Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Curitiba
2020
Ficha Catalográfica elaborada pela Editora Fael.
FAEL
4. Contrato de trabalho | 73
Gabarito | 217
Referências | 229
Carta ao Aluno
Prezado(a) aluno(a),
Esta obra foi elaborada para ser um apoio para seus estudos
sobre Direito Social e Trabalhista.
O Direito do Trabalho e o Direito Previdenciário são disci-
plinas muito importantes para a sociedade, pois regulam a vida
laboral e a proteção social dos cidadãos. Ademais, são áreas do
direito que recentemente passaram por profundas reformas legis-
lativas, o que faz ser ainda mais necessário estudá-las e compre-
ender as suas transformações.
Direito Social e Trabalhista
– 6 –
1
Introdução ao
estudo do direito
– 8 –
Introdução ao estudo do direito
– 9 –
Direito Social e Trabalhista
Saiba mais
– 10 –
Introdução ao estudo do direito
Para além das funções típicas, os Poderes têm funções atípicas ao exer-
cerem sua atividade, como o exercício da função jurisdicional pelo Poder
Legislativo, ao julgar os crimes de responsabilidade cometidos pelo presi-
dente da República (art. 52 da CF), o exercício da função legislativa pelo
Poder Executivo, quando o presidente da República adota uma Medida Pro-
visória (art. 62 da CF), e a criação de normas internas pelo Poder Judiciário
ao elaborar o Regimento Interno dos tribunais, que funcionam como verda-
deiras leis internas e podem servir como norma processual.
Por fim, importa comentarmos que há Poderes no âmbito da União,
dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, e os poderes Execu-
– 11 –
Direito Social e Trabalhista
– 12 –
Introdução ao estudo do direito
– 13 –
Direito Social e Trabalhista
Saiba mais
Saiba mais
– 14 –
Introdução ao estudo do direito
1.2.2 Leis
Como comentamos, as leis são instrumentos jurídicos elaborados a
partir do processo legislativo convencional, liderado pelo Poder Legisla-
tivo, abaixo da CF e em conformidade com ela.
No direito brasileiro existem dois tipos de leis: complementares (LC),
que acrescentam ou detalham alguma disposição prevista na CF e quando
votadas devem ser aprovadas pela maioria absoluta das duas Casas do
Congresso Nacional, eordinárias (LO), que versam sobre outros assuntos
não expressamente determinados na CF e quando votadas são aprovadas
por maioria simples.
1.2.4 Decretos
Decretos são instrumentos jurídicos que têm função complementa-
dora e saneadora. Os Decretos Legislativos, emanados do Poder Legisla-
tivo, correspondem a uma
espécie normativa que regula as matérias de competência exclu-
siva do Poder Legislativo. Por meio de decretos legislativos o
Congresso Nacional julga as contas do Presidente da República;
resolve definitivamente sobre tratados, acordos ou atos interna-
– 15 –
Direito Social e Trabalhista
1.2.6 Portarias
Portarias e outros instrumentos congêneres, como instruções normati-
vas e resoluções, são atos jurídicos que não são provenientes do processo
legislativo e têm a função de regulamentar assuntos mais específicos. Geral-
mente são emanadas do Poder Executivo, como exemplo as Portarias que
aprovaram NRs sobre saúde, segurança, higiene e medicina no trabalho.
1.2.7 Jurisprudência
Jurisprudência corresponde à tendência interpretativa dos tribunais,
que, ao julgarem casos semelhantes da mesma forma, acabam criando uma
presunção segundo a qual casos parecidos são julgados de acordo com o
entendimento consolidado pelo Poder Judiciário. Via de regra, manifesta-
-se quando a lei não é capaz de antever determinados assuntos e quando a
legislação não é clara.
Há tendências jurisprudenciais que ganharam tamanha força e reper-
cussão que foram convertidas em súmulas, que são verbetes que orientam
– 16 –
Introdução ao estudo do direito
1.2.9 Costume
Costumes correspondem a práticas reiteradas e prolongadas, acei-
tas pacificamente pela sociedade e seguidas por todos. Estão baseados
“na crença e na tradição, sob a qual está o argumento de que algo
deve ser feito, e deve sê-lo porque sempre o foi. A autoridade do cos-
tume repousa, pois, nessa força conferida ao tempo e ao uso contínuo
como reveladoras de normas, as normas consuetudinárias” (FERRAZ
JUNIOR, 2003, p. 241).
Um bom exemplo de costume é o cheque pré-datado, prática que sur-
giu de um comportamento rotineiro no mercado, segundo o qual comer-
ciantes aceitavam depositar o cheque de acordo com a data combinada
com o cliente. Não havia norma autorizativa, contudo o costume foi tão
consolidado que a própria jurisprudência passou a considerar errado o
depósito anterior à data combinada.
O costume é, por excelência, um comportamento que todos nos sen-
timos obrigados a seguir, embora não haja uma lei escrita que nos obrigue
a fazê-lo.
– 17 –
Direito Social e Trabalhista
– 18 –
Introdução ao estudo do direito
– 19 –
Direito Social e Trabalhista
nação perante à lei, a exemplo do art. 5º, segundo o qual “todos são iguais
perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos bra-
sileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito
à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade […]” (BRA-
SIL, 1988).
Importa salientar que a igualdade formal (igualdade perante a lei)
nem sempre se traduz em igualdade material, que deveria existir no plano
da realidade.
Figura 1.3 – Igualdade formal e igualdade material
Fonte: Copyright - IISC Interaction Institute for social Change / Angus Maguire.
– 20 –
Introdução ao estudo do direito
1.2.11 Doutrina
Chamamos de doutrina estudos e opiniões proferidas por estudiosos do
Direito que podem servir de inspiração para resolver problemas não previs-
tos em lei, criar normas etc. A doutrina não é uma fonte vinculante, apenas
consultiva; assim, não estamos subordinados ou obrigados a seguir o que
ela diz, mas podemos consultar tais estudos para esclarecer dúvidas e criar
soluções para situações que não foram previstas pelo direito (lacunas na lei).
– 21 –
Direito Social e Trabalhista
– 22 –
Introdução ao estudo do direito
– 23 –
Direito Social e Trabalhista
– 24 –
Introdução ao estudo do direito
– 25 –
Direito Social e Trabalhista
Síntese
Ordenamento jurídico corresponde ao sistema de fontes do direito
que disciplinam as diversas searas da vida em sociedade: trabalho, famí-
lia, política etc. O ordenamento jurídico da República Federativa do
Brasil resulta das atividades da sociedade e da atuação independente e
harmônica dos três Poderes: Legislativo, cuja função típica é a criação
de normas; Executivo, cuja função típica é a chefia de Estado; e Judiciá-
rio, cuja função típica é a aplicação do direito ao caso concreto a fim de
– 26 –
Introdução ao estudo do direito
Atividades
1. Quais são as funções típicas de cada um dos três Poderes?
2. Qual é a hierarquia das fontes no direito brasileiro?
3. O que é jurisprudência?
4. Qual é a principal diferença entre o direito público e o direito
privado?
– 27 –
2
Introdução ao estudo
do direito do trabalho
– 30 –
Introdução ao estudo do direito do trabalho
Dica de Filme
– 31 –
Direito Social e Trabalhista
– 32 –
Introdução ao estudo do direito do trabalho
– 33 –
Direito Social e Trabalhista
Manifestações
Sistematização Institucionalização Crise?
incipientes
1802 1848 1917 1919 2017…
Manifesto Constitu-
Criação
Peel’s Act do Partido cionalismo Reformas
da OIT
Comunista social
Saiba mais
– 34 –
Introdução ao estudo do direito do trabalho
– 35 –
Direito Social e Trabalhista
– 36 –
Introdução ao estudo do direito do trabalho
– 37 –
Direito Social e Trabalhista
2.2.5 Jurisprudência
Como vimos no Capítulo 1, a jurisprudência corresponde à tendên-
cia de posicionamento dos magistrados diante de casos semelhantes. No
direito do trabalho, exerce um papel bastante ativo e importante, e, ao
longo de nossos estudos, utilizaremos diversas formas de jurisprudência,
a exemplo das súmulas e das orientações jurisprudenciais (OJ), que cor-
respondem a uma institucionalização maior da tendência jurisprudencial,
sendo a súmula mais institucionalizada e mais difícil de ser modificada do
que as OJ.
– 38 –
Introdução ao estudo do direito do trabalho
– 39 –
Direito Social e Trabalhista
– 40 –
Introdução ao estudo do direito do trabalho
[…]
II – a aplicação da legislação brasileira de proteção ao trabalho,
naquilo que não for incompatível com o disposto nesta Lei, quando
mais favorável do que a legislação territorial, no conjunto de nor-
mas e em relação a cada matéria. (BRASIL, 1982)
Para termos claro como tal princípio seria aplicado no caso concreto,
tomemos como exemplo o adicional de horas extraordinárias que, segundo
a legislação e a CF, é de 50% no mínimo em relação à remuneração normal;
se for previsto no contrato de trabalho que esse adicional será de 80%, é essa
previsão que deve prevalecer, por ser mais favorável ao trabalhador.
Essa regra geral, no entanto, foi mitigada com a entrada em vigor
da Lei n.13.467/2017. A Reforma Trabalhista modificou a CLT em dois
dispositivos que passaram a estabelecer uma hierarquia rígida em relação
a determinadas fontes do direito nos art. 611-A e 620 da CLT. De acordo
com o art. 611-A, “a convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho
têm prevalência sobre a lei” (BRASIL, 1943), não mencionando se tal pre-
valência se daria apenas quando a CCT ou o ACT trouxessem disposições
mais benéficas. Nesse sentido, ainda que tais instrumentos coletivos nego-
ciados sejam menos benéficos aos trabalhadores do que a legislação, e
mesmo que não haja nenhuma contrapartida, conforme dispõe o parágrafo
2º do mesmo artigo, tais instrumentos coletivos negociados prevalecerão
conforme dispõe o art. 611-A. Segundo o art. 620 da CLT, “as condições
estabelecidas em acordo coletivo de trabalho sempre prevalecerão sobre
as estipuladas em convenção coletiva de trabalho” (BRASIL, 1943), inde-
pendentemente de serem ou não mais favoráveis o trabalhador.
