Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
º 1
1. Quid Juris?
1
O CPA é pesquisável em:
https://www.pgdlisboa.pt/leis/lei_mostra_articulado.php?nid=2248&tabela=leis (acesso em: 27.03.2022).
2
Neste sentido, e para maiores desenvolvimentos, vd, Diogo FREITAS DO AMARAL, Curso de
Direito Administrativo, Com a colaboração de Lino Torgal, Volume II, 5.ª Reimpressão da Edição de 2001,
Almedina, Fevereiro de 2006, p. 180 e elenco bibliográfico lá citado.
1
considerando o denominado princípio da tipicidade dos atos legislativos (3), princípio este
que se infere do disposto no n.º 1, do artigo 112.º da CRP, na medida em que “são actos
legislativos as leis, os decretos-leis e os decretos legislativos regionais”.
3
Cfr., e para mais desenvolvimentos, vd, o nosso, Patrícia PINTO ALVES, O Direito
Constitucional e a Constituição da República Portuguesa: ensinanças, Editora: Quid Juris, 2022, p. 212 e
ss e elenco bibliográfico lá citado.
4
Cfr., e para maiores desenvolvimentos, vd, Pedro COSTA GONÇALVES, Manual de Direito
Administrativo, Volume 1, Almedina, Setembro de 2020, p. 1010 e ss e elenco bibliográfico lá citado.
5
Para mais desenvolvimentos acerca destas matérias, vd, o nosso, Patrícia PINTO ALVES, O
Direito Constitucional e a Constituição da República Portuguesa: ensinanças, Editora: Quid Juris, 2022,
p.
6
Neste sentido, e para maiores desenvolvimentos, vd, Diogo FREITAS DO AMARAL, Curso de
Direito Administrativo, Com a colaboração de Lino Torgal, Volume II, 5.ª Reimpressão da Edição de 2001,
Almedina, Fevereiro de 2006, p. 154 e ss e elenco bibliográfico lá citado. O itálico utilizado no corpo do
texto foi assim colocado por este autor, na p. 154, desta sua obra aqui citada ao qual nos mantemos fiéis.
2
135.º do atual CPA, e de um prisma «orgânico», em regra, o regulamento é emitido por
um órgão de determinada pessoa coletiva pública que faz parte da AP portuguesa (7). Já
num prisma «funcional», o regulamento enquanto elemento funcional que é, é ditado no
desempenho do poder administrativo em causa ( 8).
Posto isto, quando certas entidades públicas menores têm a sua organização, a
sua competência orgânica, a definição das suas finalidades e dos meios para as alcançar,
a definição dos direitos e deveres dos membros que as integram, o procedimento a adotar
na sua atuação determinados, dentro dos limites legais, num regulamento dá-se a este a
designação de estatuto, tendo de ser aprovado, para produzir efeitos jurídicos, pela
entidade que desempenha poder tutelar sobre tal pessoa coletiva, sendo que a título de
exemplos existem os Estatutos da Ordem dos Solicitadores e dos Agentes de Execução
(OSAE) e da Ordem dos Advogados Portugueses (OA) (9).
7
Neste sentido, e para maiores desenvolvimentos, vd, Diogo FREITAS DO AMARAL, Curso de
Direito Administrativo, Com a colaboração de Lino Torgal, Volume II, 5.ª Reimpressão da Edição de 2001,
Almedina, Fevereiro de 2006, p. 155 e ss e elenco bibliográfico lá citado. O itálico utilizado no corpo do
texto foi assim colocado por este autor, na p. 155, desta sua obra aqui citada ao qual nos mantemos fiéis.
8
Neste sentido, e para maiores desenvolvimentos, vd, Diogo FREITAS DO AMARAL, Curso de
Direito Administrativo, Com a colaboração de Lino Torgal, Volume II, 5.ª Reimpressão da Edição de 2001,
Almedina, Fevereiro de 2006, p. 157 e ss e elenco bibliográfico lá citado. O itálico utilizado no corpo do
texto foi assim colocado por este autor, na p. 157, desta sua obra aqui citada ao qual nos mantemos fiéis.
9
3
relativamente à tutela judicial (jurisdicional) efetiva dos direitos e interesses legalmente
protegidos dos cidadãos no que respeita a matérias de regulamentos, e tendo em linha de
conta o disposto no n.º 5, do artigo 268.º da CRP, verificamos que os regulamentos
externos são passíveis de impugnação contenciosa, mais precisamente toamndo partido
das ações administrativas especiais para a impugnação de normas ou de declaração de
ilegalidade com fundamento em omissão (10). Ora, da nossa parte, e neste seguimento,
acrescentamos ainda que em matéria de regulamentos administartivos suscetíveis de
impugnação contenciosa, não nos causa estranheza alguma que a estes se aplique também
o disposto nos n.ºs 1 a 5, do artigo 20.º da CRP [artigo este que temn por epígrafe «Acesso
ao Direito e tutela jurisdicional efectiva» (11)]. É ainda de declarar que tratando-se os
regulamentos administrativos de normas gerais e abstratas, também estes, sendo externos,
estão suscetíveis à fiscalização abstrata da constitucionalidade por parte do Tribunal
Constitucional português, por aplicação direta do disposto na alínea a), do n.º 1 do artigo
281.º da CRP (12).
10
Neste sentido, vd, José Carlos VIEIRA DE ANDRADE, Lições de Direito Administrativo, 5.ª
Edição, Coordenação Editorial: Maria João Padez de Castro, Design: Carlos Costa, Execução gráfica:
www.artipol.net , Imprensa da Universidade de Coimbra | Coimbra University Press, Dezembro de 2017,
p. 156 e elenco bibliográfico citado nesta obra.
11
Esta é a nossa posição. Aproveitamos a deixa para transcrever o disposto nos n.ºs 1 a 5, do artigo
20.º da CRP. Desta feita, com a epígrafe de «Acesso ao Direito e tutela jurisidiconal efectiva», o artigo 20.º
da CRP dispõe ao abrigo do disposto nos seus n.ºs 1 a 5, respetivamente, que: “1. A todos é assegurado o
acesso ao direito e aos tribunais para defesa dos seus direitos e interesses legalmente protegidos, não
podendo a justiça ser denegada por insuficiência de meios económicos. 2. Todos têm direito, nos termos da
lei, à informação e consulta jurídicas, ao patrocínio judiciário e a fazer-se acompanhar por advogado perante
qualquer autoridade. 3. A lei define e assegura a adequada protecção do segredo de justiça. 4. Todos têm
direito a que uma causa em que intervenham seja objecto de decisão em prazo razoável e mediante processo
equitativo. 5. Para defesa dos direitos, liberdades e garantias pessoais, a lei assegura aos cidadãos
procedimentos judiciais caracterizados pela celeridade e prioridade, de modo a obter tutela efectiva e em
tempo útil contra ameaças ou violações desses direitos”. Neste sentido, vd, o disposto nos n.ºs 1 a 5, do
artigo 20.º da CRP, pesquisável em: https://pgdlisboa.pt/leis/lei_mostra_articulado.php?nid=4&tabela=leis
(acesso em: 05.04.2022).
12
Ora, do disposto na alínea a), do n.º 1 do artigo 281.º da CRP, tomamos conhecimento de que:
“1. O Tribunal Constitucional aprecia e declara, com força obrigatória geral: a) A inconstitucionalidade de
quaisquer normas”. Neste sentido, vd, o disposto na alínea a), do n.º 1 do artigo 281.º da CRP, pesquisável
em:
https://pgdlisboa.pt/leis/lei_mostra_articulado.php?artigo_id=4A0280&nid=4&tabela=leis&pagina=1&fi
cha=1&so_miolo=&nversao=#artigo (acesso em. 05.04.2022). Na doutrina nacional, para maiores
desenvolvimentos acerca desta temática, vd, entre outros, o nosso, Patrícia PINTO ALVES, O Direito
Constitucional e a Constituição da República Portuguesa: ensinanças, Editora: Quid Juris, 2022, p. 379 e
ss e elenco bibliográfico lá citado.
4
para adevida emissão, José Carlos Vieira de Andrade entende que se trata de uma
“fixação de prazo que deve ser entendida como condenação (13)”.
13
Neste sentido, vd, José Carlos VIEIRA DE ANDRADE, Lições de Direito Administrativo, 5.ª
Edição, Coordenação Editorial: Maria João Padez de Castro, Design: Carlos Costa, Execução gráfica:
www.artipol.net , Imprensa da Universidade de Coimbra | Coimbra University Press, Dezembro de 2017,
p. 156 e elenco bibliográfico citado nesta obra.
14
Cfr., e para maiores desenvolvimentos, vd, Diogo FREITAS DO AMARAL, Curso de Direito
Administrativo, Com a colaboração de Lino Torgal, Volume II, 5.ª Reimpressão da Edição de 2001,
Almedina, Fevereiro de 2006, p. 177 e referência bibliográfica lá citada. As aspas utilizadas no corpo do
texto estão assim por nós colocadas porque correspondem a transcrições das palavras do autor e da obra
aqui citados. O itálico utilizado no corpo do texto é nosso.
5
3. Independentemente das questões anteriores, imagine agora que a
Administração Pública portuguesa (doravante designada por AP), mais
precisamente o Município Y emanou o ato administrativo X que derroga
o regulamento municipal em questão. Quid Juris?
15
Cfr. António Cândido de OLIVEIRA, Direito das autarquias locais, Coimbra, 1993, p. 291,
apud Diogo FREITAS DO AMARAL, Curso de Direito Administrativo, Com a colaboração de Lino
Torgal, Volume II, 5.ª Reimpressão da Edição de 2001, Almedina, Fevereiro de 2006, p. 190 e nota 333.
16
Cfr., e para maiores desenvolvimentos, vd, Diogo FREITAS DO AMARAL, Curso de Direito
Administrativo, Com a colaboração de Lino Torgal, Volume II, 5.ª Reimpressão da Edição de 2001,
Almedina, Fevereiro de 2006, p. 171 e ss e elenco bibliográfico lá citado. As aspas utilizadas no corpo do
6
no artigo 148.º do CPA (artigo este cuja epígrafe é «Conceito de ato administrativo» [DL
n.º 4/2015, de 07 de Janeiro, com as suas sucessivas alterações (17)], artigo este que nos
relata que: “Para efeitos do disposto no presente Código, consideram-se atos
administrativos as decisões que, no exercício de poderes jurídico-administrativos, visem
produzir efeitos jurídicos externos numa situação individual e concreta”.
- Regulamentos internos;
- Regulamentos externos;
- Regulamentos complementares;
- Regulamentos independentes;
- Regulamentos nacionais;
- Regulamentos locais;
- Regulamentos institucionais;
texto estão assim por nós colocadas porque correspondem a transcrições das palavras do autor e da obra
aqui citados.
17
O CPA é pesquisável em:
https://www.pgdlisboa.pt/leis/lei_mostra_articulado.php?nid=2248&tabela=leis (acesso em: 27.03.2022).
7
a) Decretos regulamentares: [ver o disposto na alínea h), do n.º 1, do artigo
119.º da CRP + o disposto no n.º 6, do artigo 112.º da CRP – regulamentos
independentes – promulgação do Presidente da República e referenda do Governo].
