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REPÚBLICA DE ANGOLA

===== UÍGE =====

MATÉRIAL DE APOIO AO CONCURSO PÚBLICO

GOVERNO PROVINCIAL E ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL

CARACTERISTAS GERAIS DA PROVÍNCIA DO UÍGE

Por Santos!

“Conheça a origem e o significa


deste nome Uíge e muito mais”

UÍGE/2024
CARACTERÍSTICAS

Área: 58 698 km²


População: 1.426.354
Distância em km a partir de Uíge: Luanda 345; M’Banza Congo 314
Indicativo telefónico: 233
Agricultura: café, feijão, mandioca, milho, amendoim
Minerais: cobre, ligas de prata, cobalto
A província do Uíge fica no norte de Angola e tem 16 Municípios, Alto Cauale, Ambuíla, Bembe,
Buengas, Bungo, Damba, Kimbele, Kiteche, Macocola, Maquela do Zombo, Mucaba, Negage,
Puri, Sanza Pombo, Songo e Uíge (Capital), distribuídos numa superfície de 58.698 Km².

Uíge, parcela do actual território angolano, outrora pertencente a uma das formações
sócio-económicas de África Central e, não só, uma das mais organizadas e estruturadas do ponto
de vista económico político, social e cultural.

HISTÓRIA

PRIMEIROS HABITANTES DO MUNICÍPIO DO UÍGE

Os primeiros habitantes brancos que chegaram ao Município do Uíge foram: três militares
e cinco civis comerciantes. Estes três primeiros militares foram: o Capitão Manuel José Pereira, o
Tenente Júlio Tomas Berberan e o 2º Sargento Manuel Rodrigues.

Os civis eram: Manuel da Silva Santos, Luís Heitor, António Figueiredo, Tristão Mendes
Caldas e João Taylor. Os quatro civis vinham de Ambriz e o último da região do Ambrizete.

Os Portugueses comandados pelo Manuel J. Pereira e Júlio Tomas Berberan, seguiram em


direcção a Mucaba, Serra do Uíge até a direcção actual da Aldeia Quiongua, onde depararam uma
vasta área, mas não interessaram aí ficar, continuaram com a marcha até actual Aldeia Tange,
onde mantiveram os primeiros contactos com algumas entidades tradicionais locais no caso
concreto do Velho Soba Tange Ngado.

Foi em 1 de Julho de 1917, que foi fundada a Cidade do Uíge pelo Capitão Manuel José
Pereira com os seus elementos e as entidades tradicionais locais. Mandou construir a Câmara
Municipal local onde hoje está situado o edifício das Repartições Públicas, tendo nomeado o seu
Comandante Júlio Tomas Berberan.

Desde da Independência de 11 de Novembro de 1975, o Uíge passou a representar a Sede


Municipal, Capital da Província e ao mesmo tempo Província com a divisão administrativa de 16
Municípios e 32 Comunas.

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ETIMOLOGIA
Segundo a etimologia, o nome Uíge ou Uíje, surgiu de uma expressão Kikongo, que os
antepassados expressaram na chegada dos Portugueses” wizi(di)” que significa “chegou ou
chegada”.

Há ainda outras investigações, diz que o nome da Cidade do Uíge, derivou-se na


designação do Rio Uíge, e não só, também quando os Portugueses chegaram à Carmona foram
lhes desejados mensagens de boas vindas na língua Kikongo “wiza kia mbote”, segundo os
Portugueses entenderam que tivessem chegado numa região com o nome de “Uíge”.

DESENVOLVIMENTO DO MUNICÍPIO DO UÍGE


Não podemos considerar como um tempo perdido o que os Portugueses fizeram no
Município do Uíge, porque eles formaram Professores, Enfermeiros e construíram centros de
saúde e hospitais, estradas, Liceus e Escolas Técnico profissionais, lares, prédios, etc. Para o bem
dos que aqui ficaram para os tornar homens livres, solitários e fraternos.

Alguns Brancos e Negros que contribuíram para o desenvolvimento do Município do


Uíge, destacam-se:
[BRANCOS]
António Dias Ramalho; João Candez de Ambriz; Ricardo Matos Gaspar; Almirante Américo
Tomas; Camilo Augusto de M. Vaz; Manuel Rodrigues; Manuel da Silva Santos; Luís Heitor A.
Figueiredo; José Ferreira Lima; Manuel José Montanha Pinto; José Vitorino da Fonte; Dom
Francisco de Mata Mourisca.
[NEGROS]
Mbemba-Ngango; Tange Ngandu; Joaquim Neves Ferreira; Gonçalves Nkui; Gonçalves Nfuti;
Lourenço Nvuanda.

