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Prof. Jesualdo Almeida Junior. ADVOGADO. PÓS-DOUTOR em Direitos Humanos pela Universidade de
Coimbra (Portugal). DOUTOR e MESTRE em Sistema Constitucional de Garantia de Direitos pela ITE-Bauru.
Possui graduação em Direito pelo Centro Universitário Euripedes de Marília (1995), três pós-graduações lato
sensu. Atualmente é professor da graduação e da pós-graduação das Faculdades Integradas Antônio Eufrásio
Toledo, professor do Instituto Municipal do Ensino Superior de Assis, professor visitante da pós-graduação da UEL
- Universidade Estadual de Londrina, da ITE-Bauru, da Toledo de Araçatuba, da Escola Superior da Advocacia -
OAB/SP. Conferencista do curso de Mestrado em Saúde e Envelhecimento da FAMEMA - Faculdade de Medicina
de Marília. Tem experiência na área de Direito Civil, Empresarial, Processual e Constitucional
Twitter: @jesualdoalmeida
Instagram: jesualdo_junior
Facebook: jesualdo junior II
E-mail: jesualdo@almeidapimentel.com.br
RESPONSABILIDADE CIVIL
1. Esquema de aula
- portal
- textos
- vídeos
2. Avaliação
- Prova de 03 pontos;
- Prova de 07 pontos.
- Atividades extracurriculares
3. Bibliografia
- STOCO, Rui. Tratado de responsabilidade civil: doutrina e jurisprudência. 8.ed., rev., atual. e ampl. São Paulo:
Revista dos Tribunais, 2011. ISBN 9788520339800.
- CAVALIERI FILHO, Sérgio. Programa de responsabilidade civil. 12.ed. Rio de Janeiro: Gen, 2015. Disponível
em: <https://portaluniversitario.toledoprudente.edu.br/MinhaBiblioteca.aspx?isbn=9788597000764>
- GONÇALVES, Carlos Roberto. Responsabilidade civil. 17.ed. São Paulo: Saraiva, 2016. Disponível em:
<https://portaluniversitario.toledoprudente.edu.br/MinhaBiblioteca.aspx?isbn=9788547206550>
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Conceito
Uma obrigação derivada — um dever jurídico sucessivo — de assumir as consequências jurídicas de um fato,
consequências essas que podem variar (reparação dos danos e/ou punição pessoal do agente lesionante) de
acordo com os interesses lesados.
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PRINCÍPIOS
a) Integral reparação;
b) Responsabilidade patrimonial
c) Independência de instâncias
d) Divisão da carga probatória
Elementos da responsabilidade
I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia;
- a única hipótese em que poderá haver responsabilidade solidária do menor de 18 anos com seus pais é ter sido
emancipado nos termos do art. 5º, parágrafo único, inc. I, do novo Código Civil (Enunciado 41).
- Se o casal se encontra separado judicialmente, responde pelo ato do filho somente o cônjuge que ficou com a
guarda, pois o outro não tem poderes de vigilância sobre o menor. (TJ-SC - AC: 676425 SC 2008.067642-5,
Relator: Mazoni Ferreira, Data de Julgamento: 16/06/2009, Segunda Câmara de Direito Civil, Data de Publicação:
Apelação Cível n. , de Lages).
II - o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas mesmas condições;
Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele responsáveis não tiverem
obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios suficientes.
III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho que lhes
competir, ou em razão dele;
IV - os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se albergue por dinheiro, mesmo para fins
de educação, pelos seus hóspedes, moradores e educandos;
A instituição hospitalar privada responde, na forma do art. 932, III do CC, pelos atos culposos praticados por
médicos integrantes de seu corpo clínico.
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- ação de regresso: art. 934, CC
1. Teoria o risco integral ou risco excepcional: em que qualquer fato deve obrigar o agente a reparar o dano,
bastando a existência de dano ligado a um fato para que surja o direito à indenização;
2. Teoria do risco proveito: baseada na ideia de que quem tira proveito ou vantagem de uma atividade e causa
dano a outrem tem o dever de repará-lo – ubi emolumentum ibi ônus
3. teoria do risco criado: adotada pelo novo Código Civil, pela qual o dever de reparar o dano surge da atividade
normalmente exercida pelo agente, que cria risco a direitos ou interesses alheios
4. teoria do risco profissional;
5. teoria dos atos normais e anormais, medidos pelo padrão médio da sociedade.
Art. 927, Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos
especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua
natureza, risco para os direitos de outrem.
Art. 931. Ressalvados outros casos previstos em lei especial, os empresários individuais e as empresas
respondem independentemente de culpa pelos danos causados pelos produtos postos em circulação.
B) DANO
- certeza do dano
- teoria da perda de uma chance (dano não indenizável, dano moral ou modalidade autônoma?)
A teoria da perda de uma chance (perte dune chance) visa à responsabilização do agente causador não de um
dano emergente, tampouco de lucros cessantes, mas de algo intermediário entre um e outro, precisamente a
perda da possibilidade de se buscar posição mais vantajosa que muito provavelmente se alcançaria, não fosse o
ato ilícito praticado. Nesse passo, a perda de uma chance. desde que essa seja razoável, séria e real, e não
somente fluida ou hipotética. é considerada uma lesão às justas expectativas frustradas do indivíduo, que, ao
perseguir uma posição jurídica mais vantajosa, teve o curso normal dos acontecimentos interrompido por ato ilícito
de terceiro. " (REsp 1.190.180/RS, Rel. Ministro Luis Felipe Salomão, Quarta Turma, DJe 22/11/2010)
No tocante à indenização pela perda de uma chance decorrente da conduta ilícita de outrem, a doutrina e
jurisprudência nacional têm admitido a teoria quando: A) devidamente comprovado o ato ilícito; b) verificada a
viabilidade séria e real da chance, sendo esta conseqüência natural do desdobramento que os fatos teriam se não
houvesse a conduta ilícita; c) há nexo de causalidade entre a conduta e o resultado. 3. Não comprovado o nexo
de causalidade entre a conduta da Administração Pública e os supostos danos causados à autora, resta afastada
a responsabilidade da ré quanto a estes. (TRF 04ª R.; AC 5017011-82.2013.404.7200; SC; Quarta Turma; Rel.
