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SENTENÇA CÍVEL
SENTENÇA CÍVEL
PRELIMINARES
- Incompetência do Juízo. Rejeição. Nos termos do art. 53, V, do CPC, é competente
o foro “de domicílio do autor ou do local do fato, para a ação de reparação de dano
sofrido em razão de delito ou acidente de veículos, inclusive aeronaves”. Trata-se de
foros concorrentes, escolhido conforme conveniência da parte autora. O autor
comprovou, através de comprovante de residência, que moram em Santa Maria/DF,
sendo foro legítimo para o ajuizamento da demanda.
- Ilegitimidade ativa. Rejeição. Art. 17, CPC. De acordo com a Teoria da Asserção, a
análise das condições da ação deve ser feita com base nas afirmações contidas na
petição inicial. A transferência propriedade de bens móveis materializa-se com a sua
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tradição (artigo 1.267 do Código Civil), sendo, no caso de veículos, a providência
registral junto ao órgão de trânsito competente de cunho eminentemente
administrativo, não servindo este último ato como marco referencial para a
comprovação da tradição. O autor afirma ter adquirido o bem, sendo a análise
probatória tema de mérito.
- Ilegitimidade Passiva. Rejeição. Art. 17, CPC. A legitimidade das partes (legitimatio
ad causam) se traduz na pertinência subjetiva, ou seja, aptidão para ser parte na
demanda, seja na condição de demandante, seja na condição de demandado. O
Superior Tribunal de Justiça firmou posição no sentido de a responsabilidade do
proprietário do veículo ser solidária pelos danos decorrentes de acidente de trânsito
causado por culpa do condutor, sendo sua culpa (culpa in vigilando) em razão da
escolha impertinente da pessoa a conduzir seu carro ou da negligência em permitir
que terceiros, sem sua autorização, utilizem o veículo" (AgInt no REsp 1834006/SP,
Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, TERCEIRA TURMA, julgado em 22/03/2021,
DJe 25/03/2021; AgRg no REsp 1561894/ES, Rel. Ministro PAULO DE TARSO
SANSEVERINO, TERCEIRA TURMA, julgado em 01/03/2016, DJe 11/03/2016).
- A dinâmica do acidente é fato incontroverso nos autos (art. 374, III, CPC): conforme
informações trazidas no boletim de ocorrência, prestadas pelo segundo réu e
reforçadas em sede de contestação, a causa do acidente se deu em razão de o pneu
do veículo do primeiro requerido, conduzido pelo segundo requerido, haver
estourado, tendo o condutor perdido o controle e colidido com o veículo do autor.
- No que diz respeito ao nexo causal, a teoria da causalidade adequada, que hoje
prevalece em tema de responsabilidade civil, impõe que se perquira qual das culpas
foi a causa primária, eficiente e decisiva para a ocorrência do acidente. No caso em
comento, a causa primária do evento danoso foi, justamente, conduta negligente
dos requeridos.
- Observa-se a partir dos julgados do STJ que os valores das indenizações por danos
morais e estéticos em decorrência de imobilidade parcial permanente causada por
acidente de trânsito foram fixados em montantes que variam entre R$ 10.000,00
(vinte mil reais) e R$ 30.000,00 (trinta mil reais). Identificado o valor médio das
indenizações arbitradas, o segundo passo consiste em examinar as circunstâncias
particulares do caso, consoante os critérios já expostos acima. São eles: a) a
dimensão do dano; b) a eventual culpa concorrente da vítima; e c) a posição política,
social e econômica das partes envolvidas.
OU
TOTAL 10,00