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Etimologia
O nome Angola é uma derivação portuguesa do termo banto n’gola, título dos reis
do Reino do Dongo existente na altura em que os portugueses se estabeleceram
em Luanda, no século XVI. O termo tem raízes no termo ngolo que significa "força"
em quimbundo e em quicongo, línguas dos povos ambundos e congos respectivamente.
Quando os portugueses chegaram à região da província de Luanda, observaram que o
monarca local, Angola Quiluanje era assim denominado, passando a chamar o Reino
Angola-Dongo com este título.[14]
História
Ver artigo principal: História de Angola
Primeiros habitantes
Ver artigo principal: Reino do Dongo
Mapa do antigo Reino do Dongo
Colonização europeia
Ver artigo principal: África Ocidental Portuguesa
Ilustração da rainha Jinga em negociações de paz com o governador português em Luanda em
1657
A partir do fim do século XV, Portugal seguiu na região uma dupla estratégia. Por um lado,
marcou continuamente presença no Reino do Congo, por intermédio de (sempre poucos,
mas influentes) padres cultos (portugueses e italianos) que promoveram uma lenta
cristianização e introduziram elementos da cultura europeia. Por outro, estabeleceu em
1575 uma feitoria em Luanda, num ponto de fácil acesso ao mar e à proximidade dos
reinos do Congo e de Dongo. Gradualmente tomaram o controle, através de uma série de
tratados e guerras, de uma faixa que se estendeu de Luanda em direcção ao Reino do
Dongo. Este território, de uma dimensão ainda bastante limitada, passou mais tarde a ser
designado como Angola. Por intermédio dos Reinos do Congo, do Dongo e da Matamba,
Luanda desenvolveu um tráfico de escravos com destino a Portugal, ao Brasil e à América
Central que passou a constituir a sua base económica.[16] Esse processo tem que ser visto
contra o pano de fundo de um sistemático tráfego de escravos a partir de Luanda.[17]
Os holandeses ocuparam Angola entre 1641 e 1648, procurando estabelecer alianças com
os estados africanos da região. Em 1648, Portugal retomou Luanda e iniciou um processo
de conquista militar dos estados do Congo e Dongo que terminou com a vitória dos
portugueses em 1671, redundando num controle sobre aqueles reinos.[18]
No entanto, Portugal tinha começado a estender a sua presença no litoral em direcção ao
Sul. Em 1657 estabeleceu uma povoação perto da actual cidade de Porto Amboim,
transferida em 1617 para a actual Benguela que se tornou numa segunda feitoria,
independente da de Luanda. Benguela assumiu aos poucos o controle sobre um pequeno
território a norte e leste, e iniciou por sua vez um tráfego de escravos, com a ajuda de
intermediários africanos radicados no Planalto Central da Angola de hoje.[15]
Embora tenha, desde o início da sua presença em Luanda e Benguela, havido ocasionais
incursões dos portugueses para lá dos pequenos territórios sob o seu controle, esforços
sérios de penetração no interior apenas começaram nas primeiras décadas do século XIX,
abrandado em meados daquele século, mas recomeçando com mais vigor nas suas
últimas décadas.[19] Estes avanços eram em parte militares, visando o estabelecimento de
um domínio duradouro sobre determinadas regiões, e tiveram geralmente que vencer,
pelas armas, uma resistência maior ou menor das respectivas populações.[20] Em outros
casos tratou-se, no entanto, apenas de criar postos avançados destinados a facilitar a
extensão de redes comerciais. Formas particulares de penetração económica foram
desenvolvidas no Sul, a partir de Moçâmedes (hoje Namibe).[21] Finalmente, houve naquele
século a implantação das primeiras missões católicas para lá dos perímetros controlados
por Luanda e Benguela.[22]
Processo de descolonização
Ver artigos principais: Guerra de Independência de Angola e Guerra Colonial
Portuguesa
Geografia
Ver artigo principal: Geografia de Angola
Clima
Angola, apesar de se localizar numa zona tropical, tem um clima que não é caracterizado
para essa região, devido à confluência de três factores: a Corrente de Benguela, fria, ao
longo da parte sul da costa; o relevo no interior; e a influência do Deserto do Namibe, a
sudoeste.