18
Cfr. Diogo FREITAS DO AMARAL, Curso de Direito Administrativo, Com a colaboração de
Lino Torgal, Volume II, 5.ª Reimpressão da Edição de 2001, Almedina, Fevereiro de 2006, p. 187.
19
Cfr. Diogo FREITAS DO AMARAL, Curso de Direito Administrativo, Com a colaboração de
Lino Torgal, Volume II, 5.ª Reimpressão da Edição de 2001, Almedina, Fevereiro de 2006, p. 187.
20
Cfr. Diogo FREITAS DO AMARAL, Curso de Direito Administrativo, Com a colaboração de
Lino Torgal, Volume II, 5.ª Reimpressão da Edição de 2001, Almedina, Fevereiro de 2006, pp. 187-188.
Os itálicos utilizados no corpo do texto assim como a expressão «despachos simples» foram assim
utilizados por este autor, na p. 188, desta sua obra aqui citada. As aspas interinas utilizadas no corpo do
texto são nossas.
8
5. Independentemente das questões anteriores, explicite que entidades
podem ser detentoras de Estatutos Jurídicos a si aplicáveis, explicitando,
para os devidos efeitos, a figura do Estatuto Jurídico. Exemplifique a sua
resposta.
Ainda seguindo as sábias lições de Diogo Freitas do Amaral, este autor propôs
uma definição de associações públicas e parafraseando este autor, verificamos que este
autor defendia que se pode(ia) dar uma definição de “«associações públicas» como sendo
as pessoas colectivas públicas, de tipo associativo, criadas para assegurar a prossecução
de determinados interesses públicos pertencentes a um grupo de pessoas que se
organizam para a sua prossecução (25)”.
21
22
O artigo 157.º do Código Civil português tem por epígrafe «Campo de aplicação» refere que:
“As disposições do presente capítulo são aplicáveis às associações que não tenham por fim o lucro
económico dos associados, às fundações de interesse social, e ainda às sociedades, quando a analogia das
situações o justifique”. Neste sentido, vd, o disposto no artigo 157.º do Código Civil português (o DL n.º
47344/66, de 25 de Novembro, que “aprova o Código Civil e regula a sua aplicação - Revoga, a partir da
data da entrada em vigor do novo Código Civil, toda a legislação civil relativa às matérias que o mesmo
abrange”, com as suas sucessivas alterações), pesquisável em:
https://pgdlisboa.pt/leis/lei_mostra_articulado.php?artigo_id=775A0157&nid=775&tabela=leis&pagina=
1&ficha=1&so_miolo=&nversao=#artigo (acesso em: 05.04.2022).
23
O artigo 167.º do Código Civil português tem por epígrafe «Acto de constituição e estatutos»,
revelando-nos, ao abrigo do disposto nos seus n.ºs 1 e 2, respetivamente que: “1. O acto de constituição da
associação especificará os bens ou serviços com que os associados concorrem para o património social, a
denominação, fim e sede da pessoa colectiva, a forma do seu funcionamento, assim como a sua duração,
quando a associação se não constitua por tempo indeterminado. 2. Os estatutos podem especificar ainda os
direitos e obrigações dos associados, as condições da sua admissão, saída e exclusão, bem como os termos
da extinção da pessoa colectiva e consequente devolução do seu património”. Neste sentido, vd, o disposto
nos n.ºs 1 e 2, do artigo 167.º do Código Civil português, pesquisável em:
https://pgdlisboa.pt/leis/lei_mostra_articulado.php?artigo_id=775A0167&nid=775&tabela=leis&pagina=
1&ficha=1&so_miolo=&nversao=#artigo (acesso em: 05.04.2022).
24
Cfr., e para maiores desenvolvimentos, vd, Diogo FREITAS DO AMARAL, Curso de Direito
Administrativo, Com a colaboração de Lino Torgal, Volume II, 5.ª Reimpressão da Edição de 2001,
Almedina, Fevereiro de 2006, p. 399 e ss e elenco bibliográfico lá citado.
25
Cfr., e para maiores desenvolvimentos, vd, Diogo FREITAS DO AMARAL, Curso de Direito
Administrativo, Com a colaboração de Lino Torgal, Volume II, 5.ª Reimpressão da Edição de 2001,
9
Além das associações públicas, também as Instituições Particulares de
Solidariedade Social são detentoras de Estatutos próprios, havendo inclusive o Estatuto
Jurídico das Instituições Particulares de Solidariedade Social em Portugal, estando nós
aqui a referir-nos ao DL n.º 119/83, de 25 de Fevereiro, diploma este que aprova o
Estatuto das Instituições Particulares de Solidariedade Social, tendo em consideração as
suas sucessivas alterações (26).
Posto isto, quando certas entidades públicas menores têm a sua organização, a sua
competência orgânica, a definição das suas finalidades e dos meios para as alcançar, a
definição dos direitos e deveres dos membros que as integram, o procedimento a adotar
na sua atuação determinados, dentro dos limites legais, num regulamento dá-se a este a
designação de estatuto, tendo de ser aprovado, para produzir efeitos jurídicos, pela
entidade que desempenha poder tutelar sobre tal pessoa coletiva, sendo que a título de
exemplos existem os Estatutos da Ordem dos Solicitadores ou Agentes de Execução
(OSAE) e da Ordem dos Advogados Portugueses (OA) (27).
Almedina, Fevereiro de 2006, p. 400 e ss e elenco bibliográfico lá citado. Os itálicos utilizados no corpo
do texto foram assim utilizados pelo autor aqui citado nesta sua obra aqui citada, assim como as aspas
interinas, aspetos aos quais nos mantemos fiéis.
26
Para um maior aprofundamento da matéria, vd, entre outros, Apelles J. B. CONCEIÇÃO,
Estatuto das Instituições Particulares de Solidariedade Social, Anotado – Regime Jurídico das Entidades
da Economia Social, 2.ª Edição, Almedina, 2015, pp. 51-132.
27
28
Neste sentido, vd, Diogo FREITAS DO AMARAL, Curso de Direito Administrativo, Volume
I, 2.ª Edição, 11.ª Reimpressão da 2.ª Edição de 1994, Almedina, Janeiro de 2006, p. 402. Este mesmo
autor, na mesma página desta sua obra aqui citada, deixou-nos como exemplo o facto de que “as nossas leis
de administração local declaram que os municípios podem decidir prosseguir em comum determinados fins
através de associações e federações de municípios – constituídas para explorarem em comum, por exemplo,
os transportes colectivos da área, ou os serviços de electricidade, de gás ou de saneamento básico, ou para
se fazer um plano de urbanização conjunto para uma zona abrangida por vários municípios”. Mantemo-nos
fiéis ao itálico utilizado na p. 402, por este mesmo autor, nesta sua obra aqui citada. Os itálicos utilizados
no corpo do texto pertencem a este autor nesta mesma página desta sua obra aqui citada. As aspas estão
assim utilizadas por nós.
29
Este exemplo foi acrescentado por nós.
10
(30); as «associações públicas de carácter misto» que se tratam daquelas “em que numa
mesma associação se agrupam pessoas colectivas públicas e indivíduos ou pessoas
colectivas privadas”, sendo exemplo de uma associação pública de caráter misto as
denominadas «cooperativas de interesse público» (31), previstas atualmente no Código
Cooperativo português [estando nós a referir-nos à Lei n.º 119/2015, de 31 de Agosto,
que “aprova o Código Cooperativo e revoga a Lei n.º 51/96, de 7 de setembro”, com a
sua sucessiva alteração], mais precisamente ao abrigo do disposto no seu artigo 6.º, cuja
epígrafe é «Cooperativas de interesse público» e que nos expressa ao abrigo do disposto
no seu n.º 1 que: “1 - É permitida a constituição, nos termos da respetiva legislação
especial, de cooperativas de interesse público, ou régies cooperativas, caracterizadas pela
participação do Estado, de outras pessoas coletivas de direito público e de cooperativas,
de utentes de bens e serviços produzidos ou de quaisquer entidades da economia social”,
relatando-nos ainda ao abrigo do disposto no seu n.º 2 que: “2 - O presente Código aplica-
se às cooperativas de interesse público, ou régies cooperativas, em tudo o que não
contrarie a respetiva legislação especial” (32).
30
Neste sentido, e para maiores desenvolvimentos, vd, Diogo FREITAS DO AMARAL, Curso
de Direito Administrativo, Volume I, 2.ª Edição, 11.ª Reimpressão da 2.ª Edição de 1994, Almedina, Janeiro
de 2006, p. 403. Mantemo-nos fiéis a alguns exemplos dados por este autor, nesta sua obra aqui citada,
mais precisamente na p. 403. Os itálicos utilizados no corpo do texto pertencem a este autor nesta mesma
página desta sua obra aqui citada. As aspas estão assim utilizadas por nós.
31
Neste sentido, vd, Diogo FREITAS DO AMARAL, Curso de Direito Administrativo, Volume
I, 2.ª Edição, 11.ª Reimpressão da 2.ª Edição de 1994, Almedina, Janeiro de 2006, p. 405. Os itálicos
utilizados no corpo do texto pertenceram a este autor nesta mesma página desta sua obra aqui citada. As
aspas estão assim utilizadas por nós. O exemplo utilizado no corpo do texto foi dado por este mesmo autor,
na p. 405, desta sua obra aqui citada.
32
O código Cooperativo português em vigor é pesquisável em:
https://www.pgdlisboa.pt/leis/lei_mostra_articulado.php?artigo_id=2469A0006&nid=2469&tabela=leis&
pagina=1&ficha=1&so_miolo=&nversao=#:~:text=1%20%2D%20%C3%89%20permitida%20a%20cons
titui%C3%A7%C3%A3o,ou%20de%20quaisquer%20entidades%20da (acesso em: 28.03.2022).
11
Os regulamentos internos, de acordo com o exposto por Diogo Freitas do
Amaral, são aqueles que produzem os respetivos efeitos jurídicos exclusivamente no
interior do campo jurídico da pessoa coletiva pública de que dimanam ( 33).
33
Neste sentido, e para maiores desenvolvimentos, Diogo FREITAS DO AMARAL, Curso de
Direito Administrativo, Com a colaboração de Lino Torgal, Volume II, 5.ª Reimpressão da Edição de 2001,
Almedina, Fevereiro de 2006, p. 163.
34
Neste sentido, vd, Diogo FREITAS DO AMARAL, Curso de Direito Administrativo, Com a
colaboração de Lino Torgal, Volume II, 5.ª Reimpressão da Edição de 2001, Almedina, Fevereiro de 2006,
p. 163. Um aspeto interessante é o de que este autor, na p. 163, desta sua obra aqui citada referia que “(…)
todos os regulamentos de polícia são externos”, sendo que em relação aos regulamentos de polícia, Diogo
Freitas do Amaral, na p. 162, desta sua obra aqui citada enaltecia que os regulamentos de polícia tratam-se
dos regulamentos que impõem restrições à liberdade individual visando evitar que, e consequência do
comportamento perigoso dos indivíduos, se realizem danos na esfera social.
