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ILUSTRÍSSIMO SENHOR DIRETOR DO DEPARTAMENTO MUNICIPAL DE

TRÂNSITO DE ARRAIAL DO CABO/RJ

(NOME COMPLETO), (NACIONALIDADE), (ESTADO CIVIL), inscrito no


CPF sob o n° _____________________________, portador do RG n°
____________________________, residente na
____________________________________________, vem, tempestivamente, perante
Vossa Senhoria oferecer

DEFESA PRÉVIA

Em face do AUTO DE INFRAÇÃO DE Nº XXXXXXX por alegada infração


em XX/XX/XXXX às XXhXXmin, na ____________________________________________
pelos motivos e fundamentos jurídicos que a seguir expõe.

I. PRELIMINARMENTE
a) DA TEMPESTIVIDADE

De acordo com a resolução do CONTRAN nº 845, de 08 de abril de 2021,


em seu art. 4°, paragrafo 4°, prevê que o prazo para apresentação de defesa
prévia não será inferior a 30 (trinta) dias. Veja:

Art. 4º
§ 4º Da Notificação da Autuação constará a data do término do prazo para a
apresentação da Defesa da Autuação pelo proprietário do veículo, principal
condutor ou pelo condutor infrator devidamente identificado, que não será
inferior a 30 (trinta) dias, contados da data de expedição da notificação da
autuação ou publicação por edital, observado o disposto no art. 13.
Desta forma, a notificação da autuação no app CNH digital constou-se o
prazo para apresentação da defesa prévia até a data de XX/XX/XXXX, sendo
tempestivo a presente defesa.

II. DOS FATOS

O autuado, na qualidade de Condutor devidamente habilitado pelo


Departamento de Trânsito Estadual – DETRAN, Carteira Nacional de Habilitação
– CNH sob o n.º XXXXXXXXXXX, sempre conduziu o veículo com total zelo e
observância às leis de trânsito.

Ocorre que, no mês de abril/2022, o Requerente foi surpreendido pelo


Auto de Infração em epígrafe, sob o enfoque de estacionar no passeio, sendo
tipificado no art. 181, inciso VIII, do Código de Trânsito Brasileiro. Vejamos:

Art. 181. Estacionar o veículo:


 VIII - no passeio ou sobre faixa destinada a pedestre, sobre ciclovia ou
ciclofaixa, bem como nas ilhas, refúgios, ao lado ou sobre canteiros
centrais, divisores de pista de rolamento, marcas de canalização,
gramados ou jardim público:

Infração - grave;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - remoção do veículo;

Em vista disto, o Requerente está sendo compelido a arcar com pena


pecuniária no valor de R$195,23 (cento e noventa e cinco reais e vinte e três
centavos), e cumulativamente, penalizado com 05 (cinco) pontos na Carteira
Nacional de Habilitação.

Permissa vênia, o auto de infração que ora se combate é insubsistente e


deve ser julgado inconsistente e irregular por Vossa Senhoria, nos termos
abaixo, expostos:
III. DO MÉRITO
a) DA INCONSISTÊNCIA DO AUTO DE INFRAÇÃO DIANTE DO NÃO
CUMPRIMENTO DA MEDIDA ADMINISTRATIVA DE REMOÇÃO DO
VEÍCULO

Conforme dito alhures, o recorrente foi surpreendido em sua residência


por uma notificação de autuação por este órgão, ao argumento de estar
infringindo o art. 181, inciso VIII do CTB.

Tal notificação causa estranheza ao requerente, uma vez que não esteve
no local descrito pelo agente autuador. Explico.

O inciso I, do art. 22, do Código de Trânsito aduz que:

Art. 22. Compete aos órgãos ou entidades executivos de trânsito dos


Estados e do Distrito Federal, no âmbito de sua circunscrição:
I - Cumprir e fazer cumprir a legislação e as normas de trânsito, no
âmbito das respectivas atribuições;

O mesmo diploma legal ainda preconiza que o órgão fiscalizador deverá


AUTUAR e APLICAR MEDIDAS ADMINISTRATIVAS quando tratar-se de medidas
previstas no CTB. Veja:

Art. 22. (grifo)


V - Executar a fiscalização de trânsito, autuar e aplicar as medidas
administrativas cabíveis pelas infrações previstas neste Código (grifo);

À vista disso, tem-se que o auto de infração está completamente eivado


de vícios, pois o veículo não estava estacionado em desacordo com condições
regulamentadas, até porque, se estivesse em desacordo com a legislação de
trânsito, o agente atuador teria procedido com a medida administrativa
prevista no art. 181, inciso VIII do CTB, que seria a remoção do veículo, o que
não ocorreu in casu.

Uma das atribuições do agente de trânsito em suas competências


estabelecidas é, além de fiscalizar, aplicar as diversas penalidades previstas no
preceito secundário do artigo.
O legislador, ao tratar sobre a infração de trânsito do art. 181, inciso VIII,
CTB, visando o restabelecimento da segurança viária, impôs como medida
administrativa a remoção imediata do veículo, no ato da fiscalização e autuação.

É de se pontuar a importância dada pelo legislador para adoção das


medidas inseridas no preceito secundário do artigo (multa e remoção do
veículo), de forma que o agente autuador fiscalize e faça cumprir tais
determinações.

Não é demais lembrar que o Código de Trânsito Brasileiro, em seu §1°,


do art. 181, prevê que a autoridade de trânsito aplicará a penalidade
PREFERENCIALMENTE após a REMOÇÃO do veículo. Vejamos:

Art. 181.
 § 1º Nos casos previstos neste artigo, a autoridade de trânsito aplicará
a penalidade preferencialmente após a remoção do veículo.

Dessa forma, é perceptível a inconsistência do auto de infração, devendo


ser determinado o imediato arquivamento, pois, além de ser lavrado de forma
unilateral e arbitraria, não há provas de que o veículo do Requerente estava
estacionado no local descrito pelo agente autuador, pois, conforme bem
fundamentado com a legislação pertinente, teria sido aplicada a imediata
remoção do local, o que não ocorreu.

IV. DOS PEDIDOS


Ante o exposto, REQUER:

a) Vossa Excelência ao receber a DEFESA PRÉVIA ora apresentada, para, ao


final, julgá-la TOTALMENTE PROCEDENTE os fundamentos apresentados,
declarando a insubsistência do Auto de Infração nº XXXXXX, sustando
todos os seus efeitos legais e procedendo com seu imediato
arquivamento, tendo em vista as nulidades e ilegalidades constantes no
presente.

Pede deferimento.
CIDADE/UF, XX de XXXX de XXXX.

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