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ILUSTRÍSSIMO SENHOR PRESIDENTE DO DEPARTAMENTO ESTADUAL DE TRÂNSITO

DO ESTADO DE MATO GROSSO.

Ref. Defesa de Autuação


Auto nº:

NOME, brasileiro, solteiro, advogado, inscrito no Cadastro de Pessoas Físicas sob o nº ...,
residente e domiciliado na ..., Cuiabá – Mato Grosso, inconformado com a autuaçã o acima
referida, vem a presença de Vossa Senhoria, apresentar DEFESA PRÉVIA, com fulcro no
artigo 5º, inciso XXXIV, a e LV da Constituiçã o Federal da Republica, artigo 281 do Có digo
de Trâ nsito Brasileiro e demais normas aplicá veis, requerendo o definitivo arquivamento
do auto de infraçã o, sem maiores efeitos, face à s seguintes razõ es:
I – Dos Fatos:
Deslocava-se, o recorrente, no município de ..., quando recebeu ordem de parada, na
barreira policial, realizada pelo Batalhã o de Trâ nsito da Policia Militar. Apó s uma
minuciosa fiscalizaçã o nos documentos do veículo conduzido pelo recorrente e na
documentaçã o do recorrente, se iniciou por parte do policial uma intensa fiscalizaçã o
também no veículo.
Importante frisar, que o Veículo conduzido pelo recorrente, qual seja, ..., é absolutamente
novo, nã o havendo nenhuma anormalidade, tudo conforme a legislaçã o vigente. No entanto,
para sua surpresa, este recorrente foi autuado por tal Policial, sob alegaçã o que a película
protetora do veículo estava em desacordo com a lei, pois segundo ele, sua transmissã o
luminosa estava inferior as porcentagens permitidas em lei.
Ocorre que autoridade policial, no seu dever de fiscalizar, acabou nã o cumprindo as
formalidades necessá rias e indispensá veis para revestir de legalidade, viciando assim, o
seu ato administrativo de nulidade absoluta. Isto porque os motoristas nã o podem ficar à
mercê de serem acusados de cometer infraçõ es, sem que seja seguido e praticado o rito
procedimental instituído para a fiscalizaçã o e autuaçã o, sob pena de que sejam cometidas,
diariamente, injustiças legais
Conforme supracitada notificaçã o consta o cometimento de uma infraçã o por conduzir o
veículo “com vidros total ou parcialmente cobertos por películas refletivas ou não”. Todavia,
o referido auto de infraçã o está irregular, uma vez que nã o foi realizada a verificaçã o dos
indicies de transmitâ ncia luminosa, por instrumento denominado luxímetro, aprovado pelo
INMETRO e homologado pelo DENATRAN (art. 10 Resoluçã o 254 do CONTRAN), ademais,
tal notificaçã o fora expedida apenas apó s 30 dias do suposto cometimento da infraçã o,
estando em total desacordo com a legislaçã o vigente (artigo 281, pará grafo ú nico, inc. II do
CTB.
II – Do Direito:
II.a) Da ausência da medição da transmitância luminosa:
Conforme, o auto de notificaçã o de infraçã o, se percebe que este recorrente fora autuado,
por dirigir veículo com as películas supostamente em desacordo com a lei.

Ocorre, como acima já exposto, o policial responsá vel pela aplicaçã o da infraçã o, nã o
realizou a aferiçã o da transmitâ ncia, por instrumento, devidamente aprovado pelo
INMETRO e homologado pelo DENATRAN, tanto é, que os campos previstos na autuaçã o
para tais informaçõ es, encontram-se em brancos.
Vejamos a resoluçã o nº 254 do CONTRAN, a qual estabelece requisitos e critérios para
aplicaçã o de películas nas á reas envidraçadas dos veículos automotores, em seu artigo 10,
dispor o seguinte:
Art. 10 A verificação dos índices de transmitância luminosa estabelecidos nesta Resolução será realizada na
forma regulamentada pelo CONTRAN, mediante utilização de instrumento aprovado pelo INMETRO e
homologado pelo DENATRAN. (grifo nosso)

Nesse liame, dú vidas nã o restam sobre os procedimentos que devem ser adotados, o que
no presente caso, estã o ausentes, portanto, referido auto de infraçã o deve ser arquivado e
seu registro julgado insubsistente, uma vez irregular, com base no artigo 281, pará grafo
ú nico, inc. I do Có digo de Trâ nsito Brasileiro.

II.b) Da expedição de notificação após 30 dias:


Como se verifica pela documentaçã o juntada, a infraçã o fora supostamente cometida no
dia 09 de setembro de 2016, e o auto de infraçã o foi enviado ao meu endereço, no dia 13 de
outubro de 2016, ou seja, 33 dias apó s o fato, estando desta forma irregular, o que importa
em sua nulidade, salvo melhor julgamento, conforme art. 281, § ú nico, inciso II do CTB,
artigo 3, “caput”, § 1, 2 da Resoluçã o 404 in verbis:
"Art. 281. [...] Parágrafo único. O auto de infração será arquivado e seu registro julgado insubsistente:
[...] II - se, no prazo máximo de trinta dias, não for expedida a notificação da autuação."

“Art. 3º À exceção do disposto no § 5ºdo artigoo anterior, após a verificação da regularidade e da consistência do
Auto de Infração, a autoridade de trânsito expedirá, no prazo máximo de 30 (trinta) dias contados da data do
cometimento da infração, a Notificação da Autuação dirigida ao proprietário do veículo, na qual deverão constar os
dados mínimos definidos no art. 280 do CTB e em regulamentação específica.
§ 1º Quando utilizada a remessa postal, a expedição se caracterizará pela entrega da notificação da autuação
pelo órgão ou entidade de trânsito à empresa responsável por seu envio.
§ 2º A não expedição da notificação da autuação no prazo previsto no caput deste artigo ensejará o
arquivamento do Auto de Infração.

Desta forma, verificado cabalmente o vício formal do Auto de Infraçã o, impõ e-se o seu
arquivamento e seu registro julgado insubsistente, conforme a lei.

III – Do Pedido:
Ante o exposto, conclui-se entã o, pelo necessá rio e justo cancelamento da decisã o imposta
pela autoridade de trâ nsito eis que irremediavelmente contaminada por nulidades,
cancelando a penalidade com a consequente revogaçã o dos pontos de meu prontuá rio;
Requer a produçã o de provas por todos os meios admitidos em direito.
Termos em que
Pede e Aguarda Deferimento.
Cuiabá – MT, 26 de outubro de 2016.

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