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REVISÃO DIREITO ADMINISTRATIVO

PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS

Normas que orientam a atuação da Administração Pública.


Apresentam maior grau de abstração, diferente das regras legais
específicas, que tem como característica maior grau de concretude e
objetividade.
Indicam fins a serem alcançados. Criam para a Administração o dever de
adotar comportamentos aptos a produzirem determinados resultados. (FUNÇÃO
DIRETIVA DOS PRINCÍPIOS).
São diretrizes para a análise da validade das condutas administrativas.
Caso o administrador público, quando a lei autorizar, fizer escolhas que se
contraponham aos valores dos princípios, essa ação poderá ser considerada
inválida. (FUNÇÃO LIMITADORA DOS PRINCÍPIOS).
O administrador deve buscar harmonia dos princípios com base nas
peculiaridades do caso. Não há total supressão de um ou mais princípios em
relação a outros.

PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS

Legalidade
A atuação administrativa deve estar autorizada pela lei e pelo direito e
não de acordo com preferências ou valores pessoais. O administrador não pode
desviar-se sob pena de nulidade do ato. Pode ser responsabilizado
administrativa, civil e criminal.
Ex: As sanções impostas ou vantagens devem estar previstas em lei.

Impessoalidade

É dever da Administração Pública tratar os administrados de forma


isonômica (igualitária), sendo vedada qualquer conduta que promova
favorecimentos ilícitos ou perseguições imotivadas. Ex: os candidatos de
concurso público devem ser tratados de forma isonômica.

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Moralidade
Nas relações da Administração Pública interna e externa, devem ser
observados preceitos éticos que conduzam ações pautadas pela boa-fé,
probidade, lealdade, transparência e honestidade.
É permitido a qualquer cidadão exercer o controle mediante a
propositura de ação popular, com o objetivo de anular os atos a ela ofensivos.
Ex: Ordenar despesas que não sejam consideradas de natureza pública;
usar recursos públicos sem a observância das formalidades legais e em benefício
de um particular; contratar determinado fornecedor com o objetivo de obter
vantagem pessoal.
A ofensa à moralidade também caracteriza ato de improbidade, viola os
deveres de honestidade, imparcialidade e lealdade às instituições, podendo
submeter o infrator, ao ressarcimento integral do dano, perda da função pública
e suspensão dos direitos políticos de três a cinco anos.

Publicidade
Impõe à Administração Pública o dever de dar ampla publicidade aos
atos administrativos, possibilitando, o conhecimento e a fiscalização da
legitimidade de seus atos pelos administrados. O dever de observância ao
princípio alcança todas as pessoas administrativas,
A publicidade é a regra a ser observada, mas há situações em que a
simples divulgação ou a divulgação precoce de informações pode causar
prejuízo grave ao interesse público primário, bens e pessoas, devendo o
servidor, ser responsabilizado por improbidade administrativa.

Eficiência
A Administração Pública busca a constante qualidade da ação
administrativa, exigindo a execução dos serviços públicos com presteza,
perfeição e rendimento funcional, pois, por meio de uma ação eficiente, ela
obtém melhor resultado na utilização dos recursos públicos, aumentando a sua
produtividade e reduzindo o desperdício de dinheiro.

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Princípio da Legitimidade e Participação
Relaciona-se à vontade política dominante na sociedade por meio da
qual, há um controle não apenas institucional, mas também de natureza social.
O princípio da legitimidade avança em relação ao princípio da legalidade,
impõe controle formal e faz análise da finalidade apresentada e da motivação
oferecida, para evitar a ocorrência de ilegitimidades. Essa ilegitimidade diz
respeito à prática de atos que, disfarçados de aspectos formalmente legais,
violam as diretrizes superiores do sistema.
Pelo princípio da participação, a fiscalização do atendimento aos
princípios e às regras que regem o desempenho da função administrativa pode
e deve ser amplamente realizada por toda a sociedade. Isso se dá porque tal
princípio, busca uma aproximação entre a Administração e os administrados,
seja no controle da atividade estatal ou em participação efetiva nas decisões que
afetam a todos. O direito positivo prevê formas de controle pela sociedade
(controle social) Ex: possibilidade de qualquer cidadão impugnar edital de
licitação por irregularidade na aplicação da Lei e ainda, qualquer cidadão é parte
legítima para denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de
Contas do Estado.
A Administração deve oferecer mecanismos que possibilitem a
concretização do princípio da participação, de modo que os administrados
tenham acesso às informações relativas ao exercício da função administrativa.

Princípio da Razoabilidade
Determina que o administrador público atue de forma equilibrada,
ponderada e consoante às finalidades buscadas pela lei que lhe outorgou a
competência exercida. Condutas desarrazoadas, incoerentes e incompatíveis
com o que normalmente é realizado pela Administração Pública são
consideradas ofensivas a este princípio e, por isso, poderão ser invalidadas pela
própria Administração ou pelo Poder Judiciário.
Não são os critérios pessoais do administrador que indicarão o que se
entende por razoável ou desarrazoado, mas sim um standard comportamental
aferível segundo certas regras de experiência.
Caso seja aplicada uma punição excessivamente severa ou
demasiadamente branda, o ato administrativo poderá apresentar-se inválido por
afronta ao princípio da razoabilidade.

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Princípio da Economicidade
Impõe ao agente público o dever de obter o maior atendimento ao
interesse público, consumindo, para isso, a menor quantidade de recursos
públicos (custo-benefício). Com isso, não se devem promover ações
excessivamente onerosas que visem à satisfação de interesses públicos que
possam ser conquistados de outra forma.
O princípio da economicidade concretiza-se por meio da utilização
razoável, adequada, eficiente e eficaz dos recursos públicos.
Tem dever de obediência ao princípio, a Administração Pública Direta e
Indireta de quaisquer dos Poderes do Estado, abrangendo as entidades
constituídas ou mantidas pelo Poder Público, e as entidades privadas que
recebam subvenções dos cofres públicos.
Nos casos em que não restar atendido o princípio da economicidade,
cabe ao órgão de controle interno dar imediata ciência ao Tribunal de Contas do
Estado para a adoção das providências necessárias, qual seja, indicação de prazo
para que o responsável providencie o cumprimento da lei, sustando a execução
do ato se não for possível atender ao prazo assinalado.

Princípio da Motivação
Impõe à Administração Pública o dever de explicitar os fundamentos de
fato e de direito que conduzem a sua atuação. Em regra, os atos administrativos
devem ser motivados, porém há situações às quais não é imposto o dever de
motivação. Ex: ato de nomeação e exoneração de servidores para cargos em
comissão, visto que são de livre nomeação e exoneração.
Quando a lei exigir a motivação do ato ou quando ela nada referir, estará
o administrador público obrigado a motivar a atuação administrativa. Quando a
lei expressamente dispensar a motivação do ato, ela não será obrigatória, mas,
possível. Se, o administrador motivar o ato que inicialmente dispensava
motivação, as razões apontadas deverão existir, sob pena da possibilidade de
invalidade.
A fundamentação deve estar sempre presente em todos os atos,
ressalvados os de mero expediente, os autodecifráveis por sua singeleza e as
exceções constitucionalmente previstas.

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Princípio da Supremacia do Interesse Público
Interesse resultante do conjunto de interesses que os indivíduos
pessoalmente têm quando considerados em sua qualidade de membros da
sociedade.
INTERESSE PRIMÁRIO: conjunto de interesses dos indivíduos enquanto
membros da sociedade.
INTERESSE SECUNDÁRIO: Identifica-se com os interesses individuais do
Estado enquanto pessoa jurídica.
O gestor público deve buscar realizar o interesse público primário e o
secundário, respeitadas as limitações legais e principiológicas impostas pelo
ordenamento jurídico.
É com fundamento no interesse primário que o Estado, em determinadas
situações, utilizando-se das prerrogativas que lhe são conferidas, impõe a sua
vontade sobre a do particular. Ex: o exercício do poder de polícia administrativa
e a presença de cláusulas exorbitantes nos contratos administrativos.
O agir administrativo, à luz dessa supremacia, encontra limites noutros
princípios de direito, como os impostos pelo princípio da legalidade e da
razoabilidade.

Princípio da Indisponibilidade do Interesse Público


A Administração Pública, por meio de seus agentes, utiliza-se de poderes
administrativos para praticar atos voltados ao atendimento dos interesses
públicos, caracterizados como aqueles que são próprios da coletividade.
Segundo esse princípio, o administrador público não pode deixar de tutelar os
bens e os interesses públicos, uma vez que não se encontram à sua livre
disposição.
Não pode deixar de exercer os poderes e as competências que lhe são
conferidos, sob pena de responder pela omissão, já que ditos bens e interesses
públicos não pertencem à Administração Pública, pertencem a toda a sociedade.
Determinadas condutas estão vedadas, como, deixar de apurar e punir a
prática de um ilícito administrativo, deixar de cobrar ou arrecadar receita pública,
omitir-se no exercício do poder de polícia ou deixar de prestar contas quando a
lei assim o exigir.

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Princípio da Segurança Jurídica
Indica o dever do Estado de zelar pela estabilidade das relações jurídicas.
É estudado sob dois enfoques:
NATUREZA OBJETIVA: visa a preservar a estabilização das relações
jurídicas do Estado.
NATUREZA SUBJETIVA (princípio da proteção da confiança): busca
proteger os administrados de condutas administrativas que, após lhes conferir
vantagens, venham a muito tempo depois, considerar que o ato concessivo
apresentava vício de legalidade.
O princípio da segurança jurídica impede que a Administração Pública,
utilizando-se do poder de autotutela, anule, indiscriminadamente, atos
administrativos que produziram efeitos benéficos aos administrados. Essa
limitação, reclama a presença de dois importantes fatores: um considerável lapso
temporal decorrido desde a prática do ato e a boa-fé do administrado.
O direito de a Administração anular os atos administrativos de que
decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados
da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé.

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PODERES ADMINISTRATIVOS

DEFINIÇÃO

Os poderes administrativos são prerrogativas asseguradas aos agentes


públicos para o desempenho de variadas atividades, voltadas ao atendimento
das necessidades coletivas, permitindo, assim, que o Estado realize as
finalidades que lhe são próprias. Essas prerrogativas são classificadas como
modalidades de poderes administrativos, destacam-se os seguintes: vinculado,
discricionário, hierárquico, disciplinar, regulamentar e de polícia.

PODER VINCULADO

A lei prevê todos os elementos do ato a ser praticado, não restando ao


administrador a possibilidade de fazer escolhas segundo critério de
conveniência e oportunidade. A impossibilidade de revogação é característica
dos atos administrativos vinculados, haja vista que não há espaço para uma
avaliação sobre o mérito de sua prática. Isso não quer dizer que não possam, e
não devam, ser anulados por vícios de legalidade. Exemplo, a licença à gestante,
quando preenchidos os requisitos legais, não há espaço para a sua negativa,
sob pena de se configurar ilegalidade passível de correção pelo Poder Judiciário.
Retrata o dever do administrador de fiel aplicação da lei.

PODER DISCRICIONÁRIO

Possibilita ao administrador escolher a alternativa que melhor atenda ao


interesse público, respeitados os limites traçados pela lei. Nos atos
discricionários, a lei é rígida quanto à competência e à finalidade, havendo
divergência doutrinária quanto à caracterização da forma como elemento
vinculado ou discricionário.
COMPETÊNCIA: quem pode praticar o ato; FINALIDADE: deverá ser
sempre o interesse público, sendo inválidos os atos que dele se afastem; FORMA
DO ATO ADMINISTRATIVO: Modo de exteriorização.
O gestor, adotando critérios de conveniência e oportunidade, pode
definir o motivo, o objeto e, para alguns, da forma do ato administrativo, ao que
se denomina MÉRITO ADMINISTRATIVO.

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MOTIVO: Situação de fato, que encontra numa regra jurídica a autorização
para a atuação do administrador, e este, nos atos baseados no poder
discricionário, tem uma escolha a fazer.
OBJETO: Conteúdo ou consequências do ato.
Ex: Licença para tratar de interesses particulares, concedida ao servidor,
quando for conveniente e oportuno a administração.

PODER HIERÁRQUICO

Está relacionado à organização da Administração Pública. Decorrem


certos efeitos, tendo em vista a necessidade de coordenação e harmonia da
atividade administrativa, possibilitam que as autoridades ou os órgãos
superiores possam agir sobre a atuação de autoridades ou de órgãos inferiores.
Aos agentes administrativos superiores é admitido dar ordens àqueles
que lhes são subordinados, os quais têm o dever de obediência, ressalvados os
casos de ordens manifestamente ilegais. Os agentes superiores também
estabelecem diretrizes a serem seguidas, podendo fiscalizar a atuação e o
atendimento das diretrizes previamente estabelecidas pelos seus subordinados.
Se os atos praticados apresentarem vícios de legalidade ou não seguirem a
orientação dada, o poder hierárquico autoriza que os agentes superiores
revejam os atos ilegais ou desconformes a essa orientação, ajustando-os aos
parâmetros da legalidade ou à diretiva antes traçada.
Há a possibilidade de delegação ou avocação de atribuições.
DELEGAÇÃO: transferência de atribuições de um órgão ou agente para
outro.
AVOCAÇÃO: autoridade superior chama para si o desempenho de
atividade inicialmente cometida ao seu subordinado. Nenhuma das duas são
ilimitadas, encontrando na lei os limites para a sua ocorrência.
É coautor o superior hierárquico que receber denúncia sobre
irregularidades praticadas por servidor subordinado, e deixar de adotar
providências para a apuração dos fatos noticiados.

PODER DISCIPLINAR

É ligado ao poder hierárquico, mas não pode ser confundido. Autoriza


que a administração apure eventuais faltas funcionais cometidas por todos que

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mantiverem com ela um vínculo de subordinação específica, aplicando as
penalidades cabíveis.
O exercício desse poder revela-se atividade preponderantemente
vinculada. Há discricionariedade quanto à definição e à quantificação da pena a
ser imposta, não sendo possível deixar de punir quando a lei assim o exigir. A
definição e gradação da penalidade, imposta aos servidores, deverá pautar-se
pela natureza e pela gravidade da infração, e pela gravidade dos danos causados
ao serviço público. Quando a falta funcional apresentar reduzida gravidade,
poderá ser advertido apenas verbalmente.
A apuração de irregularidades praticadas será procedida mediante a
instauração de sindicância ou inquérito administrativo, dependendo da
gravidade da infração. Identificado o infrator, a aplicação de penalidade
dependerá de processo administrativo-disciplinar, onde deverá ser garantido o
contraditório e a ampla defesa. O poder disciplinar, decorre do princípio da
supremacia do interesse público, o Estado pode e deve aplicar sanções quando
a lei exigir, preservando a integridade do interesse público.
O administrador não pode aplicar as penalidades sem a observância
obrigatória das garantias constitucionais do contraditório e da ampla defesa e
dos procedimentos definidos expressamente em lei.

PODER REGULAMENTAR

Pelo poder regulamentar, a Administração Pública pode editar atos de


caráter geral, com o objetivo de complementar ou esclarecer o conteúdo das leis
que lhe antecedem, de forma a assegurar a sua fiel execução. É uma prerrogativa
conferida à Administração Pública. Exemplos de atos destinados a garantir
execução das leis: decretos, resoluções, instruções normativas e portarias.
A Constituição do Estado do Rio Grande do Sul autoriza o Governador
do Estado a expedir decretos e regulamentos, mas, delimita o campo de atuação
desses atos, os quais se restringem à garantia da fiel execução das leis.
Os Secretários de Estado e as autoridades a eles equiparadas poderão
expedir instruções não apenas para a fiel execução das leis, mas também dos
decretos e regulamentos. Esses atos de caráter geral não podem contrariar a lei
que se pretende regulamentar, dada a vedação imposta pelo princípio da
legalidade.

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PODER DE POLÍCIA

O poder de polícia corresponde à atividade da Administração Pública


que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática
de ato ou a abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à
segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do
mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou
autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à
propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. São atributos do poder de
polícia:
COERCIBILIDADE: permite que os atos sejam executados,
independentemente, da vontade dos administrados.
AUTOEXECUTORIEDADE: permite que a Administração efetive as medidas
necessárias – respeitados os limites previstos no ordenamento jurídico – sem
necessitar da intervenção judicial para tanto.
DISCRICIONARIEDADE: relaciona-se à valoração da atividade policiada e
em relação à medida de polícia aplicável.
O poder de polícia, é uma atividade estatal típica, é indelegável,
impossibilitando seu exercício por pessoas jurídicas de direito privado.
Ex: a concessão de licenças, a aplicação de punições administrativas, as
demolições, as apreensões, os embargos etc. Tal poder será regularmente
exercido quando observar as normas de direito administrativo.
A sua utilização irregular, por abuso de autoridade ou desvio de
finalidade, pode ocasionar (em regra não causa) a responsabilidade civil do
Estado perante terceiros, bem como a responsabilidade administrativa, civil e
penal do servidor responsável pelo ato ilegal.

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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

DEFINIÇÃO

No sentido formal (subjetivo), a Administração Pública é o conjunto de


órgãos e entes que exercem funções administrativas, compreendendo as
pessoas jurídicas, os órgãos e agentes públicos incumbidos dessas funções, no
âmbito da Administração Direta e Indireta. No sentido material (objetivo), é o
conjunto de atividades do Estado, as quais não podem ser classificadas nas
funções legislativas e judiciárias.
A função administrativa deve ser exercida predominantemente pelo
Poder Executivo, mas, de forma atípica, os demais Poderes constitucionais
também poderão exercê-la.

CLASSIFICAÇÃO

Administração Direta
Conjunto de órgãos que integram as pessoas federativas, aos quais foi
atribuída a competência para o exercício, de forma centralizada, das atividades
administrativas do Estado.
Formada pelas pessoas políticas: União, Estados, Municípios e Distrito
Federal e assim se denomina porque elas estão previstas na Constituição Federal
de 1988.

Administração Indireta
Conjunto de pessoas jurídicas dotadas de personalidade de direito
público ou privado, criadas ou autorizadas por lei específica para prestar
serviços públicos ou exercer atividades econômicas e distintas daquelas que as
instituíram, tendo seu fundamento na descentralização administrativa.
PRINCÍPIO DA RESERVA LEGAL: É necessária uma lei específica para criar
ou autorizar a instituição dessas entidades. / PRINCÍPIO DA SIMETRIA DE
FORMAS: a extinção também exige lei.
A criação resulta de decisão dos entes políticos, pessoas jurídicas de
existência obrigatória pela Constituição Federal, e, em tese, também os Poderes
Judiciário e Legislativo poderiam cria-las.
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ADMINISTRAÇÃO DIRETA: Exercício do poder de polícia e a prestação de
serviço público.
ADMINISTRAÇÃO INDIRETA: podem prestar serviço público e exercer
atividades econômicas.

ADMINISTRAÇÃO INDIRETA

Integrada pelas Autarquias, Fundações Públicas, Empresas Públicas,


Sociedades de Economia Mista e suas Subsidiárias e Consórcios Públicos.

Autarquias
Definidas como a pessoa jurídica de Direito Público de capacidade
exclusivamente administrativa.
Em função das prerrogativas concedidas aos novos entes autárquicos, a
doutrina denomina de:
AUTARQUIAS COMUNS: aquelas formatadas nos moldes anteriores, se
sujeitam a amplo controle finalístico exercido pela Administração Direta, como a
admissão e o afastamento de diretores.
AUTARQUIAS DE REGIME ESPECIAL: aquelas que possuem prerrogativas
especiais e diferenciadas. A autonomia e a independência são ampliadas.
O termo autarquia de regime especial empregado pela primeira vez na
Lei que fixou normas de organização e funcionamento do ensino superior,
reconhecendo às universidades públicas grau de autonomia e independência
superior.
A criação depende de lei específica e em obediência ao princípio do
paralelismo de formas, sua modificação e extinção também exige lei (doutrina
diz que não). Tal lei é de iniciativa exclusiva do chefe do executivo. A instituição
independe de registro da pessoa jurídica com as formalidades exigidas para as
pessoas privadas. É a partir da vigência da lei que faz surgir a autarquia,
iniciando a personalidade jurídica que é de direito público (direito público
interno).
Sua finalidade vincula-se ao exercício de atividades da Administração
Pública com atuação impositiva e poder de polícia, serviço público típico.
Apresenta características similares às dos entes políticos, sujeitando-se ao
mesmo regime administrativo.

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O ingresso é por concurso público; há teto remuneratório e é vedado o
acúmulo de empregos ou cargos. Observa a Lei das Licitações.
Beneficiam-se da imunidade tributária de impostos sobre patrimônio,
renda ou serviços vinculados às suas finalidades essenciais, ou às delas
decorrentes, e dos privilégios processuais, com prazo quadruplicado para
contestar e em dobro para recorrer. A prescrição de dívidas, ocorre no prazo de
cinco anos.
Respondem de forma objetiva pelos danos que seus agentes causarem a
terceiros, assegurando direito de regresso, se constato culpa do servido,
devendo o gestor abrir processo investigativo para apurar a responsabilidade,
visando ressarcimento aos cofres públicos, se for o caso.

Agências Reguladoras

São denominadas de autarquias de regime especial e surgiram com o


processo de desestatização, fazendo com o que o Estado exerça melhor o seu
poder de polícia. Visam preservar o interesse público e assegurar o equilíbrio
entre usuários e particulares. Novas agências criadas: ANCINE e ANVISA.
A lei que cria a autarquia é a que define o seu grau de autonomia. Quando
comparadas às autarquias comuns, as de regime especial apresentam, maior
independência e autonomia financeira e administrativa. Os seus dirigentes
possuem mandato e a sua nomeação é aprovada pelo Poder Legislativo, tem
poder normativa e fiscalizatório. Seguem as mesmas regras do direito
administrativo das autarquias comuns.

