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Local de Trabalho
Mariama Djaló | Nº222003331
Abstract
Este trabalho juntamente com as páginas a baixo indicadas ajuda-o a conhecer melhor
os seus direitos e obrigações em conformidade com a legislação comunitária e permitir-
lhe-á procurar conselho e informações complementares para uma situação que possa
estar a passar ou pelo menos ajudá-lo a se prevenir dessas situações.
A legislação é vital na luta pela igualdade, mas temos noção que ainda há mais a fazer.
Por isso é que a União Europeia está a apoiar um conjunto de medidas para combater a
discriminação, desde o financiamento de projetos, passando pela realização de
pesquisas, até ao apoio a atividades de sensibilização e campanhas de informação.
Introdução..........................................................................................................................3
O que fazer?.......................................................................................................................7
Consequências...................................................................................................................8
Prevenção..........................................................................................................................8
Lei nº7/2009......................................................................................................................9
Análise quantitativa.........................................................................................................12
Introdução
As mulheres sofrem de discriminação, nomeadamente, a salarial, todavia muito tem sido feito
para combater este fenómeno. As mulheres continuam a receber salários inferiores aos dos
homens, mesmo com mais escolaridade, uma vez que inseridas no mercado de trabalho, a
mulher apresenta uma média salarial inferior ao sexo oposto (Batista e Cacciamali, 2009).
Por isso, procura-se averiguar quais as razões para que exista discriminação ou segregação
profissional
A discriminação no local de trabalho pode ter um impacto negativo na saúde mental e física dos
trabalhadores. Pode levar a um aumento do estresse e da ansiedade, bem como a problemas de
saúde como depressão, doenças cardíacas e doenças autoimunes. A discriminação também pode
levar a um ambiente de trabalho tóxico e hostil, o que pode afetar a produtividade e o
desempenho dos trabalhadores. Além disso, a discriminação pode levar à falta de oportunidades
de carreira e à perda de emprego, o que pode ter um impacto negativo duradouro na vida dos
trabalhadores.
“Quase dois em cada três (63%) trabalhadores já sentiram algum tipo de discriminação com
base no seu aspeto físico, idade, género ou origem étnica e cultural. Esta foi uma das principais
conclusões de um estudo sobre diversidade e inclusão no local de trabalho desenvolvido pelo
Grupo CEGOS, instituição francesa em Portugal representada pela CEGOC, que se assume
como líder internacional e uma referência no desenvolvimento pessoal e profissional de
milhares de pessoas, mas também como um observador atento do mercado de trabalho.”
Este é um tema muito importante para a sociedade, pois o local de trabalho é onde passaremos
quase metade das horas dos nossos dias, logo o mesmo deve ser considerado um ambiente
agradável e profissional.
Conceito:
O termo discriminar significa separar; diferenciar; estabelecer diferença; distinguir; não se
misturar; formar grupo à parte por alguma característica étnica, cultural, religiosa etc;
tratamento desigual ou injusto de uma pessoa ou grupo de indivíduos, em face de alguma
característica pessoal, cultural, racial, étnica, classe social ou convicções religiosas.
Dessa compreensão decorre que, para o tratamento desigual atribuído a alguém se configurar
em uma conduta negativa, dita discriminatória, esse necessita ser fundado em preferências
injustificadas, geradas, na maioria das vezes, pelo preconceito. Afastam-se, daí, todas as
possibilidades dessa situação de tratamento desigual ocorrer por diferenças naturais atribuídas
às pessoas envolvidas.
As leis relativas à igualdade de direitos entre mulheres e homens foram complementadas com a
nova legislação da UE em 2000, que proíbe a discriminação por outras razões. Ao abrigo destas
novas leis, é ilegal discriminar alguém em razão da sua:
Estas cinco áreas de discriminação, junto com a discriminação pelo género, estão incluídas no
Tratado de Amesterdão da União Europeia como áreas onde a UE pode atuar para evitar a
discriminação.
Existem várias causas da discriminação no local de trabalho, alguns desses incluem preconceito
e estereótipos arraigados, falta de conscientização e sensibilidade, falta de políticas e
procedimentos claros de igualdade e diversidade, falta de liderança e falta de diversidade na
equipe de liderança.
Uma das principais conclusões desta análise foi que a discriminação continua presente no local
de trabalho, com 82% dos colaboradores a dizer que já testemunharam situações de
discriminação. Os resultados mostraram que estes atos de discriminação são perpetrados, em
primeiro lugar, por colegas quer da mesma função, quer de outras equipas, e só depois por
gestores diretos.
Como eu posso identificar a discriminação no
trabalho?
O que fazer?
Em casos discriminatórios, inicialmente o trabalhador deve comunicar tal fato a empresa, pelos
setores próprios e caso a situação não seja resolvida, efetuar uma denúncia no Ministério do
Trabalho e Emprego e ajuizar uma ação judicial defendendo as indenizações adequadas.
Portanto, quando algum tipo de distinção é identificado, a empresa deve ter um posicionamento
de repúdio a esses comportamentos, fazendo valer o que diz o Artigo 5º da Constituição.
Consequências
Prevenção
Existem várias formas para proteger os funcionários, e as suas empresas devem tomar a melhor
opção que acham para prevenir essas situações, a página JORNALISMO INCLUSIVO
juntamente com a ALC ADVOGADOS, dão-nos algumas dicas:
“1ª Dica: Construir uma cultura de respeito às diferenças e o melhor caminho para evitar a
discriminação no ambiente é transformar o respeito às diferenças em uma prioridade na cultura
organizacional.
2ª Dica: Promover sempre um tratamento igualitário e inclusivo a todos os colaboradores, seja
qual for o cargo, a cor, a orientação sexual, o gênero, as escolhas pessoais de cada um.
Reforço que a empatia e o senso de colaboração devem existir sempre em todos os momentos
da organização, a fim de reforçar e institucionalizar esse comportamento. Mas para criar essa
cultura, é bom contratar pessoas que já estejam alinhadas a esse pensamento. É bom ter também
profissionais de diversas origens e formas de pensar, para que a diversidade não fique só no
discurso. Seguindo isso, tudo caminha da melhor maneira e justa para todos”, conclui o
advogado.”
Ou seja, existem várias soluções para a discriminação no local de trabalho. Algumas dessas
incluem:
Liderança diversificada: As empresas devem ter uma equipe de liderança diversificada, que
reflita a diversidade de seus funcionários e clientes.
A Lei nº7/2009 do código do trabalho condena qualquer prática indevida com o funcionário,
separado por 3 divisões (Disposições gerais sobre igualdade e não discriminação; Proibição de
assédio; Igualdade e não discriminação em função do sexo).
O ser humano deve ser tratado com dignidade, independentemente de sua cor, raça e religião, de
modo que a divisão sexual do trabalho, por motivos inerentes ao culturalismo e pela justificação do
sexo biológico, torna-se inadmissível. (Ana Julia Fernandes Samparo)
Para Canguilhem (2009) e Furtado, Szapiro (2012) a saúde esta muito além do que ausência de
enfermidade ou doença, ela envolve diversos aspectos da vida dos sujeitos. Segundo Bojart, (2004) é
necessário pensar a questão da saúde como sendo uma política pública compreendida em seu bem
estar: físico, mental e social e deve ser pensada como não apenas ausência de doença, mas sim como
uma questão de bem-estar mais complexa.
Nas teorias de desejo e uso de poder de monopólio, a discriminação é lucrativa. Estas teorias
baseiam-se na raça e no sexo, procuram distribuir os trabalhadores em grupos não competitivos
(Santos, 2015).
Blau e Kahn (2016) refere que em termos de discriminação salarial em relação ao género pode-se
constatar que existe uma pequena diminuição nos salários das mulheres, relativamente aos homens,
sendo muito difícil que esta diferença desapareça.
Resultados: A revisão da literatura existente sugere que a discriminação no local de trabalho pode ter
impactos negativos na saúde mental e física dos trabalhadores, bem como em sua produtividade e
desempenho no trabalho. A discriminação pode assumir várias formas, incluindo discriminação
baseada em idade, gênero, raça, orientação sexual, religião e deficiência. Algumas das causas da
discriminação no local de trabalho incluem preconceito e estereótipos arraigados, falta de
conscientização e sensibilidade, falta de políticas e procedimentos claros de igualdade e diversidade,
falta de liderança e falta de diversidade na equipe de liderança.
Além disso, a literatura sugere que a diversidade no local de trabalho pode trazer benefícios para as
empresas, incluindo maior inovação, criatividade e perspetivas diversas. No entanto, a diversidade
também pode apresentar desafios, como a necessidade de gerenciamento eficaz da diversidade e a
possibilidade de conflitos.
Análise quantitativa
Analise de Dados:
O objetivo primordial do inquérito por questionário é o de aferir a perceção dos funcionários da
empresa, relativamente à existência de fenómenos de discriminação no mercado de trabalho,
nomeadamente as desigualdades salariais entre homens e mulheres, bem como discriminação
como raça... O inquérito por questionário carateriza-se por perguntas de cariz fechado, de forma
a facilitar o tratamento dos dados e obter toda a informação essencial. O questionário está
classificado numa escala do tipo “Concordo Totalmente”, “Concordo”, “Discordo” e “Discordo
Totalmente” …
Figura 2. Os indivíduos com maior antiguidade numa empresa têm mais probabilidades em
serem promovidos, independentemente do género.
Figura 3. A mulher tem menos oportunidade de progredir na carreira, pois tem de assumir
responsabilidades familiares.
Relativamente à questão os homens ocupam maioritariamente cargos de topo/chefia podemos
observar que 51.5% da amostra (103 inquiridos) concordam com este pressuposto em seguida
nota-se os 25% da população da amostra 50 inquiridos) discordam com a questão, 15.5% (31
inquiridos) concordam totalmente e 8% (16 inquiridos) discordam totalmente.