Des. Fed. Luís Alberto d'Azevedo Aurvalle; Julg. 25/01/2017; DEJF 27/01/2017)
Indenização devida tanto ao menor quanto à sua genitora, pois me parece inequívoco que os transtornos no
atendimento à criança também causaram abalos emocionais e psicológicos em sua mãe. Dano ricochete. (TJ-PE;
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APL 0190724-90.2012.8.17.0001; Rel. Des. Cândido José da Fonte Saraiva de Moraes; Julg. 07/12/2016; DJEPE
09/01/2017)
- transmissibilidade: Art. 943. O direito de exigir reparação e a obrigação de prestá-la transmitem-se com a
herança.
B. 1. material
Termo inicial e final pelo falecimento do filho: Normalmente, o STJ utiliza os seguintes critérios: • No período em
que o filho falecido teria entre 14 a 25 anos: os pais devem receber pensão em valor equivalente a 2/3 do salário
mínimo; • No período em que o filho falecido teria acima de 25 anos até 65 anos: os pais devem receber pensão
em valor equivalente a 1/3 do salário mínimo.
Termo final para a viúva: data que o esposo provavelmente viveria (71 anos)
A indenização, sob a forma de pensão, é calculada com base na renda auferida pela vítima, descontando-se
sempre 1/3, porque se ela estivesse viva estaria despendendo pelo menos 1/3 de seus ganhos em sua própria
manutenção. Os seus descendentes, ascendentes, esposa ou companheira (os que dela recebiam alimentos, ou
de qualquer forma estavam legitimados a pleitear a pensão) estariam recebendo somente 2/3 de sua renda
(Carlos Roberto Gonçalves)
Súmula nº 490. A pensão correspondente à indenização oriunda de responsabilidade civil deve ser calculada com
base no salário-mínimo vigente ao tempo da sentença e ajustar-se-á às variações ulteriores.
Súmula nº 491. É indenizável o acidente que cause a morte de filho menor, ainda que não exerça trabalho
remunerado.
B. 2. moral
- conceito
- direito (fere direito de personalidade)
- indireto (fere patrimônio com valor sentimental)
- pessoa jurídica - STJ: Súmula 227 (“A pessoa jurídica pode sofrer dano moral”).
- prova (presumido)
- modalidades:
- quantificação
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https://georgelins.com/2010/06/05/stj-qual-o-valor-da-reparacao-por-danos-morais/
B) NEXO DE CAUSALIDADE
Teoria da equivalência de condições (conditio sine qua non): adotada pelo Código Penal.
- crítica: retrocesso ao infinito
- Nessa linha, se o agente sac a arma e dispara o projétil, matando o seu desafeto, seria considerado causa, não
apenas o disparo, mas também a compra da arma, a sua fabricação, a aquisição do ferro e da pólvora pela
indústria etc., o que envolveria, absurdamente, um número ilimitado de agentes na situação de ilicitude.
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1. a teoria da causalidade adequada;
Caio é ferido por Tício (lesão corporal), em uma discussão após a final do campeonato de futebol. Caio, então, é
socorrido por seu amigo Pedro, que dirige, velozmente, para o hospital da cidade. No trajeto, o veículo capota e
Caio falece. Ora, pela morte da vítima, apenas poderá responder. Pedro, se não for reconhecida alguma
excludente em seu favor. Tício, por sua vez, não responderia pelo evento fatídico, uma vez que o seu
comportamento determinou, como efeito direto e imediato, apenas a lesão corporal.
Art. 403. Ainda que a inexecução resulte de dolo do devedor as perdas e danos só incluem os prejuízos efetivos e
os luas cessantes por efeito dela direto e imediato, sem prejuízo do disposto na lei processual.
1. Causas concorrentes
Art. 945. Se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento danoso, a sua indenização seria fixada, tendo-
se em conta a gravidade de sua culpa em confronto com a do autor do dano.
Muito embora vários julgados sigam o critério da partilha dos prejuízos em partes iguais (Ri’, 564/146, 575/136,
582/94, 585/127), bem estabeleceu este artigo que na fixação da indenização será levada em consideração a
existência de culpas concorrentes, sob o critério da gravidade da culpa da vítima em comparação com a culpa do
agente causador do dano, cabendo, portanto, ao juiz, na verificação do caso concreto, estimar O valor da
indenização segundo o grau da participação culposa da vítima.
2. Causas supervenientes
A empresa cujo preposto, buscando evitar atropelamento, procede à manobra evasiva que culmina no
abalroamento de outro veículo, causando danos, responde civilmente por sua reparação, ainda que não se
configure na espécie a ilicitude do ato, praticado em estado de necessidade. Direito de regresso assegurado
contra o terceiro culpado pelo sinistro, nos termos do art. 1.520 c/c o art. 160, II, do Código Civil.
- médicos
- protestos
- abuso do direito
Correção monetária:
No Brasil, Atualização Monetária (AO 1945: Actualização Monetária) são os ajustes contábeis e financeiros,
realizados com o intuito de se demonstrar os preços de aquisição em moeda em circulação no país (atualmente
o Real), em relação ao valor de outras moedas (ajuste cambial) ou índices de inflação ou cotação
do mercadofinanceiro (atualização monetária propriamente dita).
Em Economia é também chamado de "Correção Monetária", ou seja, um ajuste feito periodicamente de certos
valores na economia tendo em base o valor da inflação de um período, objetivando compensar a perda de valor
da moeda.
Fonte: wikipedia
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PEDIDOS IMPLÍCITOS
Súmula 43 do STJ (“Incide correção monetária sobre dívida por ato ilícito a partir da data do efetivo prejuízo”)
O Superior Tribunal de Justiça, nesse sentido, consignou que “(...) O termo a quo da correção monetária nas
hipóteses de indenização por dano moral é a data em que o valor foi fixado, e não do efetivo prejuízo, não
incidindo, na espécie, o enunciado da Súmula 43 desta Corte. Tal entendimento encontra amparo na Súmula 362
do STJ.