Em consequência, o clima de Angola é caracterizado por duas estações: a das chuvas, de
Outubro a Abril e a seca, conhecida por Cacimbo, de Maio a Agosto, mais seca, como o
nome indica e com temperaturas mais baixas. Por outro lado, enquanto a orla costeira
apresenta elevados índices de pluviosidade, que vão decrescendo de Norte para Sul e dos
800 mm para os 50 mm, com temperaturas médias anuais acima dos 23 °C, a zona do
interior pode ser dividida em três áreas: Norte, com grande pluviosidade e temperaturas
altas; Planalto Central, com uma estação seca e temperaturas médias da ordem dos
19 °C; e Sul com amplitudes térmicas bastante acentuadas devido à proximidade
do Deserto do Calaari e à influência de massas de ar tropical.
Demografia
Ver artigo principal: Demografia de Angola
A população de Angola em 2014, depois do primeiro censo pós-independência e dos
resultados definitivos do Recenseamento Geral da População e Habitação 2014, é de 25
789 024 habitantes, sendo 52 por cento do sexo feminino.[36][37]
A população do país deverá crescer para mais de 47 milhões de pessoas em 2060, quase
duplicando o censo de 24,3 milhões em 2014.[38] O último censo oficial foi realizado em
1970 e mostrou que a população total era de 5,6 milhões habitantes.[39]
Composição étnica
Línguas
Ver artigos principais: Línguas de Angola e Português de Angola
Religiões
Ver artigo principal: Catolicismo em Angola
Catolicismo romano (56.4%)
Outros cristãos (37.0%)
Religiões tradicionais africanas (4.4%)
Outras religiões (1.1%)
Sem religião (1.0%)
Governo e política
Ver artigos principais: Política de Angola e Governo da República de Angola
Sistema eleitoral
Em 5 e 6 de Setembro de 2008 foram realizadas eleições legislativas, as primeiras
eleições desde 1992. As eleições decorreram sem sobressaltos e foram consideradas
válidas pela comunidade internacional, não sem antes diversas ONG e observadores
internacionais terem denunciado algumas irregularidades. O MPLA obteve mais de 80%
dos votos, a UNITA cerca de 10%, sendo os restantes votos distribuídos por uma série de
pequenos partidos, dos quais apenas um (PRS, regional da Lunda) conseguiu eleger um
deputado. O MPLA pôde, portanto, neste momento governar com uma esmagadora
maioria [nota 17]
Relações internacionais
A 16 de Outubro de 2014, Angola foi eleita pela segunda vez membro não permanente
do Conselho de Segurança das Nações Unidas, com 190 votos favoráveis de um total de
193. O mandato teve início a 1 de Janeiro de 2015 e uma duração de dois anos.[83]
Desde Janeiro de 2014, a República de Angola ocupa a presidência da Conferência
Internacional para a Região dos Grandes Lagos (CIRGL).[84] Em 2015, o secretário
executivo da CIRGL, Ntumba Luaba, afirmou que Angola é o exemplo a ser seguido pelos
membros da organização, devido aos avanços significativos registados ao longo dos 12
anos de paz, nomeadamente ao nível da estabilidade sócio-económica e político-militar.[85]
Direitos humanos
José Eduardo dos Santos, foi presidente de Angola de 1979 a 2017
Subdivisões
Ver artigo principal: Subdivisões de Angola
Angola tem a sua divisão administrativa composta por 18 províncias (listadas abaixo). A
divisão administrativa do território mais pequena é o bairro na cidade, enquanto que nos
meios rurais é a povoação.