35
Neste sentido, vd, Diogo FREITAS DO AMARAL, Curso de Direito Administrativo, Com a
colaboração de Lino Torgal, Volume II, 5.ª Reimpressão da Edição de 2001, Almedina, Fevereiro de 2006,
p. 159. As aspas utilizadas no corpo do texto pertenciam a este autor, na p. 159, desta sua obra aqui citada.
12
Já regulamentos independentes são praeter legem.
13
Caso prático n.º 2
BOM TRABALHO!
A Docente de Direito
Administrativo II,
14
Ficha de trabalho n.º 2
1. Quid Juris?
Ora, parafraseando Licínio Lopes Martins (38), posição, aliás, com a qual
concordamos, vigora aqui no artigo 148.º do CPA “um princípio de indiferenciação”,
36
Neste sentido, vd, entre outros, .............
37
Neste sentido, vd, o nosso, Patrícia PINTO ALVES, «“Novo” Código do Procedimento
Administrativo: “novas” soluções?», in O Novo Código do Procedimento Administrativo, Para o Professor
Doutor António Cândido de Oliveira, uma oferta singela dos jovens investigadores de Direito Público da
Escola de Direito da Universidade do Minho, Coordenação: Isabel Celeste M. Fonseca, elsa – The
European Law Students` Association UMINHO, NEDip – Núcleo de Estudos de Direito Ius Pubblicum,
Braga, 2015, p. 338.
38
Cfr. Licínio LOPES MARTINS, opinião sua formulada na conferência realizada pelo NEDip no
“II Curso Breve de Atualização do CPA”, realizada no dia 6 de maio de 2015, no Conselho Distrital do
Porto da Ordem dos Advogados Portugueses, apud, o nosso, Patrícia PINTO ALVES, «“Novo” Código do
Procedimento Administrativo: “novas” soluções?», in O Novo Código do Procedimento Administrativo,
Para o Professor Doutor António Cândido de Oliveira, uma oferta singela dos jovens investigadores de
Direito Público da Escola de Direito da Universidade do Minho, Coordenação: Isabel Celeste M. Fonseca,
15
levando-nos, desta feita, a pensar que, à partida, tal facto nos gera consequências ao nível
de sabermos se será a última palavra a da AP. Da nossa parte, defendemos assim que, à
partida, o ato administartivo será administrativo e impugnável, remetendo o artigo 148.º
do CPA para o artigo 2.º do CPA (39).
elsa – The European Law Students` Association UMINHO, NEDip – Núcleo de Estudos de Direito Ius
Pubblicum, Braga, 2015, p. 338 e nota 11.
39
Esta é a nossa posição. O artigo 2.º do CPA em vigor tem por epígrafe « .....
16
um ato unilateral, uma declaração ou conduta voluntária(s), um ato praticado por um
órgão da Administração Pública portuguesa (doravante designada por AP), no exercício
do poder administrativo (dado que o ato administrayivo configura um modo do exercício
do poder administrativo), produzindo efeitos jurídicos externos, e contendo uma decisão,
versando também sobre uma situação individual e concreta ou então versando sobre um
conjunto de situações determinadas e concretas (40). Passamos agora à explicitação
individualizada de cada uma das características inerentes ao ato administrativo em
Portugal. Assim, o ato administrativo é:
40
Neste sentido, e para maiores desenvolvimentos, vd, entre outros, Diogo FREITAS FO AMARAL,
17
o A fase da decisão: artigos 127.º a 133-º do CPA e artigos 93.º a 95.º do
CPA;
Os artigos 110.º do CPA + 111.º do CPA + 112.º do CPA + 113.º do CPA + 114.º
do CPA.
Posto isto, cumpre-nos agora explanar que relativamente aos requisitos de eficácia do
ato administrativo, são «requisitos de eficácia» aquelas exigências que a lei faz para que
um ato administrativo, uma vez praticado, possa produzir os seus efeitos jurídicos ( 42).
Mas, é de evidenciar que os requisitos de eficácia do ato administrativo distinguem-se
dos requisitos de validade do ato administrativo, sendo que os pressupostos do ato
administrativo (43) não são requisitos de validade do ato administrativo. Desta feita, são
requisitos de validade do ato administrativo: os sujeitos ( ); o objeto ( ); o
41
Do disposto no artigo 149.º do CPA em vigor, depreendemos que: “
42
43
São pressupostos do ato administrativo ....
18
conteúdo ( ); a forma ( ); o procedimento ( ); e o fim ( ).
Mas, situações há em que um ato administrativo pode ser válido mas não ser eficaz, e
pode ser inválido mas ser eficaz. Regra geral, o ato administrativo produz efeitos desde o
momento da sua prática, isto em respeito pelo disposto no n.º 1, do artigo 155.º do CPA
em vigor (44), inferindo-se daqui o princípio da imediatividade dos efeitos jurídicos ( 45).
Ora, o ato administrativo considera-se praticado logo que se encontrem reunidos, nos
termos definidos por lei, os seus elementos essenciais. Assim, as patologias do ato
administrativo suscetíveis de conduzir
à mera anulabilidade ou irregularidade não o impedem de produzir os seus efeitos típicos,
isto em respeito pelo disposto no n.º 2, do artigo 155.º do CPA em vigor (46). Posto isto,
e tendo ainda em consideração o disposto no n.º 2, do artigo 155.º do CPA em vigor, o
ato administrativo considera-se praticado quando seja emitida uma decisão que
identifique o autor e indique o destinatário do ato administrativo, se for o caso, e o objeto
a que se reporta o seu conteúdo (47).
44
O artigo 155.º do CPA em vigor tem por epígrafe «Regra geral» relativa à eficácia do ato
administrativo português, e é pesquisável em:
https://pgdlisboa.pt/leis/lei_mostra_articulado.php?artigo_id=2248A0155&nid=2248&tabela=leis&pagin
a=1&ficha=1&so_miolo=&nversao=#artigo (acesso em: 10.04.2022).
45
46
47
19
Devem identificar o ato administrativo presente no enucniado
do caso prático apresentado;
20
2. Independentemente da questão anterior, imagine agora que a PSP não
atribuiu a respetiva licença de uso e porte de arma da dita caçadeira
a António. Insatisfeito com a situação, António pretende reagir.
Através de que mecanismo(s) poderá António reagir?
48
Cfr. José Carlos VIEIRA DE ANDRADE, Lições de Direito Administrativo, 5.ª Edição,
Coordenação Editorial: Maria João Padez de Castro, Design: Carlos Costa, Execução gráfica:
www.artipol.net, Imprensa da Universidade de Coimbra | Coimbra University Press, Dezembro de 2017, p.
185. O negrito utilizado no corpo do texto é nosso.
21
- Recurso hierárquico especial (impróprio) [como o
designava Diogo Freitas do Amaral (49)]: recurso
hierárquico especial; estamos aqui no âmbito em que ao
abrigo do disposto na alínea a), do n.º 1 do artigo 199.º do
CPA em vigor, há lugar a recurso para um outro órgão da
mesma pessoa coletiva, e que nas palavras de José Carlos
Vieira de Andrade «onde ou quando não haja hierarquia,
incluindo o recurso de actos do órgão delegado para o
delegante ou de decisão de membro, comissão, secção ou
de segmento de órgão colegial para o plenário (mesmo que
a lei refira a impugnação como “reclamação”, como
acontece na impugnação de decisões da secção disciplinar
do Conselho Superior do Ministério Público para o
respectivo Plenário – embora não fosse esse, até 2015, o
entendimento dominante na jurisprudência administrativa)
(50)».
49
Neste sentido, vd, Diogo FREITAS DO AMARAL, Lições de Direito Administrativo, .... O
negrito utilizado no corpo do texto é nosso.
50
Neste sentido, vd, José Carlos VIEIRA DE ANDRADE, Lições de Direito Administrativo, 5.ª
Edição, Coordenação Editorial: Maria João Padez de Castro, Design: Carlos Costa, Execução gráfica:
www.artipol.net Imprensa da Universidade de Coimbra | Coimbra University Press, Dezembro de 2017,
pp. 246-247 e elenco bibliográfico lá citado.
51
Cfr. José Carlos VIEIRA DE ANDRADE, Lições de Direito Administrativo, 5.ª Edição,
Coordenação Editorial: Maria João Padez de Castro, Design: Carlos Costa, Execução gráfica:
www.artipol.net , Imprensa da Universidade de Coimbra | Coimbra University Press, Dezembro de 2017,
p. 247.
22
- Impugnação contenciosa junto do Tribunal Administrativo português
competente: CRP (a alínea b), do n.º 1 do artigo 209.º da CRP + o artigo 212.º da CRP)
+ CPTA (a alínea a) e a alínea b), do n.º 1 do artigo 37.º do CPTA + artigo 50.º e ss do
CPTA) + ETAF (n.º 1 do artigo 1.º do ETAF + n.º 1 do artigo 4.º do ETAF + artigo 11.º
e ss do ETAF).
23
Seguindo os sábios ensinamentos de José Carlos Vieira de Andrade 52, verificamos
que o CPA em vigor regula com intensidae normativa, em termos generalistas e salvo
normas especiais, o denominado “procedimento de execução de actos administrativos”,
no sentido de que:
52
Vamos seguir aqui de perto, José Carlos VIEIRA DE ANDRADE, Lições de Direito
Administrativo, 5.ª Edição, Coordenação Editorial: Maria João Padez de Castro, Design: Carlos Costa,
Execução gráfica: www.artipol.net, Imprensa da Universidade de Coimbra | Coimbra University Press,
Dezembro de 2017, p. 201. Cfr., e para maiores desenvolvimentos, vd, José Carlos VIEIRA DE
ANDRADE, Lições de Direito Administrativo, 5.ª Edição, Coordenação Editorial: Maria João Padez de
Castro, Design: Carlos Costa, Execução gráfica: www.artipol.net, Imprensa da Universidade de Coimbra |
Coimbra University Press, Dezembro de 2017, pp. 197-205 e elenco bibliográfico lá citado.
24
Determina as garantias dos executados, nomeadamente de impugnação
administrativa e também de acesso aos meios de natureza contenciosa (ver
o artigo 182.º do CPA em vigor).
Cumpre ainda enaltecer que quanto aos princípios que relevam em sede de
execução do ato administrativo, na execução do mesmo, tem de ser respeitado o princípio
da proporcionalidade, nomeadamente recorrendo à utilização de meios que, asseverando
a efetivação total das suas finalidades, abarcem menor prejuízo para os interesses e
também para os direitos dos particulares envolvidos (cfr., o disposto no n.º 1 do artigo
178.º do CPA em vigor).
Ora, advém do teor do n.º 2 do artigo 178.º do CPA em vigor que “a coação direta
sobre indivíduos, quando permitida por lei, só pode ser exercida com observância dos
direitos fundamentais e no respeito pela dignidade da pessoa humana”.
Posto isto, devemos ainda fazer uma menção relativamente às «garantias dos
executados» em sede de execução do ato administrativo, na medida em que configura
precisamente a epígrafe do artigo 182.º do CPA em vigor, daqui se extraindo ao abrigo
do disposto nos seus n.ºs 1 e 2, respetivamente, que: “1 - Os executados podem impugnar
administrativa e contenciosamente o ato exequendo e, por vícios próprios, a decisão de
proceder à execução administrativa ou outros atos administrativos praticados no âmbito
do procedimento de execução, assim como requerer a suspensão contenciosa dos
respetivos efeitos. 2 - Sem prejuízo da aplicabilidade das garantias previstas na lei
processual tributária, durante a tramitação dos procedimentos de execução de obrigações
25
pecuniárias não são admitidos embargos, administrativos ou judiciais, em relação à
execução coerciva de atos administrativos (53)”.
