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Recurso de Multa em 1ª Instância

Ref.: Auto de Infração nº. S

ILMO. SR. SUPERINTENDENTE, DA SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL DO


DNIT NO ESTADO DE SERGIPE.

JESUS, inscrito no CPF: -25, residente e domiciliado à Rua, Aracaju/ SE


– CEP: 49.027-190, CNH XXXXXXXX, vem à presença de V. S. A. Apresentar
DEFESA DE AUTUAÇÃO com fundamento no art. 5º, inciso XXXIV – alínea a,
LIV e LV, da Constituição Federal, art. 267 do Código de Trânsito Brasileiro,
Resoluções 568/80 do CONTRAN e demais normas legais aplicáveis,
requerendo o definitivo arquivamento do auto de infração, sem mais efeitos,
conforme os motivos de fato e de direito em seguida expostos:

I – DOS FATOS E FUNDAMENTOS


O formulário de identificação do condutor foi devidamente protocolado
junto a este órgão, isentando assim o proprietário do veículo de qualquer
responsabilidade.
Para que seja colocada em prática a educação no trânsito temos que
observar fatos como o ora apresentado, pois neste caso concreto observamos
que o requerente não colocou em risco o trânsito daquele local.
Então, confiando na qualidade da análise desta defesa de autuação,
deve-se entender como medida mais educativa a do artigo 267 do Código de
Trânsito Brasileiro.
O requerente, condutor do veículo autuado, recebeu a notificação de
autuação na sua residência em junho do ano corrente, autuado por
supostamente infringir o art. 218, inc. I, nas redondezas da BR 101 KM 109,
240, por volta das 02:29 do dia 10 de junho de 2021.
Prevê o art. 267 do Código de Trânsito Brasileiro a penalidade de
advertência por escrito para as infrações de natureza leve ou média, passíveis
de serem punidas com multa, desde que sejam observados determinados
requisitos, tais condições são: infração de natureza leve ou média; não
reincidência específica no período de doze meses; perfil favorável; prontuário
sem ocorrências, senão vejamos:
“Art. 267. Poderá ser imposta a penalidade de advertência por escrito
à infração de natureza leve ou média, passível de ser punida com
multa, não sendo reincidente o infrator, na mesma infração, nos
últimos doze meses, quando a autoridade, considerando o prontuário
do infrator, entender esta providência como mais educativa.
§ 1º A aplicação da advertência por escrito não elide o acréscimo do
valor da multa prevista no § 3º do art. 258, imposta por infração
posteriormente cometido.
§ 2º O disposto neste artigo aplica-se igualmente aos pedestres,
podendo a multa ser transformada na participação do infrator em
cursos de segurança viária, a critério da autoridade de trânsito.”

