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- JARI DE MANAUS/AM
ROSALINA MARTINS DO CARMO, brasileira, solteira, servidora pública, RG: 1470024-7 SSP/AM,
CPF: 734.187.732-49, residente e domiciliado nesta Cidade, na Rua Ronaldo lemos, nº 570,
Cidade de Deus, CEP: 69099-483, vem respeitosamente à presença de Vossa Senhoria, com
fundamento na Lei nº. 9.503/97, interpor o presente
Recurso
1 _ DOS FATOS
De acordo com a notificação de autuação anexa, o veículo de minha propriedade e por mim
conduzido, da marca/modelo ONIX 1.4 MT LTZ, placa OAN 4H41, RENAVAM n° 01034417492,
foi autuado na data de 19/04/2022 às 17h56, gerando a seguinte infração: ULTRAPASSAR PELA
CONTRAMÃO LINHA DE DIVISÃO DE FLUXOS OPOSTO, CONTÍNUA AMARELA, no local: Av.
Solimões no trecho entre o portão da SEPROR até a Rua 50, Japiim.
2. DA FUNDAMENTAÇÃO LEGAL
O processo administrativo tem de estar sedimentado em norma legal específica, sob pena de
nulidade. Deve nortear-se pelos princípios do contraditório e da ampla defesa, cristalizados no
art. 5º, LV, da CF.
O presente Auto de Infração é flagrantemente inconstitucional. A Carta Magna Pátria dita que
“ninguém será penalizado sem que seja proporcionado o direito de defesa”. No caso em
discussão, não há o respeito a este preceito constitucional. Primeiramente, há a imposição
arbitrária da penalidade e dos seus efeitos. Após, somente, é dado à possibilidade de recurso.
Não seria necessário discutir se a penalidade aplicada estava correta ou não, mas sim que
restou aplicada, independentemente de que se tenha garantido ao recorrente o direito de
defesa.
Salienta-se e repisa-se, o erro que está sendo praticado, entende-se, consiste em iniciar o
processo administrativo, sem possibilitar o contraditório, eis que já aplicada da penalidade, ou
seja, o processo inicia pela sua fase final.
Não pode existir norma infraconstitucional que contrarie um princípio consagrado da Lei
Maior. Nesse sentido, é oportuno observar ementa do STJ – 6ª Turma – Recurso Especial
número 152.845 – Rel. Min. Luiz Vicente Cernicchiaro, DJ de 03.08.98, p. 339, in verbis: “A
chamada hierarquia das normas jurídicas se posta conforme a necessária procedência de uma
em relação a outra. Assim, a Constituição da República cobre-se em princípio de primazia”.
Dessa forma, restou provado que o auto de infração apresenta irregularidades e vícios tais a
ponto de impedir o direito de defesa do recorrente.
A Notificação de Autuação se encontra em total desacordo com a legislação, uma vez que o
agente de trânsito ao notificar o veículo sob a alegação de tráfego pela CONTRAMÃO DE
DIREÇÃO, não verificou que a sinalização no local não está exposta de forma clara e
inequívoca.
Então, dessa forma, a notificação deverá tornar-se insubsistente conforme previsto no art.
281, CTB:
Parágrafo Único – “O auto de infração será arquivado e seu registro julgado insubsistente”.
Cabe salientar também que a sinalização obrigatória ao SENTIDO DA VIA na referida rua, na
data da verificação da suposta infração, não estava corretamente instalada, diga-se: EXPOSTA
DE FORMA CLARA E INEQUÍVOCA, fugindo ao padrão das normas do CTB, § 1º do art. 80. Tal
ato representa um completo desrespeito aos direitos do cidadão.
Ainda, as medidas administrativas obrigatórias no caso em tela não foram cumpridas pelo
agente fiscalizador, gerando dessa forma, ato irregular, viciado em toda sua essência, e assim,
passível de anulação.
Considerando que a notificação lavrada não deixa clara a infração cometida por esse usuário
para validade do auto de infração, este não configura-se como apto a gerar efeitos como ato
administrativo perfeito e acabado haja vista a não observância às formalidades legais exigidas
para sua lavratura.
Dessa forma, deve-se ressaltar ainda o caráter educativo do Código de Trânsito Brasileiro,
evitando transformá-lo simplesmente em um mecanismo de arrecadação, sobretudo no caso
em tela.
A decisão que julgar o auto de infração de trânsito deverá ser fundamentada, devendo,
inclusive ser explícita, clara e fundamentada. Ou seja, se a decisão que impôs a penalidade
pela infração não for fundamentada, ela será nula e todo processo administrativo restará
viciado desde a sua prolação.
Então, a decisão imposta pela autoridade de trânsito deve ser cancelada por esta comissão, eis
que desprovida de fundamentos sólidos e eivada de nulidades.
3. DOS PEDIDOS
2. Se, por qualquer motivo, o presente RECURSO não for julgado dentro do prazo previsto no
art. 285, do CTB, requer a concessão do devido efeito suspensivo;
3. Seja o presente RECURSO julgado PROCEDENTE, com fundamento no art. 281, parágrafo
único, I do CTB, sendo o auto de infração julgado insubsistente, cancelado e arquivado pelos
motivos supra expostos.
Manaus/AM, 12/12/2022
Documentos Anexos:
- CNH;
- RG;
- CRLV;
- Notificação de Penalidade;
- Fotografias;
- Comprovante de residência;
- Defesa em Anexo.
FOTO 01: LOCAL NÃO TEM FAIXA CONTINUA. FOTO 02: FAIXA TAMBEM NÃO É CONTINUA.