1. Quid Juris?
Tópicos de resolução:
53
Cfr., o disposto nos n.ºs 1 e 2, do artigo 182.º do CPA em vigor, pesquisável em:
https://www.pgdlisboa.pt/leis/lei_mostra_articulado.php?artigo_id=2248A0182&nid=2248&tabela=leis&
pagina=1&ficha=1&so_miolo=&nversao=#artigo (acesso em: 21.04.2022).
26
4. No caso prático em concreto, temos uma situação que configura a revogação
administrativa: n.º 1 do artigo 165.º do CPA em vigor + artigo 169.º e
seguintes do CPA em vigor.
54
Vamos seguir aqui muito de perto, o nosso, Patrícia PINTO ALVES, «“Novo” Código do
Procedimento Administrativo: “novas” soluções?», in O Novo Código do Procedimento Administrativo,
Para o Professor Doutor António Cândido de Oliveira, uma oferta singela dos jovens investigadores de
Direito Público da Escola de Direito da Universidade do Minho, Coordenação: Isabel Celeste M. Fonseca,
elsa – The European Law Students` Association UMINHO, NEDip – Núcleo de Estudos de Direito Ius
Pubblicum, Braga, 2015, p. 339-345 e elenco bibliográfico lá citado.
55
Cfr., o nosso, o nosso, Patrícia PINTO ALVES, «“Novo” Código do Procedimento
Administrativo: “novas” soluções?», in O Novo Código do Procedimento Administrativo, Para o Professor
Doutor António Cândido de Oliveira, uma oferta singela dos jovens investigadores de Direito Público da
Escola de Direito da Universidade do Minho, Coordenação: Isabel Celeste M. Fonseca, elsa – The
European Law Students` Association UMINHO, NEDip – Núcleo de Estudos de Direito Ius Pubblicum,
Braga, 2015, p. 339.
56
Cfr., o nosso, Patrícia PINTO ALVES, «“Novo” Código do Procedimento Administrativo:
“novas” soluções?», in O Novo Código do Procedimento Administrativo, Para o Professor Doutor António
Cândido de Oliveira, uma oferta singela dos jovens investigadores de Direito Público da Escola de Direito
da Universidade do Minho, Coordenação: Isabel Celeste M. Fonseca, elsa – The European Law Students`
Association UMINHO, NEDip – Núcleo de Estudos de Direito Ius Pubblicum, Braga, 2015, p. 339.
27
Artigo 166.º do atual CPA:
a) Os atos nulos;
b) Os atos anulados contenciosamente;
c) Os atos revogados com eficácia retroativa”.
Ora, importa salientar ainda o facto de que, em relação aos atos cujos efeitos
tenham padecido de caducidade ou se encontrem esgotados, apenas há a possibilidade
dos mesmos serem objeto de revogação anulatória ou de revogação administrativa, desde
que tenham eficácia retroativa. Ora, apesar de a anulabilidade ser tida como desvalor-
regra, situações há no atual CPA que nos deixam algumas dúvidas (57), na medida em que
no n.º 5 do artigo 163.º do CPA é-nos relatado que:
a) O conteúdo do ato anulável não possa ser outro, por o ato ser de conteúdo
vinculado ou a apreciação do caso concreto permita identificar apenas uma solução
como legalmente possível;
c) Se comprove, sem margem para dúvidas, que, mesmo sem o vício, o ato teria
sido praticado com o mesmo conteúdo (58)”.
57
Cfr., o nosso, Patrícia PINTO ALVES, «“Novo” Código do Procedimento Administrativo:
“novas” soluções?», in O Novo Código do Procedimento Administrativo, Para o Professor Doutor António
Cândido de Oliveira, uma oferta singela dos jovens investigadores de Direito Público da Escola de Direito
da Universidade do Minho, Coordenação: Isabel Celeste M. Fonseca, elsa – The European Law Students`
Association UMINHO, NEDip – Núcleo de Estudos de Direito Ius Pubblicum, Braga, 2015, p. 340.
58
Cfr., o disposto nas alíneas a) a c), do n.º 5 do artigo 163.º do CPA em vigor, pesquisável em:
https://www.pgdlisboa.pt/leis/lei_mostra_articulado.php?artigo_id=2248A0163&nid=2248&tabela=leis&
pagina=1&ficha=1&so_miolo=&nversao=#artigo (acesso em: 21.04.2022).
28
do CPA em vigor e no artigo 184.º e ss do CPA em vigor) ou recurso administrativo (cfr.,
o disposto no artigo 193.º do CPA em vigor e nos artigod 184.º e ss do CPA em vigor).
Quanto à competência, esta está patente nos n.ºs 2, 3, 4 e 5 do artigo 169.º do CPA em
vigor. É ainda de relevar que o artigo 170.º do CPA em vigor reporta-se à forma e às
formalidades, sendo que em regra, o ato de revogação administrativa ou revogação
anulatória deve revestir a forma legalmente prescrita para o ato administrativo revogado
ou anulado (59).
«Artigo 168.º
59
Cfr., em todos estes sentidos, o nosso, Patrícia PINTO ALVES, «“Novo” Código do
Procedimento Administrativo: “novas” soluções?», in O Novo Código do Procedimento Administrativo,
Para o Professor Doutor António Cândido de Oliveira, uma oferta singela dos jovens investigadores de
Direito Público da Escola de Direito da Universidade do Minho, Coordenação: Isabel Celeste M. Fonseca,
elsa – The European Law Students` Association UMINHO, NEDip – Núcleo de Estudos de Direito Ius
Pubblicum, Braga, 2015, pp. 340-341. Os negritos utilizados no corpo do texto são nossos.
60
Cfr., o nosso, Patrícia PINTO ALVES, «“Novo” Código do Procedimento Administrativo:
“novas” soluções?», in O Novo Código do Procedimento Administrativo, Para o Professor Doutor António
Cândido de Oliveira, uma oferta singela dos jovens investigadores de Direito Público da Escola de Direito
da Universidade do Minho, Coordenação: Isabel Celeste M. Fonseca, elsa – The European Law Students`
Association UMINHO, NEDip – Núcleo de Estudos de Direito Ius Pubblicum, Braga, 2015, p. 341. O
negrito utilizado no corpo do texto é nosso.
29
4 - Salvo se a lei ou o direito da União Europeia prescreverem prazo diferente, os
atos constitutivos de direitos podem ser objeto de anulação administrativa no prazo de
cinco anos, a contar da data da respetiva emissão, nas seguintes circunstâncias:
5 - Quando, nos casos previstos nos n.os 1 e 4, o ato se tenha tornado inimpugnável
por via jurisdicional, o mesmo só pode ser objeto de anulação administrativa oficiosa.
7 - Desde que ainda o possa fazer, a Administração tem o dever de anular o ato
administrativo que tenha sido julgado válido por sentença transitada em julgado, proferida
por um tribunal administrativo com base na interpretação do direito da União Europeia,
invocando para o efeito nova interpretação desse direito em sentença posterior, transitada
em julgado, proferida por um tribunal administrativo que, julgando em última instância,
tenha dado execução a uma sentença de um tribunal da União Europeia vinculativa para
o Estado português (61)”.
61
Cfr., o disposto no artigo 168.º do CPA na íntegra, pesquisável em:
https://www.pgdlisboa.pt/leis/lei_mostra_articulado.php?artigo_id=2248A0168&nid=2248&tabela=leis&
pagina=1&ficha=1&so_miolo=&nversao=#artigo (acesso em: 21.04.2022).
30
podem ser revogados quando a sua irrevogabilidade resulte de vinculação legal, ou então,
nas situações em que deles resultem, para a AP, deveres legais ou direitos irrenunciáveis
(62).
«Artigo 167.º
62
Cfr., o nosso, Patrícia PINTO ALVES, «“Novo” Código do Procedimento Administrativo:
“novas” soluções?», in O Novo Código do Procedimento Administrativo, Para o Professor Doutor António
Cândido de Oliveira, uma oferta singela dos jovens investigadores de Direito Público da Escola de Direito
da Universidade do Minho, Coordenação: Isabel Celeste M. Fonseca, elsa – The European Law Students`
Association UMINHO, NEDip – Núcleo de Estudos de Direito Ius Pubblicum, Braga, 2015, p. 342.
63
Esta é a nossa posição. Cfr., o nosso, Patrícia PINTO ALVES, «“Novo” Código do
Procedimento Administrativo: “novas” soluções?», in O Novo Código do Procedimento Administrativo,
Para o Professor Doutor António Cândido de Oliveira, uma oferta singela dos jovens investigadores de
Direito Público da Escola de Direito da Universidade do Minho, Coordenação: Isabel Celeste M. Fonseca,
elsa – The European Law Students` Association UMINHO, NEDip – Núcleo de Estudos de Direito Ius
Pubblicum, Braga, 2015, p. 342.
31
d) Com fundamento em reserva de revogação, na medida em que o quadro
normativo aplicável consinta a precarização do ato em causa e se verifique o
circunstancialismo específico previsto na própria cláusula.
Da nossa parte julgamos que, na primeira parte do n.º 5 do artigo 167.º do CPA
em vigor, estamos perante uma situação de aplicação do artigo 16.º do Regime da
Responsabilidade Civil Extracontratual do Estado e Demais Entidades Públicas – Lei n.º
67/2007, de 31 de dezembro, alterada pontualmente pela Lei n.º 31/2008, de 17 de junho,
64
Cfr., o disposto no artigo 167.º do CPA em vigor na íntegra, em especial o disposto no seu n.º
5, pesquisável em:
https://www.pgdlisboa.pt/leis/lei_mostra_articulado.php?artigo_id=2248A0168&nid=2248&tabela=leis&
pagina=1&ficha=1&so_miolo=&nversao=#artigo (acesso em: 21.04.2022). O negrito utilizado no corpo
do texto é nosso.
32
que nos remete para o artigo 2.º do Regime da Responsabilidade Civil Extracontratual do
Estado e Demais Entidades Públicas (65).
Finalizando, não podemos deixar de aludir ao artigo 171.º do CPA em vigor, artigo
este que se refere aos efeitos. A regra aqui é a de que a revogação só produz efeitos para
o futuro, podendo, contudo, o autor da revogação, no próprio ato, conceder-lhe eficácia
retroativa quando esta seja favorável aos interessados ou quando estes manifestem acordo
de forma expressa com a retroatividade e não estejam em causa direitos ou interesses
indisponíveis. Porém, a revogação de um ato revogatório apenas produz efeitos
repristinatórios se a lei ou o ato de revogação administrativa o determinem expressamente
neste sentido (67).
65
Esta é a nossa posição. Cfr., o nosso, Patrícia PINTO ALVES, «“Novo” Código do
Procedimento Administrativo: “novas” soluções?», in O Novo Código do Procedimento Administrativo,
Para o Professor Doutor António Cândido de Oliveira, uma oferta singela dos jovens investigadores de
Direito Público da Escola de Direito da Universidade do Minho, Coordenação: Isabel Celeste M. Fonseca,
elsa – The European Law Students` Association UMINHO, NEDip – Núcleo de Estudos de Direito Ius
Pubblicum, Braga, 2015, p. 342.
