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VENÂNCIO DE MOURA
Luanda-Angola
2021
PROGRAMA LECTIVO
CAPÍTULO I - A ORDEM SOCIAL E ORDEM JURÍDICA
1.1.- Noções gerais. A Natureza Social do Homem (Aspectos Históricos do Surgimento da Humanidade
(Criacionista/Darwinista) /Desenvolvimento e Integração da Sociedade (Família, Clã, Horda, Tribo, Cidade
Estado, Estado (Reinados, Repúblicas, Federações)) /Teorias Filosóficas sobre o surgimento da Sociedade –
Naturalista/ Contratualista)
1.2.- As Ordens Sociais Normativas (Ubis Societas Ibis Jus – “Onde há Sociedade há Direito”) (Ordem
Normativa Social da Moral, Ordem Normativa Social da Religiosa, Ordem Normativa Social da Etiqueta e ou
do Trato Social/Ordem Normativa Social Jurídica e Aspectos Comparativos à outras Ordens)
1.3.- Conceito de Direito. Valores e Acepções do Termo Direito (Conceitos:-Direito/Direito Natural/Direito
Positivo/Direito Objectivo/Direito Subjectivo /Direito Substantivo ou Material/Direito Adjectivo)
1.4.- Caso Prático (Opcional)
CAPÍTULO II - O DIREITO E A SOCIEDADE
2.1.- Direito e Estado. (Noção e Coo relação) (Conceito. Elementos do Estado – Território;
Povo; Soberania-Poder Político)
2.2.- Direito e Política. (Noção e Coo relação) (Conceito. Poder Constituinte; Direitos Políticos
na CRA 2010 – Legislação Avulsa)
2.3.- Direito e Economia. (Noção e Coo relação) (Conceito. Leis Objectivas da Economia)
2.4.- Direito e Sociedade. (Noção e Coo relação) (Súmula de Todos – vide Capitulo anterior)
2.5.- Caso Prático (Opcional)
CAPÍTULO III - AS FONTES DE DIREITO
3.1.- Noções de Fontes (Conceito) (Sentidos das Fontes (Histórico Sociológico- Causal; Político-
Orgânico; Instrumental ou Material; Técnico Jurídico - Formal) / Enumeração e Enquadramento
Prático das Fontes – Lei/Costumes/Normas Corporativas (Directas ou Imediatas);
Jurisprudência/Doutrina/Assentos (Indirectas ou Mediatas))
3.2.- A Lei. (Características/Sentidos/Elaboração e Feitura/Requisitos de Validade e de Eficácia/
Cessação da vigência (Caducidade e Revogação – Tácita ou Automática; Expressa – Por
Compreensão; Parcial ou Derrogação; Absoluta ou Abrogação – Por Extensão) /Hierarquia da
Lei)
3.3.- O Costume, Normas Corporativas, Jurisprudência, Doutrina e Assentos. (Tipologia e Noção
de Costumes/Noções de Normas Corporativas – Associações de Beneficência (Casa da
Misericórdia/ Cruz Vermelha) - Ordens (Dos Advogados; dos Engenheiros; dos Médicos; dos
Enfermeiros; dos Arquitectos); e Aplicabilidade das Fonte de Direito)
3.4.- Caso Prático (Opcional)
CAPÍTULO IV - DIVISÃO DO SISTEMA JURÍDICO (RAMOS DE
DIREITO)
Para se entender o Direito, não basta saber as leis e sua aplicação, determinados pressupostos
jurídicos, como o estudo da teoria da infracção criminal, responsabilidade civil por danos ou
incumprimento contratual, leva-se acabo o estudo do dolo, a propensão/intenção do
cometimento do acto delituoso ou mesmo o ilícito civil, deste modo, poder-se-à inferir que
esta na base do direito o homem, por ser este o único ser vivo capaz de pensar e agir de
acordo ou não ao que pensou.
Assim, propõem-se o estudo das teorias criacionista e Darwinista, para aferirmos apriore,
qual é a origem do homem.
A teoria da evolução das espécies foi apresentada e defendida por Charles Robert Darwin, na sua obra a Teoria das
espécies de 1859, em que defende que as condições climáticas, a adaptação ao meio e o uso de determinados
instrumentos possibilitaram a evolução da raça humana.