Agências Executivas

Qualificação concedida por decreto específico a uma entidade que já


existe (autarquia ou fundação pública), desde que tenha um plano estratégico
de reestruturação e de desenvolvimento institucional voltado a melhoria da
qualidade da gestão e redução de custos; e seja celebrado contrato de gestão
com o órgão da Administração Direta a que está vinculada. A entidade não
nasce agência executiva, apenas recebe esse título.
Foram introduzidas com o propósito de aprimorar a gestão, com base no
controle dos resultados e no cumprimento de objetivos e metas.
A qualificação de agência executiva dá maior autonomia e flexibilidade
gerencial, orçamentária e financeira (dobro do valor para dispensa de licitação).
Deve ser previsto metas e meios para atingi-las, penalidades em caso de
descumprimento, vigência do contrato e condições para renovação, revisão e
rescisão. Agências na esfera federal: ABIN, INMETRO, FIOCRUZ.
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Diferenças entre agência reguladora e agência executiva:
REGULADORA: criação e definição das atribuições se dão por lei. Para a
agência reguladora, a manutenção das prerrogativas independe do desempenho,
e a perda da condição, pelo princípio da simetria de formas, ocorre somente com
alteração legal. Desenvolvem atividades normativas e reguladoras para outras
entidades públicas ou privadas. Os dirigentes detêm mandato, o que lhes dá
estabilidade institucional.
EXECUTIVAS: Título de qualificação e as prerrogativas são fixados por
decreto. Para se manter como agência executiva, a entidade depende do
cumprimento das metas definidas no contrato de gestão, estando, também,
sujeita a perder essa qualificação no caso de seu descumprimento ou de não
renovação das metas previstas. Direcionam a prática de suas atividades
administrativas diretamente aos administrados. Os gestores podem ser
destituídos por ato administrativo.

Fundações Públicas
São consideradas patrimônio dotado de personalidade jurídica, afetado
a um fim social, sem finalidade lucrativa e com autonomia administrativa, sem
hierarquia, supervisionado pelo ente instituidor.
Caso as fundações obtenham resultado positivo, este reverterá ao
atendimento dos fins da entidade. Podem ser privadas (instituídas por
particulares), ou públicas, se o patrimônio for originário de ente do Poder
Público e a finalidade for essencialmente pública.
Podem ter personalidade jurídica de direito público ou privado. São
criadas ou autorizadas por lei específica para desempenhar atividades em áreas
sociais atribuídas ao Estado educação, saúde e assistência social.
A instituição de fundações de personalidade de direito privado depende
do registro Pessoas Jurídicas, com o objetivo de transferir o patrimônio e não
de definir a personalidade. A modificação e extinção deve ocorrer por lei.
As fundações com personalidade de direito público podem desempenhar
atividades em que seja necessário o uso da autoridade estatal (poder de polícia)
e estão sujeitas exclusivamente ao regime jurídico administrativo.
A jurisprudência considera as fundações públicas como autarquias
fundacionais, sendo concedido tratamento semelhante ao das autarquias e
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fundações. Pela finalidade social que visam a atingir, as fundações aproximam-
se mais das autarquias do que das empresas públicas ou sociedades de
economia mista.
O ingresso é por concurso, há vedação de acumular cargos e sujeição ao
teto remuneratório, licitações e contratos, ao regime de bens e à imunidade
tributária.
Para as constituídas com personalidade jurídica de direito privado, incide
regras do regime administrativo, como a criação e a instituição de quadro de
pessoal por lei, a realização de licitações e a obrigatoriedade de prestar contas
de sua gestão. Ingresso por concurso e contratados pelo regime celetista, sendo
vedada a acumulação de cargos.
As regras de direito administrativo (responsabilidade civil) incidem para
ambas as fundações. Submetem-se ao controle interno e externo (CAGE e
Tribunal de contas) e ao exercido pelo Ministério Público, que ocorre conforme
a personalidade jurídica da entidade.

Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista


O Estado pode criar entidades para exploração de uma atividade
econômica (atividade típica do setor privado), desde que sejam necessárias a
segurança nacional ou haja relevante interesse coletivo
São pessoas jurídicas de direito privado, incluídas as prestadoras de
serviço público. O STF tem entendimento de que as atividades típicas do Estado
não podem ser delegadas a entidades privadas, conclui-se, que tais entidades
não estão aptas a exercer o poder de polícia.
A sua criação depende de autorização legislativa específica e a sua
instituição é por meios privados, com o registro na Junta Comercial ou no
Registro Civil de Pessoas Jurídicas. A extinção, depende de lei, mesmo que não
específica.
As contratações são pelo regime celetista. Aplicam-se as regras do direito
administrativo: exigência de concurso público, vedação de acumular empregos
e observância do teto remuneratório (aplicável às entidades que necessitam de
repasse de recursos do ente instituidor para despesas de pessoal e de custeio).
Para fins da Lei de Improbidade Administrativa, os empregados das empresas
prestadoras de serviços públicos equiparam--se aos servidores públicos em
geral.

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Os bens são privados, sem regime especial de proteção.
Em regra, as empresas estatais não gozam de privilégios administrativos,
tributários e processuais. O regime tributário é o mesmo das empresas privadas,
mas, o STF reconheceu a imunidade tributária recíproca para os correios,
empresa prestadora de serviço público.
Tais entidades sujeitam-se ao controle do Tribunal de Contas e do
Ministério Público Os seus agentes sujeitam-se aos dispositivos da Lei de
Improbidade Administrativa.
Em nosso Estado, há o exemplo de uma empresa com participação
acionária das três esferas de governo, a Empresa de Trens Urbanos de Porto
Alegre S/A – TRENSURB, não há participação de capital privado. Embora
denominada de sociedade anônima, a composição societária levaria a
caracterizá-la como empresa pública.
Diferenças entre uma empresa pública e uma sociedade de economia
mista:
EMPRESA PÚBLICA: constituída com capital exclusivamente público e
pode revestir-se de qualquer das formas admitidas pelo direito. Não tem
finalidade lucrativa, e os riscos da atividade são do Estado. Em geral, são
entidades unipessoais.
SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA – SEM: tem, além do público, a
participação do capital privado, ainda que minoritário, podendo ser criada
somente sob a forma de sociedade anônima. Tem o lucro como objetivo, mas
também reparte os eventuais prejuízos. Tem múltiplos sócios (acionistas).

Lei das Estatais


A Lei das Estatais é uma Lei Nacional, com aplicabilidade para todos os
Entes Federativos. A norma é válida para todas as empresas públicas, sociedades
de economia mista e subsidiárias.
Estatais no RS: Procergs, Banisul, Cesa, CEEE, EGR, entre outras. As
subsidiárias das estatais também se submetem a lei.
A Lei buscou estabelecer práticas de governança e controles
proporcionais à relevância, à materialidade e aos riscos do negócio das Estatais.
Eles devem divulgar, anualmente, carta com os objetivos de políticas públicas e
dados operacionais e financeiros que evidenciem os custos da atuação.

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Trouxe critérios objetivos acerca da implementação e indicação dos
Administradores e do Comitê de Auditoria Estatutário.
A escolha dos administradores deverá recair sobre cidadãos de reputação
ilibada e de notório conhecimento e que preencham cumulativamente os
seguintes requisitos: Formação acadêmica compatível; não se enquadrar nas
hipóteses de inelegibilidade e experiência mínima, que pode ser dispensada em
alguns casos.
Traz a previsão da necessidade de participação anual dos
administradores em treinamentos específicos sobre legislação societária e de
mercado de capitais, divulgação de informações, controle interno, código de
conduta e demais temas relacionados às atividades da empresa pública ou da
sociedade de economia mista.
Trouxe alterações aos valores previstos para a dispensa de licitação, que
são de R$ 100 mil para obras e serviços de engenharia e de R$ 50 mil para
outros serviços e compras e para alienações. Poderão ser alterados pelo
conselho de administração, podendo haver valores diferentes para cada estatal.

Subsidiárias
Existem empresas subsidiárias e as controladas direta ou indiretamente
pelo Poder Público. A subsidiária é uma entidade controlada por outra, sendo
essa relação integral quando a controladora é a única acionista. Toda subsidiária
é uma controlada, mas nem toda controlada é uma subsidiária.
CONTROLADA: Sociedade onde a controladora, diretamente ou através
de outras controladas, é titular de direitos de sócio que lhe assegurem,
preponderância nas deliberações sociais e o poder de eleger a maioria dos
administradores.
CONTROLADA: sociedade cuja maioria do capital social com direito a
voto pertença, direta ou indiretamente, a ente da Federação.
A Constituição Federal autoriza que seja instituída empresa subsidiária
por qualquer entidade da administração indireta, mas apenas as sociedades de
economia mista e empresas públicas tem subsidiárias. A criação, modificação e
extinção dependem de autorização legal.
As subsidiárias e as controladas direta ou indiretamente pelo Poder
Público sujeitam-se ao controle interno e externo, inclusive as que não integram
a Administração Indireta, por existir patrimônio público envolvido.
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Para que uma entidade instituída por uma sociedade de economia mista,
na condição de subsidiária, entre no mundo jurídico como uma sociedade de
economia mista específica, é preciso que lei específica autorize a sua criação,
atribuindo essa qualidade à nova entidade. É denominada de sociedade de
economia mista de segundo grau, para diferenciá-la da criadora, que é
considerada de primeiro grau. Ambas integram a Administração Indireta.
Entidades que tiverem a participação acionária, majoritária ou
minoritariamente, de sociedades de economia mista estarão sujeitas às suas
regras gerais (ou seja, às da Lei das Sociedades Anônimas) e não às disposições
especiais destinados as sociedades de economia mista.

Consórcios Públicos.
Cooperação é uma forma de articulação dos entes federativos que visa à
realização de objetivos comuns. Para tanto, poderão constituir consórcios
públicos e formalizar convênios de cooperação.
Parcerias formadas por dois ou mais entes da federação para prestar
serviços públicos por meio de gestão associada. Apresentam mais características
de convênio, em face dos interesses comuns, do que de contrato, como prevê a
lei.
Poderão abranger áreas como saneamento básico, saúde, educação,
habitação, abastecimento de água, tratamento do lixo, destinação final de
resíduos sólidos, segurança pública e aquisição de máquinas.
Para alcançar seus objetivos, os consórcios podem firmar convênios,
contratos e acordos e receber auxílios, contribuições e subvenções sociais ou
econômicas de outras entidades e órgãos de Governo.
Etapas para a constituição da entidade Consórcio Público:
- Protocolo de Intenções: São estabelecidas as condições detalhadas do
futuro consórcio.
- Ratificação: Aprovação do protocolo de intenções, mediante lei
específica.
- Estatuto: Prevê a estrutura do consórcio e o funcionamento de seus
órgãos.
Poderão constituir-se sob a forma de pessoa jurídica de direito público
(associações públicas), de natureza autárquica, e pessoa jurídica de direito

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privado (associações privadas), entes em colaboração com o poder público, sem
fins lucrativos. As primeiras adquirem personalidade jurídica com a vigência das
leis de ratificação do protocolo de intenções; as de direito privado dependem
do registro em cartório dos seus atos constitutivos.
Apenas as entidades com personalidade de direito público integram a
Administração Indireta dos entes federados participantes.
As receitas têm origem nos contratos com os consorciados, por meio da
arrecadação decorrente da gestão associada dos serviços, do contrato de rateio
e dos convênios com entes não consorciados. Também podem ser do
recebimento de auxílios, contribuições e subvenções sociais e econômicas de
outras entidades e órgãos do Governo.
Aquele que não consignar recursos orçamentários para fazer frente às
obrigações assumidas poderá ser excluído do consórcio.
Os consórcios submetem-se à Lei de Licitações, os valores são dobrados
para os consórcios formados por até três entidades e triplicados para os
compostos por número superior. Os consórcios poderão dispensar a licitação
em valores mais elevados – dobrados – se comparados aos demais entes, bem
como poderão ser contratados – contrato de programa – pela Administração
Direta e Indireta, com dispensa de licitação.
Estão sujeitos as normas de direito público – regime híbrido-
relativamente a licitações, prestação de contas e admissão de pessoal, ainda que
pela CLT. Prestam contas e se sujeitam a fiscalização do Tribunal de Contas.
Poderão receber servidores cedidos pelos entes consorciados, com
restrição para os que vierem a desempenhar atividade impositiva, os quais não
poderão ser celetistas. E, ainda, os entes consorciados poderão transferir ou
alienar bens para o consórcio.

ENTIDADES PARAESTATAIS

As entidades paraestatais, também denominada de entes de cooperação


(ou terceiro setor), colaboração ou em situação particular, não integram a
Administração Indireta, mas, sobre elas incide normas do regime público
administrativo, em maior ou menor nível.
A palavra paraestatal significa o ente que está ao lado do Estado para
executar atividades estatais. São entidades privadas, instituídas por particulares,
sem vínculo orgânico com a Administração Pública. Colaboram com o Estado em

19
atividades não exclusivas deste, mediante algum incentivo do Poder Público,
como subvenções sociais ou isenções, sujeitando-se, ao controle do Tribunal de
Contas.
É denominado TERCEIRO SETOR porque coexiste com o primeiro e com
o segundo setores, que são o Estado e o mercado, respectivamente. É formado
por serviços sociais autônomos, entidades de apoio, organizações sociais,
entidades profissionais e organizações da sociedade civil de interesse público.
Destacam-se os Serviços Sociais Autônomos, as Organizações Sociais, as
Entidades ou Fundações de Apoio, as Entidades Profissionais e as Organizações
da Sociedade Civil de Interesse Público – OSCIPs.

Serviços Sociais Autônomos


São entidades colaboradoras com o Estado; atuam como uma forma de
parceria para financiar atividades que visem ao aperfeiçoamento profissional e à
melhoria do bem-estar social dos trabalhadores, fornecendo assistência e ensino
a certas categorias sociais ou grupos profissionais. É atividade privada de
interesse público, não exclusiva do Estado, incentivada e subvencionada por
este. Não é um serviço público, portanto, não se trata de descentralização
administrativa.
São instituídos mediante inscrição no Registro Civil sob a forma de
fundações, sociedades civis ou associações, com personalidade jurídica de
direito privado, em geral, não estão sujeitos às normas de direito público. As
obrigações são estabelecidas na lei ou no contrato de gestão. A lei não cria, mas
autoriza a instituição, sendo, em geral, a tarefa atribuída às confederações.
As entidades não visam lucro, as receitas são originárias, principalmente,
de contribuições parafiscais instituídas por lei; podem vir também de dotação
orçamentária específica, convênios ou contratos de gestão. A sua criação, devido
a origem das receitas, depende de autorização legislativa, e submetem-se ao
controle exercido pelo Tribunal de Contas.
O ingresso é por meio de processo seletivo, seus empregados são
contratados pelo regime celetista, são equiparados a servidores públicos para
fins criminais e de responsabilização pela prática de atos de improbidade
administrativa. Os salários seguem os padrões de mercado e NÃO estão sujeitos
ao “teto remuneratório” dos servidores públicos.

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Seguem a Lei de Licitações, mas podem adotar regulamento próprio. O
benefício da imunidade tributária está condicionado a não haver remuneração,
e não distribuição de lucros e bonificações, sob nenhuma forma ou pretexto.

Organizações Sociais

A iniciativa privada pode cooperar com o Estado, estabelecendo parcerias


em áreas de ensino, pesquisa científica, desenvolvimento tecnológico, proteção
e preservação do meio ambiente, cultura e saúde para a prestação de serviços
públicos não exclusivos do Estado.
O Poder Executivo poderá atribuir qualificação como organizações sociais
a associações civis ou fundações privadas instituídas por particulares, sem fins
lucrativos, sob a forma de pessoa jurídica de direito privado.
Entidades qualificadas desenvolvem, com incentivo e fiscalização do
Poder Público, atividade pública de natureza não exclusiva do Estado, mediante
vínculo jurídico (contrato de gestão), submetendo-se às regras de direito
privado. Não se trata de serviço público delegado, pois não integram a
Administração Pública. Na área de saúde, ocorre uma exceção em que há
prestação de serviço público.
A qualificação como organização social depende de habilitação perante
a Administração Pública, sendo a entidade declarada como “de interesse social
e utilidade pública” e suas obrigações estabelecidas no contrato de gestão. O
objetivo dessa qualificação é conceder maior autonomia e flexibilidade à
execução das atividades e aumentar a eficiência e a qualidade dos serviços. Para
tanto, essas organizações poderão receber recursos orçamentários e bens
públicos necessários ao cumprimento do contrato, podendo auferir, receita
própria com a venda de serviços. Em caso de descumprimento do contrato,
poderão ser desqualificadas, por Decreto, a exemplo de sua habilitação, sendo
os bens públicos revertidos ao Estado.
A Lei exige que o órgão de deliberação superior dessas entidades tenha
representantes do Poder Público e da comunidade, com notória capacidade
profissional e idoneidade moral. Essas organizações sociais, assumirão
atividades ora desempenhadas por órgãos ou entidades estatais que serão
extintas, implicando a cedência das instalações e dos bens móveis e imóveis. O
serviço que é público passará a ser prestado como atividade privada. A mesma
atividade será exercida, pelos mesmos servidores e com a utilização do mesmo
patrimônio. O objetivo é que os servidores se constituam pessoa jurídica de

21
direito privado, sem fins lucrativos, habilitados como organizações sociais, sem
ter que se submeter aos rigores do regime administrativo público.
A contratação de pessoal é feita pelo regime celetista. Não é exigido
concurso público, e os salários regulam-se pelas regras de mercado, não tendo
que observar o “teto remuneratório” aplicável ao serviço público. É admissível a
cessão especial de servidores públicos para realizar as atividades, com ônus
para o Poder Público, permitindo-se, remuneração complementar, desde que
decorra do contrato de gestão e que não seja com o uso de recursos públicos.
Somente estão sujeitas à Lei de Licitações nos casos de aquisição de
bens ou serviços com recursos públicos, mas têm autonomia para editar
regulamento próprio. Podem, ser contratadas com dispensa de licitação A
imunidade tributária está condicionada ao não pagamento de remuneração e à
não distribuição de lucros e bonificações, sob nenhuma forma ou pretexto. É
vedada a distribuição de bens ou de parcela do patrimônio para associado ou
membro, em função de desligamento, retirada ou falecimento.
As suas obrigações e metas serão supervisionadas pelo órgão que tenha
firmado o contrato de gestão. E o controle quanto aos recursos públicos será
exercido pelo Tribunal de Contas.

Entidades ou Fundações de Apoio


Não possuem fins lucrativos e são criadas por servidores com a finalidade
de cooperar com as instituições de ensino superior, nas áreas de ensino e de
pesquisa, e desempenhar atividades de interesse público próprias da entidade
estatal, com os mesmos objetivos e áreas de atuação do órgão ou entidade
pública que apoiam.
As fundações de apoio às instituições federais de ensino superior e de
pesquisa científica e tecnológica são disciplinadas pela Lei Federal nº 8.958/94;
as demais entidades não possuem legislação específica. São criadas com
recursos privados, em geral oriundos dos próprios servidores públicos da
entidade que pretendem apoiar, sob a forma de fundação, associação ou
cooperativa, com personalidade jurídica de direito privado, instituída nos termos
das leis civis. Na sua extinção, o patrimônio será transferido para a entidade
congênere.
Exercem atividades de interesse público e não serviços públicos
delegados, não se sujeitando às normas de direito público; devem observar as
regras do mercado, de direito privado, mesmo que exista a participação de

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servidores das entidades contratantes na realização das suas atividades, e os
seus empregados são contratados pelo regime celetista.
Não estão sujeitas à Lei de Licitações e podem ser contratadas pelas
universidades e instituições públicas de pesquisa científica e tecnológica por
dispensa de licitação. As entidades constituídas com base na lei citada, devem
observância à Lei de Licitações e sujeitam-se ao controle do Tribunal de Contas.
As demais estarão sujeitas a esse controle quando utilizarem recursos públicos.
O vínculo dessas fundações com entidades da Administração Direta e
Indireta, ocorre (em regra) por meio de convênio ou contrato; suas receitas
originam-se dos ajustes com as instituições que apoiam, e ainda, da prestação
de serviços a particulares, e têm a prerrogativa de utilizar bens e serviços da
entidade contratante (pública), mediante ressarcimento.
As que atuam nas áreas da educação ou da assistência social beneficiam-
se da imunidade, condicionada à não remuneração dos cargos de diretoria e à
não distribuição de lucro, bonificação a dirigentes ou associados.
O Ministério Público, quando fiscaliza, conforme atribuição, tem apontado
série de irregularidades nessas entidades: utilização de servidores,
complementação salarial com recursos públicos, repasse de serviços não
terceirizáveis e utilização indevida de bens públicos.

Entidades Profissionais

Os “conselhos profissionais” têm por objetivo fiscalizar e exercer o poder


disciplinar sobre os indivíduos cujas profissões são regulamentadas por
determinada lei federal. Por delegação, são criados para desempenhar atividades
típicas de Estado, especialmente o poder de polícia e a cobrança compulsória
de contribuições e são denominados de autarquias corporativas, mesmo que,
não sejam assim considerados. Suas receitas originam-se de contribuições que,
conforme entendimento do Supremo Tribunal Federal – STF, possuem caráter
tributário.
A personalidade jurídica dessas entidades é de direito público e
pertencem ao “gênero autarquia”, mas não integram a Administração Indireta e
não têm nenhuma subordinação e supervisão ao Poder Público.
Seus dirigentes são eleitos pelos profissionais com registro, e a receita
vem da contribuição desses membros. Suas atividades devem ser executadas
por detentores de cargos públicos, no âmbito de cada conselho profissional,

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admitindo-se a contratação de empregados para atividades-meio. É legítima a
criação de cargos e a contratação de pessoal por meio de um processo seletivo.
Para o STF, esse serviço, por ser atividade típica estatal, não pode ser
delegado a entidades privadas e se submete à fiscalização do Tribunal de
Contas.