Tais dispositivos foram polêmicos e geraram muitas controvérsias
jurídicas (DELGADO; DELGADO, 2017) quando da aprovação da
Reforma Trabalhista, pois afrontam o subprincípio da norma mais favorá-
vel. Contudo, em que pese as discussões, tais dispositivos estão em vigor
no ordenamento jurídico brasileiro.
Por fim, é importante ter claro que o subprincípio da norma mais
favorável não foi extinto, apenas mitigado com a Reforma Trabalhista nas
situações previstas nos art. 611-A e 620 da CLT. Em relação às demais
situações, o subprincípio continua a existir e a orientar a aplicação do
direito do trabalho.
– 41 –
Direito Social e Trabalhista
– 42 –
Introdução ao estudo do direito do trabalho
– 43 –
Direito Social e Trabalhista
– 44 –
Introdução ao estudo do direito do trabalho
– 45 –
Direito Social e Trabalhista
Síntese
O direito do trabalho é um ramo do direito privado que regulamenta
as relações de trabalho travadas entre empregado e empregador. Criado
– 46 –
Introdução ao estudo do direito do trabalho
Atividades
1. Por qual razão o direito do trabalho nasceu?
2. Quais são as funções do direito do trabalho?
3. Quais são as diferenças entre acordo coletivo de trabalho e con-
venção coletiva de trabalho?
4. O subprincípio da norma mais favorável foi afetado pela
Reforma Trabalhista? Explique:
– 47 –
3
Sujeitos da relação
de emprego
3.1 Empregado
Para compreendermos a figura jurídica do empregado, é importante
conhecermos dois termos que, para o direito do trabalho, têm diferenças:
trabalho e emprego. É comum falarmos “vou trabalhar”, “estou empre-
gado”, “vou para o trabalho”, “saí do emprego”, entre outras expressões que
em alguns momentos são usadas como sinônimos até mesmo pelo direito.
Trabalho corresponde a uma atividade humana que altera o estado
natural das coisas para sua melhor utilidade (BRAVERMAN, 1987). A
origem da expressão é polêmica: para alguns, deriva do tripalium, ins-
trumento de tortura de três pontas em que se pregava uma pessoa; para
outros, vem de tripalium, mas não o instrumento de tortura, e sim uma
ferramenta agrária de três pontas usada para arar o solo (FELICIANO,
2013). Independentemente da origem, consideramos o trabalho humano
uma atividade que produz valor e que pode ter diferentes características e
se firmar por variados vínculos jurídicos.
Por sua vez, o emprego é um tipo muito específico de trabalho, uma
espécie do gênero que tem cinco características centrais (pessoa física,
pessoalidade, subordinação, onerosidade e não eventualidade) por meio
das quais se identifica o vínculo jurídico chamado vínculo empregatício.
A Figura 3.1 mostra a relação de gênero e espécie existente entre
trabalho e emprego.
Figura 3.1 – Trabalho e emprego
Espécie
– 50 –
Sujeitos da relação de emprego
– 51 –
Direito Social e Trabalhista
soa física, e não pessoa jurídica; uma relação de emprego ocorre entre o
empregador (pessoa física ou jurídica) que contrata os serviços de uma
pessoa física. Conforme Delgado (2019), o direito do trabalho tutela bens
jurídicos típicos da pessoa física, a exemplo de saúde, integridade física e
psíquica, bem-estar, lazer etc. Como relembra o autor, valendo-se do prin-
cípio da primazia da realidade sobre a forma, “obviamente que a realidade
concreta pode evidenciar a utilização simulatória da roupagem da pessoa
jurídica para encobrir prestação efetiva de serviços por uma específica
pessoa física (art. 9º, CLT)” (DELGADO, 2019), prática popularmente
conhecida como pejotização – isto é, disfarçar a relação de emprego por
meio de uma pessoa jurídica (PJ) –, que tem a finalidade de eliminar cus-
tos trabalhistas e é proibida pelo direito do trabalho.
O empregado presta serviços de forma pessoal. Em outras palavras, é
contratado por suas qualidades, sua notoriedade, sua confiança, seu currículo
etc. e somente ele pode prestar aquele serviço, a não ser que o empregador
aceite (por sua vontade ou por imposição legal) a substituição do trabalha-
dor. A obrigação de o empregado prestar os serviços, portanto, é persona-
líssima (intuiu personae), algo que apenas a pessoa contratada pode fazer.
A prestação de serviço, na relação de emprego, acontece de forma
não eventual, permanente, com expectativa de continuidade, e não espo-
rádica. A CLT não dispõe expressamente o que considera não eventual
(todos os dias ou alguns dias da semana apenas), tema que ainda gera mui-
tas discussões no meio jurídico. Mas a Lei Complementar (LC) n. 150, de
1º de junho de 2015, que trata do empregado doméstico, trouxe um parâ-
metro para diferenciar o que é eventual e o que é não eventual. Segundo
seu art. 1º, para ser considerado empregado doméstico o trabalhador deve
prestar serviços em mais de dois dias por semana, havendo um padrão
objetivo; para os demais trabalhadores, embora não haja tal padrão obje-
tivo definido, pode-se utilizar a LC n. 150/2015 como fonte de inspiração
e analogia.
A relação de emprego é marcada por ser onerosa, isto é, o trabalhador
presta seu serviço com a expectativa de receber uma contraprestação que
corresponde ao salário. Assim, a força de trabalho colocada à disposição
do empregador deve ser recompensada por uma contrapartida econômica
(DELGADO, 2019).
– 52 –
Sujeitos da relação de emprego
– 53 –
Direito Social e Trabalhista
– 54 –
Sujeitos da relação de emprego
– 55 –
Direito Social e Trabalhista
3.2.3 Aprendiz
A aprendizagem tem como objetivo inserir o jovem no mercado de
trabalho, permitindo que ele aprenda um ofício. A ação está prevista na
CLT e indica que aprendiz é um tipo de empregado que tem características
muito específicas e deve receber tratamento diferenciado justamente por-
que o objetivo do contrato de aprendizagem envolve a inserção do apren-
diz no mundo do trabalho.
Há diversos programas de apoio ao aprendiz, apresentando essa
possibilidade aos jovens e viabilizando o cumprimento da Lei n. 10.097,
de 19 de dezembro de 2000, conhecida como Lei da Aprendizagem, que
estabelece que as empresas consideradas de médio e grande portes desti-
nem de 5% a 15% das vagas aos aprendizes, configurando uma política
pública de capacitação de jovens e promoção da transição escola-trabalho
de forma segura e comprometida com o aprendizado:
contrato de aprendizagem é o contrato de trabalho especial, ajus-
tado por escrito e por prazo determinado, em que o empregador se
compromete a assegurar ao maior de 14 (quatorze) e menor de
24 (vinte e quatro) anos inscrito em programa de aprendizagem
formação técnico-profissional metódica, compatível com o seu
desenvolvimento físico, moral e psicológico, e o aprendiz, a exe-
cutar com zelo e diligência as tarefas necessárias a essa formação.
(BRASIL, 2000, grifo nosso)
– 56 –
Sujeitos da relação de emprego
3.2.4 Teletrabalhador
O teletrabalho, realizado remotamente por meio de tecnologias da
informação e comunicação, existe há bastante tempo na prática, mas foi
formalmente incluído na CLT com a Reforma Trabalhista, em 2017. Popu-
larmente, é chamado de home office (escritório em casa), contudo é impor-
tante compreender que o teletrabalho realizado na casa do trabalhador é
uma das possibilidade de realização do trabalho remoto, já que é possível
que o teletrabalhador desempenhe suas atividades fora da residência, em
um café ou um escritório compartilhado, por exemplo.
De acordo com a CLT, em seu art. 75-B, “considera-se teletraba-
lho a prestação de serviços preponderantemente fora das dependências
do empregador, com a utilização de tecnologias de informação e de
comunicação que, por sua natureza, não se constituam como trabalho
externo” (BRASIL, 1943). Em síntese, para ser considerado teletraba-
lhador, o empregado deve prestar seus serviços preponderantemente
fora das dependências do empregador, via tecnologias de informação
e de comunicação, sendo que “comparecimento às dependências do
empregador para a realização de atividades específicas que exijam
a presença do empregado no estabelecimento não descaracteriza o
regime de teletrabalho” (BRASIL, 1943), segundo o parágrafo único
do art. 75-B da CLT.
Essa forma de trabalho deve estar prevista no contrato individual de
trabalho, que precisa prever a responsabilidade pela “aquisição, manu-
tenção ou fornecimento dos equipamentos tecnológicos e da infraestru-
tura necessária e adequada à prestação do trabalho remoto, bem como
ao reembolso de despesas arcadas pelo empregado, serão previstas em
contrato escrito” (BRASIL, 1943). A responsabilidade pela infraestrutura
necessária ao trabalho gera discussões, pois muitos autores entendem que
deve ser do empregador, e não deixada em aberto para ser negociada entre
empregado e empregador. Durante a pandemia causada pelo novo corona-
vírus, a discussão foi intensificada. A doutrina e a jurisprudência ainda não
chegaram a um consenso, mas, de forma geral, tem sido admitida a nego-
ciação dessa responsabilidade entre os sujeitos da relação de emprego com
a devida formalização no contrato de trabalho.
