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FACULDADE METROPOLITANA DE ANÁPOLIS – FAMA

CURSO: DIREITO
DISCIPLINA: TEORIA GERAL DO DIREITO – TGD
PROFESSOR: MARCELO PIRES
CONTEÚDO: BREVE INTRODUÇÃO À TGD.

1. APRESENTAÇÃO DO PLANO DE ENSINO

A leitura atenta do Plano de Ensino apresentado pelo professor no início do curso é de extrema
importância, uma vez que dele constam todas as informações necessárias acerca da disciplina que será
ministrada, tais como nome, carga horária, ementa, conteúdo programático, práticas pedagógicas,
métodos de avaliação e bibliografia, dentre outras.

2. INTRODUÇÃO À TGD: POR QUE ESTUDÁ-LA?

A introdução é também chamada de propedêutica. Estamos apresentando a propedêutica jurídica,


ou seja, a introdução à ciência do Direito. A Teoria Geral do Direito consiste em disciplina básica,
introdutória a todas as demais disciplinas jurídicas, como o Direito Civil, Penal, Processual, Constitucional,
do Trabalho, do Consumidor, dentre outras.

Há a necessidade de estudo de uma disciplina introdutória justamente para que o aluno tenha
contato com conceitos e institutos que são comuns a todos os ramos jurídicos, como relação jurídica,
jurisprudência, ato jurídico, positivismo, etc para, a partir daí, começar a desenvolver sua compreensão,
adquirir a capacidade de raciocínio e argumentação em relação do Direito.

É através desse entendimento que o estudante é capaz de sedimentar uma base de


conhecimentos que facilite, nesse momento inicial, a leitura de textos jurídicos e que permita que seja
capaz de começar a compreender o vocabulário, ou seja, as palavras e expressões que são utilizadas pelos
profissionais do Direito em suas atividades.

Não é nosso objetivo aqui tratar de temas específicos de cada disciplina, como contrato (Direito
Civil), imposto (Direito Tributário), crime (Direito Penal) ou criança (Direito da Criança e do Adolescente),
por exemplo, mas apenas discutirmos o que há de comum entre essas matérias, descobrindo, assim, de
forma relevante, o que torna o Direito uma unidade, como um tronco de árvore, de onde emanam seus
ramos, que são cada uma de suas disciplinas.

Embora Direito e Justiça guardem uma relação próxima, são conceitos diferentes e que devem ser
compreendidos em sua inteireza, e é esse o principal objetivo de nosso estudo nesse semestre: chegar ao
final dessa importante disciplina com uma compreensão clara de sua dimensão social. Claro que não é
tarefa fácil, mas atingir a excelência é tarefa para poucos, e nós somos aqueles que iremos buscá-la a
cada aula.

Por não ser diferente, em essência, dos demais conhecimentos científicos, também depende o
Direito de muito estudo e pesquisa, ou seja, de esforço e dedicação para que possa ser decifrado. A TGD é
a base, que vai sendo construída tijolinho a tijolinho, no dia a dia. Não há casa que não desabe sem
alicerce, não há construção que se mantenha em pé sem estrutura. Para atingir uma cultura jurídica ela é
também indispensável.

3. O PAPEL DA POLÍTICA NA CONSTRUÇÃO DO DIREITO POSITIVO: O POLÍTICO E O JURÍDICO

Antes de tudo é preciso aqui dizer o que é o Direito Positivo. Se trata do Direito que é elaborado e
imposto pelo Estado a todas as pessoas. No Brasil, os Municípios, os Estados, o Distrito Federal e a União
são entidades que possuem autonomia para a elaboração de normas jurídicas, dentro de suas
competências estabelecidas na Constituição Federal. Nascidas essas regras de Direito através do processo
legislativo, elas passam a ser impostas, de forma a obrigar qualquer pessoa que esteja naquele Estado ao
seu cumprimento.

Não cabe, assim, a qualquer pessoa, negar-se a cumprir uma regra de Direito Positivo. Quando
isso ocorre, há violação do Direito (da regra jurídica), e o seu transgressor fica sujeito a sofrer uma
reprimenda por parte do Estado, uma vez que cometeu um ato ilícito (contrário do ordenamento
jurídico). Por exemplo, o Código Civil prevê, em seu artigo 927:

“Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a
repará-lo.”

Desta forma, se Antônio bate o carro no muro da casa de Joaquim e o derruba, ficará obrigado a
arcar com os custos para que o muro seja reconstruido, uma vez que cometeu ato ilícito.

Assim, comete ato ilícito o empregador que não concede férias em tempo oportuno ao
empregado; o contribuinte que deixa de pagar o imposto no valor ou no prazo estipulado; o pai que deixa
de prestar auxílio financeiro ao filho incapaz; o golpista que comete estelionato e se apropria
indevidamente do dinheiro alheio.

E quem define quais serão as regras jurídicas que irão surgir e como será o cumprimento dessas
regras? É o Estado, através de seus agentes políticos. Esses agentes são assim chamados porque são
aquelas pessoas que fazem parte do Estado que detém poder de decisão. São os legisladores (vereadores,
deputados estaduais, deputados federais e senadores), os administradores, que são os agentes do Poder
Executivo que detém essa autoridade (prefeitos, governadores, secretários, ministros de Estado,
presidente da República, etc.), os juízes, membros do Ministério Público, da Advocacia Pública, da
Defensoria Pública, dentre outros.

Afirmar que um juiz é um agente político não significa dizer que ele exerce política partidária.
Aliás, essa é uma proibição aos magistrados que está prevista na Constituição Federal (CF, CRFB). Significa
sim afirmar que ele exerce poder político, autoridade estatal para a tomada de decisões sobre o
cumprimento da norma jurídica.

Mas como uma pessoa chega ao poder e como deve exercê-lo? Isso está previsto na CF, que é
justamente a norma fundamental e estruturante do Estado. Como regra, os representantes dos poderes
Executivo e Legislativo são eleitos para um mandato temporário e os do Judiciário o alcançam por
concurso público de provas e títulos ou por nomeação aos tribunais, na forma prevista na Magna Carta.

Nesta linha de raciocínio, percebemos que a fixação das normas de Direito e da forma como essas
normas serão aplicadas aos casos concretos que surgem no seio da sociedade é uma atividade de caráter
político, exercida por agentes políticos estatais dotados de autoridade, na forma estabelecida pela
Constituição Federal.
4. RELACIONAMENTO ENTRE O DIREITO E AS DEMAIS CIÊNCIAS JURÍDICAS

Relacionadas ao Direito, há toda uma gama de ciências que o circundam, e que têm justamente
ele como objeto de estudo. Podermos citar, dentre elas, a Sociologia Jurídica, a Filosofia do Direito, a
Antropologia Jurídica, a História do Direito, a Economia (quando aborda aspectos e temas jurídicos), a
Psicologia do Direito, dentre outras.

Todos esses ramos científicos fazem parte das ciências humanas e sociais, isto é, ligam-se aos
seres humanos enquanto indivíduos, mas também à coletividade, ou seja, aos corpos sociais. O Direito é
essencial à própria existência social, enquanto instrumento de controle do Estado. É justamente através
do estudo dessas disciplinas que podemos ampliar nossa concepção jurídica, compreendendo também
outros aspectos sociais importantes a uma visão global, de maior dimensão do fenômeno jurídico.

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