãos de direção.

TÍTULO II

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ORGANIZAÇÃO BÁSICA

CAPÍTULO I

ESTRUTURA GERAL

Art. 5º O Corpo de Bombeiros Militar compreende:


I - órgãos de direção;
II - órgãos de apoio;
III - órgãos de execução.

Art. 6º Os órgãos de direção realizam o comando e a administração da


Corporação. Incumbem-se do planejamento em geral, visando à organização da
Corporação em todos os pormenores, às necessidades em pessoal, em material e ao
emprego da Corporação para o cumprimento de suas missões. Acionam, por meio de
diretrizes e ordens, os órgãos de apoio e os de execução. Coordenam, controlam e
fiscalizam a atuação desses órgãos.

Art. 7º Os órgãos de apoio atendem às necessidades de pessoal e de


material de toda a Corporação, atuando em cumprimento das diretrizes e ordens dos
órgãos de direção.

Art. 8º Os órgãos de execução realizam as atividades - fins, cumprindo as


missões e as destinações do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Espírito Santo,
mediante a execução de diretrizes e ordens emanadas dos órgãos de direção e a
utilização dos recursos de pessoal, de material e de serviços dados pelos órgãos de
apoio.

CAPÍTULO II

ÓRGÃOS DE DIREÇÃO

Art. 9º Os órgãos de direção compõem o Comando Geral da Corporação que


compreende:
I - o Comandante-Geral;
II - o Estado-Maior, como órgão de direção geral;
III - as Diretorias, como órgãos de direção setorial;
IV - a Ajudância-Geral, órgão auxiliar nas funções administrativas e que
atende às necessidades de material e de pessoal do Comando Geral;
V - comissões;
VI - assessorias.

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Seção I

COMANDANTE-GERAL

Art. 10. O Comandante-Geral é o responsável pelo comando, administração


e emprego da Corporação. Será um Oficial da Ativa do último posto do Quadro de
Oficiais Combatentes BM.

§ 1º O provimento do cargo de Comandante-Geral será feito por ato do


Governador do Estado mediante decreto.

§ 2º O Comandante-Geral tem, no âmbito do Estado, honras, prerrogativas e


responsabilidades de Secretário de Estado.

§ 3º O Comandante-Geral disporá de um Assistente e de um Ajudante de


Ordens.

§ 4º O Oficial que estiver no exercício de Comandante-Geral do Corpo de


Bombeiros Militar tem precedência hierárquica e funcional sobre todos os Oficiais da
Corporação.

Seção II

ESTADO-MAIOR

Art. 11. O Estado-Maior é órgão de direção geral, responsável perante o


Comandante-Geral pelo estudo, planejamento, coordenação, fiscalização e controle de
todas as atividades da Corporação. É ainda, o órgão central do sistema de
planejamento administrativo, programação e orçamento. Elabora as diretrizes e ordens
do Comando aos órgãos de direção setorial e de execução.

Parágrafo único. O Estado-Maior fica assim constituído:


I – Chefe de Estado-Maior;
II – Seções do Estado-Maior;
III – 1ª Seção (BM/1): assuntos relativos a pessoal e legislação;
IV – 2ª Seção (BM/2): assuntos relativos a informações;
V – 3ª Seção (BM/3): assuntos relativos à instrução, operações, ensino e
estatística;
VI – 4ª Seção (BM/4): assuntos relativos à logística e patrimônio;
VII – 5ª Seção (BM/5): assuntos relativos a relações públicas;
VIII – 6ª Seção (BM/6): assuntos relativos ao planejamento administrativo,
orçamentário e de informática.

Art. 12. O Chefe do Estado-Maior acumula as funções de Sub-Comandante


da Corporação e é o substituto eventual do Comandante-Geral. Será sempre um
Coronel do Quadro de Oficiais Combatentes BM, de escolha do Comandante-Geral e
terá precedência hierárquica sobre os demais coronéis da Corporação.
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§ 1º O Chefe do Estado-Maior dirige, orienta, coordena e fiscaliza os
trabalhos de Estado-Maior. Exerce as funções administrativas que lhe forem delegadas
pelo Comandante-Geral.

§ 2º O substituto eventual do Chefe do Estado-Maior é o Coronel mais antigo,


do Quadro de Oficiais Combatentes BM.