66
Cfr., o nosso, Patrícia PINTO ALVES, «“Novo” Código do Procedimento Administrativo:
“novas” soluções?», in O Novo Código do Procedimento Administrativo, Para o Professor Doutor António
Cândido de Oliveira, uma oferta singela dos jovens investigadores de Direito Público da Escola de Direito
da Universidade do Minho, Coordenação: Isabel Celeste M. Fonseca, elsa – The European Law Students`
Association UMINHO, NEDip – Núcleo de Estudos de Direito Ius Pubblicum, Braga, 2015, pp. 342-343 e
bibliografia citada na nota 14.
67
Cfr., o nosso, Patrícia PINTO ALVES, «“Novo” Código do Procedimento Administrativo:
“novas” soluções?», in O Novo Código do Procedimento Administrativo, Para o Professor Doutor António
33
No que respeita à anulação administrativa (revogação anulatória), em regra,
produz efeitos retroativos, mas o autor da anulação pode, na própria decisão, conferir-lhe
eficácia para o futuro, quando o ato se tenha tornado inimpugnável por via jurisdicional.
Também não podemos deixar de exprimir que a revogação anulatória produz efeitos
repristinatórios e, nas situações em que tenha por objeto a anulação de um ato revogatório,
só não determina a repristinação do ato revogado se a lei ou o ato de anulação o
dispuserem expressamente neste sentido (68).
Nos moldes do disposto no n.º 1 do artigo 172.º do atual CPA, parece-nps estar
aqui inerente a aplicação, por parte da AP, da figura da reconstituição da situação atual
hipotética, isto no que se refere à primeira parte do n.º 1 deste preceito e em relação à
figura jurídica da revogação anulatória ( 69).
1. Quid Juris?
Tópicos de resolução:
Cândido de Oliveira, uma oferta singela dos jovens investigadores de Direito Público da Escola de Direito
da Universidade do Minho, Coordenação: Isabel Celeste M. Fonseca, elsa – The European Law Students`
Association UMINHO, NEDip – Núcleo de Estudos de Direito Ius Pubblicum, Braga, 2015, p. 343.
68
Cfr., o nosso, Patrícia PINTO ALVES, «“Novo” Código do Procedimento Administrativo:
“novas” soluções?», in O Novo Código do Procedimento Administrativo, Para o Professor Doutor António
Cândido de Oliveira, uma oferta singela dos jovens investigadores de Direito Público da Escola de Direito
da Universidade do Minho, Coordenação: Isabel Celeste M. Fonseca, elsa – The European Law Students`
Association UMINHO, NEDip – Núcleo de Estudos de Direito Ius Pubblicum, Braga, 2015, p. 343.
69
Esta é a nossa posição. Cfr., o nosso, Patrícia PINTO ALVES, «“Novo” Código do
Procedimento Administrativo: “novas” soluções?», in O Novo Código do Procedimento Administrativo,
Para o Professor Doutor António Cândido de Oliveira, uma oferta singela dos jovens investigadores de
Direito Público da Escola de Direito da Universidade do Minho, Coordenação: Isabel Celeste M. Fonseca,
elsa – The European Law Students` Association UMINHO, NEDip – Núcleo de Estudos de Direito Ius
Pubblicum, Braga, 2015, p. 343.
34
1. A Câmara Municipal Y enquanto órgão executivo e enquanto órgão colegial
do município: artigo 252.º da CRP; os «órgãos colegiais» estão contemplados
ao abrigo do disposto no artigo 21.º e seguintes do CPA em vigor;
70
Na doutrina nacional, neste mesmo sentido, vd, entre outros, José Carlos VIEIRA DE
ANDRADE, Lições de Direito Administrativo, 5.ª Edição, Coordenação Editorial: Maria João Padez de
35
1. Os Tribunais Administrativos estão consagrados na CRP nos artigos .... e
no ETAF nos artigos ....
1. Quid Juris?
Castro, Design: Carlos Costa, Execução gráfica: www.artipol.net, Imprensa da Universidade de Coimbra |
Coimbra University Press, Dezembro de 2017, p. 171 e elenco bibliográfico lá citado.
36
Todavia, ao emanar tal licença de construção da dita habitação privada, na
emanação deste ato não foi mencionada expressamente a delegação de poderes nem
tão-pouco a mesma foi reduzida a escrito, mas foi fundamentada embora que
insuficientemente.
1. Quid Juris?
BOM TRABALHO!
A Docente de Direito
Administrativo II,
37
Ficha de trabalho n.º 3
Casos práticos e demais exercícios, realizados pela Docente Patrícia Pinto Alves,
acerca da responsabilidade civil extracontratual do Estado e demais Entidades
Públicas.
1. Quid Juris?
38
«Artigo 271.º
(Responsabilidade dos funcionários e agentes)
39
próprio, que podem consistir, quer em ações, quer em omissões
(artigos 7.º, n.º 1 e 8.º, n.ºs 1 e 2 do RRcivilEEE), constituindo
ações os regulamentos e os atos administrativos, assim como
as simples atuações administrativas e os atos reais, incluindo
todas as omissões juridicamente importantes. Apesar desta
exigência, a relevância das omissões é maior na
responsabilidade administrativa ( 71).
71
Cfr. Marcelo REBELO DE SOUSA /André SALGADO DE MATOS, Responsabilidade Civil
Administrativa, Direito Administrativo Geral, Tomo III, 1.ª Edição, (Reimpressão da 1.ª Edição: julho de
2010), Lisboa, Dom Quixote, 2008, p. 20.
40
pelo menos, a conformação com a produção de tal resultado (dolo eventual)] (72). Já a
negligência pressupõe a violação, consciente ou inconsciente, de deveres de cuidado.
Quando a diligência empregue tenha sido manifestamente inferior àquela a que o titular
de órgão ou agente se encontrava obrigado em razão do cargo por si ocupado (artigo 8º,
n.º 1 do RRcivilEEE), estamos perante a negligência dita grave, sendo certo que,
podendo estar na fronteira com o dolo eventual, é possível ainda identificar uma forma
de negligência grosseira, que não tem relevância normativa autónoma); nas demais
situações, diz-se leve (artigo 7º, n.º 1 do RRcivilEEE ).
Ora, a culpa é apreciada à luz da diligência e aptidão que seja razoável exigir,
em função das circunstâncias de cada caso, de um titular de órgão ou agente cumpridor e
zeloso (artigo 10, n.º 1 do RRcivilEEE), convocando-se o modelo da diligência e a aptidão
de um titular de órgão ou agentes médios. As “circunstâncias de cada caso” não podem
deixar de levar em conta os deveres funcionais do concreto titular de órgão ou agente
(artigo 8º, n.º 1 do RRcivilEEE, parte final), de forma a que seja respeitado o princípio
que nos diz que ninguém é obrigado a mais do que aquilo que pode fazer (ultra posse
nemo obligatur), mas também de forma a evitar que as condutas de titulares de órgãos ou
agentes administrativos de topo sejam avaliadas segundo padrões de diligência
benevolentes em razão da relevância das funções que lhes estão cometidas (73).
Quanto à prova da culpa (74) e presunções de culpa, a lei não dispõe de forma
direta sobre a prova da culpa, devendo, nos termos do artigo 10, n.º 2, considerar-se que
sobre a culpa deve incidir uma demonstração, pelo que é ao lesado que cabe o ónus de
provar a culpa do autor da lesão.
72
Cfr. Marcelo REBELO DE SOUSA /André SALGADO DE MATOS, ob. cit., pp. 25-26.
73
Cfr. Marcelo REBELO DE SOUSA /André SALGADO DE MATOS, ob. cit., pp. 26-27.
74
Para Margarida Cortez: “Um especial juízo de censura poderá ser formulado pelo tribunal nos
casos em que a Administração incorre em erro de interpretação de normas de sentido preciso e inequívoco
ou quando opta – como por vezes sucede – por contrariar o entendimento pacífico e reiterado dos tribunais
sobre uma dada questão jurídica”. Cfr. Margarida CORTEZ, Responsabilidade civil da Administração por
Actos Administrativos Ilegais e Concurso de Omissão Culposa do Lesado, Coimbra Editora, 2000, pp. 104-
105.
41
função do instituto da responsabilidade civil em geral. A noção
de dano para estes efeitos abrange situações de danos
emergentes e lucros cessantes; danos presentes e danos futuros
e danos patrimoniais e danos morais, sendo os danos
emergentes aqueles que correspondem à privação de
vantagens que já existiam na esfera jurídica do lesado à altura
da lesão e os lucros cessantes aqueles que correspondem à
privação de vantagens que iriam forma-se na esfera jurídica do
lesado se não tivesse ocorrido a lesão [artigo 564, n.º 1 do
Código Civil português – CC].
- Danos presentes e danos futuros (art. 3º, n.º 3 do
RRcivilEEE), sendo danos presentes aqueles que já
ocorreram no momento da fixação da indemnização;
danos futuros aqueles que ainda não ocorreram no
momento da fixação da indemnização (art. 564, n.º
2 do CC) (75).
75
Cfr., e para mais desenvolvimentos, vd, a nota 12 do nosso, Patrícia PINTO ALVES, “A
Responsabilidade Civil Extracontratual do Estado por Ato Administrativo no Ordenamento Jurídico
Português: Uma Tripla Perspectiva do Regime da Responsabilidade: Delitual, pelo Risco e por Facto Lícito
| The Non-Contractual Civil Liability oh the State in Administrative Acts for the Portuguese Legal System:
Tortius Liability, Risk Liability and Legal Liability”, in Revista de Direito | Viçosa | Volume 11, N.º 01,
2019, pp. 387-416, em específico a p. 399 e elenco bibliográfico lá citado. DOI:
https://doi.org/10.32361/20191113864
42
2. Imagine agora que Anastácio, recorrendo aos conhecimentos pessoais e
profissionais que detém junto da Câmara Municipal K, pediu ajuda no
sentido de que a sua esposa Lucrécia fosse contratada mediante concurso
público como assessora do Senhor Presidente da Câmara Municipal K,
tendo sido a mesma, nitidamente privilegiada, em relação às/aos demais
candidatas/os. Quid Juris?
A empresa pública HKG, no bom exercício das suas funções, que se dedica ao
transporte de substâncias perigosas, ao deslocar na autoestrada KYH, derramou
uma elevada quantidade de combustíveis que se encontrava a transportar, tendo tal
conduta provocado acidentes rodoviários em cadeia de variados veículos automóveis
ligeiros de passageiros que ali se encontravam a circular. Indignados com a situação,
os automobilistas dos veículos ligeiros de passageiros resolvem reagor contra a
empresa pública HKG, requerendo a sua responsabilização.