- RESPONSABILIDADECONTRATUAL
JUROS MORATÓRIOS
- DANOS MORAIS: SENTENÇA OU ACÓRDÃO
- SEGUNDA TEORIA: A PARTIR DA CITAÇAO
- STJ, SUMULA 54, A PARTIR DO EVENTO DANOSO
- QUESTOES CONTRATUAIS: VENCIMENTO DA DÍVIDA
MULTA MORATÓRIA
- CLÁUSULA PENAL
- ARRAS PENITENCIAIS
- Responsabilidade contratual
- CDC, art. 14, parágrafo 4º x CC, art. 927, parágrafo único - Defendemos o entendimento, todavia, de que a
disciplina geral de responsabilidade civil dos profissionais liberais permanecerá de natureza subjetiva, uma vez
que, embora seja o Código de 2002 “lei nova” em face do Código de Defesa do Consumidor, a regra constante
nesse último diploma (art. 14, § 4.o) não perderá vigência, por força do princípio da especialidade (STOLZE,
Pablo).
Lei 12842/13 - Art. 6º A denominação ‘médico’ é privativa do graduado em curso superior de Medicina
reconhecido e deverá constar obrigatoriamente dos diplomas emitidos por instituições de educação superior
credenciadas na forma do art. 46 da Lei nº9.394, de 20 de dezembro de 1996 (Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional), vedada a denominação ‘bacharel em Medicina’.
Código de Ética Médica – Preâmbulo, III – Para o exercício da medicina, impõe-se a inscrição no Conselho
Regional do respectivo estado, território ou Distrito Federal.
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evidenciando a negligência e, como conseqüência, o médico ou a entidade passa a responder pelos riscos da
cirurgia não informados ao paciente. A necessidade do consentimento informado só poderá ser afastada em
hipótese denominada pela doutrina como privilégio terapêutico, não ocorrentes no presente caso. (REsp 1035346
. Publicação em 24.03.2008. Relator Ministro Francisco Falcão)
ERRO MÉDICO
- Responsabilidade do Médico
- Responsabilidade do Hospital
- Responsabilidade do Plano de Saúde - A operadora do plano de saúde, na condição de fornecedora de serviço,
deve responder perante o consumidor pelos defeitos em sua prestação. ... A decisão é da 4ª Turma do Superior
Tribunal de Justiça que, por unanimidade, confirmou a responsabilidade objetiva e solidária dos planos de
saúde em caso de erro médico.
1. Médico não pode ser condenado por erro decorrente de falta de estrutura
2. Compressa esquecida dentro de gestante não é erro médico, decide juiz
3. Conclusão do acórdão pela configuração de erro médico. Esquecimento de compressa cirúrgica na região do
tórax. Falecimento do paciente – stj - agravo interno no agravo em recurso especial agint no aresp 1337918 SP
2018/0192109-6 (STJ)
4. Publicidade médica (Código de Ética, arts. 111 a 116):
5. Mal atendimento
6. Diagnóstico errado – perda de uma chance
7. Violação do dever de sigilo: RECURSO INOMINADO - DIVULGAÇÃO DE PRONTUÁRIO MÉDICO SEM
AUTORIZAÇÃO DO PACIENTE - DANOS MORAIS EVIDENCIADOS - DEVER DE REPARAR - SENTENÇA
REFORMADA - RECURSO PROVIDO. (TJ-SC - RI: 00215569220138240023 CAPITAL - NORTE DA ILHA
0021556-92.2013.8.24.0023, RELATOR: MARGANI DE MELLO, DATA DE JULGAMENTO: 09/11/2017, OITAVA
TURMA de Recursos - Capital)
8. Erro médico. Configurado. Cesariana para retirada de natimorto. Laqueadura de trompas. Esterilização. Sem
autorização - TJ-ES - Apelação APL 00004947420118080002 (TJ-ES)
9. Cirurgia plástica
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RESPONSABILIDADE CIVIL DAS INSTITUIÇOES FINANCEIRAS
Aplicabilidade do CDC
Súmula nº 532. Constitui prática comercial abusiva o envio de cartão de crédito sem prévia e expressa solicitação
do consumidor, configurando-se ato ilícito indenizável e sujeito à aplicação de multa administrativa.
Súmula nº 323. A inscrição de inadimplente pode ser mantida nos serviços de proteção ao crédito por, no máximo,
cinco anos
Súmula nº 385. Da anotação irregular em cadastro de proteção ao crédito, não cabe indenização por dano moral,
quando preexistente legítima inscrição, ressalvado o direito ao cancelamento
Súmula nº 381. Nos contratos bancários, é vedado ao julgador conhecer, de ofício, da abusividade das cláusulas
Súmula nº 473. O mutuário do SFH não pode ser compelido a contratar o seguro habitacional obrigatório com a
instituição financeira mutuante ou com a seguradora por ela indicada. (DJe 19/6/2012)
Súmula nº 477. A decadência do art. 26 do CDC não é aplicável à prestação de contas para obter esclarecimentos
sobre cobrança de taxas, tarifas e encargos bancários
Responsabilidade extracontratual
Súmula nº 479. As instituições financeiras respondem objetivamente pelos danos gerados por fortuito interno
relativo a fraudes e delitos praticados por terceiros no âmbito de operações bancárias.
- Direito do condutor: Acidente de Veículo - Reparação de Dano - Legitimidade ativa do condutor do veículo, ainda
que não seja proprietário do automóvel reconhecimento - Sinistro - Culpa Do Réu Comprovada - Indenização
Devida. Apelação improvida. (TJ-SP - SR: 910912002 SP, Relator: Jayme Queiroz Lopes, Data de Julgamento:
10/07/2008, 36ª Câmara de Direito Privado, Data de Publicação: 15/07/2008)
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- responsabilidade do arrendante (STJ, REsp 284536 – PR): sim; Súmula nº 492/STF. A empresa locadora de
veículos responde, civil e solidariamente, com o locatário, pelos danos por este causado a terceiros, no uso do
carro locado: não
- Culpa contra a legalidade: APELAÇÃO – "AÇÃO DE COBRANÇA. " – Acidente de trânsito – Colisão entre
veículos – Veículo do autor, não observou as cautelas necessárias ao trafegar em pista molhada coberta por terra/
água (bueiro aberto) e pouca luminosidade- Alegação de culpa de terceiros não comprovada-Veículo estacionado
na contramão de direção- Ausência de nexo entre o acidente, estacionamento irregular da corré, e ação em tese
praticada pela viação de ônibus- Danos causados no veículo do autor (pela seguradora) após a entrega para
orçamento do sinistro- Afastado – Desídia do próprio autor comprovada nos autos- Sentença de improcedência –
Sentença mantida- RECURSO DESPROVIDO- TJ-SP - Apelação APL 00114416820128260127 SP 0011441-
68.2012.8.26.0127 (TJ-SP)
- Dano material: Dever de reparar evidenciado. Danos materiais. Quantia despendida para o conserto da moto.