Trata-se da mais antiga teoria sobre o surgimento do homem, dominada pela crença religiosa, teve o seu
apogeu no séc. XVIII, para contrapor a teoria evolucionista. Esta teoria defende que o homem foi criado
por um ser transcendental, superior ao próprio homem, criador de todo o universo.
C
o
n
t
r
a
t
u
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l
i
s
t
a
Direito natural
A solução ideal está, pois, num regime intermédio, em que a autoridade recebe dos
homens o direito de julgar e punir os infratores e delinquentes, mas é obrigado por sua
vez, a respeitar os direitos individuais naturais de cada homem, a saber, o direito à
vida, o direito a liberdade e o direito de propriedade.
A palavra instituição comporta vários significados. Etimologicamente, deriva de instituto, instituere e pode definir-se
como o que está ou permanece numa sociedade em evolução. (ASCENÇÃO, 2005, p. 22-23)
Pode-se entender a instituição em vários sentidos, para o curso que nos propomos seguir, importa apresentar dois
sentidos do termo instituição:
Sentido sociológico: procura-se entender a organização societária, como é formado a sociedade, desde o seu núcleo,
assim, apresentam-se as seguintes instituições: a família, o clã, a tribo, horda, monarquia, Estado, etc…;
Sentido jurídico: instituição designa um conjunto extenso de normas que, subordinadas a princípios comuns,
disciplinam um determinado tipo de relações sociais, verbus gratias: das obrigações, da propriedade, da família,
etc…
Interioridade;
Absolutidade;
A sua esfera de aplicação é imensa, porque vai até onde pode chegar as objecções da consciência
humana.
Quanto a sanção: a única sanção a que estará sujeito será interior (ocorre no interior do indivíduo),
o remorso, o desgosto de si próprio
na sociedade.
Nesta perspectiva a relação entre o direito e a moral pode ser apresentada por dois
morais que o direito não protege. Por isso, poder-se-á dizer que tudo o que é
Dirigem a maioria dos nossos actos, como a forma de vestir, saudar e responder a uma
saudação, oferecer presentes a certas pessoas em determinadas épocas, retribuir uma visita, dar
os pêsames aos familiares de uma pessoa falecida, etc. Tais normas revestem duas
características:
Impessoais: têm origem não numa vontade concreta, as em usos ou práticas sociais
regularmente observadas;
“Importa, portanto, salientar que em Direito, formular conceitos universalmente válidos e aceites constitui
uma tarefa difícil, mas o que se procura entender ao abordar a ordem jurídica/ordenamento jurídico é a
existência de um conjunto de regras, normas jurídicas impostas pelo Estado, com o fim de regular a vida em
sociedade e disciplinar por via de sanções as condutas ilícitas ou que violarem tais regras ”.
Necessidade;
Este direito, visto na perspectiva da
Alteridade;
ordem jurídica e considerado
Imperatividade;
globalmente como um sistema de
Coercibilidade;
normas apontam-se algumas
Exterioridade;
características que urge expor:
Estatalidade; EJWC - Introdução ao Estudo do Direito - 42
Exercícios
1. Diga quais das teorias estudada melhor se identificas?
2. Porquê se afirma que o homem é um ser eminentemente social e sociável?
3. Distinga a teoria jusnaturalista da contratualista.
4. Fala sobre a realização da justiça no estado na natureza.
5. Porquê se afirma que o contrato social é uma forma primitiva dos Estados
Modernos?
6. Distingue a ordem Religiosa da Ordem Moral quanto a sanção aplicada.
7. Desenvolve a característica da coercibilidade da norma jurídica.
teodorjoaosilva@gmail.com
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1.3.1 Conceito de Direito. Valores e Acepções do Termo
Direito
Depois de procurarmos perceber a origem e necessidade do direito na sociedade,
distinguirmos o direito das outras ordens normativas, é chegado o momento de se saber o que
é o Direito.
Desde logo, porque não é fácil definir direito. Como observou, Max E. Mayer, “até agora não houve um
jurista nem um filósofo do Direito que tenha a ertado a formular uma definição unanimemente aceite”,
sobretudo porque é impossível compreender e explicar satisfatoriamente as diversas formas
manifestativas do direito numa única formula. (Justo, 2004, p. 30).