1. Cabinda
2. Zaire
3. Uíge
4. Luanda
5. Bengo
6. Cuanza Norte
7. Malanje
8. Lunda Norte
9. Cuanza Sul
10. Lunda Sul
11. Benguela
12. Huambo
13. Bié
14. Moxico
15. Namibe
16. Huíla
17. Cunene
18. Cuando Cubango
As províncias estão divididas em municípios, que por sua vez se subdividem em comunas.
Economia
Ver artigo principal: Economia de Angola
Sede da Sonangol, a empresa estatal angolana do ramo petrolífero. Angola é o segundo maior
produtor de petróleo da África subsaariana, atrás apenas da Nigéria.[92]
Contentores no porto de Luanda
Com um stock de activos correspondentes a 70 mil milhões US$, (6,8 biliões Kz), Angola é
hoje o terceiro maior mercado financeiro da África subsaariana, superada apenas
pela Nigéria e África do Sul. De acordo com o Ministro da Economia angolano, Abraão
Gourgel, o mercado financeiro do país cresceu modestamente a partir de 2002 e hoje
situa-se em terceiro lugar a nível da África Subsaariana.[107]
Em 2013 Angola foi o país africano que mais investimentos realizou no estrangeiro,
especialmente em Portugal, revelou um relatório da Conferência das Nações Unidas para
o Comércio e Desenvolvimento. O facto de Angola se ter assumido como emissor de
investimento directo estrangeiro é particularmente surpreendente, tendo em conta o
grande volume de investimentos que o país recebeu nos últimos anos, principalmente ao
nível da exploração petrolífera e do gás natural, bem como de infra-estruturas rodoviárias
e ferroviárias.[108]
Globalmente os países da África Subsaariana têm vindo a conseguir melhorias
significativas ao nível do bem-estar das populações, de acordo com um relatório da Tony
Blair Africa Governance Initiative em conjunto com o The Boston Consulting Group.
[109]
Angola tem investido em melhorar infra-estruturas em estado crítico, num investimento
possível graças aos fundos de desenvolvimento provenientes do petróleo. Segundo o
mesmo relatório, apenas 10 anos depois da Guerra Civil, os padrões de vida em Angola
melhoraram surpreendentemente. A esperança média de vida aumentou de 46 anos em
2002 para 51 em 2011. As taxas de mortalidade infantis diminuíram de 25 por cento em
2001 para 19 por cento em 2010 e o número de alunos em escolas primárias triplicou
desde 2001.[110] No entanto, as desigualdades económicas e sociais que têm vindo a ser
uma característica do país não diminuíram, mas em muitos aspectos até acentuarem-se.
O FMI prevê que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) real venha a atingir em
2014 os 3,9 por cento. O Fundo afasta assim a possibilidade de a curto prazo conceder
novos empréstimos à economia angolana, pelo facto de essa reflectir “melhorias
significativas” no ambiente macroeconómico e na gestão e transparência das contas
nacionais.[111] Em Agosto de 2014, a agência de notação financeira Moody's divulgou uma
nota aos mercados na qual previa um crescimento da economia de Angola de 7,8% em
2014.[112] No dia 19 de dezembro de 2014 foi lançada a operadora de mercado de capitais
angolanos, a Bolsa de Dívida e Valores de Angola (BODIVA).[113] A operadora recebeu
inicialmente o mercado secundário de dívida pública, com o arranque do mercado de
dívida corporativa em 2018[114] e o mercado acionista em 2022.[115]
Infraestrutura
Saúde
Ver artigo principal: Saúde em Angola
Uma pesquisa em 2007 concluiu que ter uma quantidade pequena ou deficiente
de Niacina era comum em Angola. Angola está localizada na zona endémicas de febre-
amarela. A partir de 2004, a relação dos médicos por população foi estimada em 7,7 por
100 mil pessoas. Em 2005, a expectativa de vida foi estimada em apenas 38,43 anos, uma
das mais baixas do mundo.
Hospital Nossa Senhora da Paz, no Cubal
A mortalidade infantil em 2005 foi estimada em 187,49 por 1 000 nascidos vivos, as mais
altas do mundo. A incidência de tube