Nota fiscal apresentada. Impugnação destituída de elementos probatórios. Desnecessidade de realização de três
orçamentos. (TJ-SC - AC: 00214770320098240008 Blumenau 0021477-03.2009.8.24.0008, Relator: Joel Figueira
Júnior, Data de Julgamento: 10/05/2018, Quarta Câmara de Direito Civil)
- Fim de relacionamento
DANO MORAL - ROMPIMENTO DE NOIVADO - De regra, o rompimento de relacionamentos afetivos não gera o
dever de indenizar pela simples e óbvia razão que não se controlam os sentimentos. Se uma noivado se funda no
sentimento do amor e desaparecendo esse, não se pode compelir alguém a manter o vínculo, sob pena de
indenização em prol do parceiro. No jogo afetivo deve haver ampla liberdade para decidir, inclusive atentendo-se
ao critério de conveniência. O que pode ensejar a indenização e o rompimento escandaloso e que venha a
humilhar outrem - Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul. Embargos Infringentes nº 598348464, Terceiro
Grupo de Câmaras Cíveis, Relator: Décio Antônio Erpen, Julgado em 03/09/1999.
ABANDONO AFETIVO
Alegada ocorrência de abandono afetivo antes do reconhecimento da paternidade. Não caracterização de ilícito.
Precedentes. (STJ, AREsp 1.071.160/SP, Terceira Turma, Rel. Min. Moura Ribeiro, DJE 19/06/2017).
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A Terceira Turma já proclamou que antes do reconhecimento da paternidade, não há se falar em responsabilidade
por abandono afetivo. (STJ, Agravo Regimental no AREsp n. 766.159/MS, Terceira Turma, Rel. Min. Moura
Ribeiro, DJE09/06/2016).
A pretensão de indenização pelos danos sofridos em razão da ausência do pai não procede, haja vista que para a
configuração do dano moral faz-se necessário prática de ato ilícito. Beligerância entre os genitores. (TJRS,
Apelação Cível n. 0048476-69.2017.8.21.7000, Teutônia, Sétima Câmara Cível, Rel. Des. Jorge Luís Dall’Agnol,
julgado em 26/04/2017, DJERS 04/05/2017).
Abandono afetivo. Compensação por dano moral. Possibilidade. 1. Inexistem restrições legais à aplicação das
regras concernentes à responsabilidade civil e o consequente dever de indenizar/compensar no Direito de Família.
2. O cuidado como valor jurídico objetivo está incorporado no ordenamento jurídico brasileiro não com essa
expressão, mas com locuções e termos que manifestam suas diversas desinências, como se observa do art. 227
da CF/1988. 3. Comprovar que a imposição legal de cuidar da prole foi descumprida implica em se reconhecer a
ocorrência de ilicitude civil, sob a forma de omissão. Isso porque o non facere, que atinge um bem juridicamente
tutelado, leia-se, o necessário dever de criação, educação e companhia – de cuidado –, importa em vulneração da
imposição legal, exsurgindo, daí, a possibilidade de se pleitear compensação por danos morais por abandono
psicológico. (STJ, REsp 1.159.242/SP, Terceira Turma, Rel. Min. Nancy Andrighi, j. 24/04/2012, DJe 10/05/2012).
DESISTÊNCIA DE ADOÇÃO
TRANSEXUAL
- PROCEDIMENTO PADRÃO - Lojista não causa dano moral por questionar dados de transexual, diz TJ-RS -
Processo 001/1.16.0032169-1 (Comarca de Porto Alegre)
- Obrigar transexual a usar banheiro masculino causa dano moral indenizável – TJRS
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- TJ/SP reconheceu ocorrência de assédio moral e fixou indenização a ser paga pela empresa. - Processo:
1000818-27.2016.5.02.0087
- Boate terá que indenizar transexual obrigada a pagar ingresso masculino
ABUSO DE DIREITO
Enunciado 539 do Conselho da Justiça Federal: O abuso de direito é uma categoria jurídica autônoma em relação
à responsabilidade civil. Por isso, o exercício abusivo de posições jurídicas desafia controle independentemente
de dano.
- DIREITO DE AÇAO: "não se comportaram, pelas condutas que praticaram, em conformidade com o valor
normativo do direito de ação, exercendo-o de forma irresponsável, desvinculando-o dos fatos concretos da vida,
em flagrante má-fé, não apenas desvirtuando o instituto mas, efetivamente, causando prejuízo ao autor".
- CPC, arts. 77 e 81.
- CPC, arts. 1021, § 4º (agravo interno protelatório).; 1026, §3º. (embargos declaratórios protelatórios)
- O abuso no direito de reclamação pelo consumidor no âmbito da internet e o dano moral em face das
empresas.
Negativas indevidas
STJ - Súmula nº 370. Caracteriza dano moral a apresentação antecipada de cheque pré-datado.
STJ - Súmula nº 388. A simples devolução indevida de cheque caracteriza dano moral.
TJRJ - Súmula no 209. Enseja dano moral a indevida recusa de internação ou serviços hospitalares, inclusive
home care, por parte do seguro saúde somente obtidos mediante decisão judicial.
"O descumprimento contratual, por si só, não ocasiona a violação a direitos da personalidade e, por conseguinte,
não gera direito à indenização por danos morais, exigindo-se para acolhimento do pedido indenizatório
comprovação de que o descumprimento contratual gerou mais do que os aborrecimentos ínsitos às negociações
de rotina." Acórdão 894534
Para uma correta compreensão do assunto é crucial distinguir quando se aplica o art. 12, e quando há a
incidência do art. 18, ambos do CDC. Para tanto, faz-se necessário delimitar o que seja vício.