– 57 –
Direito Social e Trabalhista
– 58 –
Sujeitos da relação de emprego
– 59 –
Direito Social e Trabalhista
– 60 –
Sujeitos da relação de emprego
– 61 –
Direito Social e Trabalhista
– 62 –
Sujeitos da relação de emprego
– 63 –
Direito Social e Trabalhista
– 64 –
Sujeitos da relação de emprego
– 65 –
Direito Social e Trabalhista
– 66 –
Sujeitos da relação de emprego
3.2.12 Estagiário
Diferentemente de todos os trabalhadores estudados até o momento,
o estagiário não realiza o trabalho apenas em razão da remuneração ou
com vistas a ingressar no mercado de trabalho, como uma transição esco-
lha-trabalho, tal como o aprendiz. O estágio, segundo a lei que o regula-
menta (Lei n. 11.788, de 25 de setembro de 2008, conhecida como Lei do
Estágio), é um “ato educativo escolar supervisionado, desenvolvido no
ambiente de trabalho” (BRASIL, 2008). Assim, o estágio está ligado à
formação escolar do estudante, à formação prática, então o estagiário não
é empregado.
Há diferentes tipos de estágio para variados níveis escolares: edu-
cação superior, educação profissional, ensino médio, educação espe-
cial e anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional
da educação de jovens e adultos. Por fazer parte do projeto pedagógico
do curso (art. 1º), o estágio pode ser obrigatório (art. 2º) ou não obri-
gatório, remunerado ou não remunerado (possível apenas nos casos de
estágio obrigatório).
– 67 –
Direito Social e Trabalhista
– 68 –
Sujeitos da relação de emprego
único do art. 442 da CLT, salvo se ficar configurado algum tipo de prática
fraudulenta para mascarar o vínculo empregatício (em razão do princípio
da primazia da realidade).
As cooperativas de trabalho são regidas pela Lei n. 12.690, de 19
de julho de 2012, que, entre outras disposições, determina que a coope-
rativa de trabalho deve garantir aos cooperativados os seguintes direi-
tos mínimos: retiradas não inferiores ao piso da categoria profissional
e, na ausência deste, não inferiores ao salário mínimo, calculadas de
forma proporcional às horas trabalhadas ou às atividades desenvolvidas;
duração do trabalho normal não superior a 8 horas diárias e 44 horas
semanais, exceto quando a atividade, por sua natureza, demandar a pres-
tação de trabalho por meio de plantões ou escalas, facultada a compen-
sação de horários; repouso semanal remunerado, preferencialmente aos
domingos; repouso anual remunerado; retirada para o trabalho noturno
superior à do diurno; adicional sobre a retirada para as atividades insa-
lubres ou perigosas; e seguro de acidente de trabalho, conforme art. 7º
da referida lei.
3.3 Empregador
O empregador é o sujeito que está no outro polo da relação de
emprego. De acordo com o art. 2º da CLT, “considera-se empregador a
empresa, individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da atividade
econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço”
(BRASIL, 1943), equiparando-se a ele “para os efeitos exclusivos da rela-
ção de emprego, os profissionais liberais, as instituições de beneficência,
as associações recreativas ou outras instituições sem fins lucrativos, que
admitirem trabalhadores como empregados” (BRASIL, 1943). A marca
central do empregador é a alteridade, assumindo os riscos da atividade
econômica. É ele quem absorve o ônus e o bônus da atividade realizada e,
justamente por isso, o empregado é subordinado a ele.
Diferentemente do empregado, não há requisitos específicos para ser
considerado empregador, podendo ser pessoa física ou jurídica, com fina-
lidade lucrativa ou não, exceto no caso do empregador doméstico, que é
pessoa física e não deve ter finalidade lucrativa.
– 69 –
Direito Social e Trabalhista
– 70 –
Sujeitos da relação de emprego
Síntese
Trabalho e emprego são expressões popularmente usadas como
sinônimos, mas que têm significados distintos para o direito do trabalho.
Trabalho é gênero do qual o emprego é espécie, caracterizada por cinco
elementos: pessoa física, pessoalidade, onerosidade, não eventualidade e
subordinação. Basicamente, é para essa espécie de trabalho, o emprego,
que o direito do trabalho se destina. A presença desses cinco elementos
caracteriza o empregado. Adicionalmente, há tipos de empregado com
outras peculiaridades: rural, doméstico, aprendiz, teletrabalhador, inter-
mitente, altos empregados, temporário e terceirizado. Há também figuras
que fazem parte do mundo do trabalho, mas não são consideradas empre-
– 71 –
Direito Social e Trabalhista
Atividades
1. Quais são os elementos caracterizadores da relação de emprego?
2. Considerando os elementos caracterizadores da relação de
emprego, qual é a diferença entre o empregado e o trabalha-
dor autônomo?
3. O que é grupo econômico?
4. O que é o poder fiscalizador do empregador? Explique e
exemplifique:
– 72 –
4
Contrato de trabalho
Fonte: Shutterstock.com/Andrei_R
– 74 –
Contrato de trabalho
– 75 –
Direito Social e Trabalhista
– 76 –
Contrato de trabalho
– 77 –
Direito Social e Trabalhista
– 78 –
Contrato de trabalho
– 79 –
Direito Social e Trabalhista
– 80 –
Contrato de trabalho
– 81 –
Direito Social e Trabalhista
– 82 –
Contrato de trabalho
Fonte: Shutterstock.com/Bahau
– 83 –
Direito Social e Trabalhista
Fonte: Shutterstock.com/matimix
– 84 –
Contrato de trabalho
– 85 –
Direito Social e Trabalhista
– 86 –
Contrato de trabalho
– 87 –
Direito Social e Trabalhista
Dica de Filme
– 88 –
Contrato de trabalho
Síntese
Contrato de trabalho é a expressão utilizada pela legislação traba-
lhista para designar o acordo de vontades que tem como objeto a relação
– 89 –
Direito Social e Trabalhista
Atividades
1. Quais são os requisitos de validade dos contratos em geral?
2. Como se dá a prorrogação do contrato de trabalho por tempo
indeterminado?
3. Quais são as peculiaridades do contrato de teletrabalho?
4. Quais são os requisitos analisados pela jurisprudência para a que
a cláusula de não concorrência seja considerada não abusiva?
– 90 –
5
Direitos e deveres nas
relações de trabalho:
tempos de trabalho
e de descanso e
remuneração
– 92 –
Direitos e deveres nas relações de trabalho: tempos de trabalho
e de descanso e remuneração
f) não abandonar o emprego (de acordo com a Súmula n. 32 do
Tribunal Superior do Trabalho – TST, considera-se abando de
emprego ausência reiterada por mais de 30 dias no emprego);
g) não praticar atos que lesem a honra ou a boa fama do emprega-
dor ou de qualquer pessoa ligada ao trabalho;
h) não praticar ofensas físicas contra o empregador ou qualquer
pessoa ligada ao trabalho;
i) não praticar jogos ilícitos;
j) não ser condenado criminalmente sem direito à suspensão da
execução da pena;
k) não perder a habilitação ou os requisitos estabelecidos em lei
para o exercício da profissão.
Caso haja de forma contrária a esses deveres, o empregado pode ser
dispensado por justa causa. Para além dos deveres, o empregado tem uma
gama de direitos conferidos por lei e que devem ser oportunizados pelo
empregador, os quais estão elencados no art. 7º da Constituição Federal
(CF) e podem ser sistematizados nos seguintes itens:
I. proteção contra dispensa sem justa causa sob pena de inde-
nização (inciso I);
II. seguro-desemprego (inciso II);
III. fundo de garantia do tempo de serviço (inciso III);
IV. salário-mínimo e piso salarial proporcional à extensão e à
complexidade do trabalho (incisos IV, V e VII);
V. irredutibilidade do salário (salvo negociação coletiva) e
proteção do salário (incisos VI e X);
VI. remuneração do trabalho noturno superior à do diurno
(inciso X);
VII. participação nos lucros ou resultados (inciso XI);
VIII. limitação do tempo de trabalho e garantia de intervalos para
descanso (incisos XIII, XIV, XV e XVIII);
– 93 –
Direito Social e Trabalhista
– 94 –
Direitos e deveres nas relações de trabalho: tempos de trabalho
e de descanso e remuneração
Figura 5.1 – Direitos e deveres
– 95 –
Direito Social e Trabalhista
Saiba mais
– 96 –
Direitos e deveres nas relações de trabalho: tempos de trabalho
e de descanso e remuneração
dando suas ordens para o serviço. Contudo, a construção se popularizou
e não raro é usada como jornada semanal de trabalho, indicando o tempo
trabalhado durante uma semana. Podemos dizer, por exemplo, que a jor-
nada de trabalho de Pedro é de 8 horas, sabendo que ele trabalha 8 horas
por dia).
A expressão duração do trabalho compreende o lapso temporal de
labor ou a disponibilidade do empregado considerando variados parâme-
tros de mensuração (semana, mês, ano). Podemos dizer, por exemplo, que
a duração semanal do trabalho de Anita é de 40 horas. Por sua vez, horário
de trabalho é usada para apontar rigorosamente o lapso temporal entre o
início e o fim de certa jornada laborativa (DELGADO, 2019), a exemplo
do horário de entrada às 8h e o horário de saída às 18h. Podemos dizer, por
exemplo, que o horário de trabalho de Alice é das 9h às 18h.
