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Revisão geral das aulas de direito e legislação social,

Introdução e objetivos deste resumo.

Ao ler este resumo o aluno poderá relembrar os principais aspectos e


pontos já expostos em aula.
As maiores razões de ser deste resumo fundam-se na soma da
necessidade de relembrar toda matéria já ministrada, considerando que,
em razão das férias, transcorrem mais de 40 dias sem aula, e de destacar,
ao mesmo tempo, a coerência existente entre os assuntos ministrados.
Coerência talvez ofuscada em razão do hiato de tempo existente sem
aulas, consoante já exposto.
Procura-se levar em conta, também, no teor dos assuntos
ministrados, que todos os alunos são noviços em direito, daí a
necessidade de introito geral à teoria do direito.
Nesse sumário, doravante, os pontos (conceitos) mais relevantes
estarão grifados e em negrito.
Nesse sentido, os conceitos destacados neste resumo deverão ser de
compreensão do aluno e recomenda-se que se o aluno, por ventura,
não bem compreendê-los, deverá trazer a sala de aula qualquer
dúvida para explicações e debates.
E eis o PRIMEIRO ESCLARECIMENTO a ser pontuado: quando,
neste resumo e no nosso curso, utilizamos a palavra norma jurídica
estaremos utilizando-a como sinônimo de lei.
Nesse sentido, quando destacamos os termo norma jurídica, queremos
diferenciar estas normas das demais normas existentes na sociedade, normas de moral,
por exemplo.
As normas jurídicas diferenciam-se das demais normas existentes em uma
sociedade, como as normas morais, por exemplo, em razão de um dado: além de
ditarem uma regra de conduta, tornam esta conduta obrigatória, exigível, sob pena
de sanção organizada pelo Estado.
Explico.
As normas de moral dizem que um pai deve cuidar e prover o sustento de seus
filhos. Se existissem apenas as normas morais, contudo, um pai poderia deixar seus
filhos, simplesmente, à míngua, sem ajudá-los.
É claro, ante a tal conduta, haveria uma reprovação por parte da coletividade,
da sociedade, mas esta reprovação não seria organizada e ao fim e a cabo não poderia se
exigir do pai que amparasse seus filhos.
Ao revés, quando existe uma norma jurídica, é possível exigir-se um
comportamento (conduta), sob pena de uma sanção organizada.
Grosso modo, a norma jurídica estabelece uma conduta a ser seguida
necessariamente por outrem, sob pena de uma sanção juridicamente organizada.
Vamos voltar ao nosso exemplo.
Na hipótese de um pai deixar seus filhos à míngua, este pai poderá inclusive ser
preso. Mas, destacamos, nem toda sanção é de natureza penal.
Aulas iniciais de Direito e legislação social: objetivos

O objetivo primordial das aulas iniciais ministradas no curso foi a de fornecer ao


futuro assistente social conhecimento teórico suficiente para boa compreensão do
direito, ajudando-o na sua futura lida e no exercício da cidadania.
Aliás, o título da disciplina, Direito e Legislação Social, por si só, destaca a
importância do conhecimento do direito para o bom deslinde do curso, possibilitando ao
futuro assistente social um conhecimento jurídico que o torne mais apto ao completo
exercício de suas atividades.
De fato, em sua vida prática, o assistente social irá lidar, na linha de frente de
seu trabalho, com inúmeras questões jurídicas, daí a necessidade e importância da
presente disciplina. Para tanto, futuro assistente social deve ter um conhecimento
mínimo da teoria do direito, afinal, e A SEGUNDA lição a ser pontuada, “ Ninguém
se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece”, consoante determina o
artigo 3º da Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro.
Outrossim, cotidianamente, diversos direitos perecem na realidade das ruas
e da vida por desconhecimento da existência desses. Noutras palavras, direitos não
são exercidos pela população, em razão do desconhecimento geral das normas jurídicas.
De certo modo, assim, o pleno exercício da cidadania exige um conhecimento dos
direitos.
Por pertinente, transcrevo algumas as competências do assistente social,
consoante previsto na Lei nº 8.662 de 1993:

Art. 4º Constituem competências do Assistente Social: III - encaminhar providências, e


prestar orientação social a indivíduos, grupos e à população; V - orientar indivíduos e
grupos de diferentes segmentos sociais no sentido de identificar recursos e de fazer uso
dos mesmos no atendimento e na defesa de seus direitos; IX - prestar assessoria e apoio
aos movimentos sociais em matéria relacionada às políticas sociais, no exercício e na defesa
dos direitos civis, políticos e sociais da coletividade
Aspectos (requisitos) relevantes da e para compreensão teoria do direito

Como exposto no parágrafo anterior, nos termos do artigo 3º da Lei de


Introdução às normas do Direito Brasileiro, todos devem cumprir a lei.
Ou seja, ninguém pode descumprir uma lei mesmo quando a desconhece.
Tal dado é relevante ao exercício da cidadania, entre outros motivos, pois
existem mais de 10 mil leis vigentes no Brasil. Estas leis criam direitos e obrigações
para todos.
SEGUNDO PONTO RELEVANTE: Todos devem cumprir as leis vigentes,
mesmo quando a desconhecem.
O outro conceito relevante é o de vigência.
Uma lei é vigente quando é passível de se exigir o seu cumprimento perante
o Estado. Grosso modo, o Estado (Juiz ou Policial) deverá assegurar o
cumprimento da lei.
Uma lei é considerada vigente quando não declarada inconstitucional pelo
STF ou enquanto não for revogada, expressamente ou tacitamente, por lei
posterior.
Explico.
Se, por exemplo, uma lei determinar que uma empresa, com mais de 300
empregados, deve reservar x% de sua vagas para pessoas com deficiência, esta lei
deverá ser cumprida, enquanto vigente. Entretanto, esta lei poderá ser revogada,
expressa ou tacitamente, por uma lei posterior que disponha, por exemplo, que o
número de vagas destinadas a pessoas com deficiência seja de y%.
TERCEIRO PONTO RELEVANTE: uma lei é considerada vigente,
criando direitos e obrigações para todos, enquanto não revogada, tácita ou
expressamente, por uma lei posterior ou enquanto não declarada inconstitucional
pelo STF.
Mais ainda, quando cumpridos os requisitos legais estabelecidos por uma lei
vigente, surge o direito adquirido.
Em razão do direito adquirido, consolidado (cumpridos) os requisitos legais
estabelecidos em lei, o direito deve ser respeitado.
Por exemplo, se uma lei (em sentido lato) determinar que uma pessoa com 25
anos de serviço pode aposentar-se em determinada profissão (requisito de 25 anos) e um
cidadão “a” completa este requisito durante a vigência desta lei, surge o direito
adquirido.
Desse modo, nesta situação hipotética, se uma lei posterior estabelecer, por
exemplo, que a aposentadoria só poderá ser concedida com 30 anos de serviço, o direito
adquirido do cidadão “a” deve ser respeitado. Ou seja, o direito do cidadão “a”
aposentar-se remanesce intocado.
Mas o direito adquirido só consolida-se quando cumprido os requisitos
estabelecidos, se não cumpridos os requisitos de fato, existe apenas mera
expectativa de direito.
O respeito ao direito adquirido é previsto na Constituição vigente no artigo
5º, Inciso XXXVI da CF
Outra forma de uma lei perder a sua vigência, deixar de ser obrigatória é
quando declarada inconstitucional pelo STF.
Os temas em questão, direito adquirido e constitucionalidade das leis, nos levam
ao estudo das normas constitucionais.
De fato, o direito adquirido é previsto em norma constitucional, consoante
já exposto.
QUARTO PONTO RELEVANTE: DOS DIFERENTES TIPOS DE
NORMAS JURÍDICAS E DA SUPREMACIA DAS NORMAS
CONSTITUCIONAIS