No vício, o problema encontrado no produto ou no serviço acarreta o mau ou impossível funcionamento (arts. 18 e
seguintes). No fato do produto ou do serviço, o vício, além do mau funcionamento, causa adicionalmente um dano
material, físico ou moral. Sérgio Cavalieri Filho (Programa de responsabilidade civil. São Paulo: Atlas, 2007, p.
208) define que:
“A palavra-chave neste ponto é o defeito. Ambos decorrem de um defeito do produto ou do serviço só que no fato
do produto ou do serviço o defeito é tão grave que provoca um acidente que atinge o consumidor, causando-lhe
dano material ou moral. O defeito compromete a segurança do produto ou serviço. Vício, por sua vez, é defeito
menos grave, circunscrito ao produto ou serviço em si; um defeito que lhe é inerente ou intrínseco, que apenas
causa o seu mau funcionamento ou não funcionamento”.
Assim, é vício (defeito) quando uma geladeira não gela (art. 18); é fato (dano) quando esta geladeira explode e
causa ferimentos ao consumidor. É vício (defeito) quando o veículo não funciona pela manhã (art. 18); é fato
(dano) quando o consumidor capota o mesmo veículo porque a barra de direção quebrou-se. É vício quando um
cosmético não reduz as rugas como prometido; é fato quando além de não reduzir as rugas também causa
queimaduras no rosto.
Responsabilidade objetiva: (CDC, art. 12): “O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou estrangeiro, e o
importador respondem, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos
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consumidores por defeitos decorrentes de projeto, fabricação, construção, montagem, fórmulas, manipulação,
apresentação ou acondicionamento de seus produtos, bem como por informações insuficientes ou inadequadas
sobre sua utilização e riscos”.
Portanto, a responsabilidade do fornecedor pelos danos causados é objetiva, e responderá ainda que tenha agido
com diligência habitual
1. Tipos de defeitos
a) de concepção: o defeito que gera dano reside na própria concepção do produto. Note-se, neste exemplo, o
acórdão abaixo:
Ato ilícito – Abertura de conta corrente, por estelionatário, com o uso de documentos falsos – Devolução de 33
cheques emitidos pelo falsário, gerando a restrição do nome do autor no "sci", na associação comercial e em
cartório de protesto – Culpa do banco configurada pois deveria usar todos os meios necessários para coibir tal
prática, dando treinamento especial a seus empregados – Hipótese, ademais, em que os bancos vendem seus
produtos exercendo típica atividade de risco – Responsabilidade do banco objetiva à luz do Código de Defesa do
Consumidor, artigos 12 a 14, 18 a 20, 21, 23 e 24 – Ação indenizatória procedente – Recursos principal e adesivo
improvidos. Dano moral – Responsabilidade civil – Ocorrência – Hipótese em que a emissão dos cheques por
falsário e a devolução deles por insuficiência de fundos acarretaram a restrição do nome do autor no "sci", na
associação comercial e em cartório de protesto – Suficiência da prova do fato que gerou a dor, o sofrimento,
sentimentos íntimos que o ensejam – Fixação em R$ 31.946, 00 que corresponde a soma equivalente ao dobro da
soma dos cheques devolvidos – Recursos improvidos (o principal e o adesivo), com observação. (1º TACSP – AP
0852446-5 – São Paulo – 5ª C. – Rel. Juiz Álvaro Torres Júnior – J. 22.10.2003)
Prestação de serviços – Fornecimento de concreto para construção civil – Art. 12, caput e § 3º, do CDC –
Incontroverso que os danos suportados pelo autor resultaram da baixa resistência do concreto utilizado para a
construção da segunda laje – Demonstrado que o evento danoso ocorreu por culpa exclusiva de terceiro, preposto
do autor – Prova produzida que revelou que o pedreiro contratado pelo autor determinou a adição de oitenta litros
de água ao concreto – Circunstância que ocasionou a modificação das características do concreto e a perda de
sua resistência – Evidenciado que a ré obedeceu às regras expedidas pela abtn – Fornecedor que se incumbiu de
seu ônus probatório, não podendo ser responsabilizado pelos danos experimentados pelo autor – Apelo
desprovido. (1º TACSP – AP-Sum 1168799-5 – Jaboticabal – 4ª C. – Rel. Juiz José Marcos Marrone – J.
08.10.2003) JCDC.12 JCDC.12.3
c) de informação: o defeito reside na falta de informação adequada ou suficiente sobre a produção do bem. Neste
sentido:
Incumbe ao fabricante de produto de uso reconhecidamente perigoso informar ao consumidor, com a clareza
necessária, sobre a forma adequada de sua utilização, conforme disposto no artigo 12 do CDC. – Será devida a
indenização, independentemente da existência de culpa do fabricante, se a falha em tal processo de informação,
reconhecidamente, acabou possibilitando o uso indevido do produto, com sérios prejuízos morais e materiais ao
consumidor. – O dano moral prescinde de demonstração, já que decorre do próprio fato ofensivo. A perda de
quantidade considerável de cabelos, acrescida de erupções na pele, acarreta à vítima grande apreensão e
angústia. (recurso provido. (TAMG – AP 0408338-9 – (81453) – Muriaé – 2ª C.Cív. – Rel. Juiz Pereira da Silva – J.
09.03.2004) JCDC.12
Um produto é defeituoso “quando não oferece a segurança que dele legitimamente se espera, levando-se em
consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais: I - sua apresentação; II - o uso e os riscos que
razoavelmente dele se esperam; III - a época em que foi colocado em circulação” (CDC, art. 12, § 1º.)