Quanto aos tempos de trabalho, é importante termos em mente que
a CF e a CLT estabelecem normas padrão e, paralelamente, possibilitam
algumas exceções. Iniciaremos tratando da norma padrão, a duração nor-
mal do trabalho que, segundo o art. 7º, XIII da CF, não será “superior a
oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação
de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção cole-
tiva de trabalho” (BRASIL, 1943). Assim, como regra geral, existem dois
limites: um empregado pode trabalhar por 8 horas diárias (no máximo)
e por 44 horas durante a semana (no máximo). Como podemos observar
pelo dispositivo transcrito, a própria CF excepciona essa duração normal
– ou padrão – por meio da negociação coletiva.
Veremos que há muitas exceções para a duração normal do trabalho
que incluem a negociação coletiva, mas vão além dela. Podemos sistema-
tizar as exceções em três grupos:
1. jornadas especiais – a legislação previu que algumas cate-
gorias de trabalhadores têm um limite de jornada diferente do
padrão em razão das peculiaridades da atividade. Podemos
citar como exemplos os bancários, cuja duração do trabalho
é de “6 (seis) horas contínuas nos dias úteis, com exceção dos
sábados, perfazendo um total de 30 (trinta) horas de trabalho
por semana” (BRASIL, 1943), segundo o art. 224 da CLT.
– 97 –
Direito Social e Trabalhista
– 98 –
Direitos e deveres nas relações de trabalho: tempos de trabalho
e de descanso e remuneração
obrigatoriedade de realizar a troca na empresa, entre outras indi-
cadas no art. 4º, parágrafo 2º, da CLT.
3. compensações – a legislação permite que o excesso de horas tra-
balhado em um dia seja compensado em outro dia, no popular
banco de horas. É importante salientar que esse “trabalho a mais”
não pode exceder, no período máximo de um ano, a soma das
jornadas semanais de trabalho previstas nem ultrapassar o limite
máximo de dez horas diárias. Como o trabalho a mais será com-
pensado em outro dia, não há que se falar em adicional de horas
extras no caso do banco de horas. A depender da forma como esse
acordo de compensação é pactuado, há prazos diferentes para a
compensação do tempo de trabalho. O art. 59 da CLT é o dispo-
sitivo base para compreendermos a regulamentação do banco de
horas. Na Tabela 5.1, sistematizamos a forma como o banco de
horas foi pactuado e o correspondente prazo de compensação.
Tabela 5.1 – Prazos para compensação no sistema banco de horas
Prazo para
Forma do pacto Previsão legal
compensação
Acordo coletivo do trabalho ou Art. 59, pará-
1 ano
convenção coletiva de trabalho grafo 2º, da CLT
Art. 59, pará-
Acordo individual escrito 6 meses
grafo 5º, da CLT
Acordo individual Art. 59, pará-
1 mês
tácito ou escrito grafo 6º, da CLT
Fonte: elaborada pelo autor.
– 99 –
Direito Social e Trabalhista
– 100 –
Direitos e deveres nas relações de trabalho: tempos de trabalho
e de descanso e remuneração
um dia e as 5h do dia seguinte na lavoura, e entre as 20h de um dia e as 4h
do dia seguinte na atividade pecuária.
Por fim, é importante salientar que esses valores de adicional são
mínimos e podem ser majorados (nunca diminuídos), e categorias especí-
ficas podem ter valores específicos, a exemplo dos advogados, cuja hora
noturna é acrescida de 25%, conforme dispõe o art. 20 do Estatuto da
Advocacia e a Ordem dos Advogados do Brasil.
– 101 –
Direito Social e Trabalhista
– 102 –
Direitos e deveres nas relações de trabalho: tempos de trabalho
e de descanso e remuneração
sendo usada por analogia para outras categorias. Assim, podemos dizer
que na prontidão o empregado fica nas dependências e proximidades do
local de trabalho.
Por fim, alertamos para não confundir essas duas figuras com o traba-
lhador intermitente, que pode ou não aceitar a convocação para o trabalho,
e no tempo em que não está trabalhando não recebe. No caso da prontidão
e do sobreaviso, o empregado deve ir trabalhar se for convocado e recebe
pelo tempo de prontidão e de sobreaviso.
– 103 –
Direito Social e Trabalhista
mentação nem direito a horas extras. São três tipos de empregados que não
se sujeitam ao controle de jornada, conforme o art. 62 da CLT:
I- os empregados que exercem atividade externa incompatível
com a fixação de horário de trabalho, devendo tal condição ser
anotada na Carteira de Trabalho e Previdência Social e no regis-
tro de empregados;
II – os gerentes, assim considerados os exercentes de cargos de
gestão, aos quais se equiparam, para efeito do disposto neste
artigo, os diretores e chefes de departamento ou filial.
III – os empregados em regime de teletrabalho.
Parágrafo único – O regime previsto neste capítulo será aplicável
aos empregados mencionados no inciso II deste artigo, quando o
salário do cargo de confiança, compreendendo a gratificação de
função, se houver, for inferior ao valor do respectivo salário efe-
tivo acrescido de 40% (quarenta por cento).
– 104 –
Direitos e deveres nas relações de trabalho: tempos de trabalho
e de descanso e remuneração
que trabalham em jornadas de 6 a 8 horas têm direito a um intervalo de no
mínimo uma hora e no máximo duas horas, salvo negociação coletiva, que
pode reduzir esse mínimo para 30 minutos, conforme o art. 611-A, III da CLT.
Para quem trabalha entre 4 e 6 horas por dia, o repouso é de 15 minutos; para
quem trabalha até 4 horas por dia não há concessão desse intervalo.
Caso o repouso não seja oferecido ou seja parcial, o empregador fica
obrigado a indenizar o empregado pelo período suprimido, com acréscimo
de 50% sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho (art. 71,
parágrafo 4º, da CLT).
– 105 –
Direito Social e Trabalhista
5.2.2.6 Férias
Férias correspondem ao período de descanso relativo a um ano
de trabalho. É um direito constitucional assegurado no art. 7º, XVII da
CF, segundo o qual é direito dos trabalhadores o “gozo de férias anuais
remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal”
(BRASIL, 1988). O regramento das férias está nos art. 130 e seguintes da
CLT. A regra básica é que, para adquirir esse direito, o empregado deve
trabalhar 12 meses (período aquisitivo); nos 12 meses subsequentes, o
empregador deve conceder o descanso (período concessivo). Assim, após
cada período de 12 meses de vigência do contrato de trabalho, o empre-
gado tem direito a férias na seguinte proporção:
– 106 –
Direitos e deveres nas relações de trabalho: tempos de trabalho
e de descanso e remuneração
I – 30 (trinta) dias corridos, quando não houver faltado ao serviço
mais de 5 (cinco) vezes;
II – 24 (vinte e quatro) dias corridos, quando houver tido de 6 (seis)
a 14 (quatorze) faltas;
III – 18 (dezoito) dias corridos, quando houver tido de 15 (quinze)
a 23 (vinte e três) faltas;
IV – 12 (doze) dias corridos, quando houver tido de 24 (vinte e
quatro) a 32 (trinta e duas) faltas.
– 107 –
Direito Social e Trabalhista
5.3 Remuneração
A remuneração é um dos elementos mais importante da relação de
emprego, afinal o trabalho serve para a subsistência do empregado e de
sua família. Trata-se de uma contraprestação pelo serviço prestado. Pri-
meiro, é importante salientar uma diferença entre expressões comumente
usadas como sinônimos: remuneração é salário. Remuneração é gênero do
qual salário é uma espécie.
De acordo com o art. 457 da CLT, “compreendem-se na remunera-
ção do empregado, para todos os efeitos legais, além do salário devido
e pago diretamente pelo empregador, como contraprestação do serviço,
as gorjetas que receber” (BRASIL, 1943). Assim: remuneração = salário
(pago diretamente pelo empregador) + gorjetas (pagas por terceiros que
não fazem parte da relação de emprego). Tecnicamente, quando falamos
em remuneração, estamos falando de um conjunto que envolve as parcelas
pagas pelo empregador e por terceiros. Quando falamos em salário, esta-
mos falando da verba paga diretamente pelo empregador.
O salário envolve a “importância fixa estipulada, as gratificações
legais e as comissões pagas pelo empregador” (BRASIL, 1943). Há, con-
tudo, importâncias que não integram o salário, portanto não são base de
incidência para verbas trabalhistas nem previdenciárias. De acordo com o
art. 457, parágrafo 2º, da CLT:
as importâncias, ainda que habituais, pagas a título de ajuda de
custo, auxílio-alimentação, vedado seu pagamento em dinheiro,
diárias para viagem, prêmios e abonos não integram a remunera-
ção do empregado, não se incorporam ao contrato de trabalho e
não constituem base de incidência de qualquer encargo trabalhista
e previdenciário. (BRASIL, 1943)
– 108 –
Direitos e deveres nas relações de trabalho: tempos de trabalho
e de descanso e remuneração
b) comissão – contraprestação variável paga pelo empregador,
condicionada à quantidade de serviço ou de produção atingida
pelo empregado, a exemplo da comissão por venda de produtos;
c) prêmio – de acordo com o art. 457, parágrafo 4º, prêmios são
as “liberalidades concedidas pelo empregador em forma de bens,
serviços ou valor em dinheiro a empregado ou a grupo de empre-
gados, em razão de desempenho superior ao ordinariamente espe-
rado no exercício de suas atividades” (BRASIL, 1943);
d) abono – conversão em dinheiro, a exemplo do abono das férias;
e) participação nos lucros e resultados – não tem natureza salarial;
trata-se de ajuste feito entre empregados e empregadores, por
negociação coletiva, para determinar um percentual dos lucros e
dos resultados da empresa que será concedido aos empregados;
f) adicionais – acréscimos remuneratórios que compensam uma
condição mais gravosa à qual está exposto o trabalhador, a
exemplo do adicional noturno;
g) gorjetas – conforme o art. 457, parágrafo 3º, da CLT, “consi-
dera-se gorjeta não só a importância espontaneamente dada
pelo cliente ao empregado, como também o valor cobrado pela
empresa, como serviço ou adicional, a qualquer título, e desti-
nado à distribuição aos empregados” (BRASIL, 1943), a exem-
plo das quantias tradicionalmente fornecidas aos garçons nos
restaurantes. A Lei n. 13.419, de 13 de março de 2017 disciplina
alguns aspectos sobre o tema;
h) gratificações – pagamento a mais por determinada função
desempenhada, a exemplo da gratificação pelo exercício de fun-
ção de confiança.