Direito Objectivo: é o conjunto de normas e princípios jurídicos escritos para regular a vida do homem em
sociedade, pode ser ainda entendido como o Direito Angolano, aqui entendem-se como direito angolano,
toda norma positiva escrita e em vigor no ordenamento jurídico Angolano.
Direito Subjectivo: entendido como sendo uma faculdade ou poder, reconhecido pela ordem jurídica
(direito objectivo) a uma pessoa, de exigir ou pretender de outra um comportamento positivo (facere) ou
negativo (non facere).
Importante salientar, que àquele sobre o qual recai uma faculdade, também, por outro lado, recai ao mesmo
tempo, o poder de por si mesmo, ou através de um acto da autoridade pública (decisão judicial), produzir
determinados efeitos jurídicos que inevitavelmente se impõem a outra pessoa (adversário ou contraparte), a
que chamamos por Direito Potestativo.
EJWC - Introdução ao Estudo do Direito - 47
Direito Positivo
( criado por órgãos reconhecidos constitucionalmente pelo Estado com competências para legislar)
Direito Objectivo
(Entendido como sendo toda lei em vigor no ordenamento jurídico angolano)
(Substantivo / Adjectivo)
Ex.: Código Civil / Código processual civil
Para Tomás de Aquino e Michel Villey – O Direito é a coisa justa, por exemplo: a lei justa, a decisão
administrativa justa, o contrato justo, a sentença justa – jus est ipse resjusta – O Direito é a própria coisa justa.
Para Hobbes, Stammler, Hart - Direito é o conjunto das regras de conduta social impostas pela vontade do
Soberano, independentemente do seu contéudo justo ou injusto, moral ou imoral.
O Direito é, pois, quanto a nós um sistema de normas e princípios jurídicos impostas pelo Estado para regula a
vida do homem em sociedade.
O Vocábulo Estado, que vem de status, não tem um sentido unívoco, antes apresenta uma
polivalência de significação riquíssima, como condição, conjunto de direitos e deveres, estrato
social, dignidade, propriedade, boa ordenação, etc. De forma restrita tem-se usado o termo Estado
para si referir quer a uma comunidade territorial politicamente independente integrada por
governantes e governos (Estado-Comunidade ou Estado Sociedade).
Assim, podemos definir o Estado como uma sociedade que se fixou num determinado território e se
organizou politicamente em termos autónomos e soberanos.
Importa salientar, que o entendimento que se tem do Estado é relativamente recente: a própria
terminologia só começou-se a ser utilizada no Renascimento; e a formação e generalização do
conceito moderno são fruto de uma longa evolução que teve sua génese no séc. XVI e só ficou
concluída no séc. XVIII, com o jusnaturalismo racionalista (atribui-se a Makiavel a invenção da
palavra Estado no sentido moderno).
Povo •É o conjunto de pessoas ligadas ao Estado pelo vínculo jurídico de nacionalidade que lhes reconhece o gozo de direitos políticos. Este distingue-se da população que tem natureza económico-
demográfica e tão pouco de nação que tem natureza cultural. – Ver art. 9 CRA, Lei n.º 2/16 de 15 de Abril, Lei da Nacionalidade.
Território
•É o espaço geográfico onde o povo exerce o seu poder, representada por autoridade própria, constituem elementos do território: o espaço aéreo, marítimo, terrestre (neste integram o solo o
subsolo), a plantaforma continental, as ZEE (zonas económicas Exclusivas), Zonas Contiguas.
•O território de um Estado é limitado por fronteiras e definem o âmbito de competência no espaço dos seus órgãos supremo – Ver arts. Art. 5.º CRA
Poder
autoridade própria (não recebendo de outro povo)
instituir órgãos que exerçam o senhorio de um
território e nele criem e imponham normas
1. Função política
• Traduz-se na prática de actos legislativos pelos órgãos constitucionalmente competentes na forma prevista na
constituição. É através dela que o Estado cria a maior parte do seu direito positivo constituída por leis.
• Exercida pela essencialmente Assembleia, ver CRA arts. 141.º e 161.º
Função jurisdicional:
• Consiste nos julgamentos de litígios suscitados por conflitos entre interesses públicos e privados vice-versa, e na punição da
violação das normas jurídicas.
• Esta função é desempenhada por órgãos independentes e imparciais (os tribunais).