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ATOS ADMINISTRATIVOS

Meio pelo qual a Administração Pública ou os seus delegatários, em


regime de direito público, manifestam sua vontade com o propósito de produzir
determinado efeito jurídico, criando, modificando ou extinguindo direitos ou
obrigações, para si ou para os administrados, com o fim de atingir o interesse
público.
Nem todos os atos praticados pelas pessoas administrativas são atos
administrativos em sentido estrito. Podem ser praticados atos em regime de
direito privado, os quais não são dotados de imperatividade,
autoexecutoriedade e presunção de legitimidade, atributos próprios dos atos
administrativos em sentido estrito, submetidos ao regime de direito público.
Quando a Administração Pública pratica atos sob o regime de direito
privado, encontra-se em igualdade de condições com os particulares, não se
justificando o regime de direito público para essas situações.

Requisitos do Ato Administrativo

Competência
Conjunto de atribuições legalmente conferidas aos órgãos e agentes
administrativos. Sendo conferida por lei (ou pela Constituição), a competência
não poderá ser modificada, seja para reduzi-la, seja para aumentá-la, pelo órgão
ao qual foi atribuída. A competência administrativa pode, ser objeto de
delegação e avocação, desde que a lei não a tenha previsto como exclusiva de
determinado órgão ou agente e que tal possibilidade esteja autorizada no texto
legal.
Todo o ato administrativo, para ser reconhecido como válido, deve ser
praticado pela autoridade competente, nos termos da lei.

Finalidade
O ato administrativo deve ser praticado para atender ao interesse
público. Caso o agente pratique um ato administrativo visando ao fim mediato
diverso do interesse público, ocorrerá desvio de finalidade, o que torna o ato
viciado e, com isso, passível de anulação.

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Caso o gestor público identifique a existência de um ato administrativo
divorciado do interesse público e, portanto, ilegal por desvio de finalidade, deve
dar início aos procedimentos necessários à sua anulação.
Todo deve servidor representar ou levar ao conhecimento da autoridade
superior as irregularidades de que tiver conhecimento.

Forma
Em alguns casos, a lei ou o ato normativo dispõem sobre a forma com a
qual a vontade administrativa deve se exteriorizar. Nessas situações, caso não
seja obedecida a forma indicada, o ato conterá vício de legalidade, sujeitando-
se à invalidação. Quando a Administração Pública pretender revogar um ato por
conveniência e oportunidade, ou anulá-lo, por conter vício de legalidade, deverá
observar, para a extinção, a mesma forma prevista em lei para a sua criação.

Motivo (Teoria dos Motivos Determinantes)


Combinação da situação de fato com o direito aplicável, que dá origem à
manifestação de vontade da Administração Pública. O motivo antecede a ação
da Administração e pode ser visto como a sua fonte geradora.
A indicação do motivo é denominada de motivação. Os agentes públicos
devem oferecer a motivação dos atos que praticam. Essa motivação revelará a
legalidade do ato, pois os motivos indicados deverão necessariamente existir e
ser verdadeiros, sob pena de nulidade.
TEORIA DOS MOTIVOS DETERMINANTES: exigência de compatibilidade
entre o ato administrativo e os motivos que levaram à sua prática.

Objeto
Efeito jurídico que o ato administrativo pretende produzir. Alteração no
mundo jurídico que o agente administrativo visa a promover com a prática do
ato. O ato administrativo não poderá ter objeto ilícito, incerto, impossível ou
imoral, situações que o tornariam viciado.

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ATRIBUTOS DO ATO ADMINISTRATIVO

Imperatividade
Possibilita que os atos administrativos sejam impostos
independentemente da vontade daqueles aos quais são dirigidos. Com isso, a
Administração Pública está autorizada a impor obrigações mediante atos
unilateralmente produzidos, observados os limites ditados pela Constituição e
pela lei. Ela dá origem ao poder extroverso. Esse importante atributo, não está
presente em todos os atos, apenas naqueles que criam obrigações.

Presunção de Legitimidade
Quando são editados os atos administrativos, surge com eles a
presunção de que são praticados de acordo com as normas jurídicas vigentes,
porque são emanados de pessoas que compõem a Administração Pública.
Esta presunção não é absoluta, pois o ato pode ter sido praticado sem a
observância das normas aplicáveis, sendo, uma presunção relativa, ou seja,
admite prova em contrário. Com isso, o ônus de comprovar que foi praticado
sem a observância das normas aplicáveis é do administrado, já que o ato nasce
com a presunção de que se encontra conforme a ordem jurídica.

Autoexecutoriedade
Atributo que permite que os atos administrativos sejam executados
desde logo, produzindo imediatamente os seus efeitos, sem a necessidade de
intervenção do Poder Judiciário.
Em regra, os atos administrativos são auto executórios, pois o contrário
implicaria uma completa rigidez da atividade administrativa, impossibilitando
que o interesse público seja prontamente atendido. Contudo, nem todos os atos
administrativos possuem este atributo. A cobrança de multa administrativa e a
desapropriação de imóveis, exigem a intervenção judicial para que possam
produzir os efeitos esperados.

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DESPESA PÚBLICA

DEFINIÇÃO E CONSIDERAÇÕES GERAIS

Do ponto de vista contábil, a despesa pública pode ser considerada sob


o enfoque patrimonial ou orçamentário.

A DESPESA SOB O ENFOQUE PATRIMONIAL

Sob o enfoque patrimonial, a despesa, também chamada de Variação


Patrimonial Diminutiva, é um termo utilizado pela contabilidade para evidenciar
a variação negativa da situação líquida patrimonial resultante do aumento de
passivos ou da redução de ativos de uma entidade. Nessa perspectiva, a despesa
pode ocorrer mesmo sem o desembolso de recursos financeiros, como é o caso
da depreciação e da baixa de um bem por doação, por exemplo.

DESPESA SOB O ENFOQUE ORÇAMENTÁRIO

Sob o enfoque orçamentário, a despesa é toda transação que depende


de autorização legislativa, na forma de consignação de dotação orçamentária,
para ser efetivada.
A despesa pública é o meio indispensável para que o ente público possa
cumprir com os seus fins, de acordo com as suas possibilidades financeiras e na
medida da capacidade contributiva dos cidadãos, na condição de responsáveis
pelo pagamento de tributos.
Para a realização de uma despesa orçamentária são exigidos
determinados requisitos, essenciais para a sua validade, os quais se relacionam
ao cumprimento de princípios aplicáveis à Administração Pública, e a
pressupostos de validade do ato administrativo. A despesa pública deve
observar os seguintes princípios:
Legalidade – O emprego dos recursos públicos deve ocorrer em estrita
obediência a Lei. Somente pode ser realizada uma despesa quando houver
previsão na Lei Orçamentária.
Legitimidade – A ordem para a realização do gasto do recurso público
deve ser efetuada por autoridade ou agente público competente. A autoridade
que ordenar/autorizar a realização da despesa deve ser aquela que, por lei ou
regulamento, tiver a competência para tanto.
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Oportunidade – O gestor, diante das múltiplas necessidades públicas a
serem satisfeitas, deve fazer a escolha pelo atendimento daquela que for
considerada mais urgente ou prioritária.
Publicidade – O emprego dos recursos públicos deve ser decidido e
executado por meio de processos abertos e transparentes.
Utilidade – A despesa obriga-se a ter como objetivo atender ao interesse
coletivo e não a um interesse meramente privado.

ETAPAS DA DESPESA ORÇAMENTÁRIA

Planejamento
O planejamento orçamentário, de iniciativa do Poder Executivo,
compreende três instrumentos: o Plano Plurianual (PPA), a Lei de Diretrizes
Orçamentárias (LDO) e a Lei Orçamentária Anual (LOA).
No PPA, são estabelecidos, por um período de quatro anos e de forma
regionalizada, as diretrizes, objetivos e as metas, quantificados física e
financeiramente, dos programas da administração direta e indireta, de suas
fundações, das empresas públicas e das empresas em que o Estado detenha,
direta ou indiretamente, a maioria do capital social com direito a voto.
A LDO orienta a elaboração da Lei Orçamentária Anual, de forma a
selecionar, dentre os programas incluídos no PPA, aqueles que terão prioridade
na execução do orçamento subsequente, estabelecendo parâmetros necessários
à alocação dos recursos, bem como ajustando as ações de governo às
possibilidades de caixa do Tesouro do Estado.
A LOA autoriza as despesas do Governo de acordo com a previsão de
arrecadação, visando a concretizar os objetivos e as metas propostas no PPA,
segundo as diretrizes estabelecidas pela LDO.
A autorização constitui o crédito orçamentário inicial, e as importâncias
nele consignadas para atender a determinadas despesas são denominadas de
DOTAÇÃO.
A LOA deve refletir, também, a participação popular na elaboração do
orçamento, seja mediante consulta, seja por meio de emendas apresentadas
durante o processo de apreciação e discussão do orçamento na Assembleia
Legislativa.

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Aprovada a LOA, diz-se que ocorreu a fixação da despesa, ou seja, a
autorização dada pelo Poder Legislativo para que as despesas constantes no
orçamento sejam realizadas. A realização de despesas não autorizadas no
orçamento, ainda que de natureza pública, configura grave irregularidade.
Durante o exercício financeiro, podem-se adicionar valores ao orçamento,
quer como reforço das dotações existentes, quer como dotação destinada a
atender a despesas decorrentes da criação de novos serviços, quer, ainda, em
caráter urgente ou imprevisível (CRÉDITOS ADICIONAIS). Se houver a
necessidade de conter gastos, o Poder Executivo pode editar Decretos de
Contingenciamento, fixando as despesas abaixo dos limites aprovados na LOA.
Uma vez fixada a despesa, esta poderá ser executada diretamente pelo
órgão ou pela entidade aos quais foram alocadas as dotações ou por outro
órgão ou, outra entidade, mediante a utilização de um recurso intitulado
DESCENTRALIZAÇÃO DE CRÉDITOS ORÇAMENTÁRIOS. A descentralização de
créditos orçamentários é conhecida pelo nome de REQUISIÇÃO DE DOTAÇÃO e
pressupõe dupla ordenação: a do gestor que concede a requisição e a do gestor
que efetivamente executa a despesa.
Uma vez, aprovada a despesa no orçamento, não quer dizer que ela
possa ser imediatamente executada. A execução da despesa deve obedecer ao
ritmo estabelecido pela programação orçamentária e financeira, que consiste na
adequação do fluxo dos pagamentos ao fluxo dos recebimentos, limitando
empenhos e movimentação financeira, com a finalidade de atingir os resultados
previstos na LDO, e impedindo a assunção de compromissos sem respaldo
financeiro.
A programação orçamentária e financeira objetiva adequar a execução
das despesas ao ritmo de ingressos da receita que, ocorre ao longo do ano e é
fortemente condicionado pelo contexto econômico em que atuam os
contribuintes.
O gestor também deve fazer o seu planejamento com relação às despesas
que estão sob sua jurisdição. É conveniente que estabeleça as prioridades do
setor que gerencia, em consonância com o planejamento estratégico que deve
estar em consonância com os programas governamentais, em especial com
aqueles considerados prioritários. A sugestão é que o acompanhamento das
dotações seja feito periodicamente.

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Execução
Uma despesa de caráter discricionário tem início quando é aberto um
processo em que é solicitada a aquisição de materiais ou serviços necessários à
execução de serviços públicos ou à manutenção do órgão ou entidade.
Confirmados os pressupostos, é encaminhada a Solicitação de Recurso
Orçamentário (SRO). Nesse ponto, é indispensável que a classificação
orçamentária da despesa, em seus diversos aspectos, esteja definida, bem como
o seu provável valor
Uma vez atendida a SRO, o que também é conhecido como liberação do
recurso, pode, então, o gestor efetuar os procedimentos administrativos
destinados à escolha do fornecedor e à sua contratação.
Escolhido o fornecedor e estabelecidas as bases de sua contratação, o
gestor poderá providenciar a execução orçamentária da despesa, mediante o
empenho prévio, seguido da liquidação da despesa e encerrando com o seu
pagamento. O empenho deve anteceder a assinatura do contrato. Os contratos,
convênios e demais ajustes com repercussão financeira só poderão ser firmados
após o gravame do empenho à conta da respectiva dotação. Nos casos em que
o instrumento de contrato é facultativo, a Lei Federal nº 8.666/93 permite a sua
substituição pela nota de empenho.
A execução da despesa orçamentária se dá em três estágios: EMPENHO,
LIQUIDAÇÃO E PAGAMENTO.
Segundo Lei Federal nº 4.320/64, empenho é o ato emanado de
autoridade competente que cria para o Estado obrigação de pagamento
pendente ou não de implemento de condição. Ele inicia efetivamente a execução
da despesa pública e é emitido pela unidade que tenha recebido créditos
orçamentários consignados no orçamento ou por descentralização de créditos
de outro órgão ou unidade orçamentária. Representa uma garantia para o
fornecedor (não pode haver despesa sem prévio empenho) e, é um controle dos
gastos (o empenho não pode exceder o limite de dotação concedida).
No empenho devem constar o nome e a especificação do credor e a
importância da despesa, bem como os demais dados necessários ao controle da
execução orçamentária. O empenho pode ser:
– Ordinário: valor do empenho é igual ao da compra ou serviço, e o
pagamento, pelo seu total, ocorrer em uma única vez.

31
– Estimativa: não é possível determinar o valor da despesa com exatidão.
Caso o valor estimado seja insuficiente para atender à despesa, admite-se a
complementação do empenho por meio de reforço.
– Global, valor do empenho é conhecido com exatidão, mas a sua
execução, necessariamente, ocorre de forma parcelada, como acontece com os
aluguéis e nas contratações de serviços contínuos (terceirização).
O empenho poderá ser cancelado no decorrer do exercício, da seguinte
forma: parcialmente, quando seu valor exceder o montante da despesa
liquidada/realizada, e totalmente, quando o serviço contratado não tiver sido
prestado ou o material encomendado não tiver sido entregue ou, ainda, quando
a nota de empenho tiver sido emitida incorretamente. O valor reverte-se à
dotação, tornando-se disponível para um novo empenho ou para
descentralização. Existe também a situação em que os empenhos não liquidados
poderão ser objeto de cancelamento por falta de disponibilidade de caixa
(financeira) no encerramento do exercício financeiro
Segundo a Lei Federal nº 4.320/64, a liquidação consiste na verificação
do direito adquirido pelo credor, tendo por base os títulos e os documentos
comprobatórios do respectivo crédito. A liquidação tem o propósito de apurar
a origem da despesa, se o seu objeto foi alcançado, o seu valor exato e a quem
deve ser paga para extinguir a obrigação.
A liquidação da despesa por fornecimentos feitos ou serviços prestados
deverá ter por base o contrato, ajuste ou acordo respectivo, a nota de empenho
e os comprovantes da entrega do material e da prestação efetiva do serviço.
Este último aspecto – a comprovação da entrega do material e da
prestação efetiva do serviço – merece uma atenção especial do gestor, pois
costuma ser o ponto crítico do processo de liquidação da despesa. A
comprovação da entrega de material se dá, na maioria dos casos, mediante
atestado aposto na nota fiscal pelo servidor que o receber. O atestado assim
aposto, que deve trazer o nome completo do servidor que o firmar e a sua
identidade funcional, não significa apenas que o material tenha sido recebido,
mas – sim – que o foi na quantidade solicitada e está de acordo com as
especificações previstas no contrato.
Com relação aos serviços, o atestado é feito pelos chamados “fiscais do
contrato”: servidores designados para acompanhar a execução do contrato no
âmbito de sua repartição. É importante que o gestor oriente adequadamente os
servidores encarregados de atestar a execução da despesa, fornecendo-lhes,
cópia do instrumento do contrato e/ou do empenho, para lhes permitir
confrontá-los com os bens ou serviços efetivamente recebidos.
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O pagamento é o último estágio da despesa pública, caracteriza-se pelo
despacho de autoridade competente determinando que a despesa liquidada seja
paga. Os pagamentos aos credores do Estado do Rio Grande do Sul efetuados
pela Administração Pública Direta e pelas Autarquias e Fundações deverão ser
efetuados obrigatoriamente por meio do crédito dos valores em conta corrente
bancária do beneficiário, sendo vedada a utilização da modalidade Ordem de
Pagamento.
Ainda sobre a execução da despesa, cabe assinalar o significado de
Restos a Pagar e de Despesas de Exercícios Anteriores.
Restos a Pagar representa as despesas empenhadas, mas não pagas até
31 de dezembro. A inscrição em Restos a Pagar decorre da observância da
competência orçamentária para as despesas, e o seu pagamento é considerado
como despesa extraorçamentária na medida em que não tenha sido consignado
no orçamento do exercício em que será pago. Dividem-se em processados
(quando já transcorreu o estágio da liquidação) e não processados (quando não
transcorreu o estágio da liquidação).
Despesas de Exercícios Anteriores (DEA) são correspondentes a
autorizações dadas na LOA para atender compromissos gerados em anos
anteriores. E, como hipóteses em que o administrador público poderá recorrer
ao empenho à conta de despesas de exercícios anteriores, considerem-se as
seguintes:
– Despesas que não se tenham processado na época própria,
considerado insubsistente e anulado no encerramento do exercício
correspondente, mas que, dentro do prazo estabelecido, o credor tenha
cumprido sua obrigação;
– Despesas cuja inscrição como restos a pagar tenha sido cancelada, mas
ainda vigente o direito do credor;
– Obrigações criadas em virtude de lei, mas somente reconhecido o
direito do beneficiário após o encerramento do exercício correspondente.
A DEA poderá ser usada para empenhar despesas cujos empenhos não
liquidados foram cancelados por insuficiência de caixa.

CONTROLE E AVALIAÇÃO

Essa fase compreende a fiscalização realizada pelos órgãos de controle


e pela sociedade.

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Os órgãos de controle da Administração Pública dividem-se em interno
e externo e devem exercer, a fiscalização contábil, financeira, orçamentária,
operacional e patrimonial do Estado e dos órgãos e entidades da administração
direta e indireta, e de quaisquer entidades constituídas ou mantidas pelo Estado,
quanto à legalidade, legitimidade, moralidade, publicidade, eficiência, eficácia,
economicidade, aplicação de subvenções e renúncia de receitas. No Rio Grande
do Sul, o controle externo é de competência do Tribunal de Contas do Estado
(TCE), e o controle interno é exercido pela Contadoria e Auditoria-Geral do
Estado (CAGE).
Para garantir a eficiência e a eficácia das funções exercidas pelos órgãos
de controle, são utilizados diferentes instrumentos: demonstrações contábeis,
financeiras, orçamentárias e patrimoniais, e os procedimentos de auditoria, Esses
instrumentos permitem, uma avaliação da gestão do órgão ou da entidade, em
especial quanto ao cumprimento dos objetivos e dos programas de trabalho e à
observância das normas legais.
O orçamento participativo, a consulta popular, o plebiscito e a iniciativa
popular de emendar o orçamento são alguns dos mecanismos conquistados pela
sociedade para exercer esse controle.
O Estado disponibiliza à sociedade o Portal Transparência RS, acessível
por meio do endereço eletrônico que contempla os gastos e as receitas públicas
dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, bem como do Ministério Público
e da Defensoria Pública e o Pilas R$ (Plataforma de Informações de Livre Acesso
à Sociedade) que permite verificar e fiscalizar, em tempo real, as despesas e
receitas do Estado, reproduzindo informações já disponíveis no Portal da
Transparência RS.
Lei de Acesso à Informação (LAI), prevê que as Instituições Públicas
divulguem proativamente informações via internet mediante procedimentos
objetivos, ágeis, transparentes e em linguagem de fácil compreensão,
independentemente de requisição.
Cumpre salientar, que o gestor também é um agente de controle, é lícito
que ele estabeleça seus próprios controles no sentido de bem acompanhar a
execução orçamentária no órgão que administra, devendo manter bom
relacionamento com os órgãos de controle.

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BENS PÚBLICOS

INVENTÁRIO

ASPECTOS GERAIS
O inventário tem finalidade de apurar a existência física e os valores
monetários, abrangendo todos os setores do órgão ou entidade, e em todos
os locais em que existam bens móveis ou imóveis. O levantamento físico-
financeiro dos bens deve ser realizado pelo menos uma vez a cada ano,
conforme estabelecido pelo Decreto Estadual nº 5.539/34.
Cabe a realização no início e no término das gestões).
Excepcionalmente, pode-se instaurar o inventário em datas diferentes, em
decorrência, por exemplo, da realização de auditorias especiais ou por força
de sindicâncias.
O levantamento físico-financeiro deve ser elaborado por uma comissão
composta de, no mínimo, três servidores estranhos ao setor inventariado,
nomeados pelo dirigente máximo do órgão antes do início do levantamento.
Os procedimentos de inventário dos órgãos da Administração Pública
Direta, das Autarquias e das Fundações são estabelecidos pela Contadoria
e Auditoria-Geral do Estado – CAGE.

ATA DE INVENTÁRIO E OUTROS DOCUMENTOS

Ao final do levantamento, deve ser elaborada uma ata, onde serão


anotadas e descritas quaisquer divergências entre as quantidades físicas
contadas (identificadas) com as quantidades registradas no sistema de
controle patrimonial do órgão, e as demais ocorrências relevantes.
Os originais das atas, assinadas, os atos designatórios dos membros
da comissão de inventário, os formulários e demais documentos utilizados
pela comissão devem ser arquivados nos respectivos setores responsáveis
pela guarda dos bens do almoxarifado ou pelo controle dos bens móveis e
imóveis.
As cópias dos documentos, autenticadas pelo presidente da
comissão, devem ser enviadas à seccional da CAGE (Administração Direta)
ou ao setor contábil (Administração Indireta), e ao respectivo ordenador de
despesa, o qual, no caso de constatadas divergências ou inconsistências,

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terá que adotar as providências para apurar o ocorrido, informando-as em
seu processo de tomada de contas anual junto ao Tribunal de Contas do
Estado.