Quando, em nosso curso, utilizarmos a expressão normas jurídicas, estamos


cuidando, grosso modo, das espécies normativas previstas no artigo 59 da Constituição,
quais sejam: emendas à Constituição; leis complementares; leis ordinárias; leis
delegadas; medidas provisórias; decretos legislativos e resoluções.
Nesse sentido, incluímos, sobremodo a Constituição, Lei Maior, nesse rol
de normas jurídicas.
Todas essas normas jurídicas, inclusive a Constituição, estabelecem direitos e
obrigações para todos, independentemente do concreto desconhecimento do teor
destas, nos exatos termos do artigo 3º da Lei de Introdução às normas do Direito
Brasileiro já transcrito neste sumário.
Dentre as normas jurídicas, a de maior relevo (força normativa) são as
normas constitucionais.
De fato, se uma lei, complementar ou ordinária, for contrária ao texto da
Constituição, esta lei não deve gerar direitos e obrigações. Assim, por exemplo, se a
Constituição veda, proíbe, a pena de morte, não pode, uma simples lei, estabelecer o
contrário.
Esta hipotética lei, instituidora da pena de morte no Brasil, seria
inconstitucional.
Portanto, grosso modo, se a Constituição estabelecer que todo empregado tem
direitos a férias anuais acrescidas de um teço de sua remuneração, uma lei não poderá
reduzir este terço constitucional para um quinto da remuneração, por exemplo.
Se assim suceder, poderá o Poder Judiciário, qualquer juiz, recusar o
cumprimento da lei.
Resumindo, quando um texto de uma lei contrariar o teor de uma norma
constitucional, todos devem cumprir a Constituição, pois esta, a Constituição,
prevalece.
Observem que a supremacia da Constituição torna-se patente quando
observamos que parte dela, os direitos fundamentais, não pode ser modificada
sequer por meio de emenda à Constituição e que o próprio processo de emendar é
muito complexo e difícil.

QUINTO PONTO RELEVANTE: a Constituição deve ser vista, percebida, como


uma lei maior e como um pacto político envolvendo toda a sociedade que deve se
empenhar, junto com o Estado, no seu cumprimento

Uma Constituição não deve ser uma “mera folha de papel”. Ao contrário, suas
normas devem ganhar efetividade, devem ser cumpridas, observadas, pela sociedade e
pelo Estado.
Nesse afã e contexto, destacamos que considerável parte do trabalho de um
assistente social consiste em tornar concreta as promessas lançadas na
Constituição. De fato, dentro da seara da teoria do Estado e da Constituição, foi
apercebido que a tarefa de tornar as normas constitucionais concretas deve ser de
todos. Daí, por exemplo, que existem lei obrigando a contratação de idosos e de
pessoas com deficiência.
Dentre as normas constitucionais, a mais importante é o princípio da dignidade
da pessoa humana. Nessa visão, todas as demais normas jurídicas existem no sentido de
concretizar, tornar real, o princípio da dignidade da pessoa humana.
Portanto, se uma lei obriga a contratação de idosos ou de pessoas com
deficiência, assim sucede em razão da necessidade de tornar concreta a promessa
constitucional da Dignidade da Pessoa Humana.

SEXTO PONTO RELEVANTE: A INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL


COMO FORMA DE PROTEÇÃO DO PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA
PESSOA HUMANA

Pinçamos este tema, dano moral, ante a sua relevância, mas também de forma
exemplificativa procurando, assim, demonstrar que pouco adiantaria a Constituição
almejar a proteção da dignidade da pessoa humana se não existissem normas
estabelecendo sanções. Se assim o fosse, a Constituição seria uma “mera folha de
papel” com promessas vagas.
Nesse contexto, por exemplo, a Constituição vigente prevê em seu artigo 5º,
Inciso X, o direito a indenização decorrente de dano moral.
E o dano moral decorre exatamente da violação ao Princípio da Dignidade da
Pessoa humana.
Assim, por exemplo, se um empregador humilhar um empregado, violando-lhe a
dignidade humana, surge a obrigação de o empregador de indenizar este empregado.
Nesse sentido, quando ocorre a violação de um direito fundamental, surge a
obrigação de indenizar, consoante já explanado em sala.
Dentro dessa mesma senda, há o instituto do acidente de trabalho, que procura
tutelar a dignidade humana do trabalhador, em caso de ocorrência de um acidente de
trabalho.
Acidente de trabalho este que pode ser típico ou por equiparação. Ocorre o
acidente de trabalho por equiparação quando o trabalho de um empregado em prol de
um empregador causa uma doença ou mesmo a agrava

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