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SUMÁRIO
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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
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OS PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA NO SISTEMA JURÍDICO
BRASILEIRO
Legalidade
O princípio da legalidade, que é uma das principais garantias de direitos individuais,
remete ao fato de que a Administração Pública só pode fazer aquilo que a lei permite, ou
seja, só pode ser exercido em conformidade com o que é apontado na lei, esse princípio
ganha tanta relevância pelo fato de não proteger o cidadão de vários abusos emanados
de agentes do poder público.
Deste modo, este princípio, além de passar muita segurança jurídica ao indivíduo, limita o
poder do Estado, ocasionando assim, uma organização da Administração Pública. Como
já afirmado, anteriormente, este princípio além de previsto no caput do art. 37, vem
devidamente expresso no rol de Direitos e Garantias Individuais, no art. 5º, II, que afirma
que “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude da
lei”.
Ficando claro que a legalidade é um dos requisitos necessários na Administração Pública,
um princípio que gera segurança jurídica aos cidadãos e limita o poder dos agentes da
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Administração Pública.
Moralidade
Tendo por base a “boa administração”, este princípio relaciona-se com as decisões legais
tomadas pelo agente de administração publica acompanhado, também, pela honestidade.
Ressaltando a importância da moralidade na Administração Publica. Um agente
administrativo ético que usa da moral e da honestidade consegue realizar uma boa
administração, consegue discernir a licitude e ilicitude de alguns atos, além do justo e
injusto de determinadas ações, podendo garantir um bom trabalho.
Impessoalidade
Um princípio ainda um pouco conturbado na doutrina, mas, a maioria, dos doutrinadores,
relaciona este princípio com a finalidade, ou seja, impõe ao administrador público que só
pratique os atos em seu fim legal.
Para a garantia deste principio o texto constitucional completa que para a entrada em
cargo público é necessário a aprovação em concurso público.
Razoabilidade e proporcionalidade
É um princípio que é implícito da Constituição Federal brasileira. “Trata-se de um princípio
aplicado ao direito administrativo como mais uma das tentativas de impor-se limitações à
discricionariedade administrativa, ampliando-se o âmbito de apreciações do ato
administrativo pelo Poder Judiciário.”
Publicidade
Para que os atos sejam conhecidos externamente, ou seja, na sociedade, é necessário
que eles sejam publicados e divulgados, e assim possam iniciar a ter seus efeitos,
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auferindo eficácia ao termo exposto. Além disso, relaciona-se com o Direito da
Informação, que está no rol de Direitos e Garantias Fundamentais.
Torna-se necessário que os atos e decisões tomados, sejam devidamente publicados
para o conhecimento de todos, o sigilo só é permitido em casos de segurança nacional.
Busca-se deste modo, manter a transparência, ou seja, deixar claro para a sociedade os
comportamentos e as decisões tomadas pelos agentes da Administração Pública.
Eficiência
Este princípio zela pela “boa administração”, aquela que consiga atender aos anseios na
sociedade, consiga de modo legal atingir resultados positivos e satisfatórios, como o
próprio nome já faz referência, ser eficiente.
A eficiência é uma característica que faz com que o agente público consiga atingir
resultados positivos, garantindo à sociedade uma real efetivação dos propósitos
necessários, como por exemplo, saúde, qualidade de vida e educação.
Interesse público
Também chamado de Princípio da Finalidade, é o resultado pela busca dos interesses da
sociedade, regulamentado pela Lei 9.784/99, que trata dos processos administrativos no
âmbito da Administração Pública Federal.
Assim, este princípio é o dispositivo que trata dos interesses da coletividade. Visa
contribuir com a maioria dos indivíduos da sociedade, e o Estado tem papel relevante
nisto, uma vez que foi criado para garantir uma organização e cumprir os interesses
gerais da sociedade com o bem-estar da coletividade. A primazia da esfera do público
sobre o privado levou a Supremacia do Interesse Público, e assim algumas funções do
Estado necessitaram ser ampliadas. Como exemplo tem-se a própria ampliação de
serviços públicos, ou como o poder de polícia que agora começou a prezar pela ordem
social, sempre objetivando trabalhar pelo interesse da coletividade.
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Além desta supremacia do interesse público, temos outro princípio que merece ser
analisado que é o da indisponibilidade do interesse público, que aponta que o
administrador público no uso de suas atribuições e em nome do interesse público não
pode dispor dos interesses do povo.
É necessário que haja de fato uma real busca pelos interesses públicos emanada da
administração púbica, para que seja cumprido seu real papel.
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Concepção ou extinção da pessoa jurídica
As organizações públicas são criadas ou autorizadas por determinações legais. Já as
privadas são formadas através de contratos entre sócios.
Público-alvo
Na Gestão Pública, o cidadão e o interesse coletivo. Na administração privada, o cliente e
o interesse individual.
Controle de desempenho
As organizações públicas têm um controle político do Estado por meio de eleições. Já nas
empresas privadas, o controle é exercido pelo mercado por meio da concorrência entre as
companhias.
Modelo de planejamento
Como o prazo de cada gestão é curto, o plano plurianual é um modelo de planejamento
usado para definir as políticas públicas e respectivas metas para um período de quatro
anos.