Seção III

DIRETORIAS

Art. 13. As Diretorias, órgãos de direção setorial, são organizadas sob forma
de sistema para atividades de pessoal, de administração financeira, contabilidade,
auditoria e apoio logístico.

Parágrafo único. As Diretorias serão criadas, estruturadas e ativadas


quando houver necessidade, mediante proposta do Comandante-Geral do Corpo de
Bombeiros, por decreto baixado pelo Governador do Estado.

Seção IV

AJUDÂNCIA-GERAL

Art. 14. A Ajudância-Geral tem a seu cargo as funções administrativas do


Comando Geral, suas principais atribuições são: trabalhos de secretaria, incluindo
correspondência, correio, protocolo geral, arquivo geral, boletim diário e outros, serviço
de embarque da corporação, apoio de pessoal auxiliar e de material.

Parágrafo único. Mediante proposta do Comandante-Geral, a Ajudância-


Geral será criada, estruturada e ativada por decreto baixado pelo Governador do
Estado.

Seção V

COMISSÕES

Art. 15. As comissões são órgãos de assessoramento direto ao Comandante-


Geral, constituídas para assuntos específicos, tendo caráter permanente ou temporário.

Parágrafo único. A Comissão de Promoção de Oficiais, presidida pelo


Comandante-Geral da Corporação, e a Comissão de Promoções de Praças, presidida
pelo Chefe do Estado-Maior, são de caráter permanente.

Seção VI

ASSESSORIAS

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Art. 16. As assessorias, constituídas eventualmente para determinados
estudos que escapem às atribuições normais e específicas dos órgãos de direção,
destinam-se a dar flexibilidade a estrutura do Comando da Corporação, particularmente
em assuntos especializados.

CAPÍTULO III

ÓRGÃOS DE APOIO

Art. 17. Ficam criados, como órgãos de apoio:


I - Centro de Ensino e Instrução de Bombeiros (CEIB);
II - Centro de Suprimento e Manutenção (CSM);
III - Centro de Serviço Social (CSS).

§ 1º O Centro de Ensino e Instrução de Bombeiros (CEIB), é o órgão


responsável pela formação, aperfeiçoamento e especialização de bombeiros, bem
como, ao desenvolvimento de estudos e pesquisas. Está vinculado a 3a Seção do
Estado-Maior.

§ 2º O Centro de Serviço Social (CSS), é o órgão de apoio de pessoal,


destinando-se, a prestação de serviços assistenciais.

§ 3º O Centro de Suprimento e Manutenção (CSM), é o órgão responsável


pelo suprimento logístico da Corporação, a este incumbindo as atividades de
recebimento, estocagem, distribuição de materiais e manutenção de viaturas e
equipamentos especializados.

§ 4º Mediante proposta do Comandante-Geral do Corpo de Bombeiros, o


funcionamento do Centro de Ensino e Instrução de Bombeiros - CEIB e o Centro de
Serviço Social - CSS serão regulamentados por decreto baixado pelo Governador do
Estado.

CAPÍTULO IV

ÓRGÃO DE EXECUÇÃO

Art. 18. Os órgãos de execução do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do


Espírito Santo são os seguintes:
I - Centro de Atividades Técnicas (CAT);
II - Batalhões de Bombeiros Militares (BBM);
III - Companhia de Bombeiros Militares (CIABM);
V - Pelotões de Bombeiros Militares (PELBM);
VI - Destacamentos de Bombeiros Militares (DBM).

Art. 19. O Centro de Atividades Técnicas (CAT), órgão subordinado


diretamente ao Comando do Corpo de Bombeiros, tem como competência: estudar,
analisar, planejar, normatizar, exigir e fiscalizar o cumprimento das disposições legais,
assim como todos os serviços de segurança contra incêndio e pânico, bem como
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realizar perícias de incêndio e explosões em locais de sinistro no Estado do Espírito
Santo.

Parágrafo único. O Centro de Atividades Técnicas (CAT), no exercício de


suas competências, estabelecerá canais de consulta junto à Sociedade Civil.

Art. 20. O Batalhão de Bombeiros Militares, órgão subordinado diretamente


ao Comando do Corpo de Bombeiros, tem como competência: a prevenção e o
combate a incêndios, busca e salvamento, realizar socorros de urgências,controlar o
tráfego de embarcações próximo às praias, rios e lagos e ações de defesa civil. Sua
organização pormenorizada constará dos quadros de organização (QO) da Corporação.