Entretanto, o produto não é considerado defeituoso pelo fato de outro de melhor qualidade ter sido colocado no
mercado (CDC, art. 12, § 2º.). Interessante é o aresto abaixo:
Lançamento de dois modelos de automóveis em um mesmo ano. Procedimento usual. Ausência de qualquer
vedação legal. Propaganda enganosa não comprovada. Indenização por danos morais ou patrimonais ou
substituição do veículo pelo mais moderno. Improcedência dos pedidos. Segundo o art. 12, § 2º, do Código de
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Defesa do Consumidor, ‘o produto não é considerado defeituoso pelo fato de outro de melhor qualidade ter sido
colocado no mercado’. Assim, o fato de ter sido feito o lançamento de dois modelos de automóveis em um mesmo
ano é plenamente aceitável, sendo essa uma prática usual para atrair novos consumidores e para adaptar o novo
veículo aos avanços tecnológicos. Desse modo, a não comunicação da revendora, no momento da venda do
veículo, de que será feito o lançamento de nova versão do veículo, ainda no mesmo ano, não significa
propaganda enganosa nem qualquer ofensa ao Código de Defesa do Consumidor, mormente quando o novo
lançameto vem sendo anunciado por revistas especializadas. Por conseqüência, o consumidor que adquire um
veículo em um ano e no mesmo ano vê o lançamento de sua nova versão, não tem o direito de exigir da
revendedora a substituição do veículo, pelo mais moderno, e muito menos indenização por danos morais ou
patrimoniais, sobretudo quando o automóvel adquirido não apresenta qualquer defeito que o torne impróprio ou
inadequado para o uso a que se destina. (TJDF – AC 2001 01 1 035821-3 – 5ª T.Cív – Rel. Des. Roberval
Casemiro Belinati – DJU 11.03.2004 – p. 48) JCDC.12 JCDC.12.2
Obsolescência programada
Dá-se a obsolescência programada quando um produto ou serviço são lançados no mercado para uma
“temporada”, devendo ser substituído por outro melhor em pouco tempo. Exemplo típico disso são os automóveis
e os aparelhos de celulares. Essa obsolescência pode ser:
a) De função: a função se torna obsoleta;
b) De qualidade ou técnica: há produto melhor no mercado
c) De desejo ou psicológica: o bem que possuo não me agrada mais por existir outro no mercado melhor;
d) estética: os chamados facelists dos veículos, que mudam apenas aparências periféricas;
e) sistêmica: quando um novo produto é incompatível com o anterior.
Embora prática odiosa, a obsolescência programada é comercialmente aceitável. E a adoção de uma nova técnica
ou a criação de um novo produto que tornem os anteriores obsoletos não fazem com que estes desatualizados
sejam considerados defeituosos.
De quem é a responsabilidade?
A responsabilidade pelo fato do produto ou serviço é objetiva e solidária. É objetiva porque independe da
demonstração de dolo ou culpa do responsável. Basta a demonstração do dano e o nexo causal entre este e o
defeito do produto ou serviço. Destarte, a simples colocação no mercado de determinado produto ou prestação de
serviço já é suficiente para ensejar a responsabilização.
Solidária, uma vez que havendo mais de um responsável pela colocação do produto ou serviço no mercado, todos
podem ser demandados e a responsabilidade de um não exclui a do outro. Contudo, a responsabilidade é limitada
num primeiro momento ao fabricante, ao produtor, ao construtor e o importador. Assim, podem-se classificar os
fornecedores nos seguintes termos:
a) Fornecedor real: O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou estrangeiro;
b) Fornecedor presumido: o importador;
c) Fornecedor aparente: aquele que somente põe seu nome ou marca no produto final. Ex: franqueadores.
d) Fornecedor de peças ou componentes (art. 25, § 2º). Sendo o dano causado por componente ou peça
incorporada ao produto ou serviço, são responsáveis solidários seu fabricante, construtor ou importador e o que
realizou a incorporação.
Responsabilidade do comerciante
Art. 13. O comerciante é igualmente responsável, nos termos do artigo anterior, quando:
I - o fabricante, o construtor, o produtor ou o importador não puderem ser identificados;
II - o produto for fornecido sem identificação clara do seu fabricante, produtor, construtor ou importador;
III - não conservar adequadamente os produtos perecíveis.
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Parágrafo único. Aquele que efetivar o pagamento ao prejudicado poderá exercer o direito de regresso contra os
demais responsáveis, segundo sua participação na causação do evento danoso.
Portanto, reitere-se, num primeiro momento não haverá responsabilidade do comerciante, salvo nas hipóteses do
art. 13 do CDC.
A responsabilidade dos fornecedores não é integral. Poderão se isentar nas hipóteses do art. 12, § 3º, do CDC:
E conquanto haja grande resistência da doutrina, o caso fortuito e a força maior também são causas de isenção
de responsabilidade do fornecedor. Nesse sentido, o Superior Tribunal de Justiça já pacificou a matéria, admitindo
as excludentes de caso fortuito ou força maior, a partir do voto do relator Eduardo Ribeiro
(https://www.conjur.com.br/2010-set-06/cdc-nao-preve-exclusao-responsabilidade-fornecedor-dano), que assim
decidiu: “O fato de o artigo 14, parágrafo 3º do Código de Defesa do Consumidor não se referir ao caso fortuito e à
força maior, ao arrolar as causas de isenção de responsabilidade do fornecedor de serviços, não significa que, no
sistema por ele instituído, não possam ser invocadas”.
A disciplina da responsabilidade dos fornecedores de serviços vem disposta no art. 14, do CDC:
Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos
causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações
insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.
Tratamento realizado por clínica odontológica comprometimento dos dois dentes incisivos superiores e exposição
das raízes – nexo de causalidade configurado - responsabilidade objetiva - fato do serviço inteligência do caput do
art. 14 do CDC – recurso desprovido. (9188394282006826 SP 9188394-28.2006.8.26.0000, Relator: Milton
Carvalho, Data de Julgamento: 31/08/2011, 7ª Câmara de Direito Privado, Data de Publicação: 05/09/2011)”
E em alguns serviços sequer admite-se a invocação de força maior para isenção de responsabilidade, como se
vê:
Prestação de serviços - Energia elétrica - Ocorrência de descarga elétrica de grande potência, durante fortes
chuvas - Comprovação satisfatória - Fenômeno atmosférico caracterizado, evidenciado o dano no aparelho -
Responsabilidade objetiva da concessionária de serviço público - Indenizatória procedente (art. 14 do CDC) -
Descaracterização de caso fortuito e força maior - Recurso improvido. (1º TACSP – Ap 1217436-6 – São Paulo –
5ª C. – Rel. Juiz Carlos Luiz Bianco – J. 19.05.2004) JCDC.14
Todavia, o serviço não é considerado defeituoso pela adoção de novas técnicas (CDC, art. 14. § 2º). O fornecedor
de serviços só não será responsabilizado quando provar: I - que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste; II - a
culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro (CDC, art. 14, § 3º.)