Na administração privada, é possível desenvolver um plano de negócios e planejamento
estratégico a curto, médio e longo prazo.
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Qualificação da gestão
Na Gestão Pública, a eficiência se mede pelo alcance de metas públicas. Já no setor
privado, pelo aumento das receitas, crescimento da empresa e redução de custos.
Área de abrangência
As fronteiras demográficas são bem definidas na Gestão Pública. Já a administração
privada não tem uma área específica, visto que as empresas podem atuar a nível local,
regional, nacional ou mundial.
Garantia de sobrevivência
O tempo de existência das organizações públicas é indeterminado, pois o Estado não
abre falência.
Já as empresas privadas dependem de uma boa gestão, pois o mercado é competitivo e
o negócio pode acabar caso não acompanhe as tendências e mudanças no
comportamento do consumidor.
Os conceitos de Gestão Pública e administração privada estão mudando atualmente. Os
princípios dessas diferentes formas de administração estão se aproximando naturalmente.
A administração privada vem sendo alterada pela sustentabilidade e preocupação com
questões sociais importantes. Ao mesmo tempo, a Gestão Pública está recebendo
influência de conceitos de eficiência e qualidade, capacitação e valorização por
meritocracia.
Um exemplo do dessa transformação é o sucesso das iniciativas de PPP (Parcerias
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Público-Privadas).
Por meio delas, o Estado e empresas privadas viabilizam a realização de projetos em
conjunto. Para isso, ele deve utilizar todos os recursos e competências disponíveis.
O sucesso da gestão, seja ela pública, seja ela privada, está diretamente ligada a sua
eficiência. A capacidade de formar e liderar equipes, coordenar e monitorar todas as
ações são requisitos fundamentais para um bom gestor.
Tanto no ambiente público como no privado, nos deparamos com a falta de profissionais
devidamente qualificados. A preparação e aprimoramento das habilidades do gestor são
fundamentais para o crescimento profissional.
OS TRÊS PODERES
Os três poderes, independentes e coesos entre si, são categorias dos poderes políticos
presentes na democracia de um país.
Assim, quando pensamos na Política de um Estado, em sua estrutura e organização,
existem três poderes políticos que norteiam suas ações, são eles:
Poder Executivo;
Poder Legislativo;
Poder Judiciário.
Respectivamente, esses poderes são destinados a: executar as resoluções públicas,
produzir as leis e julgar os cidadãos.
História
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Desde a antiguidade muitos estudiosos, pensadores e filósofos discutiam questões sobre
a Política e sua organização.
Entretanto, foi o filósofo, político e escritor francês Charles-Louis de Secondat (1689-
1755), mas conhecido por Montesquieu, quem desenvolveu, no século XVIII, a “Teoria da
Separação dos Poderes”.
Essa Teoria relatada em sua obra “O Espírito das Leis”, apresentava a divisão dos
poderes políticos e seus respectivos campos de atuação.
Vale lembrar que, antes de Montesquieu outros grandes filósofos já haviam feito
referência sobre a importância desse modelo de Estado. Como exemplo notório, temos o
filósofo grego Aristóteles (384 a.C.-322 a.C.) e sua obra intitulada “Política”.
Desde aquela época, o objetivo central da divisão dos poderes no campo político era o de
descentralizar o poder. Isso porque ele estava concentrado nas mãos de um pequeno
grupo.
A ideia central era de favorecer um Estado mais justo, democrático e igualitário para todos
os cidadãos.
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Poder Executivo
O Poder Executivo, como o próprio nome já pressupõe, é o poder destinado a executar,
fiscalizar e gerir as leis de um país.
No âmbito deste poder estão a Presidência da República, Ministérios, Secretarias da
Presidência, Órgãos da Administração Pública e os Conselhos de Políticas Públicas.
Sendo assim, essa escala do poder decide e propõe planos de ação de administração e
de fiscalização de diversos Programas (social, educação, cultura, saúde, infraestrutura) a
fim de garantir qualidade e a eficácia dos mesmos.
É válido destacar que no Município, o Poder Executivo é representado pelo Prefeito
enquanto a nível estatal é representado pelo Governador.
Poder Legislativo
O Poder Legislativo é o poder que estabelece as Leis de um país. Ele é composto pelo
Congresso Nacional, ou seja, a Câmara de Deputados, o Senado, Parlamentos,
Assembléias, cuja atribuição central é de propor leis destinadas a conduzir a vida do país
e de seus cidadãos.
O Poder Legislativo, além de desempenhar o papel de elaboração das leis que regerão a
sociedade, também fiscaliza o Poder Executivo.
Poder Judiciário
O Poder Judiciário atua no campo do cumprimento das Leis. É o Poder responsável por
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julgar as causas conforme a constituição do Estado.
É composto por juízes, promotores de justiça, desembargadores, ministros, representado
por Tribunais, com destaque para o Supremo Tribunal Federal – STF.Essencialmente, o
Poder Judiciário tem a função de aplicar a lei, julgar e interpretar os fatos e conflitos,
cumprindo desta forma, a Constituição do Estado.
