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REQUERIMENTO PARA APRESENTAÇÃO DE RECURSO

ADMINISTRATIVO

INSTÂNCIA DE DEFESA:
1 ( ) DEFESA PREVIA
2 ( ) DEFESA À JARI
3 ( ) DEFESA AO CETRAN/CONTRANDIFE
4 ( ) DEFESA AO CONTRAN

SENHOR DIRETOR,

Eu, ________________________________________________, portador do RG


n.º________________ e da CNH nº _______________, inscrito no CPF sob o nº
_______________, residente e domiciliado em
__________________________________,________________________________,
________________ - ____, CEP __________, venho, mui respeitosamente à presença
de Vossa Excelência apresentar o presente recurso contra a aplicação de penalidade a
despeito da Notificação exarada nos Autos de Infração nº ______________, referente ao
veículo de placa:___________, Renavam ____________, modelo:
_________________, lavrada em __________________, às _______, na
_______________________________________ - ____, o que faz pelos motivos de fato
e de direito a seguir aduzidos.

I . DOS FATOS

A autuação retro mencionada está efetivamente eivada de vícios de matéria e de forma,


possui vícios ainda de origem formal, material, procedimento e tipificação, o que restará
demonstrado a seguir.

II. DO DIREITO

DA RASURA NO AUTO DE INFRAÇÃO - DO ERRO


FORMAL/MATERIAL

Outro ponto de grande relevância diz respeito ao fato do auto de infração estar
RASURADO. Para que esta condição possa ser observada e principalmente para que
desde logo, o auto possa ser seguramente invalidado, o mesmo segue em anexo para
conferência e constituição de prova.

Considere que o vício de Rasura do auto de infração é tido no Direito Administrativo de


Trânsito como vício insanável, diabólico e sujeito ao efetivo cancelamento do feito,
independentemente de qualquer outro pretexto. Eis que temos entendimento
jurisprudencial petrificado neste norte. Senão vejamos:

ADMINISTRATIVO. MULTA DE TRÂNSITO. EXCESSO DE


VELOCIDADE. AUTO DE INFRAÇÃO COM RASURAS. PROVA
BILATERALMENTE DIABÓLICA. ESTADO DE DÚVIDA CRIADO
PELO AGENTE PÚBLICO. PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE DO
ATO ADMINISTRATIVO AFASTADA. POSSIBILIDADE DE
REENQUADRAMENTO. DANO MORAL. NÃO CABIMENTO.
APELAÇÃO PARCIALMENTE PROVIDA.

Ocorre que não ficou esclarecido na autuação o motivo da rasura apresentada no auto de
infração, a qual poderia ser, de fato, mera correção de erro no momento da “suposta”
constatação, como também ato deliberado para penalizar mais gravemente o infrator.

Ocorre que no caso em comento, o motivo que levou o agente autuador a praticar a
rasura no auto de infração não é passível de comprovação por meio de prova, limitando-
se à presunções vazias, não servindo, assim, a teoria da distribuição dinâmica do ônus
da prova para oferecer uma solução segura, vez que se trata de prova bilateralmente
diabólica.

No caso, caberia ao agente autuador apresentar documento formalmente perfeito, livre


de rasuras, de forma a garantir maior segurança e confiabilidade de que os valores
anotados no auto de infração, constatando que de fato correspondiam à verdade.

O estado de dúvida foi criado pelo próprio agente público, de maneira que não mais
persiste a presunção de legitimidade do ato administrativo, devendo ser anulado o auto
de infração.

Finalmente, cabe mencionar o entendimento do secular TJ-RS referente a necessidade


de promover o cancelamento das autuações eivadas de máculas no preenchimento,
conquanto rasuras de preenchimento são incluídas nesta mesma condição, conforme:

TJ-RS - Apelação Cível AC 70060790979 RS (TJ-RS)


Data de publicação: 18/11/2016
Ementa: PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. AUTO DE
INFRAÇÃO DE TRÂNSITO. BRIGADA MILITAR. ILEGITIMIDADE
PASSIVA DO ESTADO. O Estado do Rio Grande do Sul não possui
legitimidade para responder por eventual ilegalidade praticada pela
Brigada Militar na lavratura de auto de infração de trânsito, de
competência exclusiva do DETRAN/RS. AUTO DE INFRAÇÃO.
RASURA. INSUBSISTÊNCIA E IRREGULARIDADE
RECONHECIDAS PELA JARI. CANCELAMENTO DA
AUTUAÇÃO. DANO MORAL E PROVA DOS AUTOS.
DESCABIMENTO. O reconhecimento, pela Junta Administrativa de
Recursos de Infrações - JARI, da insubsistência e irregularidade no
auto de infração de trânsito lavrado por suposta violação ao art. 244,
I, CTB, em razão da existência de rasuras no AIT, com o conseqüente
cancelamento da autuação, não implica, por si só, reparação civil por
danos morais, notadamente quando a prova dos autos não demonstra,
minimamente, abalo moral capaz de justificar o pagamento de
indenização. DANOS MATERIAIS. RESTITUIÇÃO DE
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS CONTRATUAIS.
DESCABIMENTO. Verificando-se que os danos materiais pleiteados
pelo autor dizem respeito à restituição de honorários contratuais,
evidentemente descabida a condenação, porquanto porque tal despesa é
ressarcida à parte vitoriosa por meio da imposição de honorários
sucumbenciais. (Apelação Cível Nº 70060790979, Vigésima Primeira
Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Armínio José Abreu
Lima da Rosa, Julgado em 12/11/2014).

Ante o exposto, nos termos das Jurisprudências e insistente entendimento Judicial


quanto ao tema, requer o cancelamento do auto de infração tratado, por razões de
invalidade absoluta e vício insanável de sua produção.

DA VENDA DO VEÍCULO EM DATA ANTERIOR AO


COMETIMENTO DA INFRAÇÃO
Outro fato a se considerar na presente análise é a de que o veículo a que me reportam a
responsabilidade foi vendido em data anterior ao do cometimento da infração, de
maneira que na data dos fatos não mais respondia pelos interesses do bem, e tampouco a
pontuação da referida autuação pode ser vinculada em minha CNH.
Esse mesmo entendimento é corroborado, nos seguintes termos:
TJ-MS - Apelacao Civel AC 20682 MS 2006.020682-0 (TJ-MS)
Data de publicação: 09/06/2016
Ementa: REEXAME NECESSÁRIO - APELAÇÃO CÍVEL -
MANDADO DE SEGURANÇA - VENDA DE VEÍCULO -
INEXISTÊNCIA DE TRANSFERÊNCIA NO DETRAN - INFRAÇÃO
DE TRÂNSITO POSTERIOR À TRADIÇÃO DO VEÍCULO -
RESPONSABILIDADE DO COMPRADOR - RECURSO
IMPROVIDO.
Encontrado em: 5ª Turma Cível 09/06/2009 - 9/6/2009 Apelante: Diretor
Geral do Departamento Estadual de Trânsito

Em sentido uníssono, peço vênia para citar:

TJ-RJ - REEXAME NECESSARIO REEX 03586767420118190001


RJ 0358676-74.2011.8.19.0001 (TJ-RJ)
Data de publicação: 05/03/2015
Ementa: CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. TRANSFERÊNCIA DE
PROPRIEDADE DE VEÍCULO NÃO COMUNICADA AO DETRAN.
INFRAÇÕES DE TRÂNSITO E IPVA POSTERIORES À
TRADIÇÃO. MITIGAÇÃO DO ART. 134 DO CTB . O art. 134 do
Código de Trânsito Brasileiro sofre mitigação quando ficar comprovado
nos autos que as infrações foram cometidas após a aquisição do veículo
por terceiro, afastando-se a responsabilidade do antigo proprietário.
Isto porque, em razão do princípio da individualização da pena, não
se mostra justo imputar ao alienante a responsabilidade pelo
pagamento das multas referentes às infrações praticadas pelo
adquirente em data posterior à tradição. No caso dos autos, tem-se
prova de que o veículo foi, em 10/08/2015, financiado por terceiro. Daí
porque o magistrado a quo acertadamente concluiu que o autor já não era
mais proprietário do bem. Precedentes do STJ. Manutenção da sentença.

Por esta razão a pontuação, bem como a responsabilização integral quanto a responsabilidade da
autuação contestada deve ser atribuída ao seu último adquirente.

III. DOS PEDIDOS

Por todo exposto, requer:

a) Que seja acolhida a preliminar suscitada, para que essa Egrégia Junta
julgadora receba o presente recurso com efeito suspensivo, para se abster de
lançar qualquer restrição, inclusive para fins de licenciamento e transferência,
nos arquivos do órgão ou entidade executivo de trânsito responsável pelo registro
do veículo até que a presente demanda seja julgada.

b) Conforme dispõe o CTB, jurisprudências de nosso Egrégio Tribunal de


Justiça, bem como os doutrinadores supra citados, que seja mantida a CNH do
Recorrente até que se esgotem todas as possibilidades do mesmo exercer seu
amplo direito de defesa, conforme prevê também a nossa Constituição Federal,
em seu artigo 5o.

e) Caso não seja esse entendimento deste Núcleo de recepção, que seja acolhida a
presente defesa em desfavor da notificação da autuação de infração de trânsito,
na forma das razões apresentadas, juntamente com as documentações anexas,
com o seu regular processamento, apreciação, e ao final o acolhimento das
preliminares nesta peças aventadas, de acordo com Código de Transito
Brasileiro, para julgar inconsistente o AIT supra citado, gerando a correta e legal
anulação do Auto de Infração ora recorrido, com a consequentemente
determinação de cancelamento da penalidade e, posterior arquivamento do
mesmo;

f) Requer também que seja respeitada a Constituição Federal e o Pacto de São


José da Costa Rica, onde Vossa Senhoria apresente uma decisão legalmente
fundamentada; para que, no caso de não acolhimento do pedido mencionado na
alínea “A”, esta servir de subsídios para uma ‘possível’ correção da ilegalidade e
dos atos de quem administrativamente tem obrigação de corrigi-los (SÚMULA
473 STF), via Poder Judiciário, de maneira a fundamentar o não acolhimento
de maneira técnica e precisa.

g) Requer a imediata exclusão dos pontos registrados no prontuário do


Requerente com a intimação via postal do resultado da decisão, para requerer o
que entender de direito.

h) Protesta provar o alegado por todos os meios de provas em direito admitidos.

i) Por fim requer seja o presente recurso julgado TOTALMENTE


PROCEDENTE, declarando o auto de infração objeto da lide INSUBSISTENTE,
gerando assim a ANULAÇÃO E ARQUIVAMENTO do mesmo, nos termos da
fundamentação retro, por medida da mais lídima e salutar JUSTIÇA!
Nestes Termos, pede deferimento.

, de de 20 .

ASSINATURA DO SUBSCREVENTE

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