Porém, importante informação consta do art. 14, § 4º: “A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será
apurada mediante a verificação de culpa”.
Deste modo, a responsabilidade dos profissionais liberais será subjetiva. Logo, a responsabilidade de um hospital
é objetiva, mas do médico subjetiva; de uma construtora objetiva, mas de um pedreiro subjetiva e assim
sucessivamente
Os arts. 18, 19 e 20 do CDC tratam respectivamente dos vícios de qualidade, quantidade e de serviços.
Vícios de Qualidade
Os produtos e serviços têm seus prazos de garantia estabelecidos no art. 26 do CDC, que conferem prazos de 30
dias a 90 dias, podendo tais prazos serem complementados contratualmente (art. 50, CDC).
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Se neste prazo de garantia os produtos apresentarem defeitos (vícios de qualidade), os consumidores poderão
reclamar por eles. Os fornecedores, contudo, terão 30 (trinta) dias para solucionarem o defeito. Passado esse
prazo e não havendo a solução do problema, caberá ao consumidor decidir se quer a devolução do dinheiro, o
abatimento do preço ou a troca do produto por outro de igual natureza. Eis a redação do art. 18, que vale ser lido
com atenção:
Art. 18. Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não duráveis respondem solidariamente pelos
vícios de qualidade ou quantidade que os tornem impróprios ou inadequados ao consumo a que se destinam ou
lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade, com as indicações constantes do
recipiente, da embalagem, rotulagem ou mensagem publicitária, respeitadas as variações decorrentes de sua
natureza, podendo o consumidor exigir a substituição das partes viciadas.
Nesta disciplina (diferente do art. 12), todos os fornecedores são solidariamente responsáveis, incluindo-se
diretamente o comerciante. Portanto, a reclamação do consumidor pode se dar diretamente ao vendedor do
produto. E caberá a este atender o consumidor e resolver seu problema em até 30 (trinta) dias.
Consigne-se que “a ignorância do fornecedor sobre os vícios de qualidade por inadequação dos produtos e
serviços não o exime de responsabilidade” (art. 23, CDC).
E “é vedada a estipulação contratual de cláusula que impossibilite, exonere ou atenue a obrigação de indenizar
prevista nesta e nas Seções anteriores (art. 25, CDC).
Apesar da redação do art. 18 do CDC, é possível a colocação dos produtos defeituosos no mercado desde que:
a) Haja a informação ao consumidor à respeito do problema;
b) Haja abatimento proporcional do preço;
c) Os defeitos não os tornem impróprios ou inadequados ao consumo a que se destinam.
Assim, se todos os requisitos acima se fizerem presentes, é possível que produtos defeituosos sejam vendidos no
mercado
Constatado o vício do produto o consumidor poderá reclamar a qualquer um dos fornecedores (inclusive o
comerciante). Não sendo o vício sanado no prazo máximo de 30 (trinta) dias pode o consumidor exigir,
alternativamente e à sua escolha (CDC, art. 18, § 1º): I - a substituição do produto por outro da mesma espécie,
em perfeitas condições de uso; II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem
prejuízo de eventuais perdas e danos (restitutio in integrum); III - o abatimento proporcional do preço (ação quanti
minoris).
Assim, o prazo para sanar o vício é de 30 (trinta) dias. Contudo, “poderão as partes convencionar a redução ou
ampliação do prazo previsto no parágrafo anterior, não podendo ser inferior a 7 (sete) nem superior a 180 (cento e
oitenta) dias” (CDC, art. 18, § 2º).
Importante ressaltar que se o vício não tiver como ser resolvido sem comprometer a qualidade ou característica do
produto, ou for esse produto essencial, o consumidor sequer precisará esperar os 30 (trinta) dias e poderá usar
das prerrogativas de exigir abatimento de preço, desfazimento do negócio ou troca do produto, tudo de forma
imediata (CDC, art. 18, § 3º).
Vício de quantidade:
Quanto ao vício de quantidade, as regras são basicamente as mesmas: “Os fornecedores respondem
solidariamente pelos vícios de quantidade do produto sempre que, respeitadas as variações decorrentes de sua
natureza, seu conteúdo líquido for inferior às indicações constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou de
mensagem publicitária, podendo o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha:”(CDC, art. 19). O que
muda são as prerrogativas à disposição do consumidor: I - o abatimento proporcional do preço; II -
complementação do peso ou medida; III - a substituição do produto por outro da mesma espécie, marca ou
modelo, sem os aludidos vícios; IV - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem
prejuízo de eventuais perdas e danos.
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Fornecedor de serviços
Quanto aos vícios no fornecimento de serviços, a disciplina é do art. 20: “O fornecedor de serviços responde pelos
vícios de qualidade que os tornem impróprios ao consumo ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles
decorrentes da disparidade com as indicações constantes da oferta ou mensagem publicitária, podendo o
consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha: I - a reexecução dos serviços, sem custo adicional e quando
cabível; II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas
e danos; III - o abatimento proporcional do preço.
- responsabilidade objetiva
- obrigação de fim
- responsabilidade do Estado por falhas na pista
- responsabilidade do Estado por animais na pista
- responsabilidade das permissionárias ou concessionárias
- transporte por cortesia
Art. 736. Não se subordina às normas do contrato de transporte o feito gratuitamente, por amizade ou cortesia.
Parágrafo único. Não se considera gratuito o transporte quando, embora feito sem remuneração, o transportador
auferir vantagens indiretas.
STJ, Súmula nº 145. No transporte desinteressado, de simples cortesia, o transportador só será civilmente
responsável por danos causados ao transportado quando incorrer em dolo ou culpa grave.
Art. 737. O transportador está sujeito aos horários e itinerários previstos, sob pena de responder por perdas e
danos, salvo motivo de força maior.
Caso fortuito: É o evento proveniente de ato humano, imprevisível e inevitável, que impede o cumprimento de uma
obrigação, tais como: a greve, a guerra etc
O caso fortuito interno (incide durante o processo de elaboração do produto ou execução do serviço, não eximindo
a responsabilidade civil do fornecedor) x caso fortuito externo (alheio processo de elaboração do produto ou
execução do serviço, excluindo a responsabilidade civil).