INVENTÁRIO DE BENS MÓVEIS

O inventário dos bens móveis deve ser realizado em conformidade


com as seguintes regras:
Descrição e localização dos bens – Realizar a perfeita identificação dos
bens (nº da plaqueta de patrimônio), com a adequada descrição de suas
características, quantidades, e dos setores onde se encontram. As faltas
constatadas na contagem de um item não podem, sob hipótese alguma, ser
compensadas pelas sobras de outros; e essa contagem física deve ser efetuada
na sua totalidade e jamais por amostragem.
Deve ser elaborada a relação de bens do órgão em poder de terceiros e
de bens de terceiros em poder do órgão, com indicação expressa da existência
ou não do instrumento de cessão de uso desses bens.
Mensuração – No inventário e nos registros patrimonial e contábil, a
quantidade dos bens em peso, comprimento, área ou volume deve ser expressa
segundo o sistema métrico decimal em vigor.
Avaliação – Os bens devem ser avaliados, utilizando a unidade monetária
vigente no País, pelo valor de aquisição ou pelo custo de produção, no caso dos
bens móveis, e pelo preço médio ponderado das compras, no caso dos materiais
de consumo. E, tanto no inventário como nos respectivos registros, nenhum bem
poderá constar sem valor, por menor que seja, admitindo-se, no entanto, a
avaliação por lotes de bens idênticos.
Ajustes – Os saldos contábeis devem ser ajustados pelas adições e
exclusões verificadas por meio do inventário, que ocorrerem até 31 de dezembro
do ano corrente, a fim de que o saldo constante no Balanço Patrimonial expresse
as reais e efetivas existências no encerramento do exercício financeiro do órgão
ou da entidade.

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INVENTÁRIO DE BENS IMÓVEIS
O inventário anual dos bens imóveis deve ser promovido pelo
Departamento de Administração do Patrimônio do Estado, vinculado à Secretaria
da Modernização Administrativa e dos Recursos Humanos – SMARH.
Conforme o Decreto nº 35.928/95 compete à SMARH, na condição de
Órgão Central do Sistema Integrado de Gerência do Patrimônio Imobiliário, entre
outras ações, a administração, o tombamento, o cadastro, o registro, o controle
financeiro e a fiscalização dos bens imóveis do Estado.
Cabe à Divisão de Administração e Controle de Imóveis do Departamento
de Administração do Patrimônio do Estado da SMARH “realizar vistorias,
notificações e caracterização de bens imóveis, de forma a manter atualizado o
cadastro”, bem como “gerir o cadastro dos imóveis da Administração Pública
Estadual Direta, Autarquias e Fundações de Direito Público do Estado”.

FALTA DE BENS

Não raro, nos inventários realizados ao final de cada exercício financeiro,


identifica-se a falta de alguns bens, que deve ser apontada nas atas de
inventário, cujas cópias são, posteriormente, encaminhadas ao setor de Controle
Patrimonial e ao ordenador de despesa do órgão. Ao tomar ciência do ocorrido,
o gestor do órgão deve adotar as devidas medidas administrativas com o
objetivo de buscar a localização dos bens faltantes, que, muitas vezes, estão
extraviados.
Caso não seja possível localizá-los, será necessário proceder a sua baixa
por perda ou desaparecimento, mediante processo administrativo, no qual deve
constar a autorização, para tanto, do ordenador de despesa, com a devida
justificativa. Concomitantemente, cabe ao gestor, conforme o caso, instaurar uma
sindicância para apurar os prejuízos e as responsabilidades decorrentes da
perda dos bens.
O processo de baixa do bem deve mencionar o processo de sindicância
instaurado, para que um procedimento seja adotado independentemente do
resultado do outro, pois, neste caso, há duas situações distintas: uma, que é o
registro patrimonial e contábil da perda do bem, visto que o bem não mais existe
fisicamente, e a outra, que são os procedimentos administrativos de apuração
do prejuízo e da responsabilidade pelo dano (sindicância) e de adoção de
medidas para assegurar a reposição ou o ressarcimento do bem faltante, as
quais (a apuração dos prejuízos e da responsabilidade e a adoção de medidas)

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precisam ser comprovadas, sob pena de responsabilização do ordenador de
despesa por ato omissivo contrário ao interesse público.
Enfatize-se que, no processo de sindicância, devem ser arrolados os
bens que desapareceram e os seus valores, para fins de reposição/
ressarcimento, bem como devem ser identificados os responsáveis pelo ocorrido.
Na hipótese de a sindicância não conseguir identificar os responsáveis, a
responsabilidade pelo ocorrido poderá recair sobre os servidores detentores da
carga patrimonial respectiva.
No processo de sindicância, também deve ser investigado se houve
descuido, por parte dos detentores da carga patrimonial, quanto à forma como
receberam, guardaram e conservaram os respectivos bens. É importante que
sejam verificadas as condições de acesso de terceiros ao local onde os bens
eram conservados e guardados, durante e após o horário de expediente.
Cabe assinalar que a ausência de locais apropriados para guardar bens
e o livre acesso a chaves de salas ou armários são exemplos evidentes da falta
de cuidado na guarda dos bens móveis do ente público, assim como a falta de
conserto ou a exposição inadequada de bens a intempéries demonstra falta de
conservação. Ressalte-se, ainda, que o servidor detentor de carga patrimonial
deve comunicar formalmente à autoridade (chefia) superior as falhas que
constatar na forma como os bens são conservados e guardados. Dessa forma,
ficará caracterizada, em princípio, a exoneração de sua responsabilidade em caso
de perda de bens, a qual será transferida à autoridade (chefia) superior em razão
de sua, hipotética, omissão em adotar as medidas cabíveis para evitar a perda
patrimonial.
Se, após todos esses exames, ficar comprovado que os detentores das
respectivas cargas patrimoniais adotaram todos os cuidados no recebimento, na
guarda e na conservação dos bens e que suas chefias superiores também
adotaram todos os procedimentos cabíveis e necessários, as suas
responsabilidades poderão, em princípio, ser elididas e o prejuízo, assumido
pelo Estado, caracterizando-se como situação de caso fortuito ou de força maior,
o que deve ser devidamente fundamentado e demonstrado pelo ordenador de
despesa em processo administrativo, sujeito, contudo, ao exame e parecer dos
órgãos de controle interno e externo. Se, ao contrário, restar evidenciado que
não foram adotadas todas as providências pertinentes e recomendáveis, de
forma tempestiva, contribuindo tal fato para a perda patrimonial, caberá o
devido ressarcimento do bem pelos responsáveis indicados pela sindicância, ou
pelos detentores da carga patrimonial, ou, ainda, pelo ordenador de despesa.

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AVALIAÇÃO DO BEM A SER RESSARCIDO

Posteriormente à identificação dos responsáveis pela perda de bens, faz-


se necessário promover medidas administrativas que contemplem o exigido
ressarcimento ou a reposição dos bens.
A reposição do bem constitui na sua substituição por outro bem, que
poderá ser novo ou usado, devendo ter as mesmas especificações técnicas e
condições de uso e conservação daquele que está sendo reposto. Já para o
cálculo da importância equivalente ao preço de mercado, deve ser realizada
pesquisa de preços junto aos estabelecimentos que comercializam o bem similar
ou equivalente. É recomendável que a pesquisa abranja, no mínimo, três
estabelecimentos comerciais, sendo anexados no processo documentos que a
comprovem, sendo que o preço de mercado, para fins de ressarcimento, deve
corresponder à média dos preços praticados. Ressalte-se que cabe ao ordenador
de despesa mencionar tais providências no processo de contas de gestão que
será encaminhado ao Tribunal de Contas do Estado para julgamento.

BAIXA DE BENS

É o processo de exclusão do bem do acervo patrimonial do Estado, por


alienação ou por perda.

Baixa por Alienação


Alienação de bens públicos é a transferência de sua propriedade a
terceiros, quando há interesse público na transferência e desde que observadas
as normas legais pertinentes. A alienação pode decorrer, fundamentalmente, da
execução de políticas governamentais ou da perda de utilidade do bem público
para o ente, por ter se tornado obsoleto, antieconômico ou inservível.
Um bem se torna obsoleto quando, embora em perfeitas condições de
uso, não estiver sendo utilizado por estar ultrapassado; antieconômico, quando
sua manutenção e/ou recuperação for onerosa ou seu rendimento precário em
virtude de uso prolongado ou desgaste prematuro; e inservível, quando não
mais puder ser utilizado para o fim a que se destina, sua recuperação for inviável
ou houver risco de perecimento.
Para iniciar o processo de baixa, o responsável pelo patrimônio deve
requerer ao titular do órgão autorização nesse sentido, mediante expediente
administrativo. Para isso, deve o ordenador de despesa deliberar sobre a
destinação do bem, determinando, conforme o caso, a sua disponibilização à

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Secretaria da Modernização Administrativa e dos Recursos Humanos - SMARH
para alienação ou redistribuição a outro órgão ou entidade.
A alienação dos bens públicos pode ocorrer sob diversas formas, tais
como venda, doação, permuta, dação em pagamento, investidura e concessão
de domínio.

Baixa por Perda


A baixa por perda consiste no procedimento de formalização da baixa de
um bem que, de fato, não existe mais fisicamente, por ter sido objeto de eventos
tais como roubo, furto, sinistro, perecimento ou destruição. Ao ocorrer o
desaparecimento de um bem patrimonial, total ou parcial, por um desses fatores,
cabe ao agente comunicar o fato, imediatamente, ao responsável patrimonial,
que o levará ao conhecimento do titular do órgão, o qual deve providenciar,
conforme o caso, a instauração de sindicância para apuração dos prejuízos e dos
responsáveis.
Conforme mencionado anteriormente, a exoneração de responsabilidade
do agente público, em decorrência da falta, da deterioração ou da diminuição
de bens públicos, por caso fortuito, força maior ou perecimento verificar-se-á
mediante apuração rigorosa do fato, resultando na convicção da
inimputabilidade ao agente, por dolo ou culpa, mesmo leve, oriunda de
negligência ou descuido, em vista de ter usado de todos os meios adequados
no recebimento, na guarda, na conservação ou na entrega dos bens a ele
confiados.
Na hipótese de ser verificada a responsabilidade do servidor, deve ser
buscado o integral ressarcimento do bem extraviado ou danificado, mediante a
sua reposição ou recebimento de quantia equivalente ao seu preço de mercado,
à época do efetivo recolhimento, levando-se em consideração o seu estado de
conservação.
Independentemente do processo de apuração de responsabilidade sobre
a perda do bem, a sua baixa deve ser devidamente autorizada e processada,
sendo esse processo remetido aos responsáveis pelos setores de controle
contábil e de controle de movimentação patrimonial para que sejam efetivados
os devidos registros. As informações relativas às providências adotadas para o
esclarecimento das situações de baixa de bens por perda devem ser
mencionadas na tomada de contas dos ordenadores de despesa, para fins de
julgamento pelo Tribunal de Contas do Estado.

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DIÁRIAS

Indenização pecuniária destinada à cobertura das despesas com


hospedagem e alimentação do servidor quando ocorrer o deslocamento
temporário de sua sede (local de exercício permanente), por motivo de serviço
ou para participação em eventos ou cursos de capacitação.

CONCESSÃO

O servidor, quando se deslocar de sua sede, temporariamente, em objeto


de serviço perceberá somente diárias.
A diária é concedida por dia de afastamento, sendo devida, PELA
METADE (artigo 7º do Decreto Estadual nº 24.846/76) quando:
a) não ocorrer, no dia a que corresponda, pernoite fora da sede, e quando
ocorrer, não for indispensável para o bom desempenho do serviço.
b) o deslocamento for para o interior do próprio município, mas somente
no caso de a distância percorrida ser superior a 50 km.
c) as despesas de hospedagem, excluída a alimentação, forem pagas
diretamente pelo Estado ou por outra Entidade, não correndo à conta do
servidor.
d) policiais militares deslocarem-se para frequentar curso ou estágio fora
da sua sede, mas dentro do Estado.

NÃO CABERÁ a concessão de diárias (§ 2º, do artigo 6º do Decreto


Estadual nº 24.846/76) quando:
a) o deslocamento for exigência permanente do exercício do cargo, ou da
atribuição.
b) o servidor utilizar meio de transporte que já inclua em seu preço
alimentação e pousada pelo tempo em que durar essa espécie de transporte.
c) o deslocamento for efetuado para atender à convocação da Justiça Civil
ou Militar em processo em que o próprio servidor seja indiciado.
d) o deslocamento fora da sede não implicar qualquer despesa de
alimentação, estadia ou pernoite.

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e) o deslocamento, por motivo de saúde, não for resultante de acidente
em trabalho ou moléstia profissional;
f) o deslocamento for para localidades distantes até 50 km da sede e não
implicar pernoite. Nesse caso, o servidor será ressarcido das despesas
comprovadas com alimentação até o limite máximo de 50% do valor da diária
(ressarcimento de despesas com alimentação).
O deslocamento para fora de sua sede deverá ser formalizado mediante
processo administrativo, instruído pela autoridade requisitante e autorizado pelo
dirigente máximo do órgão, contendo a descrição do motivo do deslocamento
(objeto de serviço, eventos ou cursos de capacitação), o qual deverá estar em
conformidade com as atribuições/atividades do cargo ou da função exercida.
Os afastamentos para fora do País e para outros Estados e Distrito
Federal ficam condicionados à prévia autorização de autoridade competente.
A solicitação de diárias é feita com o preenchimento de uma requisição
de pagamento de diárias, contendo o nome do servidor, a identidade
funcional/matrícula, o cargo ou a função, a(s) localidade(s) de destino, o período
de afastamento, a finalidade da viagem (objeto do serviço), o número e o custo
das diárias.

TIPOS DE DIÁRIAS

Diária Normal: Deslocamentos dentro do território nacional, podendo


possuir valores diferentes de indenização.
Diária Especial: Indeniza viagens para o exterior. São autorizadas por ato
específico do Governador, que estabelece o seu valor em moeda estrangeira.

PAGAMENTO DE DIÁRIAS

Formas de Pagamento
Em regra, a diária deve ser paga de forma antecipada, conforme
requisição autorizada e formalizada em processo administrativo.
Se o afastamento se prolongar por tempo superior ao previsto na
requisição, será devida a indenização correspondente. Se for menos tempo, a
diferença será recolhida aos cofres públicos.

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Se ocorrerem deslocamentos várias vezes no mesmo mês, a prestação de
contas começará a contar a partir do término de último dia de deslocamento,
devendo as diárias ser requisitadas com antecedência e uma só vez, para
posterior prestação de contas em um único processo.
Requisitos para o pagamento por adiantamento:
a) a solicitação do adiantamento será exclusiva para o pagamento de
diárias, não se admitindo inclusão de outras despesas.
b) o responsável pelo adiantamento deverá informar, para cada
pagamento de diária, o nome, a identidade funcional/matrícula e o CPF do
servidor; o tipo de diária; o motivo da diária; o período de deslocamento; os
municípios de origem e de destino do deslocamento; a quantidade de diárias
e/ou de meias diárias, e o valor pago.
c) o responsável pelo adiantamento fica proibido de indenizar diárias em
seu próprio benefício.

Valores

O servidor fará jus à diária em valor integral, sempre que necessitar de


pernoite.
Um quarto (1/4) do valor da diária integral é pago quando não for
possível a comprovação da despesa com alimentação a ser ressarcida (em face
de deslocamento para localidade distante até 50 km da sede, que não implica
pernoite), por inexistência de estabelecimento habilitado para fornecimento de
refeições e cuja situação é de conhecimento da chefia imediata.

Tabela de Pagamentos

Os valores das diárias dos servidores públicos do Poder Executivo são


determinados de acordo com um valor básico, fixado em lei e vinculados aos
cargos e existentes no Estado.

RESSARCIMENTO DE DESPESAS COM ALIMENTAÇÃO

Quando o deslocamento ocorrer em distância inferior a 50 km da sede e


não for necessário pernoite, o servidor não terá direito à diária, mas poderá ser
ressarcido das despesas comprovadas com alimentação, limitadas, porém, a
50% do valor da diária.
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Se não for possível a comprovação das despesas com alimentação, em
face da inexistência de fornecedor de refeição no local do deslocamento, a chefia
imediata poderá autorizar o pagamento de 25% do valor integral da diária.

PRESTAÇÃO DE CONTAS

Prazos
O servidor que receber diárias antecipadas deve prestar contas à
autoridade requisitante, contados da data do regresso.
A prestação de contas será submetida à autoridade requisitante que, no
prazo de dez dias, deverá encaminhá-la ao ordenador de despesa para
homologação. Em caso de homologação, encaminhará essa informação, também
no prazo máximo de dez dias, ao órgão contábil para proceder à baixa.

Formalização do Processo
A prestação de contas deverá ser formalizada em processo
administrativo, que, ao final, ficará sob a guarda das Unidades de Finanças até
a baixa da responsabilidade do ordenador de despesa perante o Tribunal de
Contas do Estado.
O processo será instruído, consoante com os seguintes documentos:
a) requisição para concessão das diárias, contendo nome, identidade
funcional/matrícula, cargo e/ou função do servidor, localidade de destino,
período de afastamento, finalidade da viagem, número de diárias e de meias
diárias e o seu custo total.
b) comprovante do deslocamento e do respectivo período, com
apresentação de um dos seguintes documentos: Notas fiscais das despesas com
alimentação e/ou hospedagem, identificadas com o nome do servidor; Bilhetes
de passagens aéreas (ida e volta) identificados com o nome do servidor; Cópias
de atas de reuniões realizadas no destino que identifiquem a participação do
servidor; Atestado de autoridade pública, confirmando a presença do servidor;
Comprovantes de audiências, devidamente identificados.
c) comprovante de recolhimento de eventuais saldos não utilizados
(diárias solicitadas e não utilizadas).

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Pontos de Controle
Pontos passíveis de controle pelo gestor:
– Exigir a apresentação do ticket do check-in que comprova o efetivo
embarque, quando a comprovação do deslocamento for unicamente por meio
de bilhete de passagem aérea.
– Não aceitar, como comprovantes de despesa com alimentação e/ ou
hospedagem, as chamadas notas de despesa emitidas por alguns
estabelecimentos comerciais, as quais geralmente não possuem numeração, nem
indicam o CNPJ do estabelecimento.
– Verificar, para efetuar o pagamento de diária completa, restando
comprovada a despesa com hospedagem, a hipótese de o servidor ter-se
deslocado de sua sede no início da madrugada e, chegando ao destino, ter-se
utilizado de acomodações de um hotel, retornando à sua sede no mesmo dia.
– Analisar os documentos que compõem a prestação de contas,
atentando para sua veracidade e idoneidade. A nota fiscal, esta deverá seguir o
modelo previsto na legislação fiscal reguladora do respectivo tributo, devendo
ser exigida a primeira via, com informações mínimas, tais como a numeração, o
CNPJ do estabelecimento, a data de emissão e a identificação do servidor.
– Verificar se as notas fiscais apresentadas foram emitidas por
estabelecimentos comerciais que desenvolvam atividades de alimentação e
hospedagem.
– Utilizar o mesmo processo administrativo usado para a requisição de
diárias e a sua correspondente prestação de contas.

SANÇÕES

Quando não efetuar no prazo fixado a prestação de contas, não lhe sendo
concedidas novas diárias enquanto permanecer nessa situação. Estará sujeito a
ter de ressarcir o valor, sendo admissível, inclusive, o desconto do respectivo
valor em sua folha de pagamento.
O ordenador de despesa, a autoridade requisitante e o servidor
beneficiário da diária respondem solidariamente por atos praticados em
desacordo com a legislação em vigor sobre indenizações de diárias.
E, ainda, sujeitar-se-á à punição disciplinar e à glosa o servidor que
prolongar indevidamente sua permanência fora da sede para obter um número
maior de diárias.

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AJUDA DE CUSTO

Vantagem de natureza pecuniária e indenizatória, prevista em lei ou em


estatuto específico de uma determinada carreira, destinada a compensar as
despesas de instalação do servidor público que, no interesse do serviço, passe
a ter exercício em nova sede, com mudança de domicílio em caráter permanente.
Será devida a concessão dessa vantagem para o servidor efetivo
designado para o exercício de função gratificada ou nomeado para cargo em
comissão, com mudança de domicílio. Correm também, por conta da
Administração Pública as despesas de transporte do servidor e de sua família,
compreendendo passagens, bagagens e bens pessoais.

REQUISITOS PARA A CONCESSÃO E VEDAÇÕES

Os requisitos para a concessão de ajuda de custo e as vedações relativas:


– A remoção do servidor para a nova sede somente poderá efetivar-se
em conformidade com as suas atribuições de caráter permanente do cargo.
– Em caso de remoção de servidor que implicar o pagamento de ajuda
de custo, será obrigatória a instauração de processo administrativo, no qual
fique demonstrado o motivo da remoção e a necessidade ou não da mudança
permanente de domicílio, com a devida autorização da autoridade máxima do
órgão da sede atual.
– O pagamento da ajuda de custo dar-se-á antecipadamente à mudança
de domicílio.
– O servidor deverá fazer prova da mudança de domicílio no prazo
máximo de trinta dias, contados da data do pagamento, sob pena de restituição
do valor recebido, devidamente atualizado.
– Na remoção de servidor para Município limítrofe da sede atual, ou para
região servida por transporte urbano regular, é vedado o pagamento de ajuda
de custo quando não ficar demonstrada a necessidade de mudança de domicílio
em caráter permanente.
– Ao servidor que se afastar do cargo ou reassumi-lo em virtude de
mandato eletivo, bem como em caso de remoções sucessivas e para
desempenho de atividades temporárias, não será concedida ajuda de custo.

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– No afastamento de servidor para exercício de cargo em comissão, em
outro órgão ou entidade da União, do Distrito Federal, dos Estados ou dos
Municípios, é vedado o pagamento de ajuda de custo.

