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A ORDEM JURÍDICA E ECONÔMICA, DIREITO ESTATAL E EXTRA ESTATAL:MAX WEBER

Ordem jurídica:A atividade da ciência jurídica consiste em descobriro verdadeiro sentido dos preceitos cujo teor determinao comportamento de um grupo de
homens.

Obediência e coação fato de que algumas pessoas se comportem de determinada maneira porque acham que tal modo está prescrito por normas jurídicas, representa
um elemento importantíssimo para o nascimento empírico, real, de uma “ordem jurídica” e também para a sua perduração. Mas, não significa isso, aliás, isso não
ocorre nunca. Os homens são submetidos à essa ordem porque a sociedade em que vivem aprova e reprova o contrário, ou por novo hábito rotineiro às regularidades
da vida arraigadas nos costumes, mas não por obediência “sentida” como obrigação jurídica. Se este último comportamento fosse universal, o direito perderia
inteiramente o seu caráter subjetivo de direito e teria de ser considerado melhor como um mero costume. Coação judica:Os meios coativos podem ser psíquicos
ou físicos, atuar direta ou indiretamente, e dirigir-se, segundo os casos, contra os partícipes em uma comunidade consensual ou em uma sociedade, em uma associação
ou em um instituto para os que a ordem vale (empiricamente), ou também podem dirigir-se para fora. Constituem as “ordens jurídicas” da comunidade dada .Coação
juridica e social: O direito subjetivo, no sentido “estatal” da palavra, está sob a garantia dos meios de poder da autoridade política. Quando entram em jogo outros
meios coativos que não os da autoridade política – por exemplo, uma autoridade hierocrática – e constituem a garantia de um “direito”, deve falar-se de direito “extra-
estatal”,Existem também meios não violentos de coação que atuariam com a mesma força ou, em certas circunstâncias, com maior força que os estatais, tais como:A
ameaça de exclusão de uma associação, de um boicote ou de meios análogos, promessas de vantagens ou desvantagens neste mundo, condicionadas magicamente, ou
a remuneração ou castigo no outro, para o caso de uma conduta determinada, atuam com freqüência – em domínios extensos: Regularmente – sob certas condições
culturais de um modo muito mais seguro que o aparato coativo político, nem sempre calculável nas suas funções A coação jurídica violenta mediante o aparato coativo
da comunidade política freqüentemente ocupa o segundo lugar em relação aos meios coativos de outros poderes, por exemplo, os religiosos, e em geral depende em
absoluto do caso particular de que se trata até que ponto se estende sua importância real.

Emile Durkhein: 1858/1917

A sociedade para durkhein: A sociologia estrutural de Durkheim difere completamente da de Marx. Enquanto Marx insiste nos conflitos e na luta entre as
classes, colocando as relações de poder e a força como centrais à explicação da sociedade, o sociólogo francês vê a sociedade como integrada, formando um todo coeso
e mantido por regras de convivência.Os Fatos Sociais: Para Durkheim, fato social consiste em “cada maneira de agir, fixa ou não, capaz de exercer um
constrangimento (uma coerção) externo sobre o indivíduo”.Esses fatos sociais são reais, objetivos, sólidos, sui generis, isto é, não reduzíveis a realidades biológicas,
psicológicas, climáticas, etc. Esses fatos sociais são relações sociais exteriores aos indivíduos que perduram no tempo, enquanto indivíduos particulares morrem e são
substituídos por outros.Como a sociedade é possível e funciona? Segundo a resposta de Durkheim, consiste em enfatizar a capacidade e a força da própria
sociedade em difundir solidariedade, integração, ordem, por meio de valores, crenças, normas e regras que indivíduos devidamente socializados ompartilhariam.Na
sociologia de Durkheim, a sociedade é tão forte que a individualidade quase desaparece. Individuo e sociedade: Separa o social do individual como duas esferas
independentes da realidade humana A sociedade não é mera soma de indivíduos, ao contrário o sistema formando por sua associação representa uma realidade
específica que tem suas próprias características.Divisão do trabalho: Fator preponderante de integração social na sociedade moderna, aquilo que estrutura esta
sociedade Complemento de funções como forma de cooperação entre os membros da sociedade.Especialização, uma forma de acentuar as diferenças entre os
indivíduos.Divisão do trabalho social e o direito: Toda sociedade passaria necessariamente da solidariedade mecânica para a orgânica. Na solidariedade mecânica
os indivíduos compartilham os padrões de conduta, o padrão moral se efetiva sobre os indivíduos a tal ponto que o que é válido para um, também é aos demais,
podendo-se dizer que, qualquer deslize moral significa a punição àquele que desrespeita a consciência coletiva.Na solidariedade orgânica, mesmo com a diminuição da
força da consciência coletiva, a interdependência é possível pela divisão social do trabalho, no sentido de que com a especialização das profissões, cada um fica mais
dependente do trabalho do outro. Pelo trabalho, ou melhor, pelas relações interdependentes de tais individualidades funcionais, torna-se possível a manutenção do
consenso. A sociedade e o direito:O Direito é a ordem da vida estatal, social, espiritual e econômica, mas não é sua ordem exclusiva; além do direito há outras
ordens de importância equivalente e possivelmente mais eficientes” (Ehrlich).Coletar os fatos, para conhecê-los e interpretá-los, constitui fenômenos sociais, que é a
base do conhecimento científico do direito ou os fatos do direito. A teoria do direito vivo de Eugen Ehrlich:“Direito vivo e aquele que, apesar de não fixado em
prescrições jurídicas, domina a vida.As fontes para conhecê-lo são sobretudo os documentos modernos, mas também a observação direta do dia-a-dia do comércio, dos
costumes e usos e também das associações, tanto as legalmente reconhecidas quanto as ignoradas e até ilegais”. A atuação da sociologia do direito: A Sociologia
do direito não busca seu material no antiquário jurídico, mas na história social e econômica.A sociologia do Direito descreve o que de fato acontece e não o que a lei
prescreve.A sociologia descreve o direito vivo, diferente do direito vigente.O direito vivo apesar de não ser fixado em prescrições jurídicas, domina a vida.O Direito é
um fenômeno social, a Sociologia do Direito é a doutrina científica do direito. O pensamento de Eugen ehrlich: O Pensador Austríaco trava discussão com a corrente
amplamente representada na Europa Continental, que procura fazer do juiz um servidor cego da lei.Esta corrente é o positivismo jurídico apresentado na versão
francesa, alemã e anglo-americana, não admitindo direito que não seja o positivo como direito estatal. Surgiu então na França à escola da exegese, que defende a
subordinação do juiz a vontade do legislador O método histórico de Eugen Ehrlich: A origem do direito não se localiza no Estado, mas na “ordem interna das
organizações sociais”.As organizações ou associações humanas, o Estado, o povo, as comunidades religiosas, as corporações, as classes, os estamentos, os partidos
políticos, as famílias são regidas pelo direito internacional, na comunidade supranacional. Regras sociais e normas jurídicas : Toda associação ou organização
possui regras de agir como: regras de direito, de fato, da moral, da religião, do costume, da honra, do bom comportamento, da moda, que repousa em normas sociais
As normas jurídicas decorre da convicção, da firmeza do grupo de que elas são importantes para a manutenção da organização social, do povo e do estado.
Perspectiva erhlichiana do estado: O Estado é apenas uma das associações humanas, que possui pequena parcela do direito, o direito estatal emana do povo.A lei
é uma prescrição legal e nem sempre contém direito estatal, tanto organiza o conteúdo estatal, quanto serve para solução de disputas jurídicas (norma de decisão) que
só entram em cena quando as normas da organização não estão dando conta O direito não depende do Estado quanto a sua origem e desenvolvimento, mas da
realidade social, que é o centro de gravidade do direito. O “Direito Vivo” é investigado na observação, em documentos modernos e não nos parágrafos de um código. A
teoria do pluralismo jurídico(George Gurvitch: Sociólogo francês de origem russa, nascido em 1894 e falecido em 1965, naturalizado francês em 1928,
desenvolveu a compreensão do pluralismo jurídico, onde o direito representa uma tentativa para realizar, numa sociedade, a idéia de justiça, por meio de um
normativismo multilateral imperativo-atributivo (direitos e deveres), validando os fatos normativos e sua eficácia. Pluridimencionalidade social: Os fenômenos
sociais totais são pluridimensionais, dispostos em escalões, em camadas de profundidade, que podem servir de pontos de referência para reconstituir a sua unidade
indissolúvel”. A partir de qualquer camada, pode se refletir no todo, com possibilidade de conflitos entre elas FERNOMENOS SOCIAIS TOTAIS;. As massas, as
comunidades, os agrupamentos particulares são microcosmo de “nós” partindo dos fenômenos sociais, tal como as classes sociais e as sociedades globais são
macrocosmo de agrupamentos particulares em que cada um representa uma totalidade. O Estado é macrocosmo de “nós”e os agrupamentos particulares microcosmo
de “nos”. DIMENSÃO DIALETICA: Conflito que envolve o espontâneo e organizado, sendo este último tão-somente um peão possível no xadrez do desequilíbrios que
constituem uma estrutura. Caracterizado pela luta entre os elementos incessantemente em movimento de estruturação, desestruturação, reestruturação ou
destruição. PROBLEMAS FUNDAMENTAIS DA SOCIOLOGIA JURIDICA: 1. Microssociologia ou Sociologia Sistemática: análise do social como função das formas de
sociabilidade e das camadas sedimentares da realidade social.2. Sociologia Diferencial: tipologia dos grupos particulares e das sociedades globais.3. Macrossociologia:
análise das regularidades tendenciais e dos fatores de transformação, desenvolvimento e declínio da estrutura social e do fenômeno jurídico.

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