Curiosidades
A “Teoria dos Três Poderes” do Filósofo Montesquieu, influenciou na criação da
Constituição dos Estados Unidos. Com isso, a divisão dos três poderes da esfera
política, tornou-se a base de qualquer Estado Democrático Contemporâneo.
Os mais antigos dos três poderes é o Poder Judiciário, uma vez que na cidade
Grega de Atenas existiam tribunais formados pelo povo. Além de possuírem suas
funções legislativas, tinham como principal intuito julgar as causas dos cidadãos
atenienses.
A Constituição Brasileira adotou a Tripartição de Poderes — Legislativo, Executivo
e Judiciário — na Constituição de 1891.
No Brasil, o Poder Executivo e o Poder Legislativo são definidos a partir de votação
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direta, enquanto o Poder Judiciário é direcionado por ministros indicados pelo
Presidente da República e aprovados pelo Senado.
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manter;
monitorar.
A gestão de pessoas conhecida hoje teve o seu início no final do século XIX, a partir de
um movimento da administração científica, comandado por Frederick W. Taylor e Henri
Fayol. O movimento tinha o objetivo de propiciar a fundamentação científica a fim de
padronizar tal atividade, evitando que a improvisação nesse sentido fosse o principal guia
dos gestores.
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melhorias que serão por ele executadas ou que serão de responsabilidade das máquinas.
A crescente necessidade de maior efetividade na prestação dos serviços, focando no
interesse público, tornou indispensável o processo de humanização nessa área. Nele, a
gestão de pessoas tem um papel fundamental. Caberá ao setor promover o crescimento
intelectual, emocional, mas também desenvolver as dimensões psicocognitivas (reunir e
analisar informações) e político-organizacionais (tomar decisões).
Logo, a gestão de pessoas vem para humanizar o servidor, ou seja, pensar nele como um
profissional consciente e responsável pelos problemas da sociedade como um todo.
Focado nesse sentido, o servidor deixa de ser apenas uma peça na máquina pública e o
seu crescimento como indivíduo profissional passa a ser valorizado.
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comunicados ligados ao trabalho da instituição, criando assim uma comunicação oficial.
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Redução do número de chefes
Uma das tendências da gestão de pessoas aplicada à administração pública é a
passagem do modelo extremamente rígido e burocrático para uma metodologia mais
gerencial, tal como as empresas. Isso seria essencial no processo de descentralização do
poder e na busca por melhores resultados, visto que os servidores terão um papel mais
ativo na instituição.
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de suas ações. A implementação de um sistema regido por competências visa a uma
contribuição para alcançar objetivos mais satisfatórios na administração pública.
Transformação hierárquica
Aqui, há uma passagem do modelo burocrático, excessivamente rígido e formal, para o
gerencial, em que há descentralização, delegação de autoridade e foco em resultados.
Experiência do usuário
Os cidadãos fazem parte da estruturação dos produtos e serviços. Sendo assim,
concentrar-se em suas reais necessidades torna-se fundamental no processo de gestão,
visto que o objetivo é atingir a excelência no atendimento, promovendo eficiência, eficácia
e efetividade voltadas às novas demandas do mercado.
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Implantação de um sistema de recompensas justo
Esta estratégia busca motivar e reter os melhores talentos na área pública com o intuito
de gerar um maior nível de desempenho e produtividade no trabalho, de modo que:
Melhora o nível de relacionamento dos gestores com os colaboradores, mantendo,
desta forma, um comportamento ético no órgão público;
Proporciona a evolução do sistema de gestão fordista e taylorista, para um modelo
capaz de manter e desenvolver talentos.
Os sistemas fordistas (baseados na produção em massa) e taylorista (em que cada
indivíduo deveria cumprir sua tarefa no menor tempo possível, sendo premiados aqueles
que se destacavam) faziam com que os trabalhadores fossem vistos como máquinas.
Desta forma, eles resultavam em pouca motivação em relação ao trabalho
desempenhado e rara visão sobre possibilidade de ascensão profissional, já que o foco
dos gestores na época era apenas a produtividade, em detrimento das pessoas.
A boa notícia é que a nova tendência de gestão de pessoas no setor público é voltada à
humanização no relacionamento com os servidores e colaboradores e à ocorrência de
investimento na formação do capital humano.
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É importante lembrar que o líder deve agir como um agente de mudanças e disseminador
desta cultura no local onde trabalha.
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Utilização de soluções em nuvem
Outra tendência crescente, quanto à transformação digital no setor público, refere-se à
utilização de soluções em nuvem. Desta forma, as organizações conseguem acessar as
informações via internet, de forma rápida e segura. O acesso é totalmente independente
de programas instalados no computador.
Algumas das vantagens da computação em nuvem são: alta disponibilidade dos serviços,
segurança das informações, redução de custos, praticidade e garantia de se estar
trabalhando sempre com as versões mais atualizadas das soluções.
Automatização de processos
Temos ainda a automatização de processos como grande aliada à gestão de pessoas no
setor público. Há soluções desenvolvidas por especialistas, que buscam auxiliar nas
tomadas de decisões e proporcionar a entrega de resultados de forma ágil e eficiente.
