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SUMÁRIO:

01. INTRODUÇÃO AO ESTUDO DE DIREITO ADMINISTRATIVO ...................................... 01


02. ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA BRASILEIRA ............................................................ 06
03. AGENTES PÚBLICOS ................................................................................................................... 28
04. ATOS ADMINISTRATIVOS ........................................................................................................ 42
• FUNÇÃO ADMINISTRATIVA: É aquela exercida preponderantemente pelo Poder
Executivo, com caráter infralegal (com respeito as Leis e a Constituições) e mediante
a utilização de prerrogativas instrumentais (motivo justificado).
↪ É a defesa concreta do Interesse Público.
↪ É preponderante do Executivo, mas também pode ser realizada pelo Legislativo e
Judiciário, como por exemplo na realização de Concursos Públicos para
magistratura.

• DIREITO ADMINISTRATIVO é o ramo do Direito Público, formado por um conjunto


de normas regras e normas princípios que, visando sempre o interesse público,
regem as relações jurídicas entre as pessoas e órgãos do Estado e entre estes e as
coletividades a que devem servir.
↪ Trata-se de um conjunto harmônico de princípios jurídicos que regem os órgãos,
os agentes e as atividades públicas tendentes a realizar concreta, direta e
imediatamente os fins desejados pelo Estado.

• TAREFAS PRECÍPUAS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA:

1. PODER DE POLÍCIA: Limitação e condicionamento, pelo Estado, da liberdade e


propriedades privados em favor do interesse público.
2. SERVIÇOS PÚBLICOS: Transporte coletivo, àgua canalizada, energia elétrica.
3. FOMENTO: Incentivo a setores sociais específicos para estimular o
desenvolvimento da ordem social.

• CARACTERÍSTICAS GERAIS:
- Criação Recente;
- Matéria não codificada;
- Jurisprudência do Conselho de Estado (França); Regime de jurisdição DUPLA;
- É formado por princípios próprios;
- Se relaciona com outros ramos do Direito.

• OBJETO ESPECÍFICO: Disciplina jurídica da Administração Pública.

• FONTES DO DIREITO ADMINISTRATIVO:


1. Lei.
2. Doutrina.
3. Jurisprudência.
4. Costumes.
5. Princípios Gerais do Direito.

• INTERPRETAÇÃO DE REGRAS DO DIREITO ADMINISTRATIVO:

- Utilização analógica das regras de direito privado e princípios gerais do direito


que lhe forem aplicáveis, além de três pressupostos:

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1. Desigualdade jurídica entre a Administração Pública e os administrados, em
razão da prevalência do interesse público sobre o particular.
2. Presunção relativa de legitimidade dos atos administrativos.
3. Necessidade de poderes discricionários para a Administração Pública atender
ao interesse público.

• GOVERNO x ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA:

01. GOVERNO: É uma atividade política e discricionária, representando uma


conduta independente do administrador, como um comando com
responsabilidade constitucional e política, mas sem responsabilidade profissional
pela execução.

- SENTIDO FORMAL: Conjunto de poderes e órgãos constitucionais.


- SENTIDO MATERIAL: Complexo de funções estatais básicas.

02. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: É o aparelhamento do Estado preordenado à


realização de serviços, visando a satisfação das necessidades coletivas.
↪ Não pratica atos de governo, pratica atos de execução, com maior ou menor
autonomia funcional.

- CRITÉRIO FORMAL, ORGÂNICO ou SUBJETIVO: Vê a Administração Pública


como o conjunto de órgãos, a estrutura estatal (iniciais maiúsculas).
- CRITÉRIO MATERIAL ou OBJETIVO: A administração pública deve ser vista
como a atividade administrativa exercida pelo Estado ou, ainda, função
administrativa (iniciais grafadas em maiúsculo).

→ ATIVIDADE ADMINISTRATIVA: É a gestão de bens e interesses qualificados da


comunidade, de âmbito federal, estadual e municipal, segundo os preceitos do
Direito e da Moral, visando ao bem comum, isto é, o interesse público.

Obs. No Brasil, o Governo e a Administração Pública caminham juntos, através do


Chefe do Executivo (Presidente da República).

• REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO: É formado por um conjunto sistematizado


de princípios e regras que lhe dão identidade, tornando possível diferenciá- lo das
demais ramificações do Direito.

01. PRINCÍPIOS: São mandamentos de otimização, gnéricos e com alta carga


valorativa.
↪ Normas que ordenam a melhor aplicação possível, dentro das possibilidades
jurídicas reais existentes, dependendo sua incidência de ponderações a serem
feitas no momento de sua aplicação.
↪ A aplicação de um princípio não exclui a aplicação de outro.
↪ É a ponderação de valores.

02. REGRAS: Caracterizam-se pela concretude.


↪ São mandamentos de definição que contém determinações sobre as situações
fáticas e jurídicas possíveis e cuja amplitude é fixada antecipadamente.

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↪ A aplicação de uma regra no caso concreto afasta a aplicação de outra que com
ela conflite.
↪ Lógica do tudo ou nada.

Obs. As regras refletem os princípios e só ganham contorno em razão do princípio


que a antecede e fundamenta.

• PRINCÍPIOS DO DIREITO ADMINISTRATIVO:


↪ Princípios são proposições básicas, fundamentais, típicas que condicionam todas
as estruturas e institutos subsequentes de uma disciplina.

↪ São os alicerces, os fundamentos da ciência e sugam como parâmetros para a


interposição das demais normas jurídicas.

↪ Para Celso Antônio Bandeira de Melo, existem dois princípios denominados de


pedra de toque ou supraprincípios, ou seja, são os mais importantes ou dos quais
decorrem os demais, sobre os quais o Direito Administrativo e a sua base se
delineiam: o PRINCÍPIO DA SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO SOBRE O
INTERESSE PRIVADO e o PRINCÍPIO DA INDISPONIBILIDADE DO INTERESSE
PÚBLICO.

01. PRINCÍPIO DA SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO SOBRE O INTERESSE


PRIVADO:
↪ Este princípio coloca o interesse público em um patamar superior em relação ao
interesse particular, garantindo a Administração Pública uma posição privilegiada
para atender ao interesse público.
↪ Para isso, são estabelecidas prerrogativas e sujeições à Administração Pública
que não se aplicam aos particulares.
↪ Essas prerrogativas e sujeições conformam o regime jurídico administrativo
diferenciando - o do regime jurídico privado.

02. PRINCÍPIO DA INDISPONIBILIDADE DO INTERESSE PÚBLICO:


↪ Limita a atuação estatal por meio de seus agentes públicos, de modo que os bens,
direitos e interesses públicos são confiados ao administrador para gestão e não
para disposição.
↪ Ninguém pode dispor do que não lhe pertence e em sendo o interesse público
um interesse coletivo, não cabe ao administrativo dele dispor, ou seja, o Governo
não pode dispor do que é dos cidadãos e nem abrir mão do que é de interesse
destes.
↪ Quem recebe um “poder” ou “competência”, o recebe com o único objetivo de
realizar o interesse público e para isso obrigatoriamente deve agir ( Poder/Dever),
ou seja, o agente público tem o dever de agir conforme o interesse público.

→ INTERESSE PÚBLICO: É aquele resultante do conjunto dos interesses que os


indivíduos pessoalmente têm quando considerados em sua qualidade de membros
da sociedade e pelo simples fato de o serem.

- INTERESSE PÚBLICO PRIMÁRIO: É o resultado da soma dos interesses


individuais enquanto partícipes de uma sociedade, também denominados
interesses públicos propriamente ditos.

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- INTERESSE PÚBLICO SECUNDÁRIO: Consiste nos anseios do Estado,
considerado como pessoa jurídica, um simples sujeito de direitos, ou seja, são os
interesses privados desse sujeito.

Obs. O interesse público e o interesse privado podem se coincidir, mas caso sejam
contrários, em via de regra, prevalece o interesse primário.

03. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE:


↪ É a base dos Estado Democrático de Direito e garante que todos os conflitos
sejam resolvidos pela lei. Art. 5º,II e 37, capital, 84, IV, da CF.
↪ Para o direito privado vale a relação de não contradição à lei, pode - se fazer tudo
que a lei não veda. Para o direito administrativo o critério é de subordinação à lei
de aplicação da lei de ofício, ou seja, deve-se fazer tudo o que a lei determina.
↪ A Administração só age para cumprir a lei.
↪ O agente público pode exercer a Atividade Vinculada, que é aquela que segue
totalmente a determinação legal, sem margem de escolha, como por exemplo o
cotimento de um ato x que só pode resultar em demissão; ou a Atividade
Discricionária é realizada com base na lei que permite o juízo de mérito, como por
exemplo um ato x que tenha uma dosagem em sua penalidade de 30 a 120 dias.
↪ Controle de legalidade da atuação administrativa, ou seja, a administração
púbica pode controlar seus próprios atos administrativos.
↪ Exceções ao princípio da legalidade: medida provisória, estado de sítio e estado
de defesa.

04. PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE:


↪ Estabelece que atuação do agente público deve basear-se na ausência de
subjetividade, dando igualdade de tratamento a todos que se encontrem na mesma
situação jurídica, isto é, não deve-se agir para beneficiar ou prejudicar alguém.
↪ Sob outra ótica, os atos praticados pelos agentes públicos são imputados a
Administração Pública, a qual age por meio do agente público.

05. PRINCÍPIO DA FINALIDADE:


↪ Finalidade é o espírito da lei, o seu fim maior, que forma com o seu texto um todo
harmônico e indestrutível.
↪ Exige que o agente público persiga o objetivo legal, certo e inafastável de
qualquer ato administrativo.
↪ A finalidade sempre deve levar ao atendimento do interesse público, sob pena
de desvio de finalidade.

06. PRINCÍPIO DA MORALIDADE:


↪ Exige que a Administração e seus agentes atuem em conformidade com
princípios éticos aceitáveis socialmente, protege a ideia de honestidade, de atuação
ética, de boa fé, de lealdade e da boa administração.

07. PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE:


↪ Tem por finalidade o conhecimento público da atuação da administração
pública.
↪ É a condição de eficácia dos atos administrativos e marca o início de seus efeitos
externos.

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↪ Representa também o termo inicial para a contagem de prazos.
↪ Permite a fiscalização e controle dos atos administrativos.
↪ Exceções ao Princípio da Publicidade:
A. Inviolabilidade a intimidade e a vida privada, a honra e a imagem das pessoas.
B. Direito à informação, ressalvadas as informações imprescindíveis à
segurança da sociedade e do Estado, ou seja, permite manter o sigilo.
C. Quando a defesa da intimidade ou do interesse social o exigirem.
↪ Publicidade para informar, orientar e educar.
↪ Vedação da promoção pessoal.

08. PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA:


Exige que a atividade administrativa seja exercida com presteza, perfeição e
rendimento funcional.
↪ Exige parâmetros mínimos de desempenho.
↪ Razoável duração do processo e os meios que garantam celeridade de sua
tramitação.
↪ Exemplo: Entre construir 100 casas excelentes ou 300 casas muito boas, deve-
se optar pelas 300 casas muito boas.

09. PRINCÍPIO DA ISONOMIA:


↪ Tratar todos os iguais de forma igual e os desiguais de forma desigual, na medida
de suas desigualdades.
↪ O fator de discriminação utilizado no caso concreto precisa estar compatível
com o objetivo da norma.
↪ Sempre deve haver pertinência lógica entre o fato discriminado e a razão
jurídica pela qual a discriminação é feita.

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UNIÃO
GOVERNO TEMPORÁRIO
DISTRITO FEDERAL
ATOS DE GOVERNO REPÚBLICA FEDERATIVA
ESTADOS
ATOS ADMINISTRATIVOS
MUNÍCIPIOS

01. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: Segundo o critério formal ou subjetivo, refere-se ao


conjunto de órgãos, entidades e pessoas instituídas para a consecução dos objetivos
do Estado, definidos pelo Governo.
↪ É sob esse enfoque de Administração Pública que se estuda a organização
administrativa.
↪ A Administração Pública é uma Norma Geral consolidada pelo Decreto-Lei
200/1967, recepcionado pela CF/88 como lei ordinária.

A. CARACTERÍSTICAS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA:


↪ Personalidade jurídica própria.
↪ Autonomia administrativa e financeira.

Obs.1. Existem pessoas jurídicas de Direito Privado fora dessa estrutura que
também prestam atividade administrativa, como por exemplo permissionárias e
concessionárias, as quais não integram a estrutura da administração pública.

Obs.2. Também existem atividades que atuam em cooperação para a realização dos
fins do Estado, como por exemplo as Organizações Sociais.

B. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DAS ATIVIDADES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA:

I. Planejamento.
II. Coordenação.
III. Descentralização.
IV. Delegação de Competência.
V. Controle.

02. TEORIA DA IMPUTAÇÃO OU DO ÓRGÃO: Estabelece que as ações cometidas


pelos agentes e servidores públicos são atribuídas a pessoa jurídica a que ele esteja
ligado.
↪ Pessoas jurídicas não possuem existência física.
↪ O Direito reconhece que certas pessoas físicas são investidas no poder jurídico de
praticar atos que serão atribuídos à pessoa jurídica.
↪ A manifestação da vontade da Administração ocorre por meio da pessoa física.
↪ O ato do órgão/pessoa física é imputado a Administração Pública.

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03. FORMAS DE EXERCÍCIO DAS ATIVIDADES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA:

A. CENTRALIZADA: Formada por seus próprios órgãos.


B. DESCENTRALIZADA: Formada por meio de entidades criadas.

04. FORMAS DE ATIVIDADES REALIZADAS NA PESSOA JURÍDICA:

A. CONCENTRADA: SEM que as atividades sejam atribuídas a órgãos criados.


B. DESCONCENTRADA: COM a distribuição interna dessas competências para
órgãos que são criados para recebê-las.

05. ÓRGÃOS PÚBLICOS:

A. DEFINIÇÕES:
↪ Unidade de atuação integrante da estrutura da Administração Direta ou da
estrutura da Administração Indireta (Lei 9.784/99, Art. 1º, § 2º).
↪ Unidade abstrata que sintetiza os vários círculos de atribuições de poderes
funcionais do Estado, repartidos no interior da personalidade estatal e expressados
por meio dos agentes neles providos (Celso Bandeira de Mello e Fernanda Marinela).
↪ Centros especializados de competência (Hely Lopes Meirelles).

B. CARACTERÍSTICAS DOS ÓRGÃOS PÚBLICOS:


↪ Integram a estrutura do Estado e não têm personalidade jurídica própria, sendo
mero instrumento de ação, não podendo ser sujeitos de direitos e obrigações.
↪ Admite-se excepcionalmente que atuem judicialmente para defesa de
prerrogativas próprias.
↪ Não podem firmar contratos.

C. CLASSIFICAÇÃO DOS ÓRGÃOS PÚBLICOS:

I. QUANTO À POSIÇÃO ESTATAL:

• ÓRGÃOS INDEPENDENTES: São aqueles previstos diretamente na Constituição


Federal, representando os três Poderes, nas esferas federal, estadual e
municipal, não sendo subordinados hierarquicamente a Agentes Políticos.
↪ Exemplos: Presidência da República, Câmara dos Deputados, Senado Federal,
STF, STJ e demais tribunais, bem como seus simétricos nas demais esferas da
Federação. Incluem-se ainda o Ministério Público da União e o do Estado e os
Tribunais de Contas da União, dos Estados e dos Municípios.

• ÓRGÃOS AUTÔNOMOS: São aqueles que se situam na cúpula da Administração,


logo abaixo dos órgãos independentes, auxiliando-os diretamente.
↪ Possuem ampla autonomia administrativa, financeira e técnica, mas não
independência.
↪ Caracterizam-se como órgãos diretivos.
↪ Exemplos: Os Ministérios, as Secretarias de Estado etc.

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• ÓRGÃOS SUPERIORES: Possuem atribuições de direção, controle e decisão,
mas sempre estão sujeitos ao controle hierárquico de uma instância mais alta.
↪ Não têm nenhuma autonomia, seja administrativa seja financeira.
↪ Exemplos: Procuradorias, Coordenadorias, Gabinetes.