VALORES DEVIDOS

O valor da ajuda de custo é calculado sobre a remuneração do servidor,


conforme disposto em Regulamento, não podendo exceder a importância
correspondente a três meses da remuneração. Como regra e de acordo com o
estabelecido na legislação, o valor da ajuda de custo será correspondente a uma
vez a remuneração do servidor correspondente ao mês do pagamento.
O valor e as demais condições de concessão da ajuda de custo para o
servidor cuja carreira contenha a previsão de pagamento desta indenização em
legislação própria serão aqueles nela estabelecidos.
Há, um valor de ajuda de custo que é arbitrado pelo Chefe do Poder
Executivo e que ocorre em caso de o servidor ser designado para missão ou
estudo no exterior.

PRESTAÇÃO DE CONTAS

O servidor que receber ajuda de custo deverá, por meio de processo


administrativo, prestar contas a sua chefia imediata no prazo de até 30 dias a
contar da data do pagamento, a qual remeterá esse expediente, para fins de
homologação, ao ordenador de despesa.
Na prestação de contas, o servidor, em regra, deverá instruir o respectivo
processo com a seguinte documentação:
– Comprovantes da mudança permanente de domicílio, juntamente com
os demonstrativos das despesas de transporte pagas pela Administração
(contrato de locação de imóvel, documento comprobatório de aquisição de casa
própria, notas fiscais de mudança onde conste o endereço completo e o nome
do servidor).
- Cópia do ato da remoção, devidamente publicado no Diário Oficial do
Estado.
- Atestado de exercício efetivo na nova sede.
- Comprovante do novo endereço. (conta de água, conta de luz)

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No prazo de cinco dias, a contar do recebimento do processo de
prestação de contas, o ordenador de despesa procederá à homologação, ou não,
da prestação de contas, comunicando tal fato ao órgão contábil para fins de
baixa, ou não, da responsabilidade funcional. O processo deverá permanecer à
disposição do órgão de controle até a decisão do Tribunal de Contas sobre a
tomada de contas do ordenador de despesa.

RESPONSABILIDADES E SANÇÕES

A autoridade responsável pela remoção, o ordenador de despesa, bem


como o servidor beneficiado respondem solidariamente pelos atos praticados
em desacordo com as regras legais.
O ordenador de despesa é quem tem a responsabilidade de determinar
o recolhimento ou o desconto em folha de pagamento do valor da ajuda de
custo que tenha sido concedida indevidamente, ou cuja documentação
apresentada na prestação de contas não seja considerada em conformidade com
a legislação reguladora, ou, ainda, nos casos em que o servidor não tenha
efetuado a entrega da própria prestação de contas.
Na hipótese de o servidor não prestar contas no prazo estabelecido,
ficará impossibilitado de perceber quaisquer valores de mesma natureza até a
regularização da pendência, sujeitando-se, além disso, ao ressarcimento,
inclusive mediante desconto em folha de pagamento, do valor recebido a título
de ajuda de custo. O servidor fica obrigado a restituir o valor da ajuda de custo,
devidamente atualizado, quando, injustificadamente, não se apresentar na nova
sede, no prazo de 30 dias.
OBSERVAÇÃO: As despesas de transporte do servidor e família, deverão
ser indenizadas pelo órgão da sede atual. Não estão englobadas no valor pago
a título de ajuda de custo.
O pagamento de ajuda de custo independe da comprovação da despesa
de mudança e instalação. É exigida a prova de fixação no novo domicílio.

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RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO

Obrigação de indenizar os danos patrimoniais ou morais que seus


agentes, no desempenho de suas funções, agindo em seu nome, venham a
causar a terceiros.

TIPOS DE RESPONSABILIDADE

O fato causador de responsabilidade pode ter reflexos de natureza civil,


administrativa e penal. O tipo de responsabilidade depende da natureza da
norma jurídica infringida.

ELEMENTOS OU PRESSUPOSTOS DA RESPONSABILIDADE CIVIL


OBJETIVA

Para que configurar a responsabilidade, é necessária a presença dos


elementos:
Conduta: a conduta imputável ao Poder Público, considerando-se
qualquer ato de agente de pessoa jurídica de direito público ou de pessoa
jurídica de direito privado, prestadora de serviço público, independentemente
de culpa ou dolo, salvo quando se tratar de responsabilidade por omissão.
Dano: o dano poderá ser material ou moral. Sem a existência do prejuízo,
não há que se falar em responsabilidade.
Nexo causal (ou relação de causalidade): é o vínculo entre a conduta do
agente e o resultado por ela produzido (o dano ao terceiro).

RESPONSABILIDADE POR OMISSÃO

Quando a atuação das pessoas jurídicas de direito público e das pessoas


jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos causarem danos a
terceiros, responderá o Estado de forma objetiva, não se investigando acerca do
elemento subjetivo. Somente será possível afastar a responsabilidade civil do
Estado quando demonstrada a inexistência de nexo causal entre a conduta do
agente e o resultado danoso.

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Quando se alega que o dano decorreu de omissão estatal, prevalece
entendimento diverso. Na responsabilidade por omissão, entende-se necessária
a demonstração da culpa estatal.
Isso significa que, para que surja ao Estado o dever de indenizar, será
necessário demonstrar que a omissão causadora do dano se deu de forma
intencional ou por negligência, imprudência ou imperícia dos agentes estatais.
Não basta a simples omissão.
Em casos excepcionais e graves, poderá haver a objetivação da
responsabilidade por ato omissivo, a qual, em regra, será objetiva (Segundo
precedente do STF).

SUJEITOS DA RESPONSABILIDADE CIVIL

Três são os sujeitos que figuram na relação jurídica que envolve a


responsabilidade civil da Administração Pública: o ente público ou o ente
privado prestador de serviço público, o agente público e o terceiro lesado. São
responsáveis pelos danos quaisquer das pessoas jurídicas de direito público e
determinadas pessoas jurídicas de direito privado (empresas públicas,
sociedades de economia mista e fundações públicas constituídas com
personalidade de direito privado, que prestem serviços públicos), e as empresas
prestadoras de serviços públicos em regime de concessão ou permissão. O
terceiro é aquele que sofreu o prejuízo resultante do ato praticado pelo agente
estatal. Observação: Agente público é uma expressão ampla que abrange os
agentes políticos, os servidores públicos e os particulares em colaboração com
o Estado.

INDENIZAÇÃO

O Código Civil de 2002 positivou o princípio da reparação integral do


dano, assegurando ao lesado que a indenização será calculada considerando a
extensão dos prejuízos por ele sofridos. Assim, em consequência do ato do
agente público, o Estado deve indenizar os danos causados a terceiros,
reconstituindo-se integralmente o seu patrimônio. Devem ser reparados os
danos materiais e os danos morais, podendo haver a cumulação de ambos.

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AÇÃO DE REGRESSO

A ação de regresso é aquela em que o Estado busca no patrimônio do


servidor causador do dano o valor que teve que indenizar ao terceiro lesado,
ressarcindo o erário. Nos termos da CRFB/88, exige-se, para que surja o direito
de regresso, que o agente público tenha agido de forma dolosa ou, ao menos,
tenha desempenhado suas atribuições de forma negligente, imprudente ou
imperita.
Uma vez verificado que a ação estatal decorreu de culpa lato sensu, é
impositiva a propositura da ação regressiva, não sendo mera faculdade da
autoridade responsável. Desempenhar com zelo e presteza os encargos que lhe
são incumbidos, dentro de suas atribuições, é dever do servidor, nos termos do
Estatuto dos Servidores Públicos Civis do RS. Sendo assim, o servidor que se
conduza de acordo com as disposições estatutárias, terá diminuída a
possibilidade de atuar de forma culposa, restando também reduzida a
probabilidade de ver contra si ajuizada uma ação regressiva.

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INSTRUÇÃO REGULADORA Nº003/ Adm/Exc-20

Regular os procedimentos a serem adotados relativo à elaboração,


execução e controle das escalas de serviço ordinário, efetividade, controles e
lançamentos no RHE, e para os pagamentos de etapas de alimentação e de
gratificação por exercício de serviço extraordinário
Definição dos conceitos previstos nesta Instrução Reguladora:
1) Serviço: é a atividade interna ou externa, em decorrência de dispositivo
legal, gerenciada por um Comandante. É considerado serviço, desde que
comprovado (atas, certidões, publicações em Boletim, etc), instrução,
treinamento, formaturas, representações, reuniões externas, comparecimento em
audiências relacionadas a atos de serviço.
2) Serviço ordinário: Jornada normal de trabalho.
3) Serviço extraordinário: extensão imprescindível da jornada normal de
trabalho para atender situações excepcionais e temporárias, por imperiosa
necessidade de serviço, ligadas à atividade fim do Corpo de Bombeiros Militar,
mediante juízo de conveniência do Comandante da Unidade, e previamente
autorizada pelo Comando.
4) Serviço externo: atividades diretamente relacionadas com o público
externo no exercício de atividades próprias de bombeiros.
5) Serviço interno: é o conjunto de atividades que, por suas
características de permanente e contínuo apoio ao serviço externo e de
atendimento ao público, não podem ter solução de continuidade nas vinte e
quatro horas.
6) Turno de serviço: período temporal para emprego em escala ordinária
de 06 a 12 horas.
7) Jornada de serviço: período de emprego coincidente ou decorrente do
somatório dos turnos de serviço, compreendendo as 24 horas.
8) Descanso ou intervalo de descanso: afastamento total concedido entre
um turno de serviço/jornada de serviço e o outro subsequente.
9) Ciclo de serviço: é o somatório da jornada de serviço e o período de
descanso, exemplo 24 x 72.
10) Jornada semanal: horas trabalhadas em uma semana, que
corresponde a 07 dias ininterruptos.

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11) Jornada de compensação: período de emprego em mais de um turno
de serviço, sequencialmente, no mesmo dia, com a respectiva e imediata
compensação da carga horária de turnos de serviços equivalentes, nos dias
subsequentes.
12) Folga: afastamento total concedido conforme legislação e com
periodicidade variada, segundo o seu ciclo de serviço e conforme o
planejamento dos Comandantes, desde que não tenha sofrido afastamento, no
período aquisitivo, por motivo diverso (falta, dispensa médica.), quando inicia
nova contagem.
13) Folga compensatória: afastamento total concedido no mês
subsequente para compensar a carga horária trabalhada em excesso no mês
anterior e não indenizada com pagamento de horas extras.
14) Escala ordinária: é a previsão de emprego em situação ordinária ou
de rotina do OBM, devendo haver controle de variáveis e, se possível, distinção
sobre as executadas em dias úteis e as executadas em domingos e feriados.
15) Escala especial: é a previsão de emprego na atividade de bombeiro,
em situação extraordinária, ou em atividade administrativa fora dos padrões
normais de sua jornada de trabalho, para atender demandas de segurança
pública, por um tempo determinado.
16) Escala de sobreaviso: previsão da possibilidade de chamada para
emprego em atividade em situações ordinárias ou especiais. Permanece em sua
residência, atento e prevenido da possibilidade de ser chamado para qualquer
missão, conforme regulado na presente Instrução Reguladora.
17) Escala de prontidão: militar estadual permanece no OBM em
condições de deslocar do quartel tão logo lhe seja determinado pelo escalão
superior para cumprimento de missão.
18) Escala de trabalho domiciliar: situação em que, por força de situações
excepcionais previstas em lei ou em decreto e autorizadas mediante Portaria do
Comandante-Geral o Bombeiro pode desempenhar de atividades administrativas
possíveis de serem realizadas de seu domicílio.
19) Atividade de formação e qualificação profissional: cursos de
especialização, qualificação e de formação, realizados sob supervisão da
Academia de Bombeiro Militar e aprovados pelo Comando.
20) Sistema de Recursos Humanos do Estado (RHE): ferramenta para
gestão de recursos humanos que integra dados e informações pertinentes a

53
todas as funções gerenciais de pessoal, ligadas diretamente à folha de
pagamento.
21) Frequência: registro da assiduidade ao trabalho e motivos de
afastamento
22) Efetividade: controle diário do exercício da função pública.
23) Setor: representação numérica do órgão onde o servidor está
classificado ou lotado (RHE).

DA CARGA HORÁRIA DE TRABALHO DOS BM

1) Carreira dedicação exclusiva e disponibilidade permanente.


2) A carga horária ordinária semanal é de 40 horas.
3) carga horária diária de trabalho, sem considerar os dias de descanso
remunerado, equivale a 5,7 horas (342 minutos)
4) A carga horária ordinária de trabalho mensal (não abater da contagem
os dias de feriados ou pontos facultativos). 160, 165, 171 e 177 horas, já
deduzidos os períodos de descanso remunerado, cabendo o pagamento de HE
ou folga ao que for excedente.
5) Os dias em que estiver afastado do serviço por motivos
regulamentares (férias, licenças, dispensas,) quando lançados no sistema RHE,
deverão ser deduzidos do mês em referência.
6) A carga horária quando há percepção de diárias de viagem, será a
correspondente a trabalhada na missão para a qual foi escalado no local de
destino, cabendo a unidade de destino informar à unidade de origem a carga
horária executada. Deverá ser observada a vedação legal de percepção de
gratificação por serviço extraordinário concomitante com diárias de viagem,
portanto, não poderá ser escalado além de sua carga horária ordinária mensal,
exceto se houver autorização do Subcomandante-Geral para que a carga horária
excedida seja compensada em folga no mês seguinte.
7) Os Comandantes deverão manter o controle da carga horária mensal
dos Oficiais e Praças subordinados, devendo confeccionar mapas mensais com
resumo da carga horária trabalhada, com fins de comprovar a efetividade e
regularidade das vantagens pagas. Depois de conferidos e assinados
permanecerão à disposição para auditoria.

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8) Aos ME que executarem EXCLUSIVAMENTE atividades administrativas
NÃO será exigida a compensação da carga horária diária de 5,7 horas referente
aos dias sem expediente que recaírem em dias úteis considerados feriados ou
pontos facultativos, desde que previstos em Decreto Estadual que não preveja
a compensação da carga horária.
9) Os Militares empregados na atividade administrativa e operacional só
poderão perceber HE, após completa a carga horária não trabalhada no mês
devido a feriados e pontos facultativos. Deve cumprir a carga horária mínima
mensal.
10) PME em serviço administrativo deverá cumprir a integralidade 40
horas semanais prevista em contrato nos expedientes de segunda à sexta,
observado o limite mensal da carga horária ordinária.
11) O período de dispensa para convalescença domiciliar prescrito por
profissional da saúde deverá ser respaldado pela Junta Médica Militar/Visita
Médica, contabilizado como indisponibilidade, sendo subtraído da carga horária
mensal 5,7h por dia. Caso se dê durante período de folga, como folga será
considerada.

DAS ESCALAS DE SERVIÇO

1) Os Comandantes devem adotar medidas para que seja observado o


mesmo padrão de escala de serviço nos órgãos subordinados.
2) Nas escalas, registrar, de forma separada e destacada, os serviços
ordinários e extraordinários que serão executados.
3) Todas as escalas de serviço deverão ser objeto de registro e arquivo
próprio e firmado pelo respectivo Comandante.
4) Os OBMs poderão utilizar sistema informatizado para confecção,
registro e armazenamento de escala. Deverão ser fiscalizadas pelos
Comandantes e após arquivadas, permanecendo à disposição para auditamento.
5) A totalidade da carga horária trabalhada deverá ser registrada em
documentação oficial e no final do mês transcrita para os mapas de escala de
serviço executado e extrato demonstrativo de carga horária, inclusive as
referente às convocações extraordinárias para execução de missões urgentes ou
especiais e não previsíveis.
6) O ATESTADO DE EFETIVIDADE exarado pela chefia é a certificação de
que o servidor cumpriu com suas obrigações no mês em referência.
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7) Os Comandantes deverão, OBRIGATORIAMENTE, observar os
descansos e conceder folgas regulares, de acordo com os ciclos de serviço, de
forma que a carga horária cumprida não extrapole os limites previstos na
legislação.
8) Os Militares empregados em atividades administrativas e que,
concorram a qualquer escala de serviço externo, deverão ser empregados em
jornada não superior a 6 (seis) horas, antes ou após a atividade principal
desempenhada, exceto em finais de semana, feriados e em situações de
desastres, grave perturbação da ordem pública ou requisições judiciais.
9) Os Comandantes deverão observar o cumprimento da carga horária
integral mensal por todos os militares. Os períodos de horas não trabalhadas
nas atividades internas ou serviço externo deverão ser preenchidos com
atividades de serviço e de treinamento, mediante convocação, as quais serão
considerados objetos de serviço e complementarão a carga horária normal de
trabalho.
10) As escalas de serviços deverão ser otimizadas ao indispensável para
manutenção mínima do fluxo de apoio administrativo, sendo que as jornadas,
não poderão ser superiores a 24 horas. Cabem aos respectivos Comandantes os
ajustes compensatórios necessários, de forma a que se observe o referencial de
40 (quarenta) horas na jornada semanal, podendo ser adotada a projeção
prevista para o mês.
11) As escalas devem ser divulgadas amplamente, com antecedência de
no mínimo 24 horas da execução do serviço, afixando-as em lugar de fácil
visualização para o público interno, bem como permitir o acesso aos registros
das escalas aos Militares Estaduais que requererem e que estiverem submetidos
ao respectivo controle.

ESCALAS ORDINÁRIAS

a) Horários referenciais para turnos de serviço de 6 horas:


1) Turno 1: das 02 horas às 08 horas.
2) Turno 2: das 08 horas às 14 horas.
3) Turno 3: das 14 horas às 20 horas.
4) Turno 4: das 20 horas às 02 horas.

b) Horários referenciais para turnos de serviço de 12 horas

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1) Turno 1: das 08 horas às 20 horas.
2) Turno 2: das 20 horas às 08 horas.

c) O horário de início da jornada de 24 horas será às 08 horas.


d) Serão admitidas alterações de até duas horas, para mais ou para
menos, nos horários de início e de término dos turnos, para atender situações
especiais de características sociais das localidades.
e) As escalas ordinárias de serviço externo serão de no máximo 24 horas,
com concessão de intervalo, na proporção de 3 turnos de descanso para cada
turno trabalhado, devendo ser COIBIDAS as dobras de escala.
f) Os comandantes, poderão adequar as escalas ao padrão que otimize o
emprego dos recursos humanos disponíveis, observando as peculiaridades do
serviço a ser executado, as características dos OBM e, os parâmetros legais para
concessão das vantagens pecuniárias decorrentes.
g) As escalas de serviços internos não poderão ser superiores a 24 horas.
Caberá aos comandantes o ajuste compensatório necessário, de forma a que se
observe 40 horas na jornada semanal, podendo ser adotada a projeção prevista
para o mês.
h) Admite-se a concessão de intervalo de descanso de no mínimo 11
horas entre as jornadas de trabalho para as escalas de serviço administrativo,
complementação de carga horária, serviços especiais e serviço extraordinário.
Esta regra poderá ser excepcionalizada em situações de calamidade pública e
em situações emergenciais de interesse público, mediante Portaria do
Comandante-Geral.

ESCALAS ESPECIAIS

a) A carreira dos Militares Estaduais é exercida em regime de dedicação


exclusiva e disponibilidade permanente, com o que as convocações independe
de feriados ou pontos facultativos.
b) SITUAÇÕES EXTRAORDINÁRIAS: situações excepcionais e temporárias
que por imperiosa necessidade de serviço demandam aporte de efetivo além da
capacidade das escalas ordinárias, nestes casos, os Comandantes poderão
utilizar escalas que contemplem jornadas e ciclos de serviço diferenciados, por

57
tempo estimado ou determinado, com o pagamento HE ou compensação com
folga.
c) SITUAÇÕES ESPECIAIS: extensão da jornada normal de trabalho para
manutenção da normalidade dos serviços frente à insuficiência de efetivo para o
exercício das atividades mínimas de prestação de serviço às comunidades. Na
impossibilidade de compensação com folgas e na impossibilidade do aporte de
efetivos ser provido por outro OBM, os comandantes estão autorizados a utilizar,
em segmento subordinado, escalas que contemplem jornadas e ciclos de serviço
diferenciados das ordinárias por tempo estimado ou determinado, com o
respectivo pagamento de HE, dentro das cotas mensais estabelecidas;
d) A deliberação sobre a realização de escalas especiais em situações
extraordinárias ou especiais é de exclusiva responsabilidade dos Comandantes,
e deverão ser fundamentadas a partir de documentos próprios para este fim
(Estudos de Estado Maior, Ordens de Serviço, etc.), que justifiquem o emprego
de efetivos, fornecendo evidências da necessidade, possibilitando quaisquer
esclarecimentos posteriores.
e) A jornada de serviço extraordinário poderá ser compensada com folga
ou remunerada através de pagamento de HE quando previamente autorizada.
f) A jornada de serviço extraordinário executada sem autorização prévia
ou para a qual não haja disponibilidade de cota de HE, será compensada com
folga.
g) A compensação em folgas da carga horária excedente não indenizada
deverá ocorrer, preferencialmente, no mês posterior e mesmo exercício
financeiro.
h) A carga horária mensal excedente não indenizada deverá ser publicada
em boletim interno, no qual constará o total de horas excedidas e não
indenizadas e o plano de compensação em folgas no(s) mês(es) seguinte(s).

ESCALA DE SOBREAVISO

a) A ordem de sobreaviso determina a situação na qual todo efetivo


disponível ou parte dele fica prevenido da possibilidade de ser chamado para o
desempenho de qualquer missão especial;
b) A adoção das escalas de sobreaviso previstas no Regimento Interno é
de responsabilidade dos Comandantes.