Por exemplo, o uso de um software de gestão de pessoas e folhas de pagamento, como o
Ergon, possibilita a automatização dos processos e a geração dos cálculos financeiros
dos servidores de forma automática.
Utilizar a inovação digital nos processos administrativos, além de otimizar o tempo, mitigar
erros e falhas, também aumenta a produtividade e reduz custos. Todos os dados da
organização e seus colaboradores são armazenados de forma segura.
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ORÇAMENTO PÚBLICO
O orçamento público tem tudo a ver com o nosso dia a dia. Grande parte
das receitas arrecadadas pelo governo saem do nosso bolso, direta ou
indiretamente. Repassamos uma parcela do que ganhamos para o governo em
forma de impostos indiretos, isto é, impostos que estão embutidos no preço das
mercadorias e das tarifas de serviços públicos. Há também os impostos diretos,
como o imposto de renda, que é pago por milhões de pessoas quando recebem o
salário ou quando prestam serviços para uma empresa ou para outras pessoas.
O orçamento público transforma-se em lei após passar por um processo de ampla
negociação, em que os governos federal, estadual e municipal deixam claro como
pretendem gastar a curto e médio prazo os recursos arrecadados com impostos,
contribuições sociais e outras fontes de receita. A elaboração do orçamento público
é obrigatória a todos os níveis de governo.
A elaboração do orçamento segue uma periodicidade prevista em lei e
na Constituição Federal de 1988. Assim, ele acontece de forma cíclica, de maneira
que todas as ferramentas se encaixem, ou seja, formando uma orientação lógica
para orientar o orçamento público. Isso é chamado de ciclo orçamentário.
O ciclo orçamentário
O ciclo orçamentário é um processo dinâmico e contínuo, com várias etapas
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articuladas entre si, por meio das quais sucessivos orçamentos são discutidos,
elaborados, aprovados, executados, avaliados e julgados. Esse ciclo tem início com
a elaboração do Plano Plurianual (PPA) e se encerra com o julgamento da última
prestação de contas do Poder Executivo pelo Poder Legislativo.
O Plano Plurianual (PPA), a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e a Lei
Orçamentária Anual (LOA) são as três leis que regem o ciclo orçamentário, são
estreitamente ligadas entre si, compatíveis e harmônicas. Elas formam um sistema
integrado de planejamento e orçamento, reconhecido na Constituição Federal, que
deve ser adotado pelos municípios, pelos estados e pela União.
A elaboração dos projetos de lei do PPA, da LDO e da LOA cabe exclusivamente ao
Executivo. Em nenhuma esfera o Poder Legislativo pode propor tais leis. No âmbito
municipal, por exemplo, apenas o prefeito pode apresentar à Câmara Municipal os
projetos de PPA, LDO e LOA. Os vereadores não apresentam tais projetos, mas podem
modificá-los por meio de emendas quando estes são enviados ao Legislativo para
discussão e votação.
O Ministério Público não discute, não vota, nem aprova o orçamento público. Porém, é
chamado para intervir legal e penalmente quando qualquer irregularidade é constatada
pelos órgãos de controle interno, externo ou social. Dessa maneira, o ciclo orçamentário
se inicia a cada quatro anos com o planejamento a longo prazo estruturado no PPA e, ao
longo desse tempo, elabora-se anualmente uma LDO e uma LOA para operacionalizar, no
curto prazo, a estratégia do PPA.
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Planejamento orçamentário em médio prazo: o plano plurianual (PPA)
A cada quatro anos, os chefes do Poder Executivo (prefeitos, governadores e presidente
da República) devem elaborar uma proposta de planejamento a médio prazo, chamado
Plano Plurianual (PPA), e enviá-la para discussão e votação para o respectivo órgão
legislativo.
O Plano Plurianual é o planejamento orçamentário de médio prazo do governo. O
PPA estabelece qualitativamente e quantitativamente quais serão os investimentos
da administração pública em cada área em que atua (Saúde, Educação, Transporte,
Indústria, Assistência Social, entre outros). O plano define as estratégias, diretr izes
e metas da administração para um período de quatro anos. O PPA é revisado,
monitorado e aperfeiçoado anualmente para ser readequado à situação esperada no
próximo ano.
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regras que deverão ser observadas na formulação do Projeto de Lei
Orçamentária Anual para atingir as metas previstas no PPA na execução das ações.
É elaborada pelo Poder Executivo e discutida, vota da e aprovada pelo Legislativo.
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relacionam, se completam e se repetem continuamente. Esses passos são
semelhantes na União, nos estados e nos municípios.
As diferenças podem estar nas datas-limite de cada um deles. No passo a passo
orçamentário, apresentamos os prazos da União. Os prazos dos Estados são
definidos na Constituição Estadual e no Regimento Interno da Assembléia
Legislativa. Já os prazos dos Municípios são estabelecidos na Lei Orgânica do
Município e no Regimento Interno da Câmara Municipal.
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O Poder Executivo formula o Projeto de Lei Orçamentária Anual de a cordo
com o PPA e a LDO. A elaboração da proposta orçamentária começa no início
do ano e é concluída depois da aprovação da LDO. Na União, o presidente
tem até 31 de agosto para encaminhar o projeto ao Congresso Nacional.
