Você está na página 1de 11

RESUMO: DIREITO COLETIVO DO TRABALHO Da antissindicalidade lato sensu emergem as espécies: antissindicalidade strictu sensu e

1) Práticas antissindicais (doutrinária) – slide aula 7 antissindicalismo. A primeira espécie é aplicável para designar atos jurídicosantissindicais de natureza
As condutas antissindicais são aquelas que afrontam a liberdade sindical e podem ser praticadas por: simples, não sistematizados; a segunda, para identificar atos antissindicais de natureza complexa,
sistematizados, engenhados, como um contramovimento ou uma contradoutrina.
 Empregador ou sindicato que o represente; o Estado leva a efeito práticas antissindicais ao assumir a posição de empregador, realizando atos
 Sindicato de trabalhadores; idênticos àqueles perpetrados pela iniciativa privada.
 Estado. Outra prática antissindical do Estado reside na elaboração de normas (leis, decretos, portarias) para
Por exemplo, um sindicato de trabalhadores que permita, em negociação coletiva, o desconto da estabelecer, ainda que veladamente, restrições à liberdade sindical, condicionando a existência e o
contribuição sindical na folha de pagamento de todos os trabalhadores. A cobrança é uma conduta funcionamento das entidades sindicais ao preenchimento de formalidades por demais onerosas,
antissindical, já que a contribuição depende de prévia e expressa anuência do trabalhador. quando não impossíveis de serem atendidas.
E é justamente nesse cenário antagônico que despontam casos envolvendo a prática de atos Destaca-se por outro lado, que as próprias organizações de trabalhadores podem praticar atos
antissindicais. antissindicais contra os trabalhadores ou seus sindicatos. E assim é que os sindicatos, em
Mas, afinal, o que é uma conduta antissindical? E a resposta para essa indagação é bem simples: é determinados momentos, têm visto nas cooperativas, associações ou outras instituições, uma forma
toda e qualquer conduta violadora das liberdades sindicais estabelecidas na Magna Carta (cf. CF, de desestimular a sindicalização.
artigos 8º, 9º e 37, VI e VII), nas Convenções Internacionais ratificadas pelo Brasil, nas orientações do A título de exemplo, infelizmente, tem se tornado pratica comum hoje em dia a captura e o aliciamento
Comitê de Liberdade Sindical da OIT, ou, então, toda e qualquer conduta que implique cerceamento ou pelas associações civis de servidores públicos que, não raras vezes, ajuízam ações judiciais de
retaliação, direta ou indiretamente, à atividade sindical. matérias já tratadas pelos sindicatos da categoria, ocasionando duplicidade de ações, atrasos na
Dessa forma, são consideradas, por exemplo, atos antissindicais: a demissão ou discriminação de tramitação e até mesmo a extinção dos processos.
empregado em razão de sua filiação a sindicato, participação em greve, assembleia, manifestação ou Por fim, há que se destacar que até mesmo o próprio dirigente sindical é passível de praticar conduta
mesmo engajamento nas atividades sindicais; o desestímulo à filiação ou o estímulo à desfiliação antissindical16, por exemplo, quando realiza perseguição às oposições políticas ou viola as disposições
sindical; o constrangimento ao empregado para frustrar ou dificultar o exercício de greve; a contratação do estatuto do sindicato ou da assembleia. Embora tal situação seja mais difícil de se verificar na
de empregados para substituir grevista de movimento legitimamente convocado; subordinação da prática, deve ser fortemente coibida, vez que a ideia de liberdade sindical engloba seus próprios
admissão ou da manutenção de emprego à desfiliação sindical; o estímulo, a sugestão, o auxílio ou a participantes, os quais devem possuir a adequada noção de participação democrática e de pluralidade
indução do empregado para se opor ao desconto de contribuição sindical instituída em negociação de opiniões. No direito sindical insere-se também o direito ao dissenso, sendo necessária a maturidade
coletiva; dentre outras. para contestar e debater as opções políticas que concernem à organização sindical, garantindo-se
Nunca é demais lembrar que a própria legislação ordinária prevê esse tipo de situação, por meio do não só o direito à representação, mas, também, o direito de voz a todos os filiados.
artigo 543 da Consolidação das Leis Trabalhistas, em seu parágrafo sexto, segundo o qual a empresa Exemplos de condutas antissindicais
que, por qualquer modo, procurar impedir que o empregado se associe a sindicato, organize associação
profissional ou sindical ou exerça os direitos inerentes à condição de sindicalizado, ficará sujeita à pena As condutas antissindicais são normalmente classificadas em três tipos17: antissindicalidade ostensiva,
pecuniária, sem prejuízo da reparação a que tiver direito o empregado. por controle direto e por controle indireto.
É importante pontuar que não há santos nesse tipo de questão. Mas, ainda que a santidade esteja bem A antissindicalidade ostensiva é aquela praticada de modo intencional, provocador, hostil, por
longe daí, mesmo assim a conduta de todos os envolvidos deve, necessariamente, ser pautada pela manifesta intolerância. O Estado aparece como protagonista, valendo-se do próprio poder estatal para
boa-fé, pela dignidade e pelo respeito mútuo, bem como pelos ditames da lei. deslegitimar os sindicatos, como por exemplo, editando leis e/ou atos normativos infralegais que
Assim, da mesma forma que as condutas reprováveis dos sindicatos, tais como o embaraço de proíbem a atividade sindical. Embora esse tipo de antissindicalidade tenha se reduzido com o
negociações coletivas, a incitação à greve de empregados de empresa exemplar e cumpridora da lei, reconhecimento da liberdade sindical como direito fundamental, ainda é possível noticiar alguns casos
pelo sindicato e em prol de seu único e exclusivo interesse, dentre outras, deve ser reprimida com rigor, isolados, como, por exemplo, as perseguições políticas a dirigentes sindicais.
de igual modo no que concerne às condutas anti sindicais de empregadores, que estabelecem, por Já a antissindicalidade por controle direto é definida como aquela em que o Estado absorve o conflito
exemplo, prêmios e vantagens para empregados que não participam de greves ou que não se filiam a sindical com o objetivo de minimizá-lo e, por ação contínua, eliminá-lo. Tal modo de conduta
sindicatos, dentre outras. antissindical está diretamente relacionado ao regime totalitário, no qual o Estado absorve a esfera
Condutas abusivas, provenientes tanto do lado de cá quanto do lado de lá de uma relação de emprego, privada e, de maneira autoritária, dita as regras do jogo de forma praticamente absoluta.
devem ser combatidas com o rigor, não apenas para atenuar — e quiçá eliminar o antagonismo nocivo Por fim, a antissindicabilidade por controle indireto é aquela praticada de modo sub-reptício e furtivo.
desse tipo de relação, mas, também, para preservar o exercício pleno da atividade laboral e da atividade Desse modo, os sujeitos antissindicais passam a atuar disfarçadamente, de modo vil e obscuro,
empresarial, vez que, apesar antagonismo a elas inerentes, são interdependentes, de modo que a disfarçando suas finalidades e tentando agir sob um falso véu de legalidade. Atualmente tal modo de
prosperidade de ambas depende intimamente uma da outra. conduta é o mais comum, podendo ser verificado, por exemplo, em situações de assédio moral,
E o direito à sindicalização se efetiva mediante a liberdade sindical, de modo que a conduta cooptação dos dirigentes sindicais, dispensas injustificadas, entre outras condutas ardilosas.
antissindical é comumente compreendida como o comportamento direcionado a impedir ou limitar o A seguir, listamos alguns exemplos mais comuns de condutas antissindicais verificados no cotidiano
exercício de tal liberdade. direitos fundamentais do homem, integrante dos direitos sociais,componente da dinâmica laboral, cientes, no entanto, de que, dada a inventividade praticamente ilimitada do ser
essencial das sociedades democrático-pluralistas. humano, poderão surgir outros exemplos de atos atentatórios à liberdade sindical.
Ou seja, a liberdade sindical não compreende apenas o direito de se sindicalizar ou não, mas sim toda * Fomento de sindicatos comprometidos com os interesses do empregador e dominados ou
uma gama de prerrogativas atinentes à organização e estruturação dos sindicatos, tais como: direito influenciados por este;
de greve, direito de representação de seus filiados12, autonomia político-econômica, direito de eleger * Despedida, suspensão, aplicação injusta de sanções, alterações de tarefa e de horários,
os representantes democraticamente, soberania dos estatutos e assembleias, negociação coletiva, rebaixamento, inclusão em “listas negras” ou redução salarial em virtude de o servidor ser associado
entre muitos outros. ou dirigente sindical;
Dessa forma, a conduta antissindical apresenta- se como a negação ao exercício desta liberdade. * Isolamento ou congelamento de dirigentes sindicais;
Trata-se de esbulho, privação, violação ao Direito, na medida que tenta deslegitimar aquilo que o * Procedimentos que inibem o direito de greve, tais como abertura de processos administrativos
legislador exaltou. Independe da análise acerca de dolo ou culpa, podendo ser praticada inclusive infundados, perseguição aos grevistas, corte de ponto, etc;
mediante conduta omissiva, cabendo apenas analisar se houve afronta à liberdade sindical.
* Ameaça, coação ou lesão aos dirigentes sindicais; sua filiação sindical ou pela sua participação em actividades sindicais, na medida em que actuem em
* Recusa à negociação coletiva; conformidade com as leis, convenções colectivas ou outras disposições convencionais em vigor.
* Inviabilizar ou dificultar a atividade sindical; Artigo 2º
* Impedir a afixação de material do sindicato no local de trabalho; 1. Na empresa devem ser estabelecidas facilidades aos representantes dos trabalhadores, de forma
* Proibir os trabalhadores de agendarem assembleias para discutirem os interesses da categoria; a permitir-lhes desempenharem rápida e eficazmente as suas funções.
* Levar em consideração a condição de sindicalizado, diretor, representante, militante sindical,
membro ou ex-membro de comissões internas, grevista ou integrante de movimento reivindicatório, A via judicial
inclusive de cunho político, para fins de estagnar ou rebaixar profissionalmente o trabalhador, de No âmbito jurídico, a conduta antissindical pode gerar, via de regra, a invalidação do ato praticado
estabelecer a remuneração e outras vantagens, de conceder licenças ou férias; ou um dever de indenização, a depender do caso concreto.
* Prometer ou dar vantagem exclusivamente ao trabalhador que renunciar à greve ou a se afastar A indenização visa a reparar a lesão sofrida pelo indivíduo ou pela categoria, em virtude da conduta
do movimento coletivo ou sindical; antissindical. Possui como um dos alicerces a teoria da responsabilidade civil, segundo a qual “aquele
O combate às condutas antissindicais que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem,
o Brasil ainda não ratificou a Convenção nº 87 da OIT, uma vez que o nosso ordenamento adota a ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.” Sendo que “Aquele que, por ato ilícito causar
unicidade sindical (um sindicato apenas por categoria, com abrangência mínima de um município). dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
A Convenção nº 98 da OIT Cumpre destacar que atualmente pacificou-se o entendimento dos Tribunais quanto ao cabimento de
Convenção Relativa à Aplicação dos Princípios do Direito de Organização e de Negociação Coletiva. reparação por dano moral coletivo em caso de conduta antissindical. “O dano moral coletivo é a injusta
Foi ratificada pelo Brasil em 18/11/1952. lesão da esfera moral de uma dada comunidade, ou seja, é a violação antijurídica de um determinado
ARTIGO 1º círculo de valores coletivos. Quando se fala em dano moral coletivo está-se fazendo menção ao fato de
1. Os trabalhadores deverão gozar de proteção adequada contra quaisquer atos que o patrimônio valorativo de uma certa comunidade, idealmente considerado, foi agredido de maneira
atentatórios à liberdade sindical em matéria de emprego. absolutamente injustificável.
2. Tal proteção deverá, particularmente, aplicar-se a atos destinados a: Paralelamente, a conduta antissindical pode gerar pretensão jurídica de caráter invalidante. Nesse
a) subordinar o emprego de um trabalhador à condição de não se filiar a um sindicato ou caso, a ação judicial objetivará anular o ato viciado, bem como os efeitos produzidos. Um exemplo
de deixar de fazer parte de um sindicato; clássico de pretensão invalidante diz respeito às dispensas ou penalidades administrativas que
b) dispensar um trabalhador ou prejudicá-lo, por qualquer modo, em virtude de sua decorram de conduta antissindical. Em tais casos, haverá um desvio de finalidade no agir estatal,
filiação a um sindicato ou de sua participação em atividades sindicais, fora das horas de trabalho ou, cabendo ao Judiciário retomar a correta noção de interesse público, confirmando ou anulando as penas
com o consentimento do empregador, durante as mesmas horas. dos servidores lesados.
Artigo 2º
1. Às organizações de trabalhadores e de empregadores deverão gozar de proteção adequada contra 2) LEI 7783/89 – Sobre greve (aula 7)
quaisquer atos de ingerência de umas em outras, quer diretamente, quer por meio de seus agentes Greve é a suspensão temporária do trabalho; é um ato formal condicionado à aprovação do
ou membros, em formação, funcionamento e administração. sindicato mediante assembléia; é uma paralisação dos serviços que tem como causa o interesse
dos trabalhadores. A greve é, sem sombra de dúvida, uma das maneiras mais eficazes de busca
A Convenção nº 111 da OIT dos interesses da classe trabalhadora no sistema laboral mundial. Conforme referido em
Aprovada na 42ª reunião da Conferência Internacional do Trabalho (Genebra — 1958), versa sobre a outro ponto deste trabalho, o direito de greve encontra-se positivado em nossa Constituição
Discriminação em Matéria de Emprego e Ocupação e entrou em vigor no plano internacional em Federal, existindo a Lei nº 7.783/89 que regulamento o correto exercício deste instituto. Todavia,
15.6.60. Foi ratificada pelo Brasil em 26/11/1965. a própria Carta Magna de 1988, em seu art. 9º, §2º, prevê a punição dos grevistas que abusarem
Artigo 2.º do direito de greve.
Todo o Estado Membro para qual a presente Convenção se encontre em vigor compromete-se a definir Greve é a suspensão temporária do trabalho; é um ato formal condicionado à aprovação do
e aplicar uma política nacional que tenha por fim promover, por métodos adequados às circunstancias sindicato mediante assembléia; é uma paralisação dos serviços que tem como causa o interesse
e aos usos nacionais, a igualdade de oportunidades e de tratamento em matéria de emprego e dos trabalhadores; é um movimento que tem por finalidade a reivindicação e a obtenção de melhores
profissão, com o objectivo de eliminar toda a discriminação. condições de trabalho ou o cumprimento das obrigações assumidas pelo empregador em decorrência
das normas jurídicas ou do próprio contrato de trabalho, definidas expressamente mediante indicação
Artigo 4.º formulada pelos empregados ao empregador, para que não haja dúvidas sobre a natureza dessas
Não são consideradas como discriminação as medidas tomadas contra uma pessoa que, reivindicações.
individualmente, seja objecto da suspeita legítima de se entregar a uma actividade prejudicial à A greve é um meio usado para se chegar a um fim: o debate das questões
segurança do Estado ou cuja actividade se encontra realmente comprovada, desde que a referida pendentes na relação patrões - empregados. Exige, por lógica, um mínimo de organização,
pessoa tenha o direito de recorrer a uma instância competente, estabelecida de acordo com a prática agrupamento organizado e liderança eficaz. É considerada uma arma essencial na luta de classe. A
nacional. greve é uma demonstração de força e união da classe trabalhadora, "de natureza violenta", mas
controlada, "compreendida e consentida", no dizer de SEGADAS VIANA. Justifica-se pela
A Convenção nº 135 da OIT necessidade social de se balancear a questão da hipossuficiência tanto financeira quanto política
A convenção nº 135 dispõe sobre a proteção aos representantes sindicais. Entrou em vigor na ordem dostrabalhadores em face do poderio do patronato, que em determinadas ocasiões,será tão
jurídica internacional: 30 de Junho de 1973. Foi ratificada pelo Brasil em 18/05/1990. poderoso que não haveria, de outra forma, meio de se alcançar o direito.
A natureza jurídica da greve é um direito potestativo coletivo em algunspaíses e ato
Artigo 1º ilícito delituoso em outros (de posicionamento político mais centralizador e protecionista como a
Os representantes dos trabalhadores na empresa devem beneficiar de uma protecção eficaz contra República Popular da China e a antiga esepultada União Soviética). É por assim dizer um instituto
todas as medidas que lhes possam causar prejuízo, incluindo o despedimento, e que sejam motivadas com natureza jurídicamista no âmbito global. Não deixa de ser, obviamente, um ato jurídico. No
pela sua condição de representantes dos trabalhadores ou pelas actividades dela decorrentes, pela âmbito nacional, é direito potestativo amparado pela Lei, dentro de determinadas situações,
como enuncia o TST: "A greve, como ato jurídico, deve sujeitar-se à regulamentaçãolegal, II- a arrecadação de fundos e a livre divulgação do movimento.
sendo portanto abusivo o movimento deflagrado sem a observância dos requisitos contidos § 1º - Em nenhuma hipótese, os meios adotados por empregados e
na Lei 7783/89". empregadores poderão violar ou constranger os direitos e garantias
É direito potestativo pois o objeto do direito de greve é a sua realização. Coletivo, pois, fundamentais de outrem.
é no grupo que o exercício do direito de greve alcançará seu objetivo final, não tendo força nem § 2º - É vedado às empresas adotar meios para constranger o empregado ao
amparo jurídico se for realizada por um único indivíduo - desvirtuar-se-á, neste caso, de sua natureza comparecimento ao trabalho, bem como capazes de frustrar a divulgação do
jurídica, cabendo inclusive justa causa para a rescisão do contrato de trabalho. movimento.
De acordo com os Art. 1º e Art. 2º, da Lei 7.783/89: § 3º - As manifestações e atos de persuasão utilizados pelos grevistas não
Artigo 1º - É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores poderão impedir o acesso ao trabalho nem causar ameaça ou dano à
decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam propriedade ou pessoa.
por meio dele defender. Artigo 7º - Observadas as condições previstas nesta Lei, a participação em
Parágrafo único - O direito de greve será exercido na forma estabelecida greve suspende o contrato de trabalho, devendo as relações obrigacionais,
nesta Lei. durante o período, ser regidas pelo acordo, convenção, laudo arbitral ou
Artigo 2º - Para os fins desta Lei, considera-se legítimo exercício do direito de decisão da Justiça do Trabalho.
greve a suspensão coletiva, temporária e pacífica, total ou parcial, de Parágrafo único - É vedada a rescisão de contrato de trabalho durante a
prestação pessoal de serviços a empregador.
greve, bem como a contratação de trabalhadores substitutos, exceto na
"A greve não carece de qualquer provimento judicial para legitimá-la.Ao contrário, ocorrência das hipóteses previstas nos artigos 9º e 14.
para o movimento ser reconhecido como abusivo é que necessita de expressa declaração do Artigo 8º - A Justiça do Trabalho, por iniciativa de qualquer das partes ou do
Juízo(...)". Ora, este entendimento é por demais claro. A greve tem presunção juris tantum de Ministério Público do Trabalho, decidirá sobre a procedência, total ou parcial,
legitimidade. Sempre que se discutir na esfera judicial sobre a legitimidade da greve, jamais será ou improcedência das reivindicações, cumprindo ao Tribunal publicar, de
para provar que ela é legitima.Mas sim o revés. imediato, o competente acórdão.

REQUISITOS ABUSO DA GREVE E PENALIDADES


A lei 7.783/89, que disciplina o direito de greve, estabeleceu alguns requisitos que Conforme referido em outro ponto deste trabalho, o direito de greve encontra-se
devem ser previamente verificados para que possa ocorrer a suspensão dos trabalhos de forma lícita. positivado em nossa Constituição Federal, existindo a Lei nº 7.783/89 que regulamento o correto
Diz a referida lei: exercício deste instituto. Todavia, a própria Carta Magna de 1988, em seu art. 9º, §2º, prevê a punição
Artigo 3º - Frustrada a negociação ou verificada a impossibilidade de recursos dos grevistas que abusarem do direito de greve. Entende-se por abuso de direito todo ato que seja
via arbitral, é facultada a cessação coletiva do trabalho. exercitado em desacordo com a lei, desde que não seja praticado em legítima defesa ou em exercício
Parágrafo único - A entidade patronal correspondente ou os empregadores regular de direito .
diretamente interessados serão notificados, com antecedência mínima de 48 São exemplos de abuso do direito de greve o descumprimento do avisoprévio da
(quarenta e oito) horas, da paralisação. paralisação, a deflagração de greve sem assembléia geral, a realização de piquetes violentos, a
Artigo 4º - Caberá à entidade sindical correspondente convocar, na forma do ocupação ameaçadora de estabelecimentos, sabotagem nas instalações e nas máquinas da
seu estatuto, assembléia geral que definirá as reivindicações da categoria e empresa, boicote aos serviços e produtos da empresa, agressão física a integrantes da classe
deliberará sobre a paralisação coletiva da prestação de serviços. patronal ou a dissidentes domovimento grevista, violência contra o patrimônio e faltas graves e delitos
§ 1º - O estatuto da entidade sindical deverá prever as formalidades de trabalhistas .
convocação e o quorum para a deliberação, tanto da deflagração quanto da Importante frisar, de imediato, a abusividade da agressão ou da ameaça dirigida a
cessação da greve. integrante da classe trabalhadora que não queira aderir à paralisação, haja vista constituir um direito
§ 2º - Na falta de entidade sindical, a assembléia geral dos trabalhadores potestativo que pode ser exercido apenaspelo cidadão por vontade livre.
interessados deliberará para os fins previstos no caput, constituindo Nesse sentido, importante referir que a Lei nº 7.783/89 disciplina, em seu art. 6º , que o
comissão de negociação. direito de greve jamais poderá se sobrepor a direitos e garantias fundamentais de outrem, caso
Assim, chegamos à conclusão de que, para se instaurar a greve, é preciso que contrário será considerado um abuso de direito e tornar-se-á ilegal, sujeitando o grevista à
haja prévia tentativa de conciliação, que deverá ser frustrada, Assembléia Geral convocada responsabilização trabalhista, civil ou penal, dependendo da situação do caso concreto.
especialmente para este fim e notificação prévia de, nomínimo, 48 horas. A Lei nº 7.783/89, que regulamenta o direito de greve, em seu art. 15 , exige sejam
responsabilizados perante as esferas penal, cível e trabalhista todos os trabalhadores que praticarem
DIREITOS DOS GREVISTAS E DO EMPREGADOR atos ilícitos ao longo da greve.
São assegurados aos grevistas durante a greve: o emprego de meios pacíficos de Optou-se por não criar figuras próprias na legislação com o intuito de punir os abusos
persuasão; a arrecadação de fundos, bem como, a livre divulgação do movimento. As empresas não de direito, utilizando-se as disposições legais já existentes noordenamento jurídico pátrio, tais como
podem frustrar a divulgação do movimento, assim como, adotar meios que forcem o empregado a os tipos penais referentes aos atos violentos que porventura sejam utilizados pelos grevistas, as
comparecer ao trabalho. Os grevistas não podem proibir o acesso ao trabalho daqueles que quiserem normas que regulam a reparação por perda e danos oriundos do excesso dos trabalhadores e a
fazê-lo. Ainda, é vedada a rescisão do contrato de trabalho durante a greve não abusiva, da mesma previsão de despedida por justa causa.
forma que contratar trabalhadores substitutos. Frisa-se que o simples movimento de greve é um direito legalizado, sendo que a justa
Neste sentido, assim dipõe a Lei 7.783/89: causa apenas caracterizar-se-á em caso de violação dos limites descritos na legislação, como, por
Artigo 5º - A entidade sindical ou comissão especialmente eleita representará exemplo, deflagração de greve ilegal .
os interesses dos trabalhadores nas negociações ou na Justiça do Trabalho. A fim de evitar qualquer confusão acerca da responsabilidade dos trabalhadores,
Artigo 6º - São assegurados aos grevistas, dentre outros direitos: quando do abuso do direito de greve, foi criada uma distinção doutrinária sobre o tema. Nesse
I - o emprego de meios pacíficos tendentes a persuadir ou aliciar os sentido, vale transcrever ensinamento deSUSSEKIND :
trabalhadores a aderirem à greve;
Os atos ilícitos de que tratamos no item anterior, configuradores do garantir, durante a greve, a prestação dos serviços indispensáveis ao
abuso do direito de greve, devem ser analisados em dois planos: atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade.
a) no da responsabilidade de dirigentes da entidade sindical pela deflagração
da greve, prática de atos ilícitos ou omissão quanto a providências impostas Parágrafo único - São necessidades inadiáveis, da comunidade aquelas que,
por lei; não atendidas, coloquem em perigo iminente a sobrevivência, a saúde ou a
segurança da população.
b) no da participação ativa de empregados na prática de atos ilícitos (piquetes
obstativos, “arrastão”, agressão física ou moral, ocupação de local de Artigo 12 - No caso de inobservância do disposto no artigo anterior, o Poder
trabalho, depredação de estabelecimento, máquina, equipamentos e outros Público assegurará a prestação dos serviços indispensáveis.
bens etc.), ou sua negativa em integrar turmas de emergência para a
prestação de serviços considerados indispensáveis pela lei. Artigo 13 - Na greve, em serviços ou atividades essenciais, ficam as
A constatação dos excessos cometidos, caracterizando a conduta abusiva e, portanto, entidades sindicais ou os trabalhadores, conforme o caso, obrigados a
afronta ao direito de greve, equivale ao ato ilícito e repercute na esfera cível, tornando certo o dever comunicar a decisão aos empregadores e aos usuários com antecedência
de reparar, de forma plena, todos os danos que em decorrência dos excessos cometidos, se tenha mínima de 72 (setenta e duas) horas da paralisação.
verificado. Artigo 14 - Constitui abuso do direito de greve a inobservância das normas
O abuso de direito, assim como o exercício irregular deste, extrapolando os limites juridicamente contidas na presente Lei, bem como a manutenção da paralisação após a
impostos, gera, para o infrator, o dever de indenizar os danos decorrentes do ato que lhe é imputado, celebração de acordo, convenção ou decisão da Justiça do Trabalho.
pouco importando, pelo que se colhe na legislação civil, se o dano é meramente moral.
Parágrafo único. Na vigência de acordo, convenção ou sentença normativa
SERVIÇOS ESSENCIAIS não constitui abuso do exercício do direito de greve a paralisação que:
A Constituição da República, ao assegurar o direito de greve dostrabalhadores como
direito social fundamental não a proíbe em atividadesessenciais. I - tenha por objetivo exigir o cumprimento de cláusula ou condição;
A harmonização do legítimo exercício do direito de greve com o princípio da II - seja motivada pela superveniência de fatos novo ou acontecimento
continuidade do serviço público é efetuada mediante previsão de que caberá à legislação imprevisto que modifique substancialmente a relação de trabalho.
infraconstitucional definir quais são as atividades essenciais,bem como dispor sobre o atendimento
das necessidades inadiáveis da comunidade. Estabelece ainda sujeição dos responsáveis por abusos GREVE NOS SERVIÇOS PÚBLICOS
às penas legais: O direito de greve na Administração pública é consubstanciado nanorma do art.
Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir 37, inciso VII, da Constituição brasileira de 1988. É direito constitucionalizado, portanto.
sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio
dele defender.
A Ação Civil Pública é um procedimento processual, adequado para ressarcimento dos danos
§ 1º - A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o causados ao meio ambiente, ao consumidor e demais interesses difusos. O que induz basearem-se
atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade. a ação e a condenação em lei substantiva que tipifique a infração a ser reconhecida pelo judiciário e
§ 2º - Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da lei. por ele punida.

Logo, uma greve não pode e nem deve ser declarada ilegal ou abusiva pela A ação de interdito proibitório destina-se à proteção preventiva da posse que se acha
circunstância de que é realizada em atividades essenciais. O que não exime os trabalhadores que iminência, ou sob ameaça, de ser molestada. Seus pressupostos objetivos são: estar o autor na
queiram exercer esse direito constitucional fundamental de submeter-se a termos e limites posse do bem;a ameaça de turbação ou esbulho por parte do réu; justo receio de vir a ser efetivadas
constitucionalmente e legalmente impostos, sob penade a greve ser legitimamente tida por abusiva a ameaça.
ou ilegal.
Neste sentido é a lei 7.7883/89:
As ações coletivas são propostas quando existe um dano que prejudica um conjunto de pessoas ou
Art. 10 São considerados serviços ou atividades essenciais:
mesmo a sociedade. Elas não se confundem com as ações em que existem mais de um autor, o
I - tratamento e abastecimento de água; produção e distribuição de chamado litisconsórcio ativo, ou mais de um réu, denominado de litisconsórcio passivo. A ação coletiva
energia elétrica, gás e combustíveis; que pode ser promovida por Associações, Sindicatos e pelo Ministério Público serve como instrumento
II - assistência médica e hospitalar; para a defesa dos direitos da classe trabalhadora.
III - distribuição e comercialização de medicamentos e alimentos; Nas ações coletivas, o direito pretendido costuma ser comum aos trabalhadores e o Sindicato atua
IV - funerários; como substituto processual da coletividade.
V - transporte coletivo; A execução de uma ação coletiva pode ser promovida pelo Autor do processo em benefício de toda a
VI - captação e tratamento de esgoto e lixo; VII - coletividade ou individualmente pelo beneficiário do título executivo. (Sentença final da ação coletiva)
telecomunicações; • Há algum tipo de ação na área trabalhista que possa ser utilizada como exemplo?
VIII - guarda, uso e controle de substâncias radioativas, equipamentos e Ações coletivas postulando o pagamento dos salários atrasados, do FGTS, do 13o salário, férias e de
materiais nucleares; outros benefícios contratuais não observados pelo empregador.
IX - processamento de dados ligados a serviços essenciais; X Tramitam perante o Judiciário Trabalhista, também, inúmeras ações coletivas postulando indenizações
- controle de tráfego aéreo; decorrentes de assédio moral coletivo ou práticas discriminatórias.
XI - compensação bancária. São comuns, também, as ações coletivas pleiteando a melhoria do ambiente do trabalho, visando a
proteção do trabalhador e da sua saúde, compelindo o empregador a promover obras ou pagar
Artigo 11 - Nos serviços ou atividades essenciais, os sindicatos, os adicionais.
empregadores e os trabalhadores ficam obrigados, de comum acordo, a
Art. 5º, LXX – o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por: a) partido político com As ações possessórias, também denominadas interditos possessórios seguindo a tradição do Direito
representação no Congresso Nacional; b) organização sindical, entidade de classe ou Romano, são as que têm por objetivo a defesa da posse, com fundamento na posse, em face da
associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos prática de três diferentes graus de gravidade de ofensa a ela cometida: esbulho, turbação ou
interesses de seus membros ou associados. ameaça.
Conceitualmente, o Mandado de Segurança Coletivo é instrumento constitucional que visa assegurar
a proteção de direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, contra atos Esbulho - ato de usurpação pelo qual uma pessoa é privada, ou espoliada, de coisa de que tenha
ou omissões por parte de autoridades cuja atuação se reveste de ilegalidade ou abuso de poder, propriedade ou posse
tendo como principal objetivo, a maior facilidade no acesso à justiça e consequentemente, uma A turbação ocorre quando um terceiro impede o livre exercício da posse sem que o legítimo possuidor
considerável celeridade, devido ao fato de permitir que pessoas jurídicas protejam os direitos de seus a perca integralmente e muitas vezes se dá por meio de um ato clandestino e violento.
membros, impedindo um eventual ajuizamento de inúmeras ações similares junto ao Poder Judiciário.
Súmula Vinculante nº 23, cujo teor apresenta o seguinte texto: “A Justiça do Trabalho é
competente para processar e julgar ação possessória ajuizada em decorrência do exercício do direito
A ação popular é uma ação constitucional posta à disposição de qualquer cidadão que visa a de greve pelos trabalhadores da iniciativa privada”.
invalidar ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade O verbete ganhou espaço no cenário jurídico brasileiro frente às inúmeras discussões sobre a
administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural (art. 5º, LXXIII, da CF, e Lei nº questão da ocupação de empresas e pátio das fábricas pelos próprios funcionários, quando em
4.717/65) exercício do direito de greve.
Sobre isso, insta dizer que a possibilidade de edição de súmulas vinculantes pelo STF trata-se
de permissivo constitucional após a publicação da Emenda Constitucional nº 45/2004.
3) LOCKOUT – AULA 7 Com efeito, a questão da ocupação de fábricas e instalações de empresas por trabalhadores grevistas
A lei da greve proíbe o lock out quando reza: "fica vedada a paralisação das sempre existiu, mas antes era julgado pela Justiça Comum, a exemplo da Apelação Cível n.
atividades, por iniciativa do empregador, com o objetivo de frustrar negociação ou dificultar o 991060603130, de relatoria do Desembargador Gil Coelho, em processo oriundo da Comarca de São
entendimento de reivindicações dos respectivos empregados", muito embora na prática não José dos Campos, julgada em 17.06.2010, em que o Apelado é o Banco Safra, quem ajuizou ação de
sofra punição a empresa que deste recurso se fizer. Amedida em que as Constituições interdito proibitório em face da atuação de grevistas bancários, sob invocação do artigo 927 do Código
foram evoluindo, o instituto da greve veio sendo considerado direito, ao contrario do lock out, de Processo Civil e apresentação de provas da turbação e esbulho sofrido, com o fim de possibilitar o
que sempre permaneceu ato delituoso. Certas leis o definiram como crime! Observamos livre movimento de pessoas em agências bancárias, o que estava sendo impedido em face do
entretanto que o simples fechamento da instalação não é lock out. Deve estar imbuído do movimento paredista deflagrado. O Apelante, o sindicato dos Bancários de São José dos Campos,
espirito de embatea semelhança da greve. interpôs apelação, sob alegação de incompetência da Justiça Comum Estadual. O Pleito foi provido e
Diz a lei 7.783/89: determinado a remessa do feito à Justiça do Trabalho[9].
Artigo 17 - Fica vedada a paralisação das atividades, por iniciativa do Além desse, outros conflitos envolvendo a questão da propriedade e o exercício do direito de
empregador, com o objetivo de frustrar negociação ou dificultar o atendimento greve. Como exemplo tem-se os precedentes que ensejaram o nascimento da referida Súmula
de reivindicações dos respectivos empregados lockout. Vinculante, quais foram o RE 579648, o CJ 6959, o RE nº 238737, o AI nº 611670, o AI nº 598457, o
RE nº 555075 e o RE 576803[10].
Parágrafo único - A prática referida no caput assegura aos trabalhadores o Tais fatos, similares a esses, fizeram com que o conflito de competência fosse dirimido pelo
direito à percepção dos salários durante o período de paralisação. STF, que somados a outros casos análogos, decidiu pela edição da Súmula Vinculante nº 23.
Entretanto, correntes doutrinárias entendem o lock out como direito do empregador, pelo Voto do ministro Cezar Peluso foi seguido pelo do ministro Dias Toffoli, quem argumentou
principio de isonomia em face dos trabalhadores que têm legitimado o direito de greve. Não que “as ações possessórias têm por natureza sua fungibilidade e elas podem ter exatamente sua
entendemos desta maneira, já que não há isonomia entre empregador e empregado, sendo aquele alteração conforme altera a realidade”, o que abarca também o interdito proibitório.
muito mais forte na mesade negociação. Outras correntes entendem o lock out como atitude anti-
social e nociva a qualquer desenvolvimento do Pais. As ações possessórias na Justiça do Trabalho tratam-se de uma nova modalidade de
O lock out não é manifestação idêntica a greve pois, na medida em quea greve mostra ação, a ser ajuizada necessariamente pelo empregador quando tiver a posse das instalações de
uma liberalidade de trabalhar ou não, o lock out. veda esta permissibilidade aos trabalhadores, sendo sua empresa ou seus bens móveis, antes destinado à atividade de trabalho pelo obreiro,
uma manifestação do poder econômico. utilizadas ilegalmente, ou na iminência disso acontecer, seja pela ação de um único empregado,
Trata-se em verdade não de um direito mas uma manifestação de forçacom objetivos ou massa de empregados; cujo rito deverá ser o comum ordinário, a ser endereçada ao juízo do
de demonstração de poder econômico, seja para ofensa, seja para defesa. local da prestação de serviço, ou seja, da situação do bem.
Nos dias correntes, além da punição ao empregador que do lock out sefizer proveito,
ainda cabe a ele prestar uma indenização pecuniária aos empregados por força de lei.
5) Possibilidade de interdito proibitório – aula 07
Vem se estendendo, entretanto, uma posição doutrinária em aceitar o lock out de
maneira defensiva, que vise proteger os interesses sociais e a garantiado direitos trabalhistas em Cabimento
face das agressões políticas e econômicas.
A ação de interdito proibitório destina-se à proteção preventiva da posse que se acha iminência, ou sob
ameaça, de ser molestada. Seus pressupostos objetivos são: estar o autor na posse do bem;a ameaça
4) SUMULA 23 STF de turbação ou esbulho por parte do réu; justo receio de vir a ser efetivadas a ameaça.

Súmula Vinculante 23 - Ações possessórias Nos termos do artigo 555 do CPC o autor pode requerer: I) condenação do requerido em perdas e
danos; II) indenização dos frutos que deixou de receber; III) imposição de medida que evite nova
A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar ação possessória ajuizada em turbação ou esbulho.
decorrência do exercício do direito de greve pelos trabalhadores da iniciativa privada. BASE LEGAL
O direito de defender a posse em face de violência iminente encontra amparo no caput, do artigo 1.210, 1. Legitimidade ativa: Possuidor direto ou indireto da coisa
do CC; já a ação de interdito proibitório encontra disciplina nos artigos 567 e 568 do CPC. Assim como nos demais interditos, é necessário comprovar que o autor da ação é o possuidor da
coisa a ser protegida. Não importa se a posse é direta ou indireta.
O réu estará sujeito ao pagamento de pena pecuniária caso descumpra a ordem judicial (art. 567 do
Novo PC).
Relembrando:
O ingresso de uma ação possessória em vez de outra, não impedirá o seu conhecimento (art. 554 do
CPC).
POSSE Exercício do poder de fato sobre a coisa. Ex.: locatário (quem reside em uma casa
O que é o interdito proibitório e quando ele é cabível? DIRETA alugada)
Interdito proibitório é um mecanismo processual de defesa utilizado para impedir agressões
iminentes que ameaçam a posse de alguém. É um instrumento ágil e rápido utilizado principalmente POSSE O possuidor não possui contato físico direto com a coisa, mas é o titular da
contra ameaças de ocupações de imóveis ou de propriedades rurais. INDIRETA propriedade. Ex.: locador de um imóvel
É uma ação manejada quando há iminência de a propriedade ser turbada ou esbulhada, apesar de não A posse precisa ser atual, pois, caso a posse já tenha sido perdida ou sequer tenha se iniciado, não
ter ocorrido ainda ato material nesses dois sentidos. Há apenas uma ameaça expressa. será o interdito proibitório a ação cabível.
O pressuposto da ação está presente no artigo 1.210 do Código Civil, que dispõe que: De acordo com o Código Civil:
Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação, restituído no de Art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum
esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado. (destaques dos poderes inerentes à propriedade.
nossos) Art. 1.197. A posse direta, de pessoa que tem a coisa em seu poder, temporariamente, em virtude de
O interdito proibitório no CPC direito pessoal, ou real, não anula a indireta, de quem aquela foi havida, podendo o possuidor direto
A ação em si tem previsão no artigo 567 do Código de Processo Civil, que diz que: defender a sua posse contra o indireto.
Art. 567. O possuidor direto ou indireto que tenha justo receio de ser molestado na posse poderá Sobre a condição de possuidor, ensina o professor Carlos Roberto Gonçalves, em sua obra Direito
requerer ao juiz que o segure da turbação ou esbulho iminente, mediante mandado proibitório Civil Brasileiro:
em que se comine ao réu determinada pena pecuniária caso transgrida o preceito. “Exige-se a condição de possuidor para a propositura dos interditos (CPC, art. 560), mesmo que não
Em resumo, o interdito proibitório é uma ordem judicial que visa a repelir algum tipo de ameaça à posse tenha título (possideo quod possideo). O detentor, por não ser possuidor, não tem essa faculdade.
de determinado possuidor. Garante, assim, ao possuidor a devida segurança para impedir que se Não basta ser proprietário ou titular de outro direito real. Se somente tem o direito, mas não a posse
concretize tal ameaça, acompanhada de pena ou castigo para a hipótese de falta de cumprimento dessa correspondente, o agente terá de valer-se da via petitória, não da possessória, a não ser que se trate
ordem. de sucessor de quem detinha a posse e foi molestado.
“Nesses casos, é possível que o juiz fixe determinada pena pecuniária caso o réu transgrida a ordem Com efeito, o herdeiro ou sucessor mortis causa encontra-se, em matéria possessória, em
expressa pelo mandado proibitório”, explica João Aguirre, professor da LFG e doutor em Direito Civil. situação privilegiada, pois presume a lei que “continua de direito a posse do seu
Presente no Código Civil desde o início do século 20, o interdito proibitório foi utilizado por latifundiários antecessor” (CC, art. 1.207). Assim, não necessita provar a sua posse anterior, mas apenas a do de
e empresários para evitar a ocupação de suas terras ou para impedir greves de ocupação, quando os cujus.” (GONÇALVES, 2022, p. 909) (destaques nossos)
funcionários paravam as atividades e se mantinham dentro da empresa.
2. Pressuposto: Ameaça à posse
Como funciona o interdito proibitório? O autor continua na posse, ainda não está sendo violado, mas existe a real possibilidade de que em
Diferentemente dos casos de reintegração de posse, em que se verifica a perda do bem, o interdito breve será. Tal ameaça deve ser condizente, a fim de causar dúvida ao possuidor em perder a posse.
proibitório trata da denominada agressão potencial. Essa agressão deve ser devidamente Em relação ao requisito do justo receio de turbação ou esbulho iminente de posse, a doutrina de
comprovada, para que se expeça o mandado proibitório. Carlos Roberto Gonçalves ensina que: É necessário que tenha havido um ato que indique certeza de
Para tanto, é necessário que a petição inicial esteja devidamente instituída e com a ameaça estar a posse na iminência de ser violada. Para vencer a demanda, o autor deve demonstrar que o seu
devidamente comprovada. Caso contrário, o juiz poderá designar a realização de audiência de receio é justo, fundado em fatos ou atitudes que indicavam a iminência e a inevitabilidade de moléstia
justificação, momento em que o possuidor deverá comprovar o receio de ser molestado. à posse. (GONÇALVES, 2022, p. 329)”
O interdito proibitório segue o mesmo rito das demais ações possessórias (reintegração de posse
e manutenção de posse), segundo o artigo 568 do CPC. 3. Mandado liminar
Art. 568. Aplica-se ao interdito proibitório o disposto na Seção II deste Capítulo. O interdito proibitório é regido pelas mesmas normas processuais que regulam as ações de manutenção
e reintegração de posse.
Esquema sobre turbação e esbulho Assim, para concessão de mandado liminar, deve ser aplicado o disposto no artigo 562 do CPC:
É cabível ação Art. 562. Estando a petição inicial devidamente instruída, o juiz deferirá, sem ouvir o réu, a
ESBULHO O possuidor perde completamente a posse da coisa de reintegração de expedição do mandado liminar de manutenção ou de reintegração, caso contrário, determinará
posse que o autor justifique previamente o alegado, citando-se o réu para comparecer à audiência que
for designada.
É cabível ação Parágrafo único. Contra as pessoas jurídicas de direito público não será deferida a manutenção ou a
O possuidor sofre dificuldades no exercício pleno da sua
TURBAÇÃO de manutenção de reintegração liminar sem prévia audiência dos respectivos representantes judiciais. (destaques nossos)
posse, sem perdê-la completamente
posse A não demonstração de cumprimento dos requisitos da petição inicial não causará, de pronto,
A turbação ou o esbulho ainda não se concretizaram, mas a extinção do processo, apenas a denegação da medida liminar. Nesse caso, o juiz intimará o autor
É cabível ação para justificar previamente o alegado, citando-se o réu para comparecer à audiência que for designada.
AMEAÇA existe risco real de que um deles venha a ocorrer se não
de interdito proibitório É possível que o mandado liminar seja expedido após a justificação do autor, caso ela seja considerada
houver a intervenção adequada
suficiente para a prova dos fatos.
Interdito proibitório em 5 passos:
Art. 563. Considerada suficiente a justificação, o juiz fará logo expedir mandado de manutenção ou de
reintegração.
4. Pedido de cominação de multa 6) FORMAS DE RESOLUÇÃO DE CONFLITOS EXTRAJUDICIAIS – AULA 5
A possibilidade de cominação ao réu de determinada pena pecuniária é a principal maneira de se fazer Art. 507-A. Nos contratos individuais de trabalho cuja remuneração seja superior a duas vezes o
cumprir o preceito do interdito proibitório. limite máximo estabelecido para os benefícios do Regime Geral de Previdência Social, poderá ser
O professor Paulo Lobo explica que: pactuada cláusula compromissória de arbitragem, desde que por iniciativa do empregado ou
“No interdito proibitório (CPC, art. 567), o juiz não aplica nenhuma penalidade, mas sim a mediante a sua concordância expressa, nos termos previstos na Lei no 9.307, de 23 de setembro
cominação de uma pena pecuniária para o caso de transgressão do mandado judicial.” (LÔBO, de 1996. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
P. Direito Civil. 7. ed. São Paulo: Saraiva, 2022. E-book.) (destaques nossos)
Assim, será possível o pedido no sentido de impor ao réu multa, a fim de inibir a prática de demais atos Para sintetizar este trabalho falaremos sobre as formas heterônomas de solução extrajudicial de
que venham causar turbação ou esbulho. conflitos trabalhistas, são elas: arbitragem, mediação e conciliação.
Arbitragem é o tipo de solução de conflitos mediante o qual a decisão lançada em laudo arbitral efetiva-
5. Procedimento do interdito proibitório se por um terceiro, árbitro, estranho a relação entre os sujeitos em controvérsia e, em geral, por eles
Segundo o artigo 568 do Código de Processo Civil, a ação de interdito proibitório seguirá o escolhido.
procedimento atinente à ação de reintegração de posse e manutenção de posse, previsto nos
artigos 560 a 566 do CPC. Aplica-se, quanto ao mais, o procedimento comum. Arbitragem no Direito Coletivo do Trabalho

O que é o interdito proibitório na Justiça do Trabalho? No direito coletivo do trabalho não há dúvidas acerca da efetiva validade do mecanismo arbitral
A ação de interdito proibitório também é constantemente utilizada na Justiça do Trabalho. A ação é na busca da solução de conflitos coletivos trabalhistas, até porque a própria Constituição Federal no
ajuizada por empregadores, buscando evitar que os trabalhadores da empresa instalem movimentos artigo 114 parágrafo 1º faz referência a arbitragem facultativa.
grevistas que impeçam clientes ou outros trabalhadores de entrar no ambiente de trabalho. No direito coletivo brasileiro a arbitragem é facultativa, submentendo-se à escolha dos sujeitos
A Súmula Vinculante 23 prevê que: coletivos trabalhistas.
A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar ação possessória ajuizada em decorrência À partir da Constituição Federal algumas leis fizeram referencia ao processo arbitral, como por
do exercício do direito de greve pelos trabalhadores da iniciativa privada. exemplo a Lei de Greve que subordina a validade do instituto paredista a frustação da negocição
Cuidado! Pois, mesmo quando é de competência da Justiça do Trabalho, o interdito proibitório continua coletiva e subsequente inviabilização de recurso à via arbitral.
sendo uma ação possessória. Ou seja, só pode ser utilizado no caso de ameaça real de esbulho O mesmo diploma referindo-se a cessação do movimento paredista estipula que a regulação
ou turbação de posse, não podendo servir como meio de inibir a realização de uma greve lícita. das obrigações durante o periodo de greve são regidas por decisão judicial trabalhista ou por
Nesse sentido é a jurisprudência: instrumento normativo coletivo entre estes o laudo arbitral.
O Plenário desta Corte, no julgamento do RE 579.648/MG, após reconhecer a repercussão geral do A Lei de Participação nos Lucros diz que as partes poderão utilizar-se da mediação ou da
tema, concluiu pela competência da Justiça do Trabalho para apreciar e julgar ação de interdito arbitragem de ofertas finais para a solução do litigio tendo o laudo arbitral força normativa.
proibitório em que se busca garantir o livre acesso de funcionários e de clientes a agências Assim, a arbitragem no Direito Coletivo do Trabalho resulta de deliberaçãodas partes
bancárias. 2. Agravo regimental não provido. (RE 491.780 AgR, rel. min. Dias Toffoli, 1ª T, j. 4-10-2011, coletivas trabalhistas no contexto da negociação coletiva, não se confundindo com as relações
DJE 215 de 11-11-2011.) meramente bilaterais de trabalho, pois dá origem a regras jurídicas, isto é, dispositivos gerais,
AÇÃO CIVIL PÚBLICA. MOVIMENTO GREVISTA. INTERDITO PROIBITÓRIO. MEIO DE INIBIÇÃO. abstratos, impessoais e obrigatórios no âmbito das respectivas bases coletivas representadas.
ASSÉDIO PROCESSUAL CONFIGURADO. DANO MORAL COLETIVO. INDENIZAÇÃO DEVIDA. A O ilustre Desembargador Cláudio Vianna de Lima, em magnífico trabalho intitulado "A solução
norma processual exige um justo receio para a concessão de mandado proibitório, não havendo dos conflitos trabalhistas através da arbitragem", ao falar sobre o tema, nos ensina:
como vislumbrá-lo em atitude prevista expressamente em texto legal que assegura aos grevistas "Vence-se, na verdade, uma etapa, no Direito Brasileiro, em que o Instituto
o emprego de meios pacíficos tendentes a persuadir ou aliciar os trabalhadores a aderirem à da Arbitragem, foi, sempre, maltratado pelo legislador e pela própria lei.
greve. Inteligência do art. 6º da Lei nº 7.783/89 e art. 932 do CPC. Apelo obreiro provido. (TRT1 – ACP Em decorrência de preconceitos, injustificáveis, contra a solução de
0000185-51.2012.5.01.0006, Relator(a): Des. Rosana Salim Villela Travesedo, 10ª Turma, julgamento conflitos pelos particulares, fora da Justiça do Estado, e da dificuldade,
em 06/07/2015, publicação 31/07/2015) generalizada, de se assimilar o instituto, que tem o seu fundamento no
princípio, universal, da autonomia da vontade, no consenso das partes, e
O outro lado da questão: Perspectiva dos trabalhadores não no poder soberano do Estado, impondo decisões por julgadores de
Líderes de movimentos populares e movimentos sindicais consideram o interdito proibitório um sua escolha".
desrespeito ao Art. 9 da Constituição Brasileira. Vale aqui transcrever também a conclusão do jurista Georgenor de Souza Franco Filho:
Isso porque ele impõe, na visão dessas pessoas, mecanismos que proíbem os trabalhadores de exercer "Através da solução arbitral dos conflitos trabalhistas poderá se ter
a greve, vetando, por exemplo: condições de encontrar almejada convivência pacífica entre os fatores de
produção, a partir de que o capital e trabalho em comum acordo, atribua a
 A distribuição de panfletos e boletins; um terceiro, privado, independente e isento, a busca dos remédios para
 Utilização de carros de som nos arredores das empresas; sarar seus desentendimentos. É forma válida para se obter a composição
 Reunião e organização de pessoas. das divergências entre categorias econômica e profissional, e aperfeiçoar
Muitas vezes, são aplicadas multas altíssimas em caso de descumprimento do interdito proibitório, o a distribuição da riqueza. Não é mecanismo utópico. Aocontrário, com a
que pode, inclusive, inviabilizar a atuação sindical. sua boa implementação e o conhecimento acurado de suas técnicas,
Além disso, argumenta-se que o mecanismo legitima a ação violenta da Polícia Militar, o que, muitas poderá ser a fórmula que se busca para o perfeito entendimento entre os
vezes, resulta no uso desnecessário de violência contra manifestantes, estudantes e trabalhadores parceiros sociais."
rurais.
Mediação não condição da ação a passagem prévia pela entidade conciliatória extrajudicial correspondente.
Para esta linha, a obrigatoriedade da passagem pela comissão se desconsiderada pela parte
Mediação consiste na conduta pela qual determinado agente/terceiro imparcial em face dos não implicaria nulidade processual absoluta e insanável, pois a instigação a conciliação é dever do
interesses contrapostos das respectivas partes conflituosas busca auxilia-los e, até mesmo, instigá- magistrado no início da audiência (art.846 CLT) e tal obrigação teria o condão de sanar o vício
los a composição cujo teor será, porém, decidido pelas próprias partes. percebido.
O mediador não assume poderes decisórios e a solução final fica por conta das partes. O mediador Assim, não se declarando nulidade no direito processual do trabalho caso não se verifique
contribui para o diálogo entre as partes fornecendo-lhes argumentos convergentes, aparando manifesto prejuizo as partes litigantes ou caso seja possivel suprir-se a falta ou repetir-se o ato.
divergencias, instigando à resolução pacíficada controvérsia. Portanto, a conciliação tentada pelo juiz elidiria eventual prejuizo resultante da omissão
Antes de 1988 a mediação era compulsória nos conflitos laborais coletivos a ser realizada pelas extrajudicial, até porque tal conduta viabiliza o princípio do direito à inafastabilidade do controle
autoridades do Ministério do Trabalho. jurisdicional inserto no artigo 5º inciso XXXV da Constituição Federal.
A compulsoriedade não foi recepcionada pela Constituição Federal (art. 8º I CF), todavia, Em suma, as empresas e os sindicatos podem instituir Comissões de Conciliação Prévia, de
permanece a possibilidade da mediação voluntária quer seja escolhida pelas partes coletivas, quer composição paritária, com representantes dos empregados e dos empregadores, com a atribuição de
seja, instigada pelos órgãos especializados do referido Ministério, sem poderem punitivos em caso tentar conciliar os conflitos do trabalho, todavia, não podem ser obrigatórias. A mesma, quando bem
de simples omissão ou recusa por tais partes. implantada, é deeficácia e pertinência total, uma vez que atribui as partes o poder de regularizar as
Os mediadores não se resumem aos agentes especializados do Ministério do Trabalho – pendências trabalhistas.
auditores fiscais, mas também pode ser profissionais da vida civil escolhidos pelas partes.
No caso de mediação no Ministério do Trabalho essa se realiza mediante “Mesa Redonda” na 7) ACORDO E CONVENÇÃO COLETIVA – ART 611-A
qual o mediador tenta a resolução do conflito. Acordo Coletivo
No quadro de diversificação dos agentes de mediação coletiva na área trabalhista tem
assumido destaque o Ministério Público do Trabalho, seus membros têm atuado na qualidade de Acordo coletivo é o instrumento assinado por sindicato de trabalhadores e por uma ou mais empresas
mediadores elaborando o Termo de Ajuste de Conduta no qual as partes se comprometem a cumprir. e que contém o conjunto de normas que regerão as relações de trabalho dos empregados dessas
Alguns autores entendem que a mediação e a conciliação não são formas de solução de empresas que sejam representados pelo sindicato.
conflito, mas meios autocompositivos, pois não entregam a terceiro o poder de decidir o litígio, ainda O acordo coletivo de trabalho, como instrumento de caráter normativo, pode ser celebrado pelos
que sendo inegável sua participação na dinâmica compositiva. sindicatos representativos das categorias profissionais com uma ou mais empresas da correspondente
A mediação propicia às partes a análise de diferenciados pontos de vista, estimulando a categoria econômica, visando estipular condições de trabalho aplicáveis no âmbito da empresa ou das
discussão, apontando fatos importantes e facilitando o entendimento. Em nenhum momento estimula empresas acordantes às respectivas relações de trabalho (art. 611, § 1º, CLT).
a contenda, mas o entendimento, e não tomará partido.
O emprego da mediação deve evidenciar que uma sociedade plural necessita de soluções Portanto, o acordo coletivo de trabalho refere-se à negociação coletiva desenvolvida em nível de
diferenciadas e criativas, que possam atender as divergentes demandas, vencendo alguns empresa, com efeitos somente aplicáveis à(s) empresa(s) e trabalhadores envolvidos.
problemas cruciais da Justiça, como morosidade dos processos.
Para a celebração do acordo não é necessária a presença do sindicato representante da categoria
Os efeitos pedagógicos sobre a sociedade, motivados por este instrumento, também devem
econômica, sendo certo que o art. 8º, VI da Constituição Federal, ao considerar obrigatória a
ser positivos, principalmente no que tange à cultura do entendimento, não do confronto e da solução
participação dos sindicatos nas negociações coletivas de trabalho, não se referiu ao sindicato patronal,
rápida e eficiente para as contendas que, de outra forma, demandariam dispêndio significativo de
mas apenas ao sindicato profissional. Isso porque, como explica Mauricio Godinho Delgado, “o
tempo e recursos.
empregador, por sua própria natureza, já é um ser coletivo (já estando, portanto, naturalmente
Comissões de Conciliação Prévia encouraçado pela proteção coletiva), ao passo que os trabalhadores apenas adquirem essa qualidade
A Lei 9.958 de 12 de janeiro de 2000 inseriu título novo na Consolidação das Leis do Trabalho. mediante sua atuação coletiva mesmo”.200

A lei autoriza a instituição de Comissões de Conciliação Prévia nas empresas ou grupos de De abrangência restrita, o acordo coletivo de trabalho não obriga empresas que não participaram da
empresas, em sindicatos ou grupos de sindicatos (comissões intersindicais). negociação coletiva respectiva nem abrange seus empregados, ainda que se trate das mesmas
As comissões tem sua constituição e normas de funcionamento definidas em negociação categorias econômica e profissional.
coletiva. Os núcleos intersindicais tem apenas sua constituição regulada por negociação coletiva e as Convenção Coletiva
comissões empresariais dispensadas de tais requisitos.
Estes entes tem a atribuição de tentar conciliar os conflitos individuais de trabalho. Convenção Coletiva de Trabalho: Convenção coletiva é instrumento assinado por sindicato de
As demandas tem que se submeter a passagem prévia pelas comissões ou núcleos desde que trabalhadores e sindicato de empresas e que contém o conjunto de normas que regerão as relações de
existentes na localidade de prestação de serviços como condiçãopara eventual ação trabalhista. trabalho das empresas e empregados que são representados pelos sindicatos respectivos.
Submetida a controversia à conciliação se frustrada, o documento deve ser juntado na futura
ação trabalhista. Havendo conciliação vira título executivo extrajudicial e terá eficácia liberatória geral, Convenção coletiva de trabalho “é o acordo de caráter normativo, pelo qual dois ou mais sindicatos
exceto quanto as parcelas expressamente ressalvadas. representativos de categorias econômicas e profissionais estipulam condições de trabalho aplicáveis,
A dinamica das comissões de conciliação prévia inicia-se com a formulação por escrito da no âmbito das respectivas representações, às relações individuais de trabalho” (art. 611, CLT).
demanda ou sua redução a termo pelo membro de tais entidades, sendo entregue cópia datada e Assim, convenção coletiva de trabalho é um instrumento negociado em nível de categorias econômicas
assinada ao interessado. Se houver mais que uma entidade vale aquela que o interessado escolher e profissionais, representadas pelos respectivos sindicatos, aplicando-se suas cláusulas a todos os
ou aquela que primeiro conhecerdo pedido. seus integrantes.
As entidades tem 10 (dez) dias para conciliar, à partir da provocação do interessado. Tal
provocação suspende o curso da prescrição trabalhista que recomeça a fluir pelo que resta à partir A doutrina não é pacífica em relação à natureza jurídica da convenção coletiva de trabalho,
da negociação frustrada ou esgotamento do prazo. identificando-se três correntes:
Importante ressaltar que tem crescido vertente que enquadra como pressuposto processual e
■ contratualista — busca no contrato o fundamento da natureza jurídica da convenção coletiva, II – Prazo de vigência;
analisando a questão a partir da sua elaboração, celebração. É considerado um posicionamento falho,
pois não explica os efeitos da convenção coletiva, principalmente no que tange à inserção de suas III – Categorias ou classes de trabalhadores abrangidas pelos respectivos dispositivos;
cláusulas nos contratos individuais de trabalho. Octavio Bueno Magano, afirmando ser a convenção IV – Condições ajustadas para reger as relações individuais de trabalho durante sua vigência;
coletiva de trabalho um negócio jurídico, adota a corrente contratualista.201
V – Normas para a conciliação das divergências sugeridas entre os convenentes por motivos da
■ normativa — considera a característica própria da convenção coletiva, que, de maneira geral,
abstrata e com força coercitiva, cria direitos e obrigações, para afirmar que se trata de um pacto de aplicação de seus dispositivos;
caráter normativo. A crítica que se faz é que também se trata de um posicionamento parcial, pois limita- VI – Disposições sobre o processo de sua prorrogação e de revisão total ou parcial de seus
se a examinar os efeitos da convenção coletiva, não examinando sua elaboração. Trata-se da posição
adotada pelo legislador (“acordo de caráter normativo”). dispositivos;
■ mista — surge a partir das correntes acima indicadas, considerando a natureza jurídica da convenção VII – Direitos e deveres dos empregados e empresas;
coletiva tanto do ponto de vista da elaboração, como do ponto de vista dos efeitos: quanto à elaboração
VIII – Penalidades para os Sindicatos convenentes, os empregados e as empresas em caso de violação
realmente estamos diante de um contrato, mas quanto aos seus efeitos é preciso examinar sobre dois
de seus dispositivos.
aspectos: cláusulas obrigacionais (que vinculam apenas os sujeitos contratuais) e cláusulas normativas
(que vinculam e beneficiam todos os trabalhadores). Forma: Escrita, sem rasuras ou emendas. (art. 613, § único da CLT).
Amauri Mascaro Nascimento afirma que “há cláusulas obrigacionais que vinculam apenas as partes Classificação: Obrigacionais (criam direitos e obrigações) ou normativas (regem as relações de
estipulantes e há cláusulas normativas que são aplicáveis aos contratos individuais de trabalho, e desse trabalho, inclusive estabelecendo vantagens).
duplo tipo de cláusula é que resulta sua natureza mista”.202
Prazo de vigência: 2 (dois) anos, art.614, § 3o da CLT, não pode ser prorrogada.
Os sujeitos legitimados a negociar convenções coletivas de trabalho são apenas os sindicatos, de um
lado, o de trabalhadores, de outro lado, o patronal, e subsidiariamente, na falta de sindicato, poderão a Multa por descumprimento: É possível estipular na norma coletiva multa por descumprimento.
federação e a confederação assumir a negociação (art. 611, § 2º, CLT). Depósito da norma coletiva: Uma vez assinada a norma coletiva, deve o instrumento ser depositado
As partes da convenção coletiva são as categorias, profissional e econômica, uma vez que, como no Ministério, segundo a CLT. O TST entende que esse depósito cuida de uma formalidade
instrumento de regulamentação das condições de trabalho, é sobre elas que seus efeitos se projetam. administrativa, de maneira que a norma coletiva vale independentemente do depósito ter sido realizado.
Revisão da norma coletiva: Pode ser revista antes de finalizado o período de término.
O art. 611 da CLT: Convenção Coletiva de Trabalho é o acordo de caráter normativo, pelo qual dois
ou mais Sindicatos representativos de categorias econômicas e profissionais estipulam condições de Denúncia: é o ato pelo qual uma das partes comunica à outra parte coletiva a sua intenção de terminar
trabalho aplicáveis, no âmbito das respectivas representações, às relações individuais de trabalho. antecipadamente o ajuste, antes do fim da vigência da norma coletiva.
§ 1º É facultado aos Sindicatos representativos de categorias profissionais celebrar Acordos Coletivos Revogação: Ato bilateral por meio do qual as partes, em comum acordo, resolvem acabar com a
com uma ou mais empresas da correspondente categoria econômica, que estipulem condições de vigência da norma coletiva antes do termo final.
trabalho, aplicáveis no âmbito da empresa ou das acordantes respectivas relações de trabalho.
Qualquer dessas práticas fica sujeita à aprovação da assembleia de trabalhadores, art. 615, caput e §
Constata-se que o sindicato dos trabalhadores é signatário em qualquer dos regramentos, atendendo 1º, da CLT:
ao disposto no art. 8º, VI, da CF:É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte:
Art. 615. O processo de prorrogação, revisão, denúncia ou revogação total ou parcial de Convenção ou
VI – é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de trabalho Acordo ficará subordinado, em qualquer caso, à aprovação de Assembleia Geral dos Sindicatos
convenentes ou partes acordantes, com observância do disposto no art. 612.
§ 1º O instrumento de prorrogação, revisão, denúncia ou revogação de Convenção ou Acordo será
Pode a convenção coletiva ser assinada por uma Federação ou uma Confederação? Se a depositado para fins de registro e arquivamento, na repartição em que o mesmo originariamente foi
categoria não estiver organizada em um sindicato (não foi criado um sindicato), a Federação e, na falta depositado observado o disposto no art. 614.
dessa, a Confederação pode assinar a norma coletiva:
Art. 611 A da CLT
CLT Art. 611 (...) § 2º As Federações e, na falta desta, as Confederações representativas de categorias
econômicas ou profissionais poderão celebrar convenções coletivas de trabalho para reger as relações  Convenção coletiva. Acordo coletivo. Prevalência sobre a lei
das categorias a elas vinculadas, inorganizadas em Sindicatos, no âmbito de suas representações.
Obs.: Se o sindicato for procurado para assumir a negociação coletiva com uma empresa e ficar inerte Art. 611-A
por 8 (oito) dias ou se recusar a assumir, pode-se ir em busca da Federação e na sua falta - A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm prevalência sobre a lei quando, entre outros,
Confederação (art. 617 da CLT) dispuserem sobre:

I - pacto quanto à jornada de trabalho, observados os limites constitucionais;


Requisitos da norma coletiva: As convenções e os acordos coletivos devem possuir um conteúdo II - banco de horas anual;
mínimo previsto em lei, conforme art. 613 da CLT:
CLT Art. 613: As Convenções e os Acordos deverão conter obrigatoriamente: III - intervalo intrajornada, respeitado o limite mínimo de trinta minutos para jornadas superiores a seis
horas;
I – Designação dos Sindicatos convenentes ou dos Sindicatos e empresas acordantes;
IV - adesão ao Programa Seguro-Emprego (PSE), de que trata a Lei 13.189, de 19/11/2015; III - valor dos depósitos mensais e da indenização rescisória do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço
(FGTS);
V - plano de cargos, salários e funções compatíveis com a condição pessoal do empregado, bem como
identificação dos cargos que se enquadram como funções de confiança; IV - salário-mínimo;

VI - regulamento empresarial; V - valor nominal do décimo terceiro salário;

VII - representante dos trabalhadores no local de trabalho; VI - remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;

VIII - teletrabalho, regime de sobreaviso, e trabalho intermitente; VII - proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa;

IX - remuneração por produtividade, incluídas as gorjetas percebidas pelo empregado, e remuneração VIII - salário-família;
por desempenho individual;
IX - repouso semanal remunerado;
X - modalidade de registro de jornada de trabalho;
X - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em 50% (cinquenta por cento) à do
XI - troca do dia de feriado; normal;

XII - enquadramento do grau de insalubridade; XI - número de dias de férias devidas ao empregado;

XIII - prorrogação de jornada em ambientes insalubres, sem licença prévia das autoridades XII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal;
competentes do Ministério do Trabalho;
XIII - licença-maternidade com a duração mínima de cento e vinte dias;
XIV - prêmios de incentivo em bens ou serviços, eventualmente concedidos em programas de incentivo;
XIV - licença-paternidade nos termos fixados em lei;
XV - participação nos lucros ou resultados da empresa.
XV - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei;
§ 1º - No exame da convenção coletiva ou do acordo coletivo de trabalho, a Justiça do Trabalho
observará o disposto no § 3º do art. 8º desta Consolidação. [[CLT, art. 8º.]] XVI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei;

§ 2º - A inexistência de expressa indicação de contrapartidas recíprocas em convenção coletiva ou XVII - normas de saúde, higiene e segurança do trabalho previstas em lei ou em normas
acordo coletivo de trabalho não ensejará sua nulidade por não caracterizar um vício do negócio jurídico. regulamentadoras do Ministério do Trabalho;

§ 3º - Se for pactuada cláusula que reduza o salário ou a jornada, a convenção coletiva ou o acordo XVIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas;
coletivo de trabalho deverão prever a proteção dos empregados contra dispensa imotivada durante o
prazo de vigência do instrumento coletivo. XIX - aposentadoria;

§ 4º - Na hipótese de procedência de ação anulatória de cláusula de convenção coletiva ou de acordo XX - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador;
coletivo de trabalho, quando houver a cláusula compensatória, esta deverá ser igualmente anulada,
sem repetição do indébito. XXI - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional de cinco
anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de
§ 5º - Os sindicatos subscritores de convenção coletiva ou de acordo coletivo de trabalho deverão trabalho;
participar, como litisconsortes necessários, em ação individual ou coletiva, que tenha como objeto a
anulação de cláusulas desses instrumentos. XXII - proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do trabalhador
com deficiência;
Art. 611 B da CLT
XXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito anos e de qualquer
 Convenção coletiva. Acordo coletivo. Objeto ilícito trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos;

Art. 611-B - Constituem objeto ilícito de convenção coletiva ou de acordo coletivo de trabalho, XXIV - medidas de proteção legal de crianças e adolescentes;
exclusivamente, a supressão ou a redução dos seguintes direitos:
XXV - igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e o trabalhador
I - normas de identificação profissional, inclusive as anotações na Carteira de Trabalho e Previdência avulso;
Social;
XXVI - liberdade de associação profissional ou sindical do trabalhador, inclusive o direito de não sofrer,
II - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário; sem sua expressa e prévia anuência, qualquer cobrança ou desconto salarial estabelecidos em
convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho;
XXVII - direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e  prêmios de incentivo em bens ou serviços,  adicional de remuneração para as atividades
sobre os interesses que devam por meio dele defender; eventualmente concedidos em programas penosas, insalubres ou perigosas
de incentivo  aposentadoria
XXVIII - definição legal sobre os serviços ou atividades essenciais e disposições legais sobre o  participação nos lucros ou resultados da  seguro contra acidentes de trabalho, a cargo
atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade em caso de greve; empresa. do empregador
 prazo prescricional em ação de crédito
XXIX - tributos e outros créditos de terceiros; trabalhista
 proibição de trabalho noturno, perigoso ou
XXX - as disposições previstas nos arts. 373-A, 390, 392, 392-A, 394, 394-A, 395, 396 e 400 desta insalubre a menores de dezoito anos e de
Consolidação. qualquer trabalho a menores de dezesseis
anos, salvo na condição de aprendiz, a partir
Parágrafo único - Regras sobre duração do trabalho e intervalos não são consideradas como normas de quatorze anos
de saúde, higiene e segurança do trabalho para os fins do disposto neste artigo.  medidas de proteção legal de crianças e
adolescentes
Art. 620 da CLT  igualdade de direitos entre o trabalhador
permanente e o avulso
 Convenção coletiva. Acordo coletivo. Prevalência  Dentre outros

Art. 620 - As condições estabelecidas em acordo coletivo de trabalho sempre prevalecerão sobre as
estipuladas em convenção coletiva de trabalho.
8) Nos casos de greve o empregador pode contratar?
O legislador limita a autonomia das partes nessas negociações, por isso é preciso ficar atento quanto
aos direitos a serem tratados. A tabela com base nos artigos 611 – A e B para facilitar o entendimento: LEI Nº 7.783, DE 28 DE JUNHO DE 1989. - Art. 9º Durante a greve, o sindicato ou a comissão de
negociação, mediante acordo com a entidade patronal ou diretamente com o empregador, manterá em
Assuntos passíveis de acordos e convenções Vedações aos acordos e convenções atividade equipes de empregados com o propósito de assegurar os serviços cuja paralisação resultem
em prejuízo irreparável, pela deterioração irreversível de bens, máquinas e equipamentos, bem como
a manutenção daqueles essenciais à retomada das atividades da empresa quando da cessação do
 Normas de identificação profissional movimento.
 pacto quanto à jornada de trabalho,
 seguro-desemprego, em caso de
observados os limites constitucionais
desemprego involuntário Parágrafo único. Não havendo acordo, é assegurado ao empregador, enquanto perdurar a greve,
 banco de horas anual
 valor dos depósitos mensais e da o direito de contratar diretamente os serviços necessários a que se refere este artigo.
 intervalo intrajornada, respeitado o limite
indenização rescisória do FGTS
mínimo de trinta minutos para jornadas
 salário-mínimo A empresa pode contratar trabalhadores temporários para substituir os empregados que estão em
superiores a seis horas
 valor nominal do décimo terceiro salário greve? Não. É expressamente proibida a contratação de trabalho temporário para a substituição de
 adesão ao Programa Seguro-Emprego
 remuneração do trabalho noturno superior à trabalhadores em greve, salvo nos casos previstos em lei.
(PSE)
do diurno
 plano de cargos, salários e funções
 proteção do salário na forma da lei
compatíveis com a condição pessoal do
 salário-família
empregado, bem como identificação dos
 repouso semanal remunerado
cargos que se enquadram como funções
 remuneração do serviço extraordinário
de confiança
superior, no mínimo, em 50% (cinquenta por
 regulamento empresarial
cento) à do normal
 representante dos trabalhadores no local
 número de dias de férias devidas ao
de trabalho
empregado
 teletrabalho, regime de sobreaviso, e
 gozo de férias anuais remuneradas com,
trabalho intermitente
pelo menos, um terço a mais do que o
 remuneração por produtividade, incluídas
salário normal
as gorjetas percebidas pelo empregado, e
 licença-maternidade com a duração mínima
remuneração por desempenho individual
de cento e vinte dias
 modalidade de registro de jornada de
 licença paternidade
trabalho
 proteção do mercado de trabalho da mulher,
 troca do dia de feriado
mediante incentivos específicos, nos termos
 enquadramento do grau de insalubridade
da lei
 prorrogação de jornada em ambientes
 aviso prévio proporcional ao tempo de
insalubres, sem licença prévia das
serviço - mínimo de trinta dias
autoridades competentes do Ministério do
 normas de saúde, higiene e segurança do
Trabalho
trabalho

Você também pode gostar