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c) As escalas de sobreaviso podem ser ORDINÁRIAS: decorrentes de
situações que exijam atenção contínua e pronto atendimento, ou
EXTRAORDINÁRIAS: diante de situações especiais e temporárias cuja previsão
do acontecimento e sua duração não seja possível definir no momento de seu
estabelecimento;
d) As hipóteses para escala de sobreaviso ordinária são as definidas RI.
e) As escalas de sobreaviso decorrentes de situações ordinárias devem
observar as prescrições da presente norma e instruções definidas pela
Corporação;
f) Os comandantes poderão propor a criação de escalas de sobreaviso
para atividades que demandem serviços de plantão, por meio de Sumário de
Estudo de Estado Maior que demonstre a necessidade do emprego de forma a
proporcionar maior rentabilidade operacional. Após cumpridos estes requisitos
o Estudo será analisado pelo Gabinete do Comando-Geral para posterior
autorização do Comando da Corporação;
g) Na situação de sobreaviso os Oficiais e Praças permanecerão dentro
da área de responsabilidade territorial do OBM, poderão permanecer no quartel
ou em suas residências, em condições de se recolherem imediatamente ao
quartel em caso de necessidade, no prazo máximo de 30 minutos;
h) O Militar sobreaviso terá direito ao cômputo de 1/3 da carga horária
em que permanecer nesta situação. Não perceberá etapas de alimentação e HE,
devendo a carga horária extrapolada ser compensada em folga;
i) Quando o Militar de sobreaviso for acionado para a execução direta do
serviço, será computada a carga horária integral do tempo em que permanecer
na atividade;
j) Não é considerada como sobreaviso as atividades decorrentes da
responsabilidade territorial dos Comandantes de OBM ou Frações Operacionais,
mesmo que eventualmente ocorra acerto entre eles para que um responda pelos
afastamentos do outro, salvo nos casos em que o servidor tenha sido acionado
para a execução direta do serviço, quando então será computado o tempo de
permanência na atividade;
k) Todas as providências de ordem preventivas relativas ao pessoal e ao
material são impostas pelas circunstâncias decorrentes da situação da tropa e
deverão ser tomadas pelos diversos níveis de comando e de chefia;

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l) A ordem de suspensão do sobreaviso será determinada pela autoridade
que a exarou, depois de cessado o motivo da medida, voltando o efetivo às suas
atividades normais.

ESCALA DE PRONTIDÃO

a) A ordem de prontidão importa em manter o efetivo disponível do OBM


em condições de cumprir a missão determinada e preparada para deslocar do
quartel logo que receba a ordem;
b) Os oficiais e praças ao receberem a ordem de prontidão deverão
comparecer imediatamente e permanecer em quartel, uniformizados e
aguardando as instruções e procedimentos determinados por parte do comando
do OBM, para o cumprimento da missão;
c) A ordem de suspensão do estado de prontidão será determinada pela
autoridade que a exarou, depois de cessado o motivo da medida, voltando à
tropa às suas atividades normais;
d) O Bombeiro Militar na situação de prontidão terá direito ao cômputo
integral da carga horária em que permanecer à disposição para emprego, terá
direito ao pagamento de etapas de alimentação e, por se tratar de situação
excepcional e temporária ligada à atividade fim, poderá ser paga gratificação por
serviço extraordinário.

ESCALA DE TRABALHO DOMICILIAR

a) Em situações excepcionais previstas em lei ou decreto e autorizadas


mediante Portaria do Comandante-Geral do CBMRS, será admitida a constituição
de escala de trabalho domiciliar para as atividades administrativas possíveis de
serem executadas à distância;
b) O desempenho das atividades administrativas em domicílio será
coordenada e fiscalizada pela respectiva chefia, que deverá adotar mecanismo
que possibilite aferir diariamente a produtividade do ME em trabalho domiciliar
e controlar sua efetividade;
c) A chefia poderá realizar reuniões virtuais com a equipe em trabalho
domiciliar por meio de aplicativo que garanta a segurança dos assuntos
discutidos, como também, utilizar programas que possibilitem a confecção
remota de documentos;
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d) Os militares dos setores de análise em trabalho domiciliar deverão
receber semanalmente processos em carga, conforme as demandas do setor, e
efetuar as respectivas análises, inserindo a documentação pertinente no
SISBOM-MSCI, sob fiscalização diária de produtividade;
e) O Militar Estadual em trabalho domiciliar deverá apresentar,
semanalmente, à chefia imediata relatório discriminando as missões e atividades
planejadas e realizadas durante a semana;
f) Durante o emprego domiciliar o ME não está autorizado a afastar-se
do município, devendo permanecer preferencialmente em sua residência, no
horário estabelecido por sua chefia, para o desempenho das atividades
determinadas;
g) O Militar em trabalho domiciliar poderá ser acionado a qualquer tempo
para comparecimento no seu local de trabalho;
h) Para cálculo da carga horária de trabalho domiciliar deverá ser
considerada a carga horária máxima de 08 (oito) horas diárias e a carga horária
máxima estabelecida para o mês que se referir;
i) É vedado o pagamento de gratificação por execução de serviço
extraordinário ao Militar em trabalho domiciliar. Eventual excesso de carga
horária trabalhada deverá ser compensado em folga no mês subsequente;
j) Ao Militar em trabalho domiciliar não serão pagas etapas de
alimentação, por não se enquadrar nas hipóteses previstas na Lei Estadual
n.º6.196, de 15 de janeiro de 1971;

DOS REGISTROS DE FREQUÊNCIA E NO RHE

1) O registro da frequência, a partir do mapa de indisponibilidade


confeccionado pelo Comandante Imediato, será realizado em nível de:
a) Gabinete do Comandante Geral, para o efetivo lotado no GCG;
b) Corregedoria-Geral, para o efetivo lotado na C Geral do CBMRS;
c) Departamentos, Divisões e ABM: efetivo lotado no OBM;
d) Comd Reg, Batalhões e CEBS: efetivo lotado no OBM.
2) A autoridade responsável pelo controle da frequência e confecção do
mapa de indisponibilidade, responderá por qualquer prejuízo causado à Fazenda

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Pública, decorrente de registro e/ou informações incorretas que resultarem no
pagamento de vantagens indevidas.
3) O registro da frequência deverá ser realizado entre o SEGUNDO E O
QUINTO DIA ÚTIL do mês subsequente;

4) Registros por nível de competência:

a) Compete ao OBM do servidor o controle e vigilância direta da


frequência dos servidores sob seu comando, fazendo o registro das
indisponibilidades havidas no Mapa de Indisponibilidade (modelo anexo H) e a
inserção no sistema RHE.
b) Compete à SEPLAG o registro de todas as indisponibilidades
decorrentes de problemas de saúde dos Servidores Civis: LTS: Licença para
Tratamento de Saúde; LFE: Licença para Assistência a Filho Excepcional; LAS:
Licença por Acidente em Serviço; LFC: Licença por Motivo de Doença em Pessoa
da Família;
c) Compete aos GCG, Cor-G, Departamentos, Divisões, Academia de
Bombeiro Militar, Comandos Regionais, Batalhões e CEBS:
1) o registro dos seus integrantes: LIN: Afastamento para instalação; TRA:
Afastamento para trânsito; DOA: Doação de sangue; FNJ: Falta não justificada;
LAD: Licença à Adotante; LPA: Licença à Paternidade; LGL: Licença Gala; LNJ:
Licença Nojo; LRP: Licença para Realização de Provas; PRD: Prisão Disciplinar;
RSP: Recompensa por Serviços Prestados; (12) LFC: Licença para Tratamento de
Saúde de Pessoa da Família; 2) AFM: Afastamento por moléstia, (somente para
SC extranumerário); LSI: Licença Saúde (INSS), para Sd BMT e SC Celetista; LAI:
Licença Acidente Serviço (INSS), para Sd BMT e SC Celetista;
3) Registrar no RHE as indisponibilidades, as etapas de alimentação,
substituição temporária e gratificação por exercício de serviço extraordinário do
efetivo lotado no OBM; realizar a confirmação funcional de seu efetivo no sistema
RHE; solicitar ao Departamento Administrativo o cadastro e cancelamento de
acesso ao sistema RHE de operadores, chefe da seção de pessoal, comandantes
e seus substitutos; informar ao Departamento Administrativo a
apresentação/desligamento de ME e SC movimentado;
d) Compete à Academia de Bombeiro Militar: registrar as gratificações de
magistério; ativação e desativação do vale-refeição para ME em curso;
e) Compete ao Departamento Administrativo, por meio da Divisão de
Recursos Humanos, os seguintes lançamentos:

62
1) VIA: Afastamento para viagem; AGA: Agregação Administrativa com
Remuneração; LCC: Licença para Concorrer a Mandato Público Eletivo com
Remuneração; LMC: Licença para Exercer mandato Público Eletivo com
Remuneração; PRI: Prisão; PRA: Prisão no Regime Aberto; PRS: Prisão no Regime
Semiaberto; PPR: Prisão Preventiva; PSC: Prisão sem condenação (será utilizada
quando o processo criminal transitar em julgado e o réu restar absolvido); PRT:
Prisão Temporária; LQE: Licença para Qualificação Profissional por indicação do
Estado; LQP: Licença para Qualificação Profissional por solicitação do servidor;
LDC: Licença para o Desempenho de Mandato Classista; CPR: Licença para
etapas de concurso público, com remuneração; CPS: Licença etapas concurso
público, sem remuneração; LAC: Licença para Acompanhar o Cônjuge; LCJ:
Licença para Acompanhar o Cônjuge (decisão judicial); LIP: Licença para Tratar
de Interesses Particulares; PRE: Licença Especial (ME); DES: Deserção (após o
décimo dia de FNJ); LAA: Licença Especial para Fins de Aposentadoria, para ME;
2) Os seguintes registros referentes à SC: LAA: Licença Especial para fins
de aposentadoria; PRE: Licença Prêmio por Assiduidade; LDC: Licença para o
Desempenho de Mandato Classista; LQE: Licença para Qualificação Profissional
por indicação do Estado; LQP: Licença para Qualificação Profissional por
solicitação do servidor; CPR: Licença para etapas de concurso público, com
remuneração; CPS: Licença etapas concurso público, sem remuneração; LAC:
Licença para Acompanhar o Cônjuge; LCJ: Licença para Acompanhar o Cônjuge
(decisão judicial); LIP: Licença para Tratar de Interesses Particulares; VIA:
Afastamento para viagem;
3) encaminhar à SEPLAG os processos de cadastro de Bombeiros
Militares no RHE; atualizar os cadastros de Bombeiros Militares inativos e ativos;
realizar o Comunicado RHE para cancelamento de AIPSA; realizar os
comunicados RHE referente aos SC;
4) processar as solicitações de cadastro/cancelamento de acesso ao
sistema RHE, de acordo com o perfil do usuário; manter o registro dos
operadores cadastrados; atuar como suporte aos operadores do sistema RHE;
ser o interlocutor do CBMRS com os demais órgãos do estado, sobre o sistema
RHE;
5) registrar as transferências para a reserva remunerada e reforma dos
policiais militares, inclusive as alterações de cargo em decorrência de promoção
pela transferência para a inatividade; registrar as isenções de Imposto de Renda;
realizar os Comunicados RHE referentes os assuntos de sua competência;
f) Compete ao Departamento Administrativo, por meio da Divisão
Administrativa:

63
1) fazer o registro das frequências dos servidores da Corporação que
estiverem à disposição de outros órgãos, exceto os cedidos à administração
direta, autarquias e fundações públicas, gerenciadas pelo sistema RHE;
2) Remoção de setor dos policiais militares e servidores civis
movimentados; solicitar a SEPLAG a criação, alteração e extinção de setores,
conforme alterações no Adendo Único do Regimento Interno do CBMRS.
g) Compete ao Departamento Administrativo, por meio da Divisão de
Orçamentos e Finanças: Realizar o registro de averbamentos de períodos de
tempo de serviço e de conversão de licença especial; corrigir e registrar
vantagens temporais e averbamento de licenças especiais; validar no RHE as
férias mensais e, quando houver, fazer o lançamento de suas correções; auditar
os lançamentos de frequências e vantagens realizados pelos Órgãos do CBMRS;
realizar os Comunicados RHE dos assuntos de sua competência;
h) Compete ao DS, através das JPMS dos Hospitais: LTS: Licença para
tratamento de saúde própria, concedida pela própria junta; LFE: Licença para
Assistência a Filho Excepcional; LAS: Licença por Acidente em Serviço;
i) Compete às FSR dos OPM: LTS: Licença para tratamento de saúde
própria; LAS: Licença por Acidente em Serviço; LGE: Licença à Gestante;

F. DA GRATIFICAÇÃO POR HE:


1) Aspectos gerais:
a) A convocação para o cumprimento de serviço extraordinário se dará
na forma prevista nos parágrafos 8º a 12 do artigo 48 da Lei Complementar nº
10.990, de 18 de agosto de 1997 e Decreto Estadual nº 40.986, de 17 de
agosto de 2001, podendo, no entanto, contemplar os Bombeiros Militares
através do voluntariado desde que observados as demais prescrições
estabelecidas na presente norma;
b) O exercício do serviço extraordinário NÃO poderá exceder ao limite de
QUARENTA HORAS EXTRAORDINÁRIAS MENSAIS, salvo quando ocorrer a
necessidade imperiosa de estendê-las com o propósito de manter a normalidade
dos serviços, dar curso a ocorrências já iniciadas ou fazer frente a situações
imprevistas que atentem contra a vida e/ou a segurança pública;
c) Em situações de imperiosa e justificada necessidade, com o propósito
de manter a normalidade dos serviços, admitir-se-á que o limite acima
estabelecido seja excedido desde que todos os demais militares estaduais da

64
localidade já tenham sido convocados para a execução de serviço extraordinário
e já tenham cumprido 40 (quarenta horas) mensais extraordinárias;
d) Excepcionalmente será autorizado o emprego de ME acima do limite
de 40 horas mensais extraordinárias, mediante encaminhamento de Sumário de
Estudo de Estado Maior para prévia autorização do Subcomandante-Geral, nas
hipóteses da execução do serviço exigir especialização ou qualificação, por
exemplo, condutores e operadores de viaturas de bombeiros (COV), ou
demandar o emprego de frações especializadas prevista no QO do OBM, cuja
disponibilidade de militares estaduais não permita o cumprimento do limite de
40 (quarenta) horas mensais extraordinárias previsto no Decreto Estadual;
e) Não será autorizado o pagamento de gratificação por serviço
extraordinário para a realização de serviços administrativos do CBMRS;
f) Os efetivos empregados ordinariamente nos serviços administrativos
poderão perceber a gratificação por serviço extraordinário, desde que executem
serviços operacionais mediante escala, e tenham implementado as condições
estabelecidas na legislação vigente, particularmente, o cumprimento integral das
40 (quarenta) horas semanais, sem descontos de feriados e pontos facultativos;
g) Não será autorizado o pagamento da gratificação por exercício de
serviço extraordinário ao Militar Estadual quando estiver percebendo diárias de
viagem, a qualquer título ou aos detentores de função gratificada ou cargo em
comissão, salvo para os oficiais intermediários, oficiais subalternos e praças em
função de comando, cabendo aos respectivos Comandantes os ajustes
compensatórios necessários;
h) O pagamento da gratificação por serviço extraordinário será efetuado
pelo posto ou graduação do Bombeiro Militar executante;
i) Não será autorizado o pagamento de gratificação por exercício de
serviço extraordinário ao Bombeiro Militar que estiver beneficiado pela redução
de carga horária prevista no art. 127 da Lei 10.098/94;
j) As cotas de gratificação por serviço extraordinário deverão ser
direcionadas em sua totalidade, mediante juízo de conveniência e oportunidade
do Comandante do OBM, devidamente justificado por meio de relatório próprio,
para fazer frente a situações excepcionais e temporárias, quando se torne
imprescindível a extensão da jornada normal de trabalho dos Bombeiros
Militares, bem como, por imperiosa necessidade de serviço ligada à atividade
fim do CBMRS ou com o propósito de manter a normalidade dos serviços, dar
curso a ocorrências já iniciadas ou fazer frente a situações imprevistas que
atentem contra a vida e/ou a segurança pública;

65
k) com o propósito de manter a normalidade dos serviços, mensalmente
os Comandantes de OBM deverão remeter ao Subcomandante-Geral
planejamento de emprego do efetivo especificando as lacunas que demandam
aporte de efetivo em jornada extraordinária;
l) os comandantes de OBM deverão observar o quantitativo de cotas de
horas extras distribuídas, sendo vedada a previsão de pagamento de gratificação
por serviço extraordinário além do quantitativo de cotas de horas extras
distribuídas no mês, devendo eventuais extrapolamentos serem compensados
com folgas no mês subsequente;
m) a jornada extraordinária que for efetivada, devidamente comprovada
e justificada por superior hierárquico, sem a prévia autorização ou para a qual
não haja cota de horas extras disponível, deverá ser compensada em folga.
2) Do processamento da HE:
a) A gratificação por serviços extraordinários será computada e
processada mensalmente;
b) A gratificação por exercício de serviço extraordinário somente poderá
ser paga após a prestação dos serviços e respeitada a prévia autorização;
c) O Subcomandante-Geral do CBMRS definirá a cota mensal limite de
gratificação por exercício de serviço extraordinário de cada batalhão;
d) O Departamento Administrativo efetuará a distribuição aos batalhões
dos valores relativos às cotas de horas extras, conforme o planejamento
aprovado e a prévia definição do SCmtG;
e) O fluxograma das etapas de processamento do pagamento da
Gratificação de Serviço Extraordinário se encontra previsto no Anexo “E”;
f) O processamento necessário para pagamento da gratificação de serviço
extraordinário deve observar as seguintes prescrições:
1) Na normalidade: o Comandante do Batalhão, após conferência da
carga-horária ordinária e extraordinária cumprida pelos Militares Estaduais
subordinados através da documentação pertinente (Mapa de Pagamento de
Gratificação por Execução de Serviço Extraordinário, Mapa de Escala de Serviço
Executado, Extrato Demonstrativo de Carga Horária, escalas de serviço, Ordens
de Serviço, etc.) procederá, nos casos em que couber, o lançamento da referida
gratificação diretamente no sistema RHE, observando os prazos de fechamento
do sistema para a inserção de vantagens.

66
2) NA EXCEPCIONALIDADE:
a) No caso de impossibilidade de lançamento da gratificação por serviço
extraordinário no sistema RHE em função de prazo expirado ou troca de setor
(movimentação do Bombeiro Militar), o Comandante deverá remeter ao
Departamento Administrativo via PROA, devidam ente instruído com Mapa de
Pagamento de Gratificação por Exercício de Serviço Extraordinário, Mapa de
Escala de Serviço Executado e Extrato Demonstrativo de Carga Horária, conforme
modelos constantes no Anexo “A”, Anexo “B” e Anexo “C” da presente Instrução
Regulamentadora, solicitando a efetivação do pagamento da vantagem;
b) A documentação de instrução do processo deve ser restrita aos
Militares Estaduais objeto da solicitação de pagamento da gratificação por
serviço extraordinário, ou seja, não deverão ser remetidos Mapas e Extratos
Demonstrativos de Carga Horária de efetivos não contemplados no pleito;
c) Os documentos que instruirão o processo poderão ser cópias
autenticadas ou originais, no entanto, em ambos os casos, devem estar
devidamente assinados pelo Comando do OBM.

3) DA RETIFICAÇÃO OU ESTORNO DE HE
a) Retificação de lançamento de gratificação por serviço extraordinário:
1) No caso de identificação de lançamento indevido de gratificação por
serviço extraordinário, seja por quantitativo de cotas a que o Bombeiro Militar
fizer jus (a maior ou a menor) ou, ainda, por lançamento da referida vantagem
para outro servidor, o Comandante deverá remeter ao Departamento
Administrativo processo via PROA devidamente instruído, solicitando a correção
necessária com a devida justificativa que ensejou a ocorrência do fato
(fundamentação do pleito);
2) Quando a retificação implicar em solicitação de acréscimo de cotas
para o Bombeiro Militar o processo deve ser obrigatoriamente instruído com o
Mapa de Pagamento de Gratificação por Execução de Serviço Extraordinário e
Extrato Demonstrativo de Carga Horária.
b) Estorno de gratificação por serviço extraordinário: as solicitações de
estorno de gratificação por serviço extraordinário deverão ser encaminhadas ao
Departamento Administrativo via processo PROA devidamente instruído e
fundamentado. O estorno deve ser realizado exclusivamente na forma
estabelecida, uma vez que seu processamento se dará via folha de pagamento
do ME, com a remoção do registro.
67
G. DAS ETAPAS DE ALIMENTAÇÃO:
1) ASPECTOS GERAIS:
a) O Bombeiro Militar tem direito à alimentação, por conta do Estado,
fornecida em espécie ou paga em dinheiro (Etapas de Alimentação) quando:
1) Em serviço externo, mediante escala não inferior a seis horas;
2) Em serviço interno, mediante escala não inferior a seis horas;
3) Em situação de prontidão;
4) Em exercício ou em operação de duração não inferior a seis horas;
5) Quando em atividade de formação e qualificação profissional,
previamente programada e aprovada pelo Comando-Geral, de duração não
inferior a seis horas.