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poderes divulgam um relatório de gestão fiscal 30 dias após o final de cada
quadrimestre. Isso permite comparar a despesa com pessoal e o montante da
dívida pública com os limites previstos na legislação.
Após o encerramento do exercício financeiro (31 de dezembro), o Executivo
elabora os balanços e os demonstrativos contábeis gerais (de todos os órgãos
e entidades da administração pública). Cada poder – Executivo, Legislativo e
Judiciário elabora sua prestação de contas separadamente.
O Executivo apresenta suas contas do ano anterior ao Legislativo em no
máximo 60 dias após a abertura da sessão legislativa, que tem início em 15
de fevereiro, no caso da União.
O Tribunal de Contas emite parecer prévio sobre as contas do Executivo e
dos demais poderes. Normalmente, isso ocorre em até 60 dias após o
recebimento das contas pelo Tribunal.
O Legislativo julga as contas apresentadas pelo Executivo. No âmbito da
União, não há prazo fixado.
O Executivo divulga um relatório de avaliação da execução do Plano
Plurianual (PPA). Isso ocorre geralmente nos três primeiros meses do ano.
FORMAS DE GOVERNO
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teorizadas por diferentes filósofos e teóricos políticos. Entre as formas mais conhecidas,
podemos citar: tirania, monarquia, democracia, república, principado e despotismo.
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Aristóteles discorreu sobre as formas de governo, na sua obra Política.
Classificação de Aristóteles
Monarquia: o poder político concentra-se nas mãos de uma única pessoa, que
carrega consigo a soberania. O monarca deve estar capacitado para o cargo que
lhe compete, pois, caso contrário, o governo pode degenerar-se e tornar-se uma
tirania.
Aristocracia: um grupo de pessoas aptas a governarem assume o poder. Caso o
governo seja injusto e não represente o povo, a tendência é que ele se corrompa,
tornando-se uma oligarquia.
Democracia: quando o corpo de cidadãos reúne-se para distribuir, entre si, o
poder político, temos uma democracia. No entanto, é necessário observar os
rumos que esse governo toma, pois a sua degeneração leva à demagogia, em que
representantes políticos têm um governo que beneficia certa parte da população e
esquece-se de outra parte.
Classificação de Maquiavel
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Maquiavel é o autor de O príncipe, livro em que orienta como os príncipes devem comportar-se para alcançarem
prestígio.
Classificação de Montesquieu
República: Para que o povo una-se em benefício próprio para legislar, é
necessário estabelecer as noções de igualdade e de pátria. Podem ser formas
republicanas a aristocracia e a democracia, desde que regidas por um corpo
legislativo.
Monarquia: quando se estabelece um corpo legislativo e o poder Executivo, que
deve submeter-se ao Legislativo, é composto por uma pessoa, tem-se uma
monarquia.
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Montesquieu defendia que o poder deveria ser dividido em três: Executivo, Legislativo e Judiciário.
Despotismo: quando o monarca corrompe-se, passa por cima das leis e ignora a
Constituição, temos um regime despótico.
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tratar de política.
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presidentes, produtores de leite, de Minas Gerais, e de café, de São Paulo, assume o
poder.
Em 1930, Getúlio Vargas toma o poder e estabelece um governo provisório. Após esse
episódio, ele aplica um golpe, fecha o parlamento e governa autoritariamente até 1945, o
que caracteriza uma forma não democrática de exercício do poder político.
Entre 1964 e 1985, o Brasil vive outra ditadura, a Ditadura Militar brasileira, que passa por
períodos de extremo autoritarismo, fechando o congresso em alguns momentos e
impedindo a eleição popular para a ocupação do cargo da presidência da república. Com
exceção desses momentos autoritários, que somam muitos anos, o Brasil viveu, desde
1889, sob o regime republicano.
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melhorou em relação às últimas três pesquisas publicadas em 2018, 2017 e 2016, quando
o país ocupou, respectivamente, as posições 125, 123 e 116.
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do poder de autoridade. Valoriza-se, atualmente, a sociedade civil no desempenho de
atividades socialmente relevantes.
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Convém esclarecer que a diminuição do aparelho estatal e a reformulação das atividades
que devem ser desenvolvidas pelo Estado não significam um simples retorno ao Estado
Liberal clássico, pois, agora, o Estado não abdica da intervenção na área econômica e
social. A mudança primordial está justamente na técnica utilizada para essa intervenção,
que deixa de ser direta e passa a ser indireta (subsidiariedade), notadamente através da
regulação (Estado Regulador) e do fomento público.
Com o intuito de evitar o simples retorno ao Estado liberal abstencionista, o ordenamento
jurídico, ao lado da desestatização, instituiu as agências reguladoras, sob inspiração
norte-americana, com a finalidade de regular os setores econômicos (ex: ANCINE, ANP)
e a prestação de serviços públicos por concessionárias (ex: ANEEL, ANATEL), o que
justificou, em grande medida, a consagração do denominado "Estado regulador".
