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ILUSTRÍSSIMO(A) SENHOR(A) COORDENADOR(A) DA JUNTA

ADMINISTRATIVA DE RECURSOS DE INFRAÇÕES DA GOINFRA


(ANTIGA AGETOP).

RECURSO ADMINISTRATIVO

REFERÊNCIA AUTO DE INFRAÇÃO Nº A022696284

LETÍCIA CALIXTO DE BASTOS, brasileira, solteira, farmacêutica, inscria


no CPF nº 017.749.451-42, portadora da CNH nº 04125435018, residente e
domiciliada na Rua T-29, Setor Bueno, Goiânia – GO, CEP: 74. , vem interpor
RECURSO à Notificação de Penalidade referente ao Auto de Infração nº
A022696284, nos termos que seguem:

PRELIMINARMENTE

DA TEMPESTIVIDADE

A presente defesa é tempestiva, vez que o prazo para a apresentação da mesma


encerra-se em 11 de junho de 2017, como consta na notificação da autuação recebida
pela Requerente, conforme cópia de documento em anexo.

Assim, de acordo com o art. 3º da Resolução do CONTRAN 404/12, o prazo


para interpor a defesa não pode ser inferior a 15 dias, senão vejamos:

“Art. 3º-(...) § 3º Da Notificação da Autuação constará a data


do término do prazo para a apresentação da Defesa da
Autuação pelo proprietário do veículo ou pelo condutor
infrator devidamente identificado, que não será inferior a 15
(quinze) dias, contados da data da notificação da autuação ou
publicação por edital, observado o disposto no art. 12 desta
Resolução.” (grifou-se)

Deste modo, a presente defesa é tempestiva.

DA INSUBSISTÊNCIA DO AUTO DE INFRAÇÃO

O auto de infração em epígrafe não foi emitido dentro do prazo de 30


(trinta) dias da data da infração, o que torna o mesmo inteiramente insubsistente,
imperando seu imediato arquivamento conforme determina o art. 281, parágrafo
único, inciso II do Código de Trânsito Brasileiro:

“Art. 281. A autoridade de trânsito, na esfera da competência


estabelecida neste Código e dentro de sua circunscrição,
julgará a consistência do auto de infração e aplicará a
penalidade cabível.
Parágrafo único. O auto de infração será arquivado e seu
registro julgado insubsistente:
[...]
II - se, no prazo máximo de trinta dias, não for expedida a
notificação da autuação.” (grifou-se)

Assim, a suposta infração em comento ocorreu no dia 06 de julho de 2019, às


15 (quinze) horas e 12 (doze) minutos. Todavia, a emissão/expedição do presente auto
apenas ocorreu no dia 29 de agosto de 2019, decorrendo assim um período de tempo
superior ao prazo máximo supracitado de 30 (trinta) dias.

Logo,  há jurisprudência que comprova o presente entendimento, deste modo,


destacamos abaixo, in verbis:

“ADMINISTRATIVO. INFRAÇÃO DE TRÂNSITO.


LEGITIMATIO AD CAUSAM.RESPONSABILIDADE
PELA INFRAÇÃO. NOTIFICAÇÃO DA AUTUAÇÃO AO
RESPONSÁVEL - PRAZO DE 30 DIAS A CONTAR DA
AUTUAÇÃO. 1. A responsabilidade pela infração de trânsito
é definida com base no art. 257 do CTB, devendo as
notificações, tanto da autuação, quanto da penalidade, serem
dirigidas ao responsável. 2. Carece de legitimidade ativa ad
causam para pleitear a nulidade de auto infracional o
proprietário do veículo, quando a infração de trânsito em
questão é de responsabilidade do condutor. 3. A notificação
da autuação, dando ensejo à defesa prévia, deve ser
dirigida ao responsável pela infração de trânsito, sob pena
de, decorrido o prazo de 30 dias da autuação sem a devida
notificação, incidir a ordem do art. 281, § único, II, do
CTB.” (TRF-4 - AC: 3366 SC 2002.72.02.003366-0, Relator:
AMAURY CHAVES DE ATHAYDE, Data de Julgamento:
27/10/2004, QUARTA TURMA, Data de Publicação: DJ
19/01/2005 PÁGINA: 262) (grifou-se)

Portanto, não tendo havido a expedição da notificação no prazo estabelecido,


deverá ser julgado inteiramente insubsistente o auto de infração em epígrafe, com o
seu consequente e necessário arquivamento.

