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O fenômeno jurídico seja qual for a sua forma de expressão pressupõe sempre três elementos:

fato ,valor e norma .Miguel Reale conseguiu com toda originalidade descrever perfeitamente a
relação entre esses três componentes ,formulando assim a sua Teoria Tridimensional do
Direito. Ele mostra uma unidade dinâmica entre a realidade fático-axiológico-normativa, ou
seja,¨ um elemento de fato ,ordenado valorativamente em um processo normativo¨. A Teoria
Tridimensional do Direito ¨ elaborada pelo jusfilósofo brasileiro Miguel Reale em 1968, a
posteriormente abordado em diversas obras, pois a sua a teoria foi uma forma absolutamente
inovadora de se abordar as que é composto por três dimensões :a dimensão normativa, onde
o Direito é entendido como ordenamento, em segundo, a dimensão fática ,onde o Direito é
tido como realidade histórico-cultural e por fim , sua dimensão axiológica, onde o Direito é
valorativo .É como Miguel Reale proprôs a interação entre os grandes nomes do Direito atual.

Teoria Tridimensional do Direito- Fato, valor e Norma

A partir da teoria criada por Miguel Reale que pressupõe que fato ,valor e norma estão
sempre presentes e correlacionadas em qualquer expressão da vida jurídica, é possível dizer
que os sociólogos , filósofos e juristas não devem estudar o Direito e os seus fatores
isoladamente, mas sim de modo conjunto , onde estejam todos relacionados á realidade da
vida, ou seja ,as análises dos três ramos passam a ter um sentindo dialético, uma sentença
judicial deve ser apreendida segundo uma experiência axiológica concreta e não apenas como
um ato lógico que é resultado de um silogismo .É dessa forma que Reale evidencia que ¨ é
necessário aprofundar o estudo dessa ¨experiência normativa¨, para não nos perdemos em
cogitações , julgando erroneamente que a vida do Direito possa ser reduzida a uma simples
inferência de Lógica formal ,como a um silogismo ,cuja conclusão resulta da simples posição
das duas premissas . Nada mais ilusório do que reduzir o Direito a uma geometria de axiomas ,
teoremas e postulados normativos , perdendo –se de vista os valores que determinam os
preceitos jurídicos e os fatos que os condicionam , tanto na sua gênese como na sua ulterior
aplicação ,a partir daí ,é visível que faz questão de evidenciar que o direito é apenas um para
todos os ramos que o estudam ,não podendo ser analisando de maneira distante entre eles de
maneira dinâmica para se alcançar o resultado científico satisfatório e justo .

A maior preocupação do teórico ao criar sua visão tridimensional do Direito foi a de passar a
sociedade que não dá para imaginar as leis , o ordenamento que deve ser seguido por um
povo ,sem levar em conta a cultura , os hábitos , os eventos sociais, o dia a dia social , é
indispensável para criação das leis justas que o Fato Social esteja englobando no processo de
aprimoramento das Normas e tudo isso juntamente com aplicação valorativa , que pode se
dizer que é a justiça propriamente dita. Ou seja , a dimensão normativa, onde o Direito é
entendido como ordenamento , como norma jurídica a ciência do Direito , no plano
epistemológico , pela Filosofia do Direito ,em segundo , a dimensão fática , onde o Direito é
tido como realidade social histórico -cultural , como fato social (histórico, sociologia e
etnologia) e por fim sua dimensão axiológica , onde o Direito é valorativo ,como valor justo ,
pela deontologia .Dessa forma o Direito é o produto direto da dialética desses três
componentes.

Para Reale , as teorias tridimensionais que antecederão a sua nova visão, o Direito era
percebido como se fosse um esboço lógico , uma mera abstração ,eram teorias genéricas ,
onde os componentes fato , valor e norma se vinculam como uma adição quase sempre com o
destaque de algum deles, a superposição de um dos elementos em relação ao outro , já na sua
concepção que ele chamava de específica ou concreta , a realidade fática- axiológica –
normativa se mostrava como unidade , onde cada qual se referia aos demais alcançando assim
um sentido conjunto e harmonioso é desse modo que Miguel Reale salienta que ¨na
realidade, porém, fato e valor fato e fim estão um em relação com outro ,em dependência ou
implicação recíproca, sem se resolverem um no outro. Como ,por outro lado , cada esforço
humano de realização de valores é sempre uma tentativa , numa uma conclusão , nasce dos
dois elementos um processo dialético de implicação e polaridade ,ou mais
amplamente ,¨processo dialético de complementaridade¨, peculiar a região ôntica que
denominamos cultura.¨

Sendo assim o Direito seria compreendido pelo resultado de um movimento dialético de um


movimento dialético de um roteiro que está sendo escrito a cada minuto ,submetido as
mudanças e aos acontecimentos que oscilam todo tempo. É com esta visão que as normas
devem ser analisadas ,visando atender as expectativas do universo axiológico e com o objetivo
de alcançar o bem comum de toda sociedade.

A tridimensionalidade ,ao analisar a experiência jurídica visa atualizar os valores e aperfeiçoar


o ordenamento jurídico para adequá-los ás novas exigências da sociedade . Portanto a teoria
tridimensional do Direito está inserida num processo essencialmente dialético ,onde as regras
jurídicas são compostas do material vivo da história, pois a realidade cultural e histórica de
uma sociedade é resultado das experiências do homem no meio em que vive.

Ao analisar o texto acima verifica-se que a teoria tridimensional realeana foi inovadora e
importantíssima para a nova visão do Direito em todo mundo.

No Direito , se entende como hermenêutica o campo do conhecimento que se preocupa em


descrever as diversas formas (Escolas ) de interpretação da norma jurídica , cada uma delas
relacionada a um particular modo de se tomar contato com o discurso legal. Enquanto a
interpretação significa depreender do texto seu sentido e alcance por meio de utilização de
determinada técnica ,assim dependendo da Escola ,diversa será a determinação do limite e
alcance da norma

1. Escola Hermenêutica da Exegese .A Escola Hermenêutica da Exegese ¨trauma da


Revolução Francesa de 1789. No período anterior a Revolução, as nações europeias
eram governadas de acordo com os cânones do Antigo Regime , sociedade do tipo
estamentária , na qual o poder era centralizado no Primeiro e Segundo Estado (clero e
nobreza , respectivamente ), sem participação efetiva do povo (Terceiro Estado )- sem
perspectiva de ascensão aos outros estamentos – uma vez que eram vínvulos de
sangue que determinavam a colocação do indivíduo nesta ou naquela posição
social.Com a Revolução Francesa, o Antigo Regime foi destronado, dando inicio ao
período em que as divisões sociais seriam aniquiladas com a retomada da soberania
popular , do governo exercido pelo povo e para o povo.
2. Escola da Livre Interpretação Científica do Direito ,de François Geny.
Segunda Maria Helena Diniz , citando Vicente Ráo , a melhor ubiquação da doutrina
de Geny está dentro da teoria das lacunas do Direito, pois se apresenta como um
processo integrativo do direito que visa suprir ,mediante a livre apuração de novas
normas , as omissões das normas jurídicas existentes. O intérprete deve recorrer a
livre investigação científica que é livre , porque não se submete a uma autoridade
positiva e é cientifica que é livre ,porque não se submete a uma autoridade positiva e
é científica , porque pode dar base sólidas aos elementos objetivos descobertos pela
ciência jurídica.
No silêncio ou indecisão do legislador ,caberia ao juiz interpretar , com bases
científicas livremente a norma jurídica a ser aplicada ao caso em análise , tornando
possível a atividade criadora do judiciário ,que passa a a determinar decisões ás lides
por meio de tarefa interpretativa ,para além do código civil.

3. Escola Sociológica do Direito

A Escoloa Sociológica do Direito tem uma postura mais radical, busca nos fatos sociais a fonte
direta o direito aplicável ao caso , uma vez que entende que o ordenamento jurídico positivo é
insuficiente para a solução dos litígios levados ao judiciaário.

Ressurge na prática forense a aplicação dos costumes jurídicos fonte do direito , bem como de
método de integração do ordenamento jurídico ,sempre houver lacuna da lei .

Na Escola Tradicional haveria a possibilidade de aplicação apenas do costume secundum


legem , ou seja aquele cuja aplicação é prevista na lei (Código Civil) em vigência ) . No
entanto ,restaria afastada a possibilidade de aplicação do direito praeter legem , ou seja , na
lacuna da lei e , especialmente , aplicação do costume contra legem ,isto é que contraria
previsão legal.

4- Escola do Direito Livre.

A aplicação do costume praeter legem encontra amparo e passa a ser admitido na comunidade
jurídica a partir das lições de Geny. Costume contra legem encontrará respaldo em uma escola
do pensamento jurídico que extermiza a relação com a Escola Tradicional ,levando aos limites
as lições de Geny e a Escola Sociológica , denominada Escola do Direito Livre.

5- Escola Pandectista(Alemanha)

Surgiu na Alemanha uma disciplina jurídica influenciada pelos glosadores da Idade Média ,cuja
atividade fundamental era realizar uma análise atenta das disposições legais que organizavam
a vida social na Roma Antiga.

6- Escola Teleológica (Alemanha)

Criada por Rudolf Von Ihering ,segundo a qual para se chegar ao espírito da lei ,seria
necessário buscar a finalidade do legislador ao editar determinada norma jurídica,
considerando que a interpretação histórica não seria capaz de intuir a vontade do legislador a
mens legis caberia ao intérprete , para além da análise dos projetos de lei e sua
contextualização em determinado período ,a tarefa fundamental de extrair o que pretendia de
fato o legislador ao criar a norma.

Pergunta Não se trata de mera interpretação gramatical ou literal de textos é uma ilusão ,
quando não puro equivoco , a crença de que estamos lidando aqui com a tarefa singela de
atribuir significados a textos normativos.Qual a importância da interpretação para o Direito

Objetivo= compreender o porque da importância de saber interpretar no âmbito jurídico

Hipotese= A importância da linguagem no direito é fundamental , pois é através do seu uso


que se exprime o verdadeiro e o falso , o justo e o injusto o poder e o não poder ,Sem o
dóminio da linguagem o sistema jurídico ficaria a mêrce da obscuridade da incongruência com
o real, e aplicação da lei restaria duvidosa , estranha ao fim social a que se destina
4.

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