• ÓRGÃOS SUBALTERNOS: São todos aqueles que exercem atribuições de mera


execução, com reduzido poder decisório, estando sempre subordinados a vários
níveis hierárquicos superiores.
↪ Exemplos: Seções de expediente, de pessoal, de material etc.

II. QUANTO À ESFERA DE ATUAÇÃO:

• ÓRGÃOS CENTRAIS: Os que exercem atribuições em todo o território nacional,


estadual ou municipal, por exemplo, Ministérios e Secretarias.

• ÓRGÃOS LOCAIS: Os que atuam sobre uma parte do território, como as


Delegacias Regionais da Receita, Delegacias de Polícia e outros.

III. QUANTO À ESTRUTURA:

• ÓRGÃOS SIMPLES ou UNITÁRIOS: São aqueles que não possuem subdivisões


em sua estrutura interna (não há outros órgãos abaixo dele), desempenhando
suas atribuições de forma concentrada.

• ÓRGÃOS COMPOSTOS: Reúnem em sua estrutura diversos órgãos menores,


subordinados hierarquicamente, como resultado da desconcentração.

Obs. Os órgãos simples podem ser compostos por mais de um agente.

IV. QUANTO À ATUAÇÃO FUNCIONAL:

• ÓRGÃOS SINGULARES ou UNIPESSOAIS: São aqueles cujas decisões dependem


da atuação isolada de um único agente, seu chefe e representante.
↪ Exemplos: Presidência da República, cujas decisões são tomadas pelo
Presidente.

• ÓRGÃOS COLEGIADOS ou PLURIPESSOAIS: São aqueles cuja atuação e


decisões são tomadas pela manifestação conjunta de seus membros.
↪ Exemplos: Congresso Nacional, Supremo Tribunal Federal.

Obs. Os órgãos singulares podem ser compostos por mais de uma agente,
embora suas decisões sejam tomadas apenas por seu chefe.

V. QUANTO AS FUNÇÕES QUE EXERCEM:

• ÓRGÃOS ATIVOS: Responsáveis por funções primordiais, atuam no


desenvolvimento de uma administração ativa propriamente dita, apresentando
condutas comissivas e expressando decisões estatais para o cumprimento dos
fins da pessoa jurídica.

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↪ Podem ser subdivididos em:
1. ÓRGÃOS DE DIREÇÃO SUPERIOR: Aqueles que decidem, ordenam, dirigem e
planejam, aos quais competem a formação e a manifestação originária da vontade
do Estado, assumindo responsabilidade jurídica e política das decisões.
2. ÓRGÃOS DE EXECUÇÃO: Aqueles sujeitos à subordinação hierárquica; são
subalternos, competindo-lhes a manifestação secundária da vontade do Estado.

• ÓRGÃOS CONSULTIVOS: Assumem atividade de aconselhamento e elucidação.


↪ Eles participam da ação estatal para auxiliar e preparar sua manifestação de
vontade, dando auxílio técnico ou jurídico específico e especializado, como, por
exemplo, na emissão de pareceres que podem ser de mérito, de legalidade,
facultativo ou obrigatório, vinculantes ou não, consoante a disciplina legal.

• ÓRGÃOS DE CONTROLE: Exercem controle e fiscalização de órgãos ou agentes.

06. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA: É o conjunto de ÓRGÃOS PÚBLICOS que


compõem a estrutura dos entes federativos, pessoas políticas dotadas de
personalidade jurídica de direito público, com competência administrativa e
legislativa.
• É o conjunto de órgãos ligados diretamente ao Poder Executivo, em nível federal,
estadual e municipal. Esses órgãos são subordinados ao chefe do poder a que
pertencem, isto é, existe uma hierarquia entre eles.
• Estão sujeitas a prerrogativas.
• Seguem regras de finanças e de contabilidade pública.
• Pagamento de débitos judicias por precatórios.
• Sujeitas a Concurso Público e Licitação.
• Atos com atributos de presunção de legitimidade, autoexecutoriedade e
coercibilidade.
• Contratos administrativos com cláusulas exorbitantes.
• Prerrogativas processuais, ou seja, com prazos maiores.
• Privilégios tributários, uma vez que a imunidade tributária é recíproca.
• Bens impenhoráveis, imprescritíveis, alienáveis de forma condicionada e não
passíveis de oneração.

07. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA: É composta por ENTIDADES que


possuem personalidade jurídica própria e são responsáveis pela execução de
atividades administrativas que necessitam ser desenvolvidas de forma
descentralizada.
• Personalidade jurídica própria, ou seja, podem ser sujeitos de direitos e
obrigações, sendo, consequentemente, responsáveis pelos seus atos.
• Possui patrimônio próprio.
• Gozam de capacidade de autoadministração e receita própria.
• Sua finalidade não será lucrativa, inclusive quando exploradoras da atividade
econômica. Isso não significa que elas não possam obter lucro, mas que não foram
criadas com esse objetivo, não sendo o lucro o grande motivo de sua criação.
• São criadas por lei ou com criação autorizada por lei.
• Sujeitas a supervisão ministerial e a controle interno e externo.

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A. AUTARQUIAS: São pessoas jurídicas de Direito Público que desenvolvem
atividades administrativas típicas de Estado e gozam de liberdade administrativa
nos limites da lei que as criou.

↪ É o serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica (ou seja, ela
responde por seus atos, não imputando à administração direta suas ações, sejam
elas corretas ou erradas), patrimônio e receita próprios, para executar atividades
típicas da administração pública, que requeiram, para seu funcionamento, gestão
administrativa e financeira descentralizada (Decreto-Lei n° 200/1967).

↪ Não são subordinadas a órgão nenhum do Estado, mas apenas controladas, tendo
direitos e obrigações distintos do Estado.

↪ Ou seja, são instituídas por lei, têm autonomia administrativa e financeira, mas
estão sujeitas ao controle do Estado.

↪ São entidades de direito público e sua atividade fim é de interesse público.

↪ Exemplos: Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), Instituto Nacional do


Seguro Social (INSS) e o Banco Central do Brasil (BACEN).

* INÍCIO: São criadas por lei e inscritas no órgão de registro das pessoas jurídicas.
* EXTINÇÃO: São extintas por lei, conforme vontade do Poder Público através do
Chefe do Executivo, levando-se a extinção decretada por lei no cartório registrado.
* ORGANIZAÇÃO: São organizadas por meio dos órgãos internos hierarquizados,
superiores e subordinados.
* OBJETO: É qualquer função sem caráter econômico, própria e típica do Estado, via
de regra voltada para prestar serviços públicos.

↠ CLASSIFICAÇÃO DAS AUTARQUIAS:

I. QUANTO AO NÍVEL FEDERATIVO: É um fator que leva em consideração a esfera


federativa responsável pela criação da entidade.
• FEDERAIS.
• ESTADUAIS;
• DISTRITAIS;
• MUNICIPAIS.

Obs. Não são admitidas apenas a criação de autarquias interestaduais ou


intermunicipais.

II. QUANTO AO OBJETO:

• AUTARQUIAS ASSISTENCIAIS: Visam promover o desenvolvimento de regiões


menos desenvolvidas ou a categorias sociais específicas.
↪ Exemplos: Superintendência do Desenvolvimento da Região Nordeste
(SUDENE) e a Superintendência do Desenvolvimento da Região Norte (SUDAM).

• AUTARQUIAS PREVIDENCIÁRIAS: Existe para gerir a previdência social oficial.


↪ Exemplo: Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

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• AUTARQUIAS CULTURAIS: Possuem funções na área de educação e ensino.
↪ Exemplos: Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e a Universidade
Estadual de São Paulo (USP).

• AUTARQUIAS PROFISSIONAIS ou CORPORATIVAS: São conselhos profissionais


que fiscalizam o exercício profissional em seus setores de especialização.
↪ Exemplos: Conselho Regional de Medicina (CRM), Conselho Federal de
Contabilidade (CFC), e Conselho Regional de Economia (CORECON).

• AUTARQUIAS ADMINISTRATIVAS: Compõem uma categoria residual, que não


se enquadra em nenhuma das anteriores, mas que possuem funções
administrativas e de fiscalização.
↪ Exemplos: Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade
(INMETRO) e o Banco Central (BACEN).

• AUTARQUIAS DE CONTROLE: Se subdividem entre as que possuem poder de


polícia, e as agências reguladoras, que passaram a regular serviços que foram
privatizados.
↪ Exemplos: Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e a Agência
Nacional de Saúde Pública Suplementar (ANS).

• AUTARQUIAS ASSOCIATIVAS: É uma nomenclatura dada por parte da doutrina


aos CONSÓRCIOS PÚBLICOS de direito público celebrados por mais de um ente
federativo. São também sinônimo de "Associações Públicas".

Obs.1. CONSÓRCIOS PÚBLICOS são negócios públicos plurilaterais e de direito


público, quando formam uma associação pública, firmado entre entes federativos
para a execução de funções de interesse comum (Art. 241, CF + Lei nº
11.107/2005). A associação assim formada tem natureza jurídica de autarquia e
integra a Administração Pública Indireta de todos os entes federativos
consorciados.

Obs.2. ASSOCIAÇÃO PÚBLICA é uma entidade transfederativa.

III. QUANTO AO REGIME JURÍDICO:

• AUTARQUIAS DE REGIME COMUM: Seguem as regras comuns aplicáveis a


maioria das autarquias, sem quaisquer especificidades

• AUTARQUIAS DE REGIME ESPECIAL: Possuem uma disciplina específica, com


prerrogativas especiais, como maior autonomia, mandato fixo para dirigentes,
forma de escolha dos dirigentes, poder regulatório, etc, como ocorre por exemplo
nas autarquias universitárias e as agências reguladoras.

↠ BENS: PÚBLICOS.

Art. 98, CC. São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas
jurídicas de direito público interno; todos os outros são particulares, seja qual
for a pessoa a que pertencerem.

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↠ PESSOAL: Regime Jurídico Único, Estatuários ou Celetistas.

↠ CONTROLE JUDICIAL: Os atos das autarquias sejam ou não administrativos, estão


sujeitos ao controle judicial, exceção feita aos atos administrativos discricionários,
os quais, quanto a discricionariedade não é passível de controle judicial se
praticados dentro da legalidade.

↠ FORO: Em regra, o foro competente é a Justiça Federal, em se tratando de


Autarquia Federal.
↪ Exceções: Causas relativas a falência, acidente do trabalho, e as sujeitas a Justiça
Eleitoral ou Trabalhista.

↠ ATOS E CONTRATOS: Em regra, seguem Regime Jurídico de Direito Público, mas


admite-se contratos no Regime Jurídico de Direito Privado (locação, compra e
venda).

↠ RESPONSABILIDADE CIVIL: OBJETIVA, em caso de atos comissivos (ato, dano e


nexo causal) e SUBJETIVA, em caso atos de omissivos (culpa ou dolo).

↠ PRERROGATIVAS:

• Imunidade Tributária Condicionada em relação ao patrimônio, renda e serviços


(Art. 150, §2º, CF);

• Impenhorabilidade dos bens e rendas;

• Imprescritibilidade de seus bens, ou seja, não se adquire um bem pertencente à


autarquia por meio de usucapião;

• Prescrição quinquenal, ou seja, prescreve em 5 anos;

• Créditos sujeitos a execução fiscal (Lei 6.830/1980);

• Situações Processuais Específicas:

* Prazo em dobro para todas suas manifestações processuais;


* Duplo grau de jurisdição (Art. 496, CPC);
* Defesa da autarquia em execução por quantia certa fundada em título judicial
é feita por meio de impugnação à execução nos próprios autos, na etapa de
cumprimento de sentença.

↠ AGÊNCIAS REGULADORAS: São Autarquias com Regime Especial surgidas por


intermédio do Programa Nacional de Desestatização, as quais têm por objetivo o
controle de pessoas jurídicas privadas incumbidas de prestar serviços públicos,
normalmente por concessão ou permissão, ou ainda, para atuarem intervindo no
domínio econômico para evitar abusos.
↪ Atuam na regulamentação, controle e fiscalização de serviços públicos prestados
pela iniciativa privada.
↪ O quadro de pessoal deve seguir o Regime Estatutário.

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I. ESPÉCIES DE AGÊNCIAS:

• SERVIÇOS PÚBLICOS PROPRIAMENTE DITOS:


* Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL;
* Agência Nacional de Telecomunicações – ANATEL;
* Agência Nacional de Transportes Terrestres – ANTT;
* Agência Nacional de Transportes Aquaviários – ANTAQ;
* Agência Nacional de Aviação Civil – ANAC.

• ATIVIDADE DE FOMENTO E FISCALIZAÇÃO DE ATIVIDADE PRIVADA:


* Agência Nacional de Cinema – ANCINE.

• ATIVIDADE ECONÔMICAS INTEGRANTES DA INDÚSTRIA DO PETRÓLEO:


* Agência Nacional de Petróleo – ANP.

Obs. 1. Uso indevido do termo Agência: AEB – Agência Espacial Brasileira: é


Autarquia, mas não é uma Autarquia com Regime Especial, como as demais
agências, pois é um órgão da Administração Pública, não de controle econômico e;
ABIN – Agência Brasileira de Inteligência: é mero Órgão Público.

Obs.2. Agência que não recebem o nome de Agência: CVM – Comissão de Valores
Mobiliários.

Obs.3. Serviços Sociais Autônomos que indevidamente receberam o nome de


Agência: APEX-BRASIL– Agência de Promoção de Exportação do Brasil e; ABDI –
Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial.

II. REGIME ESPECIAL DAS AGÊNCIAS REGULADORAS:

• Dirigentes investidos no cargo por nomeação do Presidente da República, com


prévia aprovação do Senado (investidura especial);

• Dirigentes com mandato com prazo fixo, mas limitado ao mandato da autoridade
nomeante;

• Diretores e Conselheiros somente perdem o mandato:

* Por renúncia;
* Por condenação judicial com trânsito em julgado;
* Em decorrência de condenação em processo administrativo disciplinar.

• Quarentena = 4 meses, a contar do fim do mandato.

Obs. Deve seguir as normas gerais de licitação e contratos públicos – Lei 8666/93.

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B. FUNDAÇÕES PÚBLICAS: É um patrimônio destacado por um fundador para uma
atividade específica, sendo criado por um dos entes federados.
↪ Uma pessoa jurídica composta de um patrimônio personalizado, que realiza
atividade sem fim lucrativo e que não são típicas do Estado, mas ainda assim de
interesse da coletividade, como pesquisa, cultura e educação.
↪ É pública porque é instituída pelo Estado, mas pode ter Regime Jurídico
Administrativo (fundação pública / autarquia fundacional) ou de Direito Privado
(fundação pública de regime privado / fundação governamental), com Regime
Jurídico de Direito Privado.

I. FUNDAÇÃO PÚBLICA DE DIREITO PÚBLICO: É uma espécie de Autarquia, seguindo


o regime desta:
• Criação por lei com atos constitutivos inscritos no Registro Civil das Pessoas
Jurídicas;
• Regime Especial de Bens: Impenhoráveis, imprescritíveis, inalienáveis, não
passíveis de oneração;
• Regras especiais para cobrança de créditos e pagamento de débitos (Lei de
Execução Fiscal / precatórios).
• Privilégios Processuais: Vara privativa, prazo em dobro para se manifestar, duplo
grau de jurisdição;
• Privilégios Tributários: Imunidade de impostos relativos a bens, serviços e rendas;
• Regime de Pessoal é Estatutário.

↪ ROL EXEMPLIFICATIVO:
* FUNCEP – Fundação Centro de Formação de Servidores Públicos;
* Fundação Casa Popular;
* Fundação Brasil Central;
* FUNAI – Fundação Nacional do Índio;
* FAPESP - Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo;
* Fundação Padre Anchieta Rádio e TV Educativas;
* IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística;
* IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicadas.

II. FUNDAÇÃO PÚBLICA DE DIREITO PRIVADO (Fundação Governamental): Recebe


um tratamento jurídico híbrido próximo do que é aplicado a empresa pública e a
sociedade de economia mista:
• Lei autoriza a sua criação, mas nasce com atos constitutivos inscritos no Registro
Civil das Pessoas Jurídicas;
• Não se sujeita a fiscalização do Ministério Público como ocorre com as fundações
privadas;
• Sofre fiscalização do Ministério Supervisor, do TCU e por meio das demais formas
aplicáveis a Administração Pública;
• Não tem privilégio processual;
• Regime Especial de Bens, se indispensáveis a prestação de serviço público:
impenhoráveis, imprescritíveis, inalienáveis, não passíveis de oneração;
• Responsabilidade Civil Objetiva quando prestadora de serviço público;
• Obedecem a lei de licitações e contratos públicos e a contabilidade segue as normas
de finanças públicas.

14
• Regime de Pessoal é a CLT – Empregados públicos, mas com respeito ao teto, a
vedação de acumulação, a LIA e para fins penais, como servidores públicos;
• Dirigentes sujeitos a Ministério Supervisor e a Administração Pública;
FUNPRESP- EXE (Fundação de Previdência Complementar do Servidor Público
Federal do Poder Executivo e FUNPRESP-Jud).

C. AGÊNCIA EXECUTIVA: São Autarquias ou Fundações Públicas elevadas a categoria


de Agência Executiva por iniciativa da Administração Direta, desde que preenchidas
determinadas condições, como por exemplo o INMETRO.

• DEFINIÇÃO:

Art. 51, Lei 9.649/98. O Poder Executivo poderá qualificar como Agência
Executiva a autarquia ou fundação que tenha cumprido os seguintes requisitos:
I - Ter um plano estratégico de reestruturação e de desenvolvimento
institucional em andamento;
II - Ter celebrado Contrato de Gestão com o respectivo Ministério supervisor.
§1o A qualificação como Agência Executiva será feita em ato do Presidente da
República.
§2o O Poder Executivo editará medidas de organização administrativa
específicas para as Agências Executivas, visando assegurar a sua autonomia de
gestão, bem como a disponibilidade de recursos orçamentários e financeiros
para o cumprimento dos objetivos e metas definidos nos Contratos de Gestão.

Art. 52, Lei 9.649/98. Os planos estratégicos de reestruturação e de


desenvolvimento institucional definirão diretrizes, políticas e medidas voltadas
para a racionalização de estruturas e do quadro de servidores, a revisão dos
processos de trabalho, o desenvolvimento dos recursos humanos e o
fortalecimento da identidade institucional da Agência Executiva.
§1o Os Contratos de Gestão das Agências Executivas serão celebrados com
periodicidade mínima de um ano e estabelecerão os objetivos, metas e
respectivos indicadores de desempenho da entidade, bem como os recursos
necessários e os critérios e instrumentos para a avaliação do seu cumprimento.
§2o O Poder Executivo definirá os critérios e procedimentos para a elaboração
e o acompanhamento dos Contratos de Gestão e dos programas estratégicos de
reestruturação e de desenvolvimento institucional das Agências Executivas.

• Difere da Agência Reguladora, vez que a Agência Executiva é destinada a exercer


atividade estatal, com melhor desenvoltura e operacionalidade, enquanto a Agência
Reguladora exerce regulamentação, controle, fiscalização de atividade privada.

• É qualificada como Agência Executiva por decreto do Chefe do Executivo, se:

* Tiver plano estratégico de reestruturação e de desenvolvimento institucional em


andamento;

* Tiver celebrado contrato de gestão com o respectivo Ministério Supervisor,


quando o Executivo estabelecerá regras dando-lhe maior autonomia de gestão e
recursos para ela alcançar suas metas no prazo de um ano.

15
• O objetivo da qualificação é tornar a Autarquia ou Fundação mais eficiente, com
otimização de recursos, redução de custos e aperfeiçoamento dos serviços
prestados, mas atos e contratos seguem Regime Administrativo.

• Maior limite para dispensa de licitação: R$30.000,00 e R$16.000,00.

D. EMPRESAS ESTATAIS: O termo designa as sociedades empresariais e civis de que


o Estado seja o controlador acionário, incluindo a sociedade de economia mista, a
empresa pública e demais empresas de natureza diversa. Ao nosso estudo presente
interessam apenas a empresa pública e a sociedade de economia mista.

I. EMPRESA PÚBLICA: É uma pessoa jurídica de Direito Privado criada depois de


prévia autorização legislativa, como meio do Estado agir para a consecução do fim a
que ela foi destinada, notadamente para a prestação de serviço público ou
exploração de atividade econômica, podendo assumir quaisquer das formas
admitidas pelo direito, mas com capital social estritamente público.
↪ Exemplos: BNDES, Radiobrás, EBCT, CEF, EMBRAPA, SERPRO, Casa da Moeda,
FINEP e INFRAERO.

II. SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA: É a pessoa jurídica de Direito Privado criada


para a prestação de serviço público ou exploração de atividade econômica, depois
da publicação de lei autorizativa, obrigatoriamente constituída sob a forma de
Sociedade Anônima, pertencendo obrigatoriamente ao Estado a maioria do capital
social votante.
↪ Exemplos: BB, Petrobrás, Instituto de Resseguros do Brasil, Eletrobrás, Telebrás,
Bando do Nordeste e a maioria dos bancos estaduais.

III. CONCEITOS: É encontrado nos Arts. 3º e 4º do Estatuto das Empresas Estatais /


Lei das Responsabilidades Estatais - Lei nº 13.303/2016.

Art. 3º, Lei 13.303/2016. Empresa Pública é a entidade dotada de


personalidade jurídica de direito privado, com criação autorizada por lei e com
patrimônio próprio, cujo capital social é integralmente detido pela União, pelos
Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios.
Parágrafo único. Desde que a maioria do capital votante permaneça em
propriedade da União, do Estado, do Distrito Federal ou do Município, será
admitida, no capital da empresa pública, a participação de outras pessoas
jurídicas de direito público interno, bem como de entidades da administração
indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

Art. 4º, Lei 13.303/2016. Sociedade de Economia Mista é a entidade dotada de


personalidade jurídica de direito privado, com criação autorizada por lei, sob a
forma de sociedade anônima, cujas ações com direito a voto pertençam em sua
maioria à União, aos Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios ou a entidade
da administração indireta.

16
IV. CARACTERÍSTICAS:

• A constituição de Empresa Pública ou de Sociedade de Economia Mista para


exploração de atividade econômica dependerá de prévia autorização legal que
indique, de forma clara, relevante interesse coletivo ou imperativo de segurança
nacional, nos termos do caput do Art. 173, CF .

• O estatuto da Empresa Pública, da Sociedade de Economia Mista e de suas


subsidiárias deverá observar regras de governança corporativa, de transparência e
de estruturas, práticas de gestão de riscos e de controle interno, composição da
administração e, havendo acionistas, mecanismos para sua proteção, nos termos da
Lei nº 13.303/2016.

• As duas terão a função social de realização do interesse coletivo relevante ou de


atendimento a imperativo da segurança nacional, expressa no instrumento de
autorização legal para a sua criação.

• A realização do interesse coletivo deverá ser orientada para o alcance do bem-estar


econômico e para a alocação socialmente eficiente dos recursos geridos pela
Sociedade de Economia Mista e pela Empresa Pública, bem como para a ampliação
economicamente sustentada do acesso de consumidores aos produtos e serviços; o
desenvolvimento ou emprego de tecnologia brasileira para produção e oferta de
produtos e serviços, sempre de maneira economicamente justificada.

• A Empresa Pública e a Sociedade de Economia Mista deverão, nos termos da lei,


adotar práticas de sustentabilidade ambiental e de responsabilidade social
corporativa compatíveis com o mercado em que atuam.

• A Empresa Pública e a Sociedade de Economia Mista poderão celebrar convênio ou


contrato de patrocínio com pessoa física ou com pessoa jurídica para promoção de
atividades culturais, sociais, esportivas, educacionais e de inovação tecnológica,
desde que comprovadamente vinculadas ao fortalecimento de sua marca,
observando-se, no que couber, as normas de licitação e contratos da Lei das Estatais.

• Quando as Empresa Pública e a Sociedade de Economia Mista forem prestadoras


de serviços públicos, a titularidade do serviço continua sendo do ente federado, pois
elas recebem apenas a descentralização da prestação do serviço.

• Embora o regime jurídico delas seja de Direito Privado, este regime sofre
mitigação, porque se mistura com algumas normas de Direito Público, formando um
Regime Híbrido.

• Quando prestadoras de serviços públicos a influência do Regime Jurídico-


Administrativo é ainda maior.

• Quando exploradoras de atividade econômica o Regime Jurídico delas mais se


aproxima do Regime Jurídico de Direito Privado.

• Estão submetidas a Supervisão Ministerial, a controle do Tribunal de Contas, a


Ação Popular e aos demais controles previstos para o cidadão.

17
• Precisam licitar nos termos da Lei nº 13.303/2016.

• Dispensa de licitação para contratações de até R$100.000,00 para obras e serviços


de engenharia e para contratações de até R$50.000,00 para outros serviços e
compras e para alienações.

• Inexigibilidade de licitação nos termos da Lei nº 13.303/2016, que apresenta rol


exemplificativo, e sempre que ausente pressuposto de viabilidade de competição:
seja ele lógico, pluralidade de objeto ou de licitante; seja ele fático, que exige
interesse do mercado na contratação; seja ele jurídico, que estabelece que a licitação
deve proteger o interesse público.

• Se exploradoras de atividade econômica o Regime Tributário é o mesmo das


demais empresas.

• Se prestadoras de serviço público de prestação obrigatória e exclusiva do Estado


terão Imunidade Tributária Recíproca do Art. 150, I, “a”, CF (EBCT, INFRAERO,
CODESP).

• A Responsabilidade Civil depende da finalidade delas:

* Se forem prestadoras de serviço público a responsabilidade será objetiva, exceto


no caso de condutas omissivas, quando a reponsabilidade civil será subjetiva.

* Se forem exploradoras de atividade econômica a responsabilidade será subjetiva.

• O Estado responde subsidiariamente pelos danos causados pelas Empresa Pública


e Sociedade Econômica Mista prestadoras de serviços públicos, mas não no caso das
Empresa Pública e Sociedade Econômica Mista exploradoras de atividade
econômica.

• O Regime de Pessoal das duas é o de Emprego Público regido pela CLT, exceto para
o caso dos dirigentes e conselheiros que seguem o regime legal da Lei nº
13.303/2016.

• Para algumas regras, os Empregados Públicos se equiparam a Servidores Públicos,


sendo exigido Concurso Público para o ingresso no emprego público, com algumas
exceções no caso das exploradoras de atividade econômica.

• Submetem-se:

* Ao teto remuneratório, exceto se não receberem recursos do Estado para


pagamento de pessoal e custeio em geral;

* A vedação de acumulação de cargos e empregos públicos;

* Sujeição dos atos ao MS, a AP, ao HD e a LIA e Art. 377, CP.

• O Regime de Bens é de Direito Privado, exceto no caso das prestadoras de serviços


públicos para os bens indispensáveis a prestação dos serviços.

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• A aquisição e a alienação dos bens delas deve obediência ao estatuído na Lei nº
13.303/2016.

• A Empresa Pública e a Sociedade de Economia Mista não estão sujeitas ao Regime


Falimentar (Lei 11.101/2005).

E. TERCEIRO SETOR

• SETORES ECONÔMICOS

I. PRIMEIRO SETOR: É representado pelo ESTADO, incluindo a Administração


Direta e Indireta, atuando sem objetivo de lucro com implantação de oferta de
serviços públicos com isonomia, de modo a que todos possam desfrutá-lo, como
meio de reduzir as desigualdades, bem como com a criação de meios para um
desenvolvimento com geração de empregos e melhor distribuição de renda.

II. SEGUNDO SETOR: É representado em regra pelo MERCADO com atuação da


iniciativa privada com base na livre-iniciativa e busca pelo lucro.

III. TERCEIRO SETOR: Composto pelas ATIVIDADES DE ENTIDADES PROVADAS,


sem fins lucrativos e que realizam atividades de interesse social e coletivo.
↪ São entes de cooperação que podem receber incentivos do Estado.

IV. QUARTO SETOR: Trata-se da ECONOMIA INFORMAL, que apesar disso,


movimenta ao menos uma dezena de trilhões de dólares ao ano.

• ENTES DE COOPERAÇÃO

I. SERVIÇOS SOCIAIS AUTÔNOMOS


• São formados por pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, que
prestam ATIVIDADE PRIVADA DE DIREITO PÚBLICO NÃO PRIVATIVA DO
ESTADO.

• São entidades paraestatais financiadas com recursos provenientes das


Contribuições Parafiscais.

• CARACTERÍSTICAS:
- Estão sujeitas a licitação, mas com regras estabelecidas no Regulamento
Simplificado do Sistema “S”.
- Julgamento pela Justiça Estadual, conforme Súmula 516, STF (O Serviço Social
da Indústria (SESI) está sujeito à jurisdição da Justiça Estadual).
- São instituídas pelas respectivas confederações (patronais), depois de
autorização legislativa;
- Regime de pessoal celetista, estão sujeitos à CLT;
- Contra atos dos dirigentes cabe Mandado de Segurança;

↪ Exemplos: Sesi, Sesc, Senai, Senac, Senar, Sest, Senat, Sebrae.

19
II. ENTIDADES DE APOIO
• São pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos. Desse modo, são
constituídas como FUNDAÇÕES DE DIREITO PRIVADO, como as associações e
cooperativas.

• Visam a prestação de SERVIÇO SOCIAL ou SERVIÇOS SOCIAIS NÃO EXCLUSIVOS,


voltados para a área de educação, ciência, saúde e pesquisa, como exemplo a
Fundações de Apoio às Universidades Públicas.

• CARACTERÍSTICAS:
- Recebem fomento do Estado;
- Convênio é a forma de vínculo com o Estado;
- Regime de pessoal celetista, estão sujeitos à CLT.

↪ Exemplos: Finatec, Fundep, FCPC, Fundeps, Fapex, Fusp, Certi.

III. ORGANIZAÇÕES SOCIAIS


• É regida pela Lei 9.637/1998, e pelo Art. 37, § 8º, CF.

• São pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujas atividades
sejam dirigidas ao Ensino, à Pesquisa Científica, ao Desenvolvimento Tecnológico,
à Proteção e Preservação do Meio Ambiente, à Cultura e à Saúde.

• Prestam SERVIÇOS PÚBLICOS NÃO EXCLUSIVOS, atuando em nome próprio em


regime jurídico de direito privado.

• CARACTERÍSTICAS:
- Recebem apoio do Estado.
- Atividades: cultura, saúde, ensino e pesquisa científica, meio ambiente,
desenvolvimento tecnológico.
- “OS” é um qualificação recebida do Estado;
- Firmam contrato de gestão com o Estado, depois de procedimento público de
escolha.

↪ Exemplos: Associação Brasileira de Tecnologia Luz Síncontron (ABTlus),


Laboratório Nacional de Luz Síncotron (LNLS), Instituto de Desenvolvimento
Sustentável Mamirauá (IDSM).

IV. ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL DE INTERESSE PÚBLICO - OSCP


• É regida pela Lei nº 9790/1999 e pelo Decreto nº 3.100/1999.

• É uma pessoa jurídica de direito privado, que presta SERVIÇOS SOCIAIS NÃO
ESCLUSIVOS DO ESTADO.

• CARACTERÍSTICAS:
- O vínculo com o Estado advém de termo de parceria;
- Qualificação mediante habilitação junto ao Ministério da Justiça;
- Atuação: Assistência social, cultura, desenvolvimento econômico, meio
ambiente, patrimônio histórico e artístico, etc.

20
V. ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL – OSC’S (ONG)
• São regidas pelo Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil
(MROSC) – Lei nº 13.019/2014 com suas alterações.

• DEFINIÇÃO:

Art. 2º, Lei 13.019/2014. Para os fins desta Lei, considera-se:


I - Organização da sociedade civil:
a) Entidade Privada sem fins lucrativos que não distribua entre os seus sócios
ou associados, conselheiros, diretores, empregados, doadores ou terceiros,
eventuais resultados, sobras, excedentes operacionais, brutos ou líquidos,
dividendos, isenções de qualquer natureza, participações ou parcelas do seu
patrimônio, auferidos mediante o exercício de suas atividades, e que os aplique
integralmente na consecução do respectivo objeto social, de forma imediata ou
por meio da constituição de fundo patrimonial ou fundo de reserva;
b) As Sociedades Cooperativas previstas na Lei nº 9.867, de 10 de novembro de
1999; as integradas por pessoas em situação de risco ou vulnerabilidade
pessoal ou social; as alcançadas por programas e ações de combate à pobreza e
de geração de trabalho e renda; as voltadas para fomento, educação e
capacitação de trabalhadores rurais ou capacitação de agentes de assistência
técnica e extensão rural; e as capacitadas para execução de atividades ou de
projetos de interesse público e de cunho social.
c) As Organizações Religiosas que se dediquem a atividades ou a projetos de
interesse público e de cunho social distintas das destinadas a fins
exclusivamente religiosos;

• Podem celebrar PARCERIAS mediante Termo de Colaboração, Termo de Fomento


e Acordo de Cooperação.

* TERMO DE COLABORAÇÃO: Instrumento por meio do qual são formalizadas as


parcerias estabelecidas pela administração pública com organizações da sociedade
civil para a consecução de finalidades de interesse público e recíproco propostas
pela administração pública que envolvem a transferência de recursos financeiros.

* TERMO DE FOMENTO: Instrumento por meio do qual são formalizadas as


parcerias estabelecidas pela administração pública com organizações da sociedade
civil para a consecução de finalidades de interesse público e recíproco propostas
pelas organizações da sociedade civil que envolvam a transferência de recursos
financeiros.

* ACORDO DE COOPERAÇÃO: Instrumento por meio do qual são formalizadas as


parcerias estabelecidas pela administração pública com organizações da sociedade
civil para a consecução de finalidades de interesse público e recíproco que não
envolvam a transferência de recursos financeiros.

• Tempo de existência para firmar parceria com o Poder Público:


- 1 ano para contratar com o Município.
- 2 anos para contratar com o Estado Membro.
- 3 anos para contratar com a União.

21
↠ LEI 13.019, DE 31 DE JULHO DE 2014

• Estabelece o regime jurídico das parcerias entre a administração pública e as


organizações da sociedade civil, em regime de mútua cooperação, para a consecução
de finalidades de interesse público e recíproco, mediante a execução de atividades
ou de projetos previamente estabelecidos em planos de trabalho inseridos em
termos de colaboração, em termos de fomento ou em acordos de cooperação.

Art. 5º. O regime jurídico de que trata esta Lei tem como fundamentos a gestão pública
democrática, a participação social, o fortalecimento da sociedade civil, a transparência
na aplicação dos recursos públicos, os princípios da legalidade, da legitimidade, da
impessoalidade, da moralidade, da publicidade, da economicidade, da eficiência e da
eficácia.

Art. 18. É instituído o Procedimento de Manifestação de Interesse Social como


instrumento por meio do qual as organizações da sociedade civil, movimentos sociais e
cidadãos poderão apresentar propostas ao poder público para que este avalie a
possibilidade de realização de um chamamento público objetivando a celebração de
parceria.

Art. 19. A proposta a ser encaminhada à administração pública deverá atender aos
seguintes requisitos:
I - Identificação do subscritor da proposta;
II - Indicação do interesse público envolvido;
III - Diagnóstico da realidade que se quer modificar, aprimorar ou desenvolver e, quando
possível, indicação da viabilidade, dos custos, dos benefícios e dos prazos de execução da
ação pretendida.

Art. 20. Preenchidos os requisitos do Art. 19, a administração pública deverá tornar
pública a proposta em seu sítio eletrônico e, verificada a conveniência e oportunidade
para realização do Procedimento de Manifestação de Interesse Social, o instaurará para
oitiva da sociedade sobre o tema.
Parágrafo Único. Os prazos e regras do procedimento de que trata esta Seção observarão
regulamento próprio de cada ente federado, a ser aprovado após a publicação desta Lei.

Art. 21. A realização do Procedimento de Manifestação de Interesse Social não implicará


necessariamente na execução do chamamento público, que acontecerá de acordo com os
interesses da administração.
§1º A realização do Procedimento de Manifestação de Interesse Social não dispensa a
convocação por meio de chamamento público para a celebração de parceria.
§2º A proposição ou a participação no Procedimento de Manifestação de Interesse Social
não impede a organização da sociedade civil de participar no eventual chamamento
público subsequente.
§3º É vedado condicionar a realização de chamamento público ou a celebração de
parceria à prévia realização de Procedimento de Manifestação de Interesse Social.

Art. 23. A administração pública deverá adotar procedimentos claros, objetivos e


simplificados que orientem os interessados e facilitem o acesso direto aos seus órgãos e
instâncias decisórias, independentemente da modalidade de parceria prevista nesta Lei.
Parágrafo Único. Sempre que possível, a administração pública estabelecerá critérios a
serem seguidos, especialmente quanto às seguintes características:
I - Objetos;
II - Metas;

22
III - (Revogado)
IV - Custos;
V - (Revogado)
VI - Indicadores, quantitativos ou qualitativos, de avaliação de resultados.

Art. 24. Exceto nas hipóteses previstas nesta Lei, a celebração de termo de colaboração
ou de fomento será precedida de chamamento público voltado a selecionar organizações
da sociedade civil que tornem mais eficaz a execução do objeto.
§1º O edital do chamamento público especificará, no mínimo:
I - A programação orçamentária que autoriza e viabiliza a celebração da parceria;
II - (Revogado)
III - O objeto da parceria;
IV - As datas, os prazos, as condições, o local e a forma de apresentação das propostas;
V - As datas e os critérios de seleção e julgamento das propostas, inclusive no que se
refere à metodologia de pontuação e ao peso atribuído a cada um dos critérios
estabelecidos, se for o caso;
VI - O valor previsto para a realização do objeto;
VII - (Revogado)
VIII - As condições para interposição de recurso administrativo;
IX - A minuta do instrumento por meio do qual será celebrada a parceria;
X - De acordo com as características do objeto da parceria, medidas de acessibilidade
para pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida e idosos.
§2º É vedado admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação, cláusulas ou
condições que comprometam, restrinjam ou frustrem o seu caráter competitivo em
decorrência de qualquer circunstância impertinente ou irrelevante para o específico
objeto da parceria, admitidos:
I - A seleção de propostas apresentadas exclusivamente por concorrentes sediados ou
com representação atuante e reconhecida na unidade da Federação onde será executado
o objeto da parceria;
II - O estabelecimento de cláusula que delimite o território ou a abrangência da prestação
de atividades ou da execução de projetos, conforme estabelecido nas políticas setoriais.

Art. 26. O edital deverá ser amplamente divulgado em página do sítio oficial da
administração pública na internet, com antecedência mínima de trinta dias.

Art. 27. O grau de adequação da proposta aos objetivos específicos do programa ou da


ação em que se insere o objeto da parceria e, quando for o caso, ao valor de referência
constante do chamamento constitui critério obrigatório de julgamento.
§1º As propostas serão julgadas por uma comissão de seleção previamente designada,
nos termos desta Lei, ou constituída pelo respectivo conselho gestor, se o projeto for
financiado com recursos de fundos específicos.
§2º Será impedida de participar da comissão de seleção pessoa que, nos últimos cinco
anos, tenha mantido relação jurídica com, ao menos, uma das entidades participantes do
chamamento público.
§3º Configurado o impedimento previsto no §2º, deverá ser designado membro
substituto que possua qualificação equivalente à do substituído.
§4º A administração pública homologará e divulgará o resultado do julgamento em
página do sítio previsto no art. 26.
§5º Será obrigatoriamente justificada a seleção de proposta que não for a mais adequada
ao valor de referência constante do chamamento público.
§6º A homologação não gera direito para a organização da sociedade civil à celebração
da parceria.

23
Art. 28. Somente depois de encerrada a etapa competitiva e ordenadas as propostas, a
administração pública procederá à verificação dos documentos que comprovem o
atendimento pela organização da sociedade civil selecionada dos requisitos previstos
nos arts. 33 e 34.
§1º Na hipótese de a organização da sociedade civil selecionada não atender aos
requisitos exigidos nos arts. 33 e 34, aquela imediatamente mais bem classificada poderá
ser convidada a aceitar a celebração de parceria nos termos da proposta por ela
apresentada.
§2º Caso a organização da sociedade civil convidada nos termos do § 1º aceite celebrar a
parceria, proceder-se-á à verificação dos documentos que comprovem o atendimento
aos requisitos previstos nos arts. 33 e 34.
§3º (Revogado)

Art. 29. Os termos de colaboração ou de fomento que envolvam recursos decorrentes de


emendas parlamentares às leis orçamentárias anuais e os acordos de cooperação serão
celebrados sem chamamento público, exceto, em relação aos acordos de cooperação,
quando o objeto envolver a celebração de comodato, doação de bens ou outra forma de
compartilhamento de recurso patrimonial, hipótese em que o respectivo chamamento
público observará o disposto nesta Lei.

Art. 30. A administração pública poderá dispensar a realização do chamamento público:


I - No caso de urgência decorrente de paralisação ou iminência de paralisação de
atividades de relevante interesse público, pelo prazo de até cento e oitenta dias;
II - Nos casos de guerra, calamidade pública, grave perturbação da ordem pública ou
ameaça à paz social;
III - Quando se tratar da realização de programa de proteção a pessoas ameaçadas ou em
situação que possa comprometer a sua segurança;
IV - (VETADO)
V - (VETADO)
VI - No caso de atividades voltadas ou vinculadas a serviços de educação, saúde e
assistência social, desde que executadas por organizações da sociedade civil
previamente credenciadas pelo órgão gestor da respectiva política.

Art. 31. Será considerado inexigível o chamamento público na hipótese de inviabilidade


de competição entre as organizações da sociedade civil, em razão da natureza singular
do objeto da parceria ou se as metas somente puderem ser atingidas por uma entidade
específica, especialmente quando:
I - O objeto da parceria constituir incumbência prevista em acordo, ato ou compromisso
internacional, no qual sejam indicadas as instituições que utilizarão os recursos;
II - A parceria decorrer de transferência para organização da sociedade civil que esteja
autorizada em lei na qual seja identificada expressamente a entidade beneficiária,
inclusive quando se tratar da subvenção prevista no inciso I do § 3º do art. 12 da Lei nº
4.320, de 17 de março de 1964, observado o disposto no art. 26 da Lei Complementar nº
101, de 4 de maio de 2000.

Art. 32. Nas hipóteses dos arts. 30 e 31 desta Lei, a ausência de realização de chamamento
público será justificada pelo administrador público.
§1º Sob pena de nulidade do ato de formalização de parceria prevista nesta Lei, o extrato
da justificativa previsto no caput deverá ser publicado, na mesma data em que for
efetivado, no sítio oficial da administração pública na internet e, eventualmente, a
critério do administrador público, também no meio oficial de publicidade da
administração pública.

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§2º Admite-se a impugnação à justificativa, apresentada no prazo de cinco dias a contar
de sua publicação, cujo teor deve ser analisado pelo administrador público responsável
em até cinco dias da data do respectivo protocolo.
§3º Havendo fundamento na impugnação, será revogado o ato que declarou a dispensa
ou considerou inexigível o chamamento público, e será imediatamente iniciado o
procedimento para a realização do chamamento público, conforme o caso.
§4º A dispensa e a inexigibilidade de chamamento público, bem como o disposto no Art.
29, não afastam a aplicação dos demais dispositivos desta Lei.

Art. 35. A celebração e a formalização do termo de colaboração e do termo de fomento


dependerão da adoção das seguintes providências pela administração pública:
I - Realização de chamamento público, ressalvadas as hipóteses previstas nesta Lei;
II - Indicação expressa da existência de prévia dotação orçamentária para execução da
parceria;
III - Demonstração de que os objetivos e finalidades institucionais e a capacidade técnica
e operacional da organização da sociedade civil foram avaliados e são compatíveis com
o objeto;
IV - Aprovação do plano de trabalho, a ser apresentado nos termos desta Lei;
V - Emissão de parecer de órgão técnico da administração pública, que deverá
pronunciar-se, de forma expressa, a respeito:
a) Do mérito da proposta, em conformidade com a modalidade de parceria adotada;
b) Da identidade e da reciprocidade de interesse das partes na realização, em mútua
cooperação, da parceria prevista nesta Lei;
c) Da viabilidade de sua execução;
d) Da verificação do cronograma de desembolso;
e) Da descrição de quais serão os meios disponíveis a serem utilizados para a fiscalização
da execução da parceria, assim como dos procedimentos que deverão ser adotados para
avaliação da execução física e financeira, no cumprimento das metas e objetivos;
f) (Revogada);
g) Da designação do gestor da parceria;
h) Da designação da comissão de monitoramento e avaliação da parceria;
i) (Revogada);
VI - Emissão de parecer jurídico do órgão de assessoria ou consultoria jurídica da
administração pública acerca da possibilidade de celebração da parceria.
§1º Não será exigida contrapartida financeira como requisito para celebração de
parceria, facultada a exigência de contrapartida em bens e serviços cuja expressão
monetária será obrigatoriamente identificada no termo de colaboração ou de fomento.
§2º Caso o parecer técnico ou o parecer jurídico de que tratam, respectivamente, os
incisos V e VI concluam pela possibilidade de celebração da parceria com ressalvas,
deverá o administrador público sanar os aspectos ressalvados ou, mediante ato formal,
justificar a preservação desses aspectos ou sua exclusão.
§3º Na hipótese de o gestor da parceria deixar de ser agente público ou ser lotado em
outro órgão ou entidade, o administrador público deverá designar novo gestor,
assumindo, enquanto isso não ocorrer, todas as obrigações do gestor, com as respectivas
responsabilidades.
§4º (Revogado).
§5º Caso a organização da sociedade civil adquira equipamentos e materiais
permanentes com recursos provenientes da celebração da parceria, o bem será gravado
com cláusula de inalienabilidade, e ela deverá formalizar promessa de transferência da
propriedade à administração pública, na hipótese de sua extinção.
§6º Será impedida de participar como gestor da parceria ou como membro da comissão
de monitoramento e avaliação pessoa que, nos últimos 5 (cinco) anos, tenha mantido
relação jurídica com, ao menos, 1 (uma) das organizações da sociedade civil partícipes.

25
§7º Configurado o impedimento do § 6º , deverá ser designado gestor ou membro
substituto que possua qualificação técnica equivalente à do substituído.

Art. 35-A. É permitida a atuação em rede, por duas ou mais organizações da sociedade
civil, mantida a integral responsabilidade da organização celebrante do termo de
fomento ou de colaboração, desde que a organização da sociedade civil signatária do
termo de fomento ou de colaboração possua:
I - Mais de cinco anos de inscrição no CNPJ;
II - Capacidade técnica e operacional para supervisionar e orientar diretamente a
atuação da organização que com ela estiver atuando em rede.
Parágrafo Único. A organização da sociedade civil que assinar o termo de colaboração ou
de fomento deverá celebrar termo de atuação em rede para repasse de recursos às não
celebrantes, ficando obrigada a, no ato da respectiva formalização:
I - Verificar, nos termos do regulamento, a regularidade jurídica e fiscal da organização
executante e não celebrante do termo de colaboração ou do termo de fomento, devendo
comprovar tal verificação na prestação de contas;
II - Comunicar à administração pública em até sessenta dias a assinatura do termo de
atuação em rede.

Art. 36. Será obrigatória a estipulação do destino a ser dado aos bens remanescentes da
parceria.
Parágrafo Único. Os bens remanescentes adquiridos com recursos transferidos poderão,
a critério do administrador público, ser doados quando, após a consecução do objeto, não
forem necessários para assegurar a continuidade do objeto pactuado, observado o
disposto no respectivo termo e na legislação vigente.

Art. 38. O termo de fomento, o termo de colaboração e o acordo de cooperação somente


produzirão efeitos jurídicos após a publicação dos respectivos extratos no meio oficial
de publicidade da administração pública.

Art. 42. As parcerias serão formalizadas mediante a celebração de termo de colaboração,


de termo de fomento ou de acordo de cooperação, conforme o caso, que terá como
cláusulas essenciais:
I - A descrição do objeto pactuado;
II - As obrigações das partes;
III - Quando for o caso, o valor total e o cronograma de desembolso;
IV - (Revogado);
V - A contrapartida, quando for o caso, observado o disposto no §1º do Art. 35;
VI - A vigência e as hipóteses de prorrogação;
VII - A obrigação de prestar contas com definição de forma, metodologia e prazos;
VIII - A forma de monitoramento e avaliação, com a indicação dos recursos humanos e
tecnológicos que serão empregados na atividade ou, se for o caso, a indicação da
participação de apoio técnico nos termos previstos no § 1º do art. 58 desta Lei;
IX - A obrigatoriedade de restituição de recursos, nos casos previstos nesta Lei;
X - A definição, se for o caso, da titularidade dos bens e direitos remanescentes na data
da conclusão ou extinção da parceria e que, em razão de sua execução, tenham sido
adquiridos, produzidos ou transformados com recursos repassados pela administração
pública;
XI - (Revogado);
XII - A prerrogativa atribuída à administração pública para assumir ou transferir a
responsabilidade pela execução do objeto, no caso de paralisação, de modo a evitar sua
descontinuidade;
XIII - (Revogado);

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XIV - Quando for o caso, a obrigação de a organização da sociedade civil manter e
movimentar os recursos em conta bancária específica, observado o disposto no art. 51;
XV - O livre acesso dos agentes da administração pública, do controle interno e do
Tribunal de Contas correspondente aos processos, aos documentos e às informações
relacionadas a termos de colaboração ou a termos de fomento, bem como aos locais de
execução do respectivo objeto;
XVI - A faculdade dos partícipes rescindirem o instrumento, a qualquer tempo, com as
respectivas condições, sanções e delimitações claras de responsabilidades, além da
estipulação de prazo mínimo de antecedência para a publicidade dessa intenção, que não
poderá ser inferior a 60 (sessenta) dias;
XVII - A indicação do foro para dirimir as dúvidas decorrentes da execução da parceria,
estabelecendo a obrigatoriedade da prévia tentativa de solução administrativa, com a
participação de órgão encarregado de assessoramento jurídico integrante da estrutura
da administração pública;
XVIII - (Revogado);
XIX - A responsabilidade exclusiva da organização da sociedade civil pelo gerenciamento
administrativo e financeiro dos recursos recebidos, inclusive no que diz respeito às
despesas de custeio, de investimento e de pessoal;
XX - A responsabilidade exclusiva da organização da sociedade civil pelo pagamento dos
encargos trabalhistas, previdenciários, fiscais e comerciais relacionados à execução do
objeto previsto no termo de colaboração ou de fomento, não implicando
responsabilidade solidária ou subsidiária da administração pública a inadimplência da
organização da sociedade civil em relação ao referido pagamento, os ônus incidentes
sobre o objeto da parceria ou os danos decorrentes de restrição à sua execução.
Parágrafo Único. Constará como anexo do termo de colaboração, do termo de fomento
ou do acordo de cooperação o plano de trabalho, que deles será parte integrante e
indissociável.

27
01. CONCEITO: Agente Público é aquele que presta qualquer tipo de serviço ao
Estado, exercendo funções públicas ainda que temporariamente e sem
remuneração.
↪ Podem figurar no Polo Passivo da Medida de Segurança e são alvos da Lei de
Improbidade Administrativa.

02. MEMBROS

I. AGENTES POLÍTICOS: São aqueles que compõem os altos escalões do Poder


Público, responsáveis pela elaboração das diretrizes de atuação governamental,
possuindo atribuições próprias previstas na Constituição, desempenhando
funções de direção, orientação e supervisão geral da administração.

• Em regra, ingressam por meio de eleições, desempenhando mandatos fixos, após


o qual encerra-se de forma automática seu vínculo com o Estado.

• Possuem vínculo institucional e estatutário com a Administração Pública, sendo


em regra, membros de poder que ocupam a cúpula que dirige o Estado.

• Para a Corrente Majoritária são Servidores Públicos Estatutários ocupantes de


Cargos Vitalícios, mas para outra Corrente são agentes políticos em razão de
exercerem parcela da soberania estatal e receberem subsídios.
↪ Exemplos: Magistrados, Promotores, Procuradores da República e Diplomatas.

Obs. Tendo em vista os exemplo acima, esses não são considerados agentes
públicos vez que ingressam na Administração Pública por meio de Concurso, não
possuem mandato fixo, possuem vínculo técnico-profissional com o Estado, não
respondem pela alta direção do Estado, não integram o Governo e não elaboram as
políticas públicas.

RE 228.977 – Julgado em 05-03-2002: “A autoridade judiciária não tem


responsabilidade civil pelos atos jurisdicionais praticados. Os
magistrados enquadram-se na espécie agente político, investidos para o
exercício de atribuições constitucionais, sendo dotados de plena
liberdade funcional no desempenho de suas funções, com prerrogativas
próprias e legislação específica.”

II. OCUPANTE DE CARGO EM COMISSÃO: São ocupantes de cargos exclusivos para


atribuições de Chefia, Direção e Assessoramento, sendo necessário vínculo de
confiança.

28
Art. 37, CF. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos
princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência
e, também, ao seguinte:
V - As funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes
de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores
de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei,
destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento;

• O processo de admissão consiste diretamente pela livre escolha, ou seja, é uma


das exceções a regra de Concurso Público, sendo que a nomeação e exoneração são
“ad nutum”, isto é, sem motivação. No entanto, se for apresentado motivo, aplica-
se a teoria dos motivos determinantes.

• Cabe a lei estabelecer os casos, as condições e percentuais de ocupação de cargos


em comissão por servidores de carreira.

Obs. Cargo em Comissão é diferente de Função de Confiança, a qual também é


exclusiva para Chefia, Direção e Assessoramento, no entanto, pode ser ocupada
somente por servidores de carreira.

III. CONTRATADOS TEMPORÁRIOS: São agentes contratados por tempo


determinado para atender necessidade de excepcional interesse público.

Art. 37, IX, CF. A lei estabelecerá os casos de contratação por tempo
determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse
público.

• Não possuem cargo, nem emprego público, apenas exercem uma função pública
remunerada temporária.
↪ Exemplos: Recenseadores do IBGE, professores substitutos em universidades
federais e contratados para auxiliar em casos de calamidade pública.

• Seu vínculo com Administração Pública é contratual.

• Exige-se Processo Seletivo Simplificado, sendo que em casos de calamidade


pública ou emergência ambiental, o processo seletivo pode ser dispensado.

• O prazo de contratação é variável, podendo ser de 06 meses a 04 anos.

• A Lei 8.745/1993 dispõe sobre a contratação por tempo determinado das


Pessoas Jurídicas de Direito Público da União.

IV. AGENTES MILITARES: São as pessoas físicas que prestam serviços a uma
categoria diferenciada na Administração Pública, vez que possuem como
princípios de sua organização, a hierarquia e a disciplina.

• Tem-se o vínculo estatutário sujeito a regime jurídico próprio, mediante


remuneração paga pelo Governo.

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• Os membros das Forças Armadas (Exército, Marinha e Aeronáutica) são
Servidores Públicos da União, vez que tratam-se de instituições permanentes e
regulares, em que a autoridade suprema é o Presidente da República, responsável
por conferir as patentes.

• Os membros da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros são Servidores Públicos


dos Estados, do Distrito Federal ou dos Territórios.

V. SERVIDORES PÚBLICOS ESTATUÁRIOS: São agentes administrativos que


mantêm relação funcional com o Estado de caráter estatutário (dispositivo legal
próprio que determina os deveres, direitos e obrigações, além de regular a relação
entre as partes, ou seja, entre a Administração e Servidores).
↪ Exemplos: Analista Previdenciário do INSS e fiscal do IBAMA.

• O regime estatutário é o regime comum de contratação de Agentes Públicos pela


Administração Pública Direta e por suas entidades da Administração Pública
Indireta, com Regime Jurídico de Direito Público.

• Lei 8112/1990 dispõe sobre o Estatuto do Servidor Público Federal.

• Exige-se a aprovação em Concurso Público para a contratação.

• O vículo é estatuário, isto é, não é por meio de contrato trabalhista.

• Servidores Públicos Estatutários ocupam Cargos Públicos e, após estágio


probatório de três anos, podem adquirir estabilidade.

• O regime jurídico admite alteração unilateral, respeitado o direito adquirido.

• Trata-se de um regime mais vantajoso e protetivo, vez que, devido a estabilidade,


o Servidor Público só perde o cargo por sentença judicial transitada em julgado;
por processo administrativo disciplinar; por avaliação periódica de desempenho;
ou para redução de despesas com pessoal.

• Aqueles que possuem Cargos Vitalícios, como os Magistrados, membros do


Ministério Público e dos Tribunais de Contas, somente perdem o cargo por
sentença judicial transitada em julgado e possuem estágio probatório de dois anos.

• Os Direitos Trabalhistas Garantidos dos Servidores Públicos Estatuários estão


elencados no Art.39, §3º, CF.

Art.39, §3º, CF. Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o disposto
no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX,
podendo a lei estabelecer requisitos diferenciados de admissão quando a
natureza do cargo o exigir.

Art. 7º, CF. São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que
visem à melhoria de sua condição social:

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IV - Salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a
suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação,
educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com
reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua
vinculação para qualquer fim;
VI - Irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo
coletivo;
VII - Garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem
remuneração variável;
VIII - Décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da
aposentadoria;
IX - Remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;
XII - Salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa
renda nos termos da lei;
XIII - Duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta
e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada,
mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho;
XV - Repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;
XVI - Remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em
cinqüenta por cento à do normal;
XVII - Gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do
que o salário normal;
XVIII - Licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração
de cento e vinte dias;
XIX - Licença-paternidade, nos termos fixados em lei;
XX - Proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos
específicos, nos termos da lei;
XXII - Redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde,
higiene e segurança;
XXX - Proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de
admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;

VI. EMPREGADOS PÚBLICOS: São aqueles que mantêm relação funcional com
Estado de caráter contratual trabalhista, sendo regidos basicamente pela
Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT).

• Submete-se à regra do Concurso Público, porém seu vínculo com a Administração


Pública não será legal, mas sim contratual.

• Não têm a estabilidade de um servidor público ocupante de cargo efetivo, típico


do regime estatutário, vez que ocupam emprego público.

• Trata-se de um regime menos protetivo e é aplicável a Administração Pública


Indireta com Regime de Direito Privado (empresas públicas, sociedades de
economia mista, fundações governamentais e consórcios privados).
↪ Exemplos: Empregados do Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Petrobrás
e Correios.

• Pode ser aplicado a Administração Pública Central para funções materiais


subalternas.

• O Empregado Público não tem estágio probatório e nem estabilidade, tendo


apenas contrato de experiência de 90 dias.

31
• Apesar de não terem estabilidade, somente podem ser demitidos após o devido
Processo Administrativo (contraditório e ampla defesa), segundo a doutrina.

Obs. O TST admite a demissão imotivada (Súmula 390 e OJ 247), já a EBCT


(Empresa Pública Prestadora de Serviço Público) determina que a demissão
precisa ser motivada (STF - RE. 589.998).

VII. AGENTES HONORÍFICOS: São cidadãos requisitados ou designados, em função


da sua honra, de sua condição cívica para, transitoriamente, colaborarem com o
Estado mediante a prestação de serviços específicos.

• Não possuem qualquer tipo de vínculo permanente com a Administração Pública,


atuando usualmente sem remuneração.
↪ Exemplos: Jurados, Mesários Eleitorais e os membros dos Conselhos Tutelares.

• Enquanto desempenham a função pública, ficam momentaneamente inseridos


na hierarquia do órgão.

• Exercem Função Pública sem serem Servidores Públicos:


↪ Requisitados de Serviço: Mesários e conscritos.
↪ Gestores de Negócios Públicos: Particulares que assumem espontaneamente
tarefa pública em emergências, quando o Estado não está presente para proteger
o interesse público: socorrista de parturiente.
↪ Contratados por Locação Civil de Serviços: Jurista contratado para parecer.
↪ Concessionários e Permissionários: Exercem função pública por delegação.
↪ Delegados de Função ou Ofício: Titulares de cartório.

03. ACUMULAÇÃO DE CARGOS, EMPREGOS E FUNÇÕES PÚBLICAS


• É admitida apenas nas seguintes hipóteses:
↪ Dois cargos de professor.
↪ Um cargo de professor com outro técnico ou científico.
↪ Dois cargos ou empregos privativos de profissionais da saúde, com profissões
regulamentadas, inclusive militares.
↪ Um cargo de vereador com outro cargo, emprego ou função pública.
↪ Um cargo de magistrado com outro de magistério.
↪ Um cargo de membro do Ministério Público com outro de magistério.

Obs. Essa regra também vale para a Administração Pública Indireta.

04. CONCURSO PÚBLICO

A. CONCEITO: É o procedimento administrativo utilizado para selecionar as pessoas


mais aptas que se candidatarem a exercer Cargos ou Empregos Públicos.
↪ Decorre dos princípios da Isonomia, Impessoalidade, Moralidade, Legalidade e
Meritocracia.
↪ O concurso pode ser de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e
a complexidade do cargo ou emprego, conforme previsto em lei.

32
B. EXCEÇÕES:
↪ Cargos em comissão;
↪ Funções de confiança;
↪ Contratados temporários (Processo Seletivo Simplificado).
↪ Agentes comunitários de saúde e agentes de combate a endemias (Processo
Seletivo);
↪ Agentes Políticos (Eleição).
↪ Particulares que colaboração com a Administração Pública por meio de
Convocação, Concurso ou Espontaneamente.
↪ Magistrados que ingressam pelo quinto constitucional e aqueles que assumem
cargos como membros nos Tribunais Superiores.
↪ Contratação de professores em universidades federais – via OS’s.

Súmula 686, STF. Apenas com previsão em lei se admite exame


psicotécnico.

Súmula 683, STF. Limitação de idade apenas é admitida quando possa ser
justificada pela natureza do cargo a ser exercido.

Súmula 684, STF. É inconstitucional o veto não motivado a participação


de candidato a concurso público.

Súmula 266, STJ. Exigência do diploma ou habilitação profissional


somente deve ser exigido na posse.

Obs. Quanto à Súmula 686, STF, o critério deve ser objetivo e deve ser garantida a
possibilidade de reexame quanto ao resultado da avaliação.

C. PRESSUPOSTO PARA ABERTURA DE CONCURSO PÚBLICO: Necessidade de


preenchimento de vaga e disponibilidade financeira para honrar as despesas.

D. VALIDADE DO CONCURSO: 2 anos, prorrogável por igual período.


↪ Não será aberto novo Concurso Público enquanto houver candidato aprovado em
concurso anterior com prazo de validade não expirado.
↪ A doutrina admite abertura de novo concurso, desde que seja mantida prioridade
dos aprovados no concurso anterior para ingresso no cargo (Art. 37, IV, CF).

• Os direitos do candidato aprovado no Concurso Público são o direito de


precedência e o direito de convocação por ordem de classificação.

• A aprovação em Concurso Público gera expectativa de Direito.

• Transforma-se em Direito Subjetivo:


↪ Preterição de ordem classificatória.
↪ Contratação temporária de pessoal em cargo para cujo provimento haja candidato
aprovado em concurso público.
↪ Aprovado dentro do número de vagas do edital.
↪ Quando ocorrer requisição de servidores para o exercício do cargo.
↪ Manifestação inequívoca da Administração Pública sobre a necessidade de novas
vagas.
↪ Convocação de candidatos para apresentar documentos necessários a nomeação.
33
• Não cabe indenização pela demora na nomeação, quando está é determinada pelo
Judiciário, exceto se existir flagrante arbitrariedade.

• Não há possibilidade de reserva de vaga se o convocado não quiser assumir o cargo


no momento da convocação.

E. RESERVA DE VAGAS PARA DEFICIENTES:


• O Art. 5º, §2º, da Lei 8112/1990, estabelece que serão reservadas até 20% das
vagas oferecidas em concurso público aos deficientes.

• O Decreto Federal determina que sejam reservadas ao menos 5% das vagas para
deficientes.

05. FUNÇÃO PÚBLICA: É o vínculo de trabalho com a Administração Pública em que


as atividades são exercidas por pessoas que não ocupam Cargo Público.
↪ Independe da existência ou ocupação de Cargo Público.

06. EMPREGO PÚBLICO: É o vínculo de trabalho de natureza contratual com a


Administração Pública, baseado na Consolidação das Leis do Trabalho.

07. CARGO PÚBLICO: É o conjunto de atribuições e responsabilidades, criado por lei


em número determinado, com nome certo e remuneração especificada por meio de
símbolos numéricos e/ou alfabéticos.
↪ O Servidor Público ocupa o cargo por meio de nomeação.
↪ Deve ser extinto por lei ou, alternativamente por decreto, quando vago.
↪ Todo cargo implica em exercício de função pública, mas nem todo exercício de
função pública implica em existência de cargo público.

• Os Requisitos Básicos para Investidura em Cargo Público são a nacionalidade


brasileira; gozo dos direitos políticos; quitação militar e eleitoral; nível de
escolaridade exigido para o cargo; idade mínima de dezoito anos; aptidão física e
aptidão mental.
↪ A Investidura no Cargo Público ocorre com a posse.

• PROVIMENTO: É o ato administrativo constitutivo hábil a promover o ingresso no


cargo, ou o preenchimento do cargo (preenchimento do cargo vago).
↪ Quanto à durabilidade pode ser efetivo ou em comissão.
↪ Quanto à preexistência de vínculo pode ser originário (sem vínculo jurídico
anterior) e derivado (com vínculo jurídico anterior), como exemplo a promoção,
remoção, readaptação, reversão, aproveitamento, reintegração e recondução.

• VACÂNCIA: É a situação do cargo que está sem ocupante.


↪ Pode ser por exoneração, demissão, promoção, readaptação, aposentadoria, posse
em outro cargo, falecimento.

• CARGOS ISOLADOS: Não admitem progressão.

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• CARGOS ORGANIZAODS EM CARREIRA: Admitem a progressão ou promoção
funcional vertical, dentro de classes de uma mesma carreira.

08. PROVIMENTO ORIGINÁRIO:

1º NOMEAÇÃO: Ato administrativo pelo qual se atribui um cargo a alguém.

2º POSSE: Ato formal de aceitação das atribuições, responsabilidades e direitos do


cargo.
↪ Tem-se o termo de posse no prazo de 30 dias a contar da nomeação.
↪ O início do exercício, isto é, o começo do desempenho das atribuições do cargo,
ocorre prazo de 15 dias a partir da posse.

3º LOTAÇÃO: Inserção do servidor em um órgão para que nele exerça suas


atividades de cargo, função ou emprego.

4º ESTÁGIO PROBATÓRIO: Três anos, com avaliação quanto à assiduidade,


disciplina, capacidade de iniciativa, produtividade e responsabilidade.

5º CONFIRMAÇÃO: É a decisão favorável de aprovação no estágio probatório, a


qual o confirma na carreira.

↠ Durante o Estágio Probatório o servidor tem direito apenas aos seguintes


Afastamentos e Licenças:

• LICENÇA: Doença em pessoa da família; Afastamento do cônjuge ou companheiro;


Serviço Militar e Atividade Política.

• AFASTAMENTO: Para exercício de mandato eletivo; Estudo ou missão no exterior;


Para servir em organismo internacional de que o Brasil participe ou coopere e; Para
participação de curso de formação decorrente de aprovação em outro concurso no
âmbito federal.

09. PROVIMENTO DERIVADO:

A. PROMOÇÃO (Acesso): Progressão vertical na carreira, pelo qual se passa de um


cargo de classe inferior para um cargo de classe superior dentro da mesma carreira
organizada.

B. READAPTAÇÃO: É a investidura em cargo de atribuições compatíveis com a


limitação física ou mental que o servidor tenha sofrido, verificada em inspeção
médica.
↪ Se não for possível a adaptação procede-se à aposentadoria do servidor.

C. APROVEITAMENTO: É o retorno obrigatório, à atividade, de servidor em


disponibilidade, para cargo de atribuições e vencimentos compatíveis com o
anterior.

35
D. RETORNO: É o retorno à atividade do servidor aposentado por invalidez, quando
por junta médica oficial, forem declarados insubsistentes os motivos da
aposentadoria.
↪ Também reverte a atividade o servidor que teve sua aposentadoria cassada, para
aplicação da pena de demissão.

Obs. Também se admite reversão no interesse da Administração Pública, desde que:


I. A aposentadoria tenha sido voluntária;
II. Exista solicitação da reversão;
III. Servidor estável quando na atividade;
IV. A aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos anteriores à solicitação;
V. Exista cargo vago.

E. REINTEGRAÇÃO: É a reinvestidura do servidor no cargo antes ocupado quando


sua demissão for anulada por decisão administrativa ou judicial, tendo direito ao
ressarcimento de remuneração e vantagens não percebidas.
↪ Se o cargo foi extinto fica em disponibilidade.
↪ Se o cargo estiver provido o ocupante volta ao cargo de origem, é aproveitado em
outro cargo ou fica em disponibilidade.

F. RECONDUÇÃO: Consiste no retorno do servidor estável ao cargo anteriormente


ocupado em razão de inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo ou
reintegração do anterior ocupante do cargo, encontrando-se provido o cargo para
onde seria reconduzido, será aproveitado em outro cargo.

G. REMOÇÃO: É o deslocamento do servidor:

I. PEDIDO:
↪ Para acompanhar cônjuge ou companheiro, também servidor público deslocado
no interesse da Administração;
↪ Por motivo de saúde do servidor, cônjuge/companheiro ou dependente;
↪ Processo Seletivo.

II. DE OFÍCIO no âmbito do mesmo quadro, com ou sem mudança de sede.

H. REDISTRIBUIÇÃO: É o deslocamento de cargo de provimento efetivo para outro


órgão ou entidade do mesmo Poder.

10. REGIMES:
A. REGIME ESTATUÁRIO: É aquele em que os direitos, deveres e demais aspectos da
vida funcional do servidor estão contidos basicamente numa lei denominada
Estatuto.

B. REGIME CELETISTA: Aquele onde os servidores são regidos pela Consolidação


das Leis do Trabalho - CLT.

C. REGIME ESPECIAL: Aplicável a servidores contratados por tempo determinado


para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público
(calamidade/epidemia/vacinação em massa).
↪ Pode ser criada norma própria ou usada a CLT ou até partes do Estatuto

36
11. PRINCIPAIS PRECEITOS DO REGIME JURÍDICO ESTATUÁRIO:

A. VENCIMENTO: Retribuição, em dinheiro, pelo exercício do cargo ou função


pública, com valor fixado em lei.
↪ A tabela de vencimento é dividida em referências sinalizadas por letras/números.

B. VENCIMENTOS OU REMUNERAÇÃO: Designam o conjunto formado pelo


vencimento (referência) do cargo ou função, mais outras importâncias recebidas,
denominadas vantagens pecuniárias.

C. SUBSÍDIO: Valor fixado e pago em parcela única, vedado o acréscimo de qualquer


gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie
remuneratória.
↪ Admite-se o pagamento de décimo terceiro salário, salário-família, adicional
noturno, serviço extraordinário, adicional de férias, diárias de custo.
↪ Recebem subsídios os parlamentares, magistrados, chefes de executivo, ministros
de estado, secretários estaduais e municipais, ministros dos tribunais de contas da
união e os conselheiros dos tribunais de contas estaduais e municipais, os membros
do Ministério Público, os membros da AGU, os procuradores dos estados e do DF e
os membros da Defensoria Pública etc., nos termos da lei.

D. A RETRIBUIÇÃO PELOS SERVIÇOS PRESTADOS À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


TEM NATUREZA ALIMENTAR COM:
I. Proibição de desconto, salvo por imposição legal; mandado judicial ou;
consentimento do servidor.
II. Limites para descontos (razoabilidade).
III. Preferência de pagamento nas decisões judiciais em face da Fazenda Pública.
IV. Fixação e revisão por lei.

E. TETO REMUNERATÓRIOS (Art.337, XI, CF):


• LIMITE:
↪ Subsídio Mensal dos Ministros do Supremo Tribunal Federal na União.
↪ Municípios o Subsídio do Prefeito.
↪ Estados e Distrito Federal o Subsídio dos Governadores no âmbito do Executivo.
↪ Subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Legislativo.
↪ Subsídio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça no âmbito do Judiciário.

• O subsídio do Desembargador do Tribunal de Justiça, do membro do Ministério


Público, dos Procuradores e dos Defensores é limitado a 90,25% do Subsídio Mensal,
em espécie, do Ministro do STF.

F. EXCEÇÕES AO TETO REMUNERATÓRIO:


• Verbas Indenizatórias (ajudam de custo por mudança, ajuda de custo por
falecimento, diárias por deslocamento, indenização de transporte, auxílio-moradia).
• Remuneração decorrente de cargos de magistério constitucionalmente
acumuláveis.
• Benefícios Previdenciários.
• Atuação como requisitado a serviço da Justiça Eleitoral.
• Exercício temporário de função cumulativa.

37
G. IRREDUTIBILIDADE: Os Vencimentos e Subsídios são irredutíveis, exceto:
I. Para respeitar o teto remuneratório;
II. Para evitar no cômputo de vantagens pecuniárias outras anteriores de modo a
evitar a acumulação.

H. DIREITO DE GREVE: Deverá ser exercido nos limites da lei.


↪ Trata-se de norma de eficácia limitada, posto Lei Específica não ter sido editada.
↪ Na ausência da referida lei têm-se aplicado as disposições do direito de greve na
iniciativa privada.

I. PREVIDÊNCIA DOS SERVIDORES:


• ESTATUÁRIOS: Regime de Previdência Social de caráter Contributivo e Solidário,
mediante contribuição dos ativos, inativos e pensionistas.
• EMPREGADOS PÚBLICOS, CONTRATADOS TEMPORÁRIOS E COMISSIONADOS:
Seguem o Regime Geral de Previdência.
• TETO DA APOSENTADORIA DO SERVIDOR PÚBLICO: Segue o mesmo teto do
Regime Geral de Previdência.

J. TIPOS DE APOSENTADORIA:
• POR INVALIDEZ: Com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, exceto
a decorrente de acidente de serviço, moléstia profissional ou doença grave,
contagiosa ou incurável, na forma da lei.
• COMPULSÓRIA: Aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, com proventos
proporcionais ao tempo de contribuição.
• VOLUNTÁRIA: Preenchidos os requisitos legais.

K. REGIME DISCIPLINAR: Tem por base os DEVERES e PROIBIÇÕES constantes do


Estatuto (Lei 8.112/1990).
• DEVERES DO SERVIDOR PÚBLICO: Art. 116 do Estatuto.
• PROIBIÇÕES APLICÁVEIS AO SERVIDOR PÚBLICO: Art. 117 do Estatuto.

L. RESPONSABILIDADE DO SERVIDOR PÚBLICO (Art. 121 do Estatuto):


• CIVIL, relacionada à reparação de dano patrimonial, por ato comissivo ou omissivo
doloso ou culposo.
• PENAL para apuração de eventual crime ou contravenção decorrentes da
atividade.
• ADMINISTRATIVA, voltada à aplicação de punições funcionais.
• IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA.

Obs. As esferas em regra não se comunicam, exceto no caso de absolvição criminal,


onde se reconheça a inexistência do fato ou da autoria, caso em que haverá
repercussão nas esferas administrativa e civil.

12. PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR: É usado para apurar infrações


disciplinares dos servidores públicos que descumprem o regime disciplinar (Art.
116 da Lei 8.112/1990).

38
A. PRAZOS DE PRESCRIÇÃO:
• 5 anos para faltas punidas com demissão, cassação de aposentadoria e destituição
de cargo em comissão.
• 2 anos para faltas punidas com suspensão.
• 180 dias para faltas punidas com advertência.

Obs. A contagem do prazo inicia a partir do conhecimento do fato.

B. DEVIDO PROCESSO LEGAL ADMINISTRATIVO: Ampla Defesa e Contraditório.


• A Defesa Técnica por advogado habilitado é facultativa, conforme Súmula
Vinculante 5, STF.
• O PAD pode se iniciar a partir de Denúncia Anônima.
• No PAD se admite o uso de prova emprestada.

C. SINDICÂNCIA x PAD

I. SINDICÂNCIA é o Procedimento Sumário usado para apurar infrações


disciplinares com pena máxima de suspensão até 30 dias.

• PRAZO DE APURAÇÃO é de 30 dias, prorrogável por mais 30 dias.

• RESULTADOS DA SINDICÂNCIA:
↪ Arquivamento do processo.
↪ Aplicação de penalidade de advertência ou suspensão de até trinta dias.
↪ Instauração de PAD.

Obs. Admite-se o afastamento cautelar do servidor investigado por até 60 dias, com
remuneração e prorrogação por igual período.

II. PAD: Usado para apurar infrações disciplinares puníveis com penas mais
severas que a suspensão por 30 dias, como a demissão, cassação de aposentadoria
ou disponibilidade e destituição de cargo em comissão.

D. FASES DO PAD:

1º INSTAURAÇÃO: Se inicia com a publicação do ato que constituir a comissão


processante.
2º INQUÉRITO ADMINISTRATIVO: Constituído pela instrução, defesa e relatório.
3º JULGAMENTO.

• A Comissão elabora Relatório Conclusivo, responsabilizando ou não o servidor e


indicando a penalidade a ser aplicada, se o caso, devendo agir com independência,
sigilo e imparcialidade.

• A decisão final cabe a Autoridade Competente para julgar.

E. COMPOSIÇÃO DA COMISSÃO PROCESSANTE:


• A comissão deve ser formada por três Servidores Públicos estáveis nomeados por
Portaria de Autoridade Competente, a qual deve ser publicada.

39
• O Presidente da comissão deve ocupar cargo efetivo de mesmo nível ou superior
do indiciado, ou ao menos ter nível de escolaridade igual ou superior ao do indiciado.

• Cônjuge, companheiro ou parente, consanguíneo ou por afinidade, em linha reta


ou colateral, até o terceiro grau, não pode ser membro da comissão.

F. PENALIDADES:

I. ADVERTÊNCIA, a ser aplicada por escrito nos casos de:


• Ausência do serviço durante expediente, sem autorização da chefia imediata.
• Retirar sem prévia anuência da autoridade competente, qualquer documento ou
objeto da repartição.
• Recusar fé a documentos públicos.
• Opor resistência injustificada ao andamento de documento e processo ou execução
de serviço.
• Promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da repartição.
• Cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos em lei, o
desempenho de atribuição que seja de sua responsabilidade ou de seu subordinado.
• Coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a associação profissional
ou sindical, ou partido político.
• Manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, cônjuge,
companheiro ou parente até o segundo grau.
• Recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando solicitado.
• Inobservância de dever funcional previsto em lei, regulamento ou norma interna,
que não justifique imposição de penalidade mais grave.

II. SUSPENSÃO: Aplicável em casos de reincidência nas faltas punidas com


advertência e de violação as demais proibições que não tipifiquem infração sujeitas
a penalidade de demissão, não podendo exceder de noventa dias.

III. DEMISSÃO, a ser aplicada aos casos de:


• Crime contra a administração pública.
• Abandono de cargo.
• Inassiduidade habitual.
• Improbidade administrativa.
• Incontinência pública e conduta escandalosa, na repartição.
• Insubordinação grave em serviço.
• Ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, salvo em legítima defesa
própria ou de outrem.
• Aplicação irregular de dinheiros públicos.
• Revelação de segredo do qual se apropriou em razão do cargo.
• Lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional.
• Corrupção.
• Acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas.
• Valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da
dignidade da função pública.
• Participar da gerência ou administração de sociedade privada, personificada ou
não personificada, exercer comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou
comanditário.

40
• Atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo
quando se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o
segundo grau, e de cônjuge ou companheiro.
• Receber propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer espécie, em razão
de suas atribuições.
• Aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro.
• Praticar usura sob qualquer de suas formas.
• Proceder de forma desidiosa.
• Utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em serviço ou atividades
particulares.

IV. CESSAÇÃO DE APOSENTADORIA OU DISPONIBILIDADE: Em casos de prática, na


atividade, de falta punível com a demissão.

V. DESTITUIÇÃO DE CARGO EM COMISSÃO: Em casos de infração sujeita às


penalidades de suspensão ou demissão.

VI. DESTITUIÇÃO DE FUNÇÃO COMISSIONADA: Penalidade aplicável aos mesmos


casos em que cabível a destituição de cargo em comissão.

G. COMPETÊNCIA PARA APLICAÇÃO DAS SANÇÕES:


• Presidente da República, Presidentes das casas do Poder Legislativo e dos
Tribunais Federais e pelo Procurador-Geral da República quando se tratar de
demissão e cassação de aposentadoria ou disponibilidade de servidor vinculado ao
respectivo Poder, órgão ou entidade.
• Autoridades administrativas de hierarquia imediatamente inferior àquelas
mencionadas acima, quando se tratar de suspensão superior a 30 dias.
• Chefe da repartição e outras autoridades na forma dos respectivos regimentos ou
regulamentos, nos casos de advertência ou de suspensão de até 30 dias.
• Autoridade que nomeou, quando se tratar de destituição de cargo em comissão.

Obs. Competência exclusiva do Chefe do Poder Executivo para a demissão de


servidores da Administração Pública Direta.

H. REABILITAÇÃO, REVISÃO E PROIBIÇÃO DE RETORNAR AO SERVIÇO PÚBLICO:


• A REABILITAÇÃO implica no cancelamento dos registros das penalidades de
advertência e de suspensão, após três e cinco anos de efetivo exercício,
respectivamente, se o servidor não praticar, no período, nova infração disciplinar.

• A REVISÃO pode ocorrer a qualquer tempo, a pedido do servidor ou de ofício,


quando existirem fatos novos ou circunstâncias suscetíveis de justificar a inocência
do punido ou a inadequação da penalidade aplicada.

• Está vedado o RETORNO AO SERVIÇO PÚBLICO do Servidor Público Federal que


for demitido ou destituído do cargo em comissão nos seguintes casos:
↪ Crime contra a Administração Pública.
↪ Improbidade Administrativa.
↪ Aplicação irregular de dinheiros públicos.
↪ Lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional.
↪ Corrupção.

41
01. CONCEITO: É toda manifestação expedida no exercício da função administrativa,
com caráter infralegal, consistente na emissão de comandos complementares à lei,
com a finalidade de produzir efeitos jurídicos (Alexandre Mazza).

• No Estado de Direito o Ato Administrativo deve preceder a Ação Concreta da


Administração Pública.

Vontade da Administração Ato Administrativo Ação Concreta

• O Ato Administrativo é o ato jurídico típico do Direito Administrativo,


diferenciando-se das demais categorias de atos por seu peculiar regime jurídico,
decorrente de seus atributos.

• O Ato Administrativo é praticado para produzir efeitos jurídicos.

A. FATO ADMINISTRATIVO: É qualquer evento dinâmico da Administração Pública,


independentemente da vontade humana, que gere efeitos jurídicos.

* Exemplos: Dispersão de manifestantes; Alteração de local de Repartição Pública;


Enchente que inutiliza equipamentos; Desapropriação e Requisição.

I. FATO ADMINISTRATIVO NATURAL: É aquele que advém de fenômeno natural.


↪ Exemplo: Raio que destrói um bem público.

II. FATO ADMINISTRATIVO VOLUNTÁRIO: É aquele que deriva de Atos


Administrativos ou de Condutas Administrativas.
↪ Exemplos: Apreensão de mercadorias e mudança de local de repartição pública.

B. ATOS DA ADMINISTRAÇÃO: São atos jurídicos praticados pela Administração


Pública que não se enquadram no conceito de Atos Administrativos.

Obs. Nem todo ato jurídico praticado pela Administração é Ato Administrativo;
assim como nem todo Ato Administrativo é praticado pela Administração Pública.

* De acordo com Alexandre Mazza, os Atos de Administração são:

I. ATOS POLÍTICOS OU DE GOVERNO: Aqueles praticados com ampla margem de


discricionariedade e com competência extraída da Constituição Federal.
↪ Exemplos: Declaração de guerra, decreto de intervenção federal, veto ao projeto
de lei, indulto.

42
II. ATOS MERAMENTE MATERIAIS: Consistem na prestação concreta de serviços,
faltando-lhes o caráter prescritivo próprio dos Atos Administrativos.
↪ Exemplos: Poda de árvore, varrição de ruas, cirurgia em hospital público.

III. ATOS LEGISLATIVOS E JURISDICIONAIS: São praticados excepcionalmente pela


Administração Pública no exercício de função atípica.
↪ Exemplos: Medida Provisória.

IV. ATOS REGIDOS PELO DIREITO PRIVADO (ATOS DE GESTÃO): Praticados em


relação jurídica submetida ao Direito Privado.
↪ Exemplos: Locação; Compra e Venda.

V. CONTRATOS ADMINISTRATIVOS: Vinculações jurídicas bilaterais.


↪ Exemplos: Concessão de serviço público, parceria público-privada.

C. SILÊNCIO ADMINISTRATIVO: Trata-se de uma exceção que ocorre quando a


Administração Pública se omite, silenciando-se a respeito de providência que lhe
competia.

* A lei pode determinar que a falta de manifestação da Administração Pública


produza efeitos jurídicos:

SILÊNCIO ADMINISTRATIVO DECURSO DO PRAZO APROVAÇÃO

SILÊNCIO ADMINISTRATIVO DECURSO DO PRAZO REJEIÇÃO

* O Silêncio Administrativo não pode ser considerado Ato Administrativo, pois não
se trata de uma manifestação de vontade. Ele é, portanto, um fato jurídico, podendo
ser classificado como Fato Administrativo, por advir da Administração.

02. ATRIBUTOS DO ATO ADMINISTRATIVO

A. PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE: Implica dizer que até prova em contrário


entende-se que o Ato Administrativo é válido.

• Trata-se da Presunção Relativa que pode ser afastada diante de qualquer prova
inequívoca da ilegalidade do ato.

• Trata-se de um Atributo Universal de todos os atos administrativos e da


Administração.

• Fundamentos da Presunção (Maria Sílvia Zanella de Pietro):


↪ Formalidades que antecederam a edição.
↪ Expressar a soberania estatal.
↪ Necessidade de dar celeridade no cumprimento das decisões administrativas.
↪ Sujeição da Administração Pública ao Princípio da Legalidade.

• PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE E LEGALIDADE: Diz sobre a validade do ato em si.

43
• PRESUNÇÃO DE VERACIDADE: Diz sobre a verdade dos fatos motivadores do ato.

• De acordo com Diogo de Figueiredo Moreira Neto, a presunção se classifica em:


I. PRESUNÇÃO DE VALIDADE: Presunção de que todos os atos da Administração
Pública são válidos.
II. PRESUNÇÃO DE LEGALIDADE: Presunção de conformidade do ato com a lei.
III. PRESUNÇÃO DE VERACIDADE: Presunção de que os motivos alegados para a
prática do ato são verdadeiros.
IV. PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE: Conformidade do ato com a vontade da
sociedade.
IV. PRESUNÇÃO DE LICITUDE: Presunção de conformidade do ato com os valores
morais tutelados pela ordem jurídica.

B. IMPERATIVIDADE OU COERCIBILIDADE: Significa que o ato pode criar


unilateralmente obrigações aos particulares, mesmo sem a anuência destes.
• É atributo da maioria dos Atos Administrativos, mas não de todos, como ocorre
com os Atos Enunciativos.

C. EXIGIBILIDADE: Trata-se do poder da Administração Pública aplicar punições aos


Administrados quando eles violam as leis, sem necessidade de ordem judicial.
• É atributo encontrado na maioria dos Atos Administrativos, mas não nos Atos
Enunciativos.

D. AUTOEXECUTORIEDADE: Permite que Administração Pública realize a execução


material dos Atos Administrativos ou de dispositivos legais, usando a força física se
preciso for, para desconstituir situação violadora da ordem jurídica.
• É atributo de apenas alguns Atos Administrativos.

• Exemplos:
- Guinchamento de veículo parado em local proibido.
- Fechamento de restaurante pela vigilância sanitária.
- Apreensão de mercadorias contrabandeadas.
- Dispersão de passeata imoral.
- Demolição de construção irregular em área de manancial.
- Requisição de escada de particular para combater incêndio.
- Interdição de estabelecimento irregular.
- Destruição de alimentos deteriorados expostos a venda.
- Confisco de medicamentos para população em caso de calamidade pública.

• AUTOEXECUTIVIDADE x EXIGIBILIDADE: Enquanto a Autoexecutoriedade pune e


concretamente desfaz a situação ilegal, sendo uma Coerção Direta, a Exigibilidade
aplica sanção ao particular e não desconstitui materialmente a irregularidade,
representando uma Coerção Indireta.

• Somente duas categorias de Atos Administrativos possuem o requisito da


Autoexecutoriedade:

I. Os atos com tal atributo estabelecido em lei, como por exemplo o fechamento de
restaurante pela vigilância sanitária.

44
II. Os atos praticados em situações emergenciais cuja execução imediata é
indispensável para a preservação do interesse público, como por exemplo a
dispersão de manifestação que se converte em atos de vandalismo.

• A obediência ao Princípio da Razoabilidade e Princípio da Proporcionalidade


devem sempre estar presente na Autoexecutoriedade.

• Há autores que fazem referência a tipicidade como atributo do Ato Administrativo,


conforme a finalidade prevista em lei para cada espécie de ato.

E. OUTROS ATRIBUTOS (Diogo de Figueiredo Moreira Neto):

I. EXISTÊNCIA: Quando preenchidos todos os elementos que compõem o Ato


Administrativo (competência, objeto, forma, motivo e finalidade).
II. EFICÁCIA: Quando o Ato Administrativo válido está apto a produzir efeitos.
III. EXEQUIBILIDADE: Possibilidade de execução imediata do ato eficaz, quando
não existir subordinação a termo, condição ou outro requisito legal estabelecido.
IV. EFETIVIDADE: Confirmação social e metajurídica de que o ato alcançou os
resultados práticos pretendidos.
V. RELATIVIDADE: É a referibilidade de todo Ato Administrativo à sucessão de
normas superiores que legitimam a sua expedição.

03. MÉRITO DO ATO ADMINISTRATIVO

• Mérito é a margem de liberdade fixada em lei da qual gozam os Agentes Públicos


para escolher no caso concreto, dentre todas as possibilidades, qual melhor atende
ao Interesse Público.

• Trata-se de um juízo de conveniência e oportunidade.

• É vedado ao Poder Judiciário fazer o Controle de Mérito do Ato Administrativo.

• Todavia, alguns autores admitem o Controle Judicial do Mérito do Ato


Administrativo, quanto a três aspectos:

I. Razoabilidade/Proporcionalidade da Decisão.
II. Motivos Determinantes, isto é, se o ato atingiu resultado que ensejou sua prática.
III. Desvio de Finalidade, isto é, se o ato visava atender Interesse Público.

04. REQUISITOS DO ATO ADMINISTRATIVO

A. COMPETÊNCIA OU SUJEITO COMPETENTE – VINCULADO:

I. NATUREZA DE ORDEM PÚBLICA: Estabelecida em lei.

II. NÃO SE PRESUME: Constam expressamente da lei.

III. IMPRORROGABILIDADE: Não se transfere a outro agente diante da falta de uso.

45
IV. INDERROGABILIDADE/IRRENUNCIABILIDADE: A Administração Pública não
pode abrir mão de exercer suas competências, pois destina-se ao Interesse Público.

V. OBRIGATORIEDADE: É dever do agente exercer suas competências.

VI. INCADUCABILIDADE: Não se extingue, exceto por meio de lei.

VII. DELEGABILIDADE: De regra poderá ser transferida temporariamente para


outro Agente Público por Delegação ou Avocação.
↪ Exceto as exclusivas, a edição de atos normativos e a decisão de recursos.

B. OBJETO: É o conteúdo do Ato Administrativo, a ordem por ele determinada, o


resultado prático pretendido com sua expedição (criação; modificação ou;
comprovação); ou situações jurídicas referentes a pessoas, coisas ou atividades
sujeitas à ação da Administração Pública.

C. FORMA: É o modo de exteriorização e procedimentos prévios exigidos para a


prática do Ato Administrativo.
↪ Em regra, a forma é escrita, admitindo-se atos gestuais, verbais, sinais emitidos
por máquinas, etc.

D. MOTIVO: É a situação de fato ou de direito que autoriza a prática do ato.


↪ Exemplo: Estacionamento em local proibido é motivo de multa.

Obs. Motivação é a explicação por escrito das razões que levaram a prática do Ato
administrativo.

E. FINALIDADE: É o objetivo de Interesse Público pretendido com a prática do Ato


Administrativo.

05. NULIDADE DO ATO ADMINISTRATIVO

• Existem quatro tipos de Atos Ilegais:

I. ATOS INEXISTENTES: Quando lhes faltam algum elemento ou pressuposto


indispensável para o cumprimento do ciclo de formação do ato.

* Características do Regime dos Atos Administrativos Inexistentes:

1º Para o Direito, não há nenhuma possibilidade de os Atos Administrativos


Inexistentes produzirem efeitos jurídicos na esfera de interesses do Administrado.
↪ O ato inexistente é juridicamente ineficaz, pois a existência é condição
necessária para produzir efeitos.

2º Constituindo um nada jurídico, o Ato Administrativo Inexistente não gera


obrigatoriedade, podendo ser ignorado livremente sem qualquer consequência.

3º Particulares e Agentes Públicos podem opor-se contra a tentativa de execução


dos Atos Administrativos Inexistentes usando a força física.
↪ É a chamada reação manu militari.

46
4º Devido à sua extrema gravidade, o vício de inexistência não admite convalidação
ou conversão em atos regulares.

5º O defeito de inexistência é imprescritível e incaducável, podendo ser suscitado


a qualquer tempo perante a Administração e o Judiciário.

6º O Ato Inexistente não possui a presunção de legitimidade.

* Exemplos de Atos Administrativos Inexistentes:

1º Ausência de Conteúdo
- Folha do talão de multas não preenchida.
- Ato Administrativo proibindo e ao mesmo tempo permitindo determinado
comportamento.

2º Conteúdo Materialmente Impossível.


- Decreto proibindo a morte.
- Edital de concurso exigindo domínio de idioma extinto.
- Portaria municipal proibindo a chuva.

3º Ausência de Forma.
- Texto de Ato Administrativo esquecido na gaveta.

4º Ausência de Objeto.
- Promoção de servidor falecido.
- Alvará permitindo a reforma de prédio em terreno baldio.

5º Ato Não Imputável à Administração Pública.


- Ato praticado em usurpação de função pública.
- Medida provisória assinada por varredor de ruas.
- Auto de Infração lavrado pelo agente em curso de formação para novos fiscais.
- “Demissão” de subordinado anunciada pelo chefe da repartição, por pilhéria, em
festa de confraternização dos funcionários.

6º Conteúdo Juridicamente Impossível.


- Ordem Administrativa cujo cumprimento implica a prática de crime.

II. ATOS NULOS: Aqueles portadores de defeitos graves insuscetíveis de


convalidação.

III. ATOS ANULÁVEIS: Possuidores de defeitos leves passíveis de convalidação.

IV. ATOS IRREGULARES: Detentores de defeitos levíssimos e irrelevantes


normalmente quanto à forma, não prejudicando a validade do Ato Administrativo.

06. EFICÁCIA DO ATO ADMINISTRATIVO

• O Ato Administrativo possui aptidão para produzir efeitos: Criar, Declarar,


Modificar, Preservar e Extinguir direitos e obrigações.

47
• Circunstâncias que interferem na irradiação de efeitos do Ato Administrativo:

I. EXISTÊNCIA DE VÍCIO: Alguns defeitos específicos no ato bloqueiam a produção


de seus efeitos regulares.
↪ É o caso da inexistência jurídica, vício que impede eficácia do Ato Administrativo.

II. CONDIÇÃO SUSPENSIVA: Suspende a produção de efeitos até a implementação de


evento futuro e incerto.
↪ Exemplo: Alvará concedido a taxista com a condição de que apresente o veículo
para regularização dentro de 15 dias.

III. CONDIÇÃO RESOLUTIVA: Trata-se de acontecimento futuro e incerto cuja


ocorrência interrompe a produção de efeitos do Ato Administrativo.
↪ Exemplo: Autorização para instalação de banca de jornal em parque público
outorgada até que seja construída loja de revistas no local.

IV. TERMO INICIAL: Sujeita o início da irradiação dos efeitos a evento futuro e certo.
↪ Exemplo: Licença autorizando construção de prédio residencial só a partir de 30
dias da outorga.

V. TERMO FINAL: Autoriza produção dos efeitos por determinado período de tempo.
↪ Exemplo: Habilitação para conduzir veículo concedida pelo prazo de cinco anos.

07. EFEITOS DO ATO ADMINISTRATIVO

I. EFEITOS TÍPICOS: São aqueles próprios do ato.


↪ Exemplo: A homologação da autoridade superior tem o efeito típico de aprovar o
ato administrativo desencadeando sua exequibilidade.

II. EFEITOS ATÍPICOS PRODRÔMICOS: São efeitos preliminares ou iniciais distintos


da eficácia principal do ato.
↪ Exemplo: A expedição do decreto expropriatório autoriza o Poder Público a
ingressar no bem para fazer medições; dever da autoridade competente de expedir
ato de controle.

III. EFEITOS ATÍPICOS REFLEXOS: São aqueles que atingem terceiros estranhos à
relação jurídica principal.
↪ Exemplo: Com a desapropriação do imóvel, extingue-se a hipoteca que garantia o
crédito de instituição financeira.

08. VÍCIOS DO ATO ADMINISTRATIVO

A. QUANTO AO SUJEITO (COMPETÊNCIA):

I. USURPAÇÃO DA FUNÇÃO PÚBLICA: É o mais grave defeito atinente ao requisito


do sujeito, ocorrendo quando Ato Privativo da Administração é praticado por
Particular que não é Agente Público.
↪ A Usurpação de Função Pública é crime tipificado no Art. 328, CP, constituindo
causa de inexistência do Ato Administrativo.

48
↪ Exemplos: Auto de prisão expedido por quem não é delegado, multa de trânsito
lavrada por particular e sentença prolatada por candidato reprovado no concurso
da magistratura.

II. EXCESSO DE PODER: Ocorre quando a Autoridade Pública, embora competente


para praticar o ato, ultrapassa os limites de sua competência exagerando na forma
de defender o Interesse Público.
↪ O excesso de poder causa a nulidade da atuação administrativa.
↪ Exemplo: Destruição, pela fiscalização, de veículo estacionado em local proibido.

III. FUNCIONÁRIO DE FATO: Exerce função de fato o indivíduo que ingressou


irregularmente no serviço público em decorrência de vício na investidura.
↪ Exemplo: Cargo que exigia concurso público, mas foi provido por nomeação
política.
* Se o funcionário agiu de boa-fé, ignorando a irregularidade de sua condição, em
nome da segurança jurídica e da proibição do Estado enriquecer sem causa, seus
atos são mantidos válidos e a remuneração não precisa ser restituída. Os atos
seriam anuláveis com eficácia ex nunc, sendo passíveis de convalidação.
* Todavia, comprovada a má-fé, caracterizada pela ciência da ilegalidade na sua
investidura, os atos são nulos, e a remuneração já percebida deve ser devolvida aos
cofres públicos. Os atos são nulos com eficácia ex tunc.

IV. INCOMPETÊNCIA: Fica caracterizada quando o ato não se inclui nas atribuições
legais do agente que o praticou.
↪ O ato é anulável, admitida a convalidação.

B. QUANTO AO OBJETO: No requisito do conteúdo, o Ato Administrativo pode ter


dois defeitos principais:

I. OBJETO MATERIALMENTE IMPOSSÍVEL: Quando exige uma conduta irrealizável.


↪ É causa de inexistência do Ato Administrativo.
↪ Exemplo: Decreto proibindo a morte.

II. OBJETO JURIDICAMENTE IMPOSSÍVEL: A ilegalidade do objeto ocorre quando o


resultado do ato importa violação de lei, regulamento ou outro ato normativo.
↪ É o defeito que torna nulo o ato quando seu conteúdo determina comportamento
contrário a ordem jurídica.
↪ Se o comportamento exigido constituir crime o ato é inexistente.

C. QUANTO À FORMA: Consiste na omissão, na observância incompleta ou irregular


de formalidades indispensáveis à existência ou seriedade do ato.
↪ Torna o ato anulável, sendo possível sua convalidação.

D. QUANTO A FINALIDADE: O defeito que atinge o ato é o desvio de finalidade, pois


o agente pratica o ato objetivando fim diverso do estabelecido na regra de
competência.

49
E. QUANTO AO MOTIVO: Defeito que ocorre quando há inexistência ou falsidade do
motivo:

* INEXISTÊNCIA DO MOTIVO: Ocorre quando a questão de fato ou de direito, que


alicerça o ato, é materialmente inexistente ou juridicamente inadequada ao
resultado obtido.
↪ Exemplo: Servidor punido pela Administração quando em verdade não praticou
qualquer infração.

* FALSIDADE DO MOTIVO: Se o motivo alegado não reflete aquele ocorrido.


↪ Exemplo: Servidor praticou infração diversa da apontada.

09. CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS

A. QUANTO AO CRITÉRIO DO GRAU DE LIBERDADE:

I. ATOS VINCULADOS: São praticados sem qualquer margem de escolha, pois a lei
fixa exatamente qual deve ser a conduta.
↪ Podem ser anulados, mas não revogados, diante da ausência de mérito.
↪ Exemplo: Aposentação compulsória do servidor que completa 75 anos de idade;
Lançamento Tributário; Licença.

II. ATOS DISCRICIONÁRIOS: Praticados pelo agente com certa margem de


liberdade para decidir qual o melhor modo de atingir o interesse público.
↪ Nestes atos há mérito, possibilitando juízo de conveniência e oportunidade.
↪ Podem ser revogados ou anulados.
↪ Exemplo: Autorização de uso de área pública para realização de quermesse ou
instalação de circo; Autorização para instalação de banca de jornal em área pública.

B. ATOS SIMPLES, COMPOSTOS E COMPLEXOS:

I. ATOS SIMPLES: São resultado da manifestação de um único órgão, singular ou


colegiado.

II. ATOS COMPOSTOS: Praticados por um único órgão, mas que dependem de
verificação, visto, aprovação, anuência, homologação ou “de acordo” de outro
órgão para ter exequibilidade.
↪ Nele, a existência, a validade e a eficácia dependem da manifestação do primeiro
órgão, mas a execução fica pendente até a manifestação do segundo órgão.
↪ Exemplo: Auto de infração lavrado por fiscal e aprovado pela chefia.

III. ATOS COMPLEXOS: Àqueles formados pela conjugação de vontades de mais de


um agente ou órgão.
↪ A manifestação do segundo órgão ou agente é elemento de existência do ato
complexo.
↪ Exemplos:
- Investidura de funcionário, pois a nomeação é feita pelo Chefe do Executivo e
complementada pela posse dada pelo chefe da repartição.
- Nomeação, procedida por autoridade de um órgão, que deve recair sobre pessoa
cujo nome consta de lista tríplice elaborada por outro órgão.

50
- Investidura de Ministro do STF, a qual passa pela aprovação do Legislativo.
- Nomeação de desembargadores para Tribunais Federais.
- Aposentadoria de servidor público.
- Concessão de alguns regimes especiais de tributação.
- Nomeação de dirigente de agência reguladora precisa de aprovação do Senado.

C. QUANTO AOS DESTINATÁRIOS:

I. ATOS GERAIS OU REGULAMENTARES: São dirigidos a quantidade inespecífica de


destinatários e contêm, em regra, determinações abstratas e impessoais.
↪ São publicados na imprensa oficial.
↪ Exemplo: Edital de concurso, regulamentos, instruções normativas e circulares
de serviço.

II. ATOS COLETIVOS OU PLÚRIMOS: Expedidos em função de um grupo definido


de destinatários.
↪ Basta comunicar os interessados.
↪ Exemplo: Alteração de horário de funcionamento de repartição pública.

III. ATOS INDIVIDUAIS: Os direcionados a destinatário determinado.


↪ Exemplo: Promoção de servidor, caso em que a publicidade se cumpre com a
mera comunicação ao destinatário.

D. QUANTO A ESTRUTURA:

I. ATOS CONCRETOS: Regulam apenas um caso, esgotando-se após a primeira


aplicação.
↪ Exemplo: Ordem de demolição de um imóvel com risco de desabar.

II. ATOS ABSTRATOS OU NORMATIVOS: Aqueles que se aplicam a quantidade


indeterminável de situações concretas, não se esgotando após a primeira
aplicação.
↪ A competência é indelegável.
↪ Exemplo: Regulamento do IPI.

E. QUANTO AO ALCANCE:

I. ATOS INTERNOS: Produzem efeito dentro da Administração e vinculam apenas


agentes e órgãos.
↪ Não exigem publicação na imprensa oficial, basta cientificar os interessados.
↪ Exemplo: Portaria e Instrução Ministerial.

II. ATOS EXTERNOS: Produzem efeitos perante terceiros.


↪ Exemplo: Fechamento de estabelecimento e licença.

F. QUANTO AO OBJETO:

I. ATOS DE IMPÉRIO: Praticados pela Administração em posição de superioridade


em relação ao particular.
↪ Exemplo: Desapropriação, multa, interdição de atividade.

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II. ATOS DE GESTÃO: Expedidos em posição de igualdade com o particular, regidos
pelo direito privado.
↪ Exemplo: Locação de imóvel, alienação de bens públicos.

III. ATOS DE EXPEDIENTE: Servem para dar andamento a Processos


Administrativos, sendo atos de rotina interna de servidores subalternos sem
competência decisória.
↪ Exemplos: Numeração de autos de Processo Administrativo.

G. QUANTO A MANIFESTAÇÃO DA VONTADE:

I. ATOS UNILATERIAIS: Dependem de apenas uma vontade.


↪ Exemplo: Licença.

II. ATOS BILATERIAIS: Dependem da anuência das duas partes.


↪ Exemplo: Contrato Administrativo.

H. QUANTO AOS EFEITOS:

I. ATOS AMPLIATIVOS: Aumentam a esfera de interesse do particular.


↪ Exemplo: Concessão, autorização, permissão.

II. ATOS RESTRITIVOS: Limitam a esfera de interesse do destinatário.


↪ Exemplo: Sanções Administrativas.

I. QUANTO AO CONTEÚDO:

I. ATOS CONSTITUTIVOS: Criam novas situações jurídicas.


↪ Exemplo: Admissão de aluno em escola pública.

II. ATOS EXTINTIVOS OU DESCONSTITUTIVOS: Extinguem a situação jurídica.


↪ Exemplo: Demissão de servidor.

III. ATOS DECLARATÓRIOS OU ENUNCIATIVOS: Preservam direitos e afirmam


situações preexistentes.
↪ Exemplo: Certidão e atestado.

IV. ATOS ALIENATIVOS: Transferem bens ou direitos a terceiros.


↪ Exemplo: Venda de bem público.

V. ATOS MODIFICATIVOS: Alteram situações preexistentes.


↪ Exemplo: Alteração do local de reunião.

VI. ATOS ABDICATIVOS: Os titulares abrem mão de direito.


↪ Exemplo: Renúncia a função pública.

J. QUANTO À SITUAÇÃO QUE CRIAM:

I. ATOS-REGRA: Criam situações gerais, abstratas e impessoais, não produzindo


direito adquirido e podendo ser revogados a qualquer tempo.
↪ Exemplo: Regulamento.

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II. ATOS SUBJETIVOS: Criam situações particulares, concretas e pessoais, podendo
ser modificados pela vontade das partes.
↪ Exemplo: Contrato.

III. ATOS-CONDIÇÃO: Praticados quando alguém se submete a situações criadas


pelos atos-regra, sujeitando-se a alterações unilaterais.
↪ Exemplo: Aceitação de Cargo Público.

10. ESPÉCIE DE ATOS ADMINISTRATIVOS

A. ATOS NORMATIVOS: Comandos Gerais e Abstratos para aplicação da lei.


↪ Exemplos: Decreto/regulamento, instrução normativa, regimento, resolução,
deliberação.

B. ATOS ORDINÁRIOS: Disciplinam Órgãos e Agentes Públicos.


↪ Exemplos: Instruções, circulares, avisos, portarias, ordens de serviço, ofícios,
despachos.

C. ATOS NEGOCIAIS: Vontade da Administração em concordância com particulares.


↪ Exemplos: Licença, autorização, permissão, concessão, aprovação, admissão,
visto, homologação, dispensa, renúncia, protocolo administrativo.

D. ATOS ENUNCIATIVOS: Certificam ou atestam uma situação existente.


↪ Exemplos: Certidões, atestados, pareceres técnicos, pareceres normativos,
apostilas.

E. ATOS PUNITIVOS: Aplicam sanções a agentes e particulares.


↪ Exemplos: Multa, interdição de atividade, destruição de coisas.

11. EXTINÇÃO DO ATO ADMINISTRATIVO (DESFAZIMENTO E RETIRADA)

A. FORMAS DE EXTINÇÃO:
• Cumprimento dos efeitos:

I. ESGOTADO O CONTEÚDO JURÍDICO: Ato concessivo de férias se esgota com o


cumprimento do período de férias, pois esgotado o conteúdo.

II. EXECUÇÃO MATERIAL: Ato que determina a demolição de obra estará extinto
com a demolição.

III. IMPLEMENTAÇÃO DE CONDIÇÃO OU TERMO: Vale o mesmo raciocínio da


Execução Material, os quais ocorridos extinguem o ato.

B. DESAPARECIMENTO DO SUJEITO OU DO OBJETO (Extinção Objetiva e Subjetiva):


A morte de beneficiário em ato intuitu personae e a tomada pelo mar de terreno de
marinha extinguem o ato de enfiteuse.

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C. RETIRADA DO ATO PELO PODER PÚBLICO (Ato Concreto):

I. REVOGAÇÃO:
• Extinção do ato por outro, por razões de conveniência e oportunidade.
• Respeita-se os efeitos precedentes.
• Admite a forma explícita e implícita.
• Pode ser total ou parcial.
• Um poder não pode revogar ato de outro poder.
• Ato Discricionário.
• Efeitos ex nunc.
• Caráter definitivo, exaure-se assim que atinge seu objetivo.
• Não há prazo decadencial ou prescricional.

II. ANULAÇÃO:
• Pode ser Administrativa ou Judicial.
• Refere-se a legalidade do Ato Administrativo.
• Consiste na supressão de outro Ato Administrativo.
• Ataca Ato Ilegal ou Ilegítimo.
• Súmulas 346 e 473 do STF.
• Deles não se originam efeitos.
• Efeito ex tunc.
• Autotutela (Art. 53, Lei 9784/99).
• Devido Processo Legal Administrativo (contraditório e ampla defesa), quando
repercutir no campo dos interesses individuais, exceto se decorrente de decisão
judicial.
• Prazo Decadencial de 5 anos quando há efeito favorável ao destinatário do ato a
ser anulado, exceto em caso de má-fé.
• Decorrido o prazo acima, a Administração poderá recorrer ao Judiciário, pois o
Ato Nulo não produz efeito e não admite convalidação.
• Modulação de efeitos na Declaração de Inconstitucionalidade.
• Fato Consumado X Peculiaridade do caso e presença de outros princípios.

III. CASSAÇÃO: Retirada do Ato Administrativo do Ordenamento Jurídico em razão


do descumprimento, pelo destinatário, das condições impostas e que deveriam ser
mantidas.
↪ Exemplo: Retirada da licença de funcionamento de um restaurante por ele ter
passado a exercer a atividade de boate (foi descumprida a condição).

IV. CADUCIDADE: Retirada do ato em razão da superveniência de norma jurídica


que impede a sua manutenção.
↪ Exemplo: Autorização de uso de área pública por circo, em razão da lei que
alterou o zoneamento da área vedando tal atividade.

V. CONTRAPOSIÇÃO: Edição de novo Ato Administrativo que, devido aos seus


efeitos, impede que o ato anterior continue existindo.
↪ Exemplo: Exoneração que aniquila o ato de nomeação de servidor público.

D. RENÚNCIA: Extingue os efeitos pela rejeição pelo beneficiário, da situação


jurídica que lhe favorecia.
↪ Exemplo: Renúncia a cargo de Secretário.

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