5.3.1 Adicionais
A legislação prevê cinco tipos de adicionais. Embora o art. 7º, XXIII,
da CF disponha ser direito dos trabalhadores o “adicional de remunera-
ção para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei”
– 109 –
Direito Social e Trabalhista
– 110 –
Direitos e deveres nas relações de trabalho: tempos de trabalho
e de descanso e remuneração
– 111 –
Direito Social e Trabalhista
Síntese
O vínculo empregatício criado a partir do contrato de trabalho gera
diversas obrigações para os sujeitos da relação de emprego (empregado e
empregador). Desse vínculo nascem direitos e obrigações para ambas as
– 112 –
Direitos e deveres nas relações de trabalho: tempos de trabalho
e de descanso e remuneração
partes. Como estudado, há direitos e deveres centrais, com destaque para o
dever de prestação de serviços pelo empregado de acordo com os coman-
dos do empregador; o dever de cuidado com o ambiente de trabalho; a
limitação da jornada de trabalho de acordo com as disposições legais; o
direito a intervalos para descanso; e o direito à remuneração como con-
traprestação aos serviços prestados. As regras sobre tempos de trabalho e
tempos de descanso foram um dos objetos centrais deste capítulo, sobre-
tudo por estarem ligadas à promoção da saúde e a segurança no trabalho
e por isso têm limites e fruição obrigatória em muitos casos, sob pena de
terem de ser indenizadas, bem como por serem pontos muito frequentes
no dia a dia das empresas e nos litígios judiciais. Destacamos também a
regulamentação da remuneração, visto que é uma das bases e das motiva-
ções da própria existência do vínculo empregatício, por isso há proteção
ao salário, que é fonte de sustento dos empregados.
Atividades
1. De acordo com a Constituição Federal, qual é a duração normal
do trabalho?
2. O que é e qual é o valor do adicional noturno dos empregados
urbanos?
3. Uma empresa cervejeira, produtora de charutos especiais premia-
dos mundialmente, remunera os empregados com dez caixas de
charutos premium como parte do pagamento de salário. De acordo
com a legislação trabalhista, essa remuneração é legal? Explique:
4. Cássio é empregado da empresa Café Bom Bom Ltda. e trabalha
das 8h às 18h todos os dias da semana, com duas horas de inter-
valo para almoço. A duração do trabalho de Cássio extrapola o
limite legal (padrão)? Explique:
– 113 –
6
Alterações e
extinção do contrato
de trabalho
– 116 –
Alterações e extinção do contrato de trabalho
– 117 –
Direito Social e Trabalhista
– 118 –
Alterações e extinção do contrato de trabalho
– 119 –
Direito Social e Trabalhista
6.2 Extinção
do contrato de
trabalho por
vontade de uma
das partes
Como vimos ao
longo dos capítulos ante-
riores, o contrato de tra-
balho é pactuado de forma
expressa, tácita, escrita ou
verbal por prazo determi-
nado, indeterminado ou
para prestação de traba-
lho intermitente e passa Fonte: Shutterstock.com/VectorHot
– 120 –
Alterações e extinção do contrato de trabalho
– 121 –
Direito Social e Trabalhista
– 122 –
Alterações e extinção do contrato de trabalho
– 123 –
Direito Social e Trabalhista
2 aviso prévio;
2 13º salário proporcional;
2 férias vencidas (lembrar que férias são sempre acrescidas de um
terço), se houver;
2 férias proporcionais (lembrar que férias são sempre acrescidas
de um terço);
2 indenização de 40% dos depósitos do FGTS.
Nesse ponto, é importante esclarecer o regramento do aviso prévio,
que é uma comunicação dada ao empregado ou ao empregador de que
se pretende extinguir o contrato de trabalho. Trata-se, portanto, de um
aviso de que aquele contrato de trabalho chegará ao fim por iniciativa
de uma das partes. A finalidade é que os envolvidos possam se organizar
para encontrar um novo empregado ou um novo emprego. Empregado
e empregador têm direito a essa comunicação prévia, contudo os prazos
podem ser diferentes.
O empregador tem direito a ser avisado pelo empregado de que o
contrato de trabalho chegará ao fim com antecedência de oito dias se o
pagamento for efetuado por semana ou tempo inferior ou 30 dias aos que
perceberem por quinzena ou mês ou que tenham mais de 12 meses de ser-
viço na empresa, conforme determina o art. 487 da CLT. “A falta de aviso
prévio por parte do empregado dá ao empregador o direito de descontar os
salários correspondentes ao prazo respectivo” (BRASIL, 1943), segundo
o art. 487, parágrafo 2º, da CLT.
O empregado também tem direto a ser informado previamente pelo
empregador de que o contrato de trabalho chegará ao fim. O aviso prévio
devido ao empregado, contudo, é proporcional ao tempo de serviço pres-
tado. De acordo com a Lei n. 12.506, de 11 de outubro de 2011, em seu art.
1º, o aviso prévio será concedido na proporção de 30 dias para os empre-
gados que tiverem até um ano de serviço para determinado empregador.
A esses 30 dias são acrescidos três dias por ano de serviço prestado até o
máximo de 60 dias, perfazendo um total de até 90 dias.
Assim, uma pessoa que trabalha há 11 meses em uma empresa, por
exemplo, tem direito a um aviso prévio de 30 dias. Uma pessoa que tra-
– 124 –
Alterações e extinção do contrato de trabalho
– 125 –
Direito Social e Trabalhista
– 126 –
Alterações e extinção do contrato de trabalho
Fonte: Shutterstock.com/Aleutie
Dica de Filme
– 127 –
Direito Social e Trabalhista
Estados Unidos, descobre que está com Aids. Em dado momento, ele
não consegue mais esconder dos colegas de trabalho que está doente e
é repentinamente demitido. Inconformado e se sentindo discriminado,
ele contrata um advogado para representar seus direitos em uma ação
judicial contra o escritório. Além de ser um clássico aclamado pela crí-
tica, retrata de forma brilhante a discriminação no ambiente laboral
como fator que leva à extinção do contrato de trabalho.
2 Art. 482 – Constituem justa causa para rescisão do contrato de trabalho pelo empregador:
a) ato de improbidade;
b) incontinência de conduta ou mau procedimento;
c) negociação habitual por conta própria ou alheia sem permissão do empregador, e quan-
do constituir ato de concorrência à empresa para a qual trabalha o empregado, ou for
prejudicial ao serviço;
d) condenação criminal do empregado, passada em julgado, caso não tenha havido suspen-
são da execução da pena;
e) desídia no desempenho das respectivas funções;
f) embriaguez habitual ou em serviço;
g) violação de segredo da empresa;
h) ato de indisciplina ou de insubordinação;
i) abandono de emprego;
j) ato lesivo da honra ou da boa fama praticado no serviço contra qualquer pessoa, ou ofen-
sas físicas, nas mesmas condições, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem;
k) ato lesivo da honra ou da boa fama ou ofensas físicas praticadas contra o empregador e
superiores hierárquicos, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem;
l) prática constante de jogos de azar.
m) perda da habilitação ou dos requisitos estabelecidos em lei para o exercício da profis-
são, em decorrência de conduta dolosa do empregado.
Parágrafo único – Constitui igualmente justa causa para dispensa de empregado a prática, de-
vidamente comprovada em inquérito administrativo, de atos atentatórios à segurança nacional.
– 128 –
Alterações e extinção do contrato de trabalho
– 129 –
Direito Social e Trabalhista
2 saldo de salário;
2 aviso prévio;
2 13º salário proporcional;
2 férias vencidas (lembrar que férias são sempre acrescidas de um
terço), se houver;
2 férias proporcionais (lembrar que férias são sempre acrescidas
de um terço);
2 indenização de 40% dos depósitos do FGTS.
Vale ressaltar que, embora seja uma modalidade prevista em lei, via
de regra essa forma de extinção do contrato de trabalho só é alcançada
pela via judicial. O empregado, insatisfeito, ingressa com ação judicial na
Justiça do Trabalho pedindo o reconhecimento do mau comportamento do
empregador de acordo com alguma hipótese do art. 483 e a configuração
da rescisão indireta e o pagamento das verbas devidas. É muito raro que o
próprio empregador, de livre vontade, reconheça a rescisão indireta.
§ 3º – Nas hipóteses das letras “d” e “g”, poderá o empregado pleitear a rescisão de seu
contrato de trabalho e o pagamento das respectivas indenizações, permanecendo ou não no
serviço até final decisão do processo.
– 130 –
Alterações e extinção do contrato de trabalho
– 131 –
Direito Social e Trabalhista
duas partes praticam a justa causa. Nessa hipótese, são devidas ao empre-
gado as seguintes verbas:
2 saldo de salário;
2 50% do valor do aviso prévio;
2 50% do valor do 13º salário proporcional;
2 férias vencidas, acrescidas de um terço, se houver;
2 50% do valor das férias proporcionais acrescidas de um terço;
2 indenização de 20% dos depósitos do FGTS.