1. Quid Juris?
Tópicos de resolução: Antes de mais convém sublinhar que como bem nos explica
José Carlos Vieira de Andrade, as denominadas «entidades públicas empresariais
(EPEs)» tratam-se de pessoas coletivas de Direito público mas de regime privado, que,
todavia, foram autonomizadas da noção de institutos públicos. Neste sentido, mesmo que
sujeitas a regimes de Direito privado, as EPEs dispõem, via de regra, de poderes públicos
43
de autoridade estando submetidas a tutela e superintendência. Este mesmo autor, dá-nos
alguns exemplos e que são os seguintes: «na área dos transportes [CR, API, NAV,
Metropolitano de Lisboa], na área da gestão de recursos públicos [SPMS (Serviços
Partilhados do Ministério da Saúde], Agência para o Investimento e Comércio Externo,
Parque Escolar], na área cultural [Teatro Nacional D. Maria II, Teatro Nacional de S-
João, OPART (Organismo de Produção Artística – CNB e TNSC)] e na área da saúde
[alguns Hospitais (Curry Cabral, Amadora-Sintra, etc.), Centros Hospitalares (Centro
Hospitalar de São João, Centro Hospitalar de Coimbra, etc.) e Unidades Locais de Saúde
(Alto Minho, Baixo Alentejo, Guarda)] (76).
76
Cfr. José Carlos VIEIRA DE ANDRADE, Lições de Direito Administrativo, 5.ª Edição,
Coordenação Editorial: Maria João Padez de Castro, Design: Carlos Costa, Execução gráfica:
www.artipol.net, Imprensa da Universidade de Coimbra | Coimbra University Press, Dezembro de 2017,
pp. 117-118.Os itálicos utilizados no corpo do texto estão assim colocados por este autor, nas pp. 117-118,
desta sua obra aqui citada aos quais nos mantémos fiéis.
77
Neste sentido, acerca da noção de empresa pública, e para maiores desenvolvimentos, vd, José
Carlos VIEIRA DE ANDRADE, Lições de Direito Administrativo, 5.ª Edição, Coordenação Editorial:
Maria João Padez de Castro, Design: Carlos Costa, Execução gráfica: www.artipol.net, Imprensa da
Universidade de Coimbra | Coimbra University Press, Dezembro de 2017, p. 118.
44
2. Imagine agora que determinada mata pertencente ao Estado português não
foi devidamente limpa, quando deveria ter sido, e, por decorrência de um
incêndio, as chamas que dali decorreram destruíram vinte habitações
particulares. Chamados os devidos meios de socorro Estaduais tudo resultou
inoperacional. Quid Juris?
1. Quid Juris?
5. O princípio da justa repartição dos encargos públicos: artigos 2.º, 13.º e 18.º
todos da CRP;
45
6. Ora, na indemnização pelo sacrifício, artigo 16.º do RRcivilEEE, importa a
especialidade e a anormalidade do dano (artigo 2º do RRcivilEEE), sendo certo
que entendemos que esta constitui uma modalidade de responsabilidade civil
extracontratual do Estado e demais entidades públicas, e não estamos perante uma
mera compensação pelo sacrifício (78);
78
Cfr., e para mais desenvolvimentos, vd, o nosso, Patrícia PINTO ALVES, “A Responsabilidade
Civil Extracontratual do Estado por Ato Administrativo no Ordenamento Jurídico Português: Uma Tripla
Perspectiva do Regime da Responsabilidade: Delitual, pelo Risco e por Facto Lícito | The Non-Contractual
Civil Liability oh the State in Administrative Acts for the Portuguese Legal System: Tortius Liability, Risk
Liability and Legal Liability”, in Revista de Direito | Viçosa | Volume 11, N.º 01, 2019, pp. 387-416, em
específico a p. 406 e ss e elenco bibliográfico lá citado. DOI: https://doi.org/10.32361/20191113864
46
Ficha de trabalho n.º 4
Casos práticos e demais exercícios, realizados pela Docente Patrícia Pinto Alves,
acerca da Contratação Pública portuguesa.
Imagine que foi aberto pelo Município NJ, um concurso público devidamente
publicitado no Portal dos Contratos Públicos português, no sentido de que fosse
adjudicado determinado circuito de transporte escolar. Foram apresentadas sete
propostas, mas ilicitamente aquando da assinatura do contrato público não foram
lá contempladas duas cláusulas constantes do caderno de encargos.
1. Quid Juris?
De acordo com José Carlos Vieira de Andrade, o CCP em vigor, que se encontra
aprovado pelo DL n.º 18/2008, de 29 de janeiro, envereda por um caminho
diferenciado,dado que, e nas palavras de José Carlos Vieira de Andrade “embora parta de
um conceito-quadro (amplíssimo) de contrato público, acaba por adoptar dois conceitos
polarizadores, embora em grande medida sobreponíveis, para efeitos de delimitação do
respectivo âmbito de aplicação, que abrange, por um lado, a contratação administrativa
(formação do contrato) e, por outro, o regime substantivo da relação contratual
(execução do contrato) (81).
79
Neste sentido, vd, entre outros, José Carlos VIEIRA DE ANDRADE, Lições de Direito
Administrativo, 5.ª Edição, Coordenação Editorial: Maria João Padez de Castro, Design: Carlos Costa,
Execução gráfica: www.artipol.net, Imprensa da Universidade de Coimbra | Coimbra University Press,
Dezembro de 2017, p. 249 e ss e elenco bibliográfico lá citado.
80
Na resolução destes exercícios acerca da contratação pública em Portugal, e criados por nós,
vamos seguir em termos doutrinários José Carlos VIEIRA DE ANDRADE, Lições de Direito
Administrativo, 5.ª Edição, Coordenação Editorial: Maria João Padez de Castro, Design: Carlos Costa,
Execução gráfica: www.artipol.net, Imprensa da Universidade de Coimbra | Coimbra University Press,
Dezembro de 2017, p. 249 e ss e elenco bibliográfico lá citado, e, também, Pedro COSTA GONÇALVES,
Direito dos Contratos Públicos, Colaboração de Carla Machado e José Azevedo Moreira, Almedina, junho
de 2015. Em relação a esta obra citada da autoria de Pedro Costa Gonçalves, cumpre referir que a versão
mais atualizada da mesma é Pedro COSTA GONÇALVES, Direito dos Contratos Públicos, 5ª Edição -
Reimpressão de 2021, Almedina, junho de 2021, 1024 pp.
81
Neste sentido, e para maiores desenvolvimentos, vd, José Carlos VIEIRA DE ANDRADE,
Lições de Direito Administrativo, 5.ª Edição, Coordenação Editorial: Maria João Padez de Castro, Design:
47
São princípios da contratação pública portuguesa: artigo 1.º-A do CCP em vigor.
«Artigo 1.º-A
Princípios
48
Ora, existem, ao abrigo do disposto no artigo 16.º do Código dos Contratos Públicos
português [DL n.º 18/2008, de 29 de Janeiro, com as suas sucessivas alterações]
«Procedimentos para a formação de contratos» e que são:
“1 - Para a formação de contratos cujo objeto abranja prestações que estão ou sejam
suscetíveis de estar submetidas à concorrência de mercado, as entidades adjudicantes
devem adotar um dos seguintes tipos de procedimentos:
«a) Ajuste direto» + (ajuste direto simplificado) (83): [artigo 112.º, n.º 2 e ss do
CCP + a alínea a), do n.º 1 do artigo 16.º do CCP em vigor + artigos 24.º ao 27.º todos do
CCP em vigor + artigos 128.º e 129.º ambos do CCP em vigor];
«b) Consulta prévia» (84): [artigo 112.º, n.º 1 e ss do CCP em vigor + a alínea b), do
n.º 1 do artigo 16.º do CCP em vigor + artigo 27.º-A do CCP em vigor];
«c) Concurso público» + (concurso público urgente) (85): [artigo 130.º e ss do CCP
em vigor + a alínea c), do n.º 1 do artigo 16.º do CCP em vigor + artigo 155.º e ss do CCP
em vigor];
«d) Concurso limitado por prévia qualificação»: [artigo 162.º e ss do CCP em vigor
+ a alínea d), do n.º 1 do artigo 16.º do CCP em vigor + artigo 29.º do CCP em vigor];
«f) Diálogo concorrencial»: [artigo 204.º e ss do CCP em vigor + a alínea f), do n.º
1 do artigo 16.º do CCP em vigor + artigo 29.º do CCP em vigor];
«g) Parceria para a inovação»: [artigo 218.º-A e ss do CCP em vigor + a alínea g),
do n.º 1 do artigo 16.º do CCP em vigor + artigo 30.º-A do CCP em vigor].
83
Ao abrigo do disposto no n.º 2 do artigo 112.º do CCP em vigor “o ajuste direto é o procedimento
em que a entidade adjudicante convida diretamente uma entidade à sua escolha a apresentar proposta”.
84
Ao abrigo do disposto no n.º 1 do artigo 112.º do CCP em vigor “a consulta prévia é o
procedimento em que a entidade adjudicante convida diretamente pelo menos três entidades à sua escolha
a apresentar proposta, podendo com elas negociar os aspetos da execução do contrato a celebrar”.
85
Ao abrigo do disposto no n.º 1 do artigo 130.º do CCP em vigor “o concurso público é
publicitado no Diário da República, através de anúncio conforme modelo aprovado por portaria dos
membros do Governo responsáveis pela edição do Diário da República e pelas áreas das finanças e das
obras públicas”.
49
2 - Para os efeitos do disposto no número anterior, consideram-se submetidas à
concorrência de mercado, designadamente, as prestações típicas abrangidas pelo objeto
dos seguintes contratos, independentemente da sua designação ou natureza:
Existem, neste âmbito, regras comuns de tramitação procedimental (88) e que são:
86
Na doutrina portuguesa, acerca da empreitada de obras públicas e do seu regime jurídico, vd,
Licínio LOPES MARTINS, Empreitada de obras públicas, Edição: Reimpressão de 2020, Coleção: Teses
de Doutoramento, Almedina, 2020, 854 pp.
87
Cfr., e para maiores desenvolvimentos, vd, Pedro COSTA GONÇALVES, Direito dos Contratos
Públicos, Colaboração de Carla Machado e José Azevedo Moreira, Almedina, junho de 2015, p. 213 e ss e
elenco bibliográfico lá citado.
88
Neste sentido, e para maiores desenvolvimentos, vd, Pedro COSTA GONÇALVES, Direito dos
Contratos Públicos, Colaboração de Carla Machado e José Azevedo Moreira, Almedina, junho de 2015, p.
207 e ss e elenco bibliográfico lá citado. Vamos seguir aqui muito de perto a obra aqui citada da autoria de
Pedro Costa Gonçalves, mais especificamente o explanado na p. 207 e ss e elenco bibliográfico citado,
deste manual de contratação pública portuguesa.
50
«CAPÍTULO III
Peças do procedimento
Artigo 40.º
Tipos de peças
89
Os negritos e os sombreados são nossos.
51
4 - As indicações constantes do programa do procedimento, do caderno de encargos
e da memória descritiva prevalecem sobre as indicações do anúncio em caso de
divergência.
90
Cfr., e para maiores desenvolvimentos, vd, Pedro COSTA GONÇALVES, Direito dos Contratos
Públicos, Colaboração de Carla Machado e José Azevedo Moreira, Almedina, junho de 2015, p. 207 e ss e
elenco bibliográfico lá citado. Os negritos utilizados no corpo do texto são nossos.