B) NÃO TERÁ DIREITO À ALIMENTAÇÃO POR CONTA DO ESTADO,


QUANDO:
1) Em viagem em, com respectivo saque de diária de viagem;
2) Em execução de serviço extraordinário, com respectiva gratificação.
c) O somatório de horas de qualquer tipo de escala de serviço executado
no Corpo de Bombeiros Militar, para efeito de saque de Etapas de Alimentação,
deverá ser realizado da seguinte forma:
1) O cálculo para apuração das Etapas de Alimentação devidas ao Militar
Estadual, em primeiro lugar deverá levar em conta o valor estabelecido por lei
para a “diária de alimentação” e em segundo lugar a jornada de serviço
executada a cada dia, dividindo-se pelo número 06 (seis). Por exemplo: se o ME
executou serviço de 06 (seis) horas, fará jus a uma Etapa de Alimentação; se o
ME executou serviço de 12 (doze) horas, terá direito a duas Etapas de
Alimentação; se o ME executou serviço de 08 (oito) horas, fará jus a uma Etapa
de Alimentação, somente, relativa às 06 (seis) horas de serviço, sendo que o
saldo de 02 (duas) horas não poderá ser computado para efetuar-se um
somatório futuro visando à concessão de uma nova etapa;
2) visando o pagamento de valor igual para os 04 (quatro) turnos de
serviço existentes no CBM, o Militar Estadual terá o saque da indenização mensal
correspondente ao total dos serviços de 06 (seis) horas executadas, a qual será
multiplicada por 25% (vinte e cinco por cento) do valor da diária de alimentação

68
(ex: Nº. de Serviços x 25% do valor da diária de alimentação vigente) equivalente
a 01 (uma) etapa de alimentação.
D) AS ETAPAS SERÃO FORNECIDAS EM ESPÉCIE:
1) Aos ME nos OBM que possuam estrutura de rancho, salvo nos casos
em que o Servidor manifeste por escrito preferência pela percepção em dinheiro;
2) Aos ME, quando houver possibilidade de estabelecer sua obtenção
mediante contrato ou convênio;
3) Aos ME, quando houver possibilidade de outro OBM fornecê-la;
e) As Etapas de Alimentação serão fornecidas exclusivamente em espécie
aos Militares Estaduais que estiverem cumprindo pena restritiva de liberdade em
OBM.
f) As Etapas de Alimentação serão fornecidas em dinheiro:
1) Aos Militares Estaduais pertencentes aos OBM sem estrutura de
rancho; 2) Aos Militares Estaduais, que embora pertencentes aos OBM com
estrutura de rancho, manifestem por escrito preferência pela percepção das
Etapas de Alimentação em dinheiro.
g) Os integrantes do Programa Mais Efetivo (PME) terão tratamento
análogo aos Militares Estaduais ativos, nos termos da presente Instrução
Reguladora.
2) DA DOTAÇÃO ORÇAMENTÁRIA:
a) O Departamento Administrativo, através da Divisão de Orçamento e
Finanças (DOF), estabelecerá a Dotação Orçamentária Anual, com base na média
da despesa do último ano;
b) Os recursos financeiros serão repassados pelo Tesouro do Estado ao
Departamento Administrativo, através da sua Divisão de Orçamento e Finanças,
no início do exercício financeiro, ficando todo o valor reservado na modalidade
“SEM COTA”, sendo liberado gradativamente através do atendimento das SRO
solicitadas, para fins de pagamento dos processos após o empenho regular das
despesas. A liberação ocorrerá gradativamente com base nas necessidades da
Corporação, da seguinte forma:
1) Em espécie: as demandas deverão ser requisitadas pelos Comandos,
Chefias ou Diretores ao DA-DOF, e a liberação acontecerá por meio de inclusão
no Sistema de Finanças Públicas do Estado (FPE) de Solicitação de Recursos
Orçamentários (SRO) na modalidade “SEM COTA”, sendo que a distribuição

69
ocorrerá por meio de Nota de Distribuição de Recursos (NDR), mediante análise
prévia.
2) Em dinheiro: as demandas deverão ser lançadas pelos Comandos,
Chefias ou Diretores no RHE (Sistema de Recursos Humanos do Estado) com
base no Mapa de Saque de Etapas de Alimentação Mensal, onde o empenho e
pagamento serão efetuados pela Secretaria da Fazenda e o benefício será
repassado ao ME via folha de pagamento.
3) DOS VALORES:
a) Em Dinheiro - o valor da Etapa de Alimentação em dinheiro está
previsto no Art. 64 da Lei Nº. 6.196/71, com valor atualizado pelo Decreto nº
53.672, de 15 de Agosto de 2017;
b) Em Espécie - o valor da Etapa de Alimentação em espécie será
estabelecido pelos Comandos, Chefias ou Diretores, com base na média do custo
pesquisado na área de ação, ou no valor previsto no registro de preços.
4) DOS LOCAIS DE INCLUSÃO:
a) Os Locais de inclusão são os Comandos, Chefias ou Departamentos
equipados com terminal de computador ligado com a PROCERGS e à Secretaria
Estadual da Fazenda, a qual possibilita o acesso ao Sistema de Recursos
Humanos do Estado (RHE), para a inclusão das etapas em dinheiro. Já para a
inclusão das etapas em espécie os sistemas a serem utilizados são o LIC
(Registro de Preço) e o Compras RS (Dispensa de Licitação);
b) Cada Comando, Chefia ou Direção correspondente a um Ordenador de
Despesa Autorizado (ODA), em regra, providenciará a inserção ou inclusão nos
sistemas das Etapas de Alimentação, sendo ela em dinheiro ou em espécie.
5) Do cadastro dos credores:
a) Todos os Militares Estaduais, bem como os fornecedores de gêneros
alimentícios, obrigatoriamente deverão estar cadastrados corretamente no
sistema FPE; caso contrário a inserção dos dados será bloqueada por motivo de
inconsistência, fato que inviabilizará qualquer inclusão no sistema;
b) Os credores serão cadastrados pelo Departamento
Administrativo/Divisão de Orçamento e Finanças (DA-DOF), conforme abaixo:
1) Cadastro de Militares Estaduais Solicitar ao DA-DOF o cadastramento
através do formulário padrão , conforme modelo do Anexo “F” , da presente IR,
anexando cópia da Carteira de Identidade, do CPF, da capa do último
contracheque (com a conta bancária atualizada) e comprovante de endereço
70
residencial completo (contas de: água, energia elétrica e telefone). Caso o Militar
Estadual não possua o comprovante em seu nome poderá substituí-lo por
declaração assinada pelo Comandante do OBM;
2) Cadastro de Fornecedores: Solicitar ao DA-DOF o cadastramento do
fornecedor, conforme modelo do Anexo “F”, devidamente preenchido, anexando
cópia do CNPJ.
3) Alteração de Cadastro: procede-se na forma dos itens anteriores para
alterar dados cadastrais no sistema.
6) Do pagamento de Etapas de Alimentação em dinheiro:
a) O Comandante, Chefe ou Diretor incluirá mensalmente no Sistema e
Recursos Humanos do Estado (RHE), as Etapas de Alimentação de acordo
com os mapas de saques, os quais ficarão arquivados com os registros de cada
Militar. Isto possibilitará consultas, pesquisas e dirimir dúvidas sobre os
lançamentos;
b) Ao fazer o lançamento do nome do Militar Estadual, o responsável
deverá conferir a Identificação Funcional (Id Func) e Nome do Militar Estadual,
visando evitar, desta forma, o pagamento a homônimos (servidores com nomes
iguais);
c) Os lançamentos de Etapas de Alimentação serão mensais e únicos para
cada local de inclusão;
d) Quando o Militar Estadual for transferido de OBM, o lançamento será
efetuado pelo seu novo Comandante, Chefe ou Diretor. Para isto, seu
Comandante anterior informará, por escrito, os serviços realizados pelo Militar
Estadual, no mês em curso;
e) Fica padronizado o mapa constante no Anexo “G” como modelo na
Corporação para o saque de Etapas de Alimentação em dinheiro, o qual deverá
ser preenchido à luz das escalas de serviços e arquivado nos Locais de Inclusão
para fins de controle e auditagem;
7) Do fornecimento das Etapas de Alimentação em espécie:
a) As Dispensas de Licitações ou utilização da aquisição através do
Registro de Preço para obtenção dos gêneros alimentícios poderão ser
realizados nos OBM que possuem estrutura de rancho ou nos Comandos
Regionais, a critério do Comandante, Chefe ou Diretor. Havendo necessidade de
procedimento licitatório, deverá ser aberto PROA, instruído devidamente com a
descrição dos materiais, informando média de preços, quantidades e
71
encaminhado ao Departamento Administrativo/Divisão de Logística e Patrimônio
(DA-DLP);
b) De acordo com o planejamento de cada OBM, as licitações poderão
ser feitas para um período longo, observada a Dotação Orçamentária distribuída
no mês, desde que seja expresso nos editais e nos contratos o não reajuste dos
preços, neste caso, é recomendada a utilização do Registro de Preço para a
aquisição, dessa forma evita-se grandes estoques;
c) Na aquisição de gêneros alimentícios que não permitam o recebimento
total da quantia adquirida (perecíveis), obrigatoriamente deverá ser firmado um
contrato, entre o OBM e o fornecedor, de entrega e pagamento parcelado;
d) Para os casos do número anterior, utilizar-se-á o empenho global com
liquidação parcelada. Neste caso, o processamento das notas fiscais e a
solicitação de liquidação deverá ser efetuada por um período não inferior a 08
(oito) dias;
e) Os procedimentos licitatórios obedecerão aos ditames da Lei Federal
Nº. 8.666/93 e suas alterações;
f) O Comandante, Chefe ou Diretor, após constatar a legalidade da
licitação ou da dispensa eletrônica, expedirá as Autorizações de Empenho,
montando o competente processo, remetendo-o via PROA ao DA-DOF;
g) O DA-DOF, após realizar os registros e controles necessários,
encaminhará os processos à Seccional da CAGE, para a gravação do empenho,
retornando a seguir ao Comandante, Chefe ou Diretor para a efetivação da
compra, extração da nota fiscal e atestado de recebimento pelo OBM
subordinado;
h) O OBM adquirente, através do seu Comandante, Chefe ou Diretor,
remete o processo de liquidação contendo as notas fiscais, atestados de
recebimento, cópia da nota de empenho e justificativas pertinentes, o qual
solicitará a liquidação ao DA-DOF - CAGE;
i) Após a liquidação do empenho pela Seccional da CAGE, o processo é
encaminhado para a Secretaria da Fazenda (SEFAZ) para o pagamento da
despesa;
j) Os Comandantes, Chefes ou Diretores deverão adquirir o valor total
empenhado a fim de evitar que os empenhos permaneçam com saldo no sistema
FPE;
k) Quando a despesa for empenhada e o Comandante, Chefe ou Diretor,
por razões justificáveis, não mais desejar adquirir a mercadoria, deverá
72
encaminhar ao DA-DOF um processo via PROA, informando o n.º do empenho e
o saldo, com autorização para ser levado à receita, se for empenho do exercício
anterior, e estornado, se for do exercício vigente, devendo para isto confeccionar
a respectiva Nota de Solicitação de Estorno de Empenho;
1) Os processos deverão ser montados e incluídos no PROA, observando
a Instrução Normativa CAGE nº 11, de 27 de dezembro de 2016.
8) Do fornecimento de alimentação a Bombeiro Militar em cumprimento
de pena restritiva de liberdade em OBM que não possua estrutura de rancho:
a) Solicitação de abertura de processo licitatório, confecção de dispensa
eletrônica ou aquisição pelo Registro de Preço visando o fornecimento
terceirizado da alimentação;
b) Para viabilizar a licitação o Comando do OBM deverá, com
antecedência, solicitar aos fornecedores comerciais da localidade, no mínimo 03
(três) cotações de preços para café, almoço e janta, devendo ser assinadas pelo
fornecedor constando o carimbo do CNPJ e a validade da proposta;
c) As Dispensas de Licitação deverão ser realizadas nos moldes das
demais, com prévio empenho, sendo isentas as de valores abaixo de R$ 400,00
(quatrocentos reais), que podem ser feitas já para empenho e liquidação,
seguindo os modelos dos processos normais, acrescentando Cópia do Boletim
Interno ou Sentença judicial que publicou a punição ou pena do ME, devendo o
período de penalidade ser o mesmo do fornecimento da alimentação, conforme
Nota Fiscal (NF); Esta nota deve ser discriminada, separando-se café, almoço e
janta, mencionando o período da punição (fornecimento);
d) Por ocasião da aquisição da alimentação, deverá ser efetuado contato
com o fornecedor que venceu a proposta comercial e solicitada a entrega da
alimentação no local designado, já no caso do registro de preço a entrega é
realizada de acordo com o cadastro do almoxarifado no Sistema LIC.
9) Dos empenhos e pagamentos indevidos:
a) Dos casos envolvendo pagamento em dinheiro para militares
estaduais: No caso de identificação de lançamento indevido de etapa de
alimentação, seja por quantitativo de cotas a que o Militar Estadual fizer jus (a
maior ou a menor) ou ainda, por lançamento da referida vantagem para outro
servidor, o Comandante, Chefe ou Diretor deverá remeter ao Departamento
Administrativo processo PROA, devidamente instruído, solicitando a correção
necessária com a devida fundamentação.

73
b) Dos casos envolvendo pagamento em espécie para militares estaduais:
O Comandante, deverá confeccionar processo de estorno de empenho, bem
como encaminhá-lo à Seccional da CAGE, via DA-DOF.
O processo de estorno deverá estar devidamente instruído como
qualquer outro desta natureza.
10) Das Etapas de Alimentação avulsas:
a) Todo o OBM que possuir estrutura de rancho, a critério do seu
Comandante, poderá fornecer aos Militares Estaduais Etapas de Alimentação
avulsas, mediante indenização (pagamento), de acordo com os valores
estipulados pelo Comando da Corporação;
b) As receitas oriundas da comercialização de Etapas de Alimentação
avulsas deverão ser recolhidas ao FUNDO ESPECIAL DE SEGURANÇA PÚBLICA
(FESP), conforme normas específicas vigentes;
c) Não haverá dotação específica para Etapas avulsas. A aquisição dos
gêneros para este fim advém da dotação do trimestre distribuída para o OBM.
11) Dos pagamentos das Etapas de Alimentação:
a) O pagamento dos empenhos liquidados, de Etapas de Alimentação,
nas duas modalidades, será efetuado pelo Tesouro do Estado, observando o
cronograma financeiro da Secretaria da Fazenda (SEFAZ);
b) Os pagamentos serão realizados eletronicamente pelo Sistema FPE,
via On-line, através da PROCERGS, diretamente na conta corrente do credor, no
caso da Etapa de Alimentação em Espécie, e será fornecida para ao Militar
Estadual via folha de pagamento, no caso de Etapa de Alimentação em dinheiro;
c) Nenhuma despesa será paga sem o prévio empenho e liquidação;
d) Os pagamentos aos fornecedores de gêneros alimentícios obedecerão
rigorosamente à ordem cronológica da data de vencimento consignada no
processo;
12) Do controle dos gastos realizados:
a) Cabe ao Departamento Administrativo, por meio da Divisão de
Orçamento e Finanças (DA-DOF), manter o controle da Dotação Orçamentária e
da Cota reservada disponível para atender as demandas com Etapa de
Alimentação da Corporação. No caso da ausência de recursos para esta despesa
o DA-DOF deverá formalizar pedido de suplementação de verbas para a
Secretaria da Fazenda (SEFAZ);

74
b) Cabe ao DA-DOF fiscalizar, controlar, acompanhar e relatar as
despesas ocorridas com Etapas de Alimentação na forma de pagamento em
dinheiro, realizando a verificação através do Sistema RHE e comunicando
formalmente eventual erro, irregularidade, inconformidade ou fraude, via canal
de Comando, ao Controle Interno da Secretaria Executiva do Comandante-Geral
para as providências de sua competência, sob pena de responsabilização
solidária;
c) Cabe ao DA-DOF e a DA-DLP fiscalizar, controlar, acompanhar e relatar
as despesas ocorridas com Etapas de Alimentação na forma de pagamento em
espécie, por processo licitatório, dispensa de licitação ou registro de preços. Em
caso da constatação de eventual erro, irregularidade, inconformidade, fraude ou
mesmo indicativos de apontamentos pela Contadoria e Auditoria Geral do
Estado (CAGE) as Divisões deverão comunicar formalmente, via canal de
Comando, ao Controle Interno da Secretaria Executiva do Comandante-Geral
para as providências de sua competência, sob pena de responsabilização
solidária;
d) Cabe à Academia de Bombeiro Militar planejar, fiscalizar, controlar,
acompanhar e relatar as despesas ocorridas com Etapas de Alimentação na
forma de pagamento em dinheiro ou em espécie necessárias para atender aos
cursos da Instituição e, caso constate eventual erro, irregularidade,
inconformidade ou fraude deverá comunicar formalmente, via canal de Comando,
ao Controle Interno da Secretaria Executiva do Comandante-Geral para as
providências de sua competência, sob pena de responsabilização solidária;
e) Cabe ao Controle Interno adotar as providências de sua competência,
para buscar os esclarecimentos necessários para subsidiar justificativas a
eventuais apontamentos na Tomada de Contas do Ordenador principal,
acompanhar a apuração das responsabilidades administrativas, civis e penais
que o caso ensejar, solicitando junto ao órgão de origem do fato ou à
Corregedoria-Geral as medidas adequadas e imprescindíveis ao ressarcimento
dos danos ao Erário.
13) Dos registros no sistema RHE:
a) os procedimentos de registros no sistema RHE, baseiam-se no
princípio de que o escalão responsável pelo evento é o responsável pelo seu
registro;
b) Todas as frequências passíveis de registro possuem uma sigla
correspondente, conforme tabela do anexo “J”, as quais devem ser inseridas no
Sistema RHE, observando-se a fiel correspondência entre as datas e períodos do
evento com o do registro;
75
c) As atividades de elaboração de mapas de etapa de alimentação e
inserções dos dados relativos no sistema RHE devem ser realizadas pelas Seções
Administrativas dos OBM.
4. PRESCRIÇÕES DIVERSAS
a. Toda a documentação que instruir processo de lançamento ou de
pagamento de verbas alimentícias, salariais ou indenizatórias, deve ficar
arquivada no respectivo OBM, pelo prazo legal, conforme prevê o inciso IV, do
art. 7º, do Decreto nº 52.808, de 18 de Dezembro de 2015, a disposição para
fins de auditoria;
b. Não há empenho de despesa pública, de qualquer natureza, sem a
prévia liberação dos recursos (Dotação Orçamentária e COTA) no sistema FPE e
sem o devido encaminhamento da Nota de Distribuição de Recurso (NDR);
c. Os processos licitatórios, autorizações de empenhos e solicitações de
liquidações ressalvadas pela Seccional da CAGE serão devolvidos ao Ordenador
de Despesa Autorizado para as devidas providências;
d. Mensalmente, até o dia 10, cada Comandante deverá fazer publicar
em Boletim Interno, a documentação que originou o serviço extraordinário e a
relação de militares estaduais que executou serviço extraordinário no mês
anterior, para fins de registro funcional. Deverão ser informados: a missão
executada, que motivou o serviço extraordinário, nos termos do Decreto
Estadual nº 40.986/01; os períodos de execução; e a identificação funcional do
Bombeiro Militar escalado (nome, posto/graduação, identidade funcional, OBM);
e. O controle da efetivação do pagamento do serviço extraordinário será
desenvolvido pelo Departamento Administrativo, por meio da Divisão
Administrativa mediante relatório mensal expedido pela PROCERGS, com os
dados atinentes a cada Batalhão;
f. Em caso de imperiosa necessidade de suplementação de cotas mensais
de gratificação por serviço extraordinário para emprego em situações especiais
ou extraordinárias, os Comandantes deverão formalizar, de forma oportuna,
solicitação devidamente fundamentada ao SCmt-G;
g. Os Comandantes devem estabelecer critérios e observar na elaboração
e execução dos seus planos de férias, e a concessão dos demais afastamentos
previstos na legislação, para que não sejam, ainda que potencialmente, geradas
circunstâncias especiais nos OBM subordinados a serem supridas por
pagamento de gratificação por serviço extraordinário;

76
h. O DA deverá divulgar aos OBM os valores estabelecidos para a
Gratificação de Serviço Extraordinário, nos seus diversos níveis, atualizando-os
sempre que houver alteração de valores;
i. Esta IR entra em vigência a partir da data de sua publicação, revogando-
se as disposições em contrário.

CÉSAR EDUARDO BONFANTI – CEL QOEM


COMANDANTE-GERAL DO CBMRS

INSTRUÇÃO REGULADORA Nº 006/DA-DOF/2020

FINALIDADE

Regular o controle do consumo de água/esgoto e energia elétrica dos


Quartéis do CBMRS, a adequação à celebração de contrato para funcionamento
de energia elétrica em alta tensão para os prédios funcionais e as medidas a
serem adotadas para o processamento das despesas de água/esgoto e energia
elétrica.

EXECUÇÃO

a. Do controle dos consumos de água/esgoto e energia elétrica nos


quartéis do Corpo de Bombeiros:
1) Os Comandos de BBM, OBM Especiais e a DLP, deverão ter cadastro
atualizado dos medidores de água e energia dos quartéis sob seu comando,
contendo: endereço completo, OBM, empresa fornecedora, número do medidor,
número de instalação ou Unidade Consumidora (UC) e o número aproximado de
usuários destes serviços essenciais;
2) Toda e qualquer nova instalação de medidores de água e energia
deverá ser solicitada a DLP, através de e-mail e de processo cadastrado no
PROA, contendo: A designação do OBM, endereço completo, bem como a
quantidade de equipamentos elétrico/eletrônicos a serem empregados no
imóvel;

77
3) Toda e qualquer desativação de OBM que tenha despesas de água e
energia em nome do CBMRS, deverão ser informadas imediatamente a DLP,
através de e-mail e de processo cadastrado no PROA, contendo: O endereço
completo, OBM, empresa fornecedora, número do medidor, número de
instalação ou unidade consumidora;
4) Quando da locação de imóveis, onde já existam medidores instalados
em nome de outra pessoa (física ou jurídica), o OBM interessado, deverá
providenciar para que todas as pendências de pagamento sejam regularizadas,
antes da assinatura do contrato, uma vez que para controle da DLP a instalação
será considerada como nova;
5) Os Comandantes de BBM, OBM Especiais e DLP deverão estabelecer
metas anuais de economia no consumo de água e energia elétrica, devendo
remeter a Divisão de Orçamento e Finanças (DOF) até 15 de dezembro, as metas
para o ano subsequente;
6) Os Comandantes de BBM, OBM Especiais e DLP deverão remeter a
DOF até 20 de janeiro, relatório dos resultados obtidos do ano anterior. Caso
as metas estabelecidas não tenham sido atingidas deverá constar no relatório
as justificativas;
7) Em cada quartel do CBMRS deverá haver controle mensal do consumo
de água/esgoto e energia elétrica, e quando constatadas oscilações de consumo,
proceder averiguações de imediato, com o objetivo de sanar vazamentos de
água e fuga de energia, bem como o controle mensal do consumo servirá de
base para os responsáveis por atestar as faturas, de modo que os valores
cobrados nas faturas devem estar de acordo com o controle do consumo
auferido no respectivo mês de competência.
b. Adequação à celebração de contrato para funcionamento de energia
elétrica em alta tensão para os prédios funcionais:
1) Os Comandos de BBM cujo prédio recebe energia elétrica em alta
tensão deverão, caso não tenham sido atendidas as normas estabelecidas na
resolução em epígrafe, providenciar a celebração de contrato com as empresas
fornecedoras de energia elétrica em seu município através da AJCON (Assessoria
Jurídica e Convênios) do Gab/Cmt-G (Gabinete do Comandante Geral) do CBMRS;
2) Conforme redação do Art. 12, da Resolução Normativa nº 414, da
ANEEL, compete à distribuidora informar ao interessado a tensão de
fornecimento para a unidade consumidora.

