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MUNICIPAL DE
AIT nº
RECURSO
1- DA NOTIFICAÇÃO
A presente notificação refere-se ao veículo (modelo e placa) de uso do
recorrente, por uma possível infração ao art. 208 do CTB, qual seja, avançar o sinal
vermelho do semáforo ou o de parada obrigatória, cometida em 21/05/2017, às 14:34,
na cidade de Campinas/SP.
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PODER DE POLÍCIA EM SUA PLENITUDE - INOCORRÊNCIA -
LIMITAÇÃO A ATOS DE FISCALIZAÇÃO - IMPOSIÇÃO DE MULTA -
ATO PROCEDIDO DIRETAMENTE PELO MUNICÍPIO - LEGALIDADE
- RECONHECIMENTO - IMPROCEDÊNCIA DOS PEDIDOS - RECURSO
PROVIDO - SENTENÇA REFORMADA. - Evidente a impossibilidade de
sociedade de economia mista exercer o poder de polícia em sua
plenitude, sendo legítima sua atividade apenas quanto à fiscalização e
autuação; restando impedida, no entanto, de impor sanções, porque
derivado "do poder de coerção do Poder Público", indelegável por
definição.
(TJ-MG - AC: 10024120308473001 MG, Relator: Barros Levenhagen, Data
de Julgamento: 08/05/2014, Câmaras Cíveis / 5ª CÂMARA CÍVEL, Data de
Publicação: 15/05/2014) (Grifo nosso).
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de tal sociedade, que busca sempre o lucro independente de averiguar ou respeitar
princípios essenciais da nossa sociedade.
No caso concreto, mais uma norma foi desrespeitada. O recorrente não recebeu
em seu domicílio a autuação, o que está em desacordo com os parágrafos 2º e 4º do
mesmo art. 3º,
Se quem autuou diz que o fato foi cometido pelo recorrente, mas não há provas
disso, não há motivo para que a notificação continue. O CPC dá respaldo para o
recorrente quando dispõe que o autor deve provar as suas alegações,
Logo, pugna para que o agente autuador comprove que realmente enviou a
notificação de autuação para a residência do recorrente, ou do proprietário, tendo em
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vista que não ficou demonstrada nem comprovada essa emissão. Por conta dessa
ausência de certeza do envio, requer seja arquivado o auto de infração, nos moldes do
art. 3º, § 2º da Resolução 404/12 do CONTRAN.
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De igual modo, não consta na notificação recebida qualquer menção ou
advertência em relação à penalidade que poderá ser imposta ao recorrente, acarretando
novamente em mais um desrespeito à ordem legal em vigor.
Após tudo o que foi dito, o recorrente ainda teve seu direito prejudicado por ter
havido total inversão do ônus da prova, demonstrada pela ofensa ao princípio
constitucional da presunção da inocência (art. 5º, LVII da CF/88), ou seja, ao invés do
órgão autuador provar a existência da infração, que de fato não ocorreu, o recorrente
tem que lançar mão do presente recurso para provar sua inocência.
Portanto, verificada a existência de vícios de forma insanáveis, posto que ferem
disposições constitucionais e infraconstitucionais elementares, não há outra solução,
senão a declaração de nulidade de pleno direito do presente AIT, com seu consequente
arquivamento, tendo seu registro julgado irregular, nos termos do art. 281, parágrafo
único, I, do CTB.
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§ 6° Os estudos técnicos referidos nos §§ 2°, 3°, 4°e 5º devem:
I - estar disponíveis ao público na sede do órgão ou entidade de trânsito com
circunscrição sobre a via;
II - ser encaminhados às Juntas Administrativas de Recursos de Infrações –
JARI dos respectivos órgãos ou entidades.
III - ser encaminhados ao órgão máximo executivo de trânsito da União e aos
Conselhos Estaduais de Trânsito - CETRAN ou ao Conselho de Trânsito do
Distrito Federal - CONTRADIFE, quando por eles solicitados.
Oportunamente, informa que não obteve acesso ao estudo técnico junto ao órgão
de trânsito. Isso posto, requer a juntada a estes autos, do estudo técnico
supramencionado, para verificar se foi cumprido o requisito legal supracitado, sob pena
de não o fazendo, obrigatoriamente deve ser anulado este auto de infração, que é o que
desde já requer.
A referida resolução também garante que em casos de estudo técnico novo deve
haver uma nova checagem a fim de comprovar a eficácia dos medidores de velocidade,
em no máximo 12 meses.
Porém, ao consultar a multa, foi possível perceber que a data de aferição do
equipamento é de 28/01/2016.
Isso quer dizer que já tem mais de 1 ano e meio sem nenhum tipo de manutenção
do radar, o que enseja inconsistência do registro efetuado pelo equipamento e
consequente contestação da multa, o que desde já requer.
DOS PEDIDOS
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Diante do exposto, requer o conhecimento e o provimento do presente recurso
para:
III- Deferir a presente defesa, já que não haverá outra solução, senão a
declaração de inconsistência do registro, com seu posterior arquivamento, nos termos do
art. 281, parágrafo único, inciso I do Código de Trânsito Brasileiro, e a extinção da
respectiva pontuação eventualmente anotada no prontuário da recorrente;
Pede deferimento.
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