I - DOS FATOS

Inicialmente, cumpre anotar que a requerente é proprietária do veículo


CHEVROLET TRACKER, placa ONA3179, conforme indicado no auto de infração,
documento anexo.

Ao que se vislumbra, na data de 06 de julho do corrente ano, às 15:12 horas, no


Município de Piracanjuba, foi a requerente autuada, em razão de ter possívelmente
ultrapassado pela contramão – linha de divisão de fluxos opostos, contínua amarela, o
que configuraria, portanto, a infração prevista no art. 203, V, do Código de Trânsito
Brasileiro.
Entretanto, necessário considerar o fato de que tal autuação – Multa, veio sem
nenhuma imagem que comprovasse o fato, o que acabou cerceando a defesa da
Requerente, que não sabe nem mesmo de qual local se trata essa possível infração.
Veja-se:
Incluir a imagem da multa, sem a foto da infração!

Desta forma, insta salientar que, data maxima venia, tal ato administrativo não
atentou à realidade fática nem jurídica, como restará demonstrado a seguir.

II - DO DIREITO
II.1 – DO AUTO DE INFRAÇÃO DE TRÂNSITO

O auto de infração de trânsito é, pela incidência das normas jurídicas de


trânsito, um ato jurídico, mas devido à sua causa ser proveniente da finalidade pública
e ser praticado pela Administração Pública no uso do seu poder de polícia, ele adquire
a qualidade de ser ato jurídico administrativo.

Por ser um ato jurídico administrativo, evidentemente, seu tratamento não será
igual ao ato jurídico de natureza privada, porque naquele se tem o interesse público e
neste o interesse privado, podendo mais a vontade dos sujeitos aqui do que ali.
Assim, passa-se a investigar perfunctoriamente os seus requisitos de existência,
validade e eficácia.

II.2 - DA NECESSÁRIA NULIDADE DO PRESENTE AUTO DE INFRAÇÃO.


AUSÊNCIA DE REQUISITOS ESSENCIAIS. INÉPCIA DO AUTO DE
INFRAÇÃO

Tendo em vista que o Auto de Infração é uma das formas de iniciar o processo
administrativo, que é meio pelo qual são apuradas supostas práticas de infrações e
sanções administrativas e, ainda, estabelece o processo Administrativo para a
apuração de tais infrações, faz-se mister que o ato esteja preenchido com requisitos
essenciais. 

Estes, por sua vez, encontram-se abaixo transcrito:

“Requisitos:
a) competência da autoridade ou do agente da autoridade de trânsito;
b) tipificação da infração;
c) data, hora e local do cometimento da infração;
d) caracteres da placa de identificação do veículo, sua marca e espécie, e outros elementos
julgados necessários à sua identificação;
e) identificação do órgão ou entidade da autoridade ou agente autuador ou equipamento que
comprovar a infração;
f) prontuário do condutor, sempre que possível; e
g) assinatura do infrator, sempre que possível, valendo esta como notificação do cometimento
da infração.”

Entretanto, in casu, o Auto de Infração lavrado não apresenta todos os


requisitos legais exigidos pelo supracitado artigo devendo, desta feita, ser
imediatamente anulado. Isso porque, nos dados da infração, a Autoridade Fiscal não
incluiu foto da possível infração, o que cerceia a defesa da Requerente.

Desta forma, conclui-se que tal ato está eivado de vícios, haja vista que a
possível infração fora identificada por imagem, que nem mesmo acompanhou o AI, o
que gera incerteza do cometimento de tal multa.

Outrossim, não houve lavratura na hora de nenhum auto de infração, nem


mesmo a Requerente fora parada por nenhum agente da PRF para lavratura do auto.

III - DOS PEDIDOS

Diante do exposto, requer:

a) Julgue como NULO o Auto de Infração nº A022696284, assim como o


cancelamento da penalidade imposta em razão de infração de trânsito enquadrada no
art. 203, V, do CTB;

b) Protesta provar o alegado por todos os meios de prova permitidos, uma vez
que é garantido à autuada na esfera administrativa todos os meios de defesa por força
dos princípios da ampla defesa e do contraditório, oriundos de nossa Constituição
Federal.

Termos em que,
Pede deferimento.

Goiânia, 03 de outubro de 2019.

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LETÍCIA CALIXTO DE BASTOS
CPF: 017.749.451-42

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