Posteriormente, nos anos 2000, ocorre novo retorno do pêndulo no modelo de
intervenção estatal na economia, com o incremento da intervenção direta por meio da
instituição de novas empresas estatais (ex: Empresa Brasileira de Hemoderivados e
Biotecnologia - Hemobrás - Lei 10.972/04; Empresa de Pesquisa Energética - EPE - Lei
10.847/04; Empresa Brasil de Comunicação - EBC - Lei 11.652/08; Empresa Brasileira de
Serviços Hospitalares - EBSERH - Lei 12.550/11; Empresa de Planejamento e Logística
S.A. - EPL - Lei 12.743/12; etc.).
A revalorização das empresas estatais pode ser justificada, em síntese, pela visão crítica
do governo à época em relação ao modelo regulatório vigente, bem como pela crise
internacional iniciada em 2008, com a crise imobiliária norte-americana, que
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impulsionaram a criação de empresas estatais para implementação de investimentos
necessários à recuperação da economia e ao desenvolvimento.
É intuitivo imaginar que a diminuição do tamanho do Estado, intensificada no Brasil a
partir da década de 90, tenha acarretado, igualmente, a diminuição das formalidades
burocráticas da Administração Pública.
Contudo, o processo de desburocratização tem se revelado lento, notadamente em razão
da necessidade de mudança da cultura dos gestores públicos nas relações com os
administrados.
Isto não impede, porém, o reconhecimento de importantes avanços em busca de uma
Administração Pública efetivamente gerencial e desburocratizada.
A inserção do princípio da eficiência no art. 37 da CRFB, por meio da EC 19/98, no
contexto de reforma da Administração Pública brasileira, demonstrou a necessidade de
obtenção dos resultados elencados pelo texto constitucional de maneira célere e efetiva.8
Os agentes públicos têm o dever-poder de desempenharem a função pública de forma
eficiente, com o intuito de satisfazerem as necessidades da população. Nesse contexto,
pode ser destacado o art. 5.º, LXXVIII, da CRFB, inserido pela EC 45/04, que garante às
pessoas, no âmbito judicial e administrativo, a duração razoável do processo e os meios
que garantam a celeridade de sua tramitação.
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Administração, tendo em vista os princípios da boa-fé e da vedação do enriquecimento
sem causa; b) possibilidade de acordos decisórios (ou substitutivos) na Administração
Pública (Termo de Ajustamento de Conduta - TACs: art. 5º, § 6º, da lei 7.347/85, acordo
de leniência: art. 16 da lei 12.846/13, acordos administrativos: Lei de Introdução às
Normas do Direito Brasileiro - LINDB, etc.); c) relativização de formalidades nos atos,
processos administrativos (arts. 2º, parágrafo único, VIII e IX, e 22 da lei 9.784/99) e nas
licitações (exs.: art. 48, § 3.º, da lei 8.666/93, art. 12, IV, da lei 11.079/04); etc.
Aliás, a própria efetivação do direito à informação, na forma dos arts. 5º e 37, caput, da
CRFB, com a implementação da cultura da transparência administrativa, revela
importante passo rumo à desburocratização da Administração, facilitando a obtenção das
informações públicas pelos cidadãos. Nesse ponto, a lei 12.527/11 (Lei de Acesso à
Informação) garante não apenas a publicidade passiva - com a entrega das informações
solicitadas pelos interessados -, mas avança ao exigir a publicidade ativa, com a
divulgação de informações, independentemente de solicitação.
Mais recentemente, o processo de desburocratização da Administração Pública ganhou
dois novos capítulos com a promulgação das leis 13.460/17 e 13.726/18.
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reconhecimento de firma, salvo em caso de dúvida de autenticidade (inciso IX); b)
eliminação de formalidades e de exigências cujo custo econômico ou social seja superior
ao risco envolvido (inciso XI); c) aplicação de soluções tecnológicas que visem a
simplificar processos e procedimentos de atendimento ao usuário e a propiciar melhores
condições para o compartilhamento das informações (inciso XIII); d) utilização de
linguagem simples e compreensível, evitando o uso de siglas, jargões e estrangeirismos
(inciso XIV); e) vedação da exigência de nova prova sobre fato já comprovado em
documentação válida apresentada (inciso XV).
No elenco dos direitos básicos dos usuários, o art. 6º da Lei de Defesa do Usuário do
Serviço Público também demonstra a preocupação com a desburocratização quando
dispõe sobre a atuação integrada e sistêmica na expedição de atestados, certidões e
documentos comprobatórios de regularidade (inciso V) e a obtenção de informações
precisas e de fácil acesso nos locais de prestação do serviço, assim como sua
disponibilização na internet (inciso VI).
Por sua vez, com a promulgação da lei 13.726/18,11 que racionaliza atos e
procedimentos administrativos dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios e institui o Selo de Desburocratização e Simplificação, o processo de
desburocratização da Administração recebe novo incentivo.