Figura.4. Autoria do assédio sexual sobre mulheres, 1989 – 2015. A observação dos autores do
assédio sexual sobre mulheres vem reforçar a ideia de que o assédio sexual se enraíza, em parte,
numa visão inigualitária da sexualidade, querendo fazer corresponder ao homem em controlo no
mundo do trabalho ao homem em controlo e único agente determinante do encontro de carácter
sexual. Comparando os/as autores/as de assédio sexual experimentado pelas mulheres nos locais
de trabalho entre 1989 e 2015, tornam-se evidentes duas transformações fundamentais. Em
primeiro lugar, assiste-se à transferência da forma de autoria mais comum dos/as colegas, que
em 1989 representavam 57% da autoria dos incidentes, para os/as superiores hierárquicos/as ou
chefias diretas que em 2015 se apresentam como autores/as de 44,7% dos casos (Figura 3-3.)
Em segundo, em relação aos dados de 2015 importa referir a importância das situações de
assédio sexual no local de trabalho cuja autoria é externa às pessoas do trabalho: clientes,
fornecedores ou utentes representam 25,1% dos casos de assédio sexual sofrido pelas mulheres.
Por um lado, estes resultados vêm chamar a atenção para a necessidade de se entender o local de
trabalho de forma alargada, incluindo pessoas externas mas com as quais se mantêm relações
profissionais, no âmbito do estudo do assédio sexual. Por outro lado, o forte impulso desta
forma de autoria não pode deixar de estar relacionada com o movimento de terceirização da
economia portuguesa e do tipo de integração das mulheres no mundo do trabalho. Finalmente,
ainda que tenham uma importância residual, não devemos negligenciar o facto de uma parte das
situações de assédio sofridas pelas mulheres inquiridas em 2015 ser provocada por dependentes
hierárquicos (1,7%) ou por outras pessoas que trabalham na organização (1,7%).
Discriminação e recrutamento:
Com relação à vestimenta dos candidatos ou a sua forma de se expressar, buscou-se saber se
tem interferência direta no resultado do processo seletivo. Como mostra o Gráfico 6
Outra pergunta é sobre a perceção de que as empresas têm preferência por contratar
profissionais mais jovens? A resposta está no Gráfico 7:
Observa-se que 44% concordam que esta, é uma questão latente nas empresas, 23% nem
discordam e nem concordam que exista essa preferência na contratação de indivíduos mais
jovens, diferente de 16% que concordam totalmente e 25% discordam 17 parcialmente. Vale
destacar aqui, que se somados são 60% que representa a perceção de que de fato as empresas
têm preferências pela contratação de indivíduos mais jovens. Nesse sentido, o aspecto da idade
foi mencionado por Rosário (2018) como fator de discriminação, mas, sem citar preferência por
mais jovens ou por pessoas mais maduras.
Em relação a preferência por contratação de homens, tem-se os resultados mostrados no Gráfico
8:
Foi possível observar aqui que, 32% concordam que há preferência por contratação de homens
seguido de 25% que discorda parcialmente; 20% nem discorda e nem concorda e 14%
concordam totalmente. ou seja, a preferência por contratar pessoas do sexo masculino somaram
46%. Lima (2011); Rita et al., (2018) e Rosário (2018) também apontam a discriminação
motivada por gênero, embora não citem se é em relação a uma preferência por contratação de
candidatos do sexo masculino. Já Farah (2014) ressaltou a sociedade trazendo expectativas
pertinentes ao papel do que é considerado adequado para cada gênero, o que pode indicar que
para alguns cargos, ainda se tenha uma ideia limitada de que existam cargos que só podem ser
executados por um determinado gênero, quando poderia ser executado pelos dois.
A discriminação na contratação ocorre quando uma decisão de contratação injusta ocorre com
base na cor, religião, orientação sexual, local de origem, idade ou genética de uma pessoa. A
discriminação por deficiência e o preconceito racial também podem constituir discriminação na
prática de contratação dentro das empresas. Diante do exposto, o presente estudo teve como
objetivo, identificar quais as perceções dos candidatos não aprovados em processos de
recrutamento e seleção frente a ocorrência de práticas discriminatórias.
De acordo com os resultados estimados, podemos verificar que os indivíduos têm a perceção de
que a discriminação salarial no mercado de trabalho está patente, sendo que as mulheres são as
que mais concordam que este fenómeno continua a subsistir
Podemos concluir também, que as mulheres demonstram mais concordância com a ideia que
estas devem receber um salário igual aos dos homens.
WEBGRAFIA
BARZOTTO, Luciane Cardoso. Trabalho e Igualdade. Tipos de Discriminação no Ambiente de
Trabalho. Belo Horizonte: Livraria do Advogado, 2021
https://www.dn.pt/sociedade/63-do-trabalhadores-ja-foram-vitima-de-discriminacao-
15110873.html
https://ec.europa.eu/social/main.jsp?langId=pt&catId=158
https://jornalistainclusivo.com/discriminacao-no-trabalho-e-crime/
https://aspectum.com.br/blog/discriminacao-no-trabalho
https://dre.pt/dre/legislacao-consolidada/lei/2009-34546475-46720775
https://www.pgdlisboa.pt/leis/lei_mostra_articulado.php?
artigo_id=1047A0025&nid=1047&tabela=leis&pagina=1&ficha=1&so_miolo=&nvers
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