Sendo desta forma, o requerente, protegido pela norma disciplinadora


vigente, requer seja transformada a autuação em uma advertência por escrito.
Deixando claro que esta medida educativa lhe servirá para continuar
a observar e seguir o que disciplina o Código de Trânsito Brasileiro, e
aproveitando esta deixa, garante que fará de tudo para que não aconteça mais
nenhum problema no que diz respeito a alguma infração de trânsito.
Caso não entendam ser o caso de conversão da multa em advertência,
constata-se no auto de infração que a foto encontra-se ilegível, gerando
dúvidas quanto a placa do veículo multado.
Percebe-se, desta maneira os seguintes erros:
A) A foto que consta no Auto de Infração está focada em um ângulo
restrito de tal forma que não é possível constatar a placa do veículo que estava
na situação;
B). Portanto, com isso, paira dúvidas sobre estar transitando no citado
local com o referido excesso de velocidade estipulado na notificação de
penalidade de multa de trânsito.
Cumpre-me esclarecer ao Ilmo Sr., que conforme se verifica na
notificação da autuação, a foto juntada não está legível, não sendo possível
fazer a correta identificação da placa do veículo, o que importa em flagrante
nulidade do auto, nos termos do art. 280, III do CTB, fato este incontestável
para cancelamento do Auto de Infração em questão.
É bom lembrar que o Código de Trânsito Brasileiro, estipula em seu Art.
280, que ocorrendo infração prevista nesta Legislação, deverá
obrigatoriamente ser lavrado um Auto de Infração no qual deverá constar; entre
outras exigências, os caracteres da placa de identificação do veículo.
O auto de Trânsito tem o dever e a obrigação de ser enviado com
imagens que sejam precisas e não gerem dúvidas quanto a identificação do
veículo. E esta observância se faz necessário para que o motorista,
supostamente autuado, possa exercer o seu amplo direito de defesa.
Conforme determina e estabelece o Código de Trânsito Brasileiro, para
que a autuação seja considerada consistente, não poderá restar dúvidas de
que o veículo autuado seja aquele, o que não é o caso do presente auto de
infração, tendo em vista que a foto está ampliada e sem qualquer qualidade,
deixando pairar dúvidas quanto a placa do veículo.
Assim, verificada a irregularidade formal do Auto de Infração, cumpre
seja este anulado, procedendo-se a teor dos artigos 285 e seguintes,
aplicáveis, do Código de Trânsito Brasileiro, pois as informações se encontram
insubsistentes, inconsistentes e irregulares, conforme Art. 281, parágrafo único,
inciso I, levando-a ao seu arquivamento e ao seu cancelamento.
É notório e explícito, que a grande maioria dos Autos de Infrações
lavrados pelo Órgão Executivo de Trânsito, não preenchem os requisitos
exigidos pelos Art. 280 e 281 do Código de Trânsito Brasileiro, demonstrando
assim que as imposições de penalidade das multas de trânsito têm sido
elaboradas e realizadas em frontal violação a Lei, fato este que em meu ponto
de vista, somos injustiçados constantemente e deve ser observada por este
Digno (a) Julgador (a), já que a análise de consistência do Auto de Infração
deverá ser realizada pela Autoridade competente.
Convém ainda salientar, Sr. Julgador, que se tornou explícito a ausência
da análise da consistência do Auto de Infração por parte da Autoridade de
Trânsito, porém preceitua o artigo 281 do C.T.B. no inciso I que: “Se o Auto de
Infração (dos radares ou infrações aplicadas pelos agentes de trânsito) for
considerado inconsistente ou irregular, o mesmo deverá ser arquivado e seu
registro ser julgado insubsistente.
Dessa forma, a multa imposta deve ser cancelada, eis que eivada de
nulidades.
II – DOS PEDIDOS
Diante do exposto e, tendo demonstrado cristalinamente seu direito,
requer seja arquivada a Notificação de Autuação retro, sem a cobrança de
nenhum valor a título de multa nem tampouco retirado pontos de sua CNH, em
atendimento a legislação pátria bem como a jurisprudência dominante.
Em entendendo não ser o caso de conversão da multa em advertência,
requer o deferimento do presente recurso, combinado com o cancelamento da
multa indevidamente imposta, e consequentemente a extinção da
pontuação que esta multa pode ter gerado.

Requer-se também o benefício do efeito suspensivo “ex officio” caso


este recurso não seja julgado em até 30 dias da data de seu protocolo
conforme, determina o Art. 285, inciso III do C.T.B.
Requer-se ainda e, com fundamente dos artigos da Lei supracitados, tais
como: o artigo 5º, II LV da Constituição Federal de 1988, o artigo 166 do
Código Civil Brasileiro, os artigos do Código de Trânsito Brasileiro e as
determinações previstas pelo Contran, que seja julgado procedente o
presente pedido, tendo em vista o erro acima mencionado, que, por si só, já
fornece o respaldo legal para o cancelamento do citado e viciado Auto de
Infração, por uma questão de coerência.

Nestes Termos,
Pede Deferimento.

Aracaju/SE, 03 de agosto de 2021.

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(Nome do (a) requerente)

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