Nas relações entre os Entes federados, independentemente do Poder, e os cidadãos, o
art. 3º da referida lei dispensa as seguintes exigências: a) reconhecimento de firma,
devendo o agente administrativo, confrontando a assinatura com aquela constante do
documento de identidade do signatário, ou estando este presente e assinando o
documento diante do agente, lavrar sua autenticidade no próprio documento (inciso I); b)
autenticação de cópia de documento, cabendo ao agente administrativo, mediante a
comparação entre o original e a cópia, atestar a autenticidade (inciso II); c) juntada de
documento pessoal do usuário, que poderá ser substituído por cópia autenticada pelo
próprio agente administrativo (inciso III); apresentação de certidão de nascimento, que
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poderá ser substituída por cédula de identidade, título de eleitor, identidade expedida por
conselho regional de fiscalização profissional, carteira de trabalho, certificado de
prestação ou de isenção do serviço militar, passaporte ou identidade funcional expedida
por órgão público (inciso IV); e) apresentação de título de eleitor, exceto para votar ou
para registrar candidatura (inciso V); f) apresentação de autorização com firma
reconhecida para viagem de menor se os pais estiverem presentes no embarque (inciso
VI).
O mesmo art. 3º dispõe também: a) não poderá ser exigida prova relativa a fato que já
houver sido comprovado pela apresentação de outro documento válido (§ 1º); b) quando,
por motivo não imputável ao solicitante, não for possível obter diretamente do órgão ou
entidade responsável documento comprobatório de regularidade, os fatos poderão ser
comprovados mediante declaração escrita e assinada pelo cidadão, que, em caso de
declaração falsa, ficará sujeito às sanções administrativas, civis e penais aplicáveis (§ 2º);
e c) Os Entes Federados e seus respectivos poderes não poderão exigir do cidadão a
apresentação de certidão ou documento expedido por outro órgão ou entidade do mesmo
Poder, ressalvadas as seguintes hipóteses: certidão de antecedentes criminais,
informações sobre pessoa jurídica, outras expressamente previstas em lei (§ 3º).
De acordo com o art. 5º da referida lei, Entes Federados poderão criar grupos setoriais de
trabalho com os seguintes objetivos: a) identificar, nas respectivas áreas, dispositivos
legais ou regulamentares que prevejam exigências descabidas ou exageradas ou
procedimentos desnecessários ou redundantes; e b) sugerir medidas legais ou
regulamentares que visem a eliminar o excesso de burocracia.
A desburocratização pode ser demonstrada, ainda, pela previsão contida no art. 6º da lei
em questão, que estabelece a possibilidade de comunicação entre o Poder Público e o
cidadão por qualquer meio, inclusive verbal, direta ou telefônica, e correio eletrônico,
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ressalvados os casos que impliquem imposição de deveres, ônus, sanções ou restrições
ao exercício de direitos e atividades.
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LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL
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consolidada e mobiliária, operações de crédito, inclusive por antecipação de receita,
concessão de garantia e inscrição em Restos a Pagar.
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para os três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) em suas três esferas:
municipal, Estadual e Nacional. No entanto, a maioria das regras da LRF está focada
na gestão feita pelo Poder Executivo, pois é ele que exerce a administração primária
dos recursos.
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Principais mecanismos da LRF
A atuação “planejada e transparente” dos administradores é assegurada por medidas
de cumprimento obrigatório, algumas das quais já citamos, como o respeito a
determinados limites de despesas e a certos planos orçamentários. Outros
mecanismos referem-se a punições propriamente ditas.
Planos Orçamentários
Grande parte dos mecanismos de planejamento criada pela LRF foi feitos com base
no Plano Plurianual (PPA), na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e na Lei
Orçamentária Anual (LOA). Na verdade, estes três planos orçamentários não foram
criados pela Lei de Responsabilidade Fiscal. A Constituição já os pre via desde 1988,
em seu art. 165. Mas a LRF, além de criar novas normas que condicionam suas
edições, ampliou as funções que cada um possui, dando mais força e importância à
utilização planejada do orçamento. As inovações são tão relevantes que é impossível
falar de planos orçamentários sem fazer referência à LRF.
Os três, em síntese, são Projetos de Lei que contêm o planejamento do uso que os
governantes farão do orçamento em um determinado período de tempo. São
enviados pelo Poder Executivo ao Poder Legislativo para aprovação, normalmente
até a metade de cada ano; no caso do PPA, uma vez a cada quatro anos. Tanto o
PPA quanto a LDO contêm diretrizes para o uso do orçamento. Já a LOA contém o
orçamento propriamente dito, com os valores precisos que cada ente estatal
receberá para realizar suas atividades.
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No Capítulo II da LRF (Do Planejamento), é possível ver algumas das imposições
feitas aos planos orçamentários. A LDO, por exemplo, passou a conter uma parte
específica para tratar do equilíbrio de despesas e receitas, bem como incluir um
anexo de Metas Fiscais que, além de estabelecer objetivos arrecadatórios, deverá
conter dados precisos sobre despesas, receitas e montantes da dívida pública.
A LOA também recebeu grandes contribuições. Uma das mais significativas é a
obrigação de estabelecer medidas de compensação quando houver renúncia de
receita (incentivos fiscais, por exemplo) e aumento de despesas de caráter
continuado (que durem mais de dois anos).