• Ler arts. 174.º, 175.º, 176.º 177.º 179.º 180.º 181.º, 182º. e seguintes. CRA.
A Função administrativa:
• Consiste na satisfação das necessidades colectivas que, por virtude de prévia opção política ou legislativa, se
entende que incumbe ao Estado prosseguir com os interesses desta - “colectividade”.
• Ler arts. 198.º, 199.º 200.º e 201.º CRA
EJWC - Introdução ao Estudo do Direito - 56
2.1.4 – O Estado de Direito
O Estado de Direito tem na jurisprudência a sua essência: ubi civitas, ubi ius. O Direito fundamenta-o e define as suas competências. Na sua
história podemos destacar três etapas que traduzem a luta contra arbitrariedade e pela jurisdição da sua catividade:
• O liberalismo foi buscar à idade média argumentos contra o arbítrio que os juízes gozavam na administração da
justiça, para ajustarem a pena as circunstâncias em que os delitos eram cometidos e à posição social dos
delinquentes.
• Os abusos dos juízes, que tratavam com brandura os poderosos e ricos e severamente os pobres e desamparados;
(JUSTO, 2004, P. 93)
• Resulta no controle dos actos da administração, num controle das práticas administrativas do Estado Absoluto, o
que significava um voto de confiança na justiça
• Implica a consideração de que o legislador deve respeitar um direito superior que a constituição consagra; e
podendo o acto legislativo ser inconstitucional.
Apresentação do exercício escrito, enviar para o e-mail abaixo até ao dia 31/12
teodorjoaosilva@gmail.com
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2021
10-12-2022
Na sequência do conteúdo programático da cadeira em estudo, já partilhadas por via das TIC´s, somos a remeter para o
estudo o II capítulo.
Depois da abordagem sobre a origem do direito e da sociedade, a natureza social do homem, e as ordens sociais
normativas, onde já foi apresentado a Ordem Religiosa, a Moral e de trato social, o estudo da ordem jurídica, as
características do direito, o conceito do direito e as várias acepções do termo direito, hoje, está agendado o estudo do
´capítulo seguinte, correlação Direito e Estados, Direito e Política, Fins do Direito, a Justiça e suas modalidades, a
segurança jurídica, Direito e a Economia, conceitos e correlacção e posteriormente, Direito e Sociedade. Fnalmente um
caso prático de estudo para ser resolvido pelos estudante.
Urge a necessidade de traçar alguns objectivos, que achamos ser imperioso no processo de ensino e aprendizado.
É assim que:
Procura-se que o estudante obtenha a habilidade de discernir/distinguir o direito da política, da economia;
Conheça/indique as diferenças entreo direito e outras ciências sociais correlaccionais;
Conheça/diferencie uma da outra;
10-12-2022
Já vimos em aula anterior que até ao momento a doutrina jurídica (Direito) não assumiu um conceito único e
universalmente aceite sobre o Direito, partilhamos aqui o conceito apresentado pelo professor Diogo Freitas do
Amaral. O Direito é, pois, quanto a nós um sistema de normas e princípios jurídicos impostas pelo Estado para
regular a vida do homem em sociedade.
O que é a política?
Entendemos que o sentido do termo política sofreu diversas alteração ao longo da história, é assim que para Platão, a
política é a arte de criar e educar rebanhos, para Henry Adams, é a organização sistemática dos ódios, para Mao-Tse-
Tung, é a guerra sem derramamento de sangue, enquanto que a guerra é a política com derramamento de sangue.
Apolítica é a actividade humana de tipo competitivo, que tem por objecto a conquista e o exercício do poder.
(Caetano, 1970, p. 34)
Assim o Direito distingue-se da política pelos seus fins, se por um lado o fim do direito é a justiça e a paz social, os
fins da política é o alcance e o exercício do poder.