91
Cfr. Pedro COSTA GONÇALVES, Direito dos Contratos Públicos, Colaboração de Carla
Machado e José Azevedo Moreira, Almedina, junho de 2015, p. 210. O negrito utilizado no corpo do texto
é nosso.
92
Cfr., e para maiores desenvolvimentos, vd, Pedro COSTA GONÇALVES, Direito dos Contratos
Públicos, Colaboração de Carla Machado e José Azevedo Moreira, Almedina, junho de 2015, p. 210. O
negrito utilizado no corpo do texto é nosso.
52
(93). Ainda a respeito do caderno de encargos releva o disposto no n.º 2 do artigo 100.º do
CPTA, dos n.ºs 5 e 6 do artigo 96.º do CCP em vigor, do artigo 48.º do CCP em vigor, do
n.º 8 do artigo 48.º do CCP em vigor, dos artigos 44.º e 45.º ambos do CCP em vigor, e
do artigo 46.º do CCP em vigor (94).
Desta feita:
93
Cfr., e para maiores desenvolvimentos, vd, Pedro COSTA GONÇALVES, Direito dos Contratos
Públicos, Colaboração de Carla Machado e José Azevedo Moreira, Almedina, junho de 2015, p. 210. O
negrito utilizado no corpo do texto é nosso. Mantemo-nos fiéis às aspas altas utilizadas por este autor, na
p. 210 desta sua obra aqui citada. O negrito utilizado no corpo do texto é nosso.
94
Cfr., e para maiores desenvolvimentos, vd, Pedro COSTA GONÇALVES, Direito dos Contratos
Públicos, Colaboração de Carla Machado e José Azevedo Moreira, Almedina, junho de 2015, p. 211. O
negrito utilizado no corpo do texto é nosso. Mantemo-nos fiéis às aspas altas utilizadas por este autor, na
p. 211 desta sua obra aqui citada. Este mesmo autor refere que: “O artigo 46.º autoriza a elaboração de
formulários de caderno de encargos. Na sequência, a Portaria n.º 959/2009, de 21 de agosto, aprovou o
formulário de caderno de encargos relativo aos contratos e empreitadas de obras públicas”. Cfr. Cfr., e para
maiores desenvolvimentos, vd, Pedro COSTA GONÇALVES, Direito dos Contratos Públicos,
Colaboração de Carla Machado e José Azevedo Moreira, Almedina, junho de 2015, p. 211.
95
Cfr. Pedro COSTA GONÇALVES, Direito dos Contratos Públicos, Colaboração de Carla
Machado e José Azevedo Moreira, Almedina, junho de 2015, p. 211. O negrito utilizado no corpo do texto
é nosso. Mantemo-nos fiéis às aspas altas utilizadas por este autor, na p. 211, desta sua obra aqui citada
assim como aos itálicos utilizados por este mesmo autor, na p. 211, desta sua obra aqui citada.
Pedro Costa Gonçalves cita ainda “(...) o artigo 209.º, sobre o convite à apresentação das soluções,
peça exclusiva do procedimento de diálogo concorrencial, e o artigo 142.º, sobre o convite à participação
em leilão eletrónico, que não surge referenciado no elenco das peças do procedimento”. Cfr. Pedro COSTA
GONÇALVES, Direito dos Contratos Públicos, Colaboração de Carla Machado e José Azevedo Moreira,
Almedina, junho de 2015, p. 211. Mantemo-nos fiéis aos itálicos utilizados por este autor aqui citado, na p.
211, desta sua obra aqui citada.
53
«Artigo 3.º
Contraentes públicos
A execução contratual;
O incumprimento do contrato;
A extinção do contrato.
54
Quanto à conformação da relação contratual, é conveniente explicitarmos o
seguinte: relativamente aos poderes do contraente público releva o disposto no artigo
302.º do Código dos Contratos Públicos português [DL n.º 18/2008, de 29 de janeiro, com
as suas sucessivas alterações (96)] (doravante designado por CCP). Assim, cumpre
explanar que configuram poderes do contraente público:
96
O DL n.º 18/2008, de 29 de janeiro, “aprova o Código dos Contratos Públicos, que estabelece a
disciplina aplicável à contratação pública e o regime substantivo dos contratos públicos que revistam a
natureza de contrato administrativo”, e é pesquisável em:
https://www.pgdlisboa.pt/leis/lei_mostra_articulado.php?nid=2063&tabela=leis (acesso em: 11.04.2022).
55
De evidenciar ainda que aqui, falamos da importância do gestor do contrato
(artigo 290.º-A do CCP). Ora, o gestor do contrato deve acompanhar a execução do
contrato, isto em respeito pelo disposto no n.º 1, do artigo 290.º-A do CCP, sendo ainda
de sublinhar que pode ser delegada no gestor do contrato a adoção de medidas
corretivas, exceto em matéria de modificasção ou cessação do contrato, isto em respeito
pelo disposto no n.º 4, do artigo 290.º-A do CCP).
Por sua vez, quanto ao incumprimento contratual cumpre referir que releva o
disposto no artigo 325.º e seguintes do CCP. O regime de incumprimento contratual
assenta na vinvulação existente entre o objeto do contrato administrativo e a prossecução
do interesse público, daí a desigualdade de tratamento da posição do contraente público
e do cocontratante aquando do incumprimento das obrigações contratuais. Neste
seguimento, o incumprimento contratual pode advir de uma de três formas e que são: o
incumprimento, o cumprimento defeituoso, e, por dim, o atraso no cumprimento por parte
do cocontratante.
56
- As «centrais de compras» públicas: artigo 260.º e ss do CCP.
- O princípio da legalidade;
- O princípio da igualdade;
- O princípio da proporcionalidade;
- O princípio da concorrência;
97
Na doutrina nacional, acerca do concurso público, vd, entre outros, Pedro COSTA
GONÇALVES, Direito dos Contratos Públicos, Colaboração de Carla Machado e José Azevedo Moreira,
Almedina, junho de 2015, pp. 204-205 e elenco bibliográfico lá citado.
98
Cfr. Pedro COSTA GONÇALVES, Direito dos Contratos Públicos, Colaboração de Carla
Machado e José Azevedo Moreira, Almedina, junho de 2015, pp. 204-205 e elenco bibliográfico lá citado.
99
Cfr. Pedro COSTA GONÇALVES, Direito dos Contratos Públicos, Colaboração de Carla
Machado e José Azevedo Moreira, Almedina, junho de 2015, p. 204.
100
Cfr. Margarida OLAZABAL CABRAL, “O concurso público no Código dos Contratos
Públicos”, in Estudos de Contratação Pública (CEDIPRE), I, p. 181 e ss; Margarida OLAZABAL
CABRAL, “Procedimentos clássicos no Código dos Contratos Públicos”, in CJA, n.º 64, 2007, p. 15 e ss;
Mário ESTEVES DE OLIVEIRA / Rodrigo ESTEVES DE OLIVEIRA, Concursos e outros procedimentos
de contratação pública, Coimbra, Almedina, 2011, p. 717 e ss; Alexandra LEITÃO, Lições de Direito dos
Contratos Públicos, Lisboa, AAFDL, 2014, p. 147 e ss, apud Pedro COSTA GONÇALVES, Direito dos
Contratos Públicos, Colaboração de Carla Machado e José Azevedo Moreira, Almedina, junho de 2015, p.
204 e nota 166.
57
- A relevância dos documentos de habilitação: artigo 81.º e ss do CCP em
vigor;
- O conteúdo e a forma que o contrato deve conter: artigos 96.º, 94.º e 95.º
todos do CCP em vigor;
58
7) Elaborado o citado relatório, o mesmo é enviado aos concorrentes que
sobre ele se poderão pronunciar em sede de audiência prévia (cf. artigo 147.º).
101
Neste sentido, vd, Pedro COSTA GONÇALVES, Direito dos Contratos Públicos, Colaboração
de Carla Machado e José Azevedo Moreira, Almedina, junho de 2015, pp. 204-205. Mantemo-nos fiéis aos
itálicos utilizados por este autor, nas pp. 204-205 desta sua obra aqui citada, sendo que os itálicos são sua
pertença.
59
- A suscetibilidade de impugnações administrativas aplica-se a
“quaisquer decisões administrativas ou outras àquelas equiparadas proferidas no âmbito
de um procedimento de formação de um contrato público”: n.º 1 do artigo 269.º do CCP
em vigor;
60
- Ora, relativamente à impugnação, mais precisamente aos seus efeitos, a verdade
é a de que a apresentação seja de que tipo de impugnações administrativas não suspende
a concretização das operações seguintes do respetivo procedimento (n.º 1 do artigo
272.º do CCP em vigor).
a) À decisão de qualificação;
c) À decisão de adjudicação».
- Por fim:
61
- A aplicação subsidiária do CPA em vigor que advém do disposto no n.º
1 do artigo 267.º do CCP em vigor e que nos remete, conforme os casos, para o disposto
no artigo 184.º e ss do CPA em vigor e/ou para o disposto no artigo 191.º e ss do CPA
em vigor.
102
Vd, a respeito, Pedro COSTA GONÇALVES, Direito dos Contratos Públicos, Colaboração de
Carla Machado e José Azevedo Moreira, Almedina, junho de 2015, pp. 51-52 e elenco bibliográfico lá
citado. O Portal dos Contratos Públicos português é o Portal «BASE», pesquisável em:
https://www.base.gov.pt/Base/pt/OPortal/Base (acesso em: 11..05.2022).
103
Cfr., e para maiores desenvolvimentos, vd, “O que é o Portal Base?”, pesquisável em:
https://www.base.gov.pt/Base/pt/OPortal/Base (acesso em: 11.05.2022).
62
- A possibilidade de intentar uma ação administrativa, em sede de
contencioso pré-contratual, processo urgente, no Tribunal Administrativo
competente – artigo 100.º e ss do CPTA em vigor.
104
A partir daqui, inclusive, vamos seguir aqui de perto o nosso escrito, Patrícia PINTO ALVES,
«“Novo” Código do Procedimento Administrativo: “novas” soluções?», in O Novo Código do
Procedimento Administrativo, Para o Professor Doutor António Cândido de Oliveira, uma oferta singela
dos jovens investigadores de Direito Público da Escola de Direito da Universidade do Minho,
Coordenação: Isabel Celeste M. Fonseca, elsa – The European Law Students` Association UMINHO,
NEDip – Núcleo de Estudos de Direito Ius Pubblicum, Braga, 2015, p. 335-338 e elenco bibliográfico lá
citado.
105
Cfr. Lourenço VILHENA DE FREITAS, “Análise do projecto de revisão do CPA relativamente
ao regime para os contratos da Administração Pública” in ICJP (Instituto de Ciências Jurídico-Políticas),
fevereiro de 2014, pp. 1 e 2. Vd., http://www.icjp.pt/debate/4268/4418, apud o nosso, Patrícia PINTO
ALVES, «“Novo” Código do Procedimento Administrativo: “novas” soluções?», in O Novo Código do
63
Todavia, é de evidenciar que há a existência de contratos que, mesmo sendo
qualificados enquanto contratos de Direito privado da AP dentro do Direito interno, estes
não podem deixar de se sujeitar de forma parcial a um regime de execução que está
adstrito a limites de interesse público, estando desta forma sujeitos a um regime
administrativo embora que parcialmente. Neste seguimento, é de explanar que o disposto
no n.º 2 do artigo 200.º do atual CPA remete-nos para o disposto no n.º 4 do artigo 2.º do
CPA em vigor. Doravante, não tem uma menção concernente ao princípio da
concorrência, o que nos leva a crer, em nosso entendimento, que há aqui uma lacuna na
lei, ou seja, melhor falando no DL, neste sentido ( 106).