O REINO DO CONGO

As mudanças que o Reino do Congo sofreu no decorrer das suas múltiplas fases do seu
desenvolvimento no respeitante da sua formação, evolução, colonização, estão intrinsecamente
ligadas ao actual panorama político e geográfico que o Uíge hoje apresenta.

GEOGRAFIA

Extensão, o Município do Uíge, dista a 36 km da segunda Cidade da Província (Negage),


por via terrestre. Tem uma área de 1.084 km², sua localização é estratégica, estando
geograficamente situado no Sul do Município do Quitexe, e limitado entre os Municípios do
Songo à Noroeste, Mucaba à Norte, Bungo à Nordeste, Púri à Este, Negage à Sudeste e o
Município de Ambuila à Oeste. Possui uma altitude de 829m.

“Quicongo” ou “kikongo” (também conhecida como” kikoongo”, “congo”, “kongo” e


“cabinda”) é a língua nacional mais falada na província.

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HIDROGRAFIA

Entre vários rios do Município, podemos destacar alguns: o rio Loé, o rio Lukixe, etc…
esses, têm uma grande importância para o desenvolvimento da Cidade, porque é deles onde
podemos encontrar as barragens hidroeléctricas, que fornecem água e energia para o Município.
No Uíge, podemos ainda encontrar alguns rios que já ajudaram para a irrigação.

CLIMA

O clima da Cidade do Uíge é predominante tropical, quente e húmido, com duas estações
bem definidas. A estação chuvosa começa de Setembro ou Outubro até Maio, sendo só meses de
Abril e Novembro os mais chuvosos e a estação seca que vai de Junho à Agosto. Na estação seca,
não chove porque há valores elevados de humidade relativa.

Com o aquecimento global, a temperatura média dos últimos tempos varia entre os 22° à 31°.

FAUNA

O Município do Uíge, é caracterizado por grandes extensões terras aráveis e por matas, o
que proporciona excelentes oportunidades para a caça. Podemos encontrar vários animais, assim
como: Gazela, a Pacaça, Cambuiz, Javali, Macaco e outros tipos.

A Província do Uíge é uma região de caça abundante, de uma maneira geral, há por toda
parte um pouco de cada espécie de animais incluindo o elefante que pode ser encontrado em
manadas nas margens dos rios Loge, Coge, Lucunga e Cuilo.

Na sua fauna encontramos animais como elefantes, búfalos, porcos do mato, antílopes,
macacos azuis e ainda várias espécies raras. Na reserva florestal do Beu, a vegetação é do tipo
mosaico, floresta densa. Pode-se encontrar a vegetação ribeirinha muxito, periguineense, em
aluviões, bosques e savanas.

RIOS COM MAIOR CAUDAL EXISTENTES NA PROVÍNCIA:

Os rios mais importantes desta província são o Zadi, Dange, Lúria, Lucala, Luvulu,
com um volume de água regular. Em geral, estes rios são navegáveis por pequenas embarcações
até 20 quilómetros da foz, sendo também possível a prática da pesca desportiva.

A Província do Uíge é uma região bastante acidentada, não diferindo muito das
características gerais do País. Toda sua extensão é constituída por grandes zonas montanhosas. A
altitude varia da seguinte maneira: de 1.300 metros à 800 metros no planalto, de 1.200 metros à
1.100 metros nas serras e nos vales de 800 metros à 600 metros.

Planáltica constituída maioritariamente pela bacia dos Sub-afluentes do rio Zaire, cujas
águas correm para o norte. Esta zona é ondulada, mas, com ravinas fundas, principalmente nos
rios de maior caudal, não sendo contudo navegável em toda a sua extensão.

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Zona da Bacia do rio Mbridge – Situa-se a sudoeste da linha Pete Mucaba Songo Mabaia.
Esta zona também é ondulada e de ravinas profundas junto dos rios, baixa e pouco ondulada;

Zona Montanhosa Abrange o interior da Província, sobretudo dos rios Loge e Dange,
assim como as bacias dos afluentes.

É relevante considerar os seguintes aspectos que genericamente constituem o relevo da Província.


Um nó-hidrográfico no Negage com altitude de 1300 metros.

O planalto central de 1.300 a 800 metros, com vertente para o Norte (rio zaire) e Sudoeste
nos rios (Lucala e Kuanza), sendo que a orla oeste cai abruptamente sobre os vales da bacia dos
rios Mbrige, Loge e Dange que vão directamente para o Oceano Alântico.

Um conjunto de Serras paralelas no sentido NO-SE, entre os rios da bacia atlântica, com
uma altitude de 1.200 a 1.100 metros.

SERRAS:

Cazundo; Luege; Ambuila; Calambinga; Quitoque; Pingano; Camanga; Uige; Mucaba;


Toto Lefunde; Massarelo; Quimbumba.

CARACTERIZAÇÃO ETNO-LINGUÍSTICA

O grupo étnico maioritário é o Bakongo, mas pode-se encontrar também o Ovimbundo e o


Kimbundo. A língua nacional mais falada é o Kikongo. A agricultura é a principal actividade
económica da província.

Assim, ressalta-se que, no Município de Maquela do Zombo predomina os subgrupos


Mbatas. No Município da Damba, encontramos os seguintes subgrupos etnolinguísticos:
Bachicongo, Bazombo e Bansoso. No Bembe e Ambuila, os Bassolongos, Bassundi e Bauoyo.

Ao longo destes, é possivel registar-se a grande diferença etnolinguística na expressão das


populações, no sentido descendentes de norte a sul, partindo de Maquela do Zombo a Comuna de
Sacandica, da Damba, Nsoso, Bungo, as grandes e notáveis diferenças distinguem-se em termos
do sotaque ou pronúncia.

Na vertente nordeste, particularmente os Municípios do Púri, Cangola que agregamos ao


grupo do Negage e Dange-Quitexe, encontramos, Sanza Pombo, Buengas igualmente alguns
subgrupos para os Municípios de Milunga e Kimbele, com as seguintes denominações:

Subgrupos etnlinguísticos do Milunga, Bassosso, Bayaca, Pombo e Bassuku;

Para o Município de Kimbele encontramos igualmente os subgrupos etnolinguísticos:


Bakongo Bassosso, bacano, Balungi e Bayaka, cuja pronunciação vai diferindo de subgrupo
para outro; Verifica-se porém, casos muito particulares para os Municípios de Cangola, Puri,
Negage e Dange-Quitexe em que há existência de subgrupos etnolinguísticos apresentam
diversidade linguística como sendo: uma frange de kikongo e outra de kimbundo, pela influência
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que recebe das Províncias de Malange, Kwanza Norte e Bengo, em que suas populações são
predominantemente kimbundos;

Os Municípios do Songo e Mucaba por influência dos Municípios de Ambuila e Bembe,


ao primeiro dos Municípios do Bembe e Damba, ao segundo apresentam características
etnolinguísticas aproximadas, contendo o do Songo alguns subgrupos tais como os bahumbo,
bawando e bayembo, sendo este último maioritário; apesar de grandes particularidades existentes
entre estes subgrupos etnolinguísticos reconhece-se outrossim, a existência de alguns aspectos em
comum, do Dange à Maquela do Zombo e do Bembe à Cangola sob o ponto de vista de usos e
costumes;

SISTEMA FINANCEIRO E BANCÁRIO


A província do Uíge conta já com balcões do Banco de Poupança e Crédito (BPC), Banco
de Fomento Angola (BFA), Banco Internacional de Crédito (BIC), BAI, SOL e o Banco
Comercial Angolano. A presença desses seis bancos promove a diversificação dos serviços e
competências bancárias.

HISTÓTICO DE GOVERNADORES
Inicio Termino Nome do governador
1975 1976 Simão Bráz
1976 1977 Ambrósio Lukoki
1977 1979 Massunga Kota
1079 1980 Lamvo Emmanuel Norman
1980 1984 Manuel Quarta Ppunza
1984 1988 Zeferino Estevão Juliana
1988 1989 Domingos Mutalano
1989 1990 Geremias A. Dumbo
1991 1995 José Aníbal Lopes Rocha
1995 1998 Serafim Cananito Alexandre
1998 2002 Cordeiro Ernesto Nzakundomba
2002 2004 Lázaro Xixima
2004 2008 António Bento Cangulo
2008 2009 Mawete João Baptista
2009 2017 Paulo Pombolo
2017 2020 Pinda Simão
2020 2020 Sérgio Luther Rescova Joaquim
2020 … José Carvalho da Rocha

GOVERNADOR NO EXERCICIO ATUAL

Governador Provincial do Uíge (José Carvalho da Rocha, nomeado aos 16 de 09 de 2022)


vice-Governadra para o sector politico, social e económico (Sónia Arlete Fernandes Domingos)
vice-Governadra para os serviços técnicos e infra-estrutura (Helena da Cruz Viera dias Pereira)

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