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ILUSTRÍSSIMO SENHOR RESPONSÁ VEL PELA ANALISE DE DEFESA DA

PREFEITURA MUNICIPAL DE LONDRINA - ESTADO DO PARANÁ .

Referência: Auto de Infração nº 276670-T000567590

Anne Carinne Pisolato Zanoni Yabe, brasileira,


analista de sistemas, portadora da CIRG. nº 4.775.944-7, inscrito no
CPF/MF sob o nº 841.510.649-15, residente e domiciliada na Rua
Senador Souza Naves, nº 2645, Apto. 1102, Jardim Londrilar,
Londrina/PR, CEP.: 86.015-430, vem à presença de Vossa Senhoria,
com fundamento no artigo 285 do Có digo de Trâ nsito Brasileiro e na
Resoluçã o 299 de 04.12.08 do CONTRAN, nã o se conformando com o
auto de infraçã o em epígrafe, aplicado ao veículo placa AVA-6382,
I/HONDA CR – V EXL, vem dela, INTERPOR a competente defesa,
mediante as razõ es de fato e de direito seguintes:

I – DOS FATOS

O veículo da defendente, na data da suposta


infraçã o, encontrava-se trafegando na Rua Niteró i cruzamento com a
Rua Rio Grande do Norte. No auto de infraçã o nº 276670-T000567590,
alega o agente que supostamente a condutora estava conduzindo o
veículo segurando o telefone celular.

II – DO DIREITO.

a) DA TEMPESTIVIDADE:

A presente defesa está sendo impetrado dentro


prazo legal, conforme normatizado pelo Có digo de Trâ nsito Brasileiro,
artigo 288, portando, que seja recebido e processado por este
conceituado ó rgã o.

b) DA INAPLICABILIDADE DA MULTA:

Na data de 10 de junho de 2020, na Rua Niteró i


cruzamento com a Rua Rio Grande do Norte, a condutora defendente
estava dirigindo o veículo I/HONDA CR-V EXL de placa AVA-6382, que
supostamente estaria manuseando o telefone celular com o veículo em
transito, conforme consta nas informaçõ es complementares do Auto,
com base no artigo 252, inciso VI, do Có digo de Trâ nsito Brasileiro.

Primeiramente, observa-se o disposto do Có digo de


Trâ nsito Brasileiro que determina o arquivamento de infraçõ es nos
casos em que se constata a irregularidade de sua aplicaçã o, como
abaixo transcrito:

Art. 281. A autoridade de trânsito, na esfera da


competência estabelecida neste Código e dentro de
sua circunscrição, julgará a consistência do auto de
infração e aplicará a penalidade cabível.
Parágrafo único. O auto de infração será arquivado e
seu registro julgado insubsistente:
I - Se considerado inconsistente ou irregular.

Agora, vejamos a medida administrativa imposta ao


condutor do veículo:

Art. 252. Dirigir o veículo: (...)


VI - utilizando-se de fones nos ouvidos conectados a
aparelhagem sonora ou de telefone celular;

Ocorre que, diferente do que consta no auto de


infraçã o, a condutora nã o estava utilizando o telefone celular na
ocasiã o, posto que tem conhecimento do perigo que é praticar tal
infraçã o.

Destaca-se que pode ter havido um engano na


percepçã o do agente da CMTU que se confundiu, pois na situaçã o em
questã o a condutora nã o carregava nada nas mã os.

Entretanto, de forma errô nea e a critérios ú nicos à


vontade do agente de trâ nsito foi confeccionado e aplicado o auto de
infraçã o à requerente, sendo que na notificaçã o de infraçã o nã o se
constituiu qualquer imagem que comprovasse as alegaçõ es do agente
de trâ nsito.

Além disso, forme a decisã o do Superior Tribunal de


Justiça, a Companhia Municipal de Trâ nsito e Urbanizaçã o nã o possui
competência para a aplicaçã o de multas de teor rodoviá rio, sendo
considerado os autos de infraçã o, confeccionados pelo ó rgã o, ilegal.

Conforme descrito abaixo a ementa da decisã o:

DIREITO ADMINISTRATIVO. PODER DE POLÍCIA. IMPOSIÇÃ O DE


PENALIDADE PELA COMPANHIA MUNICIPAL DE TRÂ NSITO E
URBANIZAÇÃ O DE LONDRINA. PESSOA JURÍDICA DE DIREITO
PRIVADO À QUAL É INDELEGÁ VEL A COMPETÊ NCIA PARA A
PRÁ TICA DE ATO DE NATUREZA COERCITIVA. ILEGALIDADE DA
IMPOSIÇÃ O DE MULTAS. AUSÊ NCIA, TODAVIA, DE DANO MORAL.
a) Inobstante algumas vertentes do Poder de Polícia possam ser
delegadas a entes privados – atos de consentimento e fiscalizaçã o
–, o ato de legislar e o de impor sançã o nã o o sã o, já que atividades
estatais típicas. b) Ante à impossibilidade de delegação dos
atos de sancionamento do Poder de Polícia, Autos de
Infração, lavrados pela COMPANHIA MUNICIPAL DE
TRÂNSITO E URBANIZAÇÃO DE LONDRINA – CMTU/LD, são
nulos, devendo-se devolver os valores das multas
efetivamente pagas. c) O dano moral indenizá vel se configura
quando o evento infligir dor, vexame, sofrimento ou humilhaçã o
que, refugindo aos eventos quotidianos, interfira intensamente no
comportamento psicoló gico do indivíduo, causando-lhe
duradouras afliçõ es, angú stia e desequilíbrio. d) E, no caso, apesar
da ausência do Poder de Polícia da CMTU/LD para aplicar multas
de trâ nsito, nã o foi comprovado abuso de autoridade pelos
agentes administrativos, capaz de infligir dor, vexame, sofrimento
ou humilhaçã o.

Desta forma, diante a precariedade da situaçã o


demonstrada, bem como a incompetência da aplicaçã o de multa pelo
ó rgã o, CMTU, a de se alegar que nã o pode autuar, quando nã o previstos
os preceitos fundamentais para o ato.
III. DO PEDIDO

Ex positis, vem a defendente alegar em sua


defesa e requerer que seja julgado procedente a defesa proposta, por
se tratar de uma infraçã o irregular.

Por conseguinte, requer o cancelamento da


multa, bem como suspender a pontuaçã o em sua CNH, aplicados à
infraçã o.

Termos em que,
pede deferimento.

Londrina, 3 de julho de 2020.

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ANNE CARINNE PISOLATO ZANONI YABE

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