2.3.- Direito e Economia. (Noção e Coo relação) (Conceito. Leis Objectivas da Economia)
DIREITO ECONOMIA
Já atrás foi dito que, o homem é um ser cuja natureza é essencialmente social: é, na celebre
definição de ARISTÓTELES, um animal político porque nasceu para viver em
comunidade (polis). Com efeito, dotado de sentimentos e de razão, precisa de comunicar,
de trocar experiências, de produzir bens para si e para os outro, de utilizar o produto do
trabalho alheio, porque é absolutamente impossível criar sozinho tudo o que necessita para
viver. (JUSTO, 2004, P. 16)
Tal autoridade estabelece regras de conduta a observar por todos os membros do grupo;
toma as decisões que forem necessárias em nome de todos; e impõe o respeito por aquelas
regras e por estas decisões, levando a julgamento os infractores e aplicando-lhes as
sanções pré-estabelecidas. Ubi societas, ibi Jus. (Amaral, 2004, p. 39)
A palavra instituição comporta vários significados. Etimologicamente, deriva de instituto, instituere e pode
definir-se como o que está ou permanece numa sociedade em evolução. (ASCENÇÃO, 2005, p. 22-23)
Pode-se entender a instituição em vários sentidos, para o curso que nos propomos seguir, importa apresentar
dois sentidos do termo instituição:
Sentido sociológico: procura-se entender a organização societária, como é formado a sociedade, desde o
seu núcleo, assim, apresentam-se as seguintes instituições: a família, o clã, a tribo, horda, monarquia,
Estado, etc…;
Sentido jurídico: instituição designa um conjunto extenso de normas que, subordinadas a princípios
comuns, disciplinam um determinado tipo de relações sociais, verbus gratias: das obrigações, da
propriedade, da família, etc…
Exercício Prático
3. Ubis ius íbis societas, íbis societas ubis ius. Fala da relação sociedade direito vice versa e do impacto do direito
AULAS DE 05/05
DOCENTE: PhD. Eugénio de Jesus Wilson de Carvalho
Lic. Kialanda Sungu (Assistente)
Lic. Teodor J. da Silva (Assistente)
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2020
CAPÍTULO III - AS FONTES DE DIREITO
3.1.- Noções de Fontes (Conceito) (Sentidos das Fontes (Histórico Sociológico- Causal;
Político-Orgânico; Instrumental ou Material; Técnico Jurídico - Formal) / Enumeração e
Enquadramento Prático das Fontes – Lei/Costumes/Normas Corporativas (Directas ou
Imediatas); Jurisprudência/Doutrina/Assentos (Indirectas ou Mediatas))
3.2.- A Lei. (Características/Sentidos/Elaboração e Feitura/Requisitos de Validade e de
Eficácia/ Cessação da vigência (Caducidade e Revogação – Tácita ou Automática; Expressa –
Por Compreensão; Parcial ou Derrogação; Absoluta ou Abrogação – Por Extensão)
/Hierarquia da Lei)
3.3.- O Costume, Normas Corporativas, Jurisprudência, Doutrina e Assentos. (Tipologia e
Noção de Costumes/Noções de Normas Corporativas – Associações de Beneficência (Casa da
Misericórdia/ Cruz Vermelha) - Ordens (Dos Advogados; dos Engenheiros; dos Médicos; dos
Enfermeiros; dos Arquitectos); e Aplicabilidade das Fontes de Direito)
3.4.- Caso Prático (Opcional)
EJWC - Introdução ao Estudo do Direito - 69
INTRODUÇÃO
Depois de nos capítulos anteriores ter-se estudado a natureza social do homem, as ordens sociais
normativas, aspectos introdutórios sobre a origem do direito, direito e sociedade e sua correlação com o
Estado e a Política; já neste capítulo (Cap. III), vamos estudar as fontes do direito, o sentido e o alcance
das fontes do direito, a hierarquia das fontes e suas características.
Assim, somos a traçar os seguintes objectivos:
Objectivos Gerais:
Dotar o estudantes de conhecimentos práticos que o ajudam a distinguir os modus de emanação e
criação da norma jurídica.
Objectivos específicos:
Saber e entender o que é uma fonte de direito;
Identificar as fontes segundo a sua hierarquia;
Distinguir cada uma delas.
Lei
Costume
Doutrina
Fontes do Direito
“fonte é o vocábulo que desisgna concretamente o lugar onde brota alguma coisa, como fontes d´agua ou nascente, a
expressão fontes do direito significa o lugar de onde provem a norma jurídica, donde nascem as regras jurídicas”.
De igual forma se entende que a origem da água poderá ser eventualmente de uma fonte, ou ainda dir-se-ia que o
Juiz que efectua a consulta dos Códigos e obtêm deste suporte para aplicação de direito tem como fonte a expressão
em matéria do direito nos documentos que expressão as normas jurídicas.
