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DIREITO ADMINISTRATIVO

1. NOÇÕES PRELIMINARES

1.1. A SOCIEDADE POLÍTICA

O conceito de ESTADO é variável:


Corporação territorial dotada de um poder de mando originário;
Comunidade de homens, fixada sobre um território com poder de
mando, ação e coerção;
Pessoa jurídica territorial soberana;
Entidade política, ou seja, pode elaborar as suas próprias leis.

Federal
Forma de Estado
Confederação
Unitário
O conceito de GOVERNO:

Conjunto de Poderes e Órgãos constitucionais


É uma recondução política dos negócios públicos.

Monarquia
Forma de Governo
República

Povo
Elementos do Estado Território
Governo soberano

POVO – é o componente humano do Estado.


TERRITÓRIO – a sua base física.
GOVERNO SOBERANO – elemento condutor do Estado, que detém o
poder absoluto de auto-determinação e auto-organização emanado do
Povo. Não há, nem pode haver Estado independente sem soberania.
SISTEMAS ADMINISTRATIVOS

Sistemas Administrativos são mecanismos de controle de atos administrativos.

• Existem dois mecanismos de controle dos atos administrativos:

- o contencioso administrativo
Todo e qualquer interesse da Administração Pública deve ser julgado por ela
mesma (sistema francês). Poderá, como exceção, ser julgado pelo
Judiciário, mas a regra é que o julgamento seja feito pela própria
Administração Pública.

O Poder Judiciário poderá julgar:

 As atividades públicas de caráter privado do Estado;

 Interesses ligados a capacidade das pessoas. Ex.


Repressão Penal; Propriedade Privada.
- sistema de jurisdição única

O julgamento será realizado pelo Poder


Judiciário, podendo, por exceção, ser
realizado pela Administração. (Ex. Processo
Administrativo Disciplinar)

Este é o sistema adotado pelo ordenamento brasileiro.

Obs: Não existe o sistema misto.


2. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
2.1. CONCEITO
Atividade concreta e imediata que o Estado
desenvolve para a conquista dos interesses coletivos.
Conjunto de entes (órgãos e entidades) constituídos pelo Poder Público
(Estado) para a consecução do bem comum.
Os poderes Legislativo, Executivo e Judicial compõe a estrutura da
Administração Pública.
2.2. PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO
2.2.1. PRINCÍPIOS DA LEGALIDADE
A Administração Pública só pode atuar secundum legem, caracterizando-
se, portanto, como atividade infralegal.
Enquanto o particular pode fazer tudo o que a lei não proíbe, a
Administração somente pode fazer aquilo que a lei determina ou autoriza.
2.2.2. PRINCÍPIOS DA IMPESSOALIDADE

Este princípio possui duplo aspecto:

Em relação aos ADMINISTRADOS – determina que a


atividade administrativa seja dirigida aos cidadãos em
geral, sem a determinação de pessoa ou discriminação de
qualquer natureza.

Em relação ao ADMINISTRADOR – significa que os


atos e provimentos administrativos são atribuídos não ao
funcionário ou administrador que os pratica, mas ao
órgão ou entidade administrativa em nome da qual ele
age, sendo vedada qualquer forma de publicidade
destinada à autopromoção do administrador.

2.2.3. PRINCÍPIOS DA PUBLICIDADE


A publicidade vem a ser, pois, a divulgação que é feita das decisões
administrativas, excetuadas aquelas de interesse exclusivamente interno.
2.2.4. PRINCÍPIO DA MORALIDADE
A moralidade é pressuposto de validade do ato
administrativo, de modo que sua ausência invalida
o ato.
“Moralidade decorre da proporcionalidade, dentro
dos critérios da razoabilidade, entre a causa, o
objeto e o fim”. (DI PIETRO)

2.2.5. PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA


Instituído pela EC/19, embora já implícito em nosso
texto constitucional.
Dever de eficiência é o que se impõem a todo o
agente público de realizar suas atribuições com
presteza, perfeição e rendimento funcional.
Este princípio indica que a Administração Pública
deve concretizar atividade administrativa predisposta
à extração do maior número possível de efeitos
positivos ao administrado.
Além dos cinco princípios da Administração Pública,
expressos na Constituição Federal (art. 37), temos outros
como:
Razoabilidade – princípio da proibição de excesso, aferindo
a compatibilidade entre os meios e os fins, de modo a evitar
restrições desnecessária ou abusiva por parte da
Administração Pública, em especial na prática de ato
discricionário.
Segurança Jurídica – conhecido como o princípio da boa-fé
dos administrados ou da proteção da confiança. Veda a
aplicação retroativa de nova interpretação.
Motivação – as decisões devem ser motivadas formalmente,
vale dizer que a parte dispositiva deve ir precedida de uma
explicação ou exposição dos fundamentos de fato e de direito.
O fato que, em face da lei, enseja a expedição do ato.

Da Continuidade do serviço público – os serviços públicos


devem ser ininterrupto, sendo interdita aos agentes públicos
qualquer iniciativa, a não ser em casos especialíssimos, que
impliquem paralisação nas atividades estatais (Ricardo
Friede)
Ampla defesa e contraditório – Ampla defesa é o direito que a parte
acusada de praticar alguma irregularidade tem de utilizar todos os meios
legais para provar sua inocência. Já o contraditório é o direito de não aceitar
os fatos que lhe estão sendo imputados.

Interesse público ou supremacia do interesse público – é o


princípio da desigualdade jurídica entre a Administração e os
administrados. O interesse público prevalece sobre o
particular.

“O princípio da supremacia do interesse público sobre o


interesse privado é princípio gel de Direito inerente a
qualquer sociedade”. (BASTOS)

Princípio da indisponibilidade do interesse público – decorre que a


Administração Pública não pode dispor do interesse geral nem renunciar a
poderes que a lei lhe deu para tal tutela, mesmo porque ela não é titular do
interesse público, cujo titular é o Estado, que, por isso, mediante lei poderá
autorizar a disponibilidade ou a renúncia.
Isonomia – igualdade – é tratar os iguais de forma igual e os desiguais de
forma desigual, na medida de suas desigualdades.
-Para avaliar se há ou não discriminação, tem dois
elementos:
I) fator de discriminação;
II) objetivo da norma.
- Quando o fator de discriminação utilizado no caso
concreto estiver de acordo com o objetivo da norma
não se fere o princípio da igualdade (a discriminação
é validade) – ex. concurso de salva vidas – no edital
exclui os deficientes físicos, concurso de polícia
militar – função administrativa – a exclusão dos
deficientes é proibida.
Autotutela – a administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de
vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los,
por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e
ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.

Princípio da Hierarquia - os órgãos da


Administração são estruturados de tal forma que se cria
uma relação de coordenação e subordinação entre uns
e outros, cada qual com atribuições definidas na lei

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