Força maior: um evento previsível ou imprevisível, porém inevitável, decorrente das forças da natureza, como o
raio, a tempestade etc
O TJ/SP garantiu indenização por danos morais e materiais no importe de R$ 10 mil a cada passageiro de um voo
que foi cancelado após atraso de 40 horas devido a uma nevasca. Decisão é da 38ª câmara de Direito Privado.
https://www.migalhas.com.br/Quentes/17,MI295010,71043-
Cancelamento+de+voo+por+nevasca+e+caso+fortuito+interno+e+gera+dever
A jurisprudência do Tribunal afirma que a empresa de transporte não deve ser punida por um fato inesperado e
inevitável que não faz parte da atividade fim do serviço de condução de passageiros.
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CONHECIDO E NÃO PROVIDO (TJ-DF - APC: 20060110224169 DF, Relator: HUMBERTO ADJUTO ULHÔA,
Data de Julgamento: 12/03/2008, 3ª Turma Cível, Data de Publicação: DJU 03/04/2008 Pág. : 111)
ÔNUS DA PROVA
Indenizatória por danos morais – Transporte aéreo nacional – Contratação de pacote de prestação de serviços de
turismo com subcontratação de companhia aérea para a realização do transporte aéreo - Cancelamento de voo
em razão de supostas condições meteorológicas adversas – Aplicação do CDC – Responsabilidade objetiva da
companhia aérea (art. 14 do CDC)– Alegação de que o cancelamento do voo ocorreu em razão de condições
climáticas adversas não demonstrada – Transportadora não se desincumbiu do ônus da prova, como ônus seu,
nos termos do art. 6º, VIII, do CDC e art. 333, II, do CPC – Inexistência de fortuito externo a romper o nexo causal
– Falha na prestação de serviços da companhia aérea demonstrada – Responsabilidade objetiva - Cadeia de
consumo evidenciada – Responsabilidade solidária da agência de turismo corré responder por danos causados
aos passageiros – Inteligência dos artigos 7º, par. único, 14, 25, § 1º e 34, todos do CDC – Autores não foram
informados previamente do cancelamento do voo, sendo obrigados a se deslocar de sua residência até o
aeroporto, perdendo um dia de férias do cronograma inicialmente contratado - Danos morais que se comprovam
com o próprio fato (damnum in re ipsa) – Indenização arbitrada em consonância com os princípios da
razoabilidade e ponderação – Sentença reformada – Recurso provido. Pacote turístico – Falha na prestação de
serviços pela agência de turismo – Inocorrência - Alegação de encerramento da última diária de hotel ao meio-dia,
obrigando os autores a permanecer no saguão do hotel por doze horas até o horário de embarque do voo de volta
– Descabimento - Contrato de prestação de serviços indica de forma clara as diárias de hotel encerram-se ao
meio-dia, acarretando aos passageiros de voos noturnos um período de até doze horas sem uso do apartamento -
Autores tiveram ciência inequívoca de que o horário de voo seria posterior ao horário de saída do hotel –
Sentença mantida - Recurso negado. Recurso provido em parte. (TJ-SP - AC: 10026121220188260664 SP
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1002612-12.2018.8.26.0664, Relator: Francisco Giaquinto, Data de Julgamento: 27/02/2019, 13ª Câmara de
Direito Privado, Data de Publicação: 27/02/2019)
PERDA DE CONEXÃO
Sumiço de passageiro
Nenhuma bagagem pode viajar sozinha. Enquanto seu respectivo dono não embarcar, o avião não decola e isso
pode gerar atrasos de voo de até uma hora.
Essa medida é adotada para que cargas suspeitas — como bombas, drogas e armas — não sejam enviadas. O
processo de localizar um passageiro pode ser mais rápido do que localizar sua bagagem entre toneladas de mala
do porão do avião.
OVERBOOKING
RECUSA DE PASSAGEIROS
Art. 739. O transportador não pode recusar passageiros, salvo os casos previstos nos regulamentos, ou se as
condições de higiene ou de saúde do interessado o justificarem.
REGRAS DA ANAC
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Remarcação da data da viagem
Para solicitar a remarcação da viagem, você deve procurar a empresa aérea ou agência de turismo na qual
adquiriu a passagem. A remarcação poderá ter custos adicionais e dependerá da disponibilidade de voos de
empresa aérea.
Os custos da remarcação são calculados sobre o valor dos serviços de transporte e sua variação ocorrerá de
acordo com as regras do contrato de transporte da passagem aérea adquirida. As multas cobradas pela empresa
aérea não poderão ser maiores que estes valores, mesmo que a passagem aérea seja promocional.
STF: Indenização por extravio de bagagem é regulada por convenção internacional, e não CDC - RE 636.331 e
ARE 766.618
1.200,00 EUROS POR MALA
Art. 39. Aos maiores de 65 (sessenta e cinco) anos fica assegurada a gratuidade dos transportes coletivos
públicos urbanos e semi-urbanos, exceto nos serviços seletivos e especiais, quando prestados paralelamente aos
serviços regulares.
§ 1º Para ter acesso à gratuidade, basta que o idoso apresente qualquer documento pessoal que faça prova de
sua idade.
§ 2º Nos veículos de transporte coletivo de que trata este artigo, serão reservados 10% (dez por cento) dos
assentos para os idosos, devidamente identificados com a placa de reservado preferencialmente para idosos.
Art. 40. No sistema de transporte coletivo interestadual observar-se-á, nos termos da legislação específica:
I - a reserva de 2 (duas) vagas gratuitas por veículo para idosos com renda igual ou inferior a 2 (dois) salários-
mínimos;
II - desconto de 50% (cinqüenta por cento), no mínimo, no valor das passagens, para os idosos que excederem as
vagas gratuitas, com renda igual ou inferior a 2 (dois) salários-mínimos.
Não há, no entanto, nenhuma lei que obrigue companhias aéreas a dar desconto para pessoas com 60 anos ou
mais. O artigo 40 do Estatuto do Idoso(Lei nº 10.741/2003) estabelece o transporte gratuito de idosos de baixa
renda de um estado para outro, mas só de ônibus, trem ou barco, não de avião
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