Quando se aborda a palavra Fontes, ocorre-nos, então conceitos como a formação, a revelação, a expressão de
qualquer coisa, o que no caso poderia ter as referências exemplificativas atrás enunciadas, mas aliamos, desde tais
expressões à ideia de origem, ao local de onde surgem as coisas.
“Nos termos do artigo 1º do nosso Código Civil haveria que distinguir entre as fontes imediatas (as leis e as normas
corporativas) as fontes mediatas (os assentos, os usos a equidade) – ou seja, aquelas cuja força vinculante resulta, afinal, da
lei que para elas remete art.1º a 4º.”
O art. 3º estabelece que “são juridicamente atendíveis quando a lei o determine” (como fonte mediatas
de direito, portanto) os usos não contrários aos princípios da boa fé. Por último, segundo o art. 4º, os
tribunais podem recorrer à equidade quando haja disposição legal que o permita, quando exista acordo
das partes e a relação jurídica não seja indisponível, ou ainda quando as partes tenham convencionado
o recurso à equidade numa cláusula compromissória.
Leis
Normas Corporativas
Sentido amplo •Todos os diplomas de caracter geral e imperativo, provenientes de órgãos estaduais competentes
•Ex.: Assembleia da Nacional, Presidente da República, Orgãos do executivo
Sentido Restrito •Refere-se a lei propriamente dita, que emana do poder legislativo (Assembleia Nacional)
•É aquela que se reveste das formas destinadas, por excelência, ao exercício da função legislativa do Estado, a
a) Solenes
b) Comuns
• Decretos legislativos presidenciais;
• Decretos legislativos presidenciais provisórios;
• Decretos presidenciais;
• Despachos presidenciais; EJWC - Introdução ao Estudo do Direito - 82
3.2.2.1 Hierarquia das leis
Quanto a sua hierarquia as leis podem ser:
Constituição da República
Leis ordinárias
Decretos
presidenciais/executivos
Despachos, avisos,
regulamentos, e outros
Leis constitucionais emanadas do poder constituinte de revisão: não pode violar os limites impostos no
texto constitucional originário ao poder de revisão.
A lei ordinária: é o diploma emanado por qualquer órgão estadual no exercício do poder legislativo (Ver.
Art. 166.º CRA). As leis e os decretos leis, estabelecem em regra, as normas, princípios e institutos para a
resolução dos problemas.
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3.2.3 - Elaboração e Feitura da Lei
3.2.3.1 – Fases de elaboração da lei
Como foi visto a lei em sentido formal reveste-se de uma forma própria, assim procura-se apresentar o
processo de formação da lei.
Tal como está previsto e formulado na Constituição da República de Angola o processo de elaboração de
uma lei consta de três fases:
1. Iniciativa legislativa;
2. Discussão
3. Aprovação;
4. Promulgação;
5. Publicação.
N.B.: procuramos apresentar em cinco fases, pode ocorrer que em determinados manuais encontrarem a
discussão e aprovação numa única fase.
EJWC - Introdução ao Estudo do Direito - 85
3.2.3.1.2 – Iniciativa Legislativa
A iniciativa legislativa pode ser exercida pelos seguintes órgãos:
Deputados/grupos parlamentares;
Pelo Presidente da República.
(Consultar o n.º 1 do art. 167.º CRA)
Exercício Prático
A RELAÇÃO JURÍDICA
Para quem produzir?
3.2.2.3 – Processo de elaboração da lei
1. A RELAÇÃO JURÍDICA - NOÇÃO
Relações inter-subjectivas;
Natureza jurídica – Código Civil, Título II, Livro I – às relações jurídicas (art. 66.º à 396º )
1.1 AS ACEPÇÕES DA RELAÇÃO
JURÍDICA
SENTIDO AMPLO:
Toda e qualquer relação da vida social (real) disciplinada pelo Direito, isto é, juridicamente
relevante, produtora de consequências jurídicas.
Sujeito
Objecto
Facto jurídico
Garantia
Estrutura interna ou elementos interno da relação jurídica:
Direito subjectivo
Sujeito
Objecto
Facto jurídico
Garantia
3.1 OS SUJEITOS
Personalidade jurídica
Pessoas Singulares – art. 66.º a 156.º C.C.
Menoridade:
Interdição:
Inabilitação: