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Unidade 1

Perspectiva histórica e conceitual dos


Direitos Humanos

Texto 2 - Jusnaturalismo racionalista


e o discurso contemporâneo
dos Direitos Humanos
Texto de referência: Abel, Henrique. História do direito [ recurso
eletrônico ] / Henrique Abel, Marjorie de Almeida Araujo, Débora
Cristina Holenbach Grivot ; revisão técnica: Gustavo da Silva
Santanna. – Porto Alegre: SAGAH, 2017.

Curso: Direito
Disciplina: Direitos Humanos
Prof. Dr. Marcelo Lemos
O jusnaturalismo crê na existência de um
conjunto de valores éticos universais
inerentes ao ser humano, decorrentes da
própria natureza humana; sendo superior e
anterior ao direito positivo.
• A ideia de jusnaturalismo é central ao
pensamento jurídico.
– um direito natural à condição humana.
– um sistema intersubjetivo de normas de
conduta.

• O jusnaturalismo seria apriorístico, dado


espontaneamente pela natureza humana.
– sua existência é inata à condição humana e
diverge do sistema construído pelas normas
fixadas pelo Estado.
– direito natural X direito artificial.
• A concepção da sociedade política como aspecto da
natureza humana (realidade natural, dada).
X
• A concepção da sociedade política como contrato
social (realidade artificial, confeccionada
racionalmente).
Aristóteles: a política está na natureza humana.
– O ser humano como ser naturalmente político.
– A realização da humanidade na sociedade política: bem comum.
– Não há humanidade fora da sociedade política: fora da política,
o ser humano seria um bruto ou um Deus.
– A sociedade é superior ao indivíduo: ele depende dela para
viver e não o contrário.
A teoria contratualista de Thomas Hobbes
– Natureza humana: egoísmo e agressividade.
– A brutalidade da condição de natureza, condição
insuportável de guerra generalizada.
– O contrato social e o Leviatã.
– O poder absoluto do Estado.
A teoria contratualista de John Locke
– Natureza humana: o direito à vida, à propriedade e à
liberdade.
– As inconveniências da condição de natureza.
– O contrato social: o poder político como associação de
indivíduos.
– Com o contrato, as punições são racionais.
A teoria contratualista de Jean-Jacques Rousseau
– A sociedade civilizada.
– Contrato social: o eu comum da humanidade, vontade
geral.
A orientação jusnaturalista de Kant
– Matriz racionalista.
– Desvinculação do jusnaturalismo com a ideia de
princípios religiosos e sagrados.
– A dignidade humana não decorre da metafísica, de leis
cósmicas ou de uma divindade criadora, mas da
natureza racional dos seres humanos.

“A ideia de Direito Natural aqui surge como decorrente da dignidade própria do ser
humano e possibilitada pela existência de um denominador comum mínimo
subjacente a todos os indivíduos de diferentes culturas, lugares e épocas. Esse
denominador comum vem a ser a razão humana. Em outras palavras, todos os seres
humanos, dentro dessa concepção, possuem dignidade independente de méritos ou
distinções pessoais, como títulos, riquezas, trabalhos, realizações, papel na sociedade,
entre outros. A dignidade humana decorre tão somente da nossa condição de criaturas
racionais e conscientes.”
• Mudanças no saber jurídico dizem respeito às relações
concretas entre direito e sociedade.

– Antes: direito atrelado aos preceitos divinos.

– Agora: direito associado ao Estado racional.

–A dessacralização: busca pela laicização e


secularização do Estado.
• A secularização do Estado (a partir do século
XVIII):
– A importância da Reforma Protestante.
–O declínio social da religião e o
enfraquecimento dos valores católicos.
– O desenvolvimento da ciência.
–A substituição da atividade política
pessoalizada (rei/monarca), por governantes
eleitos (caráter impessoal, racional-legal e
burocrático).
–O progresso político e econômico,
especialmente da Europa (Rev. Industrial).
– A concepção de cidadania.

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