Ora, como explicitamos no nosso escrito que temos vindo a citar, o denominado
CCP já não nos dá uma definição expressa do que é um contrato administrativo, sendo
que deixou ainda de constar, em termos doutrinais, em parte, um elenco dos ditos
contratos administrativos, na medida em que, da nossa parte julgamos que, a Parte III do
CCP somente se aplica aos contratos lá indicados, contratos tais que revistam, por Direito
próprio, a natureza de contrato administrativo (107).
2. Imagine agora que o gestor do contrato não apôs a sua assinatura digital no
relatório final atinente a este concurso público que o mesmo elaborou. Quid
Juris?
Procedimento Administrativo, Para o Professor Doutor António Cândido de Oliveira, uma oferta singela
dos jovens investigadores de Direito Público da Escola de Direito da Universidade do Minho,
Coordenação: Isabel Celeste M. Fonseca, elsa – The European Law Students` Association UMINHO,
NEDip – Núcleo de Estudos de Direito Ius Pubblicum, Braga, 2015, pp. 335-336, e nota 8. A expressão “a
níveis de administratividade” pertence a Lourenço Vilhena de Freitas estando assim colocada em aspas
altas, às quais nos mantemos fiéis na p. 336 deste nosso escrito aqui citado.
106
Cfr., o nosso, Patrícia PINTO ALVES, «“Novo” Código do Procedimento Administrativo:
“novas” soluções?», in O Novo Código do Procedimento Administrativo, Para o Professor Doutor António
Cândido de Oliveira, uma oferta singela dos jovens investigadores de Direito Público da Escola de Direito
da Universidade do Minho, Coordenação: Isabel Celeste M. Fonseca, elsa – The European Law Students`
Association UMINHO, NEDip – Núcleo de Estudos de Direito Ius Pubblicum, Braga, 2015, pp. 336-337.
107
Esta é a nossa posição. Cfr., e para maiores desenvolvimentos, vd, o nosso, Patrícia PINTO
ALVES, «“Novo” Código do Procedimento Administrativo: “novas” soluções?», in O Novo Código do
Procedimento Administrativo, Para o Professor Doutor António Cândido de Oliveira, uma oferta singela
dos jovens investigadores de Direito Público da Escola de Direito da Universidade do Minho,
Coordenação: Isabel Celeste M. Fonseca, elsa – The European Law Students` Association UMINHO,
NEDip – Núcleo de Estudos de Direito Ius Pubblicum, Braga, 2015, p.p. 336-337 e ss e elenco bibliográfico
lá citado.
108
Acerca da assinatura digital, vd, o nosso, Patrícia PINTO ALVES, “Contratação pública,
plataforma electrónica e assinatura”, in www.verbojuridico.net , 2015, 14 pp.
64
1. O disposto no n.º 2 do artigo 81.º do CCP em vigor;
2. O artigo 148.º do CCP.
Tópicos de resolução: n.º 2 do artigo 112.º do CCP em vigor + artigos 115.º a 127.º
todos do CCP em vigor.
Proposta: artigo 56.º do CCP + artigo 57.º do CCP + artigo 58.º do CCP + artigo 59.º
do CCP (acerca das «propostas variantes») + artigo 60.º do CCP + artigo 62.º do CCP
+ artigo 62.º-A a 66.º todos do CCP + artigo 70.º do CCP + artigos 71.º e 72.º ambos do
CCP + artigo 112.º do CCP (consulta prévia: n.º 1 vs ajuste direto: n.º 2) + artigo 115.º
do CCP + artigo 135.º do CCP (concurso público) + artigos 136.º e 137.º ambos do CCP
+ artigos 138.º e 139.º ambos do CCP + artigo 160.º do CCP («concurso público
urgente»).
«Artigo 56.º
Noção de proposta
http://www.verbojuridico.com/ficheiros/doutrina/administrativo/patriciaalves_contratacaopublica.pdf
(trabalho sujeito a avaliação no Mestrado em Direito Administrativo na Universidade do Minho na
disciplina de Direito da contratação pública), Ano Letivo de 2011-2012.
65
2 - Para efeitos do presente Código, entende-se por atributo da proposta qualquer
elemento ou característica da mesma que diga respeito a um aspeto da execução do
contrato submetido à concorrência pelo caderno de encargos».
Acerca da figura do «ajuste direto simplificado» ver o artigo 128.º + 129.º ambos
do CCP em vigor.
Resolução: Como nos explica José Carlos Vieira de Andrade, o conceito legal de
“contrato público” que advém do disposto no n.º 2 do artigo 1.º do CCP em vigor, abarca,
«(...) todos os contratos celebrados no âmbito da função administrativa,
independentemente da sua designação e da sua natureza (isto é, mesmo que sejam de
direito privado), desde que sejam outorgados pelas “entidades adjudicantes” referidas na
lei (artigo 2.º) (109)».
Quanto aos contratos administrativos, para Pedro Costa Gonçalves (110), contratos
administrativos serão todos os contratos celebrados pela AP em que preencham certos
requisitos. Já José Carlos Vieira de Andrade (111) manifesta que o contrato administrativo
assume a natureza de figura de utilização geral pelas entidades administrativas.
109
Cfr., e para maiores desenvolvimentos, vd, José Carlos VIEIRA DE ANDRADE, Lições de
Direito Administrativo, 5.ª Edição, Coordenação Editorial: Maria João Padez de Castro, Design: Carlos
Costa, Execução gráfica: www.artipol.net, Imprensa da Universidade de Coimbra | Coimbra University
Press, Dezembro de 2017, p. 255 e ss e elenco bibliográfico lá citado. Os itálicos utilizados no corpo do
texto, assim como as aspas interinas, estão assim colocadas por este autor, na p. 255 desta sua obra aqui
citada, aos quais nos mantemos fiéis.
110
Cfr. Pedro COSTA GONÇALVES, Contrato Administrativo, Coimbra, Almedina, 1998, pp.
28-29.
111
Cfr. José Carlos VIEIRA DE ANDRADE, As Novas Regras da Actividade Administrativa,
Centro de Estudos e Formação Autárquica (CEFA), 1993, p. 101.
66
5. Independentemente das questões anteriores, que entidades adjudicantes
existem em Portugal? Justifique e fundamente a sua resposta com a(s) base(s)
legal(ais) aplicável(ais).
«Artigo 2.º
Entidades adjudicantes
a) O Estado;
b) As Regiões Autónomas;
c) As autarquias locais;
d) Os institutos públicos;
f) O Banco de Portugal;
g) As fundações públicas;
h) As associações públicas;
67
à lógica concorrencial de mercado, designadamente por não terem fins
lucrativos ou por não assumirem os prejuízos resultantes da sua atividade;
e
c) (Revogada.)
1. Quid Juris?
68
Tópicos de resolução: artigo 162.º e ss do CCP [concurso limitado por prévia
qualificação].
Tópicos de resolução:
«Artigo 52.º
Candidatos
- Noção de concorrente: artigo 53.º do CCP + artigo 56.º do CCP + artigo 135.º
do CCP. Assim:
«Artigo 53.º
Concorrentes
69
É concorrente a entidade, pessoa singular ou coletiva, que participa em qualquer
procedimento de formação de um contrato mediante a apresentação de uma proposta».
Por seu lado, estamos perante uma situação de resgate quando o concedente resgata
a concessão, por motivos de interesse público, depois do decurso do prazo determinado
no contrato ou, na sua ausência, decorrido precisamente um terço do prazo de vigência
do contrato (n.º 1 do artigo 422.º do CCP em vigor), sendo que havendo resgate, o
70
concessionário tem direito a ser indemnizado tendo tal indemnização de ser
correspondente quer a danos emergentes quer a lucros cessantes, sendo que em relação
aos lucros cessantes, deve deduzir-se o benefício que advenha da antecipação dos ganhos
antecipados (n.º 5 do artigo 422.º do CCP em vigor).
Para termninar a nossa resposta, deixamos aqui uma nota que consideramos ser
relevante e que se prende com a «Responsabilidade perante terceiros» prevista no
artigo 424.º do CCP em vigor, sendo inclusive a sua epígrafe. Desta maneira, cumpre
referir que ao abrigo do disposto no n.º 1 do artigo 424.º do CCP em vigor, o concedente
deve responder pelos danos provocados pelo concessionário a outrem na desenvoltura das
atividades concedidas por facto que ao concedente seja imputável. Ora, ao abrigo do
disposto no n.º 2 do artigo 424.º do CCP em vigor, tomamos conhecimento de que o
concedente também responde por facto que não lhe é ou seja imputável, mas nesta
situação apenas após exercidos quaisquer direitos derivados de contrato de seguro que na
situação caibam e desde que excutidos os bens doi património do respetivo concessionário
(n.º 2 do artigo 424.º do CCP em vigor).
71
Ficha de trabalho n.º 5
Alguns exercícios, realizados pela Docente Patrícia Pinto Alves, acerca das
garantias dos administrados (reclamação administrativa e recursos hierárquicos).
Caso prático
1. Quid Juris?
Têm de explicitar a:
- Competência;
- Legitimidade;
- Tramitação;
- Tempestividade.
72
5. Têm de abordar, identificar e explicar as garantias administrativas e eventuais
garantias contenciosas.
2. Imagine agora que não tinha havido delegação de poderes para o efeito,
mas o ato administrativo foi o indeferimento. Quid Juris?
«Artigo 192.º
73
«Artigo 188.º
2 - O prazo da reclamação e dos recursos por quaisquer outros interessados dos atos que
não tenham de ser obrigatoriamente publicados começa a correr do seguinte facto que
primeiro se verifique:
a) Notificação;
b) Publicação;
«Artigo 190.º
2 - Nos demais casos, a reclamação não suspende o prazo de interposição dos recursos
administrativos que no caso couberem.
74
4. Via de regra, qual é o prazo para apresentar recurso hierárquico?
«Artigo 194.º
Interposição
«Artigo 195.º
Tramitação
4 - Para efeitos do disposto no número anterior, o autor do ato recorrido não pode
modificar ou substituir o ato recorrido em sentido menos favorável ao recorrente.
75
órgão competente para conhecer do recurso e notificando o recorrente e os
contrainteressados que hajam deduzido oposição.
7 - O requerimento a que se refere o número anterior deve ser apresentado dentro do prazo
previsto para a interposição de recurso hierárquico contra o ato praticado».
«Artigo 198.º
1 - Quando a lei não fixe prazo diferente, o recurso hierárquico deve ser decidido no
prazo de 30 dias, a contar da data da remessa do processo ao órgão competente para dele
conhecer.
76
6. Independentemente das questões anteriores, explique em que
circunstâncias haverá lugar ao recurso hierárquico impróprio.
Fundamente e justifique a sua resposta com a(s) bases(s) legal(ais)
aplicável(ais).
77