78
3) Baseado nas classificações existentes na Resolução Normativa nº 414,
da ANEEL, e no consumo do Próprio funcional, deverá ser escolhido o que
representa maior economicidade para o Estado;
4) Em relação a todos os Prédios da Corporação que recebem energia
em alta tensão terão, os respectivos Comandantes, de providenciar contrato com
a Empresa fornecedora através da AJCON. Quanto ao Termo de Opção
Específico, será a critério das distribuidoras de energia;
5) Os Comandos de BBM poderão solicitar às distribuidoras de energia
de seu município um técnico para avaliar em que categoria o prédio se enquadra
e se haverá necessidade de celebração de contrato ou assinatura de termo de
opção específico de fornecimento;
6) A DLP e a DOF prestarão assessoramento técnico aos BBM e OBM
Especiais, além de manter cadastro inerente aos prédios funcionais e respectivo
consumo de energia elétrica, a fim de melhor otimizar os recursos empregados
para pagamento dessas despesas.
c. Medidas a serem adotadas para o processamento das despesas de
água/esgoto e energia elétrica:
1) Os Comandantes de BBM, OBM Especiais, DLP e DOF deverão
processar todas as despesas das Concessionárias de energia elétrica e
água/esgoto através do módulo Integração Estado Fornecedor – IEF – do
Sistema Finanças Públicas do Estado – FPE;
a) Conceitos do módulo Integração Estado Fornecedor:
(1) INTEGRAÇÃO ESTADO FORNECEDOR – IEF: o módulo do Sistema
Finanças Públicas do Estado – FPE – que criou procedimentos de envio do
faturamento, via arquivo eletrônico, do fornecedor para análise, procedimento e
execução do pagamento pelo Estado, bem como o gerenciamento dessas
informações, tanto pelo Estado como pelo Fornecedor;
(2) FORNECEDOR: empresa prestadora de serviços, de forma continuada,
comprometida com os procedimentos definidos pelo Estado para o módulo IEF.
Inicialmente, os fornecedores habilitados são:
(a) para energia elétrica: CEEE e RGE, CERTEL, DEMEI, ELETROCAR e
HIDROPAN;
(b) para água/esgoto: DMAE e CORSAN, COMUSA, SGS, SANEP, SAMAE,
SEMAE.

79
(3) ATESTADOR: é o usuário designado para a fiscalização do contrato,
que será o responsável pela conferência e ateste das faturas, condição
necessária para seguir à fase da liquidação do documento credor. “O fiscal do
contrato (atestador) é responsável pelo acompanhamento, controle e ateste das
contas e faturas. “O responsável pelo ateste é o fiscal do contrato que, conforme
preceitua a Lei 8.666/93, é o servidor designado, que cuida da execução e do
acompanhamento do objeto, faz anotações em registro próprio e determina o
que for necessário à regularização das faltas ou defeitos observados”;
(4) RECONHECEDOR: é o Militar Estadual da Seção de Patrimônio da DLP
designado e nomeado pelo Chefe da DLP, responsável por reconhecer e manter
as informações das Unidades Consumidoras existentes em cada centros de
custos e relação dos atestadores atualizadas;
(5) ADMINISTRADOR: o responsável pelo desenvolvimento e manutenção
do módulo IEF na Contadoria e Auditoria-Geral do Estado – CAGE;
(6) CONTRATANTE: a Assessoria Jurídica, Contratos e Convênios (AJCON),
tem a competência do gerenciamento dos contratos de fornecimento de água e
esgoto e energia elétrica no Corpo de Bombeiros Militar;
(7) CONSUMIDOR: o OBM do Corpo de Bombeiros Militar a quem se
destina o serviço de fornecimento de água/esgoto e energia elétrica;
(8) INSTALAÇÃO: é a instalação de energia elétrica e/ou água/esgoto que
abastece o OBM do Corpo de Bombeiros Militar;
(9) UNIDADE CONSUMIDORA: Dispositivo destinado a registar o consumo
de água/esgoto e ou energia elétrica da instalação, sendo identificado através
de sequência numérica, fornecida pela concessionária, o qual deve constar no
sistema IEF, sendo devidamente reconhecido pelo reconhecedor de instalação;
(10) CENTRO DE CUSTO: o nível mais analítico de acumulação de valores
(custos) do subsistema Contabilidade de Custos do Estado;
b) Cadastramento de usuário nos contratos e no módulo IEF do sistema
FPE:
(1) Cada Comando deverá solicitar a AJCON o cadastramento de
servidores nos contratos de água/esgoto e energia elétrica, na quantidade
necessária para não ter perda de continuidade na utilização do sistema
(recomenda-se o mínimo de 03 Militares Estaduais) por BBM, OBM Especial ou
DLP, um atestador por BBM, OBM Especial e DLP, um reconhecedor (DLP) e um
suplente por contrato. Solicitando o imediato cancelamento de usuário sempre
que houver transferência do responsável ou outro impeditivo formal ou material
80
para a utilização do IEF. Igualmente, informar a DA-DOF o nome dos 3 (três)
Militares Estaduais para o cadastramento junto à DTP/CAGE como usuários do
Corpo de Bombeiros Militar para operarem no módulo Integração Estado
Fornecedor – IEF – do sistema FPE;
(2) Somente serão cadastrados como usuários Militares Estaduais da sede
dos Comandos, OBM Especiais e Divisões, através de indicação e solicitação
formal do respectivo Comandante, Diretor ou Chefe;
(3)A senha de acesso ao módulo IEF é pessoal e intransferível, sendo
obrigação do usuário mantê-la em sigilo;
c) As atribuições dos usuários do módulo IEF do sistema FPE,
supervisionados pelo Chefe da Seção de Logística (ou seção equivalente) do
BBM/Divisão a que pertencem, terão como atribuições:
(1) Efetuar o reconhecimento ou a rejeição das Unidades Consumidoras
(DLP);
(2) Analisar as contas, a fim de proceder o ateste ou a rejeição;
(3) Informar a DLP, as observações de divergências nas instalações;
(4) Informar a DOF, e observações de divergências nos
faturamentos/contas;
(5) Manter cadastro atualizado das instalações de água e energia elétrica
dos OBM que integram o seu Comando/Divisões. Este cadastro deverá conter
as seguintes informações: nome do fornecedor, unidade consumidora, endereço
completo, identificação do OBM consumidor, acompanhamento mensal do
consumo (em metros cúbicos ou Kw) e valor monetário da fatura;
(6) Quando constatadas oscilações de consumo, proceder de imediato
em uma averiguação, com o objetivo de sanar vazamentos de água ou fuga de
energia elétrica;
(7) Otimizar o consumo de água e energia elétrica, junto aos OBM
subordinados, com o objetivo de eliminar e evitar desperdícios (plano de
contingenciamento);
(8) Cotejar as instalações no sistema IEF após 5 (cinco) dias dos
reconhecimentos (débitos posteriores lançados pelas fornecedoras).
(9) Acompanhar os procedimentos para a solução das divergências
constatadas no reconhecimento com ressalvas, dados inconsistentes,

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conciliadas, canceladas, rejeição, etc, das contas de água/esgoto e energia
elétrica do IEF (FPE);

2) PROCEDIMENTOS PARA O “RECONHECIMENTO DE INSTALAÇÃO”


a) É de competência da Seção de Patrimônio da DLP, através dos seus
usuários designados, proceder no módulo IEF o reconhecimento das instalações
de energia elétrica e água/esgoto de todas as OBM do CBMRS;
b) O reconhecimento no módulo IEF se constitui na confirmação de que
a instalação de energia elétrica e/ou água/esgoto está sendo utilizada por OBM
do Corpo de Bombeiros Militar, de acordo com os seus fins constitucionais e
legais, e que os dados inseridos no sistema pelo Fornecedor conferem com a
Unidade Consumidora existente no local e estão corretos e adequados ao que
foi contratado;
c) Para o reconhecimento, o usuário deverá realizar ou solicitar ao OBM
consumidor a verificação “in loco” da instalação e conferir com os dados
inseridos no FPE pelo Fornecedor, em especial os seguintes: número do
medidor, Unidade Consumidora (UC), identificação do consumidor (nome do
OBM do Corpo de Bombeiros Militar e endereço da instalação), valor do
consumo unitário do metro cúbico ou Kw (a ser consultado no Contrato) e
identificação do contratante (Corpo de Bombeiros Militar - CNPJ
28610005/0001-55);
d) Sempre que o Fornecedor alterar algum dado no IEF, a instalação
passará da condição de “reconhecida” para “alterada”, devendo o Reconhecedor
proceder a um novo reconhecimento;
e) Para reconhecer a instalação no sistema o usuário deverá
complementar os dados disponibilizados pelo Fornecedor, inserindo na aba
“responsabilidade” do módulo IEF as seguintes informações: (1) o Órgão e a
Unidade Orçamentária do Corpo de Bombeiros Militar: 12.07; (2) o Centro de
Custo da DLP – (85931), na condição de contratante, e; (3) o Centro de Custo
do OBM onde está localizada a instalação (UC) de água/esgoto ou energia
elétrica, na condição de consumidor;
f) Caso o Reconhecedor não encontre o centro de custo do OBM
consumidor, deverá de imediato solicitar à DTP/CAGE a respectiva inclusão no
módulo IEF, conforme estabelecido pela Instrução Normativa CAGE nº 05, de 04
de novembro de 2010. Neste caso, de forma provisória, enquanto não constar
tal centro de custo no sistema, o usuário colocará o centro de custo do DLP
(85931) como sendo o do consumidor da instalação.
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3) PROCEDIMENTOS PARA O “RECONHECIMENTO COM RESSALVA”
a) O Reconhecedor fará o reconhecimento da instalação com ressalva
quando constatar que algum dado inserido no sistema pelo Fornecedor não
esteja correto, desde que tal dado não importe em erro na medição do consumo
ou valor da fatura. O nome do OBM consumidor e o endereço são exemplos de
dados da instalação que podem ser ressalvados;
b) Para fazer o reconhecimento com ressalva, o usuário deverá preencher
o campo “observação” do IEF com os motivos de sua ressalva;
c) O reconhecimento com ressalva deverá ser imediatamente comunicado
ao Fornecedor para proceder às adequações e/ou alterações cadastrais,
contratuais.

4) PROCEDIMENTOS PARA A “REJEIÇÃO DE INSTALAÇÃO”


a) São motivos que determinam a rejeição de uma instalação de
água/esgoto ou energia elétrica:
(1) A instalação não pertence ao CBMRS;
(2) A instalação está desativada;
(3) A rejeição no IEF pelo motivo “instalação desativada” somente poderá
ser realizada após a efetivação do corte pelo Fornecedor e o pagamento da
conta final. Compete exclusivamente a DLP fazer solicitações aos Fornecedores
para instalação ou cancelamento do fornecimento de água/esgoto e/ou energia
elétrica aos OBM do CBMRS;
(4) Para rejeitar a instalação no IEF o Reconhecedor deverá descrever
detalhadamente no campo “observação” os motivos da rejeição;
(5) A rejeição de uma instalação com a exposição dos seus motivos deve
ser imediatamente comunicada a DLP para que esta proceda às adequações e/ou
alterações contratuais com o Fornecedor.

5) PROCEDIMENTOS PARA O “ATESTE DE CONTAS”


a) É de competência de cada Comando e Divisão, através dos seus
usuários designados, sob a supervisão do Chefe da Seção de Logística (ou setor
equivalente), proceder no módulo IEF, o “Ateste” mensal das contas de
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água/esgoto e/ou energia elétrica das Unidades Consumidoras (UC) da sede e
OBM subordinados;
b) Cabe aos Atestadores monitorar a disponibilização das contas no
sistema IEF. Devendo realizar o “Ateste” no prazo máximo de dois dias úteis a
partir da inclusão da conta no sistema, de forma a permitir o processamento da
despesa dentro do prazo de vencimento da fatura, evitando gerar juros e mora;
c) Os juros, moras e outros prejuízos ocasionados ao Erário pela falta ou
atraso do ateste de contas, deverão ser ressarcidos com atualização monetária
pelo(s) Militar(es) responsável(is), sem prejuízo das demais providências
administrativas e penais que o caso requeira;
d) Ao atestar uma conta no módulo IEF, o usuário está atestando
eletronicamente, para fins de execução da despesa, que o consumo de
água/esgoto e ou energia elétrica foi utilizado pelo OBM do CBMRS e que os
dados inseridos na conta conferem com o que foi contratado e consumido. Para
atestar a conta, o sistema IEF exige que a respectiva instalação esteja
previamente reconhecida;
e) Antes de atestar uma conta, o atestador deverá certificar-se de todas
as informações desta, em especial os dados da unidade consumidora, o período
do consumo, a leitura do medidor, a quantidade de consumo, valor unitário do
consumo e valor total da conta;
f) Os Comandantes e Chefes deverão solicitar aos OBM subordinados
relatório com a leitura mensal dos medidores de água/esgoto e energia elétrica
a fim de confrontar com a leitura realizada pelo Fornecedor por ocasião da
medição do consumo;
g) Os atestadores, ao verificar que uma conta está acima da média mensal
de consumo deverão de imediato, através de seu Comandante ou Chefe do Setor
de Logística, informar para a DOF o OBM consumidor, solicitando a identificação
das causas do aumento e a implementação de medidas que propiciem a redução
dos gastos realizados.

6) PROCEDIMENTOS PARA A “REJEIÇÃO DE CONTAS”


a) A conta deverá ser rejeitada quando o atestador constatar que os
dados inseridos pelo Fornecedor estão incorretos, gerando cobrança indevida
ao Estado. São exemplos de motivos que determinam a rejeição das contas;
(1) Incorreção na quantidade de consumo;

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(2) Incorreção no valor da tarifa;
(3) Incorreção no valor total do faturamento;
(4) - Cobrança de ICMS Indevido: nessa situação as contas deverão ser
rejeitadas pelo atestador ao identificar que existe cobrança de ICMS em
desacordo com o Decreto 37.699/97 e Instrução Normativa DRP nº 045/98,
haja vista que, em regra, são isentas operações internas de fornecimento de
energia elétrica, destinadas a consumo por órgãos da Administração Pública
Estadual Direta, pelas Fundações e Autarquias mantidas pelo Poder Público
Estadual, pelo Ministério Público Estadual e pelos órgãos dos Poderes
Legislativo e Judiciário Estaduais, desde que o benefício seja transferido aos
beneficiários, mediante a redução do valor da operação, no montante
correspondente ao imposto dispensado. A ação a ser feita é solicitar ao
fornecedor a reemissão da fatura com a regularização da cobrança;
b) Para rejeitar uma conta no IEF o atestador deverá descrever
detalhadamente no campo “observação” os motivos da rejeição;
c) A rejeição de uma conta com a exposição dos seus motivos deve ser
imediatamente comunicada ao Comandante e/ou chefe do Setor de Logística
para que este solicite ao Fornecedor as adequações e/ou alterações na conta,
bem como comunicar a DOF e DLP sobre o fato e posteriormente sobre os
procedimentos adotados e resultados obtidos;

7) PROCEDIMENTOS PARA CADASTRO MANUAL DE FATURAS NO IEF


a) Os fornecedores, por força da legislação aplicada ao setor, ou norma
interna, podem alterar procedimentos nas rotinas de transmissão e contas ou
dados cadastrais ou informativos nas contas, sujeitando o contratante a diversos
problemas como falhas no envio de arquivos, inconsistência em contas
eletrônicas, contas não enviadas para o módulo, etc;
b) As contas de fornecedores que não são transmitidas no IEF, deverão,
tempestivamente, ser cadastradas manualmente no módulo, exemplos de contas
recebidas por outros meios (correio, e-mail, sites do fornecedor, etc);
c) Cadastrar contas dos demais fornecedores que não “transmitem carga
de faturas” por arquivos, em conformidade com a IN CAGE 04/2010, como
exemplo as contas dos seguintes fornecedores: energia elétrica: CERTEL, DEMEI,
ELETROCAR e HIDROPAN - para água/esgoto: COMUSA, SGS, SANEP, SAMAE e
SEMAE;

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8) CADASTRAMENTO DE CONTAS NÃO TRANSMITIDAS (SEM CARGA)
a) Cadastramento de Contas não Reconhecidas: o Atestador (Fiscal), ao
apurar que a conta devida não está disponível no sistema IEF ou receber uma
conta de fornecedor que não transmite faturas por “carga de arquivos”, deverá
cadastrar manualmente a conta no módulo IEF e atestar, conforme segue:
(1) Para cadastrar uma conta, o atestador responsável deve acessar o
módulo Integração Estado Fornecedor, menu Água e Energia → submenu Conta
→ clicar em (conforme manual do IEF) e inserir os dados;
b) A primeira vez que o atestador cadastrar contas não transmitidas (sem
carga) ou quando houver substituição do equipamento (hidrômetro e/ou
medidor de energia elétrica) de próprio do CBMRS, deverá encaminhar os dados
da Instalação e Unidade Consumidora ao Setor de Patrimônio do DLP, para fins
de controle do cadastro e vínculo destas com os próprios do CBMRS;
9) Procedimentos para o processamento da despesa (Empenho prévio)
a) Compete a DOF controlar, gerenciar, solicitar o empenho prévio e
liquidar as contas de água/esgoto e energia elétrica atestadas no IEF pelos BBM,
ABM, CEBS e DLP;
b) A DOF deverá solicitar o empenho prévio com a estimativa dos gastos
mensais de cada OBM para as contas compromissadas com água/esgoto e
energia elétrica;
c) As solicitações de empenho serão realizadas no FPE, na “aba” novo,
na modalidade “geral”, liberado pelo solicitante e ordenado pelo ordenador de
despesas da DOF;
d) Deverá ser solicitado um empenho prévio para cada concessionária
em seu respectivo CNPJ ou Credor e consequentemente a DOF manterá um
PROA anual por concessionária;
e) Deverá ser anexado ao PROA a solicitação de empenho ordenada,
CADIN/CFIL/CEIS, a publicação em DOE do contrato de inexigibilidade que torna
público e autoriza o empenho prévio das contas compromissadas do CBMRS no
início de cada exercício financeiro;
f) Os processos de solicitação de empenho prévio deverão ser
encaminhados à seccional da CAGE junto a Brigada Militar. Após atendidos os
processos retornam a DOF (setor de liquidações) para as próximas solicitações
de empenho prévio durante o exercício financeiro.

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10) Procedimentos para o processamento da despesa (Solicitação de
Liquidação):
a) Deverá ser aberto um PROA anual para solicitação de liquidação de
cada concessionária, permanecendo na DOF para as próximas solicitações de
liquidação durante o exercício financeiro;
b) Após as solicitações de empenho serem atendidas pela seccional da
CAGE, a DOF (setor de liquidações), através do sistema FPE/IEF realizará a
solicitação de liquidação, observando rigorosamente o prazo de vencimento das
faturas de água/esgoto e energia elétrica, já atestadas pelos respectivos fiscais
de contrato (atestadores);
c) As solicitações de liquidação deverão ser acompanhadas pela DOF,
através do sistema FPE, consultando pelo número do PROA, a fim de verificar se
foram atendidas ou diligenciadas. No caso de solicitação de liquidação
diligenciadas, devem ser adotadas medidas para sanear os apontamentos.

PRESCRIÇÕES DIVERSAS
a. As dúvidas e dificuldades encontradas pelos atestadores quanto à
utilização do IEF devem ser canalizadas a DOF;
b. O Manual de Treinamento do IEF pode ser acessado e baixado através
da INTRANET do CBMRS, na aba APOIO/DA/DOF, onde consta instrução de como
os atestadores devem operar o módulo Integração Estado Fornecedor;
c. É pessoal a responsabilidade do reconhecedor e do atestador quanto
ao reconhecimento de instalação e ateste de contas no sistema IEF, sendo que
a responsabilidade estender-se-á solidariamente ao superior hierárquico
quando, ao tomar conhecimento de qualquer irregularidade, deixar de adotar as
devidas providências;
d. O reconhecedor/atestador que efetuar o reconhecimento de instalação
e/ou ateste de conta de forma ilegal, irregular ou fora do prazo deverá ressarcir
os prejuízos causados ao Erário com atualização monetária, sem prejuízo das
demais providências administrativas e penais que o caso requeira;
e. O fiscal, ao apurar que a conta devida não está disponível no sistema
IEF ou recebeu uma conta de fornecedor que não transmite faturas por carga de
arquivos, se entender que o prazo para pagamento dentro do vencimento será
prejudicado, deverá cadastrar manualmente a conta no módulo IEF.

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