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ILUSTRÍSSIMO SENHOR DIRETOR DA EMDURB MARÍLIA/SP

RECURSO

DO VEÍCULO
 .

DA AUTUAÇÃO
 Neste ato, a Defesa interpõe sua manifestação para o AIT –-1– DATA –
05/11/2022, 12:28h, Rua Maranhão, 71, Centro – INFRAÇÃO do CTB,
enquadramento: 5541-2 “Estacionar em desacordo com
regulamentação – estacionamento rotativo.”

DO RECURSO
Na data supracitada, houve por parte do proprietário qualificado acima, a
compra do ticket eletrônico, por meio do aplicativo da empresa Rizzo Parking. A compra foi
efetuada às 11h e 23min e o mesmo consumido até às 12h e 23min (imagens anexas).

O proprietário, ao chegar em seu veículo, encontrou fixado ao para-brisa do


mesmo o aviso de irregularidade (imagem anexa) emitida pela empresa privada Rizzo
Parking com valor de cobrança fixado em R$ 20,00 (vinte reais) para regularização
posterior.

Em que pese a imposição da Administração impor ao recorrente uma pena


indevida, a defesa apresenta argumentação incontestável, visto que não existe a peça
principal e fundamental para a existência da suposta irregularidade, ou seja, não há o auto
de infração assinado pelo agente de trânsito, bem como houve total desrespeito à
legislação vigente.
O pleito de defesa está amparado nos seguintes dispositivos legais:

 Artigo 4º, parágrafo único da lei municipal nº 8.240 de 22 de maio de


2018.
“Art. 4º. O prazo de estacionamento na mesma vaga, pelo mesmo usuário,
será conforme cartão adquirido para 01 (uma) hora ou 02 (duas) horas de
permanência, objetivando a ocupação e a rotatividade do sistema.
Parágrafo único. Fica condicionada tolerância de 15 (quinze) minutos dos
veículos estacionados nas áreas da “Zona Azul”” (Art. 4º, § único, lei
municipal nº 8.240de 22 de maio de 2018)

JUSTIFICATIVA: o aviso de irregularidade (imagem anexa) foi emitido por


funcionário da empresa privada Rizzo Parking apenas 5 (cinco) minutos após o
vencimento do ticket eletrônico e fixado ao para-brisa do veículo, observa-se,
portanto, que o horário de emissão do aviso de irregularidade emitido pelo funcionário
da empresa privada Rizzo Parking e o horário informado no AIT - -1 são os mesmos,
corroborando o desrespeito ao artigo supracitado. Ademais, o dispositivo supracitado
bem como todo teor da lei municipal não traz qualquer menção ou apontamento de
que a tolerância de 15 (quinze) minutos seja somente considerada a partir do
momento em que o veículo estaciona na vaga.

 Artigo 280, §3º do Código de Trânsito Brasileiro

“Art. 280. Ocorrendo infração prevista na legislação de trânsito, lavrar-se-


á auto de infração, do qual constará:

I - tipificação da infração;

II - local, data e hora do cometimento da infração;

III - caracteres da placa de identificação do veículo, sua marca e


espécie, e outros elementos julgados necessários à sua identificação;

IV - o prontuário do condutor, sempre que possível;

V - identificação do órgão ou entidade e da autoridade ou agente


autuador ou equipamento que comprovar a infração;

VI - assinatura do infrator, sempre que possível, valendo esta como


notificação do cometimento da infração.

...

§ 3º Não sendo possível a autuação em flagrante, o agente de trânsito


relatará o fato à autoridade no próprio auto de infração, informando os
dados a respeito do veículo, além dos constantes nos incisos I, II e III,
para o procedimento previsto no artigo seguinte”

JUSTIFICATIVA: a autuação é inconsistente e a penalidade não pode


prosperar, uma vez que quem emitiu o aviso de irregularidade não é agente de trânsito
e sim funcionário de uma empresa privada e o suporto agente de trânsito que lavrou o
auto de infração, AIT - -1, não estava presente no dia e horário na abordagem ao
veículo.

Solicito diligência de que seja anexo aos autos deste recurso a escala de
serviço do agente de trânsito que lavrou o auto de infração após as 48 horas da
emissão do aviso de irregularidade emitida pelo funcionário da empresa privada Rizzo
Parking, bem como o certificado de conclusão de curso de formação de agente de
trânsito e curso de atualização de agente de trânsito.

O pleito de defesa deste recurso ampara-se ainda nas SÚMULAS 346 e


473 do Supremo TribunalFederal:
“A Administração Pública pode declarar a nulidade de seus próprios atos”
(Súmula346 - STF)
"A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios
que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por
motivo deconveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada,
em todos os casos, a apreciação judicial" (Súmula 473 – STF).

DO PEDIDO
Dessa forma, com fulcro nos Princípios Constitucionais:
Art. 37 - A administração pública direta e indireta de qualquer
dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos
princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também,
ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
Combinados com os Princípios do artigo 111 da Constituição Estadual:
Art. 111 – A administração direta, indireta ou fundacional, de
qualquer dos Poderesdo Estado, obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade, razoabilidade, finalidade, motivação e interesse público.
Que em tese, DEVEM REGER A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, por vício
insanável do Ato Administrativo, com base na própria lei, fonte desta autuação, requeiro a
NULIDADE, CANCELAMENTO E ARQUIVAMENTO do Ato Administrativo praticado
indevidamente pela Administração em face do impetrante, bem como a exclusão de

pontos aplicados indevidamente no prontuário deste recorrente, através do AIT


26E43009842-1, uma vez que além de não poder prosperar a autuação, não houve o
cometimento da infração flagrada por um agente de trânsito.
Requer ainda que, caso seja indeferido o referido recurso, o que se admite
por amor ao debate, seja enviado parecer de julgamento para as providências cabíveis em
instância superior, considerando o que foi exposto neste recurso, com o amparo da
Constituição Federal Brasileira, em seu artigo 37.
Caput com redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 04 de
junho de 1998:
“Art. 37, § 6º. As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado
prestadoras de serviço público responderão pelos danos que seus agentes, nessa
qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o
responsável no caso de dolo ou culpa”. Redação dada pela Emenda Constitucional nº
19, de 04 de junho de 1998.

Termos em que pede e espera pelo justo deferimento.

Marília/SP
ANEXOS

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