– 132 –
Alterações e extinção do contrato de trabalho
Saiba mais
– 133 –
Direito Social e Trabalhista
Síntese
Depois de celebrado, o contrato de trabalho pode passar por diferen-
tes transformações até chegar a sua extinção. No caso da suspensão, há
paralisação total dos efeitos do contrato, em que o empregado não presta
o serviço e o empregador não paga o salário, a exemplo da suspensão
disciplinar. No caso da interrupção, o empregado não presta seus servi-
ços, mas o empregador continua pagando a remuneração, a exemplo das
férias. Em geral, é possível haver outras alterações, desde que haja mútuo
consentimento e disso não resulte prejuízo para o trabalhador (art. 468 da
CLT). Há, por fim, diferentes formas de extinção do contrato de trabalho:
por prazo determinado no prazo estabelecido, pedido de demissão, dis-
pensa sem justa causa, dispensa por justa causa, rescisão indireta, morte
do empregado, extinção do empregador, culpa recíproca e rescisão por
acordo (trazida pela Reforma Trabalhista). A depender da forma como o
contrato de trabalho é extinto, há diferentes consequências jurídicas, por
isso é importante estar atento a como contratar e dispensar um empre-
gado, pois isso pode ter consequências e custos maiores (ou menores)
para o empregador.
Atividades
1. Quais são as principais diferenças entre interrupção e suspensão
do contrato de trabalho?
2. Considerando que Pedro é empregado com dois anos de tempo
de serviço, se a empresa quer dispensá-lo sem justa causa, com
quanto tempo de antecedência ele deve ser comunicado sobre a
extinção do contrato de trabalho?
3. João foi flagrado adulterando seu cartão de ponto e anotando
que voltou do intervalo de almoço às 12h30, quando na verdade
voltou às 13h30. Maria, sua coordenadora, analisou a situação
e verificou que essa era uma prática frequente dele, que fez isso
por anos todas as sextas-feiras. Analisando a situação, caso a
empresa tivesse interesse, a conduta de João poderia ensejar
uma dispensa por justa causa? Explique:
– 134 –
Alterações e extinção do contrato de trabalho
– 135 –
7
Proteção e promoção
da igualdade no
mercado de trabalho
Fonte: Shutterstock.com/Lightspring
– 138 –
Proteção e promoção da igualdade no mercado de trabalho
Fonte: Shutterstock.com/ChristianChan
– 139 –
Direito Social e Trabalhista
– 140 –
Proteção e promoção da igualdade no mercado de trabalho
– 141 –
Direito Social e Trabalhista
– 142 –
Proteção e promoção da igualdade no mercado de trabalho
– 143 –
Direito Social e Trabalhista
– 144 –
Proteção e promoção da igualdade no mercado de trabalho
– 145 –
Direito Social e Trabalhista
– 146 –
Proteção e promoção da igualdade no mercado de trabalho
– 147 –
Direito Social e Trabalhista
– 148 –
Proteção e promoção da igualdade no mercado de trabalho
– 149 –
Direito Social e Trabalhista
– 150 –
Proteção e promoção da igualdade no mercado de trabalho
– 151 –
Direito Social e Trabalhista
Saiba mais
– 152 –
Proteção e promoção da igualdade no mercado de trabalho
Síntese
Neste capítulo, analisamos o trabalho da mulher, do adolescente
e da pessoa com deficiência, grupos que, por diferentes razões, estão
mais propensos à vulnerabilidade no mercado de trabalho. Por isso, o
ordenamento oferece um tratamento jurídico especial, a fim de promo-
ver a igualdade material nas relações de trabalho e tutelar juridicamente
suas particularidades. A mulher, em razão da histórica discriminação de
gênero, recebe amparos legais como estabilidade provisória e licença-
-maternidade, para garantir os cuidados com a criança e não a tornar
um alvo fácil para dispensa. O adolescente, por sua vez, não pode reali-
zar alguns tipos de trabalho (insalubre, perigoso e noturno) por ser uma
pessoa em formação, considerando que tais trabalhos não prejudiquem
seu desenvolvimento. Por fim, pessoas com deficiência, para além da
proibição de discriminação, recebem alguns incentivos legais para que
ganhem visibilidade e tenham as mesmas oportunidades de contratação.
Embora ainda haja muito a percorrer, tais mecanismos jurídicos buscam
promover a igualdade no mercado de trabalho e representam um avanço
nesse sentido.
Atividades
1. Paulo tem 17 anos e sempre sonhou em ser chef. Ele ficou muito
feliz quando recebeu um convite para ser auxiliar de cozinha em
um bar muito famoso na cidade de Belo Horizonte (MG). Caso
aceite a proposta, o horário de trabalho de Paulo será das 22h
às 3h de segunda-feira a sábado. O bar poderia empregar Paulo
nessas condições? Por quê?
2. Alice, empregada da empresa Fofura S.A., descobriu que está
grávida de dois meses. Assim que recebeu essa informação, con-
tou imediatamente ao coordenador Paulo, que disse a ela que,
neste momento, não poderia ter uma empregada gestante, pois
isso atrapalharia os planos de crescimento da empresa. Paulo
consultou o departamento jurídico para confirmar se poderia
dispensar Alice. Considerando a legislação sobre o trabalho da
– 153 –
Direito Social e Trabalhista
– 154 –
8
Segurança e medicina
do trabalho
– 156 –
Segurança e medicina do trabalho
dores devem permanecer ou onde têm que comparecer, e que estejam sob
o controle, direto ou indireto, do empregador” (OIT, 1983). Nesse sentido,
é direito dos empregados e dever de todos, sobretudo do empregador, pro-
mover um meio ambiente equilibrado e saudável, sem riscos ou com pou-
cos riscos aos trabalhadores, com os mecanismos de proteção adequados e
o mais atualizados possível, com informações claras e capacitação para o
trabalho, a fim de preservar a saúde de todos os trabalhadores, promover o
bem-estar no trabalho e evitar acidentes e doenças relacionadas ao trabalho.
Quanto à saúde, é entendida não apenas como uma ausência de
doença e não está adstrita somente ao aspecto físico, envolvendo também
a dimensão mental. Segundo a OIT (1983), aproveitando o conceito uti-
lizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a saúde, com relação
ao trabalho, “abrange não só a ausência de afecções ou de doenças, mas
também os elementos físicos e mentais que afetam a saúde e estão direta-
mente relacionados com a segurança e a higiene no trabalho”.
Na busca por um meio ambiente do trabalho equilibrado, devemos
considerar os mais diversos fatores que podem influenciá-lo, sejam liga-
dos à saúde física, como
calor, ruído, radiação, Figura 8.2 – Acidentes de trabalho
vibração, ergonomia,
sejam ligados à saúde
mental, como cobrança
abusiva de metas e assé-
dio moral.
Quanto aos aciden-
tes e às doenças relacio-
nadas ao trabalho, faz-se
necessário compreen-
der seu conceito, já que
são infortúnios muito
frequentes no dia a dia
trabalhista. Há, para tais
expressões, conceitos
legais presentes na Lei
n. 8.213, de 24 de julho Fonte: Shutterstock.com/Mike Elliott
– 157 –
Direito Social e Trabalhista
de 1991, que, em seu art. 19, explica que acidente do trabalho é o que
ocorre em razão do exercício do trabalho a serviço do empregador, “pro-
vocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a
perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o tra-
balho” (BRASIL, 1991). São exemplos de acidentes do trabalho típicos:
quedas, cortes e queimaduras.
Nessa mesma lei há a definição de dois tipos de doenças que têm
relação com o trabalho: profissional e do trabalho. A doença profissional,
também conhecida como doença ocupacional, de acordo com o art. 20, I,
da Lei n. 8.213/1991, é aquela “produzida ou desencadeada pelo exercí-
cio do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva
relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social”
(BRASIL, 1991). Trata-se de condição oriunda das próprias característi-
cas da atividade desempenhada pelo empregado, a exemplo da silicose,
doença profissional que acomete os trabalhadores em razão do acúmulo
de poeira de sílica nos pulmões.
A doença do trabalho, por sua vez, de acordo com o art. 20, II, da Lei
n. 8.213/1991, é “adquirida ou desencadeada em função de condições espe-
ciais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente, cons-
tante da relação mencionada no inciso I” (BRASIL, 1991). Nesse sentido,
não está relacionada à atividade desempenhada em si, mas às condições do
ambiente de trabalho, a exemplo de um trabalhador frequentemente exposto
a altos ruídos e que usa equipamento de proteção individual insuficiente
para abafamento dos sons e por isso tem perda de audição.
Nota-se que, no caso da doença profissional, o adoecimento ocorre
em razão da “ocupação” que especificamente o trabalhador possui (traba-
lho com a sílica), enquanto na doença do trabalho o adoecimento ocorre
em razão de uma disfunção nas condições ambientais do trabalho (equipa-
mento de proteção que deveria isolar o som e não o faz adequadamente).
Como veremos ao estudar seguridade social, para fins previdenciá-
rios, doenças profissionais e doenças do trabalho são equiparadas a aci-
dentes de trabalho. Nesse sentido, quando falamos em meio ambiente do
trabalho, frisamos a importância de alguns princípios próprios da seara
ambiental, com destaque para:
– 158 –
Segurança e medicina do trabalho
– 159 –
Direito Social e Trabalhista
– 160 –
Segurança e medicina do trabalho
administração direta e indireta, bem como pelos órgãos dos Poderes Legis-
lativo, Judiciário e Ministério Público, que possuam empregados regidos
pela Consolidação das Leis do Trabalho – CLT” (BRASIL, 2020).
Indica também, de forma geral, os direitos dos empregados e os deve-
res do empregador no tocante às NR, bem como apresenta conceitos que
são utilizados nas demais NR. É importante ressaltar que a NR 1 foi atua-
lizada, e a nova versão entrará em vigor um ano a partir da publicação
da Portaria da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho (SEPRT) n.
6.730, de 9 de março de 2020.
– 161 –
Direito Social e Trabalhista
– 162 –
Segurança e medicina do trabalho
– 163 –
Direito Social e Trabalhista
8.2.8 NR 8: edificações
Estabelece critérios técnicos mínimos a serem observados nas edifi-
cações a fim de garantir segurança e conforto aos que nelas trabalham, a
exemplo de altura do pé direito, rampas e escadas.
– 164 –
Segurança e medicina do trabalho
– 165 –
Direito Social e Trabalhista
– 166 –
Segurança e medicina do trabalho
– 167 –
Direito Social e Trabalhista
– 168 –
Segurança e medicina do trabalho
– 169 –
Direito Social e Trabalhista
– 170 –
Segurança e medicina do trabalho
– 171 –
Direito Social e Trabalhista
Dica de filme
– 172 –
Segurança e medicina do trabalho
– 173 –
Direito Social e Trabalhista
Síntese
Neste capítulo, analisamos o meio ambiente do trabalho, entendido
como o sistema de interações físicas, químicas, biológicas e psicossociais
que circundam o trabalhador. De acordo com a CF, o meio ambiente do tra-
balho é parte do meio ambiente geral e deve ser protegido como um direito
fundamental dos trabalhadores (art. 200, VIII, e art. 225 da CF). Para tanto,
há um conjunto normativo no direito brasileiro que visa assegurar a saúde
e a segurança no trabalho, com destaque para as Normas Regulamentado-
ras, que estabelecem padrões mínimos a serem seguidos no trabalho, como
disposições sobre condições insalubres (NR15), trabalho perigoso (NR 16)
e ergonomia (NR17). As NR devem ser obedecidas sob pena de multa e até
paralisação das atividades. Empregadores e empregados devem cooperar
para que seja possível alcançar um meio ambiente do trabalho saudável e
seguro; assim, é dever do empregador fornecer equipamentos de proteção
individual e fiscalizar o uso correto pelos empregados, bem como é dever
do empregado utilizar o EPI. A promoção da saúde e da segurança no traba-
lho e a consequente redução dos riscos laborais é direito dos trabalhadores
e dever de todos, sobretudo do empregador.
– 174 –
Segurança e medicina do trabalho
Atividades
1. Marli trabalha em um frigorífico, passando a maior parte do
tempo em ambientes úmidos e com temperatura muito baixa.
Ela tem sofrido fortes dores nas articulações, já que não recebeu
a roupa adequada para enfrentar o frio no trabalho. Ao analisar
esse cenário, responda: Marli tem direito a algum adicional? Em
caso afirmativo, qual? Explique:
2. A CLT, quando trata de segurança e de medicina do traba-
lho, estabelece deveres de cada um dos atores envolvidos no
ambiente de trabalho. Explique os deveres das empresas:
3. Um empregado pode ser suspenso, advertido ou até mesmo dis-
pensado por justa causa no caso de se recusar a usar o equipa-
mento de proteção individual fornecido pelo empregador?
4. Explique a formação e a função da Comissão Interna de Preven-
ção a Acidentes do Trabalho (Cipa):
– 175 –
9
O sistema de justiça
trabalhista
Saiba mais
– 178 –
O sistema de justiça trabalhista
– 179 –
Direito Social e Trabalhista
Saiba mais
– 180 –
O sistema de justiça trabalhista
Fonte: Smartlab
Esse tipo de informação pode ser útil para a realização de estudos e a ela-
boração de políticas públicas com vistas a reduzir o número de acidentes
e promover melhorias em relação à saúde e à segurança no trabalho.
– 181 –
Direito Social e Trabalhista
– 182 –
O sistema de justiça trabalhista
Saiba mais
– 183 –
Direito Social e Trabalhista
– 184 –
O sistema de justiça trabalhista
– 185 –
Direito Social e Trabalhista
podem ser julgadas por ela. A partir de 2004, a JT passou a ser o segmento
do Poder Judiciário adequado para julgar:
2 ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de
direito público externo e da administração pública direta e indi-
reta da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios;
2 ações que envolvam exercício do direito de greve, assegurado
constitucionalmente aos trabalhadores para suspenderem a para-
lisação da prestação de serviço, conforme o art. 9º da CF e a Lei
n. 7.783/1989;
2 ações sobre representação sindical entre sindicatos, entre sin-
dicatos e trabalhadores e entre sindicatos e empregadores, de
acordo com o art. 8º, II, da CF, que defende ser “vedada a cria-
ção de mais de uma organização sindical, em qualquer grau,
representativa de categoria profissional ou econômica, na
mesma base territorial, que será definida pelos trabalhadores ou
empregadores interessados, não podendo ser inferior à área de
um Município” (BRASIL, 1988). Em razão dessa limitação à
criação dos sindicatos, o que confere ao modelo sindical brasi-
leiro a característica de unicidade, surgem conflitos entre possí-
veis representantes das categorias – e a competência para julgar
tais conflitos é da JT;
2 mandados de segurança (ação que busca proteger direito líquido
e certo), habeas corpus (cabível quando há ameaça de violência
ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou
abuso de poder) e habeas data (cabível para assegurar o conhe-
cimento de informações e retificar dados), quando o ato questio-
nado envolver matéria sujeita a sua jurisdição;
2 conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista;
2 ações de indenização por dano moral ou patrimonial decorrentes
da relação de trabalho;
2 ações relativas às penalidades administrativas impostas aos
empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações de
trabalho;
– 186 –
O sistema de justiça trabalhista
– 187 –
Direito Social e Trabalhista
– 188 –
O sistema de justiça trabalhista
– 189 –
Direito Social e Trabalhista
– 190 –
O sistema de justiça trabalhista
– 191 –
Direito Social e Trabalhista
Síntese
Neste capítulo, analisamos a estrutura do sistema de justiça traba-
lhista, bem como estudamos as características e as funções dos diferentes
órgãos que atuam na esfera trabalhista, com destaque para os AFTs, que
realizam a inspeção do trabalho, o Ministério Público do Trabalho, a Jus-
– 192 –
O sistema de justiça trabalhista
Atividades
1. É correto dizer que o Ministério Público do Trabalho é parte do
Poder Judiciário Trabalhista? Explique:
2. É possível ingressar com ação judicial na Justiça do Trabalho
sem advogado? Em caso afirmativo, indique em quais situações
e se há limites:
3. A Justiça do Trabalho é organizada em Varas do Trabalho, Tri-
bunais Regionais do Trabalho e Tribunal Superior do Trabalho.
A região abarcada pelo Tribunal Regional do Trabalho corres-
ponde à área geográfica de um estado? Explique:
4. Explique a função dos auditores fiscais do trabalho:
– 193 –
10
Previdência social
– 196 –
Previdência social
Seguridade Social
Saúde Assistência Social Previdência Social
Fonte: elaborada pelo autor.
– 197 –
Direito Social e Trabalhista
– 198 –
Previdência social
– 199 –
Direito Social e Trabalhista
Saiba mais
– 200 –
Previdência social
10.3.1 Segurados
Dá-se o nome de “segurado” à pessoa que contribui para a previdên-
cia e, como contrapartida, está apta a receber os benefícios previdenciá-
rios, isto é, está segurada pela previdência social. De acordo com o INSS
(BRASIL, 2017),
esta denominação deve-se ao fato da sigla “INSS” ser a abre-
viação de Instituto Nacional do “Seguro” Social e, portanto,
ser considerada uma seguradora pública que oferece benefícios
previdenciários a título de aposentadorias e pensões, além de
benefícios de auxílio-doença e outros para momentos em que o
cidadão fica impossibilitado de exercer suas atividades labora-
tivas ou cotidianas.
– 201 –
Direito Social e Trabalhista
– 202 –
Previdência social
– 203 –
Direito Social e Trabalhista
– 204 –
Previdência social
– 205 –
Direito Social e Trabalhista
10.3.3.1 Aposentadoria
As regras para a aposentadoria foram substancialmente alteradas com
a Reforma da Previdência. A partir de 2019 foram criadas novas regras
para a aposentadoria.
– 206 –
Previdência social
– 207 –
Direito Social e Trabalhista
– 208 –
Previdência social
– 209 –
Direito Social e Trabalhista
Fonte: Shutterstock.com/Peruphotart
– 210 –
Previdência social
10.3.3.2 Auxílio-doença
O auxílio-doença é um benefício devido ao segurado quando ele está
temporariamente incapacitado para o trabalho em razão de doença ou aci-
dente (por período acima do previsto em lei como sendo de responsabili-
dade do empregador, ou seja, a partir do 16.º dia e, nos demais casos, a partir
do início da incapacidade temporária), comprovados por perícia médica.
Existe o auxílio-doença previdenciário (que não tem relação com o
trabalho, o segurado passa a ter direito ao benefício a partir do início da
incapacidade) e o auxílio-doença acidentário (que tem relação com o tra-
balho, isto é, o segurado empregado sofreu acidente de trabalho e passa, a
partir do 16.º dia, a ter direito ao benefício).
O valor do benefício consistirá em uma renda mensal no valor de
91% do salário de contribuição, percentual que também é válido para os
benefícios de origem acidentária. Não há fator previdenciário e a duração
é indeterminada, pois ele cessará apenas com a recuperação do segurado,
com a transformação em aposentadoria ou com a morte do segurado.
Importante lembrar que, de acordo com o artigo 118 da Lei n.
8.213/1991, o segurado que sofreu acidente de trabalho tem uma garantia
– 211 –
Direito Social e Trabalhista
10.3.3.3 Auxílio-acidente
Trata-se de benefício conferido ao segurado que sofreu acidente e
ficou com sequelas que reduzem permanentemente a sua capacidade para
o trabalho.