§ 1º Mediante proposta do Comandante-Geral do Corpo de Bombeiros, as


Subunidades serão criadas, estruturadas e ativadas por decreto baixado pelo
Governador do Estado.

§ 2º A subordinação e a competência das Subunidades serão definidas pelo


Comandante-Geral do Corpo de Bombeiros Militar do Espírito Santo.

TÍTULO III

PESSOAL

CAPÍTULO I

PESSOAL DO CORPO DE BOMBEIROS MILITAR

Art. 21. O pessoal do Corpo de Bombeiros Militar compreende:


I - Pessoal da Ativa:
a) Oficiais, constituindo os seguintes quadros:
1. Quadro de Oficiais Combatentes Bombeiros Militares (QOCBM);
2. Quadro de Oficiais de Administração Bombeiros Militares (QOABM);
3. Quadro de Oficiais Médicos Bombeiros Militares (QOMBM);
4. Quadro de Oficiais Dentistas Bombeiros Militares (QODBM);
b) Praças Bombeiros Militares:
1. Combatentes;
2. Especialista;
II - Pessoal Inativo:
a) Pessoal da Reserva Remunerada: Oficiais e Praças transferidos para
reserva remunerada;
b) Pessoal Reformado: Oficiais e Praças reformados.
III - Pessoal Civil.

§ 1º Os Praças Bombeiros Militares serão grupados em qualificações de


Bombeiro Militar Combatente e Especialistas.

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§ 2º Governador do Estado regulamentará, através de decreto, a qualificação
de Bombeiro Militar dos Praças, mediante proposta do Comandante-Geral da
Corporação.

CAPÍTULO II

EFETIVO DO CORPO DE BOMBEIROS MILITAR

Art. 22. O efetivo do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Espírito Santo


será fixado em lei específica, Lei de Fixação de Efetivo.

TÍTULO IV

DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 23. Os cursos de formação, aperfeiçoamento e especialização de Oficiais


e Praças BM, poderão ser realizados em outras Corporações, enquanto o Corpo de
Bombeiros Militar do Espírito Santo não possuir estrutura para oferecê-los.

Art. 24. Compete ao Governador do Estado, mediante decreto, a criação,


transformação, extinção, denominação, localização e a estruturação dos órgãos de
direção de apoio e de execução do Corpo de Bombeiros Militar, dentro dos limites de
efetivos fixados na Lei de Fixação de Efetivo, por proposta do Comandante-Geral.

Art. 25. Ficam asseguradas aos integrantes do Corpo de Bombeiros Militar as


mesmas disposições legais, que são aplicadas aos militares da Polícia Militar do Estado
do Espírito Santo.

Art. 26. Fica o Poder Executivo autorizado a abrir crédito especial no


Orçamento vigente, que se destinará ao atendimento das despesas de implantação de
nova estrutura de Corpo de Bombeiros Militar, suplementando se necessário.

Art. 27. Fica assegurado aos integrantes do Corpo de Bombeiros Militar á


mesma assistência ambulatorial, médica, hospitalar e odontológica, que é prestada aos
militares da Polícia Militar do Estado do Espírito Santo, pelo seu órgão próprio.

Art. 28. Integrarão o patrimônio do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do


Espírito Santo, todos os bens móveis e imóveis que, na data da promulgação desta Lei,
encontrarem-se à disposição do Corpo de Bombeiros Militar ou sob sua guarda.

Art. 29. Esta Lei Complementar entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 30. Revogam-se as disposições em contrário, em especial os artigos 59


e 60, da Lei nº 3.044/75.

Ordeno, portanto, a todas as autoridades que as cumpram e a façam cumprir


como nela se contém.

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O Secretário de Estado da Justiça e da Cidadania faça publicá-la, imprimir e
correr.

Palácio Anchieta, em Vitória, 22 de setembro 1997.

VITOR BUAIZ
Governador do Estado

PERLY CIPRIANO
Secretário de Estado da Justiça e da Cidadania

ADÃO ROSA
Secretário de Estado da Segurança Pública
PEDRO IVO DA SILVA
Secretário de Estado da Administração e dos Recursos Humanos

ROGÉRIO SARLO DE MEDEIROS


Secretário de Estado da Fazenda

(D. O. 23/09/97)

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