Nestas medidas é possível perceber o intuito da LRF: valorizar o planejamento do
dinheiro público e assegurar um balanço positivo, compensando despesas ou
renúncias com receitas equivalentes.
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uma espécie de base de ganhos periódicos, oriundos principalmente de tributos, produtos
e serviços estatais. Cada ente federativo (União, Distrito Federal, Estados e Municípios)
possui a própria RCL. Ela é calculada com base no mês de referência e nos onze
anteriores.
Despesas de Pessoal
As despesas de pessoal também foram definidas pela própria Lei de
Responsabilidade Fiscal, em seu art. 18. São, em síntese, os gastos estatais com
pessoal ativo, inativos (aposentados ou afastados) e pensionistas, seus salários,
subsídios, remunerações, adicionais, gratificações, horas extras etc.
A partir da LRF passou a existir um limite para os gastos com pessoal, que não
podem ultrapassar uma porcentagem da RCL daquele ente federativo. Para a União,
a regra é que gastos com pessoal não poderão ultrapassar 50% da RCL; para
Estados e Municípios o limite é 60%.
Assim, por exemplo, se a RCL da União em 2019 foi de R$ 901 bilhões, o valor gasto
com pessoal não poderia ter ultrapassado 50% deste valor, isto é, R$ 450,5 bilhões.
Sem este limite, e com inclinações para aumentar salários e vantagens de servidores
públicos indefinidamente, o governo tenderia a se endividar para pagar o pessoal, ou
deixaria de aplicar dinheiro em outras áreas. Este assunto está fortemente
relacionado com a Regra de Ouro, que proíbe aos governantes emprestar dinheiro
para pagar despesas correntes, como o são as despesas de pessoal.
Dívida Pública
Este é outro limite que usa como parâmetro a Receita Corrente Líquida. Segundo a
LRF, dívida pública consolidada corresponde ao “montante total, apurado sem
duplicidade, das obrigações financeiras do ente da Federação, assumidas em virtude
de leis, contratos, convênios ou tratados e da realização de operações de crédito,
para amortização em prazo superior a doze meses.” Já a dívida pública
mobiliária corresponde aos “títulos emitidos pela União, inclusive os do Banco
Central do Brasil, Estados e Municípios”.
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Embora as definições possuam algumas especificidades técnicas, trata-se de
somatórios das dívidas assumidas pelo ente em áreas específicas. Importante, para
nós, é entender que passou a existir um limite para a assunção dessas dívidas.
Por determinação da própria LRF, o estabelecimento do limite da dívida pública
consolidada ficou a cargo do Senado Federal, que posteriormente definiu,
na Resolução nº 40/2001, limite de 1,2 vezes a RCL para Municípios, e 2 vezes a
RCL para Estados e Distrito Federal. O limite para a dívida pública consolidada da
União ainda não foi estabelecido. Contudo, em 2000, logo após a aprovação da LRF,
a Presidência da República, em mensagem ao Senado Federal, sugeriu que fosse
utilizado o limite de 3,5 vezes a RCL. Apesar da demora para a sua
oficialização, este é o parâmetro usado atualmente.
Quando o limite é infringido, o ente é punido com algumas limitações, como a
impossibilidade de receber transferências da União ou dos Estados. Ele também
recebe um prazo para reconduzir a dívida ao valor adequado.
Anos eleitorais
A LRF possui duas regras importantes em anos de eleição. A primeira, prevista em
seu art. 42, proíbe que um governante contraia dívidas no último ano de seu mandato
se esta dívida não puder ser paga no mesmo exercício financeiro ou se existir a
possibilidade de não haver caixa para pagá-la no exercício seguinte. A outra regra
proíbe o aumento de gastos de pessoal nos 180 dias que antecedem as próximas
eleições.
Estas normas foram criadas principalmente para evitar dívidas maliciosas que
possam prejudicar a próxima administração.
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Finalidade de recursos
Este mecanismo é muito simples, mas também muito efetivo. Para assegurar o
planejamento financeiro, a LRF proibiu que os recursos vinculados a uma finalidade
específica (a um órgão, a uma área, como educação ou saúde) sejam utilizados em outra.
Isto vale inclusive para exercício seguintes, evitando irregularidades no planejamento e
desvios de verbas públicas para objetivos diversos daqueles a que elas foram prometidas.
As punições previstas na Lei de Responsabilidade Fiscal normalmente referem-se a
proibições aplicadas ao ente para contratar, receber empréstimos e transferências.
A Lei nº 10.028/2000, por exemplo, incluiu um capítulo inteiro no Código Penal,
criando a figura dos “crimes contra as finanças públicas” a partir do art . 359. Pode-se
citar o art. 359-G, que prevê o crime de “aumento de despesa total com pessoal no
último ano do mandato ou legislatura”. Segundo este artigo, o administrador que
aumentar despesa com pessoal nos 180 dias que antecedem às eleições, além de te r
seu ato anulado será punido com um a quatro anos de reclusão. A mesma punição é
dada para quem “ordenar despesa não autorizada por lei” (art. 359 -D do Código
Penal).
O site da Fazenda Nacional possui uma tabela que relaciona todas as infrações
relativas à LRF, junto às suas respectivas punições.
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