O valor do benefício corresponde a 50% do salário de benefício que
deu origem ao auxílio-doença (durante a vigência da Medida Provisória
n. 905/2019, passou a ter o valor correspondente a 50% do benefício de
aposentadoria por invalidez a que o segurado teria direito).
– 212 –
Previdência social
10.3.3.5 Auxílio-reclusão
O auxílio-reclusão é um benefício pago aos dependentes do segu-
rado que está em cumprimento de pena privativa de liberdade (em
regime fechado, semiaberto ou em prisão provisória e, a partir da Lei
n. 13.846/2019, somente em caso de prisão em regime fechado). São
dependentes do segurado: dependentes (conforme já estudado) e o filho
nascido durante o recolhimento do segurado à prisão (a partir da data
do seu nascimento). Casamento ocorrido posteriormente à prisão não dá
direito ao auxílio.
A partir da EC n. 103/2019, o auxílio-reclusão terá como valor
máximo um salário mínimo.
10.3.3.6 Salário-maternidade
O salário-maternidade é um benefício previdenciário cuja função é
amparar a maternidade. É garantido no caso de parto, inclusive de nati-
morto; aborto espontâneo; adoção ou guarda judicial para fins de adoção.
Nesse sentido, embora o mais comum seja a garantia do salário-materni-
dade para as seguradas mulheres por serem gestantes, em caso de adoção,
é possível que o benefício seja conferido ao segurado homem. Não há
– 213 –
Direito Social e Trabalhista
10.3.3.7 Salário-família
O salário-família é um benefício previdenciário pago ao segurado (de
baixa renda, observado o valor previsto por portaria à época da conces-
são do benefício; aposentados por invalidez ou idade, urbanos ou rurais;
e demais aposentados com mais de 65 anos, se homem, ou 60 anos, se
mulher) que tenha filhos ou pessoas equiparadas até 14 anos de idade, ou
inválidos com qualquer idade.
De acordo com a Reforma da Previdência, até que a lei discipline o
valor do salário-família, seu valor será de R$ 46,54 por cota, isto é, por
filhos nas condições especificadas.
Importante não confundir o salário-família com o Bolsa Família, já
que este último não é um benefício previdenciário e é garantido às famí-
lias em situação de pobreza (com renda entre R$ 89,01 e R$ 178,00 por
pessoa, desde que tenham em sua composição gestantes e crianças ou ado-
lescentes entre 0 e 17 anos) ou extrema pobreza (com renda mensal de até
R$ 89,00 por pessoa).
– 214 –
Previdência social
10.3.3.8 Outros
Para além dos benefícios previdenciários, importante mencionar que
existem também os benefícios assistenciais, que independem de contri-
buição à seguridade social. Esses benefícios estão regulamentados pela
Lei n. 8.742/1993, conhecida como a Lei Orgânica da Assistência Social
(LOAS), que instituiu o benefício de prestação continuada (BPC) ao idoso
e ao deficiente; pela Lei n. 12.815/2013, que prevê a concessão do benefí-
cio assistencial ao trabalhador portuário avulso; pela Lei n. 13.146/2015,
conhecida como Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência
(Estatuto da Pessoa com Deficiência), que assegura o pagamento de auxí-
lio-inclusão à pessoa com deficiência moderada ou grave.
Por fim, importante mencionar o programa Seguro-Desemprego,
criado pela Lei n. 7.998/1990 e custeado pelo Fundo de Amparo ao Tra-
balhador (FAT). O seguro-desemprego tem por finalidade assegurar assis-
tência financeira temporária ao trabalhador desempregado em virtude de
dispensa sem justa causa, inclusive a indireta, e ao trabalhador compro-
vadamente resgatado de regime de trabalho forçado ou da condição aná-
loga à de escravizado. O valor do seguro-desemprego varia de um salário
mínimo a R$ 1.813,03.
Síntese
Neste capítulo, estudamos os principais aspectos do direito previden-
ciário. Inicialmente, analisamos a estrutura da seguridade social no Brasil,
que envolve a saúde, a assistência social e a previdência social (esta última
baseada na contributividade). Estudamos de forma mais aprofundada a
previdência social – que possui três grandes dimensões: o Regime Geral
de Previdência Social, os Regimes Próprios de Previdência Social e o
Regime de Previdência Privada (ou complementar) –, com destaque para o
RGPS. No RGPS, há segurados obrigatórios (a exemplo dos empregados,
empregados domésticos, trabalhadores avulsos) e segurados facultativos,
entendidos como aqueles que possuem mais de 16 anos e não tenham sido
caracterizados pela lei como segurados obrigatórios. O sistema é finan-
ciado de acordo com a previsão do artigo 195 da Constituição Federal e
oferece como principais benefícios aos segurados: aposentadoria, auxílio-
– 215 –
Direito Social e Trabalhista
Atividades
1. Qual é a diferença entre seguridade social e previdência social?
2. Quem são os segurados obrigatórios do Regime Geral da Previ-
dência Social?
3. Quem são os segurados facultativos do Regime Geral da Previ-
dência Social?
4. Salário-família e Bolsa Família são sinônimos, isto é, correspon-
dem ao mesmo benefício?
– 216 –
Gabarito
Direito Social e Trabalhista
– 218 –
Gabarito
– 219 –
Direito Social e Trabalhista
4. Contrato de trabalho
1. De acordo com o art. 104 do Código Civil, são requisitos de
validade dos contratos em geral: agente capaz; objeto lícito, pos-
sível, determinado ou determinável; e forma prescrita ou não
defesa em lei.
2. Para que um contrato de trabalho continue sendo considerado
por prazo determinado poderá ser prorrogado uma única vez,
conforme dispõe o art. 451 da CLT, segundo o qual “o contrato
de trabalho por prazo determinado que, tácita ou expressamente,
for prorrogado mais de uma vez passará a vigorar sem determi-
nação de prazo” (BRASIL, 1943).
3. O contrato de teletrabalho é um contrato escrito, que deve conter
expressamente a indicação das atividades que serão realizadas
– 220 –
Gabarito
– 221 –
Direito Social e Trabalhista
– 222 –
Gabarito
– 223 –
Direito Social e Trabalhista
– 224 –
Gabarito
– 225 –
Direito Social e Trabalhista
– 226 –
Gabarito
– 227 –
Referências
Direito Social e Trabalhista
– 230 –
Referências
– 231 –
Direito Social e Trabalhista
– 232 –
Referências
– 233 –
Direito Social e Trabalhista
– 234 –
Referências
– 235 –
Direito Social e Trabalhista
KELSEN, H. Teoria pura do direito. 7 ed. São Paulo: Martins Fontes, 2006.
LENZA, P. Direito constitucional esquematizado. 22 ed. São Paulo:
Saraiva, 2018.
MARKY, T. Curso elementar de Direito Romano. 8 ed. São Paulo:
Saraiva, 2012.
MPT. Ministério Público do Trabalho. O ministério público do trabalho.
MPT nos Estados, [S.d.]. Disponível em: https://mpt.mp.br/pgt/mpt-nos-
-estados. Acesso em: 20 ago. 2020.
NUNES JÚNIOR, V. S. Direitos sociais. In: CAMPILONGO, C. F.; GON-
ZAGA, A. de A.; FREIRE, A. L. (Org.) Enciclopédia jurídica da PUC-
-SP. Tomo: Direito Administrativo e Constitucional. São Paulo: Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo, 2017. Disponível em: https://enci-
clopediajuridica.pucsp.br/verbete/54/edicao-1/direitos-sociais. Acesso
em: 20 jun. 2020.
OIT. Organização Internacional do Trabalho. C154 - Fomento à Negocia-
ção Coletiva. Convenções, [198?]. Disponível em: https://www.ilo.org/
brasilia/convencoes/WCMS_236162/lang--pt/index.htm. Acesso em: 13
set. 2020.
OIT. Organização Internacional do Trabalho. Convenção n. 155. 67ª Reu-
nião da Conferência Internacional do Trabalho, 11 ago. 1983. Disponível
em: https://www.ilo.org/brasilia/convencoes/WCMS_236163/lang--pt/
index.htm. Acesso em: 28 set. 2020.
OIT. Organização Internacional do Trabalho. Convenção n. 81. 30ª Reu-
nião da Conferência Internacional do Trabalho, 7 abr. 1950. Dispo-
nível em: https://www.ilo.org/brasilia/convencoes/WCMS_235131/lang-
--pt/index.htm. Acesse em: 29 set. 2020.
OIT. Organização Internacional do Trabalho. Convenções, [S.d.]. Dis-
ponível em: https://www.ilo.org/brasilia/convencoes/lang--pt/index.htm.
Acesso em: 13 set. 2020.
PASTORE, J.; PASTORE, J. E. G. Terceirização: necessidade para a eco-
nomia, desafio para o direito. São Paulo: LTr, 2015.
– 236 –
Referências
– 237 –
Direito Social e Trabalhista é uma obra que objetiva proporcionar ao leitor a
compreensão dos principais aspectos jurídicos trabalhistas e previdenciários.
O livro está organizado em dez capítulos, que apresentam, inicialmente, noções
jurídicas introdutórias acerca do direito e da organização do Estado brasileiro,
bem como uma introdução ao direito trabalhista, por meio de seus princípios,
aspectos históricos e fontes. Nos capítulos seguintes, são estudados os sujei-
tos da relação de emprego – empregado e empregador – e outros trabalhado-
res, bem como regras sobre duração do trabalho, intervalos para descanso,
saúde e segurança no trabalho, extinção do contrato de trabalho, regras sobre
isonomia e instituições que pertencem ao sistema de justiça trabalhista. Por fim,
aborda-se o sistema de seguridade social no Brasil, com especial destaque ao
modelo previdenciário brasileiro, suas regras sobre custeio e benefícios.